Proposta metodológica para planejamento energético no ...
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Karin Regina de Casas Castro Marins
Proposta metodolgica para planejamento energtico no desenvolvimento de reas
urbanas
O potencial da integrao de estratgias e solues em morfologia e mobilidade urbanas, edifcios, energia e meio ambiente: o caso da
operao urbana gua Branca, no municpio de So Paulo
Tese apresentada Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de So Paulo para
obteno do Ttulo de Doutor em
Arquitetura e Urbanismo
rea de Concentrao:
Tecnologia da Arquitetura
Orientador:
Prof. Dr. Marcelo de Andrade Romero
So Paulo | 2010
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AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRNICO, PARA FINS
DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
E-MAIL: [email protected]
Marins, Karin Regina de Casas Castro M337p Proposta metodolgica para planejamento energtico no desenvolvi- mento de reas urbanas. O potencial da integrao de estratgias e solues em morfologia e mobilidade urbanas, edifcios, energia e meio ambiente: o caso da operao urbana gua Branca, no municpio de So Paulo / Karin Regina de Casas Castro Marins. --So Paulo, 2010. 798 p. : il. Tese (Doutorado - rea de Concentrao: Tecnologia da Arquitetura) FAUUSP. Orientador: Marcelo de Andrade Romero 1.Planejamento energtico - So Paulo (SP) 2.Planos de desenvolvi- mento integrado 3.Morfologia urbana 4.Transporte urbano 5.Arquitetura bioclimtica 6.Gerao de energia 7.Energia Eficincia 8. Meio ambiente urbano 9.Poluio atmosfrica 10.Sustentabilidade I.Ttulo CDU 621.31(816.11)
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MARINS, K. R. de C.C. Proposta Metodolgica para Planejamento Energtico no Desenvolvimento de reas Urbanas. O potencial da integrao de estratgias e solues em morfologia e mobilidade urbanas, edifcios, energia e meio ambiente: o caso da operao urbana gua Branca, no municpio de So Paulo. 2010. 798 p. Tese (Doutorado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2010.
Errata
Pgina Linha Onde se l: Leia-se: 57 3 105.000 MW 102.000 MW 72 29 no caso da Regio Sudeste superada pelo no caso da Regio Sudeste semelhante do 185 22 Secundrio Primrio 223 3 residenciais comerciais 246 17 0,30; 0,40 0,50; 0,40 246 17 0,50; 0,50 0,40; 0,50 262 19 At 1000; 1000 a 2500; 2500 a 5000 At 1000; At 1000; At 1000 262 20 At 1000; 1000 a 2500; 2500 a 5000 1000 a 2500; 1000 a 2500; 1000 a 2500 262 21 At 1000; 1000 a 2500; 2500 a 5000 2500 a 5000; 2500 a 5000; 2500 a 5000 271 14 Assumido(10) Assumido 271 22 Assumido(11) Assumido 278 34 0,70 (Fator de carga clula a combustvel) 0,90 290 10 como para aferio como ferramenta para aferio 296 6 Atot-constr-ref Atot-constr-leg-ref 296 11 RrefDEDrefPOPtotrefesPO = *Pr RrefDEDAestudoPRref = *
296 12 DCrefcomconstrAtotrefPOPcom *= DCrefcomconstrAtotPEref *=
296 13 refPOPcomfefesPOPTref += Pr PErefPRrefPTref +=
296 14 FPFrefPOPcomrefPOPflut *= FPFPErefPFLref *=
296 15 FPPrefesPOrefPOPcomrefPOPpass *)Pr( += FPPPRrefPErefefP *)(Pr +=
297 16 Emisses totais transportes urbanos Emisses totais transportes urbanos (3) 297 18 Emisses totais Emisses totais (3) 298 13 RrefDED AestudoPRrefRrefDED /=
298 18 CCEECrefCEEIA = refcomconstrAtotCCEECrefCEEIA = /
298 19 RCEECrefCEEIA = refresconstrAtotRCEERrefCEEIA = /
300 4 AinstAviarioAverdepublAestudoreflotAtot = AinstAverdepublAestudourbAtec =
315 15 GabCAprojCNoLotCBquadAC **= GabBAprojBNoLotBBquadAC **= 327 26 PFLquadTquadPPPFTquadTquadPT ++= PFLquadTquadPPPFTquadTquadDT ++=
354 9 Incluir embaixo de Aviaria-tot rea de Interveno total. AinstpubAverdequadviarioAtottotalervA ++=int
363 26 MJ/ pass km kWh/ pass-km 364 8,9,10, 11,12 km/ ano pass-km/ ano 364 9 CVMbrtPAmcEVpublVDTmcPKMbrt /** = PAmcEVpublVDTmcPKMbrt ** =
364 10 CVMvltPAmcEVpublVDTmcPKMvlt /** = PAmcEVpublVDTmcPKMbvlt ** =
364 11 CVMacPAacEVpublVDTacPKMac /** = PAacEVpublVDTacPKMac ** =
364 12 CVMautoPAEVautoVDTautoPKMauto /**= PAEVautoVDTautoPKMauto **=
375 9,24,25,26 No. de vezes * p-direito [-] 410 9 escala distrital escala predial 439 1 no planejamento no desenvolvimento no planejamento do desenvolvimento 439 14 areo caso da Operao gua Branca a rea da Operao gua Branca 449 2 4,16 km 4,12 km 463 11, 12 438% 349% 463 13 416% 331% 463 14,15, 16 334% 262% 463 17 1% - (excluir) 463 18 0% 349% 463 19 -10% 349% 463 20 -31% 331% 506 23 por populao fixa, menor por populao fixa, devido menor 515 4 a visualizao das 108 a visualizao de 108 523 3 de 18% a 48; de 18% a 48%; 533 3 estratgias integradas para planejamento estratgias para planejamento 539 17 - Incluir: DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ENERGIA
DO INSTITUTO REAL DE TECNOLOGIA. Curso de Tecnologia em Energias Renovveis. Estocolmo: KTH, 2003.
547 31 - Incluir: XCO2 CONISBEE LTD CONSULTING ENGINEERS. Insulation for Sustainability A guide. London: Federation of European Rigid Polyurethane Foam Association BING, 2000.
641 12 166.078.453;163.680.417; 166.204.571; 158.546.095 165.829.278; 163.435.863; 165.955.291; 158.307.389 641 13 109.063.718; 107.405.343; 109.140.097; 104.184.597 146.314.426; 143.936.672; 148.226.091; 141.245.586 641 14 18.321.906; 18.034.445; 18.333.686; 17.509.755 109.431.250; 106.321.496; 110.669.279; 105.386.932 641 15 38.692.830; 38.240.629; 38.730.788; 36.851.742 108.458.909; 105.426.905; 109.849.612; 104.663.341 641 16 165.829.278; 163.435.863; 165.955.291; 158.307.389 106.297.409; 103.265.759; 107.874.727; 102.714.511
775 a 786 4 Consumo Energtico Transportes; kWh/ m2 ano Consumo Energtico Transportes; kWh/ passageiro ano
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Se o mundo desenvolvido considera terrveis os problemas de poluio,
congestionamento e decadncia de alguns setores da cidade, pensemos ento
nas mudanas que esto oprimindo o mundo em desenvolvimento.
[...]
A cidade uma matriz complexa e mutvel de atividades humanas e efeitos
ambientais. Planejar uma cidade auto-sustentvel exige uma ampla
compreenso das relaes entre os cidados, servios, polticas de transporte
e gerao de energia, bem como seu impacto no meio ambiente local e numa
esfera geogrfica mais ampla.
[...]
A crise ambiental e social de nossas cidades est ocupando muitas mentes. O
apelo por sustentabilidade revive a necessidade de um planejamento urbano
bem elaborado e demanda um repensar de seus princpios e objetivos bsicos.
A crise da civilizao moderna exige que o poder pblico comece a planejar,
com vistas criao de cidades sustentveis.
Richard Rogers, Cidades para um pequeno planeta
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s cidades do mundo, do Brasil
Em especial cidade de So Paulo
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A Deus,
por sempre iluminar meu caminho
Ao meu amor, Paulo,
pelo companheirismo
e por fazer parte de minha vida
Aos meus pais, Ivani e Jos,
pelo apoio e incentivo de sempre.
-
Agradecimentos
Ao Prof. Dr. Marcelo de Andrade Romero, pela dedicao e clareza na orientao desse
trabalho e pelo interesse e pacincia nas discusses tcnicas dos vrios temas
envolvidos;
Aos Professores Ricardo Toledo e Marta Dora Grostein, da FAU USP, e Alberto
Hernandez, do Departamento de Engenharia Mecnica da Escola Politcnica da USP,
pelas contribuies metodolgicas e apoio no desenvolvimento dos trabalhos;
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos de So Paulo e Empresa Metropolitana de
Transportes Urbanos de So Paulo, pela experincia adquirida trabalhando com
transporte urbano nas regies metropolitanas do Estado de So Paulo. Em especial, aos
companheiros da rea de Planejamento, pelo apoio e incentivo;
Aos professores e tcnicos do Departamento de Tecnologia de Energia do Instituto Real
de Tecnologia de Estocolmo e do Centro das Naes Unidas para o Desenvolvimento
Regional em Nagoya, pelo enriquecimento adicional na temtica desse trabalho;
Agncia de Cooperao Internacional do Japo - JICA, pelo apoio no treinamento em
Transporte Urbano e Meio Ambiente, no Japo;
Muitos outros tambm contriburam para que esse trabalho pudesse ser desenvolvido,
alguns diretamente, nas discusses sobre os vrios temas tratados, outros de forma
indireta, nas aulas acadmicas, palestras, no dia-a-dia da atividade profissional, nas
conversas com amigos e familiares. A todos que participam de minha vida, os meus
sinceros agradecimentos.
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Resumo
MARINS, K. R. de C.C. Proposta Metodolgica para Planejamento Energtico no Desenvolvimento de reas Urbanas. O potencial da integrao de estratgias e solues em morfologia e mobilidade urbanas, edifcios, energia e meio ambiente: areo caso da operao urbana gua Branca, no municpio de So Paulo. 2010. 798 p. Tese (Doutorado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2010.
O objeto da presente tese o desenvolvimento de uma proposta metodolgica para planejamento energtico no desenvolvimento de reas urbanas, na escala de distritos, bairros e unidades de vizinhana. A metodologia proposta aplicvel a estudos de desenvolvimento de novas reas urbanas, distritos ou bairros e estudos para requalificao de reas urbanas j ocupadas, como ferramenta de suporte ao planejamento e ao processo decisrio.
Inicialmente, foi produzida uma base referencial dos principais condicionantes para o planejamento energtico urbano, segundo o escopo considerado nesse trabalho de pesquisa. Nessa etapa foram identificadas e analisadas as interdependncias entre esses fatores e sua participao no consumo energtico e nas emisses de poluentes.
A proposta metodolgica est estruturada em dois mdulos principais: Mdulo 1 - Gerenciamento da Demanda de Energia, envolvendo aspectos relacionados Morfologia Urbana, Mobilidade Urbana e Edificaes, tais como densidade populacional e construda, uso e ocupao do solo, geometria de quadras e cnion urbano, sistema de transporte urbano de passageiros, sistema virio, tecnologias veiculares e combustveis, solues passivas em conforto ambiental e substituio tecnolgica de equipamentos em edificaes; e Mdulo 2 - Gerenciamento da Oferta de Energia, incluindo sistemas de gerao e distribuio de energia eltrica e trmica para aquecimento e resfriamento em escala urbana, inclusive com aproveitamento de recursos energticos residuais e renovveis. Dos Mdulos 1 e 2 resultam os nveis de consumo de energia e as emisses totais de poluentes, incluindo Gases de Efeito Estufa e poluentes locais.
Na composio da proposta metodolgica participam variveis e parmetros relacionados aos condicionantes de planejamento energtico urbano, bem como procedimentos de clculo que integram e compatibilizam as configuraes urbanas quanto morfologia, mobilidade, edificaes, e gerao de energia. Os procedimentos foram sistematizados em um conjunto de planilhas eletrnicas e grficos comparativos, desenvolvidos para aferio da proposta metodolgica, suporte na visualizao de resultados e indicadores e posterior aplicao como ferramenta no planejamento de reas urbanas.
A proposta metodolgica foi aplicada no caso da Operao Urbana gua Branca, no Municpio de So Paulo, ficando demonstrado o potencial de integrao de estratgias e comprovando a tese em questo. Nas duzentas e dezessete diferentes situaes configuradas por meio da metodologia proposta, foi possvel identificar no apenas importantes potenciais quantitativos, mas tambm a contribuio relativa dos diversos condicionantes para o resultado global, em termos energticos, urbansticos e ambientais. Alm dos cenrios apresentados, a proposta metodolgica permite que diversos outros possam ser configurados para outras reas urbanas a serem desenvolvidas ou requalificadas, desde que as variveis e os parmetros sejam adequadamente adaptados a cada realidade.
Palavraschave: planejamento energtico, planos de desenvolvimento integrado, morfologia urbana, transporte urbano, arquitetura bioclimtica, energia, gerao de energia, eficincia energtica, meio ambiente urbano, poluio atmosfrica, sustentabilidade.
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Abstract
MARINS, K. R. de C.C. Methodological Proposal for Energy Planning in the Development of Urban Areas. The potential of integrating strategies and solutions in urban morphology and mobility, buildings, energy and environment, on Agua Branca urban operation study-case, Sao Paulo. 2010. 798 p. Thesis (Doctorate). Faculty of Architecture and Urbanism, University of Sao Paulo, Sao Paulo, 2010.
The subject of this thesis is the development of a methodology for energy planning in the development of urban areas, in the scale of districts and neighborhoods. The proposed methodology has two main applications as a tool to support strategic planning and decision-making process: studies for the development of new urban areas, districts or neighborhoods, and studies for rehabilitation of urban areas already used.
Initially, a conceptual and technical approach was done about the main constraints for urban energy planning, according to the scope considered in this research. In this stage, the interrelationships among these factors and their impact in terms of energy consumption and pollutant emissions were identified and analyzed.
The proposed methodology is organized into two main modules: Module 1 - Energy Demand Management, involving aspects of urban morphology, urban mobility and buildings, such as population density and built area, land use, urban blocks and urban canyon geometry, urban transport, road system, vehicle and fuel technologies, passive solutions to environmental comfort and technological replacement of equipment in buildings; and Module 2 - Energy Supply Management, including district and local systems for generating and distributing electricity and steam for heating and cooling purpose, including the use of renewable and waste energy resources. Levels of energy consumption and the total emission of pollutants, including greenhouse gases and local pollutants, result from the Modules 1 and 2.
The proposed methodology involves variables and parameters related to the constraints of urban energy planning as well as calculation procedures that integrate and match the urban settings under consideration, as urban morphology, mobility, buildings, power generation and district systems. The procedures were systematized into a set of spreadsheets and charts developed to verify the proposed methodology, visualization support of results and indicators, and later application as a tool for planning of urban areas.
The proposed methodology was applied to the Agua Branca Urban Operation study-case, in the city of Sao Paulo, in which the potential of integrating strategies was demonstrated. In thirty-six different situations defined by using the proposed methodology, it was possible to identify not only important quantitative potentials but also the relative contribution of various constraints to the overall result in terms of energy, urban and environmental issues. In addition to the scenarios presented, the proposed methodology allows the configuration of several other options to different urban areas to be developed or rehabilitated, but variables and parameters need to be properly adapted to each situation.
Keywords: energy planning, integrated development plans, urban morphology, urban transport, bioclimatic architecture, energy, power generation, energy efficiency, urban environment, pollution, sustainability.
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Lista de Tabelas
Tabela Pgina
Tabela 01: Empreendimentos de gerao de energia eltrica existentes no Brasil em 31.12.2006
57
Tabela 02: Produo de Energia Eltrica no Brasil 58
Tabela 03: Evoluo do potencial de cogerao a gs natural do Estado de So Paulo
61
Tabela 04: Expanso da distribuio de energia eltrica no Estado de So Paulo Consumo energtico por fonte no Brasil, setores selecionados no Brasil, 2006
62
Tabela 05: Consumo energtico por fonte no Brasil, setores selecionados no Brasil, 2006
69
Tabela 06: Consumo de energia eltrica - Classe Residencial 72
Tabela 07: Consumo desagregado por usos finais Mdia Brasil 72
Tabela 08: Consumo desagregado por usos finais em edifcios comerciais - Dados da cidade de So Paulo, 2005
74
Tabela 09: Consumo de energia no transporte urbano de passageiros no Brasil, em cidades com mais de 60.000 habitantes
75
Tabela 10: Distncia percorrida pelo transporte urbano de passageiros no Brasil 76
Tabela 11: Comparativo do consumo energtico entre os modos de transporte de passageiros- Veculos cheios
76
Tabela 12: Densidade residencial nas cidades e regies metropolitanas 102
Tabela 13: Comparativo entre os modos de transporte de passageiros Emisses de poluentes e custo
128
Tabela 14: Capacidade dos diferentes modos de transporte 130
Tabela 15: Capacidade mxima dos diferentes modos de transporte 131
Tabela 16: Lotao dos modos de transporte pblico coletivo 133
Tabela 17: Consumo de energia no transporte urbano de passageiros no Brasil 2006.
134
Tabela 18: Classificao viria no Municpio de So Paulo (PMSP, 2004a) 135
Tabela 19: Nvel de servios para as classes de vias urbanas 137
Tabela 20 Nveis de Servio, tempos de espera e volumes de trfego 138
Tabela 21: Espao virio usado pelas pessoas em nibus e em automveis 140
Tabela 22: Uso final de energia eltrica no setor residencial 143
Tabela 23: Consumo mdio de energia eltrica por m e consumo desagregado por usos finais, em edificaes comerciais e residenciais da Regio Metropolitana de So Paulo
144
Tabela 24: Nveis de desempenho energtico de lmpadas 156
Tabela 25: Estimativa para consumo energtico, densidade de potncia e perodo de operao de edifcios comerciais
158
Tabela 26: Contribuio relativa das fontes de poluio do ar na RMSP 188
Tabela 27: Fatores de emisso de poluentes para veculos leves Valores estabelecidos pelo Proconve para veculos novos e valores representativos da frota de 2008 da RMSP
191
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Lista de Tabelas
Tabela Pgina
Tabela 28: Fatores de emisso de poluentes para veculos pesados Valores estabelecidos pelo Proconve para veculos novos e representativos da frota de 2008 da RMSP
191
Tabela 29: Emisses de Dixido de Carbono (CO2 equivalente) 192
Tabela 30: Fatores de emisso de poluentes em sistemas de gerao de energia 194
Tabela 31: Consumo desagregado por usos finais de energia - Edificaes 255
Tabela 32: Parmetros para caracterizao do trfego virio 262
Tabela 33: Parmetros para dimensionamento da seo viria 263
Tabela 34: Seo viria mnima 264
Tabela 35: Fatores de emisso dos sistemas de transporte urbano de passageiros 267
Tabela 36: Fatores para estimativa da capacidade instalada de gerao de energia
278
Tabela 37: Parmetros de fatores de emisso de poluentes 285
Tabela 38: Exemplo de planilha integrante da sistematizao da proposta metodolgica
433
Tabela 39: Exemplo de planilha integrante da sistematizao da proposta metodolgica
435
Tabela 40: Distribuio do uso do solo e densidade populao na rea da Operao Urbana gua Branca Valores atuais e Proposta do Plano Urbanstico.
447
Tabela 41: Definio da rea total considerada no estudo de caso 448
Tabela 42: Quantificao de reas verdes, institucionais e da rea total disponvel para ocupao residencial, comercial e pelo sistema virio
456
Tabela 43: Principais resultados e indicadores da aplicao da Proposta metodolgica no estudo de caso rea da Operao Urbana gua Branca
458
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Lista de Quadros
Quadro Pgina
Quadro 01: Potencial de eficincia energtica no mundo Alguns exemplos 79
Quadro 02: rea ocupada ou edificada em relao rea total Exemplos de diversas cidades no mundo
108
Quadro 03: Participao dos modos principais de transporte urbano mdias de reas urbanas no mundo
123
Quadro 04: Classificao de Vias urbanas, segundo critrios projetuais e funcionais
137
Quadro 05: Exemplos de capacidades e aplicao de bombas de calor 169
Quadro 06: Principais poluentes locais e gases de efeito estufa relacionados gerao de energia e uso em transportes urbanos de passageiros.
185
Quadro 07: Principais poluentes atmosfricos em reas urbanas, fontes e impactos ambientais e na sade
186
Quadro 08: Definio da Densidade populacional por unidade residencial 224
Quadro 09: Definio da Densidade populacional em edifcios comerciais 225
Quadro 10: Definio do Coeficiente de Aproveitamento 226
Quadro 11: Definio da Taxa de Ocupao Edificada 227
Quadro 12: Definio da Taxa de Ocupao por reas Verdes 227
Quadro 13: Definio dos Coeficientes de Uso Misto 228
Quadro 14: Definio da rea das Unidades Residenciais e Comerciais 230
Quadro 15: Definio das Tipologias de Quadra quanto Densidade 231
Quadro 16: Opes em Tecido Urbano Distribuio preliminar 232
Quadro 17: Participao dos modos principais de transporte 238
Quadro 18: Distncia mdia percorrida por viagem por modo de transporte 239
Quadro 19: Capacidade veicular mdia dos sistemas de transporte 243
Quadro 20: Participao dos tipos de vias no sistema virio da rea em estudo 245
Quadro 21: Distribuio mdia do fluxo total de trfego da rea em estudo por tipologia viria
245
Quadro 22: Distribuio mdia do fluxo total de trfego da rea em estudo por tipologia viria
246
Quadro 23: Distncia mdia entre as paradas do sistema de mdia capacidade 247
Quadro 24: Participao das tecnologias veiculares no transporte individual 247
Quadro 25: Participao dos combustveis no transporte individual 248
Quadro 26: Parmetros gerais para balano trmico em edificaes Padro construtivo bsico de referncia para So Paulo
255
Quadro 27: Definio das Tipologias de Quadra quanto Forma 259
Quadro 28: Capacidade veicular mdia dos sistemas de transporte 260
Quadro 29: Parmetros de demanda mnima para determinao da capacidade de transporte
261
Quadro 30: Parmetros de demanda mxima para determinao da capacidade de transporte
261
-
Lista de Quadros
Quadro Pgina
Quadro 31: Consumo de combustvel em transportes urbanos 264
Quadro 32: Consumo de energia em transportes urbanos 265
Quadro 33: Nvel 01 de eficincia energtica em edificaes Aes gerais em escala urbana
270
Quadro 34: Nvel 02 de eficincia energtica em edificaes Aes gerais para conforto ambiental passivo
271
Quadro 35: Nvel 03 de eficincia energtica em edificaes Aes adicionais especficas em conforto ambiental passivo e substituio tecnolgica
274
Quadro 36: Fatores de perdas nos sistemas de distribuio de energia 284
Quadro 37: Variveis e Parmetros Caracterizao da Situao de Referncia 293
Quadro 38: Equaes Caracterizao da Situao de Referncia 296
Quadro 39: Indicadores Gerais Caracterizao da Situao de Referncia do estudo de caso
298
Quadro 40: Variveis e Parmetros Distribuio geral das reas de projeto 299
Quadro 41: Equaes Distribuio geral das reas de projeto 300
Quadro 42: Variveis e Parmetros Volumetria das edificaes e caractersticas dos lotes
301
Quadro 43: Equaes Volumetria das edificaes e caractersticas dos lotes 301
Quadro 44: Variveis e Parmetros Dimensionamento inicial das quadras 306
Quadro 45: Equaes Dimensionamento inicial das quadras 306
Quadro 46: Variveis e Parmetros Distribuio dos lotes por face de quadra 308
Quadro 47: Equaes Distribuio dos lotes por face de quadra 310
Quadro 48: Indicadores Distribuio dos lotes por face de quadra 313
Quadro 49: Variveis e Parmetros Dimensionamento final das quadras 313
Quadro 50: Equaes Dimensionamento final das quadras 314
Quadro 51: Variveis e Parmetros Seo viria preliminar 320
Quadro 52: Equaes Seo viria preliminar 321
Quadro 53 Variveis - Tecido urbano e Quantitativo preliminar de quadras e edificaes
324
Quadro 54: Equaes Tecido urbano e Quantitativo preliminar de quadras e edificaes
324
Quadro 55: Variveis Quantitativo preliminar de Populao 327
Quadro 56: Equaes Quantitativo preliminar de Populao 327
Quadro 57: Variveis e Parmetros Viagens motorizadas dirias e horrias 330
Quadro 58: Equaes Total de viagens motorizadas dirias e horrias 330
Quadro 59: Variveis e Parmetros Diviso dos modos de transporte 331
Quadro 60: Equaes Viagens dirias totais por transporte pblico 331
Quadro 61: Equaes Diviso dos modos de transporte 332
Quadro 62: Variveis e Parmetros Extenso viria total por tipo de via 333
Quadro 63: Equaes Extenso viria total por tipo de via 333
-
Lista de Quadros
Quadro Pgina
Quadro 64: Variveis e Parmetros Pr-dimensionamento da infra-estrutura viria
336
Quadro 65: Equaes Pr-dimensionamento da infra-estrutura viria 338
Quadro 66: Variveis e Parmetros Definio da seo viria final e reviso do nmero de quadras
345
Quadro 67: Equaes Definio da seo viria final e reviso do nmero de quadras
345
Quadro 68: Variveis reas urbanas e Nmero de edificaes 347
Quadro 69: Equaes reas urbanas e Nmero de edificaes 349
Quadro 70: Equaes Quantitativo final de Populao 355
Quadro 71: Variveis e Parmetros Verificao do sistema de transporte 357
Quadro 72: Equaes Verificao do sistema de transporte 357
Quadro 73: Indicadores Quantitativos finais 358
Quadro 74: Variveis e Parmetros Consumo energtico do sistema de transporte urbano
363
Quadro 75: Equaes Consumo energtico do sistema de transporte urbano 364
Quadro 76: Indicadores Consumo energtico do sistema de transporte urbano 365
Quadro 77: Variveis e Parmetros Caractersticas e eficincia energtica em edifcios
374
Quadro 78: Equaes Caractersticas e eficincia energtica em edifcios Balano trmico em edificaes
376
Quadro 79: Equaes Caractersticas e eficincia energtica em edifcios consumo desagregado por usos finais
378
Quadro 80: Equaes Caractersticas e eficincia energtica em edifcios Quantitativos preliminares para clculo dos nveis de eficincia energtica
378
Quadro 81: Equaes Caractersticas e eficincia energtica em edifcios Opes em eficincia energtica
379
Quadro 82: Equaes Caractersticas das edificaes e eficincia energtica em edifcios - Nveis de eficincia energtica
381
Quadro 83: Indicadores reas passivas das edificaes 382
Quadro 84: Variveis e Parmetros Consumo total de energia em edificaes 384
Quadro 85: Equaes Consumo total de energia em edificaes Consumo inicial de energia
386
Quadro 86: Equaes Consumo total de energia em edificaes Redues no consumo de energia
387
Quadro 87: Equaes Consumo total de energia em edificaes 388
Quadro 88: Indicadores Consumo de energia em edificaes 392
Quadro 89: Variveis e Parmetros Consumo total de energia em edificaes e transportes urbanos
393
-
Lista de Quadros
Quadro Pgina
Quadro 90: Equaes Consumo total de energia em edificaes e transportes urbanos
394
Quadro 91: Variveis e Parmetros Capacidade instalada de gerao de energia
402
Quadro 92: Equaes Capacidade instalada de gerao de energia expresso geral
405
Quadro 93: Equaes Capacidade instalada de gerao de energia - escala regional
406
Quadro 94: Equaes Capacidade instalada em gerao de energia- escala distrital
408
Quadro 95: Equaes Capacidade instalada de gerao de energia - escala predial
410
Quadro 96: Equaes rea para instalao de coletores solares 411
Quadro 97: Indicadores Gerao de energia para uso em edificaes 412
Quadro 98: Variveis Consumo efetivo de energia com aquecimento de gua, utilizando aquecimento solar
412
Quadro 99: Equaes Consumo efetivo de energia com aquecimento de gua, utilizando aquecimento solar
413
Quadro 100: Variveis Consumo efetivo de energia com uso de calor residual para aquecimento de gua e resfriamento ambiental
413
Quadro 101: Equaes Consumo efetivo de energia com uso de calor residual para aquecimento de gua e resfriamento ambiental
413
Quadro 102: Indicadores Consumo de energia em edificaes 414
Quadro 103: Variveis e Parmetros Emisso de Poluentes e Gases de Efeito Estufa
416
Quadro 104: Equaes Emisso de Poluentes e Gases de Efeito Estufa 417
Quadro 105: Indicadores Emisses de poluentes e Gases de Efeito Estufa 418
Quadro 106: Relao de planilhas inter-relacionadas da proposta metodolgica 431
-
Lista de Figuras
Figura Pgina
Figura 01: Esquema de metabolismo linear urbano. 39
Figura 02: Esquema de metabolismo circular urbano. 40
Figura 03: Sistema Interligado Nacional 56
Figura 04: Perfil esquemtico do efeito ilha de calor 91
Figura 05: Mapa da temperatura aparente da superfcie sobre modelo digital do
Municpio de So Paulo
91
Figura 06: Mapa trmico Isolinhas de temperatura aparente predominante da
superfcie por distrito
91
Figura 07: Indicao dos principais parmetros de cnion urbano para acesso da radiao solar aos edifcios
95
Figura 08: Quota residencial rea de residncia por habitante no Municpio de So Paulo
103
Figura 09: Esquema de bairro ou unidade de vizinhana baseada no uso misto do
solo
106
Figura 10: Exemplos de malha urbana 113
Figura 11: Mapas de acesso aos centros cidades, no perodo noturno. Mapas da esquerda indicam acesso atravs do automvel e os mapas da direita, acesso via transporte pblico
117
Figura 12: Estratgias selecionadas para eficincia energtica em edificaes, a
serem consideradas na fase de planejamento energtico urbano
146
Figura 13: Diferena de temperatura entre o ar externo e a mxima temperatura de
conforto no ambiente interno e a eficcia do sistema de ventilao natural
151
Figura 14: Potencial para resfriamento atravs de ventilao considerando
temperaturas internas e externas
152
Figura 15: Princpio de funcionamento de prateleiras de luz 154
Figura 16: Princpio de funcionamento de protees solares externas 154
Figura 17: Classificao scio-econmica por faixas de consumo de energia no
Brasil.
159
Figura 18: Esquema do funcionamento de uma bomba de calor 168
Figura 19: Sistemas de cogerao Sistema de contrapresso 172
Figura 20: Sistemas de cogerao Sistema de condensao a extrao 173
Figura 21: Exemplo de sistema a cogerao com turbinas a gs 173
Figura 22: Exemplo de sistemas de cogerao com ciclo combinado 175
Figura 23: Sistemas de cogerao Motor de combusto externa 175
-
Lista de Figuras
Figura Pgina
Figura 24: Princpio de funcionamento da clula a combustvel 178
Figura 25: Esquema do sistema de aquecimento distrital. 181
Figura 26: Esquema do sistema de fornecimento distrital no ponto de consumo. 181
Figura 27: Esquema do sistema de resfriamento distrital. 183
Figura 28: Representao do conceito de sistema energtico 202
Figura 29: Representao esquemtica do conceito de sistema energtico urbano 205
Figura 30: Representao esquemtica da abordagem tradicional dos componentes centrais da metodologia proposta
206
Figura 31: Estrutura geral da metodologia para planejamento energtico urbano 209
Figura 32: Fluxograma Geral da Proposta Metodolgica Parte 1 211
Figura 33: Fluxograma Geral do Proposta Metodolgica Parte 2 212
Figura 34: Exemplos de configurao de tipologias de quadra quanto forma e densidade.
304
Figura 35: Exemplo de Carta Solar com demarcao do ngulo complementar ao ngulo de obstruo
316
Figura 36: Exemplo de Quadra tipo 2 (Proporo 1,0 entre comprimento e largura), com 1 lote de alta densidade (A), 2 lotes de mdia densidade (M) e 12 lotes de baixa densidade (B)
437
Figura 37: Exemplo de Quadra tipo 3 (Proporo 2,0 entre comprimento e largura), com 2 lotes de alta densidade (A), 2 lotes de mdia densidade (M) e 8 lotes de baixa densidade (B)
437
Figura 38: Mapa do Municpio de So Paulo com destaque para a rea da Operao Urbana gua Branca
441
Figura 39: Permetro da Operao gua Branca 442
Figura 40 Uso do Solo rea de Operao gua Branca 442
Figura 41: Zoneamento rea de Operao gua Branca 443
Figura 42: Plano Urbanstico rea de Operao gua Branca 445
Figura 43: Plano Urbanstico Sistema virio 446
Figura 44: Plano Urbanstico rea de Operao gua Branca. 447
Figura 45: Definio da rea do estudo de caso 449
Figura 46: Esquema - Quadra Tipo 1 - Layout 1 453
Figura 47: Esquema - Quadra Tipo 2 - Layout 1 453
Figura 48: Esquema - Quadra Tipo 1 - Layout 2 453
Figura 49: Esquema - Quadra Tipo 2 - Layout 2 453
Figura 50: Esquema - Quadra Tipo 1 - Layout 3 453
Figura 51 Esquema - Quadra Tipo 2 - Layout 3 453
Figura 52 Esquema - Quadra Tipo 3 - Layout 1 454
Figura 53 Esquema - Quadra Tipo 3 - Layout 2 454
Figura 54 Esquema - Quadra Tipo 3 - Layout 3 454
-
Lista de Grficos
Grfico Pgina
Grfico 01: Participao das fontes de energia na matriz energtica brasileira 50
Grfico 02: Participao das fontes de energia na matriz energtica mundial 50
Grfico 03: Evoluo da capacidade instalada de energia eltrica no Brasil de 1925 a 1950
52
Grfico 04: Evoluo da capacidade instalada de energia eltrica no Brasil de 1963 a 1991
53
Grfico 05: Capacidade instalada por fonte de energia Trajetria inferior de mercado - PDE 2007 2016
60
Grfico 06: Capacidade hidreltrica instalada Trajetria inferior de mercado - PDE 2007 2016
60
Grfico 07: Evoluo prevista para as reservas e a produo de petrleo nacionais de 2007 a 2016
63
Grfico 08: Evoluo prevista para as reservas e a produo de gs natural nacionais de 2007 a2016
64
Grfico 09: Projeo do consumo nacional de etanol, de 2007 a 2016 65
Grfico 10: Evoluo do consumo final energtico no Brasil, de 1970 a 2006 67
Grfico 11: Participao percentual do consumo energtico por fonte no Brasil em 2006
68
Grfico 12: Participao percentual do consumo energtico por fonte no mundo em 2006
68
Grfico 13: Evoluo da participao percentual do consumo energtico por setor no Brasil
68
Grfico 14: Evoluo do consumo total de eletricidade no Brasil 70
Grfico 15: Consumo de energia eltrica no Brasil por setor em 2006 70
Grfico 16: Previso de consumo de energia eltrica 2006-2017 nas trajetrias superior e inferior de mercado
71
Grfico 17: Consumo desagregado por usos finais no setor residencial Mdia Brasil
73
Grfico 18: Consumo desagregado por usos finais no setor residencial Mdia Regio Sudeste
73
Grfico 19: Previso de consumo energtico desagregado residencial - 2020 73
Grfico 20: Previso de consumo energtico desagregado comercial - 2020 73
Grfico 21: Consumo de combustveis no transporte rodovirio no Brasil, de 1996 a 2006
74
Grfico 22: Diviso dos modos de transporte de passageiros Mdia Brasil 77
Grfico 23: Evoluo da frota nacional 77
Grfico 24: Nmero de veculos - RMSP 77
Grfico 25: Consumo de combustveis - RMSP 77
Grfico 26: Capacidade instalada de energia eltrica em 2004, no cenrio tendencial e no cenrio eltrico sustentvel
83
-
Lista de Grficos
Grfico Pgina
Grfico 27: Perda de radiao solar incidente causada pelo cnion urbano 96
Grfico 28: Influncia do fator de absoro de materiais externos na temperatura superficial
99
Grfico 29: Percentual de rea verde sobre a rea urbana total Exemplos de cidades no mundo
111
Grfico 30: ndice de mobilidade por faixa de populao e modo de transporte 116
Grfico 31: Densidade urbana e consumo de energia em cidades do mundo - 1990 120
Grfico 32: Porcentagem de viagens em reas urbanas feitas a p e de bicicleta em cidades norte-americanas e europias em 1995
126
Grfico 33: Capacidade mxima dos diferentes modos de transporte Dados da Associao Nacional de Empresas de Transportes e Trnsito
131
Grfico 34: Consumo de energia por modo de transporte veculos cheios 133
Grfico 35: Velocidade de automveis e nibus em cidades selecionadas brasileiras em 1998
139
Grfico 36: Energia consumida durante a vida de uma edificao 142
Grfico 37: Emisso de poluentes por modo de transporte na RMSP em 2002 189
Grfico 38: Exemplo de grfico comparativo da densidade construda entre a Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
426
Grfico 39: Exemplo de grfico comparativo do consumo energtico em edifcios comerciais, entre a Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
426
Grfico 40: Exemplo de grfico de composio do consumo total de energia 427
Grfico 41: : Exemplo de grfico de composio da matriz de gerao de energia 427
Grfico 42: Exemplo de Grfico - Morfologia e mobilidade urbanas 428
Grfico 43: Exemplo de Grfico - Consumo e gerao de Energia 428
Grfico 44: Exemplo de Grfico - Poluentes e Gases de Efeito Estufa 428
Grfico 45: Exemplo de carta solar para definio do ngulo de obstruo em cnion urbano
438
Grfico 46: Exemplo de carta solar para definio do perodo de proteo contra a radiao solar
438
Grfico 47: Densidade populacional Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
481
Grfico 48: Distribuio de reas urbanas Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
481
Grfico 49: Densidade construda Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
481
Grfico 50: Participao dos modos de transporte Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
481
Grfico 51: Consumo energtico Ed. Comerciais Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
482
-
Lista de Grficos
Grfico Pgina
Grfico 52: Consumo energtico Ed. Residenciais Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
482
Grfico 53: Consumo energtico Edificaes por Populao Fixa Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
482
Grfico 54: Consumo energtico total em Edificaes Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
482
Grfico 55: Consumo energtico em Transportes Urbanos por passageiro transportado Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
483
Grfico 56: Consumo energtico total em Transportes Urbanos Situao de Referncia e Opes de Tecido Urbano
483
Grfico 57: Participao no consumo final de energia 483
Grfico 58: Sistema regional Matriz de fornecimento de energia 483
Grfico 59: Sistema distrital Matriz de fornecimento de energia 483
Grfico 60: Sistema predial Matriz de fornecimento de energia 483
Grfico 61: Capacidade instalada Sistemas regional, distrital e predial Cenrios 1 e 2
484
Grfico 62: Capacidade instalada Sistemas regional, distrital e predial Cenrio 3 484
Grfico 63: Emisses totais de dixido de enxofre Cenrio 1 484
Grfico 64: Emisses totais de dixido de enxofre Cenrio 2 484
Grfico 65: Emisses totais de dixido de enxofre Cenrio 3 485
Grfico 66: Emisses totais de xidos de nitrognio Cenrio 1 485
Grfico 67: Emisses totais de xidos de nitrognio Cenrio 2 485
Grfico 68: Emisses totais de xidos de nitrognio Cenrio 3 485
Grfico 69: Emisses totais de compostos orgnicos volteis Cenrio 1 486
Grfico 70: Emisses totais de compostos orgnicos volteis Cenrio 2 486
Grfico 71: Emisses totais de compostos orgnicos volteis Cenrio 3 486
Grfico 72 Emisses totais de monxido de carbono Cenrio 1 486
Grfico 73: Emisses totais de monxido de carbono Cenrio 2 487
Grfico 74: Emisses totais de monxido de carbono Cenrio 3 487
Grfico 75: Emisses totais de material particulado Cenrio 1 487
Grfico 76: Emisses totais de monxido de carbono Cenrio 2 487
Grfico 77: Emisses totais de monxido de carbono Cenrio 3 488
Grfico 78: Emisses totais de gases de efeito estufa Cenrio 1 488
Grfico 79: Emisses totais de gases de efeito estufa Cenrio 2 488
Grfico 80: Emisses totais de gases de efeito estufa Cenrio 3 488
Grfico 81: Morfologia e mobilidade urbanas Opo A 489
Grfico 82: Morfologia e mobilidade urbanas Opo C 489
Grfico 83: Morfologia e mobilidade urbanas Opo B 489
-
Lista de Grficos
Grfico Pgina
Grfico 84: Morfologia e mobilidade urbanas Opo D 489
Grfico 85: Energia - Opo A - Sistema Regional - Cenrio 1 490
Grfico 86: Energia - Opo A - Sistema Distrital- Cenrio 1 490
Grfico 87: Energia - Opo A - Sistema Predial - Cenrio 1 490
Grfico 88: Energia - Opo B - Sistema Regional - Cenrio 1 490
Grfico 89: Energia - Opo B - Sistema Distrital - Cenrio 1 490
Grfico 90: Energia - Opo B - Sistema Predial - Cenrio 1 490
Grfico 91: Energia - Opo C - Sistema Regional - Cenrio 1 491
Grfico 92: Energia - Opo C - Sistema Distrital - Cenrio 1 491
Grfico 93: Energia - Opo C - Sistema Predial - Cenrio 1 491
Grfico 94: Energia - Opo D - Sistema Regional - Cenrio 1 491
Grfico 95: Energia - Opo D- Sistema Distrital - Cenrio 1 491
Grfico 96: Energia - Opo D - Sistema Predial - Cenrio 1 491
Grfico 97: Energia - Opo A - Sistema Regional - Cenrio 2 492
Grfico 98: Energia - Opo A - Sistema Distrital - Cenrio 2 492
Grfico 99: Energia - Opo A - Sistema Predial - Cenrio 2 492
Grfico 100: Energia - Opo B - Sistema Regional - Cenrio 2 492
Grfico 101: Energia - Opo B - Sistema Distrital - Cenrio 2 492
Grfico 102: Energia - Opo B - Sistema Predial - Cenrio 2 492
Grfico 103: Energia - Opo C - Sistema Regional - Cenrio 2 493
Grfico 104: Energia - Opo C - Sistema Distrital - Cenrio 2 493
Grfico 105: Energia - Opo C - Sistema Predial - Cenrio 2 493
Grfico 106: Energia - Opo D - Sistema Regional - Cenrio 2 493
Grfico 107: Energia - Opo D - Sistema Distrital - Cenrio 2 493
Grfico 108: Energia - Opo D - Sistema Predial - Cenrio 2 493
Grfico 109: Energia - Opo A - Sistema Regional - Cenrio 3 494
Grfico 110: Energia - Opo A - Sistema Distrital - Cenrio 3 494
Grfico 111: Energia - Opo A - Sistema Predial - Cenrio 3 494
Grfico 112: Energia - Opo B - Sistema Regional - Cenrio 3 494
Grfico 113: Energia - Opo B - Sistema Distrital - Cenrio 3 494
Grfico 114: Energia - Opo B - Sistema Predial - Cenrio 3 494
Grfico 115: Energia - Opo C - Sistema Regional - Cenrio 3 495
Grfico 116: Energia - Opo C - Sistema Distrital - Cenrio 3 495
Grfico 117: Energia - Opo C - Sistema Predial - Cenrio 3 495
Grfico 118: Energia - Opo D - Sistema Regional - Cenrio 3 495
Grfico 119: Energia - Opo D - Sistema Distrital - Cenrio 3 495
-
Lista de Grficos
Grfico Pgina
Grfico 120: Energia - Opo D - Sistema Predial - Cenrio 3 495
Grfico 121: Poluentes - Opo A - Sistema Regional - Cenrio 1 496
Grfico 122: Poluentes - Opo A - Sistema Distrital - Cenrio 1 496
Grfico 123: Poluentes - Opo A - Sistema Predial - Cenrio 1 496
Grfico 124: Poluentes - Opo B - Sistema Regional - Cenrio 1 496
Grfico 125: Poluentes - Opo B Sistema Distrital - Cenrio 1 496
Grfico 126: Poluentes - Opo B - Sistema Predial - Cenrio 1 496
Grfico 127: Poluentes - Opo C - Sistema Regional - Cenrio 1 497
Grfico 128: Poluentes - Opo C - Sistema Distrital - Cenrio 1 497
Grfico 129: Poluentes - Opo C - Sistema Predial - Cenrio 1 497
Grfico 130: Poluentes - Opo D - Sistema Regional - Cenrio 1 497
Grfico 131: Poluentes - Opo D - Sistema Distrital - Cenrio 1 497
Grfico 132: Poluentes - Opo D - Sistema Predial - Cenrio 1 497
Grfico 133: Poluentes - Opo A - Sistema Regional - Cenrio 2 498
Grfico 134: Poluentes - Opo A - Sistema Distrital - Cenrio 2 498
Grfico 135: Poluentes - Opo A - Sistema Predial - Cenrio 2 498
Grfico 136: Poluentes - Opo B - Sistema Regional - Cenrio 2 498
Grfico 137: Poluentes - Opo B - Sistema Distrital - Cenrio 2 498
Grfico 138: Poluentes - Opo B - Sistema Predial - Cenrio 2 498
Grfico 139: Poluentes - Opo C - Sistema Regional - Cenrio 2 499
Grfico 140: Poluentes - Opo C - Sistema Distrital - Cenrio 2 499
Grfico 141: Poluentes - Opo C - Sistema Predial - Cenrio 2 499
Grfico 142: Poluentes - Opo D - Sistema Regional - Cenrio 2 499
Grfico 143: Poluentes - Opo D - Sistema Distrital - Cenrio 2 499
Grfico 144: Poluentes - Opo D - Sistema Predial - Cenrio 2 499
Grfico 145: Poluentes - Opo A- Sistema Regional - Cenrio 3 500
Grfico 146: Poluentes - Opo A - Sistema Distrital - Cenrio 3 500
Grfico 147: Poluentes - Opo A - Sistema Predial - Cenrio 3 500
Grfico 148: Poluentes - Opo B - Sistema Regional - Cenrio 3 500
Grfico 149: Poluentes - Opo B - Sistema Distrital - Cenrio 3 500
Grfico 150: Poluentes - Opo B - Sistema Predial - Cenrio 3 500
Grfico 151: Poluentes - Opo C- Sistema Regional - Cenrio 3 501
Grfico 152: Poluentes - Opo C - Sistema Distrital - Cenrio 3 501
Grfico 153: Poluentes - Opo C - Sistema Predial - Cenrio 3 501
Grfico 154: Poluentes - Opo D - Sistema Regional - Cenrio 3 501
Grfico 155: Poluentes - Opo D - Sistema Distrital - Cenrio 3 501
-
Lista de Grficos
Grfico Pgina
Grfico 156: Poluentes - Opo D - Sistema Predial - Cenrio 3 501
Grfico 157: ndice geral de eficincia energtica Reduo no consumo de energia 526
Grfico 158: ndice geral de reduo de emisses de poluentes Dixido de enxofre 526
Grfico 159: ndice geral de reduo de emisses de poluentes xidos de nitrognio
527
Grfico 160: ndice geral de reduo de emisses de poluentes Compostos orgnicos volteis
527
Grfico 161: ndice geral de reduo de emisses de poluentes Monxido de carbono
527
Grfico 162: ndice geral de reduo de emisses de poluentes Material particulado 528
Grfico 163: ndice geral de reduo de emisses de poluentes Gases de efeito estufa
528
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Lista de Siglas
A, B, C, D TECIDOS URBANOS OPO A, B, C E D (PROPOSTA METODOLGICA)
ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS
ACH AIR CHANGES PER HOUR (TROCAS DE AR POR HORA)
ANEEL AGNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELTRICA
ANTP ASSOCIAO NACIONAL DE TRANSPORTE PBLICO
AU REA TIL
BEN BALANO ENERGTICO NACIONAL
BEST BIOETHANOL FOR SUSTAINABLE TRANSPORT
BNDES BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL
BRT BUS RAPID TRANSIT (CORREDOR DE NIBUS DE ALTO DESEMPENHO)
CA COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO
CADDET CENTRE FOR THE ANALYSIS AND DISSEMINATION OF DEMONSTRATED ENERGY TECHNOLOGIES
CEPAC CERTIFICADOS DE POTENCIAL ADICIONAL DE CONSTRUO
CESP COMPANHIA ENERGTICA DE SO PAULO
CET COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRFEGO
CETESB COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL
CH4 GS METANO
CHP COMBINED HEAT AND POWER (CICLO DE CALOR COMBINADO E COGERAO)
CO MONXIDO DE CARBONO
CO2 DIXIDO DE CARBONO
COGEN ASSOCIAO DA INDSTRIA DE COGERAO DE ENERGIA
CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CONPET PROGRAMA NACIONAL DE RACIONALIZAO DO USO DOS DERIVADOS DO PETRLEO E DO GS NATURAL
COP COEFICIENTE DE PERFORMANCE
COV COMPOSTOS ORGNICOS VOLTEIS
CPTM COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS
CUV COEFICIENTE DE UTILIZAO VEICULAR
DNAEE DEPARTAMENTO NACIONAL DE GUAS E ENERGIA ELTRICA
ELETROBRAS CENTRAIS ELTRICAS BRASILEIRAS S.A.
EMAE EMPRESA METROPOLITANA DE GUAS E ENERGIA SA
EMTU/SP EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SO PAULO
EMURB EMPRESA MUNICIPAL DE URBANIZAO
http://www.emae.com.br/empresa/historico.asp
-
Lista de Siglas
EPE EMPRESA DE PESQUISA ENERGTICA
FC FATOR DE CARGA
FLN FATOR DE LUZ NATURAL
GASENE GASODUTO SUDESTE-NORDESTE
GEE GASES DE EFEITO ESTUFA
GEPEA-USP GRUPO DE ENERGIA DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ENERGIA E AUTOMAO ELTRICAS DA ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO
GLP GS LIQUELEITO DE PETRLEO
GN GS NATURAL
GW GIGAWATT
GWP GLOBAL WARMING POTENTIAL
HC HIDROCARBONETOS
IBAMA INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVVEIS
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA
IEA INTERNATIONAL ENERGY AGENCY
INMET INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA
INMETRO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAO E QUALIDADE INDUSTRIAL
IPCC INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE
ITDP INSTITUTE FOR TRANSPORTATION AND DEVELOPMENT POLICY
JICA AGNCIA INTERNACIONAL DE COOPERAO DO JAPO
KM QUILMETRO
KTH KUNGLIGA TEKNISKA HGSKOLAN INSTITUTO REAL DE TECNOLOGIA
KV QUILOVOLT
KW QUILOWATT
KWH QUILOWATT-HORA
LOS LEVEL OF SERVICE
MAE MERCADO ATACADISTA DE ENERGIA
MJ MEGAJOULE
MME MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA
MP MATERIAL PARTICULADO
MVA MEGA VOLT-AMPRE
MW MEGAWATT
N2O XIDO NITROSO
http://www.itdp.org/
-
Lista de Siglas
NBR NORMA BRASILEIRA
NERI NATIONAL ENVIRONMENTAL RESEARCH INSTITUTE
NOx XIDOS DE NITROGNIO
NTU ASSOCIAO NACIONAL DE EMPRESAS DE TRANSPORTES E TRNSITO
O/D PESQUISA ORIGEM-DESTINO
OMS ORGANIZAO MUNDIAL DA SADE
PCH PEQUENA CENTRAL HIDRELTRICA
PD P-DIREITO
PDE PLANO DECENAL DE ENERGIA
PEE PROGRAMA DE EFICINCIA ENERGTICA DAS DISTRIBUIDORAS
PEFC POLYMER ELECTROLYTE FUEL CELL
PITU PLANO INTEGRADO DE TRANSPORTES URBANOS
PME PRODUO MDIA MENSAL DE ENERGIA
PMSP PREFEITURA DO MUNICPIO DE SO PAULO
PNE PLANO NACIONAL DE ENERGIA
PROCEL PROGRAMA NACIONAL DE CONSERVAO DE ENERGIA ELTRICA
PROCONVE PROGRAMA DE CONTROLE DE POLUIO DO AR POR VECULOS AUTOMOTORES
RMSP REGIO METROPOLITANA DE SO PAULO
SEADE FUNDAO SISTEMA ESTADUAL DE ANLISE DE DADOS
SEMPLA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DO MUNICPIO DE SO PAULO
SIN SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL
SO2 DIXIDO DE ENXOFRE
SVMA SECRETARIA DO VERDE E DO MEIO AMBIENTE DO MUNICPIO DE SO PAULO
TEP TONELADAS EQUIVALENTES DE PETRLEO
TWH TERAWATT-HORA
TO TAXA DE OCUPAO
UNCRD UNITED NATIONS CENTER FOR REGIONAL DEVELOPMENT
UNICAMP UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
VLT VECULO LEVE SOBRE TRILHO
WWF WORLD WILD FOUNDATION
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Sumrio
PARTE 1: INTRODUO E BASE TERICA REFERENCIAL ........................................................... 35 1. INTRODUO .................................................................................................................................. 37
1.1. Escopo ...................................................................................................................................... 44 1.2. Objetivo .......................................................................................................................................... 46 1.3. Hiptese ......................................................................................................................................... 46 1.4. Produtos da tese de doutorado .................................................................................................. 46 1.5. Aplicaes ...................................................................................................................................... 47 1.6. Etapas de desenvolvimento da tese ........................................................................................... 48
2. CONTEXTUALIZAO DA GERAO E DO CONSUMO DE ENERGIA NO BRASIL ....................................... 50 2.1. Oferta de Energia no Brasil ......................................................................................................... 50 2.2. Consumo de Energia no Brasil .................................................................................................... 66 2.3. Eficincia Energtica no Brasil .................................................................................................... 79
3. CONDICIONANTES DA DEMANDA DE ENERGIA EM REAS URBANAS .................................................... 87 3.1. Morfologia urbana ....................................................................................................................... 87 3.2. Mobilidade urbana ..................................................................................................................... 114 3.3. Edificaes ................................................................................................................................... 142
4. CONDICIONANTES DA OFERTA DE ENERGIA EM REAS URBANAS ..................................................... 162 4.1. Sistemas de gerao de energia para aquecimento e resfriamento ................................... 166 4.2. Sistemas combinados para gerao eltrica, aquecimento e resfriamento ...................... 171 4.3. Redes distritais de distribuio de calor e frio ........................................................................ 180
5. EMISSES DE POLUENTES E GASES DE EFEITO ESTUFA EM REAS URBANAS ................................... 185 6. CONSIDERAES SOBRE OS CONDICIONANTES PARA PLANEJAMENTO ENERGTICO URBANO .............. 196 PARTE 2: DESENVOLVIMENTO E APLICAO DA PROPOSTA METODOLGICA PARA
PLANEJAMENTO ENERGTICO NO DESENVOLVIMENTO DE REAS URBANAS ................ 199 7. DESENVOLVIMENTO DE PROPOSTA METODOLGICA PARA PLANEJAMENTO ENERGTICO NO
DESENVOLVIMENTO DE REAS URBANAS ....................................................................................... 201 7.1 Antecedentes ............................................................................................................................... 201 7.2 Principais caractersticas e estrutura geral ...................................................................... 202 7.3 Fluxograma geral da proposta metodolgica .................................................................. 210 7.4 Variveis e parmetros da proposta metodolgica ......................................................... 218 7.5 Procedimentos para aplicao da proposta metodolgica ............................................. 290
8 APLICAO DA PROPOSTA METODOLGICA NA REA DA OPERAO URBANA GUA BRANCA, NO MUNICPIO DE SO PAULO ............................................................................................................. 439
8.1 Caracterizao da rea da Operao Urbana gua Branca e definio da Situao de Referncia ................................................................................................................................... 440
8.2 Situaes resultantes da aplicao da proposta metodolgica ........................................... 452
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PARTE 3: ANLISE DOS RESULTADOS E CONCLUSES ................................................... 519 9. ANLISE DOS RESULTADOS E COMPROVAO DA TESE ................................................................... 521
9.1. Concluses sobre os resultados da aplicao da proposta metodolgica no estudo de caso .................................................................................................................................. 521
9.2. Comprovao da tese ....................................................................................................... 533
10. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................... 534 10.1. Recomendaes para a continuidade da pesquisa ..................................................................... 534 10.2. Consideraes finais .................................................................................................................... 535
REFERNCIAS ................................................................................................................................... 537 APNDICE A PLANILHAS DE CLCULO.................... .......................................................................... 549
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35
Parte 1:
Introduo e Base Terica Referencial
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36
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Tese de Doutorado 37 Parte 1: Introduo e base terica referencial
1. Introduo
Cada vez mais as populaes estaro concentradas nas reas urbanas. No Brasil, a
populao urbana representa, na mdia, 81% (IBGE, 2001) da populao total. Esse valor
se eleva para 92% no caso da regio Sudeste (IBGE, 2001) e para 93,7% no estado de So
Paulo (SEADE, 2006). Trata-se de uma tendncia progressiva verificada mundialmente;
atualmente, 50% da populao mundial total j vivem em aglomeraes urbanas. A
magnitude dessa participao tambm assombra: cerca de 3,3 bilhes de pessoas esto em
reas urbanas, o equivalente populao mundial total, em 1960. E a tendncia que, at
2050, essa participao se eleve para 75% (BURDETT; SUDJIC, 2007).
Da concentrao populacional decorre a concentrao do consumo, inclusive o de energia.
No Brasil, so consumidos cerca de 11,45 milhes de TEP Toneladas Equivalentes de
Petrleo - em transportes urbanos de passageiros e 14,76 milhes de TEP, em edificaes
residenciais, pblicas e comerciais, sob a forma de energia eltrica (MME, 2007a). Nesse
ltimo caso, se 81% desse total forem associados populao urbana (aplicando-se a
proporo entre populao urbana e total), cerca de 23,40 milhes de TEP so consumidos
em reas urbanas, representando 11,5% do consumo total de energia do pas. No caso da
eletricidade, se considerado um consumo mdio uniforme e as taxas de eletrificao
domiciliar rural, a participao das reas urbanas no consumo total de pelo menos 35% do
total do pas (ANEEL, 2005). Em termos mundiais, as edificaes so responsveis por 50%
do consumo energtico e 25% consumido por veculos e outras formas de transporte
(BURDETT; SUDJIC, 2007).
Conforme contextualizado, so principalmente nas cidades que as pessoas residem,
trabalham, circulam e consomem bens materiais e servios, e onde ocorrem as maiores
interaes entre o meio ambiente natural e o meio ambiente construdo. A dinmica e os
padres de ocupao urbana condicionam, por sua vez, a qualidade de vida, ambiental e da
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38 Tese de Doutorado Parte 1: Introduo e base terica referencial
sade humana. As aglomeraes urbanas podem ser consideradas, portanto, organismos
complexos, que demandam progressivamente cada vez mais insumos e cujos rejeitos ou
subprodutos necessitam ser gerenciados.
O Projeto Urban Age (BURDETT; SUDJIC, 2007) destaca cinco caractersticas principais do
processo de urbanizao corrente: a escala e a velocidade de crescimento populacional, a
diversidade, a migrao e a imigrao populacional, a complexidade (entre demandas locais
e globais) e os nveis de conectividade entre pessoas, organizaes e locais sem
precedentes. Por outro lado, fenmenos em escala global, tais como o Efeito Estufa e a
crise ambiental, tambm se relacionam ao processo de urbanizao, o qual tem contribudo,
sem dvida, para o aumento da presso humana sobre o meio ambiente.
Portanto, alm do desafio local em se promover o desenvolvimento das reas urbanas em
coerncia com aspectos culturais, sociais e econmicos, nas cidades que podero ser
melhor implementadas aes estratgicas de eficincia e de reduo de impactos
ambientais. Segundo Burdett e Sudjic (2007), tratam-se de iniciativas indispensveis para a
prosperidade global.
Em uma viso sistmica da dinmica urbana, o arquiteto Richard Rogers, autor do livro
Cidades para um Pequeno Planeta (ROGERS, 2001) foca no conceito de metabolismo
urbano e de como as cidades poderiam ser tratadas como sistemas ecolgicos quando do
seu planejamento e do uso de recursos. Segundo o autor, os recursos consumidos por uma
cidade podem ser medidos em termos de seus rastros ecolgicos, - uma rea espalhada
por todo o mundo e muito maior do que suas fronteiras fsicas, da qual a cidade depende.
Estes rastros esto nas reas que proporcionam os recursos da cidade e fornecem locais
para o destino final do lixo e da poluio. As pegadas ecolgicas das cidades existentes j
cobrem virtualmente todo o globo (ROGERS, 2001). Tradicionalmente, a maioria das
cidades tem se constitudo como sistemas abertos, ou seja, a elas chegam um conjunto de
insumos, tais como gua, energia, materiais e pessoas, os quais so utilizados para as
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Tese de Doutorado 39 Parte 1: Introduo e base terica referencial
atividades econmicas e sociais para produo e consumo de bens e servios, os quais por
sua vez resultam em subprodutos, que, em ltima instncia, so reenviados para fora do
meio ambiente urbano. A Figura 01 um esquema extrado de Rogers (2001), que
representa esse fluxo.
Esse processo, no entanto, tem-se mostrado insustentvel com o avano da urbanizao,
ocasionando problemas ambientais e de sade, reduo da produtividade e, muito em
breve, podendo ocasionar a indisponibilidade de recursos, principalmente de gua e
energia. Corpos dgua, ar e solo so poludos comprometendo a qualidade de recursos
naturais e de sade. As ms condies de circulao urbana ocasionam estresse e perda
de tempo em trnsito e congestionamentos. O uso indiscriminado da energia passa a
requerer, cada vez mais, a instalao de novas usinas e assim mais recursos so
consumidos na gerao energtica, ocasionando novos impactos. O sistema urbano
apresenta-se, portanto, desbalanceado e pouco eficiente. As decises quanto ao
planejamento da rea urbana como um todo afetam seu desempenho energtico e
ambiental, a qual requer cada vez mais recursos para seu funcionamento.
Figura 01: Esquema de metabolismo linear urbano. Elaborado pela autora com base em Rogers (2001)
Alimentos Carvo Petrleo Energia Nuclear Mercadorias Eletricidade
REA
URBANA
Lixo orgnico Emisses de CO2 NO2,SO2 Resduos inorgnicos
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40 Tese de Doutorado Parte 1: Introduo e base terica referencial
Figura 02: Esquema de metabolismo circular urbano. Elaborado pela autora, baseado em Rogers (2001)
Segundo Herbert Girardet1
1Girardet, H. The Gaia Atlas of Cities. Gaia Books, 1992.
(1992 apud ROGERS, 2001, p.30), estudioso em ecologia
urbana, a soluo estaria em buscar um metabolismo circular nas cidades, onde o
consumo reduzido pela implementao de eficincias e onde a reutilizao de recursos
maximizada... Uma vez que grande parte da produo e do consumo ocorre nas cidades, os
atuais processos lineares de produo, causadores de poluio, devem ser substitudos por
aqueles que objetivem um sistema circular de uso e de reutilizao... Para atingir esse ponto
devemos planejar cada cidade para administrar o uso dos recursos e para isso precisamos
desenvolver uma nova forma de planejamento urbano holstico e abrangente. (ROGERS,
2001). A Figura 02 traz um esquema ilustrativo desse raciocnio, segundo o qual os insumos
primrios so minimizados e baseados em fonte renovvel sempre que possvel e se busca
mximo aproveitamento de materiais e energia, por meio de procedimentos de
transformao, cadeias logsticas e de suprimentos que privilegiem a coleta e
Alimentos Energia renovvel Mercadorias
REA
URBANA
Lixo orgnico
Material reciclado
Lixo inorgnico
Material reciclado
Poluio e
lixo reduzidos
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Tese de Doutorado 41 Parte 1: Introduo e base terica referencial
reaproveitamento/ reciclagem dentro dos processos urbanos, sendo os subprodutos, dessa
forma, tambm minimizados.
No entanto, o planejamento integrado no constitui um processo simples, envolvendo
interesses de diversas instituies pblicas e privadas, bem como grupos sociais de
influncia. De acordo com o Expert Group on the Urban Environment2
De acordo com o exposto, h indicao da existncia de grandes desafios e potencialidades
para o desenvolvimento de formas diferenciadas de planejar as cidades, e nelas fornecer e
consumir energia, avaliando impactos ambientais e densidades resultantes, para os quais
estudos, anlises e proposies segundo a abordagem do planejamento energtico urbano
baseado na integrao de estratgias, muito poderiam contribuir. E ferramentas de apoio
metodolgico so fundamentais tanto para orientar a abordagem quanto para sistematizar e
acelerar o planejamento e o tomada de deciso, desde a fase de macroplanejamento de
projetos.
(1996 apud
SANTAMOURIS et al., 2001, p. 3), diferentes elementos (edifcios, terrenos, reas verdes,
vias, entre outros) necessitam ser combinados com fluxos, sob algumas condies pr-
estabelecidas. Interesses polticos e econmicos tambm fazem parte do processo.
Segundo Santamouris et al. (2001, traduo nossa), o meio ambiente construdo no
apenas um conjunto de edificaes; o resultado fsico de diversos processos econmicos,
sociais e ambientais, fortemente inter-relacionados com os padres e necessidades da
sociedade.
No ignorando a complexidade citada, a presente tese de doutoramento considera o
planejamento de uma dada rea urbana como oportunidade para promover melhores nveis
de integrao das funes, fluxos e infraestrutura da cidade, envolvendo o meio ambiente
natural e o construdo, com uso eficiente de recursos necessrios promoo da qualidade
de vida e conservao do meio ambiente. Com relao s funes urbanas, as reas
2 EXPERT GROUP ON THE URBAN ENVIRONMENT. European Sustainable Cities. Luxemburg: Comission of the European Communities, 1996.
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42 Tese de Doutorado Parte 1: Introduo e base terica referencial
residenciais, comerciais, de prestao de servios, trabalho e lazer devem interagir visando
promover facilidades de acesso aos cidados. Fluxos e recursos, incluindo energia, gua e
resduos, devem ser otimizados, reduzidos e reutilizados, se possvel em uma cadeia
unificada. A infraestrutura urbana, por sua vez, deve ser preparada para suportar o
fechamento de ciclos ecolgicos, reduzindo a necessidade de aquisio de mais recursos e
a gerao de resduos, tornando a rea mais autosuficiente. Elementos naturais, tais como
corpos dgua em geral, solo, vegetao e biodiversidade necessitam serem entendidos
como parte do meio ambiente urbano e como potenciais agentes na melhoria da qualidade
ambiental. A adoo desses conceitos no planejamento das reas urbanas tende a trazer
resultados favorveis em termos de eficincia energtica e reduo de impactos ambientais
e sociais correlacionados.
O planejamento energtico urbano pode ser inserido em aes integradas e
multidimensionais do planejamento local, notadamente da estrutura urbana, de sistemas de
transporte e do projeto de edificaes. Essas dimenses, assim como a forma como a
energia disponibilizada e utilizada, so interdependentes. Por exemplo, a estrutura urbana
de uma rea impacta na rede de transportes urbanos e na disponibilidade de energia solar
para os edifcios e, conseqentemente, na forma como os mesmos utilizam a energia. Por
outro lado, o zoneamento e a densidade urbana de uma regio tambm influem no
dimensionamento dos sistemas de transporte e na sua operao, bem como nas condies
de luz e ventos para os edifcios, gerando efeitos no consumo da energia.
A abordagem integrada ainda no corrente, uma vez que o planejamento energtico
tradicional ainda pouco considera os potenciais do Gerenciamento da Demanda de Energia,
ou seja, aes para eficincia prximo do ponto de consumo, e menos ainda as possveis
medidas para aproximao dos diversos setores responsveis pelo gerenciamento e
desenvolvimento urbano, bem como possibilidades em gerao distribuda. Histrica e
mundialmente falando, tem-se focado prioritariamente em iniciativas para expanso da
oferta de energia. No caso do Brasil, a capacidade instalada de gerao de energia est
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Tese de Doutorado 43 Parte 1: Introduo e base terica referencial
relacionada quase que exclusivamente a unidades geradoras de grande porte situadas em
locais com disponibilidade de aproveitamento hidreltrico, distantes dos principais
aglomerados urbanos, os grandes centros consumidores.
Entretanto, a implementao de algumas iniciativas, ainda que isoladas, tem demonstrado o
interesse e esforos no sentido de ampliar a gama de possibilidades e o nvel de integrao
em planejamento energtico. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, foram
implementados os chamados Building Standards, ou Padres de Desempenho em
Edificaes, que condicionam a aprovao legal dos edifcios para uso comprovao de
determinados nveis de desempenho, sobretudo quanto ao consumo de energia. Tambm
tm crescido amplamente investimentos em outros pases em projetos e instalaes para
aproveitamento de energias renovveis, principalmente solar e elica, prximas aos pontos
de consumo. Alm disso, alguns locais utilizam o calor residual industrial, resultante de
usinas termeltricas ou de processos industriais, de forma bastante abrangente, sendo
distribudo em redes distritais de aquecimento ou resfriamento ambientais em edificaes
conhecidos como district heating e district cooling - podendo ser encontrados, por exemplo,
nos Estados Unidos, Canad, Frana, Japo e Sucia. Recentemente no Brasil, no que
tange eficientizao do uso da energia, iniciativas relativas Regulamentao da
Etiquetagem de Edificaes Comerciais foram recentemente implementadas e a Agncia
Nacional de Energia Eltrica - ANEEL manifestou em 2009 a inteno de realizao de
leiles de eficincia energtica. Com relao Oferta de Energia, alguns estudos e projetos
tm apontado a Energia Descentralizada ou a Gerao Distribuda como uma das
estratgias para reduzir perdas na distribuio de energia, aproximando a gerao dos
pontos de consumo, e possivelmente gerando, inclusive, reduo dos custos de energia
para o consumidor final, de acordo com WWF (2006) e GREENPEACE (2007). Sistemas
trmicos baseados em cogerao e aquecimento solar por meio de coletores seriam
tecnologias possveis de serem implementadas, por exemplo, em sistemas de gerao
distribuda nos centros urbanos.
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44 Tese de Doutorado Parte 1: Introduo e base terica referencial
Por fim, tais inovaes, assim como o metabolismo circular urbano, prescindem de
modificaes institucionais, econmicas e sociais no Brasil, a fim de viabilizar a formao de
um novo mercado e sistema de regulao, no que tange a abordagem integrada de
condicionantes e estratgias para planejamento energtico urbano. Um importante passo
para embasar essas mudanas estabelecer e implementar procedimentos metodolgicos
e ferramentas que facilitem e suportem processos de planejamento e tomada de deciso.
nessa linha que se entende que o presente trabalho venha a melhor contribuir.
1.1. Escopo
O objeto da presente tese o desenvolvimento de uma proposta metodolgica para
planejamento energtico no desenvolvimento de reas urbanas, na escala de distritos,
bairros e unidades de vizinhana, baseada na integrao de estratgias e solues em
morfologia e mobilidade urbanas, edificaes, meio ambiente e gerao de energia.
No escopo desse trabalho, o planejamento energtico urbano envolve os seguintes temas
centrais e seus significados:
Consumo energtico dos setores residencial, comercial e de transportes, abrangendo
eletricidade, energia para aquecimento de gua e resfriamento ambiental e energia de
trao veicular;
Densidade populacional, incluindo a densidade relativa populao residente
(habitantes) e a densidade de empregos em uma dada rea urbana;
Morfologia urbana: na presente tese, refere-se aos condicionantes de estruturao
fsica, uso e ocupao da rea urbana considerada, sendo caracterizada pela taxa de
ocupao, coeficiente de aproveitamento e coeficiente de uso misto (residencial e
comercial); participao das reas verdes pblicas e privadas e das reas livres;
distribuio, forma e orientao de quadras; volumetria das edificaes; cnion
urbano;
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Tese de Doutorado 45 Parte 1: Introduo e base terica referencial
Mobilidade urbana: nesse trabalho, refere-se aos condicionantes do sistema de
circulao e transporte em uma dada rea urbana, abrangendo o sistema de
transportes urbanos de passageiros - sistema de transporte pblico coletivo de baixa e
mdia capacidades, sistemas no-motorizados (a p e ciclovirio) e transporte
individual por automveis - bem como infra-estrutura viria;
Edificaes comerciais e residenciais: maximizao da iluminao e ventilao
naturais, controle dos ganhos trmicos por radiao solar, sombreamento de
aberturas, uso de equipamentos de iluminao artificial e de equipamentos eltricos
mais eficientes;
Sistemas de oferta de energia: sistema regional corrente (SIN Sistema Interligado
Nacional), sistemas de gerao de energia eltrica em escala distrital e predial
envolvendo tecnologias trmicas a gs natural, biocombustveis e resduos urbanos,
alm de sistemas renovveis de aquecimento e resfriamento ambientais, individuais ou
conectados a redes distritais de distribuio;
Emisses de poluentes: emisses resultantes dos sistemas de gerao de energia e
dos sistemas de transporte urbano, abrangendo Gases de Efeito Estufa GEE e
poluentes locais - Monxido de Carbono (CO), xidos de Nitrognio (NOx), Dixido de
Enxofre (SO2), Material Particulado (MP) e Compostos Orgnicos Volteis (COV).
Para que a tese pudesse ser desenvolvida foi definido o seguinte recorte metodolgico:
Recorte temtico: o trabalho aborda tpicos centrais relativos a planejamento urbano,
planejamento de transportes urbanos de passageiros, eficincia energtica em
edificaes, gerao de energia em escala urbana e emisses de poluentes, para uma
rea urbana selecionada, em escala de distrito, conforme mencionado anteriormente.
No esto includas abordagens acerca de mercado imobilirio, especificidades
sociais, tais como renda, excluso social, demandas por habitao e emprego,
transporte de carga, bem como consideraes e anlises relativas a custos de
implantao, operacionalizao e desativao. Tambm no est prevista a
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46 Tese de Doutorado Parte 1: Introduo e base terica referencial
compatibilizao fsica e funcional do distrito selecionado com tecido urbano maior do
qual parte. As consideraes mencionadas devem, portanto, serem tratadas
segundo metodologia prpria adicional e complementar abordagem proposta nesse
trabalho;
Recorte geogrfico: a proposta metodolgica, tal como apresentada, aplica-se rea
do Municpio de So Paulo, no que tange aos parmetros e variveis selecionados,
necessitando, portanto, de readequao para aplicao em outras localidades;
Recorte temporal: no h limitao de temporalidade.
1.2. Objetivo
Como ferramenta prtica, a metodologia proposta objetiva propiciar a inter-relao dos
condicionantes em morfologia e mobilidade urbanas, edifcios, energia e meio ambiente, e a
estimativa de vantagens e desvantagens das solues adotadas, auxiliando em processos
de tomada de deciso, planejamento, gesto e formulao de polticas pblicas, tendo em
vista o desenvolvimento urbano integrado.
1.3. Hiptese
A presente tese de doutorado se baseia na hiptese geral de que a abordagem que integre
simultaneamente estratgias e solues em morfologia e mobilidade urbanas, edificaes,
energia e meio ambiente produz reas urbanas energeticamente mais eficientes.
1.4. Produtos da tese de doutorado
Dos estudos, anlises e trabalhos anteriormente citados, a presente tese de doutorado
resultou nos seguintes produtos:
1. Proposta metodolgica para planejamento energtico no desenvolvimento de
reas urbanas na escala de distritos, bairros e unidades de vizinhana, e avaliao
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Tese de Doutorado 47 Parte 1: Introduo e base terica referencial
integrada e comparativa de estratgias em morfologia e mobilidade urbanas,
edificaes, meio ambiente e energia;
2. Sistematizao da metodologia proposta na forma de planilha eletrnica, como
ferramenta de suporte ao processo decisrio e planejamento de reas urbanas,
novas ou a serem requalificadas;
3. Aferio da metodologia e ferramenta em um estudo de caso, disponibilizando
resultados relativos situao de referncia e trinta e seis outras situaes, para a
rea da Operao Urbana gua Branca, no Municpio de So Paulo;
4. Gerao de indicadores de referncia e comparativos envolvendo o planejamento
energtico urbano.
1.5. Aplicaes
Como ferramenta de suporte ao planejamento e processo decisrio em reas urbanas, a
metodologia proposta tem duas aplicaes principais:
Estudos para desenvolvimento de novas reas urbanas, distritos ou bairros,
ainda desocupados, nos quais ainda haja possibilidade de parcelamento do solo,
tais como reas de Operao Urbana e Zonas Industriais em Reestruturao. Nesse
caso, possvel aplicar a proposta metodolgica em sua totalidade, ou pelo menos
sua maior parte, incluindo a configurao de quadras, vias, lotes e distribuio de
reas verdes, bem como definio dos padres de ocupao, densidade construda
e mesmo do sistema de transporte urbano;
Estudos para requalificao de reas urbanas j ocupadas, nas quais seja
possvel ou no modificaes estruturais em termos de quadras, sistema virio e
lotes. Nesse caso, o potencial de aplicao metodolgica depender do escopo da
interveno e, dependendo das restries impostas remodelao da rea, a
metodologia deve ser adaptada para prever que parte das opes em estratgias em
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48 Tese de Doutorado Parte 1: Introduo e base terica referencial
planejamento seja previamente consolidada de acordo com dados especficos do
estudo de caso.
1.6. Etapas de desenvolvimento da tese
A presente tese foi desenvolvida em trs partes principais:
Parte I: Embasamento terico
o Levantamento de abordagens relacionadas a planejamento energtico, planejamento
urbano, planejamento de transportes urbanos e planejamento ambiental, na escala
da cidade e do bairro;
o Levantamento bibliogrfico sobre o estado da arte em gerao e consumo de energia
no Brasil, incluindo demanda em edifcios residenciais e comerciais e em transportes,
bem como dados sobre o planejamento para a expanso do sistema;
o Aprofundamento terico em questes relativas ao uso e gerao de energia em
reas urbanas (edifcios e transportes urbanos), climatologia, morfologia e
mobilidade urbanas, alm de emisses de poluentes;
o Levantamento de exemplos de abordagens e projetos relacionados integrao de
estratgias em energia, meio ambiente, edificaes e transportes no
desenvolvimento de reas urbanas.
Parte II: Desenvolvimento e aplicao da proposta de metodologia para planejamento
energtico no desenvolvimento de reas urbanas
o Identificao, caracterizao e seleo de estratgias, variveis, parmetros e
indicadores para planejamento do uso e ocupao do solo, tendo em vista as
limitaes e potencialidades da morfologia e da mobilidade urbanas;
o Identificao, caracterizao e seleo de estratgias de planejamento de
transportes urbanos de passageiros, variveis e condicionantes para pr-
dimensionamento virio e estruturao modal, para adequao da oferta demanda;
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Tese de Doutorado 49 Parte 1: Introduo e base terica referencial
o Identificao, caracterizao e seleo de estratgias projetuais, variveis e
condicionantes para maior eficincia no uso de energia em edificaes, levantamento
das estimativas e padres de desempenho para aplicao em fase de
macroplanejamento de empreendimentos e distritos urbanos;
o Identificao e seleo de estratgias para gerao de energia em escala urbana,
incluindo sistemas prediais e distritais;
o Anlise, sistematizao e inter-relao das condicionantes e variveis, bem como de
mtodos para estimativa e quantificao da demanda de energia, nveis de
eficincia, consumo energtico e emisses de poluentes, bem como do sistema de
gerao e fornecimento;
o Seleo de indicadores para comparao entre cenrios;
o Construo do cenrio-base do estudo de caso: Levantamento de dados para
alimentao da metodologia: clima, ocupao urbana, padres de consumo
energtico, sistema de transporte urbano, sistema de gerao e fornecimento de
energia;
o Construo de opes de cenrios referentes ao estudo de caso, tendo em vista
analisar diferentes nveis de aplicao de estratgias para gesto energtica pelo
lado da demanda (uso do solo, eficincia energtica em edifcios, adequao modal
em transportes, entre outros), bem como implantao de sistemas de gerao mais
eficientes e prximos aos pontos de consumo;
o Avaliao dos resultados, mediante comparao dos cenrios-base e o(s) cenrio(s)
alternativo(s), do ponto de vista dos indicadores propostos, para verificao da
hiptese.
Parte III: Anlise dos resultados e concluses
o Anlise dos resultados da aplicao metodolgica ao estudo de caso;
o Comprovao da tese;
o Concluses finais acerca da aplicao metodolgica e recomendaes.
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50 Tese de Doutorado
Parte 1: Introduo e base terica referencial
2. Contextualizao da Gerao e do Consumo de Energia no Brasil
2.1. Oferta de Energia no Brasil
O sistema energtico brasileiro, composto por todos os seus subsistemas de extrao e
aproveitamento de combustveis de origem fssil (petrleo e derivados, gs natural, carvo
mineral, entre outros) ou de biomassa, alm da energia hidrulica, responsvel atualmente
pelo provimento anual de 190 milhes de toneladas-equivalentes de petrleo TEP (MME,
2007a). A energia proveniente do petrleo e derivados essencialmente utilizada nos
sistemas de transporte, ao passo que a energia hidrulica a base da produo eltrica
nacional, fortemente dirigida ao uso em edificaes. A posio de destaque da biomassa
(cerca de 30%), conforme indicado no Grfico 01, devida, em grande parte, ao uso ainda
corrente da lenha para coco, sobretudo em reas isoladas em que o gs liquefeito de
petrleo (GLP) e a energia eltrica so escassos ou indisponveis.
Grfico 01: Participao das fontes de energia na
matriz energtica brasileira, baseado em MME (2007a)
Grfico 02: Participao das fontes de energia na matriz energtica mundial, baseado em IEA (2007)
Em 2005, a matriz energtica mundial (Grfico 02) foi responsvel pelo fornecimento total de
11.435 milhes de TEP em 2005 (IEA, 2007). Comparando-a com a matriz energtica
brasileira (Grfico 01) verifica-se, por um lado, semelhana no uso de derivados do petrleo,
os quais so destinados, em ambos os casos, principalmente aos sistemas de transporte,
embora no exterior o gs natural represente uma parcela mais significativa que no Brasil. J
Gs Natural9,61%
Biomassa30,23%
Hidrulica e Eletricidade
14,83%Carvo Mineral e
Derivados5,99%
Petrleo e Derivados37,72%
Urnio (U3O8) e Derivados
1,62%
Petrleo e derivados
35%
Gs natural21%
Carvo e derivados
25%
Nuclear6%
Hidrulica2%
Biomassa e Lixo10% Outros
1%
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Tese de Doutorado 51 Parte 1: Introduo e base terica referencial
quanto aos sistemas baseados em carvo mineral, energia hidrulica e nuclear, o contexto
brasileiro bastante diferenciado no apenas da mdia mundial, mas da maioria das
matrizes dos outros pases. Existe uma predominncia do uso de hidreltricas para gerao
de eletricidade no Brasil, enquanto que no caso de outros pases a energia trmica,
principalmente com base no uso de combustveis fsseis, mais largamente utilizada.
A seguir, sero detalhados os principais tpicos referentes Gerao de Energia do Brasil,
de forma a contextualizar a abordagem do planejamento energtico urbano.
2.1.1. A Evoluo do Setor Eltrico
2.1.1.1. Fase I (1934-1989): A formao e o desenvolvimento do sistema eltrico
A indstria de gerao de energia surge no Brasil no final do sculo XIX, com a iniciativa de
empreendedores nacionais e dos governos municipais, em localidades de maior destaque
no Pas. A partir da dcada de 1920, grupos internacionais adquirem grande parte de
empresas nacionais e municipais existentes, responsveis pela produo, transmisso e
distribuio de energia eltrica. Entre as novas concessionrias se destacavam a holding
Bazilian Traction, Light and Power Co. Ltd. e a American Share Foreign Power Company,
que detinham, no incio da dcada de 30, mais de 50% do parque gerador brasileiro (LANDI,
2006).
Em 1934, foi decretado o Cdigo de guas (Decreto N 24.643/34) como marco regulatrio
brasileiro na concesso e autorizao de explorao da energia hidrulica e servios de
transmisso, transformao e distribuio de eletricidade. A partir de ento, a Unio tornou-
se responsvel pela concesso e autorizao dos servios de energia, o que anteriormente
era realizado diretamente entre as empresas prestadoras e os estados e municpios.
Somente empresas organizadas no Brasil ou brasileiros poderiam prestar tais servios,
refreando assim a participao de empresas internacionais. Paralelamente, a populao
brasileira, que era de 30.635.605 habitantes em 1920, passa a 41.236.315 em 1940, mais
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52 Tese de Doutorado
Parte 1: Introduo e base terica referencial
do que duplicando em 20 anos (IBGE, 2008a). No Grfico 03 possvel visualizar a
evoluo da capacidade instalada brasileira de 1925 a 1945 e a participao dos sistemas
hidreltricos e trmicos.
Grfico 03: Evoluo da capacidade insta