PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 2017 · Quadro de identificação dos funcionários 03 2. ... à...

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PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 2017 EMEB FERNANDO PESSOA

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PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 2017

EMEB FERNANDO PESSOA

... se uma época sonha a seguinte, ao sonhá-la, força-a a despertar...

Sonia Kramer

APRESENTAÇÃO 01 I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

1. Quadro de identificação dos funcionários 03 2. Quadro de organização das modalidades 06 3. Histórico da Unidade Escolar 07 4. Estrutura física 07 5. O patrono 11

. II. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA

1. Escola 13 2. Criança 14 3. Brincar 14 4. Educadora/ Educador 15 5. Relação educador-criança 15 6. Ensino-aprendizagem 16 7. Autonomia e o papel dos conflitos na aprendizagem e

desenvolvimento das crianças 17

8. Atuação da equipe de gestão 20 9. Formação continuada 21 10. Datas comemorativas 21 11. Constituição e mudanças de turmas 22 12. Acolhimento e período de adaptação 22

a. Acolhimento e adaptação das crianças 23 b. Acolhimento e adaptação dos adultos 25

13. Segurança e saúde 26 .

III. CARACTERIZAÇÃO DOS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO NA ESCOLA 1. Comunidade 28 1.1. Comunidade escolar 32 2. Equipe escolar 34 2.1. Professoras 34 2.2. Equipe de apoio educativo 36 2.3. Equipe de apoio operacional e de apoio administrativo 36 2.4. Órgãos colegiados 37 2.4.1. Conselho de Escola. 38 2.4.2. Associação de Pais e Mestres (APM) 38

. IV. ANÁLISE E REFLEXÃO DAS AVALIAÇÕES REALIZADAS PELA EQUIPE ESCOLAR NO ANO DE 2016 a. Dimensão 2 - Multiplicidades de Experiências e Linguagens 40 b. Dimensão 3 - Interações 44 c. Dimensão 4 - Promoção à Saúde 47 d. Dimensão 5 - Espaço, Materiais e Mobiliários 50 . V. PLANO DE AÇÃO PARA OS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO NA ESCOLA

1. Plano de ação comum aos diversos segmentos 55 1.1. Avaliação do plano de ação comum aos diversos segmentos 56 2. Plano de ação da Associação de Pais e Mestres 56 2.1. Avaliação do plano da APM 56

.

VI.PLANO DE FORMAÇÃO PARA AS PROFESSORAS 1. Horários de Trabalho Pedagógico 57 1.1. HTPC 57 1.2. HTP e HTPL 57 2. Instrumentos metodológicos: ferramentas da intencionalidade

educativa 58

2.1. Observação 58 2.2. Planejamento 59 2.3. Registro 59 2.4. Reflexão 60 2.5. Avaliação 60 3. Justificativa e fundamentação do plano de formação para as

professoras 61

4. Cronograma de ações da Equipe Gestora 63 5. Avaliação do plano de formação para as professoras 63

. VII. ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

1. Rotina 64 1.1. Organização do trabalho Pedagógico 64 2. Objetivos relacionados às áreas de conhecimento 67 3. Artes 68 4. Ciências e Educação Ambiental 71 5. Corpo e Movimento 73 6. Língua Portuguesa 75 7. Matemática 77 8. Ações educativas nos momentos coletivos e nos espaços de uso comum

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8.1.Hora da refeição 79 8.2. Escovação 81 8.3. Intersalas 82 8.4. Parque 84 9. Ações suplementares – Atendimento Educacional Especializado 86

VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 78

IX. ANEXOS Anexo A – Fluxo de Acompanhamento das crianças com necessidades educacionais especiais (AEE)

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Anexo B – Orientações sobre a escrita e acompanhamento dos relatórios de aprendizagem

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Anexo C – Calendário escolar 2017 92

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APRESENTAÇÃO

A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança o acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças (Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação

Infantil).

Somos uma escola de Educação Infantil que atende cerca de 600 crianças

entre 3 a 6 anos (completados após março do ano letivo), que são organizadas em 22 turmas – do Infantil III ao Infantil V – distribuídas em dois períodos (manhã e tarde).

As diferentes equipes de profissionais da educação que atuam em nossa escola cumprem funções específicas conforme as atribuições de cada profissional que, independente do cargo ou função, têm responsabilidades educativas inerentes à função social de uma escola de Educação Infantil na modalidade pré-escola.

O presente documento, denominado Projeto Político-Pedagógico da EMEB Fernando Pessoa – 2017, ou simplesmente PPP, fundamenta-se em bases éticas, sociais e legais. Neste PPP:

Expressamos as concepções, os princípios, as diretrizes e os objetivos que

norteiam as ações, planos de formação e projetos educativos para as crianças de 3 a 6 anos e para as equipes escolares;

Fundamentamos-nos na legislação brasileira, em especial na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/1996), nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Resolução nº 05, de 17 de dezembro 2009, em documentos institucionais como os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil, entre outras leis e resoluções de âmbito nacional e municipal);

Reconhecemos a escola como parte integrante da sociedade, considerando a sua localidade e a realidade social em que ela se insere: região periférica do Município de São Bernardo do Campo, área de proteção manancial, bairro em desenvolvimento, predominantemente constituído por trabalhadores assalariados com baixa renda. Como definem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil,

“proposta pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano orientador das

ações da instituição e define as metas que se pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são educados e cuidados. É elaborado num processo coletivo, com a participação da direção, dos professores e da comunidade escolar”. Assim, este Projeto Político-Pedagógico é um documento

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construído ao longo da história de nossa escola por várias mãos e muitas vozes. Representa, ao mesmo tempo, o acúmulo e a síntese das discussões (com seus avanços, limites e possíveis contradições) a respeito das práticas educativas e da função social de uma instituição educativa da infância pré-escolar.

Nosso PPP está em permanente construção e passa por revisões constantes que refletem a busca pelo aperfeiçoamento do trabalho pedagógico, o nosso compromisso com a qualidade da educação, com as crianças e suas famílias, e com as educadoras e educadores que atuam em nossa escola, na perspectiva de contribuirmos com a construção e consolidação de uma sociedade democrática, justa e igualitária.

Convidamos você à leitura de nosso Projeto; sinta-se à vontade para sugerir, questionar, enfim, contribuir com a reflexão e aperfeiçoamento de nosso Projeto Político-Pedagógico.

EMEB Fernando Pessoa

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I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) “Fernando Pessoa”

CIE: 99326 Endereço: Estrada do Poney Club, nº

1553 – Jardim das Orquídeas, São Bernardo do Campo.

CEP: 09853-005. Telefones: 4358 1845 e 4336 3885

Correio eletrônico: [email protected]

Modalidade de ensino: Educação Infantil (3 a 6 anos completados após março)

Horários de atividades com crianças: Manhã: 08h00 às 12h00 Tarde: 13h00 às 17h00

Atendimento da secretaria: 07h50 às 17h00 1. Quadros de identificação dos funcionários

Equipe de Orientação Pedagógica e de Orientação Técnica

Referência da Macrorregião 4 Alzira Imaculada Vasconcellos Orientadora Pedagógica Ana Paula Neves Lopes Psicóloga Cláudia Lopes Psicóloga Flávia Lente Fisioterapeuta Janice Caovila Fonoaudióloga Marisa Assunção Teixeira Psicóloga Simone Favaretto Fonoaudióloga

Equipe de Gestão

Nome Matrícula Cargo/ Função Período de férias

Juliane Feldman 39.568-8 Coordenadora

Pedagógica 02/01/2017 a 20/01/2017

Marcelo Gonçalves Siqueira 26.032-8 Diretor Escolar 02/01/2017 a 27/01/2017

Sara dos Santos Silva Peres 35.373-1 Professora de Apoio à Direção

02/01/2017 a 01/02/2016

Os horários de trabalho da equipe gestora são organizados de forma a contemplar a presença de pelo menos um membro tanto nos horários de entrada como nos

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horários de saída das crianças, possibilitando, ainda, a participação integral do trio nos HTPCs e o acompanhamento do trabalho docente.

Professoras Efetivas com Titularidade de Classe

Nome Matrícula Horário de trabalho Adriana Garcia do Carmo 28.119-2 7h às 12h Adriana Garcia do Carmo 32.730-4 13h às 18h Ana Paula Bulhões* 38.594-4 08 às 18h Anne Paulino de Lima Passos 42.619-8 7h às 12h Cláudia Regina Simeão de Souza 25.761-0 7h às 12h Débora Ferreira da Silva Souza 38.595-2 13h às 18h Kelly Cristina Alves de Souza Santos* 34.848-7 8h às 18h Flávia França Freires 42.729-1 13h às 18h Maria Aparecida Alves Lopes 35.371-5 7h às 12h Maria Aparecida Alves Lopes 39.506-0 13h às 18h Mirian Alves da Silva 40.184-1 13h às 18h Monica Coura Pereira 30.171-8 7h às 12h Monica Coura Pereira 35.561-0 13h às 18h Patrícia Valadares da Silva 42.662-7 7h às 12h Paula Rejane Bezerra do Carmo 35.195-9 7h às 12h Paula Rejane Bezerra do Carmo 33.400-8 13h às 18h Priscila Ribeiro de Azevedo 31.313-7 7h às 12h Priscila Ribeiro de Azevedo 33.573-7 13h às 18h Rosicler Jeane Henriques Puglia* 37.811-9 8h às 18h Sara dos Santos Silva Peres 35.373-1 7h às 12h Shirlei Eslava Hepp 36.066-3 7h às 12h Silvana Aparecida Bozer da Silva 25.294-5 7h às 12h Sonia Drumond Costa 38.686-9 13h às 18h Vera Lúcia dos Santos Bidóia* 38.374-8 8h às 18h

*As professoras em destaque (*) cumprem jornada de 40 horas semanais, tendo titularidade de classe em um dos períodos e, no outro, exercendo atividades de substituição e docência complementar.

Professoras Substitutas

Nome Matrícula Horário de trabalho

Iara Elisabete de F. Domingues 61.193-7 7h às 12h Karina Guedes Gonçalves 61.794-6 7h às 12h Nilvania de F. Soares Domingues 17.626-0 13h às 18h

Professoras de Atendimento Educacional Especializado - AEE

Nome Tipo de Atendimento Período

Carolina Mestre Lopes Deficiência Intelectual Manhã Michelle Moliski Bombi Deficiência Intelectual Tarde

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Professoras Efetivas sem Titularidade de Classe

Nome Matrícula Horário de trabalho

Fabricia Valéria Ferreira 43.167-0 7h às 12h

Flavia França Freires 42.729-1 13h às 18h

Nilcelia Moreira de Almeida 42.659-6 7h às 12h Raquel Laura dos Santos 42.529-9 13h às 18h Talita da Silva Augusto 41.776-9 13h às 18h

Equipe de Apoio Educativo - Auxiliares em Educação

Nome Matrícula Horário de trabalho

Gislaine Aparecida Barbosa 34.943-3 08h às 17h00 Tatiane Germano Martins 31.255-5 08h às 17h00

Equipe de Apoio Administrativo – Oficiais de Escola

Nome Matrícula Horário de trabalho

Elaine Cristina Pinheiro dos Santos 35.706-0 7h50 às 16h50 Isabela Nobre Gurgel 41.980-0 7h30 às 16h30 Rodrigo Jacobsen Martins 36.138-4 8h00 às 17h00

* O Oficial de Escola Rodrigo Jacobsen Martins foi designado pela Secretaria de Educação para atuar na Biblioteca da Escola.

Equipe de Apoio Operacional

Nome Matrícula Cargo/ Função Horário

de trabalho

Dilzete Dantas da Silva --- Cozinheira 07h às 16h48

Ivaneide do Rego --- Cozinheira 9h às 18h

Ivete Silva Santos Gomes 61.997-7 Auxiliar de Limpeza

9h às 18h

Jaci da Rosa Koglin Pereira 22.218-2 Zeladora Escolar

6h40 às 15h40

Laura Cristina Alves de Lima 62.772-4 Auxiliar de Limpeza

9h às 18h

Marcia Koglin Pereira do Prado 62.264-3 Auxiliar de Limpeza

9h às 18h

Maria Socorro Bezerra 60.080-7 Auxiliar de Limpeza

9h às 18h

Michelle Rosa Alexandre --- Cozinheira 07h às 16h48

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Noriza Soares de Barros 61.409-0 Auxiliar de Limpeza

9h às 18h

Rosiane Aline Malheiro Casa 61.903-2 Auxiliar de Limpeza

6h40 às 15h40

Suely Frizo de Sousa 61.972-3 Auxiliar de Limpeza

6h40 às 15h40

2. Quadro de organização das modalidades

Período Turma (Infantil) Professora titular

Total de alunos

por turma

Total de alunos

por período

Manhã

III A Kelly Cristina Alves de Souza Santos 19

283

III B Shirlei Eslava Hepp 23 III C Karina Guedes Gonçalves 22 IV A Mônica Coura Pereira 27 IV B Adriana Garcia do Carmo 23 IV C Anne Paulino de Lima Passos 28 IV D Priscila Ribeiro de Azevedo 28 IV E Paula Rejane Bezerra do Carmo 27 V A Patricia Valadares da Silva 29 V B Silvana Aparecida Bozer da Silva 28 V C Maria Aparecida Alves Lopes 29

Tarde

III D Rosicler Jeane Henriques Puglia 22

311

III E Vera Lúcia dos Santos Bidóia 26 III F Sonia Drumond Costa 26 IV F Mônica Coura Pereira 28 IV G Adriana Garcia do Carmo 31 IV H Paula Rejane Bezerra do Carmo 27 IV I Priscila Ribeiro de Azevedo 28 V D Débora Souza Mancini 31 V E Ana Paula Bulhões 30 V F Mirian Alves da Silva 31 V G Maria Aparecida Alves Lopes 31

TOTAL 594 Observação: A turma Infantil III C foi atribuída em caráter precário à professora Karina Guedes Gonçalves, em substituição à professora titular, que está exercendo a função de Vice-Diretora.

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3. Histórico da Unidade Escolar

A EMEB ”Fernando Pessoa” foi inaugurada

como EMEI do Jardim Orquídeas em 27 de agosto de 1988, pelo então prefeito Dr. Aron Galante. Em 02 de março de 1989 recebeu a denominação de EMEI Fernando Pessoa em homenagem ao poeta português Fernando Pessoa.

Nossa escola é resultado da mobilização feita pela comunidade e foi construída para

atender a demanda da população, na faixa etária de 4 a 6 anos, existente nos Bairros Jardim das Orquídeas, Jardim Las Palmas, Jardim Bandeirantes, Jardim Oliveira e Jardim Esmeralda – atualmente atende também crianças de outros bairros da região do Alvarenga. Podemos assim afirmar que a EMEB Fernando Pessoa, assim como muitas escolas brasileiras, é consequência de um processo histórico de luta pela garantia de acesso e permanência à educação pública e gratuita.

Em princípio, foram atendidas apenas as crianças de 6 anos, passando com o tempo a atender também as turmas de 5 anos e somente em 2004 foi montada uma única turma de crianças com 4 anos para atender as crianças encaminhadas pela creche municipal do bairro, uma vez que a mesma passaria a atender apenas as crianças de 0 a 3 anos.

4. Estrutura física

No ano de 2001, em razão de demanda reprimida, a EMEB “Fernando Pessoa" atendeu uma turma de Primeiro ano do Ensino Fundamental. Nessa época, foram construídas salas anexas no terreno da escola onde funcionava o antigo estacionamento, mesmo local utilizado nos anos 90 para a realização de festas e eventos com a comunidade.

A partir do segundo semestre de 2007, teve início a reforma e ampliação da Unidade Escolar, com a construção de seis novas salas de aula, brinquedoteca e biblioteca, além de outros espaços. Contávamos então com 16 turmas, distribuídas em 08 turmas por período, sendo que duas em cada período funcionavam em esquema de rodízio. Com a criação das novas salas, a EMEB “Fernando Pessoa” passou a atender, a partir de 2008, 22 turmas,

sendo 11 em cada período. Em 2010 a escola passou a atender turmas do infantil III e, de 2011 até 2013, uma turma de infantil II (nos dois primeiros anos no período da tarde e, em 2013, no período da manhã). Em 2014 deixamos de atender ao infantil II, e as crianças dessa faixa etária passaram a ser atendida pela EMEB José Augusto, que tem atendimento integral, modo creche.

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Ainda em 2007 nossa Escola passou por vários desafios. Limites e possibilidades foram postos para os profissionais que atuam em nossa EMEB. A ampliação da escola possibilitou o atendimento de parte da demanda reprimida, além de viabilizar o fim do rodízio, mas também trouxe outros desafios: aumentou-se a quantidade de salas de atividades para atendimento de novas turmas, aumentando significativamente a quantidade de crianças atendidas e, embora tenham sido criados à época dois espaços de uso coletivos (biblioteca e brinquedoteca), houve remanejamento do parque para uma área bem reduzida em relação à área original e o espaço físico da escola continuou o mesmo.

Em 2009, num processo constante de busca de alternativas para a otimização dos espaços da escola de acordo com as necessidades do trabalho pedagógico, remanejamos uma turma de infantil IV que estava ocupando uma sala inadequada para o espaço no qual estava montada a brinquedoteca. Esta decisão não foi tranquila, uma vez que a desativação da “brinquedoteca” significou a eliminação de

mais um espaço coletivo, no entanto, as discussões pautaram-se nos seguintes aspectos:

O brincar deve estar intrínseco em todas as atividades da criança, portanto, a brincadeira simbólica pode ser organizada na sala, na quadra ou em outro momento que atenda os objetivos propostos e não apenas em um lugar especifico; O espaço onde estava instalada a turma do infantil IV era inadequado (pequeno, pouca ventilação e iluminação) e, assim, estava comprometendo o trabalho pedagógico da professora que ocupava essa sala; A direção e a coordenação utilizavam o espaço do almoxarifado para a realização dos seus trabalhos; A Secretaria ocupava um espaço sem janelas com poucas condições de atendimento às famílias.

Diante destes aspectos e condições

optamos por acomodar a então turma do infantil IV numa sala mais adequada para o desenvolvimento dos trabalhos pedagógicos; a sala remanescente foi transformada em Secretaria, Direção e Coordenação, mesmo local ainda utilizado atualmente.

A proposta foi discutida com o Orientador Pedagógico em 2009 e apresentada aos

professores que manifestaram preocupações em perder o espaço, mas não apresentaram objeções diante dos argumentos apresentados.

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A readequação desta sala de atividade para comportar secretaria, diretoria e coordenadoria iniciou-se no ano de 2010, assim como outras adequações necessárias, tais como: sistema de drenagem do parque; troca e impermeabilização das calhas da quadra, do corredor, de telhas quebradas e substituição de algumas telhas de barro por telhas de vidro, propiciando maior iluminação no corredor das salas de aula, readequação de piso da quadra, entre outros. A antiga secretaria foi, na época, transformada em sala de professores.

Hoje nossa escola tem onze salas, uma biblioteca interativa adaptada, um parque de areia descoberto, uma quadra, um refeitório, uma cozinha, uma sala de professores, três banheiros adulto feminino, um banheiro adulto masculino, um conjunto de banheiro de meninas na quadra, um conjunto de banheiro de meninos na quadra, um conjunto de banheiro de meninas no corredor, um conjunto de banheiro de meninos no corredor, uma pia para higiene bucal e mãos na quadra, uma pia de higiene bucal no corredor, um pergolado com uma pia com três torneiras, uma secretaria com três ambientes, um para atendimento para secretaria, um para o trio gestor, outro para atendimento de reuniões com familiares, um almoxarifado e uma lavanderia.

A partir de 2012, estavam previstas novas mudanças no espaço escolar, que compreenderiam algumas adequações e reformas dos espaços indicadas como necessárias pela equipe escolar e/ ou pela própria Secretaria de Educação, a partir das vistorias realizadas. Entre as adequações e reformas previstas, estavam: revisão da fiação elétrica da escola; pintura geral; ampliação das canaletas de escoamento de água, com substituição das grelhas de ferro por alvenaria; manutenção das portas de alumínio, que foram trocadas ainda em 2011, mas frequentemente apresentam problemas; troca de pisos; troca de todas as telhas; substituição de duas caixas de água; substituição parcial da areia do parque por piso emborrachado; criação de um taque de areia; adequação do espaço do pergolado para atividades das crianças; entre outros. Alguns destes serviços, e outros complementares que visavam, entre outros objetivos, eliminar problemas de infiltração de água de chuva e alagamentos em salas de atividades e outros espaços, foram executados ao final de 2013 e continuam passando por ajustes em meados de 2014. Entre os serviços executados, estão: nivelamento do piso da quadra; troca de grelhas e ampliação de canaletas de escoamento de água na quadra; substituição parcial de fiação elétrica; substituição de caixas de eletricidade; troca de cobertura da entrada da escola; drenagem do parque e colocação de areia; substituição completa de luminárias; substituição parcial de telhas de barro por telhas de brasilit; pintura parcial da escola (apenas alguns

espaços internos); ajustes nas calhas do corredor; adequação de banheiro para deficientes físicos, com colocação de cuba para banho; reforma da área administrativa

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(eliminação do forro, pintura). Os alagamentos nas salas da quadra foram resolvidos, porém ainda persistem problemas de infiltrações no corredor do anexo em algumas salas de atividades, decorrentes do transbordamento de calhas – estes alagamentos e infiltrações, além de causarem danos ao piso e à estrutura física da escola, danificam atividades e materiais e acabam por colocar em risco a segurança das crianças, devido ao piso ficar molhado – novas intervenções estão sendo realizadas via empresa contratada pela Secretaria de Educação para resolver a situação, todavia, há necessidade de limpeza constante da calha do corredor do anexo, e algo que nos preocupa e a toda comunidade escolar ainda é a reforma do parque que ainda não ocorreu e em nossa avaliação é de estrema urgência, de maneira que nossa comunicação e busca de melhoria é recorrente junto a Secretaria de Educação, buscando o que poderá ser feito de melhor para este ano de 2016. Continuamos com alguns problemas quanto às calhas e grelhas, sempre entrando em contato junto a Secretaria de Educação para realizar as limpezas e as manutenções necessárias para melhor adequar e atender nossas crianças.

Ainda em relação ao espaço físico, há necessidade de investimentos em adequações que contribuam para solucionar as questões da organização dos materiais de uso coletivo, tanto os que se encontram nas salas de atividades como também os que se encontram em outros espaços. Em 2008, a direção da escola reivindicou da Secretaria de Educação a construção de armários em alvenaria em todas as salas, dispostos à meia altura ao longo de uma das paredes de cada sala, possibilitando a guarda de materiais e equipamentos tanto internamente como em cima dos mesmos, e ao alcance das crianças, para que as mesmas desenvolvam autonomia quanto ao uso e organização de materiais, brinquedos e outros recursos propícios à sua aprendizagem. A princípio, a Secretaria de Educação contemplou esta solicitação prevendo recursos financeiros que seriam repassados à APM da escola, porém, com a mudança de governo, a administração municipal reviu o Plano de Trabalho da APM e a solicitação não foi atendida.

Cada ano pensando em melhorias e adequações para melhor acomodar os professores, funcionários e comunidade, avaliou em 2016 juntamente com os funcionários e conselho de escola mudanças nas localizações de determinadas salas, ficando: O espaço onde estava instalada a sala dos professores em 2016 neste ano passou a ser o almoxarifado geral, visando ter maior controle e organização dos materiais de uso coletivo, como brinquedos, que antes ficavam muitas vezes amontoado nas salas, passaram ser guardados no almoxarifado com acesso restrito, mas garantindo que todos pudessem usar em quantidade suficiente o material ali guardado, papeis e matérias de uso pedagógico acomodados de maneira a preservar a qualidade e garantir quantidade e a compra. A secretaria mudou para o local que se localizava o almoxarifado dos produtos de limpeza, sendo a sala pintada e criada um guichê para melhor atender as famílias, restringindo a passagem de pessoas não autorizadas, para garantir maior organização de documentos.

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A sala dos professores passou a ser no local anterior ao da secretaria, com mesa ampla, cadeiras e computador, sendo de localização próxima à diretoria e a sala de reuniões. Pensando ainda em melhor atender e buscando a qualidade e o direito de cada

criança, foi comprado e instalado no pergolado uma balança adaptada para cadeirante, que acomoda a cadeira de rodas e o adulto na brincadeira.

A organização do espaço físico escolar é reveladora de concepções e práticas. Reconhecemos que neste aspecto, precisamos empreender esforços para garantir melhorias nessa organização, para que o espaço físico propicie um ambiente educativo de qualidade. No que diz respeito às demandas de reformas e adequações que extrapolam os limites dos órgãos colegiados, estas demandas serão foco da ação da APM e do Conselho de Escola no presente ano.

5. O patrono Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888 em Lisboa. Em 1893 morre seu pai e em 1894, seu irmão, Jorge. No ano seguinte, sua mãe casa-se com João Miguel Rosa, cônsul português em Durban, na África do Sul. Em 1896, a família parte para Durban onde Fernando Pessoa estuda e aprende o inglês. Em 1905, ele regressa definitivamente a Lisboa, com intenção de se inscrever no Curso Superior de Letras. Lê Shakespeare, Wordsworth e filósofos gregos e alemães. Toma contato com a poesia francesa, especialmente a de Baudelaire e lê os poetas portugueses Cesário Verde e Camilo Pessanha. Em 1907, abandona o curso superior e monta uma tipografia que mal chega a funcionar. No ano seguinte, começa a trabalhar como correspondente estrangeiro em casas comerciais, profissão que exerceu até a morte. Pessoa escolhe uma vida discreta, mas livre, sem obrigações fixas, nem horários. Em 1912, Pessoa inicia sua colaboração na revista A Águia. Inicia correspondência com Mário de Sá-Carneiro que, de Paris, manda a Pessoa notícias do Cubismo e do Futurismo. Pessoa escreve, em inglês, o poema Epithalamiun e, em português, o drama O Marinheiro. Vai elaborando o projeto de vários livros e traz um novo movimento: o Paulismo, tudo isso no ano de 1913. No ano seguinte, publica Paúis, sob o título de Impressões do Crepúsculo e aparecem os heterônimos*: Alberto Caeiro e seus discípulos Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Fernando Pessoa compõe Ode Triunfal, encaminhando-se para o Sensacionismo e para o Futurismo, sob o heterônimo de Álvaro de Campos. Compõe ainda Chuva Oblíqua (poesia ortonímica), delineando o Interseccionismo. Em 1915, surge a revista Orpheu, marco do Modernismo em Portugal. O primeiro número, dirigido por Luís Montalvor e Ronald de Carvalho, publica os poemas Ode Triunfal e Opiário (Álvaro de Campos) e O Marinheiro (Fernando Pessoa). No segundo número, saem Chuva Oblíqua e Ode Marítima. No mesmo ano, Fernando

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Pessoa inicia-se no esoterismo, traduzindo um Tratado de Teosofia. Em 1919, escreve Poemas Inconjuntos, assinados por Alberto Caeiro, apesar de este ter morrido em 1915. Em 1920, Pessoa passa a morar com sua mãe, que regressara viúva, da África do Sul. Ela falece em 1925. Cinco anos depois, Pessoa escreve mais poemas, assinados por seus heterônimos. Em 1934, publica Mensagem, livro de poemas de cunho místico-nacionalista, única obra em português publicada em vida. Em 1935, no dia 30 de novembro, no Hospital São Luís, em Lisboa, morre Fernando Pessoa.

Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são:

1- Alberto Caeiro, nascido em Lisboa em 16 de abril de 1889 - o mais objetivo dos heterônimos. Busca o objetivismo absoluto, eliminando todos os vestígios da subjetividade. É o poeta que se volta para a fruição direta da Natureza; busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. Neste sentido, é o antípoda de Fernando Pessoa "ele-mesmo", é a negação do mistério, do oculto. Coerente com a posição materialista, antiintelectualista, adota uma linguagem simples, direta, com a naturalidade de um discurso oral. Os versos simples e diretos, próximos do livre andamento da prosa, privilegiam o nominalismo, a "sensação das coisas tais como são". É o menos "culto" dos heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura. Mas, sob a aparência exterior de uma justaposição arbitrária e negligente de versos livres, há uma organização rítmica cuidada e coerente. Caeiro é o abstrador paradoxalmente inimigo de abstrações; daí a secura e pobreza lexical de seu estilo.

2- Ricardo Reis, nascido no Porto em 19 de setembro de 1887 - representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos, tendendo à vernaculidade e ao formalismo. Tem consciência da fugacidade do tempo; apoia-se na mitologia greco-romana; apresenta-nos uma musa (Lídia) e, filosoficamente, é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, mas sem exageros, sossegadamente, porque a morte está à espreita. Médico que se mudou para o Brasil.

3- Álvaro de Campos, nascido no Porto em 19 de setembro de 1887 - é o lado "moderno" de Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso, por uma linguagem de tom irreverente. Essa modernidade tem ligações claras com o cosmopolita Cesário Verde, com Walt Whitman e com o Futurismo. Sentindo e intelectualizando suas sensações (sentir e pensar), Campos percebe a impossibilidade de não pensar, observa criticamente o mundo e a si próprio, angustiando-se diante do tempo inexorável e do absurdo da vida. Apresenta-se como o engenheiro inativo, inadaptado, inconciliado, com consciência crítica.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/fernando-pessoa.htm

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II. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA 1. Escola

A escola – espaço e tempo de articulação de

saberes e possibilidades, de relação social e intervenção humana – é local privilegiado de aquisição e construção de conhecimento, de formação cidadã e exercício de direitos. A nossa escola, enquanto instituição de Educação Infantil, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, assume a responsabilidade de:

Oferecer condições e recursos para que as crianças usufruam seus

direitos civis, humanos e sociais; Compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com

as famílias; Possibilitar tanto a convivência entre crianças e entre adultos e

crianças quanto à ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas; Promover a igualdade de oportunidades educacionais entre as

crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância; Construir novas formas de sociabilidade e de subjetividade

comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.

As ações educativas desta EMEB pautam-se pelos princípios da inclusão,

laicidade, pluralidade e gratuidade, efetivando-se como espaço público que busca a ampliação da coletividade e o reconhecimento de todos – crianças e adultos – como sujeitos de direitos e de deveres – sujeitos diferentes que estão no mesmo espaço público em que se deve levar em conta o que todos pensam.

O trabalho coletivo requer respeito às diferenças e aceitação da decisão da maioria, ainda que haja discordâncias individuais. Em outras palavras, não tem que renunciar ao que se pensa individualmente, mas sim agregar o que pensa ao coletivo, tendo como elemento de coesão os objetivos, princípios e diretrizes de nosso Projeto Político-Pedagógico.

Ao reconhecer a escola enquanto espaço público, gratuito, laico e inclusivo, estamos afirmando que: a EMEB Fernando Pessoa é local da diversidade de gêneros e culturas, da pluralidade de ideias, crenças e valores, em que respeitamos o direito individual à liberdade de consciência e de crença, sem privilegiar manifestações religiosas ou culturais; a EMEB Fernando Pessoa é escola em que, no planejamento e desenvolvimento das atividades e projetos, se

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cuida para que seja possível a participação e a aprendizagem de todas as crianças considerando as necessidades de adaptações e adequações em razão de necessidades educacionais especiais; em que se cuida para não criar mecanismos que restrinjam ou impeçam a participação plena das crianças e famílias; em que as propostas não envolvem cobranças de contribuições financeiras, solicitações de materiais que tenham custo financeiro às famílias, nem caracterizam orientação religiosa, doutrinária ou político-partidária; a EMEB Fernando Pessoa não realiza vendas e promoções com fins a angariar recursos financeiros junto à comunidade escolar, pois seu financiamento é público.

A escola deve ser espaço de humanização, o que requer sensibilidade para acolher as questões trazidas pelas pessoas, sem perder de vista que toda a organização escolar deve ser voltada para o atendimento prioritário das crianças e para a garantia dos seus direitos. Educar crianças em seus três, quatro, cinco ou seis anos de vida é uma tarefa complexa, pois requer estar sempre atento às suas peculiaridades.

2. Criança

A criança – sujeito de direitos e ser humano em desenvolvimento – aprende essencialmente por meio das brincadeiras, na interação com os colegas e com os adultos com quem convive e se relaciona. No processo ensino-aprendizagem, cumpre função ativa, sendo capaz de intervir na realidade e no próprio processo educativo. As crianças são seres humanos com poucos anos de vida, que se inseriram há pouco tempo ou estão sendo inseridos em novos e mais amplos grupos sociais; que necessitam de maior mediação para se apropriarem da cultura, das linguagens e dos conhecimentos que os ajudarão a se relacionar e conviver com autonomia com o mundo e com as pessoas; é nesse convívio e nessa interação que a criança vai constituindo a sua personalidade e a sua identidade, isto e, vai aprendendo sobre si mesma, sobre seu modo de pensar, seus gostos, suas potencialidades.

Enquanto sujeitos em desenvolvimento, necessitam de cuidados e educação em relação à higiene pessoal, à alimentação, à saúde etc. Por estarem se apropriando das múltiplas linguagens e não as dominar plenamente, temos o cuidado em não utilizar figuras de linguagem no diálogo com as crianças.

3. Brincar

Brincar é a atividade principal pela qual as crianças aprendem, é uma forma de interação e socialização. Durante as brincadeiras as crianças têm a possibilidade de ampliar suas habilidades, instigar a criatividade, aprendem a compartilhar e socializar descobertas e estratégias, a conhecer o mundo e a se inserir na cultura.

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O brincar faz parte da infância e a escola de educação infantil deve valorizar essa prática, considerando-a no planejamento das atividades em todas as áreas do conhecimento.

4. Educadora/ Educador

Compreendemos que todos os profissionais e demais envolvidos direta e indiretamente na ação escolar, bem como professores, famílias e crianças são sujeitos do processo educativo, construtores de sua história e da história de nossa escola.

Consideramos também que todos os adultos que atuam na EMEB Fernando Pessoa são educadores, cada qual com sua função ou cargo específico, e com responsabilidades compartilhadas em relação aos cuidados, à educação e à proteção e atendimento integral das crianças.

A postura de educador não se restringe ao trato com as crianças, devendo estender-se também a todos os que fazem parte da comunidade escolar, prestam serviços à U.E. ou que apenas buscam informações. Para que possamos construir uma relação de confiança e de efetiva parceria, devemos ter uma postura profissional respeitosa, realizando as orientações necessárias e os encaminhamentos pertinentes o mais claramente possível.

Em grande parte, o modo como as pessoas nos tratam depende das nossas próprias ações em relação a elas. Atitudes inflexíveis e rígidas geralmente incomodam, ainda mais se os motivos não são bem fundamentados ou são improcedentes, isto é, não são justos – isso pode gerar quebra de confiança, diminuir ou impedir a formação de vínculos e, assim, causar conflitos desnecessários.

5. Relação educador-criança

Tomando como referência Paulo Freire –

para quem “não há docência sem discência”

(2000, p. 23) – e considerando Paro (2003) e Arroyo (2000) – segundo os quais, respectivamente, os professores são os educadores por excelência e, por isso, é necessário resgatar a centralidade da relação professor - aluno, compreendemos que

“ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua reconstrução” (FREIRE, 2003, p. 25). Nessa perspectiva, o

professor assume o papel de mediador, estimulando a criatividade e curiosidades naturais da criança na busca e construção do conhecimento, organizando diferentes ambientes onde haja momentos para propor e realizar escolhas, favorecendo uma relação onde a afetividade, o respeito mútuo e a confiança prevaleçam, proporcionando a troca de ideias, valorizando os conhecimentos prévios e as necessidades individuais e coletivas. Desse modo, a organização das atividades, dos espaços e tempos deve ser pensada a fim de facilitar às crianças o

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direito de ir e vir, a interação com os pares e o respeito às suas individualidades; as crianças devem participar da rotina escolar por meio do diálogo, mediadas pelos professores, e opinando desde as regras de convivência e combinados da sala às atividades e projetos que serão realizados pelas turmas.

Quando os adultos observam situações de desrespeito, acolhem as crianças e levam o caso ao conhecimento da equipe de gestão, que conversa com os adultos envolvidos, faz orientações, acompanhamentos e outros investimentos formativos – coletivos e individualmente; quando necessário, a equipe de gestão encaminha o caso ao Conselho Tutelar e à Secretaria de Educação.

Em respeito à individualidade e dignidade da criança é que também procuramos chamá-las sempre pelo nome, combatemos o uso de apelidos realizando intervenções imediatas sempre que presenciamos estes tipos de atitudes e, quando precisamos conversar entre adultos sobre uma criança, evitamos conversar na presença dela.

Acreditamos que as relações educativas devem ser efetivadas pelo predomínio do exercício do diálogo no sentido de ouvir as crianças e ajudá-las a lidar com seus sentimentos e compreender as consequências de suas atitudes. A mediação entre as interações das crianças é uma prática corrente realizada pelas professoras e demais adultos. Através da mediação, proporcionam a troca de ideias, brincadeiras e atividades entre elas e as ajudam a elaborar soluções para os problemas e conflitos.

6. Ensino-aprendizagem

Acreditamos que: Toda criança é capaz de aprender; Toda interação resulta em aprendizagem; A aprendizagem ocorre em um movimento

não linear; Aprendizagem é um processo contínuo e

sem retrocessos. Nesta perspectiva, entendemos que o processo de ensino-aprendizagem

envolve aspectos físicos, afetivos, emocionais e cognitivos, bem como características individuais e os contextos sociais em que cada criança está inserida, cabendo à equipe escolar criar um espaço acolhedor que propicie oportunidades para que a criança tenha condições de exercitar o pensamento, a escolha, a tomada de decisões, a interação com o grupo e a construção da autonomia.

A interação da criança com seu grupo, com as crianças e com os adultos ocorre constantemente em todos os momentos da rotina, propiciando a troca de experiências, estratégias e ideias – assim, as crianças aprendem os conteúdos específicos das diversas áreas, aprendem a ser e a conviver em grupo, isto é, aprendem a ser companheiras, aprendem a compreender as suas (e as dos colegas) emoções e sentimentos, aprendem a compartilhar. Ao educador cabe

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propiciar situações que estimulem e ampliem as interações e as aprendizagens, que ocorre dentro de um contexto que envolve interesses e significados. Cabe ao educador conhecer seu grupo, ouvi-lo e coletar dados para oferecer propostas de qualidade, que envolva o grupo, ampliando repertórios e possibilitando as reflexões e os desafios sobre o objeto de estudo.

A aprendizagem, que não ocorre simplesmente a partir do que o adulto julga mais “simples” para o mais “complexo” promove mudança, propicia o

desenvolvimento e a necessidade de a criança se aprimorar em novos conhecimentos. Quando efetivamente há aprendizagem, o conteúdo aprendido não é esquecido.

7. Autonomia e o papel dos conflitos na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças

Constance Kamii, referindo-se aos estudos de

Piaget, define que autonomia é mais do que o simples direito de decidir: “autonomia é

capacidade de tomar decisões em dois campos. No campo moral, refere-se a decidir entre o que é certo e errado. No campo intelectual, decidir entre o que é verdadeiro e o que não é verdadeiro, levando em consideração fatos relevantes, independentemente de recompensa e punição”. Acrescenta, ainda, que o oposto da autonomia é a heterônoma, que é reforçada pela prática da recompensa e da punição, isto é, o estímulo para que as crianças se comportem de certo modo a partir dos chamados reforços positivos (recompensas, quando o comportamento e/ou resposta são as desejadas pelo adulto) ou dos reforços negativos (punições, quando o comportamento e/ou respostas não são as esperadas).

A prática da punição e da recompensa, que se tornou parte da cultura educativa brasileira, está relacionada a uma concepção autoritária que não reconhece a criança como capaz de pensar e intervir no mundo, isto é, como sujeito, e historicamente encontrou espaço no ambiente escolar, na educação pré-escolar e, assim, também em nossa escola. Progressivamente, estas práticas foram perdendo espaço na cultura escolar, à medida que ocorreram avanços em relação aos conhecimentos sobre os processos de aprendizagem – propiciados pelas pesquisas de estudiosos da educação, tais como Jean Piaget, Alexander Vigotsky, Henri Wallon e outros – e à medida que ocorreram avanços nas políticas para a infância que, a partir da promulgação da Constituição Federal, passaram a tratar a criança como sujeito de direitos e ocasionaram mudanças nas políticas educacionais tanto em relação à legislação quanto em relação ao currículo da educação pré-escolar.

De um modo geral, a cultura da recompensa e da punição e a visão da criança como incapaz foram superadas em nossa escola, porém, ainda é possível identificar reflexos dessa cultura e de concepções ultrapassadas sobre a infância.

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Superar definitivamente tais práticas é um dos desafios da nossa escola, portanto, na elaboração e condução das atividades escolares, as reflexões sobre estas questões precisam estar presentes, considerando-se, ainda, as características (cognitivas, biológicas, psicossociais) do público-alvo envolvido nas atividades, isto é, das crianças de 3, 4, 5 e 6 anos.

Compreendemos a autonomia como uma capacidade a ser aprendida pelas crianças e também como um princípio orientador de nossas ações, isto é, não se possibilita a construção da autonomia nem por meio de práticas autoritárias, nem por meio de práticas espontaneístas.·.

A construção da autonomia, que diz respeito à constituição da identidade dos sujeitos, requer planejamento, estratégia, observação, avaliação – isto é, requer intencionalidade educativa; pressupõe que os adultos reconheçam as crianças como pessoas em desenvolvimento e, por isso, sejam tolerantes com suas ações, sem deixar de orientá-las sobre as condutas socialmente aceitáveis, mas sempre com muito respeito e ajudando-as a compreender o mundo, a si próprias, a superar suas dificuldades e realizar as diversas aprendizagens possíveis dentro do ambiente escolar, levando em conta as características individuais das crianças, valorizando, por meio de elogios as suas conquistas e realizações, privilegiando o diálogo, buscando manter contato visual e permanecer na mesma altura das crianças nos momentos de intervenções específicas para solução de conflitos.

Conflitos fazem parte da convivência humana, do processo de construção de identidades e podem ser oportunidades para que o educador contribua para o desenvolvimento psicossocial da criança, para a aprendizagem do diálogo, da autonomia, bem como para o desenvolvimento da linguagem e do pensamento. Por isso, na busca pela superação dos conflitos o educador deve sempre ter postura mediadora, pautar-se pelos princípios e pelos objetivos educativos, considerar a faixa etária, o desenvolvimento cognitivo da criança, garantindo o respeito integral,

o direito à participação da criança em todas as atividades previstas na rotina e buscando fortalecer, ou restabelecer, os vínculos entre crianças e crianças e crianças e adultos. Retirar a criança de uma atividade é uma situação de exceção e medida contingencial para evitar que a criança coloque a si ou a outros em situações de riscos, após esgotadas todas as possibilidades de diálogo.

Quando uma criança persiste em alguma atitude prejudicial a ela ou às demais crianças, como por exemplo, quando no parque, insiste em jogar areia no rosto das demais crianças, esgotadas todas as intervenções possíveis da professora (conversa com a criança, orientação, sugestão de outras brincadeiras, propor que brinque com outras crianças, envolvimento da professora direto na brincadeira com a criança, como forma de ensinar possibilidades de brincadeiras saudáveis...) – pode-se distanciá-la temporariamente da brincadeira para mostrar como as demais crianças estão brincando, conversando com ela para ajudá-la a compreender as consequências de suas atitudes (pode ferir ou sujar os amigos, por exemplo), indagar se ela se considera capaz de brincar de maneira mais adequada e possibilitar que a criança reveja a sua atitude na prática, podendo retornar à

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brincadeira. Neste caso, não estamos tratando de sanção ou castigo, de colocá-la "para pensar" (que é um eufemismo do "castigo"), mas de uma ação educativa, porque não se trata simplesmente de retirar a criança da atividade, mas, sobretudo de ajudá-la a refletir e possibilitar que reveja e corrija suas atitudes.

Em situações de conflitos, a mediação do adulto se configura em ações que ajudem a criança a compreender os motivos e as consequências de suas atitudes e, para isso, o mais eficaz é questioná-la a respeito de suas ações. Dialogando, ouvindo, podemos conhecer melhor a criança e seus motivos para suas ações. Nas mediações, devemos ter cuidado com as figuras de linguagem, pois além de algumas representarem desrespeito a qualquer ser humano (ironia, sarcasmo, por exemplo), denotam também desrespeito à criança enquanto sujeito em desenvolvimento, haja vista que as crianças não têm acúmulo de conhecimento linguístico como os adultos, e muitas vezes interpretam o sentido literal daquilo que ouvem – desta forma, a fala da professora, ou do adulto que realiza a intervenção, deve ser clara e objetiva, até mesmo porque as crianças observam e reproduzem tanto nossas falas quanto nossas posturas.

É importante investigar quais os motivos tendo em vista que para resolver um conflito ou um problema não há soluções prontas. Questionar exercita o pensar. Algumas professoras, diante de conflitos entre as crianças, apontam alternativas para que elas optem pela melhor solução – esta é uma forma de oferecer referências para que as crianças aprendam a construir soluções para os conflitos, aprendam a conviver em grupo e desenvolvam sua autonomia – mas para que estes aprendizados se efetivem cada vez mais plenamente, também é importante estimular as crianças a pensarem em outras soluções possíveis. De qualquer forma, é preciso estar atento para que as soluções sejam justas e coerentes com os princípios e objetivos educativos, isto é, respeitem a criança em sua integralidade e em seus direitos, fortaleça os vínculos etc., que contribuam com o avanço do pensamento da criança e sejam adequadas à faixa etária.

Assim considerada, a ação mediadora não é apenas uma estratégia dentro de um processo de construção da identidade da criança, é um princípio.

É necessário considerar, por exemplo, que, numa disputa por brinquedos, muitas vezes a criança quer não o brinquedo em si, mas a mesma sensação do outro enquanto brinca e, devido aos incipientes recursos linguísticos, nem sempre consegue expressar verbalmente seus sentimentos e suas intenções. O conflito pode ser um momento de construção do pensamento, um momento potencialmente educativo, mais uma possibilidade para o adulto ajudar a criança a refletir, a elaborar seu pensamento, a aprender a conviver e a construir sua identidade. O conflito não se evita simplesmente tirando a criança da situação, porque a manifestação de raiva (a briga, o choro, o bater...) é apenas expressão prática do conflito que se dá no plano interior, psicológico, por isso, a não mediação, ou a intervenção inadequada, pode tanto apenas camuflá-lo quanto potencializá-lo, gerando ansiedade no grupo e nos educadores.

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8. Atuação da equipe de gestão

Fundamentalmente, o papel da direção escolar, representada nesta escola pelas

figuras do diretor escolar, da vice-diretora e da coordenadora pedagógica é o de contribuir para a implementação do Projeto Político-Pedagógico, articulando os diversos segmentos profissionais atuantes na Unidade Escolar, as crianças, os pais, responsáveis e demais sujeitos e instituições da comunidade local que possam também contribuir para a qualidade da educação.

A administração escolar passa pelas atividades específicas da direção escolar (Equipe de Gestão), porém é mais ampla do que ela, uma vez que a administração escolar é constituída por outras instâncias consultivas e deliberativas, como Associação de Pais e Mestres e o Conselho de Escola, bem como envolve discussões e decisões em outros espaços, tais como Horários de Trabalho Pedagógico Coletivo, as Reuniões Pedagógicas e reuniões com os profissionais do quadro do apoio educativo, operacional e administrativo. Assim, compreendemos que a administração da escola deve buscar – por princípio e por estratégia – a cogestão, compartilhando (no que não for privativo à equipe de gestão) as decisões e as responsabilidades com os segmentos constitutivos da comunidade e da equipe escolar.

Compreendemos que a administração possui múltiplas dimensões, entre as quais (mas não somente): o uso dos meios mais adequados e econômicos para atingir as finalidades estabelecidas coletivamente e, principalmente, a “coordenação do esforço humano coletivo” (PARO 2003). Tomamos como base que “a administração escolar configura-se, antes do mais, em ato político, na medida em que requer sempre uma tomada de posição”. A ação educativa e, consequentemente, a política educacional em qualquer das suas feições não possuem apenas uma dimensão política, mas é sempre política, já que não há conhecimento, técnica e tecnologias neutras, pois todas são expressões de formas conscientes ou não de engajamento. (DOURADO, 2003, p. 82).

Assim sendo, comprometida com a prática pedagógica e existindo em função desta, a administração Escolar, enquanto esforço humano coletivo para a consecução dos fins educacionais deve propiciar meios para que não apenas a rotina burocrática aconteça de modo a favorecer a prática pedagógica, como também proporcione a reflexão dessa prática, criando condições concretas para a atuação cooperativa dos diversos segmentos atuantes na Escola, articulando-os, coordenando-os e viabilizando recursos para o sucesso de suas ações, de modo a beneficiar, com total prioridade, o desenvolvimento educacional e integral das crianças.

Essa perspectiva relaciona-se diretamente com a concepção de formação continuada, e, neste contexto, a equipe de gestão deve ter papel organizador e mediador, propondo reflexões teóricas e tematizações das práticas dos diferentes sujeitos que atuam na escola, acompanhando e contribuindo com o aprimoramento dos conhecimentos e das práticas, organizando e sistematizando as discussões e propondo estratégias específicas e instrumentos de avaliação no percurso formativo dos diferentes segmentos.

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Neste sentido, as ações da Equipe de Gestão terão caráter essencialmente formativo, sem prejuízo de ações administrativas e outras pertinentes às atribuições específicas da direção e coordenação pedagógica, tendo o diálogo como estratégia de construção coletiva, pautando-se pelos objetivos, princípios e diretrizes fundantes deste Projeto Político-Pedagógico.

9. Formação continuada

A formação continuada tem como princípio aprimorar a prática pedagógica, buscando construir um processo de ensino-aprendizagem com intervenções alinhadas às concepções, princípios e diretrizes do Projeto Político-Pedagógico, sempre considerando a criança em suas peculiaridades, faixa etária, suas necessidades e modos específicos de ser, conviver e de aprender; como sujeito de

seu processo de aprendizagem, sujeito histórico e de direitos. Considerando que o conhecimento tem um caráter transitório a melhoria das

práticas educativas exige constante aprimoramento teórico, o que passa, entre outras coisas, pelo reconhecimento de cada um sobre seus saberes e concepções e a reflexão sobre a própria atuação profissional a partir dos diversos contextos e das diferentes funções exercidas pelos profissionais na escola.

Acreditamos que o reconhecimento das próprias concepções e o aprofundamento dos conhecimentos teóricos por si só são insuficientes para que ocorram as aprendizagens necessárias às mudanças das práticas educativas, por isso é preciso estabelecer um diálogo entre os estudos teóricos propostos e as ações educativas que efetivamente são realizadas em nossa Escola.

As aprendizagens são efetivas quando ocorrem em um contexto significativo, isto é, em que haja aproximação com a prática cotidiana, sendo a teoria instrumento de “leitura” e compreensão da realidade. Neste sentido, os profissionais da educação são sujeitos de seu processo de aprendizagem, não podendo existir nesse processo uma relação de hierarquia de saberes, mas sim compromisso de todos em compartilhar e aprimorar os seus saberes e as suas práticas, sob a coordenação da equipe gestora.

10. Datas comemorativas e festas de aniversários

Datas comemorativas fazem parte da vivência social e cultural das crianças.

Neste sentido, nossa escola, tendo como princípios a valorização da experiência extraescolar dos alunos e a vinculação da educação com a realidade social não permanece indiferente as estas questões, o que não significa reproduzir, incentivar ou divulgar relações, situações e concepções nocivas como o consumismo, a exclusão socioeconômica, a discriminação e o preconceito em quaisquer de suas formas, nem privilegiar uma ou outra crença religiosa, mas sim de pensá-las

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criticamente e contextualizar o trabalho tendo em vista os princípios e os objetivos educativos deste PPP.

Em nossa escola, comemoramos as seguintes datas: Dia das Mães; Dia dos Pais; os aniversários das crianças e dos adultos; e o aniversário da escola.

As comemorações são feitas por meio da felicitação às crianças e adultos, cantando parabéns e propondo que as crianças façam um cartão, um desenho e/ ou um texto coletivo em homenagem à pessoa felicitada.

11. Constituição e mudanças de turmas

Procuramos atender as solicitações dos pais e responsáveis quanto às

necessidades de mudança de períodos, adequando o número de alunos por sala conforme orientações do Departamento de Educação e obedecendo aos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Municipal de Educação, respeitando as especificidades das necessidades existentes, buscando garantir equilíbrio numérico entre os dois períodos, de modo a favorecer a qualidade do trabalho pedagógico a ser desenvolvido.

Para as mudanças de horários, priorizamos a impossibilidade e a dificuldade efetivas de frequência regular no período em que a criança foi inicialmente matriculada, tendo como critérios: irmão estudando no período pretendido, recomendação médica, trabalho e faixa etária. As demais mudanças, quando possíveis, seguem ordem cronológica de solicitação.

Os agrupamentos de faixas etárias são formados de acordo com a demanda da comunidade, sendo que as professoras colaboram na constituição das turmas. Neste sentido, temos como pressupostos: garantir a heterogeneidade, considerar as peculiaridades individuais e as necessidades educativas das crianças.

Buscando garantir a melhor qualidade do trabalho pedagógico a partir dos princípios de diversidade e inclusão, ao formar as turmas consideramos também as peculiaridades dos alunos com relação às necessidades educacionais especiais, o que pauta a própria atribuição das turmas, as indicações de acompanhamentos por parte da equipe de orientação técnica e outros profissionais de apoio, as recomendações de adaptações curriculares e a redução da quantidade de alunos por turmas.

Na matrícula das crianças, na constituição das turmas e nas atribuições das turmas às professoras consideramos os vínculos existentes entre crianças e crianças e crianças e adultos. Eventuais necessidades de mudanças de turmas que venham a ocorrer posteriormente são discutidas e avaliadas em conjunto entre equipe gestora, professoras e famílias, tendo como foco os interesses e as necessidades das crianças.

12. Acolhimento e período de adaptação

A adaptação é um processo que não diz respeito somente à relação criança-Escola, mas também à relação família-escola e entre as diferentes equipes de educadores que atuam na escola. A efetivação da adaptação está estreitamente

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ligada à qualidade do acolhimento que os adultos realizam com as crianças e entre si.

Para muitas crianças e para muitas famílias, a inserção na escola é a primeira experiência efetiva de afastamento (ainda que por algumas horas) entre família e criança, e esse processo costuma gerar ansiedades, angústias, medos e, em alguns casos, até mesmo resistências. Em relação aos educadores, o início em um novo local de trabalho também pode gerar esses sentimentos e atitudes que dificultam a adaptação e podem comprometer a qualidade do trabalho. Por isso, o bom acolhimento é essencial para possibilitar uma adaptação mais segura, sendo necessário que todos estejam disponíveis para ouvir e conversar, permaneçam atentos às necessidades e estejam disponíveis para ajudar a superar as dificuldades das crianças e adultos novos na equipe e na comunidade escolar.

a. Acolhimento e adaptação das crianças

"A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem, no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas". Onde as relações, regras e limites são diferentes daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não à nova situação. Depende também da forma como é acolhida (...).

"A qualidade do acolhimento é que garantirá a qualidade da adaptação, portanto não se trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um interjogo de movimentos tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo". (Cisele Ortiz)

O processo de adaptação da criança se

inicia muito antes dela frequentar pela primeira vez a sua turma; inicia-se no acolhimento que os educadores dão à família desde o atendimento no portão, passando pela secretaria e pela direção no ato da inscrição, da matrícula, nos esclarecimentos às famílias, na coleta de informações sobre a criança que poderão

ajudar a efetivar os apoios necessários à maior qualidade das suas aprendizagens, na informação antecipada à professora do início de uma nova criança, para que a professora possa planejar o acolhimento e a inserção da criança na turma, passa pela professora receber as crianças na porta da sala, estar disponível para dar um abraço ou um beijo na criança, para aconchegar caso a criança necessite. As ausências prolongadas das crianças também requerem cuidados: quando se sabe que ela vai se afastar, e quando da ocasião de seu retorno ao grupo o assunto precisa ser discutido com as crianças em roda de conversa, ouvindo as crianças, explicando os fatos, planejando com elas ações de acolhimento (ou de despedida, em caso de desligamento da criança).Esta é uma preocupação que deve ser considerada também para os adultos que atuam na escola.

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Assim, o processo de adaptação não ocorre apenas no período inicial das atividades do ano, isto é, não se restringe ao mês de fevereiro ou ao período de horários diferenciados que organizamos nas primeiras semanas do ano letivo.

As primeiras semanas exigem da equipe escolar um esforço coletivo mais intenso no que diz respeito à adaptação das crianças, pois muitas estão frequentando a escola pela primeira vez, outras tantas estão vindo de creches ou de outras pré-escolas, e todas estão iniciando em um novo agrupamento, em um novo contexto – são tempos de mudanças, passagens, descobertas, afastamento do seio familiar, em que as crianças, principalmente as das turmas iniciais, precisarão aprender a conviver e a confiar em outros adultos que não os da família ou amigos da família aos quais está habituada.

A inserção da criança em um novo grupo social é um período de transição para as famílias e para as crianças – estas, (principalmente as mais novas) por insegurança ou medo, tendem a demonstrar seus sentimentos pelo choro, pela birra, teimosia, por atos impulsivos como arranhões, tapas, mordidas ou outros comportamentos desafiadores. Mesmo aquelas que já frequentavam nossa escola no ano anterior – e aquelas que já tendo passado por um processo de adaptação ficaram afastadas do grupo por algum tempo – podem demonstrar sinais de ansiedade, medo e insegurança. Por isso todo processo de inserção ou reinserção da criança no grupo deve ser planejado pela professora e pela equipe escolar no sentido de garantir um acolhimento adequado que favoreça a adaptação ou a readaptação da criança.

Em fevereiro organizamos horários reduzidos com alternâncias de turmas, para que as professoras possam acolher mais adequadamente e para que toda a equipe escolar realize os apoios necessários à acolhida das crianças, organizando parcerias entre professoras, auxiliares em educação, estagiárias e apoio mais direto dos demais adultos na condução das crianças às salas, na intensificação dos cuidados quanto à higiene, à saúde, à segurança e à alimentação.

Em relação a esta organização de horários, observamos que as crianças menores costumam precisar de horários reduzidos inicialmente, sendo necessária a sua ampliação progressiva para que as crianças vão se habituando ao ambiente escolar e adquirindo maior confiança nos adultos. As crianças maiores geralmente nem precisam de horários reduzidos, pois a maioria já está habituada com o ambiente escolar.

Avaliações anteriores do período de adaptação apontam dificuldades na adaptação de crianças que, devido aos horários reduzidos não frequentaram regularmente a escola em fevereiro – constatamos que tais dificuldades decorreram do fato de que em algumas turmas muitas crianças iniciaram as atividades posteriormente já com o horário integral, não sendo possível disponibilizar os apoios e efetivar as parcerias propiciadas no período de horário reduzido, sendo mais complicado às professoras darem a necessária atenção

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individualizada a um grupo maior de crianças. Atentos às necessidades das crianças e das famílias, concluímos que mesmo no período de horários reduzidos de fevereiro, devemos nos organizar também para atender crianças menores e crianças maiores tanto no período todo, se aquela já demonstrar-se adaptada, quanto em período reduzido, se esta demonstrar-se demasiadamente angustiada, ou se os horários reduzidos que planejamos eventualmente impossibilitem a família de garantir a frequência da criança. Mas esta é uma condição de exceção, avaliada caso a caso junto a cada família, haja vista que os horários reduzidos no início do ano visam garantir maior atenção das professoras às crianças e potencializar os apoios e parcerias necessárias.

Em relação às crianças das turmas iniciais, convidamos um membro da família para permanecer com a criança na escola no primeiro dia – as observações que temos feito nos indicam que esta tem sido uma forma eficiente de fazer a transição da permanência da criança na família para a permanência na escola, e para ajudar algumas famílias também a lidar com esse processo.

Para algumas crianças, mesmo de idades maiores, precisamos utilizar esta estratégia por mais tempo; neste processo, mantemos um diálogo constante com as famílias para que estas colaborem na adaptação, demonstrando às crianças confiança na escola – observamos que a ansiedade e insegurança de algumas famílias ocasionam dificuldades no processo de adaptação de algumas crianças, seja porque alguns familiares acabam ficando excessivamente no entorno das crianças, dificultando a aproximação da professora, seja porque a criança percebe o sentimento do pai ou da mãe.

O processo de inserção e permanência da criança no ambiente escolar, de forma a garantir as máximas qualidades de interações e de aprendizagens, requer o compromisso de todos com o acolhimento da criança, com o atendimento de suas necessidades e com o estabelecimento de vínculos de confiança entre adultos e adultos, crianças e crianças, crianças e adultos. Neste sentido, é importante que as professoras desenvolvam atividades que promovam a apresentação e interação de todos os funcionários com as crianças e das crianças entre si, sobretudo, que todos os adultos estejam atentos e disponíveis para garantir o acolhimento e o respeito não apenas no primeiro mês, mas ao longo do ano,quando uma nova criança se inserir na turma, quando uma criança já matriculada retornar às atividades depois de um tempo prolongado de afastamento e sempre que se fizer necessário, pois a adaptação não é um processo que se restringe às primeiras semanas letivas.

b. Acolhimento e adaptação dos adultos

Quando alguém (professor, funcionário ou criança) chega à escola com algum problema pessoal, sempre encontra pessoas dispostas a ajudar, mesmo não sendo a mesma pessoa a acolher, sempre há alguém que o faz. Não conversar com terceiros sobre outro adulto não presente também é um cuidado constante em nossa escola.

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Com referência ao atendimento e acolhimento às famílias, sempre que os pais solicitam informações sobre os filhos ou outros assuntos temos o cuidado de atendê-los de forma respeitosa, ouvindo e sendo gentis com quem procura a escola – quando possível, atendemos já no ato e, quando necessário, agendamos reunião. Por parte da equipe gestora, quando apresentam queixas ou dúvidas em relação ao trabalho de uma professora ou funcionária, perguntamos se a família gostaria de conversar na presença da professora e resguardamos o direito à solicitação de privacidade: mesmo quando as professoras ou funcionários acreditam que devem estar presentes na conversa, sempre a família tem a opção de decidir sobre essas presenças. A equipe gestora faz a conversa inicial, realizando os esclarecimentos prévios, acolhendo as queixas e organiza, quando necessário, reunião diretamente entre família e educador, realizando mediações para a preservação dos vínculos e efetivando outros encaminhamentos necessários. Cuidados semelhantes são tomados quando ocorrem conflitos entre educadores.

Ainda a respeito desta questão, pensamos que também faz parte de um atendimento de qualidade manter as famílias comunicadas quando as professoras precisam se afastar por tempo prolongado. Em algumas situações a equipe gestora comunica as famílias, em algumas situações as professoras comunicam os afastamentos diretamente.

13. Segurança e saúde

O princípio da proteção integral

relaciona-se não apenas aos cuidados com o tratamento digno e respeitoso, no acolhimento e observâncias quanto às necessidades de carinho, de acolhimento, de diálogo, como também se refere aos cuidados com a segurança e a saúde das crianças – tais cuidados também são formas de garantir a dignidade e o respeito necessários às crianças. Acidentes acontecem em qualquer lugar e em diversas circunstâncias, por isso, é importante adotar atitudes que minimizem as possibilidades de acontecerem. Guardar em local adequado os equipamentos logo após o uso, manter fora do alcance das crianças materiais e instrumentos frágeis que possam ser prejudiciais a sua saúde, acompanhar e orientar o uso dos equipamentos de uso coletivo, conhecer e se apropriar dos procedimentos que a escola adota em caso de acidentes é obrigação de todos os educadores.

Assim sendo, as crianças não devem ser expostas – nem solicitadas para transportar, acompanhadas ou sozinhas – a produtos e objetos que, por sua natureza ou em decorrência de acidentes, possam oferecer riscos à saúde: produtos e materiais de limpeza, objetos pontiagudos, instrumentos cortantes, tabacos e bebidas alcoólicas etc.

Toda ocorrência com alunos na área de saúde durante sua permanência na escola, será comunicada aos pais ou responsáveis, mesmo os pequenos acidentes

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sem marcas visíveis A ocorrência1 e os procedimentos adotados devem ser registrados, com a ciência do responsável e de um membro da equipe de gestão.

Em casos de acidentes que demandam atendimento médico emergencial, informar a um membro da equipe gestora; este realizará a imediata comunicação aos pais ou responsáveis. Paralelamente, os Oficiais de escola acionarão os serviços de prestação de socorro (SAMU, bombeiros, ou mesmo a GCM). Um membro da equipe de gestão e/ou a professora da criança, a acompanhará e permanecerá responsável por ela até sua entrada no serviço hospitalar público, devendo aguardar a chegada dos pais ou responsáveis para explicar pessoalmente o ocorrido. Na ausência dos membros da equipe gestora, a zeladora escolar fará esse acompanhamento e, na ausência desta, qualquer outro funcionário disponível no momento.

Em casos de necessidade de encaminhamento médico (ferimentos leves, febre alta, batidas na cabeça, “indisposição física”) a professora avisa a equipe gestora,

que entrará em contato com os pais solicitando a presença na escola. Não sendo possível a presença da família em tempo rápido, ou não obtendo contato, um membro da equipe de gestão, acompanhado por outro funcionário, ou funcionário por ela designado também preferencialmente acompanhado, acompanhará a criança até a UBS, ou UPA, aguardando a presença da família no local. Não sendo possível a presença da família na UBS ou UPA, a criança será reconduzida à escola, aguardando a chegada da família. Os oficiais ou membros da equipe gestora continuarão tentando contato com a família.

Assim como a escola deve comunicar às famílias toda ocorrência com as crianças em horário escolar, as famílias também devem ser orientadas a comunicarem (por escrito, de preferência) quando a criança se machucar fora do ambiente escolar ou estiver doente. Caso seja notado algum machucado, a criança chegue à escola doente ou queixando-se de dor, verificar primeiramente se há algum comunicado escrito. Na ausência de informações, solicitar à equipe de gestão que entre em contato com os pais ou responsáveis para os esclarecimentos, orientações e encaminhamentos necessários. Estas situações também devem ser registradas na ficha de ocorrência.

Na eventual impossibilidade de atendimento rápido por parte dos serviços de ambulância, e se avaliada a urgência do encaminhamento, qualquer adulto pode ser solicitado a transportar a criança ao pronto socorro.

1 A secretaria da Escola dispõe de cópia da folha de ocorrência, que deverá ser anexada ao prontuário da criança.

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III. CARACTERIZAÇÃO DOS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO NA ESCOLA

1. Comunidade

O Jardim das Orquídeas localiza-se no Bairro dos Alvarengas, próximo ao KM 24 da Rodovia dos Imigrantes. Distante aproximadamente 15 km do Centro de São Bernardo do Campo, é considerado periferia da cidade.

Segundo informações coletadas de moradores antigos e de Ademir Médici (2012, pp.220-227), o Jardim das Orquídeas teve sua origem no início dos anos 80 quando a Imobiliária Santa Tereza (em 1981) criou o loteamento no eixo da Estrada do Poney Club, desmatou a área e criou as ruas, o que gerou conflitos com a prefeitura (pois o loteamento fora construído em área de proteção ambiental) e com os oleiros instalados na região. Apesar dos conflitos iniciais, em 1984 o Jardim das Orquídeas já estava consolidado, embora ainda havia vários lotes em aberto, ruas com guias, mas ainda de terra batida, iluminação nas casas, mas sem iluminação pública.

O Jardim das Orquídeas é constituído por 27 ruas adjacentes ao eixo da Estrada do Poney Club. A Estrada do Pôney Club – cujo nome faz referência a um clube criador de pôneis e cavalos que existia no Jardim Las Palmas – se estende entre a Estrada dos Alvarengas e o final do Jardim Las Palmas. A princípio, foram enumeradas 30 ruas, no entanto, 03 ruas foram incorporadas. Os nomes das ruas homenageiam principalmente antigos moradores.

A antiga sede da Imobiliária Santa Tereza ficava onde hoje funciona a Unidade Básica de Saúde (UBS) “Jackson WataruKomati” – único equipamento público da área da saúde na região.

Até 2012 o Jardim das Orquídeas contava com 2766 residências com inscrição imobiliária e cerca de nove mil eleitores.

Dados extraídos do sítio oficial da Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo2demonstram que em 2010 a população do Jardim das Orquídeas (compondo com Jardim Nosso Teto, Chácara União, Parque. (Bandeirantes, Parque Florestal, e Jardim Las Palmas) era composta de 17.654 moradores (destes, 1481 crianças de 0 a 5 anos). Podemos afirmar que é uma população relativamente jovem, considerando a população entre 0 a 40 anos (11.917) em comparação à população a partir dos 40 anos (5737). Assim, em 2010 cerca de 70% da população do Jardim das Orquídeas e adjacências não possuía mais que 40 anos. A estimativa para 2012 é que a população de nossa região alcançasse 18.015 moradores, o que geraria demanda para cerca de 360 novas vagas na Educação Infantil.

Ainda segundo estes dados, dos 5264 domicílios particulares 3103 são próprios, 28 em aquisição, 1526 alugados e 598 são cedidos. Grande parte das habitações é residida por 2 a 4 pessoas. 99% tem acesso à rede de água; 79,2% tem acesso à

2http://www.saobernardo.sp.gov.br/dados1/arquivos/PerfilSocioEconomico/2013/N_DOS_ALV_ORQUIDEAS.pdf, acessado em 12 de junho de 2013.

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rede de esgoto/ pluvial; 99,4% tem acesso à energia elétrica e 1005 tem acesso à coleta de lixo.

Chama a nossa atenção, de um lado, o grande número de residências alugadas, e, de outro, o fato de mais de 20% da população ainda não ter acesso à rede de esgoto – o que indica precariedade nas condições de habitação de parte significativa do conjunto de moradores da região atendida por nossa Escola.

A análise dos dados oficiais indica, também, que grande parte da população do Jardim das Orquídeas e região tem renda mensal baixa. Além disso, ressalta-se, nos dados abaixo, que 5,2% (273) dos domicílios não apresentavam em 2010 nenhuma fonte de rendimento. Estes dados revelam a necessidade de maior investimento público (inclusive na educação, haja vista a conhecida correlação entre nível educacional e renda mensal) para possibilitar a elevação da renda média salarial, o poder aquisitivo da população e, assim, a qualidade de vida dos moradores.

Fonte: http://www.saobernardo.sp.gov.br/dados1/arquivos/PerfilSocioEconomico/2013/N_DOS_ALV_ORQUIDEAS.pdf

Quanto à rede de transportes públicos, o Jardim das Orquídeas conta com linhas

que conduzem os moradores ao centro de São Bernardo, ao Bairro Rudge Ramos, ao centro de Santo André, São Paulo (Sacomã) e São Paulo (Terminal Rodoviario do Tiete). O tempo de espera destes transportes, segundo moradores da região e outros usuários, costuma ser bastante elevado, ocasionando constantes lotações e transtornos. A única saída do Jardim das Orquídeas é pela Estrada do Poney Club, não havendo acesso direto à Rodovia dos Imigrantes e ao Rodoanel, o que agrava a lentidão do trânsito nos horários de pico.

Além de igrejas (católicas e protestantes), a comunidade local conta com diferentes atividades comerciais e de serviços: farmácias, padarias, mercados, supermercados, açougues, cabeleireiros, oficinas mecânicas, floriculturas, lanhouses, lanchonetes, quitandas, lojas de calçados e roupas, docerias, restaurantes, caixas eletrônicos 24 horas, papelarias, depósitos de materiais de construção, igrejas, pizzarias, academias (de dança, de ginástica, natação e de musculação), salões de beleza, lojas de utilidades, lojas de móveis, bancas de jornal, sacolões, feira livre às terças-feiras, pet shops, dentistas, escritórios de contabilidade, escritório de despachante, lava rápidos, óticas, etc.

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Em 2012 foi inaugurada a primeira lotérica do bairro. É importante ressaltar que não há bancos nem agência dos Correios no Jardim das Orquídeas – estas ausências trazem impactos à organização dos moradores e também da própria escola quando necessitamos realizar serviços bancários relativos à APM e quando necessitamos encaminhar cartas registradas às famílias ou outras correspondências referentes ao serviço.

O Jardim das Orquídeas possui Sociedade Amigos de Bairros, que teve atuação na organização da comunidade para a reivindicação de construção de novas salas para atendimento de demanda reprimida em nossa Escola. Na sede da Sociedade Amigos de Bairro funcionam alguns projetos sociais vinculados à Fundação Criança (PIGD - Programa Integrado de Garantia de Direitos) e eventualmente são organizadas exposições culturais e outras atividades nas quais as nossas crianças são convidadas a apreciar e, ainda, apresentações das atividades culturais realizadas pelas crianças e adolescentes de tais projetos em nossa Unidade Escolar.

Na área de esporte, recreação e lazer o bairro conta com o Ginásio Poliesportivo “Éder Simões Barbosa”, com o Estádio “Sérgio Caiado” – sede do Esporte Clube Jardim das Orquídeas fundado em 1982 – e uma quadra esportiva (Praça “Theodoro Magnani”), localizada à Rua Nossa Senhora de Guadalupe. No Ginásio

e no Esporte Clube Jardim das Orquídeas são oferecidas à comunidade local atividades esportivas e recreativas. Em 2016 foi inaugurada uma pista de skate, brinquedos de parque como balanço e gangorra, além de equipamentos de ginástica para uso livre da comunidade.

Com relação à cultura, o Jardim das Orquídeas e seu entorno não conta com biblioteca pública, teatros ou outros equipamentos do gênero. A comunidade local, principalmente as famílias usuárias da EMEB “Bosko Preradovic”, faz uso da

biblioteca escolar interativa em dia da semana reservado à comunidade. Quanto à educação pública municipal, os moradores do Jardim das Orquídeas

contam apenas com uma pré-escola (EMEB “Fernando Pessoa”), uma creche

(EMEB “José Augusto Oliveira Santos”) e uma escola de ensino fundamental (EMEB “Bosko Preradovic”, que também atende a modalidade Educação de

Jovens e Adultos no período noturno). Em relação à Educação Infantil, a oferta de ensino em nossa região se dá

também por meio da rede conveniada de ensino (Creche “Jesus de Nazaré” – Unidades I, II e III) e por meio da rede particular (Escola “Vila das Crianças II”,

entre outras). A Creche “Jesus de Nazaré” pertence à Irmandade Pias Operárias de

São José, que também mantém o projeto social Centro Comunitário Criança Vida Nova.

Há cerca de quatro anos foi inaugurado no Jardim Las Palmas o Instituto Social Irmãs de Maria, uma instituição de caráter religioso que atende crianças da pré-escola e do Ensino Fundamental I e realiza atendimentos odontológicos, clínicos e de assistência social à comunidade local.

A abertura dessa Instituição possibilitou que nossa escola atendesse até o ano passado toda a demanda de 3 a 5 (ao menos em relação à procura por matrículas) mais uma turma de Infantil II, cuja demanda de creche supera a oferta de vagas. Ressalvamos, contudo, que o pleno atendimento não significa atendimento em

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condições propícias, haja vista que a nossa escola carece de reforma geral e de espaços adequados para as atividades com as 11 turmas atendidas em cada período (a partir de novembro de 2013, a escola passou por serviços de manutenção e adequação visando eliminar problemas de infiltrações e alagamentos, manutenções elétricas, adequações na sala da direção e secretaria, substituição de telhas, revisão da drenagem do parque, instalação de banheiro adaptado, entre outros serviços pontuais). No presente ano, a demanda para as turmas de Infantil III não foi plenamente atendida, havendo lista de espera para esta faixa etária.

A rede estadual de ensino conta com as escolas “Francisco Cristiano Lima de

Freitas” e “Prof. Marco Antônio Prudente de Toledo”, ambas atendendo Ensino

Fundamental II e Médio.

Além de abrigar, em 2009, a Plenária da região para a elaboração do Plano

Plurianual, nossa escola costuma ser requisitada pelo poder público para realização de encontros e eventos com a comunidade. Em 2010 e em 2012, por exemplo, realizamos parceria com a Secretaria de Cultura na realização de uma peça teatral, em um sábado, para a comunidade local. No primeiro trimestre de 2012, nossa escola foi palco da Pré-Conferência Municipal da Saúde.

Também em 2012, nossa Escola abrigou a Plenária Preparatória para as Plenárias do Planejamento Plurianual, na qual representantes do Conselho de escola e da Equipe de Gestão de nossa EMEB tiveram participação ativa, por deliberação do Conselho de Escola, com o intuito de chamar atenção dos representantes do governo para as condições precárias do prédio Escolar e, ainda, reivindicar a reforma do espaço físico que havia sido prevista para o segundo semestre de 2012.

É comum a escola também ser requisitada para realização de assembleias de associações de moradores, bem como reuniões do poder público com a comunidade.

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1.1. Comunidade escolar

“A relação da escola com a família deve ser constituída em termos de parceria proporcionando espaços de troca e crescimento, afastando conotações de hierarquização de conhecimento e possibilidades de contribuição, concebendo que as referidas instituições (Escola/ família) ocupem um lugar importante no desenvolvimento global do educando”.

(Proposta Curricular, Volume 1, p. 88).

As famílias atendidas pela EMEB “Fernando

Pessoa” distribuem-se expressivamente em seis bairros – Jardim das Orquídeas, Jardim Nosso Teto, Chácara União, Parque Bandeirantes, Parque Florestal, e Jardim Las Palmas (todos tendo, em comum, precariedade na oferta de equipamentos públicos para a prática de lazer, de esportes e desenvolvimento cultural). No entanto, várias crianças matriculadas residem em outros bairros do Grande Alvarenga e frequenta nossa escola seja por falta de vagas em unidades mais próximas de sua residência, seja por opção das famílias devido à afinidade com a EMEB “Fernando Pessoa”.

A participação dos pais/ responsáveis em nossa escola ocorre de diferentes formas e em diferentes níveis – ora de forma mais direta, ativa, ora de forma menos direta, ou passiva. Identificamos, entre as formas de participação: avaliações semestrais da comunidade; reuniões trimestrais com pais e professores; reuniões da Associação de Pais e Mestres e do Conselho de Escola; reuniões pedagógicas – por meio da representação dos pais pertencentes aos órgãos colegiados; por meio de comunicados nas agendas trocados entre professoras e famílias a respeito das crianças; em reuniões extraordinárias com membros da equipe escolar (professoras, equipe gestora etc.) agendadas a pedido das famílias, da equipe de gestão, EOT, ou das próprias professoras; na construção de materiais e colaboração em projetos pedagógicos desenvolvidos pelas turmas – respondendo pesquisas, compartilhando experiências e saberes; em estudos do meio, acompanhando as turmas quando necessário; em atividades festivas, colaborando no planejamento e na organização...

É costume dos pais e outros membros da comunidade (vizinhos da escola, principalmente) procurarem diretamente a equipe de gestão para opinarem sobre alguma questão escolar e até mesmo sobre outras situações referentes à organização do bairro (tais como trânsito, coleta de lixo etc.) sugerindo encaminhamentos ou criticando alguma situação. Entendemos que isso ocorre porque nossa postura tem sido de acolhimento e reconhecimento da comunidade escolar como parceira no processo educativo. Procuramos acolher a comunidade ouvindo, atendendo as suas demandas quando possível, mediando relações e, em alguns casos, buscando soluções junto a outros órgãos competentes.

Considerando reivindicações da comunidade, ao longo dos anos temos buscado progressivamente ampliar a participação dos pais e responsáveis nos colegiados (Conselho de Escola e Associação de Pais e Mestres) e através da realização de

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festas e eventos na Unidade Escolar. Assim, realizamos, em junho de 2008, a Festa da Comunidade, em 2009 a Festa da Diversidade Cultural, em 2010 a Festa da Família, em 2011 intersalas com as famílias e a Festa dos Povos, com apresentações e atividades para as crianças e suas famílias. Em 2012, apresentação de Teatro produzido pela equipe escolar e uma vivência em artes envolvendo a participação das famílias com as crianças e, nos segundos semestres destes anos todos (a partir de 2009), a mostra cultural – com apresentação das atividades produzidas pelas crianças durante o ano letivo. Em alguns destes anos, realizamos o Sarau em homenagem ao aniversário da escola e a Semana da Educação (em período noturno) com oficinas, debates, palestras, vivências, cineminha, apresentações artísticas e culturais (em parceria com a Fundação Criança e a Sociedade Amigos de Bairro). Todos estes eventos foram com caráter comunitário e sem fins de arrecadação financeira.

No primeiro semestre de 2013, em razão de ocorrências de casos de Meningite em nossa região, realizamos no período noturno um encontro formativo em parceria com a UBS local e a EMEB “José Augusto Oliveira Santos”, Neste

encontro as famílias usuárias de nossa escola e da creche puderam esclarecer dúvidas e aprofundar seus conhecimentos sobre a doença. Em 2015, realizamos em junho o Festival de Brincadeiras, atividade que envolveu a participação das crianças e das famílias, com apresentação de brincadeiras diversas aprendidas pelas crianças e vivências pelas famílias e no final do ano, também com a presença das famílias, realizamos a Mostra Cultural, com exposição das atividades produzidas pelas crianças ao longo do ano letivo. As avaliações da comunidade (disponíveis em arquivo na direção da escola) a respeito destes dois eventos nos propiciaram elementos para refletir sobre as nossas propostas, tanto no sentido de aprofundar algumas estratégias mais interativas (utilizadas no Festival de Brincadeiras), como no sentido de rever nossas práticas com relação às exposições de atividades e de aprofundar nossos estudos e as discussões com as famílias a respeito do currículo da Educação Infantil. O processo de construção destes eventos colocou em discussão concepções e compreensões muitas vezes divergentes, tanto na equipe escolar como também entre os pais e responsáveis, provocando momentos de intenso debate a respeito dos princípios e dos objetivos da escola. A experiência tem demonstrado que as festas e eventos que temos realizado com a participação da comunidade, além de possibilitar a afirmação de identidades culturais e sociais, constituem-se em momentos estratégicos e fundamentais para a socialização de conhecimentos, a aproximação e o estreitamento das relações entre escola e comunidade e possibilitam a valorização e o reconhecimento da importância da EMEB “Fernando Pessoa”.

Considerando que o papel da escola de educação Infantil é o de educar e cuidar de forma complementares à família, entendemos que não há oposição entre os objetivos da família e os objetivos da escola em relação às aprendizagens das crianças – a diferença está na sistematização das aprendizagens típica de uma instituição educativa.

As avaliações realizadas pela escola junto às famílias explicitam expectativas e concepções em relação aos objetivos e às atividades realizadas pela escola que precisam ser discutidas mais profundamente. Por exemplo, a expectativa de muitos

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pais (principalmente de crianças das turmas de 5 anos) gira em torno da aprendizagem da escrita e da contagem; outros (geralmente das turmas iniciais) atribuem à pré-escola uma função mais de cuidados e de lazer. Tais expectativas nos sugerem a necessidade de envolver mais as famílias no processo de discussão de forma que compreendam que a Educação Infantil possui objetivos específicos centrados na educação e cuidados integrais da criança que não se restringem à escrita e à contagem – que, por sua vez, são apenas um dos aspectos de aprendizagem da Língua Portuguesa e da Matemática. Os objetivos da Educação Infantil dialogam com os objetivos do Ensino Fundamental, mas se diferenciam destes em forma, conteúdo e estratégias, pois devemos considerar as características das faixas etárias atendidas na pré-escola, de modo a não antecipar atividades e conteúdos próprios do Ensino Fundamental.

As reuniões das professoras com as famílias – momentos de troca e aproximação entre a escola e as famílias, de discussão sobre o processo de desenvolvimento das crianças e de outras questões referentes ao trabalho educativo – são espaços privilegiados para, de um lado, contribuir com a formação das famílias no sentido de esclarecimentos sobre assuntos pertinentes ao currículo, às especificidades da Educação Infantil e do trabalho desenvolvido em nossa EMEB e, de outro lado, para que possamos aprender com as famílias a respeito de como educam suas crianças, compreender melhor suas expectativas e, assim, ressignificar o nosso projeto político-pedagógico.

Reconhecemos que as famílias possuem conhecimentos, valores e habilidades que, articuladas com o trabalho educativo desenvolvido em nossa escola, potencializam ainda mais as aprendizagens das crianças. Por isso, é necessário valorizar os saberes da comunidade, buscando efetivar a participação direta de membros da comunidade em projetos e atividades com as crianças.

2. Equipe escolar

A equipe escolar é constituída atualmente

por 43 profissionais organizadas (os) em diferentes segmentos de atuação – corpo docente, equipe gestora, apoio educativo, apoio operacional, apoio administrativo, EOT – mais duas contadoras de história (que são bolsistas da Fundação Criança) e, ainda, eventualmente por bolsistas e estagiárias, remuneradas ou não.

2.1. Professoras

A equipe docente da EMEB Fernando Pessoa é constituída por vinte e seis professoras (uma atua como professora respondendo pela vice-direção). Três professoras atuam em outra escola (de educação infantil e ensino fundamental); todas as demais professoras têm matrícula somente em nossa escola - destas,

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cinco têm dupla matrícula, sendo que todas são titulares de classe nos dois períodos.

A equipe docente como um todo possui formação em nível superior, sendo a maioria da equipe formada por professoras que possuem como formação básica a pedagogia, associada ou não a outras formações – magistério e pedagogia, magistério e outra licenciatura, magistério e pós-graduação.

Em relação à atuação na Educação (pública e/ou privada, nas diversas modalidades de ensino), observamos que o grupo é composto de profissionais com tempo de experiência considerável (quase 80% atua há mais de 5 anos). Muitas destas professoras residem na região do Alvarenga ou ainda em outras localidades, cujo acesso é facilitado pela proximidade com a Rodovia dos Imigrantes.

Considerando o tempo de atuação em nossa escola, a maioria é composta por professoras com maior tempo aqui. As mais novas de casa advieram do último processo de remoção ou entraram posteriormente por designação – todas atuavam anteriormente na rede municipal de ensino de São Bernardo do Campo.

Em relação à experiência pregressa/ concomitante, observamos que a maioria das professoras exerceram (e algumas ainda exercem) docência no Ensino Fundamental, pouco mais de 1/5 do grupo já havia atuado em Educação Infantil (destas, conforme dados em arquivo na escola, a maioria com atuação na rede de ensino privado), e somente duas professoras (somando 4% cada uma) tem ou teve atuação em outras modalidades ou etapas do ensino).

A comparação com a idade média da equipe docente, confrontada ainda com os dados das experiências pregressas, indica que a formação pedagógica inicial do grupo não é recente, isto é, a formação acadêmica da maioria da equipe não é contemporânea às mudanças curriculares vivenciadas pela Educação Infantil levadas a cabo a partir de meados da década de 2000. Observa-se que é um grupo que, em sua maioria, não participou do processo de discussão da proposta curricular da rede municipal de ensino e ainda está se apropriando das especificidades da educação infantil pré-escolar em nosso município.

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2.2. Equipe de apoio educativo

EQUIPE DE APOIO EDUCATIVO

Funcionárias Cargo/ Função Idade

Formação acadêmica

Tempo como

funcionária

pública

Tempos de atuação na U.E.

Experiências

profissionais

anteriores

Gislaine Aparecida Barbosa

Auxiliar em Educação

38 anos

Pedagogia 7 anos 5 anos

Professora de Educação Infantil, Coordenação de Escola de Educação Infantil.

Tatiane Germano Martins

Auxiliar em Educação

37 anos

Superior cursando

12 anos 3anos

Informática, gerenciamento de projetos, defesa civil.

2.3. Equipe de apoio operacional e de apoio administrativo

Equipe de apoio operacional

Funcionárias Cargo Idade Formação acadêmica

Tempo como

funcionária

pública

Tempo de

atuação na U.E.

Experiência

profissional

anterior Ivete Silva Santos Gomes

Auxiliar de Limpeza

53 anos Ensino Médio

Incompleto 7 anos 1 anos Cozinheira

Laura Cristina Alves de Lima

Auxiliar de Limpeza

36 anos Fundamental incompleto

6 anos 2 anos -

Márcia Koglin Pereira

Auxiliar de Limpeza

34 anos Ensino Médio 7 anos 7 anos Cozinheira

Maria Socorro Bezerra

Auxiliar de Limpeza

50 anos Ensino

Fundamental 11 anos 1 anos -

Noriza Soares de Barros

Auxiliar de Limpeza

48 anos Ensino Médio

(Contabilidade) 8 anos 1 anos -

Rosiane Aline Malheiro Casa

Auxiliar de Limpeza

33 anos Ensino Médio 8 anos 7 anos -

Suely Frizo de Sousa

Auxiliar de Limpeza

63 anos Ensino Médio 7 anos 7 anos -

Jaci da Rosa Koglin Pereireia

Zeladora Escolar

54 anos Ensino Médio 25 anos 25

anos

Embaladora, ajudante geral, zeladora

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Escolar.

Dilzete Dantas da Silva Merendeira 45 anos Ensino Médio - 2 anos

Área de produção, serviços e comércio.

Maria Ivaneide Rego Merendeira 37 anos Ensino Médio - 2 anos

Área de produção, serviços e comércio.

Michelle Rosa Alexandre

Merendeira

34 anos Ensino Médio - 2 anos

Área de produção, serviços e comércio.

Equipe de Apoio Administrativo

Funcionárias Cargo Idade Formação acadêmica

Tempo como

funcionária pública

Tempos de

atuação na U.E.

Experiências profissionais

anteriores

Elaine Cristina Pinheiro dos Santos

Oficial de Escola

36 anos

Superior incompleto

(Direito) 5 anos 2 ano

Atendente de creche, oficial na Secretaria de Educação.

Isabela Nobre Gurgel

Oficial de Escola

21 anos

Superior cursando

1 anos 0 ano

Atendente de academia e área administrativa

Rodrigo Jacobsen Martins

Oficial de Escola

29 anos

Superior completo em TI e

cursando Administra

ção

7 anos 3 anos Escritório de informática: T.I

2.4. Órgãos colegiados

O Conselho de Escola e a APM, apesar de possuírem naturezas e finalidades distintas, se complementam no cotidiano Escolar. A constituição da APM viabiliza o recebimento e gerenciamento dos recursos repassados para a Escola e o Conselho de Escola de

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discussão e decisão das ações desenvolvidas na unidade Escolar. Na prática as funções e ações de ambos se misturam e assim, por entendermos que todos os sujeitos que atuam na Escola são sujeitos de direito – direito à fala, à participação, à decisão e não apenas à execução das tarefas determinadas por outrem – optamos por realizar as reuniões do Conselho de Escola e da APM juntas. Essas reuniões ocorrem toda segunda terça-feira do mês, a partir das 17h15min.

2.4.1. Conselho de Escola

Nome Segmento Função

Alípio da Silva Lourenço Pais Conselheiro Simone Marques Cezário Pais Conselheira Rosana Santos Santana Pais Conselheira Gicélia Pereira Rodrigues Pais Conselheira Daniele Viana Moreira Pais Conselheira Katia de Souza das Neves Pais Conselheira Andreza Antoniassi dos Santos Nunes

Pais Conselheira

Cristiane Maria dos Santos Castro Pais Conselheira Camila Silvestre Pais Conselheira Gislaine de Oliveira Silva Pais Conselheira Marcelo Gonçalves Siqueira Direção Escolar Conselheiro Membro Nato Karina Guedes Gonçalves Professor Conselheira Sônia Drumond Costa Professor Conselheira Talita da Silva Augusto Professor Conselheira Flavia França Freires Professor Conselheira Mirian Alves da Silva Professor Conselheira Rosicler Jeane Henriques Puglia Professor Conselheira Jaci da Rosa Koglin Pereira Funcionária Conselheira Isabela Nobre Gurgel Funcionária Conselheira Gislaine Aparecida Barbosa Funcionária Conselheira

2.4.2. Associação de Pais e Mestres (APM)

A APM tem como finalidades: Auxiliar a direção Escolar no gerenciamento dos recursos financeiros

oriundos do Convênio estabelecido com a Secretaria de Educação do Município de São Bernardo do Campo e oriundos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do governo Federal; Realizar aquisições de materiais pedagógicos, equipamentos e contratações

de serviços diversos necessários ao desenvolvimento do Projeto Político-Pedagógico, à manutenção, conservação e organização do espaço Escolar,

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visando construir um ambiente de qualidade que favoreça as interações e as aprendizagens; Prestar contas mensalmente dos investimentos realizados no período; Estabelecer parceria com a equipe Escolar e Conselho de Escola na busca

por melhorias na estrutura física da Escola, buscando garantir condições mais adequadas que favoreçam o processo de ensino-aprendizagem.

Composição da Associação de Pais e Mestres

Conselho Deliberativo Nome Segmento Função

Laura Cristina Alves de Lima Pais Presidente Ana Paula Bulhões Pais 1ª Secretária Sueli Aparecida Fagnani dos Santos Pais 2ª Secretária Marcelo Gonçalves Siqueira Direção Conselheiro Anne Paulino de Lima Passos Professora Conselheiro

Composição da Associação de Pais e Mestres Diretoria Executiva

Nome Segmento Função Luciana Carapina Vessio Pais Diretora Executiva Elaine Cristina Pinheiro Pais Vice-Diretora Executiva Paula Rejane Bezerra, casada. Professores 1ª Secretária Adriana Garcia do Carmo Professores 2ª Secretária Libna de Jesus Barbosa Oliveira Pais 1ª Tesoureira Leila Bispo dos Santos Ferreira Pais 2ª Tesoureira

Composição da Associação de Pais e Mestres Conselho Fiscal

Nome Segmento Função Libna de Jesus Barbosa Oliveira Pais Presidente Kelly Cristina Alves de Souza Santos Professores Secretária Maria de Lourdes Silva Pais Conselheira

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IV. ANÁLISE E REFLEXÃO DAS AVALIAÇÕES REALIZADAS PELA EQUIPE ESCOLAR NO ANO DE 2015

ANÁLISE E REFLEXÃO DAS AVALIAÇÕES REALIZADAS PELA EQUIPE ESCOLAR NO ANO DE 2016

a. DIMENSÃO 2 - MULTIPLICIDADE DE EXPERIÊNCIAS E

LINGUAGENS. INDICADOR: AMARELO - Em ATENÇÃO quanto às crianças expressando-se por meio de diferentes linguagens plásticas, simbólicas, musicais e corporais e crianças tendo experiências agradáveis, variadas e estimulantes com a linguagem oral e escrita. Todos os adultos (professoras, auxiliares em educação, auxiliares de limpeza e demais educadoras e educadores) apoiam as crianças na conquista da autonomia para a realização dos cuidados diários (alcançar objetos, tirar as sandálias, amarrar cadarço, lavar as mãos, usar o sanitário etc.); ensinam as crianças a cuidar de si mesmas e do próprio corpo e atendem as crianças em suas necessidades fisiológicas, com aceitação e acolhimento. Após um período de acompanhamento e de ensino de procedimentos, muitas professoras (predominantemente de Infantil V e algumas de Infantil IV) encaminham as crianças sozinhas para a escovação (momento em que contam com o apoio de outras educadoras das equipes de apoio) - consideramos que tal atitude se constitui em aposta na capacidade de as crianças colocarem em prática o que foi ensinado, exercendo a independência e exercitando a autonomia. Observamos que embora a maioria das professoras atenda de imediato as crianças em suas necessidades fisiológicas, ocorreram casos pontuais em que professoras hesitaram em deixar outro adulto de equipes de apoio na sala, aguardando por uma auxiliar em educação, ainda que esta estivesse atendendo outra criança, o que acarretou situações de esperas inadequadas. Na organização das atividades e do tempo, as professoras incentivam as crianças a escolher brincadeiras, brinquedos e materiais; oferecem simultaneamente um conjunto de atividades diferentes que podem ser escolhidas pela criança de acordo com suas preferências, - como, por exemplo, as “intersalas”

(semanais), as atividades “diversificadas”, brincadeiras simbólicas e outras

atividades desenvolvidas na quadra e no parque diariamente. Observamos também que a maioria das professoras alternam momentos de atividades de livre escolha com momentos de atividades dirigidos, em que a proposta é diretamente conduzida pela professora.

Algumas professoras utilizam as atividades diversificadas como momento de acolhimento das crianças no início do período, como estratégia de passagem de uma atividade a outra e/ou, ainda, como momento para leitura de recados nas agendas, escrita de comunicados e outras tarefas - quanto ao uso destes momentos como estratégia para estas duas últimas situações concordamos que

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precisamos aprofundar as reflexões, pois compreendemos de fundamental importância que os momentos de diversificadas sejam acompanhados pelas professoras para fazer mediações e ensinar quando necessário, bem como observar as interações e as aprendizagens desenvolvidas. Algumas professoras pontuam que dentro da rotina e planejamento delas têm dificuldades para ajustar atividades para as especificidade de cada criança.

Quanto à "intersalas", no início do ano estabelecemos como uma das estratégias a variação entre geral e por faixas etárias, favorecendo a interação entre crianças de outras turmas de faixas etárias diferentes e da mesma faixa etária. Observamos que em algumas propostas desenvolvidas as crianças cumpriam um papel passivo, secundarizando o foco da atividade, que é a interação. Constatamos também algumas alterações de atividades inicialmente planejadas, (ocorridas por necessidade de ajustes para garantir a participação de todas as crianças) aparentemente predominando, nestas alterações, escolha de atividades livres, selecionadas as que tiveram como objetivo propiciar interações.

Segundo a avaliação da maioria da equipe, as professoras cotidianamente destinam momentos, organizam o espaço e disponibilizam materiais para que as crianças engatinhem, rolem, corram, sentem-se, subam obstáculos, pulem, empurrem, agarrem objetos de diferentes formas e espessuras e assim vivenciem desafios corporais. Algumas professoras manifestam ter dificuldades em realizar atividades de corpo e movimento; para a preparação e desenvolvimento de algumas atividades, como o circuito e gincanas, por exemplo, consideram curto o tempo da quadra e avaliam que há necessidade de adquirir materiais para potencializar as aprendizagens.

Ao longo do ano foi propiciado o contato das crianças com animais e elementos da natureza (no parque da escola e em parques externos: areia, folhas, sementes... Em demais espaços da escola: observação de formigas e outros bichos de jardim) e em outros espaços externos foi propiciado contato e observação das crianças com outros animais, por meio de atividades planejadas de estudo do meio ao borboletário, ao museu de zoologia e ao aquário de Santos, além de outros locais como parques. No final do ano as professoras organizaram atividades com água. Neste sentido, a maioria da equipe avalia que as professoras possibilitam contato e brincadeiras das crianças com animais e com elementos da natureza como água, areia, terra, pedras, argila, plantas, folhas e sementes.

Em 2016, apenas as turmas de infantil V realizaram atividades externas à escola na localidade como parte de projeto desenvolvido com a turma; no segundo semestre, as turmas de Infantil V foram fazer visita à EMEB Bosko Preradovic, como parte do processo de passagem das crianças para o ensino fundamental. Observamos que as atividades realizadas pelas turmas em visitas a locais do bairro e à EMEB Bosko Preradovic potencializaram as aprendizagens e experiências das crianças nesta e em outras Dimensões.

Uma das nossas preocupações na avaliação de 2015 para 2016 foi em relação aos estudos do meio: observávamos algumas resistências localizadas em efetivar estudos do meio no bairro e contar com o apoio de familiares. Ao contrário de 2015, e em contraposição aos indicativos anteriores, em 2016

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poucas professoras planejaram atividades de estudo do meio no bairro; por outro lado, nas atividades externas realizadas (no bairro e em outras localidades) nos preocupamos em envolver familiares no apoio. Além disso, a escolha dos estudos do meio fora da localidade de nossa escola tiveram maior relação com projetos de estudo das turmas e alguns dos locais escolhidos para visita contaram com monitoria, ambos os aspectos, em nosso entendimento, potencializam a aprendizagem das crianças. A participação de familiares ajudou a garantir a quantidade adequada de adultos nos acompanhamentos; por outro lado, observamos a necessidade de criarmos critérios mais objetivos e garantir orientações claras aos familiares acompanhantes para que os apoios sejam efetivos. Cuidamos mais de garantir o envio e cobrança das autorizações de forma antecipada, o que fez diminuir a quantidade de crianças que ficou na escola por falta de autorização. Todas as turmas fizeram a quantidade de passeios inicialmente planejadas (algumas até mais); houve acúmulo de estudos do meio no segundo semestre e excedemos os valores previstos da verba da APM com estudos do meio.

As professoras realizam atividades com as crianças nas quais os saberes das famílias são considerados e valorizados (por exemplo: parcerias em pesquisas em casa e compartilhamento de materiais de pesquisa dos temas estudados, leitura de poesias e cantigas da crianças junto com a família, maleta literária, propostas de brincadeiras em casa com brinquedos confeccionados pelas crianças, desenhos e atividades artísticas), porém, as propostas se restringiram ao desenvolvimento de atividades fora do espaço escolar - em 2015 algumas professoras planejaram atividades em que as famílias participavam de momentos da rotina escolar (contação de histórias, rodas de conversas, rodas de música, oficinas etc.).

Observamos avanços dos planejamentos em várias turmas no sentido de as professoras efetivarem junto às crianças propostas mais elaboradas em relação à linguagem (trabalho com parlendas, poesias, trava-línguas, músicas), expressões artísticas para além do desenho (brincadeiras com sons, ritmos e melodias com a voz, oferecem instrumentos musicais - convencionais e não- convencionais - e outros objetos sonoros e possibilitam que as crianças ouçam e cantem diferentes tipos de músicas ritmos, sons, brincadeiras com instrumentos musicais) e projetos de pesquisa com estratégias diversificadas (incluindo estudos do meio, uso de recursos tecnológicos, pesquisa em livros, parcerias com as famílias).

As professoras leem livros diariamente, de diferentes gêneros, para as crianças. A maioria das professoras conta histórias diariamente para as crianças, e todas incentivam as crianças a manusear livros, revistas e outros textos. As professoras, com apoio de auxiliares em educação, oficial de escola que atua na biblioteca, contadores de histórias e eventualmente de outros adultos, criam oportunidades prazerosas para o contato das crianças com a palavra escrita e com a linguagem oral. As crianças são incentivadas a “produzir textos” mesmo

sem saber ler e escrever, inclusive coletivamente produzem bilhetes, comunicados e convites às famílias.

Segundo a avaliação da maioria da equipe escolar, a instituição

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disponibiliza materiais e oportunidades variadas (histórias orais, brinquedos, móbiles, fotografias - inclusive das crianças, livros, revistas, cartazes, etc.) que contemplam meninos e meninas, brancos, negros e indígenas e pessoas com deficiências. A aquisição de brinquedos, o acervo da biblioteca - cujos títulos são adquiridos em comum acordo com a equipe docente - e a escolha de história para contar às crianças levam em consideração esta questão. Apesar dos investimentos em aquisições, a quantidade de livros que temos na biblioteca é em quantidade insuficiente para garantir os empréstimos sem que haja necessidade de rodízios. em relação ao acervo e alguns recursos na escola, algumas professoras indicam que desconhecem todo o material disponível.

A proposta de contação de histórias concretizada pelo pessoal da biblioteca em parceria com as professoras contribuiu com a qualidade de trabalho de nossa escola nesta dimensão, sendo que muitas professoras deram continuidade à proposta em sala, contudo, observamos predominância de registros pictográficos (desenhos).

No desenvolvimento das atividades cotidianas as professoras criam oportunidades para que o contato das crianças com a quantificação e a classificação das coisas e dos seres vivos seja feito por meio de jogos, histórias, situações concretas e significativas. Observamos coexistência de atividades reprodutivas, descontextualizadas e até mesmo inadequadas para a faixa etária, como a contagem de crianças com posterior demonstração do algoritmo da adição, atividades de correspondência biunívoca, atividades de completar sequência numérica e outras que caracterizam passatempo.

As professoras incentivam as crianças a produzir pinturas, desenhos, esculturas, com materiais diversos e adequados à faixa etária. Desenhos livres e com interferência predominam entre as atividades de artes plásticas.

As professoras organizam espaços, materiais e atividades para as brincadeiras de faz de conta. Algumas confeccionam cenários e objetos para incrementar as brincadeiras de faz de conta, bem como utilizam as fantasias, brinquedos e objetos disponíveis na escola.

Todas as atividades do cotidiano são planejadas de modo a promover a participação das crianças com deficiência.

Em nossa escola, combatemos o uso de apelidos e comentários pejorativos, discriminatórios e preconceituosos, sejam eles empregados por adultos ou crianças.

As professoras utilizam situações cotidianas organizadas e inesperadas para que as crianças se ajudem mutuamente e compartilhem responsabilidades e conhecimentos em grupo (organizar brinquedos, guardar objetos, ajudar o colega a superar alguma dificuldade, compartilhar brinquedos, etc.). Ainda assim, observamos, com certa frequência em algumas turmas, brinquedos e objetos espalhados ou não guardados, bem como quebra e perda frequentes de materiais.

Verificamos durante o ano, nos espaços coletivos, predominância de atividades livres (inclusive com acúmulo de turmas em alguns espaços, como na biblioteca, parque e quadra) sem um acompanhamento ativo por parte das professoras e sem intencionalidade aparente. Constatamos que quando há

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excesso de momentos livres sem o acompanhamento ativo por parte dos adultos e quando há acúmulo de crianças em quantidade excessiva num mesmo espaço, conflitos e acidentes se acentuam e as aprendizagens ficam prejudicadas. Quanto às atividades dirigidas, constatamos que em alguns casos se tornam atividades em que se exige das crianças que façam a mesma atividade ao mesmo tempo, com predominância, em algumas turmas, de propostas reprodutivas e passatempos.

Constatamos que ainda persistem: o uso excessivo de vídeos em biblioteca sem planejamento e sem relação direta com os conteúdos de estudo; a substituição de atividades de corpo e movimento por vídeo, quando por motivos de força maior (chuva, por exemplo) não foi possível utilizar parque ou quadra; espontaneísmo no desenvolvimento do trabalho de algumas professoras.

b. DIMENSÃO 3 - INTERAÇÕES

INDICADOR: VERDE - com necessidade de acompanhamentos pontuais. De um modo geral, em 2016 mantivemos os cuidados constatados no ano

anterior, contudo, algumas atitudes observadas ao longo do ano indicam que precisamos sempre estar em vigilância mesmo nos aspectos que avaliávamos positivos, em especial (ainda que não de forma generalizada) gritos e atitudes ríspidas de adultos com crianças foram observados ao longo do ano, fazendo-se necessárias intervenções pontuais por parte da equipe gestora.

Quando há conflitos entre as crianças ou situações em que uma criança faz uso de apelidos ou brincadeiras que humilham outra criança, as professoras e demais profissionais intervêm, conversando com as crianças envolvidas e orientando sobre as condutas adequadas.

As professoras organizam as atividades de modo que crianças não sejam forçadas a longos períodos de espera. Algumas planejam atividades de passagem para que as crianças não permaneçam ociosas entre uma proposta e outra.

As crianças podem dormir ou repousar, ir ao banheiro ou beber água quando necessitam. No entanto, na escola não existe espaço específico para o sono das crianças e, quando acontece de alguma criança sentir sono, as professoras utilizam colchonetes e adéquam um espaço em suas próprias salas.

Procuramos chamar as crianças pelo nome, porém não sabemos o nome de todas as crianças. As crianças que necessitam de mais atenção e orientação todos sabem o nome.

A instituição observa e atende aos interesses e necessidades das crianças que são recém-chegadas, estão mudando de grupo ou se desligando da instituição. No PPP, inclusive, temos um capítulo específico sobre adaptação e acolhimento, com reflexões e orientações construídas a partir de avaliações anteriores. Mesmo assim, algumas professoras indicam que aconteceu casos de crianças chegarem à escola sem a professora ser comunicada previamente, sem

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material algum e ainda sem relatório, ficha individual ou qualquer documento para que pudessem saber sobre a criança. Observamos que às vezes algumas famílias não seguem a orientação em relação ao início das crianças e trazem as crianças antes da data estipulada.

As professoras ajudam as crianças a manifestar os seus sentimentos (alegria, tristeza, raiva, ciúme, decepção, etc.) e a perceber os sentimentos dos colegas e dos adultos.

As crianças com deficiência recebem atendimento educacional especializado - AEE -, tendo as professoras designadas para tal tarefa feito acompanhamento e parceria junto às professoras, contudo, devido a afastamentos de professoras de AEE, a substituição não contemplou a continuidade do trabalho iniciado. A equipe escolar ressalta que a rede pública não dispõe de quadro de profissionais de outras áreas (psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas etc.) em quantidade suficiente para atendimento de todas as crianças que necessitam.

As professoras e demais profissionais acolhem as propostas, invenções e descobertas das crianças incorporando-as como parte da programação sempre que possível e reconhecem e elogiam as crianças diante de suas conquistas.

As produções infantis estão expostas nas salas de atividades e, no caso de algumas turmas, em outros ambientes da instituição.

Embora todas as equipes avaliem que as professoras organizam junto com as crianças exposições abertas as famílias e à comunidade, a equipe gestora pontua que neste ano esta foi uma prática mais localizada em algumas turmas. Com relação à mostra permanente de atividades das crianças, avalia que houve uma diminuição drástica das exposições ao longo do ano, acarretando na descontinuidade de uma prática que avaliamos anteriormente como imprescindível tanto para informar às famílias sobre os conteúdos estudados e as aprendizagens, como também para valorizar o trabalho de adultos e crianças.

Na avaliação de toda a equipe, as professoras organizam diariamente espaços, brincadeiras e materiais que promovem oportunidades de interação entre as crianças da mesma faixa etária, bem como organizam periodicamente espaços, brincadeiras e materiais que promovem oportunidades de interação entre crianças de faixas etárias diferentes e, ainda, organizam espaços, brincadeiras e materiais acessíveis de modo a favorecer a interação entre as crianças com deficiência e as demais crianças.

Em 2016, constatamos um volume significativo de queixas de famílias em relação à conflitos envolvendo adultos com crianças e crianças com crianças. Sempre que a equipe gestora recebe as queixas, pergunta à família se já conversou com a professora diretamente, atende as famílias e ouve as professoras, mediando os conflitos, buscando soluções em conjunto e procurando restabelecer os vínculos de confiança. O volume de queixas que chega diretamente à equipe gestora requer refletir sobre alguns aspectos, entre os quais: acolhimento, por parte da professora, da queixa da família e tentativa de buscar solução (revisão da própria prática e atitudes, disponibilidade de escuta); relação de confiança entre professora e família; expectativa da família para que a equipe gestora adote determinadas atitudes em relação às

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professoras; em casos de trocas de professoras as famílias procuram diretamente a equipe gestora.

Observamos que muitas das queixas e dúvidas apresentadas se originam na falta de maiores esclarecimentos da família em relação à proposta pedagógica, à dinâmica da professora, ao planejamento e desenvolvimento do trabalho; outras diziam respeito a supostas atitudes de adultos para com as crianças.

Ao longo do ano, em situações de crianças com dificuldades de aprendizagens, a equipe gestora realizou diferentes tipos de ações buscando apoiar o trabalho das professoras: ajustes em horários e rotina; reorganização de turmas; redução de quantidade de crianças em algumas turmas; reorganização do quadro de apoio educativo para possibilitar, em tempo parcial ou não, presença de auxiliar em educação e/ou parcerias com outras professoras e até mesmo funcionários; reuniões com professoras, famílias, equipe de orientação técnica, buscando orientar o trabalho e encontrar soluções; encaminhamentos a outras instituições (UBS, CAPSi e Conselho Tutelar). Em relação às auxiliares em educação, as professoras destacam que nem sempre ocorreu a presença das mesmas em todas as turmas que necessitaram, pois nos afastamentos destas profissionais não acontece substituição, havendo eventuais acúmulos de acompanhamentos por parte da auxiliar que permaneceu na escola e, ainda, havendo momentos em que a escola ficou desprovida temporariamente de auxiliar em educação por coincidir afastamentos das mesmas em decorrência de situações imprevistas.

Em nossa escola, profissionais de diferentes segmentos realizam intervenções diretas com as crianças, o que caracteriza que todos se colocam no papel de educadores. No entanto, nem sempre estas intervenções são coerentes com nosso PPP e, às vezes, observamos um movimento de delegação/ terceirização das responsabilidades docentes.

A orientação de não se fazer pausas coletivas em horário de serviço nem sempre é observada: algumas pessoas das equipes de apoio se ausentam do local de trabalho muitas vezes sem autorização e sem informar equipe de gestão e realizam pausas coletivas para assuntos alheios ao serviço. Algumas professoras indicam desconhecer a organização de horários da equipe gestora e apontam que em alguns momentos durante o ano não havia nenhum representante da equipe gestora presente na escola.

De um modo geral, auxiliares de limpeza, cozinheiras e auxiliares em educação e professoras se apoiam nos momentos de uso dos espaços coletivo, acompanham a alimentação das crianças, ensinam procedimentos e ajudam quando necessário, no entanto, observamos situações de pequenos descuidos que indicam a necessidade de revermos a nossa prática e algumas atitudes individuais para garantir plena orientação, ensino, proteção e ajuda às crianças:

momentos de refeição muito turbulentos (gritos em demasia, crianças que retiram cadeiras do lugar e não colocam de volta, correria pelo refeitório, acidentes frequentes, desperdício de alimentos)...

Adultos sentados ou conversando em roda;

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Nos momentos de saída dos refeitórios, observamos que todas as professoras orientam as crianças a organizarem as cadeiras e mesas, no entanto percebemos que na maioria das vezes ocorre de forma automática, sem que se espere as crianças organizarem o espaço para depois saírem.

Ainda sobre os momentos de refeição, ressaltamos que não são todos os horários nos quais há momentos turbulentos e os adultos fiquem sentados ou conversando. Destacamos que há professoras que fazem intervenções, não fazem "rodinhas" e que até podem se sentar, mas não estão deixando de observar as crianças e intervir quando necessário. Quanto aos gritos, observam que as crianças falam muito alto, e até mesmo em sala é necessário pedir que abaixem o volume. Ressaltam também que há professoras que fazem combinados com as crianças antes de irem para o refeitório e que nem todas as professoras permitem que as crianças tirem as cadeiras do lugar.

Para possibilitar a melhor organização do trabalho das professoras, a equipe de gestão costuma informar especialmente à equipe docente em HTPC sempre que são adquiridos jogos, brinquedos e materiais pedagógicos. Ainda que alguns materiais adquiridos tenham sido expostos em HTPC para o conhecimento das professoras (inclusive a bandinha), algumas professoras alegam que não viram a bandinha.

Observamos que as professoras acompanham e orientam as crianças no uso do parque, contudo, ainda acontecem situações em que crianças jogam brinquedos e objetos na rua, danificam brinquedos e utilizam objetos quebrados. Observamos também, que algumas professoras colocam as crianças para brincar na areia, mas elas mesmas não entram no parque, o que requer reflexão a respeito de tal atitude (algumas professoras esclarecem que não entram devido a problemas específicos de saúde).

c. DIMENSÃO 4 - PROMOÇÃO DA SAÚDE.

INDICADOR: AMARELO - Em ATENÇÃO. Observamos que em relação ao cardápio mantém-se os mesmos

problemas constatados anteriormente: nem todos os dias servem-se frutas e saladas às crianças, e acreditamos que salsicha não é um alimento saudável. Para as crianças com restrição alimentar realizam-se adequações no cardápio, no entanto, nem sempre há alimentos similares disponíveis. A equipe aponta que não o cardápio não possui variedade de alimentos na semana.

Durante o ano, algumas turmas realizaram projetos de alimentação saudável. Houve também parceria com a UBS na efetivação do Programa Saúde na Escola no que diz respeito a higiene bucal, havendo atividades de escovação supervisionada, tratamento de cáries e encaminhamentos ao dentista.

É consenso de toda equipe que as salas de atividades e demais ambientes internos e externos não são agradáveis, limpos, ventilados e tranquilos, com acústica que permita uma boa comunicação. Além do aspecto precário da escola, que teve sua pintura geral há 8 (oito) anos atrás, as salas em

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geral são muito barulhentas - a equipe de apoio administrativo aponta como preocupante o barulho na secretaria, que atrapalha e desconcentra na realização de algumas atividades.

Não apenas os espaços de uso geral, como também algumas salas de atividades, são muito desorganizadas - em nosso entendimento, a falta de armários padronizados ou a ausência de uma reforma geral não justificam a desorganização, pois observamos (em alguns espaços) acúmulo de objetos descartáveis e desnecessários ao local.

A limpeza básica das salas (varrição, passar pano no chão e nas cadeiras e mesas das crianças) é feita com regularidade, havendo necessidades de ajustes, pois ainda que existam horários destinados para entrada nas salas (momentos de atividades externas das crianças) geralmente não acontecem. Algumas equipes apontam que os lixos das salas e de alguns espaços não são retirados diariamente, ou são retirados pelas próprias funcionárias que trabalham no espaço, e não pela equipe de apoio operacional. Segundo a equipe de apoio operacional, a cooperação do professor em relação à organização de brinquedos, mesas e cadeiras na sala é extremante necessária para melhor conservação do ambiente.

A limpeza dos brinquedos não é feita com regularidade, bem como higienização e limpeza de outros objetos e instrumentos, indicada no quadro de rotina do pessoal da limpeza, também não ocorrem com a frequência necessária. A equipe de limpeza indica que o cronograma de entradas em sala não foi atualizado, dificultando a organização das entradas em sala. Em nossa avaliação, o quadro reduzido de funcionárias por si só não justifica a não realização de algumas tarefas que também não são realizadas quando a equipe está completa.

São tomados os cuidados necessários com a limpeza e com a higiene nos momentos de troca de fraldas e uso dos sanitários (lixeiras com pedal e tampa, retirada das fraldas sujas do ambiente imediatamente após as trocas, higiene das mãos).

As tomadas elétricas continuam em altura acessível às crianças e expostas (sem proteção).

O botijão de gás atende às especificações de segurança e fica em ambiente externo protegido.

Quando uma criança necessita tomar remédio em horário escolar e a família alega impossibilidade de ministrá-lo, a escola se organiza para aplicar a medicação mediante a apresentação de receita. Neste caso, solicitamos que os adultos entreguem diretamente o medicamento na secretaria, onde o remédio ficará guardado. Assim, evitamos que os remédios permaneçam em sala porque mesmo dentro ou em cima dos armários há riscos de as crianças alcançarem.

Apesar de existirem determinações expressas para que equipamentos e produtos de limpeza não fiquem em locais acessíveis às crianças, e apesar de reiteradas retomadas das orientações durante o ano, observamos com frequência produtos de limpeza (e outros materiais como pás e vassouras) em locais acessíveis às crianças, nas salas e em outros espaços; a equipe gestora

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acrescenta que eventualmente é esquecida aberta a sala de produtos de limpeza. Segundo a equipe de limpeza, muito raramente são esquecidos produtos de limpeza nas salas, porém, sempre em cima dos armários altos, longe do alcance das crianças. A equipe gestora reitera que não devem ser deixados equipamentos e materiais de limpeza em nenhum espaço de uso das crianças, ainda que em altura supostamente inacessíveis às crianças.

Em relação a pontos potencialmente perigosos do prédio, as laterais e os fundos da escola são vedados o acesso das crianças por meio de trincos, portões com cadeados e portas que eventualmente são esquecidos abertos. Observamos, na quadra, piso rústico e grelhas desniveladas cujas bases desgastam com facilidade, fazendo-as caírem, oferecendo riscos de acidentes graves. No parque, a equipe aponta como preocupante o muro baixo, acessível à altura de algumas crianças que podem subir nele e cair.

O parque continua sem tela de proteção, sendo de acesso a gatos e pombas – a higienização da areia não foi realizada regularmente conforme determinação, ora por falta de produtos de limpeza, ora por motivos alheios. A areia foi substituída no segundo semestre.

A solicitação de materiais foi feita sempre que a equipe de limpeza indicou a necessidade de complementação. Especificamente quanto à higienização da areia, foi destinado horário à partir das 15h20 nas sextas-feiras e orientado que, na falta de sanitizante bruto (Lysoform e similares) se fizesse a higienização com água sanitária nas proporções adequadas. A coleta de folhas e outros detritos foi feita diariamente.

Quanto aos procedimentos em casos de acidentes, embora no PPP tenha um capítulo específico estabelecendo as ações a serem adotadas em casos de acidentes, e indicando orientações a serem efetivadas para prevenir determinados acidentes (ambas construídas com as equipes ao longo dos anos), e embora algumas destas orientações foram disponibilizadas às famílias pela escola no início do ano, as equipes de apoio educativo, apoio administrativo e docentes indicam atenção e/ou urgência a esta questão. Um grupo de professoras aponta que a escola não possui tais procedimentos preestabelecidos; a equipe de apoio administrativa avalia que não existem tais procedimentos e que em casos de acidentes as pessoas não sabem como proceder diante da situação; outro grupo de professoras afirma que nem todos sabem sobre os procedimentos, que em casos de acidentes sabem que tem que comunicar com as famílias, mas em casos mais graves não sabem quem leva para a UBS o que, segundo elas, é pedido aos auxiliares e professoras. Apontam, ainda, que algumas vezes não tem ninguém da gestão na escola para orientar e tomar as providências necessárias.

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d. DIMENSÃO 5 - ESPAÇO, MATERIAIS E MOBILIÁRIOS.

INDICADOR: AMARELO - Em ATENÇÃO De um modo geral, a estrutura da escola não proporciona um ambiente

favorável. Em nossa escola temos uma biblioteca com estantes, livros, revistas e

outros materiais em altura acessível para as crianças. Constatamos que muitos livros e revistas encontram-se bem desgastados e com o passar do tempo alguns, sem condições de reformas, precisaram ser descartados, tornando assim irrisório o número de livros para a realização do empréstimo para as crianças. Em 2015, a escola recebeu verba para aquisição de livros, porém os recursos disponibilizados não foram suficientes para ampliar acervo de modo a atender demanda (uso na escola e empréstimos para as crianças). Em 2016, houve o recebimento de alguns livros advindos de programas didáticos e, com recursos da APM, adquirimos alguns títulos para uso pedagógico. Algumas professoras organizam, em suas salas cantinhos de leitura com livros revistas e outros materiais acessíveis às crianças.

As salas do anexo possuem janelas à altura das crianças, porém as demais salas não possuem janelas que possibilitem às crianças a visão do espaço externo. Professoras sugerem que este fato leva riscos de acidentes às crianças que, para olharem o lado de fora da sala, colocam cadeiras; acrescentam ser impossível deixar as portas abertas devido às atividades realizadas na quadra. As portas de alumínio das salas da quadra requerem manutenção constante por conta das placas soltas e desnivelamento acarretado pelo frequente uso.

Na avaliação da maioria da equipe, os espaços e equipamentos são acessíveis para acolher as crianças com deficiência, o espaço da escola é.

plano e crianças cadeirantes podem acessar, com ajuda e/ou acompanhamento de adultos, todos os espaços de atividades das crianças. Apesar de a escola possuir banheiro específico para deficientes, alguns professoras avaliam que os banheiros não são acessíveis para crianças deficientes.

O vaso sanitário do banheiro adaptado é para adulto, e foi colocado nele um adaptador de assento, mas a altura do vaso dificulta o uso, com independência, pelas crianças. A altura do trocador faz com que adultos tenham de se abaixar para trocar a criança; a escadinha é também base de apoio do trocador, que também é usado como lavatório.

Em alguns pontos da escola, trilhos de portão criam pequenos obstáculos que dificultam a locomoção de cadeirantes.

Todas as equipes avaliam que há livros e outros materiais de leitura, brinquedos, materiais pedagógicos e audiovisuais adequados às necessidades das crianças com deficiência. O grupo de professoras da manhã afirma acreditar que precisam de "outros materiais para adaptar algumas atividades".

Na avaliação da maioria das equipes (inclusive das professoras que possuem crianças na situação) há mobiliários e equipamentos acessíveis para as crianças com deficiência.

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A cadeira de balanço adaptado, que havia sido instalada na quadra, não foi reinstalada. Ao final do ano, a escola adquiriu um balanço adaptado para cadeirante, que não foi instalado ainda e não pode ser usado pelas crianças no presente ano.

A escola possui apenas um chuveiro para as crianças, mas como não é de uso frequente, devido à faixa etária usuária da pré-escola, a quantidade é suficiente para atender as necessidades que eventualmente surgem. A quantidade de vasos sanitários também atende a demanda regular.

Os banheiros das crianças possuem vasos pequenos e médios para uso de crianças pequenas e crianças maiores. Foram adquiridas tampas e assentos novos, e em quantidade reserva para eventuais necessidades de troca.

Banheiros das crianças, corredor do anexo e quadra possuem pias com alturas diferentes, que possibilitam que crianças de todas as faixas etárias utilizem um ou mais dos lavatórios existentes. A quantidade de pias havia sido avaliada como insuficiente para atender a demanda (segundo consta na análise e reflexão das avaliações do ano anterior, "devido a quantidade de pias, as crianças precisam se dividir entre as pias do corredor, ou da quadra, e os banheiros, dificultando o acompanhamento pela professora"), contudo, quando da discussão a respeito da destinação de recursos da APM para aquisição de lavatório (pias e bebedouros), as representantes das professoras e das funcionárias reavaliaram a questão e consideraram que não era prioridade ampliar a quantidade de pias, todavia, na presente avaliação a equipe de limpeza reconsidera que a quantidade de pias é insuficiente: na hora da escovação, por exemplo, há ocasiões em que coincidem duas turma,

dividindo 10 torneiras por banheiro simultaneamente. As professoras avaliam que a suficiência depende da logística e organização das turmas.

No início do ano todas as salas contavam com espelhos seguros e na altura das crianças para que pudessem brincar e observar a própria imagem diariamente. Embora a maioria das equipes indicou que a instituição disponibiliza os espelhos, a equipe docente da tarde indica que não ao final do ano não há espelhos em todas as salas.

Em nossa escola, os materiais são adquiridos de acordo com a solicitação das professoras, considerando os seus planejamentos e os projetos desenvolvidos junto com as turmas e observando sempre os limites e as possibilidades de aquisição em conformidade com o Plano de Trabalho da APM e as orientações e determinações legais.

Na avaliação de todas as equipes, com exceção da equipe de apoio administrativo, há brinquedos que respondem aos interesses das crianças em quantidade suficiente e para diversos usos (de faz de conta, para o espaço externo, materiais não estruturados, de encaixe, de abrir/fechar, de andar, de empurrar, etc.).

A aquisição de brinquedos e o cuidado com o uso foi uma das prioridades elencadas para 2016. Já no primeiro trimestre, foram adquiridos novos brinquedos e caixas organizadoras. Ao longo do ano, brinquedos e materiais foram repostos e adquiridos considerando critérios de durabilidade e qualidade

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(skatenetes e tricilos); a SE também destinou brinquedos para a escola, mas a qualidade dos mesmos foi bem inferior.

Todas as salas possuem caixas com brinquedos (bonecas, carrinhos entre outros) e algumas possuem materiais não estruturados ou confeccionados pelas professoras. Peças de encaixe e de construção passaram a ser utilizados de forma coletivas.

Os brinquedos (e outros materiais pedagógicos e audiovisuais) foram adquiridos considerando as faixas etárias, os interesses das crianças e o incentivo ao conhecimento e ao respeito às diferenças entre brancos, negros, indígenas etc., além das indicações feitas pelas professoras, a partir dos projetos desenvolvidos com a turma, e em quantidade suficiente (desde que previamente planejados). Ressaltamos a necessidade de ampliar a aquisição de brinquedos que valorizem a diversidade.

A escola dispõe de fantasias (para uso das crianças e adultos) e kits de brinquedos e alguns jogos para uso coletivo.

Além de brinquedos em forma de instrumentos musicais, e alguns que emitem sons semelhantes aos instrumentos originais que a escola adquiriu no ano passado, em 2016 adquirimos um kit "bandinha" com instrumentos reais.

Para além dos desgastes normais ocasionados pelo uso, observamos que brinquedos e materiais são danificados com uma frequência intensa, bem como peças são perdidas sem que adultos percebam ou saibam informar o que aconteceu, e até por ação de adultos que jogam no lixo materiais em condição de uso; observamos ainda, que nem todos os adultos guardam adequadamente ou ensinam as crianças a guardarem os materiais utilizados - tais situações, muito comuns em nossa escola, nos leva a concluir que procedimentos básicos, reiteradamente combinados e expressos no PPP, não estão sendo cumpridos por todos.

Há na instituição, ao longo de todo o ano e em quantidade suficiente, materiais pedagógicos diversos para desenhar, pintar, modelar, construir objetos tridimensionais (barro, argila, massinha), escrever, experimentar. Os gastos com materiais pedagógicos e brinquedos de uso coletivo superaram os valores inicialmente previstos no Plano de Trabalho da APM para este ano.

A escola dispõe de material individual de higiene (luvas descartáveis, fraldas para emergência, lenços umedecidos, sabonetes e xampus) de qualidade e em quantidade suficiente para atender a demanda das crianças e que são guardados em locais adequados; à exceção de escova de dente e cremes dentais, que foram fornecidos via Programa Saúde na Escola, sempre que a escola precisou repor os materiais de higiene recorreu ao setor responsável na SE, sendo atendida por este e, nas situações emergenciais, a equipe gestora providenciou a aquisição com recursos próprios. Neste item, a avaliação da maioria das equipes é de pleno atendimento.

Na secretaria foram disponibilizados itens de primeiros socorros. Dos itens de primeiros socorros, algumas vezes houve falta de curativos tipo "band- aid" - na ausência destes, utilizamos micropólios e fitas microporosas, disponíveis em quantidade suficiente ao longo de todo ano. Não foram repostos os soros fisiológicos que são utilizados para lavar os machucados, porém, eventuais faltas

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de curativos tipo "band-aid" e de soros fisiológicos não prejudicou a prestação de primeiros socorros a nenhuma criança, uma vez que foram substituídos por outros tipos de curativos e substâncias recomendadas para lavagem de ferimentos (água corrente); ressaltamos, ainda, que há controvérsias em relação ao uso de curativos tipo "band-aid", considerando que algumas pessoas podem apresentar dermatite de contato alérgica ao usarem determinados tipos de curativos. As caixas de primeiros socorros que eram disponibilizadas nas salas no ano passado não foram este ano.

A escola dispõe de espaço para que as professoras em HTP trabalhem em local separado das crianças, porém o espaço é utilizada também como almoxarifado e não possibilita a realização de HTPCs e reuniões pedagógicas. – estes encontros são realizados em sala de atividades das crianças, utilizando mesas e cadeiras destinadas às crianças.

Na escola não existe um espaço destinado aos funcionários durante sua hora de descanso, tendo os mesmos de se adequarem a espaços secundários como almoxarifado e sala dos professores. Não existem espaços que permitam que os funcionários se alimentem reservadamente.

A escola dispõe de banheiros exclusivos para uso dos adultos, com pias e vasos sanitários, tendo banheiro de uso exclusivo das cozinheiras, e um banheiro com chuveiro, de uso mais frequente das funcionárias do apoio.

Desde o ano passado, organizamos uma sala de "reuniões e acolhimento" para atendimento às famílias e funcionárias. É um espaço pequeno, próximo à secretaria, multiuso, pois também é utilizado por.

funcionárias e professoras para lanchar e tomar café, por isso muitas vezes está ocupada.

A manutenção e readequação do parque de areia e reforma geral da escola foi uma das prioridades elencadas pelo grupo para 2016, sendo ações previstas: 1. Continuar reivindicando da Secretaria de Educação a colocação de grades e telas no parque, bem como a pintura geral da escola e as demais adequações necessárias (revisão da fiação elétrica, mudança nos locais da tomada, troca de piso, manutenção e conserto de telhados e grelhas etc.; 2. Substituir areia do parque;

3. Acompanhar e orientar as crianças quanto aos cuidados no uso do parque;

4. Solicitar materiais de limpeza adequados e em quantidade suficiente para higienização do parque; 5. Realizar a limpeza (recolhimento de detritos, folhas e objetos alheios ao parque) e efetivar a higienização.

Em parceria entre EG, APM e CE, no primeiro semestre foram feitas ações junto à SE no sentido de garantir reforma geral do prédio escolar e do parque. Também foram feitos contatos e tentado parcerias com empresas privadas para doação de tintas e outros serviços, contudo, apesar do compromisso das empresas contatadas, as doações não se efetivaram. A SE se comprometeu verbalmente em realizar a reforma geral, solicitando da EG orçamento para os serviços necessários no parque, o que foi feito. No segundo semestre, frustradas

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as ações para a reforma geral e manutenção do parque, realizamos a substituição da areia do parque via APM.

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V. PLANO DE AÇÃO PARA OS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO NA ESCOLA

1. Plano de ação comum aos diversos segmentos

PRIORIDADE: Aperfeiçoar conhecimentos e práticas em relação à Área Corpo e Movimento, possibilitando experiências significativas e variadas que favoreçam o desenvolvimento pleno das crianças, por meio de brincadeiras, jogos e outros tipos de linguagens corporais e crianças tendo experiências agradáveis, variadas e estimulantes com a linguagem oral e escrita.

Ações Responsáveis Prazos 1. Estudo e reflexões sobre a Área Corpo e Movimento, objetivos, conteúdos, planejamentos e práticas.

2. Reflexões coletivas em reuniões pedagógicas e reuniões com equipes de apoio sobre as questões da rotina escolar e do desenvolvimento infantil relacionado ao Corpo e Movimento, possibilitando maior compreensão de todos do trabalho realizado e, com isso, apoios mais qualificados.

3. Acompanhamento dos instrumentos metodológicos tendo como foco o aspecto priorizado.

4. Adquirir materiais necessários para o desenvolvimento das práticas pedagógicas, de acordo com o planejamento das professoras.

5. Reivindicar melhorias no espaço físico e ampliação dos recursos para potencializar a qualidade das práticas pedagógicas.

1. Professoras e equipe gestora

2. Equipe escolar, sob coordenação da equipe gestora.

3. Equipe gestora

4. Associação de pais e mestres

5. Conselho de Escola

Curto prazo (ao longo do ano) .

PRIORIDADE: Aperfeiçoar conhecimentos e práticas em relação às múltiplas possibilidades do trabalho com a linguagem oral e escrita com vistas a adequar todas as atividades às faixas etárias, evitando antecipação de conteúdos.

Ações Responsáveis Prazos 1. Estudo e reflexões sobre a práticas pedagógicas, objetivos, conteúdos, planejamentos e práticas.

2. Acompanhamento dos instrumentos metodológicos tendo com foco neste tema.

3. Adquirir materiais necessários para o desenvolvimento das práticas pedagógicas, de acordo com o planejamento das professoras.

4. Reivindicar melhorias no espaço físico e ampliação dos recursos para potencializar a qualidade das práticas pedagógicas.

1. Professoras e equipe gestora

2. Equipe gestora.

3. Associação de Pais e Mestres

4. Conselho de Escola

Curto prazo .

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1.1. Avaliação do plano de ação comum aos diversos segmentos

atuantes na escola

O plano de ações dos diversos segmentos será avaliado de forma continuada nas reuniões com os diferentes segmentos e em reuniões pedagógicas, considerando-se a efetivação das ações planejadas, bem como, se necessário, estabelecendo novas ações para garantir o atendimento das prioridades elencadas. As avaliações envolverão discussões coletivas e individuais, considerando as etapas previstas e auto avaliação, propiciando que cada profissional reflita sobre sua própria atuação. 2. Plano de ação da Associação de Pais e Mestres

Analisando as necessidades da EMEB Fernando Pessoa, a APM estabeleceu

como ações e metas para 2017:

Realizar a troca dos elementos filtrantes de todos os filtros de água da Escola (Convênio); Realizar manutenções em aparelhos elétricos e eletrônicos, quando

necessário (PDDE); Adquirir jogos e brinquedos específicos para cada faixa etária (Convênio); Adquirir materiais para jogos e brincadeiras na quadra (mais bambolês,

cordas etc.); Realizar as manutenções no prédio Escolar e equipamentos, conforme

necessário; Adquirir materiais pedagógicos e artísticos de uso coletivo, necessários ao

desenvolvimento das atividades, sequenciadas e projetos de cada turma; Realizar assinatura de jornais, periódicos, revistas infantis e publicações

pedagógicas, em complementação ao acervo da biblioteca; Contratar serviço de locação de ônibus, para os estudos do meio previstos; Manter a locação da copiadora para impressão de comunicados às famílias;

2.1. Avaliação do plano de ação da APM

A avaliação do Plano de Ação da APM realizar-se-á mensalmente, durante as

reuniões entre os membros da Associação de Pais e Mestres em conjunto com os membros do Conselho de Escola, analisando-se a execução das ações estabelecidas e realizando ajustes nas ações, conforme necessário. Também nas reuniões mensais será realizada a prestação de contas, apresentando-se os balancetes e notas fiscais dos serviços e aquisições efetivados no período, bem como será decidido coletivamente as aplicações a serem realizadas pela APM no próximo período, garantindo-se assim transparência e gestão democrática dos recursos financeiros.

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VI. PLANO DE FORMAÇÃO PARA AS PROFESSORAS

1. Horários de Trabalho Pedagógico

1.1. HTPC

Realizado semanalmente às terças-feiras das 18h40 às 21h40, o HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo) é espaço privilegiado de formação continuada coletiva das professoras.

Os estudos e as tematizações de práticas, alicerçados pela reflexão teórica, constituem a base da formação continuada que se complementa e se concretiza na prática pedagógica por meio do desenvolvimento dos instrumentos metodológicos e da efetivação das intervenções educativas com as crianças.

Compreendemos que, assessorados e coordenados pela equipe gestora, também os planejamentos em HTPC adquirem caráter formativo à medida que reiteram a identidade coletiva do trabalho educativo e se constituem em oportunidades de troca de experiência e socialização das ações, ideias e formas de elaboração e organização dos instrumentos metodológicos entre as professoras dos dois períodos. Essa interação possibilita a criação de referências para o trabalho do dia a dia. Quando um professor conhece a prática de outro professor, pode, comparando com a sua, refletir coletivamente ou em pequenos grupos e avaliando os contextos de aprendizagens, desenvolver estratégias que aperfeiçoem a própria prática.

Tendo isso em vista, distribuímos os HTPCs em tempo para planejamento por agrupamentos/ turmas, planejamentos das questões pedagógicas coletivas e tempo para formação. Para os planejamentos (por agrupamentos/ turmas e coletivos) é destinado um HTPC por mês.

1.2. HTP e HTPL

O HTP (Horário de Trabalho Pedagógico) é destinado às atividades de planejamento, preparação e organização de atividades e espaços educativos, registros, avaliação do trabalho das crianças, em atendimento a pais de alunos e em colaboração com a gestão da unidade escolar, estudos e reflexões teóricas, acompanhamentos, devolutivas e tematizações dos instrumentos metodológicos, das práticas pedagógica se das observações realizadas pela equipe gestora. As professoras com jornada de trabalho de 30 horas cumprem 05 horas de HTP semanalmente as professoras com jornada de trabalho de 40 horas cumprem 07 horas de HTP semanalmente, com horários distribuídos de modo personalizado, conforme cada caso, garantindo tempo de cumprimento do HTP junto às demais professoras.

A equipe gestora, por meio da coordenadora pedagógica e, eventualmente, do diretor e vice diretora, acompanha os momentos de HTP propondo reflexões e encaminhamentos buscando o aperfeiçoamento dos instrumentos metodológicos e da prática pedagógica- tais acompanhamentos serão individuais, em agrupamentos

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ou coletivos conforme as necessidades observadas. Como estratégia de sistematização dos acompanhamentos e otimização dos tempos, no período da manhã os horário de HTPs das segundas-feiras são destinadas para reunir as professoras das turmas de Infantil III, às quartas-feiras para reunir as professoras das turmas de Infantil IV e às sextas-feiras para reunir as professoras das turmas de Infantil V; no período da tarde, as segundas-feiras são destinadas para reunir as professoras das turmas de Infantil III, as terças-feiras para reunir as professoras das turmas de Infantil IV e as sextas-feiras são destinadas para reunir as professoras das turmas de Infantil V. Nos demais dias da semana, as professoras se distribuem os tempos de HTP para realizarem registros, planejamentos e atividades pertinentes.

O HTPL (Horário de Trabalho Pedagógico Livre) é o horário destinado às atividades ou formações referentes às atribuições da docência, realizado em local de livre escolha, sem a presença de crianças.

2. Instrumentos metodológicos: ferramentas da intencionalidade educativa

O trabalho educativo desenvolvido na escola contempla uma intencionalidade presente em todas as ações pedagógicas, o que requer sistematização desse trabalho com vistas à aquisição de conhecimentos pela criança. Em nossa Escola, essa sistematização é concretizada pelo uso dos instrumentos metodológicos: o planejamento, a observação, a reflexão, o registro e a avaliação.

O aprimoramento do trabalho docente está vinculado ao aperfeiçoamento no uso dos instrumentos metodológicos, pois os mesmos fornecem elementos para que as professoras realizem a prática pedagógica com maior consciência e clareza de sua própria prática, construam observáveis que ajudem a conhecer as necessidades das crianças e, assim, consigam estabelecer objetivos de aprendizagens e estratégias de ensino adequadas à faixa etária da turma e a cada uma das crianças. As dificuldades em efetivar práticas que respeitem os tempos, os ritmos, os interesses e as necessidades das crianças estão estreitamente vinculadas à dificuldade em efetivar planejamentos, observações, reflexões, registros e avaliações coerentes com as concepções e princípios de nosso PPP.

2.1. Observação

A observação se constitui parte inerente do processo de ensino e aprendizagem, visto que quando atentamos nosso olhar para nossa prática, saímos de um lugar de aceitação e nos propomos a buscar algo mais que nos desafie no percurso de uma aprendizagem significativa pelas crianças. Aqui na nossa escola, as professoras registram observações constantes sobre as crianças e essas observações nos respaldam durante o replanejamento, trazendo informações sobre a prática docente e os desafios que as crianças encontram diante delas.

As observações são realizadas diariamente sobre um grupo de criança, procurando destacar em registros os avanços e dificuldades no processo de

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aprendizagem de cada criança, refletindo sobre e efetivando alterações no planejamento de forma que ele se torne um instrumento de sustentação da prática docente.

A equipe gestora realiza a leitura desses documentos e socializa intervenções no sentido de aperfeiçoar cada vez mais esse registro, propondo focos e estratégias e discutindo com a professora as necessidades e avanços das crianças. Assim, equipe gestora e professora elegem a pauta de observação, tendo em vista os conteúdos e objetivos almejados e as características da faixa-etária.

2.2. Planejamento

O planejamento do trabalho pedagógico – o plano de ação – deve se fundamentar nos princípios e diretrizes deste PPP e deve considerar as características da faixa etária, as necessidades coletivas e individuais das crianças, os objetivos de aprendizagens, a adequação dos conteúdos e das intervenções à faixa etária. Além disso, no planejamento e no replanejamento, a professora deve refletir sobre as observações realizadas e constantes em seus registros, atentando-se para os seguintes aspectos, entre outros: interação das crianças, dinâmica das atividades, tempo, organização, aceitação/procura das crianças e duração do interesse nas atividades, intervenções que tiveram êxito e que não tiveram êxito... Desta forma, o registro reflexivo das observações torna-se instrumento para o planejamento/ replanejamento e para avaliação das aprendizagens das crianças.

O planejamento do trabalho pedagógico, ou plano de ação, deve expressar a intencionalidade educativa da professora em relação às crianças, ou seja, o que se pretende que as crianças aprendam e quais são as intervenções, meios e recursos previstos para alcançar as aprendizagens.

Planejar não é simplesmente pensar com antecedência em atividades e ações, distribuindo-as em um quadro semanal. As atividades e as ações precisam ser condizentes – e consequentes – com o que foi expresso no parágrafo anterior. O quadro semanal – que não pode ser considerado como o planejamento em si – é apenas uma forma de visualizar a organização da rotina prevista conforme o planejamento elaborado.

O plano de ação é de responsabilidade das professoras, com o acompanhamento e assessoria da equipe gestora, e é elaborado individualmente ou em parcerias com uma ou mais professoras, conforme os objetivos, as necessidades das turmas e os diferentes momentos da rotina, que alternam atividades da própria turma e atividades entre duas ou mais turmas. O planejamento é desenvolvido prioritariamente em HTP ou HTPL, elaborando e reelaborando projetos, sequenciadas, atividades independentes e atividades permanentes.

Os planejamentos das ações pedagógicas estão à disposição na Escola, em arquivo as na sala da equipe de gestão.

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2.3. Registro

Os registros são realizados pelas professoras a partir das observações diárias, a serem planejadas considerando os diversos objetivos e os conteúdos de aprendizagem. As professoras dispõem dos HTP’s de três dias da semana para os

registros reflexivos sobre as ações e organizações individuais ou coletivas sobre o trabalho.

A equipe de gestão acompanha semanalmente os registros elaborados pelas professoras, lendo-os e realizando devolutivas (escritas ou não) às professoras – a análise dos registros leva em consideração o planejamento previamente estabelecido pela professora e as devolutivas se pautam por sugestões de reflexões, indicações de referenciais, observáveis e de práticas que possam contribuir com o aperfeiçoamento das professoras.

O registro reflexivo das observações torna-se instrumento para o planejamento/ replanejamento e para avaliação das aprendizagens das crianças.

2.4. Reflexão

No contexto da educação infantil, tendo como objetivo ressignificar as práticas existentes em nossa escola de forma a contemplar as necessidades de cada criança, procuramos nos atentar e buscar as fragilidades existentes, refletindo sobre os objetivos e conteúdos desenvolvidos, que precisam ser replanejados. Assim, as professoras retomam a leitura de seus registros tendo como foco a evolução das aprendizagens das crianças, buscando compreender quais as estratégias mais favoráveis para cada criança e quais intervenções são necessárias para que o avanço da aprendizagem ocorra de forma significativa. As devolutivas das leituras do registro pela equipe gestora trazem orientações no sentido do replanejamento, buscando subsidiar as professoras com leituras, tematizações de práticas e discussões acerca das questões que permeiam o universo da educação infantil e que, no dia a dia com as crianças “emperram” uma

aprendizagem que condiz com as características de cada faixa-etária.

2.5. Avaliação

A avaliação é parte inseparável do processo ensino-aprendizagem e, por isso, os critérios de avaliação devem ser definidos no momento do planejamento, tendo como referenciais os objetivos estabelecidos. Avalia-se para saber o quanto e como o aluno está próximo dos objetivos pretendidos e, assim, estabelecer estratégias para ajudá-lo a alcançar plenamente os objetivos propostos.

A avaliação das aprendizagens das crianças se dará por meio de observações e registros realizados pelas professoras durante o desenvolvimento das propostas, que devem ocorrer em conformidade ao plano de ação. A avaliação é sistematizada em relatórios individuais de aprendizagem, produzidos ao final de cada semestre, compartilhados com as famílias nas reuniões com os pais e

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acompanham a criança desde o primeiro ano que ingressa na Educação Infantil até a finalização na primeira etapa do Ensino Fundamental.

3. Justificativa e fundamentação do plano de formação para as

professoras

Retomando a análise da avaliação realizada pela equipe escolar em 2016, constatamos que as professoras no cotidiano escolar incentivam as crianças a escolher brincadeiras, brinquedos e materiais; na organização das atividades e do tempo oferecem simultaneamente um conjunto de atividades diferentes que podem ser escolhidas pela criança de acordo com suas preferências; diariamente destinam momentos, organizam o espaço e disponibilizam materiais para que as crianças engatinhem, rolem, corram, sentem-se, subam obstáculos, pulem, empurrem, agarrem objetos de diferentes formas e espessuras e assim vivenciem desafios corporais; reconhecem dificuldades para a preparação e desenvolvimento de algumas atividades, como o circuito e gincanas; consideram curto o tempo da quadra e avaliam que não há materiais suficientes.

Ainda, segundo tal análise, identificamos na prática pedagógica dificuldades relacionadas à gestão das crianças, dos espaços, dos materiais e do tempo e dificuldades para ajustar algumas atividades para as especificidades de cada criança; percebemos que nos espaços de uso coletivos, há predominância de muitas atividades livres sem um acompanhamento ativo por parte das professoras e sem intencionalidade aparente fazendo com que as aprendizagens ficam prejudicadas. Quanto às atividades dirigidas foi constatado que “em alguns casos se tornam atividades em que se exigem das crianças que façam a mesma atividade ao mesmo tempo com predominância em algumas turmas de propostas reprodutivas e de passatempo”.

De um lado, temos consolidado em nossa prática atitudes coerentes com o nosso projeto pedagógico, pois ao oferecer simultaneamente diferentes atividades possibilitamos que as crianças, de acordo com suas preferências, escolham brincadeiras, brinquedos e materiais; de outro lado, observamos questões em relação à gestão das crianças, dos espaços, dos materiais, do tempo, das possibilidades de adaptações nas atividades propostas para atender as necessidades específicas das crianças, bem como as possibilidades de intervenções e mediações dos adultos nas atividades dirigidas e também nas atividades de livre escolha.

Tal quadro nos leva a concluir que sabemos bem quais atitudes são esperadas de adultos e crianças (isto é, que os adultos possibilitem escolhas e que as crianças aprendam a escolher), mas também nos leva a refletir a respeito da qualidade das atividades e das escolhas que temos propiciado às crianças e nos coloca em alerta sobre o papel que temos desempenhado efetivamente enquanto educadores.

Como temos feito (ou não temos feito) as mediações e intervenções educativas nas atividades dirigidas e de livre escolha? Quais escolhas temos propiciado às crianças: são sempre as mesmas, são com pouca variação, ou temos

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conseguido oferecer novas e mais amplas experiências? Quais exatamente são as dificuldades em relação aos espaços, aos recursos, à gestão do tempo e das turmas? Todas a professoras conseguem definir com clareza os objetivos de aprendizagens para suas crianças, observando antes os conhecimentos efetivos das crianças? O planejamento das atividades está vinculado aos princípios e às concepções de nosso PPP? Todas as professoras têm clareza dos objetivos, dos princípios e concepções?

São questões que nos colocamos e que, após observações e reflexões, nos levaram ao entendimento de que a superação das dificuldades apontadas pelas professoras, isto é, a qualificação da nossa prática pedagógica, passa pelo aperfeiçoamento das competências na definição de objetivos e conteúdos de aprendizagens bem como de estratégias, metodologias e seleção de atividades mais apropriadas para cada faixa etária vinculando-os às concepções, princípios e diretrizes do nosso PPP.

Neste sentido, formulando o presente plano formativo para os HTPCs buscando propiciar reflexão e aperfeiçoamento das práticas pedagógicas tendo como eixo de discussão a área de Corpo e Movimento, que foi um dos temas formativos de interesse manifestado pela equipe de professoras. OBJETIVOS:

Reconhecer as concepções que norteiam o PPP Estabelecer objetivos coerentes com as faixas etárias e com as

especificidades das crianças, articulando aos princípios e concepções do nosso Projeto Político-Pedagógico e demais documentos norteadores.

Saber identificar as características psicomotoras de cada faixa etária Saber definir, com clareza, observáveis em relação às aprendizagens das

crianças. Planejar e adaptar atividades que atendam as necessidades individuais,

articulando espaços, tempos, materiais e quantidade de crianças. Realizar atividades que propiciem experiências desafiadoras Compreender a importância das atividades motoras para o desenvolvimento

global das crianças. Elaborar registros reflexivos pautados no planejamento. Avaliar as aprendizagens efetivas das crianças de acordo com os objetivos

estabelecidos. CONTEÚDOS

Resgate Histórico. Princípios, Concepções e Diretrizes. Desenvolvimento psicomotor. Objetivos de Aprendizagem. Conteúdos de Aprendizagem. Organização do Trabalho – Crianças x Espaços x Materiais x Tempo. Estratégias de Ensino Aprendizagem.

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Registro e Reflexão. Avaliação do Desenvolvimento

ESTRATÉGIAS:

Leituras de textos individual e coletiva Assistir e discutir vídeos formativos Tematização de práticas Trocas de experiências Vivências corporais/motoras

AVALIAÇÃO Reescrita e qualificação de Corpo e Movimento no PPP e mudança visível da prática.

4. Cronograma de ações da Equipe Gestora

Proposta Responsável Periodicidade Ação Reunião da Equipe Gestora

Trio Gestor Semanal Planejamento da rotina, estudos, socialização das questões, avaliação.

Reuniões com a Orientadora Pedagógica

Orientadora Pedagógica em parceria com o trio gestor

Quinzenal Formações específicas, socialização das questões da escola e encaminhamentos.

Acompanhamento dos instrumentos metodológicos

Coordenadora Pedagógica em parceria com diretor e PAD

Quinzenal - Leitura e devolutiva dos registros;

Semanal - Acompanhamento e colaboração dos planejamentos

Semestral - Leitura e devolutiva dos relatórios individuais de aprendizagem

Acompanhamento do trabalho pedagógico

Coordenadora Pedagógica em parceria com Diretor e PAD

Diariamente - Observações nos espaços de uso coletivo - Observações em salas

5. Avaliação do plano de formação para as professoras

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As avaliações do plano de formação dos professores envolverão discussões coletivas e individuais, tendo como foco os objetivos estabelecidos, isto é, a efetivação das mudanças das intervenções educativas no sentido da descentralização da prática pedagógica. Serão consideradas as etapas previstas e auto avaliação do professor em seu percurso formativo, de modo que reconheça seus limites e avanços e, a partir daí, consiga rever as suas práticas, buscando aperfeiçoar a qualidade de seu trabalho pedagógico.

Buscando aperfeiçoar o processo formativo, as avaliações se darão a cada encontro, a partir de registros ou depoimentos verbais dos professores, e em conformidade com os temas discutidos.

VII. ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

1. Rotina

A rotina Escolar tem como fundamentos

os princípios, as diretrizes e os objetivos da Unidade Escolar, expostos neste PPP e pressupõe a centralidade das ações pedagógicas, da relação professor-criança e a qualidade do atendimento às crianças, buscando favorecer e potencializar o desenvolvimento integral e a aprendizagem delas.

Nosso desafio é de que a rotina seja construída pensando e considerando a diversidade, assim como o atendimento às crianças com necessidades especiais, através de uma organização flexível em que haja o respeito ao processo individual de aprendizagem de cada criança. Incorporar na prática cotidiana as propostas, invenções e descobertas das crianças no desenvolvimento da rotina é também um dos nossos desafios e as professoras, sempre que possível, acolhem as sugestões das crianças. Considerando as peculiaridades das faixas etárias, a construção das regras de convivência e combinados com as crianças – prática frequente das professoras em nossa escola – é uma das formas de acolhimento das ideias e opiniões das crianças.

1.1. Organização do trabalho pedagógico

Respeitando-se os tempos das crianças, a rotina pedagógica é planejada e organizada buscando garantir alternância entre atividades de livre escolha (com acompanhamento e observação do professor) e atividades dirigidas; evitamos expor a criança a longos períodos de espera, pois o tempo ocioso, assim como o excesso de atividades, gera ansiedade e turbulências na rotina.

As professoras organizam os espaços, as atividades e os tempos buscando facilitar o direito de ir e vir e o respeito às individualidades. Espaços, brincadeiras e

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materiais também são organizados buscando promover oportunidades de interação entre crianças de faixas etárias diferentes (as atividades que denominamos intersalas são exemplos destas organizações). Do mesmo modo, diariamente as professoras organizam espaços, brincadeiras e materiais que promovem oportunidades de interação entre as crianças da mesma faixa etária (como exemplo, destacamos as “diversificadas” em que são propostas diferentes

atividades a serem realizadas de acordo com a escolha das crianças, e em conjunto com as demais crianças da mesma turma). Os espaços, as brincadeiras e os materiais são dispostos e organizados de forma acessíveis, buscando favorecer a interação entre as crianças com deficiência e as demais crianças. Essa prática ocorre com o apoio das professoras de NEE e também em suas ausências.

O estabelecimento de horários para ida em espaços de uso comum é uma organização para garantir que todas as crianças possam se beneficiar dos espaços.

As atividades apresentadas à comunidade são desenvolvidas com e pelas crianças. As crianças ajudam a organizar quando: escolhem o fundo das atividades, ajudam a montar o painel, escolhem onde colocar a atividade, nomeando, quando escolhem o que expor. As atividades visam desenvolver conteúdos atitudinais, procedimentais, conceituais e factuais; são realizadas por meio de situações didáticas propostas com regularidade de acordo com os planejamentos. Para contemplar esses conteúdos o trabalho é organizado da seguinte forma3:

Projetos – situações didáticas

desenvolvidas com as crianças de acordo com o interesse, as necessidades de aprendizagem e a faixa etária, que se articulam em função de um objetivo e de um produto final, que não precisa necessariamente ser algo palpável. As ações propostas têm relação entre por si (norteadas por um tema em comum) e fazem sentido em função do produto que se deseja alcançar. Sua duração pode ser de dias, semanas ou meses. O tema pode ser proposto pela professora, socializado com as crianças, ou selecionado diretamente com as crianças. Os projetos podem se desenvolver numa única turma ou em parcerias, com a seleção de temas comuns a serem trabalhados por diferentes turmas, com cada uma seguindo um eixo específico (por exemplo: meio ambiente como tema comum; desmatamento, seca, alimentos, água etc. como eixos específicos para serem desenvolvidos por cada turma). Os projetos são constituídos por sequências de atividades.

Sequenciadas – situações didáticas articuladas que possuem uma sequência de ações e atividades encadeadas entre si, ou seja, o passo seguinte depende do passo anterior, do que já foi realizado, do que já se

3 Conferir Cadernos Validação – Rotina na Educação Infantil

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aprendeu anteriormente. São experiências organizadas em etapas diferenciadas e com graus de dificuldades diversos, com periodicidade variável. Semelhante sãos projetos, diferenciam-se destes por não terem um produto final.

Atividades permanentes: São atividades que ocorrem durante a rotina, com

uma frequência programada, periodicidade regular e de forma sistemática. A

frequência dessa atividade é planejada considerando alguns aspectos, entre

eles: a faixa-etária da turma, o objetivo que se almeja alcançar, o conteúdo

que se pretende trabalhar, o tempo necessário para o desenvolvimento da

proposta, a organização dos espaços e materiais, as estratégias para o

sucesso da atividade etc. Assim, uma atividade permanente pode ocorrer

diariamente, semanalmente, quinzenalmente, conforme as características da

proposta. Atividades permanentes que ocorrem em nossa escola:contação

de histórias, jogos de mesa, brincadeiras, leitura pela professora, escrita

espontânea, contagem, rodas de conversa, escovação, refeição, atividades

diversificadas, intersalas, entre outras.

A atividade diversificada é uma forma de organização diária de oferecimento ao mesmo tempo de um conjunto de atividades permanentes diferenciadas, propostas e organizadas que as crianças possam realizar com relativa autonomia, isto é, sem a intervenção imediata da professora: jogos de mesa, propostas que envolvam a escrita espontânea, contagens, leituras, brincadeiras simbólicas, atividades de artes etc.

A intersalas é uma atividade coletiva permanente, de periodicidade semanal, que mobiliza e envolve todo o agrupamento escolar – professoras, funcionários e crianças. Consiste na realização de atividades pedagógicas diversificadas (como oficinas de modelagem, contação de histórias, dobraduras etc.), planejadas e organizadas pelas professoras. Nestes momentos, as crianças poderão escolher livremente – respeitando-se as quantidades máximas de crianças por salas – as atividades que realizarão, reagrupando-se conforme suas escolhas e interagindo diretamente com colegas das outras turmas. Objetivamos, com o intersalas:

Promover interação entre as diferentes faixas etárias, possibilitando a

construção de parcerias e favorecendo o desenvolvimento intelectual, afetivo e social;

Assegurar atividades de diferentes naturezas, organizando espaços e materiais, criando ambientes apropriados e motivadores para experiências e explorações;

Estimular e desenvolver a construção da autonomia pela criança, promovendo situações em que exercitem escolhas;

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Incentivar a participação em situações coletivas de organização do espaço e de materiais;

Estimular o desenvolvimento de atitudes de respeito e cuidado com os materiais de uso coletivo;

Favorecer atitudes e comportamentos cooperativos e solidários, que valorizem a participação de todos;

Promover a participação das crianças em variadas situações de comunicação interagindo e expressando desejos, necessidades e sentimentos;

Instaurar na turma a necessidade de construção de regras que organizam as diferentes atividades, estimulando o respeito às mesmas;

Estimular a valorização de conquistas pessoais e as do outro. Os estudos do meio fazem parte da rotina escolar e são organizados conforme

os projetos desenvolvidos pelas professoras, e compreendem passeios no entorno da Escola ou em locais mais distantes, como parques municipais, aquários públicos, teatros, etc.

Os estudos do meio podem ser disparadores, partes ou produtos finais de um projeto, o importante é que se tenha foco e que haja discussões posteriores com a turma sobre o que observou, utilizando-se, para isso, diferentes estratégias, tais como: rodas de conversa, desenhos, textos coletivos, confecção de álbuns de fotos etc.

Em 2015, além dos estudos do meio a serem organizados pelas professoras no entorno da Escola, cada turma terá a possibilidade de participar de dois passeios em locais mais distantes, com ônibus fretado pela Associação de Pais e Mestres.

2. Objetivos relacionados às áreas de conhecimento

Trabalharemos para que as crianças tenham na Escola um ambiente cada vez

mais estruturado de modo a favorecer não somente a aprendizagem, como também a prática do diálogo, o incentivo à cooperação, à solidariedade, à tolerância e o respeito às diferenças; que nossas crianças tenham acesso aos conhecimentos que permitam o desenvolvimento e o exercício da cidadania, a apreensão dos conhecimentos histórica e socialmente construídos pela humanidade, objetivando contribuir para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades afetivas, cognitivas, psicológicas, sociais, físicas e biológicas.

Desse modo, os objetivos de nossa Escola articulam-se aos objetivos gerais da Educação Infantil. Buscamos que os alunos construam as seguintes capacidades:

• Brincar, ampliando suas capacidades expressivas e simbólicas, reelaborando significados sobre o mundo, sobre os contextos e as relações entre os seres humanos; • Ampliar o conhecimento sobre o seu próprio corpo, suas possibilidades de atuação no espaço, bem como desenvolver e valorizar hábitos de cuidado com a saúde e bem estar;

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• Construir uma imagem positiva de si, com confiança em suas capacidades, atuando cada vez mais de forma autônoma nas situações cotidianas; • Conhecer diferentes manifestações culturais como constitutivas de valores e princípios, demonstrando respeito e valorizando a diversidade; • Construir e ampliar as relações sociais, aprendendo a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando as diferenças e desenvolvendo atitudes cooperativas; • Valorizar e desenvolver atitudes de preservação do meio ambiente, reconhecendo-se como integrante dependente e agente transformador do mesmo; • Construir e apropriar-se do conhecimento organizado nas diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita), utilizando-as para expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos, ampliando sua rede de significações; • Aprender a buscar informações de forma autônoma, exercitando sua curiosidade frente ao objeto de conhecimento.

3. Artes

3.1. Objetivos gerais

• Ampliar as possibilidades de expressão e comunicação das crianças utilizando diferentes linguagens; • Explorar as características, propriedades e possibilidades de manuseio de diferentes objetos e materiais por meio da manipulação; • Apreciar a produção artística de diferentes grupos sociais e movimentos artísticos, além de imagens e objetos presentes no cotidiano, suas próprias produções e as dos colegas; • Conhecer e comparar diferentes modalidades artísticas - desenho, pintura, escultura, colagem, entre outras. • Expressar-se utilizando a voz, o corpo, materiais sonoros e o meio, na exploração e produção musical; • Produzir e utilizar brinquedos sonoros em brincadeiras rítmicas, jogos sonoros e composição musical; • Desenvolver atitudes de respeito e cuidado com os materiais musicais, com a voz e com o corpo enquanto materiais expressivos.

3.2. Objetivos específicos • Explorar diferentes objetos, materiais e superfícies, ampliando as possibilidades de expressão e comunicação, utilizando as diferentes linguagens (visuais, música, dança, e jogo simbólico);

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• Interessar-se pelas próprias produções, do grupo e das diversas obras artísticas (arte indígena, popular, de diferentes épocas e imagens do cotidiano) com as quais entrem em contato, ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura; • Respeitar e cuidar dos objetos produzidos individualmente e no coletivo; • Participar de situações coletivas de organização do espaço, em sala de aula, no ateliê, em espaços expositivos dentro e fora da Escola;

• Praticar ações de cuidados com os materiais pessoais e coletivos; • Apreciar a produção artística de diferentes grupos sociais e movimentos artísticos, além de imagens e objetos presentes no cotidiano, suas próprias produções e as dos colegas; • Utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação; • Entrar em contato com elementos da linguagem visual - linha, cor, forma, textura, luz e sombra, volume; • Conhecer e comparar diferentes modalidades artísticas - desenho, pintura, escultura, colagem, entre outras;

• Exercitar escolhas de materiais e modalidades artísticas; • Possibilitar a manipulação de vários objetos sonoros e de instrumentos musicais, para acompanhar canções; • Desenvolver a memória musical (por meio de canções); • Promover a escuta de obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros povos e países; • Recrear-se com brincadeiras e jogos rítmicos; • Divertir-se ao cantar sozinha ou acompanhada; • Reconhecer e identificar fontes sonoras e elementos da música utilizando seus

conhecimentos em produções musicais; • Participar de atividades musicais.

3.3. Conteúdos • Desenhos, pinturas, colagens, modelagens a partir de seu próprio repertório e da utilização dos elementos da linguagem das artes visuais como linha, forma, cor, volume, espaço, textura, etc.; • Produção com utilização de alguns procedimentos necessários para desenhar, pintar, modelar, etc.; • Exploração e aprofundamento das possibilidades oferecidas pelos diversos materiais, instrumentos e suportes necessários para fazê-lo artístico; • Cuidado com os materiais usados, bem como, trabalhos individuais e coletivos; • Elementos da linguagem visual, como composição, forma, luz, cor, textura, volume, linha, ponto; • Criação de desenhos, pinturas, esculturas, construções, colagens etc.; • Apreciação e valorização das produções de diferentes grupos sociais;

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• Observação, narração, descrição e interpretação, por meio de leituras de obras de arte. • Brincadeiras e jogos cantados e rítmicos; • Produção de objetos sonoros explorando as possibilidades de acústica e timbres; • Exploração de brinquedos sonoros; • Interpretação de músicas e canções diversas; • Participação em situações que integrem música, canções e movimentos corporais.

3.4. Orientações didáticas • Observar as produções dos alunos para conhecer como elas se transformam e para pensar propostas de intervenção, garantindo ações que valorizem e ampliem a criação, as experiências e as produções artísticas das crianças; • Selecionar materiais meios, suportes e instrumentos adequados a cada estratégia que será utilizada, considerando-se as possibilidades de trabalho com cada faixa etária; • Levar para a classe imagens artísticas de diferentes culturas, épocas e grupos sociais, enriquecendo o conhecimento dos alunos sobre arte, tanto no que se refere ao fazer arte quanto ao saber sobre arte; • Promover visitas às exposições de artes; • Garantir cuidados com a forma de guardar os trabalhos que estão em processo, para que possam ser realizados em etapas, até o momento de sua conclusão. Esse procedimento ajuda na compreensão de que fazer arte é um processo; • Utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação. • Preparar o ambiente no qual as atividades musicais se desenvolverão, pois elas exigem concentração. Garantir, na rotina da turma, a escuta e o canto de forma permanente; • Elaborar projetos e/ou sequenciadas que permitam que o professor e as crianças conheçam os jogos e brinquedos de diferentes culturas, bem como resgatar cantigas e brincadeiras do folclore brasileiro; • Propor que as crianças acompanhem as músicas conhecidas com palmas, batidas dos pés, estados dos dedos etc. Também é interessante que o professor ofereça instrumentos musicais de percussão, como guizos, pandeiros, triângulos, tambores, para as crianças acompanhem o ritmo. É bom lembrar que as crianças se encantam com os sons produzidos pelos instrumentos musicais, e, por isso, muitas vezes até se esquecem de cantar. Dessa forma, a aprendizagem de uma canção acompanhada por instrumentos musicais pode levar muitas aulas; • Promover momentos de apreciação do trabalho realizado pelas crianças e/ou outros colegas e pessoas da comunidade. Pode-se gravar as apresentações musicais dos alunos para apreciação num segundo momento. Organizar apresentações entre as salas de aula e convidar pessoas da comunidade para se apresentarem na Escola; • Desafiar os alunos memorizarem músicas, provérbios, parlendas, versos e rimas.

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4. Ciências e Educação Ambiental

4.1. Objetivos gerais • Pesquisar, explorar e interagir com o meio mantendo a curiosidade natural para construção de novos conhecimentos; • Demonstrar curiosidades sobre aspectos referentes a fenômenos naturais e sociais de grande repercussão; • Vivenciar alguns procedimentos de pesquisa, observando, levantando hipóteses, buscando respostas para suas indagações e socializando-as com o grupo; • Estabelecer algumas relações entre os seres humanos e a natureza, valorizando a preservação das espécies e a qualidade de vida no planeta.

4.2. Objetivos específicos

• Compreender a si próprio como ser social capaz de refletir e transformar sua realidade;

• Estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas de vida existentes valorizando a importância de preservação das espécies e qualidade de vida humana;

• Conhecer próprio corpo; • Desenvolver hábitos de higiene; • Refletir sobre a diversidade de hábitos, modos de vida e costumes de

diferentes épocas, lugares, povos e no seu convívio social; • Pesquisar, explorar e interagir com o meio mantendo a curiosidade natural

para a construção de novos conhecimentos; • Interessar-se por diferentes culturas, seus valores e formas de organização,

estabelecendo algumas relações; • Realizar procedimentos de pesquisa, como formulação de questões,

levantamento de hipóteses, busca, localização e seleção de informações, socialização;

• Demonstrar curiosidade sobre aspectos referentes a fenômenos naturais e sociais de grande repercussão;

• Compreender a si próprio como ser social capaz de refletir e transformar sua realidade;

• Estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas de vida existentes valorizando a importância de preservação das espécies e qualidade de vida humana;

• Desenvolver atitudes e comportamentos cooperativos, solidários, e que valorizem a vida;

• Propiciar a aprendizagem de hábitos alimentares saudáveis (aprender a consumir alimentos variados, em quantidade suficiente, evitar desperdícios etc.).

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• Possibilitar que a criança adquira conhecimentos e saberes sobre como se servir respeitando o direito das demais crianças a se servirem, quantidade de alimentos a ser servida, manipulação de talheres, pratos e canecas;

• Favorecer à criança a construção de sua autonomia, avaliando juntamente com a mesma o que já consegue fazer sem auxílio

e o que ainda necessita de apoio da professora, de outro adulto ou de um colega mais experiente, para realizar;

• Propiciar a constituição de vínculos entre as crianças. • Desenvolver hábitos de higiene bucal com autonomia; • Usar corretamente a água, o papel toalha, o copo, a escova de dente; • Conscientizar sobre o desperdício de água; • Aprender a zelar pelos pertences individuais; • Compreender a importância de não compartilhar escovas e copos.

4.3. Conteúdos

• Seres vivos (fauna e flora brasileira); • Corpo Humano e saúde; • Identidade; • Fenômenos da natureza; • Brincadeiras, jogos, canções das tradições culturais de sua comunidade e de outras; • Diferentes papéis sociais existentes no convívio social; • Patrimônio cultural de seu grupo social; • Atividades culturais da própria comunidade e de outras do presente e do passado; • Interação dos seres humanos com a natureza – valorizando a vida no planeta sob suas mais diversas formas, criando vínculos e responsabilidades.

4.4. Orientações didáticas

• Escolher o conteúdo a ser trabalhado a partir das necessidades da realidade local ou do interesse do grupo, e considerar as hipóteses que as crianças formulam para explicar os fatos observados; • Selecionar previamente os materiais necessários para o desenvolvimento das atividades; • Fazer perguntas interessantes, em lugar de apenas apresentar explicações; • Utilizar a leitura de imagens. Estimular a observação de detalhes, a descrição de

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elementos, a comparação e a relação das informações com o conteúdo estudado; • Assegurar atividades de diferentes naturezas, organizando espaços e objetos, criando ambientes apropriados e motivadores para experiências e explorações; • Planejar visitas a museus, a exposições, a apresentações culturais entre outras atividades; • Favorecer o procedimento de pesquisa, que envolve a observação, o levantamento de hipóteses, comparações e registros; • Promover estudos do meio que irão possibilitar a observação da paisagem local.

5. Corpo e Movimento

5.1. Objetivos gerais

• Perceber suas possibilidades e limites de ação através da exploração de diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como força, velocidade, resistência e flexibilidade; • Expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de interação, por meio da exploração de gestos, sentimentos e ritmos corporais; • Conhecer e aperfeiçoar diferentes

possibilidades de movimento, aprendendo a controlá-lo para utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações, compreendendo os movimentos como forma de expressão; • Desenvolver a capacidade de construção e o respeito às regras que organizam as diferentes atividades.

5.2. Objetivos específicos • Conhecer o próprio corpo e suas possibilidades de movimento por meio da exploração de diferentes materiais; • Ampliar o repertório de jogos e brincadeiras, valorizando a participação do outro, estimulando a cooperação; •Ampliar o repertório musical e valorizar as expressões corporais com música; •Realizar movimentos individualmente e em grupos, valorizando suas conquistas corporais e as do outro; •Ampliar laços, vínculos e as possibilidades de comunicação com as outras crianças, através dos jogos e brincadeiras; • Deslocar-se no espaço desenvolvendo uma atitude de confiança nas próprias habilidades motoras - andar, correr, pular etc.; • Conhecer e aperfeiçoar diferentes possibilidades de movimento, aprendendo a controlá-lo para utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações, compreendendo os movimentos como forma de expressão; •Explorar movimentos individuais e em grupos para perceber suas diferentes possibilidades em cada situação; •Desenvolver atitude de respeito, interesse e cuidado com os materiais utilizados nas brincadeiras;

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•Desenvolver a autonomia nas escolhas, tanto das brincadeiras que conhecem e nas novas; • Conhecer e fazer uso das regras criando novas possibilidades de jogos e brincadeiras; • Desenvolver atitude de respeito, interesse e cuidado consigo mesma, e com o outro, conhecendo gradativamente os limites e as potencialidades de seu corpo.

5.3. Conteúdos

• Relação com o próprio corpo; • Relação com o espaço físico, tempo, diferentes sentidos e a fantasia; • Relação com o objeto; • Construção de regras e especificidades dos jogos; • Jogos Cooperativos; • Jogos, brincadeiras e danças; • Reconhecimento das suas possibilidades e limites de ação por meio da exploração de diferentes qualidades e dinâmicas do movimento: força, velocidade, trajetória, flexibilidade e resistência; • Conhecimento e aperfeiçoamento das diferentes possibilidades de movimento, aprendendo a controlá-lo para utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações; • Ampliação da capacidade de manuseio dos diferentes materiais e objetos, utilizando movimentos de preensão, encaixe, lançamento nas situações de jogo; • Valorização das regras de organização das atividades de jogos; • Valorização das suas conquistas corporais e as do outro.

5.4. Orientações didáticas

•Possibilitar situações de escolhas para que a criança exponha suas preferências exercitando sua autonomia; • Propor atividades nas quais todos participem, visando a desenvolver um clima de cooperação e respeito em que as crianças estejam em movimento, evitando tempo de espera; • Adequar as regras, os espaços, os materiais e as formas de atuação de acordo com a faixa etária e as capacidades individuais do grupo; • Possibilitar momentos que as próprias crianças possam criar novas regras para os jogos e brincadeiras existentes; • Elaborar atividades nas quais sejam privilegiadas a cooperação e a superação de desafios sem estimular a comparação e a competição entre os participantes; • Orientar as crianças nos momentos de conflito para que elas desenvolvam atitudes de respeito com o próximo, • Garantir a constância dos jogos e brincadeiras e retomá-los sempre que julgar necessário para apropriação dos mesmos pelas crianças; • Acompanhar as atividades, observando e intervindo quando julgar necessário para propor novas questões, situações e desafios; • Ter um olhar atento para perceber quando a criança não quer brincar e acolhê-la;

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• Garantir momentos nos quais as próprias crianças ensinem suas brincadeiras preferidas para os colegas; •Fazer lista de brincadeiras preferidas da turma junto com as crianças e incluí-las em seu planejamento; • Valorizar o esforço pessoal e as conquistas corporais dos alunos, incentivando-os a participarem das atividades propostas; • Considerar o corpo e o movimento das crianças em todos os momentos da rotina; • Proporcionar atividades com danças e brincadeiras cantadas utilizando o repertório das próprias crianças e as manifestações de diferentes culturas.

6. Língua Portuguesa

6.1. Objetivos gerais

• Ampliar gradativamente as possibilidades de comunicação e expressão, utilizando-se da linguagem oral para expressar opiniões, ideias, desejos etc.; • Interessar-se por ouvir, manifestar sentimentos, experiências, ideias e opiniões; • Fazer-se entender e entender o outro nas rodas de conversa; • Respeitar o modo de fala de cada um. • Compreender a função social da escrita; • Participar de atividades nas quais se faz necessário o uso da escrita; • Avançar nas hipóteses de escrita. • Ampliar o repertório de leitura através de diferentes gêneros literários; • Ler em diferentes situações, ainda que não de forma convencional; • Desenvolver estratégias de leitura.

6.2. Objetivos específicos

• Participar de variadas situações de comunicação oral para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos; • Expor e justificar suas ideias e impressões com argumentação; • Fazer-se entender e entender o outro; • Recontar histórias e textos literários conhecidos, buscando a máxima

aproximação com o texto fonte. • Diferenciar letras de números; • Familiarizar-se com a escrita utilizando diferentes portadores de texto; • Reconhecer o próprio nome em diferentes situações do cotidiano Escolar; • Escrever o próprio nome com suporte visual; • Interessar-se por escrever ainda que não de forma convencional; • Apreciar e se interessar por diferentes portadores de textos, valorizando-os como fonte de informação e entretenimento; • Reescrever coletivamente, tendo o professor como escriba, histórias ou fatos reais ou imaginários;

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• Reconhecer o nome dos colegas; • Escrever o nome sem apoio; • Reconhecer e escrever o próprio nome sem suporte visual; • Registrar o nome inteiro com suporte visual; • Escrever textos de memória de acordo com a sua hipótese de escrita; • Participar de situações de escrita coletiva tendo o professor como escriba; • Reconhecer e grafar todas as letras do alfabeto. • Familiarizar-se com a leitura utilizando diferentes portadores de texto; • Desenvolver estratégias de leitura e interpretação; • Apreciar a leitura de diferentes gêneros literários; • Interpretar textos narrativos, poéticos e instrucionais utilizando diferentes estratégias; • Ler em diferentes situações, ainda que não de forma convencional.

6.3. Conteúdos

• Utilização da linguagem em diferentes situações; • Participação em situações que envolvem a necessidade de explicar e argumentar suas ideias e pontos de vista; • Participação em situações em que recite parlendas, poemas e canções; • Reconto de histórias conhecidas com aproximação às características do gênero. • Nome próprio; • Escrita do nome e sobrenome com suporte visual; • Alfabeto; • Situações de escrita no qual o aluno escreva de acordo com as suas hipóteses de escrita. • Leitura de diferentes gêneros literários; • Estratégias de leitura (antecipação, seleção, inferência e verificação).

6.4. Orientações didáticas • Participar de situações que envolvem a necessidade de explicar e argumentar suas ideias e pontos de vista; • Responder ou comentar de forma coerente aquilo que a criança disse, para que ocorra uma interlocução real, não tomando a fala do ponto de vista normativo, julgando-a se está certa ou errada; • Fazer perguntas abertas que possibilitem diferentes respostas e ajudar quando necessário com perguntas com duas ou mais alternativas favorecendo a expressão da criança e a possibilidade de continuidade do diálogo; • Planejar momentos em que as crianças recontem histórias e textos lidos.

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• Produzir textos coletivos, tendo o professor como escriba, a partir de sua intencionalidade comunicativa, considerando o destinatário, a finalidade do texto e as características do gênero; • Participar de prática de escrita de próprio punho, utilizando o conhecimento de que dispõe, no momento, sobre o sistema de escrita. • Participar em situações em que as crianças leiam de acordo com as suas estratégias de leitura; • Buscar informações e consultar de diferentes fontes (jornais, revistas, enciclopédias etc.); • Propiciar aos alunos a leitura diária de diferentes tipos de textos, preferencialmente no próprio portador, selecionando previamente os textos que serão lidos para os alunos; • Planejar momentos na rotina em que ocorra tanto a leitura feita pelo educador quanto a realizada pelo próprio aluno; • Organizar momentos em que as crianças possam levar, periodicamente, livros, gibis, revistas e outros para casa.

7. Matemática

7.1. Objetivos gerais • Compreender o uso e a função social dos números; • Desenvolver a capacidade de orientar-se temporal e espacialmente; • Utilizar a contagem oral, noções de quantidade, tempo e de espaço; • Desenvolver estratégias para lidar com problemas do cotidiano; • Comunicar ideias matemáticas oralmente ou por meio de registros, convencionais ou não.

7.2. Objetivos específicos

• Diferenciar letras de números; • Manipular e explorar objetos e brinquedos para descobrir suas propriedades, características e possibilidades associativas: empilhar, rolar, transvazar, encaixar etc.; • Localizar-se espacialmente; • Resolver situações-problema do cotidiano, que envolvam as operações de: juntar, tirar, repartir; • Utilizar a contagem em situações nas quais reconheça a sua necessidade; • Controlar e comparar quantidades; • Registrar quantidades ainda que de forma não convencional; • Construir as noções de número e sistemas de numeração; • Relacionar e comparar quantidades; • Desenvolver estratégias para resolver problemas do cotidiano;

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• Comunicar ideias matemáticas oralmente ou por meio de registros, convencionais ou não; • Identificar diferentes funções do número nos diferentes contextos; • Nomear e escrever os numerais; • Relacionar numeral a quantidade; • Utilizar o número como ferramenta para resolver problemas; • Grafar os números convencionalmente.

7.3. Conteúdos • Exploração de diferentes objetos e formas geométricas; • Sistema de numeração decimal; • Formas geométricas; • Noções de direção, sentido, distância e ângulo; • Leitura e escrita dos numerais; • Noção de quantidade; • Espaço; • Incentivo a comunicação de ideias e hipóteses; • Situações problemas do cotidiano.

7.4. Orientações didáticas

• Possibilitar que as crianças manipulem vários objetos de diferentes formas e tamanhos e verbalizem o que fizerem; • Realizar modificações intencionais no espaço, e que essas permitam a construção gradativa de conceitos dentro de um contexto significativo, ampliando experiências;

• Promover momentos de aproximações com as diferentes funções do número, por meio de portadores numéricos, apresentação de brincadeiras, objetos e brinquedos que tenham números. • Utilizar práticas sociais reais para organizar diferentes espaços na rotina nos quais as crianças se coloquem como usuárias do sistema de numeração por meio de brincadeiras simbólicas, feira, supermercado, banco etc. • Promover momentos em que a criança desenvolva as seguintes habilidades: operar, ordenar, produzir e interpretar; • Utilizar de materiais (portadores numéricos) nos quais aparecem números escritos em sequência, exemplo: fita métrica, almanaque, régua etc., para possibilitar que as crianças aprendam a buscar por si mesmas as informações que necessitam; • Promover rodas de conversa ou discussões em que favoreça o debate de ideias e a circulação de informações; • Possibilitar que as crianças utilizem diferentes estratégias para a resolução das situações problemas; • Formular situações problemas a partir de situações do cotidiano

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• Valorizar e socializar as respostas das crianças, solicitando que justifiquem os seus procedimentos e conclusões, respeitando a lógica própria do seu pensamento e a possibilidade de reformulação.

8. Ações educativas nos momentos coletivos e nos espaços de uso comum

A organização dos momentos coletivos e dos espaços de uso comum visa

garantir o acesso pleno das crianças a todos os recursos da Escola, de forma a possibilitar maior entrosamento e aprendizagem entre as crianças, professoras e toda equipe Escolar, enriquecendo as possibilidades de aprendizagem, de desenvolvimento e promovendo a convivência de todas as crianças, independente da faixa etária.

8.1. Hora da refeição

Na alimentação diária, as crianças são estimuladas pelas professoras e demais educadores a experimentarem diferentes alimentos oferecidos no cardápio e a se servirem, buscando, por um lado, ampliar seu repertório alimentar e, por outro lado, desenvolver sua autonomia e sua independência. Em nossa Escola, a criança tem respeitadas suas opções tanto na questão de se sentar à mesa com quem

mais lhe agradar quanto na sua relação com a alimentação que atende a sua vontade ou necessidade dentro das possibilidades oferecidas. Neste momento a criança pode optar pela quantidade e tipo de alimento que deseja, sem imposições, mas contando com a orientação, o acompanhamento e estímulo dos educadores para aprender a se alimentar de forma saudável, fazendo uso de alimentos variados, experimentando novos sabores, com tranquilidade e evitando desperdício.

8.1.1. Orientações para professoras, auxiliares em educação e estagiárias.

Construir parcerias com as famílias no sentido de informá-las sobre

procedimentos que as crianças já conseguem realizar sozinhas no espaço Escolar, solicitando incentivos às mesmas de forma a cada vez mais avançarem nesse aspecto;

Quando necessário, retomar as orientações com as crianças – antes de se dirigirem ao refeitório, ou durante o uso do mesmo;

Construir cardápio ilustrado com figuras, como mais uma forma de comunicação, socializando-o com as crianças;

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Identificar através de figuras os locais para deixar os talheres, copos e pratos usados;

Estimular as crianças durante a brincadeira simbólica a brincar de comidinha utilizando alimentos reais ou simbólicos;

Oferecer às crianças informações sobre os porquês de uma alimentação saudável, estimulando a apreciação e a percepção dos cheiros e gostos;

Possibilitar às crianças a experimentação dos alimentos, de forma a conhecerem novos sabores e aprender a fazer uso de variados tipos de alimentos;

Orientar as crianças em relação à quantidade de alimentos a se servirem para que construam hábitos saudáveis de alimentação e, consequentemente, diminuindo o desperdício;

Manter-se atento ao ambiente do refeitório, auxiliando as crianças na resolução de possíveis conflitos;

Oportunizar às crianças a escolha de mesas e companhias durante as refeições.

8.1.2. Orientações para auxiliares de limpeza

Circular a todo o momento pelo espaço, auxiliando as crianças em relação à

limpeza do local, sempre que se fizer necessário; Manter-se atento/a, no auxílio ao cuidado das crianças, com o propósito de

evitar acidentes; Lavar o local, conforme periodicidade estabelecida e higienizar com

produtos adequados as mesas e cadeiras, diariamente, ao final das refeições.

8.1.3. Orientações para cozinheiras

Manter os balcões térmicos, mesas e vasilhames utilizados para

alimentação sempre com alimentos suficientes e acessíveis às crianças; Dispor cardápio ilustrado em local visível, para que as crianças possam

conhecê-lo antecipadamente; Repor os alimentos que forem necessários, tomando o cuidado necessário

com as crianças presentes no local. Zelar pela higiene dos utensílios utilizados durante as refeições; Disponibilizar porções de alimentos in natura para que as professoras que

solicitarem possam socializar com as crianças esses gêneros alimentícios; Buscar garantir o cumprimento do cardápio; Realizar as adaptações no cardápio para as crianças com restrições

alimentares, preparando alimentos similares aos servidos às demais crianças;

Apoiar na orientação das crianças durante as refeições.

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8.1.4. Orientações para oficiais de escola

Dispor o cardápio do mês sempre atualizado, em local visível, para conhecimento de toda a equipe e da comunidade Escolar.

8.1.5. Orientações para equipe gestora

Articular as equipes e famílias para que o processo de alimentação aconteça

em conformidade com o PPP, acompanhando, mediando e coordenando as ações;

Informar a equipe da cozinha as crianças com restrições alimentares, solicitando laudos às famílias e encaminhando-os ao setor competente na SE para que sejam realizadas as orientações e alimentos pertinentes à restrição.

8.2. Escovação

8.2.1. Orientações para professoras, auxiliares em educação e estagiárias.

Realizar roda de conversa sobre o assunto em sala, discutindo com as crianças as razões pelas quais escovamos os dentes;

Estabelecer combinados com relação à escovação;

Orientar, antecipadamente os procedimentos em relação à escovação, apoiando-se em suportes variados (boca grande, escova grande, fantoches, vídeos...);

Garantir à criança o direito de exercer a escovação em todos os momentos que se alimentar;

Acompanhar enquanto for necessário a escovação das crianças, realizando intervenções e auxiliando sempre que se fizer necessário;

Quando necessário, retomar os combinados sobre a escovação – em sala ou nos espaços onde forem desenvolvidas atividades referentes ao assunto;

Planejar e organizar sequenciadas ou projetos sobre higiene, utilizando-se de estratégias diversas como rodas de conversas, pesquisas, vídeos, brincadeiras simbólicas, histórias com apoio de fantoches, dentre outros;

Propiciar momentos em que uma turma possa observar outra no processo de escovação;

Tematizar a prática de escovação da turma e de outras turmas observadas; Investir em propostas que valorizem a participação dos higienistas,

realizando procedimentos anteriores e posteriores de contextualização das visitas.

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8.2.2. Orientações para auxiliares de limpeza

Contribuir com a orientação em relação ao desperdício de água pelas crianças;

Colaborar nas orientações de forma pontual nos momentos da higiene; Limpar e higienizar as torneiras e lavabos; Realizar parcerias com a professora quanto à orientação sobre a limpeza

dos lavabos; Garantir plantão em todos os momentos de escovação (após almoço e após

colação).

8.2.3. Orientações para oficiais de escola e contadores de história

Auxiliar na pesquisa referente à higiene bucal; Pesquisar e disponibilizar DVDs e material sobre o assunto (mesa temática); Participar em contações de histórias sobre higiene bucal em parceria com a

professora.

8.2.4. Indicações para a equipe gestora e APM

Articular a ação das higienistas e das professoras; Discutir com o grupo questões referentes à higiene bucal; Organizar escalas da equipe de apoio nos plantões; Providenciar materiais (boca grande, escova grande, fantoches...) para

suporte na orientação da higiene bucal; Adquirir vídeos sobre higiene bucal; Providenciar a colocação de espelho em todos os banheiros; Colaborar nas orientações de forma pontual nos momentos da higiene; Colaborar nas orientações de forma pontual nos momentos do processo

educativo.

8.3. Intersalas

8.3.1. Orientações para a professora da turma

Possibilitar a participação de cada criança em todas as atividades realizadas durante o ano, respeitando suas escolhas e interesses;

Caminhar com a turma pela Escola, nos dias que antecedem o evento, indicando as atividades e conversando com as crianças sobre as possibilidades das mesmas.

Propiciar momentos em que as crianças tenham contato com os diferentes jogos que serão utilizados durante a proposta;

Construir combinados com a turma em relação aos cuidados e formas de relacionamento durante o desenvolvimento das propostas;

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Propiciar momentos em que as crianças escolham as atividades das quais participarão;

Distribuir as crianças pelas salas de atividades buscando manter quantidade equivalente em cada sala, considerando o número de crianças presentes na dada da proposta;

Organizar a distribuição das crianças pelas salas de atividades e verificar a necessidade de acompanhar as crianças até o local das propostas;

Garantir o acompanhamento das crianças com necessidades educacionais especiais pelos auxiliares em educação, estagiária de apoio ou outro profissional da unidade;

Orientar as crianças que aguardem ao lado das portas de entrada da sala em que participará da proposta.

8.3.2. Orientações para a professora que realizará cada proposta

Receber as crianças com simpatia, cortesia e respeito, se apresentando e

esclarecendo a proposta que será desenvolvida no local; Organizar a sala antecipadamente, conforme atividade a ser desenvolvida,

pensando em intervenções pertinentes e disposição de mobiliário de forma a acolher as diferentes faixas etárias;

Promover momentos em que as crianças interajam de forma cooperativa, estimulando e valorizando as diversas conquistas;

Propiciar a participação de todas as crianças ampliando as possibilidades de expressão e comunicação utilizando diferentes linguagens (oral, escrita, gestual, visual);

Contribuir com a percepção da criança sobre as potencialidades de cada indivíduo, respeitando a faixa etária e o ritmo próprio.

Estimular as crianças a participarem da organização do espaço e materiais no término da atividade;

Finalizar a proposta solicitando avaliação oral das crianças em relação à atividade, orientando o retorno para a sala, sem acompanhamento.

8.3.3. Orientações para as professoras substitutas e professoras em horário de docência complementar

Auxiliar as professoras no encaminhamento das crianças para as diversas

salas de atividades, priorizando o auxílio às turmas do infantil III; Auxiliar, quando necessário, no atendimento às crianças com necessidades

educacionais especiais; Auxiliar as crianças durante o retorno às salas.

8.3.4. Orientações para a equipe de limpeza

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Auxiliar as professoras no encaminhamento das crianças para as diversas salas de atividades, priorizando o auxílio às turmas do infantil III;

Manter-se nos plantões dos banheiros e corredores auxiliando as crianças no retorno para as salas de atividades.

8.4. Parque

O parque, assim como a quadra,é espaço privilegiado, mas não único, para

desenvolvimento das atividades de corpo e movimento, cujos objetivos estão expressos no item 2.3 deste PPP. O envolvimento das crianças na organização destes espaços, nos cuidados com os materiais e na manutenção da limpeza favorece o uso de todas as crianças e propicia, ao mesmo tempo, conteúdos de aprendizagens que envolvem questões tais como a convivência, o cuidado com o espaço público, entre outros.

8.4.1. Orientações para professoras, auxiliares em educação e estagiárias.

Orientar as crianças durante as brincadeiras a

preservarem as caixas organizadoras de forma a protegê-las e mantê-las intactas para a organização dos brinquedos no final da proposta;

Intervir para que as crianças não utilizem as caixas organizadoras para subir, entrar ou colocar areia;

Organizar, juntamente com os demais profissionais da Unidade Escolar outros recursos para o local;

Construir procedimentos com a turma sobre a utilização os brinquedos de forma adequada, indicando ações individuais e coletivas;

Realizar orientações antes, durante e depois da utilização do espaço, baseadas nas observações realizadas durante a proposta;

Ao final da utilização do espaço, orientar e supervisionar o recolhimento dos brinquedos, de forma a deixá-los guardados em locais adequados;

Caso haja algum imprevisto que impeça a organização dos brinquedos no final da utilização do espaço, a professora deverá conversar com as crianças sobre as razões na mudança dos procedimentos.

As professoras e auxiliares em educação devem permanecer no parque junto às crianças.

8.4.2. Orientações para a equipe de limpeza

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Atentar-se para a colocação dos tapetes na saída do espaço, propiciando a contenção de parte da areia grudada nos calçados;

Retirar as poças de água do espaço após a chuva, de forma que o local possa ser utilizado;

Evitar deixar sacos de lixo próximo ao parque. Realizar a higienização dos brinquedos e da areia semanalmente com água

sanitária.

8.4.3. Orientações para educadores de todos os segmentos

Intervir em ocorrências em que a criança esteja colocando sua integridade

física em risco ou não cumprindo os combinados da Escola, conversando com os envolvidos, procurando saber sobre o fato, para que possa levar ao conhecimento da professora, caso a mesma não esteja presente no local, para que realize os encaminhamentos necessários.

8.4.4. Indicações para a equipe gestora, Conselho de Escola e APM.

Intervir em ocorrências em que a criança esteja colocando sua integridade

física em risco ou não cumprindo os combinados da Escola, conversando com os envolvidos, procurando saber sobre o fato, para que possa levar ao conhecimento da professora, caso a mesma não esteja presente no local, para que realize os encaminhamentos necessários.

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9. Ações suplementares – Atendimento Educacional Especializado (AEE)

“A inclusão Escolar tem início na educação infantil, na qual se

desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. Nesta etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais, e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança”. (Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva –MEC/SEESP - 2007)

O AEE – Atendimento Educacional Especializado, serviço da educação especial,

tem como objetivo complementar ou suplementar a formação dos alunos, por meio da disponibilização de serviços, identificando, elaborando e organizando recursos pedagógicos e de acessibilidade, bem como, estratégias a fim de eliminar as barreiras para plena participação na sociedade e desenvolvimento da aprendizagem, considerando suas necessidades especificas.

Os atendimentos educacionais especializados são realizados nos diversos espaços da Escola no horário regular de atendimento. Neste ano contamos também com o acompanhamento da professora de AEE DI, Carolina Mestre Lopes, às sextas-feiras, oferecendo suporte para as turmas da manhã: infantil III (Autista), infantil IV (paralisia cerebral) e a professora Michelle MoliskiBombi, também as sextas feiras, atendendo a criança da turma do infantil IV (paralisia cerebral) e a criança do infantil V (criança com questões de relacionamento).

Estes atendimentos ocorrem com vistas às observações e registros, de forma a contribuir e complementar o planejamento da professora titular da turma, tendo como objetivo incluir tais crianças na rotina da educação infantil.

As ações propostas são baseadas na elaboração de um plano educativo, considerando as peculiaridades de cada educando.

Os trabalhos são realizados dentro do grupo/classe, em pequenos grupos ou individualmente, em acordo com suas necessidades. Ocorreram este ano alguns momentos de articulação com a Equipe de Orientação Técnica e Familiares, tendo como um dos objetivos, a total inserção da criança neste contexto educativo.

O trabalho desenvolvido em nossa U. E. tem o caráter colaborativo e é realizado no horário regular de ensino, quando há necessidade da intervenção do professor de Educação Especial / AEE, para fazer adequações no posicionamento e rotina da criança em sala de atividades, auxiliando na busca de estratégias e ações para apropriação da rotina, participação nas atividades, implantação de comunicação alternativa, construção de materiais específicos e utilização de Tecnologia Assistiva.

O período de atendimento e acompanhamento da professora de AEE DA é das 8h às 10h40min enquanto que o da professora de AEE DI é das 7h às 12h e tarde das 13h às 15h40min.

O Atendimento Educacional Especializado na EMEB Fernando Pessoa segue norteado pelo documento “Atendimento Educacional Especializado: Instrumentos

Metodológicos do AEE”, disponibilizado no Portal da Educação da Prefeitura de São Bernardo do Campo, considerando as especificidades da Educação Infantil.

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VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e autoimagens. - 5 ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.324 de 1996.

________. Ministério da Educação: Secretaria de Educação Básica. Indicadores de Qualidade para a Educação Infantil. – Brasília: MEC/ SEB, 2009;

________. Ministério da Educação: Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. – Brasília: MEC/ SEB, 2010;

SÃO BERNARDO DO CAMPO. Proposta Curricular – Educação Infantil. Volume II, Caderno 2. Secretaria de Educação e Cultura, 2007.

_________. Validação – Caderno de Educação Municipal - Proteção Integral à Criança e Adolescente. Secretaria da Educação e Cultura, 2008.

__________. Validação – Caderno de Educação Municipal – Adaptação –Criança – Escola – Família, Secretaria da Educação e Cultura, 2003.

FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática pedagógica. – São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção leitura).

PARO Vítor Henrique. Administração Escolar: Introdução crítica. – 12 ed. – São Paulo: Cortez, 2003.

VRIES, Rheta de; ZAN, Betty. A Ética na Educação Infantil; - trad. Dayse Batista. – Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

MÉDICI, Ademir Roberto. São Bernardo do Campo – 200 anos depois. A história da cidade contada pelos seus protagonistas. – São Bernardo do Campo: PMSBC, 2012.

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ANEXO A – FLUXO DE ACOMPANHAMENTO DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NEE)

Com o intuito de organizar o fluxo de acompanhamento das crianças, por iniciativa das então professoras do Atendimento Educacional Especializado (AEE) Veronice e Mônica, Fonoaudióloga Denise, Psicóloga Nancy, Orientadora Pedagógica Edileusa, Coordenadora Pedagógica Ivone, Professora de Apoio à Direção Sandra e Diretor Marcelo, em 2012 a EMEB Fernando Pessoa estabeleceu o presente documento, que tem como objetivo definir o fluxo e as ações de acompanhamento para o trabalho com turmas que possuem crianças com necessidade educacional especial, a fim de efetivar uma organização Escolar que favoreça o apoio às necessidades e potencialize o desenvolvimento de todas as crianças no processo de ensino e aprendizagem. Abaixo a organização do fluxo:

Criança sem diagnóstico e quando a família não ofereceu informação inicial sobre as necessidades da criança:

Professora traz a queixa para a Coordenadora Pedagógica;

Coordenadora pedagógica conversa com a professora, fazendo perguntas e discutindo com a professora a queixa e os observáveis que traz, buscando identificar quando e onde existe a dificuldade no trabalho.

Após essa conversa, solicitará registro da professora, que deverá indicar as dificuldades no desenvolvimento do trabalho buscando exemplificar tais dificuldades nos momentos da rotina. Também nesse registro deverá ser indicado o que essa criança sabe fazer sem e com apoio e o que e onde a professora precisa de apoio.

A Coordenadora Pedagógica fará observação em sala com foco nos apontamentos da professora e a partir de então avalia a necessidade de observação de algum especialista da Equipe de Orientação Técnica (EOT), Orientadora Pedagógica (OP) e/ou professora de Atendimento Educacional Especializado (AEE). Havendo necessidade, também conversará com a família.

Ao solicitar o apoio da professora do AEE, serão feitas três observações em sala para poder, juntamente com a Equipe Gestora e/ou EOT definir os apoios e quem estará à frente desse acompanhamento. Com o intuito de potencializar essa observação a professora do AEE lerá os registros da professora da sala e da CP para obter dados. Após a primeira observação conversará com a CP para avaliar a necessidade de parceria com as EOT e se não houver necessidade a OP acompanhará. A professora do AEE dará continuidade às suas observações e na sequência fará o estudo de caso com a participação de um técnico e a Equipe Gestora para definir o Plano de Ação.

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Criança com histórico Escolar com ou sem diagnóstico informado pela família: Em casos de crianças que vêm de outra Escola, da rede ou não, a Equipe

Gestora entrará em contato com a Equipe Gestora anterior com o objetivo de obter informações para melhor atender a criança. Nos casos mais graves, conversará com a família para obter dados, com o intuito de avaliar e adequar a estrutura da Escola e atribuir a criança à professora mais indicada, em conformidade com perfil necessário.

Quando a criança está matriculada na unidade Escolar e será transferida, entrar em contato com a Equipe Gestora da Escola para a qual será encaminhada e discutir o trabalho e as adaptações necessárias ao atendimento da criança.

Será verificada a necessidade de auxiliar de apoio à inclusão.

Ao receber a criança será feita a leitura da documentação existente e, caso necessário, será acionado o técnico para atender a demanda de acompanhamento do trabalho.

A Equipe Gestora conversará com a professora que trabalhará com essa criança, com o intuito de tranquilizar e fornecer as informações necessárias para o desenvolvimento do trabalho.

Após essa conversa, solicitará registro da professora, que deverá indicar as dificuldades no desenvolvimento do trabalho buscando exemplificar tais dificuldades nos momentos da rotina. Também nesse registro deverá ser indicado o que essa criança sabe fazer sem e com apoio e o que e onde a professora precisa de apoio.

A Coordenadora Pedagógica faz observação em sala com foco nas queixas da professora e a partir de então avalia a necessidade de observação de algum especialista da EOT, OP e/ou professora do AEE. Havendo necessidade também conversar com a família.

Ao solicitar o apoio da professora do AEE, serão feitas três observações em sala para poder, juntamente com a Equipe Gestora e/ou EOT definir os apoios e quem estará à frente desse acompanhamento. Com o intuito de potencializar essa observação a professora do AEE lerá os registros da professora da sala e da CP para obter dados. Após a primeira observação conversará com a CP para avaliar a necessidade de parceria com as EOT e se não houver necessidade a OP acompanhará. A professora do AEE dará continuidade às suas observações e na sequência fará o estudo de caso com a participação de um técnico e a Equipe Gestora para definir o Plano de Ação.

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ANEXO B - ORIENTAÇÕES SOBRE A ESCRITA E ACOMPANHAMENTO DOS RELATÓRIOS DE APRENDIZAGEM Os relatórios de aprendizagem são a síntese do processo educativo vivenciado pela criança no período avaliado, são instrumentos de comunicação e de historicização sobre o processo de aprendizagem da criança – aprendizagem que ocorre a partir das interações que se estabelecem entre criança-crianças, criança-adultos, criança-espaços físicos/ objetos em um determinado tempo e, por isso, os relatórios de aprendizagem devem considerar o percurso individual de aprendizagem dentro desse contexto de interações, ou seja, não basta relatar o que a criança sabia e o que passou, a saber, é necessário que se relate a respeito dos objetivos propostos, das intervenções realizadas que favoreceram as aprendizagens da criança, as conquistas obtidas e as dificuldades que ainda precisam ser superadas – em outras palavras as crianças não aprendem os mesmos conteúdos, nem ao mesmo tempo nem da mesma forma, e suas aprendizagens são potencializadas pela ação intencional, isto é, planejada, das professoras, por isso é importante que na escrita dos relatórios de aprendizagem a professora avalie cada criança em sua individualidade, considerando as interações e as intervenções pedagógicas. Há aproximadamente 01 mês da entrega de todos os relatórios de aprendizagem das crianças, a Equipe Gestora solicita das professoras 03 amostras de relatórios, os quais a Coordenadora Pedagógica lê e dá devolutiva por escrito, marcando um encontro para uma conversa individual com a professora. Nesse encontro, retoma a devolutiva e pontua as dificuldades que a professora está encontrando na escrita do relatório e constroem juntas um relatório, a partir dos registros e relatos da professora. Com base nesse encontro, a professora reorganiza os outros dois relatórios e entrega para apreciação da coordenadora. Após essa etapa, as professoras continuam com a escrita dos demais, solicitando ajuda da coordenação, se observarem a necessidade. Baseada em discussões anteriores, na EMEB Fernando Pessoa, criamos uma organização que orienta as professoras na escrita dos relatórios. Assim, nossos relatórios são apresentados em forma de um único texto narrativo. Logo no início do texto temos como proposta apresentar a criança, suas preferências, conhecimentos prévios, habilidades e dificuldades. A seguir, relatamos como foi sua inserção na escola, pontuando o período de adaptação. Dando continuidade, relatamos as aprendizagens da criança relacionadas ao trabalho realizado, às intervenções da professora, encerrando com possíveis considerações e encaminhamentos. Durante a escrita tomamos o cuidado de evitar citar nomes de outras crianças no relatório, principalmente em relação a conflitos; não utilizar expressões que denotem juízo de valor/rótulo, como por exemplo, esperta, birrenta. Considerando todos os leitores desse documento, procuramos redigi-lo de forma simples e de fácil compreensão, não havendo necessidade de utilizar termos técnicos, embora não sendo proibida a sua utilização, desde que com explicações. Resumindo, nosso relatório traz a seguinte sequência:

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APRESENTAÇÃO DA CRIANÇA / ADAPTAÇÃO - Especificidade da criança, - Preferências e escolhas, - Características pessoais, - Envolvimento nas propostas, - Relações: Interação criança/criança, criança/adultos, criança/grupo, criança/espaço físico-objetos... - Outros aspectos que julgar necessários para traçar um perfil da criança. ÁREAS DE CONHECIMENTOS - Conhecimentos prévios da criança - Necessidades de aprendizagens e interesse das crianças que suscitaram o desenvolvimento de projetos e sequenciadas - Propostas para que a criança evolua nas aprendizagens, juntamente com as intervenções e estratégias realizadas; - As dificuldades ou facilidades no processo de aquisição do conhecimento (o que a criança já sabe, o que não sabe e o que precisa de um parceiro mais experiente para realizar); ENCAMINHAMENTOS - Quais os pontos que precisam ser considerados durante o replanejamento? - Sugestão de continuidade considerando os avanços e as dificuldades de aprendizagem.

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ANEXO C – CALENDÁRIO ESCOLAR 2017