Protocolo de Manejo Clínico da Síndrome Respiratória Aguda Grave

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MINISTÉRIO DA SAÚDE Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional • ESPII PROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE – SRAG O Ministério da Saúde reforça a recomendação sobre a necessidade de as autoridades de saúde, e de todo o corpo clínico e de apoio manterem o sigilo da identidade dos casos. Esta medida visa a evitar estigma social aos pacientes e resguardar o direito da inviolabilidade de sua privacidade. O não cumprimento dessa medida sujeita o infrator a ações administrativas e penais. VERSÃO IV Brasília / DF 2010

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• Detectar casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave de maneira oportuna; • Reduzir a ocorrência de formas graves e de óbitos; • Monitorar as complicações da doença; e • Acompanhar casos de SRAG com internação hospitalar.

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional • ESPII

PROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE – SRAG

O Ministério da Saúde reforça a recomendação sobre a necessidade de as autoridades de saúde, e de todo o corpo clínico e de apoio manterem o sigilo da identidade dos casos.

Esta medida visa a evitar estigma social aos pacientes e resguardar o direito dainviolabilidade de sua privacidade. O não cumprimento dessa medida sujeita o infrator a ações administrativas e penais.

VERSÃO IV

Brasília /DF2010

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Ministério da saúde

secretaria de Vigilância em saúdedepartamento de Vigilância epidemiológica

Brasília /dF2010

emergência de saúde Pública de importância internacional • ESPII

ProtoCoLo de ManeJo CLÍniCo de SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE – SRAG

o Ministério da Saúde reforça a recomendação sobre a necessidade de as autoridades de saúde, e de todo o corpo clínico e de apoio manterem o sigilo da identidade dos casos.

esta medida visa a evitar estigma social aos pacientes e resguardar o direito da inviolabilidade de sua privacidade. o não cumprimento dessa medida sujeita o infrator a ações administrativas e penais.

VERSÃO IV

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© 2010. Ministério da saúde

todos os direitos reservados. é permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

a responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.

tiragem: 1ª edição – 2010 – versão para web

Elaboração, edição e distribuição

Ministério da saúdesecretaria de Vigilância em saúdedepartamento de Vigilância epidemiológicaorganização: Gabinete Permanente de emergências de saúde Pública/devep/sVsProdução: núcleo de Comunicação

Endereço

esplanada dos Ministérios, Bloco Gedifício sede, 1º andarCeP: 70058-900, Brasília – dFE-mail: [email protected]ço eletrônico: http://www.saude.gov.br/svs

Produção editorial

Projeto gráfico: Fabiano Camilo e sabrina Lopes

diagramação: sabrina Lopes

Capa: Fred Lobo

revisão: Luciene de assis

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sumário

introdução 5

1. OBJETIVOS 6

2. DEFINIÇÃO DE CASO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) 6

notificação imediata 6

3. MANEJO CLÍNICO 7

3.1 informações gerais 7

3.2 Grupos e fatores de risco para complicações por influenza pandêmica (H1n1) 2009 7

3.3 avaliação simplificada de gravidade em serviços de saúde

de atenção primária e secundária 8

3.3.1 avaliação em adultos 8

3.3.2 avaliação em crianças 8

4. ASPECTOS LABORATORIAIS 9

4.1 informações gerais 9

4.2 Coleta de amostras para testes diagnósticos 9

4.2.1 técnica para coleta 10

4.2.2 acondicionamento, transporte e envio de amostras para diagnóstico 10

4.3 indicação para coleta de amostras em situação de óbito 10

4.3.1 informações gerais 10

4.3.2 Coleta dos espécimes teciduais 11

4.3.3 Pontos anatômicos de coletas de amostras 11

4.3.4 acondicionamento de amostras 11

4.3.5 envio de amostras e documentação necessária 12

5. USO DO ANTIVIRAL 13

5.1 tratamento 13

5.1.1 indicação para tratamento 13

5.1.2 dosagem recomendada 13

5.2 Quimioprofilaxia com uso de oseltamivir 14

5.3 informações adicionais 15

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6. MEDIDAS DE PRECAUÇÃO E CONTROLE 16

6.1 informações gerais 16

6.2 Medidas preventivas 16

6.3 Medidas de precaução 16

6.4 equipamentos de Proteção individual – ePi 17

6.4.1 Máscara cirúrgica 17

6.4.2 Máscara de proteção respiratória (respirador particulado ou n95) 17

6.4.3 Luvas 17

6.4.4 Protetor ocular ou protetor de face 18

6.4.5 Gorro descartável 18

6.4.6 Capote/avental 18

6.5 Higienização das mãos 19

6.5.1 Higienização das mãos com água e sabonete 19

6.5.2 técnica “Higienização simples das mãos com água e sabonete” 20

6.5.3 Higienização das mãos com preparação alcoólica 20

6.5.4 técnica “Fricção anti-séptica das mãos (com preparações alcoólicas)” 20

7. Medidas no atendimento ambulatorial e pronto atendimento 21

8. Medidas no transporte de pacientes 22

9. Isolamento no ambiente hospitalar 22

9.1 isolamento em quarto privativo dos casos de síndrome respiratória aguda Grave 22

9.2 isolamento de coorte 22

9.3 outras orientações 22

10. Processamento de produtos para saúde, roupas, limpeza e desinfecção de

superfícies e tratamento de resíduos 23

10.1 Processamento de produtos para a saúde 23

10.2 Limpeza e desinfecção de superfícies 23

10.3 Processamento de roupas 23

10.4 tratamento de resíduos 24

Telefones e links úteis 25

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Manejo clínico, diagnóstico e tratamento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

INTRODUÇÃO

Diantedapandemiade influenzadesencadeadapelacirculação,entresereshumanos,dovírusinfluenzapandêmico(H1N1)2009ecombasenoconhecimentoatualsobreadisseminaçãomun-dialdestevírus,oMinistériodaSaúdeelaborouerevisaconstantementeosprotocoloscomoob-jetivodeadequarasmedidasestabelecidasnoPlanoBrasileirodePreparaçãoparaumaPandemiadeInfluenza(PBPPI),acadanovocenárioemqueopaísseencontra.

Asituaçãoepidemiológicaatual,noBrasilenomundo,caracteriza-seporumapandemiacompredominânciadecasosclinicamentelevesecombaixaletalidade.Diantedessasituação,aOrgani-zaçãoMundialdeSaúde(OMS),quandodapassagemparaonívelseisdeAlertaPandêmico,estra-tificouospaísesem:“Semocorrênciadecasos”,“Emtransição”(aindasemevidênciasdetransmis-sãocomunitária)e“Comtransmissãosustentada”.OBrasilenquadra-senestaúltimaclassificação.

Estefenômenopodefavorecerarecombinaçãogenética,podendolevaraosurgimentodeno-vasondasepidêmicaseeventualalteraçãodesuavirulência.Essesfatorespodemlevaraoaumentodademandaporserviçosdesaúdeambulatoriaisehospitalares,principalmentepor indivíduoscomfatoresderiscoparacomplicaçõeseóbitopeladoença.

Anopassado,aestratégiadeenfrentamentodestaEmergênciadeSaúdePúblicadeImportânciaInternacional(ESPII)foibaseadaemmedidasdecontenção–identificaçãoprecoce,tratamentoeisolamentodecasosenoseguimentodeseuscontatospróximos.Nocenárioatualestaestraté-giaperdeimportânciaeefetividade–fenômenoesperadonatransmissãodeagentesinfecciosos,particularmentecomascaracterísticasdosvírusinfluenza–requerendomedidasmaisintegradasdemonitoramentodasituaçãoepidemiológicaedepriorizaçãodaassistênciaaoscasosgravesoucompotencialdecomplicação.

EsteProtocolodeSíndromeRespiratóriaAgudaGrave–SRAGtratadomanejoclínico,diag-nósticoetratamentodecasos de SRAG com internação hospitalar,1cujoobjetivoénormatizarasmedidasdecontroledainfluenzahumanaquandodaidentificaçãodesituaçõesparticularesderisco,comoadetecçãodecasosdeSíndromeRespiratóriaAgudaGraveedesurtosdeSíndromeGripalemambientesrestritos.

Comotodanormatização,esteProtocoloestásujeitaaajustesdecorrentesdasuautilizaçãoprá-ticaedasmodificaçõesdocenárioepidemiológico.Ressalta-sequeeleseaplicaaocenárioepide-miológicobrasileironaatualfasepandêmica,deacordocomasorientaçõesdaOrganizaçãoMun-dialdaSaúde(OMS).

1Internação hospitalar:pacientesquesãoadmitidosparaocuparumleitohospitalarporumperíodoigualoumaiora24horas.Leito hospitalar de internação:camanumeradaeidentificada,destinadaàinternaçãodeumpacientedentrodeumhospital,localizadaemquartoouenfermaria,queseconstituinoendereçoexclusivodeumpacientedurantesuaestadanohospitalequeestávinculadaaumaunidadedeinternaçãoouserviço.Portarianº312,de2demaiode2002,estabelece,parautilizaçãonoshospitaisintegrantesdoSUS,apadronizaçãodaNomenclaturadoCensoHospitalar.

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1. oBJetiVos

•DetectarcasosdeSíndromeRespiratóriaAgudaGravedemaneiraoportuna;•Reduziraocorrênciadeformasgravesedeóbitos;•Monitorarascomplicaçõesdadoença;e•AcompanharcasosdeSRAGcominternaçãohospitalar.

2. deFiniÇÃo de Caso de sÍndroMe resPiratÓria aGUda GraVe (sraG)

IndivíduodequalqueridadecomSíndromeRespiratóriaAgudacaracterizadaporfebrealtames-moquereferida,tosseedispnéia,acompanhadaounãodossinaisesintomasabaixo:

a)Aumentodafrequênciarespiratória(deacordocomidade);b)Hipotensãoemrelaçãoàpressãoarterialhabitualdopaciente;ec)Emcrianças,alémdositensacima,observartambémosbatimentosdeasadenariz,cianose,

tiragemintercostal,desidrataçãoeinapetência.

O quadro clínico pode ou não ser acompanhado das alterações laboratoriais e radiológicaslistadasabaixo:

• Alterações laboratoriais:leucocitose,leucopeniaouneutrofilia;e• Radiografia de tórax:infiltradointersticiallocalizadooudifuso,oupresençadeáreadecon-

densação.

ALERTA: Deveserdadaatençãoespecialaessasalteraçõesquandoocorreremempacientesqueapresentemfatores de riscoparaacomplicaçãoporinfluenza.

Notificação imediata

•CasosdeSíndromeRespiratóriaAgudaGrave–SRAG cominternaçãohospitalar eóbitospor SRAG devemsernotificadosindividualeimediatamentenoSinanon-lineusandoaFicha de Investigação Individual.

• SurtodeSíndromeGripal–SGdevesernotificadodeformaagregada,nomódulodeSurtonoSinanNET,assinalando-senocampoCódigo do Agravo/DoençaoCIDJ06.

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3. ManeJo CLÍniCo

3.1 Informações geraisNoindivíduocommanifestaçõesclínicascompatíveiscomSíndromeRespiratóriaAgudaGra-

ve,deve-se:• Recomendarfortementeainternaçãodopaciente,dispensando-lhetodososcuidadosqueo

casorequer;• Realizaravaliaçãoclínicaminuciosa;• ColetaramostrasdematerialbiológicodospacientescomSRAGcominternaçãohospitalar;• Coletaramostradesecreçãonasofaringeanaatéo7ºdiadeiníciodossintomas;• Orientaroafastamentotemporário,deacordocomcadacaso,dasatividadesderotina(tra-

balho,escola,etc.),avaliando-seoperíododetransmissibilidadedadoença;• Utilizarequipamentosdeproteção,individualconformeorientaçõesdesteProtocolo;e• Opaciente,umavezinstaladooquadrodeSíndromeGripal,MESMOCOMQUADROLEVE

EMQUENÃOESTEJAINDICADAAINTERNAÇÃOHOSPITALAR,deveserorientadoaficaratentoatodosossinaisesintomasdeagravamentoe,empersistindooupiorandoumsinal ou sintoma, nas 24 a 48 horas consecutivas ao exame clínico, ele deve RETORNARimediatamenteaumserviçodesaúde;mecanismosadicionaispodemserdesenvolvidosemcadaunidadedesaúde,demodoaajudarnessemonitoramento,nointervalode24ha48h,visandoàidentificaçãoprecocedesinaisdeagravamento.

Estáindicadaainternaçãoemterapiaintensivaparapacientesqueapresentaremasseguintescomplicações:

a)Instabilidadehemodinâmica;b)Sinaisesintomasdeinsuficiênciarespiratória;c)Comprometimentopulmonarnoexameradiológico;d)Hipoxemia,comnecessidadedesuplementaçãodeoxigênioacimade3l/minparamanter

saturaçãoarterialdeoxigênioacimade90%;e)RelaçãoPO2/FiO2abaixode300,caracterizandoalesãopulmonaraguda;f)Necessidadedeatendimentofisioterápicocontínuo;eg)Alteraçõeslaboratoriais,comoelevaçãosignificativadedesidrogenaseláctica(DHL)ecreati-

nofosfoquinase(CPK),alteraçãodafunçãorenalealteraçãodoníveldeconsciência.

Paraousodeantibióticos,casosejaindicado,recomenda-sequeosmédicossigamosprotoco-los/consensosdaSociedadeBrasileiradeInfectologiaoudaSociedadeBrasileiradePneumologia.

IMPORTANTE: Paramenoresde18anosdeidadeécontraindicadoousodesalicilatosemcasossuspeitosouconfirmadosdeinfecçãoporvírusinfluenza,porcausadoriscodede-senvolvimentodaSíndromedeReye.

3.2 Grupos e fatores de risco para complicações por influenza pandêmica (H1N1) 2009

Grupo de risco –Pessoasqueapresentemasseguintescondiçõesclínicas:• Imunodepressão:porexemplo,indivíduostransplantados,pacientescomcâncer,emtrata-

mentoparaAidsouemusodemedicaçãoimunossupressora;

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• Condições crônicas:porexemplo,hemoglobinopatias,problemascardiovasculares,pneu-mopatias, insuficiência hepática, doenças renais crônicas, doenças neurológicas, doençasmetabólicas(diabetesmellituseobesidadegrauIII(ÍndicedeMassaCorporalmaiorouiguala40)edoençagenética(SíndromedeDown);e

• Indígenas (populaçãoaldeada).

Fatores de risco• Idade: inferiora2ousuperiora60anosdeidade;e• Gestação: independentementedaidadegestacional.

ATENÇÃOTodos os indivíduos que compõem o grupo de risco ou que apresentem fatores de risco para complicações por influenza requerem – obrigatoriamente – avaliação e monitora-mento clínico constantes de seu médico assistente, para indicação ou não de tratamento com Oseltamivir, além da adoção de todas as demais medidas terapêuticas.Atenção especial deve ser dada às grávidas, independentemente do período de gestação.

3.3 Avaliação simplificada de gravidade em serviços de saúde de atenção primária e secundária

Os indivíduosqueapresentemsintomasdegripe, inicialmente,devemser acompanhadospelaAtençãoBásica.OscasosdeSRAGdeverãoserencaminhadosparaoHospital,seapresentaremumoumaisdossinaisesintomasabaixo.

3.3.1 avaliação em adultos

• Alteraçãodoníveldeconsciência,sonolência,convulsãoouparalisia• Frequênciarespiratória>30IRPM• PAdiastólica<60mmHgouPAsistólica<90mmHg• Idade>60anos

3.3.2 avaliação em crianças

• Cianose• Batimentodeasadenariz• Taquipnéia:2mesesamenorde1ano(>50IRPM);1a5anos(>40IRPM)• Toxemia• Tiragemintercostal• Desidratação/vômitos/inapetência,letargia• Dificuldadeparaingestãodelíquidosouamamentar• Estadogeralcomprometido• Dificuldadesfamiliaresemmedicareobservarcuidadosamente• Presençadecomorbidades/imunodepressão

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4. asPeCtos LaBoratoriais

4.1 Informações gerais

• Osagentes infecciososprioritáriospara investigaçãoetiológicasãoosvírus influenzaeosagentesetiológicosresponsáveisporquadrosdepneumoniabacteriana.

• Asamostrasdesecreçõesrespiratóriasdevemsercoletadasatéoterceirodiae,eventualmen-te,poderáserrealizadaatéosétimodia,apósoiníciodossintomas.

• AtécnicadediagnósticopreconizadapelaOMSparaconfirmaçãolaboratorialdovírusin-fluenzapandêmico(H1N1)2009éoRT-PCR.

• NãoérecomendadaametodologiadeImunofluorescênciaIndireta(IFI)paradetecçãodosubtipodepandêmica(H1N1)2009,nomomentoatual.

• Considerando-seasrecomendaçõesdaOMS,oMinistériodaSaúdereiteraqueacoletadeamostrasdematerialhumanosejarealizadarigorosamentedentrodasnormasdebiossegu-rançavigentesnopaís,preconizadasparaessasituação.

• OsLaboratóriosCentraisdeSaúdePública–Lacenpoderãoprocessaramostrasdesangueououtrasamostrasclínicasquenãosejamdotratorespiratórioparasubsidiarodiagnósticodiferencial,conformeashipótesesdiagnósticaselencadasnohospitaledesdequefaçampar-tedalistadeexamesprópriosdestarededelaboratórios,adotando-seasmedidasdebiosse-gurançapreconizadasparacadasituação.

ATENÇÃOO exame laboratorial para diagnóstico específico de influenza pandêmica (H1N1) 2009 somente está indicado para:1. Acompanhar casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave com internação hospitalar; e2. Em casos de surtos de Síndrome Gripal em comunidades fechadas, segundo orientação da Vigilância Epidemiológica, três amostras são necessárias.

4.2 Coleta de amostras para testes diagnósticos

DiantedeumcasodeSíndromeRespiratóriaAgudaGravecominternaçãohospitalarpoderãosercoletadasamostrasclínicasde:

• Secreção nasofaringeana –paradetecçãodevírusinfluenza;• Sangue para hemocultura –pararealizaçãodepesquisadeagentesmicrobianoseavaliação

daresistênciaantimicrobiana;e• Outras amostras clínicas –serãoutilizadasapenasparamonitoramentodaevoluçãoclínicado

pacientee/oupararealizaçãodediagnósticodiferencial,conformeashipóteseselencadaspelomédicodohospitaldereferênciaeasevidênciasgeradaspelainvestigaçãoepidemiológica.

Obs: A coleta de material biológico deverá ser feita preferencialmente antes do iníciodotratamento.

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ATENÇÃOO Ministério da Saúde alerta aos profissionais de saúde e aos familiares de indivídu-os com Síndrome Respiratória Aguda Grave que as condutas clínicas não dependem do resultado do exame laboratorial específico para influenza pandêmica (H1N1) 2009. Es-clarece ainda que este exame, mesmo quando indicado, demanda um tempo longo de realização, pela complexidade da técnica utilizada.

4.2.1 técnica para a coleta

• Preferencialmente,utilizaratécnicadeaspiradodenasofaringecomfrascocoletordesecre-ção,poisaamostraobtidaporessatécnicapodeconcentrarmaiornúmerodecélulas.

• Naimpossibilidadedeutilizaratécnicadeaspiradodenasofaringe,comoalternativapoderáserutilizadaatécnicadeswabcombinadodenasofaringeeorofaringe,exclusivamentecomswab de rayon.

• Nãodeveráserutilizadoswabdealgodão,poisesteinterferenasmetodologiasmolecularesutilizadas.

• Asamostrasdesecreçãorespiratóriacoletadasdevemsermantidasemtemperaturaadequa-daderefrigeração(4ºCa8ºC)eencaminhadasaosLacennomesmodiadacoleta.

4.2.2 acondicionamento, transporte e envio de amostras para diagnóstico

Todasasunidadescoletoras(unidadesdesaúde)deverãoencaminharasamostrasaoLacendeseuEstadoouDistritoFederal,acompanhadasdafichaepidemiológicadevidamentepreenchida.

Asamostrasdeverãosercolocadasemcaixastérmicasdeparedesrígidas,quemantenhamatemperaturaadequadaderefrigeração(4ºCa8ºC)atéachegadaaoLacen.

OLacendeveráacondicionaraamostraemcaixasespecíficasparaTransportedeSubstânciasInfecciosas,preferencialmenteemgeloseco.Naimpossibilidadedeseobtergeloseco,aamostrapoderásercongeladaa-70ºCeencaminhadaemgeloreciclável.

Oenvioeacomunicaçãocomainformaçãodo“númerodeconhecimentoaéreo”devemserimediatosparaorespectivolaboratóriodereferência.OtransportedeveobedeceràsNormasdaAssociaçãoInternacionaldeTransporteAéreo(Iata).

4.3 Indicação para coleta de amostras em situação de óbito

4.3.1 informações gerais Recomendado,APENASNOSLOCAISONDESEJAVIÁVELAREALIZAÇÃODASTÉCNICASDECOLETADEAMOSTRAS, paradiagnósticopost-mortemdecasosdeSíndromeRespiratóriaAgudaGravesemdiagnósticoetiológicoprévio,emsituaçõesespeciais,indicadaspelaVigilânciaEpidemiológica,especificadasnositens5.2.2e5.2.3aseguir.

Osácidosnucléicosviraispodemserdetectadosemdiversostecidos,principalmentedebrôn-quiosepulmões,queconstituemespécimesdeescolhaparaodiagnósticolaboratorialdevírusin-fluenzapelatécnicadeTranscriçãoReversaassociadaàReaçãoemCadeiamediadapelaPolimerase(RT-PCR).Noentanto,considerandoaprincipalinfecçãosecundáriaàinfluenza,foramcontempla-das,nesteitem,orientaçõesparacoletadeamostrasparaodiagnósticobacterianodiferencial,bemcomoparaodiagnósticohistopatológico.

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4.3.2 Coleta dos espécimes teciduais

Devemsercoletados,fragmentosdecadatecido(listadosnoitem5.2.3),comdimensõesaproxi-madasde1cma3cm.Amostrasdeoutrossítiosdasviasaéreastambémpodemsersubmetidasaculturaseaensaiosmoleculares.Colocaremrecipientesseparadosedevidamenteidentificadosasamostrascoletadasdeórgãosdiferentes.

4.3.3 Pontos anatômicos de coleta de amostras

1.Daregiãocentraldosbrônquios(hilar),dosbrônquiosdireitoeesquerdo,edatraquéiapro-ximaledistal;

2.Doparênquimapulmonardireitoeesquerdo;3.Dastonsilasemucosanasal;4.Depacientescomsuspeitademiocardites,encefaliteserabdomiolisepodemsercoletados

fragmentosdomiocárdio(ventrículodireitoeesquerdo),SNC(córtexcerebral,gângliosba-sais,ponte,medulaecerebelo)emúsculoesquelético,respectivamente;e

5.Espécimesdequalqueroutroórgão,mostrandoaparentealteraçãomacroscópica,podemserencaminhadosparainvestigaçãodaetiologiaviral.

4.3.4 acondicionamento das amostras

4.3.4.1 Para diagnóstico viral• Asamostrasfrescas,coletadasdediferentessítiosdasviasrespiratóriasoudequalqueroutra

localizaçãoanatômica,devemseracondicionadasindividualmente,emrecipientesestéreiseimersasemmeiodetransporteviralousoluçãosalinatamponada(PBSpH7.2),suplemen-tadascomantibióticos.

• Imediatamenteapósacoleta,osespécimesidentificadoscomsuaorigemtecidualdevemsercongeladosetransportadosemgeloseco.

4.3.4.2 Para diagnóstico diferencial bacteriano • Asamostrasfrescas,coletadasdediferentessítiosdasviasrespiratóriasoudequalqueroutra

localizaçãoanatômica,devemseracondicionadasindividualmente,emrecipientesestéreiseimersasemsoluçãosalinatamponada(PBSpH7.2),semantibióticos.

• Imediatamenteapósacoleta,osespécimesidentificadoscomsuaorigemtecidualdevemsermantidosetransportadossobrefrigeração(4ºC)aolaboratórioparadiagnóstico.

4.3.4.3 Para diagnóstico histopatológico• Acoletadeamostraspararealizaçãododiagnósticohistopatológicodeveserfeita,observan-

do-seosprotocolosemvigência,nosserviçoslocaisdepatologia.• Acondicionarasamostrasemfrascodevidrocombocalargacomformalinatamponadaa10%.• Utilizarparafinasemcompostosadicionais(porexemplo:ceradeabelha,ceradecarnaúba,

etc.)noprocessodeparafinizaçãodosfragmentos.

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4.3.5 envio de amostras e documentação necessária

• Resumodohistóricoclínico.• Cópiadolaudopreliminarouconclusivodanecropsia.• Cópiadequalquerresultadolaboratorialpertinente.• Fichacompletadeidentificaçãodoindivíduo,comoendereçoparaenviodoresultadolabo-

ratorial.

Nota 1:Todasasamostrasde tecidosdeverãoserencaminhadasseguindoasnormasdeacondicionamentoetransportedesubstânciasinfecciosasdaIata.

Nota 2:Apósoembarquedaamostra,oLaboratóriodeReferênciadeveráserinformadodo“númerodoconhecimentoaéreo”paraomonitoramentodarecepçãodomaterialenviado.

4.3.5.1 Laboratórios de Referência para envio das amostras Laboratório:InstitutoEvandroChagas–IEC/SVS/MS Endereço:RodoviaBR316,Km7,S/N,CEP:67.030-000.Ananindeua–PA

Laboratório:LaboratóriodeVírusRespiratórios/Fiocruz/MS Endereço: Pavilhão Helio e Peggy Pereira, sala B106, Av. Brasil, 4.365 CEP: 21045-900.

RiodeJaneiro–RJ

Laboratório:SeçãodeAnatomiaPatológica–DivisãodePatologia–InstitutoAdolfoLutz Endereço:Av.Dr.Arnaldo,355-7ºAndarCEP:012046-902.SãoPaulo–SP4.3.5.2 Recebimento dos resultadosTodososresultadosserãoencaminhadosparaasrespectivasSecretariasEstaduaisdeSaúdee

estasparaasSecretariasMunicipaise/ouServiçosdeSaúdeeparaosindivíduos.

4.3.5.3 Descentralização da realização dos exames laboratoriaisOMinistériodaSaúdeiniciouoprocessodepreparaçãodaredepúblicadelaboratóriospara

arealizaçãodostestesdiagnósticosparaidentificaçãodeinfluenzapandêmica(H1N1)2009,noscasosindicadosnesteProtocolo.Paraosestadosemqueosexameslaboratoriaisforamdescentra-lizadosrealizaroRT-PCRparaosrespectivosmunicípios.Atualmente,estãofuncionandonosse-guintesestados:RS,PR,SC,MGeSP.Namedidaemqueoutroslaboratóriosassumamaatividadeserádisponibilizadaainformaçãonosite.

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5. Uso do antiViraL

5.1 Tratamento

OOseltamivirdeveserutilizadoempacientescomSíndromeRespiratóriaAgudaGrave(SRAG),cujoiníciodossintomastenhaocorridonoperíodode 48 horas,observando-seasrecomenda-çõesdofabricanteconstantesna“bula”domedicamento.Também,acritériomédico,estáindica-doparatratamentodepacientescom Síndrome Gripal que sejam portadores de fatores de risco.Comoemtodaprescriçãoterapêutica,atentarparaasinteraçõesmedicamentosas,ascontraindi-caçõesformaiseosefeitoscolaterais.Omedicamentopodeinduzirresistênciaaosvírusinfluenza,seutilizadodeformaindiscriminada.

Segundoaorientaçãodofabricante,oOseltamivirdeveserusadoduranteagravidezsomenteseobenefíciojustificaroriscopotencialparaofeto.

5.1.1 indicação para tratamento

TodososindivíduosqueapresentaremSíndromeRespiratóriaAgudaGrave(SRAG)efatorderiscoparaagravamento,deacordocomavaliaçãomédica.

OMinistériodaSaúdereiteraquetodososindivíduosquecompõemogrupoderiscoouqueapresentemfatoresderiscoparacomplicaçõesporinfluenzarequerem–obrigatoriamente–avalia-çãoemonitoramentoclínicoconstantesdemédicoassistente,paraindicaçãoounãodetratamentocomOseltamivir;alémdaadoçãodetodasasdemaismedidasterapêuticas.Deformacomplemen-tar,umaatençãoespecialdeveserdadaàsgrávidas,independentementedoperíododegestação.

O Ministério da Saúde alerta que as indicações de uso do Oseltamivir, contidas neste Pro-tocolo, se baseiam na bula do medicamento, conforme seu registro na Anvisa, nas recomen-dações da OMS, na evidência científica robusta relacionada ao uso racional do medicamento (uso terapêutico e prevenção de resistência medicamentosa) na gripe sazonal; e nas evidências disponíveis, até o momento, para o vírus pandêmico (H1N1) 2009.

Prescrição e dispensação não previstas neste Protocolo ficam sob a responsabilidade con-junta do médico responsável pela prescrição e da autoridade de saúde local.

5.1.2 dosagem recomendada

Adoserecomendadaéde75mg,duasvezesaodia,por5 dias,paraadultos.Paracriançasacimadeumanodeidadeemenorque12anos,commenosde40kg,asdosesvariamdeacordocomopeso,durante5dias,conformeespecificaçãoaseguir.

Tabela de dosagem por peso e frequência diária

Peso Dose Frequência

Menos de 15 kg 30mg duas vezes ao dia

de 15 a 23 kg 45mg duas vezes ao dia

de 23 a 40 kg 60mg duas vezes ao dia

acima de 40 kg 75mg duas vezes ao dia

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ConsiderarapossibilidadedeutilizaçãodedosedobradadeOseltamivir(150mg)de12em12horas,nasseguintescircunstâncias:

• Insuficiênciarespiratória,neutropenia,imunossupressão,quimioterapiaouusodecorticos-teróideseobesidadegrauIIIemfunçãodaidade;e

• Nainsuficiênciarenaladosedeveserajustadaaoclearence: 10-30ml/min=75mgde24/24h;emhemodiálise=30mgapósahemodiáliseeemdiálise

peritoneal=30mg1vezporsemana.

5.2 Quimioprofilaxia com uso de Oseltamivir

Ousodestemedicamentoparaprofilaxiaestáindicadoapenasnasseguintessituações:• Osprofissionaisdelaboratórioquetenhammanipuladoamostrasclínicasquecontenhamo

vírusinfluenzapandêmico(H1N1)2009semousodeEquipamentodeProteçãoIndividual(EPI)ouqueasutilizaramdemaneirainadequada;e

• Ostrabalhadoresdesaúdequeestiveramenvolvidosnarealizaçãodeprocedimentosinvasi-vos(geradoresdeaerossóis)ounamanipulaçãodesecreçõesdeumcasosuspeitoouconfir-madodeinfecçãopelainfluenzapandêmica(H1N1)2009semousodeEPIouqueutiliza-ramEPIdemaneirainadequada.

Nessescasos,adosagemrecomendadaéde75mgumavezaodia,durantedezdiasapósaex-

posição.EmcasosderesistênciaaoOseltamivir,deve-seusaroZanamivir,medicamentoinibidorda

neuraminidase,administradoporviainalatória.Estácontraindicadoparapessoascompneumo-patiascrônicas,devidoaoriscodeprovocarbroncoespasmo,enãoéaprovadoparausoemcrian-çascommenosdeseteanosdeidade.

 tratamento• PacientesquenãoapresentemrespostaaoOseltamivir,quandoesteforintroduzidoaté48horas

doiníciodossintomas,equeestejamemunidadehospitalar.• PacientesimunocomprometidosquenãoapresentaramrespostaaoOseltamivir.

Idade Tratamento Quimioprofilaxia

adulto e criança = > 7 anos 10mg = 5mg 12/12h por 5 dias 10mg diárias durante 10 dias

Fonte: GsK e CdC

Quimioprofilaxia com uso de Zanamivir criteriosamente• Contatospróximos(profissionaisdesaúde,parentes,etc.)depacientesqueforaminfectados

comalgumaceparesistenteaoOseltamivirecomprovadalaboratorialmenteporumdosla-boratóriosdereferência.

Obs.: ZanamiviréadministradoporinalaçãoatravésdeumaparelhoDiskhalerfornecidojuntocomamedicação.Zanamiviréumpóseco,nãoumaerossol,enãodeveseradmi-nistradoutilizando-senebulizadores,ventiladoreseoutrosaparelhosnormalmenteusadosparaadministrarmedicamentosemsoluçõesdeaerossol.Zanamivirnãoérecomendadoparapessoascomdoençasrespiratóriascrônicas,comoasmaoudoençapulmonarobstru-tivacrônica,queaumentamoriscodebroncoespasmo(CDC).

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5.3 Informações adicionais

OspacientesquedesenvolvemefeitoscolateraisgastrointestinaisgravespodemreduziraabsorçãooraldoOseltamivir.Porém,atualmente,nãohánenhumaevidênciacientíficaparasugeriroau-mentodadoseoudotempodeutilizaçãodoantiviral,nestasituação.

Paraospacientesquevomitamatéumahoraapósaingestãodomedicamento,podeseradmi-nistradaumadoseadicional,conformeesquemaanterior.

TãoimportantequantootratamentoespecíficoparaaSíndromeRespiratóriaAgudaGraveéaadoçãooportunadetodasasmedidasdesuporteclínicoaopaciente,segundoavaliaçãomédicadecadacaso,alémdousodemedidasnãofarmacológicas.

Importante • Seforafastadoodiagnósticodeinfecçãoporqualquervírusinfluenza,suspenderaadminis-

traçãodoOseltamivir;• Nafichadenotificação,atualizarouincluirnocampoinformações adicionaisasatualizações

sobredatadeiníciodotratamentocomOseltamivireasmedidascomplementaresadotadas.• AnotificaçãodeeventosadversosaomedicamentodeveserfeitaàAnvisapormeiodoende-

reçoeletrô[email protected]çõesacessemwww.anvisa.gov.br.

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6. Medidas de PreCaUÇÃo e ControLe

6.1 Informações gerais

Atualmente,asevidênciassugeremqueovírusinfluenzapandêmico(H1N1)2009estáapresen-tandoumadinâmicadetransmissãosemelhanteàdainfluenzasazonal.Sendoassim,recomenda-sequesejaminstituídasmedidasdeprecauçãoparagotículaeprecaução-padrãonaassistênciaacasossuspeitoseconfirmadosdeinfecçãopelovíruspandêmico(H1N1)2009nosserviçosdesaúde.Entretanto,paraprocedimentoscomriscodegeraçãodeaerossol,devemseradotadasasseguintesmedidasdeprecauçãoparaaerossóiseprecauçãopadrão:

6.2 Medidas preventivas

Éimportantedestacarqueaadoçãodemedidasdeprecauçãodeveestarsempreassociadaaoutrasmedidaspreventivas,taiscomo:

• Frequentehigienizaçãodasmãos;• Utilizarlençodescartávelparahigienenasal;• Cobrirnarizebocaquandoespirraroutossir;• Evitartocarmucosasdeolhos,narizeboca;• Higienizarasmãosapóstossirouespirrar;• EvitartocarsuperfíciescomluvasououtroEPIcontaminados,oucommãoscontaminadas.

Assuperfíciesenvolvemaquelaspróximasaopaciente(ex.:mobiliárioeequipamentosparaasaúde)eaquelasforadoambientepróximoaopaciente,porémrelacionadasaocuidadocomopaciente(ex.:maçaneta,interruptordeluz,chave,caneta,entreoutros);

• NãocirculardentrodohospitalusandoosEPI,quedevemser imediatamente removidosapósasaídadoquarto,enfermariaouáreadeisolamento;e

• Restringiraatuaçãodeprofissionaisdesaúdecomdoençarespiratóriaagudanaassistênciaaopaciente.

Obs.:TrabalhadoradesaúdegrávidadeveserafastadadeprestaçãodeassistênciadiretaapacientescomSRAG.

6.3 Medidas de precaução

• Todos os profissionais de saúdequeprestemassistênciadiretaaopaciente(ex.:médicos,enfermeiros,técnicoseauxiliaresdeenfermagem,fisioterapeutas,equipederadiologia,den-tistas,entreoutros),quetenhamcontatocomcasossuspeitosouconfirmadoscominfecçãoporinfluenzapandêmica(H1N1)2009;

• Todaaequipedesuporte,quetenhacontatoaumadistânciamenorque1 metrodepacientescominfecçãoporinfluenzapandêmica(H1N1)2009,incluindopessoaldelimpeza,nutriçãoe responsáveispela retiradadeprodutose roupassujasdaunidadede isolamento;porémrecomenda-sequeomínimodepessoasentrenoisolamento;

• Todososprofissionaisdelaboratório,durantecoleta,transporteemanipulaçãodeamostrasdepacientescominfecçãoporinfluenzapandêmica(H1N1)2009;

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• Familiaresevisitantesquetenhamcontatocompacientescominfecçãoporinfluenzapandê-mica(H1N1)2009;

• Osprofissionaisdesaúdequeexecutemoprocedimentodeverificaçãodeóbito;e• Outrosprofissionaisqueentrememcontatocompacientescominfecçãoporinfluenzapan-

dêmica(H1N1)2009.

Nota:Ressalta-seanecessidadedousoracionaldeEPInosserviçosdesaúde.

6.4 Equipamentos de Proteção Individual – EPI

6.4.1 Máscara cirúrgica

Deveserutilizadaparaevitaracontaminaçãodoprofissionalporgotículasrespiratórias,quandoomesmoatuaraumadistanciainferiora1metrodopacientesuspeitoouconfirmadodeinfecçãopelovírusdaporinfluenzapandêmica(H1N1)2009.

6.4.2 Máscara de proteção respiratória (respirador particulado ou n95)

Quandooprofissionalatuaremprocedimentoscomriscodegeraçãodeaerossolnospacientessuspeitosouconfirmadoscominfecçãoporinfluenzadeveutilizaramáscaradeproteçãorespira-tória(respiradorparticulado),comeficáciamínimanafiltraçãode95%departículasdeaté0,3µ(tipoN95,N99,N100,PFF2ouPFF3).

Sãoexemplosdeprocedimentoscomriscodegeraçãodeaerossóis:intubaçãotraqueal,aspira-çãonasofaríngeaenasotraqueal,broncoscopia,autópsiaenvolvendotecidopulmonarecoletadeespécimeclínicoparadiagnósticoetiológicodainfluenza,dentreoutros.

Amáscaradeproteçãorespiratóriadeveráestarapropriadamenteajustadaàface.Aformadeuso,manipulaçãoearmazenamentodeveseguirasrecomendaçõesdofabricante.Deveserdescar-tadaapósouso.

6.4.3 Luvas

Asluvasdeprocedimentosnãocirúrgicosdevemserutilizadasquandohouverriscodecontatodasmãosdoprofissionalcomsangue,fluidoscorporais,secreções,excreções,mucosas,pelenãoíntegraeartigosouequipamentoscontaminados,deformaareduzirapossibilidadedetransmis-sãodovírusdainfluenzaparaoprofissional,assimcomodepacienteparapacientepormeiodasmãosdoprofissional.

Quandooprocedimentoaserrealizadonopacienteexigirtécnicaassépticadevemserutiliza-dasluvasestéreis(deprocedimentocirúrgico).

Asrecomendaçõesquantoaousodeluvasporprofissionaisdesaúdesão:• Troqueasluvassemprequeentraremcontatocomoutropaciente;• Troqueasluvastambémduranteocontatocomopaciente,seformudardeumsítiocorporal

contaminadoparaoutro,limpo,ouquandoestasestiveremdanificadas;• Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas,

portas)quandoestivercomluvasparaevitaratransferênciadevírusparaoutrospacientesouambientes;

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• Nãolavarouusarnovamenteomesmopardeluvas(asluvasnãodevemserreutilizadas);• Ousodeluvasnãosubstituiahigienizaçãodasmãos;e• Proceder à higienização das mãos imediatamente após a retirada das luvas, para evitar a

transferênciadovírusparaoutrospacientesouambientes.

Observeatécnicacorretaderemoçãodeluvasparaevitaracontaminaçãodasmãos,abaixodescrita:

• Retireasluvaspuxandoaprimeirapeloladoexternodopunhocomosdedosdamãooposta;• Segurealuvaremovidacomaoutramãoenluvada;e• Toqueaparteinternadopunhodamãoenluvadacomodedoindicadoroposto(semluvas)

eretireaoutraluva.

6.4.4 Protetor ocular ou protetor de face

Osóculosdeproteção(ouprotetordeface)devemserutilizadosquandohouverriscodeexposi-çãodoprofissionalarespingodesangue,secreçõescorporaiseexcreções.

Osóculosdeproteçãodevemserexclusivos paracadaprofissionalresponsávelpelaassistên-cia,devendo,apósouso,sofrerprocessodelimpezacomáguaesabão/detergenteedesinfecção.Sugere-separaadesinfecçãoálcoola70%,hipocloritodesódioa1%ououtrodesinfetantereco-mendadopelofabricante.

Óculosconvencionais(degrau)nãodevemserusadoscomoprotetorocular,umavezquenãoprotegemamucosaocularderespingos.Osprofissionaisdesaúdequeusamóculosdegraudevemusarsobreestesosóculosdeproteçãoouprotetordeface.

6.4.5 Gorro descartável

Ogorrodeveserutilizadopeloprofissionaldesaúdeapenasemsituaçõesderiscodegeraçãodeaerossolempacientescominfecçãoporinfluenzapandêmica(H1N1)2009.

6.4.6 Capote/avental

Ocapoteouaventaldeveserusadoduranteprocedimentosondehajaháriscoderespingosdesangue,fluidoscorpóreos,secreçõeseexcreções,afimdeseevitaracontaminaçãodapeleeroupadoprofissional.

O capote ou avental deve ser de mangas longas, punho de malha ou elástico com aberturaposterior.Alémdisso,deveserconfeccionadocommaterialdeboaqualidade,nãoalergênicoeresistente;proporcionarbarreiraantimicrobianaefetiva;permitiraexecuçãodeatividadescomconforto;eestardisponívelemtamanhosvariados.

Ocapoteouaventalsujodeveserremovidoapósarealizaçãodoprocedimento.Apósaremo-çãodocapote,deve-seprocederahigienizaçãodasmãosparaevitartransferênciadovírusporinfluenzapandêmico(H1N1)2009paraoprofissional,pacienteseambientes.

Obs.: Quandooprofissionalatuaremprocedimentoscomriscodegeraçãodeaerossolnospacientescominfecçãoporinfluenzadeveutilizarluvasdeprocedimento,avental,protetorocularoufacial,gorroemáscaradeproteçãorespiratória(respiradorparticulado).

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6.5 Higienização das mãos

Asmãosdosprofissionaisqueatuamemserviçosdesaúdepodemserhigienizadasutilizando-seáguaesabonete,preparaçãoalcoólicaeantissépticadegermante.

Osprofissionaisdesaúde,pacientesevisitantesdevemserdevidamenteinstruídosemonitora-dosquantoàimportânciadahigienizaçãodasmãos.

6.5.1 Higienização das mãos com água e sabonete

Ahigienizaçãodasmãoscomáguaesaboneteéessencialquandoasmãosestãovisivelmentesujasoucontaminadascomsangueououtrosfluidoscorporais.Ahigienizaçãodasmãoscomáguaesabonetedeveserrealizada:

• Anteseapósocontatodiretocompacientescominfluenza,seuspertenceseambientepróxi-mo,bemcomonaentradaenasaídadeáreascompacientesinfectados;

• Imediatamenteapósretirarasluvas;• Imediatamenteapóscontatocomsangue,fluidoscorpóreos,secreções,excreçõese/ouob-

jetoscontaminados,independentementedeterocorridocomousemousodeluvas(nesteúltimocaso,quandosetratardeumcontatoinadvertido);

• Entre procedimentos em um mesmo paciente, para prevenir a transmissão cruzada entrediferentessítioscorporais;e

• Emqualqueroutrasituaçãoemquesejaindicadaahigienizaçãodasmãosparaevitaratrans-missãodainfluenzaparaoutrospacientesouambientes.

6.5.2 técnica “Higienização simples das mãos com água e sabonete”

• Retirar acessórios (anéis, pulseiras, relógio), uma vez que sob estes objetos acumulam-semicrorganismosnãoremovidoscomalavagemdasmãos;

• Abriratorneiraemolharasmãos,evitandoencostar-senapia;• Aplicarnapalmadamãoquantidadesuficientedesabonetelíquidoparacobrirtodasassu-

perfíciesdasmãos(seguiraquantidaderecomendadapelofabricante);• Ensaboaraspalmasdasmãos,friccionando-asentresi;• Esfregarapalmadamãodireitacontraodorsodamãoesquerda,entrelaçandoosdedos,e

vice-versa;• Entrelaçarosdedosefriccionarosespaçosinterdigitais;• Esfregarodorsodosdedosdeumamãocomapalmadamãooposta,segurandoosdedos,

commovimentodevaivémevice-versa;• Esfregaropolegardireito,comoauxíliodapalmadamãoesquerda,emmovimentocircular

evice-versa;• Friccionaraspolpasdigitaiseunhasdamãoesquerdacontraapalmadamãodireita,fechada

emconcha,fazendomovimentocircularevice-versa;• Esfregaropunhoesquerdo,comoauxíliodapalmadamãodireita,emmovimentocircular

evice-versa;• Enxaguarasmãos,retirandoosresíduosdesabonete;eevitarcontatodiretodasmãosensa-

boadascomatorneira;• Secarasmãoscompapel-toalhadescartável,iniciandopelasmãoseseguindoparaospunhos;

nocasodetorneirascomcontatomanualparafechamento,sempreutilizepapel-toalha;e• Duraçãodoprocedimento:de40a60segundos.

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6.5.3 Higienização das mãos com preparação alcoólica

Sabe-sequeovírusdainfluenzasazonalérapidamenteinativadoem30segundosapósantissepsiadasmãoscomálcoola70%.Determinadosvírusenvelopados(ex.:herpessimples,HIV,influenza,vírusrespiratóriosincicial)sãosusceptíveisaoálcoolquandotestadosin vitro.

Deve-sehigienizarasmãoscompreparaçãoalcoólica(sobasformasgelousolução)quandoestasnãoestiveremvisivelmentesujas.

Ahigienizaçãodasmãoscompreparaçãoalcoólica(sobaformageloulíquidacom1-3%gli-cerina)deveserrealizadanassituaçõesdescritasaseguir:

• Antesdecontatocomopaciente;• Apóscontatocomopaciente;• Antesderealizarprocedimentosassistenciaisemanipulardispositivosinvasivos;• Antesdecalçarluvasparainserçãodedispositivosinvasivosquenãorequeirampreparoci-

rúrgico;• Apósriscodeexposiçãoafluidoscorporais;• Aomudardeumsítiocorporalcontaminadoparaoutro,limpo,duranteocuidadoaopaciente;• Apóscontatocomobjetosinanimadosesuperfíciesimediatamentepróximasaopaciente;e• Anteseapósaremoçãodeluvas.

6.5.4 técnica “Fricção anti-séptica das mãos (com preparações alcoólicas)”

• Aplicarnapalmadamãoquantidadesuficientedoprodutoparacobrirtodasassuperfíciesdasmãos(seguiraquantidaderecomendadapelofabricante);

• Friccionaraspalmasdasmãosentresi;• Friccionarapalmadamãodireitacontraodorsodamãoesquerda,entrelaçandoosdedos,e

vice-versa;• Friccionarapalmadasmãosentresi,comosdedosentrelaçados;• Friccionarodorsodosdedosdeumamãocomapalmadamãooposta,segurandoosdedos

evice-versa;• Friccionaropolegardireito,comoauxíliodapalmadamãoesquerda,emmovimentocircu-

larevice-versa;• Friccionaraspolpasdigitaiseunhasdamãoesquerdacontraapalmadamãodireita,fazendo

movimentocircularevice-versa;• Friccionarospunhoscommovimentoscirculares;• Friccionaratésecarespontaneamente;nãoutilizarpapel-toalha;e• Duraçãodoprocedimento:de20a30segundos.

Publicaçõesemateriais sobreo temaseencontramnoseguinteendereçoeletrônico:http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/publicacoes.htm

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7. Medidas no atendiMento aMBULatoriaL e Pronto atendiMento

Asseguintesmedidasdevemserobservadaspelosserviçosdesaúdequeprestamatendimentoam-bulatorialeprontoatendimentoacasosdeSíndromeGripalouSíndromeRespiratóriaAgudaGrave:

• Estabelecercritériosdetriagemparaidentificaçãoeprontoatendimentodoscasos,comoobjetivodereduziroriscodetransmissãonasaladeesperaparaoutrospacientes,bemcomopriorizaroatendimentodospacientescomSíndromeGripalqueapresentamfatoresderiscoousinaisdeagravamento;

• Orientarosprofissionaisdoserviçoquantoàsmedidasdeprecauçãoaseremadotadas;• ColocarmáscaracirúrgicanospacientessuspeitosdeSíndromeGripaleSíndromeRespira-

tóriaAgudaGrave,desdequeasituaçãoclínicadocasopermita;• Amáscaracirúrgicadeveserutilizadadesdeomomentodatriagematéoencaminhamento

paraohospitaldereferência,quandoindicado,desdequeasituaçãoclínicadocasopermita;• Orientarospacientesaadotarasmedidasdeprecauçãoparagotículaehigienizarasmãos

apóstossirouespirrar;• Proverlençodescartávelparahigienenasalnasaladeespera;• Proverlixeira,preferencialmentecomacionamentoporpedal,paraodescartedelençoselixo;• Prover dispensadores com preparações alcoólicas para as mãos (sob as formas gel ou so-

lução)nassalasdeesperaeestimularahigienizaçãodasmãosapóscontatocomsecreçõesrespiratórias;

• Provercondiçõesparahigienizaçãosimplesdasmãos:lavatório/piacomdispensadordesa-bonetelíquido,suporteparapapel-toalha,papel-toalha, lixeiracomtampaeaberturasemcontatomanual;

• Manterosambientesventilados;• Realizaralimpezaedesinfecçãodassuperfíciesdoconsultórioedeoutrosambientesutiliza-

dospelopaciente;• Realizaralimpezaedesinfecçãodeequipamentoseprodutosparasaúdequetenhasidouti-

lizadonaatençãoaopaciente;e• Sehouvernecessidadedeencaminhamentodopacienteparaoutroserviçodesaúde,notifi-

carpreviamenteoserviçoreferenciado.

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8. Medidas no transPorte de PaCientes

• Osprofissionaisenvolvidosnotransportedevemadotarasmedidasdeprecauçãoparagotí-culaeprecauçãopadrão.

• Melhoraraventilaçãodoveículoparaaumentaratrocadearduranteotransporte.• Assuperfíciesinternasdoveículodevemserlimpasedesinfetadasapósarealizaçãodotrans-

porte.Adesinfecçãopodeserfeitacomálcoola70%,hipocloritodesódioa1%ououtrodesinfetanteindicadoparaestefim.

• Notificarpreviamenteoserviçodesaúdeparaondeopacienteseráencaminhado.

9. isoLaMento no aMBiente HosPitaLar

9.1 Isolamento em quarto privativo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

Oisolamento,quando indicado,deve ser realizadopreferencialmenteemumquartoprivativo,comvedaçãonaportaebemventiladodeveteraduraçãodeatésetediasapósoiníciodossinto-mas,ouaté24horasapósacessaçãodafebre.

9.2 Isolamento por coorte

Considerando-seapossibilidadedeaumentodonúmerodecasoscomcomplicações,seohospitalnãopossuirquartosprivativosdisponíveisemnúmerosuficienteparaatendimentodetodosaque-lesquerequeiraminternação,deve-seestabeleceroisolamentoporcoorte,ouseja,separaremumamesmaenfermariaouunidadeospacientescominfecçãoporinfluenzapandêmica(H1N1)2009.

Seexistirumgrandenúmerodepacientesinfectados,deve-sedefiniráreaespecíficadohos-pitalparaisolamentodoscasos.Éfundamentalquesejamantidaumadistânciamínimadeum metroentreosleitos.

9.3 Outras orientações

• Oquarto,enfermariaouáreadeisolamentodeveteraentradasinalizadacomalertasere-ferindo a isolamento para doença respiratória, a fim de evitar a passagem de pacientes evisitantesdeoutrasáreasoudeprofissionaisqueestejamtrabalhandoemoutroslocaisdohospital.Oacessodeveserrestritoaosprofissionaisenvolvidosnaassistência;

• Tambémdeveestarsinalizadoquantoàsmedidasdeprecaução(gotículasepadrão)aseremadotadas;e

• Imediatamenteantesdaentradadoquarto,enfermariaeáreadeisolamentodevemserdis-ponibilizadascondiçõesparahigienizaçãodasmãos,comdispensadordepreparaçãoalcoó-lica(gelousoluçãoa70%),lavatório/piacomdispensadordesabonetelíquido,suporteparapapel-toalha,papel-toalha,lixeiracomtampaeaberturasemcontatomanual.

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10. ProCessaMento de ProdUtos Para saúde, roUPas, LiMPeZa e desinFeCÇÃo de sUPerFÍCies e trataMento de resÍdUos

10.1 Processamento de produtos para a saúde

Nãoháumaorientaçãoespecialquantoaoprocessamentodeequipamentos,produtosparasaúdeouartigosutilizadosnaassistênciaapacientescominfecçãoporinfluenza,sendoqueoarmaze-namentodeveserrealizadodeacordocomascaracterísticasefinalidadedeusoeorientaçãodosfabricantes,edosmétodosescolhidos.

Equipamentos,produtosouartigosparasaúde,utilizadosemqualquerpaciente,devemserre-colhidosetransportadosdeformaaprevenirapossibilidadedecontaminaçãodepele,mucosaseroupasouatransferênciademicrorganismosparaoutrospacientesouambientes.Porissoéimpor-tantefrisaranecessidadedaadoçãodasmedidasdeprecauçãonasuamanipulação.

Oserviçodesaúdedeveestabelecerfluxos,rotinasderetiradaetodasasetapasdoprocessa-mentodosequipamentos,produtosparasaúdeouartigosutilizadosnaassistência.

10.2 Limpeza e desinfecção de superfícies

Aorientaçãosobrealimpezaedesinfecçãodesuperfíciesemcontatocompacientescominfec-çãoporinfluenzapandêmicaA(H1N1)2009éamesmautilizadaparaoutrostiposdedoençasrespiratórias.

Recomenda-sequealimpezadasáreasdeisolamentoparainfluenzasejaconcorrente,imediataouterminal.Alimpeza concorrenteéaquelarealizadadiariamente;alimpeza terminaléaquelarealizadaapósaalta,óbitooutransferênciadopaciente;ealimpeza imediataéaquelarealizadaemqualquermomento,quandoocorreremsujidadesoucontaminaçãodoambienteedeequipa-mentospormatériaorgânica,mesmoapóstersidorealizadaalimpezaconcorrente.

Adesinfecçãodesuperfíciesdasunidadesde isolamentodeveser realizadaapósa sua lim-peza.Osdesinfetantescompotencialparadesinfecçãodesuperfíciesincluemaquelesàbasedecloro,álcoois,algunsfenóisealgunsiodóforoseoquaternáriodeamônio.Sabe-sequeovírusdainfluenzasazonaléinativadopeloálcoola70%epelocloro.Portanto,preconiza-sealimpezadassuperfíciesdoisolamentocomdetergenteneutro,seguidadadesinfecçãocomumadessassolu-çõesdesinfetantes.

Nocasodeasuperfícieapresentarmatériaorgânicavisível,deve-se,inicialmente,procederàretiradadoexcessocompapel/tecidoabsorventeeposteriormenterealizaralimpezaedesinfec-ção.Ressalta-seanecessidadedaadoçãodasmedidasdeprecaução.

10.3 Processamento de roupas

Nãoéprecisoadotarumciclodelavagemespecialparaasroupasdessespacientes,podendoserseguidoomesmoprocessoestabelecidoparaas roupasdepacientes emgeral.Ressaltam-seasseguintesorientações:

• Naretiradadaroupasuja,devehaveromínimodeagitaçãoemanuseio,observando-seasmedidasdeprecauçõesdescritasanteriormente;

• Roupasprovenientesdoisolamentonãodevemsertransportadasatravésdetubosdequeda;e

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• Devidoaoriscodepromoverpartículasemsuspensãoecontaminaçãodotrabalhador,nãoérecomendadaamanipulação,separaçãoouclassificaçãoderoupassujasprovenientesdoisolamento.Estasdevemsercolocadasdiretamentenalavadora.

10.4 Tratamento de resíduos Ovírusdainfluenzasazonaléenquadradocomoagentebiológicoclasse2eoriscodetransmissi-bilidadedesteagente,apartirdosresíduos,ébaixo.Portanto,osresíduosprovenientesdaatençãoapacientessuspeitosouconfirmadoscominfecçãopelovírusinfluenza(H1N1)2009devemserenquadradosnacategoriaA4,conformeResoluçãoRDC/Anvisanº306,de7dedezembrode2004(disponívelemhttp://e-legis.bvs.br/leisref/public/home.php).Estesdevemseracondicionadosemsacobrancoleitoso,quedevemsersubstituídosquandoatingirem2/3desuacapacidadeoupelomenosumavezacada24horaseidentificadospelosímbolodesubstânciainfectante,comró-tulosdefundobranco,desenhoecontornospretos.Ossacosdevemestarcontidosemrecipientesdemateriallavável,resistenteàpunctura,rupturaevazamento,comtampaprovidadesistemadeaberturasemcontatomanual,comcantosarredondadoseresistenteaotombamento.

Essesresíduospodemserdispostos,semtratamentoprévio,emlocaldevidamentelicenciadoparadisposiçãofinalderesíduossólidosdeserviçosdesaúde.Ressalta-se,queconformeaRDC/Anvisanº306/2004,osserviçosdesaúdedevemelaborarumplanodegerenciamentoderesíduos.

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teLeFones e LINKS úteis

Informações à população e aos profissionais de saúde, das 8h às 19h, em dias úteisDISQUE-SAÚDE:0800 61 1997•Notificaçãodeemergências CentrodeInformaçõesEstratégicasemVigilânciaemSaúde/SVS/MS: [email protected]•MinistériodaSaúde:www.saude.gov.br SecretariadeVigilânciaemSaúde:www.saude.gov.br/svs Anvisa:www.anvisa.gov.br

Endereços com informações específicas

•PortaldoMinistériodaSaúdecominformaçõessobreinfluenza: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1534

•InformaçõesdaAnvisaaosviajantes: http://anvisa.gov.br/viajante

•PlanodePreparaçãoparaoEnfrentamentodaPandemiadeInfluenza: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plano_flu_final.pdf

•Publicaçõesemateriaissobreotemaseencontramdisponíveisnoseguinteendereçoeletrô-nico:http://anvisa.gov.br/servicosaude/controle/publicacoes.htm

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