Provérbios 16 -...
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A474
Alves, Silvio Dutra
Provérbios 16./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro,
2016.
50p.; 14,8x21cm
1. Teologia. 2. Salomão. 3. Estudo Bíblico.
I. Título.
CDD 230.223
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Introdução
Quando Jesus se manifestou em seu ministério
terreno, os que viriam a se tornar apóstolos e seus discípulos, certamente sabiam o modo
como convém conhecer o conteúdo das Escrituras do Velho Testamento, e dentre estas,
os Salmos e os Provérbios, pois a um menino judeu era atribuída a maioridade quando já aos
treze anos deveria conhecer, conforme a tradição, todo o conteúdo da Torá.
A excelência moral e espiritual dos mandamentos e preceitos das Escrituras
sempre golpeiam nossas consciências, ao compararmos o comportamento que é ali
aprovado com a nossa inclinação ao pecado.
Agora, bem diante dos olhos daqueles que aspiravam por um viver segundo Deus, estava o
modelo da perfeição moral e espiritual, cheio de graça e verdade. A bondade, a mansidão, o amor,
e a paz refulgiam em todo o seu corpo e proceder, e luziam em seus olhos.
Quando Pedro, antes da conversão pôde contemplá-lo, pediu-lhe humilde e reverentemente que se afastasse dele porque
era um mísero pecador, sem saber que Jesus viera ao mundo justamente com a missão de
transformar pecadores em santos.
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Vemos assim, quão importante é que se ensine a Bíblia a nossos filhos, para que possam ser
instruídos sobre o caráter santo e justo de Deu,s que lhes convém obter por meio da fé em Jesus
Cristo.
Quão impactados ficamos, quando visitados pela graça de Deus e pelo convencimento do
Espírito Santo, sendo levados a confrontar o nosso comportamento com aquele que é
exaltado nos Salmos e nos Provérbios, para os que são justos e sábios segundo Deus!
O arrependimento de nossa presente condição é o primeiro passo para a conversão, que é
concluída quando Deus manifesta a sua misericórdia para conosco concedendo a graça
necessária para que sejamos justificados, regenerados e santificados pelo Espírito Santo.
Porém, a importância da meditação diária dos Provérbios não para por aí, porque mesmo
depois de convertidos somos dados a ter períodos de esfriamento na fé ou desvio do
padrão de comportamento espelhado nas Escrituras; então podemos ser compungidos em
nosso espírito ao constatarmos pela Palavra, o quanto estamos nos afastando de Deus, e assim
nos esforçarmos e clamarmos para retornarmos à posição na qual convém sermos
sempre encontrados.
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Provérbios 16
1 Ao homem pertencem os planos do
coração; mas a resposta da língua é do
Senhor.
Como lemos, este provérbio nos ensina uma
grande verdade, de que não somos capazes por
nós mesmos, de pensar ou falar qualquer
coisa que seja sábia e boa segundo aquilo que há
em Deus, mas que toda a nossa capacidade vem
de Deus, que opera em nós tanto o querer como
o efetuar.
Mas, alguns o interpretam dessa forma: que a
preparação do coração é do homem (ele pode
inventar e projetar muitas coisas), mas a
resposta da língua, não somente a entrega, do
que ele projetou falar, a eficácia e o sucesso do
que projetou para fazer, lhe vem da parte do
Senhor; ou seja, todos dependemos da graça de
Deus não somente para dirigir nossos
pensamentos e ações, como também para a
continuidade da nossa própria existência, pois
sem a sua graça, não seríamos capazes para
coisa alguma, assim como tudo o mais na
criação vive nele e por ele.
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2 Todos os caminhos do homem são
limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa
os espíritos.
Somos muito aptos a ser parciais no julgamento
de nós mesmos. Todos os caminhos do homem, todos os seus projetos, todas as suas
obras são limpas aos seus olhos, e não vê nada de errado neles, nada pelo que possa condenar a
si mesmo, porém há uma grande quantidade de poluição em nossos caminhos, das quais não
estamos cientes, ou que delas não pensamos tão mal quanto deveríamos.
É somente no julgamento que a palavra de Deus faz a nosso respeito, que podemos ter a certeza, que é segundo a verdade, pois pesa os
espíritos em um equilíbrio justo e infalível. Ele não somente vê os caminhos dos homens, mas
prova seu espírito, e somos como o nosso espírito é.
Deus tem um caminho estreito pelo qual devemos andar. É andando passo a passo nesse caminho que o nosso conhecimento dele, e da
sua vontade pode ser aumentado e aperfeiçoado. De modo que a sabedoria divina,
não nos vem de modo instantâneo ou em alguns poucos momentos de nossa convivência com
ele, senão no caminhar perseverante da fé, diariamente, e por toda a vida ao longo desse
caminho estreito no qual convém sermos
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3 Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus
desígnios serão estabelecidos.
É uma coisa muito desejável e preciosa
ter nossos pensamentos estabelecidos , e não jogados de lá para cá como as ondas do mar,
cheios de dúvidas, inquietações, preocupações e temores.
A única maneira de termos
nossos pensamentos estabelecidos é entregando as nossas obras ao Senhor.
As grandes preocupações da nossa alma devem estar comprometidas com a graça de Deus, com
a dependência e submissão à conduta de que a graça demanda de nós; todas as nossas ações,
todas as nossas obras devem ser entregues a Deus, e estarem comprometidas com suas
ordenanças e preceitos.
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4 O Senhor fez tudo para um fim; sim, até
o ímpio para o dia do mal.
Mesmo os ímpios são criaturas de Deus, apesar
de serem rebeldes; ele lhes deu esses poderes com os quais lutam contra ele, o que agrava a
sua maldade, não deixando que Ele os governe.
No entanto, não foi Deus quem colocou neles uma só gota para tal disposição rebelde. Ele não
os criou como ímpios, nem para serem sempre ímpios; tanto que pela fé no evangelho, é dito
que os que são convertidos são ímpios, pois esta é a condição de todo homem antes de ser
convertido por Cristo.
O provérbio enfatiza o propósito de Deus na criação dos homens, e destaca que ao permitir a
entrada do pecado no mundo tem usado isto para diversos fins úteis como, por exemplo,
exibir a sua bondade, sua misericórdia, perdão, sua justiça, e seus juízos, de modo que
aprendemos a sabedoria por vivermos num mundo que ficou sujeitado ao pecado, pelo
contraste do modo como os que são justos são abençoados, e os ímpios são julgados.
A sabedoria multiforme de Deus se manifesta, sobretudo na sua capacidade de tirar do mal, o bem, transformar a maldição em bênção, e
pecadores rebeldes em santos.
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É deveras impressionante o número de bons serviços que ímpios, pelas suas más ações
podem prestar indiretamente aos que se santificam, sobretudo por lhes dar ocasião de
serem exercitados em paciência e perdão em relação a eles.
Governantes injustos, que a seu tempo serão julgados por Deus podem vir a servir a seus
propósitos para o bem dos seus servos, como foi o caso daqueles que libertaram os israelitas do
cativeiro, apesar de serem reis idólatras.
Os exemplos se multiplicam, e não teríamos
espaço suficiente para demonstrar como Deus tem produzido o bem em meio a toda a
impiedade que existe na terra, o que traz muita glória ao seu poderoso nome, por fazer brilhar a
luz onde havia somente trevas.
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5 Todo homem arrogante é abominação
ao Senhor; certamente não ficará
impune.
Deus resiste ao soberbo e concede a sua graça ao
humilde. Isto é uma regra fixa no seu caráter,
pois abaterá a todo aquele que for orgulhoso e
arrogante de coração, cujo espírito é elevado
pelo que considera de si mesmo, pois é uma
grande ingratidão e afronta para com o Criador,
a quem somos devedores de todas as coisas
boas.
Até mesmo talentos e capacitações são
recebidos dele, e temos o dever de sermos
gratos e glorificá-lo por tudo; porque tudo cria,
domina, governa.
Estes, que por sua arrogância desprezam a Deus,
também são desprezados por Ele, de maneira
que não podem privar da sua intimidade.
Ai daquele que contende com o seu Criador, e
não sabe que não passa de pó e um simples
verme que rasteja na terra, diante de Seus olhos.
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6 Pela misericórdia e pela verdade expia-
se a iniquidade; e pelo temor do Senhor
os homens se desviam do mal.
Não é pela nossa própria misericórdia e verdade
que a nossa iniquidade é expiada, ou seja, perdoada e removida, senão pelas que são de
Deus: a misericórdia pela qual nos concede a graça com que somos salvos, a verdade da
pessoa de Jesus Cristo, e de tudo o que se refere à Sua justiça, pela qual somos justificados.
A verdade do evangelho não somente nos salva, como nos purifica de todo pecado.
A Palavra de Deus é a verdade, e é também por ela que somos santificados (João 17.17).
Buscar o perdão de Deus por outros meios, e em outras fontes será então, pura perda de tempo e
correr atrás do vento.
Tudo o que se refere à nossa salvação se encontra em Jesus Cristo e na Palavra do
evangelho. É aqui e somente aqui, que devemos nos concentrar para desenvolver nossa salvação
com temor e tremor.
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7 Quando os caminhos do homem
agradam ao Senhor, faz que até os seus
inimigos tenham paz com ele.
Deus pode transformar inimigos em amigos,
quando quiser. Ele o fará por nós, quando nossos caminhos o agradarem.
Se andarmos nos caminhos de Deus, que são caminhos de paz, bondade, longanimidade, amor, fidelidade e alegria, tendo o cuidado de
estarmos reconciliados com Ele, vivendo no seu amor, ele irá inclinar aqueles que nos tinham na
conta de inimigos, a manterem uma boa opinião a nosso respeito, e em vez de nos perturbarem
nos deixarão em paz.
Eles podem até mesmo continuar na condição de se considerarem nossos inimigos, mas o
Senhor não lhes permitirá que venham a perturbar nossa paz.
A paz de Deus que virem reinando em nossos corações, estampada em nossas faces lhes
desestimulará a empunharem armas para nos atacarem injustamente, sem qualquer motivo
para isto.
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8 Melhor é o pouco com justiça, do que
grandes rendas com injustiça.
Muitos há no mundo que consideram, que os
fins justificam os meios utilizados, ainda que
sejam fraudulentos. Muitos fizeram, e outros
ainda estão fazendo riquezas por meio de
trapaças e enganos.
Realmente, até empresas aumentam
grandemente seus lucros por meio destas
práticas enganosas, que são todas elas, injustas
em sua natureza.
Agora, qual é o verdadeiro e duradouro lucro
que há em agir desta forma, quando sabemos
que Deus trará um terrível juízo sobre todos
aqueles que se deram a este tipo de prática?
Melhor é, portanto, como ensina o provérbio,
ter pouco pela obtenção de um trabalho honesto
e justo, do que acumular grandes rendas por
meio da injustiça.
Não ver vencido pela cobiça e amor ao dinheiro
já é um grande ganho em si mesmo, pois livra de muitos outros males.
O que está revestido da graça de Deus está contente em toda e qualquer situação, não necessitando de muitos recursos para que possa
se sentir feliz.
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9 O coração do homem propõe o seu
caminho; mas o Senhor lhe dirige os
passos.
No quinto capítulo da epístola de Paulo aos
Gálatas somos ensinados, que há uma luta do
Espírito Santo contra a carne, e desta contra o
Espírito Santo, para que não façamos o que seja
porventura do nosso querer.
Esta luta existe somente naqueles que nasceram
de novo do Espírito Santo, uma vez que naquele
que não pertence a Cristo há apenas o pendor da
carne, que é inimizade contra Deus e conduz o
homem em sua caminhada à morte espiritual e
eterna.
Então, os passos que são dirigidos por Deus,
conforme afirma o provérbio, são apenas os
passos daqueles que andam no caminho estreito
de Deus, porém mesmo nestes percebe-se que
há uma luta em que o ego carnal procura propor
o caminho que deve ser seguido, de modo que se
cumpra a vontade da carne (natureza terrena
decaída no pecado); mas há em
correspondência a isto, um movimento do
Espírito Santo na direção oposta, procurando
dirigir os passos do crente a fazer não a sua
própria vontade carnal, senão a vontade de
Deus.
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Isto é uma constante, especialmente na vida dos
crentes que são espirituais, nos quais esta
batalha é mais intensa, pois a carne procura por
todos os meios, impedir que o crente venha a se
consagrar inteiramente à vontade de Deus.
O crente carnal está acomodado ou vencido pelo
pendor da natureza terrena, e não vê, portanto
nele, esta batalha de forma intensa, como pode
ser vista naqueles que se santificam e lutam
contra as paixões que procuram se apoderar de
suas almas.
Mas, andando no Espírito, pela obediência à
palavra do Senhor forma-se o hábito de
santidade pelo qual a carne vai ficando cada vez
mais fraca, e a nova criatura cada vez mais forte
e amadurecida.
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10 A sentença divina está nos lábios do
rei, e a sua boca não prevarica.
O rei que tem o temor do Senhor, e a autoridade na qual foi por Ele investido, não transgredirá
em juízo quando tiver que punir ou absolver os súditos que forem trazidos sob seu juízo.
Por toda autoridade ser instituída por Deus, para exercê-la em seu nome, bem fariam todos os
governantes, em andar debaixo do temor do Senhor e agir em conformidade com os seus
mandamentos, porque terão que prestar contas de seus atos no dia do Juízo, com um rigor muito
maior do que aquele que estiverem debaixo do seu governo.
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11 O peso e a balança justos são do
Senhor; obra sua são todos os pesos da
bolsa.
O preço de uma mercadoria pode variar
segundo as leis de oferta e procura, mas o peso
e a balança são sempre fixos segundo os padrões
de medida padronizados.
Assim, o provérbio não se refere à justiça do
preço, mas à do peso e da balança, pois, uma
adulteração em ambos pode indicar uma
possível intenção de desonestidade e trapaça
por parte do comerciante, para aumentar sua
lucratividade por meio da fraude.
Quando o lucro é auferido por meio do prejuízo
ou engano de outros, isto configura uma
abominação para Deus.
Alguém poderia indagar por que um Deus tão
elevado e poderoso, criador de tudo o que há no
universo, se ocuparia com questões que ao juízo
de muitos parecem tão pequenas e sem
importância?
Afinal, que grande prejuízo poderia trazer a toda
a criação um ato isolado de desonestidade,
praticado contra alguém, numa determinada
ocasião?
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Todavia, o problema em questão não se
relaciona a possíveis prejuízos na ordem
financeira e econômica mundial, senão à
corrupção da alma daquele que age
fraudulentamente, pois quem é infiel no pouco
também o será no muito, e Deus jamais
confiaria as riquezas do seu reino eterno a uma
pessoa que viva sistematicamente de forma
desonesta, sem que nada ofenda a sua
consciência.
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12 Abominação é para os reis o
praticarem a impiedade; porque com
justiça se estabelece o trono.
O caráter de um bom rei que Salomão
recomenda, não é para o seu próprio louvor, mas para instrução para seus sucessores, seus
vizinhos, e os vice-reis sob ele.
Um bom rei não só faz justiça, mas é uma abominação para ele fazer o contrário.
Ele odeia o pensamento de agir errado e perverter a justiça; ele não apenas abomina a maldade feita por outros, mas detesta a que
poderia ser feita por si mesmo, que pelo poder que detém poderia facilmente fazê-lo.
O trono que representa a autoridade que possui o governante, sempre será estabelecido pela
justiça, porque o próprio Deus honra e estabelece o governo que age com justiça.
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13 Lábios justos são o prazer dos reis; e
eles amam aquele que fala coisas retas.
Sabemos que muitas intrigas são um hábito comum entre os cortesãos de um reino.
Infelizmente, a afirmação do provérbio se aplica somente aos reis que são justos, e amam a Deus,
que têm prazer em ouvir relatórios justos e verdadeiros da parte de seus súditos.
Reis como Acabe, em Israel, que chegou a pagar testemunhas falsas para se apoderar injustamente da vinha de Nabote, não são um
caso isolado na história do mundo, pois o modo comum de se governar é geralmente pela
intriga e engano.
Muitos se declaram cristãos, servos de Deus e da justiça, mas apenas para passarem uma imagem
de íntegros e honestos perante o povo que governam, mas às ocultas praticam coisas
abomináveis, comprovando que nada possuem verdadeiramente do caráter de Deus.
O Anticristo, que governará pelo poder total de Satanás, será recebido e aclamado por muitos como sendo um verdadeiro deus justo e bom.
Enquanto isto, Jesus, sendo Deus, que é o rei da verdade e da justiça foi crucificado como um malfeitor.
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14 O furor do rei é mensageiro da morte;
mas o homem sábio o aplacará.
15 Na luz do semblante do rei está a vida;
e o seu favor é como a nuvem de chuva
serôdia.
Estes dois versos mostram o poder dos reis, que
é grande em todo lugar, mas o foi em especial nos países do Leste, onde foram absolutos e
arbitrários. Eles decidiam quem deveria ser morto e quem deveria ser mantido vivo. Sua
vontade era uma lei.
Temos motivos para bendizer a Deus pela constituição do governo sob o qual vivemos, em que o governante não detém tal poder absoluto.
As autoridades foram instituídas por Deus para o castigo dos maus, e para o louvor dos que
praticam o bem. Mas, sabemos quão facilmente as autoridades se corrompem em sua função.
Todavia, Jesus, o Rei dos reis, e Senhor dos
senhores tem recebido toda a autoridade, tanto
no céu quanto na terra, e dele se pode dizer: “Na
luz do semblante do rei está a vida; e o seu favor
é como a nuvem de chuva serôdia.”
Bem-aventurados são então, todos aqueles que
contam com a luz do seu semblante em sinal de
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serem favorecidos por ele, em razão do seu bom
proceder; e, ai daqueles contra os quais o seu
semblante tem se desviado por causa dos males
que têm praticado, pois o mensageiro do Rei virá
como transmissor da sua ira, que se manifestará
numa condenação eterna sobre todos aqueles
que lhe têm resistido, e não haverá nenhum
sábio, neste caso, que poderá aplacá-la.
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16 Quanto melhor é adquirir a sabedoria
do que o ouro! E quanto mais excelente é
escolher o entendimento do que a prata!
A verdade deste provérbio se aplica, até mesmo no sentido coletivo, pois se todas as pessoas
buscassem a sabedoria e o entendimento da vontade divina, do mesmo modo como se
aplicam em obter dinheiro; aqui representado pela prata e pelo ouro, este mundo seria um
lugar muito melhor para se viver, e as pessoas seriam de fato, muito mais felizes do que são.
Mas, tal pensamento é uma utopia, pois este mundo tem sido desde o princípio da criação um
reino no qual habita o pecado e a cobiça no coração humano, que leva a maioria das pessoas
a fazer do amor ao dinheiro, o seu verdadeiro deus.
E pensar que com dinheiro não se pode comprar, não apenas a sabedoria e o
entendimento, como toda e qualquer virtude como, por exemplo, a paz, o amor, a fidelidade, a
bondade, a longanimidade, o domínio próprio e tudo o mais que faz parte do caráter de Jesus
Cristo.
Quem proferiu este provérbio não foi um pobre frustrado dos bens terrenos, senão o homem mais rico e sábio que já pisou neste mundo -
Salomão, que nos diz que a sabedoria e o
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entendimento que possuía, de Deus e da sua vontade era muito mais precioso do que toda a
prata e ouro que ele tinha. De maneira que dedicou sua vida para adquirir mais sabedoria,
do que para juntar riquezas terrenas.
A sabedoria e o entendimento que obtemos das coisas de Deus, é o que carregamos conosco
depois da morte, mas nada mais que é pertencente ao mundo pode ser levado conosco.
A graça de Deus é mais valiosa do que a prata e o ouro, porque não pode ser furtada ou destruída,
e com ela o espírito é educado e enriquecido para sempre.
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17 A estrada dos retos é desviar-se do mal;
o que guarda o seu caminho preserva a
sua vida.
Nossa vida é descrita em muitas passagens
bíblicas, como sendo uma caminhada. E de fato,
quer seja para o mal, quer seja para o bem,
podemos progredir tanto num quanto noutro,
quanto mais tempo caminharmos na prática de
ambos.
O caminho pelo qual os que são retos de coração
transitam desvia-se do mal, porque o caminhar
no pecado produz a morte e não a vida.
Não se pode chegar ao conhecimento da
vontade de Deus, que é sempre boa, santa e
agradável, sem que se tenha por programa de
vida caminhar passo a passo, dia a dia, nesta
estrada que conduz à vida eterna.
Deus se revela aos seus santos de forma
progressiva, à medida em que demonstram sua
fidelidade e constância, em permanecer no
caminho estreito de Jesus Cristo.
Este conhecimento não nos vem de uma só vez,
ou numa forma de andar irregular e inconstante
neste caminho da vida, onde nos desviamos da
prática do pecado, mas na paciente e
perseverante caminhada onde negamos o ego e
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18 A soberba precede a destruição, e a
altivez do espírito precede a queda.
No conselho de Deus, quanto mais alto alguém
deseja chegar por motivo de orgulho, ou para
sobrepujar a outros, maior será a queda e a
destruição de tal pessoa, pois o Senhor o abaterá
das alturas da arrogância a que tiver chegado.
Satanás foi posto como exemplo para os anjos e
os homens, de quão grande pode ser esta queda
e destruição, pois era querubim ungido e
desfrutava de grande honra diante do Senhor,
até quando se achou a iniquidade do orgulho e
violência no seu coração.
Por maiores que sejam as conquistas terrenas
de uma pessoa, maior fama, poder e influência
que possa alcançar, caso sejam obtidos no
caminho da arrogância, do orgulho, e altivez, ela
pode ter como certo para si mesma, que no
tempo próprio Deus a derrubará destas alturas
para nunca mais poder se levantar, e a lançará
no mais profundo abismo do juízo e sofrimento.
Por isso afirma o provérbio, que a destruição da
alma é sempre precedida pela soberba; e que a queda é sempre precedida pela altivez de
espírito.
Jesus diz que bem-aventurados são os pobres de espírito, pois não almejando grandes coisas para
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si mesmos, e muito menos por motivo de orgulho recebem como prêmio, a herança do
reino do céu.
O segredo da verdadeira grandeza diante de Deus é ser humilde.
A humildade é uma virtude comparativa que faz
com que respeitemos e amemos o nosso próximo; já o orgulho é um vício também comparativo, pelo qual somos impedidos de
respeitar e amar o nosso próximo, sendo esta a razão principal, de serem os orgulhosos
submetidos ao juízo de destruição de Deus.
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19 Melhor é ser humilde de espírito com
os mansos, do que repartir o despojo com
os soberbos.
Já nos referimos no comentário do provérbio
anterior, a algumas vantagens de ser humilde
de espírito, e aqui se diz - algo que é um
paradoxo, que os filhos deste mundo não podem
entender e aceitar - que é melhor ser pobre e
humilde, do que ser rico e orgulhoso.
O repartir o despojo é uma metáfora que alude à
guerra, onde os vencedores repartem entre si os
bens do inimigo vencido por eles. Veja que estes
“vencedores” são designados no provérbio,
como pessoas soberbas, ou seja, orgulhosas.
Estas riquezas podem ser obtidas em trabalhos
nos quais estejamos associados aos que são
soberbos, e por maiores que elas sejam, o
provérbio nos alerta que seria melhor estar na
companhia dos que são mansos, ou seja,
daqueles que humildemente se submetem às
ordenanças de Deus, pois estaríamos
aprendendo sabedoria e humildade com os que
são sábios segundo Deus, e com isso, fazendo
uma provisão de riqueza verdadeira e eterna
para nossa alma.
Agora, tudo o que obtivemos pela nossa
associação aos soberbos, por termos que nos
submeter aos critérios deles, nos conduzirá a
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um juízo futuro da parte de Deus, do qual
poderíamos ter nos livrado, por não optar em
andar na companhia deles e na realização dos
seus projetos.
Até hoje, me entristece o testemunho de um
crente que era cheio do Espírito Santo e temor de Deus, e há anos se desviou dos caminhos do
Senhor por causa da proposta que lhe foi dirigida, para fazer parte da diretoria de uma
grande empresa, onde uma das condições era a de participar das programações mundanas que
promoviam, com uso de bebidas alcoólicas e um tanto de outras coisas que não agradam a Deus.
Em princípio, ele chegou a titubear e quase declinou do convite, mas a cobiça para ter uma
parte dos despojos dos soberbos fez com que se unisse a eles, e até hoje encontra-se desviado da
presença de Deus.
Ele trocou uma coroa eterna imarcescível, por um punhado de quinquilharias.
Que grandeza ou sabedoria há nisto?
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20 O que atenta prudentemente para a
palavra prosperará; e feliz é aquele que
confia no Senhor.
É impressionante a forma como aqueles que
adulteram a Palavra de Deus conseguiram dar à
palavra “prosperidade”, um significado restrito
de prosperidade material, aquisição de fama e
poder mundanos; e fizeram todo o favor de
Deus, bem como a concessão da sua graça aos
homens, consistir somente nisto.
Prosperar, significa progredir, avançar, atingir
um determinado objetivo. Se a prosperidade
bíblica consiste nisto, então pode ser dito que os
ricos, apesar de não conhecerem e amarem a
Cristo, são também as pessoas prósperas às
quais a Bíblia se refere.
Todavia, não neste provérbio, pois ele restringe
a prosperidade àqueles que atentam
prudentemente para a Palavra do Senhor, ou
seja, aqueles que a ouvem e a praticam. Tudo o
que Deus tem prometido em relação a eles,
notadamente nos assuntos espirituais relativos
ao reino dos céus, prosperará.
Aquele que confia no Senhor, e não em sua
própria sabedoria, esse é feliz, pois terá a Deus e
a Sua Palavra como uma luz para guiá-lo em seu
caminho.
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21 O sábio de coração será chamado
prudente; e a doçura dos lábios aumenta
o saber.
Aqueles que têm uma sabedoria sólida terão o crédito da mesma; que vai lhes auferir a
reputação de homens prudentes.
Uma das razões da brandura e doçura no falar aumentar o conhecimento, é porque aqueles
que são sábios e nos ouvem, se dispõem a ensinar melhor e com boa vontade aqueles que
lhes dirigem suas perguntas e dúvidas com brandura. A exaltação no falar fecha muitas
portas e desestimula a instrução que lhe poderia ser dada; no entanto, é omitida por motivo de
prudência em se evitar possíveis confrontos e contestações desnecessárias e impertinentes.
Daí Jesus afirmar que para aprendermos dele
devemos ser mansos e humildes de coração, assim como ele demonstrava pelo seu próprio
exemplo.
Entre os sábios é comum de ser visto que aquele que é exaltado no falar é deixado a monologar, pois ninguém mais se disporá a entreter
qualquer tipo de assunto com ele.
Tudo o que terá então, para aprender é que convém ser brando no falar para poder ser
ouvido por outros e se comunicar com eles.
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22 O entendimento, para aquele que o
possui, é uma fonte de vida, porém a
estultícia é o castigo dos insensatos.
Há sempre algo de bom para ser obtido de um
homem sábio e bom; seu entendimento é um
manancial de vida que sempre flui e nunca pode
secar; pois tem algo a dizer em todas as ocasiões,
que é instrutivo e útil para aqueles que o
ouvirem, assim como sempre há coisas novas e
velhas para tirar do seu tesouro, a fim de
enriquecer a vida de muitos.
Mas, nada há de bom para ser obtido de um
tolo. A sua instrução é apenas loucura que
produz danos tanto a ele, quanto àqueles que lhe
seguem os conselhos.
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23 O coração do sábio instrui a sua boca,
e aumenta o saber nos seus lábios.
Se enchemos o celeiro do nosso coração com o bom trigo da Palavra de Deus, o Espírito Santo
poderá utilizar nossas palavras de vida com grande fluência, para que muitos possam ser
alimentados por elas.
Deus dá pelo seu poder, fluência e unção no falar àquele que tem o que distribuir a outros,
por ter feito uma boa provisão em sua mente e coração, pelo estudo e meditação constantes da
Bíblia.
Quanto mais juntarmos com o propósito de distribuir este conhecimento a outros, mais ser-
nos-á dado pelo Senhor, daquelas coisas que são grandiosas e ocultas, que somente ele pode nos
revelar, assim como fizera com o profeta Jeremias no passado.
Aquele cujo coração é sábio virá a falar com a eloquência de um rei, de um verdadeiro príncipe de Deus, e isto será reconhecido por
muitos.
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24 Palavras suaves são como favos de
mel, doçura para a alma e saúde para o
corpo.
Palavras sem ira e animosidade procedentes de
um coração gentil e amoroso, que é segundo
Deus, é saúde tanto para nós quanto para os que
nos ouvem.
As palavras agradáveis aqui citadas são aquelas
que o coração do sábio ensina, e aumenta o
saber.
Muito do que Salomão aprendeu sobre a Palavra
de Deus, certamente lhe foi ensinado por seu pai
Davi, e este provérbio muito nos lembra as
palavras de Davi no Salmo 19.7-11:
“A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o
testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos
símplices.
Os preceitos do Senhor são retos e alegram o
coração; o mandamento do Senhor é puro, e
ilumina os olhos.
O temor do Senhor é limpo, e permanece
eternamente; os juízos do Senhor são
verdadeiros e justos juntamente.
Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que
muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o
destilar dos favos.
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25 Há um caminho que ao homem parece
direito, mas o fim dele conduz à morte.
Este provérbio escrito cerca de dois mil anos
antes da produção do texto do Novo
Testamento, reflete de maneira completa, em
poucas linhas, o todo da teologia bíblica,
reforçada especialmente nos escritos do
apóstolo sobre a condição da enganosa condição
da natureza terrena humana decaída no pecado,
que dá ao homem natural a falsa noção de ser
aprovado e justificado por Deus, a par de tudo o
que é de fato – grande inimigo de Deus e da sua
santidade.
Muitos, senão todos, pensam que irão para o céu
ou para qualquer outro lugar de descanso
depois da morte, quando isto é verdadeiro
apenas para aqueles que se arrependem e se
convertem a Cristo, e que comprovam ser de
fato seus discípulos, por permanecerem nele e
na Sua Palavra.
Este caminho que ao homem parece direito,
citado no provérbio, é o caminho largo que
conduz à perdição eterna, ao qual Jesus se
referiu. São tantos os que transitam por ele, que
aos que nele se encontram, parece-lhes ser o
único correto e seguro.
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Quantos não pensaram da mesma forma nos
dias de Noé, quando apenas ele e sua família
foram salvos por Deus da destruição do dilúvio?
Assim, a grande quantidade de pessoas que
aderem a uma certa doutrina, não é o meio
adequado para se atestar a sua exatidão, até
porque Jesus disse que o caminho da salvação é
estreito e apertado, sendo poucos os que topam
com ele.
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26 O apetite do trabalhador trabalha por
ele, porque a sua fome o incita a isso.
Deus poderia ter criado o homem, sem que ele tivesse necessidade de qualquer tipo de
alimento material para sua subsistência, assim como sucede com os anjos no céu.
Todavia, sabendo que o homem viria a pecar e a se desviar da Sua vontade planejou as necessidades do corpo para que possam ser
atendidas pelo trabalho realizado pelo homem.
O homem tem que trabalhar, não somente para saciar sua fome, como também a de seus
familiares, de modo que além de não permitir que se entregue totalmente ao ócio, faz com que
aprenda a se importar e a amar aqueles que tem sob o seu cuidado.
Agora, se há necessidade de trabalho para alimentar o corpo, muito maior é a necessidade do trabalho para se alimentar a alma com a
Palavra de Deus. O do corpo é incorporado e assimilado pela mastigação, e o da alma pela
meditação e disciplina na sua aplicação. Onde isto faltar, a alma definhará, e ainda que o
homem tenha fama de que vive, todavia estará morrendo ou morto espiritualmente, pois é
impossível que o espírito seja vivificado por Deus, caso não esteja se alimentando
adequadamente de toda Palavra que procede da
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27 O homem vil suscita o mal; e nos seus
lábios há como que um fogo ardente.
28 O homem perverso espalha
contendas; e o difamador separa amigos
íntimos.
Deus é Deus de paz, e pela paz. Não pela paz que
negocia a verdade e que se trata de conluio, mas
a paz que procede de corações puros e
santificados.
Por ciúme, inveja ou outros motivos vis, pessoas
podem separar amigos por meio do uso de
calúnias e falsidades.
Bem fazem, portanto aqueles que não
emprestam seus ouvidos para pessoas vis e
perversas, que estão sempre prontas para
difamar outros.
Os difamadores vivem desenterrando o mal, e
dispendendo uma grande quantidade de
esforço, para descobrir uma coisa ou outra
sobre a qual fundamentar uma calúnia, ou que
possa dar algum respaldo a ela.
O apóstolo Tiago compara a língua, a uma
chama que mesmo sendo pequena pode vir a
fazer com que haja um incêndio que se alastre
por toda uma floresta; assim, é um mal
incontido que não pode ser dominado a não ser
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29 O homem violento alicia o seu vizinho,
e guia-o por um caminho que não é bom.
30 Quando fecha os olhos fá-lo para
maquinar perversidades; quando move
os lábios, efetua o mal.
Aqui é descrito outro tipo de homens maus, para que não sejamos como eles, bem como para que
não permitamos ser aliciados, a fim de nos juntarmos às suas causas perversas, que ficam a
imaginar em todo tempo.
Tal como o costume de Satanás, tudo fazem para
seduzir e atrair outras pessoas a participarem com eles em seus males.
A condenação destes por Deus é certa e não falhará.
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31 Coroa de honra são as cãs, a qual se
obtém no caminho da justiça.
Deve ser o grande cuidado de pessoas
idosas serem encontradas no caminho da justiça, pois os idosos, segundo o propósito de
Deus devem ser um referencial e exemplo para os mais jovens.
Os cabelos brancos são comuns à velhice, para ser como uma coroa a ser vista e honrada por aqueles que a observam.
Ainda que não signifique que debaixo de toda
cabeça branca há um coração justo e temente a Deus, esta deveria ser a condição a ser achada
em todos os homens idosos, pelo longo tempo de vida que lhes foi concedido por Deus, para
que pudessem acumular um maior aprendizado e experiência da Sua vontade.
Assim, podemos ter uma cabeça grisalha, mas não será como uma coroa, caso o seu portador
não tenha trilhado o caminho da justiça divina.
Se as pessoas idosas forem encontradas no caminho da justiça, a sua idade será a sua
honra. A velhice como tal, é honrosa, e impõe respeito; por isso Deus ordena no mandamento
de Levítico 19.32, que é dever de todo homem se levantar diante das cãs e honrá-las, pelo
pressuposto de que estes que são idosos
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também honraram a Deus. Mas, se forem encontrados no caminho da maldade, sua honra
é perdida, sua coroa profanada e colocada no pó (Isaías 65.20).
A graça de Deus na vida é a glória da velhice.
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32 Melhor é o longânimo do que o
valente; e o que domina o seu espírito do
que o que toma uma cidade.
Este provérbio é muito conhecido e apreciado,
mas quão poucos são os que são achados na
condição que ele preconiza.
O caminho para o aprendizado da
longanimidade e do domínio próprio não é fácil,
tanto que se diz ser mais fácil agir com valentia,
violência e dominar uma cidade, do que o
próprio espírito.
É pela graça da mansidão, que se chega à longanimidade e ao domínio próprio.
O iracundo não será achado neste caminho tão abençoado por Deus para nós, e tão abençoador
por nosso próprio intermédio, para outros.
Ser tardio para se irar e não se ressentir com provocações, ter o poder de dominar a ira que
procura se manifestar em nós, retornando rapidamente à paz em nossos corações, é uma
grande e preciosa virtude que devemos aprender a cultivar.
Deus falava boca a boca com Moisés, afirmando que a razão disso é que Moisés era o homem
mais manso da terra.
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Vemos assim, que a longanimidade, a mansidão, e o domínio próprio nos recomendam a ter
maior intimidade e comunicação com Deus.
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33 A sorte se lança no regaço; mas do
Senhor procede toda a determinação.
Um dos expedientes que são comumente usados para se determinar escolhas é o de se lançar sortes.
Isto nos veio desde a mais remota antiguidade. Nós vemos Acã sendo indicado pelo lançamento
de sortes, e naquela situação isto foi ordenado pelo próprio Deus, como o meio pelo qual
revelaria quem havia violado suas ordens, quanto à tomada indevida de despojos na conquista de Jericó.
A terra de Canaã foi distribuída pelas tribos de Israel, como também pelo lançamento de
sortes.
A escolha de Matias para ocupar o lugar do apostolado deixado vago por Judas, também foi
por meio de sortes lançadas pelos apóstolos.
Em todas estas situações, as sortes foram lançadas, mas quem dirigiu a escolha final foi o
próprio Deus, e é isto o que vemos sendo afirmado neste provérbio.
Não deve ser inferido então, disso, que todo lançamento de sortes que for feito, terá a mão de Deus orientando sobre quem, ou sobre o que, a
escolha deverá recair, senão que quando houver