Pós Graduação Lato Sensu EAD Curso: Formação de ......UNIP- Campus Swift – Campinas – SP e...
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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP Sistema de Ensino Interativo – SEI
Pós Graduação – Lato Sensu – EAD Curso: Formação de Professores para o Ensino Superior
Trabalho Monográfico
O PROFESSOR COMO COORDENADOR DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
AMAURI AMÉRICO DE GODOY FILHO RA: 909007-1
Campinas - SP 2010
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II
AMAURI AMÉRICO DE GODOY FILHO
O PROFESSOR COMO COORDENADOR DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Trabalho Monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Educação Superior.
Orientador: Profª. SILMARA MACHADO
Campinas - SP 2010
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III
FOLHA DE APROVAÇÃO
AMAURI AMÉRICO DE GODOY FILHO
O PROFESSOR COMO COORDENADOR DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Resultado: _________________________________
ORIENTADOR: Profª. Silmara Machado _________________________________
1° EXAMINADOR: __________________________________________________
2° EXAMINADOR: __________________________________________________
São Paulo, _____ de _______________ de 2010.
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IV
DEDICATÓRIA
À minha esposa e filhos, que me apoiaram e
incentivaram durante este trabalho
monográfico e em todos os momentos da
minha vida, servindo como exemplo de
caráter, determinação, dedicação,
compreensão e amizade.
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V
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a DEUS que me deu a luz do entendimento para a
realização deste trabalho monográfico, a minha mãe e irmãos, pelo incentivo, ao
meu padrinho Heitor Ribeiro Machado por ter proporcionado o ingresso a este
curso de pós-graduação, ao Prof. Maurício Cassar, da Universidade Paulista –
UNIP- Campus Swift – Campinas – SP e aos demais professores colegas de
trabalho da MacPoli Cursos Profissionais das unidades de Valinhos e Vinhedo
pelo apoio e incentivo que proporcionaram ao longo da produção deste trabalho
monográfico.
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VI
EPÍGRAFE
“DEUS quer, o homem sonha, a obra nasce” (O Infante – Fernando Pessoa)
“O Senhor é meu pastor”
O Senhor é meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor a seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei a Casa do Senhor para todo o sempre.
(Bíblia Sagrada – Salmo 23)
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VII
RESUMO
Este trabalho monográfico teve por objetivo analisar o professor como
coordenador do processo de ensino-aprendizagem, pesquisar o papel do
professor na sociedade, dentro e fora da sala de aula, as novas metodologias e
didáticas usadas, as tecnologias da informação, comunicação e o mundo
globalizado. O professor é uma figura de importância e respeito para a sociedade,
transmissor do conhecimento das ciências, desenvolvedor do senso crítico,
formador de caráter, educador de crianças, jovens e adultos. O professor tem
perdido sua importância, prestígio, respeito e personalidade, deixando de ser o
agente principal do processo de ensino-aprendizagem ocasionado pela tecnologia
da informação e comunicação através das redes mundiais da informação, dos
sistemas de ensino a distância (EAD), das mudanças de conceitos e dinâmicas
das sociedades modernas. A análise e confronto dos dados e informações para o
desenvolvimento deste trabalho foram feitas através de pesquisas bibliográficas
(literaturas, trabalhos acadêmicos, periódicos), observações (relação professor-
aluno), comparações (dos alunos de antes da tecnologia da informação e
globalização com os alunos da atualidade) e a evolução histórica das didáticas,
metodologias de ensino e da figura do professor na escola e sociedade. De
acordo com a pesquisa realizada, concluiu-se que o professor passou a ser o
coordenador do processo de ensino-aprendizagem, tendo que se adaptar as
novas tecnologias da informação, comunicação, ao mundo globalizado e aos
novos conceitos da sociedade.
Palavras-chaves: Professor, Coordenador, Ensino-Aprendizagem, Tecnologia da
Informação e Comunicação
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VIII
ABSTRACT
This monographic paper has as its objective to analyze the Professor as
Coordinator of the Teach-Learning process, to search about the professor’s
actuation in the society, inside and outside classrooms, the new methodologies
and didactics tools used, the information of technologies, communication and the
global world. The professor represents an important and respectful image for the
society, who transmits the sciences knowledge, develops the critical sense, builds
the character, and educates children, teenagers and adults. The professor has lost
its importance, prestige, respect and personality as such as his main agent
function in the process of teach-learning. This lost has been caused by the
information of technologies and communication through the world-wide nets, the
distance education system (DES), the changes of concepts and the modern
society’s dynamic actions. The analysis and confrontation of the data and
information for the development of this paper had been made through
bibliographical research (literatures, academic, periodic papers and searches),
comments and sightseeing (professor-pupil relation), comparisons (between
before Information technology and globalization pupils to the ones after that) and
the didactical historical evolution, educational methodologies and the professor’s
image in school and society environments. According with the carried through
research, it’s conclude that the professor became the coordinator of the teach-
learning process, and has to get updated to the new information of technologies
and communication tools, the global world and to the new social concepts.
Key-Words: Professor, Coordinator, Teach-Learning, Information of Technology
and Grateful Communication.
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IX
SUMÁRIO
Dedicatória…………………………………………………………………………….. IV
Agradecimento………………………………………………………………………... V
Epígrafe................................................................................................................ VI
Resumo............................................................................................................... VII
Abstract............................................................................................................. VIII
Lista de Abreviatura............................................................................................ XI
Lista de Ilustrações........................................................................................... XII
1 Introdução......................................................................................................... 13
1.1 Problema........................................................................................................ 14
1.2 Justificativa e Pesquisa................................................................................ 15
1.3 Objetivo.......................................................................................................... 16
1.4 A importância para o ensino superior........................................................ 16
1.5 Metodologia e Fundamento......................................................................... 17
1.6 Estrutura do trabalho e apresentação dos capítulos................................ 17
2 A figura do professor no processo de ensino-aprendizagem..................... 19
2.1 O professor e as instituições de ensino..................................................... 24
2.2 A relação professor, aluno, família e sociedade........................................ 27
2.2.1 A relação professor-aluno......................................................................... 28
2.2.2 A relação professor-família....................................................................... 33
2.2.3 A relação professor-sociedade................................................................. 34
2.3 A tecnologia da informação e comunicação na educação....................... 35
3 As mudanças no processo de ensino-aprendizagem.................................. 39
3.1 A internet e a informatização na educação................................................ 39
3.2 A educação a distância................................................................................ 42
3.3 A educação tradicional................................................................................. 47
3.4 Afinal, qual o papel do professor?.............................................................. 49
4 O professor como coordenador do processo de ensino-aprendizagem.... 52
4.1 O caminho das mudanças............................................................................ 52
4.2 O porquê da mudança do papel do professor.......................................... 53
4.3 Os novos professores.................................................................................. 54
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X
5 Considerações Finais...................................................................................... 55
Bibliografia.......................................................................................................... 57
Anexo
Anexo A – Publicado Ideb consolidade............................................................ 61
Anexo B – Unesco............................................................................................... 62
Anexo C – Síntese de Indicadores Sociais 2006.............................................. 63
Anexo D – Instituto Universal Brasileiro........................................................... 67
Anexo E – Um em cada 73 brasileiros estuda a distância.............................. 69
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XI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância
CNE – Conselho Nacional de Educação
CST – Curso Superior Tecnólogo
EAD – Educação a Distância
ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio
IE – Instituições de Ensino
IES – Instituição de Ensino Superior
IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
LDB – Lei de Diretrizes Básicas
MEC – Ministério da Educação e Cultura
ONG – Organização não Governamental
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura
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XII
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
TABELAS (Cap. II) p.
I. IDEB – São Paulo............................................................................................. 26
II. IDEB – Brasil................................................................................................... 26
III. Taxa de freqüência bruta a estabelecimento de ensino dos estudantes,
por rede de ensino freqüentada e grupos de idades, segundo as Grandes
Regiões – 2005 – Rede Pública.......................................................................... 29
IV. Taxa de freqüência bruta a estabelecimento de ensino dos estudantes,
por rede de ensino freqüentada e grupos de idades, segundo as Grandes
Regiões – 2005 – Rede Privada......................................................................... 30
TABELAS (Cap. III)
V. Número de brasileiros em cursos de Educação a Distância, segundo
dados deste Anuário e de grandes projetos do país....................................... 43
VI. Crescimento do número de instituições autorizadas pelo Sistema de
Ensino (MEC e CEEs) a praticar EAD e de seus alunos, de acordo com o
levantamento do AbraEAD, de 2004 a 2007...................................................... 44
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1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade, o professor é o responsável pelo
processo de ensino-aprendizagem de crianças, jovens, adultos e até mesmo
idosos, seja através do sistema de educação pública, privada, através de ONGs,
parcerias, fundações, instituições ou outras iniciativas; no ensino infantil,
fundamental, médio, profissionalizante, técnico, superior, livre e principalmente
para os portadores de necessidades especiais; independentemente das
condições financeiras e sociais do aluno. Durante muito tempo a figura do
educador perante a sociedade foi muito importante, respeitada e prestigiada, em
algumas culturas mais que políticos e demais personalidades, sendo equiparado
somente aos líderes religiosos.
Este trabalho monográfico enfocará o ensino profissionalizante de nível
médio criado recentemente para atender as demandas da formação profissional
para o mercado de trabalho em um curto espaço de tempo, em média 18 (dezoito)
meses e também pelo baixo custo. Os cursos superiores tradicionais de
graduação com prazo de duração de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos, os Cursos
Superiores Tecnólogos (CST) com duração de 2 (dois) a 3 (três) anos e a
Educação a Distância (EAD), podendo ser tradicional ou CST, possibilitando a
formação superior através de um terminal de computador conectado a internet em
qualquer local.
O professor para o bom desempenho do seu trabalho e para o atingimento
dos seus objetivos e dos objetivos propostos para a educação pelo Ministério da
Educação e Cultura (MEC), pelo Conselho Nacional de Ensino (CNE), pela
Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), pelas Secretarias de
Educação e pelas Instituições de Ensino (IE) seja dentro ou fora da sala de aula o
professor necessita conhecer e aplicar metodologias e didáticas de ensino de
forma geral e específica de acordo com o perfil de cada turma ao qual leciona,
pois apresentam uma estrutura heterogênea e em específico para alguns alunos
para atender as necessidades de acordo com o desenvolvimento dos mesmos em
sala de aula.
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Para o bom desenvolvimento das metodologias e didáticas de ensino, o
professor usa de diversos recursos como livros didáticos, técnicos e literários,
revistas científicas, periódicas e variadas, artigos e reportagens, jogos e
dinâmicas, jornais, vídeos e gravações de áudio, transparências, slides e
computadores conectados à internet usados como principal fonte de pesquisa.
O dinamismo do mundo moderno, a globalização, a tecnologia da
informação e comunicação o aumento do consumismo, assim como as
necessidades financeiras, profissionais, familiares, pessoais, educacionais, de
saúde e outras fizeram com que homens e a mulheres dedicassem a maior parte
de seu tempo ao trabalho, em alguns casos trabalhando em dois empregos
diferentes, dessa forma a necessidade de profissionais mais qualificados,
especialistas ou de conhecimento geral proporcionaram uma proliferação das
instituições de ensino profissionalizantes e superiores.
1.1 Problema
Ocorre que na atualidade o professor vem enfrentando uma série de
dificuldades não só dentro como também fora da sala de aula. Dificuldades com a
didática e metodologia de ensino, pois os alunos não mais respeitam a figura do
educador ao ponto de agredir verbal e fisicamente, não tem mais interesse pelo
aprendizado, não exercitam mais a leitura seja ela dos livros didáticos ou mesmo
de literaturas propostas, em função disso, não desenvolvem a criatividade e o
senso crítico, apresentam dificuldades na escrita agravadas cada vez mais com a
“nova linguagem” usada pelos internautas no MSN, Orkut, Twitter e diversos
outros sites de relacionamentos, o uso das tecnologias da informação e
comunicação através da conexão dos computadores a internet deveriam ser
utilizados de forma coerente, mas acabam dificultando ainda mais, pois as
quantidades de informações que se contrapõem dificultam as pesquisas e
resultam em mais dúvidas para os alunos quanto à veracidade das informações e
confiabilidade das fontes, comprometendo a qualidade das pesquisas. Outro
problema enfrentado pelos professores em sala de aula vem a ser as diferenças
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econômico-financeiras, sociais e culturais, religiosas e raciais entre outras que
obrigam os docentes a pensarem nas suas palavras, gestos e nos exemplos a
serem ditos e citados em sala de aula.
Problemas de ordem econômica agravados pela crise mundial, problemas
de ordem social, ocasionados e agravados pela negligência das autoridades
governamentais, problemas políticos que insinuam o interesse por uma população
que não possua nem desenvolva o senso crítico e problemas legislativos.
A criação da Lei Federal N° 9.394 de 20 de dezembro de 1996 no seu
Artigo 32 (§ 2º - Regime de Progressão Continuada), onde o aluno é retido na
mesma série somente pelo critério de freqüência e não pelo resultado da
avaliação abaixo da média estipulada de acordo com os órgãos regulamentadores
ou pelas instituições de ensino, resulta em uma formação irreal, sem base para os
anos seguintes, assim como para a educação continuada, ocasionando
problemas educacionais no futuro.
1.2 Justificativa da Pesquisa
Justifica-se a pesquisa e a elaboração deste trabalho monográfico em
função de todos os problemas e dificuldades existentes, o professor deve estar
em constante adaptação às novas dinâmicas, conhecimentos, conceitos,
necessidades, metodologias, didáticas, comportamentos, paradigmas e formas de
pensar e agir dos alunos, atender aos critérios das instituições de ensino, órgãos
regulamentadores, necessidades mercadológicas e profissionais, sociais e
familiares, principalmente ao uso da tecnologia da informação e comunicação
para o processo educacional. O professor deixou de ser a figura principal e
passou a ser um coordenador do processo de ensino-aprendizagem, não
somente para o ensino presencial, mas principalmente para a modalidade de
ensino a distância.
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1.3 Objetivo
Objetiva-se através desse trabalho entender e justificar este novo papel
desempenhado pelo professor através do estudo do ambiente e dos agentes
passivos da transformação, para um melhor entendimento das novas posturas a
serem adotadas, para conhecimento e adaptação de novos conceitos,
ferramentas, quebra dos antigos paradigmas e criação de novos, para que ocorra
o resgate e a revalorização do professor e da importância da educação moderna
no ensino profissionalizante nível médio e no ensino superior.
1.4 A importância para o Ensino Superior
No ensino superior, o professor tem uma liberdade maior que no ensino
fundamental, médio, profissionalizante e técnico, porém os problemas são
praticamente os mesmos se não mais graves, pois os alunos começam a carregar
a falta de aprendizagem e embasamento desde o ensino fundamental,
acrescentam um pouco mais dessa problemática no ensino médio e acabam por
descarregar toda essa falta de ensinamento no ensino superior. Devido à
cobrança maior por parte da sociedade e da família, pela importância da
graduação e pelo esforço que tem de ser empenhado, pois a maioria dos alunos
dos cursos superiores tem que dividir seu tempo entre a Instituição de Ensino e o
emprego, fonte gerador de renda, ao mesmo tempo a cobrança e exigência dos
alunos para com os professores e as IES são muito maiores que as exigências
dos alunos ou pais do ensino fundamental, médio, profissionalizante, técnico ou
livre, pois terão resultados direto sobre o seu futuro pessoal e profissional. Sob
este ponto de vista e análise, os professores do ensino superior, devem estar
devidamente preparados para corrigir e formar o discente para o mercado de
trabalho ou mesmo para a continuidade da vida acadêmica.
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1.5 Metodologia e Fundamento
O trabalho monográfico apresentado usa do conhecimento científico
através de pesquisas bibliográficas (livros, periódicos, artigos, trabalhos
acadêmicos e o material didático deste curso de pós-graduação), métodos
observacionais (observando e avaliando o comportamento dos alunos do ensino
profissionalizante nível médio e do ensino superior), métodos comparativos
(comparando a evolução do comportamento e conhecimento dos alunos desde
1980 até os dias atuais – 2009), método histórico (verificando a evolução da
sociedade, da família, da cultura, dos processos de ensino-aprendizagem,
didáticas e metodologias, o papel do professor, as instituições de ensino,
legislação, política, tecnologia da informação, comunicação e globalização desde
1980 até os dias atuais - 2009).
Este trabalho monográfico esta fundamentado na legislação vigente no
Brasil, de acordo com a Constituição Federal de 1988, nas normas e
regulamentações do MEC, CNE, ABRAEAD e nos princípios educacionais da Lei
de Diretrizes Básicas (LDB).
1.6 Estrutura do trabalho e apresentação dos Capítulos
A Introdução apresentada a idéia inicial do trabalho, a problemática do
tema, a justificativa da pesquisa, o objetivo do trabalho, a importância do tema
para o ensino superior, a metodologia e o fundamento.
O Capítulo 2 aborda a figura do professor no processo de ensino-
aprendizagem, o professor e as instituições de ensino superior e
profissionalizante nível médio; a relação do professor com aluno, família e
sociedade; as vantagens e os problemas do uso da tecnologia da informação e
comunicação na educação.
O Capítulo 3 relata as mudanças ocorridas no processo de ensino-
aprendizagem em função da utilização da internet e da tecnologia da informação
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na educação, a educação à distancia, a educação tradicional e questiona qual o
papel do professor no processo educacional.
O Capítulo 4 demonstra como o professor passou a ser coordenador do
processo de ensino-aprendizagem, o caminho das mudanças, o porque da
mudança do papel do professor e os novos professores.
O Capítulo 5 aborda as considerações finais confirmando os objetivos
propostos do trabalho, as respostas às perguntas referentes ao tema, as
bibliografias escolhidas e a conclusão do trabalho.
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2 A FIGURA DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O ser humano em sua essência esta em constante processo de
aprendizagem desde o seu nascimento até sua morte, a aprendizagem é um
processo universal, onde acontece de maneira e tempo diferenciados para cada
indivíduo em função do meio social e econômico no qual vive e com o qual
interage. Brandão, citado pela Profª Elvira Patelli no texto da Unidade II –
Embasamento Filosófico e Características, do Módulo III – Modelos Pedagógicos:
Significados e Contextos, material didático deste curso afirma:
“Tudo o que se sabe aos poucos se adquire por viver muitas e diferentes situações de trocas entre pessoas, com o corpo, com a consciência, com o corpo-e-a-consciência. As pessoas convivem umas com as outras e o saber flui, pelos atos de quem sabe-e-faz, para quem não-sabe-e-aprende” (BRANDÃO, 2006)
Essa aprendizagem esta dividida em duas principais categorias de acordo
com o Prof. Diogenes Nielsen Júnior, M.Sc. e a Profª. Andrea Lúcia Dorini de
Oliveira Carvalho Rossi, Dra., material didático – Módulo. III – Investigação e
Produção do Conhecimento: O Trabalho Monográfico – Unidade. I –
Epistemologia: Definição e Produção do Conhecimento.
CONHECIMENTO EMPÍRICO O conhecimento empírico, também conhecido como o conhecimento do senso comum, é considerado prático, pois é adquirido independentemente de estudos científicos, reflexões ou aplicações de métodos, é uma aprendizagem informal por meio das vivências do cotidiano e experiências vividas ou transmitidas de um indivíduo para o outro. É o conhecimento superficial que podemos ter de determinada coisa ou objeto. CONHECIMENTO CIENTÍFICO O conhecimento científico prende-se aos fatos, tem uma referência empírica, procura alcançar a verdade dos fatos e/ou objetos utilizando-se de pesquisas metódicas e sistemáticas da realidade. O pesquisador classifica, compara, aplica métodos, analisa, sintetiza e extrai do contexto social, ou do universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento válido e universal. O conhecimento científico é, segundo a literatura, adquirido pelo método científico e pode ser submetido a testes e assim aperfeiçoar-se, reformular-se e até mesmo avantajar-se mediante o mesmo método. Citado por: Prof. Diogenes Nielsen Júnior, M.Sc.,Profª. Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi, Dra. – Mód. III – Investigação e Produção do Conhecimento: O Trabalho Monográfico – Unid. I – Epistemologia: Definição e Produção do Conhecimento – Maio, 2008.
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As IE usam do conhecimento científico para o desenvolvimento de
pesquisas, formação dos seus discentes e profissionais, para a interação entre
professor-aluno e aluno-aluno usam-se ambos os tipos, o conhecimento empírico
é mais utilizado na troca de informações e experiências das atividades e rotinas
do dia-a-dia, pessoal e profissional.
A Globalização e a Revolução Tecnológica foram responsáveis pelo
aumento da produtividade e do consumo de produtos em larga escala mundial,
em função disso o mercado de trabalho tornou-se carente com relação à
qualificação da mão-de-obra, para a resolução desses problemas surge uma nova
modalidade de ensino, o profissionalizante nível médio, as escolas começaram a
se especializar em formar profissionais capacitados para o mercado de trabalho
em um curto espaço de tempo e nas áreas em que as Instituições de Ensino
Superior não atuavam.
As IES também tiveram que se adequar às necessidades e transformações
ocorridas na atualidade, revendo os conteúdos disciplinares e criando novos
cursos superiores tradicionais e tecnólogos (CST), com duração de 2 (dois) a 3
(três) anos objetivando uma formação mais profissionalizante que acadêmica a
um custo mais baixo.
Libâneo em sua obra Adeus professor, adeus professora? afirma:
Num mundo globalizado, transnacional, nossos alunos precisam estar preparados para uma leitura crítica das transformações que ocorrem em escala mundial. Num mundo de intensas transformações científicas e tecnológicas, precisam de uma formação geral sólida, capaz de ajudá-los na sua capacidade de pensar cientificamente os problemas humanos. (LIBÂNEO, 2007, p. 8,9)
O processo de ensino-aprendizagem da educação evoluiu do ensino
presencial desenvolvido e aplicado em sala de aula com atividades
complementares externas, para o ensino presencial-interativo, onde o aluno
desenvolve parte do aprendizado em sala de aula e uma outra parte através de
web sites e o sistema interativo cujo aprendizado é realizado totalmente através
da internet por meio de um web site, esse sistema de ensino é denominado de
Educação a Distância (EAD). Difundido no Brasil a partir da década de 1990,
resultante da evolução de modelos mais rudimentares e complexos, requerendo
cada vez menos a necessidade do professor, mas por outro lado deve haver uma
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disciplina rígida e comprometimento com o estudo. Atualmente os modelos
presenciais-interativos e interativos são usados para cursos livres, no ensino
profissionalizante nível médio, técnico, superior e de pós-graduação lato sensu,
seguindo a legislação vigente de acordo com o Ministério da Educação e Cultura
– MEC, do Conselho Nacional de Educação – CNE e da Associação Brasileira de
Educação a Distância – ABED.
Cristiane Prado, em seu artigo denominado Tecnologia mais ensino
superior: uma soma inevitável no mundo acadêmico afirma:
Não é o professor que ensina, mas sim o aluno que aprende. O aluno tem agora um papel mais ativo no processo ensino-aprendizagem. É pressuposto o aluno desenvolver outras competências, tais como: atitudes e valores, e não somente uma assimilação dos conteúdos, valorizando assim cada vez mais a sua sociabilização, interação com o mundo em constante evolução e mudança. Cristiane Prado. Artigo - Tecnologia mais ensino superior: uma soma inevitável no mundo
acadêmico.
O professor ainda é uma figura necessária nos três modelos de ensino-
aprendizagem, cada um com suas especificações, peculiaridades, tecnologias e
paradigmas e o professor deve estar capacitado para tal. A interação entre o
professor-aluno e aluno-aluno faz parte e é importante para o processo de ensino-
aprendizagem, no sistema presencial de ensino esse contato é primordial para a
troca de experiências e integração social, para Espírito Santo: “... o ideal é que o
professor possa conhecer o aluno em suas dimensões física, mental, emocional e
espiritual, o que somente será possível com a continuidade da relação.”
(ESPIRITO SANTO, 2002, p. 74). No sistema presencial-interativo devido à
freqüência dos encontros serem semanais, quinzenais ou mesmo mensais, essa
interação é mais destinada à discussão sobre os conteúdos disciplinares do que a
conversas aleatórias devido ao pouco tempo das atividades e da área de
abrangência. Quanto ao sistema interativo, a abordagem da interação professor-
aluno na grande maioria das instituições de ensino praticamente não existe, pois
todo o material didático é entregue para o aluno na instituição, enviado por correio
ou disponibilizado através do ambiente institucional (web site) e as vídeos-aulas
são gravações, armazenadas e disponibilizadas para os alunos a qualquer
momento e quantas vezes forem necessárias. A interação aluno-aluno só ocorre
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através dos fóruns de discussão ou através dos chats, os encontros quando
acontecem são em função das avaliações que por normativa do MEC são
presenciais devendo ser aplicadas na própria instituição ou instituições
autorizadas a representá-la devido a não existência de uma unidade na cidade de
domicílio do aluno ou próximas a ela.
A figura do professor no processo de ensino-aprendizagem é de suma
importância, pois o mesmo é o responsável por ensinar o aluno a aprender a
conhecer e a aprender a aprender, através do uso da pedagogia, da andrologia,
da filosofia, das ciências exatas, naturais e humanas; a realizar e adaptar-se a
transformações do meio pela transmissão das informações e do conhecimento
por intermédio de metodologias e didáticas educacionais desenvolvidas ao longo
dos anos atendendo as necessidades das sociedades, culturas, políticas, padrões
éticos, morais e religiosos, formações profissionais, caráter pessoal, senso crítico
e cidadania. Espírito Santo afirma: “O trabalho do educador é fazer com que o
jovem tome consciência (o que Paulo Freire denominava de conscientização) de
seu potencial criador ou destruidor.” (ESPÍRITO SANTO, 2002, p. 35) e Libâneo
complementa: “Junto a isso tem, também, o compromisso de ajudar os alunos a
tornarem-se sujeitos pensantes, capazes de construir elementos categoriais de
compreensão e apropriação crítica da realidade.” (LIBÂNEO, 2007, p. 9,10).
O ensino profissionalizante nível médio vem crescendo exponencialmente
a cada ano e o grau de qualificação e experiência exigido dos docentes é
elevando devido à necessidade da preparação da mão-de-obra qualificada para o
mercado de trabalho. As escolas preparam os alunos em um prazo de dezoito a
vinte e quatro meses, podendo ser uma aula semanal ou diariamente, a
abordagem do conteúdo é mais objetiva e baseada nas necessidades do
mercado, em função disso o processo de ensino-aprendizagem exige
metodologias e didáticas que proporcionam o melhor resultado possível no menor
período de tempo, pois muitas empresas subsidiam parcial ou integralmente o
curso para seus colaboradores. Muitas escola desenvolvem seu próprio matéria
didático, outras utilizam obras disponíveis no mercado.
O Prof. Ruy W. Coelho, em seu artigo publicado, denominado A
Importância do Ensino Profissionalizante afirma:
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Em um país eternamente emergente como o Brasil, não há como salientar ou insistir para os jovens, e para os desempregados, da importância de uma profissionalização na possibilidade em se obter uma colocação no mercado de trabalho altamente competitivo, dominado pelas máquinas e equipamentos altamente sofisticados. Porém estas, ainda são máquinas e precisam do elemento humano como condutor de seus comandos, a criatividade, inovação são características humanas que jamais deixarão de existir. Prof. Ewaldo Ruy Wippich Coelho. Artigo - A Importância do Ensino Profissionalizante.
Vasconcellos afirma que com essas mudanças, instaura-se uma crise de
identidade entre os professores.
Tudo isso provocou um profundo mal-estar, uma verdadeira crise de identidade entre os educadores, crise esta, como dissemos, até hoje não bem compreendida, nem resolvida. Houve transformações no seu trabalho, na sua imagem social e no próprio valor que a sociedade atribui à educação. (VASCONCELLOS, 2001, p. 20)
A educação escolar é fundamentada no planejamento pedagógico,
atendendo padrões mundiais (UNESCO), nacionais (MEC) e regionais. Os
professores são responsáveis pela programação, planejamento e
desenvolvimento dos conteúdos a serem ministrados em sala de aula, as
avaliações, pesquisas e trabalhos. Esse planejamento pedagógico é feito de
maneira geral, para a instituição como um todo, por disciplinas com os líderes e
os docentes e individualmente cada professor faz seu planejamento para o
desenvolvimento das atividades ao longo do ano letivo. Espírito Santo afirma:
“Tradicionalmente todas as escolas fazem suas reuniões didático-pedagógicas
visando a um momento de reflexão e avanço nas atividades da instituição.
(ESPÍRITO SANTO, 2002, p. 89)”.
O trabalho de ensino-aprendizagem tem de ser avaliado qualitativamente e
quantitativamente para verificação quanto ao objetivo atingido e ao conteúdo
assimilado pelos alunos. A avaliação ainda é feita através de trabalhos e provas
aplicadas em sala de aula e esta avaliação pode apresentar resultados distorcidos
em virtude da má elaboração do processo avaliativo. A Profº Janaina no material
didático deste curso afirma:
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...a avaliação é um momento importantíssimo do processo de ensino-aprendizagem, permeado de inseguranças, dúvidas e necessidade de reflexão sobre o seu sentido, instrumentos e paradigmas. Uma instituição educacional não pode existir sem a avaliação, uma vez que é imprescindível o conhecimento dos resultados do seu processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, é imperiosa a criação de uma avaliação eficiente e muito bem definida, tendo em vista os objetivos educacionais. Profª Janaina S. de Amorim Carrico, Módulo IV: Dimensões do Ato de Planejar no Ensino Superior, Unidade II: A contribuição da avaliação da aprendizagem para a transformação da prática docente – As mudanças de paradigmas nas concepções sobre avaliação.
Os alunos são avaliados pelos professores por meio da aplicação de
provas e trabalhos. Espírito Santo afirma: “Avaliar é a tarefa mais desafiadora do
processo educativo.” (ESPÍRITO SANTO, 2002, p. 67) e depois questiona:
É importante avaliar? Claro. A resposta é positiva, porém nunca avaliar por
intermédio de números ou mera indicação de erros. É preciso que, por meio da avaliação, o
educador inicie um diálogo individual com o aluno, fazendo-o sentir-se pessoalmente
acolhido e ao mesmo tempo incitando-o a fazer dos eventuais erros o caminho para o
aprendizado, A avaliação precisa ser descritiva, dialogada, sem qualquer conotação
humilhante ou repressora. (ESPÍRITO SANTO, 2002, p. 68)
Os professores também são avaliados pelas instituições de ensino quanto
aos resultados obtidos no processo de ensino-aprendizagem para com os alunos
e esses resultados, o material didático e o nível dos docentes são utilizados como
fator diferencial e marketing das escolas para ampliar o número de alunos
matriculados e quanto à qualificação dos alunos formados pelas instituições. O
número de escolas cresce desenfreadamente no país, o que resulta em baixo
nível educacional, pois o preço cobrado é reduzido por causa da competitividade
e para aumentar o número de matrículas, em função disso, a remuneração dos
decentes é aquém do valor justo e muito abaixo da média mundial, além disso as
salas de aula são lotadas, dificultando o bom desempenho educacional.
2.1 O Professor e as Instituições de Ensino
As instituições de ensino foram se adaptando e evoluindo ao longo dos
anos atendendo aos padrões educacionais mundiais, nacionais e regionais. No
Brasil, de acordo com a classificação do MEC (LDB – n° 9.394 de 20 de
-
25
Dezembro de 1996 dividiu-se em formação básica, profissionalizante nível médio,
tecnológica e superior) que serviram para organizar e facilitar o aprendizado e a
evolução dos alunos, ao mesmo tempo tornaram-se grandes centros de
pesquisas, criações e desenvolvimentos em diversas áreas das ciências com
repercussão, projeção e influência no cenário mundial. O sistema de ensino
básico foi dividido em educação Infantil, ensino Fundamental e ensino Médio e
educação Superior dividido em licenciatura e bacharelado, sendo graduação e
pós-graduação – lato senso ou stricto senso.
As IE são responsáveis pela formação educacional e o grande problema
para o ensino profissionalizante nível médio e para a educação superior na
atualidade é o baixo nível de aprendizado dos alunos vindos da educação básica.
O governo federal na tentativa de resolver o problema criou diversos índices para
avaliar e mensurar qualitativa e quantitativamente a educação básica através de
ferramentas como o Enem e o IDEB (Tabela I e Anexo A) e também o ensino
superior através do Enade, de abrangência nacional, regional (estados e regiões
metropolitanas) e local (municípios, bairros a até mesmo escolas).
O IDEB demonstra a evolução e o nível de conhecimento dos alunos que
concluíram o ensino básico e poderão ingressar no ensino profissionalizante nível
médio, na educação superior ou partirão diretamente para o mercado de trabalho.
Através da interpretação dos índices demonstrados, o MEC, o CNE, as
Secretarias de Ensino e as instituições de ensino profissionalizantes nível médio e
as instituições de ensino superiores tomarão conhecimento do nível de
aprendizado e elaborarão o planejamento pedagógico procurando suprir as
carências existentes para que o aluno se forme um profissional qualificado para o
mercado de trabalho.
As tabelas abaixo demonstram os resultados do IDEB entre 2005 e 2007
com as projeções bienais de 2007 até 2021 para Estado de São Paulo e para o
Brasil, na rede pública federal, estadual, municipal e da rede privada. Demonstra
também o nível de aprendizado nos anos iniciais e finais do ensino fundamental e
também do ensino médio.
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26
Tabela I – IDEB
IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para rede Estadual - SÃO PAULO
Fases de Ensino
IDEB
Observado Metas Projetadas
2005 2007 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Anos Iniciais do
Ensino
Fundamental
4,5 4,7 4,6 4,9 5,3 5,5 5,8 6,1 6,3 6,6
Anos Finais do
Ensino
Fundamental
3,8 4,0 3,8 4,0 4,2 4,6 5,0 5,3 5,5 5,8
Ensino Médio 3,3 3,4 3,3 3,4 3,6 3,9 4,2 4,6 4,9 5,1
Tabela II – IDEB
IDEB 2005, 2007 e Projeções para o BRASIL
Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
Anos Finais do Ensino
Fundamental Ensino Médio
IDEB
Observado Metas
IDEB
Observado Metas
IDEB
Observado Metas
2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021
TOTAL 3,8 4,2 3,9 6,0 3,5 3,8 3,5 5,5 3,4 3,5 3,4 5,2
Dependência Administrativa
Pública 3,6 4,0 3,6 5,8 3,2 3,5 3,3 5,2 3,1 3,2 3,1 4,9
Federal 6,4 6,2 6,4 7,8 6,3 6,1 6,3 7,6 5,6 5,7 5,6 7,0
Estadual 3,9 4,3 4,0 6,1 3,3 3,6 3,3 5,3 3,0 3,2 3,1 4,9
Municipal 3,4 4,0 3,5 5,7 3,1 3,4 3,1 5,1 2,9 3,2 3,0 4,8
Privada 5,9 6,0 6,0 7,5 5,8 5,8 5,8 7,3 5,6 5,6 5,6 7,0
Fonte: Saeb e Censo Escolar. Dados atualizados em 16/09/2008
Disponível em: http://ideb.inep.gov.br/Site. Acesso em: 04 de Janeiro de 2010.
O Brasil aponta na 67° (sexagésima sétima) posição do ranking de
educação básica da UNESCO num total de 127 (cento e vinte e sete) nações
avaliadas de acordo com a última pesquisa publicada em 2008 conforme Anexo
B. O professor que atua em qualquer nível educacional deve possuir formação
específica (graduação, especialização mestrado ou doutorado), capacitação,
http://ideb.inep.gov.br/Site
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27
habilidade, conhecimento, competência, metodologia e didática, para tal de
acordo com as exigências legislativas e educacionais do MEC, do CNE, das
Secretarias de Educação e das Instituições de Ensino. O governo e as instituições
cobram os docentes quanto ao aprendizado contínuo, porém poucos incentivos
são proporcionados, principalmente os financeiros. As escolas foram moldadas
aos padrões e exigências das classes dominantes em virtude do maior poder
econômico, social e político, interferindo e influenciando o aprendizado das
demais classes da sociedade.
Vasconcellos em seu livro Para onde vai o Professor? Resgate do
Professor como sujeito de transformação aborda a necessidade do professor e da
instituição de ensino do ponto de vista da classe dominante elencando a formação
da mão-de-obra, inculcação ideológica, seleção dos aptos, estação de espera,
interesses eleitoreiros e comércio. Em contra partida o autor apresenta o ponto de
vista por parte da população: maior escolaridade, ascensão social, exigência
social, assistência social, sociedade do tempo livre, campo de trabalho e a escola
como agencia socializadora.
2.2 A relação Professor, Aluno, Família e Sociedade
A relação existente entre professores, alunos, família e sociedade ocorre
pela necessidade de ensinar e formar, pois o aluno é o “objeto” de aprendizado, a
família é responsável pela educação social das crianças, jovens e adolescentes e
a sociedade responsável por estabelecer as normas, regras, políticas, princípios
morais, éticos, religiosos e culturais em função das necessidades humanas,
profissionais, tecnológicas entre outras.
O professor vem sendo alvo de diversas críticas dentro e fora da escola por
parte da sociedade em detrenimento da qualidade do ensino, a desvalorização do
docente devido à baixa remuneração, falta de materiais adequados para uso da
metodologia e da didática, instituições dilapidadas, salas de aula com grande
número de alunos, legislações que acabam diminuindo cada vez mais o poder do
professor dentro da sala de aula resultando em ausência de punições com a
-
28
justificativa de serem antipedagógicos, problemas disciplinares que resultam até
em agressões verbais e mesmo físicas por parte dos alunos contra os
professores.
As análises das relações serão apresentadas de forma separada.
2.2.1 A relação professor - aluno
O professor tem um grande papel dado que trabalha com dois elementos da maior importância para a espécie: as novas gerações e o conhecimento. Sua atividade envolve conceitos, imagens, a produção de valores, ideais, deveres, direitos, visão do mundo, decifração e desvelamento da realidade, projetos, propostas. Não se trata absolutamente de uma tarefa fácil, mas, com certeza, é mais bonita! É uma das experiências mais fortes e significativas do ser humano: poder participar da formação do outro. Tudo isto pede, pois, do professor uma revisão da compreensão de sua atividade e de sua atitude profissional. (VASCONCELLOS, 2001, p. 48)
O professor tem um papel muito importante para com a família e a
sociedade, pois é o agente de formação de caráter, personalidade,
transformação, conhecimento, profissionalização e humanização dos seres
humanos desde seu ingresso na educação infantil até a conclusão do ensino
superior.
Os alunos, desde cedo, precisam ser ajudados a construir um sentido para o estudo; entendemos que esse sentido passa pela tríplice articulação entre compreender o mundo em que vivemos (necessidade de viver num mundo que faça sentido), usufruir o patrimônio acumulado pela humanidade (poder participar das conquistas histórico-culturais) e, sobretudo, transformar este mundo, qual seja, colocar esse conhecimento a serviço da construção de uma realidade melhor, mais justa, solidária e plena (omnidimensional). (VASCONCELLOS, 2001, p. 45)
As relações de ensino-aprendizagem entre professores e alunos ocorrem
de maneiras diferenciadas no ensino superior, no ensino profissionalizante nível
médio e nos demais níveis educacionais. Levando-se em consideração a idade
cronológica, o aluno conclui o ensino fundamental com idade entre 14 (catorze) e
15 (quinze) anos, e o ensino médio com idade entre 17 (dezessete) e 18 (dezoito)
anos. Essa realidade ocorre somente se o aluno não repetir nenhuma série, parar
de estudar para trabalhar ou por falta de vaga na rede de ensino público próximo
da sua residência, porém, os fatos demonstram que muitos adolescentes
-
29
começam a trabalhar assim que completam o ensino fundamental e só voltam a
estudar quando necessário, outros, ainda concluem o ensino médio, mas na sua
grande maioria freqüentando aula no período noturno por trabalharem durante o
dia, já em idade adulta, muitas vezes casados e com filhos.
A Síntese de Indicadores Sociais 2006 do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas) aponta essa problemática e várias outras referente à
educação (Anexo C).
Quanto à questão do acesso ao sistema de ensino, a análise das taxas de freqüência escolar bruta e líquida fornece uma visão mais real do sistema escolar. A primeira representa a proporção de pessoas em determinada faixa etária que freqüentam estabelecimento de ensino. A segunda considera a adequação série-idade do sistema educacional brasileiro, isto é, se as pessoas de determinado grupo etário estão freqüentando a série de ensino recomendada à sua idade, o que faz com que esta taxa também seja um importante indicador de fluxo escolar e qualidade do ensino. Trecho extraído do assunto Educação da Síntese de Indicadores Sociais 2006 – página 57
As tabelas abaixo demonstram os dados comparativos entre rede pública e
privada apurados pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
2005.
Tabela III
Taxa de freqüência bruta a estabelecimento de ensino dos estudantes,
por rede de ensino freqüentada e grupos de idade, segundo as Grandes Regiões - 2005
Grandes Regiões
Taxa de freqüência bruta a estabelecimento de ensino dos estudantes, por rede de ensino freqüentada e grupos de idade (%)
Total
Rede pública
0 a 6 anos
7 a 14 anos
15 a 17 anos
18 a 24 anos
25 anos ou mais
Total 0 a 3 anos
4 a 6 anos
Brasil 79,8 71,4 57,8 74,2 87,4 86,8 65,7 64,9
Norte 86,8 75,7 60,7 77,4 92,0 91,2 80,5 77,8
Nordeste 83,5 70,2 56,4 72,7 87,2 89,6 83,3 79,1
Sudeste 76,0 71,1 56,9 74,5 85,8 84,3 52,9 56,9
Sul 78,7 73,7 61,3 77,3 90,1 86,1 52,3 53,6
Centro-Oeste 77,5 69,1 59,9 70,9 86,0 85,2 61,9 58,9
-
30
Tabela IV
Taxa de freqüência bruta a estabelecimento de ensino dos estudantes,
por rede de ensino freqüentada e grupos de idade, segundo as Grandes Regiões - 2005
Grandes Regiões
Taxa de freqüência bruta a estabelecimento de ensino dos estudantes, por rede de ensino freqüentada e grupos de idade (%)
Total
Rede particular
0 a 6 anos
7 a 14 anos
15 a 17 anos
18 a 24 anos
25 anos ou mais
Total 0 a 3 anos
4 a 6 anos
Brasil 20,2 28,6 42,2 25,7 12,6 13,2 34,2 35,0
Norte 13,2 24,3 39,3 22,6 8,0 8,7 19,5 22,2
Nordeste 16,5 29,8 43,6 27,3 12,8 10,4 16,7 20,9
Sudeste 24,0 28,9 43,1 25,5 14,2 15,7 47,1 43,1
Sul 21,3 26,3 38,7 22,7 9,9 13,9 47,7 46,4
Centro-Oeste 22,5 30,9 40,1 29,1 14,0 14,8 38,1 41,1
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005.
Nota: Exclusive as pessoas com idade ignorada.
As escolas particulares e públicas começaram a enfrentar problemas como
a queda da qualidade do ensino e a evasão escolar. Os alunos do ensino
fundamental e médio começaram a apresentar problemas quanto ao aprendizado
por falta de concentração, dedicação e interesse dos próprios alunos, falta de
incentivo, interesse e qualificação dos professores, negligência dos pais e
responsáveis, descaso por parte da sociedade e dos políticos. Essa problemática
em questão ocasionou diversos outros problemas que refletiram em toda a cadeia
de ensinamento piorando a cada vez que o aluno progride de um ano para outro
sem embasamento, sem conhecimento, somente para que não ocorra a
desmotivação do aluno continuar freqüentando a sala de aula por conta da
reprovação e para que não ocorra a evasão escolar.
O atraso na conclusão da educação básica pode ocasionar na postergação
ou mesmo na desistência pela educação superior, o que resulta em baixo índice
de desenvolvimento educacional se comparado com outros países. No Brasil,
-
31
ainda é muito baixo o número de alunos que ingressam no ensino superior e mais
baixo ainda os que concluem.
Toda essa problemática em questão pode ser observada atualmente
através dos alunos que concluem a educação básica e se preparam para
ingressar no mercado de trabalho disputando as vagas com muitos outros
candidatos, porém verifica-se a falta de qualificação da mão-de-obra.
As instituições de ensino profissionalizantes de nível médio tem como
público alvo os alunos que já concluíram o educação básica, indiferentemente do
tempo de conclusão, os alunos que ainda estiverem cursando a 1ª, 2ª ou 3ª série
do ensino médio e também para os alunos que concluíram ou ainda cursam o
ensino superior, em função de uma atualização ou por possuírem formação
diferenciada e necessitam do conhecimento profissionalizante em questão. A
relação professor-aluno no ensino profissionalizante nível médio é focada
principalmente nos principais conceitos, técnicas e ferramentas utilizadas no
mercado de trabalho analisando estudos de casos, freqüentando oficinas e
laboratórios. A busca pelo ensino profissionalizante nível médio ocorre em função
da necessidade da formação profissionalizante ser mais rápida, objetiva e
proporcionar ao aluno um ingresso mais facilitado ao mercado de trabalho, pois
muitas IE possuem parcerias com empresa sejam elas do setor industrial,
comercial ou serviço.
O governo federal, estadual e municipal também disponibilizam o ensino
profissionalizante nível médio através das ETEC´s (Escolas Técnicas), centros
profissionalizantes (CEPRO) e através de parcerias privadas destacando o SENAI
(Serviço Nacional de Apoio a Indústria) e o SENAC (Serviço Nacional de Apoio ao
Comércio). O ingresso aos cursos dependem de processos de seleção
denominados “vestibulinho”, devido a grande procura pelos cursos, o baixo custo,
a gratuidade de alguns cursos e principalmente pelo encaminhamento para o
mercado de trabalho.
As instituições de ensino superior também cresceram exponencialmente
nos últimos anos para atender a demanda do mercado por profissionais mais
qualificados e especialistas em um período de tempo menor e com custos mais
baixos. Esse crescimento proporcionou para os interessados no ensino superior
maior variedade de escolha quanto aos cursos e instituições e principalmente um
-
32
aumento significativo no ingresso de alunos de classes sociais que não possuíam
condições econômicas no passado.
O Ministro da educação Fernando Hadad em um trecho de entrevista
concedida ao Jornal O Globo, publicado em 12/01/2010 onde aborda diversos
assuntos referentes a educação afirma:
Saímos de 2 milhões de universitários em 1997 para 6 milhões de universitários na última Pnad (Pesquisa Nacional pro Amostra de Domicílios). Na educação profissional, dobramos o número de matrículas nos cursos técnicos do país. Ainda que o número seja insuficiente para nossas necessidades, saímos de 500 mil matrículas para 1 milhão num período de seis anos. Tanto na básica, quanto na superior e profissional, a reforma do Sistema S vai contribuir para ampliar ainda mais. Fernando Hadad, Ministro da Educação – Trecho da entrevista concedida ao Jornal O Globo publicado na edição de 12/01/2010.
A relação entre professor-aluno e aluno-aluno modificou-se ao longo dos
anos, principalmente após a globalização e a revolução tecnológica, ocasionando
mudanças de comportamento na família e na sociedade, os alunos não mais
respeitam os pais e professores e a si mesmos, resultando em conflitos dentro e
fora da sala de aula muitas vezes sem nenhum motivo, simplesmente pelo prazer
do desafio, da disputa de “poder” ou por convivência em um ambiente famíliar
desestruturado e socialmente marginalizado. A estrutura educacional esta tão
desacreditada ao ponto que “Cada vez mais os alunos perguntam: Estudar para
que? Não resolve nada mesmo, não garante um emprego depois...”
(VASCONCELLOS, 2001, p. 25) e a posição familiar demonstra que “O professor
não tem vez com os pais: se o filho vai bem, é mérito dele (filho); se vai mal, é
culpa do mestre...” (VASCONCELLOS, 2001, p. 19). Toda a culpa quanto ao
aprendizado recai sobre a figura do educador, sendo que o mesmo assume
muitas vezes em sala de aula posturas que deveriam ser adotadas pelos pais e
responsáveis do aluno e não pelo professor.
-
33
2.2.2 A relação professor – família
Um dos papéis que a família deve desempenhar é a orientação quanto ao
futuro pessoal e profissional das crianças, adolescentes, jovens e até mesmo
adultos, para isso alguns pais se sacrificam trabalhando em dois empregos ou
realizando atividades informais para proporcionar uma educação melhor para
seus filhos matriculando-os em uma escola profissionalizante de nível médio,
mesmo estando cursando o ensino médio ou acumulam reserva financeira para
proporcionar o estudo em uma instituição de ensino superior. O que ocorre muitas
vezes é a dúvida quanto ao curso profissionalizante a ser escolhido para ser
cursado por não conhecer o mercado de trabalho ou ainda por não possuir
opinião formada quanto ao seu futuro profissional, a falta de interesse ou mesmo
o baixo rendimento em função do acumulo e do cansaço por parte do aluno que
não esta preparado para a dupla jornada entre o ensino tradicional e o ensino
profissionalizante.
Tradicionalmente a família participa do processo de ensino-aprendizagem, sendo convocada para reuniões nas quais lhe será comunicado o andamento escolar do filho. Outras vezes, pais são chamados para que fiquem sabendo de comportamentos inadequados dos filhos... (ESPÍRITO SANTO, 2002, p. 95)
A família muitas vezes vivencia situações de conflito com as instituições de
ensino e com os professores, pela formação do caráter, princípios morais, éticos,
religiosos e comportamentais. O acompanhamento educacional escolar, o diálogo
e a troca de informação entre as partes é muito importante como forma de
minimizar as diferenças existentes entre essas duas instituições, pois além da
diferença entre as gerações, maior liberdade de expressão, os professores forçam
o desenvolvimento do senso crítico, da criatividade, da busca pelo conhecimento
e do crescimento pessoal e profissional.
Espírito Santo (2002, p. 95) menciona que a participação da família deve
ser muito mais ampla, estabelecendo uma coerência entre os valores trazidos
pela escola e os valores aprendido em casa.
Muitas famílias não têm uma estrutura tão sólida devido a fatores
econômicos, sociais, ambientais, educacionais, psicológicos entre outros,
-
34
afetando a formação das crianças e adolescentes, quanto ao comportamento,
capacidade de aprendizagem prejudicando o desenvolvimento educacional
presente e futuro. Os professores das escolas profissionalizantes nível médio e
das instituições de ensino superior muitas vezes são surpreendidos em função
desses conflitos devendo resolvê-los da melhor maneira possível para que não
prejudique o aluno ou agrave o conflito familiar.
Vários alunos do ensino superior e profissionalizante nível médio são
casados e possuem filhos, tem que dividir o tempo que possuem entre o trabalho,
os estudos e a família, neste caso, a família deve apoiar, incentivar e proporcionar
o estudo, entendendo a necessidade e os benefícios que resultarão em relação
aos esforços e dedicação.
2.2.3 A relação professor – sociedade
Estão acontecendo mudanças tão profundas na sociedade, que elas afetam também a educação. Nunca tivemos tantas mudanças em todos os campos – na medicina, nas ciências, no comportamento, e também na educação. Ela está sofrendo processos sérios de gerenciamento, de avanço do particular e reorganização do público. MORAN, José Manuel, artigo: Novos desafios na educação – a internet na educação presencial e virtual, 2001) Numa primeira abordagem, podemos dizer que para os segmentos da sociedade, o professor e a escola são necessários, tendo em vista o aumento das atribuições da escola, a valorização da criança na sociedade, a exigência de pessoas mais criativas no trabalho (sociedade do conhecimento; novo paradigma gerencial-administrativo), bem como a necessidade de preparar as novas gerações para uma sociedade de mudanças rápidas. (VASCONCELLOS, 2001, p. 20)
A sociedade influencia os indivíduos que influenciam a sociedade através
de seus conceitos culturais, morais, éticos, religiosos, políticos e educacionais, e
vem sofrendo mudanças bruscas e repentinas ao longo dos anos, principalmente
após 1980 com o início da era da informação e da globalização que resultou na
quebra das “barreiras” existentes entre os diferentes povos, o acesso em tempo
real às informações através dos canais de comunicação e pela rede mundial de
computadores ocasionou um grande impacto e a ruptura de diversos paradigmas
existentes, alterando hábitos, costumes, mudando conceitos e criando novos
-
35
paradigmas. Toda essa mudança resultou em muitos conflitos para a sociedade,
pois a velocidade com que os conceitos mudam, o período de adaptação e o
tempo de permanência dos mesmos, tudo acontece tão rápido e em curto período
de tempo que quando os indivíduos estão se habituando ocorre uma nova
mudança e inicia-se um novo ciclo de adaptação.
Este processo afeta a todas as pessoas da sociedade de forma direta e
indireta, mas os que mais sofrem são os alunos que ainda estão em sala de aula
aprendendo e formando seu caráter, pois com a dinâmica das alterações de
conceitos, necessidades, formações e diversos outros padrões sociais,
ocasionaram grandes conflitos quanto às tendências futuras e os caminhos a
seguir na área profissional, acadêmica e pessoal.
A resolução da complexidade desses problemas compete ao professor e as
Instituições de Ensino, que devem estar preparados e atualizados quanto às
mudanças que ocorrem não só no país, mas também no cenário mundial e
aquelas que ainda vão ocorrer para que possam preparar os alunos para as
novas rotinas do cotidiano, capacitação profissional e interação social para o
presente e futuro. O papel social do professor é de extrema importância para as
sociedades, comunidades e famílias, levando-se em consideração que o ser
humano passa grande parte de sua vida dentro de uma instituição de ensino.
O professor ainda que tenha perdido seu prestígio, importância e valor
perante a escola e demais instituições de ensino, ainda é necessário e
indispensável para a educação e para a sociedade, pois sem o educador, o aluno
ficará sem orientação quanto ao que deve ser feito, como deve ser feito, quando
deve ser feito, o porquê deve ser feito, dificultando o aprendizado e o
conhecimento.
2.3 A tecnologia da informação e comunicação na educação
Educação e comunicação sempre andaram juntas na reflexão pedagógica. Freqüentemente, esses termos foram usados como sinônimos, outras vezes a comunicação foi tomada como uma dimensão da educação. ... O importante, de início, é reconhecer que as práticas educativas supõem processos comunicativos e, quero acentuar, intencionais,
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36
visando alcançar objetivos e formação humana. Por outro lado, toda comunicação é educativa, conforme escreveu no início do século o educador norte-americano John Dewey, porque ela é o processo de compartilhamento da experiência comum e, com isso, não só proporciona aos indivíduos disposições emocionais e intelectuais como prevê experiência mais ampla e variada. (LIBÂNEO, 2007, p. 54)
A partir de 1980 muitas coisas começaram a mudar no mundo e
principalmente na educação em função da era da informação, da comunicação e
da globalização, ocasionando mudanças no sistema de ensino através de novos
conceitos mundiais, científicos, tecnológicos e informacionais. A comunicação é
inerente ao ser humanos e os meios de comunicação vem evoluindo ao longo dos
anos atendendo as necessidades informacionais e principalmente tecnológicas.
O avanço das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação – tem propiciado
maiores possibilidades de disseminação de informações, facilitando o acesso a estas, mas
é preciso desenvolver competências e habilidades num mesmo ritmo para se apropriar dos
conhecimentos oferecidos pelas informações.
No momento, esse novo modelo de comunicação com múltiplas fontes de informação demanda um novo cenário de aprendizagem que extravase a sala de aula, com um currículo que ultrapasse as fronteiras disciplinares. (AMEM, Bernadete M V; NUNES, Lena C – artigo: Tecnologias da Informação e Comunicação: contribuições para o processo interdisciplinar no ensino superior.)
A TIC é utilizada na educação em todos os níveis, cada qual de maneira
diferencia. Muitas instituições de ensino possuem um laboratório de informática
destinado ao aprendizado do uso da informática (hardware, redes, web design,
sistemas operacionais e outros), outras instituições usam da tecnologia da
informação para ilustrar as aulas através de projeções via data show, e uma
pequena maioria trocaram os cadernos pelos computadores e notebooks. O uso
da TIC vem crescendo exponencialmente e de forma incontrolada não só na
educação, mas em todos os seguimentos possíveis e imagináveis, hoje saber
usar um computador não é mais diferencial competitivo no mercado de trabalho, é
obrigação.
O Brasil é o segundo mercado mundial consumidor de computadores
doméstico, notebooks e periféricos, porém não estão usufruindo de maneira
adequada para educação e pesquisa, ocasionando problemas no aprendizado.
As TIC podem facilitar o processo interdisciplinar, pois apresentam uma série de vantagens em relação aos métodos convencionais de aprendizagem e facilitam a troca imediata de informações, a visualização de subtarefas como parte de tarefas mais globais, a
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37
adaptação da informação aos estilos individuais de aprendizagem, o encorajamento à exploração, maior e melhor organização das idéias, maior integração e interação, agilidade na recuperação da informação, maior poder de distribuição e comunicação nos mais variados contextos. (AMEM, Bernadete M V; NUNES, Lena C – artigo: Tecnologias da Informação e Comunicação: contribuições para o processo interdisciplinar no ensino superior.)
A pesquisa através do uso da rede mundial de computadores, a internet
muitas vezes acaba gerando conflitos ao invés de proporcionar novos
descobrimentos e entendimento, ocasionados pela grande quantidade de
informações disponibilizadas e pela falta de orientação do professor quanto ao
processo de pesquisa.
É essa a situação encontrada hoje na escola. Quase não se ouve falar em ensinar a pesquisar e, quando isso acontece, a pesquisa termina tendo outra conotação, isto é, o de preencher ou substituir algum assunto que não foi trabalhado na disciplina em sala de aula. Nesse sentido, o aluno pensa que pesquisou e o professor acredita que ensinou a pesquisar. (CARVALHO, Eliete – artigo: Desafios da escola: ensinar a pesquisar.)
O uso da tecnologia da informação e comunicação proporcionou a uma
nova modalidade de ensino, denominada de educação à distancia, onde o aluno
aprende os conteúdos do ensino superior e muitas vezes o profissionalizante nível
médio através do uso da internet acessando o site da instituição de ensino. Isso
ocasionou uma grande polemica no Brasil, pois alguns acham que o EAD não
proporciona o aprendizado necessário para a formação de um bom profissional,
pois requer muita dedicação, disciplina e fácil entendimento, além de ocasionar na
redução do número de professores necessários para as instituições de ensino.
Surge então uma questão a respeito do quanto o professor é necessário para as
Instituições de Ensino e para a sociedade, pois o mesmo investe em sua carreia,
dedica-se às atividades, preocupa-se quanto ao desempenho dos alunos, e acaba
sofrendo os efeitos do sistema de ensino a distancia como redução do quadro de
docentes e baixa remuneração em função do grande número de instituições de
ensino surgindo no mercado.
As instituições de ensino, os professores, os alunos, as famílias e a
sociedade pagarão vir a pagar um alto preço por não tomarem nenhuma
providencia com relação aos fatos que estão ocorrendo devido a globalização, a
tecnologia da informação e comunicação, pois as novas gerações estão se
interessando e dedicando cada vez menos ao aprendizado e o professor deverá
-
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atuar como agente de resgate, porém desempenhando um papel diferenciado do
que desempenhou no passado e desempenha atualmente.
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3 AS MUDANÇAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O processo de ensino-aprendizagem sofreu muitas mudanças e alterações
no final do século XX principalmente após a década de 1980 quando deu-se o
início do processo de globalização através da expansão da rede mundial de
computadores por intermédio da tecnologia da informação e da comunicação
ocasionando a queda de muitas barreias reais e virtuais existentes entre países,
povos e nações, proporcionando a disseminação da informação, do
conhecimento, das culturas, tecnologias e produtos para todos de forma muito
mais abrangente, igualitária, ágil e muitas vezes em tempo real.
Esses eventos ocasionaram não só mudanças na educação, mas também
alterações comportamentais nas pessoas, nas famílias, nas sociedades, nos
países, nas políticas, nas legislações, nas empresas de pequeno, médio e grande
porte, nos mercados de trabalho e nos hábitos de consumo das pessoas. Novos
conceitos se formaram, paradigmas antigos foram quebrados, outros foram
criados, muitas mudanças aconteceram e ainda acontecerão ocasionados e
impulsionados pela tecnologia da informação e comunicação.
Todas essas mudanças e adaptações para com uma nova realidade
mundial refletem diretamente sobre os processos de ensino-aprendizagem nas
gerações atuais e principalmente nas futuras gerações, na educação básica, na
superior e também no ensino profissionalizante, onde deve-se preocupar com a
formação do conhecimento e não somente ao acesso as informações e para isso
o professor será o responsável e o principal agente coordenador do processo.
3.1 A internet e a informatização da educação
As informações transitam muito rápido pela internet, os conteúdos que
eram disponibilizados somente por intermédio de livros didático e literários,
artigos, jornais, revistas, periódicos e outras publicações impressas, ainda
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utilizadas no aprendizado e na construção do conhecimento têm perdido espaço
para as informações disponibilizadas nos diversos sites da rede mundial de
computadores e demais meios de comunicação.
Juram, afirma em seu artigo intitulado Novos desafios da educação – a
internet na educação presencial e virtual:
As tecnologias podem nos ajudar, mas, fundamentalmente, educar é aprender a gerenciar um conjunto de informações e torná-las algo significativo para cada um de nós, isto é, o conhecimento. Hoje nós temos inúmeras informações e um conhecimento bem menor, porque estas nos escapam, estão soltas, não sabemos reorganizá-las. O conhecimento é isso. Além de gerenciar a informação, é importante aprender a gerenciar também sentimentos, afetos, todo o universo das emoções.
Essa afirmação de Juram demonstra o quanto é preocupante a
disseminação de informações na internet, pelos problemas e transtornos que
possam vir ocasionar, pois muitas crianças, adolescentes e adultos não sabem
usar essa ferramenta e acabam por absorverem informações incompletas, falsas,
erradas e que muitas vezes conflitam com os conhecimentos que já possuem ou
mesmo formam um conhecimento errado, porém, a tecnologia da informação
proporcionou grande desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem em
todos os níveis educacionais (infantil, fundamental, médio, superior e
profissionalizante).
“Muitos pais já admitem que a melhor escola é a que ensina por meio de
computadores, porque prepararia melhor para a sociedade informacional. As
questões de aprendizagem seriam resolvidas com a tecnologização do ensino.”
(LIBÂNEO, 2007, p. 13) Libâneo aponta uma tendência na qual as instituições de
ensino por necessidade e influência da sociedade adotem a tecnologia da
informação e comunicação através da implantação de computadores em sala de
aula para auxiliar o processo educacional, sendo usado de maneira tal que os
mesmos estariam até substituindo alguns livros didáticos. Isso já é realidade em
algumas IE públicas por iniciativa dos governos federais, estaduais, municipais,
por intermédio das associações de pais ou iniciativas empresariais, porém, são as
instituições privadas que foram as pioneiras e que despontam por possuírem
maior poder econômico-financeiros, pelos trâmites burocráticos serem menos
complexos que o da esfera pública e pela competitividade no mercado
educacional.
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A interferência e o aumento do uso dos computadores e seus periféricos
nas instituições de ensino resultou em uma completa reavaliação educacional,
não só em nível nacional, como também mundial quanto à forma a serem
utilizados, os conteúdos a serem abordados, as metodologias e didáticas para
que o aluno saiba utilizar o computador de forma correta e adequada sem que
gere uma dependência do mesmo no aprendizado e mantendo ainda o contato e
a utilização de livros didáticos e literários dentro e fora da sala de aula com a
finalidade da ampliação do conhecimento através da leitura e pesquisa.
O desejo de informatizar as salas de aula e as possibilidades infinitas de
atividades e pesquisas proporcionadas ainda está aquém das questões
financeiras e estruturais ocasionadas pela informatização das instituições de
ensino, pois o professor também deve estar preparado e capacitado para tal, caso
contrário a instituição terá problemas de conflitos de gerações e interesses além
daqueles que têm normalmente. Muitas instituições utilizam da tecnologia da
informação para complementarem o processo de ensino-aprendizagem dos
discentes através da disponibilização de materiais didáticos nos sites das
instituições. A informatização da educação levou muitos professores a terem
receio quanto a necessidade e a permanência do educador em sala de aula,
criando um movimento de resistência por parte de alguns educadores adeptos do
sistema tradicional de educação.
Libâneo questiona em sua obra:
Terá chegado o tempo em que não serão mais necessários os professores? Se ainda forem úteis, serão capazes de competir com os meios de comunicação, recursos muito mais poderosos na motivação dos estudantes do que a sala de aula? As instalações de computadores e outros meio tecnológicos nas escolas substituirá o professor? (LIBÂNEO, 2007, p. 13,14)
Libâneo ainda afirma:
Muitos professores temem perder o emprego, outros se apavoram quando são pressionados a lidar com equipamentos eletrônicos. Por outro lado, setores ligados a órgãos oficiais (Secretaria da Educação, por exemplo) imaginam que a utilização de novas tecnologias seria suficiente para formar ou capacitar professores, tornando-os técnicos executores de pacotes de instruções. (LIBÂNEO, 2007, p. 14)
Quanto ao questionamento apresentado o próprio autor afirma que o
educador não correrá o risco de ser substituído, deverá ser capacitado para a
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utilização da internet, dos computadores e seus acessórios. Os novos professores
serão formados nos moldes da tecnologia da informação, sendo assim, ainda se
faz necessário a figura do professor em sala de aula e no processo educacional
por um longo período de tempo. Juram cita “educar também é aprender a
gerenciar valores. Não basta só informação e conhecimento.” (Novos desafios da
educação – a internet na educação presencial e virtual) isso é o que diferencia o
professor das máquinas.
O professor deverá estar preparado e capacitado para orientar os alunos
quanto a algumas dificuldades e problemas que enfrentarão realizando pesquisas
na internet. Os problemas mais comuns e apresentados são a dispersão dos
alunos no momento da pesquisa pela possibilidade da navegação livre no
ambiente virtual, a perda de tempo devido à grande quantidade de sites
disponíveis para consultas, a veracidade das informações, os conflitos e
contradições apresentados. Juram em seu artigo Novos desafios da educação – a
internet na educação presencial e virtual; menciona que o professor precisa ter
muita flexibilidade e capacidade de atuação neste processo devido à velocidade e
dinâmica de conteúdos na internet, a confusão entre informação e conhecimento,
entre navegar e conhecer e afirma que a intuição é fundamental para organizar o
que esta disperso.
Outra realidade que vivemos quanto ao uso das tecnologias da informação
é a educação a distancia, que proporcionou preços mais acessíveis à população
aumentando assim o número de pessoas ingressas na educação superior e no
ensino profissionalizante não só de nível médio, mas todos os níveis.
3.2 A educação à distância
A educação a distância já existe há muito tempo no Brasil, antes da
utilização da tecnologia da informação os cursos à distância eram realizados por
intermédio de materiais didáticos retirados pelo aluno na própria organização ou
remetidos pelo correio, o Instituto Universal Brasileiro é um dos pioneiros, há mais
de 60 anos vem realizando cursos profissionalizantes, supletivos e técnicos,
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podem citar também a educação por intermédio da televisão, como os programas
da Fundação Roberto Marinho denominados Telecurso Segundo Grau e
Telecurso 2000. A tecnologia da informação revolucionou o ensino a distancia
através da utilização de computadores e principalmente da internet, essa forma
de ensino proporcionou o crescimento exponencial da quantidade de instituições
devido ao baixo custo, sem a necessidade de grandes instalações físicas, grande
quantidade de empregados (professores e demais cargos) e sem limites
fronteiriços, permitindo a acessibilidade do aluno ao site da instituição e ao
ambiente de aprendizado em qualquer local que disponibilize conexão com a
internet.
O Instituto Monitor publicou o ABRAEAD 2008 - Anuário Brasileiro
Estatístico de Educação Aberta e a Distância – 2008, contendo dados e
informações referentes à educação a distancia no Brasil comparando sua
evolução de 2000 até 2007. Abaixo, transcrevem-se algumas tabelas e
informações deste anuário.
Tabela V
Número de brasileiros em cursos de Educação a Distância, segundo dados deste Anuário e de grandes projetos do país
Projeto ou pesquisa Nº de alunos Projeto ou pesquisa N° de alunos
Instituições credenciadas (AbraEAD/2008) 972.826
Educação corporativa (AbraEAD/2008) 582.985
Senai* 53.304
Sebrae 218.575
Senac 29.000
CIEE 148.199
Fundação Bradesco 164.866
OI Futuro 175.398
Secretaria de Educação a Distância do MEC** 8.552
Governo do Estado de São Paulo 119.225
Fundação Telefônica 9.000
Fundação Roberto Marinho*** 22.553
TOTAL 2.504.483 FONTE: as próprias instituições citadas e AbraEAD/2008. * Exclui alunos em cursos autorizados ofi cialmente, informados em outro item. ** Exclui o projeto Mídias na Educação (20 mil alunos), já informado pelas instituições credenciadas. *** Exclui alunos do Telecurso 2000.
O número de brasileiros que estudaram por EAD é por certo maior, pois este levantamento inclui apenas projetos de porte nacional ou regional, estando de fora uma infinidade de projetos com cursos livres, de línguas, matérias a distância de cursos presenciais etc.
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Os dados referentes ao número de alunos em projetos credenciados, especialidade deste Anuário, mostram que, nos últimos três anos, o número de alunos em EAD cresceu 213%, e o de instituições credenciadas, 54,8%. Só no ano passado, esse crescimento foi de 24,9% no número de alunos e de 14,2% no de instituições. Trata-se de um crescimento que, embora tenha diminuído seu ritmo (o porcentual de crescimento de alunos nos anos anteriores era maior), continua intenso, e justificou-se, no ano passado, por alguma espera das instituições, pelas definições legais e normativas em curso até dezembro de 2007 na área da EAD.
Tabela VI
Crescimento do número de instituições autorizadas pelo Sistema de Ensino (MEC e CEEs) a praticar EAD e de seus alunos, de acordo com o levantamento do AbraEAD, de 2004 a 2007
2004 2005 2006 2007 Evolução no período 2004 - 2007 (%)
Evolução no ano (%)
Evolução no ano (%)
Evolução no ano (%)
Numero de instituições credenciadas ou com cursos autorizados
166 217 30,7 225 3,7 257 14,2 54,8
N° de alunos nas instituições 309.957 504.204 62,6 778.458 54,4 972.826 24,9 213,8
FONTE: AbraEAD/2008.
Dados oficiais: crescimento na graduação Os dados oficiais do Ministério da Educação, apurados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) também indicam o crescimento acelerado nas áreas de graduação e de cursos seqüenciais de formação específica (não havia disponível os números referentes a pós-graduação lato sensu a distância até o fechamento desta edição). Só o número de cursos de graduação, por exemplo, quase dobrou no ano de 2006, o último já apurado e tabulado. Número de alunos no ensino credenciado cresceu um quarto em 2007, e os cursos de graduação deram um salto de 112%. O brasileiro dispõe de 257 instituições autorizadas a ministrar EAD pelo Sistema de Ensino. Os estudantes em cursos a distância de instituições credenciadas pelo Sistema de Ensino chegaram no ano de 2007 a um grupo de 972.826 pessoas. É um crescimento de 24,9% na comparação com o ano anterior, o menor crescimento anual desde o início do levantamento feito por esta publicação. Ele se deu em meio a um intenso ajuste, promovido pelo governo federal, na legislação voltada para o setor, o que pode ter adiado projetos para quando as novas regras já estiverem totalmente implantadas. Foram enquadradas, de várias formas, as atividades de expansão da rede credenciada por meio dos pólos presenciais, com o objetivo de promover um denominador comum qualitativo e de certificação para a atividade. A região que puxou o crescimento em 2007 foi a Sudeste, que ampliou em 51% o número de alunos a distância em suas instituições, ganhando mais de seis pontos porcentuais em participação no universo da pesquisa. Em 2007, os alunos nas instituições do Sudeste foram mais de um terço (37,8%) de todos os alunos do país. O principal responsável é o Estado de São Paulo, que cresceu 80% em 2007, já que 270 mil alunos a distância foram registrados em suas instituições. A Região Norte também surpreendeu, com crescimento em todos os Estados e principalmente no Tocantins. As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul perderam participação porcentual no total, embora esta última tenha crescido em número de alunos.
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O anuário também divulgou o perfil sócioecômico dos alunos dos cursos de
ensino á distância.
Perfil dos alunos Pela primeira vez, o AbraEAD pediu às instituições dados sobre o perfil socioeconômico de seus alunos. O resultado remete com algumas surpresas às características do estudante a distância observadas em outras pesquisas, tais como o estudo de Dilvo Ristoff. A diferença entre os sexos dos alunos de EAD é equilibrada, como na população em geral, porém é majoritariamente masculino para cursos de educação básica/técnica/EJA (credenciamento estadual) e feminino para cursos de graduação e pós (credenciamento federal). A idade média é maior do que na educação presencial. É quase desprezível o número de alunos com menos de 18 anos, enquanto o número de alunos com mais de 30 anos prevalece para 35,8% das instituições da amostra, ou para exatamente 50% das cem instituições que responderam a esta pergunta. Fica claro que um terço dos alunos a distância estão na faixa etária entre 30 e 34 anos, a indicada como a mais freqüente, por 22,9% da amostra, ou 32% das que responderam à pergunta. As regiões Sul e Sudeste apresentam faixas etárias mais velhas. Do total da amostra, 29% (ou 57,8% dos que responderam à questão) afirmaram que seus alunos têm renda entre 1 e 3 salários mínimos, contra apenas 21% com renda superio