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Projetos de data centers: Modelo de crescimento Relatório APC No. 143 Revisão 1 Preparado por Neil Rasmussen e Suzanne Niles > Resumo O planejamento a longo prazo da capacidade de data centers ou de salas de rede pode parecer impossível em vista da tecnologia de TI em evolução e de requisitos comerciais. Entretanto, as instalações de data centers têm uma vida operacional que pode ultrapassar diversas gerações de equipamentos de TI, portanto o planejamento ou a falta de planejamento pode apresentar um grande impacto na eficácia dos investimentos. Muitos custos desnecessários podem ser evitados com estratégias de planejamento simples, e mesmo a própria incerteza pode ser incorporada em um plano. Este artigo mostra uma forma simples e efetiva para desenvolver um plano da capacidade para um data center ou sala de rede. Índice Clique na seção para ir até ela Introdução 2 Os seis parâmetros do modelo de crescimento 7 O valor de uma implantação gradual 10 Determinação do plano da capacidade do sistema O papel do modelo de crescimento na sequência de planejamento do sistema 16 Uso do modelo de crescimento nos cálculos do TCO (Custo total de propriedade) 20 Conclusão 24 Recursos 25

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Projetos de data centers:

Modelo de crescimento

Relatório APC No. 143 Revisão 1

Preparado por Neil Rasmussen e Suzanne Niles

> Resumo O planejamento a longo prazo da capacidade de data centers ou de salas de rede pode parecer impossível em vista da tecnologia de TI em evolução e de requisitos comerciais. Entretanto, as instalações de data centers têm uma vida operacional que pode ultrapassar diversas gerações de equipamentos de TI, portanto o planejamento – ou a falta de planejamento – pode apresentar um grande impacto na eficácia dos investimentos. Muitos custos desnecessários podem ser evitados com estratégias de planejamento simples, e mesmo a própria incerteza pode ser incorporada em um plano. Este artigo mostra uma forma simples e efetiva para desenvolver um plano da capacidade para um data center ou sala de rede.

Índice Clique na seção para ir até ela

Introdução 2

Os seis parâmetros do modelo de crescimento

7

O valor de uma implantação gradual

10

Determinação do plano da capacidade do sistema

O papel do modelo de crescimento na sequência de planejamento do sistema

16

Uso do modelo de crescimento nos cálculos do TCO (Custo total de propriedade)

20

Conclusão 24

Recursos 25

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

APC by Schneider Electric Relatório APC No. 143 Rev. 1 Pagina 2

Introdução

Recursos relacionados

Relatório oficial APC No. 142

Projetos de data centers:

Planejamento do sistema

Tabela 1 O plano do crescimento é um dos três parâmetros da TI que fornece uma entrada fundamental para o planejamento de data center s

Parâmetro da TI

Descrição

Criticidade

Uma meta para a disponibilidade e confiabilidade do data center, consistente com a missão da empresa.

Para saber rmais sobre criticidade e como os níveis de criticidade são definidos

para data centers, veja o Relatório APC 122, Diretrizes para a especificação da

criticidade de Data Centers/níveis de camadas

Capacidade

O desenvolvimento final e completo da carga de TI, em kW. (Esse número se tornará o parâmetro do “valor final máximo” do perfil da

carga da TI.)

A carga de TI esperada ao longo da vida operacional do data center, expressa como um perfil da carga de IT com quatro parâmetros.

1

Plano de crescimento

3

2

4

Para uma compreensão bem sucedida dos desafios de planejamento de um projeto de data center é necessário a estrutura de um processo bem definido, pessoas com experiência para tomar as decisões e avaliar alternativas, e a assistência de ferramentas para organizar as informações ou fazer os cálculos. O Modelo de Crescimento é uma ferramenta para isto, fornecendo estrutura e

terminologia para a análise das necessidades futuras de energia elétrica para a TI. O modelo de crescimento descrito neste relatório é um componente essencial do processo de planejamento de data centers, descrito no Relatório APC No. 142, Projetos de data centers: Planejamento do sistema.

Este modelo de crescimento fornece uma estrutura padronizada para expressar e desenvolver um conhecimento compartilhado das necessidades de energia elétrica da instalação de TI que está sendo planejada. Isso inclui uma descrição das necessidades de energia elétrica para as cargas de TI – o perfil da carga da T I– e a capacidade de potência a ser fornecida pela infraestrutura física – o plano da capacidade do sistema. O perfil da carga da TI é um dos elementos de planejamento fundamentais necessários e é decidido nos estágios iniciais do projeto de um data center. Nas discussões preliminares do planejamento, o termo não-técnico para “perfil da carga da TI” é o plano de crescimento, que é um dos três parâmetros da TI no modelo do processo que fornece dados

essenciais de entrada para projetar os sistemas de energia elétrica e de resfriamento.

Para saber mais sobre como esses parâmetros da TI são utilizados no processo de planejamento, leia o Relatório APC No. 142, Projetos de data centers: Planejamento do sistema (link na seção Recursos).

As discussões preliminares de planejamento que focam esses três elementos de uma forma estruturada e organizada podem proporcionar de forma rápida e eficiente uma orientação claramente definida para o restante do processo de planejamento. A criticidade e a capacidade são abordadas no Relatório APC mencionado acima. Este relatório apresenta o terceiro elemento, o plano de crescimento. O plano de crescimento apresenta a carga de TI esperada, como um perfil da carga de TI com quatro parâmetros. A partir desse perfil de carga, um plano da capacidade do sistema é desenvolvido para alimentar a carga da TI ao longo da vida operacional do data center. Este relatório apresenta um modelo e uma terminologia comum para descrever o perfil da carga de TI e o plano da capacidade do sistema, e também uma metodologia para desenvolver o plano da capacidade do sistema.

Parâmetro da TI

Um modelo de crescimento simples para o planejamento da capacidade A maioria dos planos de data centers é vaga porque são incapazes de compreender a natureza dos desenvolvimentos técnicos dos equipamentos de TI, sempre em constante evolução. Além disso, é difícil conhecer previamente as próprias necessidades empresariais que impulsionam o projeto de data centers e/ou suas necessidades comerciais.

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Figura 1

Carga final MÍNIMA e MÁXIMA estimada para o

modelo

Figura 2

Carga INICIAL e tempo de CRESCIMENTO

Quanto mais longa for a projeção de uma carga de TI no futuro, menor será a confiança nessa projeção. Qualquer modelo de requisitos de capacidade prospectiva precisa de informações referentes à qualidade (grau de certeza) das projeções.

Uma abordagem para o problema da incerteza é conter a projeção, definindo valores máximo e mínimo, que podem ser previstos de forma razoável ao longo da vida operacional do data center. Essa é a abordagem utilizada pelo modelo de crescimento descrito neste relatório. O conceito da carga final mínima e máxima está demonstrado na Figura 1. A vida operacional de um data center é

definida, em geral, como uma duração de dez anos.

Assim que as estimativas de carga máxima e mínima são estabelecidas, a adição da carga INICIAL e do tempo de CRESCIMENTO completa a projeção do crescimento da carga de TI (Figura 2).

Esses dados do modelo, que descrevem a carga de TI projetada ao longo da vida operacional do data center são determinados bem no início, no processo de planejamento. O elemento final do modelo de crescimento é o Plano da capacidade do sistema, que é a implantação planejada da infraestrutura de energia elétrica e de resfriamento para atender a carga de energia elétrica projetada para a TI (Figura 3). O plano da capacidade do sistema é determinado posteriormente no processo

de planejamento, depois que os detalhes da arquitetura do sistema e do espaço físico forem conhecidos.

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Figura 3 Porção do plano da capacidade do sistema, do modelo de crescimento

Figura 4

Modelo de crescimento completo

Embora esse modelo possa parecer ilusoriamente simples e auto-explicativo, ele é capaz de representar conceitos complexos que, em geral, são comunicados de forma incorreta entre os participantes de um projeto de data center. O modelo completo, mostrado na Figura 4 pode ser

descrito por seis parâmetros.

Parâmetros deste modelo

Os seis parâmetros deste modelo descrevem as características essenciais do crescimento de um data center e fornece a terminologia para um entendimento comum e para a análise das questões de planejamento. Os seis parâmetros estão resumidos na Tabela 2.

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Tabela 2 Parâmetros do modelo de crescimento

Parâmetro do modelo de crescimento

Significado

Pe

rfil

de

ca

rga

da

TI

1 Carga final MÀXIMA

Marga máxima esperada para a TI

2 Carga final MÍNIMA

Marga mínima esperada para a TI

3 Carga INICIAL

Carga da TI da instalação inicial

4 Tempo de crescimento

O tempo que leva para ir da carga

inicial até a carga final

Pla

no

da

ca

pa

cid

ad

e

do

sis

tem

a

5 Tamanho da etapa

Tamanho do passo incremental do sistema da infraestrutura física, se a opção do desenvolvimento completo desde o início não for a escolhida

6 Margem

Capacidade extra para cobrir o inesperado. Quer adição inesperada de carga da TI ou perda inesperada da

capacidade do sistema

Por que não uma única carga real “estimada”?

O modelo mostrado na Figura 4 apresenta uma carga final máxima e mínima prevista, porém não

há uma previsão explícita da carga real final. Qualquer afirmativa da carga real final é, na maioria das vezes, uma estimativa. A carga real final de uma instalação específica dependerá normalmente de diversas variáveis, algumas das quais não podem ser previstas – nem mesmo conhecidas - pelos projetistas.

Um método de planejamento mais útil, este incorporado no modelo de crescimento, visa identificar os limites superior e inferior da carga final, que normalmente pode ser feito com um alto grau de confiança e consenso do que apenas um único nível de carga previsto. Os usuários em geral "olham" a planilha de planejamento com uma idéia firme sobre o que deve ser presumido para a carga máxima, porque a carga máxima possível tem sido historicamente o valor “seguro” para se utilizar ao projetar o desenvolvimento inicial completo do sistema, e os projetistas estão acostumados a raciocinar nesses termos. A necessidade adicional de um parâmetro que represente a carga prevista mínima pode parecer supérflua em princípio, porém é o fator chave para se obter os benefícios significativos de custo deste modelo de crescimento, conforme descrito mais adiante.

A identificação da carga máxima e mínima prevista acrescenta inteligência ao modelo e permite a criação de um plano da capacidade do sistema que englobe a incerteza do crescimento, proporcionando uma estratégia simples para minimizar o risco de superdimensionamento e para reduzir o custo total de propriedade.

Diferenciação entre o “perfil da carga da TI” e o “plano da capacidade do sistema”

Este modelo de crescimento proporciona uma terminologia e estrutura comum para acomodar o entendimento do usuário sobre as necessidades da carga de TI e o plano do projetista da infraestrutura física para um sistema com capacidade de energia elétrica e de resfriamento suficiente para atender as necessidades desta carga. Um segue o outro. A primeira parte do modelo de crescimento – o perfil da carga da TI – é fornecida pelo usuário como dado de entrada do processo de planejamento.

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Figura 5 Diferenciação entre o “perfil da carga da TI” e o “plano da capacidade do sistema

A segunda parte do modelo de crescimento – o plano da capacidade do sistema – é fornecida pelo processo de planejamento como uma saída para o usuário, definindo a implantação da infraestrutura de energia elétrica e de resfriamento (incluindo os passos de crescimento escalonado) para atender o perfil da carga de TI do usuário.

Portanto, para um determinado projeto, o modelo de crescimento é desenvolvido em duas partes:

1. Primeiro, desenvolver o perfil da carga da TI. O perfil da carga da TI, composto dos

parâmetros 1 a 4 do modelo, é criado logo no início, no processo de planejamento, baseado no entendimento das necessidades comerciais da organização. Em alguns casos, pode ser necessária uma consultoria especializada com uma pessoa familiarizada com os negócios e questões gerais de TI da organização, ou referência a perfis padrão que descrevem os parâmetros de crescimento da TI de organizações similares. O ponto-chave nessa etapa é que os participantes do processo de planejamento desenvolvam uma visão compartilhada da carga de TI projetada.

2. Segundo, desenvolver o plano da capacidade do sistema para atender o perfil da carga de TI. O plano da capacidade do sistema é representado pelos parâmetros 5 e 6 do modelo de crescimento (tamanho da etapa e margem). O desenvolvimento do plano da capacidade do sistema

é iniciado bem no começo do projeto, na sequência de planejamento, com uma estimativa bruta do tamanho da etapa que orientará a escolha do projeto de referência (analisado mais adiante neste relatório). O plano da capacidade do sistema é finalizado posteriormente na sequência de planejamento, depois que a arquitetura básica do sistema e o planejamento do piso (layout das fileiras na sala) forem determinados. O usuário normalmente não terá conhecimentos especializados nessa área e, portanto, dependerá do fornecedor de equipamentos ou de outros serviços de consultoria qualificados. As etapas de um crescimento escalonado permitem a opção de retardar, ajustar, ou cancelar o desenvolvimento e a implantação completa baseado em condições reais à medida que elas forem sendo desenvolvidas durante o período de crescimento. Os benefícios de uma implantação gradual são analisados mais adiante neste relatório na seção “O valor de uma implantação gradual”.

A Figura 5 ilustra a diferenciação entre o perfil da carga de TI e o plano da capacidade do sistema.

O plano da capacidade do sistema representa a capacidade do sistema de infraestrutura para atender a carga de TI – ou seja, ele responde a pergunta: qual o tamanho da carga de TI que essa

infraestrutura suporta? A capacidade do sistema leva em conta a potência elétrica que pode ser fornecida para a carga, mais a capacidade do sistema de resfriamento para resfriar a carga.

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Os seis parâmetros do modelo de crescimento

E o sistema de resfriamento?

O perfil da carga de TI é uma projeção do crescimento das necessidades de potência do projeto. A necessidade de resfriamento está implícita nesse modelo porque a necessidade de potência

determina diretamente a necessidade de resfriamento.

O debate sobre a carga e a capacidade é expresso normalmente, como nesse relatório, em termos da necessidade de potência da carga de TI. Entretanto, a capacidade real da

infraestrutura para suportar uma determinada carga de energia elétrica para a TI depende não apenas da potência que ela pode suprir para a carga, mas também o resfriamento que a infra-estrutura pode fornecer para evitar o superaquecimento da carga. A capacidade da

infraestrutura em suportar uma determinada carga de potência para a TI, portanto, é a habilidade do sistema completo, que é a combinação da capacidade de alimentação da carga e a capacidade de resfriá-la.

Felizmente para os projetistas de sistemas, as necessidades de potência e de resfriamento estão diretamente relacionadas – cada watt de energia elétrica consumida pelos equipamentos de TI é convertido em um watt de calor (energia térmica) que precisa ser removido. Portanto, as necessidades de energia elétrica e de resfriamento dos equipamentos de TI não são apenas iguais (com uma pequena diferença de uma fração percentual), como podem ser expressas na mesma unidade de medida – em kilowatts. O perfil de resfriamento da TI é o mesmo que o perfil da carga de TI.

> Resfriamento em kilowatts

Algumas vezes as necessidades de resfriamento e da capacidade do condicionador de ar são expressas em unidades de “toneladas de refrigeração” ou “BTUs por hora,” porém essas unidades obscurecem a relação simples e direta entre a potência consumida e o calor que precisa ser removido da sala. O uso de kilowatts para medir o resfriamento simplifica a análise e o planejamento. A APC by Schneider Electric utiliza o padrão internacional de kilowatts para expressar tanto a necessidade do resfriamento do data center como a capacidade de resfriamento do equipamento de ar condicionado.

O resfriamento expresso em BTU/h ou em toneladas de refrigeração pode ser convertido facilmente para simplificar o planejamento.

kW = BTU/h x 0,000293

kW = toneladas x 3,52

As etapas do crescimento gradual do sistema de resfriamento podem ser diferentes das etapas do crescimento gradual do sistema elétrico, dependendo da escalabilidade do equipamento selecionado e da arquitetura de configuração do sistema.

Parâmetros No. 1 e No. 2: Carga final MÁXIMA e MÍNIMA

O primeiro passo é estabelecer uma projeção da carga elétrica da TI. Esta é a melhor estimativa da carga de TI esperada durante o tempo de vida da instalação. Como pode ser difícil entender ou quantificar a incerteza das necessidades da TI no futuro, esse modelo de crescimento simplifica a análise, exigindo apenas uma carga final máxima e uma carga final mínima, pois as duas podem ser estabelecidas normalmente com mais confiança do que apenas uma única carga desejada. A Figura 6 destaca esses dois parâmetros no modelo de crescimento.

Carga final MÁXIMA - é a carga mais elevada que pode ser razoavelmente prevista, considerando o plano de negócios e todas as oportunidades em potencial que o usuário possa vislumbrar. Alguns usuários podem desejar “engordar” um pouco essa estimativa para se proteger contra consequências sérias de se atingir um limite final de expansão, em relação a elementos não escaláveis, como por exemplo, o tamanho da sala ou as instalações do ponto de entrada da energia elétrica (que serão dimensionados para trabalhar com a carga final MÁXIMA). É importante observar que na maioria

dos casos esse valor máximo nunca será atingido - historicamente a grande maioria das instalações chega bem abaixo de sua projeção original de carga máxima. Nesse modelo, o plano de crescimento gradual (os parâmetros tempo de crescimento e número das etapas) permite reduzir ou

interromper o desenvolvimento e a implantação gradual à medida que o futuro fica mais claro, e a incerteza se torna em certeza. (O funcionamento e os benefícios de uma implantação gradual são analisados mais adiante neste relatório, na seção: “O valor de uma implantação gradual”)

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Figura 6 Parâmetros de carga final MÁXIMA e carga final MÍNIMA do modelo de

crescimento

Figura 7 Parâmetro carga INICIAL do

modelo de crescimento

Carga final MÍNIMA – a menor carga final que pode ser razoavelmente prevista, considerando os riscos comerciais conhecidos e as mudanças em potencial no mercado. Esse parâmetro será utilizado mais adiante para estabelecer a capacidade inicial do sistema e o plano de escalonamento (consulte a seção: Determinação do plano da capacidade do sistema). Ele também exerce um

papel fundamental na análise do TCO (custo total de propriedade), descrito mais adiante neste relatório.

A Figura 6 ilustra os parâmetros carga final MÁXIMA e carga final MÍNIMA.

Esses dois parâmetros proporcionam uma inteligência significativa para o projeto do plano da capacidade do sistema, afetando tanto os elementos escaláveis como os não escaláveis do sistema, conforme descrito na seção: “Determinação do plano da capacidade do sistema”.

Parâmetro No. 3: Carga INICIAL

A carga INICIAL (Figura 7) é a carga da TI que precisa ser alimentada no momento em que o

sistema é instalado inicialmente. Como ele está diretamente relacionado às condições comerciais atuais, ele é bem mais fácil de determinar que os extremos prospectivos de máximo e mínimo dos parâmetros No. 1 e No. 2. A carga INICIAL será normalmente menor que a carga final MÁXIMA ou a carga final MÍNIMA, embora em alguns casos ela possa ser maior que a carga final MÍNIMA, se

ocorrer a possibilidade de redução da carga de TI.

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Figura 8 Parâmetro TEMPO DE CRESCIMENTO do modelo de crescimento

Figura 9 Parâmetro TAMANHO DA ETAPA do modelo de crescimento

Parâmetro No. 4: Tempo de crescimento

O tempo de crescimento é o tempo projetado entre a carga inicial na instalação e a carga final.

Parâmetro No. 5: Tamanho do passo

O tamanho do passo é um atributo do plano da capacidade do sistema, não do perfil da carga de TI.

Ele é determinado mais tarde na sequência de planejamento, levando em conta a escalabilidade da arquitetura do sistema selecionado (o projeto de referência, descrito mais adiante), o planejamento do piso (o layout das fileiras na sala), e uma avaliação da incerteza do crescimento e os benefícios em potencial para o TCO, de uma implantação gradual.

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Figura 10 Parâmetro MARGEM do

modelo de crescimento

O valor da implantação gradual

Parâmetro No. 6: Margem

A margem é a capacidade “extra” da infraestrutura, necessária para cobrir alterações inesperadas – quer um aumento na demanda da carga da TI (por exemplo, adição não autorizada de servidores) ou uma redução na capacidade fornecida pela infraestrutura de energia elétrica e de resfriamento (por

exemplo, uma redução no resfriamento causada por uma tubulação de rejeição de calor entupida).

“Implantação gradual” refere-se a uma estratégia de desenvolvimento incremental para o plano da capacidade do sistema durante o crescimento da carga de TI. Os princípios que regem a implantação gradual são simples e intuitivos

Uma implantação gradual permite que a capacidade da energia elétrica e do resfriamento cresça com a carga da TI, evitando despesas de investimento de capital e de operação (especialmente custos de energia) de equipamentos que ainda não são necessários.

Se a carga futura da TI é incerta, cada etapa proporciona um ponto de reavaliação onde pode ser tomada uma decisão para adiar ou reduzir o próximo passo de desenvolvimento e expansão, ou pará-lo completamente

Embora esses conceitos sejam familiares em diversas situações na vida cotidiana, uma arquitetura antiga não escalável para a energia elétrica e o resfriamento de data centers ditou por décadas o desenvolvimento inicial de toda a instalação. Entretanto, desenvolvimentos recentes em arquitetura escalável e modular para o sistema permitem agora que os projetistas aproveitem os benefícios significativos de uma implantação incremental. Sempre haverá elementos da infraestrutura que não poderão crescer de forma gradual, e precisarão ser instalados em sua capacidade plena desde o início do projeto. Veja na Figura 11 uma ilustração dos elementos escaláveis contra os não

escaláveis.

Três fatores tornam a implantação gradual especialmente favorável:

A energia tornou-se uma despesa importante. A conta de energia elétrica é um incentivo

poderoso para evitar excessos na capacidade, sempre que possível. Iniciativas como “Edifícios Verdes ou ecológicos” e programas de “gerenciamento da demanda” que recompensam a operação eficiente aumentam mais ainda os incentivos para operar um data center enxuto.

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Figura 11 Uma implantação gradual proporciona pontos de reavaliação antes do crescimento

completo

Um data center “dimensionado de forma correta” – um cuja capacidade de energia e de resfriamento acompanhe o crescimento da carga da TI, é muito mais eficiente que um data center com capacidade excessiva não utilizada.

· Os Data centers raramente crescem até atingir seu tamanho máximo esperado. Pesquisas têm

mostrado que a maioria dos data centers acaba com uma carga bem menor que a carga máxima, projetada durante o planejamento. Uma implantação gradual minimiza o risco de instalar uma capacidade que nunca será utilizada. Para a maioria dos data centers, esse é o maior benefício de uma implantação gradual,

· Capacidade ociosa gera custos de manutenção desnecessários. Os equipamentos instalados precisam ser mantidos e reparados mesmo se a capacidade não for utilizada. Ao instalar somente o que é necessário para alimentar a carga atual, pode se evitar uma despesa significativa com serviços – não há despesas de manutenção em equipamentos que você não possui.

A Figura 11 ilustra o processo de implantação gradual. Observe que uma incerteza maior determina mais passos na fase incremental, proporciona pontos adicionais de tomada de decisão para reavaliação e ajuste do plano.

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Determinação do plano da capacidade do sistema

Recurso relacionado Relatório APC 37

Evitar custos do

superdimensionamento da infraestrutura de Data Centers e de Salas de Redes

Figura 12 a. (Esquerda)

Capacidade desperdiçada durante o tempo de crescimento até a carga completa

b. (direita)

Capacidade desperdiçada ao longo da vida operacional do data center, se a carga da TI não atingir o nível

projetado.

A meta do plano da capacidade do sistema é assegurar que sempre haverá capacidade suficiente de energia elétrica e de resfriamento para atender a carga da TI. Para assegurar o fornecimento de uma capacidade suficiente quando ela é necessária, o plano precisa ser projetado para cobrir a carga máxima projetada em qualquer ponto da vida operacional do data center.

O modo antigo: desperdício devido ao superdimensionamento

A maneira mais simples para assegurar que sempre haverá capacidade suficiente é construir, logo no início, a unidade completa para atender a carga máxima projetada. Essa é a estratégia que vinha sendo utilizada historicamente, porém ela pode apresentar desperdícios extremamente grandes porque, na maioria dos casos, isso resulta em superdimensionamento e capacidade ociosa (Figura 12). Esse desperdício é devido à despesa de investimento de capital em equipamentos não utilizados mais as despesas de operação da capacidade não utilizada. O custo da eletricidade para alimentar a

capacidade desnecessária, e o custo do serviço para manter e reparar esses equipamentos, podem ser substanciais ao longo da vida operacional do data center (leia o Relatório APC 37: Como evitar custos de superdimensionamento da infraestrutura para Data Centers e Salas de Redes ). A

capacidade ociosa ocorre, em geral, de duas formas:

Se a carga da TI começa pequena e cresce ao longo do tempo, o sistema estará superdimensionado durante o tempo de crescimento (Figura 12a.).

Se a carga da TI nunca atingir o nível projetado, o sistema estará superdimensionado durante toda a sua vida operacional (Figura 12b). A maioria dos data centers nunca atinge a sua capacidade total

projetada – de fato, um data center típico opera abaixo da metade de sua capacidade.

A nova maneira: reduzir desperdícios com um plano de implantação gradual

Se a infraestrutura pode ser implantada em etapas, os dois tipos de superdimensionamento mostrados acima na Figura 12 podem ser reduzidos significativamente. Uma implantação gradual tem três vantagens importantes:

· Menor capacidade desperdiçada durante o período de crescimento. Se houver um tempo de

crescimento para a carga da TI, uma implantação gradual permitirá que a capacidade fique mais perto da carga da TI durante o período de crescimento. Embora sempre haja uma margem de capacidade extra para manter a carga atual corretamente alimentada e resfriada (a margem), um plano gradual pode reduzir significativamente o desperdício do superdimensionamento desnecessário da capacidade (Figura 13a).

· Minimização da incerteza do crescimento. Se houver incerteza quanto à carga futura da TI (o que praticamente sempre ocorre), cada etapa proporciona uma oportunidade para reavaliar o plano da capacidade com o passar do tempo e o futuro se torna mais claro (Figura 13b). Com essa

informação atualizada, a próxima etapa pode ser adiada, o incremento pode ser aumentado ou diminuído, ou a fase incremental pode ser interrompida completamente.

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Figura 13 a. (esquerda)

Desperdício reduzido durante o período de crescimento, casando a capacidade mais próxima da carga

b. (direita)

Desperdício reduzido ao longo da vida operacional do data center, interrompendo o crescimento da capacidade para corresponder a uma

carga real mais baixa

Essa estratégia evita o superdimensionamento se o crescimento previsto da TI não se concretizar.

Evolução da arquitetura de resfriamento bem fundamentada em informações. A maneira como

o resfriamento é distribuído na sala afeta a capacidade de atender os equipamentos de TI de alta densidade. Uma arquitetura de resfriamento no nível da sala não pode atingir “pontos quentes” de alta densidade, deixando áreas físicas da sala indisponíveis para a alta densidade, mesmo quando a capacidade de resfriamento total da sala corresponde à necessidade total de resfriamento dos equipamentos na sala. Implantar a infraestrutura física de forma incremental, com os equipamentos de energia e de resfriamento adicionados de forma gradual, baseados em fileiras, que suportam necessidades de densidade conhecidas, evita o desperdício desse tipo de “capacidade ociosa” que não pode ser utilizada.

Elementos escaláveis x não escaláveis

Para atingir a meta de minimizar o superdimensionamento e assegurar ao mesmo tempo capacidade suficiente para a carga da TI, os elementos escaláveis e não escaláveis da infraestrutura são implantados de forma distinta:

· Os elementos não escaláveis são instalados, no início do empreendimento, para suportar a carga máxima esperada durante a vida operacional do data center (parâmetro carga final MÁXIMA ). Exemplos de elementos não escaláveis são o tamanho físico da sala, a capacidade do ponto de

entrada de alimentação elétrica, e o ar condicionado pré-existente para a sala. Ter que enfrentar estas restrições físicas da capacidade pode ser uma interrupção significativa em termos de tempo, disponibilidade e custos, sendo isso algo que deve ser evitado a qualquer custo.

· Os elementos escaláveis são instalados logo no início do empreendimento, para uma carga abaixo da carga máxima (suficiente para atender a carga INICIAL por um determinado período), em seguida ela é aumentada ao longo do tempo de acordo com as etapas da fase escalonada. Exemplos de elementos escaláveis são os racks, a proteção e a distribuição da energia elétrica

baseada em racks e os equipamentos de resfriamento baseados em racks.

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Figura 14 Implantação de elementos escaláveis e não escaláveis do plano

de capacidade

OOss eelleemmeennttooss eessccaalláávveeiiss são implantados gradualmente ao longo do tempo para minimizar o risco de superdimensionamento

Como lidar com as incertezas: Função-chave do parâmetro “carga MÍNIMA”

O parâmetro carga final MÍNIMA é o fator chave para agregar inteligência ao modelo, em relação à

incerteza da carga futuro da TI.

O parâmetro carga final MÁXIMA é uma maneira simples, com décadas de existência, para lidar

com a incerteza de prever a carga futura da TI. Como a capacidade de energia elétrica e de resfriamento precisa acomodar qualquer carga de TI que possa ocorrer no futuro, a técnica tradicional tem sido escolher um valor máximo generoso (bem grande...) e, em seguida executar a construção completa da instalação – utilizando esse valor – desde o início nesse nível, para ficar seguro. Isso funciona, porém ocorre o desperdício pelas duas razões ilustradas acima nas figuras 12 e 13: (1) capacidade ociosa durante o período de crescimento e (2) capacidade ociosa ao longo da

vida operacional do data center se a carga de TI projetada nunca for atingida.

Agora que a tecnologia da infraestrutura suporta energia elétrica e resfriamento escaláveis, o parâmetro carga final MÍNIMA pode ser utilizado para fornecer informação extra para se projetar a

infraestrutura física. Combinado com a capacidade de crescer gradualmente as principais partes do sistema em uma implantação em incrementos, o parâmetro carga final MÍNIMA fornece uma ferramenta poderosa para lidar com a incerteza. Quanto mais afastado for o valor mínimo do valor máximo, maior será a incerteza na projeção da carga futura de TI. Usando essa diferença entre o valor mínimo e máximo como uma medida da incerteza, decisões podem ser tomadas quanto a construir o sistema completo desde o início ou criar um plano de implantação gradual:

Sem incerteza. Se a carga final MÍNIMA for igual à carga final MÁXIMA – ou seja, nenhuma incerteza quanto a carga final – então a única razão para as etapas seria a vantagem da eficiência, se houver um tempo de crescimento significativo até atingir a carga final, para alinhar a capacidade com a carga durante o período de crescimento. O número de etapas será determinado contrabalançando o custo de uma interrupção (de instalar uma etapa) contra o custo desperdiçado com o superdimensionamento das instalações durante o período de crescimento.

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Figura 15 Cenários mostrando como a incerteza da carga da TI e o tempo de crescimento afetam a implantação gradual do plano da capacidade do sistema

Pouca incerteza. Se a carga final MÍNIMA for apenas um pouco menor que a carga final MÁXIMA, a vantagem de um crescimento escalonado (quer para proporcionar pontos de

reavaliação ou para alinhar a capacidade com a carga) pode não ser suficiente para justificar a interrupção causada pela implantação de uma etapa. Nesse caso, uma construção completa desde o início poderia ser a melhor opção.

Grande incerteza. Se a carga final MÍNIMA for significativamente menor que a carga final MÁXIMA, uma montagem inicial baixa e uma implantação gradual é justificada, em geral, com o tamanho da etapa baseada nas considerações descritas na próxima seção: Fatores que determinam o tamanho da etapa.

A Figura 15 mostra diversos cenários que ilustram os princípios acima

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O papel do modelo de crescimento na sequência de planejamento do sistema

Recursos relacionados

Relatório oficial APC No. 142

Projetos de data centers: Planejamento do sistema

Fatores que determinam o tamanho da etapa

O tamanho da etapa de uma implantação escalonada é determinado por uma avaliação cuidadosa das vantagens e desvantagens entre os diversos fatores:

Arquitetura do sistema. A arquitetura básica do projeto específico ditará o grau no qual o sistema

poderá crescer gradualmente – ou seja, qual o valor mínimo no qual o projeto pode ser dividido em “blocos básicos.” Se houver uma biblioteca de projetos de referência disponíveis para utilizar como modelo do projeto, cada um deve ter um atributo de “escalabilidade” que indique os tamanhos possíveis das etapas.

Layout da sala. O layout da sala física normalmente irá sugerir uma subdivisão lógica das etapas de implantação. As etapas serão baseadas normalmente em fileiras, e cada uma será composta de um número de fileiras (com a energia e o resfriamento integrados por fileiras, sempre que possível). Se o sistema precisar ser isolado fisicamente durante a instalação da próxima etapa, deve haver um local evidente onde uma parede provisória possa ser construída e, nesse caso, o local dessa parede definirá a divisão do espaço físico, e consequentemente o tamanho da etapa.

Incerteza quanto a carga da TI. Se o tamanho futuro da carga de TI for incerto (carga final MÍNIMA significativamente abaixo da carga final MÁXIMA), as etapas de crescimento gradual podem

proporcionar pontos de paradas para reavaliação antes de assumir um compromisso em relação à implantação adicional. Quando houver uma incerteza maior, etapas menores e mais frequentes proporcionam mais oportunidades para ajustar o plano, com base nas condições do desenvolvimento (veja a Figura 11). Em caso de extrema incerteza, esse recurso-solução da implantação em etapas

torna-se a principal consideração ao projetar o tamanho e a freqüência das etapas.

Incerteza quanto à vida operacional do data center. Se o próprio período de vida operacional do data center for incerto – por exemplo, se houver um risco conhecido de que o data center precisará ser parado ou fisicamente deslocado parcialmente durante sua vida operacional – o tamanho das etapas graduais pode levar em conta esse risco, para reduzir o desperdício em potencial de desmontar a capacidade reserva nunca utilizada. Se um evento dessa natureza se tornar iminente, o crescimento escalonado pode ser interrompido.

Custo e interrupção. Independentemente da eficiência da instalação ou do preço dos equipamentos, sempre haverá algum custo e paralisação associada à implantação de uma etapa de crescimento escalonado. Isso precisa ser ponderado contra as vantagens estratégicas de se adicionar uma etapa no plano de crescimento gradual.

A Figura 15 mostra diversos exemplos de tamanhos de etapas.

O modelo de crescimento tem uma função-chave na sequência das atividades que leva o planejamento da infraestrutura física da fase conceitual para o detalhamento de projeto. Essa sequência de planejamento está descrita no Relatório APC No. 142: Projetos de data centers: Planejamento do sistema. A Figura 16 mostra o contexto do modelo de crescimento dentro da

sequência do planejamento do sistema.

Logo no início da sequência de planejamento o usuário fornece o perfil da carga de TI como uma informação de entrada na sequência de planejamento. Mais adiante na sequência de planejamento o plano da capacidade do sistema (incluindo as etapas graduais, se houver) é estabelecido com

base na arquitetura do projeto de referência selecionado e no layout da sala do usuário. (Observe que um tipo de plano de crescimento gradual é justamente NÃO FAZER o crescimento gradual – e sim implantar a construção máxima desde o início.) O tamanho e o tempo das etapas de crescimento gradual são informações de saída da sequência de planejamento.

A Figura 17 resume a transformação do modelo de crescimento a partir do perfil da carga da TI para o plano da capacidade do sistema. Toda essa atividade ocorre na sequência de planejamento, junto com outras atividades de planejamento do projeto.

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

APC by Schneider Electric Relatório APC No. 143 Rev. 1 Pagina 17

Figura 16 Papel do modelo de crescimento na sequência de planejamento (para obter mais informações sobre a sequência de planejament, veja o Relatório APC No. 142 link na seção de Recursos

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

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Escolha de um projeto de referência Um projeto de referência serve como um atalho para simplificar e economizar tempo entre a criação do perfil da carga da TI e criar um plano da capacidade do sistema para suportar

esse perfil de carga.

O perfil da carga da TI para o modelo de crescimento é estabelecido bem no início da sequência de planejamento. Conforme descrito anteriormente neste relatório, esse perfil prospectivo proporciona a base para uma idéia geral da estratégia de desenvolvimento e expansão (uma montagem completa contra uma montagem escalonada). Assim que essa estratégia geral for identificada, um projeto de referência pode ser selecionado. Cada projeto de referência tem um fator de “escalabilidade” associado – um tamanho de passo ou etapa que ele pode acomodar – que o torna mais ou menos apropriado para a estratégia geral de implantação.

Conforme já descrito, uma pequena diferença entre as cargas máxima e mínima esperadas representa uma alta certeza em relação aos planos de crescimento. Nesse caso, o projeto de referência selecionado pode ser menos flexível, projetado para uma capacidade específica com pouca possibilidade de começar pequeno e crescer gradualmente. Por outro lado, uma grande diferença entre a carga máxima e mínima esperada representa uma alta incerteza, e nesse caso o projeto de referência deve ser bem flexível (adaptável) em relação ao tamanho da etapa que ele pode acomodar.

> O que é um projeto de referência?

Começando a partir do perfil da carga de TI, existem potencialmente milhares de maneiras de como o sistema da infraestrutura de energia elétrica do data center poderia ser projetado, porém existe apenas uma quantidade bem menor de “bons” projetos. Uma biblioteca desses bons projetos – ou seja, de projetos recomendados – pode ser utilizada para reduzir rapidamente as possibilidades. Bem similar a um catálogo de projetos de cozinha em uma loja de decoração para o lar, essa biblioteca de "projetos de referência" fornece uma opção da arquitetura geral para o projeto do sistema. Cada projeto de referência incorpora um nível de criticidade, uma capacidade máxima de desenvolvimento e expansão, características de escalabilidade, custo, e de eficiência no uso da energia (PUE).

Um projeto de referência é um atalho para o projeto final do usuário, com a maior parte do desenvolvimento de engenharia já incorporado, porém com variabilidade suficiente para atender os requisitos específicos de uma faixa de projetos de usuários. A biblioteca de projetos de referência precisa ser preparada por uma empresa com conhecimentos especializados no projeto de data centers e nos produtos específicos disponíveis.

As características de escalabilidade do projeto de referência selecionado, combinado com o layout das fileiras no planejamento do piso do usuário, fornecem as informações necessárias para desenvolver um tamanho de etapa apropriado para a parte de crescimento escalonado do plano da capacidade do sistema.

Um projeto de referência adaptável pode crescer gradualmente para corresponder a uma faixa de capacidades. Um projeto de referência menos adaptável estará voltado para uma capacidade específica – embora ele tenha ampla capacidade para atender as cargas menores de um crescimento até aquela capacidade, utilizá-lo dessa forma significa uma despesa desperdiçada devido ao superdimensionamento.

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

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Figura 17 Transformação do perfil da carga de TI no plano da capacidade do sistema

Figura 17 Transformação do perfil da carga de TI no plano da capacidade do sistema

Recurso relacionado Relatório APC 144

Estabelecimento de planos de piso para Data Centers

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

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Uso do modelo de crescimento nos cálculos do TCO (Custo total de propriedade

Figura 18 Comparação de um desenvolvimento inicial completo contra um gradual, presumindo uma carga final MÁXIMA

O modelo de crescimento é uma ferramenta essencial para análise do custo total de propriedade (TCO) a fim de comparar os planos de capacidade. A incerteza sobre a carga futura da TI pode ser difícil de avaliar, mas ela é um fator crítico que precisa ser reconhecida e quantificada de alguma forma para uma tomada de decisão bem informada acerca do custo dos planos alternativos. O modelo de crescimento descrito neste relatório fornece uma maneira simples para incorporar a incerteza nos cálculos TCO. Embora o modelo não possa representar a faixa verdadeira ou a idéia da incerteza na projeção da carga futura da TI, ele pode fornecer uma medida simples da “carga esperada”, que é útil para corrigir um erro grave, feito frequentemente na análise do TCO.

O erro é o seguinte: Uma reação comum dos projetistas em relação à dificuldade de representar a incerteza no modelo é ignorá-la, e assumir a carga final MÁXIMA como o valor do desenvolvimento

e expansão final para a análise do custo total de propriedade, o que pode mascarar muito os benefícios estratégicos e financeiros consideráveis de um plano de implantação gradual.

Observe a comparação mostrada na Figura 18, que ilustra esse tipo de erro. Os dois gráficos representam o desenvolvimento e expansão para a carga final MÁXIMA, sendo que o Plano A

mostra uma montagem completa desde o início e o Plano o B mostra a implantação gradual para essa expansão completa. Uma comparação do custo total de propriedade entre esses dois cenários indica uma economia representada pela área sombreada, que é o montante de superdimensionamento evitado pelo Plano B. Se houver uma incerteza quanto à carga final da TI (o que praticamente sempre acontece), essa comparação subestima significativamente a vantagem estratégica de uma implantação gradual.

Plano A Plano B

Desenvolvimento completo desde o início Crescimento escalonado

O erro grave na análise do custo total de propriedade acima é a premissa de que as instalações serão, com certeza, construídas no nível da carga final MÁXIMA. De fato, os data centers raramente atingem a carga prevista pelo parâmetro carga final MÁXIMA, e muitos data centers encerram sua vida operacional com uma carga abaixo da metade da carga máxima presumida.

Um método melhor é utilizar a carga final MÁXIMA e a carga final MÍNIMA para estimar a incerteza. A análise do custo total de propriedade não é uma ciência exata – ela assume premissas com base em cenários estatisticamente prováveis. É raramente possível prever com exatidão a carga final de um data center.

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

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Figura 20 Comparação do desenvolvimento completo desde o inicio contra uma implantação gradual, presumindo uma carga “prevista” calculada

Figura 19 Carga “prevista” calculada como média entre a carga final MÁXIMA e MÍNIMA

Na maioria dos casos, nem a carga final MÍNIMA nem a carga final MÁXIMA será provavelmente a carga real final. Na falta de um dado inteligente detalhado a respeito da probabilidade de qualquer carga final específica, uma carga “prevista” razoável pode ser assumida como a média entre a carga final MÁXIMA e a carga final MÍNIMA, conforme mostrado na Figura 19. Se os dados forem

compilados para muitos data centers que tenham esses mesmos parâmetros mínimo e máximo, a média dos dois valores é um carga final mais provável e mais válida para a análise do TCO, do que

apenas os extremos de máximo ou mínimo.

A carga “prevista” (à esquerda) serve apenas para a análise do custo inicial e para o planejamento da empresa. O plano da capacidade do sistema (acima) precisa atender sempre a carga máxima, com uma estratégia escalonada que permita a redução ou parada do desenvolvimento com o passar do tempo.

A Figura 20 mostra a comparação do custo total de propriedade do Plano A e do Plano B, desta vez

utilizando a técnica melhorada de computar uma carga “prevista” a partir da média entre os parâmetros de carga final MÁXIMA e carga final MÍNIMA.

Plano A Plano B

Desenvolvimento completo desde o início Crescimento escalonado

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

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Na análise melhorada da Figura 20, a economia no custo total de propriedade engloba a possibilidade de que o desenvolvimento completo até a capacidade máxima pode não ocorrer. Essa é uma análise mais válida, porque ela engloba o resultado provável, não o resultado de um dos dois

extremos (o máximo). 1 Observe a economia em potencial muito maior (área azul) quando é considerado o resultado provável de um desenvolvimento incompleto. Esse resultado deve ser considerado, porque ele é estatisticamente muito mais provável que a carga máxima da TI, representada pelo parâmetro carga final MÁXIMA.

Se houver incerteza, a análise da Figura 20 representa mais com precisão a vantagem significativa de uma implantação gradual em relação ao desenvolvimento completo desde o início.

A maior importância de uma análise precisa do custo total de propriedade

Quando o custo da energia era baixo, em geral, era uma questão de orgulho profissional e de estar preparado para ter um data center com grande reserva de capacidade de energia elétrica e de resfriamento para “administrar qualquer coisa.” Um desenvolvimento completo desde o início para atender o parâmetro carga final MÁXIMA (como na Figura 20, Plano A) foi historicamente um maneira a prova de falhas para atender essa meta. Mas hoje, com um fornecimento de energia restringido e custos exorbitantes, uma capacidade ociosa excessiva se tornou financeira e ecologicamente incoerente. Uma infraestrutura de energia elétrica e de resfriamento igualmente eficaz, porém enxuta, está ser tornando o novo paradigma. A capacidade de fazer uma comparação realística das estratégias de desenvolvimentos propostas é fundamental para a implantação de um sistema utilizado de forma eficiente. A estimativa cuidadosa da carga de TI máxima e mínima possível e, depois usar esses extremos para estimar uma carga estatisticamente “prevista”, é uma maneira simples, porém eficaz, para fazer uma análise mais realista do custo total de propriedade de projetos alternativos.

Baseado no modelo de crescimento apresentado neste Relatório Técnico, o Centro de Ciências para Data Centers da APC desenvolveu uma calculadora que opera via internet para auxiliar a análise do custo total de propriedade de data centers. A ferramenta APC TradeOff No. 8, Calculadora para o Plano de Crescimento de Data Centers está ilustrada na Figura 21. Essa calculadora demonstra

como diversos cenários de planos de capacidade podem afetar os custos de um data center ao longo do tempo.

O usuário define o perfil da carga de TI, incluindo a incerteza na carga final, junto com diversas características da infraestrutura física, como tamanho das etapas do módulo e a redundância do sistema. A calculadora compara o custo total de propriedade de um data center que cresce passo a passo até atingir a carga final prevista contra um data center que é superdimensionado a partir do primeiro dia para acomodar a carga final máxima da TI.

1 A metodologia de cálculo do custo total de propriedade da APC utiliza, de forma padrão, o valor médio entre os parâmetros carga final MÁXIMA e carga final MÍNIMA do perfil da carga da TI fornecido pelo usuário. Entretanto, assim que o conceito da carga “prevista” – não da carga máxima

possível – é entendido como o valor correto para o cálculo do custo total de propriedade, o usuário pode aplicar inteligência empresarial adicional para ajustar o valor esperado, a fim de refletir a incerteza ainda melhor que a simples média dos valores máximo e mínimo inicialmente informados.

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

APC by Schneider Electric Relatório APC No. 143 Rev. 1 Pagina 23

Figura 21 Ferramenta APC TradeOff No. 8,

Calculadora para o plano de crescimento de data centers

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Conclusão

Um modelo de crescimento eficaz é fundamental para o planejamento de data centers, porque ele quantifica uma fonte principal de confusão e de falha de comunicação entre os projetistas: a incerteza. Se for possível capturar e isolar a incerteza em um modelo de crescimento, outras atividades de planejamento podem prosseguir de acordo com um processo pré-definido e organizado.

O modelo de crescimento descrito neste relatório é simples, porém eficaz. Ele utiliza parâmetros expressos em termos comuns aos projetistas de data centers – carga inicial, carga final máxima e mínima, e tempo de crescimento. Não existe análise detalhada para prever o futuro da economia, do setor, ou dos negócios. Esse tipo de previsão precisa da carga final da TI não seria apenas difícil (talvez impossível), ela seria também desnecessária. Uma informação bem baseada dos dois extremos amplos – o mínimo e o máximo – é suficiente para desenvolver um plano de desenvolvimento e expansão prático, com base na técnica simples de uma implantação gradual para acomodar um futuro incerto.

A implantação gradual é uma estratégia poderosa para gerenciar a incerteza, e tornou-se possível devido a desenvolvimentos recentes em equipamentos de energia elétrica e de resfriamento que permitem implantação gradativa de elementos modulares. Ela corrige o problema antigo do desperdício com a subutilização da capacidade de energia e de resfriamento superdimensionada para uma capacidade alvo. A implantação gradual atua como um “volante de direção” para manter o desenvolvimento alinhado com a realidade – para manter a capacidade mais próxima da carga, permitir a reavaliação e ajuste das etapas subsequentes à medida que o tempo passa, e evitar investimentos desperdiçados em uma infraestrutura superdimensionada que pode não vir a ser utilizada.

Além do papel de orientação do projeto da infraestrutura de energia elétrica e do resfriamento, esse modelo de crescimento também exerce uma função fundamental na análise do custo total de propriedade para comparar projetos de sistemas alternativos antes da escolha de um deles. Ele ajuda a corrigir um erro grave de presumir que a carga final será a carga máxima projetada – uma meta raramente atingida nas instalações de data centers. Esse erro comum obscurece o benefício substancial do custo total de propriedade de uma implantação gradual.

A incerteza em relação às futuras operações da IT é uma frustração comum no planejamento de data centers. Uma ferramenta essencial para um planejamento bem sucedido é um modelo de crescimento que utiliza uma terminologia comum para descrever a expectativa da carga de TI, fornece uma estratégia prática para gerenciar a incerteza, e fornece uma informação de entrada útil para a análise do custo total de propriedade.

Sobre os autores Neil Rasmussen é Vice-Presidente Sênior de Inovação na APC, que é a Unidade de Negócios de TI da Schneider Electric. Neil define instruções de tecnologia para o maior orçamento de P&D do mundo dedicado à energia elétrica, resfriamento e infra-estrutura de racks para redes críticas.

Neil é detentor de 14 patentes relacionadas à alta eficiência e alta densidade da infraestrutura de energia e resfriamento para data centers, publicou mais de 50 relatórios técnicos relacionados a sistemas de energia e de resfriamento, muitos publicados em mais de 10 idiomas, mais recentemente com o foco voltado para a melhoria da eficiência energética. É um palestrante reconhecido internacionalmente em temas relacionados a data centers de alta eficiência. Neil trabalha atualmente para avançar a ciência de soluções escaláveis de infra-estrutura de alta eficiência e alta densidade para data centers e é o principal criador do sistema InfraStruXure da APC.

Antes de fundar a APC em 1981, Neil recebeu seus diplomas de graduação e de mestrado em engenharia elétrica do MIT onde apresentou sua tese sobre a análise de uma fonte de alimentação de 200 MW para o reator de fusão Tokamak. De 1979 a 1981 trabalhou nos laboratórios Lincoln do MIT em sistemas de armazenamento de energia em volantes de inércia e em sistemas de energia elétrica solar.

Suzanne Niles é analista sênior de pesquisas do Centro de Ciências para Data Centers da APC. Estudou matemática

no Wellesley College antes de se graduar em Ciências da Computação no MIT, apresentando uma tese sobre reconhecimento de caracteres redigidos à mão. Suzanne vem educando diversos públicos por mais de 30 anos utilizando uma ampla variedade de mídias, desde manuais de software a fotografias e musicas para crianças.

Projetos de data centers: Modelo de crescimento

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Recursos

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Data Center Projects: System Planning

Relatório APC No. 142

Avoiding Costs from Oversizing Data Center and Network Room Infrastructure

Relatório APC No. 37 Pesquise todos os Relatórios APC

whitepapers.apc.com Establishing Floor Plans for Data Centers

APC White Paper 144

Guidelines for Specification of Data Center Criticality/Tier Levels

Relatório APC No. 122

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APC TradeOff Tool 8

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