Projeto Prisma - Revista Digital
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PROJETOPRISMAREVISTA DIGITAL
Nayane QueirozRamosVISITEwww.wix.com/nayane_nane15/nayanequeirozr#
EDITORIAL
Bem vindos à primeira edição da revista
Prisma. Esta revista faz parte do projeto que
busca apresentar a realidade de cursos
universitários e suas possibilidades de
mercado. Em conjunto com outras duas
mídias, um DVD e um site, a primeira edição
do Projeto Prisma vai apresentar o curso de
Arte e Mídia, da Universidade Federal de
Campina Grande, explorando sua realidade,
vivência e alternativas de mercado.
A revista Prisma visa mostrar a situação de
mercado para os formandos no curso de Arte
e Mídia na cidade de Campina Grande, em
três áreas principais de atuação. Focamos
nestes três campos de maior destaque como
base de conhecimento ilustrativo do que
espera os egressos em Arte e Mídia.
Nesta edição, apresentaremos o profissional
Independente que se adapta de maneira
livre ao que é requerido de um Diretor de
Arte e Mídia, atuando em áreas diversas,
crescendo juntamente com a realidade
profissional na cidade e além dela. Em
seguida, uma empresa de Arte e Mídia e seu
dia-a-dia e desenvolvimento dentro do
mercado Campinense. Em último lugar, mas
não menos importante, apresentamos o
Acadêmico, professor formado no curso que
retorna para levar a realidade do mercado
para dentro de salas de aula.
Esta revista funciona em conjunto com outras
duas mídias. No site maiores informações
sobre todas as mídias estão reunidas,
enquanto o DVD apresenta o curso pelo
olhar daqueles nele inseridos, professores e
alunos. Para maiores informações visite:
www.projetoprisma.com.
Aproveite a leitura!
David Veiga, Editor
EQUIPE
EDITOR E REPÓRTERDavid Veiga
REVISORESGiotto Braz Marcos Moraes
ENDEREÇO
Av. Juscelino Kubistchek,1856Cruzeiro - 58415530Campina Grande - PB - Brasil
PROJETOPRISMAREVISTA DIGITAL
FOTÓGRAFOPablo Souza
DIAGRAMAÇÃOOlga Lopes
www.projetoprisma.com
FACETA
O profissional de Arte e Mídia, ou Diretor de
Arte e Mídia como também é conhecido
reúne os conhecimentos técnicos das ferra-
mentas midiáticas inseridas na comunicação
da sociedade e a combina com seu entendi-
mento aprofundado da arte. Desta fusão,
projetos inovadores surgem no mercado e
podem ser utilizados em inúmeras situações,
criando uma nova geração de profissionais.
Vito Quintans, 24 anos, faz parte desta
geração que domina vários campos de
atuação e os integra em uma produção
consistente e dinâmica.
A história de Vito, como muitos outros
estudantes, começa na busca de mais de um
curso no início de sua carreira acadêmica. Ele
iniciou o curso de História na Universidade
Estadual da Paraíba e lá teve um vislumbre
da realidade das universidades. “Eu percebi
que o curso é feito a partir das escolhas do
estudante. Falta de recursos humanos ou
físicos existem e a gente muitas vezes acaba
tendo que fazer o curso ‘sozinho’”, afirma.
Em seguida, ele ingressa em Arte e Mídia,
sendo este o único curso de Arte em
Campina Grande na época. “Gostaria de ter
cursado música, mas minha família não tinha
condições de me enviar para João Pessoa”,
fala Vito sobre sua escolha de curso. O
fluxograma que apresentava várias cadeiras
de música foi o maior atrativo. Ao longo do
curso, outras áreas chamam sua atenção e
ele começa a ampliar seus horizontes.
Segundo Vito outras artes já faziam parte do
seu mundo antes de ingressar em Arte e
Mídia. “Eu já desenhava antes de entrar no
curso e estudei violão clássico por quatro
anos, mas com o passar do tempo acabei me
encaminhando para as artes visuais, pelas
necessidades que apareciam nos projetos do
A geração multimídiaVito Quintans transita por várias áreas da arte produzindo com alta qualidade em todas elas. Em um olhar mais amplo, ele é o novo homem renascentista, o profissional Multimídia.
PROFISSIONAL INDEPENDENTE
PROJETOPRISMA 04
FACETAPROJETOPRISMA 06
curso. Comecei a trabalhar com fotografia
por exemplo. Com o passar dos anos, Arte e
Mídia teve um aumento nas suas produções
áudio-visuais e com isso pude me inserir mais
na música novamente, dessa vez dentro do
vídeo”. Algumas das produções das quais
Vito já tomou parte ainda como estudante, e
começando a se inserir no mercado profissio-
nal podemos destacar algumas como,
(2010), (2011)
(2011).
Mostrando a versatilidade que o mercado
exige dos profissionais de Arte e Mídia, Vito
exemplifica o profissional multimídia muito
bem. Não apenas sendo versátil em uma
área, como o vídeo onde ele trabalha o som
em várias etapas, mas indo além e levando o
conhecimento de áreas diversas para seus
trabalhos.
Seu trabalho é reconhecido por vários
profissionais da área na cidade de Campina
Grande. O mercado já não o encarava como
aluno. Mesmo que ele estivesse ligado a Arte
e Mídia como aluno ele já trabalhava sem
distinção com profissionais de grande porte.
Ele nos fala sobre sua presença no campo de
trabalho ainda dentro do curso. “Nos meus
dois últimos anos de curso entrei em uma
Empresa chamada SNAP, que funcionava de
um certo ponto de vista como um grupo de
trabalho, onde as funções eram divididas de
forma dinâmica entre os integrantes, sendo
eles, Cristiane Melo e Társila Moscoso,
juntamente comigo.” A SNAP produções se
aprofundava nas áreas de Diagramação,
Fotografia e trabalho visual como um todo,
Borra de Café O Hóspede Mais denso que Sangue
em conjunto com Direção de Arte. Por
necessidades de curso, Vito Quintans se
desliga da empresa e passa a ser um profissi-
onal independente.
O trabalho com as artes gráficas começou a
repercutir e contratos para produções de
layouts e storyboards surgiam. Desse traba-
lho, aparece a oportunidade de trabalhar no
periódico , formado na UEPB, mas
que mantinha boa parte do seu circulo
editorial na UFCG. Nesse periódico o quadro
fixo Gênio Total, escrito por Ian Abé, era
desenhado por Vito, além de sua participa-
ção nas ilustrações das capas e de algumas
matérias, juntamente com outros ilustrado-
res, como Emídio Medeiros, Alex Brito e o
professor de Arte e Mídia, João Neto.
A Margem aumenta a visibilidade e cada vez
mais pessoas passaram a pedir desenhos,
caricaturas, retratos e a partir daí trabalhos
mais sérios, cartazes, folders, etc passam a
surgir. O nome do profissional começa a
ganhar força e ser requisitado no mercado.
Em seguida, sua participação no Festival
Comunicurtas, fazendo parte da equipe que
produzia Diários Videográficos o faz retornar
ao áudio-visual. Com o aumento das produ-
ções na área, ele passa a se aprofundar no
universo do vídeo profissional, inicialmente
em assistência de som para o filme Aquilo que não deveria ser de Jhésus Tribuzi, micro-
fonista em seguida no filme Tudo que Deus criou de André da Costa Pinto. “Comecei a
conquistar minha autonomia, tiveram a
ousadia de me chamar para dirigir o som do
A Margem
PROJETOPRISMA 07
FACETA
filme ‘O Hóspede’, sendo a primeira produ-
ção da qual participei como diretor na área
de som. Nesse filme fiz parte da parte da
equipe criativa, contribuindo na criação
conceitual, com maior autonomia.” Ele ainda
participa da Direção de Som e trilha para Desvio para o vermelho de Anacã Agra,
atualmente em fase de montagem, assim
como o projeto Cova Aberta, de Ian Abé e
em finalização, também dirigindo a trilha
para a peça de teatro “Esta Propriedade está
condenada” dirigida pela professora Eliane
Lisboa. “Entre um trabalho e outro sempre
recebo pedidos para coisas menores, panfle-
tos pedidos de desenhos e outros”. Dessa
versatilidade o profissional se destaca,
atuando em diversas produções com foques
artísticos diversos simultaneamente e sem-
pre produzindo em qualidade.
O profissional independente não apenas
atua em diversas áreas, mas tem a liberdade
de uma produção mais estilizada, pessoal. A
necessidade de atender a função designada
através de uma produção pessoal e dirigida
para a sensibilidade artística do indivíduo.
Vito Quintans se destaca ao alcançar a meta
profissional mesclando-a com conteúdo
artístico e talento. Ele é o modelo do profissi-
onal de Arte e Mídia.
FRAGMENTO
Revista Prisma: Por que Projetista e não
Diretor?
Vito Quintans: Vejo mais como projetista do
que diretor, porque encaro a direção como
um cargo, enquanto nem todo mundo pode
estar apto a dirigir, o curso lhe faz pensar o
projeto. Dirigi quatro pessoas no meu multi-
mídia e não me vejo como um diretor. Dirigir
um projeto e consequentemente pessoas
traz uma carga muito grande. Vejo hoje os
formandos como pessoas aptas a pensar em
projetos de uma maneira original, única no
mercado. Tanto é que temos três cadeiras de
Projeto ao longo do curso e apenas uma de
Direção propriamente dita. O projeto tem
uma força muito grande dentro do curso.
PROJETOPRISMA 08
Revista Prisma: mercado para os profissionais formados
em Arte e Mídia atualmente?
Vito Quintans: Ao longo dos dez primei-
ros anos de Arte e Mídia, o mercado vem
melhorando muito, mas talvez tenhamos
chegado a um momento de estagnação.
Muitos do mercado ainda não vão querer
pagar preços justos para as produções. As
pessoas vêem os trabalhos artísticos como
algo supérfluo. Existem aqueles que fazem
trabalhos a preços baixos e sem o mesmo
nível de qualidade que um profissional
formado poderia produzir. Os empresários
ainda vêem esse tipo de trabalho como um
tipo de despesal, como uma forma de
“gastar” dinheiro e não como o investi-
mento que é.
Essa noção de que o investimento em
qualidade gera retorno ainda falta se firmar
em Campina Grande. Talvez isso mudasse
se mais profissionais ficassem aqui, mas
muitos vão para outros mercados, crescer
em outros campos. Além disso, ainda
temos a internet que nos da a chance de
produzir para fora da cidade. Bendita seja a
banda-larga.
Como você enxerga o
PROJETOPRISMA 09
Revista Prisma: O Artista da Mídia
Vito Quintans: Um profissional de Arte e
Mídia pode fazer muita coisa, resultado da
metodologia generalista do curso. Ele nos
prepara para ser um projetista, ou seja, vejo o
formado em Arte e Mídia como uma pessoa
capaz de pensar um projeto e na sua arte de
uma forma mais abrangente. Vejo um proje-
tista como alguém que tem a idéia e adminis-
tra elas de forma prática. Existem duas
linhas principais que um profissional de Arte
e Mídia pode seguir, a Acadêmica que
poucas pessoas escolhem e quando fazem, o
fazem tardiamente, ou o mercado, que na
maioria das vezes vão para fora da cidade,
para outras áreas. O profissional tem oportu-
nidades.
FACETAPROJETOPRISMA 10
A Book Me é uma empresa de mídia visual
que surgiu dentro do curso de Arte e Mídia. É
uma empresa de Arte e Mídia, por local de
nascimento e natureza. Uma empresa que
produz conteúdo artístico nas áreas que atua
e diversifica o que é visto no mercado atual-
mente. A diretora de Arte e Mídia e idealiza-
dora, Marcella Loureiro traz para Campina
Grande uma nova visão sobre as mídias
visuais.
A diretora fala sobre o nascer da idéia e sua
meta inicial ao montar o Projeto Multimídia,
“Eu quero fazer alguma coisa que eu vá
aproveitar, ou que eu vá pelo menos utilizar
como portfólio, algo que dê pra dar continui-
dade, que dê para fazer o Projeto Multimídia
e que ele não fique só nisso. Algo que possa
caminhar”. Ela já ganhava reconhecimento
do potencial do seu projeto já na banca de
avaliação, onde o projeto é avaliado por
professores da área. O professor e fotografo
Sóstenes Lopes já afirmava lá o potencial
mercadológico do projeto Book Me. A idéia
estava pronta e já se tinha um modelo para
apresentar, então tira-la do papel e levá-la
para o mercado era o próximo passo.
A empresa é relativamente nova, tendo início
em Fevereiro deste ano, mas já consegue se
destacar e conseguir seu espaço no merca-
do. E a realização deste projeto não seria
possível se não fosse o apoio da Produtora
Mariana Fechine. A diretora Marcella
Loureiro fala sobre a união que dá frutos até
hoje. “Quando eu estava escalando a minha
equipe para o multimídia eu já dizia que iria
Um projeto multimídia apresentado em novembro de 2010 já conquista espaço no mercado sendo lançado como empresa em fevereiro de 2011
BOOK ME!
Nova empresa conquistaespaço no mercado
PROJETOPRISMA 11
FACETAPROJETOPRISMA 12
PROJETOPRISMA 13
produzir algo mercadológico e muitas
pessoas falavam de Mariana como referência
e já tinha tido a experiência de trabalhar com
ela”. Marcella também fala sobre a necessi-
dade de uma boa produtora e como Mariana
conquistou seu lugar, tornando-se peça
fundamental para a Book Me, “Comecei a
conhecer Mariana e no meu multimídia ela
ajudou bastante e a união começou ai. Como
a produtora tem um relacionamento muito
próximo com a direção, já que esse papel é
necessário antes, durante e depois, eu e ela
fomos ficando cada vez mais ligadas”. A
partir dessa união o projeto de curso foi bem
sucedido e lançado ao mercado. A equipe
fixa da empresa se resume a diretora
Marcella Loureiro e a Produtora Mariana
Fechine, mas fotógrafos são convidados
para ensaios especiais, a exemplo de Sara
Cruz e Luciana Urtiga, também Diretoras de
Arte e Mídia e que trazem o pensamento de
um projeto conceitual para reforçar o produ-
to da Book Me.
O reconhecimento do projeto foi quase
imediato. A produtora Mariana Fechine fala
sobre a procura quase instantânea, pergun-
tando o custo para produzir um book concei-
tual e desde então os pedidos continuaram
chegando, mostrando que elas tinham um
produto inovador e que tinha procura. A
procura se intensificou ainda mais com o
lançamento do primeiro trabalho, uma
produção visual para o maior blog de moda
de Campina Grande, o Papo de Camarim, de
Paulinha Medeiros. “Fizemos as fotos para o
álbum dela e até hoje conseguimos clientes
porque fizemos esse trabalho”, diz Mariana.
O próprio Projeto Multimídia foi o primeiro
passo para lançar a empresa no mercado, já
que o primeiro trabalho foi pedido pela
contratante ao conhecer o ensaio de Alice,
realizado para o Multimídia.
Após o contrato para o blog, contratos para
produções de álbuns de debutantes, grávi-
das e outros, sempre aplicando os conceitos
artísticos como norteador e diferencial de
produto. “Nunca fazemos produções ‘pa-
drão’, fazemos ensaios e produções individu-
alizadas. O trabalho único e exclusivo é o
nosso diferencial”, diz Marcella.
Com o aumento da visibilidade, a empresa
foi convidada para participar de uma exposi-
ção que reunia duas marcas de peso na
cidade de Campina Grande. “Essa oportuni-
dade aumentou ainda mais nossa visibilida-
de e nos propiciou uma lista de contatos que
utilizamos até hoje. Nos unimos a Dolce, uma
loja de doces que estava lançando uma nova
linha de doces, e ao shopping Boulevard que
estava lançando sua campanha de Outono-
Inverno”. Com a disponibilidade de estrutu-
ra do shopping e o pensamento de unir as
duas linhas, um ensaio conceitual que utiliza-
va tanto os doces como roupas disponibiliza-
das pelo shopping trouxe algo original e com
vida para o olhar campinense. “Nós quere-
mos que ele saiba que estamos fazendo tudo
aquilo, para ele. Que cada ensaio é um novo
projeto”, destaca Mariana.
A Book Me é uma empresa dinâmica e que
oferece pacotes diversificados. A disponibili-
dade de escolha tem atraído vários clientes.
Mariana fala sobre as possibilidades que a
empresa oferece.“Oferecemos vários paco-
tes, indo desde pacotes apenas com as fotos
digitais, com as fotos reveladas, álbuns
estilizados, vídeos, teasers, making off’s e
outros. Em cada ensaio oferecemos maquia-
gem e cenário já com o pacote e vamos nos
aperfeiçoando cada vez mais com cada
trabalho”, diz a produtora. Reconhecer a
possibilidade de crescimento e aperfeiçoa-
mento desde o início da empresa não é
apenas uma necessidade, mas uma caracte-
rística da própria empresa. “Sempre traze-
mos um cenário novo, uma nova maquia-
gem”, complementa Marcella, mostrando
que a inovação é uma necessidade constan-
te a empresa. “Reconhecemos que no
mercado atual temos que estar sempre nos
reciclando e tomar essa postura desde o
início da empresa já nos da o conforto de
encarar a renovação como parte do traba-
lho”, complementa Mariana que reconhece
que a satisfação é uma forma de divulgação.
A empresa enfrentou dificuldades iniciais e
ainda enfrenta algumas hoje, mas a dupla
consegue superar essas barreiras e fazer a Book Me continuar em um ritmo de cresci-
mento. “Acho que uma das maiores dificul-
dades que passamos, por sermos uma
empresa relativamente nova é de que ainda
existe setores que não sabem que nós
existimos. Já temos uma faixa de público que
nos conhece, mas ainda não atingimos o
FACETAPROJETOPRISMA 14
mercado maior”, diz a diretora, que ainda
complementa falando sobre investimentos
na internet, na formulação de um novo site
por exemplo, sem se desprender das mídias
alternativas para divulgar o produto.
O perfil de empresa 2.0 se apresenta na Book Me, que utiliza de mídias sociais e sites de
relacionamento para incentivar o público a
conhecer o produto e manter uma linha fixa
de comunicação com a clientela. “Nosso
primeiro contato com o cliente é através da
internet. Por isso que a gente vê como é
importante ter esse tipo de mensagem,
nesse tipo de meio”, complementa Marcella.
A Book Me tem um estúdio, mas reconhece a
força da internet e isso a tem alavancado no
mercado, como uma forma de trabalhar com
a concorrência. “Nós temos concorrentes na
fotografia, mas que trabalhem as idéias de
Books conceituais, não são muitos, não
enfrentamos muita resistência”, fala a produ-
tora e complementa que a divulgação dos
clientes e do espaço virtual destaca esse
diferencial.
A empresa já busca crescer antes de seu
primeiro aniversário. Em um futuro próximo,
dizem as sócias, melhorar a estrutura com
equipamentos novos, melhorar o estúdio,
novos equipamentos de iluminação, fazer
uma campanha publicitária e a partir daí
melhorar o funcionamento geral da empresa
já é uma meta. Ampliar a equipe também se
faz necessário. Contratos já estão sendo
perdidos pela demanda que a empresa
busca se adaptar para comportar a realidade
de mercado que cresce juntamente com a
PROJETOPRISMA 15
qualidade dos produtos oferecidos.
As empresárias ressaltam as dificuldades do
pensamento de mercado de Campina
Grande que ainda trabalha as produções
artísticas como algo de segundo plano. “A
nossa empresa chegou agora e faz um
trabalho diferenciado e ainda assim conse-
gue fazer o tradicional, mas muito poucos
têm a coragem de abrir a cabeça mesmo e
utilizar o serviço que a nós oferecemos” diz
Mariana. A diretora ainda ressalta que essa
realidade não se modificará sozinha. “Muitos
profissionais de Arte e Mídia não tem a
coragem de enfrentar a realidade. Eles não
querem se colocar no lugar dos profissionais
que antes eles criticavam. A gente quis fazer
algo que fosse aplicável em mercado, mas
que levasse a qualidade única de trabalho
que o curso oferece”, afirma.
FRAGMENTO
Investimento inicial : R$5.500,00
Valores dos books*: variam de R$450,00 a R$600
*depende do ensaio
Fotógrafos convidados** :entre R$100 e R$200
Gastos por ensaio: aproximadamente R$100,00
*depende da atividade realizada
FACETAPROJETOPRISMA 16
ENTREVISTA
O professor 29 anos, se formou no curso de Arte e Mídia no ano de 2004 e mesclou sua carreira entre o traba-lho de campo e dentro da academia.
Luciano Soares Mariz,
O aluno que virou professor
Ele é um profissional que busca trazer a
realidade do mercado de trabalho das
produções artísticas para os alunos de Arte e
Mídia. Em entrevista, ele fala sobre suas
experiências como aluno, motivações,
experiências profissionais e o que ele traba-
lha no curso enquanto professor.
Entrei em um tempo interessante no curso,
chegando a segunda turma e tendo um
sentimento de provar o curso e desbravar um
universo. Acho que isso é uma coisa de um
curso e um campo relativamente novo na
época. Com o passar do tempo, o perfil
Para iniciarmos essa conversa, conte
sobre suas experiências enquanto aluno
(produções, dif iculdades, h istór ias,
alegrias, companheiros, etc).
começou a mudar de alguma forma. Entrei
em Arte e Mídia pois vi uma proposta interes-
sante, me identifiquei pela afinidade com as
áreas de arte e quando entrei, senti uma
identificação maior.
Quando entramos, em um primeiro momen-
to, tivemos uma reunião com o Coordenador
do Curso na época, Luciênio Teixeira e ele
nos disse “Vocês são cobaias”. A partir dali
eu soube que participaríamos da construção
do curso e do mercado que ia absorver os
profissionais daqui.
Inicialmente, não nos relacionávamos muito
com a primeira turma, tínhamos aulas em
horários inversos e não nos encontrávamos
muito, mas um sentimento de rivalidade foi
aparecendo e isso levou a uma competitivi-
dade boa para o momento do curso.
Tínhamos uma vontade de acampar no
Campus, viver no curso e ali começava o
nascer de um desenvolvimento da sensibili-
dade artística para muitas pessoas e tirar
PROJETOPRISMA 17
FACETAPROJETOPRISMA 18
PROJETOPRISMA 19
disso as formas para defender o curso no
mercado.
Realizei vários projetos enquanto era aluno,
pesquisas culturais sobre a criação das
bonecas de pano na região, sketch teatrais
com textos nossos (da nossa turma), vídeos
documentários e até um programa de audi-
tório chamado Miolo de Pote, onde conse-
guíamos uma grande platéia, mostrando
vídeos, teatro e tudo isso, fazíamos com
pouco recursos, já que o curso era novo e
tinha uma estrutura ainda em desenvolvi-
mento.
O que no curso lhe direcionou para
pensar no Ensino? O que lhe motivou?
Como Arte e Mídia lhe impulsionou a
esse caminho?
Sempre gostei da área acadêmica, me
identifiquei muito com o ensino. Minha mãe
era professora universitária e a idéia de gerar
conhecimento, formar pessoas, preparar
elas para o futuro sempre me atraiu. Ver
alunos crescerem como indivíduos e como
profissionais nos faz crescer também,
enquanto professores, temos um feedback
instantâneo de certa forma e isso me fez
almejar a academia.
Entre seis meses a um ano após ter concluído
o curso, em 2004, abriu uma vaga para
professor substituto e nesse meio eu já
estava trabalhando com produção, mas
prestei a prova e passei três anos no curso.
Me empenhei e trabalhei para ser efetivado,
pois a paixão que tinha pelo curso só aumen-
tou quando ensinei e finalmente estou aqui.
O que é um professor de Arte e Mídia?
Que áreas acadêmicas ele explora?
Como foi a transição da figura de Aluno
para a de Professor? Quais as diferen-
ças que se destacaram nessa mudança?
O curso se propõe ao conhecimento artístico
e suas ferramentas, a ligação entre a arte e a
mídia atual, mas o cerne do pensamento se
volta para o desenvolvimento da sensibilida-
de artística, pois sem isso, o curso está
apenas formando um técnico, e não alguém
com conhecimento crítico, esta formando
um profissional vazio. Hoje o aluno entra no
curso achando que o conhecimento técnico
é tudo.
O professor tem que ter uma visão global no
curso e trabalhar isso de forma dinâmica.
Cada professor tem sua área de especialida-
de logicamente. Ter me formado no curso
me dá uma grande vantagem, pois já conhe-
ço a realidade que eles vivem no curso e a
que eles vão enfrentar no mercado e tento
mesclar isso nas minhas aulas. Eu conheço a
necessidade da convergência de conheci-
mentos e tento incentivar isso nos alunos.
A transição foi um pouco complicada, já que
eu me formei em 2004 e voltei como profes-
sor em 2005. Alunos que estudavam do meu
lado, agora me viam do outro lado da sala de
aula. Mudar a relação de aluno/aluno para
aluno/professor foi difícil, mas fui conquis-
tando isso com o tempo. Tive que observar o
curso sobre outra ótica e tive que mudar
minha postura também. “A turbulenta
conquista do corpo discente fez tudo isso
FACETAPROJETOPRISMA 20
valer a pena a longo prazo”.
Por mais que tenham havido atritos, vim com
vontade de mudar tudo, houveram atritos e
isso acontece com todo profissional. Vim
com muita garra e gás e as coisas não
mudam assim. Tudo faz parte de um proces-
so, você amadurece, muda estratégias,
entende sua posição, fica um pouco mais
sábio e você se adapta.
Atualmente, vários professores no curso são
formados em Arte e Mídia e isso está mudan-
do o ritmo, gerando uma época produtiva e
com maiores mudanças. O curso está evolu-
indo, temos que acompanhar estas altera-
ções.
O curso amadureceu ao longo dos anos.
Vemos egressos em campo, sabemos o que
é um diretor de Arte e Mídia e ele está acom-
panhando as mudanças de mercado.
Estamos repensando algumas coisas e
tornando o curso mais dinâmico, mudando a
grade curricular. A estrutura física vem
crescendo a exemplo de um futuro novo
prédio e mais recursos criando uma estrutura
melhor no geral.
Arte e Mídia agora também é mais projeta-
do, o mercado passa a saber mais sobre o
O que você viu que melhorou ao longo
dos anos?
Diretor de Arte e Mídia, o que o curso se
propõe e essa maturidade lá fora eleva o
patamar final do curso.
O mercado está mudando e com isso, tam-
bém o curso vem buscando se adaptar, com
uma nova grade. A essência da compreen-
são da arte é a mesma, mas como isso será
trabalhado para uso prático em mercado
está sendo revisto. As disciplinas estão
inserindo ainda mais na prática, refinando os
conceitos apresentados na teoria, moldando
um profissional cada vez melhor.
Eu tento melhorar o curso através da expe-
riência que construí ao longo dos anos que
estive no mercado. Carregar valores nos
trabalhos e integrar as mudanças geradas
pela vivência. O que mais busco é tentar
investir minhas experiências diretamente nos
alunos. A história que o curso tem e as vivên-
cias em campo, são levantadas e debatidas
em sala, ressaltando valores éticos e artísti-
cos que estavam começando a se perder.
Os alunos atualmente começaram a pensar
nas realizações de projetos como algo
acadêmico e não profissional ou artístico.
Estou buscando resgatar o teor artístico e
profissional nos alunos para que eles tenham
uma vivência de mercado desde o início de
suas carreiras. Simulamos empresas com
pedidos, buscando criar obras de mercado
que tenham um teor artístico e esse seja seu
diferencial. Temos muitos alunos dedicados
e estes tem um futuro promissor no mercado
O que você tem feito para melhorar o curso?
PROJETOPRISMA 21
pois já buscam participar da realidade de
trabalho desde o início de seus estudos.
Acho que existe a necessidade de tentar
agregar e atrair verba privada para o curso.
Parcerias poderiam ser formadas e todas as
partes envolvidas, inclusive a própria UFCG,
ganhando com isso. O privado viabilizaria
uma divulgação das produções do curso
enquanto liga sua marca ao setor de arte.
Trabalho com produção e reconheço a
necessidade deste tipo de união, que faria
com que o curso crescesse ainda mais. Já é
hora de procurarmos este tipo de ligação
com o mercado, fornecendo maior projeção,
abrindo espaço para as produções e utilizar o
que o curso oferece. Campina Grande está
O que você vê que poderia melhorar?
(Apoio externo, integração entre
Universidade e Setor Privado?)
perdendo muito com isso, juntamente com o
curso. Essa relação simbiótica faria com que
o comércio, o setor artístico e o acadêmico
crescessem juntos.
Procuro inserir alunos nos meus trabalhos,
levá-los para o set e empurrá-los a assumir
responsabilidades reais, ver como é a reali-
dade fora da academia. Acho interessante
reforçar as relações de fora da sala de aula,
como uma forma de melhorar sua prática.
Afora isto, trabalhamos com setores diversos
como criação de personagens em quadri-
nhos, curtas experimentais, elaboração de
conceitos, videoclipes de artistas de bandas
locais e com um enfoque em direção criativa,
etc.
Como é a realidade dentro de Arte e Mídia? O
que se procura construir com um aluno ao
longo de quatro anos de curso?
FACETAPROJETOPRISMA 22
O que você destacaria de produções
apoiadas por você enquanto professor
nos últimos anos?
Ao longo do curso supervisionei e participei
de vários projetos de alto nível. Posso citar
exemplos como ‘O Quinto Beatle’, fakemen-tary muito bem produzido por Fernando
Ventura e Ítalo Brito, onde os orientei e
também nos digladiamos em embates
criativos ao longo do processo na estrutura-
ção do Doc. ‘O Vôo das Borboletas’ também
é outro projeto que posso destacar, dirigido
por Felipe Lavorato e com ótimos resultados,
assim como ‘Vida Crucis’ de Arôdo Filho.
Também temos os projetos dos quais eu
participei diretamente, no âmbito profissio-
nal e convidei alunos para trabalhar nas
produções, a exemplo de Balões de 74, um
filme que eu produzi e dirigi, Borra de Café,
dirigido por Aluízio Guimarães, Onde Borges Tudo Vê, longa-metragem dirigido por
Tarciano Valério. Estes alunos foram apresen-
tados ao mundo das produções profissionais
e ganham muita experiência de realidade de
set, assim como mostraram sua capacidade
de adaptação e produção direta. Este tipo de
experiência traz vida nova ao aluno e reforça
o mercado de produções regionais que fica
cada vez mais forte.
Como o mercado utiliza os profissionais
de arte e mídia? Alunos chegam a
participar de produções?
Acho que a nova geração de profissionais
vem com um pensamento inovador de
observar e ensinar arte, pois temos uma
vivência direta agora. Colheremos bons
frutos no futuro. Estão ensinando por uma
identificação e busca mudar o perfil do aluno
para algo mais consciente e capaz. No futuro
estas mudanças serão mais visíveis e concre-
tas. Para tanto, busco levar os alunos para as
produções, formando profissionais para o
mercado já nas suas experiências de aprendi-
zado.
O curso tem muito a oferecer e se o alunado
buscar integrar esse potencial de possibili-
dades inúmeras que o mercado está mos-
trando, com o aumento de produções
culturais na cidade de Campina Grande,
poderemos modificar a situação atual que a
arte e cultura se encontram aqui. As pessoas
vão ver o diretor de arte e mídia como
alguém que altera o pensamento de merca-
do e introduz arte e produções que antes
eram levadas de uma forma bruta. Como
professor, estou moldando essa nova reali-
dade e quero fomentar cultura em Campina
Grande através dos meus alunos e das
minhas produções.
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