Pós-colheita de grãos

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Prof a . Dr a . Camila Ortiz Martinez TECNOLOGIA EM ALIMENTOS Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR Campus Campo Mourão Pós - colheita de grãos

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Page 1: Pós-colheita de grãos

Profa. Dra. Camila Ortiz Martinez

TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

Campus Campo Mourão

Pós-colheita de grãos

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OBJETIVOS

Informação e capacitação ao aluno sobre manejo pós-colheita, englobando e ampliando de um modo geral os conhecimentos que envolvem todo o processo de Tecnologia Pós-Colheita, estendendo-se ao controle de qualidade de grãos armazenados.

EMENTA

Metabolismo dos grãos no pós-colheita; Classificação comercial de grãos; Armazenamento e beneficiamento de grãos; Controle de pragas e infestações; Controle de qualidade de grãos armazenados.

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12/08/2016 Introdução a tecnologia pós-colheita, perdas, composição de grãos,

bases para o pré-processamento, propriedade física dos grãos.

03

19/08/2016 Controle de qualidade de grãos e classificação. Passar atividade.

Perda de grãos (trazer notebook).

03

26/08/2016 Fatores que influenciam as ações deteriorativas dos grãos; principais

fatores: umidade, temperatura e oxigênio. Apresentação da atividade

de classificação.

03

02/09/2016 Alterações que influenciam a deterioração dos grãos; características

gerais da respiração. Propriedades do ar úmido; medição da umidade

do ar; umidades relativas. Objetivos da aeração e sistemas de aeração.

03

09/09/2016 Amostragem de grãos. 03

16/09/2016 VII SIMTEA e VI EPEA. 03

23/09/2016 Avaliação. 03

30/09/2016 Transportadores de grãos. Movimentação de grãos 03

07/10/2016 Beneficiamento de grãos; etapas do beneficiamento; Limpeza de grãos 03

14/10/2016 Secagem de grãos, finalidade e princípios; métodos de secagem:

natural, artificial e mecânica. Secagem a baixas e altas temperaturas;

tipos de secadores; esfriamento dos grãos; desconto de umidade.

03

21/10/2016 Armazenamento de grãos; fatores que afetam a conservação. Sistema

de armazenagem; unidades armazenadoras.

03

04/11/2016 Apresentação de seminários (3) 03

11/11/2016 Apresentação de seminários (3) 03

18/11/2016 Visita técnica COAMO. 03

25/11/2016 Avaliação. 03

02/12/2016 Recuperação. 03

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Referências Bibliográficas

Referencias Básicas:

GRÃOS BRASIL: DA SEMENTE AO CONSUMO Manejo Integrado de Pragas Pós-Colheita: grãos – sementes – rações. Maringá-PR:GRÃOSBRASIL, 2011, 264p.

LORINI, I.; MIIKE, L. H.; SCUSSEL, V. M. Armazenagem de Grãos. Campinas: IBG, 2002. 983 p.

SILVA, J. S. (coord). Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas. Viçosa: UFV, 2002.

SILVA, D. B. (org.) Trigo para abastecimento familiar: do plantio à mesa. Brasília, Planaltina;Embrapa-CPAC, 1996.

WEBER, E. A. Excelência em Beneficiamento e Armazenamento de Grãos. Canaoas: Sales, 2005.

PUZZI, D.; ANDRADE, A. N. de. Abastecimento e armazenagem de grãos. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 2000. 666 p.

LORINI, I. et al. Manejo integrado de pragas de grãos e sementes armazenadas. 1. ed. Brasilia, DF: EMBRAPA, 2015. 81 p.

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Referências Bibliográficas

Referências Complementares:

ATHIÉ, I.; PAULA, D. C. de. Insetos de grãos armazenados: aspectos biológicos e identificação. São Paulo: Varela, 2002. 244 p.

HOSANEY, R. C. Princípios de Ciência y Tecnologia de los Cereales. Zeragosa: Acríbia, 1991.

LEITÃO, M. F. F. Microbiologia dos Cereais. Campinas: ITAL, 1975.

SARTORI, M. R. A Manutenção da Qualidade de Grãos Durante o Armazenamento. Campinas: ITAL, 1978.

GOMES, R. A. R. (Org.) Atualização em tecnologia pós-colheita de grãos. Campinas, SP: ITAL, 1995, 145 p.

SILVA, J. S. (coord). Secagem e armazenamento de produtos agrícolas. Viçosa: UFV, 2002.

Periódicos e Revistas:

Revista Engenharia Agrícola, Revista Brasileira de Armazenamento, Revista Brasileira Engenharia Agrícola e Ambiental, Scientia Agricola ESALQ/USP, Jour. of Agric. Eng. Research, Grain Journal, World Grain, Food Technology, Baking Business

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AVALIAÇÃO

1º bimestre:

Avaliação escrita = 7,0

2º bimestre:

Seminário com apresentação oral e escrita (avaliação) = 3,0

Avaliação: 7,0

Atividades complementares do semestre = 3,0

Aprovado: média igual a 6,0 e 75% de presença

Recuperação (R) = 7,0. Todo o conteúdo do semestre.

R + (Atividades + seminário)

2

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Avaliação das perdas

DURANTE A COLHEITA MECÂNICA

Observar: as regulagens e outros detalhes operacionais

Perda de soja: 10% ou mais dos grãos pode permanecer no solo (regulagem e velocidade). Vagens a pouca altura do solo: barra de corte especial

Maturação fisiológica (30%), mas colheita satisfatória do ponto de vista mecânico:

Grãos de sorgo, milho e arroz: 18 a 25%

Trigo, aveia, centeio e cevada: 16 a 22%

OBS: Sorgo: fase de maturação em que se encontra o terço inferior da panícula, pois > 25%, grãos não se soltam e < 18%, aumentam as perdas

+ secagem artificial

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DURANTE A COLHEITA MECÂNICA

Caso não haja disponibilidade de secador: 13%.

Contudo, colher logo que houver condições pois...

Os efeitos da alta umidade dos grãos no armazenamento são mais prejudiciais do que as perdas ocorridas antes da colheita

Durante a colheita: avaliar as perdas. 180 e 270 grãos por metro quadrado = perda de um saco (60kg) por hectare.

Para grãos que serão moídos: elevada integridade física dos grãos (conservação e uso), da colheita ao consumo (tb térmicos)

O trincamento e a quebra: quando? < valor comercial e microrg

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DURANTE A COLHEITA MECÂNICA

Cada espécie e variedade de grão apresenta melhor condição de colheita numa determinada faixa de umidade

Umidades elevadas: dificuldades de liberação e esmagamento

Umidades muito baixas: trincamentos, perdas e > riscos de grãos já atacados

– Trigo tardio = reduções no peso específico

– A antecipação ou o retardamento da colheita de arroz = grãos com < rendimentos de inteiros e > incidências de alguns defeitos de classificação (< valor)

Perdas sempre ocorrerão

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Avaliação das perdas

APÓS A COLHEITA

Nos países desenvolvidos: pré-processamento são objeto de estudo permanente, visando prolongar a vida comercial

Nações mais pobres devem priorizar:

armazenamento

secagem

transporte

controle de qualidade, etc

Os investimentos realizados na implantação de silos adequados (aeração e defensivos), produzem efeitos substanciais e rápidos no suprimento de grãos:

Nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento: atender a população subnutrida do mundo

Simples e não muito dispendiosas

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Avaliação das perdas

APÓS A COLHEITA

Classificação dos tipos de danos:

Perda física ou quebra: perda de peso (insetos x outros)

Perda de qualidade:

– qualidades intrínsecas, essenciais do produto, são alteradas (fungos = fermentações... Quais alterações?)

– Contaminações por matérias estranhas

A casca = barreira natural aos fungos

Grãos ardidos e mofados = < peso dos grãos. Ex.: grão de milho

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PRINCÍPIOS DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS DE CEREAIS

Estágio de dormência, mas é organismo vivo

Mcr dormente

Insetos, ácaros, ratos: ausentes.

Variação anormal nos fatores externo = desenv. e mult. (nutrientes)

Combinações favoráveis de temperatura e umidade + armaz longo = perdas significativas na qualidade

Óleo: hidrólise no campo

Boas condições de armaz. apresenta 0,5% de ácidos graxos livres

Condições adequadas = anos

Inverso é verdadeiro

Deterioração é resultado... Respiração = aquecimento + umidade

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COMPOSIÇÃO DOS GRÃOS

GLICÍDEOS

Açúcares simples, glicose, frutose, sacarose e maltose: ferm e conserv

Amido: 60 a 75% no trigo e, 70 a 75% no milho

Celulose (2,5%) e Hemicelulose (6%)

PTNAS

Aminoácidos simples (22 e < 0,1%), e aa complexos

[ ] varia: 12% no trigo, 11% na cevada e 9% no milho

Gérmen e camada protéica

LIPÍDEOS

Gérmen, ac graxo insaturado (cuidar)

Trigo (1 a 2%), milho (5%)

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COMPOSIÇÃO DOS GRÃOS

ELEMENTOS SECUNDÁRIOS

Pigmentos e vitaminas: pericarpo

Enzimas: transformações dos componentes... (PH, temperatura e hidratação). Produzidas pela camada protéica e pelo gérmen

Sais minerais: potássio, magnésio, cobre, associados a fosfatos, cloretos e sulfatos

Água: micr

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Complexo industrial

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Complexo industrial

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Complexo industrial

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Complexo industrial

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PRÉ-PROCESSAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

Pré-processamento: Unidades Beneficiadoras de Grãos (UBG) para abastecimento na entressafra, < perdas

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Beneficiamento de grãos

Após a remoção dos contamiantes (ex...) = qualidade física, fisiológica e sanitária (comercialização)

UGBs: máquinas projetadas nas caract. físicas dos grãos e contaminantes

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Beneficiamento de grãos

Nas UBGs:

Recepção: moegas graneleiras

Limpeza: máquinas de ar e peneiras, facilita secagem e armazenagem

Secagem

Armazenagem: em condições inalteradas de quantidade e qualidade, permite abastecimento regulando o mercado.

Expedição: transportadores de grãos

Movimentação ou transporte dos grãos: entre as operações por meio de

– elevadores de caçambas,

– fitas transportadoras,

– roscas transportadoras, etc

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Fluxos que o grão pode seguir dentro de uma UBG, de acordo com a sua condição de recebimento:

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Bases para a separação

Remoção de impurezas: baseia-se nas diferenças físicas

Primitivo: densidade

Tamanho, forma, cor, condutividade elétrica, textura do tegumento: base p/ projetos de máquinas

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TAMANHO

Largura: qdo é a única dimensão variável

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TAMANHO

Espessura: qdo é a maior variável

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TAMANHO

Comprimento: possuem a mesma largura e espessura

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PESO

PESO

Diferença de densidade: corrente de ar

FORMA

Formato irregular: demoram mais

para descer do que os esféricos

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COR

Não separados por outros métodos: café

Separadores por cor: Seletron

Funcionamento: células fotoelétricas que mudam sua carac. elétrica de acordo com a intensidade luminosa emitida

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CONDUTIVIDADE ELÉTRICA

Pouco usado

Separam stes de pequeno tamanho

Principio: diferenças nas propriedades elétricas

Material com carga negativa fica retido na correa transportadora carregada eletrostaticamente, e retirado na parte inferior por escovas ou eliminação gradual da carga

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TEXTURA DO TEGUMENTO

Giram em sentido

contrário

Velocidade para

cada tipo de semente

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Propriedades físicas dos grãos

Ângulo de repouso ou talude natural

A massa de grãos, ao ser descarregada sobre um plano horizontal, se acumulade forma cônica = ângulo de talude natural de uma massa de grãos (formato e do tamanho), como sendo a inclinação da superfície lateral do volume formado, em relação ao plano horizontal

O ângulo de repouso dos grãos determina a inclinação dos equipamentos e superfícies que escoam grãos por gravidade; a inclinação > que o ângulo de repouso

Qto > for o ângulo de repouso, > será o volume de grãos estocados na parte superior do silo/armazém e as quantidades transportadas nas correias

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Propriedades físicas dos grãos

Peso específico aparente

Relação entre o peso total e volume total desta massa

Depende do teor de água e do coeficiente de compactação dos grãos

Gradiente de peso específico é crescente com à profundidade dos grãos

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Propriedades físicas dos grãos

Porosidade

30 a 50% em volume é ocupado pelo ar intersticial

Por estes espaços pode-se insuflar ar pela massa de grãos:

eliminar o calor e a umidade excedente (aeração)

modificar a composição do ar intersticial

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Propriedades físicas dos grãos

Condutibilidade térmica dos grãos

O que é? No caso de um metal...; nos grãos...

O calor passa de um ponto a outro por condução, e convecção

Material de baixa condutibilidade térmica

Uma camada de trigo de 1 cm = capacidade isolante de 9 cm de concreto

Uma variação diária de 40°C na temperatura externa causa, no centro de um silo de 4 metros de raio, uma diferença de apenas 0,5°C

Uma diferença de 13°C na parede de uma célula de um silo fica reduzida a 0,7°C na massa de cereal situada a 25 cm da parede

Se há um ponto quente ou ponto frio: elevação forte e localizada de temperaturas

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Propriedades físicas dos grãos

Equilíbrio higroscópico dos grãos

Ceder ou absorver umidade: umidade relativa do ar contido no espaço intersticial

Ponto de equilíbrio: > pressão para < pressão. Cessa transporte

Sacos de juta x recipientes hermeticamente fechados

O teor de umidade do grão de trigo diminui cerca de 0,7% para cada 10°C de aumento de temperatura

Para uma variação de 5,6°C, outro autor encontrou uma variação ainda menor para o trigo, de 0,15% a 0,25%

Variações de temperatura

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Propriedades físicas dos grãos

Equilíbrio higroscópico dos grãos

Tempo necessário para atingir o equilíbrio higroscópico dos grãos:

Pequena massa facilmente atinge o equilíbrio mas:

Um grande volume de grãos com desníveis de umidade levará um período muito longo para ficar uniforme em seu teor de umidade

É um erro admitir: pequeno lote, com alto teor de umidade, dentro de um grande volume de grãos com baixo teor de umidade, alcance, em tempo curto, o mesmo nível de umidade apresentado pela grande massa

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Propriedades físicas dos grãos

Equilíbrio higroscópico dos grãos

Migração da umidade:

Desníveis de temperatura: camadas de grãos que se encontram próximas das paredes dos silos e na superfície tem > temp.

O ar intergranular de uma massa de grãos não é estático: correntes de convecção, causadas pela diferença de densidade do ar quente e frio. Ar quente arrefece e absorve umidade equilíbrio higroscópico de acordocom a pressão de vapor

Gradientes de temperatura =correntes convectivas de ar que transferem umidade de uma

parte do silo a outra.

Acúmulos localizados de umidade: micr.