Projeto Qualificão Bruna
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (NEREN)
ATIVIDADE BIOLÓGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lavandula angustifolia SOBRE A LAGARTA DO CARTUCHO Spodoptera
frugiperda
BRUNA MARIA SANTOS DE OLIVEIRA
SÃO CRISTÓVÃO SERGIPE - BRASIL
2013

BRUNA MARIA SANTOS DE OLIVEIRA
ATIVIDADE BIOLÓGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lavandula angustifolia SOBRE A LAGARTA DO CARTUCHO Spodoptera frugiperda
Projeto apresentado à banca examinadora da disciplina Seminários II do curso de Mestrado em Agroecossistemas, Universidade Federal de Sergipe – UFS. Orientador: Dr. Leandro Bacci.
SÃO CRISTÓVÃO SERGIPE - BRASIL
2013

SUMÁRIO
ITEM PÁGINA RESUMO ........................................................................................................... 01 1. JUSTIFICATIVA E RELÊVANCIA ................................................................. 02 2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 03 2.1 Compostos botânicos no controle de insetos pragas ............................ 03 2.2 Óleo essencial como alternativas para novos inseticidas ...................... 05 2.3 Utilização de óleos essenciais no controle de pragas ........................... 07 2.4 Óleo essencial de Lavandula angustifólia .............................................. 09 2.5 Lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda .......................................... 11
3. HIPOTESE CIENCTÍFICA DO PROJETO .................................................... 13 4. OBJETIVO ..................................................................................................... 14 4.1 Objetivo geral ......................................................................................... 14 4.2 Objetivos específicos ............................................................................. 14
5. METAS .......................................................................................................... 15 6. METODOLOGIA ............................................................................................ 16 6.1 Criação de S. frugiperda ........................................................................ 16 6.2 Cultivo de Lavandula angustifolia e extração do óleo essencial ............ 17 6.3 Análise química do óleo essencial ......................................................... 17 6.4 Compostos majoritários .......................................................................... 18 6.5 Bioensaios .............................................................................................. 18
6.5.1 Toxicidade do óleo essencial ....................................................... 18 6.5.2 Toxicidade dos compostos majoritários ....................................... 19 6.5.4 Bioensaios dos efeitos sinérgicos, aditismo ou antagonismos
dos compostos majoritários ......................................................... 19 6.5.5 Bioensaios comportamentais ....................................................... 20
6.6 Análises estatísticas ............................................................................... 20 7. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO ................................................................ 22 8. RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS ................................................ 26 9. CRONOGRAMA ............................................................................................ 27

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RESUMO
A lagarta do cartucho do milho Spodoptera frugiperda é uma das
principais pragas da cultura do milho Zea mays no Brasil. O ataque tem
ocasionado grnades danos nas plantações de milho. O método de controle
mais utilizado atualmente para essa praga é o químico. O controle dessa
espécie é feito basicamente com o uso indiscriminado de inseticidas
organossintéticos o que tem resultado em prejuízos aos agroecossistemas.
Desta forma, tem-se aumentado a necessidade do desenvolvimento de
métodos e produtos alternativos para o controle desta praga. Dentre estes
produtos, os óleos essenciais de plantas têm demonstrado resultados
promissores no controle de pragas por serem eficientes, rapidamente
degradados e diminuírem os resíduos nos alimentos e no meio ambiente. No
presente projeto objetiva-se avaliar a atividade inseticida de óleo essencial de
Lavandula angustifolia sobre S. frugiperda. Para isso, S. frugiperda será tratada
com aplicações tópicas de L. angustifolia e de seus componentes majoritários
para realização de bioensaios de toxicidade e testes comportamentais. A
avaliação do potencial de utilização do óleo essencial de L. angustifolia como
alternativa de controle de S. frugiperda poderá contribuir como alternativa para
o desenvolvimento de produtos para o controle desta praga.
Palavras-chave: Lavandula angustifolia, plantas inseticidas, inseto-praga,
controle alternativo.

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1. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
Diversos estudos têm demonstrado a ineficiência de produtos
organossintéticos existentes no mercado no controle de pragas agrícolas. A
baixa eficiência tem contribuído para aplicações sucessivas destes produtos, o
que tem gerado vários problemas econômicos, ecológicos, sociais e
ambientais, tais como: diminuição das populações de inimigos naturais,
contaminação do ser humano, resíduos nos produtos e poluição ambiental.
Uma alternativa para o manejo de insetos resistentes aos inseticidas
convencionais é a utilização de substâncias de origem botânica. Estas
substâncias apresentam vantagens quando comparadas com os inseticidas
organossintéticos, como alta eficiência, rápida degradação, baixa a moderada
toxicidade para mamíferos e seletividade aos inimigos naturais. Dentre estes
produtos, os óleos essenciais de plantas têm demonstrado resultados
promissores no controle de pragas.
Desde a Idade Média, os óleos essenciais têm sido usados como
bactericidas, fungicidas, inseticidas e antiparasitários. Recentemente, os óleos
essenciais têm sido empregados na indústria farmacêutica, alimentar, agrícola
e de cosméticos. Sua utilização nestes segmentos se deve a sua complexa
composição. Os óleos essenciais são formados por metabólitos secundários
bioativos, sendo formados em sua maioria, por monoterpenos e
sesquiterpenos. Estas substâncias podem apresentar efeitos letais e subletais
em insetos, causando a morte ou interferindo em seu desenvolvimento,
reprodução e comportamento.
Entre as espécies que produzem óleos essenciais está à lavanda
Lavandula angustifólia (Lamiaceae). Esta espécie pode conter até 38
compostos diferentes, tendo como compostos majoritários os monterpenos
linalol e acetato de linalila. Estes compostos têm apresentado efeitos sedativo,
anestésico, antibacteriano, antifúngico e inseticida.
A lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda (J.E. SMITH, 1797)
(Lepidoptera: Noctuidae) é a principal praga da cultura do milho no Brasil.
Populações elevadas deste inseto-praga têm causado sérios danos e vem
comprometendo a produtividade de lavouras comerciais. O controle de S.
frugiperda tem sido feito com um grande volume de inseticidas

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organossintéticos, o que além de aumentar o custo de produção, tem gerado
problemas ecológicos, sociais e ambientais.
Desta forma, objetiva-se com este projeto avaliar a atividade inseticida
do óleo essencial de L. angustifolia e seus compostos majoritários sobre S.
frugiperda. Especificamente objetiva-se ainda: i) comparar o efeito letal do óleo
essencial de L. angustifolia vendido comercialmente e do óleo extraído de
plantas sobre S. frugiperda por meio da realização de bioensaios de toxicidade;
ii) realizar misturas dos compostos majoritários do óleo essencial de L.
angustifolia para compreender a importância relativa destes na toxicidade a S.
frugiperda; iii) comparar o efeito letal do óleo essencial de L. angustifolia
vendido comercialmente e das misturas dos compostos do óleo sobre S.
frugiperda por meio da realização de bioensaios de toxicidade; iv) realizar
testes comportamentais para analisar a atratividade/ repelência do óleo
essencial de L. angustifolia e de seus componentes majoritários sobre S.
frugiperda.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Compostos botânicos no controle de insetos pragas
Controle de insetos representa uma grande e antiga preocupação dos
seres humanos, por constituírem o grupo mais diversificado do reino animal e
atuarem em grande parte como herbívoros (ZARBIN; RODRIGUES; LIMA,
2009). Estes organismos apresentam ampla importância econômica por
desempenham papéis ecológicos de grande relevância nos ecossistemas e
também por causarem prejuízos em diversas culturas agrícolas, danos
urbanos, e serem vetores de muitas doenças. Por isso, ao longo do tempo, o
homem tem buscado formas de combater esses organismos a fim de minimizar
os danos causados pelos mesmos (GALLO et al., 2002).
Até a primeira metade do século passado, antes da descoberta dos
inseticidas organossintéticos, os agricultores faziam o controle de insetos com
a utilização de substâncias extraídas de vegetais. Entretanto devido às
variações na eficiência e diferenças na concentração do ingrediente ativo das
plantas, baixo efeito e sucessivas aplicações em curtos períodos, fizeram com
que os inseticidas vegetais fossem gradativamente substituídos pelos sintéticos
(MACHADO et al., 2007).
Para GALLO et al. (2002), os inseticidas organossintéticos, mostraram
ser mais eficientes e baratos. No entanto, devido o a simplificação dos
ecossistemas naturais e produção em monoculturas, associado com intenso e
indevido uso de insumos químicos no controle de insetos herbívoros deu
origem ao surgimento de enormes prejuízos e muitos insetos-pragas (ZARBIN;
RODRIGUES; LIMA, 2009).
Cruz (2002) comenta que um grave problema que tem ocorrido devido o
uso indiscriminado de organossintéticos é o desenvolvimento de populações
resistentes aos inseticidas, levando muitas vezes, erroneamente, o agricultor a
tomar medidas que acabam intensificando o problema. Segundo Merlino (2009)
o Brasil é o maior consumidor do mundo em pesticidas sintéticos. A utilização
indiscriminada de produtos químicos sintéticos, embora eficientes para o

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controle de insetos-pragas, possibilita a ocorrência de efeitos adversos, como
impactos indesejáveis ao meio ambiente, contaminação das culturas com
resíduos tóxicos, e a possibilidade do surgimento de populações resistentes
(GONÇALVES et al., 2001; AGUIAR-MENEZES, 2005).
Assim outras táticas de manejo devem ser empregadas, principalmente
aquelas que causem menor impacto ambiental (ROEL et al., 2001). A utilização
de substâncias extraídas de plantas com poder inseticida é uma alternativa que
apresenta vantagens quando comparada com os sintéticos, principalmente por
serem renováveis e facilmente degradáveis (MACHADO et al., 2007).
Os óleos essenciais de plantas têm sido estudados como bioinseticidas
botânicos por apresentar atividade atraente, repelente e até tóxica aos insetos
(AGUIAR-MENEZES, 2005).
2.2 Óleo essencial como alternativa para novos inseticidas
O Brasil é o país com a maior diversidade vegetal do mundo, contando
com mais de 55.000 espécies catalogadas, de um total estimado de 350.000 a
550.000, mas poucas ainda estão em estudo (ALVES, 2001; SIMÕES et al.
2002).
Produtos naturais extraídos de plantas são usados como fragrâncias na
indústria de perfumes, farmacêutica e de alimentos (ISMAN, 2000). Um dos
principais problemas da agricultura refere-se ao controle fitossanitários. Antes
da aquisição de agrotóxicos para o controle destes, os agricultores preparavam
e utilizavam produtos naturais obtidos a partir de materiais disponíveis em suas
propriedades. Contudo, com a popularização do acesso e uso dos agrotóxicos,
estes produtos foram quase que totalmente abandonados e, hoje, passaram a
ser chamados de alternativos (BETTIOL, 2006).
Percebe-se nos últimos anos um grande interesse pela pesquisa que
atestam a eficiência de inseticidas botânicos, comprovados a partir da revisão
de literatura que diversos estudos com plantas vêm sendo realizados na busca
de produtos que apresentem maior segurança, biodegradabilidade, seletividade

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viabilidade econômica e aplicabilidade e baixo impacto ambiental, já que muitos
dos inseticidas sintéticos disponíveis no mercado são tóxicos e causam
diversos impactos negativos ao homem e meio ambiente (VIEGAS Jr., 2003).
No entanto, para (AGUIAR-MENEZES, 2005) carência de pesquisas
bem como dificuldade de registro representa grande entrave para os inseticidas
de origem vegetal.
Uma classe de substâncias que tem merecido atenção são aquelas que
fazem parte dos óleos essencial de algumas plantas (AGUIAR-MENEZES,
2005). Os óleos essenciais são obtidos a partir de plantas aromáticas e
medicinais que, ao longo da evolução, desenvolveram defesas químicas contra
herbívoros (WALLING, 2000). Estes são constituídos por misturas complexas
de compostos orgânicos voláteis como metabólitos secundários nas plantas,
principalmente monoterpenos, sesquiterpenos, ésteres, fenilpropanóides e
outras substâncias de baixo peso molecular (RAI & CARPINELLA, 2006).
Dessa forma, o uso de produtos naturais extraídos de plantas pode ser
um forte aliado a outros métodos de controle de insetos, mantendo o equilíbrio
ambiental, sem deixar resíduos químicos, sem ação tóxica aos animais e ao
homem, reduzindo os efeitos negativos ocasionados pela aplicação
descontrolada de inseticidas organossintéticos (MACHADO et al., 2007).
Para a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) óleos
essenciais são produtos voláteis de origem vegetal obtidos por processo físico
destilação ou outro método adequado, apresentado isoladamente ou
misturados entre si, retificados, ou concentrados desterpenados (ANVISA,
2007).
As principais famílias botânicas que apresentam esses compostos são
Myrtaceae, Lauraceae, Rutaceae, Lamiaceae, Asteraceae, Apiaceae,
Cupressaceae, Poaceae, Zingiberaceae e Piperaceae (KNAAK; FIUZA, 2010).
Dependendo das espécies consideradas, os óleos essenciais podem ser
produzidos e armazenados em diferentes órgãos das plantas, como flores,
folhas, caules, raízes, rizomas, frutos e sementes (REGNAULT-ROGER et al.
2012). Esses óleos podem ser obtidos por hidrodestilação, destilação a vapor,

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destilação seca ou por mecanismos de prensagem mecânica das plantas
(WALLING, 2000). A utilização de extratos e óleos essenciais com
propriedades inseticidas torna-se fundamental, tendo assim mais de 2000
espécies de plantas conhecidas (VIEGAS Jr., 2003).
Os derivados botânicos podem causar diversos efeitos sobre os insetos,
tais como repelência, inibição de oviposição e da alimentação e alterações no
sistema hormonal. Como conseqüência, causa distúrbios no desenvolvimento,
deformações e mortalidade das diversas fases (GONZAGA et al., 2008).
O emprego de substâncias extraídas das plantas, e utilizadas como
inseticidas, tem trazido inúmeras vantagens quando comparado aos sintéticos
por serem naturais e obtidos de recursos renováveis, rapidamente degradáveis,
compostos da associação de vários princípios ativos tendo atuação lenta e não
deixam resíduos em alimentos (ROEL, 2001).
No Brasil, os estudos voltados à utilização de inseticidas naturais têm
obtidos grandes avanços, tanto que já existem produtos comerciais feitos a
partir de partes vegetais. Entretanto, ainda se faz necessário um esforço
conjunto de entidades pesquisadoras e governamentais para tornar seu uso
uma realidade rural, já que em nosso país há uma grande diversidade de
espécies destinadas a esse fim (SILVA, 2009).
2.3 Utilização de óleos essenciais no controle de pragas
Como as plantas não podem escapar de seus predadores, sua melhor
defesa é a produção de compostos de odor ou sabor repulsivo e toxinas
(AGUIAR-MENEZES, 2005).
Sabe-se que muitas das substâncias produzidas pelo metabolismo
secundário possuem propriedades biológicas importantes e estão diretamente
envolvidas nos mecanismos que permitem a adequação da planta ao seu meio
(GOBBO-NETO e LOPES, 2007). As substâncias pertencentes a essa classe
de metabólitos possuem diversas funções biológicas, tais como defesa contra

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herbívoros e micro-organismos, proteção contra raios UV e atração de
polinizadores ou animais dispersores de sementes (FUMIGALI et al., 2008).
A utilização de plantas inseticidas para o controle de pragas não é uma
técnica recente, elas já eram usadas antes do advento de inseticidas sintéticos.
O ressurgimento dos estudos com inseticidas botânicos deu-se devido a
necessidade de se dispor de novos compostos para uso no controle de pragas
sem os problemas de contaminação ambiental, resíduos nos alimentos, efeitos
prejudiciais sobre os organismos benéficos e aparecimento de insetos
resistentes, devido a advento da utilização indiscriminada dos inseticidas
sintéticos (GALLO, 2002).
Inseticidas são substâncias químicas utilizadas para matar, atrair e
repelir insetos apresenta-se um vasto tópico de pesquisas no mundo inteiro e
que tem se desenvolvido bastante nas últimas décadas (VIEGAS Jr., 2003).
Os efeitos observados sobre os insetos quando tratados com produtos
vegetais que apresentam atividade inseticida são: inibição da oviposição,
alimentação, crescimento, esterilidade dos adultos e mortalidade, entre outros.
A caracterização da bioatividade dos inseticidas vegetais pode ser realizada
por experimentos de campo, casa de vegetação e laboratórios, por meio da
utilização de parcelas tratadas e não tratadas e avaliando-se a população e
oviposição de insetos ou danos nas plantas (CALLO, 2002).
As toxinas botânicas podem penetrar nos insetos pelas vias
respiratórias, por ingestão e contato (KNAAK; FIUZA, 2010), testados por meio
de bioensaio de toxidade.
Os efeitos biológicos dos óleos essenciais podem ser resultantes de
sinergismo, aditivo, antagonismo dos compostos majoritários, na maioria das
vezes a amplitude dos efeitos dos óleos depende da concentração desses
componentes, porém é possível que a atividade dos componentes principais
seja modulada por outros componentes de menor importância, através de
sinergismo (BAKKALI et al., 2008).
Os constituintes químicos também podem ter importantes efeitos sobre o
comportamento de diversas pragas, principalmente como deterrentes e

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repelentes, quando em adição à toxicidade dos óleos essenciais por meio de
fumigação, contato ou ingestão. As pesquisas com plantas inseticidas podem
ser realizadas, basicamente, com dois objetivos a descoberta de moléculas
com atividade contra insetos que permitam a síntese de novos produtos
inseticidas e a obtenção de inseticidas naturais para uso direto no controle de
pragas (GALLO, 2002).
2.4 Óleo essencial de Lavandula angustifolia
O gênero Lavandula são plantas arbustivas perenes, aromáticos, eretos
e com grande ramificação, contém pelo menos 28 espécies diferentes (CHU &
KEMPER, 2001).
As propriedades terapêuticas do óleo essencial de Lavandula spp. estão
associadas ao sinergismo entre os constituintes majoritários e minoritários, os
quais podem variar com as características genéticas, fatores abióticos, órgão
de armazenamento e métodos de extração (MASETTO, 2009). São plantas
aromáticas que apresentam difícil classificação taxonômica devido à sua
capacidade de hibridização e diversidade morfológica (UPSON, 2002) apud
(MASETTO, 2009).
Pertencente à família Lamiaceae, a Lavandula angustifolia Mill. é
conhecida popularmente de alfazemas ou lavandas, são aromáticas originárias
da Europa, especificamente da região do Mediterrâneo (CHU & KEMPER,
2001).
O Brasil vem despertando o interesse de produtores pela produção de
óleo essencial, que é extraído de suas flores e folhas e empregado nas
indústrias de perfumaria, cosmética, alimentícia e farmacêutica (TSURO et al.,
2000).
Alguns óleos essenciais podem conter de 20 a 60 constituintes com
diferentes concentrações. Outros óleos são caracterizados por apresentarem
dois ou três constituintes que são considerados componentes majoritários
apresentam total de (20-70%) de concentrações (BAKKALI et al., 2008).

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Entre as espécies que apresentam valor comercial está a L. angustifolia,
por conter uma composição complexa, constituída por até 38 compostos
diferentes, dentre esses, os principais componentes químicos do óleo
pertencem a classe monoterpenos, são o linalol e acetato de linalila (CHU &
KEMPER, 2001).
O acetato de linalina e linalol tem apresentado efeitos sedativo e
anestésicos, o linalol apresenta também efeito antibacteriana, antifúngica e
inseticida. Estes dois compostos são os componentes químicos mais
importantes no óleo essencial de L. angustifolia, representando até 90% do
volume do óleo (CHU & KEMPER, 2001; MACHADO, 2011).
O linalol e limoneno são usados como aromatizante em cosméticos,
alimentos, sabão, perfumes são considerados também como veneno de
contato (neurotóxico) e tem atividade fumigante (AGUIAR-MENEZES, 2005).
Pesquisa tem demonstrado que a composição química do óleo essencial
de Lavandula depende grandemente das espécies de que foi obtido, dentro da
mesma espécie, os conteúdos bioquímicas do óleo essencial encontrado na
flor, haste, ou folhas podem variar significativamente dependendo de onde e
em que condições a planta foi cultivada. A presença e a concentração de
certos constituintes químicos também flutuam de acordo com a temporada e a
maturação da planta quando colhida (CHU & KEMPER, 2001).
O óleo essencial de lavanda (Lavandula angustifolia) é composto
principalmente de monoterpenos (classe C10 de isoprenóides), produzido e
armazenado na glandular tricomas, que cobre a superfície das partes aéreos
da planta. Os monoterpenos comumente encontrados em óleos de lavanda
incluem linalol, acetato linalina, 1,8-cineol. A abundância relativa destes
isoprenóides define a qualidade do óleo e é determinada principalmente pelo
genótipo da planta. Os fatores ambientais (por exemplo, intensidade de luz,
duração do dia e da temperatura) também afetam a biossíntese isoprenóide e
pode influenciar significativamente a composição do óleo em plantas (BISWAS
et al, 2009).

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De acordo com Demissie et al., (2011) os principais monoterpenos
encontrado na espécie de L. angustifolia foi linalol 25–38% acetato linalina 25–
45%.
Colheitas realizadas por meio da propagação in vitro no Sul do Brasil de
L. angustifolia apresentaram total de 21 compostos no óleo essencial e
variação de 40% a 41% para o constituinte acetato linalina; enquanto que para
o linalol a variação foi de 29% a 36% (MOON et al. 2006).
2.5 Lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda
O milho (Zea mays L.) é uma cultura com ampla distribuição geográfica,
tendo produtividade média brasileira estimada em torno de 50 milhões de
toneladas (safra 2010/2011), (AGRIANUAL, 2011).
A principal praga do milho no Brasil é a lagarta-do-cartucho Spodoptera
frugiperda (J. E. Smith, 1797), que tem causando perdas consideráveis na
produção durante todo o ciclo da cultura (TIRELLI, 2010). Devido hábito
polífogo este inseto tem apresentado alta capacidade de dispersão, no Brasil,
ocorre praticamente em todos os estados, devido à oferta de hospedeiro ao
longo do ano (PEREIRA, 2007; BARROS, 2010).
O inseto-praga Spodoptera frugiperda, pertencente à ordem Lepidoptera
e família Noctuidae, conhecida popularmente por lagarta-do-cartucho, lagarta
dos milharais e lagarta militar e ataca principalmente as folhas mais novas
(BARROS, 2010). No estágio larval alimenta-se de plantas de milho em todas
as fases de desenvolvimento, preferencialmente dos cartuchos de plantas
jovens (TIRELLI, 2010). Vale ressaltar que a partir do 2º ínstar, as lagartas
podem apresentar canibalismo e devido a isto é comum apenas uma lagarta
desenvolvida por cartucho. No entanto podem ser encontradas lagartas em
ínstares diferentes num mesmo cartucho, separadas pelas lâminas das folhas
(PERREIRA, 2007).
Há relatos de que a redução do rendimento da cultura de milho,
provocada pela lagarta-do-cartucho, varia de 15 a 34% (CAMPOS, 2012). Além

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da perda de produção em grãos, o ataque provoca perda na qualidade do
produto, seja em grãos ou em milho verde, ou ainda na perda de biomassa
para a produção de silagem (CHAVES, 2012). A biologia de S. frugiperda
alimentadas com folhas de milho em uma temperatura de 35 ºC é dura
aproximadamente 30 dias possibilitando a essa espécie a produção de várias
gerações no ano (PERREIRA, 2007). E conseguintemente a utilização de
grandes volumes de inseticidas no controle (GALLO, 2006).
Controlada usualmente com inseticidas químicos, utilizado desde o
momento que nota-se o desfolhamento nas plantações, um grande volume de
inseticidas é utilizado anualmente, o que além de aumentar o custo de
produção, surge a médio e longo prazo, problemas econômicos, sociais e
ambientais tais como: gasto de dinheiro, contaminações humana, dos produtos,
poluição ambiental, e seleção natural de insetos resistentes com o
conseqüente desequilíbrio biológico. O que tem despertado interesse em
pesquisas com métodos que ofereçam menor risco, como por exemplo, a
utilização dos metabólicos secundários de plantas na gestão de controle deste
inseto-praga, como uma alternativa aos o uso de inseticidas sintéticos, menos
venenoso para o meio ambiente e com baixa toxicidade nos mamíferos
(PERREIRA, 2007; GALLO, 2006; COSTA, 2012).

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3. HIPÓTESES
No presente estudo serão testadas as seguintes hipóteses:
i) O óleo essencial de L. angustifolia e seus componentes majoritários
individuais apresentam efeito letal sobre S. frugiperda;
ii) O óleo essencial de L. angustifolia e seus componentes majoritários
individuais são repelentes para S. frugiperda;
iii) Os componentes majoritários do óleo essencial de L. angustifolia
apresentam interações sinérgicas em suas atividades sobre S. frugiperda.

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4. OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Avaliar a atividade inseticida do óleo essencial de L. angustifolia e seus
compostos majoritários sobre S. frugiperda.
4.2 Objetivos específicos
i) Verificar o efeito letal do óleo essencial de L. angustifolia sobre S.
frugiperda por meio da realização de bioensaios de toxicidade;
ii) Verificar o efeito letal isolado dos compostos majoritários do óleo
essencial de L. angustifolia sobre S. frugiperda por meio da realização de
bioensaios de toxicidade;
iii) Determinar o efeito comportamental do óleo essencial e dos
compostos majoritários de L. angustifolia sobre S. frugiperda por meio da
realização de bioensaios de repelência/atratividade;
iv) Verificar se a interação dos compostos majoritários do óleo essencial
de L. angustifolia apresentam efeitos sinérgicos, aditivos ou antagônicos nos
efeitos letais e subletais sobre S. frugiperda.

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5. METAS
i) Coletar lagarta do cartucho S. frugiperda para criação em laboratório no
11º mês do projeto;
ii) Obter a análise química do óleo essencial de L. angustifolia e as
proporções de seus componentes majoritários, assim como os componentes
isolados do óleo essencial até o 11º mês do projeto;
iii) Realizar bioensaios de toxicidade do óleo essencial de L. angustifolia e
seus compostos majoritários sobre S. frugiperda até o 16º mês do projeto;
iv) Realizar montagem e avaliação dos bioensaios de sinergismo,
aditismo e antagonismo do óleo essencial de L. angustifolia e seus compostos
majoritários sobre S. frugiperda até o 18º mês do projeto;
v) Realizar montagem e avaliação dos bioensaios de atração/ repelência
do óleo essencial de L. angustifólia e seus compostos majoritários sobre S.
frugiperda até o 20º mês do projeto.

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6. METODOLOGIA
6.1 Criação de S. frugiperda
Para realização dos bioensaios, a espécie S. frugiperda será criada em
laboratório na Clinica Fitossanitária da Universidade Federal de Sergipe (UFS),
São Cristovão-SE. O estabelecimento da criação inicial será realizado por meio
da coleta de lagartas em áreas de cultivo de milho no Estado de Sergipe. As
lagartas serão colocadas em tubos de ensaio de 15cm de altura x 1,5cm de
diâmetro contendo dieta natural (folhas de milho). As criações serão mantidas
em temperatura e umidade ambiente.
Após a emergência, as mariposas adultas serão acondicionadas em
tubos de PVC (cloreto de polivinila) de 10cm de diâmetro por 20cm de altura
revestido internamente com papel de filtro, com as extremidades superior e
inferior tampadas com placas de Petri de 15cm de diâmetro revestidas
internamente com papel de filtro. A alimentação das mariposas será realizada
diariamente com solução de mel a 10%, oferecida dentro de um recipiente de
vidro de 5cm de altura, vedado com tampa de borracha com um pequeno
orifício onde será introduzido um fio de algodão para permitir a alimentação.
Diariamente as posturas serão transferidas para placas de Petri esterilizadas.
As larvas recém-eclodidas serão colocadas em tubos de ensaio contendo a
dieta artificial de BOWLING (1967).
A dieta das larvas será elaborada pesando 100 gramas de feijão. Este
será depositado em becker de 500ml e cozido em forno de microondas.
Posteriormente será feita uma mistura com 275ml de água destilada, levedura
de cerveja, ácido ascórbico, nipagin e benzoato de sódio em 100ml de água
destilada. A mistura será misturada ao feijão juntamente com mais 1,0ml de
formaldeído. Em seguida será adicionado Agar à água (250ml) e levado ao
fogo até ficar dissolvido. Por fim será realizada a junção das misturas feitas nas
etapas anteriores e agitada no liquidificador.

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6.2 Cultivo de Lavandula angustifolia e extração do óleo essencial
A espécie L. angustifolia será cultivada no Centro Avançado em Plantas
Medicinais do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras-
UFLA, Lavras, Minas Gerais, Brasil, 37200-000. Os especimens serão trazidas
e depositado no Herbário da Universidade Federal de Sergipe, CCBS,
Departamento de Biologia, São Cristóvão, Sergipe, Brasil, 49100-000. As
folhas de L. angustifolia serão colhidas e secas a 40 ± 1ºC por 4 dias em estufa
de secagem (SANT`ANA et al., 2010). O óleo essencial será obtido através da
hidrodestilação do pó das folhas, em aparelho do tipo Clevenger em parceria
com laboratório de Fitotecnia da UFS.
Posteriormente, o óleo será separado da fase aquosa e mantido em
freezer até sua utilização.
6.3 Análise química dos óleos essenciais
As análises dos componentes dos óleos essenciais serão realizadas em
parceria do laboratório de química da UFS - Universidade Federal de Sergipe,
São Cristóvão-SE, Brasil.
Utilizando a metodologia do CG-MS/CG-DIC (GC-2010 Plus; GCMS-
QP2010 Ultra, Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão) equipado com um
amostrador automático AOC-20i (Shimadzu). As separações serão realizadas
usando uma coluna capilar de sílica fundida Rtx®-5MS Restek (polissiloxano
5%-difenil-95%-dimetil) de 30m x 0,25mm de diâmetro interno (d.i.), 0,25-µm de
espessura de filme, em um fluxo constante de hélio (99,999%) com taxa de
1,2mL.min-1. Será utilizado um volume de injecção de 0,5uL (5 mg.mL-1), com
uma razão de split de 1:10. A programação de temperatura do forno utilizada
será a partir de 50 °C (isoterma durante 1,5 min), com um aumento de 4 °C /
min, à 200 °C, em seguida, a 10 °C / min até 250 °C, terminando com uma
isoterma de 5min a 250 °C.
Os dados de CG-EM e CG-DIC serão simultaneamente adquiridas
empregando um sistema de separação de detector; a razão de separação de
escoamento foi de 4:1 (EM: FID). Um tubo restritor de 0,62 m x 0,15 milímetros
d.i. (coluna capilar) será usado para ligar o divisor para o detector do EM; um
tubo restritor de 0,74m x 0,22mm d.i. será usado para ligar o divisor para o

18
detector do DIC. A temperatura do injetor será de 250 °C e a temperatura da
fonte de íons será de 200 °C. Os íons serão gerados à 70 eV; a uma
velocidade de varredura de 0,3 fragmentos (scans) s-1 detectados no intervalo
de 40-350 Da. A temperatura do DIC será ajustada para 250ºC, e os
suprimentos de gás para o DIC serão ar sintético, hidrogênio, hélio em taxas de
fluxo de 30, 300 e 30 mL.min-1, respectivamente. A quantificação de cada
constituinte será estimada por normalização área do pico gerado no DIC -(%).
As concentrações dos compostos serão calculados a partir das áreas dos picos
de CG e foram dispostos por ordem de eluição do CG.
A identificação dos constituintes será realizada com base na
comparação dos índices de retenção da literatura. Para o índice de retenção
será utilizado à equação de Van den Dool e Kratz em relação a uma série
homóloga de n-alcanos (nC9-nC18). Serão utilizadas três bibliotecas do
equipamento WILEY8, NIST107 e NIST21 que permite a comparação dos
dados dos espectros com aqueles constantes das bibliotecas utilizando um
índice de similaridade de 80%.
6.4 Compostos majoritários
Os constituíntes em maior proporção no óleo essencial de L. angustifolia
serão adquiridos da empresa SIGMA-ALDRICH e utilizados em bioensaios
posteriores.
6.5 Bioensaios
6.5.1 Toxicidade do óleo essencial de L. angustifolia
Os bioensaios para verificar a toxicidade do óleo essencial sobre
lagartas de S. frugiperda serão conduzidos na Clínica Fitossanitária da
Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão-SE, Brasil.
Para realização dos bioensaios, inicialmente serão preparadas soluções
do óleo essencial em acetona nas concentrações de 0,1; 1 e 10%. O
delineamento experimental será inteiramente casualizado com 5 repetições.

19
Cada repetição será composta por um grupo de 10 lagartas de terceiro instar
(10 dias) de S. frugiperda. As lagartas serão transferidas para placas de Petri e
em cada uma será aplicado topicamente com uso de uma microseringa, na
região protorácica, 1µL das concentrações da solução do óleo essencial. Para
o controle será aplicado apenas 1µL do solvente sobre as lagartas. Uma vez
determinada a faixa de mortalidade superior a 0 e inferior a 100% serão
testadas doses intermediárias (de 3 a 6 concentrações) a fim de obter curvas
de dose-mortalidade. Serão oferecidas pequenas porções (300mg) da dieta
artificial a fim de evitar possível morte do inseto por inanição.
A toxicidade do óleo essencial de L. angustifolia será avaliada pela
contagem de lagartas mortas após 6, 12, 24, 36, 48, 60, 72, 84, 99, 108 e 120
horas. Em todas as avaliações dos experimentos de toxicidade, as lagartas
serão consideradas mortas quando se apresentarem imóveis. Serão calculadas
as mortalidades dos insetos em cada unidade experimental.
6.5.2 Toxicidade dos compostos majoritários
Para determinar a contribuição potencial de cada constituinte na
toxicidade do óleo essencial de L. angustifolia serão realizados bioensaios
separados com cada componente majoritário. Os componentes testados serão
selecionados com base na composição química do óleo essencial e os
procedimentos serão os mesmos utilizados nos bioensaios de toxicidade do
óleo essencial.
6.5.3 Bioensaios dos efeitos sinérgicos, aditismo ou antagonismos dos
compostos majoritários
Para a realização destes bioensaios serão misturados os compostos
majoritários dois a dois procurando manter a proporção encontrada no óleo
essencial e seus efeitos serão comparados com a toxicidade individual de cada
composto. Os procedimentos utilizados nestes bioensaios serão os mesmos
descritos anteriormente.

20
6.5.4 Bioensaios comportamentais
Para se avaliar a resposta olfativa dos adultos de S. frugiperda aos
compostos do óleo essencial de L. angustifolia, será utilizado um olfatômetro
do tipo “Y” de dupla escolha. Os bioensaios serão realizados na Clínica
Fitossanitária da Universidade Federal de Sergipe.
O olfatômetro em “Y” será constituído por um tubo de vidro bifurcado, de
4 cm de diâmetro, que opera horizontalmente. A corrente de ar será produzida
por uma bomba de ar comprimido ou por sucção a vácuo. O ar que operará no
olfatômetro será umidificado e purificado por meio de filtro de carvão ativo.
Tiras de papel de filtro embebidas no óleo essencial e nos compostos
majoritários serão colocadas em um dos braços do sistema Y. As tiras de papel
serão substituídas a cada bioensaio. O óleo essencial e seus majoritários serão
considerados atrativos quando atraírem os insetos em direção à câmara do
óleo. O controle será realizado com utilizando-se acetona nas tiras de papel. As
posições dos braços do olfatômetro serão invertidas entre tratamento e controle
para evitar qualquer efeito tendencioso. A intensidade do fluxo de ar será
regulada através de fluxômetros e mantida por aproximadamente 4L/min.
6.6 Análises estatísticas
Os resultados de mortalidade obtidos para todos os bioensaios de
toxicidade serão corrigidos em relação à mortalidade ocorrida na testemunha
usando-se a fórmula de Abbott (1925). Análises de Próbit serão realizadas para
determinar as curvas de dose-mortalidade do óleo essencial, compostos
majoritários, misturas de compostos para S. frugiperda.
Serão aceitas curvas cuja probabilidade de aceitação da hipótese de
nulidade (de que os dados possuem distribuição de Próbite) pelo teste x² seja
maior que 0,05. Por meio destas curvas serão estimadas as doses letais para
50% e 90% das populações (DL50 e DL90 respectivamente) e seus respectivos
intervalos de confiança a 95% de probabilidade a partir do programa
estatísticos SAEG.

21
Serão calculadas as razoes de resistência (RR50) entre as populações
de S. frugiperda e os índices de toxicidade relativa (ITR50) dos óleos essenciais
para cada população por meio das seguintes formulas:
i) RR50 = DL50 das populações resistentes / DL50 da população
suscetível, para cada óleo essencial.
ii) ITR50 = DL50 do óleo essencial menos tóxico / DL50 dos óleos
essenciais, para cada população de S. frugiperda.
Os dados dos bioensaios de atratividade/ repelência serão submetidos a
analise de variância e as medias serão comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
Óleos essenciais com maior e menor numero de insetos que a testemunha a
p<0,05, indicam atratividade ou repelência/deterrência, respectivamente.

22
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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8. RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS
A determinação da toxicidade do óleo essencial de L. angustifolia sobre
S. frugiperda dará subsídios ao desenvolvimento de novos produtos mais
eficientes e com menor impacto ao meio ambiente. Dessa forma, o projeto cria
uma demanda estratégica através da possibilidade de geração de patentes
A execução do projeto permitirá a mestranda o título de Mestre em
Ciências, bem como a publicação de artigos científicos em periódicos
internacionais com alto JCR (por exemplo, Acta Tropica - A1 e Industrial Crops
and Products – A2).
A utilização do óleo essencial como alternativa de controle e o melhor
entendimento sobre os efeitos dos compostos majoritários do óleo nos
parâmetros comportamentais de S. frugiperda irão contribuir para reduzir os
riscos inerentes ao uso inadequado de inseticidas organossinteticos. Assim,
espera-se diminuir os impactos ambientais e sociais inerentes ao atual manejo
dado no controle desta praga, além da possibilidade de diminuição do custo de
controle e aumento da lucratividade com a redução dos danos ocasionados por
S. frugiperda.
Este projeto contribuirá para um controle mais eficiente de forma a
prevenir, retardar ou reverter à evolução da resistência de S. frugiperda aos
novos produtos que sejam lançados no mercado. Por fim, além do potencial de
geração de produtos, poderá ocorrer a transferência de tecnologia aos
pequenos e médios produtores, promovendo dessa forma maior retorno sócio-
econômico a comunidade local e contribuindo para o desenvolvimento da
região Nordeste e do estado de Sergipe.

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9. CRONOGRAMA
Atividades do Projeto Bimestre
2013 2014 2015 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6 1
1) Revisão bibliográfica. x x x x x x x x x x x x
2) Criação de S. frugiperda. x x x x x x x
3) Extração do óleo essencial de plantas de L. angustifolia. x x
4) Análise da composição química do óleo essencial de L. angustifolia. x x
5) Montagem e avaliação dos bioensaios de toxicidade do óleo essencial de L. angustifolia sobre S. frugiperda.
x x
6) Montagem e avaliação dos bioensaios de toxicidade dos compostos majoritários do óleo essencial de L. angustifolia sobre S. frugiperda.
x x x
7) Montagem e avaliação dos bioensaios de sinergismo, aditismo e antagonismo dos compostos majoritários do óleo essencial de L. angustifolia sobre S. frugiperda.
x x x
8) Montagem e avaliação dos bioensaios de atratividade/ repelência do óleo essencial de L. angustifolia sobre S. frugiperda.
x x x
9) Montagem e avaliação dos bioensaios de atratividade/repelência dos compostos majoritários do óleo essencial de L. angustifolia sobre S. frugiperda.
x x x
10) Tabulação dos dados. x x x
11) Análise estatística e representação dos dados. x x x
12) Elaboração da dissertação/resumos. x x x x
13) Defesa da dissertação. x x