Prosa romântica brasileira1
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PROSA ROM
ÂNTICA
BRASILEI
RA
CONTEXTUALIZAÇÃO
O desenvolvimento da poesia romântica precedeu ao da prosa de ficção, uma vez que esta praticamente inexistiu no período colonial.
Como não houvesse uma tradição, os autores românticos tiveram que partir do nada, restringindo-se basicamente ao modelo europeu, já bastante difundido entre nós na década de 1830.
OBRAS DE REFER ÊNCIAAs obras precursoras do romance
romântico hoje constituem apenas referências para o estudo da história literária:
- “Religião, amor e pátria”, de Pereira da Silva (1838)
- “Os assassinos misteriosos, ou a paixão dos diamantes”, de Justino José da Rocha (1832)
- “Januário Garcia, ou as sete estrelas” (1832) e “A duas órfãs” (1841), de Joaquim Noberto.
MARCOO marco inicial do romance é fixado pelos
historiadores entre os anos de 1843 e 1844, quando dois romances disputam a primazia:
- “O filho do pescador” (1843), de Teixeira de Sousa;
- “A Moreninha” (1844), de Joaquim Manoel de Macedo.
O romance brasileiro caracteriza-se por ser uma "adaptação" do romance europeu, conservando a estrutura folhetinesca européia, com início, meio e fim seguindo a ordem cronológica dos fatos.
O Romance brasileiro poderia ser dividido em duas fases: Antes de José de Alencar e Pós-José de Alencar, pois antes desse importante autor as narrativas eram basicamente urbanas, ambientadas no Rio de Janeiro, e apresentavam uma visão muito superficial dos hábitos e comportamentos da sociedade burguesa.
CARACTERÍSTICAS DO ROMANCE ROMÂNTICO BRASILEIRO Com José de Alencar surgiram novos estilos
de prosa romântica como os romances regionalistas, históricos e indianistas e o romance passou a ser mais crítico e realista.
Os romances românticos brasileiros fizeram muito sucesso em sua época já que uniam o útil ao agradável: a estrutura típica do romance europeu, ambientada nos cenários facilmente identificáveis pelo leitor brasileiro (cafés, teatros, ruas de cidades como o Rio de Janeiro)
ROMANCISTAS DE DESTAQUE
Entre os vários romancistas do período, são destaque nas antologias poéticas os que veremos à frente.
BERNARDO Joaquim da Silva GUIMARÃES (Ouro Preto/MG, 1825-1884)
BERNARDO GUIMARÃES
Preocupações interioranas (a vida provinciana);
É considerado o criador do romance sertanejo e regional.
Principais obras:o O Ermitão de Muquém (1865);o O Garimpeiro (1872);o O Seminarista (1872);o O Índio Afonso (1873);o A Escrava Isaura (1875);o Rosaura, a enjeitada (1883) etc.
João FRANKLIN da Silveira TÁVORA (Baturité/CE, 1842-1888, Rio de Janeiro)
FRANKLIN TÁVORA
Maior verossimilhança à ficção; Regionalismo verdadeiro: contato direto com o meio
descrito; Preocupação com a verdade – horizonte do Realismo.
Principais obras:o Os Índios de Jaguaribe (1862);o O Cabeleira (1876);o O Matuto (1878);o Lourenço (1881) etc.
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO (Itaboraí/RJ, 1820-1882, Rio de Janeiro)
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO
Aceitação do público (narrativa longa); Aproximação com o público (estilo
despojado, simples, coloquial); Dramas sociais de seu tempo: costumes
retratados de forma cômica; Histórias sobre intrigas amorosas com final
feliz.
Principais obras:
o A Moreninha (1884);
o O Moço Loiro (1845);
o Os Dois Amores (1848);
o A Carteira do Meu Tio (1855);
o A luneta Mágica (1869) etc.
JOSÉ Martiniano DE ALENCAR (Mecejana/CE, 1829-1877, Rio de Janeiro)
JOSÉ DE ALENCAR
Obra marcada pelo posicionamento nacionalista (tematização da diversidade cultural brasileira);
Compromisso com as tradições, história e processo de construção de nossa identidade;
Mundo de sonho = herói e beleza absoluta.
Principais obras:o Cinco minutos (1856);o A Viuvinha (1857);o Lucíola: perfil de mulher (1864);o Iracema: Lenda do Ceará (1865);o O Gaúcho (1870);o Ubirajara (1875);o Senhora (1875) etc.
MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, 1831-1861 – Naufrágio no vapor “Hermes”, ocorrido nas costas de Macaé/RJ)
MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA
Pioneiro: antecipa temas e questões típicas da época realista;
Diretor da Tipografia Nacional, empregou o então jovem Machado de Assis
como tipógrafo.
Principais obras: o Memórias de um Sargento de Milícias
(1854-1855).
Alfredo D'escragnolle (VISCONDE) DE TAUNAY (Rio de Janeiro, 1843-1899)
VISCONDE DE TAUNAY
Vivencias: painel descritivo de impressões interioranas (fauna e flora do sertão);
Militar, participou da Guerra do Paraguai;
De suas viagens ao inteior do país colheu os muitos temas que iria explorar ficcionalmente.
Principais obras: o La retraite de la Laguna (1871-4);o Inocência (1872) etc.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Emília; PATROCÍNIO, Mauro Ferreira do; LEITE, Ricardo Silva; BARBOSA, Severino Antônio Moreira. Língua Portuguesa: Novas palavras. Vol. 3. 1º ed. São Paulo: FTD, 2010. pag. 337-346.
ALENCAR, José de. Iracema: lenda do Ceará. Manaus: Valer: 2010 (Projeto Leitura Para a Juventude).