PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais...

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GUSTAVO DE SOUZA TEIXEIRA PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ GOURMET NA CIDADE DE BELO HORIZONTE, DIRETAMENTE DO PRODUTOR PARA O CONSUMIDOR FINAL BELO HORIZONTE 2015

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Page 1: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

GUSTAVO DE SOUZA TEIXEIRA

PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUICcedilAtildeO DE CAFEacute

GOURMET NA CIDADE DE BELO HORIZONTE DIRETAMENTE DO

PRODUTOR PARA O CONSUMIDOR FINAL

BELO HORIZONTE

2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESPECIALIZACcedilAtildeO EM LOGIacuteSTICA ESTRATEacuteGICA E SISTEMA DE TRANSPORTE

GUSTAVO DE SOUZA TEIXEIRA

PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUICcedilAtildeO DE CAFEacute

GOURMET NA CIDADE DE BELO HORIZONTE DIRETAMENTE DO

PRODUTOR PARA O CONSUMIDOR FINAL

Monografia apresentada ao Curso de

Especializaccedilatildeo em Logiacutestica Estrateacutegica e

Sistemas de Transporte da Universidade

Federal de Minas Gerais como requisito parcial

agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em

Logiacutestica Estrateacutegica e Sistemas de Transporte

Orientadora Profa Dra Leise Kelli de Oliveira

Aacuterea de concentraccedilatildeo Logiacutestica de distribuiccedilatildeo

BELO HORIZONTE

2015

Teixeira Gustavo de Souza T266p Proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet na cidade de

Belo Horizonte diretamente do produtor para o consumidor final [manuscrito] Gustavo de Souza Teixeira - 2015

41 f enc il

Orientadora Leise Kelli de Oliveira

Monografia apresentada ao Curso de Especializaccedilatildeo em Logiacutestica Estrateacutegica e Sistemas de Transporte da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Especialista em Logiacutestica Estrateacutegica e Sistemas de Transporte Bibliografia f 38-41 1 Logiacutestica empresarial I Oliveira Leise Kelli de III Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia III Tiacutetulo

CDU 656

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos agrave vida por mais uma oportunidade de conhecer aprender e de

me aproximar de pessoas certas para isto

Agrave Professora Leise muito obrigado pela oportunidade de aprender e a atenccedilatildeo concedida

desde o primeiro contato Toda habilidade e envolvimento pelo o que faz eacute encantador e

contagia Muito obrigado

Agrave Mariana que me incentivara nesse periacuteodo com muito amor compreensatildeo e sabedoria

Te amo

E por fim Papai mamatildee e Bruno Sempre juntos

RESUMO

Atualmente a palavra gourmet eacute utilizada em referecircncia a um segmento sofisticado que mais

cresce no mercado A mudanccedila no haacutebito de consumo por parte da populaccedilatildeo mobiliza as

empresas e provoca a necessidade de se especializarem para oferecerem ao mercado o que tecircm

de melhor Neste cenaacuterio a produccedilatildeo de cafeacutes especiais tem sido explorada pela induacutestria

cafeeira e os resultados satildeo positivos para investidores que possuem estrateacutegia diferenciada

independente do porte do seu negoacutecio Haacute oportunidades portanto para o produtor cafeeiro

um especialista detentor da mateacuteria-prima Ainda assim o novo player no segmento premium

tecircm o desafio de desenvolver um modelo de distribuiccedilatildeo que supere as barreiras tradicionais de

comercializaccedilatildeo deste produto Alternativamente este trabalho apresenta uma proposta de

vendas diretas personalizadas de produtos de alto valor agregado o cafeacute gourmet diretamente

do produtor ao consumidor final localizado na cidade de Belo Horizonte

Palavras chaves cafeacute gourmet vendas diretas produtor consumidor final meio urbano

ABSTRACT

Currently the gourmet word is used in reference to a sophisticated fastest growing segment in

the market The change in consumption habits by the population mobilizes businesses and

causes the need to specialize to offer the market what they have best to offer In this scenario

the production of specialty coffees has been exploited by the coffee industry and the results are

positive for investors with a differentiated strategy regardless of the size of your business

There are opportunities therefore for the coffee producer a holder specialist raw materials

Still the new player in the premium segment are challenged to develop a distribution model

that overcomes the traditional barriers to commercialization of this product Alternatively this

work proposes a personalized direct sales of high value added products gourmet coffee directly

from the producer to the final consumer in the Belo Horizonte city

Key words gourmet coffee direct sales producer final costumer the urban

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES

ABEVD ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

BSCA ndash Brazil Specialty Coffee Association

CBN ndash Central Brasileira de Notiacutecia

CND ndash Consultor Natura Digital

CONAB ndash Companhia Nacional de Abastecimento

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte 27

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 2: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESPECIALIZACcedilAtildeO EM LOGIacuteSTICA ESTRATEacuteGICA E SISTEMA DE TRANSPORTE

GUSTAVO DE SOUZA TEIXEIRA

PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUICcedilAtildeO DE CAFEacute

GOURMET NA CIDADE DE BELO HORIZONTE DIRETAMENTE DO

PRODUTOR PARA O CONSUMIDOR FINAL

Monografia apresentada ao Curso de

Especializaccedilatildeo em Logiacutestica Estrateacutegica e

Sistemas de Transporte da Universidade

Federal de Minas Gerais como requisito parcial

agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em

Logiacutestica Estrateacutegica e Sistemas de Transporte

Orientadora Profa Dra Leise Kelli de Oliveira

Aacuterea de concentraccedilatildeo Logiacutestica de distribuiccedilatildeo

BELO HORIZONTE

2015

Teixeira Gustavo de Souza T266p Proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet na cidade de

Belo Horizonte diretamente do produtor para o consumidor final [manuscrito] Gustavo de Souza Teixeira - 2015

41 f enc il

Orientadora Leise Kelli de Oliveira

Monografia apresentada ao Curso de Especializaccedilatildeo em Logiacutestica Estrateacutegica e Sistemas de Transporte da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Especialista em Logiacutestica Estrateacutegica e Sistemas de Transporte Bibliografia f 38-41 1 Logiacutestica empresarial I Oliveira Leise Kelli de III Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia III Tiacutetulo

CDU 656

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos agrave vida por mais uma oportunidade de conhecer aprender e de

me aproximar de pessoas certas para isto

Agrave Professora Leise muito obrigado pela oportunidade de aprender e a atenccedilatildeo concedida

desde o primeiro contato Toda habilidade e envolvimento pelo o que faz eacute encantador e

contagia Muito obrigado

Agrave Mariana que me incentivara nesse periacuteodo com muito amor compreensatildeo e sabedoria

Te amo

E por fim Papai mamatildee e Bruno Sempre juntos

RESUMO

Atualmente a palavra gourmet eacute utilizada em referecircncia a um segmento sofisticado que mais

cresce no mercado A mudanccedila no haacutebito de consumo por parte da populaccedilatildeo mobiliza as

empresas e provoca a necessidade de se especializarem para oferecerem ao mercado o que tecircm

de melhor Neste cenaacuterio a produccedilatildeo de cafeacutes especiais tem sido explorada pela induacutestria

cafeeira e os resultados satildeo positivos para investidores que possuem estrateacutegia diferenciada

independente do porte do seu negoacutecio Haacute oportunidades portanto para o produtor cafeeiro

um especialista detentor da mateacuteria-prima Ainda assim o novo player no segmento premium

tecircm o desafio de desenvolver um modelo de distribuiccedilatildeo que supere as barreiras tradicionais de

comercializaccedilatildeo deste produto Alternativamente este trabalho apresenta uma proposta de

vendas diretas personalizadas de produtos de alto valor agregado o cafeacute gourmet diretamente

do produtor ao consumidor final localizado na cidade de Belo Horizonte

Palavras chaves cafeacute gourmet vendas diretas produtor consumidor final meio urbano

ABSTRACT

Currently the gourmet word is used in reference to a sophisticated fastest growing segment in

the market The change in consumption habits by the population mobilizes businesses and

causes the need to specialize to offer the market what they have best to offer In this scenario

the production of specialty coffees has been exploited by the coffee industry and the results are

positive for investors with a differentiated strategy regardless of the size of your business

There are opportunities therefore for the coffee producer a holder specialist raw materials

Still the new player in the premium segment are challenged to develop a distribution model

that overcomes the traditional barriers to commercialization of this product Alternatively this

work proposes a personalized direct sales of high value added products gourmet coffee directly

from the producer to the final consumer in the Belo Horizonte city

Key words gourmet coffee direct sales producer final costumer the urban

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES

ABEVD ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

BSCA ndash Brazil Specialty Coffee Association

CBN ndash Central Brasileira de Notiacutecia

CND ndash Consultor Natura Digital

CONAB ndash Companhia Nacional de Abastecimento

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte 27

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Teixeira Gustavo de Souza T266p Proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet na cidade de

Belo Horizonte diretamente do produtor para o consumidor final [manuscrito] Gustavo de Souza Teixeira - 2015

41 f enc il

Orientadora Leise Kelli de Oliveira

Monografia apresentada ao Curso de Especializaccedilatildeo em Logiacutestica Estrateacutegica e Sistemas de Transporte da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Especialista em Logiacutestica Estrateacutegica e Sistemas de Transporte Bibliografia f 38-41 1 Logiacutestica empresarial I Oliveira Leise Kelli de III Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia III Tiacutetulo

CDU 656

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos agrave vida por mais uma oportunidade de conhecer aprender e de

me aproximar de pessoas certas para isto

Agrave Professora Leise muito obrigado pela oportunidade de aprender e a atenccedilatildeo concedida

desde o primeiro contato Toda habilidade e envolvimento pelo o que faz eacute encantador e

contagia Muito obrigado

Agrave Mariana que me incentivara nesse periacuteodo com muito amor compreensatildeo e sabedoria

Te amo

E por fim Papai mamatildee e Bruno Sempre juntos

RESUMO

Atualmente a palavra gourmet eacute utilizada em referecircncia a um segmento sofisticado que mais

cresce no mercado A mudanccedila no haacutebito de consumo por parte da populaccedilatildeo mobiliza as

empresas e provoca a necessidade de se especializarem para oferecerem ao mercado o que tecircm

de melhor Neste cenaacuterio a produccedilatildeo de cafeacutes especiais tem sido explorada pela induacutestria

cafeeira e os resultados satildeo positivos para investidores que possuem estrateacutegia diferenciada

independente do porte do seu negoacutecio Haacute oportunidades portanto para o produtor cafeeiro

um especialista detentor da mateacuteria-prima Ainda assim o novo player no segmento premium

tecircm o desafio de desenvolver um modelo de distribuiccedilatildeo que supere as barreiras tradicionais de

comercializaccedilatildeo deste produto Alternativamente este trabalho apresenta uma proposta de

vendas diretas personalizadas de produtos de alto valor agregado o cafeacute gourmet diretamente

do produtor ao consumidor final localizado na cidade de Belo Horizonte

Palavras chaves cafeacute gourmet vendas diretas produtor consumidor final meio urbano

ABSTRACT

Currently the gourmet word is used in reference to a sophisticated fastest growing segment in

the market The change in consumption habits by the population mobilizes businesses and

causes the need to specialize to offer the market what they have best to offer In this scenario

the production of specialty coffees has been exploited by the coffee industry and the results are

positive for investors with a differentiated strategy regardless of the size of your business

There are opportunities therefore for the coffee producer a holder specialist raw materials

Still the new player in the premium segment are challenged to develop a distribution model

that overcomes the traditional barriers to commercialization of this product Alternatively this

work proposes a personalized direct sales of high value added products gourmet coffee directly

from the producer to the final consumer in the Belo Horizonte city

Key words gourmet coffee direct sales producer final costumer the urban

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES

ABEVD ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

BSCA ndash Brazil Specialty Coffee Association

CBN ndash Central Brasileira de Notiacutecia

CND ndash Consultor Natura Digital

CONAB ndash Companhia Nacional de Abastecimento

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte 27

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 4: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos agrave vida por mais uma oportunidade de conhecer aprender e de

me aproximar de pessoas certas para isto

Agrave Professora Leise muito obrigado pela oportunidade de aprender e a atenccedilatildeo concedida

desde o primeiro contato Toda habilidade e envolvimento pelo o que faz eacute encantador e

contagia Muito obrigado

Agrave Mariana que me incentivara nesse periacuteodo com muito amor compreensatildeo e sabedoria

Te amo

E por fim Papai mamatildee e Bruno Sempre juntos

RESUMO

Atualmente a palavra gourmet eacute utilizada em referecircncia a um segmento sofisticado que mais

cresce no mercado A mudanccedila no haacutebito de consumo por parte da populaccedilatildeo mobiliza as

empresas e provoca a necessidade de se especializarem para oferecerem ao mercado o que tecircm

de melhor Neste cenaacuterio a produccedilatildeo de cafeacutes especiais tem sido explorada pela induacutestria

cafeeira e os resultados satildeo positivos para investidores que possuem estrateacutegia diferenciada

independente do porte do seu negoacutecio Haacute oportunidades portanto para o produtor cafeeiro

um especialista detentor da mateacuteria-prima Ainda assim o novo player no segmento premium

tecircm o desafio de desenvolver um modelo de distribuiccedilatildeo que supere as barreiras tradicionais de

comercializaccedilatildeo deste produto Alternativamente este trabalho apresenta uma proposta de

vendas diretas personalizadas de produtos de alto valor agregado o cafeacute gourmet diretamente

do produtor ao consumidor final localizado na cidade de Belo Horizonte

Palavras chaves cafeacute gourmet vendas diretas produtor consumidor final meio urbano

ABSTRACT

Currently the gourmet word is used in reference to a sophisticated fastest growing segment in

the market The change in consumption habits by the population mobilizes businesses and

causes the need to specialize to offer the market what they have best to offer In this scenario

the production of specialty coffees has been exploited by the coffee industry and the results are

positive for investors with a differentiated strategy regardless of the size of your business

There are opportunities therefore for the coffee producer a holder specialist raw materials

Still the new player in the premium segment are challenged to develop a distribution model

that overcomes the traditional barriers to commercialization of this product Alternatively this

work proposes a personalized direct sales of high value added products gourmet coffee directly

from the producer to the final consumer in the Belo Horizonte city

Key words gourmet coffee direct sales producer final costumer the urban

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES

ABEVD ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

BSCA ndash Brazil Specialty Coffee Association

CBN ndash Central Brasileira de Notiacutecia

CND ndash Consultor Natura Digital

CONAB ndash Companhia Nacional de Abastecimento

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte 27

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

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Page 5: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

RESUMO

Atualmente a palavra gourmet eacute utilizada em referecircncia a um segmento sofisticado que mais

cresce no mercado A mudanccedila no haacutebito de consumo por parte da populaccedilatildeo mobiliza as

empresas e provoca a necessidade de se especializarem para oferecerem ao mercado o que tecircm

de melhor Neste cenaacuterio a produccedilatildeo de cafeacutes especiais tem sido explorada pela induacutestria

cafeeira e os resultados satildeo positivos para investidores que possuem estrateacutegia diferenciada

independente do porte do seu negoacutecio Haacute oportunidades portanto para o produtor cafeeiro

um especialista detentor da mateacuteria-prima Ainda assim o novo player no segmento premium

tecircm o desafio de desenvolver um modelo de distribuiccedilatildeo que supere as barreiras tradicionais de

comercializaccedilatildeo deste produto Alternativamente este trabalho apresenta uma proposta de

vendas diretas personalizadas de produtos de alto valor agregado o cafeacute gourmet diretamente

do produtor ao consumidor final localizado na cidade de Belo Horizonte

Palavras chaves cafeacute gourmet vendas diretas produtor consumidor final meio urbano

ABSTRACT

Currently the gourmet word is used in reference to a sophisticated fastest growing segment in

the market The change in consumption habits by the population mobilizes businesses and

causes the need to specialize to offer the market what they have best to offer In this scenario

the production of specialty coffees has been exploited by the coffee industry and the results are

positive for investors with a differentiated strategy regardless of the size of your business

There are opportunities therefore for the coffee producer a holder specialist raw materials

Still the new player in the premium segment are challenged to develop a distribution model

that overcomes the traditional barriers to commercialization of this product Alternatively this

work proposes a personalized direct sales of high value added products gourmet coffee directly

from the producer to the final consumer in the Belo Horizonte city

Key words gourmet coffee direct sales producer final costumer the urban

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES

ABEVD ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

BSCA ndash Brazil Specialty Coffee Association

CBN ndash Central Brasileira de Notiacutecia

CND ndash Consultor Natura Digital

CONAB ndash Companhia Nacional de Abastecimento

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte 27

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 6: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

ABSTRACT

Currently the gourmet word is used in reference to a sophisticated fastest growing segment in

the market The change in consumption habits by the population mobilizes businesses and

causes the need to specialize to offer the market what they have best to offer In this scenario

the production of specialty coffees has been exploited by the coffee industry and the results are

positive for investors with a differentiated strategy regardless of the size of your business

There are opportunities therefore for the coffee producer a holder specialist raw materials

Still the new player in the premium segment are challenged to develop a distribution model

that overcomes the traditional barriers to commercialization of this product Alternatively this

work proposes a personalized direct sales of high value added products gourmet coffee directly

from the producer to the final consumer in the Belo Horizonte city

Key words gourmet coffee direct sales producer final costumer the urban

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES

ABEVD ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

BSCA ndash Brazil Specialty Coffee Association

CBN ndash Central Brasileira de Notiacutecia

CND ndash Consultor Natura Digital

CONAB ndash Companhia Nacional de Abastecimento

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte 27

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 7: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

LISTA DE ABREVIACcedilOtildeES

ABEVD ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

BSCA ndash Brazil Specialty Coffee Association

CBN ndash Central Brasileira de Notiacutecia

CND ndash Consultor Natura Digital

CONAB ndash Companhia Nacional de Abastecimento

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte 27

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 8: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte 27

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 9: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

LISTA DE QUADRADOS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

15

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 10: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos 14

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta 18

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa 19

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta 20

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente 20

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos 22

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de novembro

a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014 23

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo 24

Figura 10 Mapa das regiotildees administrativas de Belo Horizonte 25

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000 26

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas 29

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

30

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom 31

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura 31

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final 33

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu localizada na Zona da

Mata mineira e Belo Horizonte na regiatildeo central do estado 34

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 11: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 12

12 Objetivos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana 14

22 O problema da uacuteltima milha 16

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor 17

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito 18

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas 19

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta 19

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente 20

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente 20

3 METODOLOGIA 21

31 A ABIC 21

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo 22

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte 24

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO 30

41 A Rede Natura 30

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos 32

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet 34

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 36

REFEREcircNCIAS 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 12: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Neste capiacutetulo estaacute contextualizado a tendecircncia de mercado para exploraccedilatildeo do cafeacute gourmet

no Brasil bem como as dificuldades relacionados a comercializaccedilatildeo do produto nos principais

meios de distribuiccedilatildeo Ainda seratildeo apresentadas a proposta do trabalho e sua justificava assim

como os objetivos geral e especiacuteficos

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O crescimento do mercado de luxo ou gourmet tem sido bastante explorado pelas empresas

que interessadas em compreender melhor as expectativas dos consumidores mais exigentes se

propuseram a ldquooferecer o que tecircm de melhorrdquo (TAMARA 2013) Especificamente o cafeacute tem

sido um produto muito explorado no segmento premium em que pesquisas demonstram que o

consumo de cafeacute gourmet cresce em torno de 15 ao ano no Brasil e os empreendedores que

se inserem nesse mercado tecircm bons retornos financeiros (BSCA 2014)

Mesmo diante um mercado proacutespero esses empreendedores enfrentam dificuldades para

posicionar seus produtos principalmente em supermercados onde haacute concorrecircncia com

grandes e consagradas marcas aleacutem do alto investimento para exposiccedilatildeo Para tanto Kloter e

Keller (2006) afirmam que as empresas podem desenvolver estrateacutegias de diferenciaccedilatildeo no

mercado e obter vantagens competitivas por explorar tambeacutem as ldquocoberturas especialidade e

o desempenho de seus canais de distribuiccedilatildeordquo Uma estrateacutegia que pode viabilizar o

empreendimento nesse nicho eacute o desenvolvimento de um modelo de negoacutecio que suporte a

entrega deste produto diretamente ao consumidor

O movimento de cargas eacute um fator importante dentro de uma cadeia logiacutestica quando se avalia

o custo dessa operaccedilatildeo (CHOPRA MEINDL 2012) Empresas de bens de consumo

comprometem aproximadamente 30 do custo logiacutestico agraves atividades de transportes de longa

e curta distacircncia (RESENDE et al 2012)

Em ambientes urbanos onde o transporte eacute caracterizado Resende et al (2012) como de curta

distacircncia movimentar cargas tem sido uma atividade muito complexa A burocracia quanto agrave

operaccedilatildeo de distribuiccedilatildeo de produtos as maacutes condiccedilotildees de traacutefego e a falta de pontos de

cargadescarga satildeo exemplos de fatores que dificultam esta operaccedilatildeo nesses centros (CRAINIC

et al apud CORREIA et al 2010)

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 13: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

13

Nesse cenaacuterio de mudanccedila de comportamento de consumo em que os padrotildees de

comercializaccedilatildeo das redes de supermercados apresentam barreiras agrave entrada de produtos natildeo

consagrados no mercado eacute fundamental que se desenvolva um modelo de distribuiccedilatildeo que

possibilite a reduccedilatildeo de custos total do produto de qualidade e com valor agregado e garante a

competitividade no segmento (COSTA 2002)

Com efeito esta pesquisa abordaraacute o desenvolvimento de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute

gourmet diretamente do produtor para o consumidor final situado no centro urbano

12 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho eacute propor um meacutetodo de distribuiccedilatildeo personalizado de produtos

de alto valor agregado com foco no cafeacute gourmet diretamente do produtor rural para o

consumidor localizado em meio urbano Satildeo objetivos especiacuteficos

Analisar a personalizaccedilatildeo da venda direta e seus desafios

Analisar as tendecircncias de consumo de cafeacute gourmet e o perfil do consumidor

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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lthttpwwwabeproorgbrbibliotecaENEGEP2006_TR540368_8017pdfgt In Encontro

Nacional de Engenharias de Produccedilatildeo 26 Fortaleza Ceara ENEGEP 2006 Acesso em 18 de

junho 2015

WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS Relatoacuterio anual de 2014

Disponiacutevel em

lthttpwwwwfdsaorgdocumentslibraryWFDSA_14_AnnualRep_182015pdfgt Acesso em

21 de maio de 2015

Page 14: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

Nesse capiacutetulo satildeo apresentados os conteuacutedos cientiacuteficos que suportaram o desenvolvimento

do trabalho Portanto estatildeo evidenciados os temas transporte e a problemaacutetica da distribuiccedilatildeo

urbana assim como a sua importacircncia para a economia e dinacircmica das cidades e o problema

da uacuteltima milha o qual estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da cadeia logiacutestica

21 O transporte e o problema da distribuiccedilatildeo urbana

Na logiacutestica o transporte tem a importante funccedilatildeo de movimentar produtos acabados ou

semiacabados desde o fornecedor ateacute o cliente final (BOWERSOX CLOSS 2010) Chopra e

Meindl (2010) destacam a importacircncia desta atividade para o desenvolvimento econocircmico uma

vez que ldquoraramente o produto eacute produzido proacuteximo ao consumidorrdquo Para Czerniak et al

(2000) esse elemento eacute um reflexo do processo econocircmico global nacional e local

Quanto agrave composiccedilatildeo de custos logiacutesticos o transporte tem um papel significante na cadeia de

suprimentos (CHOPRA MEINDL 2010) Resende et al (2014) confirmam por meio da

Figura 1 que o transporte de produtos acabados e mateacuteria-prima representa o principal fator de

custo logiacutestico seguidos pelos custos de armazenagem e de distribuiccedilatildeo urbana

respectivamente

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos maiores custos logiacutesticos

(FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL 2014)

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 15: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

15

No Brasil o modo rodoviaacuterio eacute apontado pela FDC (2014) como o modo de transporte mais

utilizado pelas empresas Essa predominacircncia pode ser explicada pelo incentivo as instalaccedilotildees

de induacutestrias automobiliacutesticas a partir da deacutecada de 1970 e planos poliacuteticos de integraccedilatildeo

nacional com a criaccedilatildeo de rodovias para o transporte de cargas e pessoas Consequentemente

na atualidade 817 das empresas realizam a distribuiccedilatildeo de seus produtos entre pequena e

longa distacircncia pelo modo rodoviaacuterio

Resende et al (2014) abordam dois importantes elementos para este trabalho a distribuiccedilatildeo de

cargas em longas e curtas distacircncias Os autores definem o transporte de longas distacircncias como

aquele que eacute realizado fora do periacutemetro urbano e natildeo eacute submetido agrave dinacircmica do traacutefego das

cidades em contrapartida o segundo eacute realizado nos centros urbanos

Eacute interessante esclarecer que haacute outros meacutetodos de classificaccedilatildeo da abrangecircncia das operaccedilotildees

de transporte O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Teacutecnicas e Econocircmicas

(DECOPE) da Associaccedilatildeo Nacional do Transporte de Cargas e Logiacutesticas (NTC amp Logiacutestica)

em 2014 especifica a atividade de acordo com a quilometragem percorrida conforme

demonstrado no Quadro 1

Quadro 1 Classificaccedilatildeo das extensotildees das operaccedilotildees de distribuiccedilatildeo no transporte de cargas

(Adaptado de DECOPE NTC amp LOGIacuteSTICA 2014)

Faixa de distacircncia Distacircncia

percorrida em km

Muito curtas Ateacute 50

Curtas 50 rarr 400

Meacutedias 400 rarr 800

Longas 800 rarr 2400

Muito longas 2400 rarr 6000

Natildeo menos importante que o transporte realizado nas grandes rodovias o transporte urbano de

carga eacute para Correia et al (2010) fundamental para o desenvolvimento das cidades e para

Browne et al (2007) estas operaccedilotildees impactam a sociedade a economia e o meio ambiente

Lima (2005) destaca que a distribuiccedilatildeo urbana de mercadoria se intensificou devido ao aumento

da variedade de produto disponiacutevel a mudanccedila dos haacutebitos de consumo no qual o consumidor

realiza compras em menor quantidade e pela possibilidade de se comprar pela internet aleacutem do

aumento do nuacutemero de consumidor No contexto do aumento da complexidade das operaccedilotildees

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 16: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

16

o operador logiacutestico atua para contribuir o aumento da competitividade no mercado pela

capacidade de superar as barreiras da distribuiccedilatildeo

Para Ogden (1992) apud Dutra (2005) o objetivo principal da distribuiccedilatildeo urbana de

mercadoria eacute disponibilizar a todos os setores da economia um produto ao menor custo social

total a partir de uma contribuiccedilatildeo econocircmica nos niacuteveis local regional e nacional da eficiecircncia

operacional focada na reduccedilatildeo de custos de transporte e traacutefego da minimizaccedilatildeo dos impactos

ambientais causados pelo grande volume de veiacuteculos nos centros urbanos da provisatildeo

gerenciamento de infraestrutura e regulamentaccedilatildeo das operaccedilotildees realizadas por veiacuteculos

pesados da reduccedilatildeo de acidentes e do desenvolvimento de recursos urbanos adequados

principalmente nos locais de geraccedilatildeo consolidaccedilatildeo ou distribuiccedilatildeo de cargas

Atualmente as grandes cidades prejudicadas pela falta de poliacuteticas de planejamento urbano

natildeo conseguem manter uma evoluccedilatildeo integral dos pilares econocircmico social e ambiental e esta

realidade distorce a percepccedilatildeo social sobre a importacircncia das movimentaccedilotildees de cargas

provoca ineficiecircncia de mobilidade aleacutem de aumentar o desgaste do ambiente (LIMA 2005)

22 O problema da uacuteltima milha

As relaccedilotildees comerciais que se intensificam com a mudanccedila no haacutebito de consumo

principalmente pelo avanccedilo das vendas pela internet provocam mudanccedilas na dinacircmica de

distribuiccedilatildeo de cargas no meio urbano devido ao desencadeamento do nuacutemero de viagens para

a entregas dos produtos (DUTRA 2004)

Conceitualmente eacute interessante destacar os formatos de vendas realizadas pela internet

Segundo Porter e Turban (2005) as relaccedilotildees comerciais mais comuns no ambiente virtual satildeo

Business to business (B2B) negociaccedilatildeo comercial que ocorre entre empresas

Business to consumer (B2C) negociaccedilatildeo comercial entre empresas e consumidores

Consumer to business (C2B) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores e empresas

Consumer to consumer (C2C) negociaccedilatildeo comercial entre consumidores

Especialistas apontam o problema da uacuteltima milha como uma consequecircncia das negociaccedilotildees

comerciais B2C Holmstroumlm et al (2001) definem a uacuteltima milha como uma operaccedilatildeo logiacutestica

de entrega de encomenda em domiciacutelio solicitada a uma empresa pelo proacuteprio consumidor

final Na mesma vertente Chopra e Meindl (2010) definem a problemaacutetica como a logiacutestica de

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

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Page 17: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

17

entrega direta a partir do distribuidor ou varejista ateacute a casa do cliente Por sua vez Dutra (2004)

relata que o problema da uacuteltima milha estaacute relacionado agrave distribuiccedilatildeo de cargas no final da

cadeia de suprimentos

Caacutemara (2004) apud Dutra (2004) relaciona quatro dificuldades agrave operaccedilatildeo logiacutestica de entrega

direta ao consumidor

dispersatildeo geograacutefica entre as empresas do comeacutercio eletrocircnico e consumidores finais

Este fator destaca o alto custo de distribuiccedilatildeo de pedidos miacutenimos solicitados pelos

clientes que se encontram dispersos uns dos outros e do proacuteprio fornecedor Para o

autor o valor do frete eacute alto para a entrega de pedidos muito baixos

porta fechada refere-se a incapacidade de recebimento do pedido quando o cliente natildeo

se encontra no local de entrega

logiacutestica reversa os altos custos de devoluccedilatildeo do produto devido agrave dificuldade de

recebimento Trata-se de um problema decorrente da situaccedilatildeo anterior porta fechada

muacuteltiplas tentativas de entrega a dificuldade de entrega para o cliente exige que o

fornecedor execute vaacuterias entregas e consequentemente isto provoca a elevaccedilatildeo dos

custos de operaccedilatildeo logiacutestica

Chopra e Meindl (2010) sugerem que as redes de distribuiccedilatildeo devam ser modeladas para

suportarem os desafios da entrega direta ao cliente Para eles os projetos de rede se originariam

a partir da resposta de duas questotildees ldquoo produto seraacute entregue no local do cliente ou apanhado

em um local predeterminadordquo e ldquoo produto passaraacute por um intermediaacuterio (ou por um local

intermediaacuterio)rdquo A partir das decisotildees tomadas pelas indagaccedilotildees anteriores os autores

propotildeem seis projetos de rede utilizados para a movimentaccedilatildeo de produtos da faacutebrica para o

cliente conforme apresentados e caracterizados nas subseccedilotildees a seguir

221 Armazenagem em fabricante com remessa direta ao consumidor

Este conceito de projeto contempla o embarque do pedido pelo fabricante para o consumidor

final sem a participaccedilatildeo do varejista conforme exporto na Figura 2 A informaccedilatildeo ou

comunicaccedilatildeo no entanto pode envolver o varejista Neste sentido os tempos de resposta

tendem a serem altos para a remessa direta ao cliente pois os pedidos devem ser transmitidos

do cliente para o varejista e deste para o fabricante

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 18: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

18

Uma grande vantagem desse modelo destacado por Chopra e Meindl (2010) eacute a capacidade de

centralizaccedilatildeo de estoques no fabricante o que permite alto niacutevel de disponibilidade e variedade

de produto principalmente se forem itens de alto valor agregado No entanto com a

centralizaccedilatildeo de estoques a distribuiccedilatildeo pode ser prejudicada devido agrave dispersatildeo geograacutefica em

relaccedilatildeo aos clientes finais Quando o pedido contempla mais de um fornecedor este fato se

agrava pela dificuldade de consolidaccedilatildeo de cargas Nesse aspecto os custos de transportes para

a remessa direta satildeo altos e a distacircncia meacutedia ateacute o cliente tambeacutem Em contrapartida eacute possiacutevel

que exista uma boa experiecircncia com os consumidores

Figura 2 Armazenagem em um fabricante com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

222 Armazenagem em fabricante com remessa direta e consolidaccedilatildeo em tracircnsito

Este conceito implica na consolidaccedilatildeo em tracircnsito de cargas com origens em diferentes

lugares para que seja realizada apenas uma entrega ao consumidor final Figura 3 O destaque

desse modelo de rede estaacute relacionado agrave capacidade de agregaccedilatildeo de estoques e customizaccedilatildeo

de produtos principalmente para aqueles de maior valor agregado Os custos de transporte satildeo

menores para o consumidor final devido agrave consolidaccedilatildeo ocorrer em um distribuidor mas a

logiacutestica reversa ainda eacute uma operaccedilatildeo de difiacutecil execuccedilatildeo aleacutem do alto custo que representa

Figura 3 Rede de consolidaccedilatildeo em tracircnsito

(CHOPRA MEINDL 2010)

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 19: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

19

223 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressas

O terceiro conceito aborda a entrega direta ao cliente final a partir de um distribuidor Figura

4 Em um centro de distribuiccedilatildeo satildeo mantidos os estoques dos fornecedores e as remessas satildeo

distribuiacutedas por transportadoras expressas que podem operar com veiacuteculos de menor porte

Consequentemente os custos de transporte reduzem principalmente se for requisitada uma

quantidade maior de volume Outro ponto a ser enfatizado eacute o baixo tempo de resposta para

atendimento ao cliente Os autores ainda destacam que o tempo de entrega pode variar de acordo

com a necessidade do cliente e que as experiecircncias desta operaccedilatildeo podem ser muito vaacutelidas

para manutenccedilatildeo dos negoacutecios das empresas

Figura 4 Armazenagem em distribuidor com entrega por transportadora de encomendas

expressa

(CHOPRA MEINDL 2010)

224 Armazenagem em distribuidor com entrega direta

Essa estrutura de rede determina que o distribuidor ou varejista distribua a encomenda

diretamente na casa do consumidor a partir de um centro distribuidor proacuteximo aos clientes

Figura 5 Essa modalidade apresenta o maior custo de transporte quando comparado aos outros

cinco projetos apresentados pelos autores e pode ser elevada caso a entrega for direcionada

para indiviacuteduos Em contrapartida o custo de distribuiccedilatildeo pode ser reduzido quando ocorrer

em grandes centros urbanos Aleacutem disso o autor considera esse formato de entrega justificaacutevel

para indiviacuteduos dispostos a pagar pelo serviccedilo

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 20: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

20

Figura 5 Armazenagem no distribuidor com remessa direta

(CHOPRA MEINDL 2010)

225 Armazenagem em fabricante ou no distribuidor com retirada pelo cliente

Esta abordagem compreende a retirada do produto pelo cliente no depoacutesito do fabricante ou em

um centro de distribuiccedilatildeo a partir de uma requisiccedilatildeo online do pedido Figura 6 Esse conceito

eacute eficaz por reduzir os custos de transportes com a eliminaccedilatildeo do serviccedilo ateacute o cliente aleacutem de

aproximar o cliente do fabricante Destaca-se tambeacutem que os niacuteveis de estoque para esta

estrutura podem ser baixos nos pontos de entrega de remessas Neste modelo os autores

destacam que as instalaccedilotildees devem ser bem estruturados para que seja possiacutevel processar os

pedidos demandados

Figura 6 Armazenagem no depoacutesito do fabricante ou distribuidor com retirada pelo cliente

(CHOPRA MEINDL 2010)

226 Armazenagem em varejista com retirada pelo cliente

Esse modelo eacute tradicional em uma cadeia de suprimentos O cliente requisita o pedido online

ou por telefone agrave uma rede varejista e retiram os pedidos em uma de suas lojas Esse projeto

demanda de um alto niacutevel de estoque no entanto o transporte natildeo eacute um fator gerador de custos

elevados devido principalmente ao fato das lojas serem abastecidas por caminhotildees ou carretas

que consolidam grandes volumes de carga

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

ASSOCIACcedilAtildeO NACIONAL DE TRANSPORTE DE CARGA E LOGIacuteSTICA Anuaacuterio

NTCampLogiacutestica 20142015 Disponiacutevel em

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- VIII - 2010 Disponiacutevel em

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Page 21: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

21

3 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido a partir do conceito de pesquisa accedilatildeo que segundo Tauchen

(2007) eacute elaborada para resolver problemas reais a partir de soluccedilotildees praacuteticas Terence e Filho

(2006) destacam que a objetividade desse modelo de estudo pode ser colaborativa desde que

contribua para novas investigaccedilotildees

O problema de distribuiccedilatildeo de produtos direto do produtor rural ateacute o consumidor final foi

inspirado pela oportunidade de inovaccedilatildeo de negoacutecio para o produtor de cafeacute baseado em uma

nova tendecircncia de consumo voltada pelo que haacute de melhor no mercado Para superar os desafios

de aproximar o produtor ao consumidor foram exploradas as operaccedilotildees de vendas diretas das

empresas Rede Natura e Quinta Valentina Eacute atraveacutes dos modelos de negoacutecios analisados

associado agraves perspectivas mercadoloacutegicas que se confirmaraacute a proposta do modelo de

distribuiccedilatildeo objeto do estudo

Eacute preciso destacar que este estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas de mercado oferecidas

pela associaccedilatildeo que rege pelos interesses da induacutestria cafeeira a ABIC A organizaccedilatildeo oferece

em seu site tanto aos seus associados quanto ao puacuteblico um acervo rico em estudos dos quais

foram extraiacutedas informaccedilotildees atualizadas para aprofundar no assunto e comprovar a veracidade

dos dados explorados

31 A ABIC

A Associaccedilatildeo Brasileira de Industria de Cafeacute a ABIC foi fundada em 1973 para representar as

induacutestrias de torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute no Brasil em negociaccedilotildees frente ao governo com o

objetivo de estabelecer poliacuteticas conforme os interesses do segmento (ABIC 2015)

O sucesso da Associaccedilatildeo foi alcanccedilado atraveacutes da criaccedilatildeo do programa de Autofiscalizaccedilatildeo da

Induacutestria de Cafeacute e desenvolvimento do Selo de Pureza da ABIC em 1989 (Figura 7) O

certificado de qualificaccedilatildeo atendeu a demanda de consumidores interessada por produto de

qualidade O resultado da iniciativa foi a estimulaccedilatildeo do consumo do interno da bebida

conforme apresentado na Figura 8 e a exportaccedilatildeo do conceito para Organizaccedilatildeo Mundial do

Cafeacute (ABIC 2015)

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 22: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

22

Figura 7 Imagem do selo de qualidade de utilizado pelo Programa de Qualidade do Cafeacute para

a certificaccedilatildeo de produtos

(ABIC 2015)

Outro projeto de qualidade voltado para o desenvolvimento da bebida foi realizado em 2003

quando foi lanccedilado o Programa de Qualidade do Cafeacute que permite o consumidor identificar a

qualidade do cafeacute adquirido por categoria Tradicional Superior e Gourmet Para a Associaccedilatildeo

o objetivo eacute diferenciar os produtos por qualidade e preccedilo A induacutestria tambeacutem pode se

beneficiar com este programa uma vez que suas atividades podem estar focadas na produccedilatildeo

especiacutefica do produto de acordo com o padratildeo preacute-estabelecido (ABIC 2015)

Atualmente a ABIC tem aproximadamente 500 empresas de torrefaccedilatildeo como associados e atual

em todo o territoacuterio nacional A entidade assessora seus soacutecios atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de

dados com estudos macroeconocircmicos e estatiacutesticos pesquisas de mercado anaacutelise setoriais

orientaccedilatildeo juriacutedica financeira marcas e produtos e desenvolvimento tecnoloacutegico A associaccedilatildeo

entende que o desafio do setor eacute produzir mais um produto cada vez qualificado e oferececirc-lo ao

consumidor ao menor custo possiacutevel (ABIC 2015)

32 O cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeo

O cafeacute eacute uma preferecircncia nacional Segundo uma pesquisa realizada pela ABIC em 2014 a

melhoria da produccedilatildeo o beneficiamento e a industrializaccedilatildeo do gratildeo provocou uma evoluccedilatildeo

de 124 do consumo no mercado interno de uma produccedilatildeo de 20333 milhotildees de sacas A

Figura 8 apresenta a evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno no periacuteodo de 1990 ateacute

2014 Neste periacuteodo de 24 anos registrou-se apenas dois anos de retraccedilatildeo do consumo em 2003

e 2013 seguidos por uma recuperaccedilatildeo nos anos seguinte Para o ano de 2015 a associaccedilatildeo

estima que o consumo chegaraacute a 21 milhotildees de sacas (ABIC 2014)

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 23: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

23

Figura 8 Evoluccedilatildeo do consumo de cafeacute no mercado interno brasileiro no periacuteodo de

novembro a outubro entre os anos de 1990 ateacute 2014

(ABIC 2015)

Neste contexto a ABIC aponta a tendecircncia de consumo voltada para produtos diferenciados

mais saborosos com aroma mais agradaacutevel e consistente Os cafeacutes especiais especialmente o

gourmet satildeo alternativas propostas pelas induacutestrias ao apreciador interessado pelo que haacute de

bom no mercado e estatildeo dispostos a pagar entre 30 e 40 a mais que os cafeacutes tradicionais Para

a associaccedilatildeo este segmento cresce a uma taxa de 15 por ano (ABIC 2010)

De acordo com a pesquisa sobre tendecircncia de consumo realizada pela empresa de consultoria

Nielsen o conceito de cafeacute gourmet eacute pouco conhecido pelos consumidores Segundo a BSCA

este produto eacute um cafeacute do tipo araacutebica e se qualifica pela ausecircncia de defeitos no gratildeo por ser

processado por maacutequinas que selecionam o fruto pelo processo de peneiraccedilatildeo (NIELSEN

CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

Os resultados do estudo sobre o cafeacute gourmet apontam que os consumidores da classe

socioeconocircmica A majoritariamente e B tecircm haacutebito de consumir este produto fora de casa A

Figura 9 apresenta a relaccedilatildeo dos diferentes tipos de cafeacutes e o local de consumo os dados indicam

que os apreciadores de cafeacute gourmet entrevistados usufruem desta bebida principalmente em

cafeterias seguido pela residecircncia e restaurantes (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E

HOMESCAN 2014)

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 24: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

24

Figura 9 Relaccedilatildeo entre os principais tipos de cafeacute e seu local de consumo

(NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN 2014)

O alto consumo deste produto ldquofora de casardquo em casas especializadas e restaurantes revela

uma tendecircncia de se associar o cafeacute gourmet a alta gastronomia e cafeterias No entanto a

diferenciaccedilatildeo dos canais de comercializaccedilatildeo que aproximam o produtor do consumidor final

interessado pela origem do cafeacute variedade do gratildeo sabor e niacutevel de acidez tem se tornado um

aspecto positivo na decisatildeo da compra do produto Os serviccedilos especializados satildeo oferecidos

em lojas especializadas e ou empoacuterios (REVISTA GLOBO RURAL 2011)

Outra tendecircncia eacute a comercializaccedilatildeo pela internet A criaccedilatildeo de clubes tem despertado o

interesse dos clientes finais que satildeo mais exigentes obteacutem mais informaccedilotildees sobre os produtos

e natildeo se importam em pagar mais para receber o produto em casa (ABIC 2013) Este novo

modelo jaacute eacute uma realidade para a comercializaccedilatildeo de cafeacute em caacutepsulas e corresponde a 22 de

toda a comercializaccedilatildeo desta categoria (NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN

2014)

33 Vendas diretas ao consumidor na cidade de Belo Horizonte

Fundada em 12 de dezembro de 1987 a capital mineira possui uma aacuterea territorial de 331

quilocircmetros quadrados e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 25 milhotildees de pessoas

segundo o Censo Demograacutefico de 2010 (IBGE 2010)

25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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25

Belo Horizonte possui nove regiotildees administrativas Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste

Noroeste Norte Oeste Pampulha e Venda Nova conforme exposto na Figura 10 De acordo

com a prefeitura de Belo Horizonte a divisatildeo da cidade em sub-regiotildees eacute uma estrateacutegia para

atender a necessidade da populaccedilatildeo a partir da descentralizaccedilatildeo administrativa que contribui

para a coordenaccedilatildeo de programas e atividades adequados agraves particularidades de cada regiatildeo da

cidade

Figura 10 Regiotildees administrativas de Belo Horizonte

(PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2014)

A partir das particularidades regionais da capital mineira propostas por Silva em 2002 aliadas

ao desafio de atender os anseios do consumidor de cafeacute gourmet seraacute possiacutevel sugerir um

modelo de canal de comercializaccedilatildeo de venda direta

Silva (2002) realizou as anaacutelises de clusters baseando-se na teacutecnica do modelo hieraacuterquico e

identificou indiviacuteduos agrupados em um espaccedilo geomeacutetrico a partir da seleccedilatildeo das seguintes

variaacuteveis socioeconocircmicas e demograacuteficas

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 26: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

26

renda domiciliar per capta meacutedia e percentual de populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de RDPC

meacutedia de anos de estudo da populaccedilatildeo e percentual da populaccedilatildeo no 1ordm e 4ordm quartis de

escolaridade

chefes abaixo de 30 e acima de 60 anos domiciacutelios unipessoais casais de 4 filhos e

mais e desvio padratildeo meacutedio do tamanho do meacutedio do domiciacutelio

idade meacutedia da populaccedilatildeo e percentual de populaccedilatildeo abaixo de 15 e acima de 59 anos

O resultado da anaacutelise evidencia a existecircncia de sete concentraccedilotildees populacionais na cidade de

Belo Horizonte identificadas pelos clusters de um ao sete conforme exposto na Figura 11

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

(SILVA 2002)

Figura 11 Belo Horizonte 2000 Distribuiccedilatildeo das aacutereas de ponderaccedilatildeo segundo o Censo

Demograacutefico 2000

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 27: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

27

As sete aacutereas ponderadas social e demograficamente foram caraterizadas pelo autor e estatildeo

qualificadas no Quadro 2 Como objetivo deste estudo destaca-se a concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo

de alta renda na regiatildeo Centro Sul da capital A

Tabela 1 comprova a anaacutelise realizada por Silva ao apresentar os dados de renda per capta por

regiatildeo administrativa da cidade

Quadro 2 Anaacutelise de clusters segundo as caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas das

aacutereas de ponderaccedilatildeo na cidade de Belo Horizonte conforme Censo Demograacutefico de 2010

(Adaptado de SILVA 2002)

Clusters Anaacutelise

Cluster 1

Satildeo aacutereas localizadas na periferia

Apresentam as RDPC e escolaridade mais baixa entre os clusters

Maior meacutedia de chefes de famiacutelia menor que 30 anos

Cluster 2 Eacute o cluster mais extenso composto por 16 aacutereas

A renda e a escolaridade deste agrupamento eacute maior que do anterior

Cluster 3

As aacutereas apresentam a terceira pior RDPC entre todos os clusters

O niacutevel de escolaridade tambeacutem eacute o terceiro pior entre as regiotildees

As aacutereas tecircm caracteriacutesticas de periferias distantes do centro

Cluster 4

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante Aproxima-se muito do aglomerado 5 mas ainda sim estatildeo em

um extrato inferior de uma classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Cluster 5

Apresenta renda meacutedia maior que os trecircs primeiros clusters e menor que

o restante poreacutem menor que o aglomerado 6 e 7 Satildeo aacutereas com

concentraccedilatildeo de populaccedilatildeo de classe meacutedia

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal poreacutem menor que o

aglomerado 6 e 7

Cluster 6

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Aacutereas de alta renda localizadas proacuteximas a regiatildeo Centro-Sul aleacutem da

regiatildeo da Pampulha

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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Page 28: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

28

Cluster 7

Aacutereas de maior renda meacutedia da cidade concentradas na regiatildeo Centro-

Sul

Iacutendice de escolaridade maior que a meacutedia municipal

Tabela 1 Caracteriacutesticas Socioeconocircmica da regiatildeo administrativa de Belo Horizonte

(INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA 2010)

Regiatildeo

Administrativa

Nuacutemero de

habitantes

Aacuterea total

(km2)

Densidade

demograacutefica

(Habitantekm2)

Renda per

capita

Barreiro 282552 53233 53078 70507

Centro Sul 272285 31035 87734 391567

Leste 249273 28864 86362 140002

Nordeste 291110 39206 74252 116219

Noroeste 331362 36952 89674 127484

Norte 212953 33343 63867 76487

Oeste 286118 32331 88496 165984

Pampulha 187315 38549 48591 167221

Venda Nova 262183 28309 92614 75931

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (2015) esta regiatildeo eacute destaque por ser o polo do comeacutercio

e serviccedilos onde se concentram as mais importantes atividades comerciais e financeiras da

cidade aleacutem de ser responsaacutevel por impulsionar o crescimento das demais regiotildees

Culturalmente tambeacutem eacute relevante por reunir importantes locais como o Mercado Central o

Minas Centro a feira de Arte Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena

e outros aleacutem dos parques da Mangabeiras e Municipal

A partir da anaacutelise das regionais da capital mineira desenvolvida por Silva (2002) para atender

as tendecircncias de consumo do cafeacute gourmet eacute preciso considerar os desafios para desenvolver

um canal de comercializaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo os anseios do potencial consumidor

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

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Page 29: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

29

Vendas diretas foram definidas pela Associaccedilatildeo Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

ABEVD como um sistema de comercializaccedilatildeo de bens de consumo ou serviccedilos a partir de uma

relaccedilatildeo pessoal entre vendedores e consumidores fora de um estabelecimento comercial e

podem ser praticadas nas modalidades porta-a-porta ou door to door cataacutelogo e party plan

(ABEVD 2012)

Para Miyata e Suzuki (2012) a atividade comercial ldquofora de lojasrdquo iniciou-se no Brasil a partir

de 1950 Entre os anos de 2010 e 2014 este mercado apresentou um crescimento constante de

68 e um acumulado de 30 Atualmente o paiacutes eacute o quarto maior mercado de vendas diretas

do mundo e movimentou 416 bilhotildees de reais em 2013 e no ano seguinte 4166 bilhotildees de

reais A Figura 12 apresenta a relaccedilatildeo dos dez maiores mercados mundiais de vendas diretas e

sua representatividade global (ABEVD 2014)

Figura 12 Os dez maiores mercados mundiais de vendas diretas

(Adaptado WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS 2015)

Para a ABEVD (2015) a posiccedilatildeo de destaque do Brasil deve-se a fatores especiacuteficos ao mercado

interno e do comportamento dos consumidores Para a Associaccedilatildeo este modelo eacute bem aceito

pelos consumidores porque a cultura da populaccedilatildeo favorece ao relacionamento direto com

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

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Page 30: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

30

pessoas conhecidas assim como as vendas originaacuterias deste contato A miscigenaccedilatildeo e a

numerosa populaccedilatildeo do paiacutes aliada ao aumento do seu poder de compra contribuem para o

aumento das vendas para os diferentes perfis de consumidores que se influenciam tanto

regional quanto nacionalmente O uacuteltimo fator destacado eacute a presenccedila das maiores empresas de

vendas diretas do mundo no paiacutes A Avon O Boticaacuterio e Natura as quais estatildeo entre os dez

destaques maiores empresas neste segmento mundial tecircm seus produtos conhecidos e

comercializados nacionalmente por canais bem consolidados

Eacute preciso destacar no entanto que este modelo de vendas diretas tambeacutem obteve sucesso em

empresas de menor porte como eacute o caso da Quinta Valentina Os toacutepicos a seguir exploraratildeo o

sucesso da venda direta em companhias de grande e pequeno porte

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

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A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

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Page 31: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

31

4 APLICACcedilAtildeO RESULTADO E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo explora modelos de vendas diretas e personalizadas de produtos adotados pelas

empresas Rede Natura e Quinta Valentina nesta ordem descrevendo o modo de operaccedilatildeo de

cada um e evidenciando as praacuteticas de sucesso que mais se aproximam com a proposta desse

trabalho Por fim seraacute proposto um modelo de vendas diretas no meio urbano que justifique a

proposta do trabalho

41 A Rede Natura

A Rede Natura eacute uma empresa do Grupo Natura criada em novembro de 2012 para operar sob

o modelo de franquia de vendas por relaccedilotildees em plataformas virtuais Este modelo foi

desenvolvido para suportar a demanda interessada pelo comeacutercio eletrocircnico sob o auxiacutelio de

consultores digitais capacitados para orientar os clientes durante a compra (REDE NATURA

2015)

O relacionamento com o cliente se inicia assim que o cliente realiza seu cadastro no site

ldquoredenaturanetrdquo Apoacutes inserir seus dados o consumidor tem uma conta na qual estatildeo

armazenados seus dados cadastrais o histoacuterico de compras os pedidos realizados minhas

medalhas e meus favoritos A Figura 13 ilustra o ambiente virtual relatado

Figura 13 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual para clientes ldquoMinha Contardquo no site redenaturacom

(Adaptado Rede Natura 2015)

O espaccedilo destinado para ldquominhas medalhasrdquo revela o niacutevel de interatividade do consumidor

com a marca ao compartilhar e ou divulgar as atividades da Rede Natura em redes de

relacionamentos sociais (Figura 14) A promoccedilatildeo do relacionamento cliente-empresa estimula

accedilotildees de marketing tal como o ldquoacumulo de pontosrdquo que beneficiam o consumidor em

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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da cadeia de suprimentos 1ordf ed - 8 reimpr Traduccedilatildeo Adalberto Ferreira das Neves Equipe do

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Page 32: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

32

negociaccedilotildees futuras aleacutem de fortalecer a relaccedilatildeo O espaccedilo ldquomeus favoritosrdquo tambeacutem pode ser

utilizado para divulgaccedilatildeo de listas de produtos selecionados pelos clientes (REDE NATURA

2015)

Figura 14 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual de interatividade na paacutegina ldquoMinha Contardquo do site

redenaturacom

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Outro aspecto que o modelo de negoacutecio apresenta eacute a presenccedila de um consultor de vendas

intermediando a operaccedilatildeo O Consultor Natura Digital (CND) eacute um franqueado da Rede

responsaacutevel por auxiliar os clientes nas compras digitais Todo CND possui um espaccedilo

exclusivo onde o cliente poderaacute ter acesso as linhas de produtos Eacute importante ressaltar que

todas compra satildeo realizadas apoacutes a seleccedilatildeo de um CND A Figura 15 ilustra o espaccedilo digital do

franqueado Constam tambeacutem em um espaccedilo de um CND a avaliaccedilatildeo do cliente apoacutes as

compras sua especialidade suas premiaccedilotildees e os contatos (REDE NATURA 2015)

Figura 15 Reproduccedilatildeo do espaccedilo virtual na paacutegina ldquoMinha Contardquo destinado agrave promoccedilatildeo do

perfil do Consultor Digital Natura

(Adaptado REDE NATURA 2015)

Este modelo de venda direta aposta na gestatildeo de relacionamento atraveacutes de ferramentas de

online disponibilizada ao CND para potencializar o negoacutecio No seu ambiente exclusivo o

consultor tem acesso as informaccedilotildees de vendas lucros e cadastros dos clientes Ferramentas de

capacitaccedilatildeo tambeacutem satildeo oferecidas para que um CND desenvolva habilidades de comunicaccedilatildeo

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

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SILVA Harley Aspectos demograacuteficos associados a geraccedilatildeo de resiacuteduos domiciliares no

municiacutepio de Belo Horizonte 2002 (Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal de Minas

Gerais Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Demografia do Centro de Desenvolvimento e

Planejamento Regional da Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas) Disponiacutevel em

lthttpgestaocompartilhadapbhgovbrbibliotecafield_tipo_de_publicacao_tid=Allampcategor

ia=Allampfield_ano_value=amppage=5gt Acesso em15 de junho de 2015

TAMANAR Gisele Empreendedores investem no cafeacute gourmet para atrair o consumidor mais

exigente Estadatildeo PME Satildeo Paulo 03 de setembro de 2013 Disponiacutevel em

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atrair-o-consumidor-mais-exigente33960htmgt Acesso em 03 de fevereiro de 2014

42

TAUCHEN J A Um modelo de gestatildeo ambiental para implantaccedilatildeo em instituiccedilotildees de ensino

superior 2007 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em engenharia) Faculdade de Engenharia e Arquitetura

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TERENCE A C F FILHO E E Abordagem quantitativa qualitativa e a utilizaccedilatildeo da

pesquisa-accedilatildeo nos estudos organizacionais Disponiacutevel em

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WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS Relatoacuterio anual de 2014

Disponiacutevel em

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21 de maio de 2015

Page 33: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

33

promoccedilatildeo e vendas de produtos aleacutem de terem autonomia para concederem descontos

exclusivos (REDE NATURA 2015)

A estrutura da operaccedilatildeo das vendas diretas desenvolvidas pela Rede Natura propotildee

oportunidades para a expansatildeo do nuacutemero de CND ao apresentar um modelo de negoacutecio enxuto

O franqueado necessita de um dispositivo com acesso agrave internet para iniciar suas operaccedilotildees

considera o estoque fiacutesico da Natura para manter suas atividades e apenas gerencia o processo

de entrega tambeacutem realizado pela franqueadora (REDE NATURA 2015)

42 Quinta Valentina venda direta personalizada de sapatos

Quinta Valentina eacute uma rede de franquia especializada em vendas diretas de sapatos para o

puacuteblico feminino da classe socioeconocircmica A e B As operaccedilotildees da marca iniciaram em 2009

em Goiacircnia atraveacutes do modelo tradicional de varejo a loja fiacutesica (QUINTA VALENTINA

2015)

Segundo o soacutecio proprietaacuterio da franquia Renato Kuyumjian em entrevista concedida ao

programa Young Professional da raacutedio CBN em maio deste ano o conceito de vendas diretas

surgiu para suprir a demanda das clientes que desejavam ser atendidas em suas residecircncias

tendo em vista a falta de tempo ao aliarem suas rotinas diaacuterias com os compromissos

profissionais e familiares (CENTRAL BRASILEIRA DE NOTIacuteCIA 2015)

As relaccedilotildees comerciais deste modelo de vendas se desenvolvem a partir do networking do

proacuteprio consultor franqueado Sua carteira de cliente eacute formatada pelo relacionamento social e

ou profissional e expande-se com as indicaccedilotildees dos clientes Em sua entrevista Kuyumjian

esclarece que o franqueado voltado para este modelo de negoacutecio deve ser dedicado motivado

e proativo uma vez que o sucesso deste negoacutecio depende da procura por clientes (QUINTA

VALENTINA 2015)

As vendas diretas personalizadas se iniciam apoacutes o estabelecimento do contato pessoal entre o

cliente e o consultor que o atende no local mais praacutetico conforme a determinaccedilatildeo do primeiro

Segundo o diretor de expansatildeo da rede Andreacute Assunccedilatildeo em um viacutedeo de apresentaccedilatildeo

divulgado no site da franquia quando o cliente eacute atendido em sua proacutepria residecircncia ele tende

a se sentir mais confortaacutevel e usufruir de seu ldquoguarda-roupardquo para combinar suas peccedilas de

34

roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

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ask3Ddoc_download26gid3D2026Itemid3D99999999ampei=nUeLVcjSFszt-AHj-

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Brasil Nucleo de Logiacutestica Supply Chain e Infra Estrutura Fundaccedilatildeo Dom Cabral Nova Lima

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municiacutepio de Belo Horizonte 2002 (Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal de Minas

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Planejamento Regional da Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas) Disponiacutevel em

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42

TAUCHEN J A Um modelo de gestatildeo ambiental para implantaccedilatildeo em instituiccedilotildees de ensino

superior 2007 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em engenharia) Faculdade de Engenharia e Arquitetura

Universidade de Passo Fundo (UPF) Passo Fundo 2007 Disponiacutevel em

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2012

TERENCE A C F FILHO E E Abordagem quantitativa qualitativa e a utilizaccedilatildeo da

pesquisa-accedilatildeo nos estudos organizacionais Disponiacutevel em

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Nacional de Engenharias de Produccedilatildeo 26 Fortaleza Ceara ENEGEP 2006 Acesso em 18 de

junho 2015

WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS Relatoacuterio anual de 2014

Disponiacutevel em

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21 de maio de 2015

Page 34: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

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roupas com os produtos da rede existe uma potencialidade de ganho de vendas (QUINTA

VALENTINA 2015)

Outro elemento desenvolvido para aprimorar o atendimento ao consumidor eacute a criaccedilatildeo das

shoes bags (Figura 16) que satildeo bolsas capazes de comportar vinte variedades de sapatos

utilizadas para transportaacute-los ateacute o local da comercializaccedilatildeo A cliente que recebe os produtos

jaacute de acordo com o seu perfil de compra pode permanecer com os sapatos por ateacute 48 horas para

experimentaacute-los (QUINTA VALENTINA 2015)

Figura 16 Imagem da Shoes bag utilizadas pelos consultores de vendas franqueados pela

Quinta Valentina utilizado para o transporte de sapatos ateacute o cliente final

(QUINTA VALENTINA 2015)

O canal de distribuiccedilatildeo de sapatos foi estruturado para o franqueado receba seus pedidos

diretamente das faacutebricas instaladas no Rio Grande do Sul em seu endereccedilo Um software de

gestatildeo eacute uma ferramenta de que permite a comunicaccedilatildeo com a franqueada e o controle das

operaccedilotildees financeiras comerciais e operacionais (QUINTA VALENTINA 2015)

Para Assunccedilatildeo (2014) o conceito de vendas diretas proposto pela Quinta Valentina eacute vantajoso

financeiramente tanto para o franqueado que natildeo necessita manter uma estrutura de loja fiacutesica

e os custos incorridos nesta quanto para o cliente final que pode consumir produto mais barato

Sua anaacutelise indica que os produtos podem custar ateacute 40 menos quando comparado com o

modelo de vendas no varejo tradicional

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

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Page 35: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

35

43 Vendas diretas e personalizadas de cafeacute gourmet

Minas Gerais se destaca no cenaacuterio nacional como o maior estado produtor de cafeacute paiacutes

contribuindo com 53 do total cultivado (REVISTA CAFEICULTURA ONLINE 2015) No

Estado a Zona da Mata Mineira se destaca pela produccedilatildeo de cafeacute araacutebica a mateacuteria prima

utilizada na fabricaccedilatildeo do cafeacute gourmet (CONAB 2015) A partir das consideraccedilotildees expostas

neste paraacutegrafo e objetivo inicial da pesquisa fica definido que toda a produccedilatildeo do cafeacute gourmet

seraacute realizada em uma fazenda cafeeira localizada proacuteximo agrave cidade de Manhuaccedilu agrave

aproximadamente 300km da capital Mineira A Figura 17 ilustra o trajeto o tempo de

deslocamento entre as cidades mencionadas Eacute importante destacar que natildeo eacute objeto desta

pesquisa analisar os custos de produccedilatildeo e de transporte ateacute o mercado consumidor

Figura 17 Distacircncia e tempo de percurso entre as cidades de Manhuaccedilu e Belo Horizonte

(Elaborado pelo Autor 2015)

Outro aspecto que deve ser mencionado eacute que o projeto tem a intensatildeo de aproximar a pesquisa

agrave realidade de uma empresa de pequeno porte No entanto natildeo seratildeo relatadas as dificuldades

que um empreendedor tem para abrir ou manter o seu negoacutecio tais como investimento inicial

capital de giro e infraestrutura tecnoloacutegica de alta performance para controle de informaccedilatildeo

apoio juriacutedico dentre outros Ao entender o estudo como projeto inovador pode-se considerar

a operaccedilatildeo aplicaacutevel agrave uma estrutura de baixo custo e considerar a evoluccedilatildeo do negoacutecio com

investimento miacutenimo

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

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Planejamento Regional da Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas) Disponiacutevel em

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ia=Allampfield_ano_value=amppage=5gt Acesso em15 de junho de 2015

TAMANAR Gisele Empreendedores investem no cafeacute gourmet para atrair o consumidor mais

exigente Estadatildeo PME Satildeo Paulo 03 de setembro de 2013 Disponiacutevel em

lthttppmeestadaocombrnoticiasnoticiasempreendedores-investem-no-cafe-gourmetpara-

atrair-o-consumidor-mais-exigente33960htmgt Acesso em 03 de fevereiro de 2014

42

TAUCHEN J A Um modelo de gestatildeo ambiental para implantaccedilatildeo em instituiccedilotildees de ensino

superior 2007 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em engenharia) Faculdade de Engenharia e Arquitetura

Universidade de Passo Fundo (UPF) Passo Fundo 2007 Disponiacutevel em

lthttpwwwupfbrppgengimagesstories2005joeltauchenpdfgt Acesso em 18 de junho de

2012

TERENCE A C F FILHO E E Abordagem quantitativa qualitativa e a utilizaccedilatildeo da

pesquisa-accedilatildeo nos estudos organizacionais Disponiacutevel em

lthttpwwwabeproorgbrbibliotecaENEGEP2006_TR540368_8017pdfgt In Encontro

Nacional de Engenharias de Produccedilatildeo 26 Fortaleza Ceara ENEGEP 2006 Acesso em 18 de

junho 2015

WORLD FEDERATION OF DIRECT SELLING ASSOCIATIONS Relatoacuterio anual de 2014

Disponiacutevel em

lthttpwwwwfdsaorgdocumentslibraryWFDSA_14_AnnualRep_182015pdfgt Acesso em

21 de maio de 2015

Page 36: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

36

A demanda de mercado natildeo seraacute definida neste estudo mas para atender os consumidores de

cafeacute goumert de perfil socioeconocircmico A e B cada vez mais exigentes e interessados pela

qualidade do produto o seu processo de manufatura colheita e ateacute a diferenciaccedilatildeo pela proacutepria

degustaccedilatildeo eacute preciso qualificar a equipe de vendas A ABIC como associaccedilatildeo de apoio as

induacutestrias do segmento por possuir endereccedilo na capital mineira pode ser acionada para

treinamentos ou cursos de degustaccedilatildeo da bebida O consultor deve conhecer o produto e o

processo produtivo para instruir o cliente no momento da venda a partir do mesmo conceito

utilizado pela Rede Natura Aleacutem deste recurso outras instituiccedilotildees governamentais como

Sebrae tambeacutem satildeo referecircncias no tema gestatildeo de empresarial

A execuccedilatildeo das vendas pode ser configurada conforme o modelo personalizado operado pela

empresa de sapatos o local a data e a hora da venda podem ser programadas pelo proacuteprio

cliente Para atendecirc-lo o consultor pode utilizar ldquobags coffeerdquo grandes malas estruturadas com

prateleiras para armazenar e transportar o cafeacute com seguranccedila e qualidade Ao possibilitar a

possibilidade de manuseio do produto eacute atendido outro anseio do cliente conforme exposto no

capiacutetulo sobre ldquoO cafeacute gourmet e as tendecircncias de comercializaccedilatildeordquo

O processo de solicitaccedilatildeo de pedidos de compra pode ser configurado de forma direta pelo

consultor A proximidade com a regiatildeo produtora como exposto na Figura 17 beneficia o

consultor e pode ser importante quanto agrave responsividade operacional oferecida ao cliente final

A distribuiccedilatildeo urbana do produto eacute outro elemento importante na configuraccedilatildeo neste sistema

A Figura 11 especificamente nas aacutereas definidas pelos cluster 6 e 7 ocorreratildeo as maiores

operaccedilotildees de vendasentrega Na regiatildeo Centro Sul e da Pampulha estatildeo localizados puacuteblico

alvo ou potenciais consumidores

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

ASSOCIACcedilAtildeO NACIONAL DE TRANSPORTE DE CARGA E LOGIacuteSTICA Anuaacuterio

NTCampLogiacutestica 20142015 Disponiacutevel em

httpwwwportalntcorgbrmediaimagespublicacoesanuario-2014-

2015indexhtml3zoomed Acesso em 13 de maio de 2015

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE VENDAS DIRETAS Disponiacutevel em

httpwwwabevdorgbr Acesso em 30 de maio de 2015

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE INDUacuteSTRIAS DE CAFEacute Disponiacutevel em

ltwwwabiccombrgt Acesso em 19 de maio de 2015

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE INDUacuteSTRIAS DE CAFEacute Tendecircncias de consumo de cafeacute

- VIII - 2010 Disponiacutevel em

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ASSUNCcedilAtildeO Andreacute Apresentaccedilatildeo Quinta Valentina Franchising Quinta Valentina 2014

Disponiacutevel em lthttpquintavalentinafranquiacombrgt Acesso em 18 de junho de 2015

BOWERSOX Donald J e J David CLOSS Logiacutestica Empresarial o processo de integraccedilatildeo

da cadeia de suprimentos 1ordf ed - 8 reimpr Traduccedilatildeo Adalberto Ferreira das Neves Equipe do

Centro de Estudos em Logiacutestica e Cesar Lavalle Coordenaccedilatildeo da Revisatildeo Teacutecnica Paulo

Fernando Fleury Satildeo Paulo Atlas 2010

BRAZIL SPECIALTY COFFEE ASSOCIATION et al FERREIRA Caroline Valor

Econocircmico Satildeo Paulo 29 de janeiro de 2014 Disponiacutevel em

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(2007) Disponiacutevel em

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abril de 2015

CARDOSO Olga Regina Cardoso CASTANHEIRA Nelson Pereira PAULA Alessandra de

SELEME Robson TEJADA Antocircnio Carlos Avaliaccedilatildeo dos modais de transporte rodoviaacuterio

e ferroviaacuterio de commodities agriacutecolas (soja) da regiatildeo do estado do Paranaacute ao Porto de

Paranaguaacute XXXII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo (ENEGEP) -

Desenvolvimento Sustentaacutevel e Responsabilidade Social as contribuiccedilotildees da engenharia de

produccedilatildeo Bento Gonccedilalves RS outubro de 2012 Disponiacutevel em

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CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos estrateacutegia planejamento

e operaccedilotildees Traduccedilatildeo Daniel Vieira revisatildeo teacutecnica Marilson Alves Gonccedilalves ndash 4 ed ndash Satildeo

Paulo Pearson Prentice Hall 2011

40

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) Acompanhamento da Safra

Brasileira de Cafeacute Safra de 2015 Primeiro Levantamento Brasiacutelia p 1-41 janeiro de 2015

ISSN 2318-7913 Disponiacutevel em

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CZERNIAK R J LAHSENSE J S CHATTERJEE A (2000) Urban freight movement ndash What form Will it take A1B07 Committee on Urban Goods Movement Chair Janice S

Lahsene Transportation Research Board Disponiacutevel em

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DUTRA N G S O enfoque de ldquoCity Logisticsrdquo na distribuiccedilatildeo urbana de encomendas Tese

de Doutorado Florianoacutepolis Universidade Federal de Santa Catarina 2004 Disponiacutevel em

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jAAampurl=http3A2F2Fwwwdetufcbr2Findexphp3Foption3Dcom_docman26t

ask3Ddoc_download26gid3D2026Itemid3D99999999ampei=nUeLVcjSFszt-AHj-

YCADgampusg=AFQjCNGy1jlloM_ufg4ruSIhZOgCZU9tLgampsig2=7h04dAQK0LMZp0uf4b0

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FONSECA Adelaida Pallavicini NETO Paulo Pessoa Guerra SILVA Edwin Pinto de la

Sota Planejamento de rede logiacutestica de produtos agriacutecolas orgacircnicos agrupamento de unidades

em arranjos produtivos locais como estrateacutegia para reduccedilatildeo do custo logiacutestico Revista

Transportes v XVIII n 3 setembro de 2010 ISSN 2237-1346 (online)

HOLMSTROumlM J PUNAKIVI M YRJOumlLAuml H Solving the last mile issue reception box or

delivery box International Journal of Physical Distribution amp Logistics Management Volume

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KOTLER Philip amp KELLER Kevin L Administraccedilatildeo de marketing 12 ed Traduccedilatildeo

Mocircnica Rosemberg Claacuteudia Freire Brasil Ramos Fernandes Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall

2006

KUYUMJIAN Renato Entrevista Renato Kuyumjian CBN (Central Brasileira de Notiacutecia)

maio de 2015 Entrevista concedida agrave Milton Jung Disponiacutevel em

lthttpcbngloboradioglobocomboletinscbn-young-professional20150524NEGOCIO-

41

DE-PORTA-EM-PORTA-SURGIU-COMO-VALVULA-DE-ESCAPE-NA-INTEGRAhtmgt

Acesso em 25 de maio de 2015

LIMA Orlando Fontes Juacutenior A carga na cidade hoje a amanhatilde Laboratoacuterio de Aprendizagem

em Logiacutestica e Transporte Universidade de Campinas 2005 Disponiacutevel em

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Brasil Nucleo de Logiacutestica Supply Chain e Infra Estrutura Fundaccedilatildeo Dom Cabral Nova Lima

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REDE NATURA Circular de oferta de franquia Disponiacutevel em

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REVISTA GLOBO RURAL Consumo de cafeacute Gourmet cresce 21 2011 Disponiacutevel em

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CONSUMO+DE+CAFE+GOURMET+CRESCEhtmlgt Acesso em 05 de maio de 2015

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TAMANAR Gisele Empreendedores investem no cafeacute gourmet para atrair o consumidor mais

exigente Estadatildeo PME Satildeo Paulo 03 de setembro de 2013 Disponiacutevel em

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atrair-o-consumidor-mais-exigente33960htmgt Acesso em 03 de fevereiro de 2014

42

TAUCHEN J A Um modelo de gestatildeo ambiental para implantaccedilatildeo em instituiccedilotildees de ensino

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Page 37: PROPOSTA DE UM MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE CAFÉ · universidade federal de minas gerais especializaÇÃo em logÍstica estratÉgica e sistema de transporte gustavo de souza teixeira

37

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A proposta de um modelo de distribuiccedilatildeo de cafeacute gourmet atraveacutes da venda direta ao cliente

final pode ser um modelo aplicaacutevel agrave realidade por ser estruturado para atender aos anseios de

um puacuteblico exigente quanto a qualidade de atendimento do produto A personalizaccedilatildeo de uma

vendaentrega para o consumidor mineiro tradicional por seus costumes mas envolvida por

novos haacutebitos de compra cada vez mais customizados apresenta-se como suficiente Outra

caracteriacutestica que pode seduzir o consumidor eacute a difusatildeo de vendas por indicaccedilatildeo Uma carteira

de clientes estruturada a partir do primeiro niacutevel de contato tende a se difundir com mais

credibilidade devido a melhor interatividade entre as pessoas que se interessam pelo produto

A estruturaccedilatildeo do canal de distribuiccedilatildeo enxuto contribui para a evoluccedilatildeo do negoacutecio Este

argumento se torna real por eliminar elementos que geram custo fixo na cadeia como por

exemplo alugueis de lojas fiacutesicas alto custo com estoque e sofisticados canais de comunicaccedilatildeo

A eliminaccedilatildeo destes elementos garante ao consumidor um produto a um custo bem menor

Para o consultor de vendas esta modelo de negoacutecio pode representar uma nova forma de

ampliar a renda para aqueles que jaacute possui emprego ou alternativas de emprego para aqueles

que convivem com a falta de emprego A autonomia para configuraccedilatildeo da carteira de vendas eacute

sustenta esta proposta e sua expansatildeo depende exclusivamente do interesse e motivaccedilatildeo pelo

negoacutecio

A baixa estrutura de custo de estocagem tambeacutem beneficia ao consultor Devido agrave proximidade

com a regiatildeo produtora natildeo se faz necessaacuterio manter altos niacuteveis de estoque Aleacutem disso o

modelo permite manter baixos niacuteveis de estoques em residecircncias desde que mantidos os

padrotildees qualidade

O modelo de distribuiccedilatildeo tambeacutem eacute suficiente para natildeo impactar a mobilidade urbana O baixo

volume inicial de vendas natildeo prejudica radicalmente a circulaccedilatildeo de veiacuteculos na cidade pois

o nuacutemero de viagens tende a ser pequeno Aleacutem disso a possibilidade de programaccedilatildeo de vendas

noturnas eacute outro ponto positivo deste modelo

Para o produtor a configuraccedilatildeo deste canal eacute uma nova alternativa de ampliar sua renda

oferecendo um produto ao mercado de meacutedio valor agregado e com qualidade fora dos canais

38

convencionais de comercializaccedilatildeo A descentralizaccedilatildeo da compra permite ao agricultor superar

as dificuldades competitivas estabelecidas pelas marcas consolidadas no mercado

39

REFEREcircNCIAS

ASSOCIACcedilAtildeO NACIONAL DE TRANSPORTE DE CARGA E LOGIacuteSTICA Anuaacuterio

NTCampLogiacutestica 20142015 Disponiacutevel em

httpwwwportalntcorgbrmediaimagespublicacoesanuario-2014-

2015indexhtml3zoomed Acesso em 13 de maio de 2015

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE VENDAS DIRETAS Disponiacutevel em

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ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE INDUacuteSTRIAS DE CAFEacute Disponiacutevel em

ltwwwabiccombrgt Acesso em 19 de maio de 2015

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE INDUacuteSTRIAS DE CAFEacute Tendecircncias de consumo de cafeacute

- VIII - 2010 Disponiacutevel em

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Acesso em 13 de maio de 2015

ASSUNCcedilAtildeO Andreacute Apresentaccedilatildeo Quinta Valentina Franchising Quinta Valentina 2014

Disponiacutevel em lthttpquintavalentinafranquiacombrgt Acesso em 18 de junho de 2015

BOWERSOX Donald J e J David CLOSS Logiacutestica Empresarial o processo de integraccedilatildeo

da cadeia de suprimentos 1ordf ed - 8 reimpr Traduccedilatildeo Adalberto Ferreira das Neves Equipe do

Centro de Estudos em Logiacutestica e Cesar Lavalle Coordenaccedilatildeo da Revisatildeo Teacutecnica Paulo

Fernando Fleury Satildeo Paulo Atlas 2010

BRAZIL SPECIALTY COFFEE ASSOCIATION et al FERREIRA Caroline Valor

Econocircmico Satildeo Paulo 29 de janeiro de 2014 Disponiacutevel em

lthttpbscacombrnoticiaphpid=224gt Acesso em 03 de fevereiro de 2014

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Part I - Urban Freigth Transport Green Logistics Project University of Westminster London

(2007) Disponiacutevel em

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abril de 2015

CARDOSO Olga Regina Cardoso CASTANHEIRA Nelson Pereira PAULA Alessandra de

SELEME Robson TEJADA Antocircnio Carlos Avaliaccedilatildeo dos modais de transporte rodoviaacuterio

e ferroviaacuterio de commodities agriacutecolas (soja) da regiatildeo do estado do Paranaacute ao Porto de

Paranaguaacute XXXII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo (ENEGEP) -

Desenvolvimento Sustentaacutevel e Responsabilidade Social as contribuiccedilotildees da engenharia de

produccedilatildeo Bento Gonccedilalves RS outubro de 2012 Disponiacutevel em

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40

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Brasileira de Cafeacute Safra de 2015 Primeiro Levantamento Brasiacutelia p 1-41 janeiro de 2015

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DE PESQUISA E ENSINO EM TRANSPORTE Salvador 29 de nov agrave 03 de dez 2010

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YCADgampusg=AFQjCNGy1jlloM_ufg4ruSIhZOgCZU9tLgampsig2=7h04dAQK0LMZp0uf4b0

vxgampbvm=bv96339352dcWwgt Acesso em 15 de fevereiro de 2015

FONSECA Adelaida Pallavicini NETO Paulo Pessoa Guerra SILVA Edwin Pinto de la

Sota Planejamento de rede logiacutestica de produtos agriacutecolas orgacircnicos agrupamento de unidades

em arranjos produtivos locais como estrateacutegia para reduccedilatildeo do custo logiacutestico Revista

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HOLMSTROumlM J PUNAKIVI M YRJOumlLAuml H Solving the last mile issue reception box or

delivery box International Journal of Physical Distribution amp Logistics Management Volume

31 Number 6 2001 pp 427-439 Disponiacutevel em

lthttplrgtkkfilogisticspublicationslast_milepdfgt Acesso em 16 de abril de 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico 2010

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KOTLER Philip amp KELLER Kevin L Administraccedilatildeo de marketing 12 ed Traduccedilatildeo

Mocircnica Rosemberg Claacuteudia Freire Brasil Ramos Fernandes Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall

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KUYUMJIAN Renato Entrevista Renato Kuyumjian CBN (Central Brasileira de Notiacutecia)

maio de 2015 Entrevista concedida agrave Milton Jung Disponiacutevel em

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41

DE-PORTA-EM-PORTA-SURGIU-COMO-VALVULA-DE-ESCAPE-NA-INTEGRAhtmgt

Acesso em 25 de maio de 2015

LIMA Orlando Fontes Juacutenior A carga na cidade hoje a amanhatilde Laboratoacuterio de Aprendizagem

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Acesso em 18 de maio de 2015

NIELSEN CONSUMER INSIGHTS E HOMESCAN Tendecircncia de consumo de cafeacute 2014

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consumogt Acesso em 05 de maio de 2015

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE Gestatildeo Compartilhada Disponiacutevel em

lthttpgestaocompartilhadapbhgovbrestrutura-territorialregioes-administrativasgt Acesso

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Brasil Nucleo de Logiacutestica Supply Chain e Infra Estrutura Fundaccedilatildeo Dom Cabral Nova Lima

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REDE NATURA Circular de oferta de franquia Disponiacutevel em

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REVISTA CAFEICULTURA Regiotildees produtoras de cafeacute no Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwrevistacafeiculturacombrindexphpmat=3348gt Acesso em 17 de maio de

2015

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Mocircnica Rosemberg Claacuteudia Freire Brasil Ramos Fernandes Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall

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KUYUMJIAN Renato Entrevista Renato Kuyumjian CBN (Central Brasileira de Notiacutecia)

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MIYATA Hideko SUZUKI Julio Ceacutesar A venda direta na regiatildeo metropolitana de Satildeo Paulo

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2013 ISSN 2314-1506 (online) Disponiacutevel em lthttpwwwrevistameridianoorgn209gt

Acesso em 18 de maio de 2015

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2014 Disponiacutevel em

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