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PROVAS MODELO Prova de Avaliação Sumativa Externa (PASE) Língua Portuguesa 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo

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PROVAS MODELO

Prova de Avaliação Sumativa Externa (PASE)

Língua Portuguesa

• 1.º ciclo

• 2.º ciclo

• 3.º ciclo

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Matrizes das Provas

MATRIZ DA PROVA DE AVALIAÇÃO SUMATIVA EXTERNA

DE LÍNGUA PORTUGUESA

1º CICLO

Duração da prova

A prova tem a duração de 90 minutos, divididos em dois tempos de 45 minutos cada.

Entre estes dois tempos, há um intervalo de 25 minutos.

Estrutura da prova

A prova é constituída por duas partes.

A primeira parte é formada por um texto narrativo com cerca de 40 linhas, sobre o

qual incide um questionário de compreensão de leitura. O mesmo texto apoia um questionário

sobre funcionamento da Língua.

Esta primeira parte inclui ainda um texto de carácter informativo, cuja compreensão

será avaliada através de alguns itens.

A segunda parte destina-se a avaliar a capacidade de expressão escrita, através da

produção orientada de um texto narrativo.

Conteúdo da prova

A prova tem por referência o programa em vigor, o Currículo Nacional do Ensino

Básico — Competências Essenciais, e as Competências do Currículo Regional do Ensino

Básico.

Centra-se em três conjuntos de competências:

1. compreensão da leitura;

2. funcionamento da Língua;

3. expressão escrita.

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No que se refere a 1., apresentam-se dois textos, sendo o primeiro uma narrativa extraída

de uma obra infanto-juvenil, e o segundo um texto informativo. No caso de se considerar

necessário, apresenta-se imediatamente depois do texto um “vocabulário” organizado por

ordem alfabética.

A cada texto segue-se um questionário, tendo em vista desencadear respostas indicadoras

do nível de desempenho do aluno, no que se relaciona com:

• a localização/interpretação da informação veiculada pelo texto em análise;

• a explicitação de sentidos;

• a reconstituição de relações representadas no texto.

Em relação a 2., a prova apresenta exercícios que incidem sobre questões lexicais,

morfológicas e sintácticas.

Finalmente, em 3., propõe-se a elaboração de um texto narrativo de 15 a 25 linhas,

sugerindo-se alguns tópicos para o seu desenvolvimento.

A apreciação do texto produzido terá em conta os seguintes parâmetros:

• extensão, tema e tipologia do texto;

• coerência de sentido e pertinência da informação aduzida;

• estrutura e coesão do texto;

• adequação e variedade lexical;

• correcção gramatical;

• correcção ortográfica;

• correcção e expressividade da pontuação.

Tipo de itens

Na 1ª parte, os alunos respondem a questionários feitos com base em itens de resposta

fechada (resposta curta, completamento, transformação, verdadeiro/falso, associação,

ordenação e escolha múltipla) e por itens de resposta aberta orientada.

Na 2ª parte, os alunos fazem a produção orientada de um texto narrativo.

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MATRIZ DA PROVA DE AVALIAÇÃO SUMATIVA EXTERNA

DE LÍNGUA PORTUGUESA

2º CICLO

Duração da prova

A prova tem a duração de 90 minutos.

Estrutura da prova

A prova é constituída por duas partes.

Na primeira parte, encontram-se dois textos, cada um deles seguido por um

questionário, a fim de ser avaliada a compreensão da leitura e também, subsidiariamente, a

expressão escrita. O primeiro desses textos é uma narrativa e o segundo tem carácter

informativo.

Ainda nesta parte, um questionário sobre conhecimento explícito da Língua apoia-se

no primeiro texto.

Na segunda parte, que avalia a expressão escrita compositiva, propõe-se a produção

orientada de um texto.

Conteúdo da prova

A prova tem por referência o programa em vigor, o Currículo Nacional do Ensino

Básico — Competências Essenciais, e as Competências do Currículo Regional do Ensino

Básico.

Centra-se em três conjuntos de competências:

1. compreensão da leitura;

2. conhecimento explícito da Língua;

3. expressão escrita.

Para a avaliação de 1., apresentam-se dois textos distintos: o primeiro é de carácter

ficcional, narrativo, e o segundo tem carácter informativo. No caso de se considerar

necessário, inclui-se no final de cada texto um “vocabulário” alfabeticamente ordenado.

A seguir a cada um destes dois textos, apresenta-se um questionário que procura

desencadear respostas indicadoras do nível de desempenho do aluno, em diferentes aspectos:

• interpretação da informação veiculada pelo texto em análise;

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• detecção/reutilização dessa informação;

• explicitação de sentidos;

• explicitação de relações representadas no texto;

Relativamente a 2., a prova apresenta itens que incidem sobre questões lexicais,

morfológicas e sintácticas.

Finalmente, em 3., propõe-se a elaboração de um texto narrativo, de 20 a 30 linhas,

sugerindo-se alguns tópicos para o seu desenvolvimento.

A apreciação do texto produzido incidirá essencialmente nos seguintes aspectos:

• extensão, tema e tipologia do texto;

• coerência de sentido e pertinência da informação aduzida;

• estrutura e coesão do texto;

• adequação e variedade lexical;

• correcção gramatical;

• correcção ortográfica;

• correcção e expressividade da pontuação.

Tipo de itens

Na 1ª parte, os alunos respondem a questionários feitos com base em itens de resposta

fechada (resposta curta, completamento, verdadeiro/falso, associação, ordenação e escolha

múltipla) e itens de resposta aberta orientada.

Na 2ª parte, os alunos fazem a produção orientada de um texto narrativo.

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MATRIZ DA PROVA DE AVALIAÇÃO SUMATIVA EXTERNA

DE LÍNGUA PORTUGUESA

3º CICLO

Duração da prova

A prova tem a duração de 90 minutos.

Estrutura da prova

A prova é constituída por três partes.

Na primeira parte, encontram-se dois textos, cada um deles seguido por um

questionário, a fim de ser avaliada a compreensão da leitura e a expressão escrita.

O primeiro desses textos, de extensão média, é uma narrativa. O segundo é extraído de

uma obra de leitura obrigatória.

A segunda parte da prova reúne questões que procuram avaliar o nível de

conhecimento explícito da Língua, e apoia-se nos textos apresentados.

.

Na terceira parte, que avalia directamente a expressão escrita, propõe-se a produção

orientada de um texto de opinião.

Conteúdo da prova

A prova tem por referência o programa em vigor, o Currículo Nacional do Ensino

Básico – Competências Essenciais, emitido pelo Departamento de Educação Básica em

Setembro de 2001, e as Competências do Currículo Regional do Ensino Básico.

Centra-se em três conjuntos de competências:

1. compreensão da leitura;

2. conhecimento explícito da Língua;

3. expressão escrita.

Para a avaliação directa de 1., apresentam-se dois textos distintos. No caso de se

considerar necessário, inclui-se no final de cada texto um “vocabulário”.

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A seguir a cada um destes textos, apresenta-se um questionário que procura desencadear

respostas indicadoras do nível de desempenho do aluno, em diferentes aspectos:

• interpretação da informação veiculada pelo texto em análise;

• detecção/reutilização dessa informação;

• explicitação de sentidos;

• explicitação de relações representadas no texto;

• formulação de juízos de valor.

Relativamente a 2., a prova apresenta itens que incidem sobre questões lexicais,

morfológicas e sintácticas, a fim de avaliar o conhecimento sistematizado de aspectos da

estrutura e funcionamento da Língua.

Finalmente, na primeira e terceira partes da prova, avalia-se o nível atingido nas

competências de expressão escrita. Na terceira parte, um item de composição orientada leva à

produção de um texto de opinião.

O texto produzido deverá ter entre 140 e 240 palavras, e a sua avaliação incidirá

essencialmente nos seguintes parâmetros:

• extensão, tema e tipologia do texto;

• coerência de sentido e pertinência da informação aduzida;

• estrutura e coesão do texto;

• adequação e variedade lexical;

• correcção gramatical;

• correcção ortográfica;

• correcção e expressividade da pontuação.

Tipo de itens

Na 1ª e 2ª partes, os alunos respondem a questionários feitos com base em itens de

resposta fechada (resposta curta, completamento, verdadeiro/falso, associação, escolha

múltipla e transformação) e por itens de resposta aberta.

Na 3ª parte, os alunos fazem a produção orientada de um texto de opinião.

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[PROVA MODELO DO 4.º ANO] Exemplos Apresentam-se seguidamente alguns exemplos de itens possíveis, simulando parte de uma prova. 1. COMPREENSÃO DA LEITURA

1.1. Exemplos de itens organizados em torno de um texto narrativo

OXALÁ

A chuva não parava de cair. O céu cinzento parecia desabar sobre a terra. O

Coelhinho Topê bem espreitava pela vidraça, mas nem uma aberta para poder sair. É

certo que tinha muitos brinquedos e jogos, mas não lhe apetecia estar fechado em casa.

Lá fora é que era bom! Corria à vontade pelos campos, jogava ao agarra e foge com as

Perdizes, saltava ao desafio com os Gafanhotos.

—Vai continuar a chover? — perguntou ele à mãe, que sentada à máquina de

costura lhe fazia roupas novas.

— Oxalá, meu amor.

O Coelhinho não entendeu a resposta. A mãe sempre tão amiga de lhe fazer as

vontades, desejava agora que o tempo não amainasse para ele poder sair?!

Se calhar o que ela não quer é ver-me brincar na rua. Mas também vou ficar

amuado toda a tarde! — pensou irritado.

E na verdade, por mais que a mãe conversasse com ele, nunca respondeu.

Os campos estavam encharcados, as plantas tinham brilho novo como se tivessem

levado verniz e a chuva não parava nunca mais: tchunca, tchunca, tchunca…

Quando o papá Coelho chegou para almoçar, o Coelhinho Topê correu para ele.

— Papá, achas que vai continuar a chover todo o dia?

— Oxalá, meu amor — respondeu ele — Esta chuva é ouro que está a cair do céu.

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Não entendia mesmo nada. Oxalá, porquê? E o que era isso de chamar ouro à água

das nuvens? As pessoas crescidas davam cada resposta!

Desiludido e cada vez mais amuado, voltou a encostar o nariz às vidraças. Que

tempo horrível! Era certo e sabido que não podia sair. Que raiva! Mas por que é que

não havia de ser sempre Verão?

— Então filhinho, estás a ver a chuva? Ainda bem que cai, Coelhinho querido. Vai

regar a horta que tanto trabalho me tem dado a semear, a plantar e a tratar. Já pensaste

nas cenourinhas tenras e gostosas? Se não fosse a chuva, como poderias tu consolar-te

a roê-las? Esta água do céu é uma riqueza para os campos, porque a terra estava

ressequida e cheia de sede. Chuva abençoada que vale um dinheirão! Que caia, que

caia, que só lhe agradeço.

Foi então que o Coelhinho Topê compreendeu. Pegou na caixa dos jogos e foi

brincar no chão, aproveitando a companhia da mãe que continuava a fazer-lhe roupas

novas e bonitas.

— Mamã, eu quero pedir desculpa.

— Estás desculpado, meu amor. O importante é que já aprendeste a dar valor à

água da chuva — respondeu ela, beijando-o.

Ninguém tem uma mãe como a minha! — pensou o Coelhinho cheio de felicidade.

Isabel Lamas, Contos Grandes, Pequeninos e Assim-Assim, Sintra, Impala, 2000

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Exemplo 1 Item de verdadeiro/falso que avalia a compreensão da leitura De acordo com o texto, assinala com X, na coluna correspondente, as afirmações

verdadeiras (V) e as falsas (F).

Afirmações V F

Estava um lindo dia de sol.

O coelhinho Topê espreitou pela janela.

O Topê não podia sair de casa.

Não tinha brinquedos para se entreter.

Naquele dia, apetecia-lhe ficar em casa. Exemplo 2 Item de escolha múltipla que avalia a compreensão da leitura Assinala com X a opção correcta, de acordo com o sentido do texto.

O Coelhinho gostava de ir para os campos porque

jogava à cabra-cega com os Gafanhotos.

brincava com os outros animais.

saltava à corda com as Perdizes.

trepava às árvores.

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Exemplo 3 Item de ordenação de sequências que avalia a compreensão da leitura Ordena as frases que se seguem, de acordo com a sequência das acções na história,

numerando-as de 1 a 6. O 1 corresponderá à primeira acção, o 2 à segunda, e assim

sucessivamente.

_____ O pai explicou ao filho a importância da chuva.

_____ O Coelhinho perguntou à mãe se ia continuar a chover.

_____ O pai chegou a casa para almoçar.

_____ O Coelhinho foi brincar com a caixa dos jogos.

_____ O Coelhinho Topê viu que estava a chover muito.

_____ O Topê pediu desculpa à mãe.

Exemplo 4 Item de resposta curta que avalia a compreensão da leitura O que fez o Coelhinho quando percebeu a importância da chuva?

_____________________________________________________________________

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1.2. Exemplo de item formulado a partir de um texto informativo Exemplo 5 Item de verdadeiro/falso que avalia a compreensão da leitura A água é um bem precioso e poderá vir a esgotar-se. Há que tomar medidas para poupá-la.

Observa atentamente o quadro abaixo e assinala com X na coluna correspondente as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F).

GASTOS DE ÁGUA ACÇÕES DO NOSSO

DIA-A-DIA Com água a correr

Com cuidado na utilização da

água

A ÁGUA QUE PODEMOS POUPAR

Lavar as mãos 15 L 2 L 13 L

Lavar os dentes 19 L 3 L 16 L

Fazer a barba 30 a 60 L 3,5 L (lavatório cheio) 26,5 a 56,5 L

Tomar duche 80 L 25 L (duche curto) 55 L

Tomar banho de imersão 150 a 200 L _ _

Lavar a loiça* 110 L 38 L

(lavatório cheio 2 vezes)

72 L

Lavar o carro** 570 L (mangueira)

57 L (balde e esponja) 513 L

OUTROS DADOS

* Máquina de lavar a loiça – 18 a 30 litros ** Estação de serviço – 19 a 38 litros

Máquina de lavar roupa – 60 a 90 litros

in Livro da Água, EPAL, 2003

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V F

1 Poupo 2 litros de água, se fechar a torneira enquanto lavo as mãos.

2 Sou cuidadoso se gastar 3 litros de água a lavar os dentes.

3 Poupo água se tomar um duche curto.

4 Estou a desperdiçar muita água quando tomo um banho de imersão.

5 Gasto a mesma quantidade de água ao lavar a loiça à mão ou na máquina.

6 Poupo água ao lavar o carro na estação de serviço.

2. FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA Exemplo 7 Item que avalia o conhecimento de categorias gramaticais “Já pensaste nas cenourinhas tenras e gostosas?” Assinala com X o grau em que se encontram o adjectivo sublinhado.

Grau superlativo absoluto analítico.

Grau superlativo relativo de superioridade.

Grau normal.

Grau comparativo de igualdade.

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Exemplo 8 Item que avalia o conhecimento de categorias gramaticais

O coelhinho Topê ficou desiludido e amuado. Escolhe nesta frase:

• um adjectivo

• um nome comum

• um verbo

• um nome próprio Exemplo 9 Item que avalia o conhecimento de categorias gramaticais

O Coelhinho brinca com os seus jogos. Reescreve a frase colocando o verbo no Futuro do Indicativo. _____________________________________________________ Exemplo 10 Item que avalia o conhecimento da estrutura frásica Lê a frase:

“O Coelhinho não entendeu a resposta.”

Volta a escrevê-la na forma afirmativa. _________________________________________________________________

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3. EXPRESSÃO ESCRITA Exemplo 11 Item de produção orientada de texto que avalia a expressão escrita Imagina que, num dia de Inverno, tu e os teus colegas encontravam um gatinho

abandonado à entrada da escola. Conta este acontecimento, referindo:

• o momento do dia;

• o estado do tempo (muita chuva, ventania, trovoada);

• quem te acompanhava à entrada para a escola;

• o que tu e os teus colegas viram (o aspecto físico do gatinho, local onde estava,

reacção do animal);

• o que decidiram fazer para proteger o animal (insere diálogo no teu texto);

• sentimentos que este acontecimento despertou em ti.

Dá um título ao teu texto.

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[PROVA MODELO DO 6.º ANO] Exemplos Apresentam-se seguidamente alguns exemplos de itens possíveis, simulando parte de uma prova. 1. COMPREENSÃO DA LEITURA 1.1. Exemplos de itens organizados em torno de um texto narrativo

A PASTORA AURORA

No cimo duma serra, num ninho que os pássaros tinham feito para ela, vivia uma fada. Era

pequenina, alegre, de olhos muito claros e uma engraçada cabeleira toda aos caracóis. Por isso

lhe chamavam a fada Caracolinhos.

Por essa mesma serra, andava a guardar gado uma pastora chamada Aurora. Muitas vezes,

Caracolinhos ia visitar a pastora para a ajudar a encontrar alguma ovelha perdida ou só para

conversar, para encher os dias da pequena Aurora que nunca tinha com quem brincar.

Uma tarde, a fada encontrou a sua amiga mais pensativa do que era habitual.

— Que tens, Aurora? — perguntou a fada. — Estás triste?

— Não, não estou triste — respondeu a pastora. — Estive a pensar que devem existir

coisas lindas para lá desta serra onde sempre vivi. Fala-me de tudo o que sabes e de tudo o

que viste.

Sempre gentil, Caracolinhos falou longamente das árvores, dos vales, das águas do mar,

das areias das praias, da neve das serras…

Quanto mais ouvia a fada, mais pensativa ficava a Aurora.

— Gostava de ver o mar… — disse por fim a pastora.

Caracolinhos riu-se.

— Nada mais fácil. Anda comigo — convidou a fada.

Um leve toque da varinha de condão e as duas amigas estavam já na praia onde o mar se

desfazia em espuma.

— Olha, Caracolinhos, estão ali os meus carneiros! — admirou-se a pastora.

— Não, Aurora, não são os teus carneiros. O que estás a ver são as ondas do mar —

explicou a fada.

Mas a pastora teimou:

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— Talvez sejam ondas do mar, mas a mim parece-me que estou a ver os meus carneiros a

correr e a saltar.

Voltaram para a serra e nessa noite a pastora sonhou com as ondas do mar.

No dia seguinte, Aurora fez outro pedido à sua amiga:

— Leva-me a ver a neve nas montanhas.

Novo toque da varinha de condão e já os olhos de Aurora se abriam para as altas

montanhas das neves eternas.

— Olha, Caracolinhos, está ali o meu rebanho!

— Não, Aurora, o que vês além é neve e gelo que cobrem as serras — explicou a fada.

— Talvez — disse a pastora — mas parece mesmo o meu rebanho.

Nessa noite Aurora sonhou com a neve que caía na serra.

Passados dias a pastora pediu à fada que a levasse a ver as árvores do vale. Quando lá

chegaram, as árvores estavam cobertas de lindas flores brancas.

— Olha, Caracolinhos, olha ali o meu rebanho!

— Não, Aurora, o que tu vês são as flores das árvores do vale — explicou pacientemente

a fada.

— Está bem. Tu dizes que são flores, mas o que eu vejo ali é o meu rebanho! — insistiu a

pastora.

No dia seguinte, Aurora nada pediu à fada. Olhava o rebanho e sorria.

— Onde vamos hoje? — quis saber Caracolinhos.

— Fico por aqui — disse a pastora. — Fico a olhar as ondas do mar, as flores do vale e a

neve na serra. Repara bem. Olha o meu rebanho. Não vês ali a brancura da neve? Não vês ali

o ondular das águas do mar? Não vês além as nuvens que se juntam e se afastam? Vejo tudo

isso, olhando o meu rebanho.

A fada e a pastorinha sorriam enquanto o rebanho se espalhava pela encosta da serra.

Natércia Rocha, Castelos de Areia,

s.l., Bertrand Editora, 1995

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Page 18: Provas Modelo LP

Exemplo 1 Item de verdadeiro/falso que avalia a compreensão da leitura Assinala com X na coluna correspondente as afirmações que são verdadeiras (V) ou falsas (F) de acordo com a informação dos dois primeiros parágrafos do texto.

V F

A fada Caracolinhos morava num ninho.

Os cabelos da fada eram lisos.

A fada Caracolinhos e a pastora Aurora eram amigas.

A pastora costumava brincar com amigos na serra.

Exemplo 2 Item de escolha múltipla que avalia a compreensão da leitura Marca com X a opção correcta, de acordo com o sentido do texto. Uma tarde, a fada encontrou a pastora pensativa. Ela reflectia sobre

o desaparecimento de uma ovelha.

o que iria fazer no dia seguinte.

as coisas bonitas que existiam para além da serra.

a conversa agradável que tivera com a fada.

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Page 19: Provas Modelo LP

Exemplo 3 Item de ordenação de sequências de acontecimentos que avalia a compreensão da leitura Ordena as frases que se seguem, de acordo com a sequência das acções na história, numerando-as e 1 a 6. O 1 corresponderá à primeira acção, o 2 à segunda, e assim sucessivamente.

_____ De noite, a Aurora sonhou com a neve que vira na serra.

_____ A pastora decidiu ficar na serra, a guardar o seu rebanho.

_____ A fada mostrou à pastora as montanhas cobertas de neve.

_____ De noite, a Aurora sonhou com o mar.

_____ A fada levou a pastora a ver as ondas do mar.

_____ A fada Caracolinhos foi com a pastora ver as árvores floridas.

Exemplo 4 Item de completamento que avalia a compreensão da leitura Completa a frase seguinte de acordo com o sentido do texto.

Ao ver o movimento das ondas do mar, a pastora lembra-se

Exemplo 5 Item de resposta curta que avalia a compreensão da leitura Que semelhança existe entre o rebanho da pastora Aurora e a neve das serras? ___________________________________________________________________________

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Exemplo 6 Item de escolha múltipla que avalia a compreensão da leitura Sublinha no quadro as palavras que servem para caracterizar a pastora Aurora.

sonhadora preguiçosa teimosa indelicada

sensível curiosa exigente alegre

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1.2. Exemplo de item formulado a partir de um texto informativo Exemplo 7 Item de completamento que avalia a compreensão da leitura

A subida da montanha

Considerado um dos mais belos vulcões do mundo, o Pico visto de longe parece fácil de subir. Isso é verdade até à estrada que leva à pequena rotunda onde se inicia o percurso de acesso, junto ao Cabeço das Cabras (a cerca de 1200 metros de altitude). Depois é uma escalada que exige experiência, boa condição física, calçado e vestuário adequados e a companhia de um guia. A duração da subida e descida é de cerca de 4 horas. Na subida o caminhante encontra a Furna, uma caverna no interior do cone vulcânico, e uma espessa vegetação endémica, que vai rareando até desaparecer a cerca de 2000 metros. A cratera central — Pico Grande —, com cerca de 700 m de diâmetro, é majestosa. Nela nasce o Piquinho, cone vulcânico que se eleva até cerca de 50 m acima da orla da cratera, com três ou quatro fumarolas no topo. As vistas lá do cimo são maravilhosas e, se não houver nuvens, pode avistar as outras quatro ilhas do grupo central: Faial, S. Jorge, e, mais ao longe, Graciosa e Terceira. Os conhecedores dizem que o nascer do sol no Pico é inesquecível.

Direcção Regional do Turismo dos Açores, Guia da Ilha do Pico (texto adaptado)

1. Local em que se inicia a escalada:

_____________________________________

2. Condições necessárias à subida da montanha: __________________________________

__________________________________

__________________________________

__________________________________

3. Duração da subida e da descida:

_____________________________________

4. Na subida, encontra-se:

__________________________________

__________________________________

5. Diâmetro da cratera central:

_____________________________________

6. Cone vulcânico existente no Pico Grande:

nome _______________________________

altura _______________________________

7. Ilhas que se avistam do alto da montanha:

__________________________________

__________________________________

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2. FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA Exemplo 8 Item que avalia o conhecimento da estrutura frásica (funções sintácticas)

No dia seguinte, Aurora fez-lhe outro pedido.

Escreve o número à frente de cada letra, de modo a que cada palavra ou expressão corresponda à respectiva função sintáctica. A lhe 1 sujeito B No dia seguinte 2 predicado C Aurora 3 complemento directo D fez-lhe outro pedido 4 complemento indirecto E outro pedido 5 complemento circunstancial de tempo

A – _____ B – _____ C – _____ D – _____ E – _____

Exemplo 9 Item que avalia o conhecimento de classes morfológicas

Alegremente, a pastora Aurora abriu os olhos para as altas montanhas. Transcreve desta frase:

um determinante artigo definido

um nome comum

um nome próprio

um adjectivo

uma preposição

um advérbio de modo

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Exemplo 10 Item que avalia o conhecimento de estruturas frásicas (discurso directo e indirecto) Passa a fala da pastora para o discurso directo, fazendo as transformações necessárias.

Passados alguns dias, a pastora pediu à fada que a levasse a ver as árvores do vale. ___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Exemplo 11 Item que avalia o conhecimento de categorias gramaticais (graus dos adjectivos) “Devem existir coisas lindas para lá desta serra.” Escreve de novo esta frase, colocando o adjectivo

no grau superlativo absoluto sintético:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

no grau superlativo absoluto analítico:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

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[PROVA MODELO DO 9ºANO] Exemplos Apresentam-se seguidamente alguns exemplos de itens possíveis, simulando parte de uma prova. GRUPO I: Compreensão da leitura

HOMERO

Quando eu era pequena, passava às vezes pela praia um velho louco e vagabundo a

quem chamavam o Búzio.

O Búzio era como um monumento manuelino: tudo nele lembrava coisas marítimas. A

sua barba branca e ondulada era igual a uma onda de espuma. As grossas veias azuis das

suas pernas eram iguais a cabos de navio. O seu corpo parecia um mastro e o seu andar era

baloiçado como o andar dum marinheiro ou dum barco. Os seus olhos, como o próprio

mar, ora eram azuis, ora cinzentos, ora verdes, e às vezes mesmo os vi roxos. E trazia

sempre na mão direita duas conchas. […]

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15

20

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O Búzio não possuía nada, como uma árvore não possui nada. Vivia com a terra toda

que era ele próprio.

A terra era sua mãe e sua mulher, sua casa e sua companhia, sua cama, seu alimento,

seu destino e sua vida.

Os seus pés descalços pareciam escutar o chão que pisavam.

E foi assim que o vi aparecer naquela tarde em que eu brincava sozinha no jardim.

A nossa casa ficava à beira da praia.

A parte da frente, virada para o mar, tinha um jardim de areia. Na parte de trás, voltada

para leste, havia um pequeno jardim agreste e mal tratado, com o chão coberto de pequenas

pedras soltas, que rolavam sob os passos, um poço, duas árvores e alguns arbustos

desgrenhados pelo vento e queimados pelo sol.

O Búzio, que chegou pelo lado de trás, abriu a cancela de madeira, que ficou a baloiçar,

e atravessou o jardim, passando sem me ver.

Parou em frente da porta de serviço e ao som das suas castanholas de conchas pôs-se a

cantar.

Assim esperou algum tempo. Depois a porta abriu-se e no seu ângulo escuro apareceu

um avental. Visto de fora, o interior da casa parecia misterioso, sombrio e brilhante. E a

criada estendeu um pão e disse:

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— Vai-te embora, Búzio.

Depois fechou a porta.

E o Búzio, sem pressa, demoradamente, como que desenhando na luz cada um dos seus

gestos, puxou os cordões, abriu o saco, tornou a atar o saco, prendeu-o no pau e seguiu

com o seu cão.

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55

Vi-o dar a volta à casa, para sair pela frente, pelo lado do mar.

Então eu resolvi ir atrás dele.

Ele atravessou o jardim de areia coberto de chorão e lírios do mar e caminhou pelas

dunas. Quando chegou ao lugar onde principia a curva da baía, parou. Ali era já um lugar

selvagem e deserto longe de casas e estradas.

Eu, que o tinha seguido de longe, aproximei-me escondida nas ondulações da duna e

ajoelhei-me atrás dum pequeno monte entre as ervas altas, transparentes e secas. Não

queria que o Búzio me visse, porque o queria ver sem mim, sozinho.

Era um pouco antes do pôr do Sol e de vez em quando passava uma pequena brisa.

Do alto da duna via-se a tarde toda como uma enorme flor transparente, aberta e

estendida até aos confins do horizonte. […]

No alto da duna o Búzio estava com a tarde. O sol pousava nas suas mãos, o sol

pousava na sua cara e nos seus ombros. Ficou algum tempo calado, depois devagar

começou a falar. Eu entendi que ele falava com o mar, pois o olhava de frente e estendia

para ele as suas mãos abertas, com as palmas em concha viradas para cima. Era um longo

discurso claro, irracional e nebuloso que parecia, com a luz, recortar e desenhar todas as

coisas.

Não posso repetir as suas palavras: não as decorei e isto passou-se há muitos anos. E

também não entendi inteiramente o que ele dizia. E algumas palavras mesmo não as ouvi,

porque o vento rápido lhas arrancava da boca.

Mas lembro-me de que eram palavras moduladas como um canto, palavras quase

visíveis que ocupavam os espaços do ar com a sua forma, a sua densidade e o seu peso.

Palavras que chamavam pelas coisas, que eram o nome das coisas. Palavras brilhantes

como as escamas de um peixe, palavras grandes e desertas como praias. E as suas palavras

reuniam os restos dispersos da alegria da terra. Ele os invocava, os mostrava, os nomeava:

vento, frescura das águas, oiro do sol, silêncio e brilho das estrelas.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Contos Exemplares,

8ª ed., Lisboa, Portugália Editores, s. d. (texto com supressões)

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Exemplo 1 Item de resposta curta que avalia a compreensão da leitura Procede à caracterização do Búzio, tendo em conta:

- o seu aspecto físico;

- as suas condições de vida.

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Exemplo 2 Item de escolha múltipla que avalia a compreensão da leitura Assinala com X a opção correcta, tendo em conta o sentido do texto (linhas 9-13). O Búzio era um velho que vivia

rodeado de familiares e amigos.

integrado na Natureza.

preocupado com o seu futuro.

à espera de uma herança. Exemplo 3 Item de resposta curta que avalia a compreensão da leitura Transcreve do texto uma frase que mostre a forma como o Búzio anuncia a sua chegada.

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Exemplo 4 Item de resposta curta que avalia a compreensão de recursos expressivos “E as suas palavras reuniam os restos dispersos da alegria da terra. Ele os invocava, os mostrava, os nomeava: vento, frescura das águas, oiro do sol, silêncio e brilho das estrelas.” Comenta o valor expressivo da enumeração destacada a negro.

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___________________________________________________________________________ Exemplo 5 Item que avalia o conhecimento de obras de leitura obrigatória – auto de Gil Vicente Explica de que forma a peça de Gil Vicente que estudaste mostra a intenção crítica do autor relativamente à época em que viveu.

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Exemplo 6 Item que avalia o conhecimento de obras de leitura obrigatória – Os Lusíadas Vasco da Gama conta ao rei de Melinde a partida da sua armada da praia do Restelo, dizendo, a determinada altura:

88 A gente da cidade, aquele dia, (Uns por amigos, outros por parentes, Outros por ver somente) concorria, Saudosos na vista e descontentes. E nós, co a virtuosa companhia De mil religiosos diligentes, Em procissão solene, a Deus orando, Pera os batéis viemos caminhando.

89 Em tão longo caminho e duvidoso

Por perdidos as gentes nos julgavam, As mulheres cum choro piadoso, Os homens com suspiros que arrancavam.

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Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso Amor mais desconfia, acrecentavam A desesperação e frio medo De já não nos tornar a ver tão cedo.

Luís de Camões, Os Lusíadas, IV, 88-89, ed. org. por Emanuel Paulo Ramos,

Porto, Porto Editora, 1975. Vocabulário: batéis – embarcações que serviam para as manobras do transbordo, de terra para as naus e vice-versa, de pessoas e mercadorias. concorria – afluía, acorria. desconfia – receia. diligentes – cuidadosos. Que aspectos mencionados na estrofe 88 mostram que a partida das naus foi um acontecimento de grande importância?

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Aponta os sentimentos que dominam as mulheres e os homens, no momento da despedida.

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Luís de Camões exalta n’Os Lusíadas a coragem com que os marinheiros portugueses enfrentaram situações de perigo. Relata de forma concisa um destes episódios.

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GRUPO II: Funcionamento da Língua Exemplo 1

Pronominalização

1. A criada deu um pão ao Búzio. 2. A narradora viu o Búzio atar o saco. 3. Os lírios do mar cobriam o jardim de areia.

Reescreve estas frases, substituindo as expressões sublinhadas pelos pronomes pessoais correspondentes.

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Exemplo 2

Formas de ligação de orações

A narradora não pode repetir as palavras do Búzio. A narradora não decorou as palavras do Búzio.

A partir destas duas frases e procedendo às transformações necessárias, elabora uma frase complexa, por um processo de subordinação.

___________________________________________________________________________ Exemplo 3

Estrutura da frase complexa Divide e classifica as orações da seguinte frase complexa: Se a narradora não tivesse seguido o Búzio, não saberia que ele falava com o mar. 1ª oração: _______________________________________________________________

Classificação: _______________________________________________________________ 2ª oração: _______________________________________________________________

Classificação: _______________________________________________________________ 3ª oração: _______________________________________________________________

Classificação: _______________________________________________________________

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Exemplo 4 Coesão textual Naquela tarde, o Búzio pediu esmola à criada _______ foi-se embora, atravessando o

jardim ________ ficava à frente da casa. __________, a narradora seguiu-o de longe

__________queria ver o que ele fazia sozinho. ___________ ela percebesse _________ o

Búzio falava com o mar, não conseguia entender o que dizia.

Completa o parágrafo precedente com as palavras deste quadro.

que depois e embora que porque

Exemplo 5 Funções sintácticas

O Búzio, velho louco e vagabundo, abriu a cancela do jardim. Indica a função sintáctica desempenhada pelas expressões sublinhadas. velho, louco e vagabundo

do jardim Exemplo 6 Tempos e modos verbais “Eu, que o tinha seguido de longe, aproximei-me escondida nas ondulações da duna [...]. Não queria que o Búzio me visse.” Indica o tempo e o modo de cada uma das formas verbais sublinhadas nestas frases.

tempo modo

tinha seguido:

aproximei-me:

visse:

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