Propriedade de uso comum

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Trabalho realizado no Ateliê 397, em São Paulo, em 2015

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Propriedade de uso comum | Fábio Tremonte | 2015

O corredor, em uma construção, é um espaço de caminhada, de passagem, de ligação entre dois ou mais cômodos que, muitas vezes, é cercado de poucos atrativos, servindo como uma espécie de intervalo entre experiências que acontecem em outros e distintos espaços do imóvel.

No Ateliê 397, o corredor é, ao contrário, espaço de convivência. É nesse local que, ao entrarmos em seu terreno, encontramos um espelho que nos oferece um recorte do céu. Descemos a pequena escada e nos deparamos com as portas e janelas abertas que revelam o interior dos escritórios, cozinha e espaços expositivos, podendo vislumbrar tudo isso do lado de fora, do corredor, parado. Contato entre dentro e fora.

Em dias de abertura de exposição, o corredor transforma-se em um grande espaço de encontro, no qual as pessoas param para conversar, comer, beber uma cerveja. Esse lugar, também, converte-se em pista de dança quando a festa começa e avança noite a dentro. Também usado espaço de exibição de vídeos, como o projeto Sessão-corredor e de conversas e debates sobre arte e cultura contemporânea.

Assim, surgiu o projeto Propriedade de uso comum, frase que , também, estará estampada no muro. Logo abaixo da frase, na altura das mãos, serão colocadas esteiras de palha/, de forma que as pessoas possam retirá-las para usar. A propostas é que esse lugar, comumente de passagem e de exibição de propostas e intervenções artísticas, seja apropriado como um lugar de uso, de vivência. A esteira/tatame pode ser usada para se sentar, para deitar para observar o céu e, até mesmo, para tirar um cochilo.

Além das esteiras/tatames e da profanação do espaço tornando-o de uso comum, no sentido em que Agambem utiliza, proponho uma série de encontros, nos quais pessoas são convidadas a tratar de assuntos necessários e urgentes e/ou propor uma ação, vivência ou intervenção.

Sexta-feira | 10 de abril | 17hTarifa zeroOliver Cauã CauêLucio GregoriPasse livre*música incidentalvalderramas_project + Bruno Mendonça

Quarta-feira | 15 de abril | 19hCrise hídricaCamila Pavanelli de LorenziFafi Prado*música incidentalvalderramas_project + Germano Dushá

Quinta-feira | 23 de abril | 19hEspaços públicosLaura SobralAmilcar Packer Tanq_ Roza Choq_*música incidentalvalderramas_project + Haroldo Sabóia

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Propriedade de uso comum | Tarifa zero

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Propriedade de uso comum | Crise hídrica

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Propriedade de uso comum |Espaços públicos

Para esse encontro, o Tanq_ Roza Choq_ preparou uma creme de abóbora. Antes da conversa, sentamos e comemos juntos.

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Propriedade de uso comum |invenção, apropriação, uso comum |intervenção autônoma e espontânea proposta por Paula Ordonhes

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A presente edição do Corredor397 recebe a instalação Propriedade de uso comum, de Fábio Tremonte, na qual um conjunto de esteiras de palha é colocado à disposição do público, para uso livre, durante sua estada no local. Penduradas em ganchos e dispostas ao longo do muro, as esteiras funcionam como um convite a ocupação do corredor. Acima delas, a frase que intitula o trabalho paira sobre o ambiente, com letras pretas em fonte de estêncil. O trabalho é integrado também por uma série de encontros abertos, nos quais convidados realizam falas em torno de pautas reunidas pelo artista, como a tarifa zero, o parque augusta e a crise hídrica em São Paulo.

Ao sugerir uma relação de analogia entre a dimensão do uso comum em um espaço privado, ainda que aberto, e no espaço público, com questões que dizem respeito à cidade e seus ocupantes, como um todo, Propriedade de uso comum torna visível e atualiza certas qualidades do local onde se instala, enfatizando sua dimensão política. Tais qualidades dizem respeito a uma manifesta singularidade do corredor do Ateliê397, constatada pelo artista e tomada como ponto de partida para a elaboração deste projeto.

Se imaginássemos um estatuto para o corredor genérico e funcional, ele não incluiria as atividades e eventos diversos que acontecem aqui, e que, não raro, convertem este em um lugar para se comer, conversar, beber e dançar, o que caracteriza sua singularidade. Local de passagem vivenciado como local de permanência e de afeição, enfim, como espaço de convivência.

Talvez seja possível que um espaço como este, que é via de acesso à todos os outros, no microcosmos onde se inscreve, possa funcionar como modelo para se pensar e entender espaços análogos, espaços de uso comum, em um âmbito distinto, como o do espaço público. Afinal, as constatadas qualidades deste corredor “singular”, decorrem, sobretudo, do modo como ele vem sendo sucessivamente ocupado.

Yudi RafaelMarço de 2015

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Fábio Tremonte | Propriedade de uso comum | Ateliê 397 | 30 de março a 24 de abril de 2015