Proposta Pedagógica Curricular – Língua Estrangeira ... · regras e privilegia a escrita, e o...

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Proposta Pedagógica Curricular – Língua Estrangeira Moderna – Inglês Apresentação da disciplina A proposta de ensino de LE será norteada pela pedagogia crítica, que considera a escolarização como compromisso de prover aos alunos meios necessários não apenas para assimilarem regras a serem seguidas, mas sim, para que possam ser modificadas. Para Giroux, os professores devem reconhecer a importância da relação estabelecida entre língua e pedagogia crítica no atual contexto global, educativo, pedagógico e discursivo. Isto implica superar a visão de ensino da LE apenas como meio para atingir fins comunicativos. Propõe-se fazer da aula de LE um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística cultural, oportunizando-o a engajar-se discursivamente e perceber possibilidades de construção de significados em relação ao mundo que vive. Para tanto faz-se necessário mapear o objeto de estudo da disciplina de LE, a língua, a partir do quadro teórico conceitual de referência, apresentando os vários aspectos imbricados no processo discursivo, a saber: língua e cultura, ideologia e sujeito, discurso e identidade, com vistas a justificar epistemologicamente os objetivos de ensino de uma LE e resgatar a função social e educacional desta disciplina na Educação Básica. O passado acrescenta compreensão ao presente, e torna relevante uma abordagem histórica do papel da Língua Estrangeira na Educação Brasileira, o que contribui para o trabalho de construção das Diretrizes Curriculares, quando a intenção é relacioná-las à vida quer com finalidade educativa, instrumental ou cultural, ou a mescla das três propostas, sem fazer do ensino de línguas estrangeiras fator de submissão às outras culturas. Assim é na relação entre as abordagens de ensino, a estrutura do currículo e a sociedade que residem as causas de ascensão e do declínio das línguas estrangeiras nas escolas. Com o objetivo de analisar tais relações, com vistas a definição de diretrizes curriculares que orientem a oferta de Língua Estrangeira na rede pública estadual, será abordada a seguir a dimensão histórica desse componente curricular, de modo a atender as demandas da disciplina na atualidade. Desde o inicio da colonização do território, que hoje corresponde ao litoral, houve a preocupação do governo português em promover a educação, com objetivo de facilitar a dominação e expandir o catolicismo. Portanto a função de ensinar Latim como língua culta coube aos jesuítas. Ao expulsar os jesuítas do Brasil em 1979, o ministro Marques de Pombal implantou o sistema régio de ensino, isto é, com professores não religiosos, a cargo do estado. Em 1776 uma escola do Rio de Janeiro começou a ensinar hebraico e duas escolas de Vila rica ensinavam Grego. Enquanto colônia estas línguas clássicas predominavam. Era por meio

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Proposta Pedagógica Curricular – Língua Estrangeira Moderna – Inglês

Apresentação da disciplina

A proposta de ensino de LE será norteada pela pedagogia crítica, que considera a

escolarização como compromisso de prover aos alunos meios necessários não apenas para

assimilarem regras a serem seguidas, mas sim, para que possam ser modificadas. Para Giroux, os

professores devem reconhecer a importância da relação estabelecida entre língua e pedagogia crítica

no atual contexto global, educativo, pedagógico e discursivo.

Isto implica superar a visão de ensino da LE apenas como meio para atingir fins

comunicativos. Propõe-se fazer da aula de LE um espaço para que o aluno reconheça e compreenda

a diversidade linguística cultural, oportunizando-o a engajar-se discursivamente e perceber

possibilidades de construção de significados em relação ao mundo que vive.

Para tanto faz-se necessário mapear o objeto de estudo da disciplina de LE, a língua, a

partir do quadro teórico conceitual de referência, apresentando os vários aspectos imbricados no

processo discursivo, a saber: língua e cultura, ideologia e sujeito, discurso e identidade, com vistas a

justificar epistemologicamente os objetivos de ensino de uma LE e resgatar a função social e

educacional desta disciplina na Educação Básica.

O passado acrescenta compreensão ao presente, e torna relevante uma abordagem

histórica do papel da Língua Estrangeira na Educação Brasileira, o que contribui para o trabalho de

construção das Diretrizes Curriculares, quando a intenção é relacioná-las à vida quer com finalidade

educativa, instrumental ou cultural, ou a mescla das três propostas, sem fazer do ensino de línguas

estrangeiras fator de submissão às outras culturas.

Assim é na relação entre as abordagens de ensino, a estrutura do currículo e a sociedade

que residem as causas de ascensão e do declínio das línguas estrangeiras nas escolas. Com o

objetivo de analisar tais relações, com vistas a definição de diretrizes curriculares que orientem a

oferta de Língua Estrangeira na rede pública estadual, será abordada a seguir a dimensão histórica

desse componente curricular, de modo a atender as demandas da disciplina na atualidade.

Desde o inicio da colonização do território, que hoje corresponde ao litoral, houve a

preocupação do governo português em promover a educação, com objetivo de facilitar a dominação

e expandir o catolicismo. Portanto a função de ensinar Latim como língua culta coube aos jesuítas.

Ao expulsar os jesuítas do Brasil em 1979, o ministro Marques de Pombal implantou o sistema

régio de ensino, isto é, com professores não religiosos, a cargo do estado.

Em 1776 uma escola do Rio de Janeiro começou a ensinar hebraico e duas escolas de

Vila rica ensinavam Grego. Enquanto colônia estas línguas clássicas predominavam. Era por meio

delas que se ensinava geografia e história. Em 1808 a chegada da família real ao Brasil, juntamente

com a fundação do Colégio D. Pedro II em 1837 e com a reforma de 1855; o ensino de línguas

estrangeiras modernas teve um sopro de incremento.

Este colégio implantou um currículo no molde francês, que funcionou como modelo

para as demais escolas secundárias do país. Neste constavam 7 anos de francês , 5 de inglês e 3 de

alemão. Este modelo que se manteve até 1929, mostrava duas fragilidades: Uma dizia respeito à

Metodologia, que era a mesma das línguas mortas (tradução e analise gramatical e a grande

dificuldade das instituições de gerir as dificuldades deste tipo de ensino. No período imperial os

alunos estudavam até seis línguas quando se incluía o italiano.

A Abordagem Tradicional, de raízes europeias, utilizada na educação jesuítica para as

línguas clássicas prevaleceu para as línguas modernas. Esta concebia a língua como conjunto de

regras e privilegia a escrita, e o ensino da gramática.

A publicação de Cour de linguistic génerele por Ferndinand Saussure, em 1916,

inaugura os estudos da linguagem em caráter científico. Os estudos de Soussure forneceram

elementos para a definição ao objeto do estudo específico da Linguística: a língua. Tais estudos

fundamentaram o estruturalismo, uma das principais correntes da língua moderna.

Na Europa do final do século XIX e início do século XX, faltavam empregos e terras

agriculturáveis, períodos de guerra e pós-guerra, bem como perseguições étnicas; estimularam

esperanças de uma vida melhor no Brasil. Isto tudo estimulado pela propaganda promovida pelo

governo brasileiro com intenção de ampliar a oferta de mão de obra, bem como implementar o

processo de industrialização.

Assim, em todo o Brasil foram criadas as colônias de imigrantes. No sul do Brasil,

particularmente no Paraná. Estes colonos organizaram-se para construir e manter escolas para seus

filhos, visto que, a escola já fazia parte de suas vidas em seus países de origem, mas que o governo

brasileiro não ofertava. O ensino era centrado na língua e na cultura dos ascendentes, por isso ainda

encontram-se comunidades bilíngues em todo o Paraná. O Português, quando ministrado, tinha

caráter de Língua Estrangeira.

Na década de 1910, ampliou-se a concepção nacionalista e isto refletiu-se no campo

educacional, com o fechamento das escolas dos imigrantes, e em 1918, foram criadas as escolas

primarias subvencionadas com recursos do governo federal, sob a responsabilidade dos estados com

objetivo de impedir a desnacionalização da escola e das crianças. Em 1920, surge a reforma

educacional de São Paulo que pôde exemplificar este período. Até se permitia o ensino primário em

instituições particulares, mas desde que seguissem regras como: respeito aos feriados nacionais,

ensino de língua portuguesa por professores nativos, ensino de língua estrangeira, só depois dos dez

anos. Estas regras intensificaram-se após o golpe de estado em 1937.

O ensino de línguas estrangeiras no Brasil apresentava décadas de atraso com relação a

outros países. Somente trinta anos após a França ter implantado o método direto este foi implantado

no Brasil, em 1931, através da Reforma Francisco Campos. É a primeira vez que um método de

ensino de Língua Estrangeira foi oficialmente estabelecido. Este método surge em contraposição ao

Tradicional e responde aos novos anseios sociais que necessitam também das habilidades orais. O

termo DIRETO lhe é atribuído pelo fato de não se traduzir, (ensino da língua pela própria língua). O

professor preferencialmente deveria ser fluente e a transmissão de significados dava-se através de

gravuras, gestos etc. E a gramática era apresentada de forma indutiva.

Em 1942, com a reforma Capanema a educação ficou centralizada no Ministério de

Educação, que era quem decidia que língua deveria ser ensinada, a metodologia e o programa a ser

trabalhado em cada série. Nesta Reforma o curso secundário foi dividido em dois níveis: ginasial

(quatro anos) e colegial (três anos), e a prioridade era a formação geral dos alunos e não a

preparação para o acesso ao ensino superior.

Esta reforma foi de grande importância, pois propiciava o ensino de latim, francês,

espanhol e inglês desde a primeira série do ginásio até o científico ou clássico. Segundo Leffa

foram os anos dourados das línguas no Brasil. E para o fortalecimento da identidade nacional, o

Ministério favoreceu a valorização da Historia do Brasil e sues heróis. A homogeneidade social

brasileira que se pretendia era dificultada pelas minorias étnicas, linguísticas e culturais.

Neste contexto o espanhol ganhou importância, em detrimento ao alemão, ao japonês e

ao italiano, pois eram línguas que representavam ameaça à soberania nacional, lembrando que

estávamos no período da Segunda Guerra Mundial. O Inglês e o Francês tiveram seus espaços

garantidos; um devido ao seu uso, e o outro devido à tradição curricular. Ainda em relação ao

ensino de línguas no currículo, as instruções que seguiram à reforma mantinham o uso de Método

Direto.

Após a Segunda Guerra Mundial, aumentou dependência econômica e cultural do Brasil

com relação aos Estados Unidos e com isso intensificou-se a necessidade de aprender Inglês. E este

passou a ser o anseio das populações urbanas, o que fez com que o interesse pelo Francês

diminuísse.

Os anos 50 trouxeram significativas mudanças no ensino de línguas. Os linguistas

estruturalistas da época (Bloomfield, Charles Fries e Robert Lado) apoiados na escola Behaviorista

de Pavlov e Skinner, sistematizaram o método audiovisual e áudio-oral nos Estados Unidos, para

atender a necessidade de formar rapidamente pessoas que falassem outras línguas, por ocasião da

Segunda guerra Mundial. No método audiovisual a língua passou a ser vista como conjunto de

hábitos a serem automatizados e não mais como conjunto de regras a serem memorizados. E um

pouco mais avançado, o áudio-oral, utilizava pequenos diálogos contextualizados, em vez de frases

isoladas. Inicia-se uma fase mais sofisticada, com o uso de gravadores, slides, cartões ilustrativos,

entre outros.

Na década de 60, em plena expansão do método áudio-oral, a teoria behaviorista

começou a ser questionada e no campo da linguística surge o modelo de descrição linguística

postulado por Chomsky, a Gramática Gerativa Transformacional que re-estruturou a visão de língua

e sua aquisição. Para Chomski, a língua sendo viva, dinâmica e criativa, não poderia ser reduzida a

um conjunto de frases a serem decoradas. Esta Gramática não se constituiu em um método, mas

trouxe grandes influências ao Ensino de Língua Estrangeira, pois criou conceitos de competência e

desempenho. A partir de então, o foco de ensino passou da oralidade para as quatro habilidades.

Permitia-se o uso da Língua Materna e a gramática era explicada de forma dedutiva. Aparece a

preocupação com aspectos afetivos como: motivação, interação.

Desde a década de 50 o sistema educacional brasileiro viu-se responsável pela formação

de seus alunos para o mundo do trabalho. Na LDB número 4.024, promulgada em 1961, foram

criados o Conselho Federal de Educação, que entre outras responsabilidades, indicava até cinco

disciplinas do Ensino Médio e os Conselhos Estaduais determinavam as outras disciplinas. Também

os Conselhos Estaduais decidiam sobre as línguas estrangeiras. Neste período o francês teve sua

carga horária diminuída ou desapareceu, o latim seguiu o mesmo caminho e o inglês, quase não

sofreu alteração, devido às demandas de mercado.

Após a tomada do governo brasileiro pelos militares, a LDB/1961 foi reformulada

através da lei 5.692/71. A partir desta lei, o ensino passou a ser centrado na habilitação profissional,

e foi dividido em 1o e 2o Graus. Nesta década o pensamento nacionalista, tornou o ensino de língua

estrangeira como um instrumento das classes mais favorecidas para manter privilégios, já que a

grande maioria não tinha acesso. Em 1976, o ensino de LE passa a ser valorizado novamente, pois

passou a ser obrigatório, somente no 2o Grau, não perdendo o caráter de recomendado para o 1o

Grau. A LE seria ensinada como acréscimo, conforme as condições de cada estabelecimento; o que

fez com que muitos deles reduzissem seu ensino para uma hora/aula semanal e em um único ano,

um único idioma.

Desde a década de 70, tais questões geraram movimentos de professores insatisfeitos.

Uma das formas encontradas para manter a oferta de línguas estrangeiras nas escolas públicas foi o

parecer 581/76, bem como a criação do Centro de Línguas Estrangeiras no Colégio Estadual do

Paraná, em 1982, que passou a oferecer aulas de inglês, espanhol e alemão aos alunos no contra

turno. A partir de 1986 foram criados os CELEMs no Paraná, como forma de valorizar a

diversidade de etnias presentes no estado.

Na década de 70, surge na Europa, a Abordagem Comunicativa. Nesta abordagem a

língua é vista como instrumento de comunicação, ou interação social, concentrando-se nos aspectos

semânticos e não mais no código linguístico. Sua principal pretensão é tornar o aluno

comunicativamente competente. Nesta Abordagem, o professor deixa de ser o centro do processo de

ensino e passa a condição de mediador do processo de ensino e aprendizagem e agente por meio da

língua estudada. De acordo com esta concepção, as atividades pedagógicas devem priorizar a

comunicação, por meio de jogos, dramatizações etc; o erro passa a ser visto como tentativa de

acerto e integra o processo de aquisição. Esta concepção é criticada por deixar de lado a dimensão

política-ideológica da língua.

Em dezembro de 1996 foi publicada a mais recente LDB. Nesta surge a reforma que

substitui o 1o e 2o graus pelo Ensino Fundamental e Médio. A base nacional comum é mantida, e

deverá ser complementada com a parte diversificada, atendendo a características regionais e locais

da sociedade. No artigo 26 desta lei encontramos a citação da obrigatoriedade, a do ensino de

línguas estrangeiras a partir da quinta série, como parte diversificada, a escolha ficará por parte da

comunidade escolar. Referindo-se ao Ensino Médio a lei determina que uma língua estrangeira

moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda de caráter

optativo, dentro das possibilidades da instituição.

Como desdobramento da LDBN/95, em 1998 o MEC publicou os Parâmetros

Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Línguas estrangeiras, PCNs. Este documento

pauta–se numa concepção de língua como pratica social privilegiando a Abordagem Comunicativa.

No entanto, recomenda um trabalho pedagógico com ênfase na prática da leitura em detrimento das

demais. A justificativa para tal postura é que no contexto brasileiro, são poucas as oportunidades de

uso efetivo da oralidade pelos alunos. Já em 1999, os PCNs para o Ensino Médio enfatiza o ensino

da comunicação oral e escrita.

Em 2005, como resultado de um processo que se arrastou por anos, e atendendo a

interesses econômicos, foi criada a lei 11.161 de 5 de agosto de 2005, que oferta a obrigatoriedade

do ensino de língua espanhola, nos estabelecimentos de Ensino Médio. A oferta é obrigatória para a

escola, mas de matricula optativa para o aluno. Os estabelecimentos têm cinco anos para se

adaptarem a esta nova lei.

Através do trabalho realizado junto aos professores do Paraná, identificou-se que a

Abordagem Comunicativa tem orientado o trabalho em sala de aula. Esta opção justifica-se por

favorecer o uso da língua em sala de aula pelos alunos, ainda que com restrições. Destacando uma

concepção centrada numa perspectiva utilitarista de ensino, na qual a língua é concebida enquanto

sistema, para expressar o significado, dentro de um contexto de uso. No entanto os professores

explicitaram o reconhecimento dos limites de tal abordagem.

Para realizar a analise dos limites e possibilidades da Abordagem Comunicativa, teve-se

como referência o trabalho de Meurer, que destaca a necessidade de desenvolver formas que

incentivem práticas pedagógicas que no contexto brasileiro quebrem o “circulo do senso comum”,

daquilo que parece natural, não problemático, mas que recria e reforça formas de desigualdades

sociais. Cumpre-se destacar que as praticas pedagógicas não são neutras, são carregadas de

ideologias que explicitam relações de poder (Foucault, 2003).

De acordo com as DCEs a língua é vista como discurso, propõe ensinar não apenas uma

língua, mas os discursos manifestados em forma de textos de diferentes naturezas, por meio das

práticas discursivas ( BAKTHIN,1988), desenvolvendo com os alunos maneiras de construção de

sentidos, de relação com os textos, interagindo ativamente com o discurso, materializadas em

diferentes tipos de textos, considerando o contexto e o momento histórico em que eles foram

produzidos Nesta concepção, a leitura é um processo de atribuição de sentidos ao texto e esta

abordagem de “leitura crítica” prioriza a relação que se estabelece com os outros sujeitos que

atribuem sentidos, ampliando a percepção do sujeito leitor(aluno).

Desta forma os educandos perceberão que é possível construir significados além

daqueles permitidos pela língua materna, entendendo que é na língua e não através dela, que

percebe-se e entende-se a realidade.

Levando em consideração os saberes concebidos como conteúdos Estruturantes, uma

vez que deles derivam os conteúdos básicos e específicos sendo os mesmos constituídos

historicamente e socialmente, conduzindo o aluno a efetivá-los por meio das praticas discursivas

que envolverão a leitura, a oralidade e a escrita.

Para que os alunos percebam a interdiscursividade nas diferentes relações sociais, as

condições de produção dos diferentes discursos e diferentes vozes que estabelecem as relações

sociais e as relações de poder que as entremeiam para agir no mundo social, se faz necessário que

os níveis de organização linguística (fonético-fonológico, léxico-semântico e sintaxe), sirvam ao

uso da linguagem, na compreensão e nas produções escrita, oral, verbal e não-verbal, a partir de um

texto de linguagem num contexto em uso, objetivando a construção do significado por meio do

engajamento discursivo, focalizando a abordagem crítica de leitura, com a necessidade dos alunos

interagirem ativamente com o discurso, sendo capazes de comunicar-se com e em diferentes

formas discursivas, em diferentes tipos de textos.

Esta proposta apresentada tem como referencial básico o discurso, entendendo - se

como uma forma de prática social que será realizada por intermédio de textos, referindo-se ao

“interdiscurso” e ao “intradiscurso”, respectivamente, nos quais os sentidos da enunciação se

cruzarão com outros dizeres das memórias dos sujeitos, construindo sentidos, e a organização de

conteúdos específicos como itens gramaticais serão tratados de modo contextualizado.

No ensino e aprendizagem da LE na educação básica é objetivo ensinar e aprender

percepções do mundo e maneiras de construir sentidos, é levar o aluno a formar subjetividades,

independente do grau de proficiência atingido, objetivando-se que os mesmos possam analisar as

questões da nova ordem global, suas implicações e, que desenvolvam uma consciência critica a

respeito do papel da Língua Estrangeira Moderna o Inglês na sociedade.

Neste contexto e suas implicações estabelece-se como objetivo da escolarização básica,

o ensino fundamental voltado para a formação básica do cidadão e no ensino médio a finalidade de

consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos pelos alunos, com vistas ao prosseguimento

de seus estudos levando o aluno do Ensino Fundamental superar os fins utilitaristas, pragmáticos e

instrumentais que têm marcado o ensino desta disciplina, sendo ele capaz de usar a língua em

situações de comunicação oral e escrita, vivenciando na aula de língua estrangeira, formas de

participação que lhe possibilite estabelecer relações entre ações individuais e coletivas,

compreendendo que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis

de transformação na prática social.

Propiciar ao aluno maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade,

reconhecendo e compreendendo a diversidade linguística e cultural, seus benefícios para o

desenvolvimento cultural do país.

O ensino da LE deverá oportunizar ao aluno à aprendizagem de conteúdos que ampliem

as possibilidades de ver o mundo, levando-o a inclusão social, o reconhecimento da diversidade

cultural, possibilitando ao aluno que utilize a língua estrangeira em situações de comunicação,

usando a língua como discurso e permitindo aos sujeitos perceberem-se integrantes da sociedade e

participantes ativos da sociedade em que vivem.

Conteúdos Estruturantes Básicos

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA

Os conteúdos básicos e específicos serão desdobrados a partir do conteúdo Estruturante

(discurso), estabelecidos com referência aos textos de diferentes gêneros discursivos, levando em

conta o princípio da continuidade, fazendo a progressão por série, considerando as especificidades

da língua estrangeira e as demais disciplinas do currículo e o perfil dos alunos.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

CONTEUDOS BÁSICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

GÊNEROS DISCURSIVOS

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão

adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de

circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o

Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho

Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade

adequado a cada uma das séries.

- Adivinhas, álbum de família, anedotas, bilhetes, cantigas de roda, carta pessoal, cartão, cartão

postal, causos, comunicado, convites, curriculum vitae, diário, exposição oral, fotos, músicas,

parlendas, piadas, provérbios, quadrinhas, receitas, relatos de experiências vividas, trava-línguas,

autobiografia, biografias, contos, contos de fadas, contos de fadas contemporâneos, crônicas de

ficção, esculturas, fábulas, fábulas contemporâneas, haicai, histórias em quadrinhos, lendas,

literatura de cordel, memórias, letras de musicas, narrativas de aventura, narrativas de enigma,

narrativas de ficção cientifica, narrativas de humor, narrativas de terror, narrativas fantásticas,

narrativas míticas, paródias, pinturas, poemas, romances, tankas, textos dramáticos, artigos,

conferências, debate, palestra, pesquisas, relato de histórico, relatório, resumo, verbetes, ata,

cartazes, debate regrado, diálogo/discussão argumentativa, exposição oral, júri simulado, mapas,

palestra, pesquisas, relato histórico, relatório, relatos de experiências, cientificas, resenha, resumo,

seminário, texto argumentativo, texto de opinião, verbetes de enciclopédias, agenda cultural,

anuncio de emprego, artigo de opinião, caricatura, carta ao leitor, cartum, charge, classificados,

crônica jornalística, editorial, entrevista (oral e escrita), fotos, horóscopo, infográfico, manchete,

mapas, mesa redonda, notícia, reportagens, resenha crítica, sinopses de filmes, tiras.

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Elementos composicionais do gênero;

• Léxico;

• Repetição proposital de palavras;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,

recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Informatividade;

• Elementos composicionais do gênero;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,

recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;

• Acentuação gráfica;

• Ortografia;

• Concordância verbal/nominal.

ORALIDADE

• Tema do texto;

• Finalidade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.

• Pronúncias.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

GÊNEROS DISCURSIVOS

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão

adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de

circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o

Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho

Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade

adequado a cada uma das séries.

- Anúncio, caricatura, cartazes, comercial para TV, e-mail, folder, fotos, slogan, músicas, paródia,

placas, publicidade comercial, publicidade instituicional, publicidade oficial, texto político, abaixo-

assinado, assembléia, carta de emprego, carta de reclamação, carta de solicitação, debate, debate

regrado, discurso político “de palanque”, fórum, manifesto, mesa redonda, panfleto, boletim de

ocorrência, constituição brasileira, contrato, declaração de direitos, depoimentos, discurso de

acusação, discurso de defesa, estatutos , leis, oficio, procuração, regimentos, regulamentos,

requerimentos, bulas, manual técnico, placas, relato histórico, relatório, relatos de experiências,

cientificas, resenha, resumo, seminário, texto argumentativo, texto de opinião, verbetes de

enciclopédias, blog, chat, desenho animado, e-mail, entrevista, filmes, fotoblog, home Page, reality

show, talk show, telejornal, telenovelas, torpedos, vídeo clip, vídeo conferência.

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Situacionalidade;

• Intertextualidade;

• Temporalidade;

• Referência textual;

• Partículas conectivas do texto;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

• Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto;

• Polissemia;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,

recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;

• Léxico.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Situacionalidade;

• Intertextualidade;

• Temporalidade;

• Referência textual;

• Partículas conectivas do texto;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

• Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto;

• Polissemia.

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,

recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;

• Acentuação gráfica;

• Ortografia;

• Concordância verbal/nominal.

ORALIDADE

• Conteúdo temático;

• Finalidade;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica;

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

• Instigue o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de

expressões que denotam ironia e humor;

• Estimule produções em diferentes gêneros;

• Conduza a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos.

A Proposta Pedagógica Curricular da disciplina de LEM contempla a legislação vigente:

Lei 10639/03 – História e cultura afro-brasileira e africana; Lei 11645/08 – História e cultura dos

povos indígenas; Lei 9795/99 – política nacional de educação ambiental; e os desafios Educacionais

Contemporâneos: Cidadania e Educação Fiscal, Educação em/para os Direitos Humanos, Educação

Ambiental, Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas; na medida

em que favorece o desenvolvimento do leitor crítico, isto é aquele que é capaz de realizar

confrontamentos entre diferentes realidades, e as intenções contidas nos discursos e suas

implicações na nossa vida diária.

A lei 11.525/2007 será contemplada através de palestras com o Conselho Tutelar do

Município nas reuniões de pais e mesmo para os alunos. Que será tratado dos direitos das crianças e

dos adolescentes dentro do currículo básico do ensino fundamental.

Ao analisar quem produziu determinado discurso, em que época, com que intenção,

entre outros apontamentos que são levantados na rotina da sala de aula de LEM, desconstrói-se o

aluno/cidadão inocente que é incapaz de refletir sobre os malefícios do uso das drogas, ou alheio às

questões que envolvem as causas e consequências da violência, dos problemas ambientais ou ainda

da não consciência fiscal. Entrando em ação um aluno/cidadão com condições de refletir e agir de

maneira crítica e com postura reflexiva e analítica frente as estas questões desafiadoras da sociedade

atual.

Para contemplar as leis e os desafios contemporâneos, utilizaremos músicas, debates,

vídeos, filmes, textos, entre outros; observando as sugestões dos Cadernos Temáticos.

Metodologia da Disciplina

Diante da abordagem de ensino por Letramento Crítico, o que implica em envolver os

alunos em atividades críticas e problematizadoras, o trabalho com a LE precisa partir do

entendimento do papel das línguas nas sociedades, como mais do que meros instrumentos de acesso

à informação: as línguas estrangeiras são também possibilidades de conhecer, expressar e

transformar modos de entender o mundo e de construir significados. Adquirir conhecimentos de

novas culturas, implica em constatar que existe uma diversidade cultural, que uma cultura, não é

melhor que a outra, mas sim, diferente.

Conhecer a cultura do outro, é reconhecer que novas palavras, não são apenas novos

rótulos para velhos conceitos, a nova gramática, não é simplesmente uma nova maneira de arrumar

e ordenar as palavras, e as pronúncias não são somente maneiras diferentes de articular os sons, mas

representam um universo sócio-histórico e ideologicamente marcado. Desta forma, o conhecimento

de outra cultura colabora para a elaboração da consciência da própria identidade, pois, o aluno

consegue perceber-se como sujeito histórico e socialmente constituído.

O texto apresenta-se como espaço para a discussão de temáticas fundamentais para o

desenvolvimento intercultural manifestados por um pensar e agir críticos, por uma prática cidadã

imbuída de respeito às diferentes culturas, crenças e valores. O texto, nesta proposta apresenta-se

como um princípio gerador de unidades temáticas e de desenvolvimento das práticas linguístico-

discursivas. É fundamental que se apresente ao aluno textos pertencente a vários gêneros textuais,

mas sem categorizá-los, com objetivo de possibilitar a interação com a infinita variedade discursiva,

presente nas várias práticas sociais. Ao ressaltar as diferenças estruturais e funcionais presentes

nestes textos, o aluno deve aproveitar as experiências que tem sobre língua materna.

Em relação à seleção dos textos, nos cabe analisar os elementos linguísticos- discursivos

neles presente, com fins educativos, quando apresentarem possibilidades de discussão e comparação

com a realidade presente em sala de aula, de assuntos polêmicos, adequados à faixa etária,

contemplando os interesses do aluno, utilizando textos que abordem os diversos tipos textuais,

apresentando diferentes graus de complexidade da estrutura linguística (leitura, oralidade e escrita).

A disciplina de LE favorece a utilização de textos abordando assuntos relevantes

presentes na mídia nacional e internacional, sobre temas referentes a questões sociais emergentes.

No entanto, é importante ressaltar que só a presença de textos, com assuntos pertinentes, não é

capaz de garantir o desenvolvimento dessa consciência cidadã. É preciso considerar o texto em

contexto de uso. Para Coracini, a criticidade nada tem a ver com o tipo de texto, mas com a atitude

problematizadora daquele que lê e que se envolve. Isto significa pensar que o falante/escritor tem

papel ativo na construção do significado da interação, assim como seu interlocutor. Aqui texto, não

significa apenas produções escritas, mas também uma complexa mistura de linguagem escrita,

visual e oral.

No letramento crítico questões como: Quem é o autor? O que ele disse? Para quem é

destinado o texto? Qual a intenção do autor? Entre outras são substituídas por: Que pressupostos

estão por traz de tal discurso? Qual é o seu propósito? Aos interesses de quem serve? Como o autor

compreende a realidade? Conclui-se que o aluno é forçado a ter um posicionamento crítico frente

aos textos. Apesar de se reconhecer que o desconhecimento linguístico pode dificultar este nível de

interação com o texto. Reconhece-se também que o conhecimento linguístico é importante, mas não

suficiente. Pois, outras questões como a relação da nova informação com o conhecimento adquirido

ao longo da vida: o conhecimento discursivo da sua língua materna, da sua história, de outras

leituras utilizadas ao longo de sua vida, merece consideração na interação leitor x texto. Cabe ao

professor criar condições para que o aluno não seja um leitor ingênuo, mas que seja um leitor

crítico.

A inferência é um processo cognitivo relevante nesta abordagem de leitura

discursiva, na medida em que o processo inferencial possibilita a construção de novos

conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor, os quais são ativados e

relacionados às informações materializadas no texto.

Neste sentido compreende-se leitura como um processo de negociação de sentidos, de

construção de significações possíveis. Assim o trabalho com a gramática, estabelece-se como

importante, na medida em que permite o entendimento dos significados possíveis das estruturas

apresentadas.

Neste caso, pode-se dizer que um texto apresenta várias possibilidades de leitura, não

trazendo em si, um sentido pré-estabelecido pelo seu autor, mas sim, uma demarcação para os

sentidos possíveis, restringidas pelas suas condições de produção, e por isso, constrói-se a cada

leitura: não é o texto que determina a sua interpretação, mas sim, o sujeito com sua construção

histórica. É importante, conscientizar o aluno sobre a complexidade do ato de ler e que o texto não

tem significado único e fechado em si mesmo. Caberá ao professor propiciar aos alunos situações

de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento de um olhar crítico.

No Ensino Fundamental, os objetivos com foco no desenvolvimento da consciência

linguística e cultural exigirão o uso da língua materna para sua realização, ainda que isto possa

diminuir a exposição do aluno à cultura estrangeira. Desta forma, caberá ao professor, trabalhar o

texto no contexto social de produção e dele selecionar itens gramaticais que indiquem a estruturação

da língua. O que não representa que o texto só servirá para se ensinar gramática; mas tê-lo como

conteúdo a ser explorado para, a partir dele, produzir outros textos. Neste contexto, as reflexões

gramaticais devem ser decorrentes de necessidades específicas dos alunos, a fim de que possam

expressar-se, ou construir sentidos com o texto.

Ressalta-se que a escolha dos conhecimentos linguísticos, ( artigos, verbos, pronomes e

outros a ortografia e as possíveis realizações sonoras), estarão presentes em todo o processo de

aprendizagem, ou seja, em todas as séries. E serão trabalhados diferenciadamente dependendo do

grau de conhecimento dos alunos, e será voltada para a interação verbal - que tenha por finalidade o

uso efetivo da linguagem e não a memorização de conceitos. São os erros, resultantes das atividades

dos alunos, que permitirão ao professor selecionar os conteúdos e orientar sua prática em sala de

aula.

Na presente proposta ( Ensino Médio por bloco) o principal objetivo da leitura é trazer

um conhecimento de mundo que permita ao leitor um novo modelo de ver a realidade. Para que seja

efetiva e eficiente é preciso que o aluno seja subsidiado com conhecimentos linguísticos, sócio-

pragmáticos, culturais e discursivos necessários e dos quais dispõe para a efetiva compreensão de

cada texto particular com que se depara.

As estratégias específicas da oralidade têm com objetivo expor os alunos a textos orais,

pertencentes aos diferentes discursos, procurando compreendê-los em suas especificidades e

incentivar seus alunos a expressarem suas ideias em língua estrangeira, dentro de suas limitações.

Também é importante que o aluno se familiarize com os sons da língua que ele está aprendendo.

Com relação à escrita, não podemos esquecer que ela deve ser vista como uma atividade

sócio interacional, ou seja, significativa, pois, em situações reais de uso, escreve-se sempre para

alguém, ou um alguém de quem se constrói uma representação. Sendo assim, no contexto escolar,

esse alguém seja definido como um sujeito sócio-histórico-ideológico com quem o aluno vai

construir um dialogo imaginário, fundamental para a construção do texto e sua coerência. Ao propor

uma atividade escrita, é essencial que o professor ofereça aos alunos elementos necessário, para que

consiga expressar-se e dos quais não dispõe, tais como conhecimentos discursivos, linguísticos,

sócio pragmáticos e culturais. Estes conhecimentos também devem ser oferecidos aos alunos

quando lhes apresentamos textos literários.

Outro aspecto importante com relação ao ensino de LE, é que ela será necessariamente

articulada com as demais disciplinas do currículo. Não há necessidade de projetos, mas os alunos

devem perceber que conteúdos de disciplinas distintas têm relação entre si.

Todas as atividades serão desenvolvidas a partir de um texto que envolverá

simultaneamente as práticas e conhecimentos citados anteriormente, proporcionando aos alunos

condições para assumir uma postura critica e transformadora com relação aos discursos que se lhe

apresentam. Para auxiliar nas aulas de LEM alguns recursos didáticos serão utilizados de acordo

com a necessidade, como: dicionários, livros paradidáticos, vídeos, DVD, CD-rom, internet, TV

multimídia, quadro e giz, entre outros.

METODOLÓGICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

LEITURA

• Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;

• Considere os conhecimentos prévios dos alunos;

• Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;

• Encaminhe discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade;

• Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;

• Relacione o tema com o contexto atual;

• Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto.

ESCRITA

• Planeje a produção textual a partir da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da

finalidade;

• Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;

• Acompanhe a produção do texto;

• Encaminhe e acompanhe a reescrita textual: revisão dos argumentos das ideias, dos elementos que

compõe o gênero;

• Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à

finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;

• Conduza a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos.

ORALIDADE

• Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos;

• Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;

• Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal

e informal;

• Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como cenas de desenhos, etc.

METODOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO

LEITURA

• Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;

• Considere os conhecimentos prévios dos alunos;

• Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;

• Encaminhe discussões e reflexões sobre: tema, intenções, intertextualidade, aceitabilidade,

informatividade, situacionalidade, temporalidade, vozes sociais e ideologia;

• Proporcione análises para estabelecer a referência textual;

• Conduza leituras para a compreensão das partículas conectivas;

• Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;

• Utilize textos não-verbais diversos: gráficos, fotos, imagens, mapas, e outros;

• Relacione o tema com o contexto atual;

• Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto;

• Instigue o entendimento/reflexão das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no

sentido conotativo e denotativo, bem como de expressões que denotam ironia e humor;

• Estimule leituras que suscitem no reconhecimento do estilo, próprio de diferentes gêneros;

ESCRITA

• Planeje a produção textual a partir da delimitação tema, do interlocutor, intenções,

intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade, temporalidade e ideologia;

• Proporcione o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual;

• Conduza a utilização adequada das partículas conectivas;

• Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;

• Acompanhe a produção do texto;

• Acompanhe e encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos das ideias, dos elementos que

compõe o gênero.

ORALIDADE

• Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a:

aceitabilidade, informatividade, situacionalidade finalidade do texto;

• Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;

• Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal

e informal;

• Estimule contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos,

como: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros;

• Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como: cenas de desenhos,

programas infanto juvenis, entrevistas, reportagem entre outros.

• Pertinência do uso dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos;

• Reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual.

Avaliação

A avaliação no ensino fundamental e médio sobrepõe-se ao seu caráter punitivo e de

controle, constituindo-se em um instrumento facilitador na busca de orientações e intervenções

pedagógicas para ambas as partes: professor e aluno, configurando-se como processual com o

objetivo de subsidiar discussões das dificuldades e avanços dos educandos, a partir de suas

produções no processo de ensino e aprendizagem, utilizando-se um portfólio individual, onde

possa- se observar o papel ativo do aluno na construção do seu conhecimento, em diferentes etapas

envolvidas na elaboração de textos e outras atividades, bem como mostrar o seu avanço e sua

evolução durante o ano letivo. Este portfólio será o próprio caderno do aluno. Sugere-se solicitar

aos alunos que possuam um caderno somente para a disciplina de língua estrangeira, inclusive este

poderá ser usado por mais de um ano.

Além da avaliação processual, ela deverá ser diagnóstica e formativa articulando-se aos

objetivos específicos e conteúdos definidos em cada série.

Os instrumentos de avaliação serão pensados e definidos de acordo com as

possibilidades teórico-metodológicas que são oferecidas para avaliar os critérios já estabelecidos,

como: trabalhos escritos: individuais ou em grupo, apresentações orais, provas objetivas, debates,

avaliações dos portfólios (cadernos), produção textual, pesquisas. Havendo recuperação

concomitante quando necessário voltado aos conteúdos apresentados, modificando os

encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem.

No ensino médio por bloco o sistema de Avaliação deverá respeitar as normas vigentes

no Sistema de Estadual de Ensino, no que diz respeito;

• Aos resultados de Avaliação expressos ao final de cada bloco semestral;

• À apuração de assiduidade;

• Aos estudos de recuperação;

• Ao aproveitamento de estudos;

• À atuação do Conselho de Classe;

Levando-se em consideração todos esses itens, ressalta-se ainda que a avaliação

será continua e cumulativa, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos,

valorizando o avanço do desenvolvimento do aluno e contribuindo para a construção de saberes,

utilizando o “erro” como um passo para uma efetiva aprendizagem, vendo como resultado do

processo de aquisição de uma nova língua.

A avaliação permitirá perceber os conhecimentos linguísticos, discursivos, cultura se, as

práticas de leitura, escrita e oralidade que não foram suficientemente trabalhados e que precisão ser

abordados com mais ênfase, para garantir a efetiva interação do aluno com a língua estrangeira

moderna “o Inglês”.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA ENSINO FUNDAMENTAL

LEITURA

• Identifique o tema;

• Realize leitura compreensiva do texto;

• Localize informações explícitas no texto;

• Amplie seu horizonte de expectativas;

• Amplie seu léxico;

• Identifique a ideia principal do texto.

ESCRITA

• Expresse as ideias com clareza;

• Elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo:

• às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);

• à continuidade temática;

• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;

• Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc;

• Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome,

numeral, substantivo, etc.

ORALIDADE

• Utilize do discurso de acordo com a situação de produção (formal/informal);

• Apresente suas ideias com clareza, coerência,mesmo que na língua materna.;

• Utilize adequadamente entonação, pausas, gestos, etc;

• Respeite os turnos de falar

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA ENSINO MÉDIO

LEITURA

• Realização de leitura compreensiva do texto;

• Localização de informações explícitas e implícitas no texto;

• Posicionamento argumentativo;

• Ampliação do horizonte de expectativas;

• Ampliação do léxico;

• Percepção do ambiente no qual circula o gênero;

• Identificação da ideia principal do texto;

• Análise das intenções do autor;

• Identificação do tema;

• Dedução dos sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto;

• Compreensão das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo

e denotativo;

• Reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual;

ESCRITA

• Expressão de ideias com clareza;

• Elaboração de textos atendendo:

- às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);

- à continuidade temática;

• Diferenciação do contexto de uso da linguagem formal e informal;

• Uso de recursos textuais como: coesão e coerência, informatividade, intertextualidade, etc;

• Utilização adequada de recursos linguísticos como: pontuação, uso e função do artigo, pronome,

substantivo, etc;

• Emprego de palavras e/ ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de

expressões que indicam ironia e humor, em conformidade com o gênero proposto.

ORALIDADE

• Utilização do discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal);

• Apresentação de ideias com clareza;

• Compreensão de argumentos no discurso do outro;

• Exposição objetiva de argumentos;

• Organização da sequência da fala;

• Respeito aos turnos de fala;

• Participação ativa em diálogos, relatos, discussões, quando necessário em língua materna, etc;

• Utilização consciente de expressões faciais corporais e gestuais, de pausas e entonação nas

exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos.

Referências

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.

BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação

nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação: Diretrizes Curriculares da Educação Básica –

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento da

Diversidade. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. Cadernos Temáticos da

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento da

Diversidade. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. Cadernos temáticos

Desafios Educacionais Contemporâneas: Enfrentamento à Violência na Escola. Curitiba

SEED/PR, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento da

Diversidade. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. Cadernos temáticos

Desafios Educacionais Contemporâneas: Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. Curitiba

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de

Ensino de Primeiro Grau. Currículo básico da escola pública do Paraná. Curitiba, 1990.

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de

Ensino Fundamental. Cadernos Temáticos: Educação Escolar Indígena. Curitiba. SEED/PR,

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Presidência da República – Casa Civil – Subchefia para assuntos Jurídicos. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11525.htm LEI Nº 11.525, DE 25

DE SETEMBRO DE 2007. Acesso em: 13 de agosto 2010.

PROPOSTA POLÍTICO PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL IRMÃ CLARA – ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO, 2009.