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Promoção de uma Cultura de Convivência em Ambiente Escolar Projecto de Intervenção Corvo, 03 de Fevereiro de 2011 ESCOLA BÁSICA INTEGRADA MOUZINHO DA SILVEIRA VILA DO CORVO

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Promoção de uma Cultura de Convivência em

Ambiente Escolar

Projecto de Intervenção

Corvo, 03 de Fevereiro de 2011

ESCOLA BÁSICA INTEGRADA MOUZINHO DA SILVEIRA – VILA DO CORVO

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A Escola… uma porta aberta para o conhecimento e para a construção de uma cidadania activa,

responsável e esclarecida

Projecto elaborado por:

Deolinda Estêvão

(Presidente do Conselho Executivo)

Debatida e analisada pela equipa de prevenção da indisciplina na escola

Eva Alves (Presidente do Conselho Pedagógico)

Anabela Santos (Coordenadora dos Directores de Turma)

John Branco (Professor Tutor)

Joana Brízido (Directora de Turma e professora de EVT)

Apresentada em Conselho Pedagógico a: 23/02/11

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ÍNDICE

Introdução ------------------------------------------------------------------------------- 4

I - Apresentação e caracterização do projecto ----------------------------------- 5

1- Contexto de intervenção ------------------------------------------------------- 5

II – Diagnóstico

1- Análise das necessidades e recursos existentes -----------------------------

6

2- Intencionalidades /objectivos a atingir --------------------------------------

8

III - Intervenção

1- Fases da intervenção ----------------------------------------------------------- 8

2- Processo de avaliação ---------------------------------------------------------- 9

3- Resultados esperados ----------------------------------------------------------- 10

ANEXO

Bibliografia

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“Torna-se necessário acreditar que é possível inventar

um mundo no qual todas as crianças poderão aprender.”

Schlechty, Phillip (1990)

INTRODUÇÃO

Vivemos tempos em que as escolas e os professores se debatem com graves problemas relacionados com

comportamentos desviantes, que constituem motivo de preocupação para a generalidade das escolas, do país e

para a sociedade em geral. A prová-lo estão as recentes notícias de bullying e de violência escolar, amplamente

mediatizadas pelos meios de comunicação social.

A actual economia globalizada e extremamente competitiva, exige que reequacionemos o papel da

escola e dos seus agentes educativos. Vivemos numa sociedade onde prevalece a diversidade aos mais

diferentes níveis.

Há cada vez mais uma maior mobilidade das populações. Na Europa este aspecto torna-se

particularmente evidente com os acordos e tratados entre os países membros da União Europeia. O tratado de

Schengen, decorrente dos debates lançados nos anos 80 sobre a livre circulação de pessoas, aboliu o controlo de

fronteiras e harmonizou as regras e normas de circulação facilitando, desta forma, a circulação e a mobilidade.

Perante estas questões de multiculturalidade, decorrentes de todo este processo de mobilidade, é natural

que surjam divergências das mais diversas espécies. É indispensável, então, a boa administração dos problemas

que venham a surgir para que a harmonia e o respeito estejam presentes no ambiente escolar e não interfiram no

processo de ensino e aprendizagem.

Perante esta diversidade de comportamentos e da multiplicidade de conflitos que daí podem advir, a

elaboração de um projecto de convivência apresenta-se como um importante meio para tentar prevenir,

solucionar e bem administrar quaisquer divergências que se desenvolvam nas instituições de ensino.

É partindo destes pressupostos que procuraremos traçar um projecto de intervenção onde se promova

uma cultura de convivência salutar de forma a minimizar os riscos de exclusão em termos de origem social,

económica e cultural.

Sendo o conhecimento o motor do crescimento sustentável o reforço da educação para todos é um dos

meios mais eficazes para combater as desigualdades. A prevenção de situações de violência e de abandono

escolar precoce permite reduzir o número casos posteriores de violência e exclusão do mercado de trabalho,

bem como os riscos de uma futura exclusão social. Há que garantir maior importância aos grupos vulneráveis, à

igualdade de género e à coesão social para garantir que ninguém é excluído.

Desta forma o Parlamento Europeu propõe, no âmbito duma futura estratégia para a Europa 2020, uma

abordagem global para a reforma curricular. Para melhorar as competências é necessário adoptar uma

abordagem global para a reforma curricular. Organizar os conteúdos da aprendizagem de cada disciplina e

ensinar diferentes competências de forma explicita. Dever-se-ão utilizar novas abordagens pedagógicas e

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didácticas e de formação de professores, alunos e de outros interessados. As escolas deverão promover a

saúde e o bem-estar dos seus alunos, bem como uma cidadania activa (incluindo o contexto europeu) e

incentivar os alunos e professores a serem inovadores e criativos.

Neste actual contexto a escola tem um papel importante na promoção de uma cidadania inclusiva, indo

ao encontro das diferentes necessidades educativas dos cidadãos, respondendo com flexibilidade e

desenvolvendo a riqueza do seu capital cultural múltiplo.

Assim, importa reflectir regularmente sobre o que fazemos, como fazemos e para que fazemos,

(Lindsay & Thompson,1997; Desforges, 1997; Lunt, 1997; Attwood & Thompson, 1997; Thompson, 1997,

citado por Morgado, S/D).

I - Apresentação e caracterização do projecto

1- Contexto de intervenção

A Ilha do Corvo é uma comunidade com características únicas. Trata-se do mais afastado território

deste país – juntamente com a ilha das Flores –, povoado por apenas 488 habitantes. A comunidade local possui

características verdadeiramente singulares que resultam de séculos de isolamento e da sua reduzida dimensão

(menos de meio milhar de habitantes agarrados a uma rocha com apenas 17 Km2).

Não resistimos citar a brilhante descrição que Raul Brandão fez desta comunidade: “aqui tenho sempre

presentes a ideia de Deus e a ideia da morte e vejo o tempo medir minuto a minuto na ampulheta a vida que

passa. A ilha é pobre e escalfada, o silêncio mete medo, e o isolamento completo e fechado em roda pelo mar

atormentado. Na verdade eu não podia viver como estes homens, mas na hora da morte queria ser um destes

homens.”

O resultado da evolução e do contexto histórico desta comunidade é a sobrevivência de uma sociedade

com um forte espírito comunitário e uma idiossincrasia de natureza praticamente familiar. A projecção que

chega à escola desta vivência comunitária reflecte-se num ambiente quase sem conflito e sem competição. No

entanto, surgem algumas situações de indisciplina que exigem, da parte dos agentes educativos, uma

intervenção que evite a evolução para situações mais graves de violência.

Relativamente à caracterização da escola, trata-se de uma escola com uma importância fundamental

para esta comunidade localizada numa região ultraperiférica, pois para além do seu papel educacional – com 38

alunos divididos por sete turmas – a escola funciona, também, como o centro cultural da ilha. A escola está

localizada num meio social e economicamente desfavorecido, no entanto a reduzida dimensão da ilha e o

espírito comunitário e de entreajuda que aqui prevalece faz com que famílias originárias de outras ilhas e com

problemas de integração social aqui se estabeleçam e se integrem na comunidade. Nos últimos anos a escola tem

sentido algumas dificuldades em lidar com situações de indisciplina/conflito com crianças provenientes de

meios socioeconómicos difíceis que têm provocado, situações de indisciplina e alguma violência na escola.

Como não dispomos nem de um psicólogo ou do apoio regular de técnicos especializados na área da

intervenção social a nossa intervenção tem sido, de certa forma, insuficiente para colmatar alguns focos de

indisciplina tendente para actos de alguma violência

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Com este projecto de intervenção pretende-se a recolha de elementos de informação que leve ao

conhecimento mais aprofundado sobre as manifestações e dimensões dos fenómenos de indisciplina na escola,

tornando-os mais claros e operativos de forma a possibilitar a sua utilização como instrumento de decisão

política e de intervenção no quotidiano da escola.

Pretendemos, ainda, operacionalizar, com base nos recursos existentes, medidas internas

operativas que nos permitam prevenir e resolver as situações de indisciplina/conflito.

II – Diagnóstico

1- Análise das necessidades e recursos existentes

Para facilitar o diagnóstico, em termos de prevenção de situações de conflito que ajudem a traçar um

projecto de convivência salutar, começaremos por traçar o seguinte plano acompanhado de uma análise

Swot que a seguir se descreve:

Problemas Prioritários da escola Necessidades prioritárias

Comportamentos de agressões verbais e

físicas a alunos

Alguns comportamentos isolados de

agressões verbais a docentes

Possíveis fenómenos de bullying

Desencadear mecanismos de prevenção da violência;

Proporcionar a aos alunos as condições que permitam

proteger e promover a sua segurança, saúde, formação,

educação, bem-estar e desenvolvimento integral.

Envolver as famílias no projecto educativo dos seus filhos;

Elaborar adaptações curriculares;

Solicitar a intervenção técnica da acção social junto de

famílias onde se detectem dificuldades no sentido de lhe

prestar o apoio social necessário e elaborar um diagnóstico da

situação;

Continuar a solicitar a Intervenção dos Serviços de Psicologia

e Orientação;

Rever o PEE e do RI;

Melhorar o trabalho em rede com os demais parceiros

sociais;

Acompanhar e avaliar as medidas propostas.

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Análise SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities and Threats)

(Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças)

Forças (recursos existentes)

Um PAA bastante diversificado em termos de

ofertas de actividades de enriquecimento;

Actividades extra-curriculares (4 clubes e

ADE);

Existência do professor-tutor e de um

regimento de tutoria;

Vigilância dos intervalos por uma equipa de

professores destacada para o efeito;

Constituição de uma equipa de professores

motivados para intervir e implementar a

mudança.

Fraquezas

Inexistência de um plano interno da escola de

prevenção da violência e da Indisciplina;

Baixa participação da família no projecto

educativo dos seus filhos;

Falta de um psicólogo;

Baixa escolarização das famílias.

Oportunidades (recursos a criar)

Envolvimento todos os agentes, numa

perspectiva sistémica no projecto de

intervenção;

Identificação das causas da violência e

Indisciplina;

Intervenção dos serviços de Acção Social;

Colaboração com a Comissão de Protecção de

Crianças e Jovens;

Intervenção dos Serviços de Psicologia;

Adaptações curriculares;

Adaptação do Projecto Educativo e do

Regulamento Interno (reforço das actividades

de integração dos alunos no seio da

comunidade escolar);

Fomentar um programa de mediação entre

pares, a dinamizar nas aulas de cidadania com

o objectivo de formar alunos capazes de

apoiar a gestão de conflitos e prevenir

situações de confronto e choque em

consonância com as regras e a ordem

disciplinar instituídas na escola;

Ameaças

Escassez de recursos humanos (assistentes

operacionais);

Normativos legais pouco operacionais e

eficientes em termos pedagógicos;

Instabilidade característica da adolescência;

Não valorização do saber, saber ser e estar;

Currículos demasiado teóricos e pouco

apelativos;

Demissão dos pais na educação dos filhos;

Falta de autoridade parental.

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Equipar o espaço de convívio dos alunos com

jogos e actividades lúdicas;

Animação pedagógica dos intervalos;

Elaboração de Planos Individuais de

Prevenção do Insucesso e Abandono Escolar;

Reforço dos mecanismos de vigilância

Interna.

2- Intencionalidades /objectivos a atingir

Prevenir e evitar situações de indisciplina e violência na escola;

Prevenir situações de insucesso e abandono escolar;

Envolver os pais no processo educativo dos seus filhos;

Melhorar o trabalho em rede;

Promover uma escola inclusiva, tolerante, compreensiva e socialmente interveniente.

III – Intervenção

1- Fases da Intervenção (AnexoI)

Em linhas gerais, esta estratégia de intervenção consiste na análise integrada de múltiplos factores

que influenciam as relações interpessoais, nomeadamente na família e na escola e destes sistemas entre

si, sendo que esta análise implica a integração de diferentes fontes de conhecimento.

Um sistema é uma rede comunicacional. Cada elemento afecta o sistema e é afectado pelos

diferentes intervenientes. Segundo Costa e Matos (2007) “Intervir numa perspectiva sistémica implica

colocar questões e estimular processos que tornam o sistema capaz de definir o seu próprio

trajecto”. Desta forma, trabalhar com o sistema implica construir objectivos de acordo com as

necessidades que vão surgindo neste processo relacional. Isto é, quando olhamos o indivíduo,

devemos atender ao seu contexto e às relações e interacções aí desenvolvidas.

Neste sentido, a escola é entendida como um sistema, a sala de aula como um subsistema e a família

como fazendo parte de um largo “ecossistema” – a comunidade - e de um supra-sistema - a cultura e a

sociedade. É esta diversidade que faz da escola um sistema complexo de interacções.

Segundo Littlejohn e Domenici (2001, apud Costa e Matos, p. 100), podem ser definidos diferentes

princípios para intervir numa perspectiva sistémica:

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1- Não existe apenas uma versão sobre o acontecimento. Não é possível encontrar apenas uma

realidade ou um diagnóstico, mas devem ser ouvidas as diferentes partes ou as diferentes

histórias, pois estas são o material de trabalho para uma mudança sistémica;

2- A mudança surge da interacção e não da prescrição;

3- A durabilidade da mudança acontece através do diálogo entre participantes. Os elementos

envolvidos necessitam sentir-se como responsáveis da mudança. Os agentes de intervenção

apenas sugerem processos que estimulem o envolvimento dos intervenientes no processo

relacional. A intervenção e a avaliação deverão ocorrer ao longo de todo o processo relacional;

4- Os limites dos sistemas são fluidos. Os sistemas não existem isoladamente, deverá existir uma

cooperação entre os diferentes sistemas: escola, família, comunidade e parceiros sociais;

5- O sistema controla-se a si próprio através de processos de retroacção. Os interventores no

conflito deverão procurar novas formas criativas e funcionais de resposta;

6- As influências do sistema podem tomar qualquer direcção. Nesta perspectiva a abordagem

sistémica do conflito não é linear. Os actores envolvidos deverão encontrar novas abordagens

de resolução e reflectir sobre as suas grelhas em relação ao conflito.

Gostaríamos ainda de destacar que perante um sintoma de problema, a escola poderá apelar à

colaboração externa de mediadores ou usar os meios internos de que dispõe, isto é, a actuação dos

órgãos que têm poderes para resolver a situação ou apelar à colaboração de parceiros sociais,

nomeadamente psicólogos, assistentes sociais, etc. de acordo com o diagnóstico das situações

vividas.

De referir que numa abordagem sistémica do conflito é necessário sermos criativos, analisar quais

os pontos fracos e fortes, definir as áreas prioritárias de intervenção, que poderão realizar-se ao

nível do indivíduo e dos sistemas, ser capazes de aproveitar as oportunidades e unir esforços com

as famílias, desenvolvendo um trabalho em rede essencial para proporcionar condições óptimas

para o desenvolvimento saudável e harmonioso dos nossos alunos. Para tal elaboramos um plano

de intervenção que consta do Anexo I.

2- Processo de avaliação

Este projecto será avaliado pela equipa responsável pela prevenção da indisciplina na escola e

adaptado e ajustado em conformidade.

O conselho pedagógico e o conselho executivo irão acompanhar, muito intensamente, esta

situação.

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O professor-tutor apresentará à presidente do conselho executivo relatórios da evolução do

comportamento dos alunos que acompanha e das estratégias implementadas para a resolução de

situações de indisciplina/violência registados.

3- Resultados Esperados

Um dos princípios subjacentes à educação é a promoção da democratização do ensino e garantir o

direito a uma justa e efectiva igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolar.

Neste sentido, cabe à escola responder às necessidades resultantes da realidade social e contribuir

para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, incentivando a formação

de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários.

A Escola debate-se com alguns problemas de foro disciplinar, nesta perspectiva a estratégia global e

prioritária da escola deverá centrar-se na promoção e desenvolvimento do espírito democrático e

pluralista onde os alunos deverão aprender a respeitar os outros e as suas ideias, a tomar decisões,

a ser cidadãos com uma mentalidade aberta ao diálogo e à livre troca de opiniões, ou seja a

aprenderem o que lhes vai ser essencial para a sua vida futura, dotando-os duma formação plena e

integral.

Neste sentido, a concretização deste projecto terá como tema aglutinador: “ A Escola… uma porta aberta para

o conhecimento e para a construção de uma cidadania activa, responsável e esclarecida.”

A realização deste ideal cívico só será conseguido com esforço, rigor, trabalho e exigência por parte de

todos os intervenientes no processo educativo.

Partindo desta máxima, a Escola espera REFORÇAR:

O DESENVOLVIMENTO de actividades propícias à integração social, à aprendizagem e ao desenvolvimento

integral da personalidade das crianças e jovens;

A PROMOÇÃO do sucesso escolar avaliado através da capacidade de promoção da frequência escolar e dos

resultados das aprendizagens escolares dos alunos;

A PRÁTICA de uma cultura de colaboração entre os membros da comunidade educativa.

A PROJECÇÂO da escola a nível social e garantir credibilidade de desempenho da Escola.

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ANEXOS

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Fases da intervenção Estratégias/Actividades Agentes da intervenção

Calendarização

Fa

se 1

- S

ensi

bil

izaçã

o

Sen

sib

iliz

açã

o

Sensibilização para a temática da indisciplina/violência escolar.

Sendo este tema muitas vezes omitido ou desvalorizado é

importante, numa primeira fase, sensibilizar os agentes da

intervenção. A sensibilização visa, progressivamente, o

acolhimento do projecto pelos órgãos da escola, a adesão por

parte do corpo docente e dos funcionários, o apoio dos pais e a

participação dos alunos, incitando, simultaneamente, todos os

agentes, a serem co-autores dos objectivos do projecto.

Formação de grupos de trabalho

na escola;

Apresentação do projecto a

todos os docentes;

Divulgação do projecto a todos

os intervenientes.

Realização de debates e criação

de cartazes, prospectos e

campanhas ilustrativas com

linguagem acessível ao público-

alvo.

Órgãos de escola;

Professores

Funcionários

Pais

Alunos

Psicóloga

Técnico da Acção Social

Coordenadora do projecto de

saúde escolar.

Reunião com a equipa de

intervenção

Campanha de sensibilização: Ao

longo do ano lectivo

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F

ase

2 -

Dia

gn

óst

ico

Dia

gn

óst

ico

Fas

e 1

Constituição de uma equipa (constituída por diferentes agentes

educativos) de implementação e acompanhamento do projecto

de convivência em meio escolar.

Diagnóstico, realizado através de entrevistas a diversos agentes

educativos no sentido de identificar as situações críticas,

analisar as situações convergentes e as expectativas dos agentes

educativos (professores, funcionários, alunos e pais).

Constituição de uma

equipa (constituída

por diferentes agentes

educativos) de

implementação e

acompanhamento do

Projecto de

convivência em meio

escolar.

Participações disciplinares

Participações de ocorrência

Participações orais dos

alunos e dos pais dos alunos.

Equipa de implementação

e acompanhamento do

projecto de convivência

em meio escolar.

No início de cada ano lectivo

Fa

se 3

- S

inali

zaçã

o

Sinalização de potenciais situações de indisciplina/Conflito.

Com base na análise das

Participações de

indisciplina/ocorrência/orais

Ao longo do ano

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F

ase

5-

Op

era

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o

Fase

4 –

Parc

eria

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Fa

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– O

per

aci

on

ali

zaçã

oF

ase

5

Continuar a solicitar a colaboração de parceiros sociais,

nomeadamente psicólogos, assistentes sociais, Comissão de

Protecção de Crianças e Jovens em Risco.

Realização de reuniões

com os parceiros sociais

no sentido de formalizar as

parcerias e de estabelecer

compromissos.

Órgão de Gestão, equipa,

de implementação e

acompanhamento do

projecto de convivência

em meio escolar.

Ao longo do ano

Formação

Medidas pedagógicas

Dar formação adequada aos

docentes, não docentes pais

e alunos. É importante

insistir na renovação da

formação. Esta formação

deverá funcionar como um

vector de animação cultural,

de qualificação social, de

indução de cidadania,

robustecendo-a com mais

amplos saberes e mais

diversificadas

competências.

Activar a figura do

professor-tutor e divulgar o

Todos os agentes

educativos

Conselhos de turma

Ao longo do projecto

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Sala de aula

regimento de tutoria.

Criar um currículo adaptado

para os alunos com maiores

dificuldades de

aprendizagem.

Elaboração de Planos

Individuais de Prevenção do

Insucesso e Abandono

Escolar.

Fomentar um programa de

mediação entre pares na

perspectiva de formar

alunos capazes de apoiar a

gestão de conflitos e

prevenir situações de

confronto e choque em

consonância com as regras e

a ordem disciplinar

instituídas na escola.

Dinamizar estratégias de

ensino aprendizagem

Implementar nas aulas de

cidadania o módulo

curricular “Cidadania e

segurança” em todas as

turmas da escola.

Ao longo do ano

De preferência no 1º período

(No presente ano lectivo este

módulo é obrigatório e deverá

ser articulado com as

planificações já existentes).

A leccionação deste módulo

deverá ser sumariada pelos pares

pedagógicos de cidadania.

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Manutenção dos espaços exteriores e interiores da escola

centradas no aluno e no

saber fazer. Implementar

estratégias de “leraning by

doing” e do “activ

learning”

Os professores deverão

praticar um ensino activo e

operacionalizar medidas

de cooperação, estruturar

um plano de trabalho

conjunto, dinamizar as

assembleias de turma e

activar estratégias de “Role

playing”.

Cuidar dos espaços da

escola de forma a torná-la

um espaço acolhedor para

os alunos. Com esta

medida pretende-se

valorizar todos os factores

que possam levar os

Projecto Eco-escolas

A partir do presente período

lectivo

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alunos a gostar da escola.

Por isso ela deve ser, no

seu todo, um espaço

acolhedor, esteticamente

agradável e

funcionalmente adequado.

Esta medida será

articulada com as

actividades do clube do

ambiente e projecto eco-

escolas para que os locais

de recreio e o jardim

possam ser mantidos em

boas condições. Cuidar das

plantas e das árvores do

recreio.

Investir na decoração da

escola tanto ao nível das

salas de aula como nos

espaços de recreio. Os

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Vigilância

clubes existentes na escola

e a professora de EVT

deverão implementar esta

actividade.

Pretende-se com esta

medida transformar a

escola num local aprazível,

onde todos possam

relacionar-se sem

constrangimentos levando

os alunos a desenvolver

um sentimento positivo em

relação à escola.

Reforçar os mecanismos de

vigilância interna para

evitar a prática de qualquer

violência e desacato

(capacidade de impor o

sistema normativo).

Concentrar todos os alunos

no piso inferior durante os

Clubes e área de EVT

Professores, funcionários

e alunos mediadores

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PEE

PAA

períodos de intervalo.

Dinamizar actividades de

animação do recreio.

(elaborar um cronograma

semanal com possíveis

actividades a dinamizar).

Adaptar o Projecto

Educativo (reforço das

actividades de integração

dos alunos no seio da

comunidade escolar).

Incluir as actividades deste

projecto, e outras que

venham a ser propostas nos

departamentos curriculares,

no Plano Anual de

Actividades.

Equipa de intervenção

Conselho Pedagógico e

Assembleia de Escola

Departamentos

curriculares e Conselho

Pedagógico

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Bibliografia

Brandão, R. (reimpressão de 2001). As Ilhas Desconhecidas. Notas e Paisagens, Editora Frenesi.

Costa, E.; Matos, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta. pp. 75-

120.

Costa, M. E. e Vale, D. (1998). A violência nas escolas. Lisboa: IIE.

Carmo, H. (s/d). Conferência Internacional sobre a Prevenção da Violência na Escola. Apresentação

dos Resultados Finais de Projectos apoiados pela Iniciativa CONNECT - DG Educação e Cultura

“Luta Contra a Violência nas Escolas”.

Grave - Resendes, L. (2004). O Direito à Educação e a Educação dos Direitos, in Educação e Direitos

Humanos, CNE, seminário, painel I – Aprender a Prevenir e a Gerir Conflitos.

Jares, X. (2006). Pedagogia de la convivência. Barcelona: Graó.

Pereira, J. e Gomes, B. (2007). Conflito - gestão do conflito. Coimbra: Instituto Politécnico de

Coimbra.

Schlechty, Phillip (1990), Schools for the 21st Century – Leadership Inperatives for Educational

Reform, San Francisco: Jossey-Bass Publishers.

Netografia

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