Prótese Total Imediata

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA PRÓTESE TOTAL IMEDIATA Camila Romeiro Felipe Teixeira Lílian David Lucas Rocha Maressa Santos Renata Chaves Samuel Andrade DIAMANTINA 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

PRÓTESE TOTAL IMEDIATA

Camila Romeiro

Felipe Teixeira

Lílian David

Lucas Rocha

Maressa Santos

Renata Chaves

Samuel Andrade

DIAMANTINA

2010

Page 2: Prótese Total Imediata

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

PRÓTESE TOTAL IMEDIATA

Camila Romeiro

Felipe Teixeira

Lílian David

Lucas Rocha

Maressa Santos

Renata Chaves

Samuel Andrade

Orientador:

Profº Dr. Mauro

Trabalho apresentado à disciplina de Prótese Removível II como

requisito exigido para aprovação da disciplina.

DIAMANTINA

2010

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1.0 INTRODUÇÃO

A prótese dental, em todos os seus trabalhos, tem como a finalidade

uma total reabilitação e devolução das funções estomatognáticas, bem como

da estética do paciente (DOMITTI 1984). Assim, em casos específicos, como a

necessidade de extração múltipla de dentes remanescentes nas quais o

paciente não suporta a situação final da cirurgia, as próteses imediatas são

indicadas. Desta forma, a devolução da estética, fonética, mastigação e

convívio social pela prótese imediata, faz com que o paciente pós cirurgia fique

com características de pacientes dentados (SHIBAYAMA, 2006).

Por esses motivos é que a prótese imediata não deve ser encarada

simplesmente como uma alternativa inevitável a uma Odontologia mais

conservadora e sim um tipo de reabilitação que requer mais conhecimentos,

habilidades e critérios de que a PT convencional, freqüentemente

apresentando um resultado desconcertante para o profissional. Portanto, para

se obter uma bom resultado do tratamento, minimizando o comprometimento

da qualidade de vida do paciente com a perda dos dentes naturais, o cirurgião-

dentista precisa compreender as conseqüências de se subestimar as

dificuldades inerentes a esse tipo de tratamento ( TELLES, 2003).

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2.0 HISTÓRICO

As dentaduras imediatas não constituem prática moderna, pois já eram

conhecidas no fim do século passado, e não se sabe quem foi o primeiro a

realizar tal trabalho. Segundo Benedett,Rodrigues em 1861, Atkinson em 1863,

e Herbast, um pouco mais tarde, se preocuparam com essa modalidade de

trabalho protético.

A primeira publicação acerca de dentaduras imediatas de que se tem

notícia, segundo Wustrow, é de Scheff em 1893. A partir dessa época, vários

autores têm tratado do assunto, como Fletcher,Doxtater,Kazajian e outros,

mas, a nosso ver, as dentaduras imediatas se tornaram exeqüíveis, tendo

alcançado êxito somente depois de Sears, que em 1923 introduziu o uso do

guia cirúrgico, na instalação das dentaduras imediatas.

Atualmente, e graças aos estudos de inúmeros autores, de um lado, e

ao aparecimento de novos materiais, como resina incolor, resina de

polimerização ativada quimicamente e resinas resilientes, a prática de

dentaduras imediatas, tornou-se acessível a todos os dentistas.

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3.0 DEFINIÇÃO

De acordo com o glossário de termos protéticos, prótese imediata pode

ser total ou parcial removível confeccionada para ser instalada imediatamente

após a extração dos dentes naturais5.

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4.0 INDICAÇÕES

As indicações1 para Prótese Total Imediata são:

Idade e estado geral de saúde;

Condições psicológicas favoráveis;

Periodontopatias em estado muito avançado;

Pacientes que ainda possuem dentes naturais ou mesmo prótese,

completando arco dentário quer superior ou inferior e necessita adaptar

uma prótese total;

Quando da indicação da extração de dentes remanescentes de um

indivíduo.

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5.0 CONTRA-INDICAÇÕES

As contra-indicações1 para Prótese Total Imediata são:

Paciente que se submete a radioterapia, pois o uso de uma dentadura

poderia levar a osteorradionecrose;

retenções ósseas como tórus e exostoses, mucosa hiperplásica e

inserções musculares e freios hipertrofiados;

os doentes mentais, pacientes diabéticos, cardíacos, hemofílicos,

histéricos e idosos com saúde debilitada;

pacientes com defeito congênito ou adquirido na área chapeável que

possa influir na estabilidade e retenção do aparelho;

Pacientes com alterações patológicas que requeiram grande remoção de

tecido.

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6.0 VANTAGENS

6.1 VANTAGENS ANATÔMICAS

Evita perda de dimensão vertical de oclusão;

Previne traumatismo sobre ATM;

Impede colapso labial e o afundamento das bochechas;

6.2 VANTAGENS FUNCIONAIS

Possibilita atividade normal da musculatura;

Evita transtornos fonéticos;

Facilita mastigação;

Reduz os reajustes dietéticos e digestivos;

6.3 VANTAGENS ESTÉTICAS

Impede colapso facial, evitando o arqueamento da linha de

selamento dos lábios e comissura, condição que dá aspecto de

envelhecimento;

6.4 VANTAGENS PSICOLÓGICAS

Elimina a humilhação que os pacientes sofrem ao se apresentarem

sem os dentes;

Permite manter o equilíbrio emocional, facilitando a continuidade da

vida social;

Facilita a decisão de sacrificar os dentes naturais, quando

necessário;

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Reduz os transtornos pelos quais passa o paciente para se

acostumar com uso de um PT, evitando uma fase de adaptação entre

uma suposta condição de desdentado sem usar prótese para uma de

usuário de prótese;

Permite a continuidade das atividades sociais;

6.5 VANTAGENS PÓS CIRÚRGICAS

Protege as feridas cirúrgicas contra agressões bucais;

Promove melhor cicatrização

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7.0 DESVANTAGENS

Alguns cuidados pós-operatórios;

Trabalho adicional;

Custo adicional;

Não há possibilidade de realizar provas estéticas;

Menor ajuste;

Perda temporária da fixação;

Substituição da prótese após 3 meses.

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8.0 CLASSIFICAÇÃO DAS PRÓTESES TOTAIS IMEDIATAS

8.1 PRÓTESE TOTAL IMEDIATA COM FACE LABIAL TOTAL

É uma prótese convencional cujo aspecto vestibular é idêntica a uma

dentadura mediata convencional. Freqüentemente necessita de preparo

cirúrgico da boca (remoção óssea) e o preenchimento na região labial. Pode

ocorrer reabsorção óssea tornando a borda anterior traumática, necessitando

constantes ajustes por desgaste. Já a face labial da Prótese Total Imediata é

mais estável, o que aumenta a possibilidade de reembasamentos ,melhorando

a sua estética.

8.2 PRÓTESE TOTAL IMEDIATA COM FACE LABIAL PARCIAL

Esse tipo de PTI apresenta a construção de apenas a parte inicial da

vertente vestibular labial, acima do bordo cervical dos dentes artificiais. Não

necessita de cirurgia óssea ou retalho de tecidos, pois não atinge áreas

retentivas do processo alveolar.

8.3 PRÓTESE TOTAL IMEDIATA SEM FACE LABIAL

Esse tipo tem seus dentes anteriores montados com sua face cervical

apoiada diretamente sobre o rebordo alveolar, numa montagem semelhante ao

de uma prótese parcial fixa anterior. Do ponto de vista cirúrgico, esse tipo de

prótese são mais conservadoras e apresentam melhores resultados estéticos já

nas primeiras semanas de sua instalação, mas falham em manter um suporte

adequado para os lábios quando apresentar uma reabsorção óssea por

vestibular.

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9.0 PRÓTESE DE TRANSIÇÃO

Uma outra alternativa semelhante à prótese imediata é a de transição,

mais simples e não menos eficientes. Consiste no aproveitamento e duplicação

dos dentes naturais bem posicionados, das próteses parciais removíveis ou

fixas. Sua vantagem em relação à prótese total imediata está na maior

previsibilidade que se pode ter a respeito do resultado final do trabalho.

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10.0 PRÓTESE TOTAL IMEDIATA: CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS

10.1 EXAME CLÍNICO E PRÉ-CIRÚRGICO

Para a confecção de uma Prótese Total Imediata deve-se fazer um

exame clínico munucioso, anamnese, tomadas radiográficas e modelo de

estudo. Dentro do exame clínico é importante observar o número e o estado de

cada dente remanescente tanto na porção coronária quanto na radicular1. No

rebordo posterior desdentado se verifica a sua coloração, extensão, espessura

e altura. Através de radiografias periapicais e oclusais, deve-se verificar nos

dentes superiores e inferiores, bem como nos rebordos alveolares, se existem:

cáries, condutos parcialmente obturados, dentes inclusos, cistos, raízes

residuais3.

10.2 MOLDAGEM E CONFECÇÃO DE MODELO

Para confecção de uma dentadura imediata deve-se realizar uma

moldagem anatômica ou preliminar seguida da moldagem funcional ou

definitiva.

10.2.1 MOLDAGEM ANATÔMICA

A moldagem anatômica é feita com alginato, sendo considerada uma

moldagem ativa e dinânica. Inicialmente é preciso fazer a seleção da moldeira

de estoque para alginato superior e inferior. A moldeira maxilar deve cobrir a

área chapeável totalmente e guardar um espaço de 0,5 cm no mínimo entre a

parede da moldeira e o rebordo alveolar. Já a moldeira inferior, deve ajustar

folgadamente em toda a extensão do arco e cobrir as regiões dos terceiros

molares4.

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A primeira moldagem tem como finalidade obter um modelo de estudo,

tendo uma visão panorâmica das estruturas bucais, servindo para diagnóstico,

orientação da área chapeada, delimitação e orientação na confecção da

moldeira individual, além da seleção do material a ser usado1.

10.2.2 CONFECÇÃO DA MOLDEIRA INDIVIDUAL

A moldeira individual é feita através do modelo anatômico confeccionado

na primeira moldagem. Deve ser feita a delimitação da área chapeável para

obter a extensão da moldeira individual. Essa delimitação é feita com lápis

cópia aliviando todas as inserções musculares. Essas moldeiras são

confeccionadas de resina acrílica de autopolimerização4.

10.2.3 MOLDAGEM FUNCIONAL

É realizada uma moldagem pela técnica mista. Primeiramente, faz-se

selamento periférico com godiva de baixa fusão. Logo após, molda-se a parte

posterior desdentada com pasta zincoenólica. Na parte anterior da moldeira

individual são confeccinadas perfurações para realização da moldagem da área

dentada com alginato. Após a moldagem funcional, é confeccionado o modelo

definitivo4.

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10.2.4 CONFECÇÃO DA CHAPA DE PROVA

As chapas de prova são confeccionadas em resina acrílica de

autopolimerização incolor4.

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10.3 DETERMINAÇÃO DA OCLUSÃO CENTRAL

Os planos de cera são colocados sobre as áreas desdentadas e a chapa

de prova é levada a boca do paciente. Os planos de cera são acertados de

modo que fiquem a altura dos dentes remanescentes nas partes anteriores e

nas partes posteriores formem os planos ascendentes. A confecção dos planos

de cera para a chapa de prova são iguais tanto para o arco inferior quanto para

o arco superior. Após levar a chapa de prova a boca do paciente, pede-se ao

mesmo para fechar a boca devagar para ajuste dos planos e obtenção dos

contatos dos dentes em oclusão cêntrica4.

Com o auxilio do arco facial fixado aos roletes posteriores, devemos

transferir o modelo da maxila para o articulador. Ainda se utilizando da base de

prova e dos roletes, voltamos ao paciente para obtenção de DVO e RC para

montagem do modelo mandibular1. Os planos superior e inferior são fixados

com grampos.

Partindo-se dos modelos articulados iniciam-se a montagem dos dentes

pela área desdentada anterior.

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10.4 MONTAGEM DOS DENTES

De posse dos dentes selecionados, a montagem é uma operação

relativamente fácil, mas devemos sugerir certos pricípios de articulação e

oclusão. Outro princípio de montagem é aquele que quanto maior o contato das

cúspides dos dentes, maior é a relação e a estabilidade da prótese imediata3.

Os dentes posteriores deverão se harmonizar em tamanho com os pré-

molares e molares antagonistas. Os dentes anteriores deverão imitar a forma,

tamanho e cor dos dentes remanescentes. Instalamos o primeiro e segundo

pré-molar, o primeiro e segundo molar progressivamente, posicionando-os, de

modo que fiquem em contato durante as excursões excêntricas da mandíbula.

Estando alinhados passa-se a montagem do outro lado1.

Os dentes posteriores superiores e inferiores deverão articular

perfeitamente entre si e os sulcos dos dentes posteriores deverão situar sobre

a linha de força mastigatória, ou seja, sobre o rebordo alveolar inferior3.

Na prova da base de prova e dentes posteriores superiores, com a

prótese removível inferior, devemos verificar a oclusão dental dos dentes

posteriores, e a dimensão vertical de oclusão3.

Após a prova dos dentes posteriores, superiores e inferiores, voltamos o

conjunto no articulador. Com um alicate, faca de gesso ou canivete e lixa,

recortamos os dentes anteriores remanescentes superiores em gesso,

arredondando o rebordo alveolar superior. Colocamos cera rosa nesta região,

complementando a base de prova posterior3.

Iniciamos a montagem dos dentes anteriores superiores, articulando e

ocluindo perfeitamente com os dentes antagonistas, Se for necessário,

podemos rearticular os dentes para dar uma perfeita oclusão dental,

beneficiando futuramente3.

É preconizado demarcar o modelo utilizando a sonda periodontal

milimetrada, registrando sobre o mesmo a profundidade das bolsas

periodontais, de forma a delimitar o recorte do gesso evitando reduzir o osso

alveolar. Com esta demarcação e com os dentes artificiais posicionados inicia-

se a substituição dos dentes do modelo pelos dentes de resina acrílica, que

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segundo Walber9 o uso destes dentes de resina acrílica é preferível, pois

permite seu desgaste, caso haja processo proeminente1.

Um método para substituição dos dentes é cortá-los de um hemiarco ou

todos os anteriores de uma só vez. Feita a substituição, realiza-se a ceroplastia

e inclusão em mufla. Deve-se ainda regularizar o modelo com auxílio de pedras

montadas, facas de gesso e espátula Le Cron, sempre respeitando a

demarcação um milímetro aquém da linha contínua, o procedimento cirúrgico

de extrações dos dentes remanescentes e osteotomia se necessário, deverá

seguir a planificação feita sobre o modelo de gesso1.

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10.5 ENCERAMENTO E INCLUSÃO

O enceramento é feito com cera rosa, colocada nos colos dos dentes,

nos festões gengivais,espaços interdentais, em toda a vertente dos rebordos,

na sua parte vestibular e lingual, com o Le Cron, espátula para cera e uma

escova de dente damos o acabamento final da escultura.

A inclusão da prótese imediata é igual à da prótese total. Coloca o

modelo final na parte da mufla e fixa com gesso. Isolar o gesso, colocar a parte

da contra-mufla na mufla, preparar gesso e verter sobre o modelo final, esperar

a tomada de presa do gesso, colocar em uma panela com água quente, abrir a

mufla, eliminar a base de prova de cera, lavar bem o modelo final.

Antes de prensar a resina de lenta polimerização, devemos moldar o

modelo final superior de dentro da mufla, confeccionar o modelo, preparar a

resina de rápida ou lenta polimerização(deve incluir o modelo em gesso), e

confeccionar um guia cirúrgico incolor.

Agora, devemos isolar todo o gesso da mufla, preparar quantidade

suficiente de resina de lenta polimerização rosa, esperar sua fase plástica,

colocar a prensa sobre o modelo, fechar a mufla, colocar no polimerizador.

Após a polimerização da prótese imediata superior, abrimos a mufla,

com pedra para acrílico, lixa, escova de pano, pedra pomes e Kaol, dar

acabamento e polimento final.

Nota: os mesmo passos acima citados serão feitos para a confecção da

prótese removível inferior.

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10.6 CONFECÇÃO DO GUIA CIRÚRGICO

Para confecção do guia cirúrgico, na fase da remoção da cera da mufla

para condensação da resina acrílica, molda-se o modelo contido na mufla, com

alginato e reproduz-se o modelo. Sobre o modelo-cópia, adapta-se em toda a

área chapeável uma lâmina de cera rosa e inclui-se em seguida na mufla4.

Depois da presa do gesso, a mufla é levada a água quente onde

procede-se a lavagem da mesma. As partes internas da mufla são isoladas

com “cel-lac” e a seguir realiza-se a condensação da resina incolor4.

A chapa de resina acrílica transparente que obtêm-se após a

polimerização e acabamento é o que se chama guia cirúrgico. Este guia vai

orientar o trabalho de alveolotomia no ato da instalação da dentadura. Ele

permite através da transparência da base incolor localizar facilmente o ponto

exato da escoriação durante todo o período do controle pós-operatório.

Finalmente, permite ao profissional ter uma visão do panorama geral da

adaptação do aparelho4.

O guia cirúrgico na etapa de instalação da PTI é fundamental, visto que

possibilita a adequação da base da prótese ao leito cirúrgico, evitando

pressões indevidas sobre a mucosa1.

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10.7 CUIDADOS PRÉ- INSTALAÇÃO

Além de todos os cuidados inerentes a cirurgia bucomaxilofacial, deve-

se esterilizar a própria prótese (que vai entrar em contato com a ferida

cirúrgica), o guia cirúrgico, bem como todos os artefatos que possam vir a ser

utilizados para realizar pequenos ajustes prótese, tais como brocas e polidores.

A esterilização deverá ser obtida com um meio químico, preferencialmente não-

alcoólico, como uma solução de glutaraldeído.

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10.8 CUIDADOS PÓS-INSTALAÇÃO

Na primeira sessão (ato da entrega) não foi realizado reembasamento e

nem ajuste oclusal. Paciente deve ser orientado a cuidados pós operatórios

como:

a) não retirar o aparelho de maneira alguma nas primeiras 48 horas e

nem ocluir forçando a dentadura para evitar a sobrecompressão na ferida

cirúrgica;

b) Em caso de dor, instruir o paciente quanto a utilização de analgésicos

adequados;

c) Ingerir alimentação líquida e fria nas primeiras horas;

d) Aplicar bolsa de gelo durante algumas horas, com intervalo de 15

minutos1.

Na Segunda visita, 48 horas após a entrega da prótese, é realizada a

higiene deste, com água e sabão. Deve-se também realizar a higienização da

boca, com uma solução fisiológica, evitando tocar na ferida1.

Na Terceira visita, uma semana após a entrega, realizar os primeiros

ajustes oclusais, como também, recomendar ao paciente as seguintes

instruções:

a) Retirar o aparelho duas a três vezes ao dia para higienização;

b) Quanto à alimentação, o paciente deverá gradativamente retornar a

sua rotina normal, mastigando qualquer tipo de alimento;

c) Se nada acontecer após a terceira visita, o paciente deverá retornar

ao consultório para remover os pontos da cirurgia e eventuais novos retoques

podem ser realizados1.

Durante a terceira visita, o cirurgião dentista pode definir através do

reembasamento do aparelho (prótese total imediata) ou pela confecção de uma

outra prótese total definitiva1.

Muitas vezes, a prótese total imediata começa a perder a retenção,

sendo assim, necessário à confecção de uma prótese definitiva após algumas

semanas1.

Mediante a evolução tecnológica, os cirurgiões - dentistas têm

empregado os laseres de baixa potência que possuem um efeito

Page 23: Prótese Total Imediata

eminentemente analgésico, antiinflamatório e bioestimulante, além do que, sua

luz proporciona um aumento da microcirculação local e drenagem do fluído

gengival. Sendo assim uma ferramenta útil no pós-operatório imediato

anteriormente à colocação da PTI1.

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10.9 DENTADURAS IMEDIATAS: INSTALAÇÃO

10.9.1 EXTRAÇÃO E ALVEOLOTOMIA

A alveolotomia extensa e excessiva é contra indicada, sempre que

prejudique o resultado final do trabalho. É preferível sacrificar algum tecido

ósseo alveolar sempre que esteja em jogo a estabilidade ou a estética da

dentadura4.

A extração é feita sob anestesia por condução, tendo-se o cuidado de

não fraturar as raízes, em seguida recorta-se levemente os septos ósseos

interalveolares. Em seguida, colocamos o guia cirúrgico na boca do paciente

para verificação de sua adaptação, fazendo-se leve compressão sobre a

mesma4.

Esta comprimirá a mucosa da área chapeável e as porções que estão

altas tomarão o aspecto esbranquiçado, devido a isquemia4.

O guia cirúrgico é removido; em seguida faz-se uma alveoloplastia e o

guia cirúrgico é novamente experimentado. A etapa é repitida até se conseguir

uma perfeita adaptação, isto é, até que não haja nenhuma área de isquemia.

Assim, a custa do guia cirúrgico, adaptaremos a boca do paciente a dentadura

já pronta4.

No caso de estar empregando a dentadura totalmente de resina incolor a

verificação da parte alta do rebordo alveolar para orientar a alveolotomia faz-se

com o próprio aparelho e à custa da compressão exercida pelos dentes na

posição de oclusão central. A experiência tem mostrado que essa maneira de

proceder leva vantagens sobre aquela de comprimir com os dedos devido a

distribuição uniforme de força4.

Muitos cirurgiões deslocam extensamente o mucoperiósteo, indo até o

fundo de saco vestíbulo, para fazer uma simples alveolotomia. Segundo

Centeno, essa pratica é um erro, porque, além de outros inconvenientes, pode

Page 25: Prótese Total Imediata

ocasionar a diminuição do fórnix, o que prejudica a retenção do aparelho

protético4.

Após o ajuste da boca do paciente ao guia cirúrgico os retalhos são

suturados e a dentadura é colocada imediatamente4.

A alveoloplastia antes da extração é contra-indicada, isso porque evita o

desperdício do precioso rebordo alveolar, muito importante para a estabilização

da prótese4.

10.9.2 INSTALAÇÃO DA DENTADURA

Terminada a intervenção cirúrgica, instalamos, cuidadosamente, o

aparelho protético na boca. A verificação da oclusão e o balanceio não podem

ter sido alterados. Por meio do papel carbono, constata-se qualquer

anormalidade para corrigir os defeitos. Terminado esse trabalho o paciente é

dispensado e deve seguir rigorosamente as indicações pós operatórias4.

10.9.3 REEMBASAMENTO

A maioria dos autores acha que o reembasamento do aparelho ou a

confecção de um outro “definitivo” deverá ser feito depois de passado no

mínimo um e no máximo quatro meses, conforme o estado de cicatrização4.

Geralmente decorrido esse período, a dentadura começa a perder a

retenção; então, providenciar a reembasamento, segundo as técnicas

convencionais ou confeccionar uma nova4.

Muitas vezes, mesmo depois de quatro meses de uso, a dentadura

imediata continua com retenção. Nestes casos, se no ato cirúrgico da inserção

Page 26: Prótese Total Imediata

do aparelho a remoção do tecido ósseo foi mínima, o paciente poderá continuar

usando o aparelho por mais tempo; mas, se houve alveolotomia extensa,

devemos obrigatoriamente reembasar. Neste segundo caso, mesmo que o

aparelho esteja com retenção, a parte do rebordo correspondente a

alveolotomia já estará reabsorvida. O espaço assim formado vai sendo

preenchido por uma mucosa flácida. Essa mucosa móvel, na parte anterior do

rebordo alveolar, traz um grande problema na estabilidade da futura dentadura.

Para evitar a formação dessa mucosa, é que indica-se o reembasamento ou

confecção de uma nova prótese4.

Muitas vezes a dentadura imediata começa a perder retenção logo

depois de alguma semanas. A fim de contornar essa instabilidade do aparelho

temos utilizado a resina acrílica de polimerização ativada quimicamente para

efetuar o fecho periférico e “ post-dammig”, conforme o caso4.

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REFERÊNCIAS

3 DOMITTI, S. S.; et. al. Prótese total: novos métodos e técnicas. editora Santos,

1984.

4 TAMAKI, T.; Dentaduras completas. Editora Sarvier, Ed. 3, São Paulo, 1977.

??GOMES, V. L.; et. al. Prótese removível total imediata utilizando os dentes naturais

do paciente. Rev. IPEO Odontologia, v. 1, n.1, p. 1-64, 2007.

2MARCHINI L.; SANTOS, dos J. F. F.; CUNHA, da V. P. P.; Prótese total imediata:

considerações clínicas. Rev. Robrac, v. 9, n. 27, p. 45-49,2000.

1SHIBAYAMA, R.; et. al. Próteses totais imediatas convencionais. Rev. Odontológica

de Araçatuba, v.27, n.1, p. 67-72, 2006.

5TELLES, D.; HOLLWEG, H.; CASTELLUCCI, L. Prótese total convencional e sobre

implantes. editora Santos, São Paulo, 2003.

??TURANO, J. C.; TURANO, L. M.; Fundamentos de prótese total. editora Santos,

ed. 5, São Paulo, 2000.

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