PSICOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA A atmosfera O terapeuta A relação terapêutica Profª Alessandra...

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PSICOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA A atmosfera O terapeuta A relação terapêutica Profª Alessandra Oliveira Henriques Curso de Psicologia

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PSICOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA

A atmosferaO terapeutaA relação terapêutica

Profª Alessandra Oliveira HenriquesCurso de Psicologia

O Terapeuta

Formação profissional X personalidade Primazia das qualidades pessoais Reorientação da formação – desenvolvimento das

dimensões afetivas e morais, responsabilidade e criatividade pessoais e sociais

O exercício da psicoterapia requer um certo tipo de personalidade ou de qualidades pessoais?

Algumas qualidades ...

Firmeza Flexibilidade Moderação Originalidade Vontade Visão ampla Esquecimento de si mesmo

Atitudes do terapeuta

O cliente reage ao que presencia, apreende o que percebe e é suscetível ao que lhe é oferecido pelo terapeuta

Transferência – não é negada mas vista como produzida pelo terapeuta a partir de sua postura

Terapia tende a ser percebida como uma relação de superioridade-inferioridade

Atributos necessários

Capacidade empática Autenticidade Concepção positiva e liberal do homem Maturidade emocional Compreensão de si

CAPACIDADE EMPÁTICA

EMPATIA Termo criado pela psicologia clínica Capacidade de se imergir no mundo

subjetivo do outro e de participar da sua experiência, na extensão em que a comunicação verbal e não-verbal o permite.

Capacidade de se colocar no lugar do outro e de ver o mundo como ele o vê

I - CAPACIDADE EMPÁTICA

Captar e refletir sobre a significação pessoal das palavras do cliente e não só responder ao conteúdo intelectual

Abstração de seus próprios valores, sentimentos e necessidades

Abstenção de critérios realistas, objetivos e racionais na psicoterapia

EMPATIA

Sensibilidade alterocêntrica Suscetível ao desenvolvimento Reorganização pessoal, sistema de

valores, necessidades e interesses Manifesta-se em toda situação

social

Sensibilidade social

É receptivo às reações do outro Percebe os tons positivos e negativos das

relações Reconhece as nuances sutis que revelam

a qualidade das relações Reconhece as necessidades do outro, a

direção de seus interesses e a natureza de suas preocupações

Empatia X Simpatia

Empatia - subjetividade do outro, aspectos emocionais e cognitivos

Simpatia – campo mais reduzido – própria subjetividade

Na empatia, o terapeuta participa de uma maneira íntima da experiência do cliente, mas permanece emocionalmente independente

Intuição para o diagnóstico X Empatia

Opostas Capacidade de revelar, analisar e

formular as tendências e necessidade inconscientes

Observação e interpretação das manifestações conscientes da experiência

Fç diagnóstica – avaliação Fç essencialmente intelectual adquirida

por formação profissional

II - AUTENTICIDADE

Acordo interno entre a experiência e sua representação na consciência

Autenticidade ≠ sinceridade Apreensão autêntica de si = compreensão de si mesmo Evitar o “como se” Necessidade de experimentar os sentimentos que

manifesta (verbal e não-verbal) O terapeuta é sempre capaz de experimentar os

sentimentos desejados em relação a cada um de seus clientes?

Atitude de consideração positiva incondicional

Se for incapaz de desenvolver ou manter – deterioração da relação

Não só é ineficaz como prejudicial

O que fazer?... Elucidar o problema com o cliente; Discutir com um colega; Ou encaminhar o paciente a um colega

Autenticidade

Há uma diferença observável entre a expressão de sentimentos autenticamente positivos e sua imitação? E se o terapeuta é bom ator?

Constância do comportamento A autenticidade é mantida sem dificuldade

por longos períodos A imitação ou falseamento de sentimentos

pode não ser observável mas é reconhecida

III – CONCEPÇÃO POSITIVA E LIBERAL DO HOMEM

Modos de pensar e reagir enraizados na personalidade e se expressam no estilo de vida

Os profissionais são capazes de adquirir atitudes que, para muitos deles, estão diretamente opostas aos seus sentimentos e convicções?

Possibilidade de reorganização do sistema de valores e atitudes a partir de novas situações apresentadas e experiências vividas

“Conversão” – esforço de introspecção e reflexão crítica Desejo comprometido do terapeuta pode viabilizar a

assimilação de novos valores

IV – MATURIDADE EMOCIONAL

Implica equilíbrio emotivo-racional Participar da transformação de outra pessoa sem

moldar segundo sua própria imagem - fórmulas ou receitas

Capacidade e vontade autêntica de servir de caixa de ressonância e amplificador de esforços do cliente (não como guia, juiz ou modelo)

Capacidade de se prestar, enquanto pessoa, às necessidades do indivíduo em conflito

Maturidade Emocional

Capacidade de se comportar de maneira “asséptica”

Assepsia ou neutralidade no estabelecimento e na conservação de laços afetivos estreitos, porém subordinados a um fim maior

Evitar a retroalimentação emocional na relação terapêutica

Maturidade emocional

Necessidades do terapeuta – fontes de satisfação que dão sentido à sua vida, inclusive o trabalho

Saídas adequadas para as necessidades fundamentais

Efeito regulador sobre a economia psíquica

Satisfações X frustrações

Maturidade emocional

Situação terapêutica – 2 pessoas Cliente privado de satisfação emocional Terapeuta manifesta calor e compreensão

nunca antes encontrado pelo outro Acolhimento X fome afetiva Polarização aguda de sentimentos Maturidade previne esta situação para o

terapeuta, não estando este em estado de frustração

Maturidade emocional

Atitude de abandono e entrega do cliente X posse do terapeuta

Ilusão do terapeuta – “pedestal” Técnica subordinada às atitude e estrutura de

personalidade do terapeuta Não é o conhecimento nem a habilidade

profissional que tem mais valor, mas a integridade pessoal.

Pressupõe segurança interna Equilíbrio diante das inevitáveis oscilações do

cliente Desenvolvimento inesperado e angustiante

Maturidade emocional

“Desmoronamento” pessoal – família, profissão, estudos, alusão a suicídio, violência, hostilidade contra o terapeuta

Situações carregadas de emoção Manutenção da eficácia terapêutica e

bem-estar pessoal Escolha e exercício da profissão Concepção elevada do HM e das relações

humanas

V – COMPREENSÃO DE SI

DIPLOMA de Psicologia ≠ compreensão aprofundada de si mesmo

“O instrumento principal do terapeuta é a sua personalidade”

Conhecer o instrumento é primordial Instrumento utilizado sobre material humano:

vida, futuro e destino de outro Erros de percepção determinados por inclinações,

aversões, preconceitos, medos e desejos do terapeuta

Compreensão de si

Que tipo de conhecimento? Funcionamento ótimo da personalidade. Como

age, a cada momento, na situação imediata. Abertura constante à experiência O treinamento para alcançar uma apreensão

correta da experiência imediata é precisamente a operação crucial da psicoterapia

Quanto maior a experiência clínica e psicoterápica melhor é o terapeuta.

Referências Bibliográficas

ROGERS, C.; KINGET, M. O terapeuta. Cap IV. In: Psicoterapia e relações humanas: teoria e prática da terapia não-diretiva. 2. ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977. 288p. v1.