Psicologia das redes sociais
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PLANO DE MARKETINGPsicologia das redes sociais
Prof. MSc Felipe Correa de Mello
2012
Módulo ISociabilidade, conhecimento e o olhar
Curso dividido em três módulos:
Módulo ISociabilidade, conhecimento e o olhar. Natureza humana em AristótelesRupturas?O olhar:-Importância do olhar nos sentidos;-Olhar nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e Pinterest. Módulo II“Ver e ser visto”: narcisismo nas redes sociaisO mito de NarcisoNarcisismo na psicanálise:- Desejo na falta;- Fusão narcísica e egocentrismo (Freud, Winnicott e Klein);- Lacan: o desejo dos outros;O olhar como definidor de identidades: o inferno são os outros (Sartre).
Módulo IIICompartilhar e dialogar: o impacto do Outro na constituição da identidadeA representação do “Eu” na vida cotidianaCompartilhar experiências: identidade na alteridadeTrocas simbólicas e reputação: o capital social
Psicologia das redes sociais
Módulo I: Sociabilidade, conhecimento e o olhar
Natureza humana em Aristóteles
Rupturas?
O olhar:
Importância do olhar nos sentidos;
Olhar nas redes sociais.
Para iluminar algumas dinâmicas próprias da psicologia nas redes
sociais, proponho partir de duas observações acerca da natureza
humana feitas pelo filósofo grego Aristóteles:
i. A primeira é de que o ser humano é essencialmente um
animal social;
ii. A segunda é a de que a vontade de conhecer é natural e
determinante na constituição dos seres humanos.
Aristóteles , o filosofo mais influente no pensamento Ocidental, definiu em sua obra
política que o humano é um animal naturalmente político (zóon poliktikon)
Ou seja, definiu que é da natureza humana buscar a vida em comunidade.
“É manifesto, a partir disso, que a Cidade faz parte das coisas naturais e que o homem é por natureza um animal político, e que aquele que está fora da Cidade [...] ou é um
ser degradado ou um ser sobre-humano.”(Aristóteles, Livro I da Política apud Chauí, 2010: 463)
Política= pólis= cidade= comunidade (comum)
Sociabilidade e a natureza humana
“O homem é um animal político porque é um ser carente e imperfeito
que necessita de coisas (para desejar) e de outros (para se reunir),
buscando a comunidade como lugar em que, com os seus semelhantes,
alcance a completude” (CHAUI, 2010: 464)
Se fosse sem carências, seria um deus e não
precisaria da vida comunitária;
Se fosse uma besta selvagem nem sentiria a falta
de outros.
Sociabilidade e a natureza humana
Linguagem: comunicar sentimentos de prazer e dor (como a maioria dos animais), mas também para exprimir em comum a percepção do bom e do mau, do útil e do nocivo, do justo e do injusto, ou seja, para exprimir em comum a percepção dos valores.
Na abertura da Metafísica, Aristóteles escreve:
Por natureza, todos os homens desejam conhecer;
Prova disso é o prazer causado pelas sensações, pois mesmo fora de toda utilidade, nos agradam por si mesmas e, acima de todas, as sensações visuais;
A vista é, de todos os nossos sentidos, aquele que nos faz adquirir mais conhecimentos e o que nos faz descobrir mais diferenças.
O desejo de conhecer
Rupturas?O ser humano sempre foi social. Desde o tempo das cavernas. A busca por
conhecimento, um móvel onipresente na história da humanidade.
E se não no mesmo nível de profundidade e abrangência, sempre existiram
redes sociais e compartilhamento de experiências.
Redes sociais e a era digital não implicam uma ruptura
com dinâmicas e comportamentos anteriores. O que
fazem é fornecer meios em que a dimensão social e
conhecedora (curiosa) dos seres humanos seja
potencializada e amplificada a níveis jamais
experimentados na história.
A aptidão da vista para o discernimento —é o que nos faz descobrir mais diferenças — a coloca como o primeiro sentido de que nos valemos para o conhecimento.
Como dizia o filósofo francês Merleau-Ponty, ver é ter à distância.
Importância do olhar nos sentidos
Olhar, conhecimentos e informações potencializados: redes sociais. Facebook: social, vida dos outros. Leitura e fotos Instangram: intuitivo, prazer visual Pinterest: expressão de si, curiosidade, decobertas.
“O olhar apalpa as coisas, repousa sobre elas, viaja no meio delas, mas delas não se apropria.
Resume e ultrapassa os outros sentidos porque os realiza naquilo que lhes é vedado pela finitude do corpo, a saída de si, sem precisar de mediação alguma, e a volta a si, sem sofrer qualquer alteração material”.
(Marilena Chaui, “Janela da alma, espelho do mundo”)
Redes sociais: socializar, olhar, descobrir.
Ver e ser visto;
Tão perto, tão longe;
Isolado (no computador),
socializando no Facebook.
Exposição da identidade por textos e imagens;
Saber o que acontece na vida dos amigos (e das pessoas em geral);
Compartilhar experiências.
Instagram: o poder da imagem
Modo intuitivo de compartilhamento de gostos, estilo de vida e
interesses via imagem;
Expressão de si a partir de coleções de imagens;
Possibilidade de socializar/dialogar com pessoas que não fazem
parte do círculo de amigos da “vida real”;
Descobrir e conhecer coisas novas.
Obrigado!
Professor Mestre Felipe Correa de [email protected]