Proteínas

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Proteínas

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PROTEÍNAS EM ALIMENTOS

As proteínas são os maiores constituintes

de toda célula viva;

Nos alimentos, além da função nutricional,

as proteínas têm propriedades

organolépticas e de textura.

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PROTEÍNAS EM ALIMENTOS

→ Apesar da complexidade estrutural, as proteínas podem ser quebradas em aminoácidos pela ação de enzimas ou fervura com ácidos e álcalis, sob certas condições.

→ Nos alimentos, tendem a decompor à temperatura ambiente, auxiliada pela ação bacteriana, podem formar produtos tóxicos para o corpo, necessitando de uma boa conservação.

→ Proteína animal X Proteína vegetal X Proteína não convêncional

→ Funções biológicas: catalisadoras, regeneradoras, imunologia, energia, reguladores, reprodução e etc.

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CONCEITO, COMPOSIÇÃO E NATUREZA

CONCEITO: Quimicamente são polímeros,

cujas unidades básicas são os aminoácidos

ligados por ligações peptídicas formando

cadeias, em várias estruturas geométricas e

combinações químicas para formar as

proteínas especificas.

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CONCEITO, COMPOSIÇÃO E NATUREZA

Proteína de alto valor biológico(VB): proteína completa porque apresenta os aminoácidos em teores necessários a manutenção da vida e crescimento dos novos tecidos.

Proteína de baixo valor biológico: não tem os aminoácidos em teores adequados. Ex.: frutas e hortaliças.

Proteínas parcialmente completas: apresenta um ou mais aminoácidos limitante. EX: cereais (deficientes em lisina, triptofano e treonina) e leguminosa (deficiente em metionina).

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SIMPLES

São aquelas que por hidrólise nos fornecem aminoácidos como únicos produtos.

AlbuminasAlbuminas: altamente solúvel em água : clara do ovo; leite; ervilha;

GlobulinasGlobulinas: insolúveis em água: músculos; ervilha; GlutelinasGlutelinas: somente em vegetais: trigo; arroz ProlaminasProlaminas: somente em vegetais: trigo, centeio, milho,

cevada ProtaminasProtaminas: produtos de peixes HistonasHistonas: ácidos nucléicos EscleroproteínasEscleroproteínas: queratina, colágeno

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CONJUGADAS

Proteínas combinadas com substâncias não protéicas, chamada grupo prostético.

CromoproteínaCromoproteína lipoproteínalipoproteína NucleoproteínasNucleoproteínas GlicoproteínasGlicoproteínas FosfoproteínasFosfoproteínas Metaloproteínas Metaloproteínas

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DERIVADAS

Não são encontradas na natureza, mas obtidas da hidrólise das simples e/ou conjugadas pela ação

de ácidos, bases ou enzimas.

Derivadas primárias: Derivadas primárias: obtidos por processos brandos de decomposição

Derivados secundáriosDerivados secundários: mistura complexa de uma moléculas de diferentes tamanhos e diferente composição de aminoácidos e diferentes propriedades.

 

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ALGUMAS PROTEINAS IMPORTANTES EM ALIMENTOS

Proteínas da carne: Proteínas da carne: miosina; actina; colágeno; tripsina

Proteínas do leite: Proteínas do leite: caseína; lactoalbumina; lactoglobulina

Proteína do ovo: Proteína do ovo: Clara - (ovalbumina (50%); canalbumina; glicoproteina;

avidina/biotina).Gema - (lipovitelina, fosfovitina, livitina)

Proteínas do trigo:Proteínas do trigo: prolamina (gliadina); glutelina (glutenina).

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REAÇÕES QUÍMICAS

Hidrólise

Desnaturação

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PROTEÍNAS IMPORTANTES

a)Proteínas da carne:Proteínas da carne: miosina; actina; colágeno; tripsina.

b)Proteínas do leite:Proteínas do leite: caseína; lactoalbumina; lactoglobulina.

c) Proteína do ovo: Proteína do ovo: clara (ovalbumina (50%);

canalbumina; glicoproteina; avidina/biotina). gema (lipovitelina, fosfovitina,

livitina)

d)Proteínas do trigoProteínas do trigo: prolamina (gliadina); glutelina (glutenina). Formam com água uma substância elástica e aderente insolúvel em água.

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PROTEÍNAS

Proteases

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Introdução

São enzimas comumente utilizadas na indústria alimentícia.

A ação das proteases sobre as proteínas, antes do consumo, favorece a digestão e absorção das proteínas pelo organismo.

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Grupo Hidrolases

Peptidases ou ProteinasesPeptidases ou Proteinases

Catalisam a reação de hidrólise das ligações peptídicas das proteínas.

Hidrólise de proteínas = Digestão, ativação de enzimas, coagulação do sangue e no transporte de proteínas através de membranas.

A posição da ligação na cadeia polipeptídica e o tamanho da cadeia

podem influenciar a atividade das proteases.

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Características gerais

São classificadas basicamente de acordo com dois critérios:

Modo de ação

Natureza química do sei sítio catalítico.

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Modo de ação das proteases

Exopeptidases

Atuam nas extremidades da cadeia polipeptídica.

Endopeptidases (ou proteinases)

Agem nas ligações no interior da cadeia protéica.

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Exopeptidases

AMINOPEPTIDASESProteases que agem na extremidade N-

terminal da cadeia polipeptídica; liberam aminoácidos livres, dipeptídicos ou tripeptídicos.

CARBOXIPEPTIDASESProteases que agem na extremidade C-terminal

da cadeia polipeptídica; liberam aminoácidos livres dipeptídios .

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Endopeptidases

Serina-proteases

São caracterizadas pela presença do aminoácido serina no sítio ativo.

O principal grupo desse tipo de proteases é formado pelas serina-proteases alcalinas, como tripsina, quimotripsina e subtilisina, que apresentam baixa especificidade de

substrato.

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Endopeptidases

Cisteína-proteases sulfidrílicas

Apresentam em seu sítio ativo cisteína conjugada com histidina.

São normalmente, mais ativas em meios de pH neutro, podendo apresentar atividade em valores de pH ácidos.

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Endopeptidases

Proteases aspárticas ou ácidas

Contém ácido aspártico em seu sítio ativo.

Apresentam maior atividade em valores de pH ácido e têm maior afinidade por ligações que envolvem aminoácidos apolares e aromáticos.

Principais proteases ácidas: Pepsina e renina e aquelas produzidas pelos fungos Aspergillus, Penicillium, Rhizopus, Neurospora, Endothia e Rhizomucor.

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Endopeptidases

Metalo-proteases

São enzimas que dependem de íons metálicos divalentes para sua atividade.

Entre as neutras encontra-se por exemplo as colagenases de Clostridium hystoliticum e elastases de Pseudomonas aeruginosa.

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Classe de proteases

CLASSE EXEMPLO AA DO SÍTIO ATIVO

Serina-protease QuimotripsinaSubtilisina

HistidinaÁc. aspárticoSerina

Cisteína-protease

Papaína CisteinaHistidinaÁc. aspártico

Protease aspártica

Pepsina de Penicillium sp.

Ác. aspártico

Metalo-protease Carboxipeptidase A bovina

ZincoGlutaminaTriptofano

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Proteases vegetais

Estão entre as proteases mais empregadas na indústria de alimentos.

A atividade destas é maior nos vegetais verdes.

A papaína, a bromelina e a ficina estão entre as mais importantes cisteina-proteases.

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Proteases vegetais

Papaína

Extraída do latex dos frutos do mamoeiro

QP-A: PapaínaQP-B: Quimopapaína

Ambas possuem características bastante semelhantes e que variam de acordo com o clima e manejo durante a extração e concentração do extrato.

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Proteases vegetais

Bromelina

Extraída do pedúnculo ou do fruto do abacaxizeiro.

Perde sua atividade rapidamente em temperaturas superiores a 70°C.

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Proteases vegetais

Ficina

Extraída do latex de diversas espécies do gênero Ficus.

Hidrolisa ligações que envolvem diversos aminoácidos.

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Proteases animais

São as mais estudadas e importantes comercialmente devido à sua importância da área da saúde.

- As mais importantes são as proteases gástricas (renina e pepsina) e as pancreáticas (tripsina e quimotripsina).

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Proteases animais

Renina ou quimosina

Protease aspártica extraída do quarto estômago de bezzerros não desmamados.

É extraída na forma inativa, e convertida por hidrólise parcial que liera um peptídio de sua

cadeia protéica.

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Proteases animais

Pepsina

Protease aspártica produzida pela mucosa do estômago na forma inativa de pepsinogênio.

Também extraída na forma inativa, tirna-se ativa por autólise.

Sua atividade é influenciada pelo substrato, prefere ligações peptídicas que envolvam aminoácidos hidrofóbicos.

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Proteases animais

Tripsina

Serina protease secretada pelo pâncreas, é uma das enzimas digestivas mais importantes.

Sintetizada de forma inativa de tripsinogênio no pâncreas de animais superiores e é ativada por hidróliseno duodeno.

Inibidores de tripsina são peptídios produzidos pelo pâncreas, mas estão também presentes na soja e trigo; o que impede a digestão de proteínas presentes nestes.

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Proteases animais

Quimotripsina

Serina-protease semelhante à tripsina e também é sintetizada como zimogênio pelo pâncreas.

Hidrolisa preferencialmente ligações que envolvem aminoácidos aromáticos (tirosina,

fenilalanina e triptofano), mas pode hidrolisar também ligações ente todos os aminoácidos

hidrofóbicos.

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Proteases animais

Catepsinas e calpaínas

Cisteína-proteases intracelulares relacionadas à resolução do rigor mortis.

Estão envolvidas com a bioquímica da carne.

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Proteases microbianas

De origem bacteriana

Maior parte produzidas pelas bactérias dos gêneros Bacillus e Geobacillus.

Embora tenham preferência por ligações entre aminoácidos hidrofóbicos, o grau de hidrólise pode ser controlado por alterações no pH e

na temperatura da reação protelítica.

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Proteases microbianas

De origem fúngica

Uma única espécie de fungo pode produzir diferentes proteases ( alcalinas, neutras e ácidas).

Aspergillus oryzae produz três proteases extracelulares,o extrato é obtido por

fermentação.

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Aplicação Industrial

Clarificação de cerveja

As proteases hidrolisam os peptídeos e impedem que eles se insolubilizem, evitando a turvação (papaína).

A presença de proteínas é vital para a formação da espuma.

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Aplicação Industrial

Amaciamento da carne

Processo normal: 10 dias a 4 semanas.Processo acelerado: Proteases que hidrolisam

as proteínas da carne (papaína)

Evita hidrólise durante o armazenamento a frio, e alta estabilidade térmica, o que

garante o amaciamento durante o cozimento.

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Aplicação Industrial

Método clássico para amaciamento da carne:Método clássico para amaciamento da carne:Aplicação superficial da enzima em véiculo de sal.

Método de imersão para amaciamento da carne:Método de imersão para amaciamento da carne:Os cortes da carne são submersos na solução de enzima.

Método de injeção para amaciamento da carne:Método de injeção para amaciamento da carne:Uso de seringas ou pistolas para aplicação de solução

enzimática.

Método de injeção no animal vivo para amaciamento da carne:Método de injeção no animal vivo para amaciamento da carne:Injeção feita na jugular do animal, 10 a 30 min antes do abate.

-enzima purificada e inativada.

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Aplicação Industrial

Coagulação do leite

A produção do leite de queijos baseia-se na separação de caseínas e gordura do leite da fração que constitui o soro.

O soro é formado em maior parte por água, lactose, sais e outras proteínas não caseínas.

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Aplicação Industrial

Coagulação do leite

Caseína – Mistura de fosfoproteínas muito semelhantes:

α s1- / α s2- / β - / κ- caseína

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Micela caseína

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Cadeia peptídica

Região hidrofóbica

Fosfato de cálcio

Superfície rica em К - caseína

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Aplicação Industrial

Coagulação do leite

Precipitação isoelétricaPrecipitação isoelétrica

Ao atingir pH 4,6 alcança o ponto isoelétrico da caseína bruta do leite, ocorre a

insolubilização dessas proteínas, que precipitam.

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Aplicação industrial

Coagulação do leite

Proteólise limitadaProteólise limitada1.κ – caseína sofre hidrólise

2. Íons de cálcio do leite ligam-se às frações fosfatadas da caseína

3.Formam-se ligações cruzadas e precipitação em forma de coágulos.

4.Se a hidrólise não for limitada haverá destruição do coágulo e solubilização de pequenos peptídios, o que

afetará na textura e rendimento do queijo.5.A hidrólise excessiva pode ocasionar a liberação de peptídeos que contêm aa hidrofóbicos na extremidade

c-terminal. Estes apresentam sabor amargo.

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Aplicação industrial

Enzimas utilizadas na coagulação do leite:

Renina ou quimosina

Proteases ácidas de Rhizomucor miehei; Rhizomucor pusillus, Aspergillus oryzae e

Endothia parasitica.

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Aplicação industrial

Maturação acelerada de queijos

A proteólise é um dos mais importantes processos de maturação de queijos, pois

peptídeos e aminoácidos livres, gerados pela ação de proteases, são precursores de sabor, além de serem fontes de nitrogênio para a

microbiota secundária.

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Aplicação industrial

Panificação

A fração protéica do trigo, chamada glúten, dá à farinha a propriedade de formar uma massa viscoelástica capaz de reter ar.

Sem ar, a massa não reage com o fermento químico que resultará em um pão duro.

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Aplicação industrial

Panificação Proteases podem ser aplicadas no controle da

força do glúten, garantindo menor tempo de trabalho da massa na produção de pães (enzimas fúngicas) e redução de teor de

glúten para a produção de bolos e biscoitos (enzimas vegetais e/ou bactéiras).

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Aplicação industrial

Modificação de proteínas

HidróliseHidrólise

Hidrolisados protéicos são obtidos pela ação de proteases específicas sobre diversas fontes protéicas com a finalidade de gerar compostos com diferentes funcionalidades: Aromatizantes, espumantes e emulsificantes.

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Aplicação industrial

Modificação de proteínas

Síntese

A síntese de proteínas pode ser realizada de três formas destintas: Síntese química, síntese enzimática e síntese via DNA recombinante.

- Plasteína é o nome dado a moléculas semelhantes às proteínas naturais, cuja origem é a síntese catalisada

por protease.

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Aplicação industrial

Modificação de proteínas

A reação de síntese pode ser usada na incorporação de aa essenciais a proteínas de baixo valor nutricional, na remoção de sabor amargo de peptídeos com a hidrofóbico c-terminal e na modificação de proteínas com o objetivo de melhorar propriedades funcionais.

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Aplicação industrial

Modificação de proteínas

Reestruturação

Importante no desenvolvimento de produtos cárneos e derivados reestruturados, promovendo a melhora tecnológica na textura, aparência, aroma e sabor.

- A Transaminase é uma enzima que atua na síntese de ligações cruzadas entre proteínas, mas não é uma protease.

Streptoverticillium mobataenseStreptoverticillium mobataense

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Modificação de proteínas

Síntese de aspartame

Síntese de aspartame – edulcorante não-calórico formado pelo ácido L-aspártico e pela L-fenilalanina. Esta síntese garante a formação do sabor doce.

Bacillus thermoproteolyticus