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Propostas de Redações FUVEST (2000 - 2017)

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Recentemente, o Deputado Federal Aldo Rebelo (PC do B – SP),visando proteger a identidade cultural da língua portuguesa,apresentou um projeto de lei que prevê sanções contra o empregoabusivo de estrangeirismos. Mais que isso, declarou o Deputado,interessa-lhe incentivar a criação de um “Movimento Nacional deDefesa da Língua Portuguesa”.

Leia alguns dos argumentos que ele apresenta para justificar oprojeto, bem como os textos subseqüentes, relacionados ao mesmo tema.

“A História nos ensina que uma das formas de dominação de um povo sobre outro se dá pelaimposição da língua. (...)” “...estamos a assistir a uma verdadeira descaracterização da Língua Portuguesa, tal ainvasão indiscriminada e desnecessária de estrangeirismos - como ‘holding’, ‘recall’,‘franchise’, ‘coffee-break’, ‘self-service’ - (...). E isso vem ocorrendo com voracidade erapidez tão espantosas que não é exagero supor que estamos na iminência de comprometer,quem sabe até truncar, a comunicação oral e escrita com o nosso homem simples do campo,não afeito às palavras e expressões importadas, em geral do inglês norte-americano, quedominam o nosso cotidiano (...)” “Como explicar esse fenômeno indesejável, ameaçador de um dos elementos mais vitais donosso patrimônio cultural – a língua materna -, que vem ocorrendo com intensidade crescenteao longo dos últimos 10 a 20 anos? (...)” “Parece-me que é chegado o momento de romper com tamanha complacência cultural, e,assim, conscientizar a nação de que é preciso agir em prol da língua pátria, mas semxenofobismo ou intolerância de nenhuma espécie. (...)”

(Dep. Fed. Aldo Rebelo, 1999)

“Na realidade, o problema do empréstimo lingüístico não se resolve com atitudesreacionárias, com estabelecer barreiras ou cordões de isolamento à entrada de palavras eexpressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gênio inventivo dopovo. Povo que não forja cultura dispensa-se de criar palavras com energia irradiadora etem de conformar-se, queiram ou não queiram os seus gramáticos, à condição de merousuário de criações alheias.”

(Celso Cunha, 1968)

“Um país como a Alemanha, menos vulnerável à influência da colonização da língua inglesa, discutehoje uma reforma ortográfica para ‘germanizar’ expressões estrangeiras, o que já é regra naFrança. O risco de se cair no nacionalismo tosco e na xenofobia é evidente.Não é preciso, porém, agir como Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto, quequeria transformar o tupi em língua oficial do Brasil para recuperar o instinto denacionalidade. No Brasil de hoje já seria um avanço se as pessoas passassem a usar, entreoutros exemplos, a palavra ‘entrega’ em vez de ‘delivery’.”

(Folha de S. Paulo, 20/10/98)

Levando em conta as idéias presentes nos três textos, redija umaDISSERTAÇÃO EM PROSA, expondo o que você pensa sobre essa iniciativado Deputado e as questões que ela envolve.

Apresente argumentos que dêem sustentação ao ponto de vista quevocê adotou.

Proposta de Redação FUVEST - 2000

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Um dia sim, outro também. Duas bombas, suásticas nazistas e muitas mensagens pregando a tolerância zero a negros, judeus, homossexuais e nordestinos marcaram a Semana da Pátria em São Paulo. O primeiro petardo foi direcionado na segunda-feira 4, para o coordenador da Anistia Internacional. Tratava-se de uma bomba caseira, postada numa agência dos Correios de Pinheiros com endereço certo: a casa do coordenador. Uma hora e meia depois, foi a vez de o secretário de Segurança e de os presidentes das comissões Municipal e Estadual de Direitos Humanos receberem cartas ameaçadoras. Assinando "Nós os skinheads" (cabeça raspada), os autores abusaram da linguagem chula, do ódio e da intolerância. "Vamos destruir todos os viados, pretos e nordestinos", prometeram. Eles asseguravam também já terem escolhido os representantes daqueles que não se enquadram no que chamam de "raça pura" para receberem "alguns presentinhos". Como prometeram, era só o começo. No dia seguinte, terça-feira 5, o mesmo grupo mandou outra bomba, dessa vez para a associação da Parada do Orgulho Gay.

(Isto é, 08/09/2000)

Desde então [os anos 80], o poder racista alastrou-se por todo o mundo numa torrente de excessos sanguinolentos. Também na Alemanha, imigrantes e refugiados foram mortos friamente por maltas de radicais de direita em atentados incendiários. Até hoje, a esfera pública minimiza tais crimes como obra de uns poucos jovens desclassificados. Na verdade, porém, o poder racista à solta nas ruas é o prenúncio de uma reviravolta nas condições atmosféricas mundiais.

(Robert Kurz) Um dos eventos realizados no final de abril deste ano no Chile foi uma conferência internacional secreta de militantes extremistas de direita e organizações neonazistas planejada e divulgada pela Internet. Foram convidados a participar do "Primeiro Encontro Ideológico Internacional de Nacionalismo e Socialismo" representantes do Brasil, Uruguai, Argentina, Venezuela e Estados Unidos.

(Isto é, 08/09/2000)

______________________________________________________________________________________________ (...) Nos últimos anos, grupos neonazistas têm se multiplicado. Tanto nos Estados Unidos e na Europa quanto aqui parece existir uma relação entre o desemprego estrutural do sistema capitalista e a ascensão desses grupos de inspiração neonazista.

(Página da Internet)

Toda proclamação contra o fascismo que se abstenha de tocar nas relações sociais de que ele resulta como uma necessidade natural, é desprovida de sinceridade.

(Bertolt Brecht)

Considerar alguém como culpado, porque pertence a uma coletividade à qual ele não "escolheu" pertencer, não é característica própria só do racismo. Todo nacionalismo mais intenso, e até mesmo qualquer bairrismo, consideram sempre os outros (certos outros) como culpados por serem o que são, por pertencerem a uma coletividade à qual não escolheram pertencer. (...)

(Cornelius Castoriadis)

"A violência é a base da educação de cada um."

(Resposta de um cidadão anônimo entrevistado pela TV sobre as razões da violência) ______________________________________________________________________________________________

Estes textos (adaptados das fontes citadas) apresentam notícias sobre o crescimento do neonazismo e do neofascismo e, também, alguns pontos de vista sobre o sentido desse fenômeno. Com base nesses textos e em outras informações e reflexões que julgue adequadas, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, procurando argumentar de modo claro e consistente.

Proposta de Redação FUVEST - 2001

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Proposta de Redação FUVEST - 2002

REDAÇÃO Como você avalia os responsáveis por sua formação, ou seja, seus pais e familiares, professores, orientadores religiosos, líderes políticos, intelectuais, autoridades etc.? Visando ao desenvolvimento do tema, você poderá, se quiser, refletir sobre as seguintes questões: quais foram os principais responsáveis por sua formação? Quais são as características mais marcantes que apresentam? Você julga que eles assumiram, de fato, sua função de formadores? Em que aspectos a formação que lhe proporcionaram foi satisfatória ou insatisfatória? Você poderá, ainda, identificar os valores que são realmente importantes para eles, opinando sobre esses valores. Poderá, também, considerar se eles são, em si mesmos, pessoas íntegras e felizes e se, assim, constituem bons modelos de vida. Considerando aspectos como os acima sugeridos ou, ainda, escolhendo outros que você julgue mais importantes para tratar do tema, redija, com sinceridade e plena liberdade de opinião, uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, em linguagem adequada à situação, procurando argumentar com pertinência e coerência.

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Proposta de Redação FUVEST - 2003

Leia atentamente os três textos abaixo.

Texto I

Está no dicionário Houaiss:

auto-estima s.f. qualidade de quem se valoriza, secontenta com seu modo de ser e demonstra,conseqüentemente, confiança em seus atos ejulgamentos.

A definição do dicionário parece limitar-se ao âmbito do indivíduo, mas a palavra auto-estima já há algum tempo é associada a uma necessidade coletiva. Por exemplo: nós, brasileiros,precisamos fortalecer nossa auto-estima. Neste caso, a satisfação com nosso modo de ser, comopovo, nos levaria à confiança em nossos atos e julgamentos. Mas talvez seja o caso de perguntar:não são os nossos atos e julgamentos que acabam por fortalecer ou enfraquecer nossa auto-estima, como indivíduos ou como povo?

Texto II

Estão num poema de Drummond, da década de vinte, os versos:

E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria. (...)Aqui ao menos a gente sabe que é tudo uma canalha só.

Texto III

Está num artigo do jornalista Zuenir Ventura, de dois anos atrás:

De um país em crise e cheio de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase um quarto dapopulação ganha R$ 4 por dia, o que se esperaria? Que fosse a morada de um povo infeliz, céticoe pessimista, não?

Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros não só consideram seu país um lugarbom e ótimo para viver, como estão otimistas em relação a seu futuro e acreditam que ele setransformará numa superpotência econômica em cinco anos. Pelo menos essa é a conclusão deum levantamento sobre a “utopia brasileira” realizado pelo Datafolha.

Com o apoio dos três textos apresentados, escreva uma dissertação emprosa, na qual você deverá discutir manifestações concretas de afirmação ou denegação da auto-estima entre os brasileiros.

Apresente argumentos que dêem sustentação ao ponto de vista que vocêadotou.

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Proposta de Redação FUVEST - 2004 Nos três textos abaixo, manifestam-se diferentes concepções do tempo; o autor de cada um deles expõe uma determinada relação com a passagem do tempo. Leia-os com atenção: ____________________________________________________________________________

Texto I ]

Mais do que nunca a história é atualmente revista ou inventada por gente que não deseja o passado real, mas somente um passado que sirva a seus objetivos. (...) Os negócios da humanidade são hoje conduzidos especialmente por tecnocratas, resolvedores de problemas, para quem a história é quase irrelevante; por isso, ela passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente.

(Eric Hobsbawm, Tempos interessantes: uma vida no século XX)

____________________________________

Texto II O que existe é o dia-a-dia. Ninguém vai me dizer que o que aconteceu no passado tem alguma coisa a ver com o presente, muito menos com o futuro. Tudo é hoje, tudo é já. Quem não se liga na velocidade moderna, quem não acompanha as mudanças, as descobertas, as conquistas de cada dia, fica parado no tempo, não entende nada do que está acontecendo.

(Herberto Linhares, depoimento)

Texto III

Não se afobe, não, Que nada é pra já, O amor não tem pressa, Ele pode esperar em silêncio Num fundo de armário, Na posta-restante, Milênios, milênios No ar ... E quem sabe, então, O Rio será Alguma cidade submersa. Os escafandristas virão Explorar sua casa, Seu quarto, suas coisas, Sua alma, desvãos ... Sábios em vão Tentarão decifrar O eco de antigas palavras, Fragmentos de cartas, poemas, Mentiras, retratos, Vestígios de estranha civilização. Não se afobe, não, Que nada é pra já, Amores serão sempre amáveis. Futuros amantes quiçá Se amarão, sem saber, Com o amor que eu um dia Deixei pra você.

(Chico Buarque, “Futuros amantes”) _______________________________________________________________________________ Redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, na qual você apontará, sucintamente, as diferentes concepções do tempo, presentes nos três textos, e argumentará em favor da concepção do tempo com a qual você mais se identifica.

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Proposta de Redação FUVEST - 2005 Considere a foto e os textos abaixo:

“Catraca invisível” ocupa lugar de estátua

Sem que ninguém saiba como – e muito menos o por quê – uma catraca enferrujada foi colocada em cima de um pedestal no largo do Arouche (centro de São Paulo). É o “monumento à catraca invisível”, informa uma placa preta com moldura e letras douradas, colocada abaixo do objeto, onde ainda se lê: “Programa para a descatracalização da vida, Julho de 2004”. (Foto ao lado)

(Adaptado de Folha de S. Paulo, 04 de setembro de 2004) [Catraca = borboleta: dispositivo geralmente formado por três ou quatro barras ou alças giratórias, que impede a passagem de mais de uma pessoa de cada vez, instalado na entrada e/ou saída de ônibus, estações, estádios etc. para ordenar e controlar o movimento de pessoas, contá-las etc.]

Grupo assume autoria da “catraca invisível”

Um grupo artístico chamado “Contra Filé” assumiu a responsabilidade pela colocação de uma catraca enferrujada no largo do Arouche (região central).

A intervenção elevou a catraca ao status de monumento “à descatracalização da vida” e fez parte de um programa apresentado no Sesc da Avenida Paulista, paralelamente ao Fórum das Cidades.

No site do Sesc, o grupo afirma que a catraca representa um objeto de controle “biopolítico” do capital e do governo sobre os cidadãos. (Adaptado de Folha de S. Paulo, 09 de setembro de 2004)

Em site sobre o assunto, assim foi explicado o projeto do grupo “Contra Filé”: “O ‘Contra Filé’ desenvolveu o PROGRAMA PARA A DESCATRACALIZAÇÃO DA PRÓPRIA VIDA. A catraca representa um signo revelador do controle biopolítico, através de forças visíveis e/ou invisíveis. Por quantas catracas passamos diariamente? Por quantas não passamos, apesar de termos a sensação de passar?”

(http://lists.indymedia.org/pipemail/cmi-brasil-video/2004-july/0726-ct.html)

INSTRUÇÃO. Como você pôde verificar, observando o noticiário da imprensa e o texto da Internet aqui reproduzidos, a catraca que “apareceu” em uma praça de São Paulo era, na verdade, um “Monumento à catraca invisível”, ali instalado pelo grupo artístico “Contra Filé”, como parte de seu “Programa para a descatracalização da vida”. Tudo indica, portanto, que o grupo responsável por este programa acredita que há um excesso de controles, dos mais variados tipos, que se exercem sobre os corpos e as mentes das pessoas, submetendo-as a constantes limitações e constrangimentos. Tendo em vista as motivações do grupo, você julga que o programa por ele desenvolvido se justifica? Considerando essa questão, além de outras que você ache pertinentes, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, argumentando de modo a apresentar seu ponto de vista sobre o assunto.

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Proposta de Redação FUVEST - 2006

Texto 1

O trabalho não é uma

essência atemporal do homem. Ele é uma invenção histórica e, como tal, pode ser transformado e mesmo desaparecer.

Adaptado de A.Simões

Texto 2

Há algumas décadas, pensava-se que o progresso

técnico e o aumento da capacidade de produção permitiriam que o trabalho ficasse razoavelmente fora de moda e a humanidade tivesse mais tempo para si mesma. Na verdade, o que se passa hoje é que uma parte da humanidade está se matando de tanto trabalhar, enquanto a outra parte está morrendo por falta de emprego.

M.A. Marques

Texto 3

O trabalho de arte é um processo.

Resulta de uma vida. Em 1501, Michelangelo retorna de viagem a Florença e concentra seu trabalho artístico em um grande bloco de mármore abandonado. Quatro anos mais tarde fica pronta a escultura “David”.

Adaptado de site da Internet

INSTRUÇÃO: Os três textos acima apresentam diferentes visões de trabalho. O primeiro procura conceituar essa atividade e prever seu futuro. O segundo trata de suas condições no mundo contemporâneo e o último, ilustrado pela famosa escultura de Michelangelo, refere-se ao trabalho de artista. Relacione esses três textos e com base nas idéias neles contidas, além de outras que julgue relevantes, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, argumentando sobre o que leu acima e também sobre os outros pontos que você tenha considerado pertinentes.

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Proposta de Redação FUVEST - 2007

REDAÇÃO Em primeiro lugar (...), pode-se realmente “viver a vida” sem conhecer a felicidade de encontrar num amigo os mesmos sentimentos? Que haverá de mais doce que poder falar a alguém como falarias a ti mesmo? De que nos valeria a felicidade se não tivéssemos quem com ela se alegrasse tanto quanto nós próprios? Bem difícil te seria suportar adversidades sem um companheiro que as sofresse mais ainda.

(...)

Os que suprimem a amizade da vida parecem-me privar o mundo do sol: os deuses imortais nada nos deram de melhor, nem de mais agradável.

Cícero, Da amizade. Aprecio no mais alto grau a resposta daquele jovem soldado, a quem Ciro perguntava quanto queria pelo cavalo com o qual acabara de ganhar uma corrida, e se o trocaria por um reino: “Seguramente não, senhor, e no entanto eu o daria de bom grado se com isso obtivesse a amizade de um homem que eu considerasse digno de ser meu amigo”. E estava certo ao dizer se, pois se encontramos facilmente homens aptos a travar conosco relações superficiais, o mesmo não acontece quando procuramos uma intimidade sem reservas. Nesse caso, é preciso que tudo seja límpido e ofereça completa segurança.

Montaigne, “Da amizade” (adaptado). Amigo é coisa pra se guardar, Debaixo de sete chaves, Dentro do coração... Assim falava a canção Que na América ouvi... Mas quem cantava chorou, Ao ver seu amigo partir... Mas quem ficou, No pensamento voou, Com seu canto que o outro lembrou.

(...)

Fernando Brant / Milton Nascimento, “Canção da América”.

(...) E sei que a poesia está para a prosa Assim como o amor está para a amizade. E quem há de negar que esta lhe é superior?

(...)

Caetano Veloso, “Língua”.

Considere os textos e a instrução abaixo: INSTRUÇÃO: A amizade tem sido objeto de reflexões e elogios de pensadores e artistas de todas as épocas. Os trechos sobre esse tema, aqui reproduzidos, pertencem a um pensador da Antigüidade Clássica (Cícero), a um pensador do século XVI (Montaigne) e a compositores da música popular brasileira contemporânea. Você considera adequadas as idéias neles expressas? Elas são atuais, isto é, você julga que elas têm validade no mundo de hoje? O que sua própria experiência lhe diz sobre esse assunto? Tendo em conta tais questões, além de outras que você julgue pertinentes, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, argumentando de modo a expor seu ponto de vista sobre o assunto.

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Proposta de Redação FUVEST - 2008Vigilância epistêmica* é a preocupação que todos nós deveríamos ter com relação a tudo o que lemos,

ouvimos e aprendemos de outros seres humanos, para não sermos enganados, para não acreditarmos em tudo o que é escrito e dito por aí. É preciso vigiar o futuro para sabermos separar o joio do trigo**.

Hoje boa parte dos sites de busca indexam tudo o que encontram pela frente à internet, mesmo que se trate de uma grande bobagem ou de evidente inverdade. Qualquer opinião emitida, vista como um direito de todos, é divulgada aos quatro cantos do mundo. De fato, alguns desses sites de busca deveriam colocar, nos primeiros lugares, páginas de renomadas Universidades, preocupadas com a verdade.

Todos precisamos estar muito atentos a dois aspectos com relação a tudo o que ouvimos e lemos: se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, se é um especialista comprovado, se sabe

do que está falando; se quem nos fala ou escreve, na verdade, é um idiota que ouviu falar algo e simplesmente repassa,

aos outros, o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada de útil. Aumentar nossa vigilância e preocupação com a verdade é necessidade cada vez mais premente num

tempo que todos os gurus chamam de Era da Informação. Discordo, profundamente, desses gurus. Estamos, na realidade, na Era da Desinformação, de tanto lixo

e ruído sem significado que, na maior parte das vezes, nos são transmitidos, todos os dias, eletronicamente, sem que exista o menor cuidado com a precisão e seriedade do que se emite, por parte das fontes que colocam matérias na rede. É mais uma conseqüência dessa idéia que a maioria das pessoas tem sobre a liberdade de expressar o que bem quiser, de expressar qualquer opinião que seja, como se opiniões não precisassem se basear no rigor científico, antes de serem emitidas.

Stephen Kanitz, Revista Veja, 03/10/2007. Adaptado.

* Vigilância epistêmica = capacidade de ficar atento e perceber se uma afirmação tem ou não valor científico.

** Separar o joio do trigo = no contexto, capacidade de diferenciar observações equivocadas, mentiras mesmo, de outras afirmações que contêm verdades.

Países se unem em projeto da ONU

Tesouros informativos de vários países estarão disponíveis gratuitamente para qualquer internauta, a partir deste mês, com a formação da Biblioteca Digital Mundial, uma iniciativa da ONU. O portal terá, na primeira fase, mapas, fotografias e manuscritos, com

textos explicativos em sete línguas, inclusive português. Na segunda fase, será possível consultar livros. A Biblioteca Nacional brasileira é uma das participantes.

O Estado de S. Paulo, 02/10/2007. Adaptado.

O acesso à Informação (em sua maioria, eletrônica) se tornou o direito humano mais zelosamente defendido. E aquilo sobre o que a informação mais informa é a fluidez do mundo habitado e a flexibilidade dos habitantes. O noticiário – essa parte da informação eletrônica que tem maior chance de ser confundida com a verdadeira representação do mundo lá fora é dos mais perecíveis bens da eletrônica. Mas a perecibilidade dos noticiários, como informação sobre o mundo real, é em si mesma uma importante informação: a transmissão das notícias é a celebração constante e diariamente repetida da enorme velocidade da mudança, do acelerado envelhecimento e da perpetuidade dos novos começos.

Zygmunt Bauman. Modernidade Líquida.Adaptado.

Instrução: Os textos apresentados trazem reflexões e notícias sobre o mundo digital. Com base nesses textos e em outras informações e idéias que julgar pertinentes, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, argumentando de modo claro e coerente.

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Proposta de Redação FUVEST - 2009

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Baarle-Nassau_fronti%C3%A8re_caf%C3%A9.jpg, 30/06/2008.

fronteira substantivo feminino 1 parte extrema de uma área, região etc., a parte limítrofe de um espaço em relação a outro. Ex.: Havia patrulhas

em toda a f. 2 o marco, a raia, a linha divisória entre duas áreas, regiões, estados, países etc.

Ex.: O rio servia de f. entre as duas fazendas. 3 Derivação: por extensão de sentido. o fim, o termo, o limite, especialmente do espaço. Ex.: Para a ciência, o

céu não tem f. 4 Derivação: sentido figurado. o limite, o fim de algo de cunho abstrato.

Ex.: Havia chegado à f. da decência. Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Adaptado.

As fronteiras geográficas são passíveis de contínua mobilidade, dependendo dos movimentos sociais e políticos de um ou mais grupos de pessoas.

Além do significado geográfico, físico, o termo “fronteira” é utilizado também em sentido figurado, especialmente, quando se refere a diferentes campos do conhecimento. Assim, existem fronteiras psicológicas, fronteiras do pensamento, da ciência, da linguagem etc.

Com base nas idéias sugeridas acima, escolha uma ou até duas delas, como tema, e redija uma dissertação em prosa, utilizando informações e argumentos que dêem consistência a seu ponto de vista.

Procure seguir estas instruções: - Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta da língua portuguesa. - Dê um título para sua redação, que deverá ter entre 20 e 30 linhas.

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Proposta de Redação FUVEST - 2010

Um mundo por imagens

A imaginação simbólica é sempre um fator de equilíbrio. O símbolo é concebido como uma síntese equilibradora, por meio da qual a alma dos indivíduos oferece soluções apaziguadoras aos problemas.

Gilbert Durand.

Ao invés de nos relacionarmos diretamente com a realidade, dependemos cada vez mais de uma vasta gama de informações, que nos alcançam com mais poder, facilidade e rapidez. É como se ficássemos suspensos entre a realidade da vida diária e sua representação.

Tânia Pellegrini. Adaptado.

Na civilização em que se vive hoje, constroem-se imagens, as mais diversas, sobre os mais variados aspectos; constroem-se imagens, por exemplo, sobre pessoas, fatos, livros, instituições e situações.

No cotidiano, é comum substituir-se o real imediato por essas imagens.

Dentre as possibilidades de construção de imagens enumeradas acima, em negrito, escolha apenas uma, como tema de seu texto, e redija uma dissertação em prosa, lançando mão de argumentos e informações que deem consistência a seu ponto de vista.

Instruções: � Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta

da língua portuguesa. � Dê um título para sua redação, a qual deverá ter entre 20 e 30 linhas. � NÃO será aceita redação em forma de verso.

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Proposta de Redação FUVEST - 2011Observe esta imagem e leia com atenção os textos abaixo.

Texto 1

Um grandioso e raro espetáculo da natureza está em cena no Rio de Janeiro. Trata-se da floração de palmeiras Corypha umbraculifera, ou palma talipot, no Aterro do Flamengo.

Trazidas do Sri Lanka pelo paisagista Roberto Burle Marx, elas florescem uma única vez na vida, cerca de cinquenta anos depois de plantadas. Em seguida, iniciam um longo processo de morte, período em que produzem cerca de uma tonelada de sementes.

http://veja.abril.com.br, 09/12/2009. Adaptado.

Texto 2 Quando Roberto Burle Marx plantou a palma talipot, um visitante teria comentado: “Como elas levam tanto

tempo para florir, o senhor não estará mais aqui para ver”. O paisagista, então com mais de 50 anos, teria dito: “Assim como alguém plantou para que eu pudesse ver, estou plantando para que outros também possam contemplar”.

http://www.abap.org.br. Paisagem Escrita. nº 131, 10/11/2009. Adaptado.

Texto 3 Onde não há pensamento a longo prazo, dificilmente pode haver um senso de destino compartilhado, um

sentimento de irmandade, um impulso de cerrar fileiras, ficar ombro a ombro ou marchar no mesmo passo. A solidariedade tem pouca chance de brotar e fincar raízes. Os relacionamentos destacam-se sobretudo pela fragilidade e pela superficialidade.

Z. Bauman. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Adaptado.

Texto 4 A cultura do sacrifício está morta. Deixamos de nos reconhecer na obrigação de viver em nome de qualquer

coisa que não nós mesmos.

G. Lipovetsky, cit. por Z. Bauman, em A arte da vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

Como mostram os textos 1 e 2, a imagem de abnegação fornecida pela palma talipot, que, de certo modo, “sacrifica” a própria vida para criar novas vidas, é reforçada pelo altruísmo* de Roberto Burle Marx, que a plantou, não para seu próprio proveito, mas para o dos outros. Em contraposição, o mundo atual teria escolhido o caminho oposto.

Com base nas ideias e sugestões presentes na imagem e nos textos aqui reunidos, redija uma dissertação argumentativa, em prosa, sobre o seguinte tema:

O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?

*Altruísmo = s.m. Tendência ou inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano à preocupação com o outro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2009.

Instruções:Lembre se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua

portuguesa.A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.Dê um título a sua redação.

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Proposta de Redação FUVEST - 2012

Texto 1

A ciência mais imperativa e predominante sobre tudo é a ciência política, pois esta determina quais são as demais ciências que devem ser estudadas na pólis. Nessa medida, a ciência política inclui a finalidade das demais, e, então, essa finalidade deve ser o bem do homem.

Aristóteles. Adaptado.

Texto 2

O termo “idiota” aparece em comentários indignados, cada vez mais frequentes no Brasil, como “política é coisa de idiota”. O que podemos constatar é que acabou se invertendo o conceito original de idiota, pois a palavra idiótes, em grego, significa aquele que só vive a vida privada, que recusa a política, que diz não à política.

Talvez devêssemos retomar esse conceito de idiota como aquele que vive fechado dentro de si e só se interessa pela vida no âmbito pessoal. Sua expressão generalizada é: “Não me meto em política”.

M. S. Cortella e R. J. Ribeiro,

Política – para não ser idiota. Adaptado.

Texto 3

FILHOS DA ÉPOCA

Somos filhos da época e a época é política.

Todas as tuas, nossas, vossas coisas diurnas e noturnas, são coisas políticas.

Querendo ou não querendo, teus genes têm um passado político, tua pele, um matiz político, teus olhos, um aspecto político.

O que você diz tem ressonância, o que silencia tem um eco de um jeito ou de outro, político.

(...)

Wislawa Szymborska, Poemas.

Texto 4

As instituições políticas vigentes (por exemplo, partidos políticos, parlamentos, governos) vivem hoje um processo de abandono ou diminuição do seu papel de criadoras de agenda de questões e opções relevantes e, também, do seu papel de propositoras de doutrinas. O que não significa que se amplia a liberdade de opção individual. Significa apenas que essas funções estão sendo decididamente transferidas das instituições políticas (isto é, eleitas e, em princípio, controladas) para forças essencialmente não políticas � primordialmente as do mercado financeiro e do consumo. A agenda de opções mais importantes dificilmente pode ser construída politicamente nas atuais condições. Assim esvaziada, a política perde interesse.

Zygmunt Bauman. Em busca da política. Adaptado.

Texto 5

Os textos aqui reproduzidos falam de política, seja para enfatizar sua necessidade, seja para

indicar suas limitações e impasses no mundo atual. Reflita sobre esses textos e redija uma dissertação em prosa, na qual você discuta as ideias neles apresentadas, argumentando de modo a deixar claro o seu ponto de vista sobre o tema Participação política: indispensável ou superada?

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Proposta de Redação FUVEST - 2013

Esta é a reprodução (aqui, sem as marcas normais dos anunciantes, que foram substituídas

por X de um anúncio publicitário real, colhido em uma revista, publicada no ano de 2012. Como toda mensagem, esse anúncio, formado pela relação entre imagem e texto, carrega

pressupostos e implicações: se o observarmos bem, veremos que ele expressa uma determinada mentalidade, projeta uma dada visão de mundo, manifesta uma certa escolha de valores e assim por diante.

Redija uma dissertação em prosa, na qual você interprete e discuta a mensagem contida nesse anúncio, considerando os aspectos mencionados no parágrafo anterior e, se quiser, também outros aspectos que julgue relevantes. Procure argumentar de modo a deixar claro seu ponto de vista sobre o assunto.

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Proposta de Redação FUVEST - 2014The Guardian

O ministro de finanças do Japão, Taro Aso, disse na segunda feira (dia 21) que os velhosdeveriam “apressar se a morrer”, para aliviar a pressão que suas despesas médicas exercem sobre oEstado.

“Deus nos livre de uma situação em que você é forçado a viver quando você quer morrer. Euacordaria me sentindo cada vez pior se soubesse que o tratamento é todo pago pelo governo”, disseele durante uma reunião do conselho nacional a respeito das reformas na seguridade social. “Oproblema não será resolvido, a menos que você permita que eles se apressem a morrer”.

Os comentários de Aso são suscetíveis de causar ofensa no Japão, onde quase um quarto dapopulação de 128 milhões tem mais de 60 anos. A proporção deve atingir 40% nos próximos 50 anos.

Aso, de 72 anos de idade, que tem funções de vice primeiro ministro, disse que iria recusar oscuidados de fim de vida. “Eu não preciso desse tipo de atendimento”, declarou ele em comentárioscitados pela imprensa local, acrescentando que havia redigido uma nota instruindo sua família anegar lhe tratamento médico para prolongar a vida.

Para maior agravo, ele chamou de “pessoas tubo” os pacientes idosos que já não conseguemse alimentar sozinhos. O ministério da saúde e do bem estar, acrescentou, está “bem consciente deque custa várias dezenas de milhões de ienes” por mês o tratamento de um único doente em fasefinal de vida.

Mais tarde, Aso tentou explicar seus comentários. Ele reconheceu que sua linguagem fora“inapropriada” em um fórum público e insistiu que expressara apenas sua preferência pessoal. “Eudisse o que eu, pessoalmente, penso, não o que o sistema de assistência médica a idosos deve ser”,declarou ele a jornalistas.

Não foi a primeira vez que Aso, um dos mais ricos políticos do Japão, questionou o dever doEstado para com sua grande população idosa. Anteriormente, em um encontro de economistas, ele jádissera: “Por que eu deveria pagar por pessoas que apenas comem e bebem e não fazem nenhumesforço? Eu faço caminhadas todos os dias, além de muitas outras coisas, e estou pagando maisimpostos”.

theguardian.com, Tuesday, 22 January 2013. Traduzido e adaptado.

– site

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Proposta de Redação FUVEST - 2015Na verdade, durante a maior parte do século XX, os estádios eram

lugares onde os executivos empresariais sentavam se lado a lado comos operários, todo mundo entrava nas mesmas filas para comprarsanduíches e cerveja, e ricos e pobres igualmente se molhavam sechovesse. Nas últimas décadas, contudo, isso está mudando. Oadvento de camarotes especiais, em geral, acima do campo, separamos abastados e privilegiados das pessoas comuns nas arquibancadasmais embaixo. (...) O desaparecimento do convívio entre classessociais diferentes, outrora vivenciado nos estádios, representa umaperda não só para os que olham de baixo para cima, mas tambémpara os que olham de cima para baixo.

Os estádios são um caso exemplar, mas não único. Algosemelhante vem acontecendo na sociedade americana como umtodo, assim como em outros países. Numa época de crescentedesigualdade, a “camarotização” de tudo significa que as pessoasabastadas e as de poucos recursos levam vidas cada vez maisseparadas. Vivemos, trabalhamos, compramos e nos distraímos emlugares diferentes. Nossos filhos vão a escolas diferentes. Estamosfalando de uma espécie de “camarotização” da vida social. Não ébom para a democracia nem sequer é uma maneira satisfatória delevar a vida.

Democracia não quer dizer igualdade perfeita, mas de fato exigeque os cidadãos compartilhem uma vida comum. O importante é quepessoas de contextos e posições sociais diferentes encontrem se econvivam na vida cotidiana, pois é assim que aprendemos a negociare a respeitar as diferenças ao cuidar do bem comum.

Michael J. Sandel. Professor da Universidade Harvard.O que o dinheiro não compra. Adaptado.

Comentário do Prof. Michael J.Sandel referente à afirmação deque, no Brasil, se teria produzidouma sociedade ainda maissegregada do que a norteamericana.

O maior erro é pensar que serviçospúblicos são apenas para quem nãopode pagar por coisa melhor. Esse éo início da destruição da ideia dobem comum. Parques, praças etransporte público precisam ser tãobons a ponto de que todos queiramusá los, até os mais ricos. Se aescola pública é boa, quem podepagar uma particular vai preferirque seu filho fique na pública, eassim teremos uma base políticapara defender a qualidade daescola pública. Seria uma tragédiase nossos espaços públicos fossemshopping centers, algo queacontece em vários países, não sóno Brasil. Nossa identidade ali é deconsumidor, não de cidadão.

Entrevista. Folha de S. Paulo,28/04/2014. Adaptado.

[No Brasil, com o aumento da presença de classes populares em centros de compras, aeroportos, lugaresturísticos etc., é crescente a tendência dos mais ricos a segregar se em espaços exclusivos, que marquem suadistinção e superioridade.] (...) Pode ser que o fenômeno “camarotização”, isto é, a separação física entreclasses sociais, prospere para muitos outros setores. De repente, os supermercados poderão ter ala VIP, comentrada independente, cuja acessibilidade, tacitamente, seja decidida pelo limite do cartão de crédito.

Renato de P. Pereira. www.gazetadigital.com.br, 06/05/2014. [Resumido] e adaptado.

Até os anos de 1960, a escola pública que eu conheci, embora existisse em menor número, tinha boaqualidade e era um espaço animado de convívio de classes sociais diferentes. Aprendíamos muito, uns com osoutros, sobre nossas diferentes experiências de vida, mas, em geral, nos sentíamos pertencentes a uma sósociedade, a um mesmo país e a uma mesma cultura, que era de todos. Por isso, acreditávamos que teríamos,também, um futuro em comum. Vejo com tristeza que hoje se estabeleceu o contrário: as escolas passaram asegregar os diferentes estratos sociais. Acho que a perda cultural foi imensa e as consequências, para a vidasocial, desastrosas.

Trecho do testemunho de um professor universitário sobre a Escola Fundamental e Média em que estudou.

Os três primeiros textos aqui reproduzidos referem se à “camarotização” da sociedade nome dado àtendência a manter segregados os diferentes estratos sociais. Em contraponto, encontra se tambémreproduzido um testemunho, no qual se recupera a experiência de um período em que, no Brasil, a tendênciaera outra.

Tendo em conta as sugestões desses textos, além de outras informações que julgue relevantes, redija umadissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema “Camarotização” da sociedadebrasileira: a segregação das classes sociais e a democracia.

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Proposta de Redação FUVEST - 2016

UTOPIA (de ou-topia, lugar inexistente ou, segundo outra leitura, de eu-topia, lugar feliz). Thomas More deu esse nome a uma espécie de romance filosófico (1516), no qual relatava as condições de vida em uma ilha imaginária denominada Utopia: nela, teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância religiosa, entre outros fatores capazes de gerar desarmonia social. Depois disso, esse termo passou a designar não só qualquer texto semelhante, tanto anterior como posterior (como a República de Platão ou a Cidade do Sol de Campanella), mas também qualquer ideal político, social ou religioso que projete uma nova sociedade, feliz e harmônica, diversa da existente. Em sentido negativo, o termo passou também a ser usado para designar projeto de natureza irrealizável, quimera, fantasia.

Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia. Adaptado.

CIDADE PREVISTA(...)

A utopia nos distancia da realidade presente, ela nos tornacapazes de não mais perceber essa realidade como natural,obrigatória e inescapável. Porém, mais importante ainda, a utopianos propõe novas realidades possíveis. Ela é a expressão de todas aspotencialidades de um grupo que se encontram recalcadas pelaordem vigente.

Paul Ricoeur. Adaptado.

A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisasestático, em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos,então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homemque, tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional daexistência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando�se um meroproduto de impulsos. O homem iria perder, com o abandono dasutopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade decompreendê�la.

Karl Mannheim. Adaptado.

Acredito que se pode viver sem utopias. Acho até que émelhor, porque as utopias são ao mesmo tempo ineficazes eperigosas. Ineficazes quando permanecem como sonhos; perigosasquando se quer realizá�las.

André Comte�Sponville. Adaptado.

Irmãos, cantai esse mundoque não verei, mas viráum dia, dentro em mil anos,talvez mais... não tenho pressa.Um mundo enfim ordenado,uma pátria sem fronteiras,sem leis e regulamentos,uma terra sem bandeiras,sem igrejas nem quartéis,sem dor, sem febre, sem ouro,um jeito só de viver,mas nesse jeito a variedade,a multiplicidade todaque há dentro de cada um.Uma cidade sem portas,de casas sem armadilha,um país de riso e glóriacomo nunca houve nenhum.Este país não é meunem vosso ainda, poetas.Mas ele será um diao país de todo homem.

Carlos Drummond de Andrade

A utopia não é apenas um gentil projeto difícil de se realizar, como quer uma definição simplista. Mas senós tomarmos a palavra a sério, na sua verdadeira definição, que é aquela dos grandes textos fundadores, emparticular a Utopia de Thomas More, o denominador comum das utopias é seu desejo de construir aqui e agorauma sociedade perfeita, uma cidade ideal, criada sob medida para o novo homem e a seu serviço. Um paraísoterrestre que se traduzirá por uma reconciliação geral: reconciliação dos homens com a natureza e dos homensentre si. Portanto, a utopia é a desaparição das diferenças, do conflito e do acaso: é, assim, um mundo todofluido – o que supõe um controle total das coisas, dos seres, da natureza e da história.

Desse modo, a utopia, quando se quer realizá�la, torna�se necessariamente totalitária, mortal e atégenocida. No fundo, só a utopia pode suscitar esses horrores, porque apenas um empreendimento que tem porobjetivo a perfeição absoluta, o acesso do homem a um estado superior quase divino, poderia se permitir oemprego de meios tão terríveis para alcançar seus fins. Para a utopia, trata�se de produzir a unidade pelaviolência, em nome de um ideal tão superior que justifica os piores abusos e o esquecimento da moralreconhecida.

Frédéric Rouvillois. Adaptado.

O conjunto de excertos acima contém um verbete, que traz uma definição de seguido de outros cinco textos que apresentam diferentes reflexões sobre o mesmo assunto. Considerando as ideias neles contidas, além de outras informações que você julgue pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema � ?

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Proposta de Redação FUVEST - 2017Examine o texto* abaixo, para fazer sua redação.

Resposta à pergunta: O que é Esclarecimento?

Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. Amenoridade é a incapacidade de servir�se de seu próprio entendimento sem direção alheia. O homemé o próprio culpado dessa menoridade quando ela não é causada por falta de entendimento mas, sim,por falta de determinação e de coragem para servir�se de seu próprio entendimento sem a tutela deum outro. Sapere aude!** Ousa fazer uso de teu próprio entendimento! Eis o lema do Esclarecimento.

A preguiça e a covardia são as causas de que a imensa maioria dos homens, mesmo depois de anatureza já os ter libertado da tutela alheia, permaneça de bom grado a vida inteira na menoridade.É por essas mesmas causas que, com tanta facilidade, outros homens se colocam como seus tutores.É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que faz as vezes de meu entendimento, se tenho um diretorespiritual que assume o lugar de minha consciência, um médico que por mim escolhe minha dieta,então não preciso me esforçar. Não tenho necessidade de pensar, se é suficiente pagar. Outros seencarregarão, em meu lugar, dessas ocupações aborrecidas.

A imensa maioria da humanidade considera a passagem para a maioridade, além de difícil,perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram�na sob sua supervisão. Depois de terem,primeiramente, emburrecido seus animais domésticos e impedido cuidadosamente essas dóceiscriaturas de darem um passo sequer fora do andador de crianças em que os colocaram, seus tutoresmostram�lhes, em seguida, o perigo que é tentarem andar sozinhos. Ora, esse perigo não é assim tãogrande, pois aprenderiam muito bem a andar, finalmente, depois de algumas quedas. Basta uma liçãodesse tipo para intimidar o indivíduo e deixá�lo temeroso de fazer novas tentativas.

Immanuel Kant

* Para o excerto aqui apresentado, foram utilizadas as traduções de Floriano de Sousa Fernandes, Luiz Paulo Rouanet eVinicius de Figueiredo.

** Sapere aude: cit. lat. de Horácio, que significa “Ousa saber”.

Estes são os parágrafos iniciais de um célebre texto de Kant, nos quais o pensador define oEsclarecimento como a saída do homem de sua menoridade, o que este alcançaria ao tornar�se capaz depensar de modo livre e autônomo, sem a tutela de um outro. Publicado em um periódico, no ano de 1784,o texto dirigia�se aos leitores em geral, não apenas a especialistas.

Em perspectiva histórica, o Esclarecimento, também chamado de Iluminismo ou de Ilustração,consiste em um amplo movimento de ideias, de alcance internacional, que, firmando�se a partir do séculoXVIII, procurou estender o uso da razão, como guia e como crítica, a todos os campos da atividade humana.Passados mais de dois séculos desde o início desse movimento, são muitas as interrogações quanto aosentido e à atualidade do Esclarecimento.

Com base nas ideias presentes no texto de Kant, acima apresentado, e valendo�se tanto deoutras informações que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação darealidade, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema:O homem saiu de sua menoridade?