Psicologia do Envelhecimento Anita Neri (org.) Professora Letícia Gonçalves.
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Psicologia do Envelhecimento
Anita Neri (org.)
Professora Letícia Gonçalves
Psicologia do Envelhecimento: uma área emergente – Anita Neri
Área que investiga alterações comportamentais que acompanham o gradual declínio na funcionalidade dos vários domínios do comportamento psicológico nos anos mais avançados da vida adulta.
Retirada do foco no declínio.
Noções sobre o envelhecimento até secúlo XIX
Espécie humana já foi perfeita, mas o pecado provocou sua ruína e morte;
Pessoas que conheciam o segredo da imortalidade;
Alguma fonte milagrosa que poderia restaurar rigor e juventude, prolongando a vida.
Psicologia do desenvolvimento, do envelhecimento e gerontologia
Embasamento na teoria de Darwin: comum as teorias do desenvolvimento;
Concepções divergentes: > estabilidade: os padrões de diferenças individuais mantêm-
se constantes ao longo do tempo; > mudança ordenada: o desenvolvimento se dá em termos de
padrões ordenados de mudança ao longo do tempo, independente de história e cultura, sendo universais.: Freud, Piaget;
> contextualista: indivíduo e ambiente interagem dinamicamente; > flexível ou dialética: desenvolvimento como produto da
interação entre eventos normativos e não normativos.
Desenvolvimento e envelhecimento segundo a perspectiva teórica de curso de vida
Envelhecimento: processos de transformação do organismo que ocorrem após maturação sexual: implicam a diminuição gradual da probabilidade de sobrevivência.
Curso de vida: maneiras como a sociedade atribui significados sociais e pessoais à passagem do tempo biográfico;
Teoria de curso de vida - Baltes
O desenvolvimento ontogenético estende-se por todo o curso de vida;
Nenhum período tem supremacia na regulação da natureza do desenvolvimento;
O desenvolvimento é multidirecional, pode apresentar crescimento em algum domínio e declínio em outro;
Desenvolvimento envolve equilíbrio constante entre ganhos e perdas;
Na infância preponderam ganhos, na velhice perdas;
Teoria de curso de vida - Baltes
Interação entre três sistemas de influência: > gradação por idade: processos de
maturação biológica e de socialização; > provenientes do contexto histórico; > eventos não-normativos.
Velhice bem sucedida
Depende do equilíbrio entre as limitações e as potencialidades dos indivíduos e como lidam com as perdas inevitáveis do envelhecimento;
Envolve um conjunto de elementos; Diferença entre velhice normal, ótima e
patológica;
Psicologia da sabedoria: origem e desenvolvimento – Paul Baltes e Jacqui Smith
Sabedoria como sistema altamente desenvolvido de conhecimento referentes a pragmática fundamental da vida:
Que envolve conhecimento e julgamento sobre o curso, variações, condições, conduta e significado da vida.
Sabedoria reflete extenso conhecimento e experiência de uma longa vida;
Mecânica e pragmática da inteligência;
Sabedoria – critérios
Amplo conhecimentos relativo a fatos; Amplo conhecimento relativo a procedimentos; Contextualismo quanto ao curso de vida; Relativismo; Incerteza: conhecimento sobre a imprevisibilidade
da vida; Domínio da pragmática fundamental da vida
engloba o conhecimento sobre assuntos importantes da vida, sua interpretação e manejo.
Sabedoria
Como um sistema de conhecimento especializado e não como atributo de algumas pessoas: “sábias”.
A dinâmica dependência-autonomia no curso de vida – Margret Baltes e Susan Silverberg
Dependência: estado em que a pessoa é incapaz de existir ou funcionar sem a ajuda de outra, como relação, apego, solidariedade;
Não há dicotomia entre os termos, sim relação dialética;
Dependência propiciada pela necessidade de segurança e autonomia pela busca de identidade e individuação;
Principais tarefas na velhice: orientadas ao próprio eu
Ajustamento à aposentadoria e à perda de papeis; aumento dos problemas de saúde e de incapacidades físicas; admissão da própria finitude;
Estereótipos do idoso: dificultam a independência; Necessidade de contato social deixa de ser
importante: seletividade, laços íntimos e afetivos. Importância de um ambiente acolhedor
(dependência) e estimulador (autonomia).
Dependências
Estruturada: não participação no processo produtivo;
Física: incapacidade funcional para realizar atividades diárias;
Comportamental: dependência do outro para o autocuidado;
Dependência também como apoio.
Motivação para contato social ao longo do curso de vida: uma teoria de seletividade socioemocional – Laura Carstensen
Defesa de que, com o passar da idade, a interação aconteça cada vez mais motivada pela regulação da emoção e menos pela possibilidade de obtenção de informação ou necessidade de afiliação.
Teoria de Seletividade Socioemocional (TSS)
Focaliza os mecanismos psicológicos moderando as mudança na velhice;
Interação social motivada por uma ampla variedade de metas;
Além de metas instrumentais, outras três: obtenção de informação, desenvolvimento e manutenção de autoconceito e regulação da emoção.
Baltes: velhice bem sucedida: seleção, otimização e compensação.
Alguns dados de pesquisas
O contato familiar parece se tornar mais importante na velhice;
Parece que casamentos tornam-se mais estáveis;
A maior parte dos amigos são velhos amigos;
Ainda assim, idosos passam a maior parte do tempo sozinhos.
Redução das interações sociais na velhice
Teoria do afastamento: enquanto mecanismo adaptativo de dissociação da sociedade e desta a pessoa, enquanto processo normativo; preparação simbólica para a morte;
Teoria da atividade: pressupões que idosos desejam manter contatos sociais, mas que são prejudicados pelas barreiras físicas e sociais;
Proposta: os laços sociais realmente diminuem com os anos, mas são muito importantes para o bem-estar psicológico, saúde e longevidade.
Definição de self
Autoconceito: eu, comigo.
Dinâmico;
Processos de diferenciação e integração.
Stress e coping na vida adulta e na velhice – Lucila Goldstein
Foco nas mudanças e em como as pessoas a enfrentam;
Eventos estressantes: menos tenções relacionais, aumento de aborrecimentos com saúde;
Características pessoais que influenciam a avaliação de eventos estressantes: padrões de envolvimento da pessoa e crenças sobre si mesma e o mundo.
Recursos para lidar com stress
Saúde e energia; Crenças positivas; Habilidades sociais e de resolução de
problemas; Recursos Materiais; Suporte social;
Uma teoria do controle no curso de vida – Jutta Heckhausen e Richard Schulz
Pressuposto de que as pessoas desejam produzir contigências e por isso exercem controle sobre o ambiente.
Controle primário: tentativas de alterar o ambiente de modo a satisfazer as necessidades e os desejos, adequação do ambiente a si;
Controle secundáro: tentativa de permitir-se ser controlado e de nadar a favor da corrente, adequação de si ao ambiente.
Auto-recriminação por eventos incontroláveis pode ser recorrente e prejudica a auto-estima e ações futuras.
Na velhice há aumento da persistência e tolerância com atraso de gratificações;
Importância de desenvolvimento de estratégias para lidar com o fracasso.
Controle funcional e disfuncional (impactam ou não na otimização do controle); verídico e ilusório (refletem ou não a realidade).
Resiliência e níveis de capacidade de reserva na velhice: perspectivas da teoria de curso de vida – Ursula Staudinger, Michael Marsiske e Paul Baltes
O desenvolvimento se caracteriza pela ocorrência de aumento (ganhos), diminuição (perdas) e manutenção (estabilidade).
Plasticidade: capacidade de reserva (recursos internos, como saúde física; recursos externos, como status econômico);
Resiliência: Manutenção do desenvolvimento normal, apesar de
presença de ameaças ou riscos; Recuperação após um trauma.
Modelo de otimização e aperfeiçoamento
Foco na identificação das condiçoes que conduzem ao crescimento, mesmo antes de alguma ameaça