PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO - COLÉGIO … · transporte para que seus filhos ... pois se define...

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COLÉGIO ESTADUAL PAULO FREIRE MUNICÍPIO: FRANCISCO BELTRÃO NRE: FRANCISCO BELTRÃO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 2007

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COLÉGIO ESTADUAL PAULO FREIREMUNICÍPIO: FRANCISCO BELTRÃO

NRE: FRANCISCO BELTRÃO

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

2007

SUMÁRIO

01 – APRESENTAÇÃO ............................................................................ 03

02 - IDENTIFICAÇÃO ............................................................................. 04

03 – INTRODUÇÃO ................................................................................ 05

04 – CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA E O CAMPO . 07

05 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO PROJETO POLÍTICO –PEDAGÓGICO: A PERSPECTIVA DO COLÉGIO PAULO FREIRE .......... 11

06 – AS PEDAGOGIAS QUE FUNDAMENTAM O COLÉGIO PAULO FREIRE, TRADUZIDAS PARA A ESCOLA DO CAMPO ........................... 16

07 – ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO .................................................. 18

08 – CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO ....................................................... 20

09 – RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS ..................................................... 23

10 – MATRÍCULA EM REGIME DE PROGRESSÃO PARCIAL ................ 23

11- CLASSIFICAÇÃO ............................................................................... 23

12 - RECLASSIFICAÇÃO ........................................................................ 24

13 - ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO DA ESCOLA ...................................... 25

14 - FORMAÇÃO CONTINUADA DOS EDUCADORES ........................... 26

15 - HORA ATIVIDADE ........................................................................... 27

16 – PROJETOS INTERDISCIPLINARES ASSUMIDOS DENTRO DO CURRÍCULO ........................................................................................... 28

17 - PLANO DE AÇÃO INSTITUCIONAL ................................................ 29

18 – AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO .................. 31

19 – BIBLIOGRAFIA .............................................................................. 32

20 – ANEXOS .......................................................................................... 33

1. APRESENTAÇÃO:

“Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem de responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudanças. Às vezes, preservando determinadas formas de cultura. Outras, interferindo no processo histórico, instrumentalmente. De qualquer modo, para ser autêntico, é necessário ao processo educativo que se ponha em relação de organicidade com a contextura da sociedade a que se aplica”. (Paulo Freire)

1 - ESCOLA DO CAMPO: UMA TRAJETÓRIA DE LUTAS, CONQUISTAS E DESAFIOS:

O Colégio Estadual Paulo Freire, Ensino Médio, tem origem num

processo marcado por lutas, que passam pela luta pela terra (Assentamento Missões) e se efetiva na luta pela Reforma Agrária, que vai desde a conquista da terra, da escola, das moradias, do crédito e pelo conjunto de valores que marcam esta história. Passa pela escola de lona, os banquinhos, a ocupação da prefeitura, a conquista do Ensino Fundamental, a construção de suas estruturas físicas. Todo este contexto de lutas nos fortaleceu e nos deu condições de lutar pela implantação do Ensino Médio.

Este Projeto foi elaborado com a participação de todos os professores, discutindo a sua estruturação, o Marco conceitual e o Marco Operacional.

O Conselho Escolar esteve presente em quase todo o processo, visto que o Colégio Paulo Freire se caracteriza pela Educação voltada ao Campo e, principalmente os pais e alunos do Conselho, estiveram atentos para que o Projeto incorporasse os princípios da Educação do Campo. Os demais pais e alunos das comunidades que compõe o núcleo escolar, participaram de um levantamento feito, através de questionário sobre a realidade local. Participaram, ainda, de dois outros momentos quando discutimos o resultado da realidade sócio-econômica e cultural onde os pais e alunos se posicionaram sobre o que precisamos melhorar no nosso Colégio em relação à educação, ensino, aprendizagem e estrutura, em todos os aspectos relacionados ao Colégio, visto que estamos no segundo ano de funcionamento do Ensino Médio.

Um outro momento, com a participação dos pais e alunos foi no dia 16 de novembro de dois mil e cinco, na apresentação do Projeto em sua primeira versão, onde tiveram a oportunidade de se posicionar criticando, reforçando, mantendo, ou suprimindo o que não estivesse de acordo com o que era o desejo da maioria.

Houve modificações somente em relação a organização, onde os pais e alunos pediram que fosse trimestral e não mais semestral.

Este Projeto não é fechado, acabado, podendo sofrer mudanças, quando a comunidade entender necessário, pois será acompanhado por

um processo de avaliação e replanejamento anual e/ou quando Educadores e a comunidade escolar sentir necessidade para isso.

O Colégio Estadual Paulo Freire obteve sua autorização de funcionamento através do Parecer 571/2005 e da Resolução número 1130/2005, funcionado com três turmas simultâneas de 1º, 2º e 3º anos.

2 – IDENTIFICAÇÃO:

O Colégio Estadual Paulo Freire de Ensino Médio, situa-se no Assentamento Missões à 21 KM da cidade de Francisco Beltrão, atende 11 comunidades formando um núcleo. Os fatores sócio - econômico e culturais são diferenciados divido as formas de trabalho e organização por parte dos órgãos assistenciais.

A implantação do Colégio Estadual Paulo Freire aconteceu no Assentamento Missões por iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, juntamente, com as Comunidades Vizinhas e a Comissão Municipal de Educação do Campo, após um longo período de discussão, tendo em vista que esta região possui uma demanda de alunos, que, a cada ano concluem o Ensino Fundamental, na Escola situada dentro do assentamento.

O Colégio recebe alunos de 11 comunidades da região, filhos de agricultores familiares e assentados do Plano de Reforma Agrária do MST, das comunidades de: Linha Formiga, Linha Fazendinha, Santa Bárbara, Água Vermelha, Linha Freire, Linha Volpatto, Nova União, Linha Jandira, Linha Piracema, Bom Jesus e mais os alunos do Assentamento Missões, e desenvolve um ensino voltado à escola do campo, com proposta de Educação de Qualidade, visando a qualidade de vida do jovem no campo, sendo este um direito do cidadão morador do campo.

A realidade sócio-econômica das famílias nos mostra a importância do Colégio, com Ensino Médio, visto que nas redondezas não há outra escola que ofereça esta modalidade de ensino. A escola junto às comunidades do interior facilita em todos os aspectos, pois como nos mostra a pesquisa realizada, junto às famílias de nossos alunos, todos agricultores familiares, que a renda familiar está em torno de R$ 10.000,00 ao ano, considerada baixa para a realidade sócio-econômica da região. Apenas um número bem menor de famílias possui uma renda melhor, visto que trabalham com integração de suínos ou frangos, com a Empresa Sadia. Há, também os agricultores organizados em cooperativas de produção de leite, porém sua renda não ultrapassa aos R$ 10.000,00 ao ano.

Neste sentido a Escola desempenha um papel muito importante no que diz respeito à preparação do jovem do campo, a fim de que ele reflita sua realidade e possa interferir nela, principalmente na organização de sua propriedade, podendo trabalhar de outra forma, pois o Colégio lhe possibilita maior clareza e conhecimento sobre o funcionamento sócio-econômico e de mercados, considerando seu processo histórico.

Quanto à escolaridade dos pais dos alunos, na sua maioria possuem a 5º série ou o antigo primário, poucos são os que tiveram oportunidade de seguir adiante com os estudos. Hoje o Colégio, numa parceria com o CEEBJA, proporcionou aos pais e alguns jovens que não tiveram oportunidade de seguir seus estudos, retomar o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, através do Ensino supletivo (EJA).

Um outro fator importante que aparece na pesquisa é em relação ao lazer nas comunidades, onde 100% dos entrevistados disseram que as comunidades não possuem um programa de lazer para suas famílias, principalmente para a mulher, que se restringe no tomar chimarrão com vizinhos, participar dos clubes de mães para fazer bordados, crochê e outros artesanatos. Já os homens vão ao jogo de futebol, baralho e bocha, mas que nem todas as comunidades possuem esses tipos de lazer organizado. Para o jovem do campo, além de estudar, o Colégio é uma opção para sair de casa, encontrar-se com amigos e colegas, namorar e nos intervalos jogar tênis de mesa. Além desses fatores o Colégio perto das famílias representa, quase que a única oportunidade de estudar, já que as famílias não têm condições de pagar o transporte para que seus filhos estudem na cidade.

O estabelecimento se propõe a desenvolver uma proposta pedagógica que atenda as especificidades das comunidades do campo, oferecendo ensino de qualidade, pois se define dentro de uma proposta que pretende desmistificar o “mito” de que campo é sinônimo de atraso onde a educação não possui qualidade.

A educação no campo precisa ser específica, diferenciada que desafia educandos e educadores para a construção do conhecimento através de uma prática dinâmica e pesquisadora que visa formar cidadãos conscientes e livres. Mas, sobre tudo, deve ser educação no sentido amplo de formação humana, sendo elaborada para atender as necessidades dos adolescentes e jovens vindos das famílias trabalhadoras do campo.

3 - INTRODUÇÃO:

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Paulo Freire – Ensino Médio, tem como desafio fundamental em sua filosofia, trabalhar a formação humana e educacional de seus sujeitos; educandos e educandas, jovens e adultos do campo, educadores e educadoras que nele se inserirem.

Quer ser espaço articulador das comunidades em torno dos projetos de vida e, da produção de conhecimento a serviço da compreensão da realidade na perspectiva da transformação desta realidade.

Este Projeto Político Pedagógico busca seus fundamentos na pedagogia Freireana, com base na Pedagogia do Oprimido e na Educação Popular, como também, se fundamenta na Pedagogia Histórico Crítica, que pressupõe a formação de sujeitos críticos, responsáveis, criativos e participativos, onde trabalha conhecimentos científicos, historicamente produzidos pela humanidade, através do desenvolvimento humano, social

e político, dentro de uma perspectiva de conhecer, compreender, relacionar e aplicar esses conhecimentos em sua realidade, tendo condições de fazer uma análise crítica dessa realidade. Também se fundamenta nos princípios e diretrizes da Educação do Campo gestada desde os Movimentos Sociais do Campo. Respalda-se ainda nas diretrizes de educação da Secretaria de Estado da Educação.

Quer ser de diálogo e busca da garantia da educação enquanto direito, e a qualidade social como horizonte de sua ação.

3.1 - DOS RECURSOS FÍSICOS (MATERIAIS E AMBIENTAIS):

O QUE TEMOS Seis salas de aula, com no mínimo, 1,00 m2 por aluno:Três Turmas com:

1ª ano: 22 alunos2ª ano: 36 alunos3ª ano: 21 alunos

Complexo higiênico–sanitário:Dois banheiros, oito pias, seis vasos sanitários e um mictório.

Instalações específicas para: Administração; Secretaria; Sala de direção e Equipe Pedagógica; 01 sala específica para professores;

O QUE NÃO TEMOS:

Área livre para a prática de Educação Física e recreação, não existindo quadra, nem coberta nem descoberta.

As atividades de recreação no período noturno são desenvolvidas no saguão ou na sala de aula. O Colégio tem necessidade de uma área coberta para o desenvolvimento de atividades de recreação, lazer e culturais.

EQUIPAMENTOS QUE ATENDAM AS FINALIDADES DO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:O estabelecimento iniciou suas atividades no ano de 2005, não

possui equipamentos próprios, mas utiliza equipamentos e recursos pedagógicos da Escola Municipal Irmão Cirilo, a qual funciona em dualidade administrativa. A direção viabilizou pedido de equipamentos e materiais junto a FUNDEPAR, através do protocolado N.º 8.412.223-3, acervo Bibliográfico atualizado e adequado para atendimento das finalidades pedagógico–educativas, numa biblioteca compartilhada com a Escola Municipal Irmão Cirilo. Quanto ao acervo bibliográfico específico para o Ensino Médio, o estabelecimento está organizando uma textoteca que atende as finalidades do projeto pedagógico, efetuando a compra de livros de literatura e pesquisa, materiais didáticos para todas as áreas,

materiais de laboratório de Química, Física e Biologia e está se organizando para o laboratório de informática.

RECURSOS HUMANOS:O Quadro de Professores é composto por 08 membros, mais:Uma diretoraUm professor pedagogoUm auxiliar administrativoUma auxiliar de serviços gerais, contratada pelo regime PSS. Todos os professores possuem graduação na área específica de

trabalho e seis professores possuem Pós-Graduação na área de Educação.

4 - CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA E O CAMPO.

As políticas adotadas para o campo, implementadas nas últimas décadas, principalmente no período da Ditadura Militar, estavam voltadas para um modelo de modernização que priorizava o desenvolvimento de tecnologias para grandes propriedades. Neste contexto, o pequeno agricultor, o camponês, era colocado cada vez mais à margem do processo de desenvolvimento.

Com o final da Ditadura Militar e com a ascensão dos movimentos sociais, surge um novo debate sobre o processo de desenvolvimento do campo, onde os sujeitos desse processo mobilizam-se na luta pelo direito à educação. O processo de organização e luta dos movimentos sociais trouxe à agenda nacional a problemática da Reforma Agrária, a concentração de terra e dos meios de produção. Junto a essa discussão surge também a preocupação de um novo modelo de desenvolvimento para o campo e a construção deste passa necessariamente pela educação.

A educação do campo tem sido historicamente marginalizada. Os dados nos revelam que:

- A escolaridade média da população de 15 anos ou mais que vive em zonas rurais é de 3 a 4 anos, correspondendo quase a metade da estimada para a população urbana.

Urbano RuralBrasil 7,0 3,4Norte 6,4 3,3Nordeste 5,8 2,6Sudeste 7,5 4,1Sul 7,3 4,6Centro Oeste 7,0 4,1Fonte: IBGE - PNAD 2001

Regiões GeográficasAnos de Estudos

Nota: Exclusive população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Número Médio de Anos de Estudos da População de 15 anos ou mais - 2001

Adotando a taxa de escolarização bruta por localização (urbana e rural), que considera a matrícula total em determinado nível de ensino

em relação à população residente na faixa etária aconselhável para esse mesmo nível de ensino, é possível observar que a capacidade instalada para atendimento na Educação Pré-Escolar e no Ensino Médio, na área rural, ainda se encontra bastante defasada ao se comparar com a população urbana. Na área rural, apenas existe oferta para o atendimento de 24,9% das crianças de 4 a 6 anos e de 4,5% dos jovens de 15 a 17 anos, conforme tabela abaixo.

- Taxa de escolarização bruta por nível de ensino e localização-Brasil-2000.

Localização Taxa de escolarização brutaNível de Ensino

Pré-escola Fundamental MédioTotal 43,8% 126,7% 76,6Urbana 49,4% 138,3% 95,1%Rural 24,9% 105,0% 4,5%

Fonte: IBGE e MEC/INE

Esses dados revelam o descaso dos órgãos públicos ao longo da história com o acesso a escolarização para com os trabalhadores do campo. Além disso, o campo e a escola rural raramente são incorporados nas pesquisas no espaço da academia, também não o são no que se refere à formulação de políticas públicas e currículos. A educação do campo é trabalhada a partir de um currículo essencialmente urbano, geralmente deslocado das necessidades e das questões do trabalho no campo. A especificidade do campo geralmente não é considerada na organização do Sistema de Ensino, na formação dos professores, na produção de livros didáticos. Os saberes e a cultura dos trabalhadores do campo, raramente são tomados como referência para o trabalho pedagógico.

As diretrizes curriculares para a Educação do Campo foram regulamentadas a partir de 2002, reconhecendo o modo próprio de vida social, em sua diversidade e, que se constitui numa identidade própria. A partir do disposto na Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – a LDB e da Lei 9.424 de dezembro de 1996, e da Lei 10.172 de 09 de janeiro de 2001, que aprova o Plano Nacional de Educação, e, no Parecer CNE/CEB nº36/2001 é que em 12 de março de 2002 são aprovadas as Diretrizes Curriculares Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, a serem observadas nos diversos sistemas de ensino.

Em todo esse processo de discussão e elaboração as Organizações Populares do Campo implementaram grandes lutas e, hoje podem desfrutar com maior segurança essas conquistas. Porém, agora, a luta é para mantermos uma educação de qualidade, que atenda a realidade e as necessidades das comunidades do campo, onde seus paradigmas se alicerçam numa Educação compreendida com formação humana, pensada desde suas peculiaridades, suas especificidades, articuladas aos saberes e a cultura universal, num projeto mais amplo de desenvolvimento do campo.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DE SOCIEDADE, ESCOLA, ALUNOS, PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DE HOJE, SEGUNDO A CONCEPÇÃO DOS NOSSOS EDUCADORES:

SOCIEDADE:

O QUE TEMOS?Sociedade capitalista, com princípios de propriedade privada,

capital acima de tudo, competitiva, excludente, apelo ao consumismo exacerbado, cópia de modelos comportamentais com idolatria para algumas personalidades e figuras “ideais”, copiando seus valores, princípios, modo de ser e viver, sem questionar, principalmente pelos jovens. Idéia de “vida fácil”.

Meios de comunicações avançados, alcance mundial, com tecnologia abrangente e avançada, que facilita a propagação de idéias e fascínio sobre determinados padrões comportamentais. Muitas informações, sobre todos os assuntos e sentidos, facilitando a despolitização e ao assumimento do individualismo, pois vale tudo.

ESCOLA:

O QUE TEMOS?A Escola pública surgiu a partir das necessidades básicas do

indivíduo, tais como: aprender a ler, escrever e fazer cálculos para dar conta de se integrar no mundo do trabalho, principalmente na manufatura e na industrialização.

Ao longo do tempo a escola assumiu um papel de transmissora de conteúdos gerais e tradicionais, distante da realidade das pessoas, pouco servido à preparação para o trabalho e para a vida.

Hoje a escola tem um amontoado de alunos, dentro de estruturas insuficientes, com número insuficiente de profissionais para dar conta de uma educação de qualidade. Muitas vezes pouco preparados, com pouco tempo para se discutir os problemas internos das escolas de forma coletiva. Muitos conteúdos fora da realidade, muitos professores conteudistas, dificultando uma proposta coletiva para a própria mudança, muito desejada por todos.

A escola hoje repassa as informações, mas não as trabalha, dificultando a formação de um cidadão crítico.

Ao final do ano letivo de 2005 os índices referentes ao aproveitamento educacional foram na seguinte ordem:

1º ano – 87,09% de alunos aprovados; 6,45% de alunos transferidos; 3,23% de alunos com progressão parcial; 3,23% de alunos desistentes.2º ano – 85,72% de alunos aprovados; 9,52% de alunos desistentes; 4,76% de alunos com progressão parcial.3º ano – 92,87% de alunos aprovados; 7,14% de alunos transferidos.

Com base nos índices acima podemos constatar um moderado número de alunos transferidos e desistentes, isso devido a necessidade de trabalhar, auxiliando assim no orçamento das famílias e também a mudança da própria família em busca de melhores condições econômico - financeira. Observamos que repetência não ocorreu no período letivo e os alunos com progressão parcial foram em baixo número, e estes casos em decorrência ao pouco tempo destinado ao estudo, produto da modalidade e da jornada de trabalho.

O índice de alunos aprovados é bom, pois denota-se a preocupação e incentivo das famílias para que seus filhos estudem objetivando uma formação que viabilize sua manutenção na propriedade ou busquem novas possibilidades fora dela.

Os alunos na sua maioria mostram-se preocupados com a qualidade de ensino, sendo mais participativos, críticos e cooperativos.

ALUNOS:

O QUE TEMOS:Temos dois tipos de alunos: aqueles que apesar da escola não

oferecer condições para o trabalho com qualidade, buscam dentro das possibilidades aprender, participar, opinar, construir.

O outro tipo de alunos são os apáticos. Não sabem porque estão na escola. Seus objetivos são estar no grupo para se encontrar, fazer bagunça. Na sala de aula buscam só a nota, quando lhe convém, dificilmente estudam fora da escola, nenhum tipo de conhecimentos lhe interessa, dizem o tempo todo que a aula é chata, que aquele conteúdo é ruim de trabalhar, desmotivam os outros e os professores. Estes hoje são a maioria.

PROFESSORES:

O QUE TEMOS:A maioria dos nossos professores tem formação universitária, na

sua área de atuação. Na nossa escola os professores são efetivos e PSS, quanto aos professores do regime PSS, manifestam insegurança quanto ao vínculo, pois se sentem ameaçados de perder as aulas sempre que há algumas mudanças no sistema. Possuem suas aulas em várias escolas, dificultando o assumir a unidade de ensino e participar dela de forma incondicional.

No geral os professores se sentem desmotivados e incapazes, devido aos problemas na relação com os alunos e consequentemente no ensino. Apesar disso os professores buscam formas de trabalhar melhor. Precisam ter mais acesso a materiais de estudos e de encontros coletivos para discutir os problemas e buscar soluções coletivas.

FUNCIONÁRIOS:

O QUE TEMOS:

São tarefeiros, mal remunerados, descontentes e mal preparados para a função. Muitos têm pouca iniciativa, fazem o que mandam. Não se sentem parte da escola. Existe um projeto de formação continuada para eles em fevereiro e julho de cada ano.

Dentro desta realidade e com o intuito de lutarmos para mudar os paradigmas que sustentam esse sistema educacional o nosso Colégio se propõe:

4.2 - DOS OBJETIVOS DO COLÉGIO E DO CURSO:

O Colégio Estadual Paulo Freire pretende:

a) Afirmar a educação enquanto um direito humano;

b) Democratizar o acesso à informação, ao saber especializado e a cultura do campo e da cidade, permitindo a compreensão dos processos formativos do ser humano, fazendo da escola do campo um espaço verdadeiramente público, que seja perpassada pela vida dinâmica da comunidade, dos movimentos sociais e sindicais do campo;

c) Desenvolver qualificações para que os jovens do campo reflitam sobre a realidade das práticas agroecológicas e da cooperação, numa perspectiva emancipatória e de estreitamento das relações entre educação e desenvolvimento regional e global;

d) Construir a escola na lógica da mesma ser um espaço de pesquisa, elaboração, comunicação dos saberes de experiência feito na perspectiva da contribuição com a transformação da realidade do campo, consolidando processos que afirmem a participação, a construção e a apropriação do conhecimento socialmente produzido;

e) Garantir aos jovens e adultos do campo a continuidade de seus estudos, no campo, aprofundando conhecimentos e saberes já construídos no Ensino Fundamental, na perspectiva da educação do campo, comprometida com o desenvolvimento integral de educandos e educandas e de sua capacidade de aprender ao longo da vida;

5. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: A PERSPECTIVA DO COLÉGIO PAULO FREIRE

Em sintonia com a proposta de educação da Educação do Campo1 e das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo2 e com as orientações de Secretaria de Estado da 1 Educação do Campo, esta concepção de educação vem no sentido de superar a visão e a lógica da escola rural, considerada atrasada, como também, a superação da idéia de meio rural. Estamos falando de campo, educação dos povos do campo. Neste sentido, este é um processo que vem sendo desencadeado no Brasil desde 1998, coordenado pelos Movimentos Sociais do Campo, na perspectiva de se tornar Política Pública. A palavra de ordem desta educação: “Educação do campo: Direito nosso e dever do Estado”.2 As Diretrizes Operacionais para a Educação Básica das Escolas do Campo são, um dos resultados deste processo de lutas dos Movimentos Sociais do Campo, na conquista do

Educação, esta escola propõe-se a contribuir com o desenvolvimento local e regional do Estado, formando sujeitos do campo, jovens e adultos, por meio da reflexão crítica e criativa sobre as relações entre ser humano, sociedade, ciência, trabalho, cultura, ambiente, educação e desenvolvimento, numa perspectiva de inclusão social, visão sócio-histórica e da pesquisa como trabalho que fundamenta a construção social do conhecimento, capaz de intervenção na realidade.

5. 1 – O QUE PRETENDEMOS CONSTRUIR.

Uma Sociedade com seres humanos conscientes, politizada, onde o ser humano possa ter condições de discutir e atuar sobre seu espaço.

Onde os valores sejam construídos a partir de princípios humanizadores, de preservação sócio-ambiental, sócio-cultural, qualidade de vida, com construção coletiva e não imposição de um sistema.

Que as Ciências, a Tecnologia e os conhecimentos sejam acessíveis por todos e que possam ajudar na transformação do meio onde as pessoas vivem, de acordo com sua realidade e opção consciente, proporcionando uma vida mais humana e saudável.

Uma Escola que não esqueça o meio em que o aluno vive, seus conhecimentos, forma de viver, etc... Porém precisa ir além da realidade do aluno, trabalhado conhecimentos científicos que ele possa relacionar com essa realidade, compreendê-la e atuar sobre ela. Uma escola formadora de opiniões.

É preciso trabalhar a consciência histórica, pois somos parte da história, produzimos conhecimentos e usufruímos os conhecimentos produzidos pela Ciência em todos os sentidos da nossa vida. Por isso, a importância de estudar, discutir, pesquisar, elaborar, relacionar. Para isso a escola tem que motivar a curiosidade e a criatividade dos alunos, com professores bem preparados, boas bibliotecas e laboratórios, materiais didáticos e pedagógicos, ambientes melhores, possibilidade de sair da sala de aula para o foco de conhecimentos em loco. Essa é a escola do nosso sonho!

Numa Escola Aberta, pensada no coletivo da sociedade e da comunidade local, que propicie espaço para se buscar os conhecimentos necessários ao processo de desenvolvimento científico e tecnológico a serviço de todos e para melhorar a vida de todos.

Uma Educação baseada em princípios ético-social, de respeito ás culturas, e que busque acima de tudo a valorização da construção coletiva e respeito ao ser humano e a natureza, com todos os seus componentes.

Queremos Alunos participativos, críticos, no sentido do crescimento individual e coletivo. Alunos que ajudem a dar sentido à escola, ajudando discutir as aulas, os conteúdos, que se interessem pela

direito à educação, as mesmas estão na Resolução CNE/CEB N 1, de 3 de abril de 2002.

Ciência, por sua história, por seu meio. “Os alunos que não vem para a escola estudar precisam se tocar e respeitar o que é combinado no coletivo, ter respeito por si e pêlos outros”. (Fala dos alunos).

A escola precisa buscar metodologias de como trabalhar de forma mais prazerosa para dar um impulso inicial, no sentido de motivar os alunos para que busquem os conhecimentos sistematizados. Precisamos ajudar os alunos a criar seu método de aprendizagem, porque se o aluno não se desenvolver, não quiser aprender, não há ensino. Temos um longo caminho pela frente e se não começarmos atuar rápido para pensar em mudar essa situação, teremos problemas mais sérios, como o esvaziamento da escola, aumento da violência, resultando em professores desmotivados e doentes.

Com Professores bem preparados, que leiam bastante, que pesquisem e que não esqueçam que eles precisam estudar sempre.

Que entendam a importância de trabalhar os conhecimentos científicos a partir dos conhecimentos do aluno, que percebam os avanços dos alunos do seu ponto de partida. “Que sejam dinâmicos e variem suas metodologias, fazendo da sala de aula um espaço onde se tenha vontade de aprender”. (Fala dos alunos).

Que assumam a escola de fato, como sua, participando de todos os momentos e ajudando a melhorá-la sempre. Que entendam a escola e a educação como processo participativo e coletivo.

Com Funcionários que façam parte da escola, de fato. Que

sejam preparados para sua função, que se sintam educadores e não tarefeiros, alegres, bem remunerados e que entendam o processo de ensino e aprendizagem da escola, sendo que este se realiza no conjunto das atividades escolares e não somente na sala de aula.

Que se sintam parceiros com os professores e não se isolem nas escolas. Que entendam seu papel como muito importante no processo escolar.

5.1.1 - QUE SUJEITOS QUEREMOS FORMAR?

Cidadãos com respeito pelo ambiente, conscientes de suas responsabilidades perante o conhecimento e a construção de um mundo melhor.

Que saiba valorizar sua história sua cultura, que seja critico e sujeito ativo na sociedade.

Valorizar a cultura das pessoas não significa atender a vícios opressores, mas sim considerar e valorizar os conhecimentos produzidos, as relações humanas construídas.

Buscamos valorizar a cultura do coletivo, do respeito às individualidades sem construir o individualismo, mas que as diferenças enriqueçam e facilitem a construção social e o bem estar das pessoas, o respeito à natureza e as Ciências de modo geral.

Os alunos que apresentam dificuldade, apatia e indisciplina serão estimulados através de metodologia diferenciada, trabalho coletivo

e avaliação que abranjam os aspectos de condução e participação no trabalho desenvolvido.

5.1.2 - QUE SABERES DISCUTIR?

Apoiado em Gramsci, Saviani ( 1991, p. 103) define a escola como “uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber elaborado, e não no saber espontâneo, do saber sistematizado e não do saber fragmentado, da cultura erudita e não da cultura popular”. Essa pedagogia implica:

a) identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo compreendendo as suas principais manifestações bem como as tendências atuais de transformação;

b) conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pêlos alunos no espaço e tempo escolares;

c) provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas aprendam o processo de sua produção bem como as tendências de sua transformação.

Conhecimentos relacionados à Ciência, a Tecnologia, conhecimentos culturais produzidos pela humanidade, considerando o ponto de partida o que o aluno conhece.

Conhecimentos Científicos, produzidos pela humanidade e que nos auxilie na construção de valores onde as pessoas se sintam sujeitos da história e da sociedade, contribuindo nas transformações que devem acontecer a partir do lugar onde cada um vive.

Que os conhecimentos gerem emancipação e desafinação, principalmente da opressão, da desvalorização do humano, do consumismo e dos modismos.

Saber ler, interpretar, raciocinar, pesquisar, criticar, propor, vivendo coletivamente, participando e aprendendo a desenvolver suas potencialidades, se organizando, resolvendo problemas e encarando seus desafios de forma ativa.

O professor utilizará o livro didático público do ensino médio de forma a embazar e subsidiar seu trabalho docente, pois este não deve constituir a única fonte bibliográfica de referência à auxiliar o professor.

Tudo isso, para que possamos, a partir de nossos conhecimentos e do desenvolvimento de nossas capacidades construir uma sociedade de todos, onde as pessoas se sintam parte dela e responsáveis para torná-la mais humana e justa, onde as pessoas se sintam realizadas e felizes.

5.1.3 - COM QUE AVALIAÇÃO:

Precisamos construir uma avaliação que não seja punitiva, mas que ajude a identificar os aspectos que precisamos avançar, tanto no sentido do ensino, aprendizagem, na estrutura, na participação, no cuidado ambiental, na busca do conhecimento científico, considerando sempre o processo desenvolvido, com vistas a retomar os pontos de

estrangulamento, onde o professor possa se auto-avaliar, bem como impulsionar os avanços necessários ao processo.

5.1.4 -.RELAÇÃO DE PODER:

Compartilhada, com construção coletiva e que desafie o poder centralizado.

5.1.5 - OS DESAFIOS QUE PRECISAMOS ENFRENTAR:

A escola precisa enfrentar os atuais problemas que à afeta, abrindo espaços para que ela se torne um lugar onde se trabalhe o conhecimento de fato; precisa fazer parte desses conhecimentos os problemas sociais, políticos, econômicos, tecnológicos, educacionais, culturais, científicos, articulados com o desenvolvimento da capacidade de ler, escrever, interpretar, discutir, criticar, pesquisar, sempre desafiando os alunos a encontrarem saídas para os problemas. Para isso é imprescindível à análise critica, formação de opinião e desafiar-se a elaborar propostas novas, dentro dos conteúdos trabalhados.

Para que tudo isso seja possível precisamos implementar um processo onde a formação integral ou omnilateral, seja viabilizada pela construção e reconstrução do conhecimento que permita a “leitura do mundo” e, a aquisição de instrumental necessário à intervenção sociocultural, na perspectiva emancipatória e de transformação social. A formação omnilateral requer a articulação de sabres provenientes do conhecimento científico e da formação humana, do conhecimento técnico e da apropriação das tecnologias e da experiência de trabalho.

A indissociabilidade entre o aprender e o ensinar, da pesquisa da realidade e do desenvolvimento, numa perspectiva de trabalho comprometido com a busca de soluções individuais e coletivas, para os problemas que surgem ao longo do processo pedagógico do Colégio, conscientemente posicionadas em favor do ambiente e do desenvolvimento sociocultural emancipatório.

A pesquisa se apresenta como ferramenta articuladora de saberes locais e globais e, do exercício imprescindível na formação humana proposta. Sendo, ao mesmo tempo, instrumento de leitura do real, de apropriação de conhecimentos e de intervenção na realidade local e regional.

A partir desta compreensão, o conceito de indissociabilidade entre o aprender e o ensinar, pesquisa da realidade e desenvolvimento não se reduz à aquisição do conhecimento novo e nem às práticas de investigação e de intervenção direta nos processos socioculturais. Este conceito pedagógico afirma a necessidade da indissociabilidade entre os três aspectos como eixo científico da formação humana dos sujeitos e como condição comprometida com a intervenção ética e solidária, capaz de aferir, organizar e projetar a demanda por conhecimento e tecnologia, com o objetivo de atender as estratégias de desenvolvimento compartilhadas pela maioria da população. Tal

perspectiva exige um novo diálogo interdisciplinar e uma forma de organização curricular que articule à área de conhecimento ao conjunto de práticas educativas, repensando as metodologias e os espaços de aprendizagem escolar.

Outra questão que precisamos nos preocupar é a articulação entre teoria e prática. Esta relação pode ser compreendida em dois sentidos complementares. O primeiro como um princípio importante na formação humana emancipatória na medida em que, por meio do conceito de práxis, rompe com a dicotomia entre o pensar e o fazer, o sentir e o conhecer, o conceber e o atuar, indicando a necessidade da educação favorecer experiências que integrem o pensamento e a ação na formação humana. O segundo como um dos aspectos metodológicos centrais para a concretização deste princípio, por meio de uma organização curricular que possibilite a integração entre a leitura do contexto, o conhecimento de experiência feita, a vivência de novas experiências de inserção sociocultural, o conhecimento geral, o conhecimento técnico e a intervenção social. O método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado.

A relação teoria e prática, como um princípio pedagógico e como metodologia dos processos educativos possibilita a formação científica e humana, aproximando a possibilidade de realização da formação integral.

A flexibilidade curricular, possibilitando, de um lado, a absorção das transformações que ocorrem cada vez mais rápidas em nível do conhecimento e, de outro, a absorção, por meio de seminários temáticos e a pesquisa, da necessidade de conhecimento decorrentes da realidade local e regional.

A flexibilidade curricular também deve ser compreendida como a abertura de tempo, por parte de educadores e educadoras, nos diferentes componentes curriculares, para que educandos e educandas possam realizar estudos dirigidos.

Sujeitos capazes de analisar criticamente suas práticas e, do conjunto do campo, bem como, os conhecimentos que lhe são apresentados, posicionando-se autonomamente sobre as questões do seu cotidiano e da sociedade. Aprendizagem baseada nas estruturas cognitivas já estruturadas nos alunos.

Instrumentalizar educandos e educandas, para e na, reflexão sobre as relações sociais, com capacidade de leitura da realidade, proposição de alternativas, de avaliação das soluções propostas e de implementação de processos, sensível às diferenças culturais, solidário, criativo e disponível a conceber e fazer o novo em seu contexto.

Uma educação capaz de articular saberes que envolvem o fazer do campo, o aprender e o transformar a seu contexto, insira-se nas organizações do campo, entendendo as práticas dos movimentos sociais como um direito e formador do ser humano em toda a sua existência.

6 - AS PEDAGOGIAS QUE FUNDAMENTAM O COLÉGIO PAULO FREIRE, TRADUZIDAS PARA A ESCOLA DO CAMPO

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Paulo Freire se fundamenta na Tendência Progressista Libertadora de Paulo Freire e na Pedagogia Histórico – Crítica. A expressão Pedagogia Histórico – Crítica é utilizada segundo Saviani, para traduzir a passagem da visão crítico mecanicista, para uma visão crítico dialética, ou seja, histórico crítica da educação. O sentido básico da expressão Pedagogia Histórico – Crítica é a articulação de uma proposta pedagógica que tenha o compromisso não apenas de manter a sociedade, mas de transformá-la a partir da compreensão dos condicionantes sociais e da visão que a sociedade exerce determinações sobre a educação e esta reciprocamente interfere sobre a sociedade contribuindo para a sua transformação.

Gasparin no livro Uma didática para a Pedagogia Histórico – Crítica considera “O ponto de partida do novo método não será a escola, nem a sala de aula, mas a realidade social mais ampla. A leitura crítica dessa realidade torna possível apontar um novo pensar e agir pedagógicos. Deste enfoque, defende-se o caminhar da realidade social, como um todo, para a especificidade teórica da sala de aula e desta para a totalidade social novamente, tornando possível um rico processo dialético de trabalho pedagógico. ( Gasparin, 2002, p. 03).

Para o desenvolvimento dessa proposta pedagógica, toma-se como marco referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento, tanto para fundamentar e concepção metodológica e o planejamento de ensino-aprendizagem, como a ação docente-discente.

A pedagogia que orienta a educação do campo é construída na trajetória, a partir dos sujeitos do campo e de sua práxis social, procura articular as diferentes matrizes pedagógicas presentes na vida das comunidades e dos educandos, buscando sempre :- Formação com capacidade de pressionar as circunstâncias e transformá-las, subverter a ordem opressora contrapor-se a todo tipo de domesticação e dominação, reinventar a ordem a partir de valores radicalmente humanistas, que tenham a vida acima da propriedade.- Formação do sujeito coletivo, firmando nos princípios da luta organizada, do companheirismo e da solidariedade, construindo novas relações de trabalho e desconstruindo as relações sociais que produzem o individualismo. O grupal, que divide responsabilidade e tarefas, assume conjuntamente a educação da coletividade, tornando a comunidade um espaço de cooperação. - O jeito de produzir o pão, o jeito de compreender o mundo, percebendo a historicidade do cultivo cuidadoso da terra, garantindo um meio ambiente saudável, paciência do tempo de semear e colher no tempo certo, enfim, os mais profundos valores enraizados na cultura dos camponeses. - O trabalho como principio educativo, que humaniza. É pelo trabalho que se constrói o conhecimento, que se criam habilidade e se forma a consciência. O trabalho possui uma potencialidade pedagógica plenamente educativa, pois é a matriz das demais dimensão da vida humana.

- Reconhecimento de que as pessoas se educam, se humanizam no exercício de fazer escolhas. Estar num Movimento é confirmar e fazer permanentemente escolhas, sempre motivadas por valores que são uma construção coletiva. - O cultivo da memória histórica, das Ciências, do trabalho, da produção de conhecimentos e do Movimento das comunidades deve fazer parte de todo processo educativo. - Formação dos jovens e adultos com uma visão ampla e coerente com a realidade das comunidades do campo, trabalhando a identidade, seu saber e sua autonomia. Como nos orienta Paulo Freire na Pedagogia do Oprimido.

“Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem. (Freire, Pedag. Oprimido, pág 69).

7 - ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO

O currículo disciplinar do ensino médio é constituído por 12 disciplinas, entretanto, pressupõe uma perspectiva interdisciplinar e de contextualização.

Partimos da compreensão de que o conhecimento é uma construção social e, que o conhecimento universal é um direito de todos e todas, num processo de desvelamento, apreensão e transformação da realidade, mediada pelo contexto sócio-histórico e pêlos sujeitos nele envolvido.

O saber escolar constitui-se a partir da Ciência, da História, de escolhas, idéias, opções intencionais que atendam a determinados fins. Como diz Saviani:

“As idéias variam, cruzam-se, opõem-se, aproximam-se, em determinados momentos avançam, em outros recuam, saem de cena, reaparecem, ostentam-se, dissimulam-se... a depender da correlação de forças, conforme as necessidades e exigências impostas pelas circunstâncias e pêlos atos em movimento, em conflito...”. E acrescenta: “meu ponto de partida é a noção de que a educação visa instrumentalizar o povo para fins de participação social, ou seja, tem dupla função: técnica (enquanto dotação de instrumentos, que envolve o como e com que educar – os meios) e política (enquanto dotação voltada para a participação social, envolvendo o porquê e para quê educar – os fins)”. (Saviani, Saber Escolar, Currículo e Didática, pg. 1 e 4).

O currículo assume o papel de efetivar práticas democráticas,

participativas e dialógicas como pressuposto do processo de construção social do conhecimento, centro da educação do campo.

Compreende-se as disciplinas como campos do conhecimento constituídos historicamente e delimitados por saberes que os identificam. Estes saberes são compostos por conteúdos (estruturantes e pontuais) e por um quadro teórico conceitual de referência ou práticas, metodologicamente tratados no ensino escolar, sendo a disciplina compreendida como elemento que constrói a interdisciplinariedade.

Comumente a interdisciplinariedade é entendida nas relações que ocorrem quando conceitos ou práticas de outra disciplina são incorporada à discussão do conteúdo de minha disciplina, auxiliando na compreensão do mesmo, ou quando ao mergulhar no objeto de estudo da minha disciplina, estabeleço relações com outras disciplinas, explicitando que elas não são fechadas em si mesmas, mas, que elas tratam de objetos que são comuns entre si. Ela se dá por meio de uma relação teórica – conceitual entre os diferentes campos do conhecimento. Fica, desta maneira, indicado que a interdisciplinariedade está no objeto em estudo e, pode ser visualizada por meio da articulação entre as disciplinas.

A interdisciplinariedade se integra a contextualização, sendo definida contextualização por Ramos como, “a contextualização na pedagogia, é compreendida como a inserção do conhecimento disciplinar em uma realidade plena de vivências, buscando o enraizamento do conhecimento explícito na dimensão do conhecimento tácito”. (Ramos, p. 01, s/d). este princípio contribui para que o conhecimento ganhe significado para o aluno, para que aquilo que lhe parece sem sentido seja problematizado e apreendido.

Nesta dimensão pedagógica é preciso que o professor tenha cuidado para não empobrecer a construção do conhecimento em nome de uma prática de contextualização, reduzindo a abordagem pedagógica aos limites da vivência do aluno. O contexto deve ser o ponto de partida da abordagem pedagógica o qual permite o desenvolvimento do pensamento abstrato e da sistematização do conhecimento.

A noção de contextualização contempla que o contexto não é o entorno contemporâneo e espacial de um objeto ou acontecimento, mas, um elemento fundamental da estrutura sócio-histórica, marcada por uma metodologia que faz uso necessariamente de conceitos teóricos precisos e claros voltados para a abordagem das experiências sociais dos sujeitos históricos produtores do conhecimento.

Neste sentido a proposta curricular do Colégio Estadual Paulo Freire organiza-se em tempos educativos da seguinte forma:

7.1 - TEMPO DE DURAÇÃO DO CURSO:

O curso está estruturado num tempo de três anos, com um total de 2400 horas. O ano letivo é organizado em trimestre ( 1º , 2º e 3º trimestre ).

7.2 - TEMPOS EDUCATIVOS:

O curso prevê a organização de diferentes tempos educativos, no sentido de buscar a formação dos jovens e adultos do campo numa

perspectiva interdisciplinar e em suas várias dimensões. Quer criar também a prática da organização coletiva e pessoal de estudo. Isso também por acreditarmos que a formação passa pelo conjunto de práticas educativas, as quais chamamos de tempos educativos. Tempo Aula, Tempo Pesquisa, Tempo Seminário, Tempo Cultura.

Repensar e reconstruir a ação educativa da escola nesta perspectiva, passa pela organização pedagógica e política dos tempos educativos, como forma de desafiar o Colégio, o curso e os educandos e educandas a pensar sua formação, na perspectiva de desenvolver um currículo que vá além do ensino de conteúdos e assuma um projeto educativo de formação de homens e mulheres do campo.

Este é um processo que precisa ser assumido pelo coletivo de educadores do curso, acreditar que é possível educar além do ensinar. A seguir estão alguns dos tempos educativos propostos pelo Projeto Político Pedagógico do curso:

a) TEMPO AULA: o tempo aula é um tempo reservado para o trabalho das disciplinas, das aulas e no caso do colégio, sendo um tempo privilegiado, com conteúdos, conhecimentos, pesquisas e práticas.

b) TEMPO PESQUISA E ESTUDO: é um tempo semanal onde educandos e educandas através da orientação de seus educadores com indicações de estudo se organizam para pesquisas e estudos. Aqui serão trabalhados temas da atualidade brasileira e do Paraná, da cultura, das práticas de produção e de vida do campo, estudo de clássicos da literatura brasileira e latina e, outros temas, que serão planejados e previstos na proposta pedagógica da escola e distribuídos durante o ano. Todo este processo será socializado em forma de seminários, jornadas culturais, dias de campo. É um tempo de responsabilidade de cada turma, com seus educandos e coordenado por educadores como forma de formar com autonomia e criar a disciplina pelo estudo e pelas leituras.

c) TEMPO LAZER E CULTURA: é organizado trimestralmente, pode ser coordenado pela turma. Para organizar e promover interséries – jornadas culturais, festas, almoços, festivais, murais, jornal. Este tempo poderá ser com a participação das comunidades.

d) TEMPO SEMINÁRIO: é um tempo semestral, onde a turma faz o estudo e aprofundamento de temas significativos (conforme tempo pesquisa e estudo). Este tempo será sempre com toda a coletividade da escola. Queremos aqui formar no sentido de preparar os jovens e adultos do campo, para falas em público, coordenar eventos, promover debates, enfim, desenvolver seminários de temas de interesse e necessidade do campo.

8 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

Todo processo de avaliação está circunstanciado e exposto num modelo de educação e de sociedade. Compreendemos a avaliação como

uma ação humana concreta, situada e contextualizada e com a participação ativa dos educadores, educandos e pais.

Refletindo sobre a avaliação, Paulo Freire deixa claro que “ Os sistemas de avaliação pedagógica de alunos e de professores vem se assumindo cada vez mais como discursos verticais, de cima para baixo, mas insistindo em passar por democráticos. A questão que se coloca a nós, enquanto professores e alunos críticos e amorosos da liberdade, não é naturalmente, ficar contra a avaliação, de resto necessária, mas resistir aos métodos silenciadores com que ela vem sendo às vezes realizada. A questão que se coloca a nós é lutar em favor da compreensão e da prática da avaliação enquanto instrumento de apreciação do que fazer de sujeitos críticos a serviço, por isso mesmo, da libertação e não da domesticação”. ( pp. 130 – 131,2004 ).

Neste contexto histórico, enraizado profundamente na vida do colégio, torna-se um desafio construir práticas avaliativas contínuas, diagnósticas e dialógicas, participativas, investigativas, democráticas e emancipatórias, que avaliem cada educando e educanda, como também, todos os processos educativos presentes na práxis do colégio.

Quando falamos em avaliação, precisamos nos remeter à sociedade como um todo, ver o colégio, a família, os homens, as mulheres, e nos perguntarmos: Que sujeitos queremos formar? Para que sociedade? Que família vislumbra nesta sociedade?

Avaliar, na concepção dialética, não é uma simples tarefa conclusiva, tabulada, datada, mas um processo necessário para desenvolvermos o pensamento dos sujeitos envolvidos e os princípios desta educação. Avaliar nesta perspectiva é compromisso, é um aprendizado permanente na dinâmica transformadora.

“Conquista da priorização do ato de aprender, de construir-se, em detrimento do ato de aprovar ou reprovar, há de tornar os homens, mais felizes. A comprovação desta assertiva reside na observação das amarguras decorrentes da coação da avaliação que tem fim em si mesma e que é fator gerador e multiplicador de frustrações”.( Luckesi: 1992)

Essa proposta exige conhecer profundamente a realidade em que estamos inseridos, as possibilidade de ação e articulação com o todo da sociedade. Entendendo que o processo de conhecer e desvelar a realidade precisa ser educativo e formativo. Conhecer a realidade está associado com o compromisso de transformá-la, onde o sujeito e o meio estarão em constante mediação e interação.

A escola do campo e a sala de aula são cenários possíveis, onde poderemos vivenciar currículos que possibilitem conhecer nossos educandos e educandas em suas várias dimensões e propondo práticas que ajudem estes se conhecerem e conhecerem seu mundo.

“Fazer de tudo para que cada passo, por pequeno que seja, proceda rumo ao futuro; sem excluir apriore passos mais largos e tomadas de consciência mais radicais”. (Manacorda

1992).

A avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e instrumentos diversificados elaborados pelos educadores como avaliação oral, escrita, avaliação individual ou em grupo, auto-avaliação, trabalhos individuais ou grupos, dando relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal sobre a memorização bem como os aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

As notas trimestrais serão resultantes da somatória dos valores atribuídos em cada instrumento de avaliação com no mínimo duas avaliações sendo vedado submeter o aluno a uma única oportunidade ou um único instrumento de avaliação.

É na perspectiva de implementarmos concretamente os princípios da educação de nossa proposta, que estamos propondo os conselhos de classe participativos, entendendo os mesmo como um espaço-tempo, participativo e democrático com a finalidade de avaliar e diagnosticar o processo ensino aprendizagem no conjunto da escola, ou seja, no conjunto dos procedimentos administrativos e pedagógicos.

Para nós, avaliar é parar, olhar o que foi feito e como foi feito, tendo como referência os objetivo a que nos propomos. Para isso é fundamental o olhar dos diferentes sujeitos envolvidos nesse processo, para que o colégio e a sua pedagogia sejam visto dos diferentes lugares que ocupamos e que nossos papeis possam ser avaliados por estes olhares.

“O momento de avaliação deveria ser um “momento de fôlego” na escola, para em seguida, ocorrer a retomada da marcha de forma adequada e nunca um ponto definitivo de chegado” (Cipriano Luckesi 1986).

Nessa proposta de avaliação o Conselho de Classe se constitui um momento muito importante, onde o colégio para refletir o processo de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, a cada trimestre. Constitui-se em três grandes momentos:

a) um primeiro onde se reúnem os educandos com o professor coordenador de turma para avaliar o processo percorrido, levantando os momentos significativos do ensino e da aprendizagem, bem como os pontos menos significativos e que terão que ser retomados tanto pêlos professores, quanto pêlos alunos;

b) um segundo momento, o Conselho é realizado entre educadores, alunos representantes, direção, coordenado pelo professor pedagogo para encaminhar soluções para os problemas levantados de cada turma em relação ao ensino e a aprendizagem.

c) um terceiro momento, o professor coordenador, professor representante, e direção, socializam os encaminhamentos oriundos do Conselho de Classe.

Os professores coordenadores das turmas e os alunos representantes de turmas ficarão atentos para que todos os encaminhamentos sejam trabalhados tanto por parte dos professores quanto dos alunos.

9. – RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

Aos educandos será proporcionado a Recuperação de Estudos, de forma paralela, contínua e permanente, ao longo da série.

O resultado da recuperação substituirá o da avaliação efetuada quando o educando obtiver uma nota maior do que obteve na avaliação inicial.

A recuperação de estudos será planejada, contínua e permanente, integrada ao processo de ensino, assumindo várias formas como:a) trabalhar o conteúdo defasado de forma a articular novas sugestões de

atividades;b) articular o trabalho do professor para que quando estiver em hora

atividade realize recuperação dos conteúdos em déficit;c) confecção de trabalhos sobre o conteúdo a ser recuperado pelo aluno e

apresentação em sala, como estímulo para a verificação da aprendizagem;

d) acompanhamento individual dos alunos, baseado no diagnóstico de avaliação cumulativa, assegurando o direito à continuidade dos conteúdos previstos para o ano em curso.

10 - MATRÍCULA EM REGIME DE PROGRESSÃO PARCIAL

A matrícula em Regime de Progressão Parcial é aquela por meio da qual o educando, reprovado em até três (3) disciplinas da série é permitido cursar a série subsequente concomitantemente às disciplinas nas quais reprovou.

A matrícula com dependência poderá ser ofertada até o limite máximo de (3) disciplinas a partir da 1ª série do Ensino Médio.

No regime por dependência, o educando poderá cursar apenas as disciplinas nas quais estiver em dependência desde que:a) a opção seja feita por escrito pelo pai ou responsável do aluno menor

de idade;b) a opção seja feita por escrito pelo aluno maior de idade;c) não haja oferta do curso em mais de um período.

O educando deverá obrigatoriamente cursar apenas as disciplinas em dependência quando, for reprovado em dependência e/ou disciplina da última série do curso. Sendo que o Colégio Paulo Freire ofertará a dependência em Regime Especial de Estudos.

11 - CLASSIFICAÇÃO

A classificação constitui um procedimento que o colégio adota para posicionar o aluno na série compatível com a idade, experiências,

desempenho (adquiridos por meios formais ou informais) e ao seu grau de desenvolvimento e conhecimento.

A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige as seguintes medidas administrativas para resguardar os direitos, da escola e profissionais:a) proceder a avaliação documentada pelo professor ou equipe

pedagógica;b) comunicar ao aluno ou responsável a respeito do processo a ser

iniciado para obter deste o respectivo consentimento;c) organizar comissão formada por docentes, técnicos e direção da escola

para efetivar o processo;d) arquivar atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;e) registrar os resultados no histórico escolar do educando, no relatório

final e em ata.A idade do aluno deverá ser compatível para a qual for

declarado apto a cursar. A classificação do aluno não vinculado a estabelecimento de ensino poderá ser realizado em qualquer época do ano, sendo que o controle da freqüência dar-se-á a partir da data efetiva da matrícula.

O aluno de país estrangeiro que não apresentar documento escolar e condições imediatas para a classificação, deverá ser matriculado na série compatível com a sua idade, em qualquer época do ano, ficando a escola obrigada a elaborar plano próprio para o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades necessárias para o prosseguimento de seus estudos.

12. RECLASSIFICAÇÃO

É o processo pelo qual a escola avalia o grau de experiência do aluno matriculado, a fim de encaminhá-lo à etapa de estudos compatível com sua experiência e desempenho, independente do que registre o seu histórico escolar. A reclassificação possibilita a classificação de um aluno em determinada série ou etapa escolar de forma a promover a aceleração de estudo, este processo compete a escola que avalia a decide a série adequada ao desenvolvimento do aluno.

O processo de Reclassificação não poderá ser aplicado aos alunos da 3ª série do Ensino Médio (Instrução conjunta nº 06/02- SGE / SEED).

Os alunos retidos por freqüência com conceito equivalente a desempenho satisfatório poderão passar pelo processo de reclassificação o qual deve ocorrer, até o final do 1º trimestre letivo.

Para o processo de Reclassificação, o aluno deverá estar matriculado no estabelecimento de ensino que avaliará o seu grau de desenvolvimento e experiência, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo ao período de estudos compatível com a sua experiência e desempenho.

Considerações Gerais:a) é vedada a classificação ou reclassificação para etapa inferior

a anteriormente cursada;

b) o resultado da classificação ou reclassificação registrado em ata, deverá integrar a Pasta Individual do Aluno a ser registrado no Relatório Final e no seu Histórico Escolar, ficando dispensado o envio de cópia da Ata à CDE/SEED. Será enviada ao NRE cópia da Ata e provas.

13 - ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO DA ESCOLA

No princípio da gestão democrática, efetiva-se a participação dos vários segmentos do colégio, ou seja, participação dos educandos e educandas, das comunidades envolvidas, das famílias, de educadores e educadoras, das organizações da comunidade, dos movimentos sociais e outros parceiros do colégio. Participação intencional e organizada, tanto na gestão administrativa e financeira, como na gestão pedagógica da escola.

O processo de gestão coletiva exige planejamento, definição de responsabilidades pessoais e avaliação permanente. Exige ainda o princípio da transparência econômica e das informações em todas as ações da escola.

13.1 - EQUIPE DIRETIVA:

A equipe diretiva é composta por um diretor ou diretora, pelo professor pedagogo, e o secretário (a), que tem, entre outras, as funções da gestão administrativa, financeira e pedagógica, com o papel de coordenar a elaboração dos planos de estudos, dos planejamentos do conjunto dos tempos educativos, do calendário escolar, horário, coordenando todo o processo de desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico do colégio, e a formação de educadores e educadoras.

13.2 - SECRETARIA:

Estes reconhecidos como educadores da escola, terão a tarefa especifica, pelo cuidado da documentação de educandos e educandas, garantir o fluxo de informações entre o administrativo e o pedagógico e pela assinatura de documentos juntamente com a direção da escola.

13.3 - CONSELHO ESCOLAR:

Com base no princípio da gestão democrática, o conselho escolar será composto por membros dos vários segmentos da comunidade escolar, exercem práticas educativas na perspectiva do desenvolvimento do colégio. Este terá reuniões periódicas para garantir o processo de acompanhamento da gestão da escola. Tem a tarefa de propor, avaliar, acompanhar e dar suporte ao trabalho do colégio.

O Conselho Escolar será constituído pelas seguintes categorias:a) Diretor;b) Professor Pedagogo;c) Representante da Equipe Administrativa;d) Representante do Corpo Docente;

e) Representante de Estudantes indicados pelo Grêmio Estudantil;

f) Representantes dos Pais ou Responsáveis;g) Representante da Comunidade;O número de representantes deverá ter paridade e equidade

entre os segmentos da escola e das organizações da comunidade.Os membros do Conselho Escolar, bem como seus Suplentes,

serão escolhidos por seus pares, que por reunião própria fará a escolha de seus representantes.

A presidência do Conselho Escolar será exercida pela Direção do Colégio Paulo Freire. O mandato dos integrantes do Conselho Escolar será de dois anos, não coincidindo necessariamente com o mandato da direção.

13.4 - ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES:

É composto por membros da comunidade, pais de estudantes, educadores e educadoras. Escolhidos por meio de eleição, com vigência de dois anos. Tem como principais funções, auxiliar a direção da escola em assuntos administrativos e financeiros e pedagógicos.

13.5 - ORGANIZAÇÃO DOS EDUCANDOS E EDUCANDAS:

“É preciso que a nova geração compreenda, em primeiro lugar, qual é a natureza da luta travada atualmente pela humanidade; em segundo lugar, qual o espaço ocupado pela classe explorada nesta luta; em terceiro lugar, qual espaço que deve ser ocupado por cada adolescente; então é processo que cada um saiba, em seu respectivo espaço, travar a luta...”(PistraK – fundamentos da escola do trabalho.Pg.127, 2000).

Esta organização precisa ser construída processualmente com educandos e educandas. Não poderíamos aqui levantar ou apresentar um pacote pronto, isso não seria educativo junto ao coletivo de educandos, por outro lado precisamos dar início à caminhada, não podemos ser ingênuos, achando que a organização acontece por si só e para isso apontamos algumas possibilidades, as outras o processo nos mostrará.

Cada turma organiza-se, segundo seus critérios, em núcleos, que serão fixos por um tempo determinado, e que terão diferentes tarefas: os estudos das disciplinas, como também as pesquisas e a organização de seminários e outras tarefas.

Do conjunto das turmas forma-se a coordenação de educandos e educandas, que terá liberdade de organizar-se para o conjunto de necessidades que o processo pedagógico exigirá. Seja esta a organização do grêmio estudantil, formada por um colegiado de estudantes.

14 – FORMAÇÃO CONTINUADA DOS EDUCADORES

A participação na elaboração do plano de formação continuada em nível de colégio é muito importante e deve acontecer a cada início de ano letivo. Este plano pode se constituir em momentos de estudos e reflexão sobre o papel do educador, na sociedade atual, as metodologias de ensino e as concepções de educação, suas finalidades e a relação do ensino com a realidade social.

Cada época se impõe e nos impõe desafios diante dos quais nos sentimos, muitas vezes, despreparados. Hoje mais do que nunca os educadores e educadoras estão sentindo este problema. A sociedade se reorganiza em passos velozes e a todo o tempo o conhecimento muda, jogando um amontoado de informações, através da mídia. Os educadores nem sempre param para refletir sobre essas informações, preparando-se para trazê-las para a sala de aula e introduzi-las no seu trabalho pedagógico de forma que o conteúdo em todas as áreas tenha sentido real. Todas essas informações e conhecimentos têm chegado até a escola, levando questionamentos que demandam reflexões, análises e posicionamentos.

Precisamos mais do que nunca garantir a qualidade de ensino para todos e isto só é possível pela coesão da teoria com a prática, através de ações pedagógicas conscientes, organizadas e coletivas, buscando cada vez mais a participação da comunidade escolar, no processo de pensar a escola dentro da realidade social, econômica, ambiental. Só assim é possível formar cidadãos conscientes e atuantes. Porém os educadores precisam reaprender essa prática e, por isso, a importância do coletivo, do estudo, da pesquisa, da partilha.

A formação continuada, tanto em nível local por unidade de ensino, quanto por Município ou pelo Estado se faz necessária para construirmos um processo democrático e um caminho real de melhoria da qualidade de ensino.

O Colégio Paulo Freire obedecerá a seguinte organização de implementação da Formação Continuada de seu quadro de Educadores:

Grupo de estudos trimestral para estudarem temas relacionados aos Eixos Temáticos e sua fundamentação;

Sempre que houver necessidade de aprofundar, avaliar, reorganizar, replanejar questões referentes ao processo educacional, onde se reunirão os professores, direção e pedagogo;

Os educadores, quando convocados pelo Colégio, NRE ou SEED deverão se fazer presentes nos cursos, encontros, seminários, etc.;

O Colégio recebeu os livros da biblioteca do professor, os quais são utilizados para atualização do docente através da leitura durante a hora atividade e empréstimo.

Os educadores também poderão tomar iniciativa de grupos de estudos aos Sábado ou em horário contrário, obedecendo a critérios próprios de horários e temas, conforme a necessidade do grupo.

15 - HORA ATIVIDADE

A Hora Atividade é um tempo destinado ao planejamento, organização e atualização do professor. Este espaço deve ser utilizado de

forma que os professores estejam aprofundando seus conhecimentos em sua área específica e temas gerais, bem como sua atualização permanente.

A Hora Atividade constitui um tempo importante onde o professor, organiza suas aulas. Este tempo traduz uma aula de maior qualidade, sendo assim quem ganha é o educador, o educando e o Colégio como um todo, pois não é possível pensar em uma aula bem preparada sem tempo para a organização da mesma.

16 - PROJETOS INTERDISCIPLINARES ASSUMIDOS DENTRO DO CURRÍCULO

a) Agenda 21 – Este Projeto objetiva desenvolver, junto aos alunos e as diversas comunidades que compõem a grande comunidade escolar, a sensibilidade quanto ao cuidado e a preservação do meio ambiente, bem como uma formação adequada quanto à coleta seletiva do lixo, o aproveitamento de embalagens ou para a venda como produto de transformação ou ainda, as embalagens que não podem ser reutilizadas como dar um destino adequado.

Dentro deste Projeto está sendo trabalhado durante todo o ano as várias formas de aproveitar o lixo orgânico, com destaque para a compostagem de adubo e o papel reciclado.

b) Mini Maratona – Objetiva envolver as comunidades em atividade de lazer e atividades físicas, numa integração entre pais e alunos.

A maratona terá 12 km de percurso, seguindo trilhas já construídas na comunidade onde se situa o Colégio. Ao meio-dia será servido almoço comunitário e à tarde haverá outros jogos nas dependências do Colégio. Será feito ao sábado ou domingo para possibilitar a participação de todos.

Busca-se convênio, junto à prefeitura para que os ônibus circulem neste dia.

O Projeto será coordenado pela disciplina de Educação Física.

c) Projeto de Leitura - Este Projeto pretende fazer com que os alunos se interessem pela leitura de assuntos atuais, que depois ajudará nas suas atividades de sala-de-aula.

Será organizado a cada quinze dias, na biblioteca, com o professo (a) da primeira aula, um dia para o 1º ano, outro dia para o 2º ano e outro dia para o 3º ano.

A bibliotecária e a coordenação pedagógica se encarregará de que aja sempre material disponível para todos os alunos, podendo ser jornais, revistas, recortes e outros materiais que trazem assuntos atuais e de destaque nas áreas sócio-econômicas, políticas-socias, meio ambiente e assuntos que serão solicitados pelos alunos. O professor (a) da sala acompanhará os alunos e também fará leituras de seu interesse.

d)Feiras: Com Ciência e Fera – Neste Projeto será apresentado um ou mais, conforme a organização dos eventos, onde são

produzidos trabalhos em todas as turmas, com destaque ao aprendizado produzidos no Colégio, durante o ano, podendo participar qualquer área, desde que se proponha a desenvolver trabalhos organizados, científicos e críticos, onde os alunos se integrem no mundo das Ciências e de das artes de forma criativas.

17- PLANO DE AÇÃO INSTITUCIONAL

17.1 - GESTÃO DEMOCRÁTICA:

É um desafio, pois lutamos com diversos conceitos em torno do que é e como se dá um processo democrático. Porém quando há respeito pelas diferenças, estas nos ajudam a construir um processo democrático, pois todos se sentirão valorizados, e desafiados a dar o melhor de si em seu setor de trabalho, conseqüentemente contribuindo para que o Colégio como um todo cresça na sua proposta de ação, incluindo professores, funcionários, educando, comunidade escolar, coordenação pedagógica e direção. Gestão democrática é o processo político através do qual as pessoas na escola discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham. Acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações, tendo como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.

O Conselho Escolar desempenha um papel importante, assegurando que as diretrizes coletivas, e o Projeto Político Pedagógico sejam cumpridos, pois articula todos os segmentos do Colégio em torno da qualidade do Ensino e de uma gestão democrática dos recursos do colégio, zelando para seu bom funcionamento. O Conselho Escolar é a instância maior da escola no qual constitui-se todo o suporte político, administrativo e educacional do Colégio.

Outro órgão importante na gestão escolar é o Conselho de Classe, por ser um órgão colegiado que congrega todos os educadores e alunos com o objetivo de analisar, interpretar os dados do processo ensino-aprendizagem proposto dentro do Plano Curricular.

O Grêmio Estudantil através de sua organização bem estruturada ajuda e facilita a administração da escola.

É possível construir esse coletivo se estivermos abertos e mobilizarmos a participação de todas as instâncias, respeitando as decisões assumidas pelo coletivo, os pais, alunos, professores e os órgãos colegiados.

17.2 - PROPOSTA PEDAGÓGICA

A Proposta Pedagógica do Colégio está orientada pelo Projeto Político Pedagógico, nele temos a participação de toda a comunidade escolar. É de fundamental importância essa participação, sem a qual não teremos perspectiva de construção de uma Proposta de Educação do Campo, pautada no respeito à cultura, a realidade do campo e a

construção de um Projeto de Desenvolvimento para o Campo, até hoje esquecido, mas que devido às organizações do campo retoma essa discussão e constróem Diretrizes Próprias para a Escola do campo. A Proposta do Colégio Paulo Freire vem sendo construída nesta perspectiva, com fundamentação teórica e metodológica onde contempla a teoria/prática como elementos indissociáveis, dentro de uma concepção de que o ser humano aprende, constróe, evolui pelo conhecimento elaborado no contexto histórico dentro das relações sociais, de trabalho, ambientais, econômicas, cultural, tecnológica, científica e religiosa.

Neste contexto, a avaliação faz parte do processo. Não é estanque, não é parcial, é sim diagnóstica compreendendo o ponto de partida do educando, é processual, pois contempla o todo, é formativa porque possibilita o crescimento, a retomada, o replanejamento e, também por estarmos dentro de normas educacionais gerais para a Escola Pública, assumimos a avaliação como cumulativa e somatória, revertendo-se em classificação como resultado do aprendizado, porém com a possibilidade para que o educando retome os conteúdos não aprendidos, em forma de recuperação de ensino.

17.3- FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

Precisamos mais do que nunca garantir a formação continuada de nossos educadores, pois sabemos que a realidade social, econômica, científica, e tecnológica muda numa velocidade muito grande. Os educadores precisam retomar suas concepções, seus conhecimentos, para de fato tornar o espaço escolar por excelência, um espaço de trabalho com conhecimento científico ligado ao conhecimento do aluno, transformando-o. Junto a isso os educadores precisam repensar suas práticas metodológicas. A formação continuada a nível de cada unidade de ensino facilitará para que os educadores estudem em grupos, troquem experiências metodológicas e aperfeiçoem seus conhecimentos e suas práticas.

Sempre que houver necessidade de aprofundar, avaliar, reorganizar, replanejar questões referentes ao processo educacional, os educadores, direção e professor pedagogo se reunirão.

Os educadores também, poderão se organizar em grupos de estudos, em período contrário obedecendo critérios próprios de horários e temas, conforme a necessidade do grupo.

Os livros da Biblioteca do Professor deverão ser usados pelos educadores em leituras individuais ou estudo em grupo nos períodos da Hora Atividade, planejamento e formação.

17.4- QUALIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

O Colégio Estadual Paulo Freire tem seus materiais didáticos e uso do prédio compartilhado com a Escola Municipal Irmão Cirilo. Sempre que houver a possibilidade e oportunidade os educandos estarão participando de eventos, cursos que venham contribuir com a formação.

Aquisição de materiais didáticos e equipamentos que venham a contribuir para o bom desenvolvimento das aulas pelos educadores, é constante, destacando a compra de inúmeros livros literários e de pesquisa. Os materiais laboratoriais nas áreas de química, física e biologia estão disponíveis para uso dos educadores e educandos, mas tendo como restrição a falta de espaço físico.

Destacamos ainda a necessidade de termos o Laboratório de Informática, mas até o momento não recebemos os equipamentos.

18 – AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO - PEDAGÓGICO

A avaliação do Projeto Político-Pedagógico estará sendo feita semestralmente (julho e dezembro) durante o planejamento interno do colégio, sob a coordenação do professor pedagogo e com a participação de todos os docentes, a avaliação será oral e escrita de cunho diagnóstico para posterior análise e solução dos pontos falhos.

Esta avaliação objetivará o acompanhamento das atividades pedagógicas e a real implementação do Projeto.

A equipe pedagógica terá a função de acompanhar e coordenar os tempos, projetos e orientações didático-pedagógicas constantes no Projeto.

19 - BIBLIOGRAFIA

1 - DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO. Resolução CNE/CEB Nº 1: Ministério da Educação, Brasília, 2002.

2 - Freire, Paulo. Pedagogia da Terra do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.

3 - FREIRE, Paulo. Pedagogia da Terra da Autonomia, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

4 – GASPARIM, João Luiz – Uma Didática para a Pedagogia Histórico - Crítica – 3ª ed. Revista – Editora Autores Associados. 2002.

5 - IBGE - PNUD, Censo 2001. Brasília, 2001.

6 - LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

7 - LUCKESI, Cipriano C. Uma Compreensão do Ato de Avaliar. São Paulo: Cortez, 1992.

8 - LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL: Lei 9394/96. Brasília: Senado Federal, 1996.

9 - MANACORDA, Mário A. M. Pedagogia moderna. Tradução em português: Cortez, 1992.

10 - MEC/INEP. Taxas de Escolarização. Brasília, 2000.

11 - PISTRAK. Fundamentos da Escola do Trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1981.

12 - SAVIANI, Demerval. Saber Escolar, Currículo e Didática. São Paulo: Cortez, 1982.

**Aprovado pelo Conselho Escolar de acordo com a Ata Nº 25/07 de 23/03/2007.

ANEXOS

Secretaria de Estado de Educação.

Colégio Estadual Paulo Freire-Ensino Médio

Município de Francisco Beltrão

Plano de Ação

Diretora: Maria Isabel Farias

Pedagogo:Giovano Bender

Francisco Beltrão, Março de 2007.

OBJETIVOS

- Possibilitar que o Colégio Estadual Paulo Freire desenvolva um

ensino fazendo relação entre a teoria e a prática.

- Manter um bom relacionamento entre educadores, equipe Pedagógica,

funcionários, educandos, pais e toda comunidade escolar, qualificando o

trabalho desenvolvido.

- Seguir a Proposta Pedagógica construída no coletivo, dentro da linha de

pensamento Histórico Crítico.

- Promover a gestão democrática no interior da escola e com a

comunidade escolar.

- Através do efetivo desenvolvimento da Proposta Pedagógica e da Gestão

Democrática obteremos significativos avanços na qualidade do ensino em

nosso estabelecimento.

- Qualificação dos equipamentos de uso docente, discente e

administrativo os quais refletirão em um melhor atendimento ao

educando e consequentemente facilitadores do aprendizado.

- Este plano de ação objetiva estabelecer metas, objetivos e ações, as

quais serão desenvolvidas, articuladas de modo coerente e inerente ao

Projeto Político Pedagógico e a Proposta Pedagógico Curricular no

decorrer do ano letivo.

AÇÕES QUE SERÃO DESENVOLVIDAS NO ANO DE 2008.

- Assembléias com pais, educandos e educadores. Nessas assembléias a

comunidade escolar será chamada para participar, decidir sobre diversos

assuntos. Estarão acontecendo a cada semestre no espaço do Colégio.

Um dos grandes objetivos dessas Assembléias é situar os pais sobre o

andamento dos trabalhos pedagógicos que são desenvolvidos no Colégio

Estadual Paulo Freire, ao mesmo tempo estão participando da vida

escolar de seus filhos. Essa atividade é de responsabilidade da direção,

equipe pedagógica.

- Escolha do uniforme do Colégio, que terá a seguinte procedência: para

que isso aconteça de forma bem democrática as sugestões virão dos

próprios educandos, inclusive a escolha das cores e logotipo. Depois

desse procedimento as sugestões irão para votação, as mais votadas será

a vencedora. O uso do uniforme será obrigatório pelos educandos do 1° e

do 2° ano, já o terceiro usará a camiseta da turma. A responsável desse e

encaminhamento será a direção.

- Estaremos lembrando o nascimento e morte de Paulo Freire, estudando

sua vida, o que fez pela educação e sua trajetória. Será feito um estudo

sobre Paulo Freire, com apresentação para os demais colegas e

educadores. O objetivo dessa atividade é manter viva a história do

Homem que deu nome ao Colégio. Esse trabalho terá como responsável

um educador ainda não determinado.

- A festa Julina será dia 01 de julho e acontecerá em parceria com a

Escola Municipal Irmão Cirilo. Esta é uma atividade que acontece todos

os anos, tem apresentação de danças e comidas típicas. Todos os

educadores, direção, equipe pedagógica e funcionários são responsáveis

pela organização da mesma, esta acontece no pavilhão da comunidade.

- Outra atividade que desenvolveremos são os Seminários com temas

dentro das disciplinas ou não, que o educador trabalhará em sala de aula

e terminará com a apresentação para as outras turmas. Serão

responsáveis os próprios educadores, a direção e equipe pedagógica

quanto à orientação e auxílio no que precisar. O objetivo dessa atividade

é estar formando pessoas capazes de falar em público com segurança,

também incentivar a pesquisa a busca por informações necessárias para

o complemento do trabalho.

- Concurso sobre os pensamentos de Paulo Freire, tendo o envolvimento

de todos os educandos, educadores e equipe pedagógica. O objetivo dessa

atividade é engrandecer as idéias de Paulo Freire e o próprio estudo do

que dizia. Esta atividade também será realizada no espaço do Colégio.

- Pesquisa envolvendo Geografia, Português, matemática, História e

sociologia, para descobrir quantos educandos assentados ainda

permanecem no Assentamento Missões. Com este trabalho será possível

trabalhar a luta pela terra no Brasil e no mundo, a dificuldade de se

manter nela com pouca estrutura, os motivos que levaram as famílias a

saírem e a de permanecerem no Assentamento. Essa pesquisa seguirá as

regras estabelecidas pelo grupo de educadores, farão o projeto e depois

desenvolverão o trabalho com orientação dos educadores. O objetivo é

trabalhar a pesquisa.

- Projeto Leitura, está é uma atividade que está pensada para o Colégio

inteiro. Acontecerá uma vez por semana alternando os dias. Sempre na

primeira aula nos dias estabelecidos todos farão durante uma aula leitura

que será de escolha de cada um. O objetivo é incentivar o gosto pela

leitura.

- Outra ação que será realizada é a homenagem para os educadores e

educandos, esta estará sendo pensada juntamente com o GRÊMIO

ESTUDANTIL. O objetivo é valorizar esses grupos tão importantes para a

educação.

- Um torneio (futebol de campo) será organizado na comunidade de Linha

Jandira para integrar as comunidades e arrecadar fundos parar o Colégio.

Os times se inscreverão para organização e disputa, os três primeiros

colocados terão premiação. Ajudarão nesta atividade os educandos em

geral, o Grêmio Estudantil, APMF, Conselho Escolar, Direção, Equipe

Pedagógica, educadores e funcionários.

Formatura do 3° ano do Ensino Médio. Valorizar a caminhada dos

educandos. Serão responsáveis por este momento os educadores,

direção, equipe pedagógica. Após será realizado baile organizado pelo

Colégio Estadual Paulo Freire, tem como objetivo arrecadar fundos e

comemorar a formatura. Responsáveis por este evento: APMF,

Direção, Conselho Escolar, Educadores e Funcionários.

CRONOGRAMA

AÇÃO MÊS DIAASSEMBLÉIA – 1º SEMESTRE ABRIL 04 - 2º SEMESTRE NOVEMBRO 22ESCOLHA DO UNIFORME 1ª

QUINZENA/MARÇONASCIMENTO PAULO FREIRE SETEMBRO 19FALECIMENTO: PAULO FREIRE MAIO 02FESTA JULINA JULHO 01SEMINÁRIO – 1º SEMESTRE JULHO 06 - 2º SEMESTRE NOVEMBRO 29CONCURSO: PENSAMENTOS DE PAULO

FREIRE

OUTUBRO 29

PESQUISA DE CAMPO ABRIL À

NOVEMBROPROJETO LEITURA 01 VEZ POR

SEMANAHOMENAGEM EDUCANDOS AGOSTO 10HOMENAGEM EDUCADORES OUTUBRO 11PALESTRA REVOLTA DE 1957 ABRIL 26TORNEIO DE FUTEBOL OUTUBRO 06FORMATURA DEZEMBRO 15BAILE DE FORMATURA DEZEMBRO 15