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-PLANO REGIONAL DE '" CAPACITACAO AMBIENTAL - SPRN

Brasilia-OF, 2006

PRESIDENTE DA REPUBLICA

Luiz Inacio Lula da Silva

MINISTRA DO MEIO AMBIENTE

Marina Silva

SECRET.A.ruO DE POLiTICAS PARA 0 DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL

Gilney Amorim Viana

DIRETOR DE GESTAO AMBIENTAL TERRITORIAL

Roberto Vizentin

SECRET.A.RIA DE COORDENA<;:Ao DAAMAZONIA

Muriel Saragoussi

COORDENADORA GERAL DO PROGRAMA PILOTO PARA A PROTE<;:Ao DAS

FLO REST AS TROPICAIS DO BRASIL

Nazare Lima Soares

_rW_._MM_I~ ___________________________________________________ ~_, __ ,_# ____ ~ ____________ W_._._' ..... __________ r ~

PLANO REGIONAL DE '" CAPACITAGAO AMBIENTAL - SPRN

Brasilia-OF. 2006

Esta publica<,:ao (Iivro e CD) foi produzida no ambito do Subprograma de Politica de Recursos Naturais - SPRN/MMA.

Secretaria T ecnica

Francisco Cavalcanti

Rain Forest Unit

Garo Batmanian

World Bank Institute

Cary Anne Cadman

Coordena<,:iio Institucional

Plano Regional de Capacitas:ao Ambiental - PRCA

Barbara Angelica Guimaraes

Leila Affonso Swerts

Mario Augusto de Campos Cardoso

World Bank Institute - WBI I Rain Forest Unit - RFU

Cary Anne Cadman

Equipe do PRCN

Adolfo Dalla Pria Pereira Alencar Pereira de Macedo Almira Claudia Marinho Lima Anny Julie Gomes Neves Barbara Angelica Guimaraes Francisco Carlos Guedes da Fonseca Leila do Vale Monteiro Marcus Antonio Martins de Oliveira

Cataloga<,:ao na Fonte

Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis

Coordena<,:ao T ecnica

Paulo Cesar Arns

Fotos do acervo

World Bank

Projeto Grafico e editoras:ao

Mauro Burlamacchi

Organizas:ao de textos

Karla Norye Yoshida

Leila Affonso Swerts

Paulo Cesar Arns

Simone Suhnel

Maria da Concei<,:ao Pereira de Alencar Marilu Milanez Alves Mario Augusto de Campos Cardoso Mauricio Pimenta Magalhaes Pericles Augusto Amador Sousa Rejane Seila da Silva Ronaldo Martins Alves Taiguara Raiol Alencar

P699 Plano Regional de Capacita<,:ao Ambiental - SPRN I MMA; Secretaria de Politicas para 0 Desenvolvimento Sustentavel. - Brasilia: MMA, 2006.

p.92

1. Desenvolvimento sustentavel. 2. Amazonia legal. 3. Capacita<,:ao ambiental. I. Ministerio do Meio Ambiente. II. Secretaria de Politicas para

o Desenvolvimento Sustentavel. III. Titulo.

Impresso no Brasil • Printed in Brazil

Ministerio do Meio Ambiente - MMA

Centro de Informa<,:ao e Documenta<,:ao Luiz Eduardo Magalhaes - CID Ambiental

Esplanada dos Ministerios - Bloco B - T erreo

CEP: 70068-900 - Brasilia-OF

Fone: 55 614009-1235

e-mail: [email protected]

'"'

CDU(2.ed.)502.33

• *

SUMARIO

RESUMO EXECUTIVO .................................................................................................................................................................................................. 7

SIGLAS ............................................................................................................................................................................................................................. 9

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................................................................................................... 11

LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................................................................................................... 13

APRESENTA<;:Ao .......................................................................................................................................................................................................... 15

PARTE I - CONTEXTUALIZA<;:Ao ............................................................................................................................................................................ 17

1. CENA E PRCA NO AMBITO DO SPRN ................................................................................................................................................................. 19

1.1.0 PROGRAMA PILOTO PARA PROTE<;:Ao DAS FLORESTAS TROPICAIS DO BRASIL ................................................................ 19

1.2.0 SUBPROGRAMA DE POLITICA DE RECURS OS NATURAlS - SPRN ........................................................................................... 19

1.3. A CAPACITA<;:Ao AMBIENTAL NO AMBITO SPRN ........................................................................................................................... 21

2. REFERENCIA CONCEITUAL E METODOLOGICA ............................................................................................................................................ 23

2.1. REFERENCIAS CONCEITUAIS .............................................................................................................................................................. 23

2.2. METODOLOGIA DE AVALIA<;:Ao ......................................................................................................................................................... 27

PARTE II - DIAGNOSTICO DAS NECESSIDADES DE APRIMORAMENTO DE CAPACIDADES - CENA ..................................................... 31

1. HISTORICO DAABORDAGEM CENA .................................................................................................................................................................. 33

1.1. APLICA<;:Ao DO CENA EM GHANA E TAJIKISTAo ........................................................................................................................... 35

2. A ABORDAGEM CENA NO SPRN .......................................................................................................................................................................... 39

2.1. PROCESSO E RESULTADOS DO CENA ................................................................................................................................................ 40 2.2. SfNTESE DOS RESULTADOS CENA E BASES DO PRCA .................................................................................................................... 46

3. AVALIA<;:Ao DO CENA NO SPRN .......................................................................................................................................................................... 51

3.1. CONSIDERA<;:OES METODOLOGICAS ............................................................................................................................................... 51

3.2. RESULTADOS E DISCussAo ................................................................................................................................................................. 52

3.2.1. AVALIA<;:Ao DO PROCESSO .................................................................................................................................................... 52

3.2.2. AVALIA<;:Ao DOS RESULTADOS ............................................................................................................................................. 53

3.3. SUGESTOES DE APERFEI<;:OAMENTO ................................................................................................................................................ 53

PARTE III - PLANO REGIONAL DE CAPACITA<;:Ao AMBIENTAL - PRCA ........................................................................................................ 55

1. COMPONENTES BAsICOS DO PRCA ................................................................................................................................................................... 57

1.1. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................................................... 57

1.2. JUSTIFICATIVAS ...................................................................................................................................................................................... 57

1.3. PRINCIPIOS .............................................................................................................................................................................................. 58

lA. MODELO DE GESTAo ........................................................................................................................................................................... 59

1.5. LINHAS DE A<;:Ao ................................................................................................................................................................................... 59

1.6. ESTRATEGIA OPERACIONAL ................................................................................................................................................................ 61

2. RESULTADOS -ATIVIDADES REALIZADAS ........................................................................................................................................................ 65

2.1. APRESENTA<;:Ao E DIscussAo DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ......................................................................................... 65

3. AVALIA<;:Ao DO PRCA ............................................................................................................................................................................................. 73

3.1. CONSIDERA<;:OES METODOLOGICAS ............................................................................................................................................... 73

3.2. RESULTADOS E DISCUssAo ................................................................................................................................................................. 73

3.2.1. CONCEITOS, ORIENTA<;:OES E PRINCfpIOS DO PRCA .................................................................................................... 74

3.2.2. ATIVIDADES DE CAPACITA<;:Ao ............................................................................................................................................ 77

3.2.3. GESTAO DO PLANO E PARCERIAS ........................................................................................................................................ 80

3.3. SfNTESE .................................................................................................................................................................................................... 81

3.4. SUGESTOES DE APERFEI<;:OAMENTO ................................................................................................................................................ 82

CONCLus6ES .............................................................................................................................................................................................................. 85

PROXIMOS PASSOS ..................................................................................................................................................................................................... 87

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................................................................................................................. 89

ANEXOS ......................................................................................................................................................................................................................... 91

o presente documento relata e avalia uma experiencia de articulac,:ao polftica para 0

fortalecimento de instituic,:6es estrategicas que atuam na defesa do meio ambiente na Amazonia,

ocorrida no ambito da consolidac,:ao do Subprograma de Polftica de Recursos Naturais - SPRN

(junho de 2003 a junho de 2006). Neste processo, diversas ac,:6es foram realizadas para concretizar

os esforc,:os dos dez anos de existencia do Subprograma, entre elas a elaborac,:ao e implementac,:ao do

Plano Regional de Capacitac,:ao Ambiental - PRCA.

A motivac,:ao inicial que levou 11 construc,:ao do PRCA foi a percepc,:ao da Secretaria Tecnica

do Subprograma de Polftica de Recursos Naturais (SPRN) e da Unidade de Floresta Tropical (RFU)

de que havia urn vacuo entre os Pianos Estaduais de Capacitac,:ao Ambiental (PECA) e urn conjunto

de demandas regionais de capacitac,:ao que se evidenciaram com 0 encerramento do Programa de

Capacitac,:ao Ambiental (PCA). Isto levou a RFU, como gestora do Fundo Fiduciario, a apresentar

o Instituto Banco Mundial (WBI) - para que, juntamente com a Secretaria Tecnica do SPRN,

executassem ac,:6es de apoio 11 capacitac,:ao Regional para os nove Estados da Amazonia Legal.

o Plano foi resultado de uma serie de negociac,:6es ocorridas durante as miss6es de supervisao

do Subprograma, iniciadas em abril e £lnalizadas em dezembro de 2003. Entre os acordos £lcou

estabelecido que: a) para publico prioritario os 6rgaos Estaduais de Meio Ambiente (OEMA) e os

Ministerios Publico Estaduais (MPE); b) a metodologia para a elaborac,:ao do PRCA seria a adoc,:ao da

abordagem de Diagn6stico de Necessidades de Aprimoramento de Capacidades (CENA). 0 arranjo

institucional foi formado por uma coordenac,:ao tripartite, composta pela ST/SPRN, WBI e RFU,

responsivel pela elaborac,:ao e implementac,:ao do Plano, tendo 0 WBI e ST/SPRN como executores.

o CENA foi desenvolvido entre os meses de dezembro de 2003 a setembro de 2004,

percorrendo cinco passos: ac,:6es preparat6rias, consultas bilaterais com parceiros estrategicos,

consultas bilaterais com bene£lciarios priorirarios, consulta multilateral e apresentac,:ao, discussao e

confirmac,:ao na missao de supervisao do SPRN em setembro de 2004.

As bases do PRCA foram definidas na consulta multilateral realizada na oficina de Salvaterra,

na Ilha de Maraj6 em julho de 2004. Este evento trabalhou sobre as informac,:6es sistematizadas

nas fases anteriores, principalmente sobre as demandas apontadas pelos bene£lciarios nos encontros

bilaterais. Esta o£lcina identi£lcou 0 pilar de "infra-estrutura" e 0 pilar "tematico", sobre os quais

poderiam ser organizadas as demandas de aprimoramento institucional. No entanto, considerando

as vantagens competitivas e a experiencia acumulada pelo Instituto Banco Mundial, mais voltadas

aos processos de aprimoramento de capacidades, optou-se por estruturar 0 PRCA somente sobre

o pilar tematico. Neste pilar foram identificadas e selecionadas seis "linhas tematicas": Gestao de

Conflitos; Valorizac,:ao da Floresta; Direito Ambiental; Planejamento Estrategico Participativo;

Estrategias e Mecanismos de Comunicac,:ao e Informac,:ao (Sistema de Informac,:6es Integradas - SII,

incluindo Controle Social e Licenciamento em Propriedades Rurais) e Gestao Ambiental Municipal

(privilegiando-se a parceria com 0 FNMA).

A implementac,:ao do Plano buscou garantir urn processo de aprendizagem adequado, para

isso utilizou as modalidades de capacitac,:ao presencial e a dis tan cia. Foram realizados nove eventos

7

presenciais, num total de 656 horas, com 822 participantes, utilizando formatos de seminarios,

oficinas e cursos, com objetivo de aprofundamento dos temas, aprimoramento clos processos e

praticas. Nos eventos a distancia foram utilizados formatos de reuni6es virtuais, seminarios por

videoconferencia e discuss6es online e urn curso a disdlncia. Realizaram-se 7 videoconferencias,

que totalizam cerca de 28 horas, com aproximadamente 700 participantes. 0 curso a distancia foi

realizado no programa de p6s-graduac,:ao em Direito Ambiental da UFPA com 515 alunos e durac,:ao

de 180 horas. Realizaram-se reuni6es virtuais com 0 objetivo de organizar as atividades programadas

e de garantir uma coordenac,:ao mais participativa do processo de capacitac,:ao. Ao todo 0 PRCA

capacitou 2037 pessoas em 864 horas de capacitac,:ao ao longo de dois anos.

A avaliac,:ao destes dois instrumentos, CENA e PRCA demonstraram alguns limites, mas

tambem a extrema pertinencia das ac,:6es, bern como, este curto espac,:o de tempo apontou resultados

visiveis, mesmo considerando que para medir os impactos em programas desta natureza, focados em

mudanc,:as comportamentais, sao necessarios mais que dois anos de trabalho.

o CENA demonstrou-se uma abordagem bastante afinada com os conceitos mais recentes

no campo do aprimoramento de capacidades ou capacitac,:ao. Sua utilizac,:ao alcanc,:ou os prop6sitos

para 0 qual foi utilizada, qual seja, de construir as bases para uma ac,:ao regional de capacitac,:ao

ambiental na Amazonia Legal. Sua utilizac,:ao foi bastante coerente com os principio:> que a guiam,

a ponto de alcanc,:ar como resultado algo que poucas experiencias logram alcanc,:ar: internalizar nos

atores concretamente envolvidos os objetivos e diretrizes das ac,:6es que deveriam ser desenvolvidas na

capacitac,:ao institucional junto as OEMA e MPE.

A implementac,:ao do PRCA, por sua vez, demonstrou bastante eficiencia no que se refere a

melhoria das relac,:6es entre os OEMA e MPE, a ampliac,:ao da comunicac,:ao e 0 Ruxo de informac,:6es,

tendo experiencias em diversos Estados de ac,:6es conjuntas, bern como, de apoio mutuo e lideranc,:a

destas instituic,:6es em ac,:6es interinstitucionais. Em que pese, diferenc,:as no alcance da capacitac,:ao

entre as diferentes linhas de ac,:ao, todas conseguiram sensibilizar as instituic,:6es e apontar rumos

para a tematica nos Estados. As linhas Valorizac,:ao da Floresta, Direito Ambiental e Comunicac,:ao e

Informac,:ao, alcanc,:aram urn esragio de maior instrumentalizac,:ao e apropriac,:ao no uso dos conceitos,

tecnicas e instrumentos dentro das instituic,:6es quando comparadas as demais linhas tematicas.

A percepc;ao geral da avaliac;ao e que tanto 0 CENA quanto 0 PRCA definiram uma

metodologia para diagnosticar as necessidades de capacita<;:ao institucional, bern como, uma

agenda para a "capacitac,:ao regional" junto as instituic,:6es concretamente envolvidas. Assim, para os

participantes:

term ina 0 SPRN e a afiio de diversos parceiros, mas a agenda da capacitafiio continua

vdlida, sendo necessdrio a construfiio de um novo arranjo institucional capaz de atualizar e dar

continuidade a capacitafao institucional para que a Gestao Ambiental possa se afirmar cada

vez mais. Da mesma forma, as aprendizagens possibilitadas pelo CENA e 0 PRCA, servem de

refirencia, tanto para serem desenvolvidos processos similares nos Estados, como podem servir

de reftrencias para afiJes na escala nacional e internacional principalmente no que se refire a problemdtica am bien tal da Amazonia Internacional .,. "(fola de um participante num evento de

avaliafao do CENAIPRCAj

8 .. a 11l1li1 ~

SIGLAS

BIRD - Banco Interamericano para Reconstrw;:ao e Desenvolvimento

CEC - Comissao da Comunidade Europeia

CENA - Capacity Enhancement Needs Assessment (Diagnostico das Necessidades deAprimoramento

de Capacidades)

COEMA - Conselho Estadual de Meio Ambiente

DfID - Department for International Development

FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente

FOFA - Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Amea~as

GDLN - Global Development Learning Network (Rede Global de Aprendizagem para 0

Desenvolvimento )

GT - Grupo de Trabalho

GTTP - Grupo Tecnico de Trabalho Permanente

GTZ - Deutsche Gesellschaft fur Technische Zusammenarbeit

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica

IES - Institui~6es de Ensino Superior

nEB - Instituto Internacional de Educac,:ao no Brasil

IMAZON - Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazonia

INCRA - Instituto Nacional de Coloniza~ao e Reforma Agraria

ISA - Instituto Socio Ambiental

KfW - Kreditanstalt fur Wiederaufbau

NAEA - Nuc!eo de Altos Estudos Amazonicos da Universidade Federal do Para

MMA - Ministerio do Meio Ambiente

MPE - Ministerio Publico Estadual

OEMA - 6rgao Estadual de Meio Ambiente

ONG - Organiza~ao-Nao-Governamental

PCA - Program a de Capacita~ao Ambiental

PEA - Plano Estadual Ambiental

PECA - Plano Estadual de Capacita~ao Ambiental

PEP - Planejamento Estrategico Participativo

PGAI - Plano de Gestao Ambiental Integrada

PP - Programa Piloto para Protec,:ao das Florestas Tropicais do Brasil

PPG7 - Programa Piloto para Protec,:ao das Florestas Tropicais do Brasil

RFU - Rain Forest Unit (Unidade de Floresta Tropical)

PRCA - Plano Regional de Capacitac,:ao Ambiental

SDS - Secretaria de Polfticas para 0 Desenvolvimento Sustentavel

SEBRAE - Servi~o Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas

sn - Sistema Integrado de Informac,:ao

SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente

SLAPR - Sistema de Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais

SPRN - Subprograma de Politica de Recursos Naturais

ST - Secretaria T ecnica do SPRN

UFPA - Universidade Federal do Para

ZEE - Zoneamento Ecologico-Economico

WEI - World Bank Institute (Instituto Banco Mundial)

9

Figura 1. Fluxograma do desenvolvimento de capacidades: nfveis, atividades, resultados e metas

Figura 2. Fluxograma com os nfveis de impacto da capacitac;:ao

Figura 3. Arranjo organizacional de implementac;:ao do PRCA

Figura 4. Grafico comparativo da avaliac;:ao da atividade: Gestao de Conflitos com a media das

atividades de capacitac;:ao do WBI no ana fiscal de 2005

Figura 5. Gdfico comparativo da avaliac;:ao da atividade: Conferencia de Valorizac;:ao da Floresta com

a media das atividades de capacitac;:ao do WBI no ano fiscal de 2005

Figura 6. Gdfico comparativo da avaliac;:ao da atividade: Oficina - Instrumentos de Gestao com a

media das atividades de capacitac;:ao do WBI no ana fiscal de 2005

Figura 7. Gdfico comparativo da avaliac;:ao da atividade: Oficina - Pagamento para BSA com a

media das atividades de capacitac;:ao do WBI no ana fiscal de 2005

Figura 8. Grafico comparativo da avaliac;:ao da atividade: Curso - Manejo Florestal com a media das

atividades de capacitac;:ao do WBI no ana fiscal de 2005

Figura 9. Gdfico comparativo da avaliac;:ao da atividade: Oficina - SLAPR com a media das atividades

de capacitac;:ao do WBI no ana fiscal de 2005

Figura 10. Gdfico comparativo da avaliac;:ao da atividade: Oficina de radiofusao para coordenadores

com a media das atividades de capacitac;:ao do WBI no ana fiscal de 2005

Figura 11. Resultado comparativo da media da avaliac;:ao dos eventos do PRCA com a media das

atividades de capacitac;:ao do WBI no ana fiscal de 2005

1 1

hi""'" ,11 "

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Matriz FOFA (Minis{(~rio Publico)

Tabela 2. Matriz FOFA (OEMA)

Tabela 3. Exemplo de matriz de Plano de Ac;:io para Aprimoramento de Capacidade

Tabela 4. Exemplo de matriz FOFA

13

,...,

APRESENTA~AO

I 0 RFU e uma unidade do Banco Mundial que atua em projeros que ten ham como missao a Prote~ao e 0

Desenvolvimento Sustentivel das Florestas Tropicais, oferecendo apoio para que alcancem as Metas do Desenvolvimento do Milenio.

2 0 WBI e uma unidade do Banco Mundial que tern como prop6sito oferecer oportunidades capacita~ao

institucional e a forma~ao para tomadores de decisao de organismos governamentais e da sociedade civil, combinando aprendizagem presencial e a disrancia, de forma a contribuir com 0 desenvolvimento sustentivel e com a redu~ao da pobreza.

'CENA: Capacity Enhancement Needs Assessment (Diagn6stico das Necessidades de Aprimoramento de Capacidades)

Em junho de 2006 encerraram-se as a<;:oes do PRCA desenvolvidas junto aos OEMA e

MPE nos nove Estados da Amazonia Legal. Ao final deste perfodo, a ST-SPRN, RFU1 e WBF buscaram sistematizar os trabalhos desenvolvidos ao longo de dois anos. Os resultados deste esfor<;:o

sao apresentados neste relat6rio, contendo a caracteriza<;:ao do CENN e do PRCA, as atividades

realizadas e a avalia<;:ao do PRCA. Os resultados sao tambem apresentados no Formato de urn CD,

que alem de conter este relat6rio, reune urn conjunto significativo de informa<;:oes sobre cada evento

de capacita<;:ao realizado (programa<;:ao, apresenta<;:oes, textos de subsidio, relat6rios), as grava<;:oes das

sete videoconferencias sobre os temas do PRCA e textos escritos sobre 0 tema em questao.

o Plano Regional de Capacita<;:ao Ambiental e resultado de do is esfor<;:os complementares: de

urn lado, urn intenso processo de dialogos interinstitucionais, que viabilizou as condi<;:oes politicas de

sua elabora<;:ao e de outro lado, urn esfor<;:o metodol6gico, at raves da abordagem CENA - Diagn6stico

das Necessidades de Aprimoramento de Capacidades. Assim, por seu carater inovador, tanto 0 Plano

quanto a metodologia que the cia a estrutura basica, foram testados como ferramentas de apoio a gesrao ambiental na Amazonia.

As bases do PRCA contendo os prindpios pedag6gicos, linhas de a<;:ao, instrumentos e

atividades, foram acordadas na Oficina de Salvaterra na Ilha de Maraj6 em junho de 2004 e ratificadas

pela Missao de Supervisao do SPRN em setembro de 2004. A medida que as atividades foram sendo

implementadas, ocorreu urn processo de refinamento, com a incorpora<;:ao de urn novo conjunto

de a<;:oes. Desta forma, 0 conjunto de a<;:oes tornou-se instrumento dinamico e flexivel, capaz de

responder ao desafio do processo de consolida<;:ao do SPRN. 0 PRCA e expressao da vontade do

SPRN e de seus gestores de dar continuidade a implementa<;:ao de a<;:oes de capacita<;:ao voltadas aos

interesses sociais, economicos e ambientais na Amazonia Legal, resgatando e valorizando os processos

de capacita<;:ao continuada, desenvolvidos anteriormente.

Este documento vai alem de urn simples relat6rio, 0 qual alem de apresentar 0 CENA e 0

PRCA do ponto de vista de seus fundamentos, as estrategias de a<;i'io e os resultados alcan<;ados,

tam bern apresenta elementos de avalia<;:ao do desempenho destes instrumentos. A avalia<;:ao foi

realizada dentro de urn espirito colaborativo entre os que participaram de to do 0 processo CENA e

PRCA, sendo que as analises e reflex6es sobre 0 desempenho desses instrumentos buscam subsidiar

seu aprimoramento, para que possam apoiar futuras a<;:6es no campo do fortalecimento de capacidades

institucionais.

o documento esti estruturado em tres partes: a primeira busca contextualizar 0 CENA e 0

PRCA. Inicialmente se caracterizam estes instrumentos no ambito do SPRN, para depois discutir

os principais conceitos utilizados na capacita<;:ao e final mente faz-se uma discussao do referencial

metodol6gico utilizado para elabora<;:ao do relat6rio e da avalia<;ao. A segunda e terce ira partes

correspondem, respectivamente, a caracteriza<;ao, apresenta<;ao dos resultados e elementos de

avalia<;:ao da abordagem CENA e do PRCA. 0 relat6rio finaliza com algumas conclusoes gerais sobre

o processo de implementa<;ao do CENA e do PRCA.

15

PD'" T1

Parte I Contextualizac;ao

, e MM ¢ ;

1.

4 Neste documenta, convencionaremos chamar 0

Program a Piloto para a Prote<;<lo das Florestas Tropicais do Brasil somente por Program a Piloto.

5 http://www.mma.gov.br/ppg7/

G Idem

7 A linha de a<;ao Fortalecimento Institucional tern como defini<;ao: "capacitar institui<;6es public as para formular e implementar politicas ambientais mais efetivas, sob uma 6tica de gestao compartilhada entre a Uniao, os estados e os municipios, em coopera<;ao com organiza<;6es da sociedade civil e com 0 setor privado".

8 Proposta de Prorroga<;ao do SPRN. Brasilia, maio de 2003 (Paragrafos 14 e 15).

9 Manual Operacional SPRN. Brasilia-OF, Junho de 2002.

10 A Secretaria de Politic as para 0 Oesenvolvimento Sustentavel e parte integrante da estrutura do MMA. E responsavel pela proposi<;ao de politicas, normas e estrategias, e pela implementa<;ao de estudos que visem a melhoria da rela<;<lo entre 0 setor produtivo e 0 meio ambiente.

1.1. 0 PROGRAMA PILOTO PARA PROTE~AO DAS FLORESTAS TROPICAIS DO BRASIL

o Programa Piloto4 foi elaborado pelo governo brasileiro e aprovado em dezembro de 1991,

em Genebra pelo Grupo dos Sete Paises industrializados (G-7) e pela Comissao Europeia. Em 1992,

durante a Conferencia das Nac;:6es Unidas para 0 Meio Ambiente e 0 Desenvolvimento, a Rio-92, 0

programa foi oficialmente lanc;:ado no BrasiP.

Este programa e uma iniciativa do governo e da sociedade brasileira, em parcena com a

comunidade internacional, que tern como finalidade 0 desenvolvimento de estrategias inovadoras

para a protec;:ao e 0 uso sustentavel da Floresta Amazonica e da Mata Atlantica, associadas a melhoria na qualidade de vida das popula<;:6es locais. Em seu desenho original, foi definido como

objetivo geral do Programa Piloto "maximizar os beneficios ambientais das florestas tropicais, de

forma consistente com as metas de desenvolvimento do Brasil, por meio da implanta<;:ao de uma

metodologia de desenvolvimento sustentavel que contribuira com a reduc;:ao continua do indice de

desmatamento"6.

o Ministerio do Meio Ambiente (MMA) e 0 responsavel pela coordena<;:ao geral Programa

Piloto, implementado por meio de parcerias em diferentes niveis, envolvendo 6rgaos Governamentais

Federais, Estaduais e Municipais, Movimentos Sociais, Organizac;:6es Ambientais e Setor Privado.

Atualmente, 0 Programa Piloto e composto por 14 Subprogramas e multiplos projetos agrupados

em cinco linhas de atua<;:ao: Experimentac;:ao e Demonstra<;:ao; Conservac;:ao de Areas Protegidas;

Fortalecimento Institucional; Apoio a Pesquisa; e Li<;:6es e Disseminac;:ao.

1.2. o NATURAlS

SUBPROGRAMA SPRN

DE POLfTICA DE RECURSOS

o SPRN integra a linha de a<;:ao: Fortalecimento InstitucionaF do Programa Piloto. Foi

formalmente iniciado em abril de 1993, centrado no Fortalecimento Institucional dos 6rgaos

Estaduais de Meio Ambiente - OEMA8• 0 objetivo principal do Subprograma e "promover 0 uso

sustentavel dos recursos naturais e contribuir para a defini<;:ao e implementa<;:ao de urn adequado

modelo de gestao ambiental integrada para a Amazonia Legal, incluindo atividades inovadoras

realizadas em parcerias nos nove Estados da regiao"9. Para sua implementa<;:ao, conta com apoio

da Coopera<;:ao Financeira Alema (KfW), do Fundo Fiduciario das Florestas Tropicais (RFT) e da

Comissao Europeia (CEC).

Nos ultimos anos 0 Subprograma esta sob a coordenac;:ao geral da Secretaria de Politicas

para 0 Desenvolvimento Sustentavel (SDS)!O, do Ministerio do Meio Ambiente e tern sua execu<;:ao

descentralizada por meio da implementac;:ao de projetos executados nos nove Estados da Amazonia

Legal, denominados de Projetos de Gestao Ambiental Integrada (PGAI).

19

o SPRN possui na sua estrutura administrativa uma Secretaria Tecnica em Brasilia,

responsave! pe!a coordenac;:ao e assessoria geral aos PGAI, coordenados nos Estados por urn Grupo

de Trabalho (GT), cujo coordenador geral e urn representante do OEMA. Nos Estados, os convenios

foram ce!ebrados com todos os OEMA e no ultimo ana com quase todos os Ministerios Publicos

Estaduais.

Os PGAl atuam sobre os problemas ambientais prioritarios definidos no Plano Estadual

Ambiental (PEA), que contem a estrategia ambiental de cada Estado. Sao aprovados pe!o Conse!ho

Estadual de Meio Ambiente (COEMA) e tern como componentes basicos 0 Zoneamento Ecol6gico­

Economico (ZEE), monitoramento, controle ambiental, os PIanos Estaduais de Capacitac;:ao

Ambiental (PECA) e outros instrumentos de gestao ambiental de carater inovador. A execuc;:ao dos

PGAl busca reforc;:ar a capacidade dos OEMA de realizarem ac;:6es de gestao ambiental de forma

compartilhada com outros 6rgaos, sejam e!es estaduais, federais ou municipais. Os PGAl preocupam­

se em garantir a participac;:ao ativa da sociedade civil organizada na sua construc;:ao e implementac;:ao,

atraves da promoc;:ao e adoc;:ao de metodologias participativas nos diversos aspectos de gestao dos

mesmos.

Os PECA por sua vez apresentam as demandas de capacitac;:ao de forma organizada e com

foco na mudanc;:a de atitudes, comportamentos e praticas de pessoas, organizac;:6es e instituic;:6es, bern

como na gerac;:ao e difusao de conhecimentos que contribuam com a gestao ambiental nos Estados.

Ap6s oito anos de implementac;:ao, 0 Subprograma iniciou em julho de 2003 sua fase de

prorrogac;:ao e consolidac;:ao, que se estendeu ate junho de 2006. Este periodo caracterizou-se pe!o

esforc;:o de concretizac;:ao das iniciativas implementadas no ambito do Subprograma e de superac;:ao

das fragilidades e lacunas detectadas. Para este periodo foram propostas quatro diretrizes detalhadas

em Linhas de Ac;:ao. Sao e!as:

DlRETRIZ 1 - lmplementac;:ao de iniciativas inovadoras de controle e monitoramento de

desmatamento e queimadas associadas ao desenvolvimento de ac;:6es voltadas para a valorizac;:ao

da floresta. Tern como Linhas de Ac;:ao (1.1.) "Operacionalizar 0 controle dos desmatamentos

e queimadas"; (1.2.) "Produzir, organizar e disponibilizar dados e informaC;:6es", e (1.3.)

''Articular politicas publicas para a valorizac;:ao economica da Floresta";

DlRETRIZ 2 - Apoio a implementac;:ao de instrumentos de ordenamento territorial. As

Linhas de Ac;:ao definidas foram: (2.1.) "Facilitar 0 processo de implementac;:ao do Zoneamento

Ecol6gico-Economico (ZEE),,; e (2.2.) "Subsidiar a Gestao Ambiental dos assentamentos de

reforma agraria";

DlRETRIZ 3 - Fortalecimento da descentralizac;:ao da Gestao Ambiental. A Linha de Ac;:ao

prevista e: (3.1.) "Consolidar 0 processo de descentralizac;:ao em nive! estadual";

DlRETRIZ 4 - Consolidac;:ao do processo de capacitac;:ao com vistas a implementac;:ao de

politicas publicas que incentivem 0 desenvolvimento sustentavel. Duas Linhas de Ac;:ao foram

definidas: (4.1.) "Potencializar a capacidade tecnica para execuc;:ao da Politica Ambiental"

e (4.2.) "Ampliar a capacidade tecnica das organizaC;:6es da sociedade civil com vistas ao

desenvolvimento sustentave!".

20

II Na escala local evidenciou-se 0 envolvimento ativo dos atores locais, como Prefeituras, ONG, Associa~6es Produtivas, Comunid.rias, etc. Se a rela<;ao muitas vezes e confliruosa, hi que se valorizar urn novo patamar de equilibrio de for~as proporcionado pela entrada de novas atores em cena.

1.3. A CAPACITA~AO AMBIENTAL NO AMBITO SPRN

Em todos os Estados da Amazonia Legal foram desenvolvidos Programas e Ac;:6es relativos a

capacitac;:ao ambiental. Cooperac;:6es internacionais foram desenvolvidas no ambito do SPRN, dentro

das diretrizes e estrategias estaduais, transversais a implementac;:ao dos Projetos de Gestao Ambiental

Integrada - PGAI . A Agencia de Cooperac;:ao T ecnica Alema (Deutsche Gesellschaft fUr Technische

Zusammenarbeit, GTZ) atuou nos Estados do Acre, Amazonas, Para e Rondonia, apoiando

treinamentos em elaborac;:ao de Projetos; Planejamento Participativo; e Avaliac;:ao e Monitoramento

de Programas e Projetos. 0 Departamento para 0 Desenvolvimento Internacional (Department

for International Development, DflD) atuou nos Estados de Roraima, Amapi, Tocantins, Mato

Grosso e Maranhao apoiando a implementac;:ao do Program a de Capacitac;:ao Ambiental (PCA).

Este programa foi executado entre os anos de 1999 e 2003, apoiado tecnica e financeiramente

pelo organismo DflD, coordenado pela Secretaria de Coordenac;:ao da Amazonia - SCAIMMA e

gerenciado nos Estados pelos OEMA.

o PCA foi ao encontro das carencias dos Estados, priorizando suas intervenc;:6es no

fortalecimento institucional e no aprimoramento das capacidades dos OEMA para desenvolverem

suas ac;:6es, focando principalmente a melhoria da infra-estrutura e das tecnologias e conhecimentos

necessirios para a gestao ambiental. Da mesma forma, apoiou as organizac;:6es da sociedade civil,

disponibilizando informac;:6es voltadas para a gestao ambiental servindo de elemento catalisador das

diferentes iniciativas destes organismos, permitindo urn aprimoramento constante das metodologias

e praticas, que trouxeram a sociedade civil para 0 centro do processo de gestao ambiental nas escalas

local e estadual.

A atuac;:ao destes dois organismos de cooperac;:ao internacional colaborou para aprimorar as

relac;:6es entre as organizac;:6es da sociedade civil e as instituic;:6es governamentais e em que pese 0

longo caminho ainda a ser trilhado, tornaram os foruns de discussao e de tomada de decisao sobre

as politicas ambientais, espac;:os mais representativos e democraticos ll, alem de urn ambiente mais

favorive! para implementac;:ao das ac;:6es do PGAL

Para evitar descontinuidade com 0 encerramento do PCA e ampliar aportes de capacitac;:ao,

a RFU, responsive! pelo gerenciamento do Fundo Fiduciirio do Programa Piloto, convidou 0 WBI

para estabelecer uma parceria com 0 SPRN, com 0 objetivo de auxiliar na capacitac;:ao institucional na

fase de consolidac;:ao do Subprograma. A parceria entre 0 SPRN, WBI e 0 RFU torna-se posSIVel pelo

conhecimento (expertise) apresentado por estas instituic;:6es no campo da capacitac;:ao, respondendo

as necessidades de aprimoramento de capacidades.

Foi no ambito desta parceria e com referencia na abordagem CENA que foi concebido e

implementado 0 PRCA, tendo a macrorregiao da Amazonia Legal Brasileira como escala de atuac;:ao.

o Plano Regional definiu urn papel proprio, diferenciando-se dos programas de capacitac;:ao

ambiental anteriores, ao estabelecer uma relac;:ao diferenciada com os PGAI e PECA, na medida que

nao buscou apoii-los na sua implementac;:ao, mas complementi-los e trazer para a escala regional

debates, discuss6es e atividades de capacitac;:ao em temas e uso de instrumentos que eram demandados

em todos os Estados.

21

lI/LR A P llil, ~llIIi,

2. REFERENCIA CONCEITUAL E METODOLOGICA

12 0 sumario executivo pode ser encontrado no endereyo: http://www.capacity. undp.org/index.cfm? module ~ Librar y&page= Document&DocumentID ~3890

Considerando que este relatorio busca apresentar 0 processo e os resultados alcanc;:ados com a

implementac;:ao da abordagem CENA no PRCA e tambem de tecer considerac;:6es acerca de impactos

produzidos por estes instrumentos, optou-se por apresentar, neste momenta de contextualizac;:ao,

algumas referencias conceituais do tema da capacitac;:ao e algumas considerac;:6es sobre a metodologia

utilizada para a elaborac;:ao deste documento.

A capacitac;:ao no ambito do SPRN esteve sempre embasada nos avanc;:os conceituais e

metodologicos produzidos no Brasil e em outras partes do mundo, estes ultimos trazidos pelos orgaos

cooperantes como GTZ e DFiD. A parceria que se estabeleceu entre SPRN e WBI nao foi diferente:

partiu de um dialogo entre a base conceitual ja estabelecida e novos elementos trazidos pelo novo

cooperante. Neste sentido, foi considerado importante incorporar neste relatorio uma discussao

acerca dos conceitos que dao sustentac;:ao ao CENA e ao PRCA, vis to que sao referencias necessarias

para tecer considerac;:6es quanto ao processo, resultados e impactos da ac;:ao destes instrumentos .

. 1. R FERENC I NCEI IS

Na ultima metade do seculo passado, vigorou uma perspectiva economica para a abordagem

do desenvolvimento e da pobreza. Esta foi gradativamente perdendo espac;:o para uma perspectiva

mais humanista, fortalecendo conceitos como formac;:ao humana, capacitac;:ao, capital social, capital

humano, redes socio-solidarias e aprimoramento de capacidades. Estes conceitos articulam ac;:6es

sobre gran des desafios que estao colocados para 0 desenvolvimento sustentavel da humanidade como

a questao ambiental, etnica, genero, desigualdade, pobreza, entre outras. Servem de orientac;:ao para

ac;:6es que se desenvolvem noutras bases e prindpios que nao os que nortearam os programas de apoio

ao desenvolvimento nas decadas de 50 a 70 do seculo passado.

Entramos no seculo XXI com um relativo consenso sobre a importancia e necessidade da

forma<;ao humana, da capacita<;ao e do protagonismo local para resolu<;ao de problemas locais.

Porem, quando nos referimos it problematica ambiental, nao se pode remeter a soluc;:ao somente

ao escopo local, po is esta questao exige uma ac;:ao integrada em multiplas escalas, desde a local, ate

articula<;6es e acordos internacionais.

Dentro do debate que se estabeleceu em torno dos process os que Vlsam desenvolver e

fortalecer a capacidade das pessoas e das instituic;:6es esta havendo um certo alinhamento entre os

organismos internacionais em torno da noc;:ao de aprimoramento de capacidades. Varios outros

termos foram sendo us ados como "criac;:ao" ou "formac;:ao" de capacidades, no entanto, algumas

barreiras a esses termos tem sido colocadas por transmitirem uma noc;:ao muito estatica expressando

uma ausencia de capacidades locais (no pais, Estado, comunidade, organizac;:ao). Nessa perspectiva,

termos como "desenvolvimento", "ex pan sao" e "aprimoramento" tem alguma vantagem na medida

em que expressam uma ac;:ao de apoio a algo que ja existe.

o conceito de desenvolvimento de capacidades e definido por Lopes e Theisohn (2003) 12

como: "curso de ac;:ao endogena, baseado nos recursos, nas capacidades existentes e nas habilidades

das pessoas, das instituic;:6es e da sociedade para: desempenharem func;:6es, resolverem problemas,

23

definirem e alcanc;:arem objetivos". Em outras palavras e 0 processo pelo qual pessoas ou sistemas

(grupos, organizac;:6es, instituic;:6es, comunidades ou sociedades) desenvolvem habilidades, geram

informac;:ao e conhecimento, comportamentos e atitudes para responder sistematicamente aos

desafios da realidade e alcanc;:ar seus objetivos.

E urn processo continuo e permanente de inovac;:ao e renovac;:ao das pessoas e sistemas no

uso das capacidades existentes e adquiridas. Aprimoramento de capacidades e assim urn processo

cuja finalidade e 0 aprimoramento da pessoa, desde uma perspectiva etica, ate a ampliac;:ao das

possibilidades de conquista e alcance de urn nivel de vida digno, numa perspectiva estrategica.

No conceito de desenvolvimento de capacidades, ewi presente 0 conceito de aprendizagem

social que pode ser entendido como processo de gerac;:ao e obtenc;:ao de conhecimentos, capacidades

e habilidades, tanto nos process os nao intencionais, como nos intencionais, tanto auto definidos e

conduzidos, como os resultantes de programas de apoio ao desenvolvimento.

A aprendizagem social inclui 0 senti do de mudanc;:a de atitude e comportamentos, de

abdicar de alguns valores e assumir outros, mais compativeis com a construc;:ao do desenvolvimento

sustentavel. Assim, urn processo de aprimoramento de capacidades deve gerar urn ambiente de

aprendizagem social capaz de provocar mudanc;:as.

Trazendo este raciodnio mais proximo do contexto vivenciado pelo SPRN, pode-se dizer

que no processo de gestao dos recursos naturais, a aprendizagem social refere-se ao conhecimento

gerado das relac;:6es de cooperac;:ao, conflitos e conservac;:ao que se estabelecem nas disputas pelo uso

dos recursos naturais.

AMBIENTE INSTRUMENTAL

Figura 1. Fluxograma do desenvolvimento de capacidades: niveis. atividades, resultados e metas.

24

13 0 quadro e extraido originalmente de Wan Hofwegen (2004), ao reAetir sobre 0 aprimoramento de capacidades no gerenciamento dos recursos hidricos.

Com base neste conceito, que assimila a crltica de urn grande numero de expenencias

analisadas no Mundo inteiro, Lopes e Theisohn (2003) apontam os tres principais componentes dos

programas de desenvolvimento e aprimoramento de capacidades :

a) Cria<;:ao de urn ambiente instrumental com uma politica e marcos legais;

b) Desenvolvimento institucional com participa<;:ao da comunidade;

c) Desenvolvimento de recursos humanos e fortalecimento de sistemas gerenciais;

A Figura 113 demonstra os diferentes niveis em que as a<;:oes de aprimoramento de capacidades

podem ou devem operar para alcan<;:ar resultados consistentes. Apesar de ter sido original mente pensado

para a gestao dos recursos hidricos, e bastante ilustrativo para visualizar a<;:oes de aprimoramento de

capacidades na gestao dos recursos naturais.

Observando-se a Figura 1, percebe-se que os processos de capacita<;:ao atuam em tres niveis,

o individual, 0 institucional e 0 instrumental, sendo as a<;:oes desenvolvidas no senti do de que as

condutas dos individuos possam ter rebatimento positivo sobre 0 desempenho das institui<;:oes e

finalisticamente, sobre a gestao adequada dos recursos naturais.

o quadro revel a que 0 conceito de aprimoramento de capacidade e bastante amplo envolvendo

outros conceitos como transparencia, presta<;:ao de contas, resolu<;:ao de conflitos, politica economica,

desenho de organiza<;:oes, recursos human os, acesso e disponibilidade de informa<;:ao, recursos

financeiros, infra-estrutura, capacita<;:ao, incentivos, participa<;:ao e motiva<;:ao.

Lopes e Theisohn (2003) apontam 10 prindpios basicos para ampliar a eficiencia e eficacia

de programas de aprimoramento de capacidades.

Quadro 1: Dez prindpios para programas de capacita~ao

1. Nao ter pressa: 0 desenvolvimento de capacidades e urn processo em longo prazo.

Nao esta sujeito a: pressoes para a entrega de produtos, solu~6es apressadas, e tao pouco

a procura de resultados em curto prazo;

2. Respeitar 0 sistema de valores e fomentar a auto-estima: a imposi~ao de valores

estrangeiros pode enfraquecer a confian~a. 0 desenvolvimento de capacidades se baseia

no respeito e na auto-estima;

3. Questionar a escala local e mundial: reinventar a escala local. Nao existem solw;:oes

pre-concebidas. 0 desenvolvimento de capacidades se baseia na aprendizagem voluntaria,

quando existe urn compromisso autentico e urn interesse verdadeiro. Nao e possive!

transferir 0 conhecimento, e preciso adquiri-lo;

4. Questionar os pre-conceitos e diferen~as de poder: 0 desenvolvimento de capacidades

nao e neutro no que se diz respeito as re!a~oes de poder e e difkil questionar os pre­

conceitos e os interesses criados. 0 dialogo franco e uma cultura coletiva de transparencia

sao requisitos imprescindiveis;

5. Pensar e atuar em fun~ao de efeitos diretos que criam uma capacidade sustencivel: a

capacidade e urn aspecto c.entral do desenvolvimento; quaisquer de suas a~oes necessitam

promover 0 desenvolvimento de capacidades. Os lideres responsaveis inspiraram as suas

institui~6es e sociedades para que trabalhem em consonancia;

25

6. Estabelecer incentivos positivos: e necessario que as motivac,;oes e os mecamsmos

de incentivos adotados nos programas de aprimoramento de capacidades estejam em

harmonia com os objetivos dos sujeitos do processo de capacitac,;ao. Devem tambem estar

sob a governabilidade local e em consonancia com os direitos e liberdades fundamentais

dos individuos, organizac,;oes e instituic,;oes;

7. Integrar os insumos externos nas prioridades, nos processos e nos sistemas nacionais:

os insumos externos devem responder as demandas reais e serem suficientemente flexfveis

para acomodarem-se as necessidades e aos programas nacionais. Quando os sistemas

nacionais nao sao suficientemente fortes, e preciso reforma-los e fortalece-los, nunca

excede-los;

8. Basear-se nas capacidades existentes, no lugar de criar outras novas: isto implica

no uso preferencial das experiencias nacionais, a restaurac,;ao e 0 fortalecimento das

instituic,;oes nacionais e a protec,;ao do capital social e cultural;

9. Permanecer envolvidos ainda que em circunstancias diffceis: quanto menor e a

capacidade, maior e a necessidade. As baixas capacidades nao justificam 0 abandono de

programas ou a adoc,;ao de agendas externas;

10. Manter-se abertos ao monitoramento dos beneficiarios: todos os governos

responsaveis devem dar conta de suas ac,;oes diante de suas cidades e devem fomentar

a transpar€mcia, como meio primordial de responder a vigilancia publica. Quando a

administrac,;ao publica e insatisfat6ria, se faz ainda mais importante ancorar firmemente

o desenvolvimento na participac,;ao dos interessados diretos e manter meios de pressao

para que eles exerc,;am uma vigilancia ativa e participativa.

No Brasil 0 termo formac,;ao tem uma ongem mais ligada aos movimentos sociais, que

buscavam uma formac,;ao humanista e poiftica, preparando 0 indivfduo para a ac,;ao social e para

as luras organizadas na sociedade. 0 termo capacitac,;ao foi mais empregado a partir de meados da

decada de oitenta, com um enfoque voitado a preparac,;ao do individuo para 0 mundo do trabalho,

dentro da filosofia empresarial dos recursos humanos.

No entanto, nos ultimos 15 anos houve uma fusao dos dois conceitos e 0 termo capacitac,;ao

passou a ser aplicado a uma infinidade de ac,;oes, incluindo as mais abrangentes, como as capacitac,;oes

em apoio ao desenvolvimento local, regional e territorial, como tam bern em ac,;oes de capacitac,;ao

voltadas ao desenvolvimento e ao fortalecimento institucional de organizac,;oes sociais e entidades

publicas.

E importante perceber como 0 conceito de capacitac,;ao vai se ampliando para alem da formac,;ao

de recursos humanos, sendo apontado como processo capaz de apoiar a construc,;ao do capital social

e humano. Tanto 0 capital humano quanto 0 capital social, tornam-se 0 ponto de partida para

a transformac,;ao produtiva e para 0 estabelecimento de relac,;oes mais igualitarias nos processo de

tom ada de decisao e podem ser mobiiizados em beneffcio da coletividade. Os recursos associativos

que importam sao as relac,;oes de confianc,;a, a reciprocidade e a cooperac,;ao (Tonella, 2(03).

A capacitac,;ao implica em aprendizagem, isto e, formac,;ao de novos conhecimentos, em

mudanc,;a de comportamentos, em novas formas de perceber 0 mundo e de como atuar nele. Mudar

os comportamentos, as conduras a partir de transformac,;oes interiores produzidas pelas relac,;oes do

homem com 0 meio (Arns, 2(01). Nesta fusao dos conceitos de formac,;ao e de capacitac,;ao, esta

26 M4 rUIIII! U T

II C) temu "desenvolvin1ento" poJc ser Sllbstituido por

olltros te r III 0,', como "expansao", "fortakcin1ento" e

"aprimoramcnto" elL capacidadcs.

vai ser entendida como prepara<;:ao de pessoas para 0 mundo do trabalho e das rela<;:6es sociais e

de aprimoramento das institui<;:6es para desenvolverem seus papeis sociais. Este conceito envolve

uma perspectiva politica, na medida em que insere 0 individuo e as institui<;:6es em rela<;:6es sociais

estabelecidas e que cabe a elas modifica-las e transforma-Ias.

o processo de Diagnostico de Necessidades de Aprimoramento de Capacidades - CENA

foi concebido a partir do conceito de "desenvolvimento de capacidades"14 mas, como demonstrado

na discussao acima, consegue dialogar perfeitamente com 0 conceito de capacita<;:ao, termo mais

utilizado no Brasil. Nesta dire<;:ao, resumidamente ressaltamos tres aspectos: primeiro, 0 conceito

de "fortalecimento de capacidades" apresenta-se de forma mais abrangente que 0 de capacita<;:ao,

ao envolver outros elementos como transparencia, resolu<;:ao de conflitos, desenho de organiza<;:6es,

infra-estrutura, etc; segundo, os dois conceitos compartilham da compreensao de que sao as rela<;:6es

sociais concretas que possibilitam as mudan<;:as nas pessoas e nos sistemas; terceiro, os dois conceitos

foram sendo renovados e aprimorados pelas criticas aos ultimos 60 anos de processos de capacita<;:ao.

Neste ponto, vale salientar que foi assimilada a critica de que a capacita<;:ao ou 0 aprimoramento de

capacidades sao decis6es internas aos sujeitos do processo e nao uma imposi<;:ao de conhecimenros e

valores externos, ou percep<;:6es extern as do que e necessario para gerar desenvolvimento em urn Pais,

em uma Comunidade ou em uma Organiza<;:ao.

Com esta liltima reflexao, chamamos a aten<;:ao para 0 fato de que na implementa<;:ao do

CENA, assim como, na implementa<;:ao do PRCA, 0 conceito de "aprimoramento de capacidades" e

de "capacita<;:ao" foram utilizados tendo 0 mesmo sentido e conteudo.

A op<;:ao pela confec<;:ao de urn relatorio que contivesse elementos avaliativos, tornou

necessario um trabalho mais metodico, para alcan<;:ar um resultado mais seguro. Assim, a dado

de contextualiza<;:ao, faremos algumas observa<;:6es sobre os processos de avalia<;:ao de programas e

projetos, para em seguida apresentarmos os objetivos e procedimentos metodologicos utilizados para

obter as informa<,:6es que constam neste relatorio e que subsidiaram as considera<;:6es acerca dos

resultados e impactos dos trabalhos desenvolvidos no ambito do CENA e do PRCA.

A cultura institucional de implementa<;:ao de program as e projetos vem mudando rapidamente

nos ultimos anos. Verifica-se uma maior preocupa<;:ao com os processos de monitoramento e avalia<;:ao

voltados a maximiza<;:ao dos impactos positivos.

Normalmente, a compreensao basica das necessidades dos beneficiarios, a natureza de seus

problemas e uma boa documenta<;:ao das atividades desenvolvidas, contribuem para facilitar e tornar

eficientes os processos de monitoramento e avalia<;:ao, tornando possivel apresentar relatorios de

li<;:6es aprendidas.

Esta maior preocupa<;:ao com monitoramento e avalia<;:ao na gestao dos programas e projetos,

tem levado a uma inova<,:ao freqLientc nas metodologias de avalia<;:ao, principalmente as que envolvem

os processos partlClpativos.

Dentre a pluralidade de perspectivas metodologicas, encontrar uma que se apresentasse mais

adequada as condi<;:6cs em que foram desenvolvidos 0 processo CENA e 0 PRCA tornou-se uma tarefa

diffcil. Foi necessario sair da pureza para encontrar na sintese um metodo adequado de avalia<;:ao.

Buscamos entao, uma modalidade de avalia<;:ao menos preocupada com os aspecros tecno­

cientfficos, mas que oferecesse a continuidade da aprendizagem realizada durante todo 0 processo

27

de implementac,:ao do CENA e PRCA. Por isso, optamos por uma abordagem mais voltada para 0

desenvolvimento de intervenc,:6es - como a avaliac,:ao formativa - que tern sido bastante valorizada

nas tiltimas duas decadas. Sao abordagens que favorecem a avaliac,:ao feita a partir do interior

da intervenc,:ao e centrada na perspectiva dos clientes potenciais (Mercier, 1997), tais como, a

avaliac,:ao centrada na utilizac,:ao dos resultados (Patton, 1997) e outras de cunho participativo

(Feuerstein, 1990).

A participac,:ao dos grupos de interesse no processo avaliativo e na construc,:ao de indicadores

de avaliac,:ao vern sen do discutida ao longo das tiltimas decadas por varios pesquisadores da area

(Patton, 1982; Weiss, 1983; Cuba e Lincoln, 1987 e Cuba e Lincoln 1989; Mercier, 1997; Rossi

et at., 1999). Comumente designados pelo termo em ingles stakeholders, mesmo em outros idiomas

como 0 frances (Mercier, 1995), como grupos de interesse ou grupos envolvidos.

As abordagens participativas tern como objetivo engajar os atores no processo de avaliac,:ao

visando a sua capacitac,:ao e desenvolvimento, alem de evitar ou minimizar eventuais efeitos negativos

de uma avaliac,:ao sobre urn dado grupo. Tais abordagens ap6iam-se no paradigma holfstico, indutivo

e construtivista, sacrificando a objetividade e precisao em favor da utilidade social, sen do as quest6es

da avaliac,:ao originarias dos usuarios da mesma e visam ao incremento das potencialidades e a superac,:ao das limitac,:6es do programa ou servic,:o a partir de diferentes pontos de vista.

De maneira geral, tern se trabalhado na area de avaliac,:ao com quatro tip os de modelos:

1. Modelos descritivos: onde se utilizam geralmente, questionarios para coletar dados

caracteristicos do objeto da avaliac,:ao, trac,:ando-se urn perfil em torno de varias variaveis;

2. Modelos descritivos e anaHticos: que focam mais os processos e produtos internos,

procurando comparar ou cruzar variaveis;

3. Modelos reHexivos e interpretativos: que partem de uma base descritiva e anaHtica como

referencia, para avanc,:arem em interpretac,:6es, traduzindo significados e relevancias. Agregam

formas diversificadas de coleta de dados como entrevistas, individuais ou coletivas, observac,:ao,

grupos focais, estudos de caso, etc., contemplando os variados nichos organizacionais;

4. Modelos reHexivos e participativos: ap6iam-se na participac,:ao para coleta e analise da

informac,:ao. Envolvem situac,:6es de reflexao sobre os processos e atividades desenvolvidas

(no nosso caso 0 CENA e 0 PRCA) e os diversos segmentos concretamente envolvidos,

estabelecendo dialogos reflexivo-interpretativos das representac,:6es e significados dessas ac,:6es

e de seu impacto percebido ou possive!.

Nao sao modelos mutuamente excludentes, ao contririo, podem sercombinados possibilitando

complementaridades. No entanto, os modelos 3 e 4 permitem uma reflexao sobre 0 cenario social

mais amplo em que as instituic,:6es e os instrumentos que estao sen do avaliados se encontram.

A modalidade reflexiva participativa filia-se a escola dos processos de aprendizagem (learning

process), exigindo criterios plurais na considerac,:ao dos fatores a serem avaliados, bern como, na definic,:ao

do processo participativo. Esta modalidade promove urn aprendizado coletivo, compartilhado, a

partir das interac,:6es entre os participantes do processo (Subirats, 1993).

Os processos participativos diminuem 0 risco de superficialidades nas avaliac,:6es, alem de

aumentar 0 grau de legitimidade do processo avaliativo, diminuindo as barreiras e rea<;:6es contririas

(Carvalho, 1999 p.93). Permite tambem, internalizar de imediato os resultados e lic,:6es, constituindo-

28

se em aprendizagem social e por isso essa modalidade avaliativa agrega valor as institui<;6es, aos seus

trabalhos, programas ou projetos.

A avalia<;ao pode tam bern se distinguir nas modalidades "interna" e "externa", avaiia<;:ao de

processo e avaiia<;:ao de impacto, estruturadas, em geral, em metodologias de analise com parada

entre 0 "antes" e 0 "depois", entre 0 "proposto" e 0 "realizado" e entre "meios" e "fins".

A avaiia<;:ao de processo tern como objetivo acompanhar e avaliar a execu<;ao dos procedimentos

de implanta<;ao dos programas e poHticas, diferenciando-se em avalia<;ao de "eficacia" e de "eficiencia".

o objeto central des sa modalidade e avaliar a adequa<;ao dos meios e recursos utilizados perante

os resultados parciais ou finais, referenciados aos objetivos e as metas propostas pela poHtica ou

pelo programa. Ressalve-se, contudo, que avaliar processos nao pode se confundir com monitorar

programas, uma ferramenta de gerenciamento aplicada durante sua execu<;ao.

A avaiia<;:ao de impacto e aquela que focaliza os efeitos ou impactos produzidos sobre a

sociedade e, portanto, para alem dos beneficiarios diretos da interven<;ao publica, avaliando-se

sua efetividade social. Dois pressupostos orientam a avalia<;:ao de impacto: 0 primeiro reconhece

prop6sitos de mudan<;a social na poHtica em analise e, neste caso, faz sentido estruturar a investiga<;ao

para mensurar seus impactos e 0 segundo pressuposto e 0 que estrutura a analise com base em

uma rela<;ao causal entre a poHtica ou programa e a mudan<;a social provocada. Pode constatar

empiricamente mudan<;as, proceder a sua diferencia<;ao, a sua quantifica<;ao, etc. Contudo, para se

analisar 0 impacto dessas mudan<;as, e preciso estabelecer a rela<;ao causa-efeito entre estas e a a<;ao

publica realizada por meio da poHtica. Em suma, nao basta constatar a ocorrencia da mudan<;a, e

preciso provar que foi causada pelo programa.

Partimos do entendimento que esta e uma "avalia<;ao de resultados", isto e, dos produtos

intermediarios e dos resultados finaHsticos dos instrumentos CENA e PRCA, caracterizando-se como

avalia<;ao interna com forte participa<;ao dos envolvidos - gestores e beneficiaria - (stakeholders) e

aproximando-se do modelo reHexivo e participativo. Estas caractedsticas, portanto, orientaram a

constru<;ao dos momentos e instrumentos, conforme sera apresentado no relat6rio espedfico do

CENA e do PRCA,

29

, , $ $

Parte II Diagn6stico das Necessidades de

Aprimoramento de Capacidades - CENA

" __ •• ',IOIIIIi! 4 41

1. HISTORICO DA ABORDAGEM CENA

" http://info.worldbank.org/erools/docsllibraryIl12905/ brazil/brazi II portuguese IN aturaLresourcesl naturaL resources_ CENA Process I. h tm

'6 CDF Secretariat, The (2001). Comprehensive Develop­

ment Framework, Meeting the Promise( Early experience and emerging issues. The World Bank, September 17, 200 I.; conferir tambem: http://info.worldbank.org/erools/ docs/libraryl 112905 Ibrazillbrazillportuguese/N aturaL resources I naturaLresources_ CEN A Process 1. h tm

A abordagem CENA e urn instrumento inovador que teve suas bases estabelecidas nos ultimos

anos. No Brasil, foi utilizada pela primeira vez para apoiar 0 processo de capacitac;:ao regional no

ambito do SPRN. Por se tratar de uma abordagem ainda pouco conhecida, descrevemos inicialmente

as experiencias de Ghana e Tajikistao, 0 que permitira compreender 0 uso deste instrumento em

diferentes contextos, para entao, apresentarmos 0 processo CENA desenvolvido junto ao SPRN na

construc;:ao do PRCA.

Gerou-se nos ultimos anos urn certo consenso entre os organismos internacionais sobre 0

conceito de aprimoramento de capacidades e este, vern sendo adotado em relatorios e programas

de cooperac;:ao tecnica. 0 Instituto Banco Mundial tern utilizado os term os Capacity Enhancement,

que pode ser traduzido como aprimoramento ou expansao de capacidades, definindo-o como:

"protagonismo das pessoas, instituic;:6es e paises na identificac;:ao e posterior superac;:ao dos problemas

e lacunas de conhecimento e informac;:ao, que afetem seu desenvolvimento. Isto tam bern implica em

escolhas para resolver esses problemas, estabelecendo objetivos e caminhos" il.

Com base neste conceito, 0 WBI esra mudando nos ultimos anos 0 seu foco de trabalho

de treinamentos, para uma visao amp Ii ada da implementac;:ao de processos de aprimoramento de

capacidades, focando as reais necessidades de cada pais. Isto implica em urn aprofundamento no

compromisso com os programas onde atua. Este novo foco, procura aumentar a eficacia e 0 impacto

das ac;:6es do WBI, para assegurar que os resultados sejam sustendveis. A capacitac;:ao institucional

e outros produtos para a aprendizagem continuam sendo centrais para 0 WBI, mas eles tern sido,

crescentemente, concebidos como parte de urn conjunto de servic;:os que incluem diagnostico,

assessoria e fortalecimento das instituic;:6es prestadoras de servic;:os e responsaveis pela capacitac;:ao,

bern como, consultoria na implementac;:ao da capacitaC;:6es. Esta nova perspectiva ajusta-se ao conceito

mais amplo de aprimoramento de capacidades.

o desafio do WBI e: como identificar as verdadeiras necessidades relativas a expansao de

capacidades a serem tratadas nos programas que apoia? Para responder a esta questao, 0 Instituto esta

desenvolvendo e aprimorando a abordagem CENA, incorporando os prindpios do chamado Quadro

Compreensivo do Desenvolvimento (Comprehensive Development Framework CDF)16, 0 qual baseia­

se no entendimento de que: "capacidade e a habilidade de ter aces so e de empregar 0 conhecimento

para a execuc;:ao de uma tarefa e que a expansao das capacidades focaliza 0 desempenho para a

realizac;:ao da mudanc;:a".

A abordagem CENA reconhece 0 fato de que dificilmente habilidades pessoais isoladas levam a

urn incremento no desempenho institucional, considerando as disfunC;:6es dos sistemas institucionais

em que os individuos precisam operar. Reconhece tam bern 0 fato de que as tarefas relacionadas ao

desenvolvimento raramente sao executadas por individuos, mas por grupos de individuos. 0 WBI,

ao incorporar estes prindpios e conceitos ampliou sua missao e aperfeic;:oou sua forma de atuar nos

processos de aprimoramento de capacidades.

Com 0 proposito de implantar uma visao holistica da capacitac;:ao, 0 WBI buscou caminhos

para identificar as necessidades de capacitac;:ao de urn pais. Assim, foi desenvolvida e testada a

33

abordagem CENA e colocada em pratica no Tajikistao, Nigeria, Ghana, Burkina Faso e no Brasil.

Com esta abordagem, 0 Instituto identifica com maior facilidade as necessidades de capacitac,:ao de

urn pais, contribuindo com a implementac,:ao das ac,:6es do Banco Mundial. A abordagem CENA e

urn processo de apoio as pessoas, instituic,:6es e paises para executar func,:6es, identificar problemas

que afetem seu desenvolvimento, fazer escolhas para resolver esses problemas, estabelecer e alcanc,:ar

objetivos e compartilhar com os outros 0 que foi aprendido.

A abordagem CENA trata de orientar os atores do desenvolvimento para que eles pr6prios

pesquisem e descubram suas necessidades de capacitac,:ao e proponham as soluc,:6es. Em particular,

o CENA foca as instituic,:6es na area tematica identificada, isto e, 0 ambito das diferentes regras,

formais e informais, procedimentos e arranjos que contribuem para 0 estabelecimento de incentivos.

Complementarmente, e dada enfase as relac,:6es entre as instituic,:6es e as comunidades, entre 0

governo local e central, e entre os do adores e as ONG envolvidas no pais.

o Banco Mundial e outras agencias de desenvolvimento ap6iam pesquisas globais e trabalhos

analiticos sobre 0 tema do desenvolvimento participativo. Estas instituic,:6es defendem a abordagem

CENA, e apontam a necessidade de existirem alguns ingredientes para 0 sucesso das iniciativas das

comunidades de base ou instituic,:6es, como por exemplo, a capacitac,:ao para as comunidades e a

melhoria no desempenho das instituic,:6es que prestam servic,:os voltados para 0 desenvolvimento

destas comunidades. Nos paises em desenvolvimento, foca-se uma maior transparencia na governanc,:a

nacional e local, como tam bern se procura uma rede reguladora legal que reconhec,:a os grupos

comunitarios e os proteja de medidas arbitrarias. 0 Ruxo de boas informac,:6es tambem e relevante,

como tam bern a continuidade nos esforc,:os para a mudanc,:a sustentavel no comportamento e nas

atitudes. Conforme demonstra a Figura 2, que usa a experiencia do SPRN como referencia, percebe­

se que 0 CENA parte de uma pergunta basica: qual e a contribuic,:ao que pessoas, instituic,:6es, regi6es

ou paises esperam da capacitac,:ao e quais capacidades necessitam ser aprimoradas?

experiencias (inter-estadual e

inter-institucional)

Macro nivel: Regiao Amazonica

Figura 2. Fluxograma apresentando os niveis de impacto da capacita~ao

34 " ;

\

_,"

Contri~uindo para que? ~&xemp/os

Contribui<;ao do SPRN para os

objetivos da PPG7

r wt - I~

Desta questio sugere outra: 0 que fazer para preencher as lacunas e responder as necessidades

de capaciw;:ao? A intervenc;:ao, ou auto-intervenc;:ao, na medida que a avaliac;:ao das necessidades e

a sugestao de como supd-Ias e realizada pelos pr6prios beneficiarios, define ac;:6es em tres niveis:

primeiramente focado nas pessoas (primeiro nivel), que adquirindo conhecimentos, habilidades

e assumindo novos comportamentos transformam as instituic;:6es (segundo nivel) de acordo com

as necessidades regionais e do pais (terceiro nivel). 0 desenvolvimento e entio resultado da ac;:ao

de pessoas e de instituic;:6es e neste sentido, 0 fortalecimento institucional torna-se chave para 0

desenvolvimento sustentavel.

1.1 APLICACAO DO CENA EM GHANA E TAJIKISTAO

a) Presta~ao de Serv4~os em Ghana: D4agnost4co da Capac4dade de Presta~ao de Serv4~os de Educa~ao, Saude e Agua para Comun4dades Loca4s em Ghana

o processo CENA em Ghana focou a melhoria nos servic;:os de saude, educac;:ao, agua e

saneamento prestados pelo Governo de Ghana a comunidades locais carentes. A pesquisa foi levada

a cabo em 12 comunidades localizadas no Volta e nas regi6es Orientais, usando a abordagem

CENA para garantir 0 processo participativo na identificac;:ao das necessidades de capacitac;:ao.

Neste processo, participaram mais de 1.000(mil) agentes de desenvolvimento, atuantes na prestac;:ao

dos servic;:os.

Por melO do processo CENA, Vleram a tona CinCO constatac;:6es, ligadas a capacitac;:ao:

(1) 0 Governo ainda receava implementar plenamente a politica de descentralizac;:ao; (2) faltava

clareza sobre a politica governamental por parte de diferentes setores; (3) havia problemas com a

rede reguladora dos servic;:os; os papeis dos atores-chave nao estavam clara mente definidos; (4) esta

confusao piorou pelo atrito entre 0 moderno sistema de governanc;:a que 0 governo impos sobre os

arranjos de governanc;:a tradicionais; (5) havia desequilibrio nos arranjos organizacionais, com minoria

de representantes comunitarios na hora de tomar decis6es ou construir a gestao, especial mente no

escopo distrital. Alem da necessidade da capacitac;:ao das lideranc;:as para participarem nas instancias

de gestio e tomada de decis6es.

Seguindo a abordagem CENA e depois de ter identificado as dificuldades da capacidade

coletiva de Ghana prestar servic;:os a seus cidadaos pobres, os participantes da pesquisa avanc;:aram

apresentando possiveis solu<;:6es. As soluc;:6es propostas foram organizadas em quatro categorias:

1) Fortalecier as redes politicas e reguladoras (por exemplo: a medicina tradicional deveria ter

sido incorporada no sistema de saude oficial);

2) Providenciar incentivos para implementar a politica, respeitar as regras e provocar a

mudanc;:a;

3) Fortalecer os arranjos organizacionais (por exemplo: as Assembleias Distritais deveriam

mobilizar recursos para melhorar seus servic;:os de agua e saneamenro);

4) Disseminar a informac;:ao, para evitar varias interpretac;:6es e para tomar as pessoas pr6-

ativas. Todos deveriam ter oportunidade de discutir suas atividades e problemas e trocar

experiencias regularmente.

35

Na utiliza~o da abordagem CENA, as organiza<;:6es locais que serviram como facilitadoras

do CENA, fizeram entre outros, os seguintes comentarios:

• Os eIaboradores das politicas, os implementadores e os beneficiarios consideram a

metodologia CENA uma ferramenta eficaz para descobrir as necessidades de capacita<;:ao

para 0 desenvolvimento. A grande vantagem da abordagem e sua habilidade para mobilizar

os interessados em tomo dos objetivos do desenvolvimento. 0 conceito abrange tanto 0

que pode ser aIcan<;:ado, como tam bern a maneira como a comunidade deve conduzir seus

problemas.

• A metodologia CENA pode ser utilizada para 0 proprio desenvolvimento das organiza<;:6es

comunitarias. GeraImente as comunidades tern dificuldade em compreender 0 conceito

de capacita<;:ao; pens am que 0 dinheiro resolve tudo. Entretanto, 0 conceito fica claro para

aqueIes que, utilizando a metodologia CENA, se engajem numa analise dos objetivos do

desenvolvimento, atores envolvidos, metas, impedimentos e posslveis solu<;:6es.

• Os facilitadores do processo CENA indicaram que outro importante produto do exerdcio

foi a apropria<;:ao do direito de exigir do govemo a presta<;:ao de servi<;:os. Consideraram

que a descentraliza<;:ao dos servi<;:os lhes permite meIhor monitora-los. 0 CENA ajudou

a compreender que existem solu<;:6es reIativamente simples para seus problemas. Sem

engajarem-se nos exerdcios de solu<;:ao de problemas, a comunidade continuara vendo como

unica solu<;:ao 0 lado financeiro e continuara nao tendo um entendimento pleno da propria

responsabilidade na solu<;:ao dos problemas.

• 0 CENA criou expectativas em alguns beneficiarios que esperam apoio na capacita<;:ao,

assistencia tecnica e fundos para resolver alguns dos seus problemas. Esperam que 0 govemo

preste aten<;:ao aos aprendizados e recomenda<;:6es da pesquisa e que ajude a meIhorar os

servi<;:os. Eles tambem esperam apoio do Banco Mundia!.

Estas rea<;:6es it abordagem CENA sao muito valiosas para 0 WBI, que vern ado tan do

como organiza<;:ao de uma abordagem mais abrangente sobre os processos de capacita<;:ao em

apoio ao desenvolvimento. A abordagem CENA esra baseada na convic<;:ao de que a capacita<;:ao

pode aIcan<;:ar meIhores resultados quando os proprios beneficiarios identificam os problemas e as

solu<;:6es. A apropria<;:ao da metodologia que ocorre entre os agentes de desenvolvimento durante

sua aplica<;:ao, e urn passo decisivo para dar urn saIto qualitativo, is to e, 0 estagio de solu<;:ao de

problemas que se segue. Se a pesquisa Fosse reaIizada por especiaIistas, nao teria sido titil para criar

este campo ferti!'

pa tac;ao p a 0 senvolVl n 0 C U l ta lO Jl istao

No Tajikistao, a abordagem CENA, tratou da eIabora<;:ao e teste de campo das a<;:6es de

capacita<;:ao apoiadas peIo proprio WBI. Neste caso, 0 CENA serviu como pesquisa participativa,

para detectar a existencia de lacunas de capacita<;:ao, entre grupos de beneficiarios-chave de programas

de capacita<;:ao e recomendar posslveis meIhoramentos. Para ajudar a mensura<;:ao da eficacia do

estabelecimento de programas de capacita<;:ao, como parte desta pesquisa, foi estabeIecida uma serie

de indicadores.

o estudo testou a metodologia com urn grupo comunirario, e focou as percep<;:6es do

grupo sobre outros beneficiarios. 0 diagnostico desenvolvido - a Matriz CENA - baseou-se em

indicadores que qualificaram os dados obtidos por meio da pesquisa. Para implementar a Matriz

36 .. ;;.

F Prova grafica do relacionamento entre conjuntos para identificar relacionarnentos entre eventos de interesse para calcular probabilidades correramente.

CENA os pesquisadores trabalharam em seis comunidades, utilizando ferramentas de pesqUlsa

rapida, incluindo entrevistas individuais, discuss6es em grupo e 0 diagrama de Venn 17. Em seguida,

analisaram de forma conjunta os resultados da pesquisa e utilizando uma gama de 73 indicadores,

atribuiram valores de 1 a 4 (1 - representando baixa capacidade e 4 - representando alta capacidade).

A finalidade deste escalonamento foi mostrar as comunidades suas necessidades para que elas, com

este monitoramento, estabelecessem urn marco a partir do qual pudesse ser medida a implementa<;:ao

de capacita<;:ao.

A metodologia utilizada exigiu que os pesquisadores locais fossem treinados na aquisi<;:ao

de habilidades para 0 pensamento analitico e a tomada de decis6es, como tambem em metodos de

avalia<;:ao. A equipe de pesquisadores locais atuou integral mente na defini<;:ao dos indicadores para

o grupo beneficiario. Uma vez que os indicadores foram definidos, a pesquisa foi levada a campo

em seis comunidades diferentes, nas quais 0 Banco Mundial estava desenvolvendo urn projeto de

moderniza<;:ao da educa<;:ao.

Os resultados da aplica<;:ao da Matriz CENA nas seis comunidades ofereceram informa<;:6es

amplas sobre como estabelecer estrategias para a capacita<;:ao no Tajikistao. Por exemplo, foi

detectado que ha falta de compreensao sobre as a<;:6es de capacita<;:ao entre os grupos beneficiarios,

incluindo comunidades, governo local, ONG, e 0 governo nacional, como tambem ha falta de

dialogo entre eles. Em vez de procurarem coordena<;:ao entre eles, tendem a trabalhar isoladamente

e perdem oportunidades de compartilhar informa<;:6es ou perspectivas pol1ticas. 0 fortalecimento

da comunica<;:ao entre os grupos de beneficiarios e importante para transformar a ideia de que 0

desenvolvimento de comunidade e possivel sem 0 apoio regional e/ou nacional ou ainda, que pode

ser implementado apenas por uma ONG.

Este estudo come<;:ou a desenhar 0 quadro local de rela<;:6es, no qual operam as comunidades

do Tajikistao. Por exemplo, 0 capital social aparece alto em muitas comunidades, mas com baixo

relacionamento com os governos locais. Surge entao, a necessidade de definir programas de

capacita<;:ao que incluam os governos central e local, como tam bern 0 fluxo de informa<;:ao entre as

institui<;:6es publicas e as comunidades.

A Matriz CENA, como ferramenta, tambem servlU para encontrar outras necessidades

setoriais - como saude e educa<;:ao em comunidades de base na medida em que foram identificados

e utilizados indicadores espedficos. A Matriz CENA, ao analisar dados qualitativos por meio de

urn processo quantitativo usando uma serie de indicadores analisados pelos pesquisadores locais,

contribuiu para mensura<;:ao do empoderamento e do fortalecimento da cidadania. Os indicadores

puderam mostrar em cada comunidade onde estao as principais falhas. Assim, a Matriz CENA serviu

tanto para identificar os indicadores apropriados, quanto para medir a capacita<;:ao num campo que

geralmente nao conta com ferramentas apropriadas.

Finalmente, enquanto este projeto testou a Matriz CENA entre as comunidades como urn

meio para pesquisar sua percep<;:ao sobre suas potencialidades e fraquezas, os auto res (comunidade

local) reconhecem a importancia de entender as necessidades de capacita<;:ao dos varios outros grupos

de beneficiarios: governo local, ONG, os doadores e 0 governo nacional.

A experiencia no Tajikistao mostra como 0 WEI mudou de urn modelo convencional de

treinamento, para urn modelo que da enfase as iniciativas de capacita<;:ao e oferece uma descri<;:ao

mais clara do processo CENA.

o CENA vern sendo utilizado pelo WEI para responder a esse tipo de desafio. E uma

abordagem capaz de realizar 0 levantamento, diagnostico, avalia<;:ao das necessidades de expansao, ou

aprimoramento das capacidades institucionais de forma participativa.

37

U I; ute

2. A ABORDAGEM CENA NO SPRN

18 Ver Ajuda Memoria da Missao de Supervisao do SPRN, de dezembro de 2003 (paragrafos 13 a 19) e de forma mais abreviada na "Proposta de Prorroga~ao do SPRN", Brasilia, maio de 2003.

]'J As varias cita~6es que seguem neste item foram retiradas da "Ajuda Memoria da Missao de Supervisao do SPRN de dezembro de 2003" (paragrafos 13 a 19).

No Brasil 0 CENA foi implementado no ambito do SPRN, como uma parceria entre a

ST/SPRN e 0 WBI para diagnosticar as capacidades instaladas e as lacunas de capacidades junto

aos OEMA e MPE. Estas instituic;:6es sao consideradas estrategicas no processo de consolidac;:ao do

SPRN e da gestao ambiental descentralizada na Amazonia.

o que possibilitou esta parceria foi a complementaridade dos mandatos institucionais das duas

executoras. De urn lado, 0 SPRN com urn mandato voltado a ampliac;:ao da capacidade institucional

dos Estados de fazerem frente a gesrao ambiental descentralizada, formulando e implementando

politicas que favorec;:am a ac;:ao articulada entre as tres esferas de Governo, como sugere 0 pacto

federativo e a distribuic;:ao das competencias no que se refere ao meio ambiente. Do outro lado, 0

WBI tern em seus objetivos manter 0 foco dirigido a expansao e aprimoramento de capacidades,

como sen do caracteristica central das atividades do Banco Mundial, ligadas ao desenvolvimento.

Percebe-se entao que a capacitac;:ao possibilitou uma confluencia e complementaridade entre

os objetivos institucionais, a partir da qual a parceria foi estabelecida. Sua consolidac;:ao e resultado

de negociac;:6es anteriores, e vale recupera-las na medida em que nesta trajetoria, fica evidente a

necessidade do foco da capacitac;:ao voltar-se para os OEMA e para os MPE.

Analisando 0 historico do SPRN,18 observa-se que as ac;:6es prioritarias sempre estiveram

voltadas ao apoio dos OEMA, como citado na Missao de Supervisao do Subprograma, em dezembro

de 2003, referindo-se aos parceiros estrategicos l9•

Entre as diversas citac;:6es, podemos destacar a recomendac;:ao de que "nao se perea de vista

a consolidac;:ao da descentralizac;:ao para 0 nivel estadual" e que os "GT Estaduais discutam formas

de estreitar seu relacionamento com os COEMA, possivelmente com sua conversao em camaras

tecnicas ou outras insrancias dos conselhos ( ... ) amp liar e fortalecer a integrac;:ao do SPRN com

os demais programas e projetos dos Estados". Diante destas recomendac;:6es a ST/SPRN assumiu

naquela Missao 0 compromisso de "acionar e apoiar 0 GTTP na discussao e viabilizac;:ao da proposta,

junto a cada COEMA".

Desencadear este processo nos Estados deveria contar com 0 apoio dos OEMA, bern como,

exigi ria destes, novas competencias e habilidades, principalmente em sua capacidade de negociac;:ao

com uma pluralidade de atores e de efetivar suas competencias como agente normatizador e de

controle.

Outra observac;:ao dessa Missao foi que os "PGAI em geral nao aproveitam possibilidades

de sinergias com outras Instituic;:6es e Program as fora dos respectivos Estados" e neste sentido foi

acordado que a Secretaria Tecnica do SPRN assumiria a coordenac;:ao das atividades de capacitac;:ao

na regiao.

Percebe-se que este conjunto de observac;:6es e recomendac,:6es da Missao refere-se aos Estados,

escala em que os OEMA desempenham papel estrategico e que eram perceptiveis as lacunas de

formac;:ao e de infra-estrutura, 0 que, no entanto, necessitava de maior detalhamento e clareza.

39

A Missao de Supervisao de dezembro de 2003 partiu das "recomenda<,:5es da ajuda memoria

anterior" (31 de mar<,:o a 11 de abril de 2003) para dar continuidade aos entendimentos sobre 0 foco

da parceria entre STISPRN e WBI. Na Memoria anterior, 0 WBI propos "realizar uma avalia<,:ao das

necessidades de aprimoramento de capacidade (CENA) dos OEMA e MPE em todos os Estados da

Amazonia Legal". Na Missao de dezembro de 2003, "0 grupo acolheu a proposta de parceria com 0

WBI para a capacita<,:ao dos OEMA e Ministerios Publicos e concordou com 0 WIn a respeito da

necessidade de se aproveitar a rica experiencia do PCA no aperfei<,:oamento da proposta".

Assim, £lcou estabelecido quem seria 0 publico priorirario das a<,:5es de capacita<,:ao apoiadas , .

pelo WBI, bern como, na medida em que 0 grupo acolhe a proposta do WBI, acolhe 0 CENA como

abordagem que "identi£lcaria com 0 publico as suas reais necessidades". Resumidamente puderam-se

distinguir entao, tres motiva<,:5es que levaram a constru<,:ao e implementa<,:ao do PRCA: (1) primeiro

a percep<,:ao da ST-SPRN e do Banco Mundial de que havia urn vacuo entre os PECA e urn conjunto

de demandas regionais de capacita<,:ao, que £lcou mais evidente com 0 encerramento do PCA. Isto

levou 0 Banco Mundial, atraves da RFU, a apresentar 0 WBI para que, juntamente com a ST-SPRN,

coordenassem a<,:6es de apoio a capacita<,:ao em escala regionaPl, (2) segundo, ja se vislumbrava os

OEMA e MPE, como focos principais do processo de aprimoramento de capacidades, vis to que sao

duas institui<,:6es estrategicas para a descentraliza<,:ao da gestao ambiental; (3) terceiro, a Missao de

Supervisao do SPRN de dezembro de 2003, refor<,:a a necessidade de urn Plano ao recomendar a ST

que coordene as a<,:6es de capacita<,:ao na regiao, evitando sobreposi<,:6es e que nao seja urn simples

somatorio dos PECA, mas desenvolvam a<,:6es que ampliem sinergias e coesao, alem de possibilitar

complementaridades.

A partir desta Missao se estabelece de£lnitivamente a parceria entre WBI, RFU e ST-SPRN

para uma a<,:ao de aprimoramento de capacidades institucionais de organiza<,:5es publicas estrategicas

na gestao ambiental descentralizada nos Estados da regiao amazonica. 21 Vale salientar que, 0 apoio a

esta parceria vern sendo dado pela GTZ, disponibilizando seu conhecimento na implementa<,:ao do

SPRN em quatro dos nove Estados da Amazonia Legal.

2. p ESSO E RESU CENA

Estas motiva<,:6es se desdobram em urn conjunto de a<,:6es que levam a constru<,:ao do

Plano Regional tendo a abordagem CENA como instrumento basico para sua elabora<,:ao. Pode-se

distinguir cinco passos que foram dados atraves do CENA no SPRN de janeiro a junho de 2004,

para estabelecer as bases do PRCA. Apresentamos a seguir cada passo com sua descri<,:ao, objetivos e

resultados, como segue:

10 PASSO: "A<,:6es Preparat6rias para 0 CENA"

Descricrao:

• Urn conjunto de a<,:5es e de atividades foi desenvolvido junto a STISPRN, sistematizando e

analisando os materiais produzidos nas avalia<,:6es mais recentes do Subprograma.

Objetivos:

• Re£lnar a parceria entre ST-SPRN e WBI, atraves do conhecimento mutuo e estabelecimento

das bases do trabalho a ser realizado conjuntamente;

40

20 Ver ajuda-memoria da Missao de Supervisao de 31 de mar~o a II de abril de 2003.

21 Ver ajuda memoria da Missao de Supervisao de dezembro de 2003, itens 3 e de 15 a 19.

• Discutir com a ST-SPRN a abordagem CENA e analisar sua capacidade de responder as

necessidades do Subprograma de fazer 0 levantamento das necessidades de aprimoramento de

capacidades dos OEMA e MPE;

• ldentificar atraves dos relatorios e avalia<;:6es do DflD e GTZ, 0 que os principais

executores dos PGAl demandam em termos de conhecimentos para cumprirem suas miss6es

institucionais, considerando os acumulos e avan<;:os resultantes dos trabalhos anteriores;

• Definir 0 arcabou<;:o e estabelecer os fundamentos para 0 desenvolvimento de urn Programa

Plurianual de Aprimoramento de Capacidades baseado na demanda, para a supera<;:ao de

carencias de conhecimento e de deficiencias institucionais comuns a maior parte dos Estados

envolvidos no SPRN;

• Gerar conhecimento e acumular experiencia, atraves do CENA, para aplica<;:6es futuras ou

para aprimorar outros instrumentos de apoio a capacita<;:ao junto aos Programas e Projetos

voltados a gestao ambiental e uso racional dos recursos ambientais;

Resultados:

1) Defini<;:ao das bases da parceria, com objetivos, formas e fontes de aloca<;:ao de recursos

entre os dois parceiros;

2) Maior clareza de como a metodologia CENA poderia servir como ferramenta para 0

diagn6stico das necessidades de aprimoramento de capacidades que constariam do PRCA;

3) As analises dos documentos das avalia<;:6es da GTZ e do DflD possibilitaram urn conjunto

de reflex6es, entre elas:

• Foi verificado que com 0 PCA, 0 OEMA, 0 IBAMA e 0 MPE aprimoraram 0 trabalho em

equlpe;

• Que 0 SPRN funciona melhor em Estados com apoio politico e, principalmente, com

a presen<;:a de urn Secretario de Meio Ambiente engajado nos debates e na constru<;:ao das

Politicas Publicas Ambientais;

• 0 Prograrna de Capacira<;=:lo Arnbienral (PCA) viabilizou, atraves da sua forma de execu<;=ao

e coordena<;:ao, a integra<;:ao das institui<;:6es at raves do trabalho; sua execu<;=ao se deu atraves

da terceiriza<;:ao com entidades publicas e da sociedade civil; estabeleceu uma meta sistematica

de implementa<;:ao de capacita<;:ao; introduziu urn plano financeiro flexlvel que foi a chave do

sucesso na sua implementa<;:ao; criou urn link entre 0 SPRN e a sociedade civil; e teve imp acto

no ambito municipal;

• 0 conjunto de informa<;:6es analisadas possibilitou como ultimo resultado deste primeiro

passo, a orienta<;:ao para 0 roteiro das consultas bilaterais e multilaterais, que se configuravam

como proximos passos do CENA na constru<;:ao do Plano Regional.

41

2° PASSO: "Consultas bilaterais entre WBI e parceiros estrategicos do SPRN"

Descric;:ao:

• Realizadas entre WEI e agencias-chave, parceiros estrategicos do SPRN, tais como: DfID,

GTZ, coordenadores de outros Subprogramas, Coordenadores do Programa Piloto, IBAMA,

entre outros;

Objetivos:

• Registrar a percepc;:ao das instituic;:6es sobre 0 impacto do trabalho do SPRN nos estudos e

lacunas da capacitac;:ao das instituic;:6es chaves para implementar as diretrizes do SPRN;

• Levantar 0 estagio atual destas instituic;:6es quanto a clareza de seu pape!, e das interfaces

com 0 SPRN e seus programas e instrumentos, com os OEMA e MPE, assim como, com os

PGAI e PECA, nos Estados;

• Analisar as instituic;:6es quanto aos pontos fortes, pontos fracos e necessidades de

aprimoramento de capacidades;

• Ampliar 0 conhecimento sobre as ac;:6es de capacitac;:ao desenvolvidas anteriormente nos

Estados para capturar as lic;:6es aprendidas, boas praticas e os impactos.

Resultados:

As consultas bilaterais com as instituic;:6es e entidades possibilitaram a sistematizac;:ao de urn

conjunto de informac;:6es, sobre as quais foi possive! concluir que:

¥L

1) Urn dos principais obstaculos ao funcionamento da gestao ambiental nos Estados, e a

falta de apoio politico de alguns governos estaduais, que nao contam com estrutura e/ou que

nao valorizam as metas ambientais, e por is so nao adotam os instrumentos de apoio a gestao

ambiental;

2) Era necessaria focar uma ac;:ao de capacitac;:ao prioritariamente junto aos OEMA e MPE,

visto que sao parceiros estrategicos entre si para a gestao ambiental nos Estados, bern como

sao instituic;:6es estrategicas para consolidac;:ao do SPRN;

3) As instituic;:6es consultadas apontam a sociedade civil como urn parcelro importante

no processo de implementac;:ao do SPRN, sen do necessaria uma maior proximidade para

estabe!ecer uma re!ac;:ao de maior credibilidade do Subprograma. Isto seria possive! ampliando

a participac;:ao em todas as atividades e passos do SPRN;

4) Falta uma coordenac;:ao regional na area de gestao ambiental estrategica, incluindo as ac;:6es

de capacitac;:ao, tanto internamente ao SPRN, como entre os Subprogramas do Programa

Piloto;

5) Para desenhar urn processo de capacitac;:ao, envolvendo entidades que possuem alguma

dificuldade de cooperac;:ao, e necessaria uma estrategia de abordagem adequada;

6) A abordagem adequada e aque!a que possibilita a construc;:ao "no processo", cia estrategia de

ac;:ao que responde as necessidacles cle aprimoramento de capacidacles, ao tempo que favorece

42 ( 4t <

!2 As consultas foram realizadas em todos os esrados, nos meses de janeiro e fcvereiro (AM, RR, PA, TO) e de abril (RO, AC, MT, AP, MA) 2004.

o dialogo e a cooperar;:ao, 0 que abriu uma linha de reflexao de como incorporar este aspecto

nos passos seguintes;

7) A falta de continuidade e acompanhamento dos projetos de capacitar;:ao durante a primeira

fase do SPRN devem ser evitados durante a fase de consolidar;:ao;

8) As instituir;:6es consultadas apontam que tres anos e urn espar;:o de tempo muito curto para

verificar impactos de capacitar;:ao numa area imensa como a Amazonia;

9) A necessidade de estabe!ecer com os beneficiarios os fundamentos para urn Programa

Plurianual de Aprimoramento de Capacidades baseado na demanda, para a superar;:ao

dessas carencias e das deficiencias institucionais comuns no nive! regional entre as dezoito

instituir;:6es envolvidas no SPRN;

10) 0 ultimo resultado foi 0 reforr;:o ao proximo passo, de consulta as 18 instituir;:6es, na

medida em que as consultadas apontaram a necessidade de identificar diretamente nos

Estados os pontos de carencia comuns em aprendizagem e que sao impedimentos aos esforr;:os

dos Estados em alcanr;:ar os objetivos do SPRN;

3° PASSO: "Consultas bilaterais nos Estados entre WBI e as instituir;:6es estaduais dos

OEMAeMPE"

Descrir;:ao:

• Consultas bilaterais nos Estados entre WBI e as 18 instituir;:6es (OEMA e MPE) 22,

Objetivos:

• Registrar a percepr;:ao das instituir;:6es sobre as atividades desenvolvidas pe!o SPRN;

• Levantar 0 esragio atual destas instituir;:6es quanto a clareza de seu pape!, capacidade de

desenvolver suas ar;:6es e quais as suas carencias em term os de implementar 0 SPRN no seu

Estado;

• Identificar os pontos fortes e os pontos fracos e necessidades de aprimoramento de

capacidadcs, entre si, buscando visualizar as modalidades de coopera<;ao entre as institui<;6es

e gargalos presentes para serem superados e melhorar 0 desempenho do SPRN;

• Ampliar 0 conhecimento sobre as lir;:6es apreendidas no desenvolvimento de outros

Program as de Capacitar;:ao realizados em cada Estado, perceber habilidades dos executores,

falhas estruturais e operacionais das instituir;:6es, e obter uma visao geral em termos de desafios

e oportunidades em re!ar;:ao a execur;:ao dos Pianos Estaduais de Capacitar;:ao Ambiental -

PECA, principal veiculo para os OEMA e MP implementarem 0 SPRN em cada Estado,

Resultados:

As consultas bilaterais possibilitaram a ampliar;:ao, complementar;:ao e refinamento das

informar;:6es e reflex6es sistematizadas no passo anterior:

1) Ficou visive! que se fossem sanadas lacunas de conhecimento em algumas tematicas,

os OEMA contribuiriam mais e me!hor no alcance dos objetivos do SPRN, bern como,

43

se tornariam mais eficientes e eficazes, como entidades executoras e normativas do

desenvolvimento sustentavel de seus Estados;

2) Igualmente quanto aos MPE, se fossem superadas algumas dessas carencias politicas e

t(~cnicas sobre as quest6es ambientais, os processos judiciais seriam agilizados, bern como

seria ampliada sua condi~ao de funcionar como institui~ao estraH~gica do controle social da

Politica Ambiental na Amazonia;

3) As deficiencias em infra-estrutura foram amplamente apresentadas nas consultas pelas

institui~6es, que alem de impossibilitarem urn trabalho mais eficiente, acarretaram urn

conjunto de outras dificuldades como a motiva~ao das equipes;

4) Alta rotatividade das coordena~6es nos OEMA, assim como de funcionanos;

5) Existencia de alto grau de conBito interinstitucional, baixa capacidade de coopera~ao,

principalmente entre OEMA e MPE, porem variando de intensidade entre os Estados;

6) Como 0 SPRN havia solicitado que os Estados elaborassem uma estrategia para os PECA,

foi possivel verificar os obstaculos comuns e visualizar atividades de capacita~ao para suprf­

las, entre aqueles que estavam em processo de elabora~ao ou ja a haviam elaborado.

7) As consultas bilaterais nos Estados refor~aram varios elementos levantados nas consultas

anteriores, tais como: a necessidade de uma abordagem adequada em fun~ao do conBito

interinstitucional acarretando uma baixa comunica~ao e coopera~ao; necessidade de urn

processo participativo para chegar a determinar as reais necessidades das institui~6es; a

necessidade de a~6es focada na rela~ao entre as duas institui~6es;

8) Nestas consultas, foram apresentadas algumas sugest6es, entre as quais destacamos: priorizar

o Zoneamento EcoI6gico-Economico; fazer troca de experiencias com os executores de

outros projetos do Program a Piloto; tomar como prioridades de capacita~ao 0 Licenciamento

Ambiental (dissemina~ao do Sistema de Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais

- SLAPR);

9) As consultas bilaterais (segundo e terceiro passos) permitiram visualizar de forma mais clara

o desenho da consulta multilateral (quarto passo), na qual seriam discutidas e priorizadas,

pelos principais beneficiarios do processo de capacita~ao (OEMA e MPE), as suas demandas

de expansao e aprimoramento de capacidades;

4° PASSO: "Consulta Multilateral"

Descris:ao:

• Reunindo os OEMA e os MPE, na oficina1l PECAICENA para constru~ao participativa da

matriz FOFN" e Matriz de Prioridades25 •

Objetivos da Oficina PECAICENA:

• Estabelecer os fundamentos de urn Program a Plurianual de aprimoramento de capacidades

baseado na demanda, para a supera~ao de carencias de conhecimento e de deficiencias

institucionais comuns a maior parte dos Estados envolvidos no SPRN, bern como aprimorar

o processo de constru~ao, acompanhamento e avalia~ao dos Programas Estaduais de

Capacita~ao Ambiental - PECA;

44

" A oncina foi dividida em dois momentos, sendo gO( o primeiro foi coordenado pela ST, discutindo guestoc: referentes aos PECA, bern como realizando um, capacita,ao para 0 uso de instrumento informatizad{ de moniroramento dos PECA; e no segundo momento realizado a consulta multilarera!'

2, For,as e Oportunidades, Fraquezas e Amea,as - FOFA

Para mais detalhes sobre a programa,ao e rdatorio deS!< evento, consultar 0 CD do PRCA.

• Definir as linhas principais de aprimoramento de capacidades a serem focalizadas pelas

atividades regionais a partir da "Matriz de Consensos";

• Percepc,:ao das Forc,:as e Oportunidades, Fraquezas eAmeac,:as a (matriz F-O-F-A) dos OEMA

e MPE identificando os elementos do sistema e do ambiente que afetam 0 desempenho destas

instituic,:6es na implementac,:ao do SPRN, PGAI e PECA.

Resultados:

1) Definic,:ao do arcabouc,:o geral do Plano Regional de Capacitac;ao Ambiental presente nos

principais produtos da oficina. Esta oficina estabeleceu:

a. A "Matriz de Consensos do Plano de Ac,:ao" que definiu as linhas principais de

aprimoramento de capacidades a serem focalizadas pelas atividades regionais;

b. A matriz das Forc,:as e Oportunidades, Fraquezas e Ameac,:as - FOFA (matriz

SWOT) dos OEMA e MPE identificando os elementos do sistema e do ambiente que

afetam 0 desempenho destas instituic,:6es;

2) Estabeleceu-se urn debate interinstitucional sobre os desafios colocados para as instituic,:6es

frente as diretrizes do SPRN, base inicial da sensibilizac,:ao e percepc,:ao das quest6es de fundo e

quest6es superficiais presentes nos conflitos entre as instituic,:6es para implementar 0 SPRN;

3) Auxiliou-se na internalizac,:ao do papel estrategico de cada Instituic,:ao e ampliou­

se 0 comprometimento com as diretrizes do SPRN nos obst<lculos de colaborac,:ao e

comunicac,:ao;

4) Definiu-se os do is pilares: infra-estrutura e, tematico e dentro deste, as selS linhas de

ac,:ao.

5° PASSO: Reuniao dos coordenadores do PRCA na Missao de Supervisao, em setembro

de 2004

Objetivos:

Apresentar, discutir e ratificar 0 arcabouc,:o do PRCA, com a equipe da ST/SPRN, WEI e

RFU.

Resultados:

1) Definic,:ao da estrutura operacional do PRCA;

2) Ratificac,:ao dos elementos basicos do PRCA.

45

2.2. SfNTESE DOS RESULTADOS CENA E BASES DO PRCA

Os cinco passos foram gradativamente diagnosticando as capacidades instaladas e as lacunas

existentes para que OEMA e MPE pudessem contribuir no alcance dos objetivos do SPRN, assim

como estabeleceram uma estrategia da interven<;:ao para 0 fortalecimento institucional.

Os resultados do processo CENA que se estabeleceram as bases do PRCA podem ser

sinteticamente apresentados, como veremos a seguir, atraves da Matriz FOFA, do Plano de A<;:ao e

dos Pilares de Infra-estrutura e Tematico.

a) Matriz FOFA

A anilise institucional dos atores principais, OEMA e MP foi construida utilizando a matriz

FOFA. Esta matriz possibilitou uma sintese regional dos elementos internos e externos que afetam

positivamente e negativamente 0 desempenho das institui<;:6es:

Tabela 1. Matriz FOFA (Ministerio Publico)

• Estabilidade dos membros

• Compromisso social • Autonomia administrativa e £lnanceira

• Capacidade de articulac;:ao regional na

defesa juridica de PoHticas de Meio Ambiente

• Clara de£lni<;:;io das atribuic;:6es institucionais

• Independencia funcional • Alcance Territorial- Presenc;:a da instituic;:ao

nos munidpios da regiao

• Capacidade de implementac;:ao arnbiental (preventiva, reparat6ria e repressiva)

• Auxiliar processos de mobilizac;:ao social

• Alcance de apoio tecnico e £lnanceiro externo para algumas areas de atuac;:ao

• Born relacionamento com a imprensa

• Amplo relacionamento com instituic;:6es

ptiblicas, imprensa e ONG

• Boa receptividade e aceitac;:ao da sociedade

• Boa credibilidade das ac;:6es efetivas do

MPE

• MPE como elo de integra<;:;io entre

Instituic;:6es de diversas esferas

• Interac;:ao com a sociedade civil

• Maior integrac;:ao MPE/MPF na area arnbiental

46 lftU

• Insuficiencia, inexistencia de planejamento

estrategico

• Inexistencia e insu£lciencia de quadro tecnico

• Nao priorizac;:ao das ac;:6es ambientais no

ambito da administrac;:ao do MP

• Insu£lciencia e inexistencia de capacitac;:ao, atividades meio

• Insu£lciencia e inexistencia de capacitac;:ao

para atividade £lm

• Pouca compreensao pela sociedade das atribuic;:6es do MPE

• Insuficiencia de recursos humanos frente as atribuic;:6es do MPE

Ameac;:as

• Risco de perda das atribuic;:6es constitucionais por meio de reformas

Constitucionais

• Restric;:6es infraconstitucionais da atividade Ministerial

• Reduc;:ao de atribuic;:6es pelo Supremo Tribunal Federal

• Limitac;:ao or<;:arnentaria

• Restri<;:;io dos repasses of<,:arnentarios e

£lnanceiros

• Baixa capacitac;:ao ambiental do judiciario

• Inexistencia de ac;:6es de capacitac;:ao do

judiciario

'III! 1 T 1

Tabela 2. Matriz FOFA (OEMA)

• Poder de decisao dos OEMA

• Potencializa"ao dos servi"os do OEMA trazidos pelo PGAI

• Existencia de planejamento participativo • Gestao ambiental participativa em processo

• Corpo tecnico comprometido com as realiza,,6es das atividades fins

• Oferta de recursos para a implementa"ao de Projetos ambientais na Amazonia

• Valoriza"ao dos produtos narurais certificados

• PoHtica Publica Ambiental diferenciada para a Amazonia

• Quesrao Ambiental inserida na Agenda PoHtica

b) Resultados da Anal4se FOFA

• Rotatividade de pessoal • Ingerencia poHtica

• Excesso de burocracia • Projetos nao integrados • Estrutura deficiente

• Baixos salarios • Falta de garantia de recursos • Deficiencia nos processos de comunica<;:::to inter e intra Instirucional

• Capacita<;:::to tecnica insuficiente • Ausencia de urn Plano de Comunica<;:::to

Ameas:as

• Fragilidades na implementas:ao de Politicas Publicas: Agraria, Territoriais e Fundiarias

• Ordenamento Territorial (ausencia de polftica)

• Indefini<;:::to da medida provis6ria 2166

• Questao ambiental fora da Agenda PoHtica

Inter4nst4tuc4onal

Sintese dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameac,:as comuns aos OEMA e MPE, os

focos das necessidades de aprimoramento de capacidades.

• INTERNO: estrutura organizacional; planejamento estrategico; coordenac,:ao de pessoal;

Sistema de Informac,:6es; fontes de financiamento; treinamento e capacitac,:ao; relac,:ao

institucional.

• EXTERNO: ambiente politico; ambiente economico; tendencias do mercado; ambiente

institucional; desenvolvimento tecnol6gico; mudanc,:as demograficas e sociais.

) A ~1a t r i z d de Capac4dades

Plano de ao para ri ramento

Esta matriz (ver anexo Figuras 3 e 4) serviu de roteiro basico para pensar os aspectos basicos

que deveriam fundamentar 0 PRCA. Ela visualizou os seguintes:

Ac,:6es para expansao de capacidades:

• Oficinas para aperfeic,:oamento de habilidades;

• Seminarios praticos ilustrativos das melhores praticas;

47

• Clinicas espedficas;

• Serie de seminarios e palestras;

• Esfon;:os de comunica<;:ao atraves da midia;

• Oportunidades para a troca de conhecimentos;

• Atividades de aprendizagem virtual;

• Estabe!ecimentos de comunidade de pratica ao nive! regional.

Institui,!oes com vantagem comparativa para 0 desenvolvimento de capacidades:

IBAMA; Instituto Internacional de Educa<;:ao no Brasil- IIEB; Servi<;:o Brasikiro de Apoio as

Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE; GTZ; Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazonia

- IMAZON; Uderes Municipais e Re!igiosos; Institui<;:6es de Ensino Superior - [ES; Funda<;:6es

Estaduais e Municipais; OEMA e MPE.

d) Os Pi 1 ares capacita~ao

de articula~ao das ac;oes de

Durante todo 0 processo CENA, foram-se evidenciando dois pilares aglutinadores das

necessidades de aprimoramento de capacidades e as a<;:6es e atividades necessarias ao fortalecimento

das capacidades do OEMA e MPE. Assim, 0 processo CENA detectou lacunas que puderam ser

organizadas em dois pilares: urn de infra-estrutura e outro tematico;

• 0 PILAR DE INFRAESTRUTURA: aglutinaria as necessidades re!acionadas a recursos

humanos e sistemas de gerenciamento do conjunto dos recursos institucionais (humanos,

materiais, financeiros, tecnologicos). Estas carencias apontavam para demandas como: apoio a

contrata<;:ao de pessoal; e!abora<;:ao de plano de cargos e carreiras; aquisi<;:ao ou desenvolvimento

de sistemas de informa<;:6es gerenciais internos para facilitar 0 fluxo de informa<;:6es; sistemas

interinstitucionais de gerenciamento para facilitar 0 fluxo de informa<;:6es que necessitam

ser compartilhadas; necessidade de ampliar a infra-estrutura tecnologica informacional, de

transporte, etc.

• 0 PILAR TEMATICO: aglutinaria atividades e eventos que respondessem as necessidades

de forma<;:ao e aprofundamento de conhecimentos e habilidades necessarias as institui<;:6es

para que pudessem desenvolver adequadamente suas fun<;:6es e implementar adequadamente

as diretrizes do SPRN nos respectivos Estados. Isto significaria por urn lado, um alinhamento

conceitual e tematico que favorecesse a compreensao do pape! de cada institui<;:ao e das

principais atividades re!acionadas a este pape! e de outro, uma capacita,;ao no uso de

novos instrumentos e tecnicas que fossem desenvolvidas ou utilizadas no ambito da gestao

ambiental.

48 >

e) A prlorlzac;ao das llnhas de Ac;ao no Pllar Tematlco

Optou-se por trabalhar somente 0 Pilar Tematico, dado que as vantagens comparativas dos

parceiros envolvidos, especialmente 0 WBI, tern suas a<;:6es centradas na capacita<;:ao, isto e, em

processos de mudan<;:a comportamental de pessoas e institui<;:6es para amp liar sua eficiencia e eficacia.

Dentro do pilar tematico foram definidas seis linhas de a<;:ao:

• Gestao de Conflitos

• Valoriza<;:ao da Floresta

• Direito Ambiental

• Planejamento Estrategico Participativo

• Estrategias e mecanismos de comunica<;:ao e informa<;:ao (Sistema de Informa<;:6es Integradas­

SII, incluindo Controle Social e Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais)

• Gestao Ambiental Municipal

f) Foco nos OEMA e MPE

Todo 0 processo CENA foi desenhado para diagnosticar as necessidades de aprimoramento

de capacidades dos OEMA e MPE e as a<;:6es realizadas na parceria ST-SPRN/WBI/RFU, foram

restritas a este publico. 0 processo CENA evidenciou que uma das lacunas na implementa<;:ao do

SPRN nos Estados era a falta de integra<;:ao e troca de conhecimentos e ausencia de a<;:6es conjuntas

entre institui<;:6es articuladoras do SPRN, que favorecessem urn me!hor desempenho do Subprograma

em toda regiao amazonica. No entanto, 0 processo CENA tambem diagnosticou que 0 SPRN

necessitava de a<;:6es regionais mais amp las, focando outros beneficiarios e respondendo a outras

demandas, principalmente junto a atores estrategicos da sociedade civil que tern pape! preponderante

nas instancias de gestao de PoHticas Publicas.

49

W PM • fPl

~

3. AVALIACAO DO CENA NO SPRN

26 realizada na Ilha de Marajo - Salvaterra - Para, de 30 de junho a 3 de julho de 2004.

3.1. CONSIDERA~OES METODOLOGICAS

o objetivo geral da avalia<rao do processo CENA no ambito do SPRN foi de apresentar

analises e conclus6es sobre 0 desempenho desse instrumento e subsidiar seu aprimoramento para que

possa apoiar futuras a<r6es no campo do aprimoramento de capacidades.

A partir deste objetivo foi definida como principal dimensao avaliativa 0 desempenho do

CENA como instrumento para diagnosticar a capacidade institucional e organizar as necessidades de

capacitarao numa estrategia exeqiiivel. Para isso, foi necessario entender 0 processo CENA - etapas,

instrumentos, fundamentos pedagogicos e adequa<rao do CENA aos objetivos e acordos inicias

entre as institui<r6es parceiras, para enrao apresentar conclus6es e recomenda<r6es sobre aplica<r6es

futuras desses instrumentos, a partir das li<r6es aprendidas. A analise do instrumento CENA, a luz do

objetivo desta avalia<rao, deu condi<r6es para apontar limites e possibilidades do uso do instrumento

para condi<r6es similares.

Para atingir os objetivos da avalia<rao foram preparados alguns instrumentos de coleta e

sistematiza<rao de dados e informa<r6es; buscou-se conhecer melhor 0 instrumento atraves de leituras

sobre experiencias desenvolvidas com uso do CENA; consulta a relatorios e documentos produzidos

ao longo do SPRN, principalmente, na prepara<rao e implementa<rao da fase de consolida<rao. Todos

os passos foram socializados e discutidos com a coordena<rao do PRCA, inclusive a prepara<rao dos

grupos de discussao, entrevistas com os participantes do processo CENA e a oficina de avalia<rao do

CENA-PRCA, momento no qual os resultados foram avaliados.

Diferentes Fontes foram pesquisadas e informa<r6es recolhidas que pudessem subsidiar a

avalia<rao. As Fontes principais foram: relatorios CENA de experiencias em outros paises (Ghana

e Tajikistao) buscando conhecer os prindpios, a pedagogia e os passos da metodologia, para fazer

comparativos com a experiencia brasileira; documentos do WBI sobre 0 conceito de "aprimoramento

de capacidades"; os "prindpios que orientam 0 CENA" e os "prindpios que orientam a a<rao do WBI

no campo da capacita<rao"; relar6rio das atividades realizadas por funcionarios do WBI no diversos

passos do CENA; apresenta<r6es realizadas no Brasil e no exterior descrevendo 0 processo CENA no

SPRN; programa<rao, relatorio de avalia<rao e Ficha de Avalia<rao Nivel 1 - WBI (preenchida pelos

participantes) da Oficina PECAJCENN6; versao do Piano Regional de Capacita<rao Ambiental que

foi resultado da abordagem CENA; relatorio das discuss6es (virtual e presencial) e das entrevistas

qualificadas com coordenadores que acompanharam 0 processo CENA e participantes da oficina de

Marajo.

51

3.2. RESULTADOS E DISCUSSAO

3.2.1. Avalla~ao do Processo

Neste item confrontamos 0 processo CENA com os conceitos de "aprimoramento de

capacidades", com os principios dos processos de capacita<;:ao (Lopes e Theisohn, 2003), com as

analises coletadas nos grupos de discus sao e com as entrevistas qualificadas.

Partindo destas referencias foi possive! tecer as seguintes considera<;:oes sobre 0 processo

CENA, como segue:

a) 0 que norteou 0 dialogo, as negocia<;:oes e 0 consenso em torno dos OEMA e MPE, como

beneficiarios prioritarios das a<;:oes de capacita<;:ao, foi a preocupa<;:ao com a "sustentabilidade

das a<;:oes desenvolvidas pe!o SPRN apos 0 encerramento do Subprograma em 2006".

b) Um e!emento que demonstra que 0 CENA se pautou pe!os principios da capacita<;:ao foi

a tradu<;:ao do conceito de "expansao de capacidades" para 0 conceito de capacita<;:ao que e mais usual no Pais. 0 CENA, que tem por base 0 conceito de "expansao de capacidades",

construiu 0 PRCA, cujo conceito basico e "Capacita<;:ao Ambiental". Isto, em alguma medida,

demonstrou que 0 CENA e seus facilitadores vivenciaram os principios de negocia<;:ao,

protagonismo local e nao imposi<;:ao externa de conceitos e concep<;:oes, dialogando com as

constru<;:oes sociais e os acumulos locais.

c) Foi valorizado 0 principio que afirma que as capacidades se expandem, aprimoram e

desenvolvem a partir de uma base ja existente, resultado da trajetoria historica das institui<;:oes.

A vivencia deste principio pode ser identificada em diversos momentos: na preocupa<;:ao

constante em considerar os acumulos de programas anteriores apoiados pe!a GTZ e DfID;

nas consultas bilaterais, que garantiram que a leitura sobre as capacidades j;i estabe!ecidas

e as que necessitavam ser desenvolvidas, fossem feitas considerando as preocupa<;:oes dos

beneficiarios;

d) No passo quatro, a constru<;:ao da Matriz FOFA e da Matriz de Prioridades, representou

um espa<;:o de constru<;:ao coletiva de aprendizagem social e de valoriza<;:ao das capacidades

locais, na medida em que compartilhou analises, visoes e percep<;:oes sobre as institui<;:oes,

gerando um senso compartilhado de proposito quanto ao foco da capacita<;:ao. A Matriz de

Aprimoramento de Capacidades (ver anexo I), ao fazer a pergunta - quem pode atender as

necessidades re!evantes de conhecimento e aprendizagem? - buscou resgatar as capacidades

locais estabe!ecidas para trocar e socializar conhecimentos;

e) Outro destaque necessario e quanto ao estabe!ecimento da parceria. As parcerias mais

exitosas se estabe!ecem a partir da possibilidade de racionalizar esfor<;:os no alcance dos

propositos expressos nas missoes das entidades parceiras. Para isso, as missoes devem expressar

propositos compadveis, de preferencia complementares e valores congruentes. Foi a presen<;:a

destes elementos que tornou possive! a parceria entre SPRN e WBI, pois a capacita<;:ao esta

expressa nos mandatos de cada institui<;:ao, tornando-se 0 e!o integrador e dinamizador da

parceria.

Em slntese, e possive! afirmar que 0 processo CENA buscou valorizar os principios da

capacita<;:ao e foi coerente com os conceitos que dao sustenta<;:ao a esta abordagem.

52

t='ltaU

Outras observa<;:6es que podem ser feitas sobre 0 processo CENA e que nao se referem a sua

coerencia conceitual e metodologica sao:

a) Nas consultas bilaterais e principalmente na consulta multilateral foi reafirmada a

importancia da sociedade civil para a consolida<;:ao do SPRN. No entanto, a abordagem ou

os responsaveis por sua implementa<;:ao nao foram suficientemente flexiveis para incluir este

segmento como beneficiario do PRCA. Esta incorpora<;:ao poderia ter se dado ja nas consultas

bilaterais do processo CENA, ou mesmo durante a implementa<;:ao do PRCA, vis to que 0

retorno ao tema da ausencia da sociedade civil foi freqiiente durante a implementa<;:ao do

CENA e posteriormente na implementa<;:ao do PRCA;

b) Os conflitos entre OEMA e MPE foram sobre-valorizados em fun<;:ao do ambiente que

estava estabelecido antes e durante a consulta multilateral na Oficina de Marajo. Assim,

neste evento que se constituia em urn momento de consulta, cada necessidade de capacita<;:ao

diagnosticada deveria ter sido bern caracterizada, estabelecendo a rela<;:ao causa e efeito,

bern como, priorizada em compara<;:ao as demais necessidades de capacita<;:ao. Isto exigiria

tempo adequado para uma reflexao aprofundada, 0 que efetivamente nao ocorreu naquele

momento.

3.2.2. Avalla~ao dos resultados

Como foi visto na descri<;:ao dos passos do processo CENA, ficou acordado entre os parceiros,

que 0 objetivo era "estabelecer as bases de uma estrategia de capacita<;:ao para os OEMA e MPE

para os Estados da Amazonia Legal". 0 processo chegou a definir, com grande clareza, os elementos

centrais do Plano Regional, tais como: necessidades de aprendizagem comuns entre os Estados, que se

expressaram nas prioridades de capacitariio dentro do pilar temdtico e das seis linhas de ariio : Gestao

de Conflitos; Valoriza<;:ao da Floresta; Direito Ambiental; Planejamento Estrategico Participativo;

Estrategias e Mecanismos de Comunica<;:ao e Informa<;:ao (Sistema de Informa<;:6es Integradas - SII,

incluindo Controle Social e Licenciamento em Propriedades Rurais) e Gestao Ambiental Municipal

(privilegiando-se a parceria com 0 FNMA); ficou ratificado 0 flco das ariies centrado nos OEMA e

MPE e se visualizou 0 arranjo institucional para implementar 0 PRCA (Figura 2).

Analisando a qualidade da informa<;:ao sistematizada nos relatorios das consultas bilaterais

e multilaterais, pode-se afirmar que estas foram bastante solidas em fun<;:ao, principalmente, do

processo participativo no qual as informa<;:6es para diagnostico e sugest6es de interven<;:ao foram

definidas.

o pilar tematico, com suas seis linhas de a<;:ao, foi considerado por diversos participantes do

processo como "urn a agenda para a capacita<;:ao na Regiao Norte", tendo necessidade, em face da

demanda contida nesta agenda, de continuidade alem dos limites do processo atual.

3.3. SUGESTOES DE APERFEI~OAMENTO

De forma objetiva, podemos tecer considera<;:6es ao quarto passo (consulta multilateral)

desenvolvido pelo CENA do SPRN. Qualquer afirma<;:ao sobre a pertinencia do passo dado, erro ou

acerto, tern que considerar as condi<;:6es postas para as institui<;:6es no dado momento. Isto levaria a

urn exaustivo exerdcio provavelmente pouco util para os objetivos desta avalia<;:ao e para os propositos

do item "sugest6es de aperfei<;:oamento". Isto, no entanto, nao deve se colocar como impedimento

para serem apresentadas sugest6es que possam dar pistas para usos da abordagem em circunstincias

parecidas.

53

o quarto passo foi a Oficina no qual ocorreu a consulta multilateral. Este evento reunia dois

objetivos que buscaram serem complementares, na medida em que a estrategia regional que estava se

estruturando deveria considerar os PCAI e PECA nos Estados.

Tanto a Matriz FOFA quanto a Matriz Plano de A<;:ao (ver anexo) foram definidas e debatidas

em ambiente (clima) de relativo acirramento, porem pouco de tal had as e aprimoradas, ficando quase

ausente urn debate sobre a rela<;:ao causa e efeito dos problemas levantados.

A Matriz FOFA de cada institui<;:ao poderia ter sido analisada com mawr profundidade

definindo com mais detalhes as necessidades de capacita<;:ao, 0 que poderia ter levado a uma maior

pertinencia das atividades. Apesar das avalia<;:oes de cada evento terem sido boas (ver relatorio de

avalia<;:ao do PRCA) , 0 aprofundamento das discussoes e urn maior detalhamento das atividades

no evento, poderiam ter direcionado melhor a montagem dos eventos, bern como, demonstrado a

necessidade de atividades para alem das surgidas pela demanda e protagonismo dos Estados.

Ao sugerir urn maior detalhamento da FOFA, a Matriz Plano de A<;:ao poderia ter definido

beneficiarios internos diferenciados em cada uma das institui<;:oes, por exemplo: partindo do mandato

dos OEMA na gestao ambiental, diferentes atribui<;:oes estao postas para a institui<;:ao e sao realizadas

por diferentes pessoas. Diagnosticar estas especificidades, poderia levar a amplia<;:ao de participantes,

tendo eventos mais focados e direcionados ao publico que atuam com determinadas atividades.

Como resultado deste nao detalhamento, a estrategia de implementa<;:ao do PRCA ficou

flexivel, como foi observado na avalia<;:ao do PRCA, deixando de trazer para dentro das atividades de

capacita<;:ao pessoas e tecnicos importantes, que desenvolvem a<;:oes estrategicas na gestao ambiental

em seus Estados.

Outro aspecto que merece destaque e que foi observado durante 0 periodo de avalia<;:ao foi 0

descompasso entre os momentos virtuais e os presenciais.

A sugestao relaciona-se it aplica<;:ao de instrumentos virtuais para os objetivos, dos quais a

modalidade a distancia da conta, tais como: sensibilizar, aprofundar e alinhar conceiws, podendo ser

eventos mais amplos de participa<;:ao massiva. Por outro lado, os eventos presenciais, principalmente

as oficinas, devem priorizar grupos menores para favorecer vivencias e internalizar comportamentos.

Assim, os temas poderiam ser abertos com videoconferencias, seguidas de intera<;:ao online entre os

participantes e destes com os painelistas, 0 que produziria informa<;:oes seguras sobre 0 conteudo e

publico para momentos presenciais.

54 : Qt4 M t MiWW 44W4 \ Ok

Parte III Plano Regional de

Capacita~ao Ambiental - PRCA

1. COMPONENTES SASICOS DO PRCA

27 Arraves deste objetivo a ST/SPRN busca responder a recomenda~ao da reuniao de supervisao, que e de coordenar as a~6es de capacita~ao;

o PRCA teve suas bases estabelecidas pelo processo CENA conforme apresentado na Parte II

deste relatorio. Sua implementac;:ao se deu dentro de urn processo construtivo no qual, cada urn dos

componentes do Plano: objetivos, prindpios, modelo de gestao, estrategia operacional e as atividades

dentro de cada linha de ac;:ao, foram sendo aprimorados no processo de aprendizagem que resultou

em sua implementac;:ao.

1.1 OBJETIVOS

o objetivo geral foi fortalecer institucionalmente e aprimorar as capacidades dos OEMA e

MPE como instituic;:6es estrategicas na sustentabilidade da PoHtica Ambiental na Regiao Amazonica

e como principais executores e usuarios dos instrumentos desenvolvidos no ambito do SPRN. Como

objetivos espedficos ficaram estabelecidos: (1) desenvolver ac;:6es em escala regional, complementares

e sinergicas aos PECA, para aprimoramento das capacidades institucionais27; (2) aprimorar as

capacidades (conhecimento em tematicas espedficas) para aumento na eficiencia e efidcia dos OEMA

e MPE no apoio ao uso racional e gestao sustentavel dos recursos naturais na regiao amazonica; (3)

contribuir com os MPE para que possam subsidiar melhor os processos que instauram; (4) contribuir

com os OEMA para melhorarem a sua capacidade de normatizar e fomentar 0 desenvolvimento

sustentavel nos seus Estados.

1.2. JUSTIFICATIVAS

Para desenvolver as ac;:6es de capacitac;:ao em escala regional junto aos OEMA e MPE destacam­

se as seguintes justificativas, como segue:

• Atender a diretriz quatro do SPRN consolidac;:ao; principalmente a linha de ac;:ao 4.1.

"Potencializar a capacidade tecnica para execuc;:ao da PoHticaAmbiental" e a vislvel necessidade

de ac;:6es de capacitac;:ao que contribufssem para a consolidac;:ao do SPRN;

• Atender ao objetivo do SPRN de "contribuir para a definic;:ao e implementac;:ao de urn

adequado modelo de gestio ambiental integrada para a Amazonia Legal, visando 0 uso

sustentavel dos recurs os naturais".

• Atender ao objetivo do SPRN de consolidac;:ao na capacitac;:ao de instituic;:6es publicas para

formular e implementar polfticas ambientais mais efetivas, sob a otica da gestao compartilhada

entre a Uniao, Estados e munidpios, em cooperac;:ao com organizac;:6es da sociedade civil e

setor privado.

• 0 papel estrategico que desempenham os 0 EMA e MPE, na execuc;:ao da Polftica Ambiental

e que demandavam urn conjunto de apoios para ampliar sua eficiencia e a efidcia na gestao

ambiental descentralizada;

57

• A necessidade de ampliar a articula<;:ao interinstitucional entre OEMA e MPE, para uma

a<;:ao mais cooperada dentro dos Estados buscando melhorar 0 desempenho do SPRN na fase

consolida<;:ao;

• Amplia<;:ao da capacidade de articula<;:ao destas institui<;:6es com 0 setor produtivo e social

nos processos de gestao ambiental nos Estados, microrregi6es, territ6rios e municipios;

• A possibilidade de testar dois instrumentos para consolida<;:ao de urn Subprograma: 0

CENA, como metodologia para diagnosticar e organizar as demandas de capacita<;:ao para 0

fortalecimento institucional e 0 PRCA como instrumento operacional de implementa<;:ao de

a<;:6es de capacita<;:ao em escala regional;

1.3. PRINCIPIOS

Ap6s 0 primeiro evento realizado no ambito do PRCA, ocorrido em Rio Branco no Acre, entre

24 e 26 de novembro de 2004 sobre Gestao de Conflitos, houve uma reuniao de monitoramento

do Plano. Entre os pontos que cons tam no relat6rio (ver detalhes no CD) foram levantados tres

principios que os participantes estavam vivenciando: processualidade; valoriza<;:ao das iniciativas

locais; e visao sistemica (que passou posteriormente a ser definido como visao de totalidade).

Isto ilustra a forma processual como 0 grupo de participantes foi descobrindo os principios

que orientavam 0 PRCA.

A seguir, caracterizamos os cinco principios que em alguma medida foram vivenciados na

implementa<;:ao do Plano Regional:

• Processualidade: 0 PRCA deve ser construido e executado "em processo". Partindo dos

consensos quanto as bases conceituais, linhas de a<;:ao e de algumas atividades priorirarias, 0

Plano e aprimorado a cada evento que reline os sujeitos do processo de capacita<;:ao, de onde

novas atividades sao programadas;

• Complementaridade: buscar complementar 0 trabalho criado por programas anteriores de

capacita<;:ao ambiental e dos PGAI/PECA atraves da cria<;:ao de interdmbio regional;

• Valoriza<rao das iniciativas locais: como 0 Plano e desenvolvido em processo, busca­

se valorizar as iniciativas das institui<;:6es e ou dos PECA para dinamizar as linhas de a<;:ao

priorizadas, dando condi<;:6es para que a atividade inicialmente pensada para escala estadual,

possa ganhar dimensao regional, quando responde a uma necessidade geral e se enquadra nas

linhas priorizadas;

• Valoriza<rao das experiencias vividas: dentro de cada linha de a<;:ao; buscar-se valorizar

o acumulo de conhecimento sobre a tematica ou uso de determinados instrumentos,

possibilitando maior interdmbio de experiencias e que as aprendizagens se desenvolvam

prioritariamente em ambiente pratico e se possivel vivencial;

• Visao de totalidade: cada evento busca ter rebatimento positivo sobre 0 conjunto das seis

linhas tematicas priorizadas, isto para evitar uma visao setorial e fragmentada do fortalecimento

institucional; por outro lado, as a<;:6es devem buscar uma integra<;:ao com os programas e

projetos do Programa Piloto e afins;

58

CH Para uma visao mais abrangente de cada linha de a~ao, consultar CD do PRCA, principal mente os textos sobre cada linha de a~ao e os eventos realizados.

1.4. MODELO DE GESTAO

Conforme demonstra a Figura 3, a coordena<;:ao politica foi compartilhada entre SDS, ST­

SPRN, RFU e WBI e a coordena<;:ao executiva se deu diretamente pela S -SPRN e WBI.

A execu<;:ao foi descentralizada gerando equipes que se responsabilizaram pela organiza<;:ao

dos eventos nos Estados anfitri6es, tendo os GT como ponto de interlocu<;:ao entre coordena<;:ao

executiva e equipe de organiza<;:ao. 0 Grupo Tecnico de Trabalho Permanente - GTTP funcionou

como instancia de acompanhamento da implementa<;:ao do Plano, espa<;:o no qual os MPE e OEMA

podiam dialogar com a SPRN sobre 0 andamento das atividades.

PRCA COORDENA~Ao

WBI ST-SPRN RFU SDS

.. PRCA .

BENEFICIARIOS IMPLEMENTAC;AO

Outros MPE OEMA Atores

111111111111111111 Figura 3. Arranjo organizacional de implementa,io do PRCA

o processo participativo desenvolvido pela abordagem CENA buscou gradativamente definir

as prioridades dentro do conjunto de necessidade de capacita<;:ao. Isto possibilitou que na consulta

multilateral (quarto passo do CENA) se chegasse a urn acordo sobre as linhas de a<;:ao e urn relativo

consenso sobre as quest6es a serem trabalhadas dentro de cada linha.

A caracteriza<;:ao alcan<;:ada em cada Iinha de a<;:ao, por ter sido resultado de urn processo

participativo e amplamente discutido, foi internalizada por representantes de entidades estrategicas

como os Coordenadores dos GT e representantes dos MPE em cada Estado da regiao. Isto permitiu

criatividade dos Estados na proposi<;:ao de eventos e atividades sempre focados nos acordos iniciais

do que se buscava em cada linha de a<;:ao e dos objetivos do Plano.

59

Tendo clareza destas considera<;:6es pre!iminares, e apresentada uma caracteriza<;:ao geral de

cada linha a<;:ao, de modo a facilitar a percep<;:ao da re!a<;:ao entre os objetivos das linhas de a<;:ao e os

eventos.

• Gestao de ConHitos. (Comunica<;:ao e Coopera<;:ao Institucional)

Nesta linha explicita-se a necessidade de auxiliar os OEMA e MPE a compreenderem as

diferentes escalas e motiva<;:6es que geram conflitos interinstitucionais e socio-ambientais; nos

conflitos interinstitucionais, a comunica<;:ao e a informa<;:ao sao insumos necessarios para a gestao dos

pontos de conflitos e para 0 alcance de uma a<;:ao cooperada; para os conflitos ambientais, deve ser

trabalhada a capacidade das institui<;:6es de detectar situa<;:6es e motiva<;:6es de conflitos para diminuir

seu numero, bern como, saber gerencia-los quando instal ados.

A Gestao de Conflitos passa pe!a articula<;:ao de temas conexos como -- comunica<;:ao,

coopera<;:ao, planejamento, sistemas de informa<;:ao para Gestao Institucional - que devem ser

trabalhados transversalmen te.

• Valoriza«ao da Floresta

Esta tematica foca os instrumentos economicos de valoriza<;:ao da floresta, devendo oferecer

conhecimentos praticos de como a floresta pode ser manejada, us an do racionalmente os seus recursos

tangiveis e intangiveis. 0 objetivo e estimular a conserv<;:ao da floresta para que cumpra seu pape!

ecologico e possibilite a me!horia da renda e das condi<;:6es de vida de suas popula<;:6es. Devera

apresentar urn conjunto amplo de enfoques e concep<;:6es sobre 0 tema, bern como, proporcionar 0

contato com experiencias concretas.

• Direito Ambiental

Esta linha deve focar 0 aprimoramento da pratlca social de tecnicos, gestores publicos,

lideran<;:as e dirigentes de entidades da sociedade civil que atuam na defesa do meio ambiente, atraves

do conhecimento dos instrumentos juddicos existentes para prote<;:ao ambiental. Formar os recursos

humanos que venham a contribuir com a descentraliza<;:ao administrativa e 0 efetivo exerdcio das

atribui<;:6es das demais estruturas da federa<;:ao na gestao ambiental. A demanda aponta para a

realiza<;:ao de urn curso em nivel de especializa<;:ao e ou extensao em Direito Ambiental e Politicas

Publicas;

• Planejamento Estrategico Participativo

Esta linha de a<;:ao tern 0 proposito de suprir lacunas e gargalos das institui<;:6es quanto ao

uso do Planejamento Estrategico como ferramenta de apoio a Gestao ambiental. Neste sentido a

capacita<;:ao deve trabalhar a participa<;:ao como prindpio do processo do planejamento estrategico. 0

PEP deve ser trabalhado em dois sentidos: como ferramenta para fortalecimento institucional e para

o Planejamento do Desenvolvimento Territorial. No primeiro sentido, os OEMA e MPE necessitam

aprimorar internamente as tecnicas, instrumentos e habilidades de fazer planejamento institucional.

o planejamento, realizado de forma participativa, vai gradativamente favorecendo uma a<;:ao mais

sinergica entre os membros da equipe, na medida em que 0 mandato da institui<;:ao vai sendo

desvendado e a missao, os valores, as metas e os objetivos institucionais VaG sendo internalizados. No

segundo sentido, 0 planejamento deve ser visto como instrumento para 0 desenvolvirnento territorial

e gestao participativa do desenvolvimento em diferentes escalas (munidpio, Estado, Federa<;:ao);

60

• Estrategias e mecamsmos de Comunica<;:ao e Informa<;:ao (Sistema de Informa<;:oes

Integradas - SII, incluindo Controle Social e Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais

- SLAPR)

Esta linha de a<;:ao foca a informa<;:ao e a comunica<;:ao como recursos estrategicos para a

gesrao territorial e/ou institucional moderna. Busca amp liar a capacidade das institui<;:6es de lidar

com a informa<;:ao sistematica de dados e estabe!ecer mecanismos de comunica<;:ao adequados, tanto

internamente, quanto entre as institui<;:oes e a sociedade. As institui<;:6es e organiza<;:oes necessitam,

cada vez mais ter a informa<;:ao e a comunica<;:ao como instrumentos de controle social e neste sentido,

perceber 0 SII e SLAPR como ferramenta de gestao ambiental e de controle social nas diferentes

escalas de governo. Esta sensibiliza<;:ao e aprimoramento no uso das ferramentas em cada Estado,

pode se dar atraves de troca de experiencias positivas sobre os sistemas de informa<;:ao - SII e SLAPR,

ampliando 0 conhecimento de cada institui<;:ao sobre a constru<;:ao de bases cartograficas digitais,

sistemas administrativos e legais do SLAPR. Esta linha de a<;:ao pode ainda explorar, nas atividades de

capacita<;:ao, urn conjunto de desdobramentos da tematica, tais como a importancia do SLAPR para

o MPE, para a descentraliza<;:ao da gestao ambiental; a constru<;:ao e integra<;:ao de banco de dados e

o monitoramento do desmatamento; entre outros.

• Gestao Ambiental Municipal

Esta tematica concretiza a descentraliza<;:ao, ao tempo que valoriza 0 lOcus onde tudo acontece,

o municipio, onde existem os ativos ambientais a serem utilizados de forma sustentavel.

Busca a amplia<;:ao da capacidade dos 6rgaos Municipais de Meio Ambiente de se utilizarem

dos recursos tecno16gicos e instrumentos disponiveis para gestao ambiental e assumirem novos

valores referenciais para sua atua<;:ao na media<;:ao entre crescimento economico e uso sustentave! dos

recursos naturais. Busca tambem a amplia<;:ao da interlocu<;:ao entre Estado e sociedade.

1.6. ESTRATEGIA OPERACIONAL

Dentro da op<;:ao do PRCA de proporcionar acesso as informa<;:oes atualizadas e inovadoras

buscou-se fazer uso dos instrumentos disponiveis para facilitar 0 processo de aprendizagem e

capacita<;:ao. Para isso, foram adotadas as modalidades presencial e a distancia, de forma isolada ou

complementar, para responder as demandas de aprimoramento de capacidades.

o objetivo inicial da articula<;:ao complementar das duas modalidades era de que os eventos a

distancia pudessem sensibilizar e alcan<;:ar um aprofundamento intermediario sobre uma determinada

tematica e ajudassem a definir os conteudos e publico alvo dos eventos presenciais que teriam pape!

de aprofundamento de aspectos especificos do tema.

a) Eventos Presenciais

A serie de eventos de capacita<;:ao presencial contou com diferentes atividades que podem

ser caracterizadas de acordo com seu objetivo. Para eventos com carater de sensibiliza<;:ao e de

participa<;:ao massiva foram utilizados os formatos de seminario; para aprofundamento de tematicas

aliadas a amplia<;:ao da capacidade de manusear instrumentos, de aprimorar processos e praticas,

foram utilizados os formatos de Oficinas e Cursos.

61

g;

b) Eventos a Distancia

A serie de eventos de capacita<;:ao a disrancia contou com diferentes atividades, tais como:

videoconferencias de duas vias; curso a dis tan cia; reuni6es virtuais; discuss6es online; e prepara<;:ao

para utiliza<;:ao de radiodifusao.

As reuni6es virtuais foram urn instrumento bastante utilizado para vencer as distancias e

garantir que 0 PRCA Fosse construido no processo de sua implementa<;:ao. Atraves das reuni6es, foi

possive! organizar os eventos de forma compartilhada entre a coordena<;:ao geral do PRCA e os grupos

nos Estados que funcionavam como comissao organizadora de eventos.

A modalidade de curso foi adequada a urn publico mais ampliado e com grande profundidade

dos temas abordados e as videoconferencias buscavam urn publico amplo e diversificado, debatendo

tematicas que estavam na agenda do dia das institui<;:6es.

• A Serie de Seminarios do Plano Regional - Videoconferencias

Videoconferencias (VC): as videoconferencias interativas ocorreram atraves da rede GDLN e

o Banco Mundial e tiveram dura<;:ao de tres a quatro horas, onde 0 tema era exposto e discutido com

participantes em distintas cidades em todos os Estados da Amazonia Legal.

Discussao Virtual: apos a videoconferencia, os debates continuavam por rna is duas semanas

utilizando a ferramenta de discussao virtual (online), baseados em quest6es espedficas do tema.

o objetivo era 0 de fomentar uma comunidade de discus sao e estabelecer metas de comunica<;:ao

virtual, introduzindo uma pratica de discus sao virtual e ampliando as possibilidades de troca de

informa<;:6es. Tanto as videoconferencias, quanto as discuss6es virtuais sao tecnologias que permitem

boa comunica<;:ao, pois permitem trocas, favorecendo sobremaneira a implementa<;:ao das a<;:6es do

SPRN, considerando a abrangencia do territorio atendido pelo Subprograma.

Publico das Videoconferencias: as atividades foram dirigidas a gestores de 6rgaos Estaduais

de Meio Ambiente, Ministerio Publico Federal e Estadual, Universidades, ONG, Sociedade Civil,

6rgaos da Administra<;:ao Publica e demais interessados, que atuam com a prote<;:ao de recursos

naturais e meio ambiente em todos os Estados da Amazonia Legal.

Tecnologia das Videoconferencias: a transmissao de videoconferencia contou com uma

estrutura de plataforma tecnologica do GDLN e Banco da Amazonia. 0 GDLN e uma rede de

aprendizagem para 0 desenvolvimento, esta presente em mais de 70 Paises e em quase todas as capitais

do Brasil e em varias cidades do interior. Seu objetivo e contribuir para 0 desenvolvimento sustentave!

por meio das modernas tecnologias de comunica<;:ao e ensino a dis tan cia. 0 Banco da Amazonia e 0

principal financiador do desenvolvimento economico da regiao amazonica, esta presente em todos os

Estados da Amazonia Legal e tern consolidado seu papel de destaque na formula<;:ao e implementa<;:ao

de uma polltica integrada de desenvolvimento sustentavel para a regiao.

• Curso de Direito Ambiental

Para viabilizar 0 curso foi utilizado urn conjunto de ferramentas, chamadas de multimeios,

parte essencial para este tipo de curso. Os multimeios sao 0 conjunto de recursos utilizados na

comunica<;:ao e no processo de aprendizagem da educa<;:ao a distancia. Foram utilizados: home page

ou site, visto que a dinamica do curso foi online, atraves da Internet, na qual os alunos tiveram

urn ambiente virtual interativo que mediou a comunica<;:ao com os orientadores academicos e

administradores, favorecendo 0 acompanhamento permanente, a troca de experiencias e os exerdcios.

Para a realiza<;:ao do curso foi utilizada a plataforma E-PROINFO do MEC.

62 •

As ferramentas de comunicac;:ao online foram: (1) Bate-papo ou chat: janela para troca

de mensagens entre todos os participantes e entre estes e 0 corpo docente; (2) F6rum: con tendo

espac;:o de comunicac;:ao oficial da coordenac;:ao do curso; (3) Tira-duvidas: para ser respondido pelos

orientadores academicos, espac;:o para discussao de temas do curso; (4) espac;:o para apresentac;:6es

de professores e alunos; (5) espac;:o para exerdcios e atividades formativas; (5) janela de dicas, dadas

pelos orientadores academicos; (6) cadastro de todos os alunos com respectivos enderec;:os; (6) links

para bibliografia e material complementar; (7) mural de avisos.

Cada modulo teve seu guia de estudo - Cuia das Disciplinas - contendo as orientac;:6es

academicas necessarias ao acompanhamento do aluno. Como 0 guia de estudo nao contem todos os

conteudos que 0 aluno precisa dentro da disciplina, 0 proprio guia traz indicac;:6es bibliograficas e

prop6e atividades a partir delas. Alem disso, 0 aluno tern acesso a uma bibliografia complementar.

Outros meios, como as videoconferencias foram utilizados conforme a necessidade dos

orientadores academicos, coordenac;:ao e dos alunos. 0 uso de telefone e de fax complementou 0

atendimento aos alunos.

Os momentos a distancia foram mesclados com os momentos presenciais coletivos. Houve

do is momentos presenciais coletivos no curso. Seminarios de Abertura, que foram realizados nos nove

p610s-capitais, quando se fez urn encontro entre equipes e alunos, oportunidade em que foram dadas

orientac;:6es sobre 0 funcionamento do curso e a metodologia do ensino a disrancia e funcionamento

dos multimeios; Seminarios de Avaliac;:ao, tambem realizados nos p610s, quando eram realizadas

as avaliac;:6es presenciais e oportunidade para troca de informac;:6es e interac;:ao presencial entre 0

grupo.

o curso foi composto de tres partes, cada uma con tendo varias disciplinas modulares,

cujos conteudistas foram professores do Nucleo de Altos Estudos Amazonicos NAEA, da UFPA e

convidados de outras IES do Para e de outros Estados, todos especializados nos respectivos conteudos

definidos para 0 curso, conforme se constata na grade curricular.

63

#4 MIi' .' F

2. RESULTADOS

29 Para mats detalhes dos eventos consultar CD do PRCA.

30 Cada grafico apresenta a avalia~ao do evento, comparando cada item avaliado com a media da avalia~ao de todos os eventos, e com a media dos eventos realizados pelo WBI em todas as panes do mundo.

31 Os graficos apresentam a avalia~ao dos panicipantes de cada evento.

ATIVIDADES REALIZADAS

2.1. APRESENTA~AO DESENVOLVIDAS

E DISCUSSAO

a) Eventos Presenciais~

DAS ATIVIDADES

Foram realizados sete eventos presenciais que somaram 656 horas de capacitac;:ao com urn

total de 822 participantes. A seguir caracterizaremos cada evento apresentando: (1) 0 titulo do

evento; (2) com qual(quais) linha(s) de ac;:ao eontribuiu; (3) 0 pedodo de realizac;:ao; (4) as horas

de capacitac;:ao; (5) 0 mimero de participantes; (6) 0 local de realizac;:ao; (7) qual a contribuic;:ao do

evento para os objetivos dos participantes; e (8) 0 gra£leo30 de avaliac;:ao dos participantes 31, onde

cada participante avaliou a relevancia do tema, a incorporac;:ao de novas informac;:6es, a utilidade

das informac;:6es tratadas, 0 foeo nas necessidades da instituic;:ao e dos participantes. Para cada item

avaliado, atribuiram uma nota de 1 a 5, sendo que 1 representa uma menor satisfac;:ao e 5 maior

satisfac;:ao com relac;:ao ao item avaliado. E importante salientar que os percentuais do gra£lco traduzem

o percentual de participantes que avaliou positivamente, atribuindo notas 4 e 5.

Cabe destacar que, apresentamos neste t6pico os graficos que avaliam cada evento, porem a

discussao em tomo da avaliac;:ao dos mesmos sera efetuada no t6pico seguinte, item 3 na avaliac;:ao

do PRCA.

EVENTO: COMUNICA~AO INTERINSTITUCIONAL E GESTAO DE CONFLITOS

Linha de Ac;:ao: Gestao de Conflitos; Informac;:ao e Comunicac;:ao Interinstitucional

Perfodo: 24 a 27 de novembro de 2004

Total de horas de evento: 32h

Total de participantes: 31

LocaIiza<;ao: Rio Branco - Acre - Brasil.

Grafico de avaIiac;:ao dos participantes: Figura 4

Esta o£lcina cumpriu com os objetivos gerais do PRCA porque aprimorou a capacidade de

comunicac;:ao entre os OEMA e os MPE, ao tempo que analisou as miss6es das instituic;:6es e suas

semelhanc;:as e diferenc;:as, com 0 objetivo de que 0 conhecimento mutuo ajudasse a evitar eonflitos. A

o£lcina tambem atendeu ao anseio de formac;:ao nas linhas de ac;:ao "Gestao de Conflitos" e "Estrategias

e Mecanismos de Comunicac;:ao e Informac;:ao", porem com pouca profundidade, por falta de tempo,

eonforme avaliac;:ao dos participantes.

A questao da eomunicac;:ao intra e interinstitucional e urn dos elementos centrais no

fortalecimento institucional. Contudo, £leou evidente que nao e tarefa para urn evento, mas sim ha a

necessidade de se instalar urn processo em cada instituic;:ao para responder a esta questao.

65

o referido evento foi bastante eficaz em sensibilizar as instituic;:6es para as quest6es relacionadas

a comunicac;:ao, informac;:ao e a interdependencia existente entre as instituic;:6es nos Estados. A

percepc;:ao de que a missao de cada uma nao esta internalizada resultou numa identidade nao muito

clara, dificultando a relac;:ao com outras instituic;:6es .

100%

85%84%

Relevancia

• Participantes Media Geral Ana Fiscal 05

85% 88%

Info Nova

Info Uti I

79%

62%

I~ Foco nas Objetivos

Necessidades Combinados

de Aprendizado

81%

Utilidade Total

Figura 4. Gr:ifico comparativo da avaliac;ao da atividade: Gestao de Conflitos com a media das atividades de capacitac;ao do WBI no ana fiscal de 2005. Obs: Porcentagem de participantes atribuindo avaliac;ao 4 ou 5.

EVENTO: VALORIZACAO DA FLORESTA

Linha de Ac;:ao: Valorizac;:ao da Floresta; Direito Ambiental e Gestao Ambiental Municipal

Perlodo: 6 a lOde dezembro de 2004

Total de horas de evento: 40h

Total de participantes: 234

Localizac;:ao: Cuiaba - Mato Grosso - Brasil

Grafico de avaliac;:ao dos participantes: Figura 5

Este evento, por ser massivo, possibilitando a participac;:ao de publico amplo e diversificado,

nao conseguiu focar as necessidades espedficas dos OEMA e MPE; no entanto ajudou a ampliar

os conhecimentos, estabelecendo reac;:ao entre quest6es gerais da tematica (poHtica de valorizac;:ao

da Roresta) e process os instrumentais (processo produtivos, manejo, mercado) de valorizac;:ao da

floresta. Em avaliac;:ao realizada junto ao GTTp, foi ratificado que dos eventos presenciais, este foi 0

que menos se aproximou do foco proposto para 0 PRCA.

Relevancia

• Participantes

Info

Nova

Info

Util

Media Geral Ana Fiscal 05

Foco nas Objetivos Utilidade Total

Necessidades Combinados

de Aprendizado

Figura 5. Gr:ifico comparativo da avaliac;ao da atividade: Conferencia de Valorizac;ao da Floresta com a media das atividades de capacitac;ao do WBI no ano fiscal de 2005. Obs: Porcentagem de participantes atribuindo avaliac;ao 4 ou 5.

66 au, 1)1 M % A

EVENTO: INSTRUMENTOS DE GESTAO AMBIENTAL E SUSTENTAvEL

163 TERRITORIAL PARA 0 DESENVOLVIMENTO NA AREA DE INFLUENCIA DA RODOVIA BR

Linha de As:ao: Gestao de Conflitos; Planejamento Estrategico Participativo; Gestao Ambiental

Municipal, Valoriza<;:ao da Floresta, Sistemas de Comunica<;:ao e Informa<;:ao

Periodo: 6 a 09 de junho de 2005

Total de horas de evento: 32h

Total de participantes: 59

Localiza<;:ao: Itaituba - Para - Brasil

Grafico de avalia<;:ao dos participantes: Figura 6

Este evento possibilitou a visualiza<;:ao da articula<;:ao entre as diversas Linhas de A<;:ao. Foi 0

primeiro evento que possibilitou perceber a gestao ambiental de forma articulada ao planejamento

estrategico e aos demais instrumentos apoiados pelo SPRN como 0 ZEE, SLAPR e SIr. 0 evento

buscou demonstrar como estes instrumentos dao subsidios it constru<;:ao e implementa<;:ao daAgenda

21 e do Plano Diretor da Cidade, que sao produtos do processo de planejamento. Assim como,

buscou demonstrar que 0 planejamento e um processo, ou seja, uma fun<;:ao da gestao ambiental .

• Participantes Media Geral Ana Fiscal 05

Relevancia Info

Nova

Info

Util Foco nas Objetivos Utilidade Total

Necessidades Combinados

de Aprendizado

Figura 6. Grifico comparativo da avalia~ao da atividade: Oficina - Instrumentos de Gestao com a media das atividades de capacita~ao do WBI no ano fiscal de 2005. Obs: Porcentagem de participantes atribuindo avalia~ao 4 ou 5.

OFICINA: PAGAMENTOS PARA AMBIENTAIS NA AMAZONIA.

BENS

Linha de A<;:ao: Valoriza<;:ao da Floresta, Gestao Ambiental Municipal

Periodo: 11 a 15 de abril de 2005

Total de horas de evento: 40h

Total de participantes: 49

Localiza<;:ao: Cuiaba - Mato Grosso - Brasil

Grafico de avalia<;:ao dos participantes: Figura 7

E SERVI(OS

Este evento possibilitou a abordagem da tematica da valoriza<;:ao da floresta considerando a

dimensao economica, apresentando as oportunidades que estao sendo colocadas para valoriza<;:ao da

floresta, mas por outro lado os limites e dificuldades, principalmente legais, que estao postos para 0

uso racional dos recursos florestais.

67

Relevancia

• Participantes

Info

Nova

91%

Info

Uti I

Media Geral Ana Fiscal 05

Foco nas Objetivos lItilidade Total Necessidades Combinados

de Aprendizado

Figura 7. Gdfico comparativo da avaliac;:ao da atividade: Oficina - Pagamento para BSA com a media das atividades de capacitac;:ao do WBI no ano fiscal de 2005. Obs: Porcentagem de participantes atribuindo avaliac;:ao 4 ·)u 5.

CURSO: MANEJO DECISAO.

FLORESTAL PARA TOMADORES DE

Linha de A<;:ao: Valoriza<;:ao da Floresta

Periodo: 22 a 28 de agosto de 2005

Total de horas de evento: 5Gh.

Total de participantes: 21

Localiza<;:ao: Cauaxi - Para - Brasil

Grafico de avalia<;:ao dos participantes: Figura 8

Dentre as atividades realizadas pelo PRCA, 0 Curso de Cauaxi possibilitou uma vivencia dos

participantes com processos de manejo florestal. 0 curso visualizou, de forma pratica e teorica urn

comparativo entre uma floresta adequadamente manejada e as manejadas sem criterios de otimiza<,:ao

dos recursos existentes, bern como, fazendo rela<,:ao com outras questoes como fiscalizat;ao e legisla<,:ao.

Assim, 0 evento possibilitou aos OEMA uma maior capacidade de estabelecerem direlrizes frente aos

recursos madeireiros e sua explora<,:ao racional, e para os MPE a condi<;:ao de melhorar sua analise e

fiscaliza<,:3.o por terem parametros tecnicos de analise .

• Participantes Media Geral Ano Fiscal 05

84%

(k _165%

Relevancia Info

Nova

100%

Info

Util

93% 86% 8i'%

81%

80%

Foco nas Objetivos lItilidade Total

Necessidades Combinados

de Aprendizado

Figura 8. Gdfico eomparativo da avaliac;:ao da atividade: Curso - Manejn Florestal com a media das atividades de capaeitac;:ao do WBl no ana fiscal de 2005. Obs: Poreentagem de participantes atribuindo avalia<;ao 4 Oil 5.

68

t & ,ll

OFICINA: CAPACITA~AO NO SISTEMA DE LICENCIAMENTO AMB I ENTAL NA PROPR I EDADE RURAL (SLAPR na Ama zon i a Legal: estudo de caso das experiencias de Mato Grosso. Rondonia e Tocantins).

Linha de A<;ao: Estrategias e Mecanismos de Comunica<;ao e Informa<;ao; Valoriza<;ao da Floresta;

Direito Ambiental

Pedodo: 8 a lOde fevereiro de 2006

Total de horas de evento: 24h

Total de participantes: 108

Localiza<;ao: Palmas - Tocantins - Brasil

Granco de avalia<;ao dos participantes: Figura 9

A Oficina foi oportunidade para intensa troca de experiencias e possibilidade de novamente ter

um Plano de Trabalho para cada Estado na implementa<;ao do SLAPR, baseado nas li<;6es de outros

Estados mais avan<;ados na implementac;:ao e uso deste instrumento. As trocas oportunizadas pdo

evento podem encurtar caminhos para os Estados na medida em que um conjunto de aprendizagens

foi socializado.

94%

Relevancia

• Participantes

Info

Nova

Info

Util

Media Geral Ana Fiscal 05

Foco nas Objetivos Necessidades Combinados

de Aprendizado

Utilidade Total

Figura 9. Grafico comparativo da avalia~ao da atividade: Oficina - SLAPR com a media das atividades de capacita~ao do WBI no ano fiscal de 2005. Obs: Porcentagem de participantes atribuindo avalia~ao 4 ou 5.

OFICINA: RADIOFUSAO PARA COORDENADORES

Linha de A<;ao: Valorizac;:ao da Floresta, Gestao Ambiental Municipal, e Estrategias e mecanismos de

Comunicac;:ao e Informac;:ao

Periodo: 3 a 4 de junho 2006

Total de horas de evento: 16

Total de participantes: 60

LocaIiza<;ao: Belem - Para - Brasil

Grifico de avaliac;:ao dos participantes: Figura 10

Este curso possibilitou a compreensao sobre a importancia da radiodifusao como mecanismo

de diilogo com a sociedade e como mecanismo de controle social. Permitiu uma aprendizagem sobre

o planejamenro e estrategias de divulgac;:ao de resultados das ac;:6es das instituic;:6es utilizando os

programas de radio como meio de disseminac;:ao. Com isso, buscou-se tambem potencializar 0 uso

da radiodifusao como ferramenta de divulgac;:ao de resultados e experiencias exitosas. Neste evento

69

foi elaborado urn programa de radio, 0 qual foi distribuido pelo Ministerio do Meio Ambiente as

principais radios estatais, comunirarias e comerciais.

• Participantes Media Geral Ana Fiscal 05

Relev€mcia Info

Nova

Info

Util

Foco nas Objetivos Utilidade Total

Necessidades Combinados

de Aprendizado

Figura 10. Gdfico comparativo da avalia~ao da atividade: Oficina de radiofusao para coordenadores com a media das atividades de capacita~ao do WBI no ano fiscal de 2005. Obs: Porcentagem de participantes atribuindo avalia~ao 4 ou 5.

CURSO: CAPACITA~AO TERRITORIOS RURAIS.

EM GESTAO AMBIENTAL DE

Linha de Ac;:ao: Valorizac;:ao da Floresta, Gestao Ambiental Municipal, Planejamento Estrategico

Partici pativo

Periodol Localizac;:ao:

• Baixo Amazonas (Santarem - Para - Brasil): 19 a 28 de junho de 2006;

• BR - 163 (Itaituba - Para - Brasil): 26 de junho a 5 de julho de 2006-06-26;

• Portal da Amazonia (Alta Floresta - Mato Grosso - Brasil): 19 a 28 de junho de 2006;

• Araguaia (Sao Felix do Araguaia - Mato Grosso - Brasil): 21 a 30 de junho de 2006.

Total de horas de evento: 320

Total de participantes: 240

CURSO: CAPACITA~AO PARA A AMAZONIA E OS DESAFIOS PARA ADEOUA~AO ECONOMICA E AMBIENTAL DA PRODU~AO FAMILIAR Linha de Ac;:ao: Valorizac;:ao da Floresta, Gestao Ambiental Municipal, Planejamento Estrategico

Participativo

Periodo: 29 de maio a 9 de junho de 2006

Total de horas de evento: 96

Total de participantes: 60

Localizac;:ao: BeIem - Para - Brasil

Estes tres ultimos cursos representaram 0 apoio do PRCA a outtos programas do MMA

e a possibilidade de ampliar a capacitac;:ao junto ao publico importante para a Gestao ambiental

municipal. Os cursos possibilitaram por parte de membros dos OEMA e MPE a percepc;:ao de como

as linhas de ac;:ao do PRCA se articulam, se integram e se complementam na realidade concreta

sobre a qual agem as suas instituic;:5es. Possibilitou tambem, a percepc;:1io por parte destas instituic;:5es

de como as organizac;:5es da sociedade civil debatem estes assuntos, garante uma aprendizagem

diferenciada e adicional que foi possivel nos eventos com presenc;:a das duas instituic;:5es.

70

32 Para mats detalhes dos eventos consul tar CD do PRCA.

b) Eventos a Dlstancla

VlDEOCONFERENClA: SERlE DE SEMlNARlOS VlRTUAlS POR VlDEOCONFERENClA

A serie de seminarios constou de 7 sess6es, abordando cada uma das Linhas de A<;:ao definidas

para 0 Plano Regional. Reuniu cerca de 150 pessoas a cada sessao, conectadas a 12 salas naAmazonia

com dura<;:ao entre tres a quatro horas. As atividades estao caracterizadas a seguir apresentando 0

nome, a data de realiza<;:ao e a linha de a<;:ao com a qual mais contribuiu.

• Sistema de Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais - SLAPR

Data: 30/11/2005

Linha de Ar;:ao: Estrategias e Mecanismos de Comunica<;:ao e Informa<;:ao, Gestio Ambiental

Municipal

• Direito Ambiental

Data: 15/12/2005

Linha de Ar;:ao: Planejamento Estrategico Participativo, Gestio Ambiental Municipal, Gestao

de Conflitos, Estrategia e Mecanismos de Comunica<;:ao e Informa<;:ao.

• Gestao de Conflitos

Data: 15/02/2006

Linha de A<;:ao: Estrategias e Mecanismos de Comunica<;:ao e Informa<;:ao, Planejamento

Estrategico Participativo, Gestao Ambiental Municipal.

• Sistema Integrado de Informar;:6es (SII) e seus componentes

Data: 15/03/2006

Linha de A<;:ao: Estrategias e Mecanismos de Comunica<;:ao e Informa<;:ao, Gestao Ambiental

Municipal,

• Planejamento Estratligico Participativo

Data: 11/04/2006

Linha de A<;:ao: Gestao de Conflitos, Estrategias e Mecanismos de Comunica<;:ao e Informa<;:ao,

Gestao Ambiental Municipal.

• Gestao Ambiental Municipal

Data: 11/05/2006

Linha de Ar;:ao: Gestao de Conflitos, Estrategias e Mecanismos de Comunica<;:ao e

Informa<;:ao.

• Valorizar;:ao da Floresta

Data: 06/0612006

Linha de Ar;:ao: Valoriza<;:ao da Floresta e Gestao Ambiental Municipal

71

CURSO A DISTANCIA: CURSO POS-GRADUACAO AMBIENTAL E POLfTICAS

DE A DISTANCIA EM DIREITO PUBLICAS

Periodo: marc,:o a junho de 2006

Linha de Ac,:ao: Gestao de Conflitos; Planejamento Estrategico Participativo; Gestao Ambiental

Municipal, Valorizac,:ao da Floresta, Sistemas de Comunicac,:ao e Informac,:ao.

Os instrumentos virtuais conseguiram dar maior amplitude, alcance e de certa forma

democratizaram 0 aces so aos debates que se processaram no ambito das ac,:6es do PRCA. Da mesma

forma, podem contribuir para as ac,:6es de governo no que se refere 11 Gestao ambiental. Porem,

para que se internalize a capacitac,:ao, isto e, para que a mudanc,:a comportamental se processe e se

expresse no interior das organizac,:6es, e necessaria uma vivencia junto ao objeto da capacitac,:ao, 0 que

normalmente se alcanc,:a com maior ehciencia em eventos presenciais e por isso, 0 PRCA integrou e

usou a modalidade presencial de forma complementar. 0 virtual tambem foi usado para estabelecer

a arquitetura de comunicac,:ao regional que poderia superar as grandes disrancias da Amazonia e

facilitar trabalhos de consulta, interdmbios, e aprofundamento de temas entre as 18 instituic,:6es. 0

uso das videoconferencias, tambem teve 0 objetivo de aproveitar a infra-estrutura existente e ampliar

a parceria com 0 Banco da Amazonia, importante instituic,:ao no desenvolvimento sustentavel da

regiao Amazonica, com os OEMA e MPE.

72

3. AVALIACAO DO PRCA

3.1. CONSIDERA~OES METODOLOGICAS

o objeto da avalia<;:ao foi 0 Plano Regional de Capacita<;:ao Ambiental implementado de

julho de 2004 a junho de 2006 pelo WBI e a ST-SPRN. 0 PRCA foi construido sobre os resultados

do ptocesso CENA, que realizou urn diagn6stico das capacidades instaladas e das necessidades de

aprimoramento de capacidades nos OEMA e MPE na Amazonia Legal e priorizou lacunas tematicas

em comum entre as 18 institui<;:6es.

o objetivo da avalia<;:ao do PRCA foi apresentar analises do desempenho desse instrumento

e subsidiar seu aprimoramento, para que possa apoiar futuras a<;:6es no campo do aprimoramento

de capacidades. Mais especificamente, buscou avaliar 0 processo de implementa<;:ao, a validade e

compatibilidade dos prindpios vis-a-vis os objetivos, avaliar 0 alcance dos objetivos do Plano e 0 grau

de satisfa<;:ao dos participantes com os eventos, para entao apresentar recomenda<;:6es sobre aplica<;:6es

futuras desse instrumento, a partir das li<;:6es aprendidas.

A partir dos objetivos foi definida como principal dimensao avaliativa 0 desempenho do

PRCA para imp Ie men tar a<;:oes de aprimoramento de capacidades e de modificar comportamentos

e praticas institucionais, tendo como referencia as seis linhas tematicas de a<;:ao.

Para a avalia<;:ao foram reunidas informa<;:6es quantitativas e qualitativas. Tomou-se como

referencia para a avalia<;:ao: a diretriz 4 do SPRN, como descrita anteriormente na justificativa do

PRCA; os registros da Oficina de Maraj6 (consulta multilateral), que foram considerados como linha

de base; a caracteriza<;:ao de cada linha de a<;:ao; e os objetivos do PRCA.

3.2. RESUL E DISCUS

o toplCO anterior "Resultados - Atividades Realizadas" apresentou urn conjunto de

resultados de processo, focando as atividades de capacita<;:ao desenvolvidas no ambito do PRCA.

Aqui avan<;:aremos para uma discussao e avalia<;:ao do conjunto de resultados alcan<;:ados.

Este t6pico dis cute e avalia todos os aspectos da estrategia operacional do PRCA,

iniciando pelos conceitos, orienta<;:6es e prindpios que foram exercitados ao longo do processo

da implementa<;:ao do Plano, em seguida foca as atividades de capacita<;:ao realizadas, bus cando

apresentar possiveis impactos. Na seqUencia, sao avaliados 0 processo de gesrao do Plano e as parcerias

que se estabeleceram, para entao, realizar uma rapida sintese da avalia<;:ao do PRCA, considerando se

este respondeu ao conteudo da diretriz 4 do SPRN, bern como, aos objetivos iniciais do Plano. Este

t6pico e finalizado com a apresenta<;:ao de um conjunto de sugest6es para aperfei<;:oamento deste

instrumento.

Cabe realizar ainda algumas considera<;:6es que ajudam a ponderar, ou relativizar os resultados

encontrados na avalia<;:ao. Evidenciam-se as considera<;:6es da SDS/SPRN, em um grupo de discussao

realizado com 0 GTTp, no qual salientou que durante 0 tempo de constru<;:ao e implementa<;:ao

73

do Plano, houve quest6es estruturais e institucionais que tiveram incidencia sobre 0 processo de

implementa~ao, entre os quais, destacou a renova~ao da equipe do SPRN pela substitui~ao dos

contratados via Program a de Coopera~ao T ecnica por pessoas contratadas por Concurso.

lsto ocorreu no processo de constru~ao do Plano e no inicio de sua implementa~ao; outro

destaque foi a mudan~a de local de funcionamento do SPRN, tanto fisicamente como dentro da

estrutura organizacional do MMA, saindo da Secretaria de Coordena~ao da Amazonia e sen do

transferido para a Secretaria de Politicas para 0 Oesenvolvimento Sustentavel- SOS. Estas mudan~as

nao se realizam sem urn tempo para ajustamento interno.

Estava claro desde 0 inicio, a necessidade de urn "marco zero" ou uma "linha de base",

que pudesse orientar a formula~ao de indicadores para 0 PRCA, porem nao foram encontradas as

condi~6es objetivas para formula~ao deste mecanismo. Na ausencia deste, a referencia para defini~ao

das atividades foi a discussao e caracteriza~ao das linhas de a~ao que se deu na oficina de Marajo

(consulta multilateral do processo CENA). E importante lembrar que a compreensao de cada linha

de a~ao foi sendo ampliada no proprio processo de implementa~ao do Plano. Houve flexibilidade

para construir as demandas de cada linha de a~ao ao tempo em que as atividades se desenvolveram.

Assim, cada atividade ajudava na defini~ao das carencias vividas pelas institui~6es em cada linha

tematica espedfica, bern como, propunha novas atividades a serem realizadas.

3.2.1 PRCA

Conceitos, Ori entac;oes e Pri nci pi os do

Conceitos: Os conceitos, orienta~6es e prindpios foram sendo assimilados e emergiram da

vivencia dos grupos de participantes em cada evento ao longo do processo, na medida em que eram

gerados conhecimentos e as experiencias acumuladas. 0 diagnostico realizado na consulta multilateral

- CENA norteou as primeiras formula~6es, mas a propria realidade mostrou a necessidade de

compreender determinados conceitos e estabelecer determinadas orienta~6es e prindpios para poder

transforma-la. 0 CENA apontou para uma estrategia que:

• Aprofundasse conhecimentos para a gestao ambiental visando 0 desenvolvimento

sustenravel;

• Assegurasse continuidade aos trabalhos anteriormente realizados pelo OflO, CTZ e pelos

PCAl;

• Levasse em considera~ao a gestao ambiental e Social e 0 Planejamento Estrategico

Participativo;

• Favorecesse a integra~ao institucional e a coopera~ao estadual e regional na implementa~ao

do SPRN, pautado por linhas de a~ao coletivamente escolhidas.

Orienta~oes: Ouas orienta~6es se evidenciaram: a primeira ja vinha desde as articula~6es

institucionais anteriores ao processo CENA, quanto a prioridade a ser dada aos OEMA e MPE

como institui~6es estrategicas para alcan~ar a Oiretriz 4 (capacita~ao) do SPRN. Esta orienta~ao

demonstrou-se acertada nao so por serem as principais usuarias dos instrumentos desenvolvidos no

ambito do SPRN, mas principalmente pelo mandato destas institui~6es. Os OEMA como principais

executores da politica ambiental e os MPE como seus principais controladores. Obviamente que,

urn terceiro campo institucional necessario de ser fortalecido para a adequada gestao ambiental

descentralizada e a sociedade civil, com suas multiplas formas de organiza~ao. No entanto, a

74 to •

institucionalizac;:ao de uma politica, que tern como eixo a descentralizac;:ao e a participac;:ao, necessita

estar ancorada em estruturas estatais consistentes.

Isto reforc;:a a necessidade de fortalecer as duas instituic;:6es, que na reglao praticamente

estavam comec;:ando a atuar. Os OEMA tinham alcanc;:ado expressao regional recentemente, grac;:as

ao SPRN e os MPE que precisavam atuar na area ambiental.

Por outra parte, a descentralizac;:ao da gestao ambiental para Estados e munidpios, amplamente

recomendada em todas as esferas, s6 seria POSSIVel mediante a atuac;:ao de 6rgaos com capilaridade,

como e 0 caso de OEMA e MPE.

Uma segunda orientac;:ao foi 0 alcance de escala regional, 0 qual permitiu urn ganho enorme,

na medida em que as duas instituic;:6es adquiriram corpo regional por meio de urn dialogo permanente

entre elas, troca de experiencias, cooperac;:ao e especial mente pelo compartilhamento de uma visao

frente ao futuro. Fortaleceu-se 0 sentimento de pertenc;:a regional, 0 que trouxe forc;:a e auto-confianc;:a

as instituic;:6es. Por outro lado, 0 enfoque regional permitiu ao PRCA harmonizar conceitos, modos

de fazer e otimizar tempo e recursos na implantac;:ao, na medida em que as decis6es eram tomadas

regionalmente, sem precisar de corrobora-Ias Estado por Estado.

o enfoque regional tambem contribuiu para 0 enriquecimento do Plano mediante a junc;:ao

dos conhecimentos e experiencias de cada instituic;:ao e de cada Estado. No ambito da capacitac;:ao,

deve ser acrescentado 0 elemento "testemunhal" de pessoas com experiencias positivas, que muito

influenciam a outras pessoas durante os eventos. Estes testemunhos de alguns Estados contribulram

para a implantac;:ao de tais ac;:6es em outros Estados.

Prindpios: 0 PRCA foi implementado seguin do Cinco prinCiplOs orientadores: (a)

processualidade; (b) complementaridade; (c) valorizac;:ao das iniciativas locais; (d) valorizac;:ao das

experiencias vividas; e (e) visao de totalidade.

Estes prindpios sao valores que foram respeitados tanto pela sua forc;:a hist6rica, no processo,

como pela sua forc;:a intrfnseca como elementos necessarios a urn plano de capacitac;:ao. Alias, urn

plano de capacitac;:ao pode ser guiado por muitos outros prindpios, mas no caso do PRCA foram . . . .

esses os pnnClpalS que 0 gUlaram.

(a) Processualidade: Este prinCiplO realmente foi seguido e aparece com nitidez em

documentos, avaliac;6es e ac;:6es realizadas. Os participantes do PRCA se perceberam num processo

e atuaram conscientes de que 0 estavam construindo. Os debates, as avaliaC;6es, os proprios eventos

como urn todo, sempre estavam trazendo novos componentes a serem agregados.

o valor historico deste prindpio foi reconhecido na medida em que, principalmente, as

pessoas que nos Estados ja vinham trabalhando no SPRN, perceberam a continuidade das ac;:6es e a

valorizac;ao dos investimentos ja feitos.

o valor intrfnseco deste prindpio nao s6 desvendou a realidade como algo inacabado, ou

seja, a capacitac;:ao como algo sempre POSSlvel de ser continuada, como tambem trouxe urn elemento

metodologico importante, a conexao dos eventos de capacitac;:ao mediante programac;:ao de atividades

realizadas num evento tendo em vista 0 proximo. 0 processo de monitoramento, dentro dos seus

limites, foi detectando e redirecionando 0 processo de implementac;:ao do Plano. Esse monitoramento

era composto por fichas de avaliac;ao individual sobre 0 evento e de momentos de avaliac;ao e re­

planejamento do Plano. Assim, cada atividade realizada, contribula com 0 redirecionamento seguinte,

o que garantiu ate meados de 2005, uma vivencia do principio da processualidade.

75

(b) Complementaridade: a partir do diagnostico, feito pe!a WBI, a tonica dominante do

PRCA foi a investigac,:ao para verificar onde se po de ria agregar valor aquilo que os Estados ja vinham

realizando. Este principio se agrega a partir do CENA, onde as consulta bilaterais tiveram este

sentido e se recordarmos, a "matriz de plano de ac,:ao para aprimoramento de capacidades" faz urn

levantamento participativo, ampliando 0 diagnostico das parcerias estrategicas, demandas existentes,

esragio das instituic,:6es, capacidade das instituic,:6es para desempenhar 0 seu pape!, conflitos existentes

e tarefas ja executadas.

o principio da complementaridade possibilitou a abordagem regional dos temas sem gerar

conflito com os PECA. Sem este principio teria sido dificil chegar a um Plano regional, porque cada

Estado teria interpretado a intervenc,:ao como uma sobreposic,:ao de espac,:o e duplicidade de ac,:6es,

tendo em vista que todos os process os de capacita<;:ao ja estavam em andamento.

(c) Valorizac,:ao das Iniciativas Locais: 0 Plano em pouco tempo conseguiu levar iniciativas

de um Estado para a regiao, em que pese as dificuldades de comunica<;:ao e a dimensao territorial.

Podem ser citados varios exemplos, como a iniciativa do Acre com a Oficina de "Comunicac,:ao

Interinstitucional e Gestao de Conflitos". Esta iniciativa respondeu a urn trabalho conjunto entre

GT e MPE, 0 qual vinha sendo realizado no Estado do Acre, porem que se expressou como demanda

em todos os outros. Valorizar esta iniciativa local, tam bern representou uma preocupac,:ao com a

complementaridade. Este evento nao logrou, conforme era 0 objetivo, estruturar um Grupo de

Trabalho que Fosse referencia na regiao nesta tematica, mas colocou 0 tema em pauta nos Estados.

Tambem aprimorou grandemente a ac,:ao conjunta entre OEMA e MPE do Acre para criar um

Centro de Exce!encia Regional para gestao de conflitos e deu prioridade para se organizar um evento

sobre a aplicac,:ao pratica de gestao de conflitos na BR-163.

Outros exemplos sao: 0 Sistema de Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais

(SLAPR), que foi iniciado no Mato Grosso e na sequencia em Rondonia e no Tocantins; 0 Curso

de Aperfeic,:oamento em Direito Ambiental realizado no Para e estendido Hum segundo momento

para todos os Estados; a inclusao da Sociedade Civil no PECA do Tocantins e a extensao para a

programac,:ao no Acre.

(d) Valorizac,:ao das experiencias vividas: a valorizac,:ao das iniciativas locais traz implicita esta

valoriza<;:ao de experiencias vividas. No entanto, outra dimensao deste principio nos processos de

capacita<;:ao, seria tomar os eventos de capacitac,:ao mais vivenciais e mais pr6ximos a realidade de cada

Estado. Com estas caracteristicas, tivemos 0 evento de Rio Branco "Comunicac,:ao Interinstitucional

e Gestao de Conflitos" e mais objetivamente 0 evento de Cauaxi-PA, onde foram vivenciadas tecnicas

de Manejo Sustentave! de Florestas. 0 Seminario de Itaituba-PA partiu das experiencias vividas pe!a

regiao sobre Planejamento do Desenvolvimento, em meio aos conflitos que caracterizam a regiao.

Ainda assim, pode-se dizer que este principio foi apenas parcialmente levado a pratica, po is eventos

com estas caracteristicas exigem maior tempo. Devido as distilncias e aos custos operacionais, 0

interdmbio de experiencias tern sido parcial durante os eventos de capacitac,:ao, os quais priorizaram

o alinhamento conceitual.

(e) Visao de Totalidade: 0 PRCA tern sido uma oportunidade para seus atores fortalecerem

a visao de totalidade do processo, nao s6 mediante a integrac,:ao das suas linhas tematicas, como

principalmente, mediante a percepc,:ao do Plano como instrumento de Gestao ambiental e esta como

instrumento do desenvolvimento sustenravel. Para tanto, 0 PRCA buscou integrac,:;io com outros

projetos do Programa Piloto (Proteger, Fortalecimento do GTA, Pro-Manejo, Pro-Varzea), com

outros programas do MMA (Proecotur, Proambiente, Gestar, Agenda 21) e com institui<;:6es como

IBAMA, INCRA, Banco da Amazonia e Universidades Federais, Estaduais e Particulares, TNC,

WWF,ISA.

76

$$ 644 h ... In, ftR

II Para uma an,ilise cietalhada cia avalia<;ao fcita pelos

participantcs de cada cven(O, retornar £10 t6pico 2 da parte

III ciestc rebrorio, onde fCHam apresentados os grMicos

rclativos a avaliac;ao.

Buscou ainda oferecer conteudos tematicos, durante os eventos de capacita<;:ao, que apoiaram

uma visao de desenvolvimento integrado com enfoque territorial. Esta visao insistiu na integra<;:ao

programatica e operacional dos atores sociais, mostrando que as questoes sociais e as questoes

ambientais sao indissoluveis. Mostrou ainda, que a gestao ambiental na sua essencia consiste na

solu<;:ao de conflitos e que estes tern como ator principal 0 ser humano, explicando-se assim a

importancia dada pelo Plano ao Desenvolvimento Humano, para alcan<;:ar a visao de totalidade.

3.2,2. Atlvidades de Capacita~ao

Antes de avaliarmos os eventos, cabe a seguinte observa<;:ao: estamos tratando de 18 institui<;:6es

e de nove Estados de uma regiao complexa e diversificada, onde os Estados encontram-se, do ponto

de vista institucional e organizacional, em estagios diferenciados. Mesmo que os temas tratados

estejam na pauta de demandas das institui<;:6es, nao significa que estejam sempre com 0 mesmo grau

de necessidade fazendo com que as avalia<;:6es nao atinjam niveis Dtimos.

a) Eventos de Capacita<;:ao Presenciais: Nos eventos presenciais foram utilizados Seminarios;

Oficinas; Cursos e Reuni6es. Os eventos foram de dois tipos: de carater massivo (Seminarios) onde

se oportunizou a participa<;:ao de urn publico amplo e diversificado; e especificos (Oficinas e Cursos),

mais focados no publico do PRCA.

A Figura 11 33 apresenta a media da avalia<;:ao de todos os eventos presenciais apresentados no

tDpico anterior "Resultados - Atividades Realizadas". Cada participante avaliou a relevancia do tema,

a incorpora<;:ao de novas informa<;:6es, a utili dade das informa<;:6es tratadas, 0 foco nas necessidades

da institui<;:ao e dos participantes. Para cada item avaliado, os participantes atribuiam uma nota de 1

a 5, sendo que 1 expressa a menor satisfa<;:ao e 5 maior satisfa<;:ao com rela<;:ao ao item avaliado. Para

entender os gra£lcos e importante salientar que os valores referem-se ao percentual de participantes

que avaliou positivamente, atribuindo notas 4 e 5.

Pode-se conduir que em media, os temas tratados foram relevantes para oitenta e quatro

porcento (84%) de participantes e para sessenta e cinco porcento (65%) as informa<;:6es apresentadas e

trabalhadas foram novas. Dos participantes, oitenta e oito porcento (88%) considerou as informa<;:6es

Meis, portanto, foram pertinentes e adequadas as a<;:6es que as institui<;:6es desenvolvem e sessenta e

nove porcento (69%) avaliou que os eventos focaram as necessidades de capacita<;:ao das institui<;:6es.

Aqui cabe uma observa<;:ao: todas as institui<;:6es poderiam achar 0 tema relevante, a informa<;:ao nova

e Mil, mas dificilmente, 0 conteudo trabalhado nos eventos teria a mesma pertinencia e necessidade

para todas.

Quanto aos objetivos combinados para 0 evento, setenta e nove porcento (79%) dos

participantes avaliaram que foram alcan<;:ados, isto sugere que vinte e urn porcento (21 %) considerou

que os objetivos foram desviados, seja em fun<;:ao de elementos positivos como re-direcionamento

sugerido pelo grupo de participantes ou por fatores muitas vezes negativos como modera<;:ao, tempo,

entre outros. E por £lm, oitenta e urn porcento (81 %) dos participantes avaliaram positivamente 0

grau de utilidade da atividade.

Como pode ser observado nos comentarios realizados no tDpico em que os eventos foram

caracterizados, bern como, pelo grafico abaixo (Figura 11), os conteudos (informa<;:ao util) sempre

estiveram bern integrados as linhas de a<;:ao e aos objetivos do Plano. De outra parte, pode-se afirmar

a partir do grafico, que a satisfa<;:ao dos participantes foi muito boa, demonstrando tambem que os

eventos foram bern definidos e organizados. Vale ressaltar que, 0 merito desta avalia<;:ao positiva se

deve tambem ao processo que embasou 0 Plano, isto e, a abordagem CENA.

77

Participantes Ano Fiscal 05

100~~) 88% 84% 79% 81% 80%

80% 69% 65% 60%

40%,

20%

0%

Relevancia Info Info Foco nas Objetivos Utilidade Total

Nova Util Necessidades Combinados de Aprendizado

Figura 11. Resultado comparativo da media da avalia~ao dos eventos do PRCA com a media das atividades de capacita~ao do WBI no ano fiscal de 2005. Obs: Porcentagem de participantes atribuindo avalia~ao 4 ou 5.

Pode-se aqui resgatar dos grupos de discussao e das entrevistas, algumas falas que ilustram os

avan<;:os, mas tam bern os limites da capacita<;:ao desenvolvida pelo PRCA:

• Os eventos ampliaram os conhecimentos tecnicos dos OEMA e MPE para fortalecer 0

processo de Gestao ambiental dentro da missao da SPRN;

• Houve sentimento dos participantes de que 0 programa deveria se afinar ainda mais com as

expectativas da clientela;

• A tematica da Gestao ambiental Municipal nao foi suficientemente abordada, principalmente

ao tratar da descentraliza<;::io de a<;:6es para os municipios onde e preciso levar em conta que 0

municipio nao legisla sobre florestas. Os debates nao foram suficientes e e necessario 0 debate

sobre como deve ser a descentraliza<;:ao;

• A importancia da valoriza<;:ao da floresta e diferente em cada Estado, dependendo dos seus

interesses. Assim, para alguns Estados, esta linha deveria contemplar quest6es relacionadas a

recupera<;:ao de areas degradadas;

• Estes eventos conseguiram aprofundar temas, melhorar a capacidade de manusear

instrumentos, de aprimorar processos e praticas, de planejar atividades e de fazer

monitoramento.

b) Eventos de Capacita<;ao a Distancia: Nos eventos a distincia empregaram-se

videoconferencias, curso a distancia e reuni6es virtuais. Os eventos virtuais deram maior amplitude

a participa<;ao das pessoas des de seus locais de trabalho, pois muitas vezes a participa<;ao e limitada

pelos custos do deslocamento ou pela impossibilidade de deixar 0 local de trabalho. Estiveram mais

focados na sensibiliza<;ao e no alinhamento conceitual.

Foram realizadas sete (7) videoconferencias, com participa<;ao de cerca de setecentas (700)

pessoas. Os temas estiveram ligados as linhas de a<;ao e 0 debate se estabeleceu de forma satisfatoria,

considerando a pouca proximidade que 0 publico tern com estes mecanismos. Os foruns de discussao,

apos as videoconferencias, foram oportunidades de esclarecimento, mas ainda nao favoreceram 0

aprofundamento do debate. No entanto, as quest6es centrais puderam ser debatidas, nao restando

duvidas sobre os temas apresentados, so mente a possibilidade de que estes poderiam ser ainda mais

debatidos.

78

..

De modo geral, os metodos virtuais eonseguiram sensibilizar para a problematica da

capacita<;:ao voltada para a gestao ambiental e levaram a aprofundar alguns temas selecionados

pelos praprios participantes. Como eonsta nas avalia<;:6es dos eventos, estes foram insu£lcientes para

satisfazer a demanda, tanto na variedade de eonteudos e aprofundamento dos mesmos, quanto na

demanda de vagas para participa<;:ao.

Pode-se a£lrmar que a percep<;:ao geral dos participantes e que as videoconferencias trabalharam

tematicas centrais para as necessidades atuais da regiao Amazonica e que a utiliza<;:ao do instrumento

virtual foi e£lciente, apesar de em alguns momentos ter faltado a necessaria objetividade, 0 que causou

urn sentimento de pouco de tempo para discus sao e aprofundamento de determinados temas.

Ha uma concordancia entre os partlClpantes que os temas discutidos eontribuiram nos

trabalhos desenvolvidos pel os participantes, pela maior clareza dos conceitos e dos instrumentos

estudados, tendo reflexos dentro das institui<;:6es. Outro elemento citado foi a sensibiliza<;:ao de

gestores que passaram a se interessar mais pelas tematicas.

Tambem presente nas avalia<;:6es foi a percep<;:ao de que 0 uso dos instrumentos de capacita<;:ao

a disrancia, possibilita 0 debate com especialistas e 0 conhecimento com pessoas de outros Estados

que esrao discutindo e trabalhando nos mesmos temas. Na leitura dos participantes, 0 instrumento

facilita futuras conversa<;:6es, parcerias e conex6es entre os diferentes palos do debate e abre a

possibilidade de trocas mais freqiientes numa regiao onde as disrancias impedem eventos presenciais

mais freqiientes.

o uso de instrumentos inovadores foi muito bern recebido pelos participantes do Plano,

podendo-se a£lrmar que 0 PRCA desmisti£lcou estes instrumentos de comunica<;:ao, trazendo-os para

o lugar comum entre os instrumentos disponiveis para processos de aprimoramento de capacidades

e para realiza<;:ao das tarefas que cabem a cada institui<;:ao.

Varias falas referiram-se it falta de habito de utilizar e de estabelecer a comunica<;:ao via estes

instrumentos, 0 que prejudicou urn melhor desempenho do processo de capacita<;:ao. Porem, houve

varias cita<;:6es sobre a possibilidade de aprimorar 0 uso destes instrumentos na medida que as pessoas

se acostumam a utiliza-Ios, visto que 0 uso destas tecnologias levou alguns Estados a adota-Ias com

maior freqiiencia.

Ha sugest6es de como os trabalhos atraves de videoconferencia poderiam ter continuidade,

tais como cursos de extensao e especializa<;:ao a distancia; amplia<;:ao das formas de transmissao via

Internet para poder divulgar as a<;6es desenvolvidas pelas institui<;:6es; transmissao via televisao digital

para alcan<;ar as popula<;6es mais isoladas; apoio para elabora<;:ao de materiais (apostilas, cartilha,

documentos, etc.) e organiza<;:ao de eventos (mesa redonda, reuniao, etc.) que permitam 0 contato

com os tecnicos dos Estados e da federa<;:ao, vis an do a<;ao integrada.

Foi bastante discutido e houve urn consenso sobre a importancia da eontinuidade de a<;:6es e

da discussao em torno dos temas que foram abordados. A interroga<;:ao £leou em quem teria condi<;:6es

de impulsionar esta iniciativa.

c) Linhas de A<;:ao: Como £lcou evidente ate este momenta da discussao e da avalia<;:ao, 0

PRCA teve exito na de£lni<;:ao das linhas de a<;:ao enos eventos promovidos. No entanto, alguns

elementos de avalia<;:ao sugerem uma melhor articula<;ao entre as linhas de a<;:ao dentro do PRCA.

Foram ventiladas algumas ideias de quais elementos eontribuiriam para estabelecer urn link entre as

lin has de a<;:ao e uma visao mais inteirada do Plano. Algumas falas evidenciaram, como segue:

79

• 0 que estabelece as rela<;:6es entre as linhas de a<;:ao do Plano e 0 tratamento dos problemas,

sao eles e atraves deles que e POSSIVel uma leitura multitematica e multidimensional;

• E 0 mundo real que estabelece as rela<;:6es entre as diferentes tematicas;

• Toda a gestao ambiental e definida peIo uso dos recursos naturais e que 0 usa dos recursos

e que define a necessidade de gestao;

• A ausencia de governan<;:a e de ordenamento e que leva aos problemas ambientais, assim

a gestao ambiental e dentro dela 0 ordenamento e 0 mote e a liga dos temas tratados

peIo PRCA.

Nos grupos de discussao varias falas refor<;:am a necessidade de urn Plano com a dimensao

do PRCA, valorizar abordagens mais multitematicas e multidimensionais das quest6es concretas,

devendo estas articular as linhas tematicas. Nos processos de educa<;:ao e capacita<;:ao, base do PRCA,

a motiva<;:ao pela aprendizagem se processa peIa pertinencia da questao.

3.2.3. Gestao do Plano e Parcerias

Podedamos comparar a gestao do Plano aos mais recentes e inovadores paradigmas da gestao.

Nestes a preocupa<;:ao esta centrada em gerar no grupo ou equipe, urn senso compartilhado da missao,

dos valores e da visao do futuro. Estes elementos estabelecem os limites dentro dos quais, as equipes

tern liberdade de criar e inovar. 0 processo CENA, a oficina de Marajo e a vivencia dos principios

que orientaram 0 PRCA oportunizaram este sentimento de gestao compartilhada do Plano. Assim, a

gestao nao se prendeu a execu<;:ao de atividades previamente definidas, mas permitiu uma constru<;:ao

em processo, com base em acordos estabelecidos no CENA enos principios, possibilitando tam bern

o protagonismo dos sujeitos do processo de capacita<;:ao.

Para finalizar podedamos afirmar que, apesar de posslveis melhoras no processo de

implementa<;:ao, a operacionaliza<;:ao do Plano foi exitosa. Esse, portanto, torna-se 0 grande indicador

de que 0 processo de constru<;:ao (abordagem CENA) foi eficaz na internaliza<;:ao e na apropria<;:ao

do Plano por parte dos gestores nacionais e, principalmente, por parte dos beneficiarios. Buscamos

resgatar algumas falas dos grupos de discussao e das entrevistas que dao a dimensao da avalia<;:ao feita

pelos participantes, como segue:

• A parceria para a gestao do Plano foi bastante eficaz, garantindo sua implementa<;:ao e

cumprindo com 0 papel de animadora do processo;

• A gestao do PRCA possibilitou a organiza<;:6es como 0 GTTP e forum dos MPE daAmazonia

acompanharem e protagonizarem a constru<;:ao e implementa<;:ao do Plano;

• Em alguns casos nao houve apropria<;:ao do processo por parceiros importantes como INCRA

e IBAMA, seja pelo fato de que estes nao tiveram a iniciativa de buscar maior aproxima<;:ao,

seja pelo fato dos gestores do PRCA nao terem buscado, de forma mais insistente, uma

aproxima<;:ao;

Entre a SDS e ST-SPRN, houve urn esfor<;:o para que 0 Plano executasse suas a<;:6es, no entanto,

esta avalia<;:ao nao conseguiu detectar se houve internaliza<;:ao das aprendizagens nos componentes

do arranjo interinstitucional. Mais especificamente, nao foi POSSlveI detectar se foi incorporada,

na cultura organizacional destas institui<;:6es, os principios e valores que se mostraram importantes

para implementar a<;:6es de capacita<;:ao e 0 modo como implementar PIanos de Aprimoramento de

Capacidades.

80

3.3. SINTESE

Para finalizar a avalia<;:ao do PRCA, sao importantes alguns comentarios sobre a capacidade

do Plano de responder a questoes estrategicas para as quais e!e foi concebido, tais como: "0 PRCA

respondeu a diretriz 4 do SPRN?" A resposta nao po de ria deixar de ser positiva, dada a discussao

apresentada ate 0 momento. Neste sentido, 0 PRCA chegou a ser colocado como urn dos fatores mais

fortes de mobiliza<;:ao dos atores e entidades regionais no processo de consolida<;:ao do SPRN.

Outra questao que deve ser retomada a titulo de sintese e se 0 PRCA respondeu aos

prop6sitos para os quais foi e!aborado e implementado. Novamente aqui a resposta e positiva. Foram

evidenciadas diversas limita<;:oes e tambem que a resposta a esta questao nao foi tao eficaz quanto

as expectativas iniciais, no entanto, houve urn aprimoramento da capacidade dos OEMA e MPE

como institui<;:oes estrategicas na sustentabilidade da Politica Ambiental na regiao Amazonica e como

principais executoras e usuarias dos instrumentos desenvolvidos no ambito do SPRN.

Dentre os objetivos espedficos, 0 que teve menor alcance foi a articula<;:ao com os PECA. Se

as a<;:oes desenvolvidas foram complementares aos PECA, nao houve suficiente ou a desejada sinergia,

articula<;:ao e capacidade de dar sustenta<;:ao e respaldo aos PECA. No entanto, quanto ao segundo

objetivo espedfico, houve urn consenso entre os participantes que as a<;:oes contribuiram de maneira

significativa para que as institui<;:oes entendessem me!hor seu pape! e tambem a complementaridade

das missoes e a<;:oes institucionais. Este e!emento foi determinante para uma mudan<;:a de postura,

imprimindo uma nova conduta, mais compreensiva na re!a<;:ao entre as duas institui<;:oes, 0 que deve

garantir, ainda no curto prazo, uma me!horia no desempenho destas institui<;:oes. Certamente, este

impacto sera diferente nos diversos Estados, mas de modo geral, os participantes acreditam que

podera ser visive!, em maior ou menor grau em todos e!es.

Algumas mudan<;:as que podem ser observadas nas institui<;:oes e na re!a<;:ao interinstitucional,

principalmente entre OEMA e MPE, foram explicitadas nos debates dentro dos grupos de discussao

preparados para a avalia<;:ao, como segue:

• Houve me!hor compreensao dos papeis e atribui<;:oes das duas institui<;:oes, avan<;:ando

para uma constru<;:ao conjunta da gestao ambiental respeitando e entendendo 0 pape! de

cada uma;

• Maior integra<;:ao e intera<;:ao insterinstitucional, com significativas me!horias na re!a<;:ao

OEMA e MPE com ttoca de informa<;:6es e trabalhos em conjunto, bern como, melhoras nas

re!a<;:6es interpessoais;

• Foi criada uma cultura da comunica<;:ao e as pessoas buscam comunica<;:ao via Internet

(0 uso da tecnologia aproximou); em alguns Estados 0 MP tinha medo de ser parceiro e

cumplice, hoje ha mais aproxima<;:ao e as pessoas trocam ideias e resolvem problemas sem

tanta burocracia;

• Houve facilita<;:ao para a compreensao do paine! dos problemas ambientais da regiao e maior

envolvimento com as atividades;

• As pessoas se tornaram mais pr6-ativas e imbuidas de urn entendimento comum, resultando

na amplia<;:ao das parcerias institucionais para a gestao ambiental.

81

Alguns exemplos dessas mudan"as podem ser vistos abaixo, como segue:

• Opera,,6es de fiscaliza"ao conjunta no Tocantins;

• Vistorias conjuntas, planejamento integrado e campanhas educativas no Acre;

• Trabalho conjunto entre INCRA, SEDAM, MPE, IBAMA para Licenciamento Ambiental

nos assentamentos da Reforma Agraria em Rondonia.

Toda discussao realizada neste re!at6rio confirma que 0 PRCA contribuiu, em alguma

medida, para aprimorar as capacidades (conhecimento em tematicas espedficas) e deve se refletir

futuramente na eficiencia e eficacia dos OEMA e MPE no apoio ao uso racional e gestao sustenrave!

dos recursos naturais na regiao Arnazonica. Contribuiu tambem, com os MPE para que pudessem

me!hor subsidiar os processos que se instauram, assim como, com os OEMA para me!horar a sua

capacidade de normatizar e fomentar 0 desenvolvimento sustenrave! nos seus Estados.

3.4. EsrO S DE APERE I~OAMENTO

Sistematizamos a seguir, urn conjunto de sugest6es oferecidas pe!os participantes do processo

de capacita"ao e pe!os gestores. Ficou bastante evidenciado 0 interesse na continuidade das a,,6es no

campo do aprimoramento de capacidades, desenvolvidas em escala regional. A explicita"ao deste

desejo, normalmente era seguida de sugestoes de como seria possive! dar sustenta"ao ou continuidade

a urn PRCA. Entre as mais discutidas, destacam-se:

1) Apoiar PIanos Setoriais de Capacita"ao (nos Estados) a partir de urn termo de referencia

minimo (que estabe!e"a as condi,,6es deste Plano Setoria!);

2) Permitir acesso aos recursos dos fundos do MMA para capacita"ao e outras formas de

sustentabilidade financeira do PRCA;

3) Valorizar os Curs~s de Especializa"ao, pOlS sao muito malS produtivos que cursos de

quarenta (40) horas;

4) Repetir os eventos sobre Direito Ambiental para urn publico maior;

5) No campo da articula"ao foi explicitada a necessidade de programas da natureza do PRCA,

integrarem me!hor as a"oes nas diferentes escalas (exemplo: PECA e PRCA), assim, como

me!hor articula"ao entre OEMA e MPE nos Estados;

6) Incluir a sociedade civil como beneficiarios de programas desta natureza;

7) Os at ores do mercado, mais especificamente as empresas, deveriam ser envolvidos no

processo, nao como beneficiarias da capacita"ao, mas como urn campo de interesse na gestao

ambiental;

8) Outros atores da gestao ambiental no Plano de Capacita"ao que deveriarn ser engajados

sao as prefeituras rnunicipais.

82 4$ t .4 ,

Foram oferecidas contribuis;6es tam bern no campo metodol6gico, tais como:

1) 0 PRCA poderia estruturar-se para definir as;6es em escala regional nos Programas de

Capacitas;ao desenvolvidos nos Estados, bern como, poderia ser Fonte de informas;ao para

desenvolverem-se as;6es em escala estadual, microrregional e municipal;

2) Alem de ampliar e garantir a vivencia dos prindpios exercitados no PRCA, investir mais

no "aprender fazendo";

3) Ampliar as tocas e interdmbios como estrategia pedag6gica da aprendizagem e aprofundar

os debates com a apresentas;ao de estudos de caso;

4) Criar ferramentas de monitoramento e acompanhamento das as;6es e atividades do Plano,

alem da necessidade de estabelecimento do marco zero no inicio da implementas;ao de pIanos

da natureza do PRCA;

5) Tendo como referencia 0 fortalecimento institucional, urn dos objetivos do PRCA e

estinular 0 desenvolvimento de uma as;ao de Planejamento Estrategico junto as instituis;6es

(OEMAe MP);

6) Foram sugeridos como temas a serem trabalhados: Funcionamento do SISNAMA,

Descentralizas;ao e Ferramentas de Monitoramento.

83

CONCLUSOES

Cabe destacar nas conclus6es finais alguns comentarios sobre 0 processo que envolveu a

defini<;:ao, constru<;:ao e implementa<;:ao do processo CENA e PRCA, visto que cada urn destes

instrumentos ja foi avaliado individualmente. Iniciamos resgatando algumas falas sobre 0 processo

CENA e PRCA que ilustram a conclusao geral dos participantes do processo da capacita<;:ao,

como segue:

• 0 PRCA lan<;:ou uma estrategia, uma forma de trabalhar e uma pauta de trabalho. Uma

pauta que iniciou, mas que precisa ser aprofundada e continuada, pois serao necessarios varios

anos de trabalho sobre esta pauta para vencer as necessidades basicas que ela apresenta;

• 0 PRCA provou que e possive!, com pouco recurso, desenvolver estrategias regionais, que

amplie capacidades humanas e institucionais e que contribuam para a gestao ambiental;

• 0 PRCA demonstrou que ha necessidade de urn instrumento que pense as quest6es na

escala regional e que responda as demandas de aprimoramento de capacidades nesta escala.

Urn Plano Regional sempre sera insuficiente como complemento das a<;:6es estaduais e locais,

mas responde a urn primeiro nivel de discussao de determinados temas na escala regional;

• 0 PRCA conseguiu dar uma inje<;:ao de animo no final do SPRN quando se verificou uma

certa diminui<;:ao do ritmo dos PCAI e PECA . 0 PRCA foi urn elemento mobilizador e

aglutinador de varios atores e segmentos;

• Na escala regional 0 PRCA favoreceu trocas e intercambios que dificilmente seriam possiveis

atraves dos PECA;

Vale salientar a riqueza do processo que definiu a necessidade de uma a<;:ao regional no campo

da capacita<;:ao. A leitura correta dos gestores (RFU eMMA) desta necessidade fica comprovada

na medida que 0 processo foi validado pelos sujeitos da capacita<;:ao, assim como, as sugest6es por

eles oferecidas de necessidade de continuidade e amplia<;:ao. Esta amplia<;:ao refere-se a outros atores

envolvidos na capacita<;:ao, apesar de haver sugest6es de amplia<;:ao das tematicas.

Mesmo tendo sido avaliado que 0 conflito interinstitucional foi sobrevalorizado, nao e

possivel determinar suas conseqi.H~ncias caso nao houvesse uma a<;:ao no sentido de minimiza-Io.

Neste sentido, a diminui<;:ao significativa do conflito instirucional que envolvia OEMA e MPE em

parte dos Estados da Amazonia, contribuiu para urn melhora no ambiente de trabalho nos Estados,

bern como na regiao, vislumbrando-se concretamente 0 estabelecimento de troca de informa<;:ao,

a<;:6es cooperadas dentro e entre Estados. E de consenso que as a<;:6es de capacita<;:ao contribuiram

para este avan<;:o.

Outra conclusao e que 0 PRCA nao foi suficiente para responder as necessidades de

aprimoramento de capacidades das instirui<;:6es concretamente envolvidas, mas ha clareza por parte

dos sujeitos das a<;:6es de capacita<;:ao e dos gestores do programa que foi 0 posslvel de ser realizado no

85

tempo do Plano. Cada linha de a"ao colocou urn conjunto de demandas, tanto em extensao como

em profundidade, que eram maio res do que se poderia responder no tempo de vigencia do Plano.

Para finalizar, duas observa,,6es: primeiro deve-se mencionar que os resultados positivos

aican"ados nao podem ser totalmente creditados ao PRCA, visto que ja havia urn conjunto

de a,,6es em andamento, seja dos PECA, em diferentes Estados, seja da SDS/MMA, atraves de

outros programas como GESTAR e PROAMBIENTE, mas mesmo nao agindo sozinho, garantiu

aproxima,,6es, apontou caminhos, abriu espa"os; segundo deve-se reconhecer que as mudan"as

comportamentais de individuos ou organiza,,6es nao se express am de imediato. Assim, e possivel que

novos comportamentos e elementos de uma nova cultura institucional que se presenc:ie nos pr6ximos

anos ten ham alguma contribui"ao das a,,6es desenvolvidas no ambito do CENA/PRCA.

86 Q1

PROXIMOS PASSOS

Ficou evidente a riqueza do processo tal qual foi conduzido e como este se reverteu em

aprendizagens para os atores envolvidos, no entanto, cabe destacar a necessidade de alguns

aprimoramentos:

• primeiro, necessidade de envolvimento de atores da sociedade civil, vis to que 0 fortalecimento

institucional exige uma capacita<;:ao relacional entre estado e sociedade civil;

• segundo, aprimorar (detalhar) as necessidades de capacita<;:ao antes de tra<;:ar a<;:oes que

possam suprir determinadas lacunas;

• terceiro, organizar as demandas e as a<;:oes de capacita<;:ao em urn programa que contenha

mais claramente os resultados a serem alcan<;:ados e indicadores que possam medir 0 alcance

dos mesmos.

87

p@

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89

,,11 •• ... ; .

ANEXOS

Tabela 3. Exemplo de matriz de Plano de A~~o para Aprimoramento de Capacidade

91

Tabela 4. Exemplo de matriz FOFA

• •

• •

• Extetrio

• •

92

GDLN

RFU' Rain Forest Unit Caring for. Tropical Forrest

BANCO DA AMAZONIA Exce"ncl. po r n ,tu reza

Sida

INSTITUTO DO BANCO MUNDIAL Promovendo conhecimento. aprendlzado pot um mundo melhor