Protocolo de Feridas

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PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA LIMA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE COORDENAÇÃO DE AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE Protocolo de Assistência aos Portadores de Feridas 1

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Page 1: Protocolo de Feridas

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA LIMA

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

COORDENAÇÃO DE AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE

Protocolo de Assistência aos Portadores de Feridas

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Page 2: Protocolo de Feridas

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA LIMA

Prefeito

Carlos Roberto Rodrigues

Vice-Prefeito

Jaconias Gomes

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Secretário Municipal de Saúde

Dr. Márcio Flávio Barbosa

Assessora em Atenção à Saúde

Irlene Aparecida Silva Nunes

Coordenadora da Atenção Primária

Vera Lúcia Bernardo Teixeira

2011Edição Revisada

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Page 3: Protocolo de Feridas

Equipe técnica: Alessandra Palhoni Sabaraense Amália Augusta Nunes Caroline Romani Fabiana Pimenta Silva Francine Marie Luce Dardot Geane Miranda Cardoso Lisandra Teófilo dos Santos Melo Lívia Cristina Santos Luciana Oliveira de Souza Patrícia Amorim Corrêa Sheila Nara Ferreira

Colaboradores: Luciana Augusta Rosa Rafaela Fabiane Gomes Vivian Cristina Dias Gonçalves

Revisão Geral:Amália Augusta NunesCaroline Romani

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Page 4: Protocolo de Feridas

APRESENTAÇÃO

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Lima (SEMSA) tem pautado suas

ações no sentido de oferecer um atendimento de saúde digno a população, com foco

na qualidade da Atenção à Saúde.

Para atingir o objetivo proposto foi implantado o Programa de Gestão de

Qualidade (PGQ) tendo como uma de suas metas o estabelecimento de protocolos.

Os protocolos são baseados em evidências e analisados pelas equipes técnicas da

SEMSA, que propõem um modelo considerando as especificidades e a situação

epidemiológica do Município.

Neste sentido foi formulado o Protocolo de Assistência aos Portadores de

feridas com o objetivo de prevenção e tratamento de feridas crônicas. É importante

ressaltar que os protocolos são dinâmicos e flexíveis e evidentemente com o

surgimento de novas práticas e novos avanços tecnológicos, os mesmos podem

sofrer modificações propostas pelos profissionais de saúde que atuam na assistência.

Desta forma esperamos estar atingindo nossa missão de atender com

qualidade os usuários do Sistema de Saúde de Nova Lima.

Dr. Márcio Flávio Barbosa

Secretário Municipal de Saúde

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Page 5: Protocolo de Feridas

SUMÁRIO

SUMÁRIO ......................................................................................................................................................................... 5 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................................ 6 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 7 2- ATRIBUIÇÕES ............................................................................................................................................................. 9 3- ATENDIMENTO NA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ............................................................... 13

3.1 Fluxo do Atendimento ao Paciente Portador de Ferida ......................................................................................... 13 3.2 Fluxo de aquisição de coberturas ........................................................................................................................... 14

4 – CONSULTA DE ENFERMAGEM ............................................................................................................................ 15 4.1 - Primeira Consulta ................................................................................................................................................ 15 4.2 - Consultas subsequentes ....................................................................................................................................... 15

5 – AVALIAÇÃO DA FERIDA E ÁREA PERIFERIDA ................................................................................................ 17 Técnica de Mensuração da Área Lesada ...................................................................................................................... 17

6- ASSISTÊNCIA AO PACIENTE QUEIMADO .......................................................................................................... 21 6.1 FLUXOGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES QUEIMADOS ............................................... 25

7. FERIDAS ULCEROSAS MAIS COMUNS ............................................................................................................... 26 ......................................................................................................................................................................................... 26

7.1 Diagnóstico Diferencial de Úlceras ....................................................................................................................... 27 8 - ÚLCERAS POR PRESSÃO ....................................................................................................................................... 28 9 - TROCA DE CURATIVO NA UNIDADE DE SAÚDE ............................................................................................. 32 10 - ORIENTAÇÃO DIETÉTICA ................................................................................................................................... 35 ........................................................................................................................................................................................ 35 12- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA INDICAÇÃO DE COBERTURAS ............................................................ 41 13 - EXAMES COMPLEMENTARES ........................................................................................................................... 42 ANEXOS ......................................................................................................................................................................... 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................ 54

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APRESENTAÇÃO

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Lima (SEMSA) tem pautado suas ações

no sentido de oferecer um atendimento de saúde digno a população, com foco na

qualidade da Atenção à Saúde.

Para atingir o objetivo proposto foi implantado o Programa de Gestão de

Qualidade (PGQ) tendo como uma de suas metas o estabelecimento de protocolos. Os

protocolos são baseados em evidências e analisados pelas equipes técnicas da SEMSA,

que propõem um modelo considerando as especificidades e a situação epidemiológica

do Município.

Neste sentido foi formulado o Protocolo de Assistência aos Portadores de feridas

com o objetivo de prevenção e tratamento de feridas crônicas. É importante ressaltar

que os protocolos são dinâmicos e flexíveis e evidentemente com o surgimento de novas

práticas e novos avanços tecnológicos, os mesmos podem sofrer modificações

propostas pelos profissionais de saúde que atuam na assistência.

Desta forma esperamos estar atingindo nossa missão de atender com qualidade

os usuários do Sistema de Saúde de Nova Lima.

Dr. Márcio Flávio Barbosa

Secretário Municipal de Saúde

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Page 7: Protocolo de Feridas

1 – INTRODUÇÃO

Este Protocolo visa à sistematização da assistência aos portadores de feridas,

com enfoque no tratamento e prevenção, tendo como finalidade a uniformização de

condutas nos processos assistenciais dentro do município.

O Protocolo traz orientações de técnicas e procedimentos, estabelece condutas

para o tratamento, através das seguintes estratégias de implementação: capacitação de

uma equipe como referência técnica municipal na prevenção e no tratamento de

pacientes portadores de ferida; organização do fluxo de atendimento; definição de

referência e contra-referência; capacitação dos profissionais de toda a rede de saúde

pública do município de Nova Lima.

Os pacientes portadores de feridas serão acompanhados por toda a equipe de

saúde, levando em consideração as atribuições de cada profissional e as

particularidades de cada paciente.

Para a inclusão deste público-alvo no programa de tratamento com coberturas

especiais é necessário o cadastramento padronizado e a assinatura pelo paciente do

Termo de Compromisso, assumindo a adesão e continuidade do tratamento. Nessa

ocasião o paciente e seus familiares devem ser levados a perceber suas

responsabilidades e seus papéis na recuperação e reabilitação final.

Os pacientes que não aceitarem assinar o Termo de Compromisso não serão

tratados com coberturas especiais, mas com tratamento convencional.

Os retornos durante o tratamento com coberturas e cremes ocorrerão de acordo

com a necessidade do paciente e critérios do profissional de saúde, não podendo

extrapolar o máximo preconizado para cada cobertura.

Para alta ou exclusão do paciente no Programa, os profissionais devem seguir os

seguintes critérios:

• cura (epitelização completa da ferida);

• falta 02 vezes consecutivas ou 03 vezes alternadas sem comunicação prévia ao

retorno agendado;

• se após busca ativa do paciente, o mesmo declarar desinteresse em dar

continuidade ao tratamento;

• não seguir corretamente as orientações dadas pelos profissionais da equipe de

saúde ou não concordar com elas;

• não concordar com as condutas prescritas pela equipe de saúde (alta e pedido);

• óbito.

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Os pacientes que receberem alta por epitelização completa da lesão devem

comparecer a dois retornos: primeiro com 15 dias, e o segundo com 30 dias para

reavaliação da região afetada, bem como o seu estado geral, visando evitar recidivas.

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Page 9: Protocolo de Feridas

2- ATRIBUIÇÕES

Todos os profissionais da equipe de saúde devem orientar a população a procurar

a Unidade de Atenção Primária á Saúde (UAPS) mais próxima de sua residência quando

detectar lesões cutâneas.

Auxiliar ou Técnico de Enfermagem

a) Organizar e manter a sala de curativo em condições adequadas para o

atendimento.

b) Acolher o paciente, acomodando-o em posição confortável e que permita boa

visualização da lesão.

c) Esclarecer ao paciente e/ou familiares sobre os procedimentos que serão

realizados.

d) Explicar a técnica do soro em jato para o paciente no primeiro atendimento.

e) Realizar o curativo conforme orientação e/ou prescrição do enfermeiro.

f) Reforçar com o paciente quanto a data do retorno e cuidados com o curativo.

g) Solicitar a presença do enfermeiro sempre que necessário.

h) Realizar a limpeza do instrumental.

i) Fazer o registro do curativo no prontuário do paciente.

Enfermeiro

a) Realizar consulta de enfermagem, avaliar, classificar a ferida e indicar o

tratamento.

b) Cadastrar os pacientes portadores de ferida crônica junto a referência técnica.

c) Esclarecer ao paciente e/ou familiares sobre os procedimentos que serão

realizados.

d) Agendar troca de curativo das feridas crônicas.

e) Fazer encaminhamentos para o médico da Unidade de Atenção Primária á Saúde

(UAPS), fisioterapeuta, nutricionista, assistente social e psicólogo da rede

municipal, se necessário.

f) Solicitar exames laboratoriais estabelecidos no protocolo.

g) Prescrever as coberturas e cremes para o curativo.

h) Executar o curativo quando necessário.

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i) Capacitar e orientar a equipe de enfermagem sobre os procedimentos de

curativos.

j) Garantir a adesão da equipe e a aplicação dos componentes essenciais ao

tratamento.

k) Orientar paciente e/ou familiares sobre o autocuidado e cuidados com o curativo.

l) Orientar sobre mudanças de decúbito e posicionamento adequado, no caso de

pacientes acamados.

m) Realizar grupos educativos para pacientes portadores de ferida crônica.

n) Fazer o registro do curativo no prontuário do paciente.

o) Encaminhar o paciente para o especialista, se o médico da unidade estiver

ausente.

p) Fazer relatório das coberturas utilizadas quando for encaminhar para o médico ou

especialista.

q) Encaminhar para o serviço de urgência se necessário

r) Estabelecer a alta.

Nutricionista

a) Avaliar os pacientes portadores de ferida crônica encaminhados pela equipe de

saúde.

b) Avaliar o estado nutricional.

c) Implementar o suporte nutricional quando indicado.

d) Monitorar a evolução do estado nutricional.

e) Orientar o paciente, familiares e cuidadores para manutenção de medidas de

suporte nutricional.

f) Participar de grupos educativos promovidos pelas Unidades de Atenção Primária

à Saúde.

Clínico geral ou Médico generalista

a) Acompanhar clinicamente o paciente com ferida.

b) Solicitar quando necessário os seguintes exames: hemograma completo, albumina

sérica, glicemia jejum e cultura de exsudato com antibiograma e outros conforme

protocolos da SEMSA/PMNL.

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d) Encaminhar o paciente para avaliação do especialista quando necessário.

e) Acompanhar a evolução do quadro clínico junto ao especialista e a equipe de

enfermagem da Unidade de Atenção Primária à Saúde e CEMADS.

f) Encaminhar para o serviço de urgência se necessário.

g) Programar retorno no período máximo de 60 dias ou quando necessário.

Gerente das UAPS e CEMADS

a ) Fazer a previsão e controle de materiais de consumo médico-hospitalares e bens

permanentes para o atendimento ao paciente portador de feridas nas UAPS e no

domicílio.

b) Preencher e encaminhar o mapa mensal de requisição de coberturas para os

profissionais de referência das UAPS.

c) Garantir o gerenciamento do protocolo e aplicação de medidas cabíveis diante do não

cumprimento do protocolo pelos profissionais da UAPS e CEMADS.

Comissão de curativo

a) Atuar como Referência Técnica das UAPS.

b) Cada membro da comissão será referência de determinadas UAPS e CEMADS

(Anexo VI).

c) Realizar avaliação mensal das terapias tópicas da cada UAPS, através da análise

da planilha de consumo de cobertura.

d) Receber o cadastro de todos os pacientes portadores de feridas que utilizam as

coberturas padronizadas em envelope individual, identificado e protocolado.

e) Discutir os dados enviados pelas UAPS.

f) Avaliar e discutir os casos referenciados para a policlínica com a enfermeira da

Unidade de Saúde.

g) Padronização de novas coberturas ou inovações tecnológicas em tratamento de

feridas.

h) Realizar atualizações no protocolo.

i) Monitorar os pacientes em uso de coberturas, através de reuniões rotineiras com

a equipe de enfermagem das UAPS.

j) Discutir casos para avaliação da eficácia das coberturas utilizadas.

k) Revisar fluxos e encaminhamentos estabelecidos.

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Page 12: Protocolo de Feridas

l) Capacitar permanentemente de forma multidisciplinar a equipe de saúde.

m) Elaborar artigos para publicação em revistas e apresentação em eventos.

Referência Técnica Municipal

a) Atuar como referência técnica da Comissão de Curativos.

b) Alimentar mensalmente o banco de dados através das planilhas enviadas pelas

UAPS.

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3- ATENDIMENTO NA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

3.1 Fluxo do Atendimento ao Paciente Portador de Ferida

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Portador de Ferida

Visita domiciliar da equipe de

saúde Demanda Espontânea

Encaminhamento

AcolhimentoUAPS/CEMADSPaciente

Acamado

ENFERMEIRO/TE/AE

realiza o 1º atendimento eagenda consulta de

enfermagem

Enfermeiro

TE/ AE

Consulta de Enfemagem

Prescrição terapêutica

Realização de curativo

Encaminha para outros

profissionais da saúde

AltaOrienta o paciente e/ou

familiar e agenda consulta

Page 14: Protocolo de Feridas

3.2 Fluxo de aquisição de coberturas

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Previsão Mensal das Coberturas pelo Gerente das Unidades baseado no número de pacientes e feridas

Preenchimento e encaminhamento do Mapa Mensal de Requisição de Coberturas pelo Gerente para o profissional

de Referência das Unidades de Saúde

Controle e avaliação dos mapas mensais pelas Referências das

Unidades de Saúde

Envio de pedidos das Coberturas pelas Referências para o Almoxarifado

Distribuição das Coberturas pelo almoxarifado aos Gerentes das Unidades

Page 15: Protocolo de Feridas

4 – CONSULTA DE ENFERMAGEM

O enfermeiro da Unidade de Atenção Primária à Saúde deverá definir um dia da

semana para o atendimento de pacientes portadores de ferida, com agendamento

prévio.

4.1 - Primeira Consulta

a) Realizar avaliação clínica (entrevista e exame físico).

b) Avaliar o estado vacinal.

c) Avaliar a ferida.

d) Classificar a ferida de acordo com o protocolo.

e) Solicitar hemograma, glicemia de jejum e albumina sérica quando houver

indicação e desde que não haja resultados com período inferior a seis meses.

f) Solicitar cultura e antibiograma do exsudato em caso de sinais clínicos de

infecção.

g) Prescrever as intervenções de enfermagem e a cobertura a ser utilizada na ferida.

h) Anotar os dados na ficha Consulta de Enfermagem do Paciente com Ferida

(Anexo II).

i) Orientar o paciente e/ou familiares em relação à dieta, higiene, vestuário,

repouso, hidratação oral e tópica, troca de curativo e cuidados com a cobertura

secundária.

j) Fazer encaminhamentos necessários.

k) Agendar retorno.

4.2 - Consultas subsequentes

Deverá ser realizada semanalmente quando o atendimento for realizado na

UAPS.

Quando se tratar de pacientes que necessitem de acompanhamento domiciliar,

essa avaliação deve ser feita de acordo com a necessidade, não podendo ultrapassar 1

mês.

Durante a consulta o enfermeiro deve:

• avaliar o paciente;

• avaliar o aspecto do curativo anterior;

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Page 16: Protocolo de Feridas

• avaliar o aspecto da lesão;

• evoluir no prontuário do paciente;

• fazer mensuração a cada 7 dias ou em um período mais curto, se houver

aumento ou redução acentuados;

• repetir exames laboratoriais quando:

- houver suspeita de infecção da ferida (cultura de exsudato com antibiograma);

- se glicemia maior ou igual a 110 g/dl (glicemia de jejum);

- se hemoglobina menor ou igual a 10 g /dl (hemograma 30 dias após);

- encaminhar para avaliação médica precoce, quando houver alterações

laboratoriais.

• trocar curativo juntamente com o técnico de enfermagem;

• realizar encaminhamentos necessários;

• agendar retorno.

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Page 17: Protocolo de Feridas

5 – AVALIAÇÃO DA FERIDA E ÁREA PERIFERIDA

Técnica de Mensuração da Área Lesada

• Proceder à limpeza da ferida conforme técnica de soro em jato.

• Usar mensurador reutilizável de feridas para calcular a área afetada.

• Traçar uma linha horizontal e uma linha vertical unindo os pontos mais extremos

da região afetada, formando um ângulo de 90° entre as linhas.

• Anotar as medidas das linhas em cm, multiplicar uma medida pela outra para se

obter a área em cm².

• Na presença de duas ou mais feridas, separadas por pele íntegra de até 2 cm,

deve se considerar como lesão única. Fazer a mensuração das feridas, calcular a

área lesada e somá-la;

• Durante o processo cicatricial com a formação de ilha de epitelização, que divide a

ferida em várias, deve se considerar na horizontal a medida da maior ferida e, na

vertical, somar a medida de todas as feridas. Calcular a área posteriormente,

considerando apenas uma lesão.

• A mensuração deve ser feita após a limpeza da ferida. Presença de tecido

necrótico pode levar a classificação incorreta.

Técnica de Mensuração da Profundidade da Lesão

• Limpar a ferida.

• Introduzir uma seringa de insulina estéril, sem agulha, no ponto mais profundo da

lesão.

• Marcar no instrumento o ponto mais próximo da borda.

• Medir com uma régua o segmento marcado e anotar os resultados em centímetro

para comparação posterior.

Avaliação do leito da ferida

• Presença de tecido viável: é aquele formado no processo de cicatrização,

objetivando a reconstrução epitelial da área lesada. Se apresenta como tecido

granulado, vermelho, que nada mais é que, o tecido conjuntivo intensamente

vascularizado.

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Page 18: Protocolo de Feridas

• Presença de tecido inviável: tecido necrótico constituído por diferentes matérias

orgânicas e se apresenta de diversas maneiras.

Técnica de Mensuração do Solapamento da Lesão (descolamento do tecido

subcutâneo)

• Introduzir sonda uretral número 12 na ferida.

• Fazer varredura da área no sentido horário.

• A cabeça do paciente corresponde às 12h.

• Identificar o ponto de maior descolamento tecidual (direção em horas).

• Marcar na sonda o ponto mais próximo da borda.

• Medir na régua o segmento marcado.

• Registrar no prontuário o tamanho (em cm) e direção (em horas) da medida feita

para comparação posterior. Exemplo: 05 cm em direção à 10 horas.

Protocolo de Assistência para Portadores de Ferida, 2006

Mensuração da Circunferência de Membros Inferiores

Registrar em centímetros, a medida do maior diâmetro encontrada na perna do

paciente.

Escala de Avaliação da Dor

Utilizar a escala numérica da dor. Neste instrumento os pacientes avaliam a sua

dor em uma escala de 0 a 10, com 0 representando "nenhuma dor" e 10 indicando "a

pior dor imaginável".

0-3 – Dor leve

4-7 – Dor moderada

8-10 – Dor intensa

Nas lesões arteriais, a dor é acompanhada de palidez ou cianose, frialdade, parestesias

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Page 19: Protocolo de Feridas

e ausência de pulso; em cronicidade, a dor piora quando frio e a noite. Melhora com o pé

pendente, flexão acentuada do joelho ou deambulação.

Nas lesões venosas, a dor aguda pode estar associada a vasculites,

comprometimento muscular devido o edema, ou a tromboses extensas. A dor

progressiva se dá por distensão das paredes venosas quando em pé ou com as pernas

pendentes. Ocorre melhora quando em repouso horizontal, em uso de compressão

elástica ou com elevação do membro.

Edema

Avalia-se a profundidade de cacifo formado a partir da pressão do dedo sobre os

tecidos contra a estrutura óssea. Quanto mais profundo o cacifo, maior o número de

cruzes, conforme escala abaixo:

- 1+/4+

- 2+/4+

- 3+/4+

- 4+/4+

Início, localização, sensibilidade, alterações da pele ao redor, elasticidade,

temperatura da pele. Esta avaliação não se aplica em caso de edema duro (linfedema).

Tecido Necrótico

Caracterizar segundo a cor, consistência e adesão ao tecido viável.

Exsudato

Descrever volume, cor e odor.

Pele ao redor da ferida

Descrever cor, calor, hidratação e maceração.

Pulso

A avaliação deve ser feita comparando os segmentos homólogos para se

estabelecer à medição. Esta avaliação auxilia na diferenciação das lesões Arteriais e

Venosas.

- Venosas: os pulsos pediais são perceptíveis a palpação.

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Page 20: Protocolo de Feridas

- Arteriais: pulsos ausentes.

Dermatite

- Presente

- Ausente

Técnica de enfaixamento

É a colocação de uma faixa com o objetivo de:

-envolver, prender e proteger as partes lesadas;

- manter curativos e talas;

- facilitar o retorno venoso através de uma leve compressão;

- imobilizar membros.

Enfaixar os membros em sentido distal-proximal, da esquerda para a direita, com o rolo

de atadura voltado para cima.

Coleta da cultura:

- Realizar a limpeza da pele ao redor da ferida. O leito da ferida deve ser limpo

exaustivamente com solução fisiológica em jato para remoção de debris e excesso

de exsudato.

- A haste do swab só deve ser exposta no momento da coleta.

- Recomenda-se umedecer a extremidade do swab com SF 0,9%, se a ferida estiver

com pouco ou nenhum exsudato. Colher o material deslizando o swab sobre o leito

da ferida em “z”, No mínimo por 10 pontos assegurando borda e leito.

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Page 21: Protocolo de Feridas

6- ASSISTÊNCIA AO PACIENTE QUEIMADO

Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma de origem

térmica resultante da exposição ou contato com chamas, líquidos quentes, superfícies

quentes, eletricidade, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção. As

queimaduras são classificadas quanto à etiologia, profundidade, extensão e

complexidade.

Quanto à etiologia

• Queimaduras térmicas.

• Queimaduras químicas.

• Queimaduras elétricas.

• Queimaduras por radiação.

• Queimaduras por atrito.

• Outras.

Quanto à profundidade

GRAU PROFUNDIDADE SINAIS

Primeiro

Lesões apenas na

epiderme

Eritema

Segundo

Lesões da epiderme e parte

da derme. Eritema + Bolha

Terceiro

Lesões da epiderme e

derme, podendo atingir

tendões, ligamentos,

músculos e ossos.

Branca Nacarada

Adaptado: PICOLLO, 2008.

Quanto à extensão

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Page 22: Protocolo de Feridas

A Regra dos Noves é utilizada para o cálculo da Superfície Corporal Queimada (SCQ).

Área Adulto Criança

Cabeça e Pescoço 9% 18%

Membro superior direito 9% 9%

Membro superior

esquerdo

9% 9%

Tronco Anterior 18% 18%

Tronco Posterior 18% 18%

Genitais 1% 1%

Membros Inferiores

Direito

18% 14%

Membros Inferiores

Esquerdo

18% 14%

Adaptado: PICOLLO, 2008

PICOLLO, 2008

Quanto à complexidade

PEQUENO QUEIMADO MÉDIO QUEIMADO GRANDE QUEIMADOQueimaduras de primeiro

grau em qualquer extensão,

Queimaduras de segundo

grau com área corporal

Queimaduras de segundo

grau com área corporal

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Page 23: Protocolo de Feridas

em qualquer idade. atingida entre 5% a 15%

em menores de 12 anos.

atingida maior do que 15%

em menores de 12 anos ou

maior do que 20% em

maiores de 12 anos.Queimaduras de segundo

grau com área corporal

atingida até 5% em

crianças menores de 12

anos ou até 10% em

maiores de 12 anos.

Queimaduras de segundo

grau com área corporal

atingida entre 10% a 20%

em maiores de 12 anos.

Queimaduras de terceiro

grau com área corporal

atingida maior do que 5%

em menores de 12 anos ou

maior do que 10% em

maiores de 12 anos.. Queimadura de segundo

grau envolvendo mão ou pé

ou face ou pescoço ou axila

ou grande articulação (axila

ou cotovelo ou punho ou

coxofemoral ou joelho ou

tornozelo), em qualquer

idade.

Queimaduras de segundo

ou terceiro grau atingindo o

períneo, em qualquer

idade.

Queimaduras que não

envolvam face ou mão ou

períneo ou pé, de terceiro

grau com até 5% da área

corporal atingida em

crianças até 12 anos ou até

10% em maiores de 12

anos

Queimaduras de terceiro

grau atingindo mão ou pé

ou face ou pescoço ou

axila, em qualquer idade

Queimaduras por corrente

elétrica.

OBSERVAÇÃO

Será igualmente considerado GRANDE OU QUEIMADO DE GRANDE GRAVIDADE, o paciente

que for vítima de queimaduras de qualquer extensão que tenha associada a esta queimadura uma ou mais

da seguintes situações: lesão inalatória; politrauma; fratura óssea em qualquer localização; trauma

craniano (diagnosticado por exames radiológicos ou por quadro clínico); choque de qualquer origem;

insuficiência renal; insuficiência cardíaca; insuficiência hepática;diabetes; distúrbios da coagulação e

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Page 24: Protocolo de Feridas

hemostasia; embolia pulmonar; infarto agudo do miocárdio; quadros infecciosos graves decorrentes ou

não da queimadura (que necessitem antibioticoterapia venosa); síndrome compartimental ou do túnel do

carpo, associada ou não à queimadura; doenças consuptivas, ou; qualquer outra afecção que possa ser

fator de complicação à lesão ou ao quadro clínico da queimadura.

QUEIMADURAS QUE DEVEM SER ENCAMINHADAS

• Queimaduras de segundo grau (espessura parcial) com área corporal atingida

superior a 10% da superfície corporal, em qualquer idade.

• Queimaduras que envolvam a face, mão, pé, genitália, períneo, pescoço, grande

articulação (axila, cotovelo,punho, coxo-femoral, joelho ou tornozelo), em

qualquer idade.

• Queimaduras de terceiro grau, em qualquer idade.

• Queimaduras causadas por eletricidade, inclusive aquelas causadas por raio, em

qualquer idade.

• Queimaduras químicas, em qualquer idade.

• Lesão por inalação, em qualquer idade.

• Queimadura em pacientes, em qualquer idade, com problemas médicos

preexistentes ou não, que poderiam complicar os cuidados, prolongar a

recuperação ou influenciar a mortalidade.

• Qualquer paciente com queimaduras e trauma concomitante (por exemplo,

fraturas) no qual a queimadura apresenta maior risco de morbidade ou

mortalidade.

CRITÉRIOS PARA ATENDIMENTO NAS UAPS E CEMADS

• Pequeno queimado.

• Médio e grande queimado após alta hospitalar

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Page 25: Protocolo de Feridas

6.1 FLUXOGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES QUEIMADOS

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Estabilizar e encaminhar

paraSAMU

Policlínica /FHNSL

Alta Hospitalar

TratamentoUAPS

Bolhas preservada

s

Bolhasrompidas

Manter bolha

Sem infecção

Com infecção

Usar paramentação para desbridamento- Limpeza exaustiva com SF 0,9% em jato.- Fazer uso de luvas estéreis.- Retirar todo tecido desvitalizado com auxílio de instrumental

TRATAMENTO TÓPICO

- Alginato de cálcio: se ferida muito exsudativa.- Sulfadiazina de prata.- Pouco exsudativa troca 01 vez ao dia.- Moderada a intensa exsudatação troca de 02 a 03 vezes ao dia.

- VACINAÇÃO

Queimadura

AcolhimentoUAPS

PequenoQueimad

o

Médio eGrande

Queimado

Protegê-la do trauma

- Orientar o paciente a

não rompê-la

- Usar paramentação para desbridamento- Limpeza exaustiva com SF 0,9% em jato.- Fazer uso de luvas estéreis.- Retirar todo tecido desvitalizado com auxílio de instrumental.

TRATAMENTO TÓPICO

- Hidrocolóide: se ferida com exsudato de pouco a moderado.- Alginato de cálcio: se ferida muito exsudativa.- Sulfadiazina de prata.- Pouco exsudativa troca 01 vez ao dia.- Moderada a intensa exsudatação troca de 02 a 03 vezes ao dia.

- VACINAÇÃO

Page 26: Protocolo de Feridas

7. FERIDAS ULCEROSAS MAIS COMUNS

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Page 27: Protocolo de Feridas

7.1 Diagnóstico Diferencial de Úlceras

- Acroangiodermatite (Pseudo Sarcoma de Kaposi)

- Desglobulinemias

- Eritema endurado (TBC cutânea)

- Leishimaniose Tegumentar

- Micoses profundas (Esporotricose , Cromomicose , Paracoccidioidomicose)

- Necrobiose lipoídica

- Neoplasias cutâneas

- Pioderma gangrenoso

- Sífilis terciária

- Síndrome de Klinefelter

- Úlcera de Marjolin

- Úlceras factícias

- Vasculites

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Page 28: Protocolo de Feridas

8 - ÚLCERAS POR PRESSÃO

Conceito e fisiopatologia

São feridas isquêmicas que ocorrem em tecidos moles, normalmente em áreas de

proeminências ósseas. Ocorrem quando uma pressão aplicada à pele excede a pressão

capilar normal, ocasionando diminuição da irrigação sangüínea e, consequentemente,

falta de oxigênio e nutrientes para os tecidos, o que leva à formação do processo

inflamatório e morte celular.

O termo “escara” refere-se somente a um tipo de necrose.

Classificação das úlceras por pressão

Categoria I: Eritema não branqueável

Pele intacta com rubor não branqueável

numa área localizada, normalmente sobre

uma proeminência óssea. Em pele de

pigmentação escura pode não ser visível o

branqueamento; a sua cor pode ser

diferente da pele em redor. A área pode

estar dolorosa, dura, mole, mais quente ou

mais fria comparativamente ao tecido

adjacente. A categoria I pode ser difícil de

identificar em indivíduos com tons de pele

escuros. Pode ser indicativo de pessoas

“em risco”.

28

Page 29: Protocolo de Feridas

Categoria II: perda parcial da espessura

da pelePerda parcial da espessura da derme, que

se apresenta como uma ferida superficial

(rasa) com leito vermelho – rosa sem

esfacelo. Pode também apresentar-se

como flictena fechada ou aberta,

preenchida por líquido seroso ou sero-

hemático. Apresenta-se como uma úlcera

brilhante ou seca, sem crosta ou

equimose*. Esta categoria não deve ser

usada para descrever fissuras da pele,

queimaduras por abrasão, dermatite

associada a incontinência, maceração ou

escoriações.

*Equimose é indicador de lesão profunda.

Categoria III: Perda total da espessura

da pele

Perda total da espessura tecidular. Pode

ser visível o tecido adiposo subcutâneo,

mas não estão expostos os ossos,

tendões ou músculos. Pode estar presente

algum tecido desvitalizado (fibrina úmida),

mas não oculta a profundidade dos tecidos

lesados. Pode incluir lesão cavitária e

encapsulamento. A profundidade de uma

úlcera de categoria III varia com a

localização anatómica. A asa do nariz,

orelhas, região occipital e maléolos não

têm tecido subcutâneo (adiposo) e uma

29

Page 30: Protocolo de Feridas

úlcera de categoria III pode ser superficial.

Em contrapartida, em zonas com tecido

adiposo abundante podem desenvolver-se

úlceras de pressão de categoria III

extremamente profundas. O osso/tendão

não são visíveis ou diretamente palpáveis.

Categoria IV: Perda total da espessura

dos tecidos Perda total da espessura dos tecidos com

exposição óssea, dos tendões ou

músculos. Pode estar presente tecido

desvitalizado (fibrina húmida) e ou tecido

necrótico. Frequentemente são cavitadas

e fistulizadas. A profundidade de uma

úlcera de pressão de categoria IV varia

com a localização anatómica. A asa do

nariz, orelhas, região occipital e maléolos

não têm tecido subcutâneo (adiposo) e

estas úlceras podem ser superficiais. Uma

úlcera de categoria IV pode atingir

músculo e/ou estruturas de suporte (i.e.

fascia, tendão ou cápsula articular)

tornando a osteomielite e a osteíte

prováveis de acontecer. Existe

osso/músculo exposto visível ou

diretamente palpável.

Suspeita de lesão nos tecidos

profundos

Área vermelho escuro ou púrpura

30

Page 31: Protocolo de Feridas

localizada em pele intacta e descorada ou

flictena preenchida com sangue,

provocadas por danos no tecido mole

subjacente pela pressão e ou forças de

torção. A área pode estar rodeada por

tecido mais doloroso, firme, mole, húmido,

quente ou frio comparativamente ao tecido

adjacente. A lesão dos tecidos profundos

pode ser difícil de identificar em indivíduos

com tons de pele escuros. A evolução

pode incluir uma flictena de espessura fina

sobre o leito de uma ferida escura. A ferida

pode evoluir adicionalmente ficando

coberta por uma fina camada de tecido

necrótico (escara). A sua evolução pode

ser rápida expondo outras camadas de

tecido adicionais mesmo com o tratamento

adequado.

Inclassificáveis/Não graduáveis: Perda

total da espessura da pele ou de

tecidos – profundidade indeterminada Perda total da espessura dos tecidos, na

qual a profundidade actual da úlcera está

bloqueada pela presença de tecido

necrótico (amarelo, acastanhado, cinzento,

verde ou castanho) e/ou escara (tecido

necrótico amarelo escuro, castanho ou

preto) no leito da ferida. Até que seja

removido tecido necrótico suficiente para

expor a base da ferida, a verdadeira

profundidade não pode ser determinada; é

no entanto uma úlcera de categoria III ou

IV. Uma escara estável (seca, aderente,

31

Page 32: Protocolo de Feridas

intacta e sem eritema ou flutuação) nos

calcâneos, serve como penso biológico

natural e não deve ser removida.

Localizações mais comuns das úlceras de pressão

ALBERT EINSTEN-HOSPITAL DE ENSINO E PESQUISA,2010.

9 - TROCA DE CURATIVO NA UNIDADE DE SAÚDE

Limpeza da Ferida

Limpeza da ferida é a remoção de tecido necrótico, corpo estranho, excesso de

exsudato, resíduos de agentes tópicos e dos microorganismos existentes nas lesões

32

Page 33: Protocolo de Feridas

objetivando a promoção e preservação do tecido de granulação.

A técnica de limpeza ideal para a ferida é aquela que respeita o tecido de

granulação, preserva o potencial de recuperação, minimiza o risco de trauma e/ou

infecção.

Material necessário

- luvas de procedimento;

- luvas cirúrgicas quando manipular cobertura estéril;

- bacia;

- soro fisiológico 0,9% - 250 ml ou 500 ml;

- agulha 25 x 8 mm (canhão verde) para frascos semi-rígidos;

- agulha 40 x 12 mm (canhão rosa) para frascos maleáveis;

- saco plástico de lixo (branco);

- lixeira;

- máscara;

- óculos protetores;

- cobertura, creme ou pomadas indicadas;

- gaze dupla, gaze aberta, ou ambas;

- atadura de crepom, conforme a necessidade;

- álcool a 70%;

- sabão líquido;

- esparadrapo ou fita microporosa.

Descrição do procedimento

1. Reunir e organizar todo o material que será necessário para realizar o curativo;

2. Lavar as mãos;

3. Fazer uso de EPI’s (óculos, máscara, gorro, cabelo preso, luvas e jaleco branco)

Obs: Não realizar curativo trajando bermudas, saias e sandálias, para assim evitar

acidentes de trabalho.

4. Colocar o paciente em posição confortável e explicar o que será feito;

5. Retirar a atadura e a cobertura da ferida. Se na remoção da cobertura e/ou atadura da

33

Page 34: Protocolo de Feridas

ferida, os mesmos estiverem bem aderidos na lesão, aplicar os jatos de SF, removendo

com muita delicadeza, evitando traumas e assim, retrocessos no processo cicatricial.

6. Desprezar o curativo retirado juntamente com as luvas no lixo;

7. Calçar nova luva de procedimento;

8. Utilizar frasco de soro fisiológico a 0,9%, perfurando-o antes da curvatura superior,

com agulha 25 x 8 mm ( somente um orifício).

9. Irrigar o leito da ferida exaustivamente com o jato de soro numa distância em torno de

20 cm até a retirada de toda a sujidade;

10. Fazer limpeza mecânica (manual) da pele ao redor da lesão com gaze umedecida

em SF 0,9%.

OBS: Quando necessário, utilizar tesouras estéreis avulsas. Não secar o leito da ferida.

11. Aplicar a cobertura conforme a prescrição do enfermeiro;

12. Passar óleo de girassol na pele íntegra adjacente à lesão, quando necessário,

sempre após colocação de coberturas;

13. Fazer o uso da cobertura secundária, quando necessário;

14. Enfaixar os membros, se indicado, em sentido distal-proximal, da esquerda para a

direita, com o rolo da atadura voltado para cima;

15. Realizar as anotações no prontuário e/ou nos impressos próprios;

16. Desprezar o frasco com resto de soro no final do dia.

Troca de curativo no domicílio

1- Organizar todo o material que será necessário para a realização do curativo no

domicílio;

2- Encaminhar-se ao domicílio após agendamento prévio com a família ou cuidador;

Obs: É de fundamental importância, a presença de um dos familiares ou cuidador para

acompanhar a realização do curativo com o objetivo de prepará-lo para o procedimento.

3- Providenciar um local bem iluminado, confortável e que preserve a intimidade do

paciente durante o atendimento;

4- Utilizar um recipiente, providenciado pelos familiares, para servir de anteparo durante

a realização do curativo. O mesmo ficará separado e será utilizado apenas para este

34

Page 35: Protocolo de Feridas

procedimento.

5- Lavar as mãos com água e sabão, se não for possível, fazer a anti-sepsia das

mesmas com álcool a 70% (levar almotolia);

6- Colocar o paciente em posição confortável e orientar sobre o procedimento a ser

realizado;

7- Fazer uso do EPI (óculos, máscara, luvas e jaleco branco);

8- Realizar procedimento de curativo especificado no item “Troca de Curativo na

Unidade de Saúde”;

9- Organizar o local onde foi realizados o curativo e fazer as anotações devidas;

Ressalvas:

- Proteger pinças e tesouras utilizadas no próprio papel do pacote e depois colocá-lo

dentro da luva de procedimento.

- Proteger o frasco de SF, com o plástico do mesmo, caso não tenha sido utilizado e

orientar a família a guardá-lo em lugar limpo, seco e fresco por no máximo 01 semana

no domicílio e 24 horas em sala de curativo e ambiente hospitalar. Não guardá-lo na

geladeira.

10 - ORIENTAÇÃO DIETÉTICA

O estado nutricional do paciente reflete no baixo peso ou obesidade. A nutrição

tem um papel importante no processo de cicatrização de feridas podendo influenciar

qualquer uma das fases de cicatrização. O quadro abaixo faz a descrição de alguns

alimentos ricos em vitaminas e minerais importantes para o processo de cicatrização de

feridas.

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Page 36: Protocolo de Feridas

Fontes de Nutrientes que auxiliam a cicatrização de feridas

Nutrientes Contribuição Fonte alimentar

Proteínas Reparação, síntese de

colágeno, proliferação de

células epiteliais,

fagocitose, formação de

linfócitos.

Carnes, peixes, ovos,

queijo.

Carboidratos Suprimento energético

para as células

(fibroblastos e leucócitos).

Pão, cereais e batatas.

Vitaminas

A, B 12, C, D, K

Síntese de colágeno,

epitelização, integridade da

membrana celular,

migração de macrófagos.

Cenoura, espinafre,

brócolis, melão, carnes,

fígados, laticínios, peixes,

frutas, legumes, margarina,

vegetais e cereais.Gorduras Formação de novas

células, composição da

membrana celular.

Azeite, óleos, manteiga,

margarina, grãos e

sementes oleaginosas.Minerais: ferro, cobre,

Manganês e zinco.

Proliferação celular, co-

fator para enzimas, oferece

mais resistência ao

colágeno, epitelização.

Carnes, ovos, frutas secas,

mariscos, fígado, pão, chá,

nozes, temperos, cereais

integrais, ostras e quejo.

A desnutrição é um dos principais fatores que influenciam a cicatrização de

feridas, sejam elas agudas ou crônicas. Um estado nutricional depauperado influencia o

tempo de cicatrização em pacientes com úlceras de pressão profundas.

Acompanhamento pelo nutricionista

O paciente com lesão crônica deverá ser encaminhado por profissionais de nível

superior para avaliação do nutricionista.

Classificação nutricional de acordo com Índice de Massa Corporal (IMC)

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Page 37: Protocolo de Feridas

Índice de Massa Corporal (IMC) Peso (kg)

Altura²(m)

Classificação nutricional adulto segundo IMC

IMC Diagnóstico NutricionalPercentil < 18,5 Baixo pesoPercentil ≥ 18,5 < 25 Adequado ou eutróficoPercentil ≥ 25 e < 30 SobrepesoPercentil ≥ 30 ObesidadeFonte: Norma técnica da Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN, 2004

Classificação nutricional idoso segundo IMC

IMC Diagnóstico NutricionalPercentil ≤ 22 Baixo pesoPercentil > 22 < 27 Adequado ou eutróficoPercentil ≥ 27 SobrepesoFonte: Norma técnica da Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN, 2004

11- COBERTURAS E CREMES PADRONIZADOS PELA SECRETARIA DE

SAÚDE DE NOVA LIMA

Alginato de cálcio

Características

Composto pelo ácido álgico, é um polissacarídeo natural, derivado de algas marinhas.

Ao entrarem em contato com a ferida, as fibras do alginato absorvem o excesso de

exsudato e o sangue presente na mesma, mantendo uma umidade ideal. Ao interagirem

com o leito das feridas, sofrem alteração estrutural, transformando-se em gel suave,

hidrófilo permitindo uma remoção livre de traumas. Este curativo estimula a agregação

37

Page 38: Protocolo de Feridas

plaquetária, ativa os fatores de coagulação e possui ação antálgica por proteger as

terminações nervosas.

Apresentação: Placa ou cordões estéreis. É necessário a associação de uma cobertura

secundária (gaze aberta ou gaze dupla).

Indicação: Feridas infectadas ou não, com média a alta exsudação,com ou sem

sangramento, em presença ou ausência de necrose e fibrina. Colocação diretamente

sobre a ferida, pode ser cortado (manipulação deve ser feita com tesoura e luvas

estéreis).

Troca:

- cobertura primária: até 5 dias ou quando perceber a saturação do curativo;

- cobertura secundária: quando a gaze dupla ou aberta estiver úmida.

Placa de Hidrocolóide

Características: Constituído de uma lâmina de espuma de poliuretano e matriz adesiva

de polímeros elastoméricos, na qual estão imersos três tipos de hidrocolóides. Atua

como barreira oclusiva para gases, líquidos e bactérias. Tem elevada capacidade de

absorção e retenção do exsudato da ferida, criando um ambiente úmido que facilita a

regeneração tissular, estimula a granulação, evita possíveis lesões dos tecidos nas

trocas e estimula o desbridamento autóptico. Mantém a temperatura em torno de 36,0º C

(ideal para o crescimento celular). Reduz a dor por manter protegidas, úmidas e

aquecidas as terminações nervosas.

Apresentação: Placas em variadas apresentações de tamanhos e espessuras.

Indicação: Feridas não infectadas, com médio e baixo volume de exsudato. Pode ser

usado em presença de tecido necrótico e fibrina. Deve ser aplicado diretamente sobre a

ferida, deixando uma margem de aproximadamente 3 cm para melhor aderência.

Troca: Deve ser realizada sempre que ocorrer vazamento do gel, podendo permanecer

por até 7 dias. O gel formado com o exsudato da ferida tem cor amarelada e odor

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Page 39: Protocolo de Feridas

desagradável que desaparece após a limpeza da ferida.

Hidrogel Amorfo

Características: Contém grande quantidade de água em sua composição. Evita o

ressecamento da ferida e alivia a dor. Por meio de umidificação, auxiliam o

desbridamento autóptico e não aderem ao leito da ferida. Não deve ser usada em feridas

excessivamente exsudativas.

Apresentação: Gel. É necessária a associação de coberturas oclusivas.

Indicação: Feridas limpas e não infectadas, com perda tecidual parcial profunda, com

tecido necrótico, áreas doadoras de pele, queimaduras de primeiro e segundo graus e

dermoabrasões.

Troca: Acompanha o padrão de troca secundária.

Colagenase a 10% sem cloranfenicol

Características: Possui ação desbridante e fibrinolítica. Não tem ação bactericida.

Apresentação: Pomada

Indicação: Lesões isquêmicas e feridas necróticas.

Troca: no mínimo uma vez ao dia, sendo que seu efeito enzimático é aumentado se

realizado de 12/12 horas.

Sulfadiazina de Prata

Características: Anti-séptico. Reduz o número de microorganismos, tanto gram-

positivos quanto gram-negativos, no leito das feridas, melhorando o prognóstico,

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Page 40: Protocolo de Feridas

principalmente dos grandes queimados.É contra indicado em feridas infectadas por

microorganismos resistentes à sulfadiazina de prata.

Apresentação: Pomada.

Indicação: Queimaduras, feridas que não evoluem com coberturas oclusivas e feridas

extensas (área superior à 350cm).

Troca: no mínimo uma vez ao dia, variando conforme o volume de exsudato drenado.

Bota de Una

Características: Auxilia o retorno venoso, diminui o edema, promove a proteção e

favorece a cicatrização da úlcera.

Indicações: Indicada para tratamento ambulatorial de úlceras venosas da perna e

edema linfático. A bota está contra-indicada em úlceras arteriais e mistas.

Troca: Pode ser mantida por até 7 dias, a menos que haja desconforto, vazamento de

exsudato, sinais clínicos de infecção, dormência e latejamento dos dedos ou em caso de

irritação local.

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Page 41: Protocolo de Feridas

12- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA INDICAÇÃO DE COBERTURAS

Protocolo de Assistência para Portadores de Ferida, 2006

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Page 42: Protocolo de Feridas

13 - EXAMES COMPLEMENTARES

Hemograma completo

É um teste de triagem básico que inclui:

- Contagem de hemácias: média importante na determinação de anemia e policitemia

determinam o número total de hemácias encontradas em 1mm³ de sangue

- Hemoglobina: sua contagem determina a intensidade de uma anemia e avalia a

policitemia.

- Hematócrito: determina a massa de hemácias e é a porcentagem de hemácias contida

em um volume total de sangue.

- Índice de hemácias:

Volume Corpuscular Médio (VCM): indica o tamanho da hemácia, ou seja, expressa o

volume ocupado por uma única hemácia

Tipo de deficiência:

Hemácias hipocrômicas

Anemia Normocíticas e Normocrômicas:

Anemia Macrocítica:

Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): mede a concentração

média de hemoglobina nas hemácias.

Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): mede o peso médio de hemoglobina por

hemácia.

- Contagem de plaqueta: mede a quantidade de plaquetas. É útil para avaliar a

possibilidade de distúrbios hemorrágicos.

- Contagem de leucócitos: auxilia na avaliação da intensidade de um processo

patológico.

- Contagem diferencial de leucócitos: expressa uma porcentagem do número total de

leucócitos. Esta contagem só será útil se for interpretada em relação à contagem de

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Page 43: Protocolo de Feridas

leucócitos.

Neutrófilos Segmentados: o neutrófilo é o tipo mais numeroso e importante de leucócito

na reação do organismo à inflamação, constituem uma defesa primária contra a invasão

microbiana.

Eosinófilos: agem fagocitando os complexos antígeno-anticorpos e só se tornam ativos

no estágio final da inflamação. Não são bactericidas, mas respondem a doenças

alérgicas e parasitárias. Portanto, é usado para diagnosticar infecções alérgicas,

intensidade das infestações por vermes e outros grandes parasitas e monitorizar a

resposta ao tratamento.

Basófilos: são fagocíticos e contêm heparina, histaminas e serotoninas. Sua contagem é

importante no estudo das reações alérgicas.

Monócitos: é a 2ª linha de defesa do organismo contra infecção. Sua função é remover

células lesadas e mortas, microrganismos e partículas insolúveis do sangue circulante.

São estas células que produzem o agente antiviral interferon.

Linfócitos: são células que atuam em áreas de inflamação nos estágios inicial e final.

São extremamente importantes nas reações imunológicas.

Albumina sérica

Avalia o estado nutricional, pressão oncótica do sangue, enfermidades renais

associadas com proteinúria etc. Fatores que influenciam as concentrações séricas de

albumina são: alterações na distribuição dos fluidos corporais, condição de hidratação,

perdas corporais e taxas de síntese e catabolismo. Além disso, em situações clínicas

caracterizadas por distúrbios no volume plasmático corporal, tais como desidratação

aguda, gestação, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência hepática e insuficiência

renal, as concentrações de albumina apresentam-se alteradas, portanto, para

interpretação adequada desses valores, essas condições devem ser consideradas.

Glicemia de jejum

Estabelece diagnóstico de Diabetes Mellitus e avalia desordens do metabolismo dos

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Page 44: Protocolo de Feridas

carboidratos.

Cultura com antibiograma

Exame utilizado para revelar a presença de microrganismos aeróbicos e anaeróbicos e

sua sensibilidade e resistência à antibioticoterapia.

Em caso de suspeita de infecção local, deverá sempre ser solicitada cultura com

antibiograma. O tratamento com antibiótico sistêmico deverá ser iniciado logo após a

coleta de material. O principal valor da cultura é guiar o tratamento quando houver falha

terapêutica após um esquema inicia

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Page 45: Protocolo de Feridas

ANEXOS

ANEXO I: Deliberações e Resoluções sobre Atendimento de Enfermagem Realizado pelo

Enfermeiro.

RESOLUÇÃO COFEN - 159

Dispõe sobre a consulta de Enfermagem

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso de sua competência, tendo em vista as

deliberações do Plenário em sua 214ª Reunião Ordinária,

Considerando o caráter disciplinador e fiscalizatório do COFEN e dos Regionais sobre o

exercício das atividades nos serviços de Enfermagem do País;

Considerando que a partir da década de 60 vem sendo incorporada gradativamente em

instituições de saúde pública a consulta de Enfermagem, como uma atividade fim;

Considerando o Art. 11, inciso I, alínea "i" da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e no Decreto

94.406/87, que a regulamenta, onde legitima a Consulta de Enfermagem e determina como

sendo uma atividade privativa do enfermeiro;

Considerando os trabalhos já realizados pelo COFEN sobre o assunto, contidos no PAD-

COFEN nº 18/88;

Considerando que a Consulta de Enfermagem, sendo atividade privativa do Enfermeiro, utiliza

componentes do método científico para identificar situações de saúde/doença, prescrever e

implementar medidas de Enfermagem que contribuam para a promoção, prevenção, proteção da

saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade;

Considerando que a Consulta de Enfermagem tem como fundamento os princípios de

universalidade, eqüidade, resolutividade e integralidade das ações de saúde;

Considerando que a Consulta de Enfermagem compõe-se de Histórico de Enfermagem

(compreendendo a entrevista), exame físico, diagnóstico de Enfermagem, prescrição e

implementação da assistência e evolução de enfermagem;

Considerando a institucionalização da consulta de Enfermagem como um processo da prática

de Enfermagem na perspectiva da concretização de um modelo assistencial adequado às

condições das necessidades de saúde da população;

Resolve:

Art. 1º - Em todos os níveis de assistência à saúde, seja em instituição pública ou privada, a

consulta de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de

Enfermagem

Art. 2º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua assinatura.

Rio de Janeiro, 19 de abril de 1993

Ruth Miranda de C. Leifert – COREN-SP nº 1.104 – Primeira-secretária

Gilberto Linhares Teixeira – COREN-RJ nº 2.380 – Presidente

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Page 46: Protocolo de Feridas

ANEXO II - RESOLUÇÃO COFEN - 195

Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e complementares por Enfermeiro

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso das atribuições previstas no artigo 8º,

incisos IX e XIII da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, no artigo 16, incisos XI e XIII do

Regimento da Autarquia aprovado pela Resolução COFEN-52/79 e cumprindo deliberação do

Plenário em sua 253ª Reunião Ordinária,

Considerando a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, no seu artigo 11, incisos I alíneas "i" e "j"

e II, alíneas "c", "f" , "g", "h" e "i";

Considerando o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, no artigo 8º, incisos I, alíneas "e" e

"f" e II, alíneas "c", "g" , "h", "i" e "p";

Considerando as inúmeras solicitações de consultas existentes sobre a matéria;

Considerando que para a prescrição de medicamentos em programa de saúde pública e em

rotina aprovada pela instituição de saúde, o Enfermeiro necessita solicitar exame de rotina e

complementares para uma efetiva assistência ao paciente sem risco para o mesmo;

Considerando os programas do Ministério da Saúde: "DST/AIDS/COAS"; "Viva Mulher";

"Assistência Integral e Saúde da Mulher e da Criança (PAISMC)"; "Controle de Doenças

Transmissíveis" dentre outros,

Considerando Manuais de Normas Técnicas publicadas pelo Ministério da Saúde: "Capacitação

de Enfermeiros em Saúde Pública para SUS - Controle das Doenças Transmissíveis"; "Pré-Natal

de Baixo Risco" - 1986; "Capacitação do Instrutor/Supervisor/Enfermeiro na área de controle da

Hanseníase" - 1988;

"Procedimento para atividade e controle da Tuberculose"- 1989; "Normas Técnicas e

Procedimentos para utilização dos esquemas Poliquimioterapia no tratamento da Hanseníase"-

1990; "Guia de Controle de Hanseníase" - 1994; "Normas de atenção à Saúde Integral do

Adolescente" - 1995;

Considerando o Manual de Treinamento em Planejamento Familiar para Enfermeiro da

Associação Brasileira de Entidades de Planejamento Familiar (ABEPF);

Considerando que a não solicitação de exames de rotina e complementares quando

necessários para a prescrição de medicamentos é agir de forma omissa, negligente e

imprudente, colocando em risco seu cliente (paciente); e, Considerando o contido nos PADs

COFEN nº 166 e 297/91,

Resolve:

Art. 1º - O Enfermeiro pode solicitar exames de rotina e complementares quando no exercício de

suas atividades profissionais.

Art. 2º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 1997

Dulce Dirclair Huf Bais – COREN-MS nº 10.244 – Primeira-secretária Gilberto Linhares

Teixeira – COREN-RJ nº 2.380 – Presidente

46

Page 47: Protocolo de Feridas

ANEXO III - INFORME COFEN DO RDC- 20/2011 DA ANVISA

O reconhecimento pela ANVISA sobre a prescrição medicamentosa do Enfermeiro

25/05/2011

Publicado Portal do Cofen - Conselho Federal de Enfermagem (http://site.portalcofen.gov.br)

ANVISA reconhece a atribuição do enfermeiro sobre a prescrição de medicamentos

estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde,

conforme a Lei nº 7498/86.

Recentemente, o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) encaminhou

ofício solicitando a revisão da RDC nº 44/2010, que dispõe sobre o controle de medicamentos

antimicrobianos de uso sob prescrição, solicitação acatada com a edição da RDC nº 20, datada

de 05/05/2011.

Assim, com o art. 4º da RDC n° 20/2011, fica claro que a prescrição medicamentosa é de

atribuição de todo e qualquer profissional regularmente habilitado, não se tratando, portanto, de

ato exclusivamente médico. Através desta Resolução da ANVISA, ficou estabelecido o que a

legislação federal já previa, que o enfermeiro realiza prescrições de medicamentos pertencentes

ao programa de saúde pública, tendo em vista também a relação de medicamentos certos e

previstos no programa ou rotina da instituição.

Os gestores de cada unidade de dispensação não podem negar-se a fornecer o medicamento

prescrito pelo enfermeiro, uma vez que este esteja vinculado a instituição que contenha

programa, protocolos de saúde pública ou rotinas aprovada pela instituição de saúde, exemplo,

Ministério da Saúde, Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde.

Nesta ordem de idéias, todo e qualquer cidadão que tenha sido atendido por enfermeiro em

algum programa de saúde e esteja portando um receituário com pedido de medicamentos que

prescreva antimicrobianos, não pode ter negado a venda ou entrega do medicamento pois a

nova Resolução 20/2011 da ANVISA está em plena conformidade ao estatuído no artigo 11, II,

“c” da Lei 7.498/86.

47

Page 48: Protocolo de Feridas

ANEXO IV

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAISPARECER TÉCNICO Nº 43/09REFERÊNCIA:Consulta realizada pela Enfermeira do Ambulatório do Pé Diabético – Unidade de Referência Secundária Padre Eustáquio – Secretaria Municipal Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte sobre desbridamento mecânico com lâmina de lesões e calos e remoção de Tunga penetrans realizados por técnicos e auxiliares de enfermagem.HISTÓRICO:Recebemos em 15 de abril de 2009 a consulta realizada pela Enfermeira do Ambulatório do Pé Diabético – Unidade de Referência Secundária Padre Eustáquio, protocolada no COREN-MG sob o Nº 11792/09 em 24 de março de 2009, para análise e parecer.MÉRITO:Considerando a Deliberação COREN-MG 65/00 e de acordo com a Resolução COFEN 311/2007 que estabelece: CAPÍTULO I DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS RESPONSABILIDADES E DEVERESArt. 5º - “Exercer profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade”.SEÇÃO I – DAS RELAÇÕES COM A PESSOA, FAMÍLIA E COLETIVIDADEDIREITOSArt. 10 - “Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade”.CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAISDAS RESPONSABILIDADES E DEVERESArt. 12 “Assegurar á pessoa, família e coletividade, assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência”.Art. 13 - “Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem.”Art. 21 – “Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da Equipe de Saúde”.Considerando também o Capítulo V das INFRAÇÕES E PENALIDADES:Art. 113 – “Considera-se Infração Ética a ação, omissão ou conivência que implique em desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem”.Art. 114 – “Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem”.Art. 115 – “Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela obtiver benefício, quando cometida por outrem”.Art. 116 – “A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos, do dano e de suas consequências”.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAIS

CONCLUSÃOEstudando os questionamentos feitos pela profissional à luz da legislação e normas do Código de Ética, considerando que o Auxiliar e Técnico de Enfermagem não estão amparados legalmente para a realização do desbridamento mecânico de lesões e calos com lâmina de bisturi e remoção de Tunga penetrans. Portanto, a realização dos procedimentos citados é uma atribuição do profissional Enfermeiro desde que esteja devidamente capacitado.SMJ, este é o nosso parecer.Belo Horizonte, 05 de maio de 2009.__________________________________Elisabete da Silva PeixotoEnfermeiraCOREN-MG – 1656____________________________________Vera Lúcia de Araújo Nogueira LimaEnfermeiraCOREN-MG 20593____________________________________Dra. Eline Lima BorgesEnfermeiraCOREN-MG - 42261Coordenadora da Câmara Técnica de Estudos e Tratamentos de Ferida

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Page 49: Protocolo de Feridas

ANEXO Vy

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAISRua da Bahia, 916 / 13º Andar–Edifício Mercantil – Telefax (31) 3238-7500 – CEP 30160-011 – Belo Horizonte - MGPARECER TÉCNICO 20/10REFERÊNCIA: Retirada de miíase pelos profissionais de enfermagem, através da compressão manual sem uso de anestésico.HISTÓRICO: Em 23/11/09 recebemos na Câmara Técnica Gerencial e Assistencial cópia de e-mail encaminhado pela Enfermeira Maria Goretti Resende Sousa, CORENMG 31278, indagando se os profissionais de enfermagem poderiam realizar o procedimento mencionado anteriormente.MÉRITOMiíase é a infestação de vertebrados por larvas de dípteros que, pelo menos durante certo período, se alimentam dos tecidos vivos do hospedeiro, de substancias corporais líquidas ou do alimento ingerido. Dessa forma, larvas de moscas que completam seu ciclo, ou pelo menos parte do seu desenvolvimento normal dentro ou sobre o corpo de um hospedeiro vertebrado podem ser classificadas como causadoras de miíses. O termo miíase tem essa etimologia: mye= moscas; ase= doença. No meio rural é conhecido como "bicheira". Do ponto de vista biológico e evolutivo, aquilo que chamamos coletivamente de miíases pode ter sua origem em duas raízes diferentes: miíases furunculares (berne, por exemplo) e a outra, as miíases traumáticas (bicheiras, por exemplo). Disponível em: http://www.ebah.com.br/miiases-pdf-a28409.html. Acesso em 08/02/2010.O procedimento de retirada das miíases furunculares, conhecido como “berne” pode parecer um procedimento simples, sem maiores consequëncias, não obstante podemos estar diante de um paciente/cliente com outras patologias que poderiam gerar complicações diversas, como por exemplo no caso de pacientes diabéticos que se submetidos a extirpação em condições de higiene precárias podem apresentar infecções. Assim, a retirada da mííase furuncular vai além do procedimento puro e simples e necessita de avaliação e prescrição médica. É sabido que na prática diária, pela ausência do profissional médico, os profissionais de enfermagem muitas vezes são estimulados a realizar procedimentos para os quais CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAISRua da Bahia, 916 / 13º Andar–Edifício Mercantil – Telefax (31) 3238-7500 – CEP 30160-011 – Belo Horizonte – MG não estão preparados. Situações que nos fazem reportar ao Código de Ética dosProfissionais de Enfermagem, Resolução COFEN nº 311/2007 que assinala em seu Art. 12- Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência e Art. 13- avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem.CONCLUSÃODiante do exposto, somos contrários à realização de retirada de miíase furuncular pelos profissionais de enfermagem, sem a avaliação e prescrição médica, considerando as razões expostas anteriormente.SMJ, este é o nosso parecer.

Enfª. Clecy Zaghi Alves- relatoraCOREN MG 29040Enfª. Dra. Maria Édila Abreu FreitasCoordenadora da Câmara Técnica Assistencial e Gerencial

REFERÊNCIASCONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº. 311, de 08 de fevereiro de2007. Dispõe sobre o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Rio deJaneiro: COFEN, 2007. Disponível em:<http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7106&sectionID=34>.Acesso em 08/02/2010.FIDELIS, F. et al. Miíases. Trabalho de aproveitamento do curso de enfermagem.Centro Universitário Celso Lisboa. Rio de Janeiro, novembro de 2009. Disponível em:http://www.ebah.com.br/miiases-pdf-a28409.html . Acesso em 08/02/2010.

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ANEXO VI

Consulta de Enfermagem ao Portador de Feridas

Admissão:___/___/___ Fone: ____________

Nome:_________________________________________________________________________

Endereço:______________________________________________________________________

Unidade de Referência:____________________________________________________

Sexo: F ( ) M ( ) DN:___________ Idade:________ Estado Civil:___________ N° de filhos:________

Escolaridade:____________________Ocupação:_________________________

Habitação: ( ) Água ( ) Luz ( ) Esgoto ( ) Fossa

N° de cômodos___N° de moradores____

Nome do cuidador: _______________________ Grau de parentesco: ____________________

Escolaridade do cuidador: ________________________________ Idade: ___________________

Queixa principal do paciente:_____________________________________________________

_______________________________________________________________________________

Hábitos pessoais

Hábito intestinal: Frequência: _____ vezes ( ) dia ( ) semana Consistência: ( ) moderada ( ) diarréia

( ) outros N de micções: ______ vezes/dia Cor: _______________ Odor: ( ) sui generis Outro:______

Etilismo: ( ) não ( ) sim Tipo de bebida: ___________________ Frequência: ______________

Tabagismo: ( ) não ( ) sim N° de cigarros/dia ______________ Início: ___________________

Alergia tópica: ( ) sim ( ) não Higienização: ( ) diária ( ) semanal ( ) mensal

Tempo de existência da(s) ferida(s):______________________________

Tratamentos anteriores:________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

Mobilidade: ( ) deambula ( ) deambula com auxílio ( ) não deambula

Doenças atuais:

( ) DM tipo ___ ( ) Drepanocitose ( ) Hipertensão Arterial ( ) Insuficiência Arterial

( ) Insuficiência Venosa ( ) Hanseníase ( ) outras: ___________________________________________

Medicamentos em uso___________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Vacina anti-tetânica: ( ) sim ( ) não Data da última dose: _____________________________________

História da lesão:______________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Exame físico: Peso: ___________ Altura:______________

Dor (SCORE 0 a 10) _____________ Local:_________________________________________________

P.A._____________mm/hg Pulso apical:________bpm T ax:___________

Pulsos: Pedial MID ( ) sim ( ) não MIE ( ) sim ( ) não

Poplíteo MID ( ) sim ( ) não MIE ( ) sim ( ) não

Tibial Posterior MID ( ) sim ( ) não MIE ( ) sim ( ) não

Informações relevantes: ________________________________________________________________

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Page 51: Protocolo de Feridas

ANEXO VII

Itens Prescrição de Enfermagem Data

_________________________________________________

Assinatura (carimbo)

ANEXO VIII

Referência das Unidades de Atenção Primária á Saúde e Cemads

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Page 52: Protocolo de Feridas

Profissionais

De

Referência

Geanne Francine Patrícia Sheila

Cascalho Macacos Cemads Nossa senhora

de fátimaRetiro Jardim Canadá Cabeceiras Bela famaCristais Mingú José de

Almeida

Caic

Cruzeiro Boa vista Santa Rita Honório

Bicalho

ANEXO IX

Termo de Compromisso

Objetivos do tratamento

No tratamento de feridas o Serviço tem por objetivos:

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Page 53: Protocolo de Feridas

- Avaliar e acompanhar o portador de ferida;

- Encaminhar para outros profissionais quanto se fizer necessário;

- Propiciar condições que facilitam a cicatrização da ferida;

- Orientar e estimular o auto cuidado.

I nserção do paciente portador de ferida ao atendimento do enfermeiro

Fica claro ao paciente o direito e a oportunidade de fazer perguntas relacionadas

ao Serviço, tratamento, seus objetivos e suas regras, sendo que os profissionais do

serviço estarão sempre aptos a respondê-las.

É de responsabilidade do paciente:

- Comparecer aos retornos agendados;

- Respeitar e seguir todas as orientações fornecidas pelos profissionais de saúde;

- Não retirar ou trocar o curativo no domicílio sem a autorização do profissional;

- Procurar o serviço de saúde fora da data agendada em caso de intercorrências ou

complicações;

- Assumir as atividades relativas a limpeza e higiene pessoal.

Motivos de exclusão do paciente portador de ferida ao atendimento do enfermeiro

- Falta por 02 vezes consecutivas ou 03 alternadas sem comunicação prévia;

- Retirar ou trocar o curativo no domicílio sem a autorização do enfermeiro;

- Descumprir atividades relativas a limpeza e higiene pessoal.

Consentimento

De acordo com o exposto acima, aceito participar do tratamento proposto pelo

Serviço.

_________________________________________

Assinatura do Participante

Nome legível:____________________________________________________________

ANEXO X

Termo de consentimento para fotografar a ferida.

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Autorização

Autorizo que os dados referentes a evolução do meu tratamento sejam publicados na

forma de pesquisa, desde que resguarde sigilo sobre minha identidade.

_________________________________________________

Assinatura do Participante

Nova Lima, ______ de _____________________de __________

Foi discutido o protocolo de tratamento com o paciente, usando linguagem acessível e

apropriada.

Acredita-se ter fornecido as informações necessárias e bom atendimento das mesmas.

_____________________________________________________

Assinatura e carimbo do profissional responsável

Fonte: BORGES, et. al. (2008)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, E. et. aL. Feridas: como tratar. 2.ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2008.

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Page 55: Protocolo de Feridas

BELO HORIZONTE. Protocolo de Assistência para Portadores de Ferida. Prefeitura

Municipal de Belo HorizonteSecretaria Municipal de Saúde.Gerência de Assistência –

Coordenação de Atenção à Saúde do Adulto e do Idoso, 2006.

EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL AND NATIONAL PRESSURE

UlLCER ADVISORY PANEL. Prevention and treatment of pressure ulcers: quick

reference guide. Washington DC: National Pressure Ulcer Advisory Panel; 2009.

WARTZBERG. D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática clínica. Vol1. 2000.

PICCOLO, N.S. et. al. Queimaduras: Diagnóstico e tratamento Inicial. Sociedade

Brasileira de Cirurgia Plástica. 9, abr. 2008.

SOUSA, F. F.; SILVA, J. A. (2005) A métrica da dor (dormetria): problemas teóricos e

metodológicos. Revista DOR, 6(1), 469-513.

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