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1 PROTOCOLO CLÍNICO E DE REGULAÇÃO ODONTOLÓGICO ELABORAÇÃO Ana Margarida Jabali Marques – Cirurgiã-Dentista Auditora – SMS – Ribeirão Preto Especialista em Odontopediatria – APCD - Araraquara CO-AUTORES Profª Drª Marlívia Gonçalves de Carvalho Watanabe – Cirurgiã-Dentista Docente FORP – USP Prof. Dr. Wilson Mestriner Junior – Cirurgião-Dentista Docente FORP - USP Profª Drª Soraya Fernandes Mestriner – Cirurgiã-Dentista Docente FORP - USP Profª Drª. Suzie Aparecida de Lacerda – Cirurgiã-Dentista Docente FORP - USP Prof. Dr. Edson Alfredo – Cirurgião-Dentista Docente UNAERP Luiz Roberto C. Pires – Cirurgião-Dentista – SMS – Ribeirão Preto APRESENTAÇÃO A odontologia no município de Ribeirão Preto conta com uma rede estruturada, tendo em seu quadro funcional 225 cirurgiões-dentistas e 102 atendentes de consultório dentário. A grande maioria dos profissionais encontra-se lotada em 31 Unidades de Saúde (US), 55 Unidades Escolares (UE), além dos membros de equipes de saúde da família. Incluídos no número total de profissionais, há cirurgiões-dentistas executando serviços técnicos tais como: Chefia de Divisão (01), Gerência (12), Coordenadoria de Programa (02), Regulação (02) e Auditoria (01), Vigilância Sanitária (03), Diretor de Autarquia (1) e Encarregadoria. O funcionamento das US é bastante variado, assim, possuímos cirurgiões-dentistas trabalhando nos três períodos. O Pronto Atendimento Odontológico, que conta com uma equipe de 10 plantonistas funciona ininterruptamente, durante o ano todo. Além da Atenção Básica executada em 31 US e 55 escolas, possuímos uma oferta própria de serviços especializados, nas áreas de: Odontopediatria (COP – Centro de Odontopediatria), Pacientes com Necessidades Especiais, Endodontia, Cirurgia Especializada, Prevenção e Detecção do Câncer Bucal, Periodontia, Dentística Especializada e Prótese (Totais e Removíveis). Dispomos também de 01 cirurgião-dentista dedicado ao atendimento e acompanhamento de pacientes com fissuras lábio-palatais. Através de convênios firmados entre duas universidades do município, oferecemos à população do nosso município e das outras 25 cidades da DRS XIII, serviços especializados. Na área de prevenção dispomos do Programa de Procedimentos Coletivos em Odontologia que oferece aos escolares da rede pública municipal e estadual, atividades que têm por objetivo promoção de saúde, através de:

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PROTOCOLO CLÍNICO E DE REGULAÇÃO ODONTOLÓGICO

ELABORAÇÃO

Ana Margarida Jabali Marques – Cirurgiã-Dentista Auditora – SMS – Ribeirão Preto

Especialista em Odontopediatria – APCD - Araraquara

CO-AUTORES

Profª Drª Marlívia Gonçalves de Carvalho Watanabe – Cirurgiã-Dentista Docente FORP – USP

Prof. Dr. Wilson Mestriner Junior – Cirurgião-Dentista Docente FORP - USP

Profª Drª Soraya Fernandes Mestriner – Cirurgiã-Dentista Docente FORP - USP

Profª Drª. Suzie Aparecida de Lacerda – Cirurgiã-Dentista Docente FORP - USP

Prof. Dr. Edson Alfredo – Cirurgião-Dentista Docente UNAERP

Luiz Roberto C. Pires – Cirurgião-Dentista – SMS – Ribeirão Preto

APRESENTAÇÃO

A odontologia no município de Ribeirão Preto conta com uma rede estruturada, tendo em seu quadro funcional

225 cirurgiões-dentistas e 102 atendentes de consultório dentário. A grande maioria dos profissionais encontra-se lotada

em 31 Unidades de Saúde (US), 55 Unidades Escolares (UE), além dos membros de equipes de saúde da família.

Incluídos no número total de profissionais, há cirurgiões-dentistas executando serviços técnicos tais como:

Chefia de Divisão (01), Gerência (12), Coordenadoria de Programa (02), Regulação (02) e Auditoria (01), Vigilância

Sanitária (03), Diretor de Autarquia (1) e Encarregadoria.

O funcionamento das US é bastante variado, assim, possuímos cirurgiões-dentistas trabalhando nos três

períodos. O Pronto Atendimento Odontológico, que conta com uma equipe de 10 plantonistas funciona

ininterruptamente, durante o ano todo.

Além da Atenção Básica executada em 31 US e 55 escolas, possuímos uma oferta própria de serviços

especializados, nas áreas de: Odontopediatria (COP – Centro de Odontopediatria), Pacientes com Necessidades

Especiais, Endodontia, Cirurgia Especializada, Prevenção e Detecção do Câncer Bucal, Periodontia, Dentística

Especializada e Prótese (Totais e Removíveis). Dispomos também de 01 cirurgião-dentista dedicado ao atendimento e

acompanhamento de pacientes com fissuras lábio-palatais.

Através de convênios firmados entre duas universidades do município, oferecemos à população do nosso

município e das outras 25 cidades da DRS XIII, serviços especializados.

Na área de prevenção dispomos do Programa de Procedimentos Coletivos em Odontologia que oferece aos

escolares da rede pública municipal e estadual, atividades que têm por objetivo promoção de saúde, através de:

2escovação supervisionada, aplicações tópicas de flúor, educação em saúde e distribuição de escova e creme dental

para todos os escolares, quatro vezes ao ano, numa cobertura de 55.000 indivíduos.

O índice de CPOD do nosso município, medido através de levantamento epidemiológico, realizado em 2004, era de

1,67. O que significa que aos 12 anos um indivíduo tem em média em sua cavidade bucal, 1,67 dentes cariados,

perdidos ou obturados. Esforços têm sido realizados para que alcancemos a meta da OMS, que determina que o CPOD

deva ser menor que 1, para 2010.

INTRODUÇÃO

As ações de Saúde Bucal estão vinculadas à lógica do Complexo Regulador da Secretaria Municipal da Saúde

de Ribeirão Preto, que centraliza o acesso aos serviços especializados e busca acompanhar continuamente o usuário que

entra no Sistema Único de Saúde por sua porta principal, a Unidade de Saúde (US).

A implantação deste Protocolo Clínico e de Regulação permitirá que os profissionais da área o usem como

instrumento para nortear suas ações.

A atual visão de promoção de saúde é abrangente, superando a prática corrente que entende a promoção de saúde

apenas como ações voltadas à mudança de comportamento e prevenção das doenças.

Esta visão implica reconhecer que o objetivo de atuação dos profissionais de saúde bucal constitui-se em três

vertentes: a recuperação dos danos causados pelas doenças bucais, a aplicação de métodos de prevenção e a educação

para o auto-cuidado e manutenção da saúde, no sentido de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

I - ACESSO A ATENÇÃO BÁSICA

Os usuários terão acesso ao serviço odontológico básico e de urgência, prestado nas Unidades de Saúde (US), de

sua área de abrangência.

I-2 ORGANIZAÇÃO DA DEMANDA - LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A FORMATAÇÃO DAS AGENDAS, NO

QUE DIZ RESPEITO A NÚMERO DE ATENDIMENTOS, POR PROFISSIONAL, POR PERÍODO:

O controle de abertura das agendas é de responsabilidade do Gestor Local de Saúde.

As agendas são formatadas no Sistema Hygia e disponibilizadas para agendamentos com antecedência de pelo menos,

30 dias para casos novos e 180 dias para retornos.

3I-2-A FORMATAÇÃO DIÁRIA DAS AGENDAS

A entrada do paciente no sistema se dará respeitando a realidade do local usando os critérios definidos pela Divisão

Odontológica: Bloco Fechado, de acordo com o risco, com inscrições abertas para casos novos durante o ano todo (no

acolhimento).

• US: 08 pacientes por período, sendo 05 programáticos (02 de alto risco, incluindo pessoas com necessidades

especiais, 02 de médio risco e 01 de baixo risco) com retornos semanais visando Tratamento Completo e 03

eventuais;

• Unidades Escolares (UE): 04 pacientes (02 de alto risco, 01 de médio risco e 01 de baixo risco) com retornos

semanais visando Tratamento Completo e 02 eventuais por período;

• Especialidades: 04 pacientes por período.

NA ORGANIZAÇÃO DAS DEMANDAS CONFORME O RISCO, LEVAR EM CONSIDERAÇÃO:

Classificação Doença Cárie Doença Periodontal Critério de Risco para Tecidos Moles

Baixo risco -Ausência de lesão de cárie, sem

placa, sem gengivite e/ou sem

mancha branca ativa.

-Elemento com

periodonto sadio,

ausência de dentes no

sextante.

-Indivíduo com tecidos moles sadios.

-História de dente restaurado,

sem placa, sem gengivite e/ou

sem mancha branca ativa.

-Elemento com cálculo

supra-gengival,

presença de gengivite.

Indivíduo com lesões suspeitas em

tecidos moles (bordas regulares e

coloração esbranquiçada ou qualquer

alteração de mucosa com mais de 14

dias de existência).

Risco moderado

-Uma ou mais cavidades em

situação de lesão de cárie

crônica, mas sem placa, sem

gengivite e/ou sem mancha

branca ativa.

-Seqüela de doença

periodontal anterior.

-Ausência de lesão de cárie ou

presença de dente restaurado,

mas com presença de placa, de

gengivite e/ou de mancha branca

ativa.

-Elemento com cálculo

sub-gengival (visível

pelo

afastamento/retração

gengival) e com

mobilidade reversível

ou sem mobilidade.

-Indivíduo com lesões de alto risco

(bordas irregulares e coloração

avermelhada ou enegrecida).

Alto risco

-Uma ou mais cavidades em

situação de lesão de cárie aguda.

-Elemento com

mobilidade irreversível

e perda de função.

-Presença de dor e/ou abscesso.

4I-3 FLUXOGRAMAS PARA O ENFRENTAMENTO DOS PRINCIPAIS AGRAVOS EM SAÚDE BUCAL

NA ATENÇÃO BÁSICA

A – AGRAVO PARA CÁRIE

IDENTIFICAÇÃO DE AGRAVOS ATRAVÉS DE AÇÕES DE SAÚDE

REALIZADAS DENTRO E FORA DA US (creches, escolas, grupos priorizados,

organizações e núcleos familiares)

ATIVIDADE DE CÁRIE PRESENTE?

- ORIENTAÇÃO DE HIGIENE BUCAL; - ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA (com evidenciação do biofilme dental); - CONTROLE DO BIOFILME DENTAL; - ORIENTAÇÃO DE DIETA; - RETORNOS PERIÓDICOS CONFORME NECESSIDADE:

• ALTO RISCO – TRIMESTRAL • BAIXO RISCO – ANUAL.

SIM NÃO

- EXAME RADIOGRÁFICO; - ORIENTAÇÃO DE HIGIENE BUCAL; - ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA (com evidenciação do biofilme dental); - CONTROLE DO BIOFILME DENTAL; - ORIENTAÇÃO DE DIETA; - TERAPIA COM FLÚOR; - SELAMENTO DE CAVIDADE (preferencialmente com cimento ionômero de vidro); - RASPAGEM, ALISAMENTO E POLIMENTO; - RECONTORNO E POLIMENTO DE RESTAURAÇÕES; - SELANTES DE FÓSSULAS E FISSURAS

- RESTAURAÇÕES DEFINITIVAS - PULPOTOMIAS - PULPECTOMIAS - EXODONTIAS;

ENCAMINHAMENTO PARA ESPECIALIDADES * *VIDE

CRITÉRIOS

- Cavidade de cárie ativa: amolecida, esbranquiçada, úmida; - Mancha branca ativa: fosca, rugosa, aspecto de giz.

- Cavidade de cárie inativa: dentina endurecida, cor escura; - Mancha branca inativa: brilhante e lisa.

5B – AGRAVO PARA PERIODONTO

IDENTIFICAÇÃO DE AGRAVOS ATRAVÉS DE AÇÕES DE SAÚDE

REALIZADAS DENTRO E FORA DA US (creches, escolas, grupos priorizados,

organizações e núcleos familiares)

DOENÇA PERIODONTAL

PRESENTE?

- ORIENTAÇÃO (diabete mellito, tabagismo, etilisnmo, dieta, higiene bucal); - ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA (com evidenciação do biofilme dental); - CONTROLE DO BIOFILME DENTAL; - ORIENTAÇÃO DE DIETA; - RETORNOS PERIÓDICOS CONFORME NECESSIDADE:

• ALTO RISCO – TRIMESTRAL • BAIXO RISCO – ANUAL.

SIM NÃO

- ORIENTAÇÃO SOBRE O PROCESSO SAÚDE/DOENÇA E FATORES ETIOLÓGICOS (diabete mellito, tabagismo, etilismo) - EXAME RADIOGRÁFICO; - MOTIVAÇÃO E ORIENTAÇÃO DE HIGIENE BUCAL; - ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA (com evidenciação do biofilme denta)l; - CONTROLE DO BIOFILME DENTAL; - TERAPIA COM FLÚOR; - SELAMENTO DE CAVIDADE (preferencialmente com cimento ionômero de vidro); - RASPAGEM, ALISAMENTO E POLIMENTO; - DESCONTAMINAÇÃO COM ULTRASSOM; - RECONTORNO E POLIMENTO DE RESTAURAÇÕES; - CONTENÇÕES; - EXODONTIAS

- CONTROLE E MANUTENÇÃO; - REAVALIAÇÃO

ENCAMINHAMENTO PARA ESPECIALIDADE * *VIDE

CRITÉRIOS

- Gengiva com alteração de coloração; - Alteração do contorno gengival, consistência e textura; - Sangramento gengival à sondagem; - Presença de biofilme dental visíveis; -Presença de bolsa periodontal.

- Paciente sem atividade de doença; - Gengiva rósea com aspecto de casca de laranja; - Gengiva sem calculo ou defeito marginal; - Sem sangramento a sondagem.

6C – AGRAVOS PARA TECIDOS MOLES – O CÂNCER DE BOCA

Maior atenção aos fatores de risco: idade superior a 40 anos; sexo masculino; tabagistas crônicos; etilistas crônicos;

desnutridos e imunodeprimidos; portadores de próteses mal ajustadas ou qualquer outro fator que cause irritação crônica

da mucosa bucal.

I-4 PRONTO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO

O Pronto Atendimento Odontológico (PA) é extensivo a todos os munícipes, independente da área de abrangência de

sua residência.

LOCAL: UBDS CENTRAL - 24 HORAS - TODOS OS DIAS DO ANO

AV JERÔNIMO GONÇALVES, 466.

-Atendimento de Urgências Odontológicas:

• Visa eliminar e/ou controlar a dor de origem dental de qualquer pessoa, do sistema ou não, que demande

atendimento;

IDENTIFICAÇÃO DE AGRAVOS ATRAVÉS DE AÇÕES DE SAÚDE

REALIZADAS DENTRO E FORA DA US (creches, escolas, grupos priorizados,

organizações e núcleos familiares)

- PRESENÇA DE ANTERAÇÃO DO

TECIDO MOLE

- ORIENTAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DO AUTO EXAME; - RETORNOS PERIÓDICOS CONFORME NECESSIDADE:

• ALTO RISCO – MENSAL; • BAIXO RISCO – ANUAL.

SIM NÃO

- DESCREVER AS LESÕES; - FORMULAR AS HIPÓTESES DE DIAGNÓSTICO; - QUANDO POSSÍVEL REALIZAR O TRATAMENTO; - ENCAMINHAR QUANDO NECESSÁRIO; - REAVALIAR/PROSERVAR; - ORIENTAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DO AUTO EXAME; - ORIENTARÇÃO DE HIGIENE BUCAL; - ORIENTAÇÃO QUANTO AOS FATORES DE RISCO.

-ENCAMINHAMENTO PARA ESPECIALIDADE; -MONITORAMENTO NA REDE APÓES RETORNO DA ESPECIALIDADE.

- Bordas regulares e coloração esbranquiçada ou qualquer alteração de mucosa com mais de 14 dias de existência; - Bordas irregulares e coloração avermelhada ou enegrecida.

Ausência de lesões

7• Após a finalização do atendimento de urgência, o paciente deve ser orientado para dar continuidade ao

tratamento em sua US de abrangência ou encaminhado (somente em casos de lesões suspeitas), obedecendo as

regras estabelecidas neste protocolo (item VI).

-São consideradas situações de urgência:

• Eventos hemorrágicos;

• Eventos que exijam supressão da dor ou controle de episódio infeccioso, tais como: dores de origem dental,

extrações simples, pericoronarites, pericementites, alveolites, abscessos dento-alveolares;

• Eventos traumáticos como reimplantes dentários e cimentação provisória de peças protéticas;

• Restaurações provisórias para adequação do meio bucal, para restabelecimento de conforto, até a busca de uma

solução definitiva;

• Presença de qualquer lesão oral.

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ACOLHIMENTO

- DOR ESPONTÂNEA, PULSÁTIL E INTENSA; -INCHAÇO NA FACE - ABSCESSO/FÍSTULA; - DOR PÓS EXTRAÇÃO.

TRAUMA

QUEIXAS DE URGENCIAS ODONTOLÓGICAS

AGENDAMENTO PARA GRUPO DE TRIAGEM DE RISCO

LIMPAR O LOCAL COM SORO FISIOLÓGICO 0,9%; COMPRESSÃO LOCAL COM GAZE; APLICAR COMPRESSA DE GELO; PREENCHER FICHA DE ANAMNESE /URGÊNCIA; ATENÇÃO PARA POSSÍVEIS SINAIS DE VIOLÊNCIA; PARA ADULTOS, VERIFICAÇÃO DE PA; ENCAMINHAR PARA AVALIAÇÃO /SUTURA.

-DESLOCAMENTO LATERAL: COM UMA GAZE FAZER REALINHAMENTO IMEDIATAMENTE PARA EVITAR A FORMAÇÃO DE COÁGULO; -DESLOCAMENTO PARA FORA DO ALVÉOLO: FAZER REALINHAMENTO IMEDIATAMENTE; -DESLOCAMENTO PARA DENTRO DO ALVÉOLO: NÃO DEVE SER FEITO NENHUM PROCEDIMENTO NO SENTIDO DE REPOSICIONAR O ELEMENTO. APLICAR COMPRESSA DE GELO SE TIVER EDEMA;

-COLOCAR O FRAGMENTO DO DENTE EM SORO FISIOLÓGICO A 0,9% OU ÁGUA; -SE HOUVER TRAUMA DE MUCOSA, -FAZER IMEDIATAMENTE - COMPRESSA COM GELO;

-NUNCA REIMPLANTAR DENTE DECÍDUO -LIMPAR A REGIÃO AFETADA COM SORO FISIOLÓGICO 0,9%; -ORIENTAR A MORDER UM ROLETE DE GAZE -APLICAR COMPRESSA COM GELO SE TIVER EDEMA (INCHAÇO);

Presença de qualquer lesão oral

HEMORRAGIA

-FAZER COMPRESSÃO COM GAZE; -FAZER COMPRESSA EXTERNA COM GELO; - EM CASO DE GRANDE SANGRAMENTO, FAZER MEDICAÇÃO INJETÁVEL DE VITAMINA K - SUTURA

OBSERVAR SINAIS SUGESTIVOS DE VIOLÊNCIA FÍSICA. SE CONFIRMADO, OBSERVAR FLUXO ESPECÍFICO PARA SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA.

ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO IMEDIATO NA US

-SE O DENTE FOI RECUPERADO, LAVAR COM SORO FISIOLÓGICO 0,9% SEM FAZER FRICÇÃO; -REIMPLANTAR IMEDIATAMENTE NO ALVÉOLO OBSERVANDO A FACE -(POSIÇÃO) CORRETA; -NA IMPOSSIBILIDADE DE REIMPLANTE, O DENTE DEVE SER MANTIDO DEBAIXO DA LÍNGUA DO PACIENTE, OU EM SORO FISIOLÓGICO A 0,9% PREFERENCIALMENTE, OU AINDA, NO LEITE ATÉ O MOMENTO DO REIMPLANTE; -APLICAR COMPRESSA COM GELO SE TIVER EDEMA (INCHAÇO); -SE O DENTE NÃO FOI RECUPERADO, ORIENTE QUE A RECUPERAÇÃO IMEDIATA É MUITO IMPORTANTE, POIS O ELEMENTO PODE SER REIMPLANTADO. E TAMBÉM ORIENTE COMO DEVE SER CONSERVADO ATÉ O MOMENTO DO REIMPLANTE.

DESLOCAMENTO DE DENTES

POR TRAUMA

CORTE DE LÁBIO / LÍNGUA /

MUCOSA ORAL

PERDA DO DENTE DECÍDUO

(DENTE DE LEITE) POR TRAUMA

AVULSÃO

PERDA DO DENTE

PERMANENTE POR TRAUMA

- ORIENTAR BOCHECHOS COM ÁGUA MORNA; - NÃO FAZER COMPRESSA QUENTE; - EVITAR AQUECIMENTO LOCAL; - EVITAR EXPOSIÇÃO AO SOL;

FRATURA DE DENTES POR

TRAUMA

FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA NA ATENÇÃO BÁSICA

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II-ATENDIMENTO A GRUPOS PRIORITÁRIOS

II-1-ATENDIMENTO DA GESTANTE NA ATENÇÃO BÁSICA – PROGRAMA MEU BEM QUERER

O estado de saúde bucal apresentado durante a gestação tem íntima relação com a saúde geral da gestante, podendo

influenciar diretamente na saúde geral e bucal do bebê.

A gravidez é uma fase ideal para a conscientização e incorporação de bons hábitos, pois a gestante mostra-se mais

receptiva para adquirir novos conhecimentos e mudar padrões que provavelmente terão influências no desenvolvimento

do bebê.

HEMORRAGIA PÓS-CIRÚRGICA HEMORRAGIA TRAUMÁTICA

PEQUENO SANGRAMENTO

GRANDE SANGRAMENTO

AUSÊNCIA DO DENTISTA

CIRURGIÃO DENTISTA

ENFERMEIRO MÉDICO

AUSÊNCIA DO DENTISTA CIRURGIÃO DENTISTA

AUSÊNCIA DO DENTISTA

CIRURGIÃODENTISTA

MÉDICO

MEDICAÇÃO INJETÁVEL VITAMINA “K”;

INVESTIGAÇÃO DAS POSSÍVEIS CAUSAS.

ENFERMEIROMÉDICO

COMPRESSÃO COMPRESSA COM GELO

SUTURA

SE NECESSÁRIO

COMPRESSÃO COM GAZE

PERSISTINDO SANGRAMENTO – REGULAÇÃO DE

URGÊNCIA

BUCO-MAXILO-FACIAL

*¹ NECESSIDADE DE ATENDIMENTO

IMEDIATO

10São três as limitações que envolvem a prática do tratamento odontológico em pacientes grávidas:

• Impossibilidade de atendimentos prolongados, especialmente com a gestante em posição de decúbito dorsal;

• Atenção à prescrição de medicamentos;

• Cuidados na utilização da radiografia.

O tratamento odontológico pode ser realizado em qualquer período gestacional, embora o segundo trimestre (entre

o quarto e o sexto mês) seja o momento mais oportuno, pois nessa fase, mãe e bebê encontram-se num período de maior

estabilidade.

As mães que participam do Programa já são orientadas a aderirem à Clínica do Bebê.

FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DA GESTANTE NA ATENÇÃO BÁSICA

ATIVIDADE DA DOENÇA

PRESENTE?

SIM NÃO

CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ NA US

- AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE INDIVIDUAIS OU COLETIVAS; -AÇÕES DE FLUORTERAPIA; - PROCEDIMENTOS PREVENTIVOS; - ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL; - ATENDIMENTO CLÍNICO INDIVIDUAL NA US.

- AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE INDIVIDUAIS OU COLETIVAS; - PROCEDIMENTOS PREVENTIVOS.

ENFERMAGEM ENCAMINHA GESTANTE PARA AVALIAÇÃO

ODONTOLÓGICA

11II-2-ATENDIMENTO DO BEBÊ NA ATENÇÃO BÁSICA – CLÍNICA DO BEBÊ

As ações programadas devem ser iniciadas o mais precocemente possível, no período materno-fetal, quando são

desenvolvidas ações educativas para as famílias sobre os cuidados com o bebê, independentemente do fator de risco,

com atividades continuadas no pós-parto.

A prevenção da cárie dentária, por meio do controle da dieta, pode ser desenvolvida desde a vida intra-uterina,

especificamente, a partir do quarto mês de gestação, período em que se inicia o desenvolvimento do paladar do bebê;

portanto, a implementação de novos hábitos alimentares da mãe proporcionará uma melhor condição de saúde bucal

para seu filho.

Já nos primeiros meses de vida do bebê, podem surgir na família, os primeiros hábitos inadequados como, por

exemplo, amamentação noturna, com ausência de higiene bucal e estimulação para o uso de chupetas.

Os hábitos da família determinam o comportamento que os filhos adotarão.

Hábitos saudáveis são fundamentais, como, por exemplo, hábitos de higiene bucal e de alimentação equilibrada.

A amamentação, além da importância nutricional e afetiva, durante o primeiro ano de vida é fundamental para a

prevenção da má oclusão.

II-2-A-CUIDADOS QUE A MÃE OU CUIDADOR DEVERÃO TER EM RELAÇÃO À SAÚDE BUCAL DO

BEBÊ

Primeiramente, cuidar da sua própria saúde. O nível de saúde bucal da mãe tem relação com a saúde bucal do bebê.

Hábitos familiares saudáveis serão assimilados pelas crianças e as conseqüências serão mais favoráveis a uma saúde

bucal desejável. Assim, o profissional ou CD deverá estimular a alimentação saudável, higiene adequada e

amamentação natural. Deverá ainda alertar quanto ao uso de chupetas, mamadeiras com conteúdos sem açúcar e

chupetas com bicos ortodônticos, que poderão amenizar os problemas de má oclusão.

Atentar a família e cuidadores quanto à transmissibilidade da doença cárie, orientando-os a não assoprar os

alimentos antes de oferecer ao bebê, não usar o mesmo talher para se alimentar e ao bebê, concomitantemente, não

beijar o bebê na boca, etc.

II-2-B-QUANDO LEVAR O BEBÊ AO DENTISTA?

Já nos primeiros meses de vida, mesmo antes da erupção dos primeiros dentes, os pais poderão procurar a equipe

de saúde bucal das US para obter informações sobre as reuniões e atendimentos da Clínica do Bebê. Nesses contatos, o

Cirurgião-Dentista e sua equipe reforçarão as informações e orientações importantes a respeito das causas e da

transmissão da cárie, da alimentação, da higiene da boca do bebê e do uso adequado do flúor.

12A equipe de enfermagem também deve estar sensibilizada quanto à necessidade de orientar os pais a procurar a

equipe de Saúde Bucal para obter informações sobre a Clínica do Bebê.

II-2-C-PROTOCOLO DA LIMPEZA DA BOCA DO BEBÊ

A limpeza da boca antes da erupção dos dentes deverá ser realizada com fralda, de tecido, limpa, reservada para

este único fim, ou gaze, embebidos em água filtrada ou fervida ou soro fisiológico, uma vez ao dia.

FLUXOGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL DO BEBÊ NA ATENÇÃO BÁSICA

II-3-ATENDIMENTO DO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA

Segundo o Estatuto do Idoso (lei n˚ 10.741, de 10 de outubro de 2003) é considerada idosa, pessoa com idade

igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral

de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para

preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de

liberdade e dignidade.

-ATIVIDADE DA DOENÇA CÁRIE

PRESENTE? -PRESENÇA DE PLACA?

-LESÕES BRANCAS NÃO

- SÃO DESENVOLVIDAS AÇÕES EDUCATIVAS SOBRE OS CUIDADOS COM O BEBÊ ANTES MESMO DO PARTO; - AS MÃES SÃO ORIENTADAS E CONVIDADAS A INTEGRAREM OS GRUPOS DE REUNIÕES E ATENDIMENTOS DA CLÍNICA DO BEBÊ..

- EQUIPE DE ACOLHIMENTO ENCAMINHA MÃE E BEBÊ PARA QUE A EQUIPE ODONTOLÓGICA (DESDE O PRIMEIRO RETORNO DE PUERICULTURA) A ORIENTE A INTEGRAR OS GRUPOS DE REUNIÕES E ATENDIMENTOS DA CLÍNICA DO BEBÊ.

SIM

- AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE; - PROCEDIMENTOS PREVENTIVOS.

- AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE; - PROCEDIMENTOS PREVENTIVOS; - PROCEDIMENTOS CURATIVOS; - FLUORTERAPIA; - ENCAMINHAMENTO PARA ESPECIALIDADE.

NÃO SIM MÃE PARTICIPOU DO PROGRAMA

MEU BEM QUERER?

BEBÊ É INSCRITO NO PROGRAMA DA US

13É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta

prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,

à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Visando personalizar o atendimento, o profissional deve chamar o idoso pelo nome, não se utilizando as expressões

“titio” ou “vovô”. Abordar o idoso face a face para facilitar a leitura labial. O profissional, sempre que possível, deve

evitar o uso da máscara clínica, neste momento.

Ao preencher os dados cadastrais, preferencialmente, dirigir-se ao idoso e não ao acompanhante, que supostamente

prestaria informações com maior agilidade.

Dirigir-se ao acompanhante somente quando verificar que o idoso apresenta alguma dificuldade que não o permita

prestar as informações adequadamente.

Demonstrar respeito e paciência.

Explicar detalhadamente as etapas do processo de atendimento como consultas, exames ou marcação de consultas

especializadas. O idoso muitas vezes sente-se inseguro em relação às informações recebidas.

Exprimir-se com voz normal, grave, lentamente e articulando bem as palavras. Evitar falar alto. A atenção diminui,

o idoso se irrita e se desinteressa pela conversação.

Atenção:

• Na prescrição de medicamentos (posologia e interações medicamentosas). A integração com a equipe

médica que acompanha o idoso é muito importante;

• Câncer bucal:- exame profissional e auto-exame.

14FLUXOGRAMA DA ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL DO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA

III - ENCAMINHAMENTO PARA ATENDIMENTO DE ESPECIALIDADES

III-1-INFORMAÇÕES GERAIS

• Os encaminhamentos serão feitos, enquanto o sistema não estiver informatizado, através de Guia de Referência

(Verde – SAL – 0012 - CODERP) e enviados à Central de Regulação Odontológica, via malote;

PACIENTE COM MAIS DE 60 ANOS

CAPTAÇÃO: • DEMANDA ESPONTÂNEA; • BUSCA ATIVA; • ENCAMINHAMENTO.

PRÉ-ATENDIMENTOAPRESENTA

DEPENDÊNCIA FUNCIONAL?

NÃO

ATENDIMENTO NA US

EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÕES GERAIS

ATENDIMENTO CLÍNICO

ENCAMINHAMENTO MULTIDISCIPLINAR

RETORNO PROGRAMADO PARA

MANUTENÇÃO

FUNCIONALMENTE DEPENDENTE E FRAGILIZADO

EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÕES AOS

CUIDADORES DE IDOSOS

AVALIAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

NO DOMICÍLIO

ATENDIMENTO DOMICILIAR DE URGÊNCIA

AVALIAÇÃO ODONTOLÓGICA

VISITA PROGRAMADA

NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA

SIM

15• Só deverão ser encaminhados pacientes que necessitem de especialidades, após tratamento básico

completado (exceto em casos de necessidade de diagnóstico especializado para lesões orais);

• Deverá acompanhar a Guia de Referência, laudo médico no caso dos pacientes especiais ou com necessidades

especiais (CID 10), relatando a patologia que o acomete, contendo ainda as condutas necessárias para o

tratamento odontológico;

• Casos de urgência que não possam ser resolvidos nas Unidades de Saúde deverão ser regulados através do

telefone da Central de Regulação Odontológica - 0 XX 16 3977- 9338;

• Não serão aceitas Guias de Referência solicitando atenção básica, sem justificativa.

• Após o término do tratamento nas especialidades, todos os pacientes deverão ser contra-referenciados para a

Central de Regulação de Odontologia, através do impresso próprio (até que o sistema não esteja

informatizado), disponibilizado a todos os serviços e prestadores (Guia de Contra-Referência Odontológica –

Anexo I).

• CENTRAL DE REGULAÇÃO ODONTOLÓGICA

RUA PRUDENTE DE MORAIS Nº 457 - RIBEIRÃO PRETO-SP.

FONE: 0.XX.16.3977- 9338

III-2-GUIA DE REFERÊNCIA

Todos os campos devem ser preenchidos com letra legível, preferencialmente com letra “de forma”.

CAMPOS DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO:

• Carimbo da unidade de origem;

CAMPO I – IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

• Nome do paciente;

• Número Hygia;

• Endereço completo, inclusive com CEP;

• Data de nascimento;

• Nome da mãe;

• Número do Cartão Nacional de Saúde;

• Telefone (se houver);

CAMPO II – JUSTIFICAÇÃO DA REFERÊNCIA

• Descrever os procedimentos já realizados e a hipótese diagnóstica;

16CAMPO III – MOTIVO DO ENCAMINHAMENTO

• Descrever detalhadamente os procedimentos solicitados. Se preferir pode descrever os procedimentos no verso

da Guia;

CAMPO IV – PROFISSIONAL SOLICITANTE

• Carimbo legível e assinatura do profissional que gerou a Guia;

CAMPO V – AGENDAMENTO

• Assim que o paciente for agendado, a Guia de Referência será enviada à US de origem, com data, horário e

local da consulta do paciente. O agendamento será efetuado em tempo suficiente para que o responsável por

esse serviço na Unidade contacte o paciente para que o mesmo vá buscar a Guia para poder apresentá-la no dia

da consulta.

IMPORTANTE: No momento da entrega da Guia com a consulta agendada, orientar e certificar-se de que o paciente

entendeu todas as informações a ele dadas.

III-3-FICHA DE CONTRA-REFERÊNCIA ODONTOLÓGICA

A exemplo da guia de referência, todos os campos devem ser preenchidos com letra legível, preferencialmente com

letra “de forma”.

• Será emitida após a realização dos procedimentos especializados solicitados ou se a US encaminhou o paciente

sem a realização dos procedimentos básicos;

• Será encaminhada para a Central de Regulação Odontológica, que a destinará à origem;

• Nas fichas de contra-referência serão apontados os procedimentos necessários para manutenção do caso

clínico, eventuais procedimentos básicos que não foram anteriormente realizados, os complementares para o

término do tratamento ou secundários que não foram solicitados no primeiro encaminhamento;

O paciente será contra-referenciado ao cirurgião-dentista responsável pelo seu encaminhamento

No município de Ribeirão Preto, todos os pacientes em alta terão automaticamente uma consulta agendada em sua US

de origem, dentro do período proposto na contra-referência para manutenção e/ou acompanhamento. Este agendamento

fica a cargo do gerente.

CAMPOS DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO:

• Carimbo da unidade de origem;

CAMPO I – IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

• Nome do paciente;

• Número Hygia;

• Endereço completo, inclusive com CEP;

17• Data de nascimento;

• Nome da mãe;

• Número do Cartão Nacional de Saúde;

• Telefone (se houver);

CAMPO II – JUSTIFICAÇÃO DA CONTRA-REFERÊNCIA

• Assinalar o motivo da contra-referência e

• Descrever os procedimentos solicitados se for o caso.

CAMPO III – LOCAL PARA APRESENTAÇÃO DA CONTRA-REFERÊNCIA

• Deve ser devolvida sempre para a Central de Regulação Odontológica, que se encarregará de encaminhá-la ao

local adequado.

• As informações solicitadas neste campo são encontradas na Guia de Referência e são importantes para que a

Central de Regulação Odontológica possa dar o prosseguimento adequado do caso;

• Todas as Contra-Referências Odontológicas são devolvidas aos cuidados dos gerentes das US de origem do

paciente, para que os mesmos possam encaminhá-las aos profissionais responsáveis pelo referenciamento

inicial e esses possam continuar a seguir o caso.

CAMPO IV – PROFISSIONAL SOLICITANTE

• Carimbo legível e assinatura do profissional que gerou a Ficha;

• CRO e data.

OBS: Modelo de Contra-Referência Odontológica atualmente em uso na Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão

Preto – ANEXO I.

É papel da Atenção Básica estabelecer uma rede de comunicação entre todos os níveis de atenção dos serviços de Saúde

no município de Ribeirão Preto, assegurando com isto o acesso a uma atenção integral. Para sua efetivação é importante a

observação dos critérios recomendados a seguir:

18FLUXOGRAMA BÁSICO PARA ENCAMINHAMENTO PARA ESPECIALIDADES

-A US DE ORIGEM DEVE ENCAMINHAR DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS ESTABELECIDOS NESTE

PROTOCOLO (ITEM III-1 - INFORMAÇÕES GERAIS); -FAZ A PROSERVAÇÃO DO CASO ENQUANTO PACIENTE

AGUARDA MARCAÇÃO DA CONSULTA NA ESPECIALIDADE;

ENCAMINHA A GUIA DE REFERÊNCIA PARA A CENTRAL DE REGULAÇÃO ODONTOLÓGICA - SMS

- A CENTRAL DE REGULAÇÃO ODONTOLÓGICA AGENDA O PACIENTE; - DEVOLVE A GUIA DE REFERÊNCIA COM OS DADOS DA CONSULTA AGENDADA PARA A US DE ORIGEM, EM TEMPO HÁBIL PARA QUE O PACIENTE POSSA SER AVISADO; - PACIENTE RETIRA A GUIA DE REFERÊNCIA NA US E É ORIENTADO A COMPARECER NO LOCAL E DATA AGENDADOS; - RECEBE O TRATAMENTO PROPOSTO; - É CONTRA-REFERENCIADO PARA A CENTRAL DE REGULAÇÃO COM AS ORIENTAÇÕES DA ESPECIALIDADE PARA PROSERVAÇÃO E/OU ACOMPANHAMENTO E/OU TÉRMINO DO CASO CLÍNICO.

US DE ORIGEM: • FINALIZA O

TRATAMENTO E/OU • FAZ MANUTENÇÃO

E/OU • FAZ A PROSERVAÇÃO

DO CASO.

19III – 4 – TABELA DE CRITÉRIOS DE ENCAMINHAMENTOS PARA ESPECIALIDADE

ESPECIALIDADE CRITÉRIOS PARA O ENCAMINHAMENTO Situações em que se enquadra o encaminhamento:

RESPONSABILIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA

CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

- Dentes inclusos ou semi-inclusos (enviar rx periapical); - Frenectomia – em casos onde o freio labial é bem desenvolvido, que penetre na papila, causando diastema. Após a erupção dos incisivos superiores (acima de 12 anos); - Bridectomia – quando a sua inserção dificultar a higienização e/ou causar recessão gengival; - Lesões hiperplásicas pelo uso de próteses mal adaptadas; - Lesões suspeitas.

Todos os dentes com exodontia indicada (inclusive para finalidade protética e/ou ortodôntica) deverão ser extraídos nas Unidades de Saúde.

-Procedimentos terapêuticos a serem adotados na atenção básica ante a um quadro agudo com indicação de exodontia: usar sempre o bom senso

Antibiótico -*²Amoxicilina – dose inicial – 2 cápsulas 500mg. Continuar com a terapia por 7 dias com 1 cápsula de 500mg a cada 8h. -Alérgicos à penicilina: substituir por 2 cápsulas de Cefalexina 500 mg iniciais e na seqüência, 1 cápsula a cada 6 horas por 7 dias.

Anti-inflamatório – associado com antibiótico. -Diclofenaco 50mg – 15 comprimidos – tomar 1 comprimido a cada 8 horas durante 5 dias. -Trauma extenso - Dexametazona – Decadron 4 mg – 1 comprimido de 12 em 12 horas nos primeiros 3 dias. 4º e 5ºs dias – 1 comprimido por dia.

Analgésico -Dipirona – 35 a 40 gotas de 6 em 6 horas. -Crianças – 1 gota por quilo de peso. Extrações Múltiplas: (quando serão feitas por etapas - dias ou semanas consecutivas) frente antibiótico terapia, adotar a conduta acima*² como inicial. Na seqüência, adotar a profilaxia antibiótica em cada nova intervenção – 2g de Amoxicilina ou 2g de Cefalexina, 2 horas antes da intervenção e 1 g, 8 horas após. Prescrições estas sempre associadas às medicações anti-inflamatórias e analgésicas

TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

O paciente acidentado será regulado pela Central de Regulação de Emergência – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). As contra-referências de pacientes do atendimento hospitalar de emergência serão encaminhadas para as US de origem dos mesmos com as orientações devidas a cada caso.

20

ESPECIALIDADE CRITÉRIOS PARA O ENCAMINHAMENTO Situações em que se enquadra o encaminhamento:

RESPONSABILIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA

ENDODONTIA

-Ter concluído o tratamento nas Unidades da Rede Básica; -Ser dente permanente; -Quando o dente necessitar de prótese, verificar com o paciente, o seu real interesse em manter esse dente e dar prosseguimento ao tratamento; -Nos casos de retratamento¹, haverá uma avaliação da equipe do CEO quanto ao prognóstico. ¹Encaminhar os que têm sintomatologia dolorosa. Os dentes assintomáticos que apresentem imagens radiográficas apontando tratamento inadequado, com ou sem lesão periapical, devem sofrer acompanhamento radiográfico. Caso surja lesão periapical ou esta aumentar de tamanho, deve ser feito o encaminhamento para avaliação da viabilidade do retratamento.

Preparo prévio do dente para ser encaminhado para tratamento endodôntico: • Radiografia comprobatória da abertura coronária ou a descrição dos procedimentos de abertura realizados, conforme relação abaixo: - remoção de tecido cariado; - abertura coronária; - remoção do remanescente pulpar; - desinfecção do conduto radicular; - curativo endodôntico; - restauração provisória (se for o caso). • Atenção para os casos onde há necessidade de antibioticoterapia; • Dor de origem endodôntica deverá ser controlada na US até que surja vaga para tratamento na especialidade. - Hiperemia pulpar: somente remoção da causa. Não requer intervenção medicamentosa; - Pulpite irreversível: abertura coronária e pulpectomia; Pós operatório – analgésico (Paracetamol 500mg de 6/68h); - Necrose Pulpar: abertura coronária e penetração desinfectante; - Abscesso Dental Associado à Necrose Pulpar: - Abertura coronária com drenagem via canal e paciente sem febre – sem medicação - Abertura coronária sem drenagem via canal ou paciente com febre – medicar Antibiótico: Amoxicilina – dose inicial – 2 cápsulas de 500mg. Continuar com a terapia por 7 dias com 1 cápsula de 500mg a cada 8 horas. Alérgicos a penicilina: substituir por 2 cápsulas de Cefalexina 500 mg iniciais e na seqüência, 1 cápsula a cada 6 horas por 7 dias Antiinflamatório: Diclofenaco 50mg – 15 comprimidos – tomar 1 a cada 8 horas Analgésico:

Paracetamol 500mg – 1 comprimido a cada 6 horas ou Dipirona gotas – 35 a 40 gotas de 6 em 6 horas. Crianças – Dipirona gotas - 1 gota por quilo de peso. Reavaliar em 24 horas. - Drenagem de abscesso Intra-oral Antibiótico: Amoxicilina – dose inicial – 2 cápsulas de 500mg. Continuar com a terapia por 7 dias com 1 cápsula de 500mg a cada 8 horas. Alérgicos a penicilina: substituir por 2 cápsulas de Cefalexina 500 mg iniciais e na seqüência, 1 cápsula a cada 6horas por 7 dias Antinflamatório: Diclofenaco 50mg – 15 comprimidos – tomar 1 comprimido a cada 8 horas Analgésico:

Paracetamol 500mg – 1 comprimido a cada 6 horas ou Dipirona gotas– 35 a 40 gotas de 6 em 6 horas. Crianças – Dipirona gotas - 1 gota por quilo de peso. Reavaliar em 24 horas.

21

ESPECIALIDADE CRITÉRIOS PARA O ENCAMINHAMENTO Situações em que se enquadra o encaminhamento:

RESPONSABILIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA

DENTÍSTICA RESTAURADORA

-Mediante justificativa – grande destruição coronária e necessidade de aumento de coroa clínica. - Exceções, contatar a Central de Regulação

CIRURGIA ORTOGNÁTICA

-Pacientes Contra-Referenciados do Hospital das Clínicas (HC) também seguem a lógica da Regulação;

• As cirurgias ortognáticas e são somente realizadas no HC (Equipe do CIEDEF no Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço - CCP).

-Todo tratamento básico deve ser realizado antes de efetuar o encaminhamento

ODONTOPEDIATRIA COP – Centro de Odontopediatria

-Faixa etária: 0 a 4 anos incompletos - não colaborador.

-É necessário que tenham sido feitas duas tentativas de atendimento na rede; -Tentar vários profissionais da rede antes de encaminhar, objetivando empatia; -Tentar aliviar a dor.

ODONTOPEDIATRIA

-Faixa etária – 0 a 12 anos - não colaborador; -Casos de grandes reabilitações, grandes perdas dentais, necessidades comprovadas de dentística especializada e endodontia. O encaminhamento deve conter os elementos que deverão sofrer intervenção.

• Não será acatada como justificativa de encaminhamento: “o paciente não aceita tratamento / não colaborador” sem que o mesmo tenha passado por consulta por outro(s) profissional(is) da US, em busca de uma possível empatia. Anotar na Guia de Referência a data de pelo menos 02 tentativas.

-Realizar os procedimentos possíveis na rede, sendo o paciente colaborador;

22ESPECIALIDADE CRITÉRIOS PARA O

ENCAMINHAMENTO Situações em que se enquadra o encaminhamento:

RESPONSABILIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA

PERIODONTIA - Tratamento não cirúrgico de periodontia avançada (com bolsas acima de 4 mm) - Cirurgia periodontal com acesso – por elemento ou por segmento – com bolsas acima de 4 mm - Cirurgia pré-protética – aumento de coroa clínica, para restaurações e próteses (dentes que apresentem fratura ou cárie subgengival). - Bridectomia – quando a sua inserção dificultar a higienização e/ou causando recessão gengival; - Splint – não em casos de traumatismo, somente em casos onde o paciente já passou pelo tratamento periodontal especializado; - Cunha distal ou mesial – nos casos de bolsas com mais de 4mm, onde se verifique hiperplasia gengival que impossibilite a higienização; - Gengivectomia e gengivoplastia – onde exista hiperplasia gengival, inclusive medicamentosa ou crateras interproximais.

A US deverá encaminhar o paciente com: - RAP (raspagem, alisamento, polimento) realizada; - Preservação deste primeiro tratamento; - Respeitar a vontade do paciente: encaminhando somente aqueles que tenham interesse no tratamento; - Orientações sobre higiene bucal, controle de biofilme e profilaxia; - Remoção de fatores retentivos de biofilme (adequação do meio com ionômero de vidro ou cimento provisório resistente); - Tratamento de processo periodontal agudo efetuado (drenagem de abscessos, GUNA, pericoronarite – parte emergencial, prescrições terapêuticas, entre outros). IMPORTANTE: - Não encaminhar dentes condenados – mobilidade vertical, raízes residuais - extraí-los previamente para início do tratamento dos demais; - Atenção para os casos onde há necessidade de terapia medicamentosa: usar sempre o bom senso.

Procedimentos terapêuticos a serem adotados na

atenção básica ante a um quadro agudo em periodontia:

1ª Etapa -Adequação ao meio bucal; -Descontaminação com ultra-som; -Adoção de medidas eficazes de Higiene Oral;-Recomendar uso de Solução de Clorexidina 0,12% de 12 em 12h – bochechar (pura, sem diluir) durante 1 minuto – usar 1 frasco. 2ª Etapa -Nova descontaminação com ultra-som. -Reforço quanto à Higiene Oral. -Entrar com terapia medicamentosa à base de Metronidazol 250mg – 8 em 8 horas, por 10 dias – Alertar para não ingerir bebida alcoólica durante o uso deste medicamento, devido à interação da droga com o álcool. A Azitromicina 500mg também poderá ser usada – 1 comprimido/dia, 2 horas antes do almoço ou 2 horas antes do jantar, por 06 dias. Ao sair da fase aguda, realizar raspagem convencional. Após estas medidas, permanecendo o quadro de doença periodontal, encaminhar para especialidade.

23ESPECIALIDADE CRITÉRIOS PARA O

ENCAMINHAMENTO Situações em que se enquadra o encaminhamento:

RESPONSABILIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA

PRÓTESE DENTÁRIA -A preferência para grandes reabilitações é Prótese Parcial Removível. -Buscar o comprometimento do usuário com o tratamento antes de encaminhá-lo para confecção de próteses. -Próteses extensas não são executadas em nossos prestadores. Limitar os encaminhamentos a próteses de no máximo quatro elementos por indivíduo. OBS: Esclarecer aos pacientes, que aguardam por PPF, que as mesmas demandam muito tempo para confecção, são mais dispendiosas e a espera é muito maior.

-Para receber encaminhamento para Prótese Parcial Removível (PPR), o paciente deve estar com todas as restaurações, exodontias e periodontia básicas realizadas; -Para Próteses Totais (PT), a exemplo das PPRs, todas as exodontias já deverão ter sido realizadas; -Somente cirurgias pré-protéticas poderão ser solicitadas (remoção de hiperplasias, tórus e exostoses, correção de bridas, aprofundamento de vestíbulo, etc); -Próteses Parciais Fixas (PPF): os elementos devem ter recebido a adequação necessária para que o paciente possa aguardar o encaminhamento com conforto e função. - Especificar na Guia de Referência o tipo de Prótese solicitada (Superior, Inferior, Total, Removível e no caso das Fixas, especificar os elementos)

IMPLANTODONTIA Suspenso Suspenso

ORTODONTIA -Somente são aceitos pacientes para ortodontia preventiva com classificação de Angle de classe I, com dentes hígidos ou perfeitamente restaurados e ainda, com idade entre 06 e 08 anos; -Esclarecer aos responsáveis quanto à grande demanda acarretando em grande espera; -Não temos vagas para ortodontia corretiva;

Todo tratamento básico deve ser realizado antes de efetuar o encaminhamento

OCLUSÃO -São confeccionadas placas oclusais, jigs e realizada terapia para dor orofacial;

• Casos de urgência são passíveis de agendamento breve, porém, o tratamento consistirá em somente tirar o paciente da crise. Após o alívio dos sintomas o paciente retorna à fila de espera.

Todo tratamento básico deve ser realizado antes de efetuar o encaminhamento

24

ESPECIALIDADE CRITÉRIOS PARA O ENCAMINHAMENTO Situações em que se enquadra o encaminhamento:

RESPONSABILIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA

PACIENTES ESPECIAIS (deficiência física, mental, síndromes em geral, pacientes de risco – hipertensos, cardiopatas, que tiveram Acidente Vascular Encefálico – AVE, hemofílicos e outros);

- Paciente não é colaborador*³, após pelo menos 2 tentativas frustradas de atendimento na US (anotar as datas das tentativas de atendimento); - Prestar o maior número de informações possíveis no que diz respeito às necessidades de tratamento destes pacientes, isto é, quais elementos necessitam de intervenção e qual o tipo de intervenção; - Haverá necessidade de acompanhar a Guia de Referência, laudo médico da patologia que acomete o paciente especial (CID 10), contendo ainda as condutas necessárias para o tratamento odontológico;

-Quando possível, todo tratamento básico deve ser realizado na US; - Manutenção Clínica de pacientes colaboradores.

*³-Com movimentos involuntários que coloquem em risco a sua integridade física e aqueles cuja história médica e condições complexas necessitem de uma atenção especializada (não há necessidade de duas tentativas neste caso); -Pacientes com sofrimento mental que apresentam dificuldade de atendimento nas US, após duas tentativas frustradas de atendimento; -Paciente com deficiência mental, ou outros comprometimentos que não responde a comandos, não cooperativo, após duas tentativas frustradas de atendimento dentro da rede básica; -Paciente com deficiência visual ou auditiva ou física quando associado aos distúrbios de comportamento, após duas tentativas frustradas de atendimento dentro da rede básica; -Pessoas com patologias sistêmicas crônicas, endócrino-metabólicas, alterações genéticas e outras, quando associadas ao distúrbio de comportamento; -Paciente com distúrbio neurológico “grave” (ex. paralisia cerebral); -Pacientes com doenças degenerativas do sistema nervoso central, quando houver a impossibilidade de atendimento na US; -Paciente autista; -Crianças de 0 a 2 anos com cárie aguda ou crônica generalizada, que não cooperam com o atendimento clínico, após duas tentativas frustradas de atendimento dentro da rede básica; -Outros desvios comportamentais que tragam alguma dificuldade de condicionamento; -Outras situações não descritas que podem ser pactuadas com o profissional de referência e definidas pelo nível local, mediante relatório detalhado e assinatura do profissional.

25

ESPECIALIDADE CRITÉRIOS PARA O ENCAMINHAMENTO Situações em que se enquadra o encaminhamento:

RESPONSABILIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA

RADIOLOGIA

- Utilizar este recurso, quando as radiografias periapicais não são suficientes para o fechamento do diagnóstico; - Justificar devidamente - Dependendo das modificações orais produzidas, podem ser repetidas anual ou bi-anualmente.

HIV/AIDS Ambulatório NGA

-Poderá ser encaminhado, o paciente que necessite de acompanhamento e aconselhamento multidisciplinar. Procedimentos passíveis de serem realizados no Serviço: - Tratamento cirúrgico: exodontias, remoções de raízes residuais; - Lesões orais devido à infecção pelo HIV;- Lesões que necessitem exame histopatológico; - Pacientes com comprometimento clínico e hematológico; - Pacientes com necessidade de acolhimento e aconselhamento multidisciplinar; - Pacientes, os quais o CD encarregado, após avaliação do caso, julgou melhor serem atendidos no Serviço.

-Quando possível, todo tratamento básico deve ser realizado na US

26IV-ORIENTAÇÕES PARA CONDUTAS FRENTE ÀS CONDIÇÕES SISTÊMICAS MAIS COMUMENTE

RELACIONADAS COM O TRATAMENTO ODONTOLÓGICO

IV-1-DIABETE MELLITO (DM):

Diabete Mellito é um grupo de doenças metabólicas que apresentam em comum a hiperglicemia crônica, de

etiologia e patofisiologia diferentes, associada a distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas.

A classificação mais atual da DM constitui-se de 4 tipos: tipo 1, tipo 2, diabete gestacional e outros tipos

específicos (defeitos genéticos funcionais da célula beta, defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do pâncreas

exócrino, endocrinopatias, induzida por fármacos e agentes químicos ou infecções, formas incomuns de diabetes

imuno-mediado e outras síndromes genéticas geralmente associadas ao diabetes).

As formas mais comuns são os tipos 1 e 2 que anteriormente eram denominados, respectivamente, de diabete

insulino-dependente ou juvenil e diabete não insulino-dependente ou do adulto. Estas nomenclaturas foram

desestimuladas devido às confusões em se classificar pacientes que eram diabete não insulino-dependentes, mas que

eram tratados pela insulina. Desta forma a classificação atual baseia na etiologia da doença.

O diabete tipo 1 caracteriza-se por destruição da célula beta, geralmente ocasionando deficiência absoluta de

insulina, de natureza auto-imune ou idiopática. Já o tipo 2 caracteriza-se por resistência dos tecidos periféricos à ação

da insulina e diminuição da secreção pancreática da insulina em resposta à glicose, de origem não imunológica.

O tipo 1 é mais comum em jovens (abaixo de 25 anos) de ambos os sexos e da raça branca, com início agudo.

Estes pacientes apresentam tendência a desenvolver cetoacidose. O tipo 2 é mais comum em pessoas mais velhas, está

fortemente ligado a história familiar positiva para DM, obesidade e falta de exercício físico, sexo feminino

(particularmente em mulheres com histórico de diabete gestacional) e negros, além de apresentar início mais brando a

cetoacidose ocorre em situações específicas como em infecções graves.

O termo diabete gestacional refere-se a casos de mulheres que desenvolveram a diabete durante a gestação.

Nestes casos o quadro pode desaparecer no pós-parto ou passar a ser permanente.

A hiperglicemia crônica pode produzir danos tais como disfunção e falência de vários órgãos, especialmente

rins, olhos, nervos, coração e vasos sangüíneos. Os sintomas clássicos da diabete são a síndrome dos 4 P: Poliúria

(aumento na excreção de urina principalmente noturno), Polifagia (aumento da ingestão de alimentos), Polidipsia

(aumento da ingestão de líquidos) e Perda de peso. Com freqüência, os sintomas clássicos (perda inexplicada de peso,

polidipsia e poliúria) estão ausentes, porém poderá existir hiperglicemia de grau suficiente para causar alterações

funcionais ou patológicas por um longo período antes que o diagnóstico seja estabelecido. Além disto, o indivíduo pode

se manter por longos períodos entre os valores de glicemia considerados normais e aqueles que caracterizam a diabete

(quadro chamado de pré-diabetes). Os valores da glicemia de jejum normais vão até 110 mg/dl. Entre 110 e 125

considera-se predisposição ao desenvolvimento da diabete (fazer curva glicêmica e a alteração deve aparecer em pelo

27menos dois exames em dias diferentes) e acima de 125 considera-se diabete (deve aparecer em dois exames em dias

diferentes).

Glicemia – Resultados

Momento da avaliação Bom Regular Ruim

Jejum Até 110 Até 130 Mais de 130

1h após a alimentação Até 160 Até 180 Mais de 180

2 h após a alimentação Até 140 Até 150 Mais de 150

3 h após a alimentação Até 110 Até 130 Mais de 130

Costa, AA e Almeida Neto, JS. – Manual de Diabetes

No exame deve ser levado em consideração também o resultado da hemoglobina glicosada ou glicada. A

hemoglobina das hemácias (90 dias em média de vida) absorve a glicose na mesma proporção em que se encontra na

corrente sangüínea, formando a hemoglobina glicosada. Este exame demonstra a média das glicemias por um período

de 60 a 90 dias, prévios ao exame.

Resultado do exame de hemoglobina glicosada:

Valores normais 2,2 a 4,8%

Diabetes bem controlados 2,5 a 5,9%

Diabetes com controle aceitável 6 a 7%

Diatebes mal controlado + de 7%

A verificação deste exame é importante para saber se o paciente tem o controle de sua glicemia constante ou se

somente o faz próximo à data do exame de controle.

O controle da doença periodontal também ajuda a controlar a hemoglobina glicosada. É uma forma de

conseguir a adesão do diabético ao auto cuidado de seu agravo gengival.

A hipertensão arterial é duas vezes mais comum em diabéticos e a principal causa de morte está associada a

doenças cardiovasculares.

É importante a orientação, para que o paciente seja inscrito no Programa de Diabetes da US.

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO:

Os pacientes diabéticos freqüentemente apresentam xerostomia (secura na boca) diminuição na saliva,

sensibilidade dolorosa na língua, infecções orais recorrentes, cicatrização lenta, inflamações gengivais e periodontites,

perda óssea rápida e progressiva, aumento na incidência de cáries de rápida progressão. É comum a modificação da

28flora bucal, havendo uma predominância de colônias de estreptococos hemolíticos e estafilococos, com tendência a

candidíase oral e queilite angular. A prevalência de doença periodontal é de 75% dos pacientes diabéticos. Assim, a

manutenção da higiene bucal deve ser criteriosa. Menos freqüentemente observa-se tumefação de glândula parótida,

abscessos recorrentes, hiperplasia gengival, osteoporose trabecular e distúrbios do paladar.

a) Pacientes de pequeno risco: glicemia menor de 150 mg/dl, sem história de complicações recentes da doença -

tratamentos não cirúrgicos, de curta duração, estão liberados. Nos procedimentos cirúrgicos (que podem limitar a

função mastigatória no período pós-operatório) ou de maior duração (endodontia de molares ou preparos protéticos

extensos), trocar informações com o médico que atende o paciente sobre a necessidade de modificar a dieta e a dose de

insulina ou dos hipoglicemiantes orais, quando for o caso.

Na anestesia local, não há contra-indicação do uso de soluções com Epinefrina, que controlam melhor o

sangramento e reduzem o tempo de atendimento e, consequentemente o stress cirúrgico.

A profilaxia de infecções (uso de antibióticos em pacientes que não apresentam sinais de infecção) pode ser indicada

em intervenções cirúrgicas muito invasivas, para se prevenir infecções na ferida cirúrgica.

Protocolo: Amoxicilina 2g ou Clindamicina 600mg – Dose única – 1 hora antes da intervenção.

Na presença de infecções, o tratamento deve ser agressivo, sendo que a intervenção local deve ser priorizada,

como por exemplo, a drenagem de abscessos e descontaminação de canais radiculares. As medidas de ordem local

podem ser complementadas por terapia antibiótica pelo tempo necessário, cuidar da hidratação do paciente e

acompanhamento diário até a alta.

Infecções de maior gravidade: tratamento em ambiente hospitalar aos cuidados de um cirurgião buco-maxilo-

facial.

b) Paciente de risco moderado: sintomas ocasionais, história de complicações (cetoacidose ou hipoglicemia

ocasional), não recentes e glicemia menor de 250 mg/dl: tratamentos idênticos ao anterior acrescido de consideração

sobre internação para procedimentos cirúrgicos extensos e demorados.

c) Paciente de alto risco: controle metabólico ruim com quadros de cetoacidose e hiperglicemias freqüentes e recentes,

múltiplas complicações diabéticas, glicosúria (glicose na urina) e glicemia maior de 250 mg/dl: tratamentos eletivos

contra-indicados até estabilização, controle das infecções bucais por medicação. O tratamento adequado de pacientes

diabéticos exige uma perfeita integração entre o trabalho do médico e do dentista, pois situações em que a presença de

focos de infecção oral possam ser a causa de uma hiperglicemia de difícil controle médico, a intervenção odontológica

deve ser realizada para que se possa retornar a glicemia a níveis aceitáveis.

PRECAUÇÕES DURANTE O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DO DIABÉTICO

Para todos os casos considerar:

1) Anamnese direcionada a diabéticos:

29a) Está sob acompanhamento médico?

b) Quando se deu sua última consulta?

c) Quando foi feito o último exame de glicemia?

d) Qual o resultado?

e) Tem feito monitoramento domiciliar da glicose no sangue ou na urina?

f) Está tomando sua medicação de forma correta?

g) Tem observado algum sinal ou sintoma anormal?

h) Contato com médico que acompanha o paciente.

2) Reforçar que a alimentação e uso da medicação (insulina ou hipoglicemiante oral) devem ser normais antes

do atendimento (conforme prescrito pelo médico);

3) Não há contra-indicação do uso de Epinefrina. Pode-se também utilizar Felipressina como vasoconstritor;

4) Reduzir o estresse e utilizar sedação auxiliar se necessário, de acordo com orientação do médico; Controle

da dor: Paracetamol 750mg ou Dipirona 500 a 800mg.

Atenção: evitar o uso prolongado de antiinflamatórios não-esteróides de alta ligação protéica (Voltarem, Cataflan,

Piroxican, etc), pois estas drogas podem competir com os hipoglicemiantes orais pelos mesmos sítios de ligação

protéica, deslocando-os e potencializando seus efeitos (episódios de hipoglicemia). Como precaução usar somente

por 24h, um a cada 8h.

5) Consultas curtas e no meio da manhã;

6) Profilaxia antibiótica em pós-operatórios onde se possa promover bacteremia transitória; Amoxicilina 2g ou

Clindamicina 600mg – Dose única, 1 hora antes da intevenção;

7) Obedecer rigorosamente os princípios de assepsia e anti-sepsia – controle mecânico e químico de placa –

Clorexidina 0,12%.

OBSERVAÇÕES:

Conforme a literatura consultada os preferenciais medicamentos para diabéticos são:

a) Anestésicos: Lidocaína 2% ou Mepivacaína 2% com Epinefrina 1:100.000. Em pacientes com a doença mal

controlada (atender somente em caso de urgência) empregar a Prilocaína 3% com Felipressina.

b) Analgésicos: Paracetamol ou Dipirona;

c) Antiinflamatórios: Evitar o uso prolongado de antiinflamatórios não esteróides (Cataflan, Voltaren,

Piroxican, Arcóxia, Prexige) que podem interagir com a medicação anti-hipertensiva. Como precaução usar

somente por 24h, um a cada 8h.

d) Antibiótico: Penicilinas, podendo ser associadas ao Metronidazol;

- Alérgicos às Penicilinas: Eritromicina (infecções em fase inicial) ou Clindamicina (infecções em fase

adiantadas).

30

No atendimento de diabéticos, é importante que o paciente esteja tranqüilo e principalmente que não sinta dor,

pois o medo, a ansiedade e a dor são fatores de estresse, que podem causar alterações na glicemia. Isto é válido para

qualquer procedimento odontológico.

IV-2 GRAVIDEZ

“Na consulta inicial, toda mulher em idade fértil deve ser considerada grávida até que se prove o contrário”

O check-up odontológico deve fazer parte do pré-natal.

A troca de informações com o médico que acompanha a gestante e uma avaliação conjunta dos riscos e

benefícios do tratamento odontológico traz um efeito psicológico positivo, aumentando a segurança e confiabilidade por

parte da mesma.

Anamnese direcionada à gravidez:

1) Tempo e curso da gestação;

2) Problemas em gestações anteriores?

3) Histórico geral de saúde;

4) Medicação de uso contínuo;

5) Avaliar sinais vitais – pulso carotídeo ou carpal – quantidade, ritmo e freqüência, na consulta inicial e antes

de toda sessão de atendimento.

Pulso na grávida – freqüência normalmente acelerada. Em torno de 100bpm.

Freqüência respiratória – 20mpm (movimentos por minuto) em média.

Avaliar Pressão Arterial – pressão arterial alta é uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna.

Sinais de Pré-eclâmpsia e Eclampsia

Pré-eclâmpsia Eclâmpsia

PA aumentada PA aumentada

Proteinúria Proteinúria

Edema Edema

- Convulsões sem causa

identificável

Há evidências científicas da associação da doença periodontal com pré-eclâmpsia.

31Ocorre na gravidez, o aumento de 10 a 30 vezes do normal, no nível dos hormônios sexuais (Estrogênio e

Progesterona) femininos:

Podem ser capazes de alterar:

• Sistema imunológico;

• Sistema vascular gengival;

• Microbiota subgengival normal.

Sistema Imunológico:

• Diminui a quimiotaxia e a fagocitose dos neutrófilos;

• Altera a resposta dos linfócitos;

• Diminui a produção de anticorpos.

Alteração do sistema vascular gengival

• Aumenta a permeabilidade vascular, resultando em edema gengival e aumento do fluido gengival;

• Diminui a queratinização do epitélio gengival;

• O aumento de Progesterona estimula a produção de Prostaglandina.

Microbiota Subgengival

• Aumento do nível de Prevotella intermedia - Kornman e Loesche, JPR, 1980 -Jonsson et al, JDR, 1988

• Existindo a gengivite ela pode se agravar se medidas de controle de placa não forem instituídos.

A Doença Periodontal pode provocar ruptura prematura da membrana ou provocar o trabalho de parto prematuro,

isto é, antes de 36 semanas de gestação.

Está comprovado que mães que apresentam doenças na gengiva (sangramento abundante) têm maior chance de

terem bebês prematuros e de baixo peso.

Mães com periodontite, com perda de inserção acima de 03 mm, afetando mais de 60% de dentição têm 7,5 vezes

mais chances de terem crianças prematuras e conseqüentemente de baixo peso (abaixo de 2,5kg).

MEDICAÇÃO NA GRAVIDEZ

A maioria das drogas lipossolúveis ultrapassa a barreira placentária. Dentre eles estão os anestésicos, ansiolíticos,

analgésicos, antiinflamatórios e antimicrobianos.

No caso de haver necessidade de cobertura antibiótica, a Penicilina e a Eritromicina são praticamente inócuas

para a mãe e para o feto, sendo provavelmente os antibióticos mais seguros nessa situação. A Eritromicina, assim como

a Clindamicina podem ser empregadas em caso de pacientes alérgicas à Penicilina ou em caso de bactérias resistentes,

pois os macrolídeos atravessam muito pouco a barreira placentária. Turner (2002) relata que a Cefalosporina e a

Clindamicina podem ser administradas a gestantes.

32O controle da infecção na mulher grávida é mais importante que o pequeno dano ao feto que pode existir

devido ao emprego de antibiótico, pois, qualquer enfermidade que produza febre pode conduzir ao aborto ou ao parto

prematuro. Assim, em caso de infecção odontogênica, o atendimento odontológico deve ocorrer independentemente do

período da gestação.

Analgésicos podem ser administrados à gestante quando necessários, pois as drogas utilizadas no controle da dor

freqüentemente produzem menos problemas ao feto do que aqueles produzidos pela dor não controlada. O aumento da

descarga adrenérgica endógena, o stress e outras alterações fisiológicas decorrentes da dor não controlada na mãe são

mais prejudiciais ao feto do que o emprego de analgésicos e são similares aos danos provocados pelos processos

infecciosos.

Não há evidências que demonstrem que a Aspirina e provavelmente o Paracetamol produzam qualquer problema

fetal. Turner (2002) recomenda em caso de dor a administração de Paracetamol que provoca menos irritação gástrica

que a Aspirina.

Alguns autores afirmam que a Aspirina pode ser administrada no segundo trimestre da gestação, mas não deve

ser empregada no terceiro trimestre devido às sua ação antiagregante plaquetária (Peterson et al., 1998). O uso de

Salicilato no final da gestação pode acarretar prolongamento do trabalho de parto, aumento do tempo de sangramento,

além da diminuição da agregação plaquetária no recém-nascido. Os AINEs (antiinflamatórios não esteróides) também

não devem ser usados no último mês de gestação. Outro analgésico recomendado por diversos autores é a Dipirona

Sódica, que pode ser administrado durante toda a gravidez assim como o Paracetamol, em casos de dor resistente ou

recidivante.

Se houver necessidade de um antiinflamatório mais potente usar Diclofenaco Sódico 25mg/ml – 3ml –

intramuscular, em dose única.

Nos casos de infecção, promover a descontaminação local associado a antimicrobianos (avaliar risco/benefício

com obstetra) – quanto menos antibióticos usar, melhor.

Na fase inicial da gravidez:

- Amoxicilina – 500mg – cada 8horas.

- Em caso de alérgicas à penicilina, usar Eritromicina na forma de estearato.

Em fases mais avançadas:

- Amoxicilina 500 mg mais Metronidazol 250 mg (após o 3º mês) – cada 8 horas.

- Em caso de alérgicas à Penicilina, usar Clindamicina – Dalacin C 300 mg

Duração do tratamento – prescrever inicialmente por 3 dias.

Antes de completar 72 horas de tratamento (antes da última dose), agendar consulta para reavaliar a paciente. Se

melhorar, interromper o uso. Se não houver melhora, manter a antibioticoterapia até que as defesas da paciente

reassumam o controle da infecção, sempre com base no exame clínico.

33Os anestésicos locais devem ser empregados com muito critério, pois, acumulam-se trabalhos que

demonstram a passagem rápida e completa de anestésicos locais através da placenta. De modo geral, o anestésico local

atravessa livremente a barreira placentária, entretanto, os efeitos diretos sobre o neonato parecem ser mínimos, mesmo

em altas doses (Turner, 2002).

O uso de Prilocaína próximo ao parto pode causar cianose por diminuição do oxigênio no sangue de recém-

nascido (Wannmancher & Ferreira, 1995). Em função da Felipressina (Octapressin) presente no Citanest ou Citocaína, à

semelhança da Ocitocina, estimular a contração da musculatura uterina e predispor ao aborto, é conveniente evitar o uso

desse anestésico em mulheres grávidas, principalmente naquelas com história anterior de aborto ou na primeira

gestação. Deve ser ressaltado, no entanto, que nas quantidades usualmente empregadas em consultório, esse anestésico,

segundo diversos autores, não representam perigo, mas não deve ser a primeira escolha.

A Lidocaína a 2%, com Epinefrina 1:100.000, salvo restrição médica, parece ser o anestésico mais indicado para

uso na gravidez. Limite de 3,6 ml (2 tubetes) por sessão de atendimento.

A anestesia tem que ser perfeita. Paciente não pode sentir dor.

Injetar pequenos volumes, após aspiração negativa. Máximo de 2 tubetes por sessão, em injeção lenta

(1ml/minuto), pois assim dificilmente ocorrerão problemas sistêmicos.

Sempre usar soluções com vasoconstritor, que diminui a velocidade de absorção e a toxicidade do sal anestésico.

O vasoconstritor indicado é a Epinefrina (Adrenalina) nas proporções – 1:100.000 ou 1:200.000. A Epinefrina, ao entrar

na corrente circulatória é rapidamente metabolizada. Não tem efeito acumulativo (Perussé et al. 1992.).

Lidostesin 3% - tem uma quantidade 50% maior de Lidocaína do que as soluções a 2%, aumentando o risco de

toxicidade à mãe e ao feto, no caso de injeção intravascular acidental ou emprego de grandes volumes do anestésico.

Portanto, NUNCA usar.

Todos anestésicos locais atravessam a placenta, entretanto não existem relatos de efeitos teratogênicos

originados por anestésicos locais usados em odontologia (Briggs et al., 1994)

Quando não usar Epinefrina em gestantes:

- PA alta, não controlada;

- Doença cardiovascular grave;

- Diabetes não controlada;

- Alergia aos sulfitos.

Alternativa à Epinefrina – Felipressina (Citocaína 3% - Citanest 3% - Prilonest 3%) – máximo 2 tubetes por

sessão. Evitar a Prilocaína em pacientes com história de anemia.

34No caso da impossibilidade de uso de vasoconstritor a recomendação é Mepivacaína 3% sem vasoconstritor

– os procedimentos deverão ser de curta duração e usar no máximo 1 tubete. Duração da anestesia: 20 minutos da

maxila e 30 a 40 minutos na mandíbula.

Controle da ansiedade aguda ou fobia ao tratamento

Iatro-sedação

- Abordagem inicial acolhedora;

- Dar atenção aos problemas relatados;

- Condicionamento psicológico – traqüilização verbal.

Evitar uso de benzodiazepínicos. Se houver necessidade, usar Valeriana 50mg – fitoterápico. Avaliar

risco/benefício em conjunto com obstetra.

IV-3-HIPERTENSÃO ARTERIAL

A hipertensão arterial é doença multifatorial e multicausal e a principal causa da mortalidade e morbidade

cardiovascular. Classifica-se em hipertensão primária e secundária. A hipertensão primária ou também chamada

essencial é de causa desconhecida, corresponde a 90-95% dos casos da doença, pode ser assintomática por muito tempo

e ocorre na terceira e quarta décadas de vida. É mais comum em homens, indivíduos tabagistas, com estilo de vida

estressante, diabéticos e com hiperlipidemias. Os problemas subjacentes relacionados à hipertensão são: predisposição à

doença coronariana aterosclerótica e acidente vásculo-encefálico. A hipertensão secundária é de causa conhecida e

constitui 5 a 10% dos casos da doença. Ocorre em decorrência de doença renal (glomerulonefrites, pielonefrites, rim

policístico, estenose da artéria renal, nefropatia diabética), endócrina (alterações das supra-renais, acromegalia, uso de

hormônios exógenos como anticoncepcionais, glicocorticóides e mineralocorticóides), neoplásica, vascular (coarctação

da aorta) e uso de drogas anti-hipertensivas como a cocaína, descongestionantes nasais e anticoncepcionais. É, portanto

secundária a uma doença sistêmica de base.

Através da anamnese, quando constatada a hipertensão, é de fundamental importância incentivar o paciente a

inscrever-se no Programa de Hipertensão da US, recebendo assim orientações para o controle da sua pressão arterial

(PA).

A dor e a ansiedade aumentam a produção de catecolaminas endógenas na medula adrenal com conseqüente

aumento da pressão arterial. Desta forma a anestesia deve garantir o controle da dor trans-operatória e a medicação deve

manter o paciente sem dor no pós-operatório. O uso de vasoconstritor deve ser restringido, mas não suprimido, visto

que produz maior eficácia no controle da dor e maior tempo de anestesia, bem como limita o sangramento propiciando

melhor campo cirúrgico e conseqüentemente menor tempo operatório. Procedimentos cirúrgicos muito longos levam a

maior estress e ansiedade.

35A presença da cardiopatia concomitante à hipertensão deve ser avaliada. O uso de medicação deve ser

analisado em relação às duas patologias se ocorrerem simultaneamente. A administração de anestésico com

vasoconstritor, se realizada intra-arterialmente pode provocar hipertensão sistólica, levando a angina do peito, infarto do

miocárdio ou acidente vascular encefálico.

Pacientes hipertensos, pelo uso de diuréticos, podem apresentar queixas de xerostomia, maior número de cáries

e agravamento da doença periodontal.

A existência de hipertensão secundária a distúrbio renal implica em procedimentos que analisem as duas

situações, principalmente porque a diálise e o transplante renal acabam sendo as opções de tratamento do doente renal.

O limite para se considerar um indivíduo hipertenso é a medida da Pressão Arterial (PA) ≥140/90 mmHg.

Assim sendo, a classificação da hipertensão, segundo a OMS e JANA, May 2003, vol 289, n.19:

NORMOTENSÃO

Pressão arterial sistólica (PAS) < ou = 120 a 130 mmHg;

Pressão arterial diastólica (PAD) < ou = 80 a 85 mmHg.

HIPERTENSÃO BORDERLINE (PRESSÃO ARTERIAL LIMÍTROFE)

PAS entre 130/139 mmHg;

PAD entre 85/89 mmHg.

HIPERTENSÃO ARTERIAL

PAS ≥ 140 - 159 mmHg ou > ou = 160mmHg

PAD ≥ 90 - 99 mmHg ou > ou = 100mmHg

Riscos cardiovasculares do aumento de Pressão Arterial (Arq. Bras. Cardiologia, 2007: 88 (20); 531-33 – Instituto

de Pós-graduação Médica Carlos Chagas – RJ)

Hipertensão Sistólica isolada – máxima

2/3 dos pacientes com mais de 60 anos - > risco cardiovascular

Hipertensão Diastólica isolada (10%) – mínima

Baixo risco de mortalidade cardiovascular

Combinadas – aumenta 3 vezes o risco cardiovascular

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO

Consulta inicial do hipertenso:

- Está em acompanhamento médico?

- Quando foi à última consulta?

- Como está sua PA?

36- Tem tido alguns dos sintomas a seguir?

a – vermelhidão do rosto

b – sangramento nasal

c – dor de cabeça

d – tontura

- Quais medicamentos você está tomando atualmente?

Atenção: pacientes em uso de Propranolol, usar como vasoconstritor, a Felipressina.

A pressão arterial deve estar controlada para a realização de procedimentos odontológicos. Lembre-se que dor é

fator de estresse e pode elevar a PA. “Quanto maior for o risco de um paciente, mais importante se torna o controle

eficaz da ansiedade e da dor” (Bennett – 1986). Se necessário solicitar avaliação médica. Aferir a PA em toda consulta e

antes de qualquer procedimento odontológico e, se a primeira medida estiver acima do desejável, aferir no mínimo três

vezes na mesma sessão, considerando a média obtida das três leituras.

Verificar a presença de cardiopatia instalada e o uso rotineiro de medicação anti-coagulante nestes casos, além de

suas seqüelas.

Com base na medida da pressão arterial do dia da consulta:

a) Paciente com PA normal (até 120/80 mmHg): tratamento normal;

b) Paciente com discreto aumento da PA controlada por medicação ou limítrofe (até 139/ 89 mmHg): tratamento

eletivos podem ser realizados. Procedimentos de urgência não cirúrgicos também estão liberados e os cirúrgicos devem

ser adiados até controle da PA. Avaliar se a dor e infecção estão sendo causa da alta da PA e proceder à medicação

necessária para seu alívio e controle. Considerar a sedação para intervenção nestes casos;

Protocolo de Sedação em Adultos

Nome Genérico Referência Comercial Dose Duração

Midazolam Dormonid 7,5 ou 15mg Curta

Alprazolan Frontal 0,5 ou 0,75mg Intermediária

Diazepam Valium 5 ou 10mg Prolongada

Midazolan (Dormonid) (primeira escolha): 30 minutos antes da consulta.

Esta medicação, uma vez escolhida, deve ser seguida de algumas precauções de ordem prática. Não é incomum que o

paciente seja acometido de fantasias provocadas pelo efeito do medicamento, sendo assim é importante não

permanecer só com ele durante o atendimento. Paciente deve ir acompanhado à consulta.

Diazepan e Alprazolan – 45 a 60 minutos antes da consulta. Paciente deve ir acompanhado à consulta.

37Para idosos, administrar Lorax – 1mg – 1 comprimido 2horas antes da consulta. Menor incidência de efeito

excitatório (contrário) – Paciente deve ir acompanhado à consulta.

A prescrição poderá ser feita pelo cirurgião-dentista desde que o mesmo tenha um talão de notificação de receita,

autorizado pela Vigilância Sanitária (receituário azul). Deverá também emitir uma receita no receituário comum para

fins de orientação do paciente.

Para pacientes com hipertensão leve pode-se considerar o emprego de Valeriana (fitoterápico).

c) Paciente com hipertensão estágio 1 (até 140-159/91-99 mmHg) - atendimento ambulatorial – pode-se administrar

sedação (Midazolan 7,5mg), anestesiar (Felipressina 1:100.000) e remover a causa da dor. Estágio 2 (até 160-169/ 100-

114 mmHg): avaliar risco/benefício junto ao médico. Atendimento ambulatorial ou em ambiente hospitalar, redução da

PA a níveis seguros (procedimento médico), monitoração constante.

d) Paciente com PA elevada ou sem controle apesar da medicação (acima de 170/115 mmHg): tratamento odontológico

eletivo e de urgência contra-indicados. Encaminhar paciente ao médico. Controle medicamentoso da dor e infecção

pode ser realizado.

e) Urgência Hipertensiva – PA elevada com diastólica acima de 120mmHg ou PA média superior a 140mmHg –

encaminhar para avaliação médica (com acompanhante).

PRECAUÇÕES DURANTE O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DO HIPERTENSO

a) Aferir a PA e freqüência cardíaca;

b) As sessões devem ser curtas;

c) Reduzir a ansiedade e o stress associados ao tratamento odontológico. Se necessário utilizar sedação;

d) Obter controle adequado da dor no trans e pós-operatório visando minimizar a elevação da PA;

e) Procedimentos odontológicos devem ser adiados até o controle médico da doença caso o paciente esteja sob

uso de medicação anti-hipertensivas e, ainda assim, estejam apresentando quadros de hipertensão significativos

com presença de sintomatologia e mal estar. Verificar se o uso da medicação está de acordo com o prescrito

pelo médico, reforçar, caso não esteja, a necessidade de atendimento à prescrição médica. Caso esteja fazendo

uso correto, encaminhar ao médico para reavaliação da medicação;

f) Pacientes sob uso de anti-hipertensivos podem ser portadores de doenças auto-imunes (Lupus eritematoso,

líquen plano, etc) induzidos pela medicação, inclusive com manifestação oral. Estas patologias podem ser a

causa de queixas de ardência, secura e incômodo oral durante a alimentação;

g) Pacientes em uso de beta-boqueadores podem apresentar hiperplasias gengivais;

h) Pacientes sob terapêutica anti-hipertensiva deve ser considerada a possibilidade de náusea e vômito durante a

realização de procedimento odontológico, pois algumas drogas anti-hipertensivas produzem essas

manifestações;

38i) Contra-indicado o uso de afastamento gengival com cordões impregnados com adrenalina, já que a

concentração da droga nestes materiais é 100 vezes maior que aquela encontrada nos tubetes anestésicos e

casos de crises hipertensivas já foram relatados;

j) Durante atendimento odontológico evitar mudança brusca de posição da cadeira odontológica, pois pode

causar hipotensão ortostática com tontura, desmaio e risco de queda. Levantar gradualmente a cadeira

solicitando ao paciente que movimente os membros inferiores para ativar a circulação cerebral. Deixá-lo na

posição sentada com abaixamento dos membros inferiores por alguns minutos antes de levantar-se;

k) Pacientes com arritmia fazem uso de medicação anti-coagulante que deve ser identificado.

l) Sessões devem durar no máximo 60 minutos

OBSERVAÇÃO:

Tem sido relatada, em pacientes com hipertensão arterial severa, a ocorrência de sangramento excessivo, após

procedimentos odontológicos cirúrgicos ou trauma. Entretanto, sangramento excessivo em pacientes hipertensos não é

comum e seu significado é controvertido.

1. Vasoconstritor: Usar Adrenalina. Dose máxima de Adrenalina (Epinefrina) para paciente com doença

cardiovascular controlada. (Bennett 1984 e Malamed)

- 02 tubetes – 1:100:000

- 03 a 04 tubetes – 1:200.000

A alternativa para pacientes que não podem receber vasoconstritor é a Mepivacaína sem vaso. Duração: 20 minutos

na maxila e 30 a 40 minutos na mandíbula.

2. A associação de Epinefrina 1:100.000 com beta bloqueadores não específicos (ex. Propranolol) pode causar

aumento significante da pressão arterial (Little, 2000). Nesses casos utilizar Prilocaína com Felipressina

(Sunada,K et al 1996)

3. Pode ser utilizado até dois tubetes anestésicos contendo vasoconstritor, o qual não deve ter ação sobre a

musculatura cardíaca. A Lidocaína associada à Fenilefrina deve ser evitada. Usar a Lidocaína associada à

Epinefrina, no máximo 02 tubetes.

Antiinflamatório: Evitar o uso prolongado de antiinflamatórios não esteróides (Cataflan, Voltaren, Piroxican,

Arcóxia, Prexige) que podem interagir com a medicação anti-hipertensiva. Como precaução usar somente por 24h,

um a cada 8h.

Pacientes com doença renal como base para a hipertensão:

a. Se submetidos à diálise, fazem uso do anticoagulante Heparina durante a diálise. Os efeitos da

Heparina perduram durante 24 horas e por isto as intervenções odontológicas devem ser realizadas no

dia seguinte à diálise e NUNCA no mesmo dia. .As avaliações laboratoriais de risco de sangramento

39(INR - Internacional Normalized Ratio - de tempo de protrombina, tempo de tromboplastina

parcial ativada e função plaquetária) devem ser analisadas, nos pacientes com doença renal, quando

da realização de cirurgias orais e os resultados devem ser recentes e não do mês anterior;

b. Administração de anestésicos locais: evitar o tipo amida e éster, pois são de eliminação renal.

Analisar interação medicamentosa com outras drogas de eliminação renal em uso pelo paciente,

análise esta que deve ser realizada em conjunto com o médico;

c. Diuréticos utilizados pelos doentes renais podem produzir queixa de xerostomia. Indicar o uso de

saliva artificial.

IV-4-CARDIOPATIAS

Toda e qualquer alteração das funções do coração. Os principais sintomas de presença de cardiopatia são:

Dispnéia (falta de ar): tanto mais grave quanto maior o comprometimento do coração. A respiração é rápida e

superficial e isto a difere daquela do indivíduo ansioso que é profunda e suspirosa;

Dor pré-cordial – angina do peito: causada por isquemia temporária do músculo cardíaco ou pericardite.

Caracteriza-se por dor forte e prolongada, com duração de 1 a 10 minutos, e habitualmente ocorre após ou

durante esforço físico e após as refeições. A isquemia, se prolongada, leva ao infarto do miocárdio cuja dor é

mais intensa e prolongada (acima de 30 minutos) e, em geral, sem relação com esforço físico;

Palpitação – arritmia: descargas anormais e presença de focos de despolarização extras levam à sensação de

palpitação. A posição do paciente, em função da ação da gravidade pode concentrar edema em algumas

regiões: em pé ou andando, nas pernas, tornozelo e pés; acamado na região sacra;

Edema - manifestação tardia da insuficiência cardíaca. Generalizado pode corresponder a uma elevação de 3 a

5 Kg no peso correspondente à retenção de líquido. Em casos graves o acúmulo pode ocorrer na cavidade

abdominal (ascite).

Insuficiência cardíaca

O termo insuficiência cardíaca define situação onde o coração não funciona adequadamente e, portanto, não

realiza o bombeamento do sangue de maneira satisfatória, resultando em possíveis danos a vários órgãos e tecidos. O

coração é um sistema valvular fechado, mas é comum considerá-lo como tendo dois lados, apesar de doença cardíaca

direita afetar o lado esquerdo e vice-versa. Assim sendo, a insuficiência cardíaca direita ocorre em situações de defeito

valvular direito, doença pulmonar, derivações patológicas e compressão do pericárdio. Quando isto ocorre afeta o

organismo sistemicamente com o aparecimento de edema de tornozelo e fígado. Já a insuficiência esquerda produz

como sinal a congestão pulmonar (edema pulmonar).

40 Desta forma, as manifestações clínicas de doenças cardíacas são: insuficiência cardíaca congestiva e

oclusiva aterosclerótica, arritmia, hipertensão, angina, infarto do miocárdio e risco de endocardite bacteriana.

Os pacientes com insuficiência cardíaca congestiva podem estar fazendo uso de diuréticos, glicosídios

cardíacos e vasodilatadores sendo que os últimos são utilizados em casos mais severos e graves. Os diuréticos quando

associados aos digitálicos e aqueles que conservam o potássio causando arritmias importantes como efeito colateral. Os

glicosídios como a Digoxina podem causar toxicidade com sintomas de náusea, vômito, anorexia e perturbações

visuais, importantes para detectar que estes indivíduos estão fazendo uso de doses elevadas de medicação e são

portadores de quadros mais severos de insuficiência cardíaca.

Conduta para tratamento odontológico:

a) Paciente de pequeno risco: insuficiência cardíaca leve, assintomático e fazendo uso de diurético:

tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos normais, considerar sedação auxiliar e avaliação de potássio para

aqueles que tomam diurético;

b) Paciente de risco moderado: insuficiência cardíaca moderada, assintomático em repouso e sintomático

com exercício fazendo uso de diurético e glicosídios (Lanoxin, Crystodigin): tratamentos não cirúrgicos

normais e cirúrgicos com sedação e avaliação de potássio para aqueles que tomam diurético;

c) Paciente de alto riso: Com sintomatologia freqüente e fazendo uso de diuréticos associados a doses

crescentes de outros medicamentos como os vasodilatadores: Obter avaliação e liberação médica para

tratamento odontológico e para cirurgias, a hospitalização deve ser considerada.

Aterosclerose

A aterosclerose é a causa mais comum de incapacidade cardiovascular e requer atenção, pois pode

desencadear, durante tratamento odontológico, complicações tromboembólicas. O estresse e a ansiedade gerados pelo

tratamento odontológico ou pela dor são as causas das complicações que incluem isquemia cardíaca (angina) e infarto.

Aterosclerose ou doença aterosclerótica agrava a hipertensão e é agravada por ela. Assim, os cuidados para

pacientes hipertensos devem valer para aqueles com aterosclerose.

A evolução e progressão da obstrução dos vasos pelas placas de gordura (aterosclerose) podem ocasionar, no

coração, isquemia (angina transitória) e infarto. Por infarto entende-se necrose de parte do órgão ou tecido devido a

crises repetidas de isquemia transitória ou isquemia permanente ocasionada pela obstrução total da artéria principal que

faz a irrigação daquele órgão ou tecido. Assim, podem-se encontrar infarto cardíaco, renal, hepático, etc. Em se tratando

de doença cardíaca, aterosclerose pode evoluir para angina do peito e infarto, levando o paciente ao óbito. Em virtude

dos quadros cardíacos serem quase que uma evolução ou piora de situações anteriores, os cuidados servem para evitar,

em qualquer caso, a progressão do dano.

41 É adequado o uso de um ansiolítico nestes casos como drogas do grupo do Diazepan (1 mg de Lorazepan

ou 10 mg de Benzodiazepan uma hora antes da consulta). Lembrar que tais medicações causam sedação e sonolência e

o paciente deve vir acompanhado e não dirigir automóvel.

Conduta para tratamento odontológico:

a) Sem fatores de risco ou complicações detectadas em exame médico recente: tratamento odontológico normal;

b) Com múltiplos fatores de risco e com avaliação médica recente (último ano) sem detecção de complicações:

tratamentos não cirúrgicos e cirúrgicos simples normais e cirúrgicos extensos com consulta ao médico;

c) Com múltiplos fatores de risco e sem avaliação médica recente: encaminhar ao médico para avaliação.

Angina

É um quadro de isquemia transitória do músculo cardíaco e se manifesta com dor sub-esternal mais para o lado

esquerdo e que pode se refletir para o braço esquerdo e mandíbula e intensa sensação de pressão que, não raro, é

confundida com indigestão ou dor de estômago. Comumente pacientes anginosos fazem uso de nitroglicerina sublingual

e devem trazer a medicação no dia da consulta, mantendo-a em lugar visível. Ao sinal de que o paciente está em quadro

de angina administrar o medicamento sublingual de uso rotineiro. A anamnese é fundamental para que o profissional

saiba do uso desta medicação pelo seu paciente, pois quadros de angina prolongados evoluem para infarto do miocárdio

e perda de consciência.

Classificação em categoria de risco para angina:

a) Risco leve: até um episódio por mês, estável (sem aumento recente dos episódios), ocorrência após esforço

intenso ou emoção forte, em uso de nitroglicerina: tratamento cirúrgico e não cirúrgico normais e considerar

sedação auxiliar;

b) Risco moderado: um episódio por semana, ligeiro aumento dos episódios em relação ao ano anterior,

ocorrência após esforço moderado ou após refeições, em uso de nitratos de ação prolongada com ou sem

Propanolol: tratamento não cirúrgico normal e para tratamento cirúrgico considerar sedação auxiliar e uso da

medicação (nitroglicerina ou nitrato) prévia ao procedimento;

c) Risco elevado: crises diárias, instáveis e com aumento de freqüência dos episódios nos últimos seis meses,

surtos em repouso e freqüentes após as refeições: Para procedimentos não cirúrgicos considerar uso de

medicação (nitroglicerina ou nitrato) prévia e para casos cirúrgicos, indicada a hospitalização. Lembre-se que o

controle da dor e infecção devem ser realizados com medicação, para evitar estresse e crises anginosas.

Infarto

É a morte do tecido cardíaco por isquemia permanente, muitas vezes por evolução da obstrução pela placa

aterosclerótica ou por obstrução total pelo deslocamento de um trombo. A área afetada vai depender de onde e qual

42artéria foi obstruída o tamanho de sua área de irrigação. Assim é que temos áreas pequenas de infarto, onde o

paciente pode não apresentar seqüelas detectáveis ou apresentar pequenas seqüelas e quadros onde a área atingida é tão

grande que produz a parada cardíaca levando ao óbito. A idade e presença de outras doenças sistêmicas interferem

também na recuperação do paciente infartado. No entanto sabe-se que todo paciente tem maior risco de outro infarto ou

de desenvolver arritmias importantes, graves e fatais nos primeiros meses após o último infarto. Com base nisto é que

devemos levar em conta quantos foram os episódios de infarto, quais as seqüelas que ocorreram e principalmente qual o

tempo decorrido do último infarto. Nisto se baseiam a classificação de risco do infartado e as recomendações para

liberação ou contra-indicação do tratamento odontológico. Como regra, evitar atendimento antes de completados seis

meses do último episódio de infarto. Se necessários neste período preferir atendimento hospitalar. Nos casos de

ocorrência de infarto durante atendimento seguir as orientações de RCP (Ressuscitação Cárdio Pulmonar) da

Associação Brasileira de Cardiologia:

- Avaliação do nível de consciência;

- Solicitação de ajuda;

- Abertura das vias aéreas;

- Ventilação;

- Massagem cardíaca externa;

- Manutenção dos sinais vitais.

Conduta para tratamento odontológico: Considerar tempo decorrido desde o último episódio de infarto.

a) Se menos de seis meses: tratamento eletivo contra-indicado. Tratamento de urgência com medicação;

b) Entre seis meses e um ano: tratamentos eletivos adiar. Tratamentos de urgência realizar com sedação auxiliar e

cirúrgicos considerar a hospitalização;

c) Há mais de um ano: tratamentos normais, mas considerar sedação auxiliar.

Endocardite bacteriana

Endocardite infecciosa é a infecção microbiana das válvulas cardíacas e do endocárdio, na maioria das vezes

apresentando proximidade com defeitos cardíacos congênitos ou adquiridos e que pode ser causada por vírus, fungos

(como cândida, aspergilos), bactérias e outros microorganismos (como riquetsia e clamídia). A infecção cardíaca por

bactérias é chamada endocardite bacteriana e geralmente é ocasionada por Streptococcus viridans, Enterococcus

faecalis e Staphylococcus aureus.

Pode apresentar-se como doença aguda, sub-aguda e crônica. Nos casos de doença aguda é geralmente causada

por microorganismo muito virulento em endocárdio intacto e alto risco de morte. A sub-aguda ocorre por infecção de

baixa virulência e em endocárdio já comprometido, por febre reumática, por exemplo, é a que mais se relaciona as

43bacteremias odontogênicas e pode levar de seis semanas até anos para causar o óbito e é a forma mais comum da

doença. A crônica geralmente está associada à Staphylococcus aureus com risco de mortalidade em dias ou semanas.

Assim, pode-se entender que são necessários vários fatores para a ocorrência de endocardite: presença de

microorganismo na corrente circulatória (bacteremias ocorrem após tratamento dentário e escovação em pacientes com

doença periodontal), presença de predisposição do tecido cardíaco através da presença de vegetações ou irregularidades

que possam servir de sítio para a proliferação das bactérias que passam pelo coração. Estas irregularidades podem ser

congênitas (defeitos valvulares, por exemplo) ou adquiridas (a maior causa é a ocorrência de febre reumática

geralmente na infância). A febre reumática é uma infecção estreptocócica sistêmica que pode deixar seqüela

imunológica nas articulações (artrite reumatóide) e no coração (vegetação geralmente em áreas próximas às válvulas

cardíacas). Lesão cardíaca irreversível pode ser encontrada entre 30% a 80% das pessoas acometidas por febre

reumática e o indivíduo com lesão cardíaca apresenta maior risco de contrair endocardite bacteriana em decorrência de

bacteremia, que pode ocorrer durante a realização de um procedimento odontológico invasivo ou no período pós-

operatório. Admite-se que, praticamente, em 100% dos casos de procedimentos odontológicos invasivos ocorra

bacteremia. Daí a necessidade de algumas precauções nos pacientes de risco para endocardite bacteriana.

Os sinais e sintomas da endocardite bacteriana envolvem febre baixa inexplicada, mal estar, anemia, letargia,

perda de peso e dores articulares. Em casos de origem odontológica surgem 2 a 3 semanas após procedimento dental.

Conforme a última indicação feita pela Sociedade Americana de Cardiologia (American Heart Association) em

1997 e que vigora até hoje, devem receber profilaxia antibiótica para tratamento odontológico as seguintes categorias de

risco:

a) alto risco:

• Valvas cardíacas protéticas (qualquer tipo);

• Endocardite bacteriana prévia;

• Desvio pulmonar sistêmico cirurgicamente construído;

• Doenças cardíacas congênitas cianóticas complexas, transposição de grandes artérias e tetralogia de Fallot.

b) risco moderado:

• A maioria das malformações cardíacas congênitas, diferentes das já anteriormente descritas;

• Disfunção valvular adquirida (ex: febre reumática);

• Cardiomiopatia hipertrófica;

• Prolapso de válvula mitral com regurgitação valvular e/ou espessamento valvular;

Seguindo esta mesma indicação NÃO deve receber profilaxia antibiótica a categoria de risco mínimo que envolve

os pacientes com as seguintes alterações cardíacas:

• Defeito isolado do septo atrial;

44• Correção cirúrgica de defeito do septo atrial, ventricular ou ducto arterioso patente (sem resíduos após seis

meses);

• Cirurgia prévia de derivação da artéria coronária;

• Prolapso de válvula mitral sem regurgitação;

• Sopro cardíaco fisiológico ou funcional;

• Doença de Kawasaki prévia sem disfunção valvular;

• Febre reumática prévia sem disfunção valvular;

• Marcapassos cardíacos (intravascular e epicárdico) e desfibriladores implantados.

PRECAUÇÕES NO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO DE CARDIOPATAS

De maneira geral, para os cardiopatas valem as seguintes regras:

Uso de ansiolítico uma hora antes da consulta, para reduzir estresse e medo como drogas do grupo do

Diazepan (1 mg de Lorazepan ou 10 mg de Lenzodiazepan);

Boa anestesia para evitar a dor;

Sessões curtas;

Anti-sepsia oral com 15 ml de solução de Cloreto de Cetilpiridínio a 50% durante um minuto;

Horário da consulta: preferivelmente no final da manhã ou início da tarde, visto que o maior número de morte

súbita ocorre pela manhã;

A Octapressina está contra-indicada em casos de problemas coronarianos devido à sua ação sobre estas

artérias;

Pacientes cardiopatas que fazem uso de drogas anticoagulantes: aqueles de menor comprometimento utilizam

Ácido Acetil Salicílico, um comprimido infantil diariamente. Neste caso pode não haver complicações.

Lembrar que para procedimentos cirúrgicos extensos que possam produzir grande perda sangüínea, o Ácido

Acetil Salicílico pode precisar ser suspensa e isto deve ser discutido com o médico do paciente e por ele

realizado. É necessária a suspensão do medicamento por pelo menos sete dias (vida útil das plaquetas) antes da

cirurgia, mas isto pode predispor o paciente a problemas tromboembólicos. Pacientes de maior risco podem

estar utilizando Coumadin que altera significativamente o processo de coagulação. Seus efeitos sobre a

hemostasia são avaliados através do tempo de protrombina e relação normalizada internacional (RNI).

Pacientes com elevação de 50% do tempo de protrombina e/ou RNI maior de 2,5 devem ser atendidos em

ambiente hospitalar;

45 Analgésicos: evitar aqueles que interferem na coagulação como Ácido Acetil Salicílico, Ibuprofeno,

Cetorolaco. O Paracetamol pode interagir com anticoagulantes, causando potência do efeito. Dar preferência

para Dipirona, ouvido o médico que trata do paciente.

Antiinflamatórios: causam hipotensão ortostática: levantar lentamente o paciente, sentá-lo e solicitar que

balance as pernas para ativar a circulação antes de ficar em pé;

Pacientes que fazem uso de beta-bloqueadores: tendência a hiperplasias gengivais;

Não fazer uso de raspadores ultrassônicos em pacientes portadores de marca-passo.

Angina

- Solicitar ao paciente que traga sua medicação rotineira e a mantenha em local de fácil acesso (geralmente

nitroglicerina sublingual). Ao sinal de que o paciente está em quadro de angina administrar o medicamento sublingual

de uso rotineiro. Casos mais graves fazem uso de nitratos de ação prolongada (Isordil) com ou sem Propranolol e devem

receber o mesmo tratamento. Yagela (1990) contra indica o emprego de vasoconstritor associado a anestésicos locais e

pacientes recebendo bloqueadores beta adrenérgicos do tipo Propranolol. Embora exista um potencial risco para

interação adversa entre vasoconstritores e beta bloqueadores adrenérgicos, a experiência clínica sugere que o emprego

criterioso da Adrenalina ou outros vasoconstritores associados a anestésicos locais, pode ser recomendado para a

maioria dos pacientes (Jastak & Yagela, 1983; Malamed, 2001).

- Anestésico – tema controverso na literatura: Os dois primeiros tubetes anestésicos poderão conter vasoconstritores,

desde que não tenham ação significante sobre a musculatura cardíaca. Alguns autores admitem a utilização de

Prilocaína 3% com Felipressina como vasoconstritor e a Adrenalina, desde que não exceda a um determinado volume.

Little & Falace (1988) sugerem que não sejam empregados mais de dois tubetes (3,6 ml) anestésicos contendo

Adrenalina 1:100.000 por sessão em pacientes com doença cardíaca isquêmica.

- Frente ao impedimento de utilizar vasocontrictores, o anestésico recomendado é a Mepivacaína 3%, sem vaso.

Infarto

- Verificar terapêutica anticoagulante.

Em caso de procedimento cirúrgico deve ser avaliada a terapêutica anticoagulante e, se necessário, ela deve ser

suspensa ou adaptada pelo médico às necessidades do Cirurgião. Os derivados cumarínicos freqüentemente empregados

nesses casos afetam o tempo de protrombina, enquanto os derivados heparínicos alteram o tempo de coagulação.

- Os dois primeiros tubetes anestésicos poderão conter vasoconstritores, desde que não tenham ação significante sobre a

musculatura cardíaca. Botti & Vasilakis (1983) relatam que a Adrenalina contida no anestésico local pode induzir

arritmias cardíacas. Como alternativa à Lidocaina sem vasoconstritor, estes autores recomendam o emprego da

Mepivacaina a 3% sem vaso.

46- As sessões devem ser curtas e as condutas seguem esquema descrito acima tendo como base o tempo do último

infarto.

Insuficiência cardíaca

- O paciente deve estar compensado. Se o paciente tomou digitálicos e voltou às suas atividades normais após a

digitalização e os demais pontos são negativos, a insuficiência cardíaca está compensada;

- Alguns autores admitem a utilização de Prilocaína 3% com Felipressina como vasoconstritor e a Adrenalina, desde

que não exceda a um determinado volume. Little & Falace (1988) sugerem que não sejam empregados mais de dois

tubetes (3,6 ml) anestésicos contendo Adrenalina 1:100.000 por sessão em pacientes com doença cardíaca isquêmica.

- Frente ao impedimento de utilizar vasocontrictores, o anestésico recomendado é a Mepivacaína 3%, sem vaso.

- Pacientes com insuficiência cardíaca, mesmo sob controle, podem apresentar certo grau de edema pulmonar. Assim,

se surgir evidências de que está ocorrendo congestão pulmonar com o paciente em posição supina, ele deve ser

colocado sentado em posição vertical para a continuação do procedimento.

Endocardite bacteriana

Anti-sepsia pré-operatória:

Para as categorias de risco mínimo não há nenhuma precaução extra a ser tomada em relação à endocardite

bacteriana. Lembre-se que é de bom tom o uso de bochecho prévio a qualquer manipulação oral de qualquer

paciente, e em particular daqueles com necessidades especiais, apenas porque diminuindo a flora oral estaremos

reduzindo os danos de uma bacteremia.

O Departamento de Cirurgia da FORP-USP recomenda o emprego de 2 bochechos com cerca de 15 ml de

solução de Cloreto de Cetilpiridínio a 50% durante um minuto, intercalados com a limpeza mecânica das faces dentais e

do dorso da língua com uma haste de algodão embebida em Peróxido de Hidrogênio (3%) a 10 volumes.

Antibioticoterapia profilática:

No entanto, para pacientes de risco alto e moderado a profilaxia antibiótica deve ser considerada para alguns

procedimentos odontológicos que estão descritos a seguir:

• Exodontias;

• Periodontia: sondagem, cirurgia, raspagem e polimento radicular, inserção subgengival de fibras e tiras

contendo antimicrobianos e tratamento de manutenção;

• Cirurgias para colocação de implantes dentais;

• Reimplantação de dentes avulsionados;

• Instrumentação endodôntica (além de ápice dental) ou cirurgia peri-radicular;

• Colocação de bandas ortodônticas (mas não de “brackets”);

47• Anestesia local pela técnica intra-ligamentar;

• Profilaxia profissional de dentes ou implantes com expectativa de sangramento;

• Dentística restauradora ou preparos protéticos, usando-se ou não fio de retração gengival - A critério clínico;

em preparos dentais em que há expectativa de sangramento significativo, pode-se indicar o uso de antibióticos.

Não é necessária profilaxia antibiótica para: anestesia local que não intra-ligamentar, manipulação endodôntica

aquém do ápice dental, dentística e preparos protéticos, uso de isolamento absoluto, remoção de sutura, tomada

radiográfica, moldagem, aplicação tópica de flúor ou selantes; ajustes de aparelhos ortodônticos; colocação de

próteses/aparelhos ortodônticos removíveis; esfoliação de dentes decíduos.

OBSERVAÇÃO:

Deve ser dada atenção especial aos pacientes que estão sob terapêutica antibiótica visando prevenir recidivas

de febre reumática, pois, a concentração plasmática obtida por esta terapêutica não é suficiente para prevenir a

ocorrência de bacteremia pós-operatória. Mesmo nesses casos, quando do atendimento odontológico cirúrgico deve ser

prescrito a antibioticoterapia profilática. Diversos autores recomendam no caso de pacientes sob terapêutica com

Penicilina para prevenir recidivas dessa enfermidade, a utilização de Eritromicina ou Clindamicina como primeira

opção quando do atendimento odontológico.

A prescrição da antibioticoterapia profilática é feita de acordo com o recomendado pela American Heart

Association em 1997.

TABELA 1 Regime profilático recomendado pela American Heart Association (1997) para procedimentos

odontológicos em pacientes de risco.

DROGA Dosagem Única uma hora antes do

procedimento em Adulto

DOSAGEM PEDIÁTRICA Única uma hora

antes do procedimento

Amoxicilina 2,0g por via oral 50 mg/Kg de peso corporal

Clindamicina 600mg por via oral 20 mg/Kg de peso corporal

Cefalexina 2,0g por via oral 50mg/kg de peso corporal

Considerações sobre o emprego de vasoconstritores em cardiopatas

McCarthy (1973) afirmou que os vasoconstritores melhoram a segurança e a comodidade dos procedimentos

odontológicos ao invés de aumentarem os riscos, pelas seguintes razões:

Melhor visibilidade do leito cirúrgico e conseqüentemente menor tempo cirúrgico;

Devido à menor circulação na área da anestesia, diminui a intensidade da bacteremia trans ou pós-operatória;

Maior tempo de duração e maior intensidade da anestesia além de absorção mais lenta do agente anestésico.

Melhor controle da dor e toxicidade;

48 Diminui possíveis lesões teciduais provocadas por repetidas injeções em um mesmo local.

Deve ser considerado, entretanto, que episódios hipertensivos agudos têm sido descritos após a administração de

anestésico local contendo vasoconstritor (Yagela, 1990).

Malamed (1986) concluiu que se o paciente é capaz de suportar o estresse do tratamento odontológico, o

vasoconstritor está indicado. A dor provoca a liberação de catecolaminas endógenas (Adrenalina e Noradrenalina) da

medula adrenal em níveis aproximadamente 40 vezes maiores do que a liberação durante o repouso. Enquanto a medula

adrenal em um indivíduo adulto não estressado de 70 Kg de peso produz 0,007 a 0,014 mg de Adrenalina por minuto,

durante o estresse essa produção se eleva para 0,280 mg por minuto, quantidade excessiva quando comparada àquela

que poderia ser injetada durante um procedimento odontológico. Um tubete anestésico contendo Adrenalina na

concentração de 1:100.000, libera na circulação 0,018 mg de Adrenalina, quantidade aproximada daquela produzida por

minuto pela medula adrenal durante o repouso. Bennett (1984) e Malamed (1991) recomendam um máximo de 0,04 mg

de Adrenalina a um paciente cardiopata, o que representa dois tubetes contendo Adrenalina a 1:100.000 (0,01mg/mL)

ou quatro tubetes contendo Adrenalina a 1:200.000 (0,005mg/mL). Deve ser considerado que episódios de crise

hipertensiva têm sido relatados após administração de anestésico local associado a vasoconstritor nesses casos.

Uma contra indicação absoluta de uso de vasoconstritor em anestesia local é a presença de arritmia

cardíaca que persiste a despeito da terapêutica para controlá-la. Pacientes que controlam mal a doença isquêmica

cardíaca, com ritmo cardíaco inconstante ou com arritmias que potencialmente representam risco de vida não devem

receber anestésicos contendo vasoconstritor.

A partir dessas considerações, é possível concluir que, desde que bem selecionado e na quantidade necessária,

o vasoconstritor está indicado e pode ser empregado em cardiopatas.

IV-5-TUBERCULOSE PULMONAR

Os sinais e sintomas principais são: desenvolvimento gradual de fadiga, emagrecimento, febre vespertina

baixa, sudorese noturna excessiva, inapetência e tosse persistente acompanhada ou não de escarros hemópticos. A

tuberculose pulmonar, geralmente é transmitida pela inalação de aerossóis de secreções respiratórias contendo gotículas

infectantes. Em casos de queixas e sintomas indicativos de tuberculose ou, quando da possibilidade de contato com

fontes de infecção, o usuário deve ser encaminhado para avaliação médica, se ainda não o fez, desenvolvendo-se uma

atuação integrada e acompanhamento conjunto pela equipe de saúde. As lesões tuberculosas na boca são raras, surgem

em função de microrganismos presentes no escarro e, mais comumente, se alojam na base da língua. São

preferencialmente nodulares nos estágios iniciais tornando-se nodulares-ulceradas com a evolução. Pode haver uma

predisposição ao surgimento da doença periodontal, em função da diminuição da resistência a irritantes locais, criando

uma tendência à reabsorção do osso alveolar. Os perdigotos de tuberculose podem ser dispersos pelo aerossol do spray

da turbina dos motores de mão odontológicos e do ultra-som.

49 Durante o tratamento da tuberculose, o usuário deve receber somente tratamento conservador (terapia

medicamentosa) nas urgências odontológicas. Em caso de alta por cura, o usuário deve ter seu tratamento odontológico

normalmente executado, mantendo as condutas de rotina para biossegurança.

OBS: - Após duas semanas de terapia o paciente deixa de ser bacilífero, não mais oferecendo risco de transmissão;

- É importante a integração das equipes de saúde, para assegurar as informações de que o paciente aderiu e

completou o tratamento.

IV-6-HANSENÍASE

Doença infecto-contagiosa curável, de evolução lenta. Quando ocorrerem sinais e sintomas (lesões de pele com

diminuição de sensibilidade, troncos nervosos espessados e/ou doloridos, cãibras e formigamento, diminuição ou perda

de sensibilidade) indicativos de hanseníase ou, em casos de possível exposição à doença, o usuário deverá ser

encaminhado para avaliação médica, desenvolvendo-se uma atuação integrada e acompanhamento conjunto pela equipe

de saúde. A via de infecção mais provável é o trato respiratório, através da inalação de gotículas das formas infectantes.

Há também a possibilidade de eliminação de bacilo através de lesões da pele e penetração por meio da pele não íntegra.

Na cavidade oral as lesões podem apresentar-se como úlceras, nódulos, manchas, placas, fibroses e alterações

gengivais, afetando também lábios, úvula e palatos duro e mole. Pode ocorrer periodontite destrutiva crônica não-

específica. Muitas vezes, aparecem sob a forma de úlceras superficiais. O papel do dentista é de importância na

detecção dos portadores e diagnóstico da doença.

Precauções: em presença de Eritema Rugoso Hansênico, não realizar intervenções cruentas.

IV-7- CONVULSÃO/EPILEPSIA

Crise convulsiva nada mais é do que o sintoma de uma disfunção cerebral primária, de caráter crônico e que se

caracteriza por uma atividade elétrica cerebral anormal e excessiva (tempestade elétrica), intermitente e de curta

duração que envolve parte do cérebro e manifesta-se como uma alteração comportamental, na qual o indivíduo pode

falar coisas sem sentido, por movimentos estereotipados de um membro, ou mesmo através de episódios nos quais o

paciente parece ficar “fora do ar”, no qual ele fica com o olhar parado, fixo e sem contato com o ambiente ou

contrações e relaxamentos involuntários (crise epilética).

A descarga elétrica neuronal anômala que geram as convulsões podem ser resultante de neurônios com

atividade funcional alterada (doentes), resultante de massas tumorais, cicatrizes cerebrais resultantes de processos

infecciosos (meningites, encefalites), isquêmicos ou hemorrágicos (acidente vascular cerebral), ou até mesmo por

doenças metabólicas (doenças renais e hepáticas), anóxia cerebral (asfixia) e doenças genéticas. Muitas vezes, a origem

das convulsões pode não ser estabelecida e neste caso a epilepsia é definida como criptogênica.

50O mecanismo desencadeador das crises pode ser multifatorial. Em muitas pessoas, as crises convulsivas

podem ser desencadeadas por estímulos visual, auditivo, ou mesmo por algum tipo específico de imagem. Nas crianças,

podem surgir na vigência de febre alta, sendo esta de evolução benigna, muitas vezes não necessitando de tratamento.

Nem toda crise convulsiva é caracterizada como epilepsia. Para tal, é preciso que o indivíduo tenha

apresentado no mínimo, duas ou mais crises convulsivas no período de 12 meses, sem apresentar febre, ingestão de

álcool, intoxicação por drogas ou abstinência, durante as mesmas, ou seja, não deve ser desencadeada por fatores

exógenos.

A epilepsia apresenta início súbito e, na maior parte das vezes, imprevisível. Sua duração em geral é de alguns

segundos podendo raramente ultrapassar 5 minutos ou perdurar por até 15 minutos.

É o que temos frente a uma criança que apresentou um único episódio convulsivo na vida e isto ocorre,

geralmente frente à elevação da temperatura a níveis acima de 40 graus e ainda nos primeiros anos de vida é chamado

de convulsão. Tal fato, se repetido outras vezes, indica que o organismo desencadeou um processo de origem cerebral

que necessita de tratamento para restabelecer sua normalidade e, conseqüentemente controlar as crises epiléticas e, neste

caso, dizemos que o indivíduo apresenta epilepsia. Assim, convulsão nem sempre indica o quadro de epilepsia e

epilepsia sempre apresenta convulsão de repetição.

Hipóxia e anóxia podem induzir crise convulsiva em qualquer paciente, mas é mais provável naqueles com

desordens convulsivas pré-existentes.

Deve ser salientado que o álcool é definitivamente contra indicado em pacientes epilépticos, pois também pode

precipitar a crise convulsiva.

As crises convulsivas podem ser diferentes em sua manifestação e por isto, são classificadas em:

a) Convulsão do grande mal ou de ausência;

b) Convulsão do pequeno mal ou tônico-clônica.

O profissional deve estar preparado para realizar o diagnóstico diferencial entre crise tônico-clônica, síncope

vaso depressiva ou acidente vascular cerebral (AVC).

Na síncope vaso depressiva há um fator desencadeador como o medo ou a ansiedade. O indivíduo previamente

à síncope exibe sinais prodrômicos como palidez, náusea ou vômito. A duração da perda de consciência é rápida e a

recuperação ocorre rapidamente quando o fluxo sanguíneo cerebral é aumentado. Os músculos podem estar flácidos,

entretanto não há movimentos convulsivos.

O acidente vascular cerebral também pode levar à perda de consciência e possível convulsão. No AVC nota-se

intensa cefaléia precedendo a perda de consciência e ocorrem sinais de disfunção neurológica como paralisia e fraqueza

muscular.

51ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DO PACIENTE EPILÉPTICO

-Pacientes com tratamento anticonvulsivante e em quadro estável de crises (uma convulsão por mês) ou com bom

controle (nenhuma crise nos últimos 3 meses) ou naqueles com história anterior de epilepsia e alta médica podem

receber atendimento odontológico normal;

- Pacientes sob troca de medicação, mau controle das crises: tratamento eletivo deve ser adiado;

-Cuidado com os medicamentos:

• As drogas para tratamento de epilepsia do tipo Fenobarbital e Primidona são depressoras do SNC, portanto

evite somar outro medicamento supressor de sistema nervoso para analgesia. Prefira os analgésicos não-

narcóticos. Evite aqueles associados à cafeína e codeína;

• Fenobarbital, Primidona e Fenitoína são estimulantes na produção de enzimas hepáticas: evite indicar

antibióticos cuja degradação depende das enzimas hepáticas, pois terão sua degradação acelerada;

• Ácido Valpróico (Depakene) e Carbamazepina (Tegretol) alteram as plaquetas e podem produzir sangramento

em procedimentos cirúrgicos;

• Anestésico de escolha: Prilocaína com vasoconstritor. Evitar Adrenalina e derivados.

-Alguns anticonvulsivantes apresentam como efeito colateral, a manifestação de doença auto-imune como o eritema

multiforme.

- Fenitoína apresenta hiperplasia gengival como efeito colateral. A profilaxia profissional e rigoroso controle da higiene

oral podem reduzir e retardar o crescimento gengival, mas não impedem que ocorra. Em casos de grandes crescimentos

gengivais de difícil controle, conversar com o médico sobre a possibilidade de troca da medicação.

-Se houver perdas dentais as próteses fixas são preferíveis em relação às removíveis. Se houver necessidade de uso de

próteses removíveis de resina estas devem ter tela de proteção para evitar que se fraturem durante a crise e sejam

aspiradas.

PRIMEIROS SOCORROS DURANTE A CRISE EPILÉTICA

O atendimento a um paciente durante uma crise epilética tônico-clônica tem por objetivo evitar que o paciente

se machuque e manter a ventilação adequada, através da desobstrução das vias respiratórias. Na maioria dos casos não

há necessidade de administrar drogas anticonvulsivantes, pois, freqüentemente, os ataques são auto limitantes.

Entretanto, se a crise persiste por mais de 5 minutos, acionar atendimento médico de suporte.

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Paulo, 2005.

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COLABORADORES

Prof. Dr. Eduardo Dias de Andrade – Cirurgião-Dentista Docente FOP - UNICAMP

Camila Benedini Martelli – Cirurgiã-Dentista – SMS – Ribeirão Preto

Mestrado em Saúde Pública – EERP – USP

Prof. Dr. Ricardo de Toledo Cesco – Cirurgião-Dentista Especialista em Periodontia – CEO – SMS -Ribeirão Preto

Mestre em Periodontia – UNICAMP

Doutor em Reabilitação Oral – FORP - USP

Prof. José Antonio Brufato Ferraz – Cirurgião-Dentista – CEO – SMS – Ribeirão Preto

Mestre e Especialista em Endodontia – FORP - USP

Prof. José Antonio Salomão – Cirurgião-Dentista – CEO – Ribeirão Preto

Mestrado em Endodontia – FORP – USP

Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial – APCD – SP

Doutorando em Endodontia - UNAERP

Ângela Mantovani – Cirurgiã-Dentista – CEO – SMS – Ribeirão Preto - Especialista em Periodontia – AORP

Mestrado em Periodontia – FORP – USP

Especialista em Prótese Dental - FORP – USP

Carolina Brunelli Álvares da Silva – Cirurgiã-Dentista – Pós Graduanda em Saúde na Comunidade – FMRP – USP

Prof. Dr. Luiz Alberto Manetta – Médico Ginecologista e Auditor da SMS – Ribeirão Preto

Docente da área de Tocoginecologia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP

Médico Assistente Depto de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP)

Dr. Stênio José Correia Miranda – Médico – Responsável pelo Programa de Tuberculose - SMS – Ribeirão Preto

Drª Ana Alice Martin Correa de Castro e Silva – Médica Sanitarista – Vigilância Epidemiológica - SMS – Ribeirão

Preto

AGRADECIMENTOS:

Ângela Rosalina Sebastião Gueleri

Alceu Pereira Lima

Alessandra Castelucci Cedroni

Ana Lucia de Arimathea Moraes

Ana Paula Vieira

André Marcelo Perussi Minto

Carla Elaine Hiss Brochetto Ferreira

54Danielly Carneiro Lima

David Ranieri Bulgari

Diane Cristina Alves de Mello

Fernando Silveira

Francisco Pinto Neto

Gislaine Aparecida Pontes Moreno

Jorge Aparecido Brienza

Kellen Lara Martins das Neves

Kelly Machado de Andrade

Magali Augusta Perez

Marcelo Ricardo Ramos

Marcia Domingos

Márcio Conrado Sacardo

Márcio Reinaldo Pereira da Silva

Maria Helena Walter Pimenta Bueno

Mariane Gonçalves

Marli Aparecida de Oliveira da Silva

Marta Dias de Oliveira

Mauricio Martins de Andrade

Mauro Faleiros

Mozair de Oliveira

Roberto Coronato

Rosa Cristina B. Polachini

Renata Guerreiro Nascinbem

Simone Aparecida Foresto

Simone Lunardelo

Solange Aparecida Gual

Stella Machado de Andrade

Terezinha Neto Pinto

Valteria Leite Santana

Vera Wilma da Silva

55ANEXO I – FICHA DE CONTRA-REFERÊNCIA ODONTOLÓGICA

FFEP:

(CARIMBO DO PRESTADOR)

FICHA DE CONTRA-REFERÊNCIA ODONTOLÓGICA

Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Secretaria da Saúde

Sistema Único de Saúde - SUS

I – Identificação do Paciente Nome: ________________________________________________________________________ Hygia nº: ___________________________ Endereço: ______________________________________________________________ Município: _________________________________ Data de Nasc.: ____/____/____ Idade: __________Sexo: _________ Telefone: ______________________ CEP:______________________ Nome da Mãe: _____________________________________________________________________________________________________ CNS:

II – Justificativa da Contra-Referência Alta do paciente. Acompanhamento na Rede Básica. Realização de Procedimentos Primários. Realização de Procedimentos Secundários.

Procedimentos Realizados No Prestador: Procedimentos a serem Realizados na atenção básica e secundária:

III – Local para apresentação da Contra-Referência: Central de Regulação Odontológica Unidade de saúde de referência do paciente: __________________________________________________________________________ Profissional* responsável pelo encaminhamento: ____________________________________________________CRO: ______________ * Cirurgião-Dentista da rede básica de saúde, que originou o encaminhamento para especialidade. **Agendado para: ____/____/____ **Horário: __________ (**Uso da Central de Regulação Odontológica SMS)

IV: Nome do Cirurgião-Dentista solicitante: _________________________________________________ CRO: ___________________ Assinatura: _______________________________________________________________________________ Data: _____/_____/_____ Carimbo: _______________________________________________________________________________________________________

Descrição do procedimento Dente / Área

Descrição do procedimento Dente / Área

CADASTRO: