PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA Políticas Públicas.

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PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA Políticas Públicas

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PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

Políticas Públicas

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O entendimento do processo saúde-doença :

Resultante de determinada organização social influenciado por diversos aspectos que caracterizam a inserção social dos indivíduos em grupos em busca de melhor qualidade de vida.

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PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

• Atualmente, apesar de a saúde não mais ser considerada apenas como a inexistência de doença, ainda podemos perceber, que a prática dos serviços volta – se prioritariamente para uma atuação curativa que envolve ações relativas somente à doença.

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PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

• A preocupação dos profissionais centra-se na queixa apresentada pelo paciente e a conduta a ser adotada procura apenas "solucionar" o problema, sem a preocupação de esclarecer suas causas.

• Devemos desenvolver intervenções de prevenção e controle permanentes da saúde da população, visando à melhoria dos indicadores de saúde.

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PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

• Saúde e doença são manifestações das formas de viver em sociedade, e não um acaso no destino das pessoas.

• O processo saúde-doença decorre da qualidade de vida das populações.

• As possibilidades de adoecimento e morte dependerão de como se vive em sociedade, sendo distintas em função da classe ou grupo social, da cultura, da raça, da geração e do gênero.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

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A QUALIDADE DE VIDA É ENTENDIDA COMO :

uma condição relacionada ao modo de viver em sociedade, articulado o momento histórico, o grau de liberdade social, as conquistas técnico-científicas e a possibilidade de seu usufruto pela população.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

• Em 1977, a Organização Mundial da Saúde propôs a seguinte meta: "Saúde para todos no ano 2000".

• Como decorrência, tanto o cenário brasileiro quanto o mundial estabeleceram um debate sobre o conceito de saúde-doença e a estruturação dos serviços de saúde.

• Como ponto central: conceito de equidade, reconhecendo-se como fundamental a superação das desigualdades sociais para a melhoria das condições de saúde das populações.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Carta de Ottawa sobre Promoção da Saúde•A I Conferência Mundial de Promoção da saúde ocorreu em 1986, na cidade de Ottawa, Canadá, tornando-se a principal referência nesse campo e contribuindo para ampliar as discussões sobre os determinantes da saúde (fatores sociais, econômicos e ambientais)e as ações de promoção.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

• A promoção da saúde foi conceituada como "processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde.

• A população deixe de ser apenas o alvo dos programas, passando a assumir uma posição atuante na definição dos problemas a serem enfrentados.

• Amplia-se a concepção de saúde referindo-a aos seus determinantes.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Políticas Públicas Saudáveis •Em 1988, na conferência realizada em Adelaide, Austrália, as discussões centraram-se no tema políticos públicas saudáveis, reforçando o entendimento da saúde como direito humano fundamental e sólido investimento social.

•Para o fortalecimento das políticas públicas saudáveis, foi evidenciada a necessidade de ampliar o interesse e a preocupação de diferentes setores no sentido de ambientes favoráveis à vida.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

• DESTACA – SE o conceito de equidade, como meta para a superação das desigualdades decorrentes da inserção social diferenciada

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A visão global e responsabilidade internacionalista:

Os países desenvolvidos teriam a obrigação de assegurar que suas próprias políticas

públicas resultassem em impactos positivos na saúde das nações em desenvolvimento.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

• Por exemplo: no caso das doenças diarréicas, a ação intersetorial sobre os determinados poderia envolver,

• Instituições de saúde,

• Habitação e urbanismo (que verificaria o planejamento do crescimento das cidades, oferecendo moradias em locais que não prejudiquem o meio ambiente),

• Órgãos responsáveis por água e esgotos (com vistas à ampliação da oferta de água tratada e disponibilizarão de rede de esgoto para a população),

• Setor de educação(que introduziria conceitos de higiene pessoal no conteúdo curricular, a partir das primeiras séries).

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Ambientes Favoráveis a Saúde•A III Conferência Internacional de Promoção da Saúde, que aconteceu em 1991, em Sundsvall, na Suécia, contribuiu para a melhor caracterização do que vem a ser ambientes saudáveis.

•Ambiente saudável é aquele isento de riscos de acidentes, de contaminação, de esforço físico inadequado, de exposição a situação de discriminação, violência ou injustiça.

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Enfatiza o tema ambiente não apenas à dimensão física ou natural mas também nas dimensões social,

econômica, política e cultural.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

• Em 1992, na América Latina, em Santafé de Bogotá, Colômbia, foi realizada uma Conferência Internacional de Promoção da Saúde

• Foi destacada a importância dos determinantes sociais sobre a saúde dos povos.

• A análise das situações concretas de vida populações, ressaltando o contingente da população em situação de miséria e de exclusão social nos países de economia dependente.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

• Em 1997, em Jacarta, Indonésia, ocorreu a IV Conferência Internacional de Promoção da Saúde.

Foi a primeira vez que um país asiático e em desenvolvimento, com problemas básicos extremamente sérios nas áreas de educação, saúde, trabalho, sediou um evento como esse, o que acabou por reforçar os propósitos anteriormente delineados para a promoção da saúde.

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

• Outro aspecto muito importante na organização dos programas e na prática em saúde coletiva é a identificação das necessidades sentidas pela população-alvo.

• Reconhecer os problemas sempre foi uma função dos profissionais de saúde, porém é necessário identificar o que a população considera problema e quais são os mecanismos para o seu enfrentamento.

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DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA CARTA DE OTTAWA

Conferência Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários

1ª Conferência internacional sobre Promoção da Saúde

Visa as desigualdades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, e entre regiões desfavorecidas

Visa principalmente os países industrializados

Procura responder às necessidades e problemas de saúde mais prevalentes: doenças infecto-contagiosas (endémicas); desnutrição/fome; mortalidade materno-infantil …

Procura corresponder às “expectativas” de pleno bem-estar – global, holístico, mediante o controlo de fatores determinantes. Mais sofisticação, exigência e complexidade (“sociedades mais complexas e interdependentes”)

Ao setor da saúde compete, principalmente, a prestação de cuidados primários (prevenção, cura, reabilitação), intervenção na comunidade e educação para a saúde (para prevenção e controlo de problemas de saúde mais prevalentes)

O setor da saúde deverá sofrer reorientação: além da prestação de cuidados, salienta-se a promoção da saúde (além da investigação, educação e formação)

O elemento chave são os CPS:− Assistência continuada− Acesso universal− Proteção das comunidades (fonte de “autoconfiança”)− Proximidade aos locais onde vivem e trabalham− Refletem as condições do país

O elemento-chave são as políticas saudáveis, que permitem:− Capacitação, “empowerment” de indivíduos/grupos − Emancipação e responsabilidade dos cidadãos de todos os setores e em todos os contextos (“saúde criada e vivida em todos os contextos da vida: onde se aprende, se trabalha, se brinca, se ama”)

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MECANISMOS OPERACIONAIS CONCRETOS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA QUALIDADE DE

VIDA

• Políticas Públicas saudáveis, • Governabilidade, • Gestão social integrada, • Intersetorialidade, • Estratégias dos municípios saudáveis, • Desenvolvimento local (ênfase).

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EFEITOS DAS POLÍTICAS MALÉFICAS DO SÉCULO XX

• Desigualdades sociais; • Danos ambientais• Ambientes sociais mórbidos geradores

de sociopatias e psicopatias;• Violência, drogas.

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COMPROMISSO MODERNO DE POLÍTICAS PÚBLICAS SAUDÁVEIS:

• Compromisso político - situar a saúde no topo da agenda pública;

• Compromisso técnico de enfatizar os fatores determinantes do processo saúde-doença.

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PERSPECTIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS SAUDÁVEIS

• Ultrapassa as ações ambientais da saúde pública tradicional;

• Reformulação inovadora do conceito de saúde;

• Reformulação do conceito de Estado e seu papel perante a sociedade.

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NOVA CONCEPÇÃO DE SAÚDE X POLÍTICAS PÚBLICAS

SAUDÁVEIS:

• Evitar doenças e prolongar a vida;

• Ampliar a qualidade de vida “vivida”;

• Ampliar a capacidade de autonomia e padrão de bem-estar (valores e escolhas);

• Intervenção sanitária refere-se não apenas à dimensão objetiva dos agravos e dos fatores de risco, mas aos aspectos subjetivos, portanto às representações social de saúde e doença;

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“... A essência das políticas públicas saudáveis visa não apenas diminuir o risco de doenças, mas aumentar as chances de

saúde e de vida, acarretando uma intervenção multi e intersetorial sobre os chamados determinantes do processo

saúde-enfermidade”.

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“EMPOWERMENT” DA POPULAÇÃO

ORGANIZADA: • Distribuição de deveres e direitos entre

Estado e sociedade, entre indivíduos e coletivos, entre público e privado;

• Pré-requisito institucional e político para a definição da “saúde que queremos”;

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INTERSETORIALIDADE:

Definição: “...o processo no qual objetivos, estratégias, atividades e recursos de cada setor são considerados segundo suas repercussões e efeitos nos objetivos, estratégias, atividades e recursos dos demais setores” (OPAS,1992).

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PROCESSO DAS AÇÕES INTERSETORIAIS :

• Essas áreas interagem entre si e com a área da saúde;

• Em conjunto, utilizam recursos da sociedade;

• Influenciam a qualidade de vida e a demandas sobre os serviços de saúde.

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EXEMPLOS NO BRASIL:

• Comunidade Solidária (1998): experiência de gestão pública e mobilização social, com perspectiva de ação intersetorial;

• Proposta Agenda 21, construção social de uma agenda de desenvolvimento que leva em conta sua sustentabilidade em termos ambientais;

• Contribuição efetiva para a construção teórica e prática dessas propostas, através da estratégia dos municípios saudáveis.

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O MOVIMENTO DAS CIDADES SAUDÁVEIS

• Europa, 1986.

O Projeto Cidades Saudáveis “... visa ao desenvolvimento de planos de ação locais para a promoção da saúde, baseados nos princípios de saúde para todos da OMS”. (Ashton,1993)

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CONSTITUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS

SAUDÁVEIS: Quatro Fases: 1. Início oficial e a determinação de

prioridades; 2. Preparação de um plano de ação; 3. Unificação dos comitês organizadores e

execução de atividades; 4. Criação de sistemas de informação para

monitoramento e avaliação do processo.

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BASES PARA ESTRUTURAÇÃO DO

MUNICÍPIO SAUDÁVEL: • Articulação de políticas públicas saudáveis; • Ação intersetorial; • Participação comunitária.

DESAFIOS ENFRENTADOS PARA O ALCANCE DOS OBJETIVOS E METAS:

• Identificação das melhores formas de institucionalidade social;

• Novas dinâmicas de gestão municipal integrada e participativa.

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CONCLUSÕES: • Profissionais de saúde, os movimentos

sociais, organizações populares, políticos e autoridades públicas têm responsabilidades sobre as repercussões positivas ou negativas que as políticas públicas têm em relação à saúde e as condições de vida;

• Os Municípios Saudáveis, através da institucionalidade social a ser construída e da promoção da saúde por intermédio da ação intersetorial, viabilizam as políticas públicas;

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• Não há receitas prontas!A prática da promoção da saúde, por profissionais e ativistas da saúde, através da mediação intersetorial, mais população, mais poder público, mais capacitação para o exercício da cidadania, são contribuições inestimáveis.

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BRASIL ATUAL E A ÓTICA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE:  

• Mudanças da legislação; • Inovações nos programas de Agentes

Comunitários de Saúde; • Saúde da Família; • Propostas para o desenvolvimento local -

Agenda 21 local • Alianças pró-saúde, inovações na gestão

pública, intersetorialidade; • Vontade política.