Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Itelvina Dias Soares Bolanho Lais Cristina Manhani Liuja da Matta Barbosa Sabrine Savastano Sanchez Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte: Estudo de caso em uma organização de manutenção industrial. São José dos Campos 2011

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Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-graduação em Gestão Integrada da Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança no Trabalho e Responsabilidade Social.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

Itelvina Dias Soares Bolanho

Lais Cristina Manhani

Liuja da Matta Barbosa

Sabrine Savastano Sanchez

Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte: Estudo de caso em uma organização de manutenção industrial.

São José dos Campos

2011

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ITELVINA DIAS SOARES BOLANHO

LAIS CRISTINA MANHANI

LIUJA DA MATTA BARBOSA

SABRINE SAVASTANO SANCHEZ

PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO DA QUALIDADE E SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO EM ORGANIZAÇÃO DE PEQUENO PORTE: estudo de caso em uma organização de manutenção industrial.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário SENAC – Campus São José dos Campos – SP como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Integrada da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde do Trabalho e Responsabilidade Social.

Orientador Prof. Me. Rubens Vinha Junior

São José dos Campos

2011

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Alunas: Itelvina Dias Soares Bolanho

Lais Cristina Manhani

Liuja da Matta Barbosa

Sabrine Savastano Sanchez

Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Segurança do Trabalho em organização de pequeno porte: Estudo de caso em uma organização de manutenção industrial.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário SENAC – Campus São José dos Campos – SP, como exigência para a obtenção do título de especialista em Gestão Integrada da Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho e Responsabilidade Social.

Orientador Prof. Me. Rubens Vinha Junior

Autorizada a entrega à Secretaria Acadêmica.

_________________________________________________

Profº. Me. Rubens Vinha Junior – Centro Universitário SENAC

Data:

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Dedicamos a todas as pessoas que acreditaram

na nossa capacidade, no nosso trabalho e nos

ajudaram a realizá-lo.

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AGRADECIMENTOS

A Deus.

As nossas famílias.

Ao nosso orientador.

Aos nossos professores.

A nossa bibliotecária Patrícia.

Ao corpo diretivo da organização.

Aos nossos colegas.

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“Excelência é uma habilidade conquistada através de treinamento e prática. Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um ato, mas um hábito.”

Aristóteles / 384-322 a.C.

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma proposta metodológica de

aplicação do Sistema de Gestão da Qualidade e de Saúde e Segurança no

Trabalho com enfoque em uma organização de pequeno porte. A metodologia

utilizada foi baseada nas diretrizes da ISO 9001:2008 e OHSAS 18001:2007. A

ISO 9001 é uma norma que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da

Qualidade, tendo sido desenvolvida com o objetivo da realização da melhoria

contínua e majorar a eficácia de um processo, medida através da satisfação do

cliente e das demais partes interessadas, já a OHSAS 18001 é um guia de

especificações para implantação e implementação de um Sistema de Gestão da

Segurança e Saúde Ocupacional, tendo sido desenvolvida para permitir que a

organização controle seus riscos de incidentes e doenças ocupacionais e melhore

seu desempenho. As diretrizes normativas da ISO 9001 e OHSAS 18001 são

compatíveis, isto é, podem ser integradas, porque nenhuma das normas inclui

modelos ou formas prontas, apenas orientações diretivas. Dessa forma, qualquer

que seja o sistema tanto Qualidade, Segurança e Saúde Ocupacional ou ainda

Meio Ambiente, será compatível. É apresentada, como estudo de caso, a

aplicação da metodologia em uma organização que presta serviços

especializados em manutenção de máquinas, equipamentos e contratos de mão-

de-obra, localizada na região do Vale do Paraíba, em São Paulo. Conclui-se, no

final do trabalho, pela viabilidade da implantação do Sistema de Gestão Integrada

da Qualidade e Saúde e Segurança do Trabalho na organização.

Palavras-chave: Sistema de Gestão de Qualidade; Sistema de Gestão de Saúde

e Segurança no Trabalho; Sistema de Gestão Integrado.

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ABSTRACT

This work aims to develop a methodological proposal for implementing

Quality Management System and Safety and Healthy at Work focusing on a small

organization. The methodology was based on the guidelines of OHSAS

18001:2007 and ISO 9001:2008. ISO 9001 refers to a group of technical

standards that establishes requirements for quality management system and was

developed with the goal of continuous improvement and increasing the

effectiveness of the process, measured by customer satisfaction and other

stakeholders. OHSAS 18001 is a guideline specifications as well as ISO 9001 for

deployment and implementation of a Safety Management System and

Occupational Health, it has been developed to allow the organization to control its

risks of occupational diseases and incidents and improve its performance. The

policy guidelines of ISO 9001 and OHSAS 18001 are compatible, although they

can be integrated, because no standards or models include ready-made shapes

only guidelines policy. Thus, whatever the system Quality, Safety and

Occupational Healthy or the Environment will be compatible. It is presented as a

case study, application of the methodology in an organization that provides

specialized services in maintenance of machinery, equipment and procurement of

manpower, located in Vale do Paraíba, São Paulo state. We conclude, after work,

the feasibility of implementing the System of Integrated Quality Management and

Health and Safety in the organization.

Keywords: Quality Management System, Management System Health and Safety

at Work: Integrated Management System.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Esquema do ciclo PDCA ........................................................................ 21

Quadro 1: Série ISO 9000:2007 ............................................................................ 24

Quadro 2: Breve histórico dos modelos de gerenciamento do SGSST ................. 33

Figura 2: Elementos de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no

Trabalho ................................................................................................................ 33

Figura 3: Modelo de SGI abrangendo vários aspectos ......................................... 36

Quadro 3: Os requisitos da NBR ISO 9001:2008 .................................................. 43

Fluxograma 1: Planejamento do Sistema de Gestão ............................................ 52

Quadro 4: Os requisitos da OHSAS 18001:2007 .................................................. 84

Fluxograma 2: Estrutura da organização .............................................................. 88

Fluxograma 3: Investigação de incidentes ............................................................ 96

Quadro 5: Requisitos comuns das normas diretrizes ............................................ 99

Figura 4: Etapas da implantação do SGI ............................................................ 101

Figura 5: Ciclo PDCA .......................................................................................... 102

Figura 6: Mapeamento do processo .................................................................... 103

Figura 7: Perigo e danos em SST ....................................................................... 104

Figura 8: Gerenciamento de processos .............................................................. 108

Figura 9: Controle de processos ......................................................................... 110

Quadro 6: Política ............................................................................................... 114

Quadro 7: Controle de documentos .................................................................... 115

Quadro 8: Responsabilidade, autoridade e comunicação ................................... 115

Quadro 9: Competência, treinamento e conscientização .................................... 116

Quadro 10: Auditoria interna ............................................................................... 117

Quadro 11: Análise crítica pela alta direção ........................................................ 117

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ALCA – Área de Livre Comércio das Américas

BSI – British Standards Institution

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

FIA – Formulário de Identificação de Atividades

HTTP – Hiper Text Transfer Protocol

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

ISO – International Organization for Standartization

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

Mil-Std – Military Standard

NBR – Norma Brasileira Registrada

NR – Norma Regulamentadora

OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PDCA – Plan, Do, Check, Act

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

RD – Representante da direção

SA – Social Accountability

SGI – Sistema de Gestão Integrado

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

SGSST – Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho

SST – Saúde e Segurança do Trabalho

SUS – Sistema Único de Saúde

TQM – Total Quality Management

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SUMÁRIO

Pág.

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17

2. CONCEITUAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO .............................................. 20

2.1. SISTEMAS DE GESTÃO ............................................................................... 20

2.2. SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) ........................................... 22

2.2.1. A evolução da Gestão Qualidade ................................................................ 22

2.2.2. As normas de Gestão da Qualidade ........................................................... 24

2.2.3. Conceitos de Qualidade .............................................................................. 26

2.3. GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO (SGSST) ................ 27

2.3.1. A evolução da Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho ....................... 27

2.3.2. As normas de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho ........................ 32

2.3.3. Conceitos de Saúde e Segurança no Trabalho ........................................... 34

2.4. SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO (SGI) .................................................. 35

2.4.1. Conceito de Sistema de Gestão Integrado .................................................. 35

2.4.2. Tipos de implantação de Sistema de Gestão Integrado .............................. 36

3. A ORGANIZAÇÃO ESTUDADA ....................................................................... 40

4. METODOLOGIA ............................................................................................... 41

5. RECOMENDAÇÕES PARA A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO

INTEGRADA DE QUALIDADE E SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO ..... 43

5.1. ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA

QUALIDADE (SGQ) .............................................................................................. 43

5.1.1. Requisitos gerais ......................................................................................... 45

5.1.2. Requisitos de documentação ...................................................................... 46

5.1.2.1. Generalidades ........................................................................................ 46

5.1.2.2. Manual da qualidade .............................................................................. 46

5.1.2.3. Controle de documentos ....................................................................... 47

5.1.2.4. Controle de registros ............................................................................. 47

5.1.3. Responsabilidade da direção ...................................................................... 48

5.1.3.1. Comprometimento da direção .............................................................. 48

5.1.3.2. Foco no cliente ....................................................................................... 49

Page 13: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

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5.1.3.3. Política da qualidade.............................................................................. 49

5.1.3.4. Planejamento .......................................................................................... 50

5.1.3.4.1. Objetivos da qualidade .......................................................................... 51

5.1.3.4.2. Planejamento do sistema de gestão da qualidade ................................ 51

5.1.3.5. Responsabilidade, autoridade e comunicação ................................... 53

5.1.3.5.1. Responsabilidade e autoridade ............................................................. 53

5.1.3.5.2. Representante da direção ..................................................................... 53

5.1.3.5.3. Comunicação interna ............................................................................ 53

5.1.3.6. Análise crítica pela direção ................................................................... 54

5.1.3.6.1. Generalidades ....................................................................................... 54

5.1.3.6.2. Entradas para a análise crítica .............................................................. 55

5.1.3.6.3. Saídas da análise crítica ....................................................................... 55

5.1.4. Gestão de recursos ..................................................................................... 56

5.1.4.1. Provisão de recursos ............................................................................. 56

5.1.4.2. Recursos humanos ................................................................................ 57

5.1.4.2.1. Generalidades ....................................................................................... 57

5.1.4.2.2. Competência, treinamento e conscientização ....................................... 57

5.1.4.3. Infraestrutura .......................................................................................... 58

5.1.4.4. Ambiente de trabalho ............................................................................. 58

5.1.5. Realização do Produto ................................................................................ 59

5.1.5.1. Planejamento da realização do produto ............................................... 59

5.1.5.2. Processos relacionados a clientes ....................................................... 60

5.1.5.2.1. Determinação de requisitos relacionados ao produto ........................... 60

5.1.5.2.2. Análise crítica dos requisitos relacionados ao produto.......................... 61

5.1.5.2.3. Comunicação com o cliente .................................................................. 61

5.1.5.3. Projeto e desenvolvimento .................................................................... 62

5.1.5.3.1. Planejamento de projeto e desenvolvimento ......................................... 63

5.1.5.3.2. Entradas de projeto e desenvolvimento ................................................ 63

5.1.5.3.3. Saídas de projeto e desenvolvimento ................................................... 64

5.1.5.3.4. Análise crítica de projeto e desenvolvimento ........................................ 65

5.1.5.3.5. Verificação de projeto e desenvolvimento ............................................. 65

5.1.5.3.6. Validação de projeto e desenvolvimento ............................................... 66

5.1.5.3.7. Controle de alterações de projeto e desenvolvimento........................... 66

5.1.5.4. Aquisição ................................................................................................ 67

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5.1.5.4.1. Processo de aquisição .......................................................................... 67

5.1.5.4.2. Informações de aquisição ..................................................................... 68

5.1.5.4.3. Verificação do produto adquirido ........................................................... 69

5.1.5.5. Produção e prestação de serviço ......................................................... 69

5.1.5.5.1. Controle de produção e prestação de serviço ....................................... 69

5.1.5.5.2. Validação os processos de produção e prestação de serviço ............... 71

5.1.5.5.3. Identificação e rastreabilidade ............................................................... 71

5.1.5.5.4. Propriedade do cliente .......................................................................... 72

5.1.5.5.5. Preservação do produto ........................................................................ 73

5.1.5.6. Controle do equipamento de monitoramento e medição ................... 74

5.1.6. Medição, análise e melhoria ........................................................................ 75

5.1.6.1. Generalidades ........................................................................................ 75

5.1.6.2. Monitoramento e medição ..................................................................... 76

5.1.6.2.1. Satisfação do cliente ............................................................................. 76

5.1.6.2.2. Auditoria interna .................................................................................... 76

5.1.6.2.3. Monitoramento e medição do processo ................................................ 78

5.1.6.2.4. Monitoramento e medição do produto ................................................... 79

5.1.6.3. Controle de produto não conforme ...................................................... 80

5.1.6.4. Análise de dados .................................................................................... 81

5.1.6.5. Melhoria .................................................................................................. 82

5.1.6.5.1. Melhoria Contínua ................................................................................. 82

5.1.6.5.2. Ação corretiva ....................................................................................... 83

5.1.6.5.3. Ação preventiva .................................................................................... 83

5.2. ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (SGSST) ............................................. 84

5.2.1. Requisitos gerais ......................................................................................... 84

5.2.2. Política de Saúde e Segurança no Trabalho ............................................... 85

5.2.3. Planejamento .............................................................................................. 86

5.2.3.1. Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de

controles .............................................................................................................. 86

5.2.3.2. Requisitos legais e outros ..................................................................... 86

5.2.3.3. Objetivos e programas .......................................................................... 87

5.2.4. Implementação e operação ......................................................................... 88

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5.2.4.1. Recursos, funções, responsabilidades, prestação de contas e

autoridades .......................................................................................................... 88

5.2.4.2. Competência, treinamento e conscientização ..................................... 90

5.2.4.3. Comunicação, participação e consulta ................................................ 90

5.2.4.4. Documentação e controle de documentos .......................................... 91

5.2.4.5. Controle operacional ............................................................................. 92

5.2.4.6. Preparação e respostas a emergências ............................................... 93

5.2.5. Verificação e ação corretiva ........................................................................ 94

5.2.5.1. Monitoramento e medição de desempenho ......................................... 94

5.2.5.2. Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros ...................... 95

5.2.5.3. Registro e gerenciamento de registros ................................................ 95

5.2.5.3.1. Investigação de incidentes .................................................................... 95

5.2.5.3.2. Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva ........................... 96

5.2.5.4. Controle de registros ............................................................................. 97

5.2.5.5. Auditoria interna .................................................................................... 98

5.2.6. Análise crítica pela alta direção ................................................................... 99

5.3. ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE

QUALIDADE E SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO (SIQSST) ................... 99

5.3.1. O ciclo do PDCA na implantação do SGI .................................................. 101

5.3.1.1. Planejamento ........................................................................................ 102

5.3.1.1.1. Política ................................................................................................ 102

5.3.1.1.2. Mapeamento dos processos ............................................................... 102

5.3.1.1.3. Levantamento dos perigos e danos .................................................... 103

5.3.1.1.4. Conformidade legal ............................................................................. 104

5.3.1.1.5. Objetivos, metas e programas ............................................................ 104

5.3.1.2. Desenvolvimento.................................................................................. 105

5.3.1.2.1. Responsabilidade e autoridade ........................................................... 105

5.3.1.2.2. Comunicação interna e externa .......................................................... 105

5.3.1.2.3. Representante da direção ................................................................... 106

5.3.1.2.4. Controle de documentos ..................................................................... 106

5.3.1.2.5. Documentos do SGI ............................................................................ 106

5.3.1.2.6. Padrões ............................................................................................... 107

5.3.1.2.7. Controle dos registros de SGI ............................................................. 107

5.3.1.2.8. Treinamento, conscientização e competência .................................... 107

Page 16: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

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5.3.1.2.9. Gerenciamento de processos ............................................................. 107

5.3.1.2.10. Processos relacionados aos clientes ................................................ 108

5.3.1.2.11. Aquisição ........................................................................................... 109

5.3.1.2.12. Produção e prestação de serviços .................................................... 109

5.3.1.2.13. Preparação e resposta a emergências .............................................. 110

5.3.1.2.14. Controle de não-conformidade .......................................................... 111

5.3.1.3. Checagem ............................................................................................. 111

5.3.1.3.1. Medições, análises e melhorias .......................................................... 111

5.3.1.3.2. Auditorias internas............................................................................... 112

5.3.1.4. Ação ...................................................................................................... 112

5.3.1.4.1. Análise crítica ...................................................................................... 112

5.3.1.4.2. Melhorias ............................................................................................. 112

6. OBSERVAÇÕES RELEVANTES ................................................................... 114

CONCLUSÕES ................................................................................................... 118

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 121

Page 17: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

17

1. INTRODUÇÃO

O advento da industrialização fez com que o mundo passasse por

profundas transformações, com mudanças significativas no plano social, político e

econômico, essas mudanças se tornaram ainda mais rápidas com a globalização.

Os países, através de meios de defesa de seus interesses, têm buscado, junto à

comunidade empresarial interna, a corroboração de sua economia, abrangendo,

por consequência, tais aspectos. A formação de blocos econômicos, como a

Comunidade Econômica Européia, o MERCOSUL e a ALCA, tem alavancado o

intercâmbio comercial dos países.

Esse novo cenário comercial mundial, onde uma das principais

características e propostas é a livre concorrência, tem conduzido as organizações

a voltar sua atenção para novas questões. Segundo Fonseca (2004), a partir do

início da década de 80, ficou evidente que as crescentes exigências do mercado,

os aspectos custo e qualidade, aliadas a uma maior consciência ecológica,

geraram um novo conceito de qualidade, holística e orientada, também, para a

qualidade de vida.

As questões relativas à saúde e segurança do trabalho têm sido objeto de

discussão, assegurando a inadmissibilidade da existência de ambientes laborais e

processos produtivos que condenem os trabalhadores a sofrerem danos à sua

saúde, muitas vezes irreversíveis, ou acidentes que possam gerar lesões que os

incapacitem a permanecer no exercício de suas atividades laborativas.

Neste contexto, o mercado passou a exigir que os produtos e serviços

trouxessem consigo o comprometimento das empresas responsáveis pelos

mesmos em atender aos padrões das normas internacionais de qualidade,

sustentabilidade ambiental e proteção à integridade física e saúde de seus

trabalhadores. Assim, o gerenciamento da saúde e segurança do trabalho, com

foco na prevenção de acidentes e no tratamento dos problemas potenciais,

passou a ser o gerenciamento da própria viabilidade e sobrevivência do

empreendimento.

Outro fator que influencia substancialmente nesta questão é a atuação dos

órgãos normativos e fiscalizadores, nas esferas municipal, estadual e federal.

Page 18: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

18

Para o aspecto da saúde e segurança do trabalho, tais órgãos determinam, sob

pena de aplicação de multas e sanções, que as organizações tenham uma atitude

que também contribua para a adequada gestão dos problemas. Tal argumento é

revalidado por Frysinger (2001), ao afirmar que as questões relativas à saúde e

segurança do trabalho são encaradas de forma diferente da maioria dos outros

processos relacionados aos negócios da empresa por duas razões: são

associadas a regulamentos legais, podendo resultar em sanções financeiras caso

as normas não sejam cumpridas e, simultaneamente, são consideradas como

uma operação “extra” que não agregam valor ao produto da empresa.

De acordo com Fornasari Filho e Coelho (2002), há que se ressaltar

também, além do arcabouço legal e normativo que rege tais assuntos, o fato de

haver a tendência dos órgãos governamentais tornarem obrigatória, por meio de

diplomas legais, a aplicação de dispositivos, até o momento, considerados como

voluntários, como as auditorias, rotulagens e certificações.

Neste cenário, uma ferramenta que pode ser útil para o direcionamento e

solução de diversos tipos de problemas é a implantação dos denominados

Sistemas de Gestão. De acordo com a Fundação Nacional da Qualidade (2009)

um sistema de gestão é um “conjunto de elementos com finalidade comum que se

relacionam entre si formando um todo dinâmico.”

Atualmente, a tendência quanto à implantação de sistemas de gestão em

diversos tipos de organizações empresariais é a “unificação” das diferentes áreas

de gerenciamento, passando ao chamado Sistemas de Gestão Integrados. Tal

fato deve-se a diversos fatores, como a compatibilidade das normas de referência

utilizadas como diretrizes para a implantação dos sistemas de gestão. A ISO 9001

(Qualidade), ISO 14001 (Meio Ambiente), OHSAS 18001 (Segurança e Saúde do

Trabalho) e SA 8000 (Responsabilidade Social) possuem a mesma base. As

quatro fundamentam-se no princípio da melhoria contínua, isto é, no ciclo PDCA

(Plan – Do – Check – Act).

O presente estudo tem por objetivo verificar as diretrizes normativas e

especificações de referência quanto à implantação do Sistema de Gestão da

Qualidade e o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho, baseado

na ISO 9001 e na OHSAS 18001. A partir dessa análise, será proposta uma

metodologia de implantação de Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) e

Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST) e por último a

Page 19: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

19

integração desses sistemas, num Sistema de Gestão Integrado (SGI) em uma

empresa de pequeno porte, no caso em tela uma organização de manutenção

industrial.

O capítulo 2 faz uma abordagem conceitual sobre os sistemas de gestão,

especificamente sobre o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), Sistema de

Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST) e do Sistema de Gestão

Integrado (SGI), desenvolvendo um embasamento teórico acerca de algumas

definições e conceitos necessários para melhor entendimento sobre o assunto.

O capítulo 3 apresenta a contextualização da organização a qual foi

embasado esse trabalho, levando em consideração as características próprias do

tipo de atividade desenvolvida.

O capítulo 4 apresenta a metodologia utilizada na pesquisa para a

obtenção do resultado final.

No capítulo 5 trazemos as recomendações necessárias para implantação

de cada um dos sistemas, apresentando item por item das normas e os

relacionando com os números de referência das diretrizes.

No capítulo 6, será apresentado as observações importantes referentes as

estruturas mais básicas para a implantação do sistema integrado, levando em

consideração a atual situação da empresa, a proposta sugerida e as ações para

tornar essa proposta realidade.

E por último, será feita a conclusão, obtida a partir do estudo de viabilidade

para implantação do SGI na organização analisada e, a partir desta, são feitas

admoestações para a solução de algumas dificuldades examinadas.

Page 20: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

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2. CONCEITUAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO

2.1. Sistema de Gestão

Embora diversos autores tenham definições diferentes, o conceito de

sistema traz sempre as noções de totalidade, interação e organização. O autor

Bertalanffy (1968), criador da Teoria Geral de Sistemas, sugere que se deva

estudar sistemas globalmente, de forma a envolver todas as suas

interdependências, pois cada um dos elementos, ao serem reunidos para

constituir uma unidade funcional maior, desenvolvem qualidades que não se

encontram em seus componentes isolados.

De acordo com Frosini e Carvalho (1995), um sistema de gestão é

conceituado como um conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de

qualquer nível de complexidade, cujos componentes associados interagem de

uma maneira organizada para realizar uma tarefa específica e atingem ou

mantém um dado resultado.

Dessa forma, sistema pode ser entendido como um conjunto de partes

interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário

com determinado objetivo e efetuam determinada função.

Realizando uma análise sob o aspecto organizacional, os objetivos de um

sistema de gestão são de aumentar constantemente o valor percebido pelo cliente

nos serviços ou produtos oferecidos, o sucesso no segmento de mercado

ocupado (através da melhoria contínua dos resultados operacionais), a satisfação

dos colaboradores com a organização e da própria sociedade com a contribuição

social da organização e o respeito ao meio ambiente (Viterbo Jr – 1998).

Para que esses objetivos sejam alcançados, é importante a implantação e

implementação de uma metodologia de análise e solução de problemas, para

estabelecer um controle de cada ação. Hodiernamente, existem diversos métodos

sendo utilizados, a maioria deles está baseado no PDCA (Plan, Do, Check, Act),

que é um referencial teórico básico para diversos sistemas de gestão. A figura 1

Page 21: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

21

apresenta a sistematização do método, onde cada uma das partes do método traz

o seguinte conceito:

Plan (Planejar): estabelecer os objetivos e processos necessários para

fornecer resultados de acordo com os requisitos do cliente e política da

organização;

Do (Fazer): implantar os processos;

Check (Checar): monitorar e medir processos e produtos em relação à

política, aos objetivos e aos requisitos para o produto e relatar os

resultados;

Act (Agir): executar ações para promover continuamente a melhoria

contínua do desempenho do processo.

Figura 1: Esquema do ciclo do PDCA Fonte: Elaboração própria.

Há diferentes aspectos sob os quais podem ser analisados os sistemas de

gestão: qualidade, meio ambiente, saúde e segurança do trabalho, recursos

humanos, dentre outros. Um aspecto que tem se desenvolvido consideravelmente

é o de responsabilidade social, através das especificações contidas na norma SA

8000 e que tem sido objeto de estudo e implantação em diversas organizações. O

foco do presente trabalho, conforme será visto à frente, será a implantação de um

Sistema de Gestão Integrado de Qualidade e de Segurança e Saúde do Trabalho.

Page 22: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

22

2.2. Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)

2.2.1. A evolução da Gestão da Qualidade

Antes mesmo do período industrial, já existiam abordagens para controlar a

qualidade dos produtos. Artesãos europeus, por exemplo, organizavam-se em

associações com regras rigorosas para a qualidade de seus produtos e serviços,

cujas equipes de inspeção as reforçavam ao aplicar marcas especiais em

produtos livres de defeitos. Essas marcas serviam como evidência de qualidade

para os clientes.

A realimentação do cliente, por sua vez, era imensamente facilitada nessa

época; o artesão produzia, vendia, ouvia o cliente e tinha na sua satisfação a

condição básica de sobrevivência.

Com a Revolução Industrial, os artesãos tornaram-se operários das

fábricas e os donos de lojas de artesanato, frequentemente, supervisores de

produção; a forma de trabalhar modificou-se e daí decorreu o arrefecimento do

compromisso individual com o resultado global do trabalho. A manutenção da

qualidade ficou na dependência da habilidade dos trabalhadores e dos inspetores

do departamento de produção. Produtos defeituosos eram retrabalhados ou

descartados (Montgomery, 2004).

A Administração Científica, desenvolvida por Taylor (Maximiano, 2004) e

aplicada nos Estados Unidos no início do século XX, elevou os ganhos de

produtividade e colocou o país em posição de liderança nessa área. Os

espetaculares resultados conseguidos na capacidade de produção por

trabalhador, entretanto, impactaram a qualidade. O poder de atuação reduziu-se

ainda mais e a qualidade dos produtos caiu. As fábricas, em busca de um

antídoto para esse efeito colateral indesejável, criaram departamentos centrais de

inspeção cujo objetivo era impedir que produtos defeituosos chegassem aos

clientes.

Percebendo que o método aplicado não era econômico (produtos

defeituosos eram retrabalhados ou sucateados), o modelo foi repensado e a partir

Page 23: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

23

dessa reflexão, em meados da década de 1920, a qualidade chegou aos

processos de Walter Shewhart, estatístico dos Laboratórios Bell, considerado por

muitos o pai da moderna gestão da qualidade, desenvolveu o controle estatístico

da qualidade. Criou ferramentas e conceitos que são usados até hoje, como as

cartas de controle, a amostragem científica e o plano de méritos para produtos

finais.

Entretanto, só duas décadas depois, durante a Segunda Guerra Mundial, o

trabalho de Shewhart ganhou aplicação efetiva nos Estados Unidos. Produtos

militares com defeito não podiam ser aceitos, o que exigia grande esforço de

inspeção. Para minimizar esse esforço sem comprometer a segurança, as forças

armadas estadunidenses adaptaram as tabelas de amostragem científica e as

publicaram como uma norma militar (Military Standard ou, na forma abreviada,

Mil-Std), a Mil-Std-105. Procuraram, ainda, apoiar a melhoria de seus

fornecedores, patrocinando cursos de controle estatístico da qualidade, o que

levou à efetiva disseminação dessa metodologia nos Estados Unidos. A difusão

do controle estatístico da qualidade deu origem aos departamentos da qualidade

e aos engenheiros de controle de qualidade.

No Pós-Guerra surgiu no Japão uma nova fronteira de desenvolvimento da

gestão da qualidade. Pressionado pela necessidade de reconstrução e pela má

reputação da qualidade de seus produtos, o Japão desenvolveu uma ação

coletiva de melhoria. Diversas missões foram enviadas ao exterior, publicações

foram traduzidas para o japonês e professores estrangeiros, como Deming e

Juran, foram levados para lá. Com uma abordagem liderada pela alta direção e

contando com a participação de gerentes, engenheiros e operários, os japoneses

melhoraram os processos e deram início à nova abordagem da “qualidade total”.

Assim, passaram a produzir produtos de qualidade a baixos preços e

conseguiram fatias expressivas de mercado em países estrangeiros, notadamente

nos Estados Unidos.

A reação estadunidense, inicialmente marcada por restrições à importação

e apelos à compra dos produtos domésticos, foi posteriormente substituída por

abordagens estruturadas para a melhoria, dando origem ao Total Quality

Management (TQM, Gestão da Qualidade Total) nos Estados unidos. Diversos

“gurus”, como Deming, Juran, Crosby e Feigenbaum, influenciaram fortemente a

Page 24: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

24

abordagem das empresas nesse período, difundindo conceitos e métodos

incorporados pelos sistemas modernos.

Já na década de 1980, dois sistemas de importância significativa para os

dias atuais tiveram sua consolidação:

Nos Estados Unidos lançou-se o Prêmio Malcolm Baldrige, prêmio nacional

da qualidade, que unificaria no país a concepção do TQM e inspiraria

vários outros prêmios nacionais da qualidade, entre os quais o brasileiro;

Na Europa lançou-se a primeira edição da série ISO 9000.

2.2.2. As normas de Gestão da Qualidade

A primeira versão da série ISO 9000 se originou de uma norma inglesa, a

BS 5750, proveniente, por sua vez, de normas militares.

A série ISO 9000, em sua primeira versão, a de 1987, era composta por

três normas certificáveis (9001, 9002 e 9003) e só foi publicada no Brasil em

junho de 1990. Continha também uma norma de diretrizes (9004) que descreveria

um conjunto básico de elementos por meio dos quais os sistemas da qualidade

podiam ser desenvolvidos e implantados.

Série ISO 9000:1987

Número da Norma Título

ISO 9000 Normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade – Diretrizes para a seleção e uso.

ISO 9001 Sistemas da qualidade – Modelo para garantia da qualidade em projetos/ desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica.

ISO 9002 Sistemas da qualidade – Modelo para garantia em produção e instalação.

ISO 9003 Sistemas da qualidade – Modelo para garantia em inspeção e ensaios finais.

ISO 9004 Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade – Diretrizes.

Quadro 1: Série ISO 9000:1987.

Fonte: Elaboração própria.

Page 25: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

25

As normas 9001, 9002 e 9003, versão 1987, eram de garantia da

qualidade, previstas para serem utilizadas em relações contratuais, e tinham por

objetivo assegurar que o produto entregue atendesse às especificações previstas

em contrato. A ISO 9001, aplicável em situações contratuais nas quais fosse

requerido esforço de projetos, continha vinte cláusulas, a 9002, aplicável em

situações contratuais em que os requisitos para o produto estavam definidos em

um projeto já existente continha dezoito cláusulas e a 9003, aplicável em

situações contratuais em que o fornecedor precisava apenas demonstrar

competência em testes e ensaios finais, continha apenas doze cláusulas.

Para que todas as normas tenham sua atualização garantida, devem ter o

conteúdo revisado periodicamente. Como a série ISO 9000 não está imune a

essa necessidade, também vem sendo revisada regularmente. A primeira revisão,

publicada em 1994, introduziu diversos aperfeiçoamentos, mas não alterou os

objetivos e a estrutura do conjunto da norma.

A segunda revisão foi publicada em 2000, as três normas certificáveis

foram unidas em apenas uma (ISO 9001:2000) e seus objetivos foram alterados,

transformando-se em uma norma de gestão da qualidade. Sua principal alteração

se deu no objetivo, onde o que importa é a satisfação do cliente e não mais o

simples atendimento a requisitos previamente especificados.

Em dezembro de 2008, foi publicada a terceira revisão, com base na

experiência de oito anos de aplicação da versão 2000. A ISO 9001:2008 manteve

os mesmos objetivos e a mesma estrutura da ISO 9001:2000 e não incorporou

nenhum novo requisito.

O sistema de gestão da qualidade refere-se à maneira como a organização

trabalha. Nesse sentido, portanto a ISO 9001 é uma norma de processo e não de

produto. Certamente que os processos afetam o produto final e que um SGQ

eficaz gerará produtos que satisfaçam seus clientes, o que não se pode aceitar,

contudo, como alguns anúncios publicitários de maneira equivocada apresentam,

é que a certificação de um SGQ equivale à certificação de qualidade de produto.

A ISO 9001 é uma das normas mais conhecidas do mundo. Uma pesquisa

mundial, efetuada pela própria ISO, mostrou que, no final de 2008, mais de 982

mil certificados de conformidade com a ISO 9001 haviam sido emitidos para

organizações de 175 países.

Page 26: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

26

2.2.3. Conceitos de Qualidade

O conceito de qualidade não tem definição única, de consenso universal.

Pelo contrário, suas definições têm apresentado variações nos trabalhos de

diversos autores e instituições:

Philip Crosby (1988), por exemplo, cita que “qualidade é conformidade com

os requisitos”.

Joseph Juran (1992), que a “palavra tem dois significados principais: a) as

características de produto que respondem às necessidades dos clientes. b)

ausência de defeitos”. Um termo genérico para reunir os dois significados é

“adequação ao uso”.

A. V. Feigebaum (1986), por sua vez, entende que qualidade é “o total das

características de marketing, engenharia e manutenção do composto

produto e serviço por meio das quais o produto e serviço em uso irão

atender as expectativas do consumidor”.

Segundo a Fundação Nacional da Qualidade (2009), qualidade consiste na

“totalidade de características de uma entidade (atividade ou processo,

produto), organização ou uma combinação destas, que lhe confere a

capacidade de satisfazer às necessidades explícitas e implícitas dos

clientes e das demais partes interessadas”.

Para a American Society for Quality (2007), é um termo subjetivo para o

qual cada pessoa ou setor tem sua própria definição. Em termos técnicos,

qualidade pode ter dois significados: a) as características de um produto ou

serviço que suportam sua habilidade de satisfazer às necessidades

estabelecidas ou implícitas; b) um serviço ou produto livre de defeitos.

A NBR ISO 9000:2005 consta que é o grau em que um conjunto de

características inerentes satisfaz aos requisitos.

Todas têm em comum, entretanto, que o ponto de partida para a qualidade

é identificar as necessidades e expectativas dos clientes, as quais são singulares

para cada organização e mutáveis no tempo.

Page 27: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

27

2.3. Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho

2.3.1. A evolução da Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho

Segundo Gomez, Thedim e Porto (1992) desde a antiguidade existem

registros do reconhecimento da relação entre o trabalho e a saúde/doença, as

atividades laborativas nasceram com o homem e sempre houve condições e atos

inseguros. O problema dos acidentes e doenças profissionais acompanha o

desenvolvimento das atividades do homem através dos séculos. Partindo da

atividade predatória, evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcançou a fase do

artesanato e atingiu a era industrial, sempre acompanhado de novos e diferentes

riscos que afetavam e ainda afetam sua vida e saúde.

Na época atual, o trabalho humano vem se desenvolvendo sob condições

em que os riscos são em quantidade e qualidade mais numerosos e mais graves

do que aqueles que há mais de cem anos eram ameaça ao homem na sua busca

diária de prover a própria subsistência (Giovanni, 2011).

O homem pré-histórico procurava proteção contra animais ferozes

adestrando-se na caça e vivendo em cavernas. Inicialmente, a maneira com a

qual subsistia e enfrentava os perigos era devida à sua astúcia, inteligência

superior e uso de suas mãos. Com a descoberta do fogo e das armas e a própria

organização tribal com maior planejamento e ação grupal, o homem evoluiu

cientificamente e obteve maior proteção, porém, novos riscos foram introduzidos.

A invenção do machado de pedra, um avanço para assegurar alimentação para si

e sua família, incorria em graves acidentes devido às práticas inseguras em seu

manejo. Portanto, tanto o homem pré-histórico quanto o da Idade da Pedra já

estavam constantemente expostos a perigos na vida diária, em sua luta pela

existência.

Antes da Revolução Industrial, com o artífice individual e ainda quando a

força usada era em geral a humana ou a tração animal, os acidentes mais graves

eram devidos às quedas, queimaduras, afogamentos, lesões devidas a animais

domésticos. Com a aplicação da energia hidráulica à manufatura, seguida da

Page 28: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

28

aplicação da máquina a vapor e eletricidade, ocorreu uma evolução grandiosa na

invenção de novas e melhores máquinas que acompanhassem a industrialização,

incorporando novos riscos e tornando os acidentes de trabalho maiores e mais

numerosos. Mesmo assim, pouco se falava em saúde ocupacional.

Com o advento da Revolução Industrial (Nogueira, 1981), a partir da

segunda metade do século XVIII, trouxe um conjunto de profundas

transformações econômicas, tecnológicas e sociais, tendo sido, sobretudo, a

passagem de um sistema de produção marcadamente agrário e artesanal para

outro de cunho industrial, dominado pelas fábricas e maquinaria. Caracterizou-se

por sucessivas inovações tecnológicas, que podem ser assim resumidas:

Aparecimento de máquinas modernas – rápidas, regulares e precisas – que

substituíram o trabalho do homem, antes realizado à mão;

Utilização do vapor para acionar a máquina, isto é, como fonte de energia,

em substituição a energia muscular, eólica e hidráulica;

Obtenção e trabalho de novas matérias primas, em particular os minerais,

que deram impulso à metalurgia e a indústria química.

Encontrando na Grã-Bretanha circunstâncias favoráveis, estas inovações,

adequadamente aproveitadas, deram ao país as condições de implantar

definitivamente o modo de produção capitalista, baseado na produção industrial

em massa, nas relações sociais estabelecidas exclusivamente em dinheiro e na

propriedade privada dos meios de produção.

De acordo com o historiador inglês Hobsbawn (2009), “as transformações

levadas a efeito pela Revolução Industrial inglesa foram muito mais sociais que

técnicas, tendo em vista que é nessa fase que se consubstancia a diferença

crescente entre ricos e pobres”.

Com as manufaturas, o capital cada vez mais se concentrou nas mãos da

minoria burguesa, enquanto crescia o número de trabalhadores, despossuídos de

instrumentos de trabalho, cuja qualidade de vida decresceu sensivelmente. Houve

uma intensificação da miséria e da pobreza. As camadas populares, compostas

por camponeses afetados pelos cercamentos, artesãos da pequena indústria rural

e trabalhadores das oficinas ou das fábricas, empobreceram tanto, a ponto de

aparecer um grande número de indigentes. As condições subumanas de trabalho,

as horas excessivas de atividade e a baixa remuneração foram à causa de

Page 29: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

29

violentas manifestações por parte dos operários que tentavam destruir as

máquinas das fábricas, identificadas como causa de sua existência miserável.

Entre essas manifestações destaca-se o Movimento Ludita1. Iniciado em

1811, este movimento que espalhou o terror nos distritos industriais do centro da

Inglaterra, foi violentamente reprimido pela classe dominante com julgamento

sumário que terminaram em enforcamentos e exílios.

Os trabalhadores, destituídos dos meios de produção, passaram a

sobreviver apenas da venda de sua força de trabalho, sujeitando-se às severas

normas de disciplina impostas pelos contramestres das fábricas e aos salários

degradantes.

A revolução industrial permitiu que o capitalismo, com base na

transformação técnica, atingisse seu processo especifico de produção. Tal

processo caracteriza-se pela produção em larga escala, feita na fábrica. Portanto,

no modo de produção capitalista consolidando com a revolução industrial há uma

radical separação entre o trabalho e o capital. O trabalhador dispõe apenas da

força de trabalho, enquanto o capitalista detém a propriedade dos meios de

produção (Nogueira, 1981).

Á medida que o comércio ganhava impulso – sobretudo após os Atos de

Navegação de 1961 – e o mercado se expandia com a conquista de novas áreas

coloniais pela Inglaterra, como a Índia, os empresários do setor têxtil perceberam

a possibilidade de obter maiores lucros se desenvolvessem a indústria algodoeira.

Isso porque os tecidos de algodão eram utilizados como parte de pagamentos de

escravos africanos.

Para aumentar a quantidades de produtos, os fabricantes viam-se, então,

obrigados a modificar as condições de produção. Por isso passaram a incentivar o

desenvolvimento técnico através da mecanização, o que acabou por transformar

a estrutura da indústria.

Até o final do século XVII, os trabalhadores tiveram que suportar sem

nenhum amparo, as conseqüências dos acidentes e das moléstias profissionais.

No início do século XVIII, foram dados os principais passos para protegê-los e

aliviá-los dessa pesada carga. Assim, em 1802 o Parlamento Britânico, sob a

1 Entre 1811 e 1813, surgiu o Movimento Ludita, quando os trabalhadores iniciaram uma

sistemática destruição e queima das instalações industriais em várias regiões inglesas. Os proprietários logo se articularam, conseguindo que o Parlamento aprovasse uma lei que punia com a morte os acusados de destruição das máquinas.

Page 30: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

30

direção de Sir Robert Peel, após longa e tenaz luta conseguiu que fosse aprovada

a primeira lei de proteção aos trabalhadores: A “Lei de Saúde e Moral dos

Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o

trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes da fábrica duas

vezes por ano e tornava obrigatória a ventilação desta. Tal Lei foi seguida de

outras complementares surgidas em 1819, em geral pouco eficientes devido à

forte oposição dos empregadores.

Em 1831, ainda na Inglaterra, uma Comissão parlamentar de inquérito, sob

chefia de Michael Saddler, elaborou um cuidadoso relatório, que concluía da

seguinte maneira: “Diante desta Comissão desfilou longa procissão de

trabalhadores – homens e mulheres, meninos e meninas, abobalhados, doentes,

deformados, degradados na sua qualidade humana, cada um deles era clara

evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade humana do

homem para o homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que

quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à

capacidade dos fortes” (Mendes, 1996).

O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi tremendo e assim, em

1833 surgia na Inglaterra a “Lei das Fábricas” (Factory Act), que deve ser

considerada como a primeira legislação realmente eficiente no campo de proteção

ao trabalhador. Aplicava-se a todas as empresas têxteis onde se usasse força

hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de dezoito anos e

restringia as horas de trabalho destes a doze horas por dia e sessenta e nove

horas por semana; as fábricas precisam ter escolas, que deviam ser frequentadas

por todos os trabalhadores menores de treze anos; a idade mínima para o

trabalho era de nove anos, e um médico devia atestar que o desenvolvimento

físico da criança correspondia à sua idade cronológica. Esta lei se ampliou em

1867, para incluir mais moléstias e estipular a proteção de máquinas e a

ventilação mecânica para o controle de poeiras, ao mesmo tempo em que proibia

a ingestão de alimentos nos ambientes sob atmosfera nocivas da fábrica; a

inspeção médica se iniciou em 1897, com a adoção de leis de compensação

(Nogueira, 1981).

A expansão da Revolução Industrial (Oliveira, 1998), no resto da Europa,

resultou, também, no aparecimento progressivo dos serviços de saúde

ocupacional em diversos países, sendo que, alguns deles, foi dada a tal

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importância a esses serviços, que a sua existência deixou de ser voluntária, como

na Grã-Bretanha, para tornar-se obrigatória. Na França, a Lei de 11 de Outubro

de 1946, substituída pelo Decreto de 27 de Novembro de 1952 e Circular

Ministerial de 18 de Dezembro de 1952, tornam obrigatória a existência de

serviços de saúde ocupacional em estabelecimentos, tanto industriais como

comerciais, de qualquer tamanho (inclusive naqueles onde trabalham no mínimo

de dez pessoas).

Mais recentemente, mesmo em países onde a industrialização ainda é

incipiente, como por exemplo, a Espanha, exigências legais (Ordem de 22 de

Dezembro de 1956, substituída pelo Decreto nº 1036 de 18 de Junho de 1959),

também tornam obrigatória a existência de serviços de saúde ocupacional em

empresas que tenham, pelo menos, 500 trabalhadores, o mesmo tendo ocorrido

com Portugal recentemente.

Nos Estados Unidos, a despeito de a industrialização ter-se desenvolvido

de forma acentuada, a partir da segunda metade do século passado os serviços

de saúde ocupacional permaneceram praticamente desconhecidos. No entanto, o

aparecimento, o início do presente século, da legislação sobre indenizações em

casos de acidentes do trabalho, levou os empregadores a estabelecerem os

primeiros serviços de saúde ocupacional naquele país, com objetivo básico de

reduzir o custo das indenizações.

No Brasil, somente começou a existir algum tipo de proteção na década de

1970, com a criação da Fundacentro, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e

Emprego, onde as primeiras pesquisas sobre saúde e segurança ocupacional

foram desenvolvidas.

Com a publicação da Lei Federal nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977,

que alterou o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)

e da Portaria nº. 3.214, de 08 de junho de 1978, que aprovou as Normas

Regulamentadoras (NR), relativas à Saúde e Segurança do Trabalho, houve um

grande salto rumo a melhora das condições de trabalho. Contudo, conforme

Godini e Valverde (2001), a realidade era demonstrada por uma tímida atitude

prevencionista, iniciada pelos primeiros profissionais de saúde e segurança

ocupacional e um comportamento punitivo e policialesco por parte dos órgãos

fiscalizadores governamentais.

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32

Uma sensível evolução ocorreu nas décadas de 1980 e 1990, com as

alterações das normas referentes às práticas de SST, principalmente com o

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR nº. 9) e o PCMSO –

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR nº. 7). O PPRA visa a

preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores através da

antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de

riscos reais ou potenciais do ambiente de trabalho. O PCMSO, que deve estar em

sintonia com o PPRA, tem como objetivo a promoção e preservação da saúde do

conjunto dos trabalhadores. Outra evolução ocorreu com a criação da Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes (NR nº. 5), cuja finalidade é, através da ação

dos próprios trabalhadores, promover a melhoria das condições dos ambientes de

trabalho.

2.3.2. As normas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho

No final da década de 1990 havia uma carência e demanda muito forte por

parte das organizações ao redor do mundo por uma norma internacional para o

sistema de gestão de saúde e segurança que pudesse servir como base para a

avaliação e certificação de seus próprios sistemas de gestão nessa área. Por

iniciativa de diversos organismos certificadores e de entidades nacionais de

normalização foi publicado, pela BSI – British Standards Institution, em 1999, a

especificação OHSAS 18001, cuja sigla significa Occupational Health and Safety

Assessment Series.

Um dos documentos que serviu de base para a elaboração da OHSAS

18001 foi a BS 8800:1996 – Guide to Occupational Health and Safety

Management Systems, que não é uma especificação, mas um guia de diretrizes.

Conforme De Cicco, é importante ressaltar que esse novo documento não é uma

norma nacional nem uma norma internacional, visto que não seguiu a "escrita" de

normalização vigente. Por isso, a certificação em conformidade com a OHSAS

18001 somente poderá ser concedida pelos Organismos Certificadores de forma

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33

"não-acreditada", ou seja, sem credenciamento para esse tema por entidade

oficial que, no caso brasileiro, é o INMETRO.

A tabela 2 apresenta um breve histórico dos modelos para gerenciamento

de SGSST.

Data Fato ocorrido Maio de 1996 É publicada a BS 8800, que é um guia de orientação para

a implantação de um SGSST, pelo BSI – British Standard Institution, organismo de certificação inglês.

Setembro de 1996 ISO não aprova a criação de um grupo de trabalho para uma norma de gerenciamento de SGSST.

Novembro de 1998 BSI Standards constitui um comitê, composto pelos maiores organismos de certificação e por alguns organismos nacionais de normatização, para esboçar uma norma unificada para SGSST.

Início de 1999 ISO ratifica sua decisão de setembro de 1996.

Fevereiro de 1999 Publicado “draft” OHSAS 18001.

Abril de 1999 Publicada a OHSAS 18001. Publicado “draft” OHSAS 18002.

Quadro 2: Breve histórico dos modelos para gerenciamento do SGSST. Fonte: Elaboração própria.

A Especificação OHSAS 18001 foi desenvolvida para ser compatível com

as normas para Sistema de Gestão de Qualidade – ISO 9001, Sistema de Gestão

Ambiental – ISO 14001 – e Responsabilidade Social – SA 8000 – para facilitar a

integração dos sistemas, no caso da organização assim o desejar. Assim, seus

elementos são dispostos conforme a figura 2.

Figura 2: Elementos de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho.

Fonte: Elaboração própria.

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34

De acordo com a norma OHSAS 18001:2007, Sistema de Gestão de

Saúde e Segurança do Trabalho, é “aquela parte do sistema de gestão global que

facilita o gerenciamento dos riscos de Saúde e Segurança no Trabalho

associados aos negócios da organização. Isto inclui a estrutura organizacional, as

atividades de planejamento, as responsabilidades, práticas, procedimentos,

processos e recursos para desenvolver, implantar, atingir, analisar criticamente e

manter a política de Saúde e Segurança no Trabalho da organização”.

2.3.3. Conceito de Saúde e Segurança no Trabalho

Para esclarecer a problemática, faz-se necessário levantar alguns

conceitos de saúde e segurança do trabalho.

Para a Previdência Social, Acidente de Trabalho é o “acidente que ocorre

pelo exercício do trabalho e a serviço da empresa (fora do local de trabalho), ou

durante o trajeto (residência/trabalho/residência), provocando lesão corporal ou

perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para

o trabalho permanente ou temporária” (Brasil, 1991).

Assim, incluem-se dentre os acidentes de trabalho aqueles ocorridos no

trajeto de ida ou volta do trabalho e o acidente mesmo fora do local de trabalho,

quando o trabalhador estiver a serviço (em viagem, por exemplo), sejam eles

decorrentes de acidentes de trânsito, atropelamento, colisões, ou agressões de

terceiros, tentativas de homicídio, homicídios, latrocínios ou roubo seguidos de

lesão corporal.

Ainda, para fins de concessão de benefícios, a legislação previdenciária

equipara as doenças “profissionais” e “do trabalho” aos acidentes de trabalho,

“típicos” e de “trajeto”.

Para o Sistema Único de Saúde (SUS), os acidentes de trabalho são

fenômenos socialmente determinados, previsíveis e preveníveis, dadas as

condições de trabalho encontradas na maioria dos ambientes e processos de

trabalho em nosso país. “Ao contrário de constituir obra do acaso como sugere a

palavra acidente, os acidentes do trabalho são fenômenos previsíveis, dado que

Page 35: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

35

os fatores capazes de desencadeá-los encontram-se presentes na situação de

trabalho (passíveis de identificação) muito tempo antes de serem desencadeados.

A eliminação/neutralização de tais fatores é capaz de evitar/limitar a ocorrência de

novos episódios semelhantes, ou seja, além de previsíveis, os acidentes do

trabalho são preveníveis” (Almeida & Binder, 2000).

Para a OHSAS, os acidentes de trabalho devem ser considerados “eventos

sentinela”, cuja ocorrência deverá ensejar estudos, de engenharia ou de higiene e

servir como sinal de advertência para a necessidade de substituição de materiais,

adoção de controles de engenharia, de medidas de proteção coletiva e pessoal,

atenção médica ou mudanças na organização do trabalho (OPS, 1999).

É importante ressaltar, que, além dos acidentes, a OHSAS 18001:2007

contempla a figura dos incidentes ou “quase acidentes”. Para fins de

conceituação, os incidentes podem ser entendidos como um evento não

desejado, que sob circunstâncias ligeiramente diferentes, poderia ter resultado em

dano à pessoa, dano à propriedade ou perda no processo.

2.4. Sistema de Gestão Integrado (SGI)

2.4.1. Conceito de Sistema Gestão Integrado (SGI)

Com a crescente pressão para que as organizações racionalizem seus

processos de gestão, várias delas vêem na integração dos Sistemas de Gestão

uma excelente oportunidade para reduzir custos relacionados, por exemplo, à

manutenção de diferentes estruturas de controle de documentos, auditorias,

registros, dentre outros (Godini e Valverde, 2001). Tais custos e ações, em sua

maioria, se sobrepõem e, portanto, acarretam gastos desnecessários.

Sistema de Gestão Integrada pode ser definido como a combinação de

processos, procedimentos e práticas utilizados em uma organização para

implantar ou implementar suas políticas de gestão e que pode ser mais eficiente

Page 36: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

36

na consecução dos objetivos oriundos delas do que quando há diversos sistemas

individuais se sobrepondo (De Cicco, 2004).

A integração dos sistemas de gestão pode abranger diversos temas, tais

como: qualidade, meio ambiente, segurança e saúde ocupacional, recursos

humanos, controle financeiro, responsabilidade social, dentre outros, conforme

esquematizado na figura 3. Contudo, no presente trabalho, serão enfocados os

aspectos relativos à Gestão de Qualidade (SGQ) e Gestão de Segurança e Saúde

do Trabalho (SGSST), por se entender que esta é a prática mais comum

implantada pelas empresas.

Na verdade, não há uma certificação específica para SGI. São três

certificações diferentes (Qualidade, Meio Ambiente e Saúde e Segurança do

Trabalho). Porém, estes sistemas de gestão implantados segundo normas

distintas podem ser integrados.

Figura 3: Modelo de SGI abrangendo vários aspectos.

Fonte: Adaptado de QSP, 2003.

Conforme já mencionado anteriormente, o acoplamento dos elementos do

SGQ e do SGSST para a integração dos mesmos é facilitado devido ao fato de

serem ambos concebidos a partir do modelo PDCA – Plan, Do, Check, Act

(Planejar, Fazer, Verificar e Analisar Criticamente – Ciclo de Melhoria Contínua).

2.4.2. Tipos de Implantação de SGI

De acordo com as características da empresa que está implantado o

Sistema de Gestão Integrado, diferentes caminhos podem ser percorridos durante

Page 37: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

37

as etapas de implantação. Diversos fatores influenciam na decisão de como a

mesma será conduzida, como a existência ou não de sistemas de gestão já

implantados, a estrutura dos setores, a cultura de gestão em vigor na empresa, e

o planejamento da direção, considerando objetivos, prazos e motivações. Os

recursos financeiros e humanos também têm grande influência neste processo.

Labodová (2003) sugere duas formas de integração verificadas em empresas

européias:

Implantação sequencial de sistemas individuais – qualidade, meio

ambiente, responsabilidade social e saúde e segurança – são combinados,

formando o Sistema de Gestão Integrado;

Implantação de um novo sistema de gestão integrado, sendo que apenas

um sistema engloba todas as quatro áreas.

Já Soler (2002) afirma que existem diversas formas de implantação de um

Sistema de Gestão Integrado. Esses formatos dependem de características

próprias da organização que irá implantá-los. Desta forma, antes da implantação,

deve-se definir a forma de desenvolvimento mais adequada e eficiente, que

atenda às necessidades da organização. Esses sistemas podem ser:

A) Sistemas Paralelos:

Os sistemas são separados e, para suas diferentes especificidades (saúde

e segurança do trabalho, qualidade, responsabilidade social e meio ambiente),

apenas os formatos quanto à numeração, terminologia e organização são

semelhantes. Nessa proposta, a organização terá três ou quatro:

Representantes da direção;

Programas de treinamento;

Conjuntos de documentos;

Programas de controle de documentos e dados;

Instruções de trabalho;

Sistemas de gestão de registros;

Sistemas de calibração;

Page 38: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

38

Programas de auditoria interna;

Controles de procedimentos para não-conformidades;

Programas de ações corretivas e preventivas;

Reuniões para análise crítica pela alta direção.

B) Sistemas Fundidos:

Há o compartilhamento de algumas partes dos sistemas de gestão

relacionadas com procedimentos e processos, porém continuam sendo sistemas

separados em várias outras áreas. O grau de integração, em geral, dependerá da

própria organização. Alguns processos podem ser comuns aos sistemas, como:

Sistema de registros de programas de treinamento;

Programa de controle de documentos e dados;

Sistemas de calibração;

Sistema de gestão de registros.

Dentre outros itens, a organização continuará tendo três ou quatro:

Representantes da administração;

Programas de treinamento;

Conjuntos de documentos;

Programas de auditoria interna;

Controles de procedimentos para não-conformidades;

Programas de ações corretivas e preventivas;

Reuniões para análise crítica pela administração.

Nesse nível de integração, a organização já se encontra caminhando em

direção a uma proposta mais eficiente e menos redundante. Porém, continua

gastando muita energia com a manutenção dos dois sistemas, tendo que

determinar onde um termina e onde o outro começa. Enquanto, por um lado,

temos a proposta de integração parcial dos sistemas fundidos, por outro, temos a

proposta de integração total – a proposta do SGI.

Page 39: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

39

C) Sistemas Totalmente Integrados:

Esse caso envolve um sistema de gestão homogêneo, adequado aos

requisitos das normas em questão. Todos os elementos dos sistemas de gestão

são comuns, ou seja, há apenas um:

Conjunto de documentos;

Política abrangendo os diferentes requisitos;

Representante da administração;

Sistema de gestão de registros e de treinamentos;

Sistema de controle de documentos e dados;

Conjunto de instruções de trabalho;

Sistema de calibração de equipamentos;

Programa de auditoria interna (incluindo uma única equipe de auditores

qualificados);

Plano de reação às não-conformidades específicas;

Programa de ações corretivas e preventivas;

Sistema de gestão de registros;

Reunião para análise crítica pela administração.

Os elementos relativos aos requisitos de cada uma das normas que não

forem comuns tornam-se procedimentos independentes.

Ainda, segundo Soler, o principal argumento que tem compelido as

empresas a integrar os processos de qualidade, meio ambiente e de segurança e

saúde no trabalho é o efeito positivo que esta integração pode ter sobre os

funcionários. A sinergia gerada pelo Sistema de Gestão Integrado tem levado as

organizações a atingir melhores níveis de desempenho, a um custo global muito

menor.

O presente trabalho tratará desse último tipo de sistema de gestão,

os sistemas totalmente integrados.

Page 40: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

40

3. A ORGANIZAÇÃO ESTUDADA

A organização selecionada para o estudo de caso do presente trabalho é

uma organização de pequeno porte, que conta atualmente com o emprego direto

de 90 (noventa) funcionários, atuando na área de prestação de serviços no setor

industrial nas regiões do Vale do Paraíba, Alto Tietê, Sul de Minas Gerais e São

Paulo, nos mais diversos segmentos industriais.

A sede localiza-se na cidade de São José dos Campos, São Paulo. A

organização tem a seu favor o posiciomento estratégico do município de São José

dos Campos, que é um pólo industrial e comercial cortado por importantes

corredores rodoviários do país, principalmente, a Rodovia Presidente Eurico

Gaspar Dutra.

A organização surgiu, quando dois de seus sócios se conheceram

enquanto ainda trabalhavam em uma organização multinacional do ramo químico,

onde já existia um sistema de qualidade, ISO 9001, implantado.

Tendo sido fundada no ano de 2000, tem se mantido no mercado como

referência no tipo de trabalho que realiza de manutenção de máquinas,

equipamentos e contratos de mão-de-obra.

Tendo em vista que todas as organizações onde prestam serviços já

possuem algum Sistema de Gestão implantado, e que logo o mercado não mais

aceitará fornecedores que não estejam na mesma linha de organização de

sistema, a organização em questão pretende se certificar de acordo com a Norma

ISO 9001 e OHSAS 18001, pois em pesquisa realizada junto a seus concorrentes,

constatou-se que os mesmos não possuem nenhum tipo de sistema, nem mesmo

o tipo de organização que a mencionada organização.

Dessa forma, a organização se colocou à disposição para a realização

desse trabalho.

Page 41: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

41

4. METODOLOGIA

O estudo de caso foi a modalidade de pesquisa utilizada neste Trabalho de

Conclusão de Curso.

Diferentemente do que ocorre com os experimentos e levantamentos, para

a realização de estudos de caso não são definidos procedimentos metodológicos

rígidos.

O estudo de caso consistiu no estudo profundo e exaustivo do processo de

implantação do SGI numa pequena organização de prestação de serviços na área

de manutenção industrial, de forma a permitir seu amplo e detalhado

conhecimento a todas as partes interessadas.

Este estudo foi desenvolvido baseado no estágio atual do conhecimento

sobre sistemas de gestão integrada de qualidade e segurança e saúde

ocupacional, com enfoque na área de manutenção industrial.

Em virtude da natureza das questões formuladas e do objetivo deste

estudo de caso, esta pesquisa pode ser classificada como:

Aplicada: Este Trabalho de Conclusão de Curso objetivou gerar

conhecimentos para aplicação prática e dirigida à solução de problemas

específicos relacionados à implantação de um Sistema de Gestão Integrada,

servindo como importante referencial para organizações de pequeno porte que

desejam implantar sistemas semelhantes, em especial aquelas voltadas para a

área de manutenção industrial.

Qualitativa: Esta pesquisa consistiu na análise, comparação e interpretação

das normas de referência do SGI (ISO 9001 e OHSAS 18001), além de dados e

informações disponíveis na literatura especializada, não tendo requerido o uso

de métodos e técnicas estatísticas.

Exploratória: Esta pesquisa teve como objetivo proporcionar maior

familiaridade com a sistemática de implantação e implementação de um Sistema

de Gestão Integrada, baseado nos referenciais normativos: ISO 9001 e OHSAS

18001, objetivando obter as respostas às questões formuladas com vistas a torná-

las mais explícitas.

Page 42: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

42

Desta forma seu planejamento tornou-se bastante flexível, possibilitando a

consideração dos mais variados aspectos relativos a este tema, tendo envolvido:

levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências

práticas com o problema pesquisado, análise de exemplos que estimularam a

compreensão, reuniões com a alta direção, as quais desenvolveu extensa

interação com todos os agentes envolvidos no problema, tudo isto representando

importante fonte de informações relativas aos problemas encontrados e soluções

implementadas.

Bibliográfica: O trabalho foi desenvolvido, também, com base em material

já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos, normas, apostilas e

outros, que permitiram uma visão e análise das diversas posições acerca da

questão da implantação do Sistema de Gestão Integrada.

A pesquisa bibliográfica possibilitou a ampliação da cobertura dos temas

abordados de uma forma muito mais ampla do que aqueles observados

diretamente em campo.

Documental: Assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença

essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa

bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores

sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não

receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados

de acordo com os objetos da pesquisa.

O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da

pesquisa bibliográfica. Apenas cabe considerar que, enquanto na pesquisa

bibliográfica as fontes são constituídas, sobretudo, por material impresso

localizado nas bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais

diversificadas e dispersas.

Autorização da organização: A pedido das autoras, a alta direção da

organização autorizou a divulgação externa do processo de implantação do SGI.

Page 43: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

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5. RECOMENDAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE

GESTÃO INTEGRADA DE QUALIDADE E SEGURANÇA E SAÚDE

DO TRABALHO

Por consideramos o Sistema de Gestão da Qualidade menos complexo

que os demais sistemas, uma vez que este contempla somente o processo e,

levando em conta o fato de ter sido a base para a criação de todos os outros

sistemas de gestão, será o primeiro a ser abordado. Tendo sido implantado,

apresentaremos a análise do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no

Trabalho e por último a integração dos mesmos num único sistema (SGI).

5.1. Etapas para a Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade

(SGQ)

Norma ISO 9001:2008

4. Sistema de gestão da qualidade

4.1. Requisitos gerais

4.2. Requisitos de documentação

4.2.1. Generalidades

4.2.2. Manual da qualidade

4.2.3. Controle de documentos

4.2.4. Controle de registros

5. Responsabilidade da direção

5.1. Comprometimento da direção

5.2. Foco no cliente

5.3. Política da qualidade

5.4. Planejamento

5.4.1. Objetivos da qualidade

5.4.2. Planejamento do sistema de gestão da qualidade

5.5. Responsabilidade, auditoria e comunicação

5.5.1. Responsabilidade e autoridade

5.5.2. Representante da direção

5.5.3. Comunicação interna

5.6. Análise crítica pela direção

5.6.1. Generalidades

Page 44: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

44

5.6.2. Entradas para a análise crítica

5.6.3. Saídas da análise crítica

6.3. Infraestrutura

6.4. Ambiente de trabalho

7. Realização do produto

7.1. Planejamento da realização do produto

7.2. Processos relacionados a clientes

7.2.1. Determinação de requisitos relacionados ao produto

7.2.2. Análise crítica dos requisitos relacionados ao produto

7.2.3. Comunicação com o cliente

7.3. Projeto e desenvolvimento

7.3.1. Planejamento de projeto e desenvolvimento

7.3.2. Entradas de projeto e desenvolvimento

7.3.3. Saídas de projetos e desenvolvimento

7.3.4. Análise critica de projeto e desenvolvimento

7.3.5. Verificação de projeto e desenvolvimento

7.3.6. Validação de projeto e desenvolvimento

7.3.7. Controle de alterações de projeto e desenvolvimento

7.4. Aquisição

7.4.1. Processo de aquisição

7.4.2. Informação de aquisição

7.4.3. Verificação do produto adquirido

7.5. Produção e prestação de serviço

7.5.1. Controle de produção e prestação de serviço

7.5.2. Validação dos processos de produção e prestação de serviço

7.5.3. Identificação e rastreabilidade

7.5.4. Propriedade do cliente

7.5.5. Preservação do produto

7.6. Controle de equipamento de monitoramento e medição

8. Medição, análise e melhoria

8.1. Generalidades

8.2. Monitoramento e medição

8.2.1. Satisfação do cliente

8.2.2. Auditoria interna

8.2.3. Monitoramento e medição de processos

8.2.4. Monitoramento e medição de produto

8.3. Controle de produto não conforme

8.4. Análise de dados

8.5. Melhoria

8.5.1. Melhoria contínua

8.5.2. Ação corretiva

8.5.3. Ação preventiva Quadro 3: Os requisitos da NBR ISO 9001:2008.

Fonte: Elaboração própria.

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45

5.1.1. Requisitos gerais (item correspondente 4.1)

Inicialmente, cabe ressaltar que a norma diretriz ISO 9001 dá a

organização a liberdade de definir os limites de implantação, uma vez que pode

optar por aplicar em apenas um processo. O item em questão traz uma

explicação clara e sucinta da norma, especificando os requisitos que a

organização deve ter para a implantação eficaz.

Salienta-se que a organização estudada optou por implantar no processo

de manutenção de equipamentos industriais.

Este requisito diz que um sistema de gestão da qualidade deve

estabelecer, documentar, implantar e manter um sistema de gestão da qualidade

e melhorar continuamente a sua eficácia de acordo com os requisitos da norma

ABNT NBR ISO 9001:2008.

Porém, para que o sistema de gestão da qualidade possa ser estabelecido,

documentado, implementado e mantido, cabe à organização seguir as seguintes

determinações:

1. Indicar com precisão cada um dos processos necessários para o sistema

de gestão da qualidade e sua aplicação por toda a organização;

2. Para cada processo, determinar cada ponto de interação com outros

processos;

3. Para cada processo, determinar os métodos e critérios a serem usados

para garantir o controle e a eficácia do processo;

4. Fornecer recursos (econômicos, humanos e instalações) para que cada

processo possa desempenhar o planejado de maneira eficaz;

5. Monitorar, medir e analisar cada processo;

6. E, para atingir os resultados desejados, ações corretivas, preventivas e de

melhoria contínua devem ser aplicadas a cada processo.

Por opção da organização, nem todos os processos identificados como

importantes ao sistema de gestão da qualidade precisam estar nas dependências

da empresa, tampouco sob a mesma direção. Aos processos que foram confiados

a outras empresas dá-se o nome de processos terceirizados ou terceirização.

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46

A organização deve assegurar o controle desses processos. O tipo de

extensão do controle a ser aplicado a esses processos terceirizados devem ser

definidos dentro do sistema de gestão da qualidade.

5.1.2. Requisitos de documentação (item correspondente 4.2.)

5.1.2.1. Generalidades (item correspondente 4.2.1.):

Traz os documentos que a organização deve ter como Política, Manual da

qualidade, procedimentos documentados e registros. Itens descritos logo abaixo.

5.1.2.2. Manual da Qualidade (item correspondente 4.2.2.):

Segundo a Norma ISO 9000, o Manual da Qualidade é "um documento que

exprime a política da qualidade, o sistema da qualidade e as práticas da

qualidade de uma organização". A sua importância reside no fato de ser não

apenas um instrumento de demonstração para as entidades externas

(empregados, clientes, fornecedores, acionistas e comunidades vizinhas), mas,

sobretudo, um guia para o pessoal da própria organização. Colocar por escrito

uma atividade (em termos de planejamento, execução, verificação e avaliação

dos resultados) é uma boa disciplina e uma forma de melhor compreender e

dominar essa atividade.

A organização estudada, não possui o supracitado manual, dessa forma,

sugerimos que o faça. Este deve constar o escopo do sistema, isto é, a

especificação do limite dentro do qual os recursos de sistema podem ser

utilizados, incluindo detalhes e justificativas para qualquer exclusão, os

procedimentos padrões documentados, o qual a empresa já possui e uma

descrição entre a interação dos processos do SGQ.

Page 47: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

47

5.1.2.3. Controle de documentos (item correspondente 4.2.3.):

O procedimento de controle de documentos vai permitir que outros

procedimentos sejam elaborados seguindo a sistemática definida. Determirá a

metodologia de elaboração, aprovação, identificação, distribuição, fácil

identificação e guarda dos documentos. Estes devem permanecer legíveis e

identificáveis, quando haver necessidade de reaprovar documentos, devem ser

analisados criticamente. Será preciso também definir uma metodologia para

controle de documentação externa. Documentos de origem externa são aqueles

que de alguma forma afetam a qualidade do produto fornecido pela organização.

Sugerimos à organização a elaboração de uma lista mestra, no qual deverá

conter:

Código do documento;

Nome do documento;

Revisão;

Data Revisão;

Elaborador;

Destinatário;

Campos que a organização julgar necessário.

5.1.2.4. Controle de registros (item correspondente 4.2.4.):

Os registros são um tipo de documento que tem a capacidade de fornecer

a evidência objetiva de que o SGQ está implementado e funcionando conforme os

requisitos da norma ISO 9001, dessa forma, a norma dá grande importância à

eles.

Em geral um formulário é um tipo de documento que deve ser utilizado

para preenchimento de informações, uma vez que ele é preenchido passa a se

chamar registro.

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48

Cabe a organização definir o prazo de retenção e forma de proteção e

armazenamento dos registros, o importante é que eles forneçam evidências

objetivas de que o SGQ está em pleno funcionamento. Em vários procedimentos

que são elaborados pela organização, geralmente, são definidos como cada

registro deverá ser tratado, mas devem permanecer legíveis, prontamente

identificáveis e recuperáveis, e quando não forem mais úteis, a forma de descarte

deve ser determinada. Em muitos casos o procedimento de registros concede

poder a outro procedimento para dispor sobre os registros utilizados dentro

daquele procedimento.

Para controle dos registros, sugerimos à organização a elaboração de uma

lista mestra, que está no item acima descrito.

5.1.3. Responsabilidade da direção (item correspondente 5.):

Como a norma ISO 9001 é uma norma de gestão é de suma importância a

participação e envolvimento da alta direção para que toda organização seja

orientada e motivada para implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade

eficaz.

5.1.3.1. Comprometimento da direção (item correspondente 5.1.):

O comprometimento da alta direção pode ser evidenciado através de

alguns pontos exigidos pela norma e que sugerimos a seguir.

Comunicar à organização da importância de atender aos requisitos dos

clientes, como também aos estatuários e regulamentares.

Orientamos a que a alta direção faça a política da qualidade ser conhecida

e compreendida por todos os colaboradores da organização. Que cada

colaborador consiga identificar em sua função onde a política se encaixa.

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49

Sugerimos que as reuniões de análises críticas sejam documentadas

através de atas, para poder evidenciar o requisito e ainda que sejam

documentados todos os recursos disponíveis para a elaboração de treinamentos

e demais atividades para melhoria e desenvolvimento dos colaboradores e da

própria organização. E por último que assegure a disponibilidade de recursos.

5.1.3.2. Foco no cliente (item correspondente 5.2.):

A organização deve de qualquer forma suprir as necessidades do cliente, a

fim de aumentar a satisfação deste. Devem identificar os desejos e necessidades

do cliente, os requisitos de entrega, de pós-entrega, até os não especificados por

este, os requisitos exigidos por lei e aqueles que a organização determinar

importante para manter o foco no cliente.

No caso da organização em pauta, a necessidade do cliente é suprida

através de um atendimento 24 horas (Sistema de Plantão Rotativo), que funciona

de segunda à segunda, inclusive em feriados, onde sempre haverá um técnico de

plantão, funcionando de maneira rotativa.

Uma empresa que possui foco no cliente deve ter como indicadores

principais os índices de satisfação dos clientes e os números de reclamações por

período.

5.1.3.3. Política da qualidade (item correspondente 5.3.):

A política deve atender ao propósito da organização, incluir um

comprometimento com o atendimento a requisitos e com a melhoria continua do

SGQ e, também, da política devem sair os objetivos da qualidade. A política deve

facilitar a definição dos objetivos.

A comunicação da política é fundamental para que todos trabalhem em

função dos mesmos objetivos, para isso ela deve ser comunicada por toda a

Page 50: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

50

organização, é muito comum imprimir a política da qualidade e disponibilizá-la em

vários locais dentro das empresas.

A Política de Gestão da Qualidade deve refletir as intenções da

organização relativas à qualidade. É fundamental que haja o comprometimento da

alta administração, levando em consideração também as expectativas dos

diversos segmentos organizados (partes interessadas) que compõem o dia-a-dia

organizacional (empregados, clientes, fornecedores, acionistas e comunidades

vizinhas).

Outras considerações sobre a definição da política da qualidade:

Ser apropriada ao propósito da organização;

Incluir o comprometimento com o atendimento aos requisitos;

Incluir o comprometimento com a melhoria contínua da eficácia do sistema

de gestão da qualidade;

Proveja uma estrutura para estabelecimento dos objetivos da qualidade;

Proveja uma estrutura para análise crítica dos objetivos da qualidade;

Seja comunicada por toda a organização;

Seja entendida por toda a organização;

Seja analisada criticamente para a continuidade de sua adequação.

Recomenda-se, contudo, que a política da empresa seja simplificada, para

que possa ser entendida e compreendida por todos os níveis da organização e

não somente por quem a elaborou.

A organização, através de um de seus diretores (proprietário) decidiu por

elaborar uma política simples, para que as partes interessadas possam se

familiarizar com as idéias e conceitos do sistema.

Recomendamos a organização a fazer uma única política, já integrada,

levando em consideração aspectos da Qualidade e Saúde e Segurança no

Trabalho.

5.1.3.4. Planejamento (item correspondente 5.4.):

Page 51: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

51

5.1.3.4.1 Objetivos da qualidade (item correspondente 5.4.1):

Cabe a alta direção estabelecer objetivos para funções e níveis pertinentes

da organização. O desdobramento das metas é muito importante.

Os objetivos devem ser provenientes da política da qualidade. Para medir o

atingimento dos objetivos devem-se escolher bons indicadores.

5.1.3.4.2. Planejamento do sistema de gestão da qualidade (item

correspondente 5.4.2.):

Planejar significa definir prazos, objetivos, responsabilidades, ações,

procedimentos. A alta direção é responsável pela garantia de que esse

planejamento seja eficaz e que proporcione qualidade aos seus clientes.

Planejar um SGQ significa em primeiro lugar ter uma orientação estratégica

para o sistema de gestão da qualidade, por isso consideramos sempre tratar o

SGQ com o Planejamento Estratégico. Para isso, é muito importante ter cumprido

duas etapas que são as definições dos requisitos do sistema de gestão da

Qualidade (5.1.1. – Requisitos gerais) e a definição dos objetivos da Qualidade

(5.4.1. – Objetivos da Qualidade).

A integridade desse sistema não pode ser comprometida devido a

mudanças. Recomendamos que cada alteração feita no sistema seja analisada e

gerenciada.

O planejamento deve detalhar como e quando cada etapa do plano será

cumprida. Além disso, é prudente que haja um claro plano de ação, detalhando

até que ponto cada etapa será realizada e indicando as devidas mudanças de

plano, as mudanças não são proibidas, mas é necessário evidenciar a

necessidade de gerenciar tais mudanças.

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52

Deve se considerar a definição dos processos necessários, assim como

suas atividades e aplicações; a determinação das seqüências e interações entre

os processos, normalmente, através de um macro-processo; determinação, para

cada processo, dos critérios e métodos para garantir que a operação dos

processos e seus controles estejam sendo eficazes; identificar os objetivos de

cada processo e função, a fim de cumprir a política da qualidade; identificar os

indicadores de desempenho individuais e coletivos para orientar e direcionar os

esforços para os objetivos da qualidade; disponibilidade de recursos humanos,

materiais, instalações e informações necessárias para o processo, seu

monitoramento e medição; monitorar e medir cada processo, sempre que

possível; prever a tomada de ações corretivas para sanar eventuais problemas;

prever a tomada de ações preventivas para evitar futuras não conformidades e,

por fim, prever oportunidades para identificar ações de melhoria contínua.

Fluxograma 1: Planejamento do Sistema de Gestão. Fonte: Elaboração própria.

Política

Meta

Ações

Responsabilidade

Prazo

Indicadores

Estratégia

Tática

Operacional

Recursos

Page 53: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

53

5.1.3.5. Responsabilidade, autoridade e comunicação (item

correspondente 5.5.)

5.1.3.5.1 Responsabilidade e autoridade (item correspondente 5.5.1.):

Sugerimos a elaboração de um organograma e descrição detalhada dos

cargos, pois é preciso mostrar quem é responsável por qual processo e os graus

de autoridade. Uma ferramenta muito utilizada é a matriz de responsabilidades

que mostra os responsáveis na organização por requisitos da norma, com ela

pode-se definir quem na organização responde por cada requisito.

5.1.3.5.2. Representante da direção (item correspondente 5.5.1.):

O representante da direção, conhecido também como RD, é o elo entre a

direção e a organização, em tudo que se referir ao Sistema de Gestão da

Qualidade, isto é, essa pessoa é uma figura central no sistema e seu

comprometimento é importantíssimo. Quanto maior a colaboração e a

participação do Representante da Direção mais rápida e eficiente será a

implantação do sistema.

No caso em tela, sugerimos que o RD seja o diretor da área comercial, pois

ele está mais envolvido nos assuntos ligados ao SGQ.

5.1.3.5.3. Comunicação interna (item correspondente 5.5.3.):

A Alta Direção deve assegurar que sejam estabelecidos, na organização,

os processos de comunicação apropriados e que seja realizada a comunicação

relativa à eficácia do SGQ.

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Sugerimos que seja feita através:

Intranet;

Cartazes;

Palestras;

Emails.

Promovendo a comunicação do desempenho SGQ, ou seja, os indicadores

de desempenho e seus resultados devem estar disponíveis para toda a

organização, a política e objetivos da qualidade devem ser divulgados, qualquer

atividade relevante deve ser comunicada de forma adequada.

5.1.3.6. Análise crítica pela direção (item correspondente 5.6.):

5.1.3.6.1. Generalidades (item correspondente 5.6.1.):

A Alta Direção deve analisar criticamente o SGQ da organização, a

intervalos planejados, cabe ressaltar que os intervalos são definidos pela ISO

9001. Os responsáveis pela implantação e manutenção do sistema, devem

estabelecer esse prazo, e reunir-se com a Alta Direção para discutir sobre a

eficácia do SGQ.

Sugerimos que seja realizado a cada 6 (seis) meses, pois é prazo

suficiente para os resultados das auditorias internas e externas aumentarem as

informações disponíveis para essa reunião e para que haja tempo para

implantação das ações de melhoria.

O objetivo é verificar os resultados do SGQ, levantar oportunidades de

melhorias e estudar possíveis mudanças, não se esquecendo da política e dos

objetivos da qualidade, que devem ser revisados constantemente.

Não se deve esquecer, de manter registros das análises críticas pela alta

direção.

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55

5.1.3.6.2. Entradas para a análise crítica (item correspondente 5.6.2.):

Os elementos desse item constituem a pauta de reunião de análise crítica.

Eles devem ser levados em consideração pelo RD na hora de preparar a

reunião. E os resultados dessas reuniões deverão ser as saídas da análise crítica

conforme o próximo requisito.

Sugerimos que seja mantida uma ata dessa reunião.

Tais reuniões devem estar direcionadas aos resultados das auditorias,

realimentação de clientes, desempenho, situação das ações corretivas e

preventivas, acompanhamento das análises críticas anteriores e, por fim,

recomendações para a melhoria contínua.

5.1.3.6.3. Saídas da análise crítica (item correspondente 5.6.3.):

Esse requisito solicita que organização mantenha em arquivo os resultados

obtidos durante a reunião. A esses resultados, a ISO 9001 chama de saídas da

análise crítica. Dentre as possíveis saídas, são consideradas obrigatórias as

seguintes:

Decisões e ações de melhoria da eficácia do sistema de gestão da

qualidade;

Decisões e ações de melhorias da eficácia dos processos relacionados ao

sistema de gestão da qualidade;

Decisões e ações de melhoria do produto em relação aos requisitos do

cliente;

Necessidade de recursos.

É importante criar um documento determinando como preparar, elaborar e

tratar as informações de uma reunião de análise crítica e como serão tratados os

registros.

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56

Aos poucos é possível perceber que, além dos procedimentos

documentados exigidos por esta norma, outros procedimentos poderão também

ser implantados.

A sugestão é que eles sejam referenciados pelo Manual da Qualidade.

Essa reunião é muito importante por ser uma forma de apresentar os

resultados do SGQ, pois quanto mais próxima a alta direção estiver do Sistema

de Gestão da Qualidade, maiores serão os recursos para o Sistema.

As saídas da análise crítica pela direção devem incluir quaisquer decisões

e ações relacionadas a:

melhoria da eficácia do sistema de gestão da qualidade e de seus

processos;

melhoria do produto em relação aos requisitos do cliente;

necessidade de recursos.

5.1.4. Gestão de Recursos (item correspondente 6.):

5.1.4.1. Provisão de recursos (item correspondente 6.1.):

Os objetivos determinados pela organização demandam processos e

atividades, que demandam recursos, como por exemplo: financeiros, humanos,

infra-estrutura, hardware, software.

Para que os requisitos do cliente sejam atendidos uma organização deve

agregar valor a materiais e informações e isso vai exigir recursos. Cabe a alta

direção identificar e fornecê-los, isso faz parte do planejamento do sistema de

gestão.

Para tanto sugerimos que a organização treine seus funcionários, forneça

todos os recursos matérias, estrutura, segurança, ou seja, recursos são

necessários para que sejam capazes de produzir produtos dentro das

especificações.

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57

5.1.4.2. Recursos humanos (item correspondente 6.2.):

5.1.4.2.1. Generalidades (item correspondente 6.2.1.)

As pessoas que executam atividades que afetam a conformidade com os

requisitos do produto devem ser competentes, com base em educação,

treinamento, habilidade e experiência apropriados, esses são os quatro pilares

para alinharmos os objetivos básicos que pressupõe a função de Recursos

Humanos às estratégias da organização.

5.1.4.2.2. Competência, treinamento e conscientização (item

correspondente 6.2.2.)

As responsabilidades dos Recursos Humanos são de identificar os

conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para execução das tarefas e

ocupação dos cargos, determinar a competência de cada pessoa (colaboradores

internos ou terceirizados) para que possam trabalhar em conformidade com os

requisitos do produto. Para tanto sugere-se que utilizem formulário modelo

“Definição de formação, habilidades, treinamentos e experiência”.

A realização de treinamentos é muito importante no processo de

implantação da ISO 9001, a equipe de projeto deve coordenar a realização de

treinamentos específicos. Os gestores da área são responsáveis pelo

cumprimento e adequação dos planos específicos assim como determinar outros

treinamentos que achar necessários. Deve-se também avaliar a eficácias desses

treinamentos e manter registros.

Poderá reforçar a necessidade de organização e limpeza, orientar sobre a

necessidade de preencher os registros e operações em geral, de seguir as

instruções de trabalho, assim como discuti-las e revisá-las, reforçar as políticas e

objetivos da qualidade, analisar os indicadores de desempenho e realizar outros

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58

que forem identificados como necessários, por exemplo, espinha de peixe,

técnicas de medição e trabalho em equipe, assim como os operacionais.

A área de Recursos Humanos é responsável pelo programa de integração.

A integração deverá ser realizada em até 10 dias úteis após a admissão do

colaborador, nesta fase deve se conscientizar o colaborador as boas práticas de

fabricação adotada pela planta e o Sistema de Gestão da Qualidade, proporcionar

o conhecimento da organização e unidades e outros como requisitos de

segurança e consciência sobre importância da preservação do meio ambiente.

5.1.4.3. Infraestrutura (item correspondente 6.3.)

A organização deve determinar, prover e manter a infra-estrutura

necessária para alcançar a conformidade com os requisitos do produto. A infra-

estrutura inclui, quando aplicáveis:

a) edifícios, espaço de trabalho e instalações associadas;

b) equipamentos de processo (tanto materiais e equipamentos quanto

programas de computador);

c) serviços de apoio (tais como transporte ou comunicação).

Qual infra-estrutura foi determinada para alcançar a conformidade com os

requisitos do produto.

De que forma é provida e mantida a infraestrutura necessária.

O que foi incluída na infraestrutura.

Os Formulários de Identificação de Atividades (FIA) devem estar

implantados e cadastrados.

5.1.4.4. Ambiente de trabalho (item correspondente 6.4.)

A organização deve determinar e gerenciar as condições do ambiente de

trabalho necessárias para alcançar a conformidade com os requisitos do produto.

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Quais condições do ambiente de trabalho necessárias foram determinadas

para alcançar a conformidade com os requisitos do produto.

De que forma são gerenciadas as condições de trabalho necessárias.

5.1.5. Realização do produto (item correspondente 7.)

5.1.5.1. Planejamento da realização do produto (item correspondente

7.1.)

A organização deve planejar e desenvolver os processos necessários para

a realização do produto.

O planejamento da realização do produto deve ser consistente com os

requisitos de outros processos do sistema de gestão da qualidade, portanto a

organização deve responder as seguintes questões ao planejar a realização do

produto:

De que forma são planejados e desenvolvidos os processos necessários

para a realização do produto.

Como são considerados os outros processos do sistema de gestão no

planejamento.

Quem são os responsáveis por esse planejamento.

São determinados os objetivos da qualidade no planejamento.

É determinada a necessidade para instituir processos, documentos e

prover recursos para o produto.

É determinada verificação, validação, monitoramento, inspeção, ensaios e

critério para aceitação do produto.

São determinados os registros necessários para fornecer evidência de que

o processo de realização e o produto resultante atendem aos requisitos.

Qual a forma da saída do planejamento de realização do produto.

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60

5.1.5.2. Processos relacionados a clientes (item correspondente 7.2.)

A organização deve tratar de todo o trâmite de informações e comunicação

entre o cliente e a organização, no momento da venda dos produtos ou serviços e

também nos processos chamados de pós-vendas. Entende-se por pós-vendas

todo o serviço prestado após a confirmação da entrega do produto pelo cliente.

Nesse item, a ISO 9001:2008 se preocupa com a entrada dos requisitos do

cliente, ou seja, o que o cliente deseja receber, bem como, aquilo que ele precisa

receber mas que muitas vezes não sabe. Versa também sobre a análise

detalhada desses requisitos e eventuais alterações. Por fim, aborda a

comunicação entre cliente e fornecedor nos diferentes momentos, seja na venda,

na análise dos requisitos, no processo de pós-vendas e até mesmo no tratamento

de eventuais reclamações.

Recomendamos que os procedimentos relativos à pós-venda, tratamento

de reclamações e análise de requisitos estejam todos previstos no Manual da

Qualidade, além da existência de procedimento próprio para cada qual.

5.1.5.2.1. Determinação de requisitos relacionados ao produto (item

correspondente 7.2.1)

Para atender a este requisito a organização deve responder ou determinar

as seguintes questões:

De que forma são determinados os requisitos especificados pelos clientes.

São incluídos os requisitos para entrega e pós-entrega, assim como as

condições de garantia, obrigações contratuais e serviços de manutenção.

São determinados requisitos não declarados, mas necessários para o uso.

De que forma são determinados os requisitos estatutários e

regulamentares.

São determinados requisitos adicionais pela organização.

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61

5.1.5.2.2. Análise crítica dos requisitos relacionados ao produto (item

correspondente 7.2.2.)

A organização deve analisar criticamente os requisitos relacionados ao

produto. Esta análise crítica deve ser realizada antes da organização assumir o

compromisso de fornecer um produto para o cliente.

Com isso sugerimos as seguintes etapas para realização deste requisito:

De que forma são analisados os requisitos relacionados ao produto.

São realizadas análises críticas nas fases de proposta, pedido, alteração e

programação.

De que forma se assegura que os requisitos do produto estão definidos.

De que forma se assegura que as diferenças entre os requisitos do pedido

e os previamente manifestados são resolvidos.

De que forma se assegura que a organização tem capacidade para atender

os requisitos especificados.

De que forma são confirmados os requisitos quando não há documento do

cliente.

Foram definidos registros da análise e das ações resultantes.

De que forma se assegura que quando os requisitos forem alterados os

documentos são completados e o pessoal é alertado.

5.1.5.2.3. Comunicação com o cliente (item correspondente 7.2.3.)

A organização deve manter canais eficazes para se comunicar com os

clientes. Esses canais podem ser através dos meios disponíveis como telefone,

fax, e-mail ou diretamente no site. As pessoas que as recebem devem registrá-las

em formulário e encaminhá-las para análise e tratativa. Deve se considerar as

informações do produto, tratamentos de consultas, contratos ou pedidos, incluindo

emendas e feedback ao cliente assim como suas reclamações.

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62

Recomendamos à organização que tenha um espaço no próprio site para

sugestões e reclamações e que crie um procedimento para cuidar dessa

comunicação, retornando ao cliente com o resultado da mesma.

5.1.5.3. Projeto e desenvolvimento (item correspondente 7.3.)

Projeto e desenvolvimento, trata dos planejamentos que uma empresa faz

para o futuro, visando o crescimento ou o progresso de determinado produto ou

serviço, e, consequentemente da organização como um todo.

O referido item é subdividido em seis partes, são elas:

5.1.5.3.1. Planejamento do projeto e desenvolvimento (item correspondente

7.3.1.);

5.1.5.3.2. Entradas de projeto e desenvolvimento (item correspondente

7.3.2.);

5.1.5.3.3. Saídas de projeto e desenvolvimento (item correspondente

7.3.3.);

5.1.5.3.4. Análise crítica de projeto e desenvolvimento (item

correspondente 7.3.4.);

5.1.5.3.5. Verificação de projeto e desenvolvimento (item correspondente

7.3.5.);

5.1.5.3.6. Validação de projeto e desenvolvimento (item correspondente

7.3.6.);

5.1.5.3.7. Controle de alterações de projeto e desenvolvimento (item

correspondente 7.3.7.).

O completo entendimento desse item, fará com que a organização projete

e desenvolva sua linha de produtos de uma forma sistemática, saudável e

sustentável, colocando a organização em uma posição constantemente

competitiva.

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63

5.1.5.3.1. Planejamento de projeto e desenvolvimento (item

correspondente 7.3.1.)

A organização deve planejar e controlar o projeto e desenvolvimento de

produtos, portanto, sugerimos as seguintes questões para realização desta etapa:

De que forma é planejado e controlado o projeto e desenvolvimento do

produto.

De que forma são determinados os estágios do projeto e desenvolvimento.

De que forma são planejadas as etapas de análise crítica, verificação e

validação.

De que forma são determinadas as responsabilidades e autoridades.

De que forma são gerenciadas as interfaces entre os grupos envolvidos.

De que forma é assegurada a comunicação eficaz entre os grupos.

De que forma é assegurada a designação de responsabilidades entre os

grupos.

De que forma são atualizadas as saídas do planejamento conforme

progresso do projeto e desenvolvimento.

5.1.3.2. Entradas de projeto e desenvolvimento (referente ao item

7.3.2.)

As entradas de projeto e desenvolvimentos são todas as informações e

documentos que devem fazer parte integrante do projeto e desenvolvimento

As entradas relativas a requisitos de produto devem ser determinadas e

registros devem ser mantidos conforme reza o item 5.1.2.4. (Controle de registros

– item correspondente 4.2.1.) e deve haver evidência de que elas foram

consideradas e analisadas nas devidas fases. Tais entradas devem incluir os

requisitos de funcionamento e de desempenho, requisitos estatuários e

regulamentares aplicáveis, onde aplicável, informações originadas de projetos

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anteriores semelhantes, e outros requisitos essenciais para projeto e

desenvolvimento.

As entradas de um projeto são tudo aquilo que será utilizado para produzir

um resultado final, portando seriam as listas de materiais e suas especificações,

descrição dos equipamentos a serem utilizados no processo, lista com todas as

medições e verificações necessárias ao projeto e as leis as quais deverão

atender.

5.1.5.3.3. Saídas de projeto e desenvolvimento (item correspondente

7.3.3.)

As saídas de projeto e desenvolvimento devem atender aos requisitos de

entrada para projeto e desenvolvimento, são os frutos de todo trabalho da equipe

para atender ao que foi considerada na entrada de projeto e desenvolvimento.

Fornecer informações apropriadas para aquisição, produção e prestação de

serviço, conter ou referenciar critérios de aceitação do produto e especificar as

características do produto que são essenciais para seu uso seguro e adequado.

Todas as saídas devem ser devidamente registradas.

As saídas são o resultado, aquilo que o cliente espera do serviço ou

produto final, portanto refere-se aos manuais de utilização, documento detalhado

de como produzir o produto, as suas garantias, serviço de instalação do produto e

assistência técnica. Dentre as saídas do projeto e desenvolvimento, sugerimos

que a equipe:

evidencie que o projeto e desenvolvimento atende a cada entrada;

documente as informações de aquisição de cada insumo;

documente as informações de produção;

documente informações de prestação de serviço;

defina os critérios de aceitação do produto;

defina e especifique as características essenciais para o uso seguro do

produto;

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65

defina e especifique as características essenciais para o uso adequado do

produto;

se adequado, informe os detalhes para prestação de serviço.

5.1.5.3.4. Análise crítica de projeto e desenvolvimento (item

correspondente 7.3.4.)

A análise crítica de um projeto e desenvolvimento é um estudo ou uma

avaliação geral do andamento do projeto e desenvolvimento com relação aos

requisitos planejados no item 5.1.5.3.1. (Planejamento de projeto e

desenvolvimento – item correspondente 7.3.1.), tendo como objetivo a

identificação de problemas, visando a solução dos mesmos ainda na fase inicial,

no momento em que a solução é mais viável técnica e economicamente.

As análises críticas sistemicas devem ser realizadas, em fases apropriadas

do projeto. Fazer essas análises significa dividir o projeto em fases bem definidas,

cumprir cada uma das etapas e parar para verificar se o que foi planejado está

sendo cumprido. Todo registro deve ser mantido.

5.1.5.3.5. Verificação de projeto e desenvolvimento (item

correspondente 7.3.5.)

Neste item a organização deve, juntamente com a equipe de

desenvolvimento do projeto, verificar se os objetivos foram atendidos. Antes de se

dar por concluído o projeto e desenvolvimento de um produto, software ou

serviço, deve-se ter certeza do atendimento do projeto e desenvolvimento aos

requisitos previamente determinados no item 5.1.5.3.1. (Planejamento de projeto

e desenvolvimento – item correspondente 7.3.1.). O objetivo é assegurar que as

saídas do projeto e desenvolvimento estejam atendendo aos requisitos de

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66

entrada. Devem ser mantidos registros dos resultados da verificação e de

quaisquer ações necessárias.

Recomendamos a verificação do projeto em cada uma das etapas e

registro desta verificação em documento próprio.

5.1.5.3.6. Validação de projeto e desenvolvimento (item

correspondente 7.3.6.)

Antes da conclusão de um projeto é preciso assegurar-se que o mesmo

atenda aos requisitos e ao uso pretendido. Recomendamos que a validação do

produto seja feita antes da entrega ou da implantação do produto, ou seja, testado

na sua aplicação final.

Os resultados obtidos durante a validação do projeto e desenvolvimento

devem ser mantidos e registrados conforme reza o item 5.1.2.4. (Controle de

registros – item correspondente 4.2.4.).

5.1.5.3.7. Controle de alterações de projeto e desenvolvimento (item

correspondente 7.3.7.)

As alterações de projeto e desenvolvimento devem ser identificadas e

registros devem ser mantidos. As alterações devem ser analisadas criticamente,

verificadas e validadas, como apropriado, e aprovadas antes da sua

implementação. Recomendamos que análise crítica das alterações de projeto e

desenvolvimento deva incluir a avaliação do efeito das alterações em partes

componentes e no produto já entregue. Além de manter os registros dos

resultados da análise crítica de alterações e de quaisquer ações necessárias.

Em suma, na eminência de uma alteração em um projeto e desenvolvimento,

sugerimos que a organização deve:

identificar e registrar as alterações;

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analisar os efeitos que essa alteração produzirá em partes componentes;

analisar os efeitos que tais alterações irão produzir nos produtos

entregues ao cliente;

verificar as alterações;

validar as alterações;

aprovar, se for o caso.

5.1.5.4. Aquisição (item correspondente 7.4.)

5.1.5.4.1. Processos de aquisição (item correspondente 7.4.1.)

A organização deve assegurar que o produto adquirido está conforme com

os requisitos especificados de aquisição.

O tipo e a extensão do controle aplicados ao fornecedor e ao produto

adquirido devem depender do efeito do produto adquirido na realização

subseqüente do produto ou no produto final.

Recomendamos que a organização avalie e selecione fornecedores com

base na sua capacidade de fornecer produto de acordo com os requisitos da

organização. Critérios para seleção, avaliação e reavaliação devem ser

estabelecidos.

Devem ser mantidos registros dos resultados das avaliações e de

quaisquer ações necessárias, oriundas da avaliação.

A organização, ainda, deve estabelecer processos para assegurar a

qualidade nos produtos adquiridos e que serão usados na produção ou no

fornecimento de produtos da produção.

Existem várias formas de se selecionar um fornecedor com base na sua

qualidade, entre elas temos podemos sugerir as seguintes:

Testar a qualidade do processo, por exemplo, exigindo certificação ISO

9001;

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68

Testar a qualidade do produto, adquirindo uma amostra e submetendo-a a

testes de laboratório ou a testes funcionais;

Submeter o fornecedor a uma auditoria de segunda parte;

Testar os produtos durante certo tempo;

Consultar um histórico de fornecimentos e analisar o fornecedor

estatisticamente.

O processo e os resultados obtidos durante o processo de seleção, de

avaliação e periodicamente de reavaliação dos fornecedores, devem ser

devidamente mantidos para consultas futuras conforme reza o item 5.1.2.4.

(Controle de registros – item correspondente 4.2.4.).

5.1.5.4.2. Informações de aquisição (item correspondente 7.4.2.)

As informações de aquisição devem descrever o produto a ser adquirido e

incluir, onde apropriado, os requisitos para a aprovação de produto,

procedimentos, processos e equipamento; requisitos para a qualificação de

pessoal, e requisitos do sistema de gestão da qualidade.

A organização deve assegurar a adequação dos requisitos de aquisição

especificados antes da sua comunicação ao fornecedor.

Para que o fornecedor tenha condições para fornecer a matéria prima, o

produto ou o serviço que a organização deve possuir, antes de mais nada, uma

boa documentação descrevendo o produto a ser adquirido.

Essa descrição deve ser tão detalhada quanto for a complexidade do

produto ou serviço e a sua importância para a qualidade do produto final.

Estas informações podem ser desenhos técnicos, especificações, listas de

materiais, roteiros de montagens e outros que forem adequados ao tipo de serviço

ou produto.

Page 69: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

69

5.1.5.4.3. Verificação do produto adquirido (item correspondente

7.4.3.)

A organização deve estabelecer e implementar a inspeção ou outras

atividades necessárias para assegurar que o produto adquirido atenda aos

requisitos de aquisição especificados.

Quando a organização ou seu cliente pretender executar a verificação nas

instalações do fornecedor, a organização deve declarar, nas informações de

aquisição, as providências de verificação pretendidas e o método de liberação de

produto, portanto seguir alguns critérios e fazer um plano de inspeção é

importante para a organização. Para definir este plano, sugerimos as seguintes

questões:

O tamanho da amostra (quanto % da amostra será inspecionado);

O que será inspecionado;

Quais os critérios de aprovação;

Quem pode aprovar o material.

Feito isso, recomendamos que a organização guarde todos os registros com

devida rastreabilidade adequada e contendo informações tais como código do

material; número do lote; nome do inspetor; número do equipamento de medição

utilizado; data; e o resultado.

5.1.5.5. Produção e prestação de serviço (item correspondente 7.5.)

5.1.5.5.1. Controle de produção e prestação de serviço (item

correspondente 7.5.1.)

Sugerimos que a organização planeje e realize a produção e a prestação

de serviço sob condições controladas.

Essas condições controladas devem incluir, quando aplicável:

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70

a) a disponibilidade de informações que descrevam as características do

produto,

b) a disponibilidade de instruções de trabalho, quando necessárias,

c) o uso de equipamento adequado,

d) a disponibilidade e uso de equipamento de monitoramento e medição,

e) a implementação de monitoramento e medição, e

f) a implementação de atividades de liberação, entrega e pós-entrega do

produto.

A razão de toda organização é produzir ou prestar serviços, porém, para

que seja feito com qualidade é preciso que haja um bom planejamento para que

se não desviem das normas preestabelecidas.

Para se descrever as características dos produtos, recomendamos que a

organização utilize algumas ferramentas como desenhos, especificações

técnicas e descrições dos produtos.

No caso do próximo item como disponibilidade de instrução de trabalho,

nem sempre ele é necessário, contudo um operador de máquina, dependendo da

complexidade, precisará dos parâmetros de ajustes como temperatura, altura ou

velocidade. Isso também está relacionado ao uso de equipamento adequado, pois

é extremamente importante para a segurança e a qualidade do serviço e do

produto final. Usar um equipamento errado ou com defeito, seria um desrespeito

ao “uso do equipamento adequado”, sendo assim a manutenção está diretamente

relacionado ao item. Não basta ter os equipamentos, sempre que possível, o

processo deve ser medido, monitorado e esses valores devem ser devidamente

registrados.

As atividades de entrega representam uma fase importante no processo

produtivo, portanto, deve haver um planejamento adequado para tal. Para garantir

a satisfação do cliente, atividades de pós-entrega devem ser planejadas para

cada necessidade. Essas atividades podem ser revisões periódicas; assistência

técnica; esclarecimentos e orientações de uso; fornecimento de peças de

reposição.

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71

5.1.5.5.2.Validação dos processos de produção e prestação de

serviço (item correspondente 7.5.2.)

Primeiramente temos que ter bastante consciência do significado de validar

e de verificar. Verificar é testar para ver se ficou conforme o planejado, enquanto

que Validar é testar para ver se o que foi feito vai funcionar para o propósito

desejado.

A ISO 9001:2008 diz que a organização deve validar todos esses

processos, cuja saída não pode ser verificada por medição ou monitoramento,

pois em caso de falha, o defeito somente seria detectado durante o uso ou depois

que o serviço já tivesse sido entregue.

Sempre que possível, a ISO solicita da organização que nesses casos,

tome as providências necessárias para validar o produto ou serviço, a fim de

demonstrar a sua capacidade de atingir os objetivos planejados. Recomendamos

que, sempre que possível:

defina os critérios para a análise crítica;

defina os critérios para aprovação;

realize a aprovação do equipamentos utilizados;

realize a qualificação do pessoal envolvido;

defina os métodos e procedimentos necessários;

se preciso for, revalide o produto e serviço e

mantenha os devidos registros.

Agindo dessa maneira, a organização pode garantir, na entrega do seu

produto ou serviço, que o planejado foi atendido.

5.1.5.5.3. Identificação e rasteabilidade (item correspondente 7.5.3.)

Quando apropriado, a organização deve identificar o produto pelos meios

adequados ao longo da realização do produto.

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72

A organização deve identificar a situação do produto no que se refere aos

requisitos de monitoramento e de medição ao longo da realização do produto.

Quando a rastreabilidade for um requisito, a organização deve controlar a

identificação unívoca do produto e manter registros. Em alguns setores de

atividade, a gestão de configuração é um meio pelo qual a identificação e a

rastreabilidade são mantidas.

Para que a organização possa ter total controle da qualidade de seus

produtos, é importante que ele seja rastreável, que se saiba tudo sobre sua vida.

Identificar significa determinar a origem, a natura, as características de, no

caso, um produto ou serviço. Na organização em questão a identificação de um

produto se dá através de uma etiqueta com um número de série e um código.

Que é por onde se consegue a rastreabilidade de equipamentos, dessa forma,

pode-se rastrear cada uma de suas partes.

A organização tem ciência de que determinada característica deve ser

monitorada, isto é, ter monitoramento ou medição.

5.1.5.5.4. Propriedade do cliente (item correspondente 7.5.4.)

A organização deve ter cuidado com a propriedade do cliente enquanto

estiver sob o controle da organização ou sendo usada por ela. A organização

deve identificar, verificar, proteger e salvaguardar a propriedade do cliente

fornecida para uso ou incorporação no produto. Se qualquer propriedade do

cliente for perdida, danificada ou considerada inadequada para uso, a

organização deve informar ao cliente este fato e manter registros.

NOTA: Propriedade do cliente pode incluir propriedade intelectual e dados

pessoais.

Seriam os produtos a serem incorporados ou trabalhados: uma peça, um

equipamento; desenhos; matéria-prima para beneficiamento; máquinas,

informações; veículos até mesmo fórmulas e projetos algumas vezes

confidenciais.

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73

Na organização em questão, todos os funcionários são orientados e

treinados para manejar os equipamentos dos clientes, de forma a não danificá-

los. Toda a desmontagem do equipamento é fotografada como forma de

evidenciar o procedimento.

5.1.5.5.5. Preservação do produto (item correspondente 7.5.5.)

A preservação do produto cobra da organização que mantenha seus

produtos protegidos de qualquer coisa que possa danificá-lo agora ou no futuro.

Com isso, a ISO 9001:2008, intenta garantir que um produto fabricado conforme

os requisitos do Cliente, testado e aprovado, vão manter-se assim até o seu uso.

É claro que não são apenas os produtos acabados que devem ser

resguardados e protegidos, as suas partes integrantes também, portanto, o

cuidado deve ser em todo o processo produtivo, como:

recebimento da matéria prima;

inspeção de recebimento;

transporte da matéria prima dentro da empresa;

estocagem da matéria prima no almoxarifado;

manuseio, transporte e armazenamento durante a fabricação;

manuseio e transporte na inspeção e testes finais;

armazenamento do produto acabado;

separação e transporte do almoxarifado para a expedição;

embalagem, paletização, e carregamento do caminhão;

transporte e translado dos produtos;

descarga do produto e conferência pelo Cliente.

Sempre que necessário, a preservação do produto e da matéria prima deve

incluir:

identificação – para evitar trocas e uso de produtos não-conformes;

manuseio – procedimento que descreva como o produto deve ser

manipulado para evitar danos;

Page 74: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

74

embalagem – forma de acondicionamento adequado, incluindo indicações

de proteção como, “mantenha em local seco”, “não bater”, “empilhamento

máximo”, “esse lado para cima”, etc.;

armazenamento – descrevendo como e onde o produto deve ser guardado;

proteção – como e do que o produto deve ser protegido para manter a sua

integridade;

validade – identificação do prazo de validade e uma rotina para garantir

que o produto e suas partes cheguem no Cliente em tempo para o uso.

A preservação do Produto é uma tarefa constante que requer muita

dedicação tanto dos gestores quanto dos trabalhadores que direta ou

indiretamente afetam o produto.

5.1.5.6. Controle de equipamento de monitoramento e medição (item

correspondente 7.6.)

Todo sistema de gestão da qualidade se baseia em evidências, que muitas

vezes vem dos resultados de equipamentos de medição e monitoramento.

Este item exige que a organização determine quais os equipamentos de

monitoramento e medição são necessários para gerar evidências sobre a

conformidade dos produtos. Ou seja, deve haver uma relação de todos os

instrumentos usados na medição e monitoramento dos produtos, como:

Manômetro;

Balança;

Régua;

Trena;

Termômetro;

Amperímetro;

Peagâmetro, dentre outros.

A organização deve, de alguma maneira, garantir que esses equipamentos

estão fornecendo resultados confiáveis, para isso, ela deve:

calibrar ou verificar os equipamentos em intervalos determinados;

Page 75: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

75

usar padrões de medição rastreáveis a padrões nacionais ou

internacionais;

guardar os registros dessas calibrações (certificado de calibração);

quando o equipamento estiver descalibrado, o mesmo deve ser ajustado e

os produtos por ele medidos devem ser verificados;

os equipamentos devem possuir uma identificação única para determinar a

sua situação de calibração;

os equipamentos devem estar protegidos contra ajustes que comprometam

a sua calibração;

devem estar protegidos contra danos durante o seu manuseio.

Adicionalmente, a organização deve avaliar e registrar a validade dos

resultados de medições anteriores quando constatar que o equipamento não está

conforme com os requisitos. A organização deve tomar ação apropriada no

equipamento e em qualquer produto afetado.

Registros dos resultados de calibração e verificação devem ser mantidos.

Quando programa de computador for usado no monitoramento e medição

de requisitos especificados, deve ser confirmada a sua capacidade para atender à

aplicação pretendida. Isto deve ser feito antes do uso inicial e reconfirmado, se

necessário.

A confirmação da capacidade do programa de computador para atender à

aplicação pretendida incluiria, tipicamente, sua verificação e gestão da

configuração para manter sua adequação ao uso.

5.1.6. Medição, Análise e Melhoria (item correspondente 8.)

5.1.6.1. Generalidades (item correspondente 8.1.)

A organização neste item deve se comprometer com o planejamento e a

correta implantação dos processos que assegurem as três principais etapas de

um processo de melhoria sustentável, são eles:

Page 76: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

76

1. a medição;

2. a análise do que foi medido;

3. a melhoria, baseada nas informações previamente coletadas e analisadas.

Para demostrar a conformidade aos requisitos do produto, assegurar a

conformidade do sistema de gestão da qualidade e melhorar continuamente a

eficácia do sistema de gestão da qualidade, contudo deve incluir a determinação

dos métodos aplicáveis, técnicas estatísticas e a extenção de seu uso.

5.1.6.2. Monitoramento e medição (item correspondente 8.2.)

5.1.6.2.1. Satisfação do cliente (item correspondente 8.2.1.)

A organização deve monitar informações relativas a satisfação do cliente,

ou seja, à percepção do cliente sobre se a organização atendeu seus requisitos.

Pode-se obter esses dados através da utilização de várias fontes tais como

pesquisas de satisfação do cliente, dados dos clientes sobre a qualidade do

produto, pesquisa de opnião dos usuários, análise de perda de negócios, elogios,

reivindicações de garantia e relatórios de vendedor.

5.1.6.2.2. Auditoria Interna (item correspondente 8.2.2.)

A auditoria interna é a procura constante do aperfeiçoamento e tem o

objetivo de corrigir e evitar possíveis erros e verificar se a organização está

cumprindo aquilo que planejou, portanto a organização deve realizar auditorias

internas em intervalos planejados. Um procedimento documentado deve ser

criado, mantido e atendido para garantir que as auditorias ocorram de maneira

adequada. Esse documento deve garantir que cada auditoria considere:

Todos os itens da ISO 9001 do capítulo 4 ao capítulo 8;

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77

Tudo que foi planejado para a realização do produto (deve estar descrito

no Manual da Qualidade, item 7.1);

Todos os documentos estabelecidos no sistema de gestão.

O documento criado deve definir a responsabilidade e os requisitos para

planejamento e execução de auditorias, estabelecimento de registros e relato de

resultados.

A seleção de auditores deve atender a alguns importantes critérios. Dentre

eles estão:

Os Auditores devem possuir competência comprovada para auditar a

ISO9001 na versão atual;

Os Auditores devem usar de objetividade e imparcialidade;

Os Auditores não podem auditar seus próprios trabalhos.

A auditoria deve considerar os resultados das auditorias anteriores, as não-

conformidades em aberto e principalmente, eventual recorrência.

Como resultado, o grupo de auditores deve relacionar as não-

conformidades encontradas, as não-conformidades em potencial e as

oportunidades de melhoria. Todos os resultados da auditoria, bem como seu

planejamento devem ser guardados e mantidos conforme reza o item 5.1.2.4.

(Controle de registros – item correspondente 4.2.4).

A administração da área responsável pela não-conformidade deve

assegurar que quaisquer correções e ações corretivas necessárias sejam

executadas, em tempo hábil, para eliminar não-conformidades detectadas e suas

causas.

Ao término do prazo planejado, o responsável pela verificação – definido no

procedimento – deve buscar evidências objetivas de que tanto a não-

conformidade quanto as suas causas foram eliminadas.

Para consulta e referências futuras, sugerimos a guarda dos seguintes

registros e documentos:

Procedimento de auditoria interna;

Cronograma de auditoria;

Relação de Auditores;

Evidência de competência dos Auditores;

Plano de auditoria;

Relatório de auditoria com os resultados;

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78

Registros de não-conformidades;

Registros das ações corretivas;

Registros das verificações da eficácia das ações.

5.1.6.2.3. Monitoramento e medição de processos (item

correspondente 8.2.3.)

Neste item a organização deve verificar se os processos de gestão da

qualidade estão sendo monitorados e onde aplicável, medidos. No caso em tela,

onde a organização não é certificada, deve-se analisar o macro processo e

considerar os processos em geral, tais como:

Processos de Gestão, que são aqueles relacionados ao planejamento

estratégico, estabelecimento da Política da qualidade, definição dos

objetivos da qualidade e a comunicação adequada.

Processos de realização, que são os processos que fazem a organização

realizar as suas tarefas chave. Podem ser: vender, fabricar e entregar.

Processos de terceirização, que são os processos de realização que são

feitos fora da organização.

Processos de apoio, que são os processos, direta ou indiretamente,

necessários para que os processos de realização aconteçam. Exemplo,

Recursos Humanos.

Processos de Medição e Monitoramento.

Esses processos apóiam os processos de gestão e de realização, ao

fornecer informações para a melhoria do sistema e para o atendimento das

necessidades dos clientes.

Sabendo quais são os processos, recomendamos monitorá-los, isto é,

acompanhar de tal forma que se possa identificar tanto as não conformidades

reais como os potenciais, e ainda, apontar os pontos de melhoria. Esse

monitoramento deve ser evidenciado em cada um dos processos identificados no

Manual.

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79

Além de monitorar, a organização deve, sempre que possível, medir o

desempenho de cada processo.

Com os resultados dos monitoramentos e das medições nas mãos, a

organização deve ser capaz de demonstrar a capacidade de cada processo em

alcançar os resultados previamente planejados.

Obviamente que quando o monitoramento ou a medição indicarem que o

planejado não foi alcançado, uma ação ou um plano de ação deve ser aplicado.

O monitoramento e a medição dos processos devem ser tão enérgicos e

eficientes quanto for o impacto do processo sobre a conformidade com os

requisitos do produto e sobre a eficácia no sistema de gestão. Dessa forma, a

medição e o monitoramento dos processos concentrarão os esforços nos

processos chave, sem desperdiçar recurso nem negligenciar processos.

5.1.6.2.4. Monitoramento e medição do produto (item correspondente

8.2.4.)

Para que a organização esteja segura de que o produto ou serviço atende

aos requisitos, é preciso realizar o monitoramento e medição de produto

A NBR ISO 9001, cobra que o planejado seja realizado, dizendo que a

organização deve monitorar e medir os itens identificados conforme o planejado

para o produto em questão, de tal forma que a organização possa se assegurar

de que os produtos e serviços que estão sendo fornecidos atendam aos requisitos

identificados.

Além de medir e monitorar, a organização deve guardar de maneira segura

os registros ou evidências desses resultados conforme reza o item controle de

registros. Dentre as informações mantidas, a organização deve ter o nome da

pessoa responsável por liberar o produto ao cliente.

Providências eficazes devem ser tomadas para garantir que nenhum

produto ou serviço seja entregue ao cliente sem antes tenha passado por todas

as etapas planejadas.

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80

Exceções devem ser tratadas como tal e em situações adversas, uma

autoridade pertinente deve ser indicada para realizar a aprovação sob desvio, em

alguns casos, essa decisão deve ser tomada em parceria com o próprio cliente.

5.1.6.3. Controle de produtos não conforme (item correspondente 8.3.)

É dever da organização, assegurar que produtos que não estejam

conforme com os seus requisitos devem ser identificados e controlados, de tal

forma que ele não seja nem usado, nem entregue ao cliente.

Recomendamos que a organização crie e mantenha um documento para

tratar dos produtos não-conformes e esse documento deve aclarar os

procedimentos para:

Identificar os produtos não-conformes. Essa identificação consiste em

localizar dentre os produtos, quais não atendem 100% aos requisitos e

“marcá-los”, de tal forma que ninguém pense que o produto está conforme.

Essa marcação pode ser uma etiqueta, pode ser a segregação em um local

adequado, tipo uma caixa vermelha escrito “Material não-conforme” ou até

mesmo a sua imediata destruição. Contanto que evite o seu uso

indesejado.

Controlar. Controlar significa garantir que o mesmo terá a destinação

adequada pelas pessoas certas.

Execução de ações para eliminar a não-conformidade detectada. Se o

problema foi detectado, deve se tomar ação corretiva.

Autorização do seu uso, liberação ou aceitação sob concessão por uma

autoridade pertinente e, onde aplicável, pelo cliente.

Nem sempre o destino do produto não-conforme deve ser o lixo.

Eventualmente, ele pode ser retrabalhado ou vendido como produto de segunda

linha, em determinados casos, o produto pode ser comercializado normalmente,

porém, somente uma pessoa qualificada pode tomar tal decisão, e o

procedimento deve deixar isso bem claro.

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81

Execução de ação para impedir o seu uso pretendido ou aplicação

originais.

Uma ação eficaz deve ser definida para garantir que esse produto não se

misture e seja usado inadvertidamente. Essa ação deve ser documentada.

De maneira quase redundante, a norma chama a atenção para cuidados

especiais que devem ser tomados caso o produto não-conforme só seja

identificado no cliente ou após o seu uso. Isso porque a gravidade toma

proporções maiores fora dos muros da organização. Desse modo, a ação

corretiva deve ser ainda mais rigorosa.

Quando um produto for submetido a um re-trabalho, o mesmo deve

obrigatoriamente passar, por pelo menos, pelos mesmos testes que o detectou,

para garantir a sua conformidade.

Vale lembrar que os registros, ou dados desse problema e das ações

tomadas devem ser mantidos para servir de base para novas investigações.

Sugerimos que a organização mantenha um registro de lições aprendidas,

para não errar, novamente, no mesmo item.

5.1.6.4. Análise de dados (item correspondente 8.4.)

Recomendamos que a organização determine, colete e analise dados

apropriados para demostrar a adequação e eficácia do sistema de gestão da

qualidade e para avaliar onde a melhoria contínua da eficácia do sistema pode se

feita.

Após analisar os dados que foram coletados deve-se obter o resultado final

que pode ser um gráfico, ou planilha que demonstre, para quem o observa, se o

Sistema de Gestão está eficiente; onde a gestão pode ser melhorada; o nível de

satisfação do cliente; se os requisitos dos produtos estão sendo atendidos; quais

ações preventivas são necessárias; as características e tendências de cada

processo; as características e tendências dos produtos e o desempenho dos

fornecedores.

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82

5.1.6.5. Melhoria (item correspondente 8.5.)

5.1.6.5.1. Melhoria contínua (item correspondente 8.5.1.)

A organização deve melhorar continuamente a eficácia do sistema de

gestão da qualidade por meio do uso da política da qualidade, objetivos da

qualidade, resultados de auditorias, análise de dados, ações corretivas e

preventivas e análise crítica pela direção.

O objetivo da melhoria contínua de um sistema de gestão da qualidade é

aumentar a probabilidade de melhorar a satisfação dos clientes e de outras partes

interessadas.

Sugererimos que as ações para a melhoria incluam:

a) análise e avaliação da situação existente para identificar áreas para

melhoria;

b) estabelecimento dos objetivos para melhoria;

c) pesquisa de possíveis soluções para atingir os objetivos;

d) avaliação e seleção destas soluções;

e) implementação da solução escolhida;

f) medição, verificação e avaliação dos resultados da implementação para

determinar se os objetivos foram atendidos;

g) formalização das alterações.

Os resultados deverão ser analisados criticamente, quando necessário,

para se determinar oportunidades adicionais de melhoria. Desta maneira, a

melhoria passa a ser uma atividade contínua.

A realimentação dos clientes e de outras partes interessadas, as auditorias

e a análise crítica do sistema de gestão da qualidade podem, também, ser

utilizadas para identificar oportunidades de melhoria.

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83

5.1.6.5.2. Ação corretiva (item correspondente 8.5.1.)

Quando ocorre um problema com o sistema de gestão, uma ação corretiva

deve ser realizada para garantir que o problema não torne a ocorrer, dessa forma

as ações corretivas devem ser apropriadas aos efeitos das não conformidades

detectadas. Para isso deve haver um processo bem definido e documentado

especificando como o problema foi analisado e deve ser estabelecido definindo os

requisitos para determinação de não-conformidade potenciais e de suas causas

assim como a causa-raíz.

Em seguida deve avaliar a necessidade de ações para assegurar que as

não-conformidade não ocorram novamente, assim como determinar e implantar

ações necessarias.Todos os registros das ações executadas devem ser mantidos

conforme reza o item Controle de registros e por fim executar a análise crítica da

eficácia da ação corretiva.

5.1.6.5.3. Ação preventiva (item correspondente 8.5.3.)

Não basta somente remediar a não-conformidade, a organização deve

definir ações para eliminar as causas potenciais, de forma a evitar sua ocorrência.

Quanto mais ações preventivas uma organização toma, menos problemas

e menos ações corretivas são necessárias. As ações preventivas são mais

baratas, pois não envolvem indenizações, desculpas e constrangimentos.

Recomendamos um procedimento documentado, onde deve ser definido os

requisitos para determinação de não-conformidade e suas causas; avaliação da

necessidade de ações para evitar a ocorrência de não-conformidade;

determinação e implantação de ações necessarias e análise crítica da eficácia da

ação preventiva executada. Todos os registros das ações executadas devem ser

mantidos conforme reza o item 5.1.2.4 (Controle de registros – item

correspondente 4.2.4) e por fim executar a análise crítica da eficácia da ação

corretiva.

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84

5.2. Etapas para Implantação do Sistema de Gestão de Segurança e

Saúde do Trabalho (SGSST).

Norma OHSAS 18001:2007

4.1. Requisitos gerais.

4.2. Política de Saúde e Segurança do Trabalho.

4.3. Planejamento.

4.3.1. Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de controles.

4.3.2. Requisitos legais e outros.

4.3.3. Objetivos e programas.

4.4. Implementação e Operação.

4.4.1. Recursos, funções, responsabilidades, prestação de contas e autoridades.

4.4.2. Competência, treinamento e conscientização.

4.4.3. Comunicação, participação e consulta.

4.4.4. Documentação.

4.4.5. Controle de documentos.

4.4.6. Controle operacional.

4.4.7. Preparação e respostas a emergências.

4.5. Verificação e ação corretiva.

4.5.1. Monitoramento e medição de desempenho.

4.5.2. Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros.

4.5.3. Registro e gerenciamento de registros.

4.5.3.1. Investigação de incidentes.

4.5.3.2. Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva.

4.5.4. Controle de registros.

4.5.5. Auditoria interna.

4.6. Análise crítica pela Alta Direção. Quadro 4: Os requisitos da OHSAS 18001:2007. Fonte: Elaboração própria.

5.2.1. Requisitos Gerais (item correspondente 4.1.)

Esse requisito é o escopo da norma, visa estabelecer um sistema de

gestão de SST para eliminar ou minimizar risco ao pessoal e outras partes

interessadas que podem estar expostas aos perigos de Saúde e Segurança no

Trabalho associados as suas atividades, ou seja, as condições de contorno do

Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho.

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85

Este padrão OHSAS tem a intenção de endereçar a Saúde e Segurança no

Trabalho e não intencional endereçar outras áreas de saúde e segurança, tais

como: programas de bem estar do trabalhador, segurança do produto ou impactos

ambientais. Neste caso, as restrições quanto à implantação do sistema são bem

claras, o Sistema de Gestão é feito por local (unidade).

No caso da organização, buscou-se a implantação na sede.

5.2.2. Política de Segurança e Saúde do Trabalho (item

correspondente 4.2.)

A Política de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho deve refletir as

intenções da organização relativas à saúde e segurança dos trabalhadores. É

fundamental que haja o comprometimento da alta administração, levando em

consideração também as expectativas dos diversos segmentos organizados

(partes interessadas) que compõem o dia-a-dia organizacional (empregados,

clientes, fornecedores, acionistas e comunidades vizinhas). Outras considerações

sobre a definição da política de SST:

Ser adequada à natureza e dimensão (escala / amplitude) dos riscos de

SST;

Incluir o compromisso da melhoria contínua e de atender, no mínimo, às

disposições legais aplicáveis à SST;

Estabelecer quais atividades / setores / unidades serão cobertas pelo

SGSST;

Compromisso com a SST, sob quaisquer aspectos;

Estar disponível às partes interessadas.

Recomenda-se, contudo, que a política da empresa seja simplificada, para

que possa ser entendida por todos os níveis da organização e não somente por

quem a elaborou.

Sugerimos a organização a fazer uma única política, já integrada, levando

em consideração aspectos da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho.

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5.2.3. Planejamento (item correspondente 4.3.)

5.2.3.1. Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação

de controles (item correspondente 4.3.1.)

A identificação da análise de riscos associados às atividades é um dos

pontos mais importantes do planejamento do SGSST, pois, através dele são

investigados todas as atividades e setores que podem gerar danos à saúde ou

segurança dos trabalhadores.

Foi feita também uma abordagem da avaliação da importância dos riscos à

saúde e segurança do trabalho, com o objetivo de definir uma hierarquia dos

riscos, possibilitando a priorização de medidas preventivas e corretivas.

Recomendamos que seja feita uma tabela onde se descreva o

setor/atividade, seguida dos riscos à saúde e segurança do trabalhador.

5.2.3.2 Requisitos legais e outros (item correspondente 4.3.2.)

A organização deve estabelecer, implantar e manter procedimentos para

identificar e ter acesso à legislação e a outros requisitos da SST que lhe são

aplicáveis, assim como os subscritos por ela. Deve-se manter as informações

atualizadas e informar às pessoas que trabalham sob seu controle e as outras

partes interessadas pertinentes.

Propomos contratação de consultoria específica para identificação dos

mesmos e atualização constante.

O responsável pela gestão da saúde e segurança do trabalho da unidade

deve analisar as planilhas com as atualizações das legislações após o

recebimento e adequá-las no lugar ou endereço específico determinado pelos

mesmos. A Lista Interna de Requisitos Aplicáveis completa deverá estar

disponível para consulta.

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87

5.2.3.3. Objetivos e programas (item correspondente 4.3.3.)

A Organização deve estabelecer, implantar e manter objetivos de SST,

cabe ressaltar que o objetivo é um ponto concreto que se quer atingir, devendo ter

parâmetros numéricos e datas a serem alcançadas, de modo geral, a meta é uma

segmentação do objetivo, em que o aspecto quantitativo tem uma importância

maior.

Recomenda-se que objetivos sejam declarações específicas que se

relacionem diretamente a uma determinada meta, forneçam detalhes do que deve

ser feito e quando, que sejam associados a números e datas. Não existem

objetivos isolados.

Exemplifica-se um objetivo de Saúde e Segurança no Trabalho como

reduzir os níveis de incidentes com as mãos em 20% até dezembro de 2011,

lembrando que no caso da organização estudada, as mãos são as partes do

corpo mais suscetíveis a incidentes.

Recomendamos um Programa de Gestão, onde será explicado como os

objetivos e metas serão atingidos, através da identificação dos meios e ações que

deverão ser implantados.

Para atingir seus objetivos, uma organização deve assegurar que fatores

técnicos, administrativos (financeiros, equipamentos e logística) e humanos

(treinamento) que afetem as atividades da empresa sejam adequadamente

controlados e incorporados ao sistema de gestão.

Deve incluir a designação de responsabilidades, o local onde serão

aplicadas as medidas, o meio pelo qual os objetivos serão alcançados e o

cronograma no qual os objetivos serão atingidos.

Sugerimos, ainda, a elaboração de uma tabela chamada Plano de Ação,

para alcançar os objetivos e metas, descrevendo a ação a ser implementada, o

prazo, a responsabilidade, o local e a forma de realizá-lo.

Os procedimentos relacionados podem ser realizados pelos próprios

empregados da organização, bastando que haja o investimento na qualificação

dos mesmos. Contudo, conforme o caso, é conveniente a contratação de

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profissionais e empresas especializadas em determinadas áreas específicas,

capacitadas a gerar maior confiabilidade nos serviços executados.

Entretanto, foi descrito, como um dos objetivos e metas, a capacitação dos

empregados em temas relacionados a saúde e segurança do trabalho.

Inicialmente, a maioria das atividades é realizada por terceiros e, à medida que se

cria a cultura sobre estas questões na empresa, os próprios empregados

assumem as responsabilidades de executar as tarefas.

5.2.4. Implementação e operação (item correspondente 4.4)

5.2.4.1. Recursos, funções, responsabilidades, prestação de contas e

autoridades (item correspondente 4.4.1.)

A estrutura organizacional da organização estudada é bastante

simplificada, devido ao reduzido número de níveis hierárquicos, como descreve a

fluxograma 2. A direção cabe aos seus proprietários, que centralizam todas as

decisões administrativas, técnicas e operacionais, ficando cada um deles

responsável por uma área, sendo basicamente três departamentos: o

administrativo-financeiro, o comercial e o técnico-operacional.

Fluxograma 2: Estrutura da organização.

Fonte: Elaboração própria.

Não há departamento específico de gestão de saúde e segurança, sendo

as práticas relativas a estas áreas desenvolvidas pelo Departamento

Administrativo. No departamento administrativo são realizados diversos tipos de

Organização

Diretor Administrativo-Financeiro

Diretor Comercial Diretor Técnico-Operacional

Nível Operacional Auxiliares Administrativos

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trabalho: recursos humanos – admissão, demissão, providências gerais junto a

órgãos públicos e fiscalizadores, recebimento de faturas e pagamento de contas,

dentre outros. A organização conta com os trabalhos contábeis através de uma

empresa prestadora de serviços na área.

No departamento comercial são elaboradas as propostas técnicas, com

base nas informações e especificações fornecidas pelo departamento técnico-

operacional. Também realiza as cotações de preço de materiais e insumos e a

compra dos mesmos. É o elo entre o cliente e o departamento técnico-

operacional. O responsável por este departamento é o gerente comercial.

O departamento técnico-operacional, que conta com o maior efetivo de

trabalhadores, é o responsável pela produção propriamente dita, inclusive

estando neste departamento os profissionais que realizam pequenos trabalhos

informatizados. A este departamento cabe também a responsabilidade pelo

almoxarifado, embalagem / expedição e instalação dos equipamentos que são

produzidos na organização. O responsável pelo departamento é o gerente

operacional.

Neste departamento está lotado o técnico de segurança do trabalho. Sua

presença é obrigatória, conforme as normas do Ministério do Trabalho e

Emprego, devido ao tipo de empresa e seu porte, que exige a contratação, com

vínculo empregatício, deste profissional. Como as atividades relacionadas à

segurança do trabalho implicam em documentos e procedimentos operacionais,

este profissional deve estar sendo acompanhado pelo gestor de SST.

A responsabilidade final pela saúde e segurança no trabalho é da alta

administração. Devem ser designados um ou mais representantes da

administração com a responsabilidade específica de assegurar que o Sistema de

Gestão seja implantado e monitorado. Para isso, a alta administração deve

fornecer os recursos essenciais para assegurar a implantação, controle e

melhoria do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho.

No caso de uma empresa de pequeno ou médio porte o diretor-proprietário

torna-se o responsável pelo sistema (RD).

Os funcionários de todos os níveis devem ser responsáveis, dentro do

escopo de sua autoridade, pelo desempenho do sistema de gestão. Deve ser

definida, com base no organograma da organização, que contenha a descrição

dos cargos e relação de pessoal qualificado. Desta forma, estará sendo criado um

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grupo de trabalho composto por representantes dos setores administrativo e

operacional, com o objetivo de facilitar a abrangência e a aplicabilidade do

sistema, em toda a organização. Este grupo, dentro de suas competências e após

os treinamentos de qualificação, será capaz de identificar as não-conformidades

de Saúde e Segurança no Trabalho, compreendendo o que são e o que fazer.

5.2.4.2. Treinamento, conscientização e competência (item

correspondente 4.4.2.)

A organização deve promover treinamentos aos seus empregados, de

modo a desenvolver as competências e disseminar a cultura de saúde e

segurança do trabalho. São de grande valia as palestras, cursos, seminários e

eventos que busquem tais objetivos. É importante também que sejam criados

dispositivos de avaliação dos treinados (testes orais e escritos / entrevista /

observação do desempenho supervisionado)

Sugere-se que recebam treinamento específico:

Todas as pessoas responsáveis por seguir algum procedimento

operacional;

Todos os que circulam / transitam pelas áreas da organização;

Todos os que gerenciam indivíduos.

Há também os treinamentos como requisitos legais, como o que é

ministrado para os membros da CIPA.

5.2.4.3. Comunicação, participação e consulta (item correspondente

4.4.3.)

Um bom sistema de comunicação é um dos principais elementos para uma

gestão eficaz. Para o caso em estudo, onde se tem uma empresa de pequeno

porte e instalada em uma única área, o trabalho de divulgar internamente as

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informações fica bastante simplificado, podendo ser feito através de cartazes,

folhetos e reuniões ordinárias internas. Todos na organização devem ser

considerados em termos de comunicação interna.

Como devem ser implantadas medidas de divulgação externa de

informações, uma alternativa viável também pode ser através de folhetos, malas-

diretas, de modo a alcançar as partes interessadas (“stakeholders”). Deve-se

ressaltar a obrigatoriedade de divulgação de determinadas informações relativas

à Saúde e Segurança no Trabalho a órgãos fiscalizadores, como o Instituto

Nacional de Seguridade Social. Tais informações abrangem as estatísticas de

acidentes.

É importante que sejam dadas oportunidades às partes interessadas

(internas e externas) de fazer contribuições e comentários (feedback). Isso traz

algumas vantagens, como o gerenciamento de eventuais mudanças, além de

proporcionar a conscientização em relação às políticas, objetivos, metas e

programas da organização.

Internamente, podem ser divulgadas informações que levem à

conscientização dos empregados, disseminando a cultura de cumprir com os

objetivos constantes no Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho.

Alguns exemplos:

Estatísticas de Acidentes: Taxas de Freqüência, Taxa de Gravidade,

afastamentos devidos a acidentes e/ou doenças do trabalho.

Informações sobre campanhas específicas: reuniões e propostas

originadas na CIPA, SIPAT

(Semana Interna de Prevenção de Acidentes do

Trabalho).

5.2.4.4. Documentação e controle de documentos (item

correspondente 4.4.4 e 4.4.5.)

Devem ser estabelecidas e mantidas as informações registradas em papel

para orientar os procedimentos administrativos e operacionais referentes às

atividades do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho.

Page 92: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

92

A documentação em meio eletrônico tem a vantagem de reduzir o volume

necessário de papéis, mas deveria ser implantada à medida que os sistemas

computacionais estiverem funcionando plenamente, para que haja a

disponibilidade e facilidade de acesso, quando necessário.

Alguns requisitos devem ser observados na elaboração da documentação

do SGSST:

Descrever os elementos essenciais do SGSST – Política, objetivos, metas,

programas, atribuição de responsabilidades e procedimentos operacionais;

Divulgar os resultados alcançados;

Divulgar as mudanças na legislação e nos mercados;

Apresentar ou desenvolver novas tecnologias;

Permitir análises e revisões periódicas.

Aconselha-se que sejam padronizados os formulários, check-lists e outros

documentos necessários para a composição dos registros do SGSST.

Tais documentos podem ser providenciados pelo técnico de segurança do

trabalho e devem ser verificados e assinados pela gerência administrativa ou

operacional.

5.2.4.5. Controle operacional (item correspondente 4.4.6.)

As operações e atividades que estão associadas com os riscos à SST e os

aspectos ambientais significativos identificados deverão ser planejadas de forma

que sejam executadas sob condições específicas:

Planejamento de manutenção nos equipamentos e máquinas envolvidos no

processo, conforme normas e legislações pertinentes, além de orientações

do fabricante;

Definição dos critérios de operação nos procedimentos. Incluem-se o

manuseio de equipamentos e máquinas, além de padrões de operação

para atividades correlatas;

Gestão de fornecedores e subcontratados:

Page 93: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

93

o A direção deve ter uma política clara sobre os critérios de seleção.

Os valores de saúde e segurança do trabalho e meio ambiente

devem se aplicar também aos fornecedores e subcontratados

(prestadores de serviços);

o Os procedimentos e requisitos da organização devem ser

constantemente comunicados aos fornecedores e prestadores de

serviços.

A direção deve identificar as pessoas que são responsáveis por:

o Autorizar as mudanças de processos;

o Garantir que as mudanças sejam implantadas e monitoradas;

o Providenciar/ obter a aprovação das partes interessadas pertinentes

e documentar as mudanças de processos.

5.2.4.6. Preparação e resposta a emergências (item correspondente

4.4.7.)

Sob o aspecto da SST, existem grandes possibilidades de acidentes,

devido aos riscos existentes já relacionados. Algumas providências deverão ser

tomadas:

Estabelecer e manter planos e procedimentos para identificar o potencial e

o atendimento a incidentes e situações de emergência com o objetivo de

mitigar os riscos de danos que possam estar associados.

Os empregados da empresa deverão estar adequadamente treinados

quanto à prática de combate a incêndios, em sua fase inicial, de primeiros

socorros, dentre outros.

Em situações de emergência, a organização deverá se comunicar

(conforme o caso) com as partes externas (autoridades regulamentadoras,

comunidade, mídia) e internas (principais envolvidos).

Além dos planos emergenciais específicos, a organização deve ter a

possibilidade de localizar facilmente a Direção da empresa, além dos

supervisores, o técnico de segurança do trabalho e outras pessoas-chave, através

Page 94: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

94

de seus telefones e endereços. Também deverá contatar, conforme o caso,

hospitais, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar.

5.2.5. Verificação e ação corretiva (item correspondente 4.5)

5.2.5.1. Monitoramento e medição de desempenho (item

correspondente 4.5.1)

A Empresa deverá elaborar procedimentos para monitorar e medir

regularmente o desempenho do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do

Trabalho, com o intuito de acompanhar os objetivos e metas definidos.

Esse acompanhamento pode ser feito pelo gerente administrativo ou

gerente operacional, assessorado, por exemplo, pelo técnico de segurança do

trabalho.

Torna-se fundamental, como já mencionado anteriormente, a capacitação

de tais profissionais por consultoria externa, no caso da empresa estudada.

Os indicadores relacionados anteriormente serão bastante úteis (Taxa de

Freqüência, Taxa de Gravidade) como referenciais e parâmetros a monitorar.

Na SST, os valores das avaliações quantitativas dos agentes físicos e

químicos presentes no ambiente de trabalho também deverão ser periodicamente

mensurados, principalmente no caso de ocorrência de mudanças na empresa,

quanto ao layout, tipos e quantidade de máquinas e equipamentos, implantação

de medidas de proteção coletiva, como exaustores, ventiladores.

Os equipamentos de medições deverão ser calibrados conforme normas do

fabricante, sendo estes de uso interno da empresa ou por contratação de serviços

de terceiros para as avaliações.

Page 95: Proposta para implantação de Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em organização de pequeno porte

95

5.2.5.2. Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros (item

correspondente 4.5.2.)

Recomenda-se que a organização seja capaz de demonstrar que ela tenha

avaliado o atendimento aos requisitos legais identificados, incluindo autorizações

ou licenças aplicáveis.

Recomenda-se que a organização seja capaz de demonstrar que ela tenha

avaliado o atendimento a outros requisitos subscritos identificados.

5.2.5.3. Registros e gerenciamento de registros (item correspondente

4.5.3.)

Os registros são procedimentos que devem ser estabelecidos e mantidos

para identificar avaliar os resultados de auditorias internas, monitoramentos e

medições rotineiras.

Para a SST, os registros identificarão os acidentes e quase-acidentes

ocorridos, bem como as avaliações mencionadas em 5.2.5.1. Devem incluir

também os treinamentos oferecidos aos empregados.

Devem ser estabelecidos procedimentos escritos para identificação,

manutenção e também o descarte dos registros desatualizados ou que não

estiverem sendo utilizados.

Os resultados devem ser analisados para determinar áreas bem-sucedidas

e para identificar atividades que exijam ações corretivas e melhoria.

5.2.5.3.1. Investigação de incidentes (item correspondente 4.5.3.1)

Todo e qualquer incidente deve ser investigado e analisado, devendo ter

procedimento próprio, formulário, responsável, prazo e um relatório técnico para

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96

apurar todos os dados, dessa forma, elaborar um plano em SST para garantir que

esse incidente não volte a se repetir.

O Relato do incidente deverá ser feito com os dados: data, local, descrição

do incidente e descrição dos danos; devendo ser encaminhado de imediato ao

Técnico de Segurança da área de ocorrência ou outra pessoa responsável.

Os estágios em um inquérito de incidente são mostradas no fluxograma 3.

Fluxograma 3: Investigação de incidentes. Fonte: Elaboração própria.

5.2.5.3.2. Não-conformidades e ações corretivas e preventivas (item

correspondente 4.5.3.2)

No decorrer dos monitoramentos e inspeções, que serão realizadas pelo

técnico de segurança, caso a organização identifique a ocorrência de não-

conformidades, acidentes e incidentes, deverá ser definida responsabilidades e

autoridade para iniciar e concluir ações corretivas e preventivas (tratamento dado

às não-conformidades). Deve ser adequado à magnitude dos problemas e

proporcional aos riscos verificados.

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97

A norma enfatiza a importância de se identificar, através da investigação da

causa raiz a não-conformidade para que se possam tomar medidas corretivas e

preventivas.

Recomenda-se que se tenha prazo para cumprir, conforme descrito no

procedimento. O prazo para ações corretivas e preventivas deve ser o mesmo,

assim como para incidentes de qualquer magnitude.

5.2.5.4. Controle de registros (item correspondente 4.5.4)

Registros estabelecidos para prover evidência da conformidade com

requisitos e da operação eficaz do SGSST devem ser controlados.

A organização deve estabelecer um procedimento documentado para

definir os controles necessários para a identificação, armazenamento, proteção,

recuperação, retenção e disposição de registros.

Registros devem permanecer legíveis, prontamente identificáveis e

recuperáveis.

A norma dá uma importância muito grande aos registros pois eles são um

tipo de documento que tem a capacidade de fornecer a evidência objetiva de que

o SGSST está implantado e funcionando conforme os requisitos da norma. Em

geral um formulário é um tipo de documento que deve ser utilizado para

preenchimento de informações, uma vez que ele é preenchido passa a se chamar

registro.

Cabe a organização definir o prazo de retenção e forma de proteção e

armazenamento dos registros, o importante é que eles forneçam evidências

objetivas de que o SGSST está em pleno funcionamento. Em vários

procedimentos que são elaborados pela organização, geralmente, são definidos

como cada registro deverá ser tratado.

Em muitos casos o procedimento de registros concede poder a outro

procedimento para dispor sobre os registros utilizados dentro daquele

procedimento.

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98

Recomendamos a utilização de Lista Mestra para facilitar o controle de

toda a documentação do sistema e distribuição. As informações da lista mestra

devem ser:

Código do documento;

Nome do documento;

Revisão;

Data Revisão;

Páginas;

Elaborador;

Destinatário.

5.2.5.5. Auditoria interna (item correspondente 4.5.5)

A auditoria não é requisito legal, mas da norma diretriz OHSAS 18001.

Sendo assim, a organização deverá estabelecer e manter um programa de

auditoria no Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho, de forma a:

Determinar se o SGSST está em conformidade com as disposições

planejadas;

Verificar se está sendo devidamente implantado;

Fornecer à diretoria informações sobre os resultados obtidos.

A frequência da avaliação deve ser determinada a partir da análise crítica

dos resultados anteriores.

É importante ressaltar que, no caso de uma empresa de pequeno porte que

não queira a certificação de seu sistema de gestão, é conveniente a contratação

de equipe de auditoria externa, com o objetivo de obter uma avaliação e análise

independente e objetiva do SGI.

Além disso, caso seja do interesse da organização a Certificação do SGI,

há que ser contratado um organismo certificador credenciado pelo Inmetro2, o que

implica em custos que deverão ser avaliados pela organização.

2 O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, é responsável pela acreditação

de organismos de avaliação da conformidade reconhecido pelo Governo Brasileiro.

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99

5.2.6. Análise crítica pela Alta Direção (item correspondente 4.6.)

A direção da organização, representada preferencialmente pelo diretor-

presidente, gerente administrativo ou supervisor operacional deve, em intervalos

regulares, analisar o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho para

assegurar que o mesmo continue adequado e eficaz.

A análise deve abordar a adequação da política, dos objetivos, do

planejamento, ou quaisquer elementos do Sistema de Gestão, com base nos

resultados das auditorias realizadas no sistema.

É recomendável que todas as reuniões de análise crítica sejam registradas

em atas ou alguma outra forma de evidenciá-las e feitas em prazos regulares.

Aconselhamos que as reuniões sejam realizadas a cada 6 (seis) meses.

5.3. Sistema de Gestão Integrada da Qualidade e Saúde e Segurança

no Trabalho.

As Normas Internacionais ISO 9001 e OHSAS 18001 possuem vários

requisitos em comum o que proporciona sinergia e facilita para que a gestão seja

“INTEGRADA”. Para elucidar a compatibilidade das normas, apresentamos um

quadro com os requisitos comuns das normas diretrizes, colocando o número do

item correspondente.

TÓPICOS NBR ISO 9001:2008 OHSAS 18001:2007

Requisitos gerais 4.1. 4.1.

Política 5.1./ 5.3./ 8.5.1. 4.2.

Perigos e danos 5.2./ 7.2.1./ 7.2.2. 4.3.1.

Requisitos legais e outros requisitos

5.2./ 7.2.1. 4.3.2.

Objetivos, metas e programa QSST

5.4.1./ 5.4.2./ 8.5.1. 4.3.3/4.3.4

Planejamento 5.4.1./ 5.4.2./ 8.5.1. 4.3.3/ 4.3.4.

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100

Estrutura e responsabilidade

5. / 5.1 / 5.5.2./ 6./ 6.1./ 6.2./ 6.2.1./ 6.3./ 6.4.

4.4.1.

Treinamento, conscientização e competência.

6.2.2. 4.4.2.

Comunicação 5.5.3. / 7.2.3. 4.4.3.

Documentação QSST 4.2. / 4.2.1. / 4.2.2. 4.4.4.

Controle de documentos. 4.2.3. 4.4.5.

Controle operacional

7./ 7.1./ 7.2./ 7.2.1./ 7.2.2./7.3./ 7.3.1./ 7.3.2/ 7.3.3/ 7.3.4./ 7.3.5./ 7.3.6./ 7.3.7./ 7.4./ 7.4.1./ 7.4.2./ 7.4.3./ 7.5./ 7.5.1./ 7.5.2./ 7.5.3./ 7.5.4./ 7.5.5.

4.4.6.

Planos de contingência 8.3. 4.4.7.

Monitoramento e medição 7.6./ 8.1./ 8.2./ 8.2.1./ 8.2.3./ 8.2.4./ 8.4.

4.5.1.

Avaliação do atendimento a requisitos legais

8.2.3./ 8.2.4. 4.5.1.

Tratamento de anomalias 8.3./ 8.5.2./ 8.5.3. 4.5.2.

Auditoria interna 8.2.2. 4.5.4.

Análise crítica 5.6./ 5.6.1./ 5.6.2./ 5.6.3. 4.6.

Quadro 5: Requisitos comuns das normas diretrizes. Fonte: OHSAS 18001:2007 e ISO 9001:2008.

A implantação de um Sistema de Gestão Integrada (SGI) deve ser

realizado por etapas, seguindo um Plano de Implantação, conforme consta na

figura abaixo.

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101

Figura 4: Etapas da implantação do SGI. Fonte: CERQUEIRA, Jorge P. Sistemas de Gestão Integrados, Qualitymark, 2006.

O acompanhamento da implantação do plano pode ser realizado através

de gráficos e relatórios semanais. Ressaltamos a importância deste

acompanhamento para a análise crítica, o direcionamento do suporte às unidades

envolvidas e o cumprimento dos prazos definidos pela coordenação do projeto.

Visando um melhor entendimento, optamos por fazer a integração dos

sistemas de Gestão da Qualidade e Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho

dentro do ciclo do PDCA conforme veremos a seguir.

5.3.1. O ciclo do PDCA na implantação do SGI

A Metodologia do SGI visa à satisfação das partes interessadas e a

melhoria contínua dos processos, produtos e serviços, com base no ciclo do

PDCA - Planejar, Desenvolver, Checar e Analisar.

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Figura 5: Ciclo do PDCA Fonte: Cartilha SGI, Petrobrás, 2010.

A seguir, relacionamos os requisitos em comum dos referenciais

normativos do SGI e a abordagem de cada um deles em associação às etapas do

ciclo do PDCA.

5.3.1.1. Planejamento

5.3.1.1.1. Política

No ciclo do PDCA, a primeira etapa é o Planejamento. Nesta etapa deve

ser definida a política da organização. Esta política deve englobar as

necessidades dos clientes, sem deixar de focar os compromissos com Segurança

e Saúde no Trabalho.

5.3.1.1.2. Mapeamento dos processos

O próximo passo é conhecer. Para alcançar este objetivo, é preciso

mapear perfeitamente quais são os processos e clientes da organização e quais

são suas demandas.

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103

Os clientes podem ser internos e externos à organização. Assim fica mais

fácil definir as tarefas críticas, aquelas que terão de ser controladas. Com o

mapeamento bem definido, também fica mais fácil monitorar a satisfação dos

clientes e medir o desempenho da organização visando eventuais correções de

rumo, permitindo assim uma perfeita definição de objetivos e um adequado

planejamento da qualidade.

Figura 6: Mapeamento dos processos. Fonte: Cartilha SGI, Petrobrás, 2010.

5.3.1.1.3. Levantamento dos perigos e danos

O passo seguinte é conhecer os perigos e danos relacionados com as

atividades da empresa. Os aspectos de Segurança e Saúde no Trabalho serão

conhecidos por meio de um levantamento de perigos e danos, ou seja, um estudo

de causa e efeito de tudo que possa interagir com a Segurança e Saúde no

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104

trabalho. A figura 7 mostra, de forma bastante interessante, os conceitos de

perigo e dano na atividade de manutenção de bombas:

Figura 7: Perigos e danos em Saúde e Segurança no Trabalho. Fonte: Cartilha SGI, Petrobrás, 2010.

Deve-se identificar a possibilidade de ocorrência destes aspectos perigos e

danos, visando à adoção de medidas preventivas (inspeção, manutenção,

treinamento, etc.) ou, em último caso, ações corretivas.

5.3.1.1.4. Conformidade legal

Visando a priorização das ações é necessário conhecer a legislação,

através de um processo de monitoramento de conformidade legal que, além de

identificar toda a legislação aplicável ao negócio, a mantenha permanentemente

atualizada.

5.3.1.1.5. Objetivos, metas e programas

A organização deve estabelecer, disseminar e manter objetivos capazes de

serem medidos por intermédio de metas bem definidas, implementadas e

melhoradas por meio de programas apropriados, seja no tocante à qualidade do

produto ou ao desempenho de segurança e saúde do trabalho.

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105

Estes objetivos, metas e programas devem ser definidos com base na

política, no levantamento de perigos e danos e nos requisitos legais, integrando o

Planejamento Estratégico da organização.

5.3.1.2. Desenvolvimento

5.3.1.2.1. Responsabilidade e autoridade

Uma boa base para o desenvolvimento dos projetos começa com a correta

definição das responsabilidades e do nível de autoridade de cada participante, ou

seja, todos devem saber o que fazer e até que ponto devem chegar.

Regras para definir esses limites contribuirão para evitar retrabalho e

homogeneizar o sistema.

Desta forma, devem ser definidas, documentadas e comunicadas as

funções, responsabilidades e autoridades dentro da organização.

A alta administração deve evidenciar seu comprometimento com a política

da Qualidade e Saúde e Segurança, com o desenvolvimento e implantação do

SGI, com a melhoria continua, devendo também assegurar a disponibilidade dos

recursos essenciais.

5.3.1.2.2. Comunicação interna e externa

Deve ser implantado um processo que facilite a comunicação entre todas

as partes interessadas, interna (força de trabalho) e externa (comunidades,

acionistas, clientes, órgãos governamentais).

A comunicação precisa abranger também todos os órgãos definidos como

necessários para os casos emergenciais, devendo, para isso, ser elaborado um

Padrão Gerencial e disponibilizadas ferramentas como correio eletrônico, ramais

internos e quadros de aviso.

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106

5.3.1.2.3. Representante da direção

A alta administração deve indicar o Representante da Direção (RD) que

tem a função de administrar o gerenciamento do sistema da Qualidade,

Segurança e Saúde. Ele também deverá garantir que o Sistema de Gestão

Integrada esteja implantado, operando e alerta às necessidades e requisitos das

partes interessadas.

5.3.1.2.4. Controle de documentos

A documentação do SGI auxilia na consolidação do conhecimento da

organização.

Os documentos devem estar permanentemente atualizados, inclusive suas

revisões, de preferência utilizando sistemas de controle informatizados, evitando

assim o excesso de burocracia, carimbos.

Caso seja necessária a emissão de cópias em papel, as mesmas devem

ser controladas.

A organização deve documentar todos os processos, procedimentos,

fluxogramas, instruções, registros, etc., gerados no escopo do SGI.

5.3.1.2.5. Documentos do SGI

A empresa deve exercer controle sobre os documentos e dados do SGI.

O manual do SGI define a estrutura do Sistema de Gestão Integrada

relacionando todos os padrões que compõem o SGI.

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107

5.3.1.2.6. Padrões

Sempre que a ausência de um padrão puder gerar algum impacto na

Qualidade ou na Saúde e Segurança, deve ser formalizado um padrão adequado.

Neste momento deve-se considerar o nível de capacitação da força de

trabalho, para “não ensinar o padre a rezar missa!”.

5.3.1.2.7. Controle dos registros do SGI

Os registros do SGI demonstram conformidade com os requisitos do

sistema e com o efetivo gerenciamento do mesmo. Em resumo, os registros

provam que os procedimentos estão sendo cumpridos.

Vale lembrar que os registros podem ser em papel ou meio eletrônico.

5.3.1.2.8. Treinamento, conscientização e competência

A organização deve possuir uma equipe competente e capacitada e uma

sistemática que vai desde a identificação das necessidades de treinamento de

cada funcionário até o registro final e formal dos treinamentos, para o controle e

melhoria contínua destes valores.

5.3.1.2.9. Gerenciamento de processos

A ISO 9001 estrutura o processo partindo e chegando ao cliente, ou seja,

partindo dos requisitos dos clientes e indo até a verificação de sua satisfação.

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Os requisitos dos clientes estão traduzidos nos processos enquanto sua

satisfação pode ser verificada nos objetivos e metas estabelecidas.

Os objetivos estabelecidos devem visar à satisfação das partes

interessadas.

Devem ser mapeados os processos principais e os processos de apoio

conforme ilustra o macro fluxo da Figura 8.

Figura 8: Gerenciamento de processos. Fonte: Cartilha SGI, Petrobrás, 2010.

5.3.1.2.10. Processos relacionados aos clientes

Partindo dos requisitos dos clientes, deve-se primeiro identificar suas

necessidades e seus requisitos.

Para tanto deve-se criar um procedimento formal e verificar:

Como o cliente especificou o produto e/ou serviço requisitado;

Quais os requisitos que, embora não especificados pelo cliente, são

necessários para alcançar as metas estabelecidas;

Quais as obrigações relacionadas ao produto e/ou serviço desejado,

incluindo os requisitos legais;

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109

Quais os requisitos do cliente relativos à disponibilidade, à entrega e

ao suporte dos produtos e serviços solicitados.

Todos os requisitos identificados anteriormente devem ser sempre

analisados antes de do comprometimento com o fornecimento de um produto ou

serviço.

Deve-se também assegurar que será possível atender a todos esses

requisitos.

5.3.1.2.11. Aquisição

Para produzir os produtos e serviços, são necessários insumos, materiais

e recursos humanos, muito deles críticos para o processo.

É necessário então avaliar os fornecedores. Isso pode ser realizado com

base em auditorias, prova de experiência anterior ou avaliações simples, desde

que possibilitem uma boa seleção de fornecedores. Caso contrário pode-se ficar

na dependência de fornecedores que atrasam ou que fornecem produtos de baixa

qualidade, comprometendo o compromisso com da empresa com o cliente.

Para facilitar o relacionamento com os fornecedores, os pedidos de compra

de materiais ou contratos de serviços devem incluir, pelo menos:

Requisitos para aprovação e/ou qualificação;

Requisitos do sistema de gerenciamento.

A empresa deve repassar para seus fornecedores os requisitos essenciais

que assegurem que seus produtos e processos serão adequados no tocante à

Qualidade e à Segurança e Saúde Ocupacional.

5.3.1.2.12. Produção e prestação de serviços

A empresa deve controlar seu processo produtivo e os serviços por ela

prestados com base no diagrama da Figura 9.

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Figura 9: Controle de processos. Fonte: Cartilha SGI, Petrobrás, 2010.

5.3.1.2.13. Preparação e resposta a emergências

Em toda a atividade industrial sempre existe o risco residual. Neste caso,

ele deve estar identificado e deve-se estar preparado para uma resposta eficaz,

através da elaboração de um Plano de Emergência Local (PEL) que identifique os

cenários acidentais e preveja todas as ações para seu controle. Este plano deve

ser testado periodicamente, por meio de exercícios simulados.

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111

5.3.1.2.14. Controle de não-conformidades

As não-conformidades ou anomalias devem ser registradas e tratadas

utilizando, preferencialmente, sistemas de controle informatizados.

Tratar as anomalias significa analisar suas causas, implantar as ações

necessárias e, logicamente, verificar a eficácia.

Os sistemas informatizados facilitam em muito o gerenciamento das

anomalias, prevenindo sua reincidência ou mesmo evitando que aconteça uma

primeira vez.

5.3.1.3. Checagem

5.3.1.3.1. Medições, Análises e Melhorias

As medições e análises realizadas devem servir de subsídio para o

processo de melhoria e para a análise crítica da administração.

As medições estão relacionadas principalmente ao desempenho do

sistema, aos processos e aos produtos e/ou serviços.

O desempenho do sistema é medido pelos indicadores, pela satisfação do

cliente e pelas auditorias.

Todas as medições, incluindo inspeções e testes, devem ser planejadas e

evidências de sua realização devem ser registradas.

A falta de exatidão ou calibração dos instrumentos de medição pode levar à

geração de produtos fora das especificações, ou a problemas com o faturamento

e aqueles relativos à segurança e à saúde no trabalho.

A elaboração de um plano de calibração tem o objetivo de evitar estas

anomalias assim, a organização deve manter os equipamentos de monitoramento

e medição sob controle, calibrados e em condições adequadas de uso.

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112

5.3.1.3.2. Auditorias Internas

Periodicamente devem ser realizadas auditorias internas para verificar e

garantir a permanente aderência do SGI aos requisitos de seus referenciais

normativos, bem como sua eficácia. Estas auditorias devem ser conduzidas por

auditores independentes da área auditada, especificamente treinados para

contribuir com o processo de melhoria contínua da organização.

5.3.1.4. Ação

Após a fase do “C” ou checagem, fechamos o ciclo do PDCA partindo para

o “A”, ou seja, a Ação que irá basear a melhoria contínua de nossa gestão.

5.3.1.4.1. Análise Crítica

Os dados gerados pelas auditorias internas, tratamento de anomalias,

reclamações, análise dos indicadores e satisfação dos clientes devem ser

examinados para detectar as oportunidades de melhoria do sistema.

A Análise Crítica objetiva medir a eficácia do sistema no atendimento aos

requisitos necessários, às políticas e aos objetivos e metas estabelecidas.

5.3.1.4.2. Melhorias

As melhorias devem ser estabelecidas nos processos de ações corretivas e

preventivas na empresa, devendo ser tratadas através de um Sistema de

Gerenciamento de Anomalias.

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113

Para tanto, a empresa deve estabelecer processos para melhoria contínua

do sistema de gestão, principalmente através da determinação de sua Política,

Objetivos, Metas e Programas.

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6. OBSERVAÇÕES RELEVANTES

Nesse capítulo traremos algumas observações relevantes para a

implantação do Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Saúde e Segurança

no Trabalho, apresentando primeiramente a situação da organização estudada, a

proposta de nosso grupo e como atingir essa proposta, através dos recursos e

estruturas já implantados na organização. Desse modo, escolhemos seis

estruturas em destaque, sendo elas:

1. Política;

2. Controle de documentos;

3. Responsabilidade, autoridade e comunicação;

4. Competência, treinamento e conscientização;

5. Auditoria interna;

6. Análise crítica pela alta direção.

6.1. Política:

Situação atual Situação proposta Ações

A organização não

possui nenhuma política.

Propomos que a

organização faça uma

política já integrando a

Qualidade e a Saúde e

Segurança no Trabalho.

A primeira ação é definir

quais são os valores que

norteiam a organização,

assim como quais as

prioridades, para então o

gestor do sistema junto

com a alta direção

redigirem a Política

Integrada de Qualidade e

Saúde e Segurança no

Trabalho.

Quadro 6: Política. Fonte: Elaboração própria.

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6.2. Controle de documentos:

Situação atual Situação proposta Ações

Existe uma organização

e até uma certa legenda

com relação ao padrão

dos documentos, mas

não existe um controle

dos documentos que são

emitidos, sua destinação

e quantidade.

Propomos que exista

uma legenda padrão para

todos os documentos,

incluindo os da qualidade

e da Saúde e Segurança

no Trabalho, conforme

consta na descrição do

item 5.1.2.3.

Para controlar esses

documentos é necessário

existir uma lista mestra,

onde conste todos os

documentos existentes

na organização, além de

suas siglas, nomes,

áreas onde é distribuído,

data das revisões e quem

é o responsável por

aprová-lo.

Quadro 7: Controle de documentos. Fonte: Elaboração própria.

6.3. Responsabilidade, autoridade e comunicação:

Situação atual Situação proposta Ações

A organização está

tentando estruturar um

formulário padrão de

responsabilidades e

cargos.

Por se tratar de uma

organização de pequeno

porte, a comunicação é

feita de maneira informal,

muito precária.

Um dos maiores

Propomos implantar um

formulário padrão de

autoridade e cargos.

E ainda, estabelecer

canais de comunicação

para todas as partes

interessadas.

Tais canais podem ser

estabelecidos através de

um 0800 ou Serviço de

Atendimento ao

Consumidor (SAC) no

próprio endereço

eletrônico (site) da

organização.

A comunicação interna

pode se dar por algum

campo específico na

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problemas identificados. Intranet, ou ainda por

formulários e caixas de

sugestões espalhados

pela sede da

organização.

Quadro 8: Responsabilidade, autoridade e comunicação. Fonte: Elaboração própria.

6.4. Competência, treinamento e conscientização:

Situação atual Situação proposta Ações

A organização oferece

treinamentos, faz o

controle desses, mas não

existe um cronograma

para a realização dos

mesmos.

As competências são

bem definadas, apesar

do sistema ser informal.

A conscientização é

muito trabalhada pelas

empresas onde a

organização presta

serviços.

Propomos concentrar

maiores informações no

formulário de

treinamento, tal como

versão, revisão,

aprovação, assinaturas,

estabelecendo um

cronograma com todos

os treinamentos.

E ainda, estabelecer as

competências em

formulário próprio

conforme consta nos

itens 4.1.5.2.2.; 5.2.4.2. e

5.3.1.2.8.

Aprimorar o formulário de

treinamentos e

estabelecer um

cronograma.

Criar um formulário

próprio para

competência.

Quadro 9: Competência, treinamento e conscientização. Fonte: Elaboração própria.

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6.5. Auditoria interna:

Situação atual Situação proposta Ações

A organização não

realiza auditorias

internas.

Propomos a realização

de auditorias internas e

com uma periodicidade

mínima. Essas auditorias

podem ser intercaladas,

fazendo-se primeiro

SGQ, depois de três

meses, faz-se SGSST,

três meses SGQ, pois se

terá um intervalo mínimo

de seis meses para cada

um dos sistemas.

Criar comissões que

serão responsáveis por

fazer a auditoria interna

em determinado período

de tempo (mínimo de 6

(seis) meses), gerando

um documento (Relatório

de auditoria interna), que

deverá ser analisado pela

Alta Direção e o Gestor

responsável para se

tomar medidas capazes

de sanar os eventuais

problemas.

Quadro 10: Auditoria interna. Fonte: Elaboração própria.

6.6. Análise crítica pela alta direção:

Situação atual Situação proposta Ações

A organização não

possui um cronograma

de reuniões da Alta

Direção.

Propomos a criação de

um cronograma de

reuniões para análise das

informações obtidas

através das auditorias

internas, além de avaliar

a eficácia da política e

dos objetivos propostos.

Criar um cronograma

com uma periodicidade

mínima de 6 (seis)

meses, através do qual

poderá ser feito o

acompanhamento da

evolução e maturidade

do sistema.

Quadro 11: Análise crítica pela alta direção. Fonte: Elaboração própria.

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CONCLUSÕES

O objetivo deste trabalho era apresentar um projeto de implantação do

Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e de Saúde e Segurança no Trabalho,

com base nas normas diretrizes ISO 9001:2008 e OHSAS 18001:2007, em uma

organização de pequeno porte, nesse caso, de manutenção industrial.

A grande motivação para realizar esse trabalho foi a percepção das

dificuldades que tais organizações têm para implantar um sistema eficiente,

devido aos requisitos das normas diretrizes serem de difícil entendimento e suas

características peculiares.

No segundo capítulo fizemos uma abordagem teórica do sistema de

gestão, levando ao ledor informações conceituais para que consiga entender as

especificações das normas diretrizes. Já no capítulo três, foram estudadas as

características da empresa escolhida, levando em consideração a sua matriz e a

sua cadeia produtiva. No capítulo quatro fizemos apresentamos a metodologia

que utilizamos para chegar ao resultado final.

No capítulo cinco, foi feita uma análise minuciosa, praticamente uma

consultoria, realmente dita para a implantação do Sistema de Gestão Integrado.

Inicialmente, foi apresentada uma proposta de estrutura do sistema de gestão,

relacionando os aspectos da qualidade aos de segurança do trabalho,

respeitando-se os requisitos definidos nas diretrizes, que são a definição da

política, planejamento, implantação e operação, verificação e ação corretiva e, por

fim, a análise crítica pela administração. Com o desenvolvimento dos trabalhos, à

medida que a seqüência dos procedimentos avançava, optou-se por propor

recomendações para aplicação dos itens normativos. Isso se deve ao fato de que

somente seria possível a completa aplicação dos procedimentos quando os

sistemas de Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho estivessem sendo

implantados efetivamente.

Um aspecto importante diz respeito à estrutura organizacional enxuta,

característica de uma organização de pequeno e médio porte, com poucos níveis

hierárquicos e a inexistência de um setor ou departamento responsável

exclusivamente pelas questões de gestão de do SGI. Apesar de parecer uma

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dificuldade, ela pode ser resolvida de maneira simples e objetiva através da

definição e atribuição de responsabilidades. A existência de um gestor capacitado

e hábil se faz absolutamente necessária, uma vez que ele será o responsável por

gerir o sistema, com técnica e conhecimentos necessários, para fazer os arranjos

nas estruturas da organização, utilizando as já existentes e adequando-as as

normas diretrizes, juntamente com o Representante da Alta Direção (RD). Caso

contrário, a implantação tenderá a obsolescência muito rapidamente. A estrutura

atual implantada é frágil demais para suportar sequer um sistema da qualidade,

quanto mais um sistema integrado.

Ressalta-se que, por ser uma organização de pequeno porte, basicamente

todas as atividades administrativas e operacionais estão sob a responsabilidade

de tais funções, facilitando, dessa forma, o controle sobre os documentos e

processos desenvolvidos.

A estrutura organizacional simplificada também pode trazer dificuldades se

os técnicos que estão ocupando as funções que assumiriam as responsabilidades

pela implantação do SGI não forem gestores capacitados e hábeis, e ainda não

estiverem devidamente treinados. No caso da organização, pode ocorrer também

um acúmulo excessivo de atividades nas funções mencionadas, devido à

inexistência de uma equipe que trate especificamente das questões do SGI.

Assim, devem ser dadas as condições de trabalho, seja em termos de recursos

financeiros como de disponibilidade de tempo para a realização das atividades

concernentes à implantação do SGI.

Dessa forma, podemos concluir que o objetivo foi alcançado com plenitude,

pois todos os aspectos foram levantados, identificados e analisados, chegando à

finalidade esperada, o aconselhamento pela implantação.

Visamos demonstrar a importância, assim como as limitações de um

processo de implantação de um sistema de gestão, seus benefícios e intenções

para com a saúde e segurança do trabalhador, a melhoria contínua, a satisfação

dos clientes, a conformidade do produto e a redução contínua dos impactos

indesejáveis do processo produtivo.

Não obstante aos benefícios que possam acarretar à sociedade, ao

ambiente, as pessoas que trabalham na organização e em outras partes

interessadas, o porte da organização estudada traz facilidades também sob o

aspecto de disseminação das informações relativas ao SGI. Incluem-se nessas

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facilidades a comunicação das informações acerca da política, objetivos, metas e

formas de alcançar os objetivos, além da obtenção da adesão e

comprometimento de todos os empregados, para que estes estejam em sintonia

com as propostas da implantação da gestão.

Cabe ressaltar que todo esse processo está diretamente ligado a cultura

organizacional, que é resultado de um complexo processo de aprendizagem,

consolidado ao longo do tempo e influenciado pela ação das lideranças.

Portanto os pressupostos culturais que divirjam daqueles em que o sistema

de gestão está fundamentado podem constituir-se em obstáculos à eficácia dos

sistemas. Uma analise mais detalhada da organização e de sua cultura deve ser

feita para que se possa adotar comportamentos e ações que contribuam para

uma adequação.

Deixamos algumas observações e sugestões que podem ser feitas para a

elaboração de outros trabalhos acerca do assunto, tais como:

Elaboração e aplicação de propostas metodológicas de Sistema de Gestão

Integrados da Qualidade e Saúde e Segurança no Trabalho em empresas

de outros segmentos industriais. Neste caso, poderia ser avaliada a

possibilidade de criação efetiva de grupos de empresas para a implantação

do SGI;

Estudos que quantifiquem monetariamente, através de apropriações de

custos, os benefícios auferidos com a implantação do SGI;

Estudos de propostas metodológicas de implantação considerando a novas

versões das normas, uma vez que a normas diretrizes OHSAS devem ser

atualizadas em breve;

Também poderiam ser elaboradas propostas que viabilizassem práticas

conjuntas de gestão de acidentes do trabalho, com o objetivo de aproveitar

o potencial sinérgico de empresas parceiras e fornecedores, reduzindo-se

os custos.

Nestes casos, poderiam ser propostas formas de atuação de órgãos de

classe, federações industriais e sindicatos, com o objetivo de agregar as

organizações e viabilizar tais medidas.

Por fim, reconhecendo que o sistema pode ser eficaz, basta mantê-lo e

melhorá-lo, pois estará adicionando efetivo valor à organização.

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