Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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ESCOLA MUNICIPAL PROF. ARLINDO LIMA PROJETO REMINISCÊNCIAS “O CORAÇÃO NÃO TEM RUGAS” Prof.ª Dagmar Vieira Nogueira Silva CAMPO GRANDE – MS 2014

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Projeto desenvolvido na Escola Municipal Prof. Arlindo Lima nas turmas 7°C e 8°A.

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ESCOLA MUNICIPAL PROF. ARLINDO LIMA

PROJETO REMINISCÊNCIAS

“O CORAÇÃO NÃO TEM RUGAS”

Prof.ª Dagmar Vieira Nogueira Silva

CAMPO GRANDE – MS

2014

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Apresentação

O crescimento demográfico da população na faixa etária de mais de

60 anos tem sido motivo de grande interesse por parte dos estudiosos em vários

países do mundo.

Tal crescimento é acompanhado de modificações sociais que exigem

a busca de estratégias urgentes de atenção para essa clientela, assegurando a

ela permanência e participação na sociedade.

A pessoa idosa é percebida de diferentes formas de acordo com a

cultura do país e lugar em que vivem. As mudanças físicas e psíquicas

interferem na forma de ver e ser visto pela sociedade.

É imprescindível valorizar essa população que tem muito a nos

ensinar, não só por conta da experiência de vida, como também pelos

conhecimentos armazenados durante anos, que podem contribuir efetivamente

para evolução do homem na terra.

Dessa forma o PROJETO REMINISCÊNCIAS ―O coração não tem

rugas‖, preocupa-se em desenvolver nos alunos a compreensão das relações

interpessoais entre jovem e idoso, incentivando o respeito aos mais velhos, o

convívio familiar com estes entes queridos e a valorização das experiência,

histórias de vida e momentos que perpetuaram nas lembranças de muitas

gerações.

Cuidar do idoso é seguramente cuidar do nosso futuro.

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Sumário Capítulo I

Leitura da obra Vovó tá com a macaca.

Releitura da obra Vovó tá com a macaca. Uma história em forma cordel –

Prof.ª Dagmar Vieira Nogueira Silva.

Estatuto do Idoso – artigo de opinião.

Capítulo II Gráfico do nº de avós da sala.

Interpretação de texto - O jovem Frank – Carlos Queiroz Telles.

Uma pequena recordação - Meus avós e eu.

Um conselho - Para garantir a velhice, comece economizar aos 20 anos.

Entrevista com os avós.

Imagens de objetos de outrora.

Capítulo III Antigamente – Carlos Drummond da Andrade.

Desabafo – autor desconhecido.

Curiosidades sobre assuntos relativos à pessoa idosa.

Poema Retrato – Cecília Meireles.

Artigo de opinião – Não ocupe uma vaga que não é sua.

Reportagem – É boa hora para recomeçar.

Dia do idoso.

O segredo da melhor idade. – Walcyr Carrasco.

Capítulo IV Vídeos: Dona Cristina perdeu a memória

Velhinho jogando xadrez.

Capítulo V Algumas letras de músicas que marcaram épocas.

Jogos e brincadeiras de outrora.

Capítulo VI Asilo São João Bosco. Registros da visita.

Circuito da melhor idade. Registros fotográficos.

Considerações finais. Bibliografia. Anexos

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CAPÍTULO I

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UMA HISTÓRIA EM FORMA DE CORDEL

VOVÓ TÁ COM A MACACA

EU AGORA VOU CONTAR

DESSE LIVRO QUE JÁ LI

EM VOVÓ TÁ COM A MACACA

PERSONAGENS EU CONHECI

COM ANTÔNIO, MARIA E GLÓRIA

MUITA COISA EU APRENDI.

O ENREDO FALA DE COISAS

BEM COMUNS NA SOCIEDADE

DISCUTE ATÉ A CRIAÇÃO

DE TODA HUMANIDADE

E COMO EM TODA DISCUSSÃO

O QUE NÃO FALTA SÃO VERDADES

ANTÔNIO É PAI DE CARMEM

UM HOMEM DE MUITO VALOR

PORÉM PERDEU A CABEÇA

E TORNOU-SE UM INFRATOR

MOSTROU SER INTOLERANTE

E ATÉ AFASTOU SEU AMOR

GRANDE GUERREIRA É CARMEM

PERSONAGEM ESPIRITUALISTA

QUE ACREDITA EM CHARLES DARWIN

E NA TEORIA EVOLUCIONISTA

CUIDA DE DONA MARIA

E NÃO É FÁCIL SUA CONQUISTA

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A IDOSA DONA MARIA

UM DERRAME JÁ SOFREU

AS IDEIAS MISTURARAM,

MAS NEM TUDO SE PERDEU

É SÁBIA COM ANTÔNIO E CARMEM

COM A LUCIDEZ DE QUEM JÁ VIVEU

A NORA DESSA VOZINHA

DE REPENTE ESCAFEDEU

NÃO AGUENTOU O REPUXO

COM TUDO QUE ACONTECEU

FOI EMBORA PRA BEM LONGE

E DA FAMÍLIA SE ESQUECEU

ANTÔNIO NA RECLUSÃO

TORNOU-SE UM PREGADOR

ACEITANDO A JESUS,

COMO SEU GRANDE MENTOR

E A VIDA AQUI NA TERRA

A DÁDIVA DO CRIADOR

APÓS SAIR DA PRISÃO

TEVE LOGO QUE APRENDER

A RESPEITAR A OPINIÃO

PARA PODER CONVIVER

E VER NOS OUTROS UM IRMÃO

ATÉ EM QUEM EM DEUS NÃO CRÊ

PARTIRAM ATRÁS DE GLÓRIA

ANTÔNIO, CARMEM E DONA MARIA.

PRA CORRIGIR A HISTÓRIA

E TRAZER DE VOLTA A ALEGRIA

VIAJANDO EM UM VELHO FUSCA

COM CORAGEM E OUSADIA

A VIAGEM FORNECEU

AQUILO QUE PRECISAVAM

MOMENTOS DE DISCUSSÃO

SOBRE TUDO O QUE PENSAVAM

EVOLUÇÃO OU CRIAÇÃO

DE TUDO ALI FALAVAM

FOI QUANDO DONA MARIA

DANDO MAIS UMA OPINIÃO

FALOU QUE DESCENDIA

DE UMA MACACA ENTÃO

EM SEGUIDA DESMAIOU

PROVOCANDO CORRERIA

CHEGANDO A UM HOSPITAL

DE ANTONIO RESSURGIU

O ANTIGO VALENTÃO

PEITANDO UM GUARDA CIVIL,

MAS NAQUELA OCASIÃO

O MOTIVO NÃO ERA VIL

SUA MÃE TAMBÉM É VALENTE

E LOGO DA EMERGÊNCIA SAIU

DEIXANDO TODOS CONTENTES

E A VIAGEM ENTÃO SEGUIU

E DEPOIS DE ALGUNS QUILÔMETROS

CAMBURI JÁ SOBREVIU

FINALMENTE ACHARAM GLÓRIA

E A FAMÍLIA SE REUNIU

PERDOANDO OS ERROS DE OUTRORA

E TUDO QUE DESUNIU

POIS PARA O AMOR NÃO IMPORTA HORA

NEM TÃO POUCO COMO A VIDA SURGIU

Dagmar Viera Nogueira Silva

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Os idosos e a sociedade

O estatuto do idoso prevê, sem reservas, os direitos dos idosos na sociedade

brasileira. Com o aumento da expectativa de vida, essa atitude se torna imprescindível

para a vida digna dos mesmos. No entanto, a condição de "ser idoso" gera um

preconceito que impede grande parte dessa parcela da população de participar

ativamente da vida em sociedade. A conclusão é imediata: aqueles que no passado

ajudaram a construir o que temos hoje, são marginalizados por ele.

Em pleno século XXI, o mundo se encontra em sua mais notável fase capitalista,

onde os conceitos de individualismo e produtividade imperam sobre quaisquer outros.

Quando algo se torna improdutivo, é imediatamente considerado desnecessário e

substituído. Esse conceito também se aplica à esfera social. Os idosos são descartados

por supostamente não terem o mesmo vigor da juventude, e na maioria das vezes, não

lhes é dada a menor oportunidade de demonstrar o contrário.

Entretanto, podemos observar que em outras regiões, a situação é bem

diferente. Embora diversos países orientais sejam extremamente industrializados, a

valorização do idoso é fator fundamental nas decisões da família e da sociedade como

um todo. Ocorre o reconhecimento e respeito pelos conhecimentos adquiridos pelos

mais velhos ao longo da vida, uma sabedoria que pode e deve ser passada adiante. Em

outras palavras, laços de cultura e valores familiares passados ao longo de gerações

foram o suficiente para barrar as concepções cruéis do mundo ocidental, ou ao menos,

diminuir seu impacto.

Para a construção de uma vida digna e aumento da própria autoestima dos

idosos, é necessário que haja uma urgente integração social. Projetos voltados para

esse público e esforços por parte da família em integrá-los ao cotidiano do lar são

fundamentais. A ociosidade tradicionalmente associada à idade avançada deve ser

esquecida, uma vez que eles são capazes de desempenhar papel vital em nossa

sociedade: o de ajudar a transformá-la, e não apenas observar sua transformação.

Acessado em http://capaciteredacao.forum-livre.com/t719-os-idosos-na-sociedade-brasileira

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CAPÍTULO II

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GRÁFICO REPRESENTATIVO DO NÚMERO DE AVÓS DOS

ALUNOS DO 7º ANO C e 8º ANO A DA EM PROF. ARLINDO LIMA.

Data da pesquisa: 05/09/2014

Número de alunos presentes: 25 alunos.

Gráfico do 8º ano A Matutino.

Data da pesquisa 10/09/2014

Nº de alunos presentes: 36 alunos.

0 5 10 15 20 25

Moram com os avós ou são criados por eles.

Visitam os avós mais de 2 vezes na semana.

Nº de avós maternas.

Nº de avôs maternos.

Nº de avós paternas.

Nº de avôs paternos.

0 5 10 15 20 25 30

Visitam os avós mais de 2 vezes na semana

Moram com os avós

Nº de avôs partenos

Nº de avós paternas

Nº de avôs maternos

Nº de avós maternas

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.

O JOVEM FRANK

Às vezes eu me pergunto

que diabo de papel

estou fazendo aqui.

Não pedi para nascer,

não escolhi o meu nome,

e tenho um corpo montado

com pedaços de avós,

fatias de pai

e amostras de mãe.

Nas reuniões de família

o esporte predileto

é dissecar Frankenstein:

"Os olhos são do Arruda..."

"Os pés lembram os Botelho..."

"Tem as mãos do velho Braga!"

"...e o nariz é dos Fonseca!".

Certamente o resultado

de um tal esquartejamento

não pode ser coisa boa,

pois tantos retalhos colados

não inteiram uma pessoa.

Sendo assim...eu não sou eu,

sou outra coisa qualquer:

Um personagem perfeito

para filme de terror.

Um androide, um mutante,

um bicho extraterrestre,

um berro de puro pavor!

Graças a Deus, meu espelho

não é daqueles que falam...

Diante dele, com cuidado,

posso até reconhecer

este rosto que é só meu

e sorrir aliviado.

Cheio de cravos e espinhas,

pode não ser um modelo

de perfeição ou beleza,

mas com certeza é alguém

e esse alguém... sou eu, sou eu!

Carlos Queiroz Telles http://poemasquecontameencantam.blogspot.com.br/2012/11/o-jovem-frank-as-vezes-eu-me-pergunto.html. Acessado em 20/07/2014

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MEUS AVÓS E EU.

COLE UMA FOTO DOS AVÓS AQUI.

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Para garantir a velhice, comece a economizar aos 20 anos. Uma pesquisa feita em 12 países mostra que os brasileiros são os

que mais contam com a família na velhice. Três em cada quatro

entrevistados acham que vão ser sustentados por parentes.

Você está se preparando, se planejando para a

velhice? Se você tem 20 ou 30 anos provavelmente

vai responder que nem pensa nisso. Mas uma

pesquisa internacional feita em 12 países, incluindo o

Brasil, mostra que é melhor começar a pensar, e logo.

. Lembra da série „Tempo, o dono da vida?”.

Reveja os episódios aqui:

01. A aposentada Francisca Silva diz não saber

como vai estar a sua vida daqui a 30 anos. “Só Deus

que sabe”, diz aposentada.

“Sinceramente, eu não estou preocupado com

isso”, confessa José Valério que diz não planejar o

futuro para daqui a 30 anos.

“Será que eu vou durar esse tempo todo?”,

pergunta uma mulher.

02. Dona Mercedes Andrade também não

imaginava que chegaria tão longe. Quando ela tinha

50 anos não imaginava chegar aos 93 anos de idade.

“Pensava que já tinha ido pro outro mundo. Achava

que não ia viver tanto. Para quê? Dar trabalho pros

outros”, conta dona Mercedes.

Dona Mercedes mora com a filha, Nilza, de 68

anos. Nilza já está aposentada. Mas ver a mãe passar

dos 90 anos, lúcida e com saúde, fez com que ela

repensasse o futuro. E percebesse que tem muitos

anos pela frente. “Eu tenho que procurar uma

qualidade de vida pra mim”, diz Nilza Andrade de 68

anos.

Os brasileiros estão vivendo mais. Muito mais.

Com essa nova realidade, as pessoas têm que

aprender a se organizar diferente pra velhice.

“A sociedade é outra. Não é mais uma sociedade

que a vida se encerra aos 60 anos. Uma vida que se

encerra aos 80, 90 ou 100 anos. Portanto, esses 40

anos a mais têm que ser obtidos de uma forma plena.

Ou seja, tem que ter dinheiro, tem que ter trabalho,

tem que ter lazer, tem que ter uma nova organização

social”, explica o médico especialista em

envelhecimento Renato Veras.

Mas o que significa se preparar para a velhice?

Os especialistas dizem o seguinte: com 50 anos,

você tem que pensar como se tivesse 20, ou seja,

planejar a sua vida pra pelo menos mais 30 anos.

Aliás, você, já parou pra pensar como vai manter o

seu padrão de vida na velhice?

Uma pesquisa de uma universidade inglesa,

feita em 12 países, mostra que os brasileiros são os

que mais contam com a família na velhice. Três em

cada quatro entrevistados acham que vão ser

sustentados por filhos ou parentes.

É o que acontece em uma casa. Dona Mercedes,

depende da filha Nilza, que depende dos filhos,

Sérgio e Naíse, já adultos e casados.

“Para eu manter meu padrão de vida com a TV a

cabo, com a pessoa que cuida da minha mãe e ter uma

pessoa que faça uma faxina regularmente na minha

casa, eu preciso de um complemento de renda. E isso

o meu filho me dá”, conta Dona Nilza. A senhora de

68 anos diz que se o filho não tivesse condições a

vida seria mais

difícil. “Que eu estou com o INSS que é de R$ 510. E

o quê que dá? Não paga nada”.

Mesmo vendo essa situação de perto, Fátima

Benjamim, 43 anos, que cuida da dona Mercedes, não

está convencida de que precisa planejar o futuro. E,

se ela pudesse guardar R$ 20 por mês, preferiria não

guardar para comprar coisas que faltam em casa, pois

ela não pensa no futuro.

Fátima é como a maioria dos brasileiros. Dos

1.005 brasileiros entrevistados 64% não se preparam

financeiramente para a velhice. E isso pode ser

perigoso!

O economista Luis Carlos Ewald, o popular

Senhor Dinheiro, calculou quanto é preciso poupar

para se ter uma velhice mais tranquila.

Vamos supor que você ganhe R$ 1 mil por mês e,

quando se aposentar, queira manter o seu padrão de

vida, ou seja, continuar ganhando R$ 1 mil por mês,

além do INSS. Se você começar a poupar aos 20

anos, deve depositar, todo mês, 7% do seu salário. Ou

seja, R$ 70.

Se começar aos 30 anos, são 14% do salário, R$

140.

A conta vai crescendo. Aos 40 anos, 29%. Quer

dizer, R$ 290.

Aos 50, é bem mais que a metade do salário!!

69%, o que dá R$ 690 por mês.

“Ficou visível que o que importa é começar cedo.

Se deixar pra depois, fica muito difícil. Muita coisa

pode ser feita para se prevenir. Eu acho que pode

continuar a trabalhar, acho que pode fazer um

negócio seu, como autônomo, como consultor, e com

isso garantir uma renda extra”, recomenda o

economista Luis Carlos Ewald.

Nilza está seguindo esse conselho. “Eu faço

informática, faço capacitação profissional, faço

supletivo e faço espanhol. Eu sei que as

possibilidades de um emprego aos 68 anos são

mínimas, mas eu ainda tenho essa esperança de voltar

a trabalhar”.

“Eu insisti muito pra que ela procurasse

principalmente pra que ela mantivesse relações

sociais diferentes. Aposentadoria não tem que ser

necessariamente o fim de algo e sim o início de outro

processo”, diz Naíse Andrade, filha de Nilza.

Enquanto o novo emprego não aparece, Nilza tem

a sorte de poder continuar contando com o apoio dos

filhos. E pelo visto, os filhos dela também já têm com

quem contar.

“Quando eles ficarem velhinhos, eu vou cuidar

deles porque eu gosto deles”, conta o neto de Nilza

Pedro Garcia.

“Eu acho que isso é o sentido de família. Eu acho

que aí está embutido o sentimento da família”,

acredita Nilza.

Acessado em 20/06/2014 http://www.valeriareani.com.br/?p=2369

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ENTREVISTA Nome do entrevistador/a: ________________________________________ Idade_______

Nome do entrevistado/a: __________________________________________ Idade_____

Local da entrevista: _________________________________ data: __________________

1) O que sonhava ser quando era criança ou adolescente?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

2) O que marcou para o(a) senhor(a) sua juventude?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3) Qual é a profissão que executou por mais tempo durante sua vida? Qual a que mais gostou?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

4) O que mais gosta de fazer atualmente?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

5) O que considera triste ou preocupante na sociedade contemporânea?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

6) Com quem gosta de estar?

_____________________________________________________________________________

7) Gosta de ouvir música? Cite uma de sua preferência ou que marcou o(a) senhor (a) por algum

motivo?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

8) O que gostaria de ganhar de presente do(a) seu(ua) neto (a)?

______________________________________________________________________________

9) O que eu faço que mais lhe agrada?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

10) Que sonho ou projeto gostaria de realizar?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Deixe-me um conselho:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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OBJETOS DE OUTRORA

Monóculo – O monóculo, para quem nunca ouviu falar, era uma espécie de cone (caixinha de plástico dura e colorida) com uma pequena lente redonda na extremidade e fundo removível na tampa com o negativo (slide) na outra parte. Isso possibilitava a visualização da imagem da foto ampliada quando direcionada contra a luz. Apareceu no fim dos anos de 1960 e início dos anos de 1970, era um charme muitos jovens desfilarem com uma penca de chaves na calça com vários monóculos, com fotografias da época.

Cortador de cabelo manual da década de 1950

JEEP caixa de som original da marca, com radio AM-FM, CD, deck de cassetes com gravador e

entrada para microfone e headphones, alimentação a baterias e corrente da década de 1970.

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CAPÍTULO III

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Crônica escrita por Carlos Drummond de Andrade, (1902-1987), a partir

de expressões populares muito usadas na época, mas que hoje já caíram em

desuso.

Antigamente

Antigamente as moças chamavam-se “mademoiselles” e eram todas mimosas e muito

prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhe pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia.

As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entremente, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passava a manta e azulava, dando às de Vila-Diogo.

Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomavam cautela de não apanhar o sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano. Estes, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água. Havia os que tomavam chá em criança e, ao visitarem uma família da maior consideração, sabiam cuspir na escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente”. Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”; ao que o cumprimentado respondia: “Para sempre seja louvado”. E os eruditos, se alguém espirrava – sinal de defluxo – eram impelidos a exortar: Dominus tecum. Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. É verdade que às vezes os meninos eram encapetados, e chegavam a pitar escondido atrás da igreja. As meninas não: verdadeiros cromos, umas teteias. Antigamente, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim-por-tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorros com linguiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre um “cabrito”, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita do cometa, que, andando por ceca e meca, traziam as novidades “de baixo”, ou seja, do Rio de Janeiro. Ele vinha dar uma prosa e deixar presente ao dono da casa um canivete roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais que velhacos: eram grandessíssimos tratantes. Acontecia o indivíduo apanhar uma constipação; ficando perrengue, mandava um próprio chamar o doutor e, depois, ia à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica. Antigamente os sobrados tinham assombrações; os meninos, lombrigas; asthma, os gatos; os homens portavam ceroulas, botinas e capa de goma; a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London; não havia fotógrafos, mas retratistas e os cristãos não morriam: descansavam. Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora.

Carlos Drummond de Andrade

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I. Após a leitura do texto, com auxílio de pessoas mais velhas de sua família, faça a

correspondência entre as frases abaixo que contenham o mesmo significado:

a. Os janotas, mesmo não sendo

rapagões, faziam-lhe pé-de-alferes,

arrastando a asa, mas ficavam longos

meses debaixo do balaio.

b. E se levavam tábua, o remédio era

tirar o cavalo da chuva.

c. As pessoa, quando corriam, era para

tirar o pai da forca.

d. O que não impedia que esse ou

aquele embarcasse em canoa furada.

e. Estes, de pouco siso, se metiam em

camisa de onze varas e até em calças

pardas.

f. Não admira que dessem com os

burros n‟água.

g. Ao visitarem uma família de maior

consideração, sabiam cuspir na

escarradeira.

h. Antigamente, certos tipos faziam

negócios e ficavam a ver navios.

i. Outros eram pegados com a boca na

botija.

j. Jogavam verde para colher maduro.

k. Sabiam com quantos paus se faz uma

canoa.

l. Faziam o quilo, saindo para tomar a

fresca.

m. Embora sem saber da missa a

metade, os presunçosos queriam ensinar

padre-nosso ao vigário e com isso

punham a mão em cumbuca.

n. Era natural que com eles a gente

perdesse a tramontana.

o. Ouviam o galo cantar, mas não

sabiam onde.

p. Uns raros amarravam cachorros com

linguiça.

1. ( ) Não admira que se dessem mal.

2. ( ) Faziam negócios e ficavam sem

nada.

3. ( ) Os mauricinhos, mesmo não

sendo boas pintas, paqueravam, mas

ficavam curtindo uma de esperar.

4. ( ) Ao visitarem uma família bem

instruída, sabiam portar-se

devidamente.

5. ( ) O que não impedia que esse ou

aquele entrasse numa fria.

6. ( ) Outros eram pegos em flagrante.

7. ( ) Se levavam um fora, o jeito era

sair pra outra.

8. ( ) As pessoa só se apressavam, só

corriam em casos extremos.

9. ( ) Estes, de pouco siso, metiam-se

em confusões.

10. ( ) Uns poucos viviam na riqueza,

esbanjando à vontade.

11. ( ) Procuravam sondar, davam uma

pequena “dica” para obter informações

maiores.

12. ( ) Tinham ouvido falar, por alto,

no assunto mas não conheciam os

detalhes.

13. ( ) Conheciam muito bem o

assunto, estavam bem informados.

14. ( ) Era natural que com eles a

gente se desnorteasse, se atrapalhasse

até perder a paciência.

15. ( ) Digeriam tranquilamente a

refeição dando uma voltinha.

16. ( ) Embora, por fora do assunto,

queriam dar uma de entendidos e aí se

complicavam.

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DESABAFO

Na fila do supermercado, o caixa diz a um senhor idoso:

_ O senhor deveria trazer suas próprias sacolas para as

compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao

meio ambiente.

O senhor pediu desculpas e disse:

_ Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

_ Esse é exatamente o nosso problema hoje meu

senhor. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.

_ Você está certo, responde o velho senhor:

_ Nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.

_ Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidas

à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada

reuso e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

_ Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo.

_ Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios.

Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada

vez que precisávamos ir a dois quarteirões.

_ Mas você está certo. - Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente.

_ Até então, as fraldas de bebês eram lavadas porque não havia fraldas descartáveis.

Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220

volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos

usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

_ Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente naqueles dias.

_ Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada

quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio;

que depois será descartado como?

_ Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas

que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos

jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco

séculos para começar a degradar.

Naquele tempo não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era

utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não

precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam com eletricidade.

_Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente.

_ Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos

plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. As canetas, recarregávamos com tinta umas

tantas vezes ao invés de comprar outra. Afiávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os

aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o

bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a

mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um

quadro de tomadas em cada parede para alimentar um número incontável de aparelhos. E nós

não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só

para encontrar a pizzaria mais próxima.

_ Dá vontade de rir vendo que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer

abrir mão de nada.

_ Que tal pensar em viver um pouco como na minha época?

(autor desconhecido) http://www.novodespertar.com.br/natureza/desabafo-preocupacao-com-meio-ambiente

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CURIOSIDADES SOBRE ASSUNTOS RELATIVOS À PESSOA IDOSA

16 perguntas e respostas relacionadas à pessoa idosa Dr.. Cláuber Faria Laham CRM- 97.215

Geriatra – Gran Clinic

1- Quem são considerados idosos no Brasil? São aqueles com 60 anos ou mais. Já nos países desenvolvidos são considerados idosos aqueles com 65 anos ou mais.

2- Qual a parcela de idosos da população brasileira? Aproximadamente 9,5% dos brasileiros.

3- O que é Geriatria? E Gerontologia? Geriatria é a especialidade médica que trata dos idosos e que previne as doenças da velhice.

Gerontologia é a área do conhecimento humano que estuda a vida dos idosos nos seus vários

aspectos: saúde, relacionamento sócio familiar, profissão, qualidade de vida etc.

4- Todo idoso perde a memória? Não, muitos mantêm suas capacidades mentais na 3ª idade sem nenhuma perda. Uma grande

parcela da população tem uma leve diminuição nas habilidades mentais quanto mais velhos

ficam, mas esta perda é geralmente discreta e não atrapalham em nada as atividades e o estilo de vida.

5- E se a perda de memória prejudicar as atividades do dia-a-dia? Quando as perdas cognitivas (memória e outras habilidades intelectuais) passam a interferir no

cotidiano, este quadro deve ser investigado por um profissional da saúde para confirmar o déficit e tratar quando necessário, dependendo da causa.

6- O que é “esclerose”? Quais as causas mais importantes de perda de memória? O termo “esclerose” ou “fulano está esclerosado” é utilizado pela população leiga como sendo

uma causa de perda de memória irreversível e inerente à velhice. Este termo não é usado pelos

profissionais de saúde. A perda de memória e outras funções mentais por tempo prolongado

chama-se demência, cujas causas mais importantes são o Alzheimer, os AVCs (derrames), a depressão, o hipotireoidismo etc.

7- Se alguém tem história de pessoas na família que perderam a memória (demência) este

indivíduo também ficará demenciado? Não. Se o antecedente familiar de demência ocorre em um parente próximo ou em alguns

parentes distantes, a chance de ter um quadro demencial é muito parecida com a da população

em geral. O risco individual só aumenta de forma significativa quando muitos parentes

próximos tiveram um quadro demencial de mesma causa (vários casos de Alzheimer em

parentes próximos, por exemplo).

8- A demência de Alzheimer tem tratamento? A causa mais frequente de perda de memória é a demência de Alzheimer, que tem tratamentos

paliativos que controlam suas alterações e comportamento e que retardam a evolução da doença,

mas ainda não tem cura.

9- Quais são os benefícios da atividade física para a 3ª idade? A atividade física faz com que o idoso se sinta mais animado, aumenta a força muscular e a

capacidade cardiorrespiratória (tolerância ao esforço físico). Melhora a qualidade do sono, ajuda

as dietas para perda e para ganho de peso, reduz as gorduras no sangue (colesterol e

triglicérides), aumenta a densidade do osso e ajuda na prevenção e tratamento de doenças como

hipertensão arterial, diabetes, osteoporose. Com isso, ocorrem menos infartos, derrames, fraturas, insuficiência renal com diálise etc.

Page 21: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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10- A atividade física é segura na velhice? Sim, quando praticados sob supervisão profissional e com orientação médica. Já os exercícios

de baixa intensidade (como a caminhada) são seguros e devem ser praticados por todos que não

estão com alguma doença aguda ou descompensada.

11- O que é osteoporose? Quem toma leite e sol diariamente deve se preocupar em

prevenir? Osteoporose é a diminuição da quantidade de cálcio nos ossos. Todos os idosos devem, se

possível, fazer uma densitometria para verificar se têm maior risco de fraturas, mesmo aqueles

que têm alta ingesta de cálcio e que tomam sol diariamente.

12- O que mais se pode fazer para evitar fraturas? Além de prevenir ou tratar a osteoporose, pode-se evitar fraturas prevenindo-se contra quedas,

que são as maiores causadoras de fraturas de quadril. Para evitar as quedas, o geriatra investiga quais os fatores de risco e trata ou orienta o paciente de acordo com a necessidade individual.

13- Qual a diferença entre tontura e vertigem? Vertigem é a tontura rotatória, ou seja, é a tontura que causa no paciente a sensação de que seu corpo ou o ambiente está girando.

14- O que é labirintite? Esta doença tem cura? Labirintite é uma inflamação no labirinto, que um órgão da orelha interna (parte de dentro do

ouvido). Muitos acreditam que toda tontura seja causada por labirintite, mas não é verdade, pois

esta é apenas uma das várias causas de tontura. Geralmente a labirintite é uma doença autolimitada (cura sozinha), durando poucos dias, não sendo uma causa de tontura crônica.

15- Quais são as causas mais comuns de tontura? As causas mais frequentes na Geriatria são: VPPB (afecção cuja sigla quer dizer Vertigem

Postural Paroxística Benigna); as causas sistêmicas – tontura causada por doenças em outros

sistemas ou aparelhos do organismo humano – como o diabetes e o colesterol alto; e as vasculares (aterosclerose de artérias que irrigam o cérebro ou o labirinto).

16- O que é incontinência urinária? É normal perder urina na velhice? Incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Não é normal, em nenhuma idade, que

ocorra perda de urina quando não desejado pelo paciente. O que ocorre na 3ª idade é uma maior frequência deste sintoma.

Acessado em 18/05/2014 http://www.granclinic.com.br/artigos/geriatria-19-perguntas-e-respostas/

Page 22: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

Releitura do poema.

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Page 23: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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Em comemoração ao Dia Interacional do Idoso (01/10),

segue um artigo direcionado a todos os idosos

brasileiros ou não: homens e mulheres; negros, brancos,

pardos, indígenas e orientais; menos ou mais velhos;

ativos ou dependentes; solteiros, casados, separados e

viúvos!

Parece desnecessário falar que temos que respeitar

todos esses idosos, porém, infelizmente parece que muitas

pessoas esquecem este pressuposto básico. Acredito que

muitos de nós aprendemos com os nossos pais a importância de se respeitar os mais velhos,

porém, parece que isto tem ficado esquecido, já que muitas ações revelam o contrário. E não

falo em respeitarmos apenas os idosos que já conhecemos, é nosso dever respeitar a todos

eles.

Desrespeitamos um idoso cada vez que sentamos nos assentos destinados a eles nos

ônibus; quando entramos nas filas destinadas a eles; sempre que excluímos um parente ou

amigo idoso de uma conversa informal; quando rimos de alguma coisa que um idoso portador

de demência fale ou faça; sempre que ignoramos o que o idoso fala, pensa ou sente; nas

vezes em que permitimos que o idoso se isole da família e da comunidade; quando

generalizamos todos como ranzinzas, chatos, rabugentos ou ultrapassados; sempre que não

permitimos que o idoso participe das atividades domésticas; nas vezes em que acabamos por

tratar o idoso como criança; dentre outras situações que configuram desrespeito ao idoso.

Noutras situações, bem mais graves, não estamos apenas desrespeitando, como

também podemos estar violentando ou violando os direitos do idoso. Exemplo disso é a

violência física (bater, empurrar, machucar, fazer movimentos bruscos, como mostrados em

algumas reportagens na televisão); a violência psicológica (chantagens, extorsão,

xingamentos, agressão); a negligência (como, por exemplo, a pessoa saber que um idoso está

sendo vítima de violência e não denunciar o agressor, ou deixar de oferecer cuidados a um

idoso que tem algum tipo de necessidade especial), dentre outras formas de violência, algumas

destas passíveis de serem penalizadas.

Mas e você, respeita os idosos que conhece? De que forma?

Liste abaixo algumas atitudes que devemos ter que demonstram respeito aos idosos:

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Acessado em 20/06/2014 em http://dedicacaoeternura.blogspot.com.br/2010/11/respeito-aos-

idosos.html (com adaptações)

Page 24: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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É boa hora para recomeçar

Malu Gaspar e Roberta de Abreu Lima

Uma pesquisa mostra que os ativos sessentões brasileiros estão forjando um novo conceito sobre essa fase da vida — sem melancolia e com extremo otimismo

Esqueça o conceito de terceira idade. Boa parte dos 19 milhões de brasileiros

que já cruzaram a fronteira dos 60 anos não vai aos bailinhos nem joga cartas com

outros aposentados. Os sessentões brasileiros deste começo de século XXI estão

dando início a uma quadra da vida que eles mesmos definem como ―leve e boa‖,

segundo mostra um estudo em fase de finalização feito pela Universidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado

(Faperj).

O estudo põe em números o que se observa por toda parte: ter 60 anos ou

mais apresenta pouco impacto sobre a atividade intelectual, o desempenho físico,

sexual e emocional das pessoas sadias — pelo menos quando se comparam os

integrantes dessa faixa etária com os velhos melancólicos e cheios de dor no corpo

das gerações passadas. Muito disso se deve à evolução do estilo de vida, aos

remédios e cuidados médicos preventivos, aos diagnósticos precoces e tratamentos

efetivos para doenças graves associadas à velhice.

Esse retrato foi traçado a partir de 1 600 entrevistas, a maioria com indivíduos

das classes A e B e com ensino superior completo (veja o quadro abaixo). É gente que

dispõe tanto de informação quanto de dinheiro para zelar pela saúde e cuidar da

aparência. E, pela primeira vez, essas pessoas o fazem de forma disciplinada, quando

não obsessiva. ―Claro que as rugas estão aí, mas acho que a pessoa só envelhece

mesmo quando se acomoda — é uma atitude‖, resume a professora Cristina Melo, que

acaba de ingressar no clube dos 60 e dá voz a pensamento muito comum entre seus

pares: ―Eu talvez jamais fique real-mente velha‖.

O estudo se debruça sobre mudanças radicais de hábitos e comportamento

dos sessentões brasileiros, que espelham transformações da própria sociedade. Ao

contrário de gerações passadas, esta não carrega mais o peso de ter de chegar à

velhice com o mesmo cônjuge — ou sem nenhum. Entre os dois extremos, cabe uma

vida sexual classificada como ―ativa‖ por 75% deles. ―É um dado espantoso. Até

recentemente, novos relacionamentos nessa idade eram malvistos, sobretudo no caso

das mulheres‖, afirma a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do programa de

estudos da sexualidade do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Outro bom dado

trazido à tona pela pesquisa diz respeito à imagem que os sexagenários têm de si

mesmos. Ainda que faltem estatísticas, sabe-se que a autoestima geral melhorou

muito. Hoje, por exemplo, 72% desses brasileiros se recusam a passar por uma

cirurgia plástica, basicamente, porque se dizem ―de bem com o espelho‖ (no que

muitos deles estão respaldados na realidade). Essa maneira de lidar com o passar dos

anos já impõe um novo padrão, no qual os integrantes do topo da pirâmide etária

buscam encaixar-se. No geral, é bom, mas também traz pressão — fato para o qual o

geriatra Fábio Nasri, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, atenta: ―Digo a meus

pacientes que não é preciso saltar de paraquedas nem completar a maratona para

estar bem aos 60‖.

Page 25: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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Ao longo de décadas, diversos fatores no cenário brasileiro contribuíram para

transformar inteiramente a visão sobre essa etapa da vida — a começar pelo

extraordinário aumento da longevidade. Graças aos investimentos em saneamento

básico, à popularização das vacinas e aos notáveis avanços da medicina, um

brasileiro tem hoje nada menos que o triplo de chance de vencer a barreira dos 60 do

que tinha em 1920. Quem chega lá conta, em média, com mais 21 anos de vida,

segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não é pouco. Sob o

impacto da medicina preventiva e dos novos tratamentos para doenças crônicas, não

só se vive mais como também bem melhor. Tudo isso ajuda a explicar o atual ímpeto

para o recomeço nessa idade. ―A vitalidade dos brasileiros com mais de 60 tem se

traduzido numa etapa da vida extremamente produtiva, para a qual a experiência e a

maturidade pesam decisivamente a favor‖, conclui a antropóloga Mirian Goldenberg, à

frente do trabalho da UFRJ.

O número de brasileiros com mais de 60 cresce hoje em ritmo recorde. Em

2050, o grupo já será maior do que o de crianças com até 14 anos. Representará algo

como 30% de toda a população, proporção semelhante à de países como Japão e

Itália hoje. De acordo com um recente estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV),

esse contingente nunca teve renda tão elevada, o que está longe de ser um fato

desprezível para a economia. Quando vão às compras, os sessentões gastam, em

média, 10% mais que os mais jovens, seja com o dinheiro do salário que ainda

mantêm, seja por contarem com uma boa aposentadoria que, agora, começam a

usufruir. Esse último é o caso de Cláudio Fonteles, 64 anos, que, em 2008, tomou

talvez uma das mais duras decisões de toda a sua vida. Ele

causou espanto entre seus pares quando deixou o

prestigiado cargo de subprocurador da República com a

justificativa de que era chegada a hora de levar uma vida

longe da pressão. Atualmente, Fonteles dá aulas de

teologia, escreve poemas, faz natação, vôlei, hidroginástica

e ainda pretende estudar contrabaixo. ―Achei que

envelhecer seria um peso — mas foi libertador.‖

Acessado em

27/07/2014

http://veja.abril.com.br/010910/boa-hora-para-recomecar-p-168.shtml

Page 26: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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O segredo da “melhor” idade Quando queremos dar o bote, a criatura não quer experiência. Quer barriguinha de tanque

Estou farto de ouvir que não importa a idade, e sim o espírito. Há uma grande

vantagem após os 60: entrar nas filas preferenciais de aeroportos, bancos etc. Aliás, nem

sempre. Muitas dessas filas demoram mais que as comuns, justamente porque os

aquinhoados pela tal melhor idade, como eu, às vezes se tornam lentos e confusos,

como também já devo estar me tornando. Uma vantagem extra é pegar ônibus

gratuitamente, embora muitos motoristas acelerem e passem do ponto, quando

contemplam alguém remotamente idoso. Certamente, o espírito conta. Eu mesmo já

escrevi que a gente chega aos 60 com o coração de 18. Mas exagerei um pouco. Numa

rave, dá para encontrar um bando de sessentões, ou mais velhos? Existe propaganda de

xampu com senhoras além dos 60 – a não ser que seja do tipo que dá brilho a cabelos

tingidos? Claro, a idade tem vantagens. A maior delas é a experiência. Que se torna

quase inútil quando a gente quer dar o bote em alguém mais jovem. A criatura em

questão não procura experiência, mas barriguinha de tanque.

O maior orgulho de quem envelhece é ser confundido com alguém de menor

idade. Meu sonho é ser barrado na fila preferencial do aeroporto e ter de mostrar a

identidade. Algumas pessoas gentis dizem que não aparento meus 62.

Esperançosamente, pergunto:

– Quanto pareço?

– Ah, uns 59.

Nada contra envelhecer. Gostei de chegar à idade que tenho, de viver as

experiências que vivi e de ainda ter fôlego para algumas inéditas. Irrita o esforço da

sociedade para exaltar a juventude e, em consequência, tentar me convencer de que

velhice não existe, que é... como é mesmo? Ah, sim, uma questão de espírito! Amigos

que jogavam futebol botam próteses nos joelhos. Um deles teve de trocar até o quadril.

Foi passar o Ano-Novo na minha casa da praia. Quis pular as sete ondinhas. Ele foi

também. Ainda aconselhei:

– Cuidado, você acaba de operar a perna.

Page 27: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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– Tá tudo bem – respondeu, corajosamente.

Pulou as ondinhas, e a outra perna estropiou-se. Agora precisa operar também. Se

tivesse 20 anos, isso teria acontecido?

No passado, era mais fácil envelhecer, porque os casamentos duravam, e ex-

apaixonados se tornavam companheiros de vida, cuidavam de filhos, netos, sobrinhos.

Hoje, um dos dois se cansa dos resmungos conjugais, do mau humor inerente a todo

casamento bem-sucedido. Separam-se e voltam ao mercado. Se isso aconteceu com

você ou alguém próximo, é preciso ter em mente que só terá sucesso como fetiche. Não

é qualquer um que se interessará por sua figura fora de forma. Só alguém com fetiche

em quem tem mais idade. Para sorte do povo geriátrico, há garotões loucos por

mulheres mais velhas, beldades de 20 anos apaixonadas por sessentões – ou pelo barco

deles, mas, a certa altura da vida, é melhor fechar os olhos e ser um pouco cínico.

A velhice não é a melhor idade. A mais divertida sem dúvida é a juventude, anterior aos

compromissos da vida. Mas pode ser boa. Principalmente para quem não se engana. Eis

a opção: ou se escolhe ficar com o rosto igual a uma uva-passa, ou se faz plástica, se

põe Botox, preenchimento. Aconselho a usar o que a medicina oferece. Plástica não

rejuvenesce de verdade. Você apenas fica com a cara de uma sessentona plastificada.

Repuxada. Desde que ainda possa fechar os olhos, é melhor do que deixar as rugas

chegar, pois elas não funcionam nem como fetiche. Preenchimento nos lábios pode

deixá-la igual a um peixe-boi. E Botox em todos os lugares realmente necessários

manterá seus olhos arregalados e impedirá qualquer expressão de alegria e tristeza.

Mesmo que você ganhe na Mega Sena, conseguirá no máximo arquear levemente a

sobrancelha para demonstrar sua felicidade. Sei que parte da categoria médica se

rebelará contra essas frases. Mas toda festa do Oscar me prova que não há solução.

Antigos ídolos de Hollywood que dispõem de milhões de dólares para se retocar – e

ganhariam mais ainda se conseguissem –, quando são homenageados, parecem saídos

de um filme de terror, com a cara esticada a ponto de perder a voz.

Se nem eles conseguem, por que eu conseguiria?

Prefiro não fingir. Estou envelhecendo. Genética, por melhor que seja, não faz

milagre. A vida ainda pode ser boa assim. Pelo menos, a experiência e a sabedoria tão

faladas ajudam a adquirir certa paz. Não mentir para si mesmo, esse é o segredo da

melhor idade.

Page 28: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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Dia do Idoso

No Brasil, o Dia do Idoso é comemorado na mesma data do Dia Internacional do Idoso, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, realizada em 1982, na Áustria. Assim, a Lei nº 11.443, de 28 de dezembro de 2006, além de instituir o dia 1º de outubro para as comemorações, determina que os órgãos públicos responsáveis pela coordenação e implementação da Política Nacional do Idoso se responsabilizem pela realização e divulgação de eventos que valorizem a pessoa idosa na sociedade.

Dados do Censo Demográfico 2010, realizado pelo IBGE, revelaram um aumento da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010.

http://7a12.ibge.gov.br/voce-sabia/calendario-7a12/event/44-dia-nacional-do-idoso

http://www.google.com.br/imgres

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Vídeos

http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me001037.mp4

https://www.youtube.com/watch?v=y-oL031hWOg

http://www.casacinepoa.com.br/os-filmes/produ%C3%A7%C3%A3o/curtas/dona-cristina-perdeu-

mem%C3%B3ria

Antônio, um menino de 8 anos, descobre que sua vizinha

Cristina, de 80, conta histórias sempre diferentes sobre a sua

vida, os nomes de seus parentes e os santos do dia. E Dona

Cristina acredita que Antônio pode ajudá-la a recuperar a

memória perdida.

Foto por Alex Sernambi: Pedro

Tergolina e Lissy Brock

Produção Executiva: Nora Goulart e Luciana Tomasi

Roteiro: Ana Luiza Azevedo, Jorge Furtado e Rosângela Cortinhas

Direção de Fotografia: Alex Sernambi

Direção de Arte: Fiapo Barth

Música: Gustavo Finkler

Montagem: Giba Assis Brasil

Uma Produção da Casa de Cinema PoA

Elenco Principal: Lissy Brock (Dona Cristina) e Pedro Tergolina (Antônio)

É um vídeo que brinca com o ciclo do tempo utilizando um brinquedo de criança (um patinho de madeira)

em movimento, agradou ao ilustrar a ambição estética e o tom jovial que sempre fez do Rio Grande do

Sul um dos maiores pólos do formato curta no Brasil. No roteiro que escreveu com o cineasta conterrâneo

Jorge Furtado, Ana Luiza discute a questão do esquecimento de uma idosa por intermédio de uma

relação dela com um menino de oito anos. ―A sensibilidade fez de seu filme o mais aplaudido de sua

categoria até agora.‖

(JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 16/08/2002)

Opinião crítica sobre os vídeos

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CAPÍTULO V

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LETRAS DE MÚSICAS DAS DÉCADAS DE 60, 70 E 80.

CARINHOSO

Pixinguinha

O amor é simples, não precisa de joguinhos.

Pixinguinha percebeu isso e fez essa pérola

da música nacional, onde diz o que sente

diretamente, sem rodeios, apenas decorando

melodicamente com seu saxofone.

Meu coração, não sei por quê Bate feliz quando te vê E os meus olhos ficam sorrindo E pelas ruas vão te seguindo, Mas mesmo assim foges de mim.

Ah se tu soubesses Como sou tão carinhoso E o muito, muito que te quero. E como é sincero o meu amor, Eu sei que tu não fugirias mais de mim.

Vem, vem, vem, vem, Vem sentir o calor dos lábios meus À procura dos teus. Vem matar essa paixão Que me devora o coração E só assim então serei feliz, Bem feliz.

Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso E o muito, muito que te quero E como é sincero o meu amor Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus Vem matar essa paixão que me devora o coração E só assim então serei feliz Bem feliz

AMANTE À MODA ANTIGA

Roberto Carlos

Eu sou aquele amante à moda antiga,

Do tipo que ainda manda flores;

Aquele que no peito ainda abriga

Recordações de seus grandes amores.

Eu sou aquele amante apaixonado,

Que curte a fantasia dos romances,

Que fica olhando o céu de madrugada

Sonhando abraçado à namorada.

Eu sou do tipo de certas coisas

Que já não são comuns nos nossos dias:

As cartas de amor, o beijo na mão,

Muitas manchas de batom

Daquele amasso no portão.

Apesar de todo progresso,

Conceitos e padrões atuais,

Sou do tipo, que na verdade,

Sofre por amor e ainda chora de saudades,

Porque sou aquele amante à moda antiga,

Do tipo que ainda manda flores.

Apesar do velho tênis e da calça

desbotada,

Ainda chamo de querida a namorada.

Page 33: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores

Nos anos 60 e 70 o Brasil vivia uma época conturbada politicamente e, por conta disso,

tinha uma forte participação dos músicos no engajamento através de letras críticas. E isso

acabava refletindo contra artistas que não faziam música de protesto. Principalmente os da

Jovem Guarda, bem subestimados por muita gente.

E ignorar o valor da Jovem Guarda é deixar de lado verdadeiras obras-primas como

Que Tudo Vá Pro Inferno do Roberto Carlos ou Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores de

Geraldo Vandré, esse verdadeiro hino pela liberdade convocava todos a tomarem uma atitude

contra a situação política do país, e outras tantas.

Geraldo Vandré acabou perseguido pelos militares e jamais foi o mesmo, mas sua obra-

prima permaneceu na memória e na ideologia de muita gente.

Pra Não Dizer Que Não Falei Das

Flores Geraldo Vandré

Caminhando e cantando e seguindo a

canção

Somos todos iguais braços dados ou não

Nas escolas nas ruas, campos, construções

Caminhando e cantando e seguindo a

canção

Vem, vamos embora, que esperar não é

saber,

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Vem, vamos embora, que esperar não é

saber,

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos há fome em grandes

plantações

Pelas ruas marchando indecisos cordões

Ainda fazem da flor seu mais forte refrão

E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem, vamos embora, que esperar não é

saber,

Quem sabe faz a hora, não espera

acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é

saber,

Quem sabe faz a hora, não espera

acontecer.

Há soldados armados, amados ou não

Quase todos perdidos de armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição

De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem, vamos embora, que esperar não é

saber,

Quem sabe faz a hora, não espera

acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é

saber,

Quem sabe faz a hora, não espera

acontecer.

Nas escolas, nas ruas, campos, construções

Somos todos soldados, armados ou não

Caminhando e cantando e seguindo a

canção

Somos todos iguais braços dados ou não

Os amores na mente, as flores no chão

A certeza na frente, a história na mão

Caminhando e cantando e seguindo a

canção

Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem, vamos embora, que esperar não é

saber,

Quem sabe faz a hora, não espera

acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é

saber,

Quem sabe faz a hora, não espera

acontecer.

Page 34: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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DISPARADA

“Prepare o seu coração… pras coisas que eu vou contar…”É nesse tom épico que Jair

Rodrigues, sem sombra de dúvidas um dos maiores nomes da música brasileira, nos recebe

em Disparada. E sua força de intérprete ajuda a transformar essa canção incrível em uma das

maiores obras da MPB, alternando os momentos de grandiosidade com os de mais energia.

A sua apresentação no Festival de 1966 que eu já havia colocado no post com a lista da Rolling

Stone é absolutamente arrepiante:

DISPARADA

Jair Rodrigues Compositor: Geraldo Vandré

Prepare o seu coração prás coisas que eu

vou contar

Eu venho lá do sertão, eu venho lá do

sertão

Eu venho lá do sertão e posso não lhe

agradar

Aprendi a dizer não, ver a morte sem

chorar

E a morte, o destino, tudo, a morte e o

destino, tudo

Estava fora do lugar, eu vivo prá consertar

Na boiada já fui boi, mas um dia me

montei

Não por um motivo meu, ou de quem

comigo houvesse

Que qualquer querer tivesse, porém por

necessidade

Do dono de uma boiada cujo vaqueiro

morreu

Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço

forte

Muito gado, muita gente, pela vida segurei

Seguia como num sonho, e boiadeiro era

um rei

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu

cavalo

E nos sonhos que fui sonhando, as visões se

clareando

As visões se clareando, até que um dia

acordei

Então não pude seguir valente em lugar

tenente

E dono de gado e gente, porque gado a

gente marca

Tange, ferra, engorda e mata, mas com

gente é diferente

Se você não concordar não posso me

desculpar

Não canto prá enganar, vou pegar minha

viola

Vou deixar você de lado, vou cantar noutro

lugar

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei

Não por mim nem por ninguém, que junto

comigo houvesse

Que quisesse ou que pudesse, por qualquer

coisa de seu

Por qualquer coisa de seu querer ir mais

longe do que eu

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu

cavalo

já que um dia montei agora sou cavaleiro

Laço firme e braço forte num reino que não

tem rei

Page 35: Projeto reminiscências o coração não tem rugas

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TREM DAS ONZE

Adoniran Barbosa

Não posso ficar nem mais um minuto com você

Sinto muito amor, mas não pode ser

Moro em Jaçanã

Se eu perder esse trem

Que sai agora às onze horas

Só amanhã de manhã

Não posso ficar nem mais um minuto com você

Sinto muito amor, mas não pode ser

Moro em Jaçanã

Se eu perder esse trem

Que sai agora às onze horas

Só amanhã de manhã

Além disso mulher, tem outra coisa

Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar

Sou filho único, tenho minha casa prá olhar

Não posso ficar, não posso ficar...

Não posso ficar nem mais um minuto com você

Sinto muito amor, mas não pode ser

Moro em Jaçanã

Se eu perder esse trem

Que sai agora às onze horas

Só amanhã de manhã

Além disso mulher, tem outra coisa

Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar

Sou filho único, tenho minha casa prá olhar

Não posso ficar, não posso ficar...

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JOGOS E BRINCADEIRAS DE OUTRORA

No tempo dos nossos pais ou avós, a vida das crianças era nas calçadas, ruas,

praças, nos muitos terrenos descampados da cidade e nos sítios e fazendas do interior.

As brincadeiras eram mais simples, porém muito divertidas. Existiam brincadeiras de

meninos e brincadeiras de meninas. Mas tinham também as brincadeiras para ambos os

sexos. As brincadeiras de meninos estimulam competições e atividades físicas,

enquanto as brincadeiras das meninas são geralmente relacionadas à vida doméstica e às

relações afetivas. Rubem Alves, falando da importância do brincar e do brinquedo de

ontem e de hoje, diz: “Que desafio existe numa boneca que fala quando se aperta a sua

barriga? Que desafio existe num carrinho que anda ao se apertar um botão? Como os

brinquedos do professor Pardal, eles logo perdem a graça. Mas um cabo de vassoura

vira um brinquedo se ele faz um desafio”: “Vamos, equilibre-me em sua testa!” Quando

era menino, eu e meus amigos fazíamos competições para saber quem era capaz de

equilibrar um cabo de vassoura na testa por mais tempo. O mesmo acontece com uma

corda no momento em que ela deixa de ser coisa para se amarrar e passa a ser coisa de

se pular.

Que adulto não se lembra com carinho das brincadeiras da infância? Mas o mundo

de hoje despreza o verbo brincar. As crianças vivem a rotina dos adultos no lar e em

suas atividades. Depois da escola há as academias, as aulas de línguas ou de música e

outras mais. Em casa, vivem presas nos apartamentos, fazendo deveres de casa ou

fugindo da violência urbana em frente da tevê ou do computador.

Os jogos que se jogavam antigamente eram muito diferentes dos que são hoje.

Muitos de nós nãos sabemos que existem a maioria desses jogos e nem sequer sabemos

jogá-los. Alguns desses jogos, que quase não são mais “jogados” hoje são:

- Roda: una-se às crianças em uma roda, cantem canções antigas e façam os gestos e

representações delas. Podem ser cantadas algumas músicas como atirei o pau no gato,

ciranda-cirandinha, a galinha do vizinho, a canoa virou, eu entrei na roda, cachorrinho

está latindo, pirulito que bate-bate, samba lelê, se esta rua fosse minha, serra serra

serrador etc.

- Escravos de Jó: dois participantes cantam a música “escravos de jó, jogavam

caxangá, tira, põe, deixa ficar. Guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue zá”. Cada

um com uma pedrinha na mão vai trocando-as e fazendo o que diz a música.

- Amarelinha: risca-se a amarelinha no chão, fazendo quadrados com números de 1 a

10, em no último número desenhar um arco para representar o céu. Pula-se com um pé

só, dentro de cada quadrado.

- Passar anel: os participantes ficam com as mãos juntas e um deles com um anel

escondido. A pessoa que está com o anel vai passando suas mãos dentro das mãos dos

outros participantes até escolher um deles e deixar o anel cair em suas mãos, sem que os

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outros percebam. Depois escolhe uma pessoa e pergunta-se: “fulano, com quem está o

anel?”, e a pessoa escolhida deve acertar.

- Elefante colorido: um participante é escolhido para comandar, no caso de crianças

mais novas o ideal é que seja um adulto. Ele fica à frente dos demais e diz: “Elefantinho

colorido!”. Os outros respondem: “Que cor?”. O comandante então grita o nome de uma

cor e os jogadores correm para tocar em algo que tenha aquela tonalidade. Quanto mais

longe o acesso à cor, mais difícil o jogo fica. Para os mais velhos, a brincadeira ficará

mais divertida se o comandante perseguir os outros participantes e tentar capturá-los

antes que eles cheguem à cor. O primeiro capturado vira o próximo comandante.

- Pipa: Soltar pipa, papagaio ou arraia era um lazer delicioso, o brinquedo era feito com

talinhos de palha de coqueiro, papel de seda colorido e o rabo de pano. A meninada

botava suas pipas para flutuar competindo na maior altura, nas evoluções no ar ou nas

formas, tamanhos ou beleza de uma com relação as outras.

- Pião: Os piões de madeira de peroba eram postos a girar com um cordão com o qual o

enrolavam e soltavam com força em direção ao chão. Pegava-se o pião com uma das

mãos, ainda rodando, e jogavam ao chão outra vez.

Existem muitos mais, mas estes são os mais conhecidos. Nestes jogos não eram

necessários brinquedos, que hoje em dia nós só sabemos comprar para brincar.

Esquecemos totalmente dos jogos que só precisam de pessoas e espaços, e por vezes

coisas que temos em casa.

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CAPÍTULO VI

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CIRCUITO DA TERCEIRA IDADE

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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BIBLIOGRAFIA

ANDRADE CARLOS DRUMMOND DE. Antigamente. Tecendo Linguagens, editora IBEP, 3 ed., São Paulo 2012.

DESABAFO Acesso em: 18 julho. 2014.

http://www.novodespertar.com.br/natureza/desabafo-preocupacao-com-meio-ambiente

FERREIRA, A. B. H. Aurélio século XXI: o dicionário da Língua

Portuguesa.3.ed.rev.e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. MEIRELES, C. Obra poética. Volume 4. Biblioteca luso-brasileira: Série brasileira.

Companhia J. Aguilar Editora. 1958. p 10 SILVA, DAGMAR VIEIRA NOGUEIRA, Uma história em forma de cordel.

TELLES, CARLOS QUEIROZ, O jovem Frank. Moderna, 1992. Coleção Veredas. VEJA. São Paulo: Editora Abril, v. 168, n. 2180, set. 2010

Fonte:http://www.cuidardeidosos.com.br. Acessado em 20/06/2014.

LETRAS DE MÚSICAS

http://7a12.ibge.gov.br/voce-sabia/calendario-7a12/event/44-dia-nacional-do-idoso

http://vidaordinaria.com/2009/10/as-30-maiores-musicas-brasileiras-pelo-vida-ordinaria/

http://www.vagalume.com

VÍDEOS:

http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me001037.mp4

https://www.youtube.com/watch?v=y-oL031hWOg

http://www.casacinepoa.com.br/os-filmes/produ%C3%A7%C3%A3o/curtas/dona-

cristina-perdeu-mem%C3%B3ria

JOGOS E BRINCADEIRAS DE OUTRORA:

http://aturmadapequenada.blogspot.com.br/2009/02/os-jogos-que-se-jogavam-

antigamente.html

http://spontex.com.br/blog/?p=423

http://segundosprofes.blogspot.com.br/2010/09/brincadeiras-de-antigamente-no-

tempo.html

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ANEXOS VISITA AO ASILO

1ª visita ao asilo São João Bosco. Em 07/09/2014

Francelina, uma senhorinha de 94 anos que não

gostava de ser chamada de “dona” ou “senhora. Preparando o café da manhã para os vovôs.”.

Grupo de voluntárias do Centro Espirita que visita

o asilo e fornece o café da manhã uma vez ao mês.

Irmã Marlene, uma das responsáveis pelo asilo.

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Registro da exposição feita no mural da escola. 7º ano C vespertino

8º a no A matutino

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Dentro dessa

embalagem havia 2

quilos de feijão, um

Estatuto do idoso e

chocolates.

Premiação do “Circuito do envelhecimento” – Medalha para a aluna destaque e presente para os avós da aluna.

Estruturação coletiva de gráfico sobre o Trabalho com o texto número de avós dos alunos. O jovem Frank, de Carlo A. Telles.

Exposição de objetos de outrora.

JEEP caixa de som original da marca, com radio AM-

FM, CD, deck de cassetes com gravador e entrada

para microfone e headphones, alimentação a baterias e

corrente da década de 1970.

Barbeador elétrico de 1980.

Máquina fotográfica da década de 80.

“Walkman” da década de 80.

Cortados de cabelo manual, de 1950.

Monóculo de 1970.

Disco de Vinil dos Beatos, de 1969.

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LEITURA DA OBRA “VOVÓ TÁ COM A MACACA”.

Sinopse Quando o pai da jovem Carmem deixa a prisão e volta para casa, uma incrível

aventura começa. Num velho Fusca, pai, filha e avó viajam em busca de Glória, a mãe desaparecida anos atrás sem explicação. Ao procurarem se conhecer, pai e filha descobrem suas afinidades e diferenças. Ele, convertido à religião, acredita que Deus é o criador soberano do Universo. Ela, apaixonada por biologia, é uma convicta evolucionista. Ao longo da aventura rodoviária, a avó Maria é o fio da balança e ao mesmo tempo responsável pelas tiradas mais bem humoradas do livro. Em diálogos bem construídos e embasados, o autor usa o embate de ideias entre os protagonistas como pano de fundo para discutir a origem do ser humano e sua intolerância diante do que lhe é diferente.

O livro Vovó tá com a macaca foi escolhido esse ano para a leitura coletiva, por trabalhar assuntos pertinentes ao nosso cotidiano, tais como, intolerância, crenças, relacionamentos familiares e amorosos, respeito, dentre outros. A vovó da história colabora com ideias, opiniões, problemas e presença de espirito altamente enriquecedores ao enredo.

Essa obra permite um trabalho muito amplo e positivo para o meio

escolar.

Dessa forma, o trabalho buscou semear muitos conhecimentos

relativos a boa conduta do ser humano aqui na terra, podendo frutificar em

muitos lares.

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Registro do “Circuito do envelhecimento” (Turmas 8º A e 7º C)

Explicação das atividades a serem desenvolvidas.

Caracterização (luvas, camisas, pesos nas pernas)

Registro da mensagem com luvas para diminuição do tato.

Caminhada e colocação de roupas em um varal.

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Organização de remédios (representados por miçangas) em potes identificados com os dias da semana.

Registro descritivo dos alunos da atividade realizada, na apostila organizada para o projeto.

Prestígio por parte da direção na atividade realizada.

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48 2ª visita ao asilo São João Bosco

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ALGUNS DOS DONATIVOS ENTREGUES NO ASILO, DOADOS PELOS ALUNOS DA 1ª SÉRIE A EPELOS ALUNOS DO 7º ANO C.

ALÉM DESSES DONATIVOS AS CRIANÇAS DA PRIMEIRA SÉRIE A CONFECCIONARAM CARTÕES PARA OS VOVÔS E VOVÓS DO

ASILO, OS QUAIS FORAM ENTREGUES NA OPORTUNIDADE DA VISITA.