Protocolo de biosseguridade na criação de suinos

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1 BIOSSEGURIDADE EM GRANJAS DE SUÍNOS 1 - INTRODUÇÃO Adotar medidas de biosseguridade sem dúvida é a melhor estratégia para diminuir os riscos da presença de agentes causadores de doenças. Essas medidas funcionam integradas, requer muita disciplina e são caras, porém trata-se de um investimento que preserva a saúde do rebanho que é atualmente a principal prioridade de um sistema de produção de suínos. Prevenir sempre foi e será mais viável do que qualquer tipo de perdas causadas por enfermidades. As granjas de suínos independentemente do tamanho, localização e situação sanitária devem estabelecer rigorosamente as medidas de Biosseguridade. Nesse trabalho destacaremos as principais medidas que são adotadas na suinocultura brasileira. Conhecendo a Biosseguridade Biosseguridade X Biossegurança são dois termos parecidos mas porém com especificações de utilização para aplicação em diferentes áreas que muitas vezes são erroneamente utilizados na produção animal. Fonte: Sesti, L. 2008b. Biosecurity Biosafety Biosseguridade Biosegurança Saúde animal; Riscos assumidos Prevenção e Seguridade Medicina Veterinária Preventiva Saúde Humana Normas permanentes Riscos: 0% Proteção: 100% Princípio da precaução

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BIOSSEGURIDADE EM GRANJAS DE SUÍNOS

1 - INTRODUÇÃO

Adotar medidas de biosseguridade sem dúvida é a melhor estratégia para diminuir os riscos da

presença de agentes causadores de doenças. Essas medidas funcionam integradas, requer muita

disciplina e são caras, porém trata-se de um investimento que preserva a saúde do rebanho que é

atualmente a principal prioridade de um sistema de produção de suínos. Prevenir sempre foi e será

mais viável do que qualquer tipo de perdas causadas por enfermidades. As granjas de suínos

independentemente do tamanho, localização e situação sanitária devem estabelecer rigorosamente

as medidas de Biosseguridade. Nesse trabalho destacaremos as principais medidas que são adotadas

na suinocultura brasileira.

Conhecendo a Biosseguridade

Biosseguridade X Biossegurança são dois termos parecidos mas porém com especificações de

utilização para aplicação em diferentes áreas que muitas vezes são erroneamente utilizados na

produção animal.

Fonte: Sesti, L. 2008b.

Biosecurity Biosafety

Biosseguridade Biosegurança

Saúde animal;

Riscos assumidos

Prevenção e Seguridade

Medicina Veterinária Preventiva

Saúde Humana

Normas permanentes

Riscos: 0%

Proteção: 100%

Princípio da precaução

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2 - DEFINIÇÃO

O termo biosseguridade é um conjunto de procedimentos técnicos imprescindíveis que visa de

forma direta e indireta previnir, diminuir ou mesmo controlar os desafios gerados na produção de

animais frente aos agentes patogênicos que possam ter impacto na produtividade destes rebanhos

e/ou na saúde dos consumidores de produtos. A este conjunto de procedimentos e normas se

denomina Programa de Biosseguridade. Um bom programa planejado permite uma cultura de

higiene dentro do setor de produção animal, cujos benefícios obtidos se evidenciam na melhor

conversão alimentar, melhor ganho de peso diário, redução do uso de vacinas e medicamentos e

consequentemente redução da mortalidade e garantindo assim, bem estar animal. A biosseguridade

é uma parte fundamental das boas práticas de produção (BPP) de suínos. Indica diretamente algum

procedimento que previne eventos relacionados com a saúde animal. Estes manejos devem ser

revisados rotineiramente e modificados de acordo com mudanças nos objetivos econômicos, legais

e de produtividade do sistema de produção animal em questão.

3 - LOCALIZAÇÃO E ISOLAMENTO DAS INSTALAÇÕES

A granja deve estar situada geograficamente em local tranquilo e distante de outras

propriedades do mesmo setor e/ou de frigoríficos e abatedouros. O ideal é que esta esteja protegida

por barreiras naturais e físicas, e que se tenha o conhecimento da direção do sentido dos ventos

diminuindo assim possíveis contaminações que são disseminadas via aérea. A instrução normativa

n°19 GRSC – emitido em 2 de fevereiro do ano de 2002, descreve as seguintes medidas para

localização da propriedade:

Dispor de cerca periférica com entrada única e sistema de desinfecção para o ingresso de

pessoas ou veículos;

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Caso a propriedade não tenha o arco de desinfecção, deverá um funcionário realizar a

aspersão do produto desinfetante em todo o veículo, e aguardar alguns minutos para o processo de

atuação e ação do produto utilizado sobre o veículo.

Possuir embarcadouro/desembarcadouro localizado junto à cerca periférica;

Dispor de um livro de visitas, identificando a última data e local de visitas a outras granjas de

suídeos, laboratórios, matadouros-frigoríficos ou outros locais com a presença de suídeos, sendo de

48 horas o período mínimo de vazio sanitário;

4 - LIVRO DE VISITAS

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Dispor de um sistema de desinfecção para a introdução de materiais e equipamentos na

granja;

Possuir vestiário com paredes e pisos impermeáveis, com banheiro, chuveiro e vestuário para

o pessoal da granja e visitantes;

Utilizar água de fonte conhecida, que não seja de cursos naturais, para o abastecimento da

granja, com reservatórios protegidos, limpos e desinfetados, no mínimo, a cada seis meses;

Dispor de um sistema adequado, aceito pelo órgão oficial competente, para destino de

cadáveres e restos de partos (natimortos, mumificados, placentas);

Recomenda-se que para o destino de órgãos e carcaças seja realizado a compostagem, a mesma

dever ficar localizada no lado da zona suja da propriedade e protegida com telas para evitar a

entrada de parasitas e roedores.

As granjas de reprodutores de dois sítios de produção deverão cumprir, em ambos os sítios,

todos os requisitos exigidos para certificação:

Recomenda-se uma distância mínima de 3-5 km entre granjas na implantação de um novo

projeto. Porém, não existe uma legislação que estabeleça regras de distância entre granjas.

Deve evitar granjas nas proximidades de centros urbanos, pois qualquer reclamação

judicial facilmente se consegue, o deslocamento quando reivindicado.

Com frequência se utiliza eucalipto em determinadas regiões. A distância recomendada da

barreira natural à primeira instalação é de aproximadamente 25 metros para evitar problemas de

ventilação.

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5 - CONTROLE DE ENTRADA DE PESSOAS

Mediante ao agendamento da visita o responsável pela granja deve verificar a real necessidade

da visita técnica que realmente seja necessário para agregar valores que comprometem a produção,

deve ser comunicado com antecedência sobre o histórico do período de vazio sanitário a ser

cumprido.

No escritório o visitante deverá primeiramente assinar o livro de visita onde o mesmo deve se

responsabilizar pelas informações assim cedidas, respeitar e aceitar o programa de biosseguridade

imposto pela propriedade. E após o preenchimento do mesmo o responsável da granja autorizará a

entrada ou não do visitante mediante a informação fornecida no livro de visita.

Somente estará autorizado a entrada em Granjas Núcleos e/ou Multiplicadoras, visitantes com

no mínimo um período de 48 horas do último contato com suínos e outros animais e de 72 horas

após da entrada em frigoríficos e outras propriedades com status sanitário inferior a granja a ser

visitada.

O visitante deverá estar de acordo com o programa de biosseguridade a ser realizado durante a

visita, atendo as normas impostas neste.

Conformidades:

Tempo da visita na propriedade: Se a visita for realizada mais de um dia na propriedade, o

visitante deve ficar hospedado na mesma cidade ao alcance da supervisão da gerência para que o

mesmo não tenha contato algum com outras espécies animais e principalmente suínos durante o

período de visita nas granjas.

O visitante deve previamente receber as recomendações do manual como também

esclarecimento de como funciona a empresa e como será seu programa de trabalho durante o

mesmo.

O livro de visitas deve permanecer no escritório.

Para visita entre Núcleos – Multiplicadoras – Sítios e Núcleos internos, deve ser obedecido o período

de vazio sanitário conforme demonstra a pirâmide abaixo.

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5.1 - ESTRUTURA SANITÁRIA

6 - CONTROLE DE ENTRADA DE VEÍCULOS

Os transportes correspondem a um grande meio de contaminação, principalmente o de

transporte de material genético que realiza a entrega dos animais.

Os veículos dos visitantes deverão ficar estacionados fora da propriedade. Todos os veículos,

máquinas e equipamentos que entram na granja, devem passar pelo processo de desinfecção (arco

ou bomba) antes mesmo da entrada na granja. O gerente da granja deve ser comunicado com

antecedência da visita ou entrada de caminhões de ração ou equipamentos com pelo menos 1 dia de

antecedência para agendamento das atividades.

Na portaria consta o livro de entrada de veículos com as seguintes informações, assim cedidas

pelo motorista:

NÚCLEO

MULTIPLICADORAS

SÍTIOS

0 HORAS 72 horas

48 horas entre NÚCLEOS INTERNOS

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Durante o período de desinfecção no arco o veículo deve ser conduzido a área e o motorista

deve conduzir este a uma velocidade de 3 km/h para que o desinfetante atinja toda a superfície do

mesmo. Para caminhões, recomenda-se um tempo maior para que toda a superfície seja alcançada

pelo desinfetante. Após este, os veículos devem aguardar por pelo menos 5 minutos para que o

desinfetante possa atuar, e em seguida dirigir-se ao escritório da propriedade ou local assim

autorizado pelo orientador.

7 - BANHO

O visitante deverá entrar na área destinada a banho somente com as vestimentas do corpo, ela

é divida em área suja, intermediária e área limpa. Portanto nesta primeira área, o visitante deverá

deixar todos os pertences pessoais, que incluem adereços como (jóias, presilhas, bonés), onde

deverão ser armazenados nos armários, juntamente com a roupa “suja”.

No caso da saída da granja, o visitante deverá seguir todo o programa de biosseguridade,

tomando banho para entrar e sair da propriedade, mesmo sendo no mesmo dia.

A área intermediária propriamente dita do banho, onde a mesma deve prover de chuveiro com

água quente e sabonetes para higiene pessoal e xampu.

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7.1 - Como proceder a rotina do banho:

Molhar o corpo e cabelo, e ensaboar o mesmo utilizando esponjas, enxaguar e repetir o

processo. As mucosas devem ser bem lavadas (nariz e boca).

Manter as unhas curtas e limpas, utilizar escova para lavagem durante o banho. Se as unhas

estiverem esmaltadas a visitante deverá utilizar luva de procedimentos durante a visita.

A área limpa é a ultima, onde nesta deve estar somente a toalhas, calças, aventais,

camisetas, meias, roupas íntimas descartáveis e botas (de vários tamanhos).

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É extremamente proibida a entrada de qualquer outro tipo de fomites, adereços de cabelos

como (presilha, bonés), anéis, brincos, correntes, relógios, celulares e pulseiras na área limpa. De

preferência que os homens estejam barbeados, ou se deve utilizar uma mascara descartável.

Óculos devem ser lavados com água e sabão, e em seguida deverá ser passado uma solução

de álcool 70% para desinfecção.

Logo na saída do banho deverá haver um pedilúvio com solução desinfetante, onde os

mesmos devem ser repostos de acordo com a utilização.

Para higiene das mãos deverá estar localizado uma solução degermante com glicerina para

desinfecção, está deverá estar presente em todas as instalações, seguindo a sequência de lavagem e

desinfecção abaixo:

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8 - CONDUTA DO VISITANTE

Manter-se apresentável, pessoalmente, com cabelos aparados, barba feita, uniforme limpo.

O visitante deve previamente receber as recomendações do manual como também

esclarecimento de como funciona a empresa e como será seu programa de trabalho.

O visitante sempre deve ser acompanhado, por um encarregado ou proprietário, gerente ou

médico veterinário responsável.

As recomendações durante a visita são dirigidas pelo responsável da granja, que deverá

colocá-las em prática juntamente com os responsáveis pelas diferentes unidades.

Obedecer rigorosamente o grau de sanidade e idade dos animais nos diferentes setores da

granja.

Antes de entrar nas diversas instalações devem-se desinfetar as botas em pedilúvios,

evitando assim a contaminação dos diferentes ambientes.

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8.1 - MATERIAIS NECESSÁRIOS DURANTE A VISITA:

Os materiais como canetas, pranchetas e máquinas devem ser fornecidas pela propriedade ou

senão passar todos os materiais pelo processo de fumigação.

No caso de não ter fumigador os materiais devem ser limpos com solução de formaldeído

(10%) ou glutaraldeído em toda a superfície.

9 - PROTOCOLO DE QUARENTENÁRIO

O melhoramento genético se faz presente e necessário no esquema de produção da

suinocultura comercial. No entanto, quando adquiridos o mesmo representa um dos principais riscos

de entrada de doenças quando provenientes de plantéis contaminados.

Para manter e preservar a saúde do plantel mantendo os bons índices de produção, a granja

necessita constantemente proceder com a entrada de novos animais de reposição (reprodutores

suínos). Praticar melhoramento genético significa abrir as portas da granja para entrada de novos

animais que são provenientes de outras granjas ou mesmo de outros países que realizam esse

melhoramento. Como medida de segurança, se deve estabelecer um protocolo e segui-lo de forma

restrita.

Os animais adquiridos devem ter origem de granjas controladas com garantias de alto

status sanitário. Sem dúvida a melhor estratégia é a pratica de quarentena.

A instalação deve ser localizada fora da área interna da granja, para o adequado

recebimento dos animais de reposição.

Animais recém-adquiridos devem apresentar melhor ou o mesmo status sanitário da granja

que os adquiriu. É fundamental, no entanto, que as granjas de origem desses animais cumpram o

programa estabelecido de ser controlada com o mínimo de doenças segundo as normas do

Ministério da Agricultura (Programa GRSC- Granjas de Reprodutores Suídeos Controladas).

Exigências adicionais poderão ser previamente estabelecidas de acordo com o status sanitário

desejado.

Proteger os animais de contato com pássaros, roedores e insetos é essencial. Manter um

rigoroso controle de pragas desde a cerca de isolamento seguindo nas áreas próximas e dentro das

instalações. Colocar e manter em perfeito funcionamento as telas anti pássaros e anti mosquitos

para proteção dos animais recém adquiridos. Lembramos que os mesmos são portadores de

doenças. Evitar a presença De animais de outras espécies nas proximidades da granja.

9.1 Antes de receber os animais

Limpar por completo as instalações, compostagem e fossas. Preparar adequadamente toda

instalação para receber os animais. Realizar o controle de roedores, moscas e baratas. Lavar,

desinfetar e secar cumprindo o vazio sanitário mínimo de 10 dias.

9.2 Ao receber os animais

O caminhão não entra na granja, muito menos o motorista, os animais deverão ser entregues no

perímetro das instalações. Jamais o funcionário da granja é permitido entrar dentro do caminhão.

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Proceder ao recebimento identificando os animais individualmente pesar, conferir idade e formar os

lotes por idade e tamanho. Após a entrega dos animais no desembarcadouro, lavar e desinfetar o

locar de dentro para fora. O ideal é que o responsável que recebeu os animais só retorne para granja

após procedimento do banho e troca de roupa e calçados, caso possível só após 24 horas de vazio.

9.3 Quanto aos testes sorológicos

Coletar sangue dos animais recém chegados (100%). Para sorologia pareada. Deve-se separar o

soro da primeira coleta que deverá ser realizada nos 3 primeiros dias da entrada dos animais, e

sugere-se que os mesmos estejam restritos a alimentação antes da coleta. Após separação do soro

congelar o mesmo e estocar. Estes soros serão processados juntamente com uma segunda coleta que

deve acontecer depois de três semanas. Enviar as duas amostras do mesmo soro para sorologia na

mesma placa principalmente de Actinobacillus pleuropneumoniae e Mycoplasma hyopneumoniae.

9.4 Exames solicitados

Sorologia utilizando Kit Idexx para Mycoplasma hyopneumoniae na mesma placa e se

necessário confirmação de deve proceder a uma segunda sorologia com o Kit da DAKO. Da mesma

forma para Actinobacillus pleuropneumoniae utilizando na primeira sorologia o Kit Hipra que

apresenta reação para qualquer que seja o sorotipo e expressam de proteínas frente ao Gênero

Pasteurellaceae. No entanto, em caso de positividade para App se realiza provas mais especificas

ou sorologia das mesmas amostras para determinados App (Kit Idexx ou Biovet). Caso persistir

positividade em qualquer um dos casos (App ou Micoplasma) se deverão sacrificar o animal que

apresentou persistência em positividade ou suspeito para realizar provas confirmatórias de órgãos

respiratórios através de exames complementares como PCR, imunohistoquimica e imunoperoxidase

além de isolamento bacteriano. Caso persista o diagnostico os animais terão como destino o abate.

Realizar sorologia em 100% dos animais para PRRS e Aujeszky o qual devera apresentar resultados

negativos.

9.5 Programa alimentar

Dia de chegada: Fornecer 2 kg de ração de crescimento sem nenhum tipo de medicação

seguindo por 3 dias;

Depois dos primeiros 3 primeiros dias de chegada seguindo por mais 21 dias: Oferecer ração

a vontade de crescimento sem nenhum tipo de medicação;

Iniciar o controle de alimentação: A partir dos 120 dias de vida oferecer 2,4 a 2,6 kg de ração

de reposição por dia por fêmea.

IMPORTANTE:

Todos os animais devem ser livres, ou seja, não portador de anticorpos de doenças que não

existem na granja ou que estejam controladas tais como: Mycoplasma hyopneumoniae, Pasteurella

toxigenica D, Streptococcus suis, Haemophilus parasuis, e Actinobacillus pleuropneumoniae (App)

e Peste Suína Clássica.

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Deve-se cumprir no mínimo 40 dias de vigilância sanitária no quarentenário e mais 20 dias para

programas de pré-adaptação.

9.6 Mortes de animais em fase de quarentena

Caso ocorra morte de algum animal nesse período se deve imediatamente comunicar ao

veterinário responsável. Sempre que possível se deve realizar necropsia de todos os animais que

cheguem ao óbito. Coletar material e enviar amostras ao laboratório para confirmação de

diagnóstico. É muito importante fechar o caso com a causa e ter um completo diagnóstico.

9.7 Presença de animais clinicamente doentes

Evitar tratamentos de animais doentes na fase de quarentena. Dependendo dos sinais clínicos

muitas vezes pode ser recomendado o sacrifício desses animais. No entanto, essa decisão deverá ser

realizada pelo veterinário responsável.

9.8 Diagnóstico: Provas laboratoriais.

Os animais deverão apresentar ausência de sinais clínicos e os resultados de exames serem

negativos para agentes pré-estabelecidos. Da mesma forma deve apresentar títulos ou anticorpos

referentes a resposta vacinal depois de incluídos no programa de vacinação da granja. Exames

auxiliares como Sorologia, PCR, Histologia, entre outros, ajudam a confirmação de diagnóstico

evitando a entrada de doenças.

9.9 Material disponível para exames clínicos

Manter termômetros para medir temperatura corporal. Em caso de animais que apresentem

perda de apetite, isolados, apáticos, presença de secreções, ou outros sinais, deve ser checados a

temperatura e relatar ao médico veterinário responsável.

9.10 Entrada de sêmen

Na necessidade da entrada de sêmen para dentro da granja, deverá ser recomendado que o

mesmo venha de uma propriedade com melhor ou mesmo status sanitário da granja que receberá.

O sêmen dever estar em uma caixa isotérmica com clima controlado, protegido de luz e envolto

por um saco plástico, e antes da entrada para o interior da granja deverá ser retirado o saco plástico

do mesmo.

10 - RESPONSÁVEL PELO QUARENTENÁRIO

O funcionário do quarentenário não deverá trabalhar na granja, ou mesmo visitá-la, e também

não ter contato com nenhum outro suíno ou outra espécie animal durante este período. Como

também é totalmente proibida a entrada de pessoas que trabalhem na granja e/ou visitantes. Em caso

de necessidade de entrar no quarentenário deve realizar um vazio sanitário mínimo de 3 – 4 dias. Da

mesma forma, se existir necessidade de entrar na granja depois de uma visita no quarentenário deve

realizar o mesmo vazio. É importante que o quarentenário não receba visitas, exceto do Médico

Veterinário que o supervisiona.

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Por se tratar de outra granja que recebe animais de alto valor e que estarão em período de

observação e adaptação se recomenda que a mesma possua instalações com banho, troca de roupas

e calçado.

11- LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS INSTALAÇÕES

O processo de limpeza e desinfecção das instalações confere uma vez executado a diminuição

de microorganismos no ambiente e sanidade dos próximos lotes a entrar nas baias. Uma vez que o

ambiente está contaminado, a percentagem da contaminação dos novos animais é muito grande.

Procedimento:

As instalações devem estar vazias, sem presença de animais; o recomendado e esvaziar os

comedouros e silos, e após os mesmos para melhor lavagem e desinfecção garantindo assim a

eficácia do processo.

Proceder à aplicação de produtos específicos para controle de ratos, moscas e baratas; caso

presente após o período de pragas mortas retirá-las para o processo de lavagem.

O processo de lavagem e desinfecção deve incluir telhados, pisos, canaletas, ferragens e

ripados. As fossas devem ser esvaziadas e lavadas, juntamente após o processo das instalações.

Remover a matéria orgânica e restos de ração, se necessário raspar a mesma para que o

processo de lavagem atinja toda a superfície.

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Após este, deverá ser molhado com água limpa e sabão, deverá ser utilizado bomba de alta

pressão de preferência com água na temperatura de 60 °C. Caso não seja possível, utilizar vassouras

para a lavagem mecânica, removendo todas as crostas presentes e sujidades no piso e paredes.

Em seguida enxaguar com água limpa, secar e após desinfetar com a solução desinfetante

na concentração recomendada pelo fabricante.

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Deixar secar e deixar desocupada por pelo menos 48 horas.

Os comedouros e bebedouros móveis devem passar pelo mesmo processo de lavagem e

desinfecção, garantindo assim que estejam limpos sem a presença de rações e sujidades.

Produtos utilizados:

Combinações de soluções a base de amônias quaternária + aldeídos são bons, pois um

potencializa a ação do outro, são eficazes para bactérias, leveduras e alguns fungos e vírus. Tendo

também opções a base de fenóis, cloreto de benzalcônio, que são utilizados para desinfecção.

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CHECK LIST DO PROCESSO DE LAVAGEM E DESINFECÇÃO DAS INSTALAÇÕES

12 - PROGRAMA DE CONTROLE DE PRAGAS

Fazer o uso de serviços profissionais no controle de roedores. Orientamos que seja colocado

em pratica um adequado controle de pragas em todas as granjas como também monitoria da

eficiência do programa através de Check List. Avaliar semanalmente durante as visitas nas granjas

o número de pragas encontrado em cada processo de controle. Iniciando desde a cerca de

isolamento seguindo em volta dos barracões e por ultimo dentro das instalações. O programa eficaz

de controle visa zerar o numero de pragas encontrados dentro das instalações como pássaros, ratos,

moscas, baratas, fezes e urina dos mesmos, etc.

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EXEMPLO DE UM CHECK LIST QUANTO AO CONTROLE DE PRAGAS

Conferência da execução do controle de pragas:

13 - PROGRAMA DE CONTROLE DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO E OUTROS

A presença de animais de estimação na propriedade não deverá ser permitida, uma vez que são

fontes de disseminação de algumas doenças, que incluí: gatos, cachorros, galinhas, patos e etc.

Inclusive deverá ser certificado que se apresente nas proximidades da granja a cultura intensiva

ou extensiva de bovinos e bubalinos, assegurar que os mesmos são vacinados para doença de Febre

Aftosa.

14- CONCLUSÃO

A biosseguridade é uma ferramenta indispensável para assegurar a saúde dos plantéis, dando

condições aos animais de expressarem o seu potencial genético. Esse programa exige o

comprometimento de todos, com o objetivo de impedir o risco e a transmissão da entrada de agentes

na unidade de produção, garantido não só a qualidade sanitária do plantel como também a

rentabilidade do setor produtivo.

Por: Adriana de Cássia Pereira

Maria Nazaré T. S. Lisboa

Ricardo Cogo