Psicologia Clinica No Enfoque Psicanalítico

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Eleandra Gaitkoski Ira Liz S. Fraga Marta Brito Priscila Simioni PSICOLOGIA CLINICA NO ENFOQUE PSICANALÍTICO

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Psicologia Clinica

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Eleandra Gaitkoski

Ira Liz S. Fraga

Marta Brito

Priscila Simioni

PSICOLOGIA CLINICA NO ENFOQUE PSICANALÍTICO

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AUTISMO NO ENFOQUE PSICANALÍTICO

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• Freud (1937) sempre reconheceu a importância dos fatores constitucionais.

• Biológico como “rocha de base”

• Origem da perturbação psíquica, se dá aos fatores traumáticos, a ação dos mecanismos de defesa produz alterações no eu.

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• A criança não sobrevive no mundo sozinha, esta necessita de uma outra pessoa que garanta sua sobrevivência e a partir desta relação ela pode se constituir como um sujeito.

• Marinho e Filho (2006) o autismo provém de uma falha dos atos de reconhecimento recíproco entre a mãe e o bebê, essa falha pode dentre outros motivos vir pela depressão que intervém na capacidade materna para cuidar e envolver-se emocionalmente com o filho.

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• Mahler ( 1958) e Donald Meltzer (1975) as crianças autistas desenvolveram, quando bebês, uma formação solida de reações de evitação a fim de lidar com uma consciência traumática de separação física de suas mães.

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TRATAMENTO

• O processo terapêutico envolve a criança autista e os pais, uma vez que na psicanálise, o autismo é entendido em relação a falhas na função paterna e materna.

• reconhecimento da criança como sujeito, o analista tentará trazê-la para a realidade, retirando-a do seu mundo particular, fazendo com que ela faça parte, interaja e reconheça os outros.

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• O termo "esquizofrenia" foi criado em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugem Bleuler, significando mente dividida. Ao propor esse termo, Bleuler quis ressaltar a dissociação percebida pelo paciente entre si mesmo e a pessoa que ocupa seu corpo.

• A Esquizofrenia é uma doença da personalidade total que afeta toda estrutura vivencial. Segundo Kaplan, aproximadamente 1% da população é acometida pela doença, geralmente iniciada antes dos 25 anos e sem predileção por qualquer camada sociocultural.

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• O diagnóstico se baseia exclusivamente na história psiquiátrica e no exame do estado mental. É extremamente raro o aparecimento de esquizofrenia antes dos 10 ou depois dos 50 anos de idade e parece não haver nenhuma diferença na prevalência entre homens e mulheres.

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• Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam, em geral, por distorções do conteúdo pensamento (delírios), da percepção (alucinações) e por inadequação dos afetos.

• Usualmente o paciente com esquizofrenia mantém clara sua consciência e sua capacidade intelectual.

• A esquizofrenia traz ao paciente um prejuízo tão severo que é capaz de interferir amplamente na capacidade de atender às exigências da vida e da realidade.

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MODELOS DE REFLEXÃO SOBRE A DOENÇA MENTAL.

• Sociogênico, no qual a sociedade, complexa e exigente, é a responsável exclusiva pelo enlouquecimento humano.

• Organogênico: os elementos orgânicos da função cerebral seriam os responsáveis absolutos pela Doença Mental.

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• Psicogênico, onde a dinâmica psíquica é responsável pela doença e subestimam-se as disposições constitucionais.

• Organodinâmico, que compatibiliza todos três anteriores, onde participariam requisitos biológicos, motivos psicológicos e determinantes sociais. Na realidade esse modelo é mais conhecido como Bio-Psico-Social.

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ESQUIZOFRENIA E PSICANALISE: UM SETTING DIFERENCIADO NA CLÍNICA.

• Novas propostas de espaços terapêuticos estão surgindo após a Reforma Psiquiátrica no Brasil e a moradia terapêutica esta se destacando, no que se refere ao trabalho com pacientes psicóticos. A proposta do artigo é referente a um estagio em Psicologia clinica em um hospital-moradia onde a maioria dos pacientes acompanhados são esquizofrênicos.

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• O objetivo de atendimento de um paciente esquizofrênico é uma melhor organização psíquica e adaptação social do individuo que vai acontecer, neste caso, através da inserção dos acadêmicos de psicologia dentro do hospital-moradia para que haja uma melhor aproximação com os pacientes. Possibilitando ao acadêmico conhecer a instituição e a historia de vida de cada paciente, incluindo as psicopatologias, comorbidades associadas, sintomatologia e as medicações do paciente.

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• A psicóloga e psiquiatra do hospital indicam os pacientes que recebem atendimento psicoterápico e a partir desta indicação os acadêmicos iniciam um “processo de vinculo” onde é acompanhado a evolução do paciente.

• Conforme o paciente vai sentindo-se seguro para relatar suas dificuldades/problemas o acadêmico vai informando o paciente de como ira funcionar a psicoterapia.

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• Tendo uma aceitação por parte do paciente o acadêmico realizara uma entrevista inicial buscando o maior número de informações que o paciente conseguir relatar para avaliar de forma mais intensa o estado psíquico do paciente, considerando as funções do ego, mecanismo de defesa e juízo da realidade, para assim poder ser realizado o contrato terapêutico com as definições de dias, horários e local de atendimento.

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• O setting de atendimento é ajustado conforme a patologia do paciente, portanto, os atendimentos nem sempre ocorrem em ambientes fechados podendo ocorrer em ambientes ao “ar livre”. Outro ponto importante é que o atendimento pode variar de acordo com a “organização psíquica” do paciente, se esta estiver desorganizada ou se o paciente apresentar resistência, o atendimento é adiado para outra ocasião.

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• Nos encontros, este paciente terá a liberdade de mencionar o que lhe vier à mente, como: sentimentos, angústias, tristezas, alegrias, medos, dúvidas e etc. Cabe ao terapeuta escutar, conter esta angústia, dar significados, acompanhar.

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• O papel do terapeuta é fornecer suporte aos pacientes como um ego auxiliar, para que consigam pensar sobre suas questões e através disto, obter uma boa adesão ao tratamento, visando uma melhor organização psíquica, possibilitando evoluções em sua adequação social e resgate de redes de apoio.

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• O setting neste caso deverá fluir em harmonia com a técnica e a situação psíquica do paciente. Seria importante salientar que em alguns momentos, as respostas ao inicio do tratamento poderão ser negativas, pois há resistências em se iniciar uma psicoterapia.

• Neste caso, o paciente, poderá não optar pelo atendimento oferecido.

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DISCUSSÃO

• Observa-se nos pacientes, que se lembrar de certas situações que causam sofrimento, geram resistências. Bion (1994, p.80) menciona que uma das formas de resistência mais observadas nos pacientes Esquizofrênicos, seria o “ataque aos vínculos”, de amor, ódio e conhecimento, onde há uma tentativa inconsciente da parte psicótica da personalidade, de impedir que o psicanalista possa se vincular e ter acesso à intimidade de sua pessoa.

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• Outra forma de resistência utilizada seria a negação da realidade, pois o paciente em tratamento possui uma tendência a não aceitar sua dor, preferindo distorcer a realidade de forma que está, seja mais bem aceita e menos sofrida. O maior desafio, portanto é a quebra destas defesas, mas para que isto aconteça, é necessário que o paciente compreenda que o terapeuta é um “aliado” ao tratamento.

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• A escuta atenta e respeitosa do terapeuta, permite que o paciente se sinta encorajado a relatar seus sofrimentos e preocupações. A partir disto, seus relatos passam a ser mais espontâneos e o terapeuta vai identificando os momentos em que pode intervir na interpretação de conflitos. As principais ferramentas de que dispõe o terapeuta são: a informação, o esclarecimento e a interpretação. Há dois principais tipos de interpretação: a histórica e a atual... (ETCHGOYEN, 1989, p.237,238).

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• Outro aspecto a ser apontado, seria que na psicose e normalmente na esquizofrenia, o lugar do psicanalista será o de acolher a subjetividade do paciente, em sua tentativa de construção, mesmo que precária, e atendê-lo como um ouvinte zeloso e atendo, para que haja compreensão destes sentimentos, pois o Esquizofrênico possui uma comunicação diferenciada e muitas vezes repleta de símbolos. “A linguagem verbal utilizada pelo esquizofrênico ocorre de três maneiras: como forma de ação, como método de comunicação e como forma de pensamento” (BION, 1994, p.34).

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O DESAFIO DO SUICÍDIO: CONTRIBUIÇÃO E BASES PSICANALÍTICAS PARA AS ABORDAGENS DAS

DEPRESSÕES.

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• De acordo com Lowenkron (2007) o suicídio é um fenômeno complexo. O autor afirma que os transtornos depressivos se encontram entre os quadros clínicos que demandam investimento de pesquisa e tratamento devido ao risco de suicídio por parte daqueles que sofrem desse transtorno.

• O autor sobrepõe uma discussão, da qual para entender o estado da depressão, faz uma distinção entre o luto e a melancolia. Na melancolia os impulsos sádicos são normalmente voltados contra o self. Freud demarca que o sofrimento cujo paciente impõe a si mesmo sempre se adapta ao objeto perdido.

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DISCUSSÃO

• De acordo com Lowenkron (2007) as teorias psicanalíticas da depressão enfocam a agressividade voltada para o interior do indivíduo. Freud ( 1917) ao descrever a depressão em suas obras, aborda a depressão fazendo uma distinção entre luto e melancolia, essa terminologia corresponde ao que em outras categorias é denominado como depressão intensa.

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• As características clínicas da melancolia descritas por Freud ( 1969) são: depressão profunda, perda do interesse pelo mundo exterior, perda da capacidade de amar, inibição das atividades e diminuição do sentimento de auto-estima com auto-reprovação, auto-depreciação, acompanhado de uma alta expectativa delirante de punição.

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• Segundo Lowerkron (2007) a relação entre melancolia e luto parece justificada pelo quadro geral de ambas as condições, onde o luto é a reação a perda de uma pessoa amada, porém em algumas pessoas as mesmas influencias produzem melancolia em lugar do luto.

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• Em similaridade Verztman (1995) acresce afirmando que para o pai da psicanálise a melancolia é constituída da perda de um objeto amado, de natureza ideal, ou seja, não que o objeto tenha necessariamente morrido, mas tenha sido perdido enquanto objeto de amor, isso significa dizer que a melancolia refere-se a uma perda objetal extraída da consciência, onde o paciente esteja cônscio da perda que deu origem a sua melancolia, no que se refere ao fato de que sabe apenas que perdeu, porém não o que perdeu nesse objeto.

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• Leite (2008) acresce ainda que na melancolia observa-se que há uma perda do objeto, ao mesmo tempo em que há uma perda relativa do ego. O que ocorre em pacientes melancólicos é que uma parte da instancia psíquica se volta contra a outra, tomando como objeto e a julga criticamente.

• O causador crítico se separa do ego, proporcionando fundamentos para diferenciar-se do restante do ego. O descontentamento com o ego, por motivo de ordem moral, estabelece a característica mais marcante no quadro clínico da melancolia.

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TRATAMENTO DA DEPRESSÃO SOB O VIÉS DA PSICANÁLISE.

• Lowenkron (2007) orientado pelos achados de Freud, sustenta que no início do tratamento com pacientes depressivos é importante que o analista ou terapeuta realize a avaliação do quadro clínico dos mesmos, além do estabelecimento de uma aliança terapêutica.

• O analista deve escutar e buscar uma atitude empática sob o ponto de vista do paciente, buscando ainda compreender a razão de ele estar deprimido.

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• Lowenkron (2007) relata que a fase inicial do tratamento deve ser mais voltada ao apoio do que ao insight. O analista deve se pautar nas situações pessoais, ou ideais que foram ou estão ameaçadas de serem perdidas. É no decorrer do tratamento de escuta que se desenvolve um vínculo transferencial com o analista em questão. Depois que as informações necessárias forem acolhidas e a relação com o paciente estiver mais sólida, o terapeuta poderá então gradualmente direcionar o tratamento para o insight.

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• Outra questão ao qual o analista deve estar atento é o ganho secundário associado a depressão, pois segundo o autor indivíduos deprimidos também se gratificam com a sua doença, vivenciada como expressão velada de sádicos em direção a outrem ( LOWENKRON, 2007).

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CONCLUSÃO

• Com base nos artigos analisados concluímos que para um bom andamento na analise terapêutica se faz necessário que o analista desenvolva uma boa avalição do quadro clinico do paciente, que se estabeleça um vinculo terapêutico entre analista e paciente. Que o analista desenvolva a escuta e busque uma atitude empática sob o ponto de vista do paciente buscando compreender os problemas trazidos pelo mesmo.