Publicação especial comemorativa dos 10 anos do SENAI Cimatec - março de 2012
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Transcript of Publicação especial comemorativa dos 10 anos do SENAI Cimatec - março de 2012
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Vivian Conceição e Luís Breda: testemunhas e agentes da história do SENAI Cimatec
Publicação especial comemorativa dos 10 anos do SENAI Cimatecmarço de 2012
Cimatec 10 anos por Leone Peter Andrade
Criado para promover a modernização da indústria na
Bahia, em apenas dez anos o Cimatec, maior e mais avan-
çada unidade do Serviço Nacional de aprendizagem indus-
trial na Bahia, transformou-se em modelo para o Brasil.
Desde o início, foi cercado de cuidados para que viesse a
dar certo. Dotado de boas instalações, pensadas para futu-
ras ampliações, de equipamentos de ponta, o centro conta,
principalmente, com uma equipe qualificada, na qual se in-
tegram desde experientes técnicos e engenheiros, oriun-
dos de indústrias, até mestres e doutores, vindos de todo o
país, que desenvolvem pesquisas e atuam na transmissão
do conhecimento.
tendo como base essa sólida estrutura de instalações/
equipamentos/pessoal, o Cimatec passou a desenvolver
e aprimorar um modelo organizacional integrado e inova-
dor, fortemente aderente à operação do seu negócio, des-
dobrado em três linhas de atuação, todas bem avaliadas
por clientes e parceiros: qualificação de profissionais para
a indústria; prestação de serviços técnicos e tecnológicos;
e a oferta de ensino superior, pesquisa e inovação. Dessa
forma, a unidade do SeNai, hoje, opera de forma totalmente
complementar e sinérgica, uma escola técnica, um centro
tecnológico e uma faculdade, servindo à indústria e à socie-
dade. tudo isso com a agilidade requerida pelo mercado. em
outras palavras, atende às necessidades da Bahia.
Hoje, o SeNai Cimatec possui uma reputação positiva
e passou a representar fator de atração industrial para o
estado, mostrando a importância para a indústria moder-
na da oferta de conhecimento e de serviços especializados
qualificados. O reconhecimento rompeu as fronteiras da
Bahia e do Brasil. em razão disso, atualmente está sendo
referência para um grande programa federal: a embrapii
(empresa Brasileira de Pesquisa e inovação industrial) e o
Cinfotec, Centro de Formação Profissional de angola.
a forte demanda por serviços in-
dica a necessidade de expandir o Ci-
matec. Por essa razão, a expectativa
é que, nos próximos quatro ou cinco
anos, o centro vá quadruplicar de ta-
manho, com as obras de expansão
física já em andamento e outras pre-
vistas, alcançando investimentos pro-
jetados de R$ 140 milhões, de um total
de R$ 220 milhões, que serão aplica-
dos nas unidades do SeNai Bahia.
tais investimentos serão desti-
nados, no caso do Cimatec, na cons-
trução de dois centros de tecnologia
e dois centros de inovação, além das
obras já em andamento das unidades
Cimatec 3 e 4. Os centros de tecnolo-
gia vão absorver laboratórios e cursos
do SeNai Cetind (unidade de Lauro de
Freitas) e do SeNai Dendezeiros (da
Península itapagipana de Salvador),
que atendem, respectivamente, aos
segmentos de processos químicos/
petroquímicos e da construção civil.
Já os dois centros de inovação irão
contemplar as áreas de Conformação
mecânica e Soldagem; automação e
integração de Sistemas.
Os projetos para o Cimatec são
muitos e sua equipe é qualificada.
agora, quando completa dez anos de
muito sucesso, vale a pena contar um
pouco de sua história e de suas gran-
des e motivadoras perspectivas.
Um consistente case de sucesso
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Federação das industrias do Estado da
Bahia - FIEB
Presidente José de Freitas mascarenhas
1º Vice-presidente Victor Fernando Ollero
Ventin
Vice-presidentes
Carlos Gilberto Cavalcante Farias
emmanuel Silva maluf
Reinaldo Dantas Sampaio
Vicente mário Visco mattos
Diretores Titulares
alberto Cânovas Ruiz
antonio Ricardo alvarez alban
andré Régis andrade
Carlos Henrique Jorge Gantois
Claudio murilo micheli Xavier
eduardo Catharino Gordilho
Josair Santos Bastos
Leovegildo Oliveira De Souza
Luiz antonio de Oliveira
manuel Ventin Ventin
maria eunice de Souza Habibe
Reginaldo Rossi
Sérgio Pedreira de Oliveira Souza
Wilson Galvão andrade
Diretores Suplentes
adalberto de Souza Coelho
alexi Pelagio Gonçalves Portela Júnior
Carlos alberto matos Vieira Lima
Juan José Rosário Lorenzo
marcos Galindo Pereira Lopes
mário augusto Rocha Pithon
Noêmia Pinto de almeida Daltro
Paulo José Cintra Santos
Ricardo de agostini Lagoeiro
expediente
sistema fieb nas mídias sociais
Conselho Editorial
Maurício Castro (Superintendente de
Comunicação institucional)
Leone Peter Andrade (diretor-executivo
interino, diretor regional do SeNai-Ba)
Daniel Motta (Gerente SeNai Cimatec)
Uma publicação da Superintendência de
Comunicação Institucional / FIEB
coordenação editorial Cleber Borges e
ana Romero
edição Patrícia moreira e Carolina mendonça
fotografia João alvarez
reportagem emília Valente e Christiane Gurgel
colaboração mônica mello
Projeto gráfico e diagramação ana Clélia
Rebouças
ilustrações Gentil
tratamento de imagem marcelo Campos
impressão Grasb
Federação das Indústrias do Estado da Bahia
Rua edístio Ponde, 342, StieP
41.770-395 – Salvador-Ba
(71) 3343-1280 / 1580 / 1426
www.fieb.org.br/revistacimatec10_online
CimateC 10Conselho Regional do SEnaI Bahia
Presidente
José de Freitas mascarenhas
Representantes da Indústria - Efetivos
antônio Ricardo alvarez alban
marco aurélio Luiz martins
Wilson Galvão andrade
Jorge emanuel Reis Cajazeira
Suplentes
manuel Ventin Ventin
Leovegildo Oliveira de Souza
João augusto tararan
Reginaldo Rossi
Representantes dos Trabalhadores na
Indústria - Efetivo
maria Cristina Brito Costa
Suplente
Paulo Roberto Silva dos Santos
Representantes do Ministério da
Educação - Efetivo
aurina Oliveira Santana
Suplente
Carlos D’alexandria Bruni
Representantes do Ministério do
Trabalho e Emprego – Efetivo
isa maria Lelis Costa Simões
Suplente
maurício Nolasco de macedo
Representante dos Serviços de
Comunicações - Efetivo
José ailton de Lira
Marcelo MagalhãesParcerias ajudaram a consolidar o parque automotivo baiano
Marcelo LyraValorização do capital humano pela formação
Rafael LucchesiFoco organizacional ou tecnológicocomo diferencial
e n t r e v i s t a 6
h i s t ó r i a 10
t e c n o l o g i a 24
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José de Freitas MascarenhasPresidente do Sistema FieB fala como surgiu o SeNai Cimatec e os próximos desafios para o centro tecnológico
Linha do tempoOs fatos que marcaram a trajetória da instituição de pesquisa e ensino
Valores e competênciasUm centro voltado para as demandas da indústria
Qualificaçãoexperiência e excelência na
formação e na capacitação
Modelo exportadoinstituição baiana é modelo para países africanos
a r t i g o s 21
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sumário
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Foto de capa: João alvarez
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entrevista José de Freitas Mascarenhas
O Cimatec foi inaugurado duran-te sua gestão na Presidência da FIEB. Dez anos depois, que balan-ço o sr. faz das realizações do centro?
Veja bem: quando as coisas nas-
cem certas, provavelmente o seu futu-
ro é melhor. Durante o processo de im-
plantação, ficou claro que era preciso
trazer expertise para o centro; era pre-
ciso trazer pessoas com conhecimento
para a sua operação. e este não foi um
processo simples. Nós fizemos um es-
forço muito grande para atrair pessoas
com um alto grau de qualificação. esta
semente germinou e nós começamos a
desenvolver os projetos, a prestar ser-
se dá em três frentes, e todas elas es-
tão integradas no Cimatec: uma frente
de qualificação de profissionais, uma
frente de prestação de assistência
técnica especializada e uma terceira
de ensino superior juntamente com
pesquisa aplicada. Na verdade, são
três sistemas que se comunicam en-
tre si. então, hoje, nós realizamos
pesquisa de desenvolvimento de tec-
nologia exclusivamente por contrato
com empresas, nós continuamos a
missão essencial do SeNai de formar
trabalhadores e profissionais e tam-
bém servimos ao desenvolvimento do
estado prestando assistência técnica
para a indústria.
A trajetória do presidente da Fieb, José de Freitas Mascarenhas, está ligada
ao planejamento de projetos estruturantes para a indústria da bahia. Vice-
presidente da Confederação Nacional da indústria (CNi) e ex-secretário de
Minas e energia da bahia, Mascarenhas – que é engenheiro civil – trabalhou
junto com o economista Rômulo Almeida no projeto de formulação e implan-
tação do Centro industrial de Aratu, nos anos 1960, e, durante a década de
1970, no planejamento do Polo de Camaçari. em sua primeira gestão na Pre-
sidência do Sistema Fieb, no período de 1992 a 2003, ele teve mais uma vez
a oportunidade de contribuir para o processo de diversificação da matriz in-
dustrial da bahia, ao viabilizar a implantação do SeNAi Cimatec, que surgiu
para dar suporte a um novo ciclo da industrialização no estado, com a che-
gada da Ford e de outras empresas manufatureiras. Na entrevista a seguir, o
executivo, que também é diretor da Odebrecht, faz um balanço dos 10 anos
do Cimatec e revela as perspectivas para o futuro do centro, que deve dobrar
de tamanho nos próximos quatro anos, como consequência de um programa
agressivo de investimentos para a expansão do SeNAi.
viços, a formar profissionais. Hoje, eu
diria que o ponto forte do Cimatec são
as pessoas: a equipe como um todo e,
em especial, os mestres e os doutores
que lá estão desenvolvendo pesquisa
e que atuam também como professo-
res. Hoje, em uma visita ao Cimatec, é
possível encontrar gente de tudo quan-
to é lugar do Brasil, pessoas de todas
as raças e as mais diversas origens,
que estão lá unicamente por conta do
seu mérito. este é um movimento mui-
to construtivo, positivo.
Como o sr. define a missão do SE-NAI nos dias atuais?
a atuação do SeNai na Bahia hoje
“O ponto fortedo Cimatecsão as pessoas”
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Que papel o Cimatec tem hoje, considerando as suas diferentes frentes de atuação?
O Cimatec transformou-se em um centro moderno, vol-
tado para servir à indústria, satisfazendo aos pesquisado-
res e, sobretudo, às necessidades da Bahia. Hoje, o centro
em si é um fator de atração industrial, o que dá uma ideia
da importância que a oferta de conhecimento e de serviços
especializados tem para a indústria. além disso, o Cimatec
está sendo referência para pelo menos dois grandes pro-
gramas novos no Brasil, o Pronatec (Programa Nacional de
acesso ao ensino técnico e emprego) e a embrapii (em-
presa Brasileira de Pesquisa e inovação industrial). Sua
importância não é só local, mas nacional.
A que o sr. credita este destaque que o centro vem obtendo em nível nacional?
Sua pergunta me faz recordar um episódio ocorrido há
cerca de 10, 15 anos, mais ou menos.
Um executivo da Sony esteve em São
Paulo e perguntaram a ele o seguinte:
“Como é que vocês japoneses, depois
de terem o país destruído durante a
Segunda Guerra mundial, consegui-
ram enriquecer em tão pouco tempo?”
ele respondeu simplesmente: “Não sei,
a única coisa que eu sei é que depois
da guerra nós tivemos que trabalhar;
então nós abaixamos a cabeça e tra-
balhamos; quando levantamos a cabe-
ça, estávamos ricos.” É mais ou menos
isso. Nós fomos fazendo as coisas
certas, trazendo as pessoas corretas,
realizando os projetos adequados e, de
repente, quando levantamos a cabeça,
tínhamos um centro requisitado. mas o
Cimatec não foi construído para ser re-
ferência. apenas procuramos fazer as
coisas certas, selecionar e reconhecer
os profissionais por mérito, remunerar
as pessoas de forma digna e manter ao
longo dos anos uma política consisten-
te na gestão do SeNai. agora mesmo,
nós desenvolvemos um programa para
remunerar melhor os pesquisadores,
porque, afinal de contas, eles precisam
disso também, de ter condição de con-
forto para si e suas famílias.
Que nível de qualidade e desempe-nho se busca do Cimatec?
Procuramos construir um centro
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voltado para resolver os problemas
da indústria, sem burocracia e com
a agilidade que o mercado precisa.
eu diria que é possível compará-lo
com as modernas universidades
americanas. Geridas localmente,
estas universidades acompanham o
desenvolvimento da indústria e são
acompanhadas por ela. em uma in-
dústria, não importa o que aconteça,
é preciso produzir todo dia, é preciso
melhorar continuamente os proces-
sos, buscar a competitividade, a qua-
lidade dos produtos e tudo isso é fei-
to com pessoas, com conhecimento,
com desenvolvimento de pesquisa. a
indústria precisa disso e é isso que o
Cimatec oferece, atraindo as pessoas
que têm a capacidade para fazê-lo.
então é a necessidade e a forma de
satisfazê-la.
E como isso se dá na prática?Por exemplo, se a indústria vem
e nos diz que precisa de pessoal
qualificado em determinada direção,
esta demanda é analisada por nossa
equipe. Se há uma lacuna nós desen-
volvemos os cursos que são necessá-
rios, no tempo que é necessário. Des-
sa maneira, eliminamos o problema
de formar pessoas para as quais não
há mercado de trabalho. O Cimatec
está sempre se ajustando dinamica-
mente às necessidades da indústria.
a indústria está lá dentro e este di-
álogo permanente é um dos motivos
que fizeram com que o ministério da
Ciência e tecnologia escolhesse o Ci-
matec como uma das unidades para
implantar o projeto piloto da embra-
pii. a nova política do ministério bus-
ca exatamente isso, que o emprego
dos recursos esteja conectado com
o desenvolvimento das empresas.
Foi com base nessa experiência e
no sucesso dela que o Cimatec foi
escolhido. tanto que os outros dois
centros selecionados são centros de
maior tradição, localizados no sudeste do país. O Cimatec
foi o único escolhido que está situado fora do eixo Rio-
São Paulo e eu acredito que ele tenha uma experiência
até mais ampla, mais aberta para a indústria do que os
outros dois.
Quais as perspectivas para o Cimatec nos próxi-mos anos?
Há uma demanda muito grande para que o Cimatec se
expanda. Nossa preocupação atual tem sido garantir que
o centro mantenha o foco e continue crescendo na direção
certa, com compromisso com a indústria da Bahia, mas
também com uma visão nacional, já que o Cimatec hoje
presta serviço para empresas dos mais diversos estados do
Brasil. Por isso, estamos realizando um planejamento estra-
tégico e contratamos a consultoria do instituto Fraunhofer,
um centro de pesquisa alemão que é referência internacio-
nal e vem tendo uma atuação modernizante, assessorando
países como a China e a Índia. Nossa estratégia será a de
concentrar as competências do SeNai da Bahia no Cimatec,
que funcionará como um grande campus. Hoje, além do Ci-
matec, o SeNai conta com mais duas unidades na Região
metropolitana de Salvador: Dendezeiros, que funciona como
Centro tecnológico e escola técnica, e Cetind, em Lauro de
Freitas, que atua como centro tecnológico, escola técnica e
faculdade. Nosso projeto é transferir os laboratórios tecnoló-
gicos e toda a estrutura dos cursos de nível superior destes
centros para o Cimatec. Desta maneira, o SeNai continuará
mantendo unidades em Dendezeiros e em Lauro de Frei-
tas, mas estas unidades funcionarão exclusivamente como
escolas técnicas. Com isso, ganharemos mais espaço, in-
clusive para ampliar a escola técnica de Lauro de Freitas.
além disso, com esta integração, o Cimatec irá se constituir
como o campus integrado do SeNai da Bahia, atendendo
aos mais diversos setores da indústria. teremos então uma
escola técnica integrada aos Centros
tecnológicos e às Faculdades SeNai,
que irão se transformar em um Centro
Universitário.
O que representa esta transfor-mação das Faculdades Senai em Centro Universitário?
O meC estabelece algumas exi-
gências para que uma instituição
de ensino superior seja reconheci-
da como Centro Universitário. Hoje,
nós atendemos a quase todas estas
exigências, inclusive extrapolando
algumas delas. Por exemplo, o meC
não exige formalmente que a institui-
ção ofereça cursos de pós-graduação
stricto sensu. mas nós já contamos
com dois mestrados e um doutorado.
O único requisito que nos falta cum-
prir é a manutenção de oito cursos
de graduação já reconhecidos pelo
meC. atualmente, as Faculdades Se-
Nai oferecem vagas para 11 cursos,
mas só sete têm o aval do meC, por-
que este reconhecimento só pode ser
obtido após a formatura da primeira
turma ou depois da primeira meta-
de do curso. Neste momento, nós já
temos condições de ter mais de oito
cursos reconhecidos. Só falta a equi-
pe do ministério vir aqui e realizar o
reconhecimento.
E há perspectivas para a criação de novos cursos?
Sim. temos projetos de novos cur-
sos, principalmente na área de enge-
nharia, como engenharia de materiais
e engenharia elétrica, além dos cursos
para formação de tecnólogos. Os pro-
jetos de boa parte destes cursos já
foram submetidos ao meC e estamos
aguardando apenas a sua autoriza-
ção. É nesse sentido que o reconheci-
mento como Centro Universitário é im-
portante. Com ele, teremos autonomia
acadêmica para criar e fechar cursos
de forma mais rápida.
“O Cimatec está sempre se ajustando às necessidades da indústria e este diálogo é um dos motivos que fizeram o Ministério da Ciência e Tecnologia escolher o Cimatec para implantar o piloto do projeto Embrapii”
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Além de absorver competências do Cetind e do SENAI Dendezei-ros, o Cimatec também passará por outras transformações?
Sim. Na verdade, nós estamos
com um programa de investimento
muito grande para o SeNai Bahia e
que terá um grande impacto sobre o
Cimatec. este programa é consequên-
cia de um projeto agressivo de expan-
são física que o SeNai Nacional pre-
tende realizar em todo o Brasil, com a
construção de 100 novos centros. Nos
próximos quatro anos, vamos investir
cerca de R$ 140 milhões em recursos
provenientes, entre outras coisas, de
um empréstimo realizado pela Con-
federação Nacional da indústria (CNi)
junto ao BNDeS para viabilizar tanto
a ampliação e revitalização de uni-
dades existentes como a criação de
novas unidades. em função disso, o
SeNai Bahia vai ter que crescer mui-
to, para atender simultaneamente ao
aumento da gratuidade dos cursos do
SeNai, aos cursos do Pronatec e aos
projetos da embrapii. e aproximada-
mente 50% destes R$ 140 milhões em
investimentos serão destinados ao
Cimatec. Nos próximos quatro anos,
o Cimatec vai dobrar de tamanho. e
estamos levando em conta neste cál-
culo não as instalações atuais, mas as
dimensões que ele terá após a conclu-
são das obras de expansão hoje em
andamento. O SeNai Nacional está
classificando suas unidades no Bra-
sil inteiro em Centros de Formação
Profissional, que funcionam como
escolas técnicas, Centros de tecnolo-
gia, direcionados para a prestação de
serviços à indústria, e Centros de inovação, voltados para
o desenvolvimento de pesquisa e inovação. O novo ciclo
de expansão do Cimatec corresponde à construção de dois
Centros de tecnologia e dois Centros de inovação. Os dois
Centros de tecnologia vão absorver os laboratórios e os
cursos de nível superior do Cetind e do SeNai Dendezei-
ros, atendendo respectivamente aos setores de constru-
ção civil e processos petroquímicos. Já os dois Centros de
inovação contemplam as áreas de Conformação mecânica,
automação e integração de Sistemas.
E quais as perspectivas para a expansão do SENAI no interior da Bahia?
Vamos realizar também um agressivo programa de
interiorização. teremos duas unidades de Formação
Profissional integradas ao SeSi na região oeste, uma em
Barreiras e outra em Luís eduardo magalhães. Na região
sul, entre ilhéus e itabuna, vamos construir uma unidade
que funcionará como centro de formação profissional e
centro tecnológico para atender ao Polo de informática. Já
na região sudoeste, Vitória da Conquista vai ser contem-
plada com um Centro de Formação Profissional, também
integrado ao SeSi. além disso, vamos praticamente du-
plicar o tamanho da unidade de Feira de Santana e cons-
truir uma nova escola técnica de porte em Camaçari. Para
completar, estão previstos investimentos no Recôncavo,
para atender ao Polo Naval, na região norte e no extremo
sul do estado.
“O SENAI Bahia vai ter que crescer muito para atender ao aumento da gratuidade dos cursos do SENAI, aos cursos do Pronatec e aos projetos da Embrapii”
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Quem passa pela av. Orlando Gomes, em Salvador, pode nem se dar
conta, mas bem ao lado, no número 1.845, ergue-se uma verdadei-
ra fábrica de sonhos e inovação. Há 10 anos funciona ali o Centro
integrado de manufatura e tecnologia (Cimatec), unidade do SeNai
Bahia que vem mudando a vida de milhares de jovens e profissionais, colecio-
nando conquistas e dando contribuições valiosas para evolução da indústria
baiana. É preciso fazer uma viagem no tempo para entender essa trajetória de
sucesso. em sua primeira gestão na Presidência do Sistema FieB, no final dos
anos 1990, José mascarenhas percebeu a necessidade de modernizar a área de
metal-mecânica, tendo em vista o novo ciclo de industrialização que a Bahia
buscava. Nessa época, o governo do estado estava empenhado em diversificar
o parque industrial baiano, atraindo empresas de outras áreas, em especial dos
setores automotivo e tecnológico.
e foi justamente para refletir sobre esse novo cenário que o SeNai contra-
tou, em 1997, o então consultor Leone Peter andrade, atual diretor regional do
SeNai. entre os caminhos apontados para a desejada modernização, foi defini-
da a criação de um núcleo voltado para a capacitação de mão de obra e suporte
à produção, condizente com os desafios que se apresentavam.
adERênCIa ao mERCado
em 1998, montou-se uma equipe para desenvolver o novo núcleo, coordenada
por Leone andrade e composta pelo então jovem engenheiro mecânico Luís
alberto Breda (atual gerente do Núcleo estratégico do SeNai), pelo professor
Herman Lepikson (da Universidade Federal Bahia) e três colaboradores do cor-
po técnico do SeNai Bahia: Solano Cristóvão Ferreira, evangivaldo Lima Faria e
milton Bastos. Desde o início, o grupo trabalhou com uma missão: que o núcleo
tivesse total aderência ao mercado. Ou seja, desenvolvesse cursos e serviços
específicos para as necessidades da indústria.
essa premissa moldou todas as etapas de elaboração do projeto. “tivemos
um período de planejamento muito rico. Visitamos clientes de diferentes seg-
mentos industriais, realizamos road shows para coletar dados e aplicar ques-
tionários a montadoras que poderiam vir à Bahia. enfim, pesquisamos bastan-
te e com um leque bem variado, inclusive empresas e instituições de ensino
Há 10 anos concretizando sonhos e ideiasA trajetória recente da indústria baiana pode ser contada a partir da história deste centro de inovação e tecnologia que se destaca pela excelência
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de outros estados e países como alemanha e espanha.
Conhecemos profundamente o mercado da época e do
futuro”, explica Leone.
todo esse trabalho de pesquisa levou a mudanças no
próprio conceito da instituição a ser criada. O que come-
çou com o objetivo de modernizar o setor de metal-mecâ-
nica, passou a contemplar outros segmentos industriais
que aportavam na Bahia. assim, o núcleo passou a ter
uma abrangência maior e foi batizado de Nimatech - Nú-
cleo de tecnologia em integração em manufatura.
À medida que ia sendo formatado, o núcleo ganhava
diferentes endereços. inicialmente, pensou-se em im-
plantá-lo no Centro industrial de aratu, depois na sede
do SeNai Dendezeiros, na Cidade Baixa, e, em seguida,
na unidade SeNai Cetind, em Lauro de Freitas. mas o
Nimatech tomou um vulto que demandou endereço pró-
prio, com a possibilidade de expansão que já se anuncia-
va antes mesmo da sua construção. além disso, precisou
mudar de nome: de núcleo evoluiu para centro e passou
a se chamar Cimatec, com sede a ser erguida em um ter-
reno do SeNai, localizado na av. Orlando Gomes, bairro
de Piatã, em Salvador.
entre sua concepção e inauguração, em 20 de março
de 2002, foram quase cinco anos de estudos e planeja-
mento. “O projeto Cimatec foi emblemático para a Bahia.
Foi tudo muito discutido, muito bem planejado, de forma
que trouxe um grande aprendizado para todos os envol-
vidos. isso levou a uma execução rápida do projeto e ao
sucesso em que ele se transformou, superando todas
as expectativas”, avalia Gustavo Salles, atual diretor de
Operações do SeNai Nacional, que, à época, era o diretor
regional do SeNai Bahia.
Para adequar as demandas dos diferentes setores 11
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industriais às limitações de prazo e
orçamento, optou-se por definir como
competências do centro o que era
comum a todos, como Processos de
Fabricação, materiais e ensaios, Ges-
tão da Produção e Logística, metrolo-
gia e Qualidade, Desenvolvimento de
Produtos e mecatrônica. “O Cimatec é
inovador porque não é específico, mas
transversal. mesmo áreas da indústria
que não eram o foco do projeto foram
beneficiadas”, afirma Leone Peter.
O sucesso foi maior e mais rápido
do que se esperava. Setores mais con-
servadores acreditavam que o centro
fosse inovador demais para a reali-
dade baiana. Os números mostraram
que não havia motivo para temor. Com
apenas um ano de funcionamento, o
Cimatec conquistou o Prêmio Finep
de melhor instituição de Pesquisa do
Nordeste. em apenas dois anos, foi ba-
tida a expectativa de alunos que havia
sido projetada para quatro anos.
Um desses alunos foi Fernanda
Sena Santana, que entrou para a pri-
meira turma do curso de técnico em
mecatrônica industrial, aberta ainda
em 2002, e teve sua vida transforma-
da. ainda no curso, Fernanda foi con-
vidada para fazer estágio e, posterior-
mente, foi contratada para trabalhar no
próprio Cimatec, na área de metrologia,
onde está até hoje. “Olhando essa tra-
jetória de 10 anos vejo que meu cresci-
mento profissional só tende a aumen-
tar nessa família carinhosa que forma
e prepara o profissional de modo tão
eficiente. Não tem preço todos os mo-
mentos de aprendizado e crescimento.
Fazer parte dessa história me enche de
alegria plena”, afirma.
a chegada das indústrias automobilística e de micro-
eletrônica ao estado gerou novas demandas e, em 2007,
era inaugurado o Cimatec 2, com a presença do presidente
Luís inácio Lula da Silva. O novo prédio duplicou a capaci-
dade do centro e trouxe três novas competências: mecâni-
ca de Precisão; engenharia automotiva; e microeletrônica
e eletrônica embarcada.
mais espaço permitiu maior capacidade de formação.
Dos 2.400 alunos/ano projetados na inauguração do Cima-
tec 1, hoje são mais de 10 mil alunos/ano em todos os tur-
nos – sendo que alguns cursos acontecem até de madru-
gada, para atender a quem trabalha em regime de turno. a
formação acontece em todos os níveis, desde a iniciação
profissional, passando por cursos técnicos, graduações
e pós-graduações, incluindo especializações, mestrado,
doutorado e mBa. O centro possui ainda núcleos para cer-
tificação de pessoas e proteção à propriedade intelectual.
Solução ComplEta
No campo de pesquisa e inovação, realiza parcerias com
indústrias e renomadas instituições nacionais e internacio-
1998/1999 2000planejamentoGrupo coordenado por Leone Peter Andrade e composto por Luis Breda, Prof. Herman Lepikson, Solano Cristóvão Ferreira, Evanginaldo Lima Faria e Milton Bastos planeja a criação de um núcleo de capacitação de mão de obra e suporte técnico para atender às demandas do novo ciclo de industrialização da Bahia. Premissa básica: total aderência às necessidades do mercado. Durante a etapa de planejamento, são realizadas pesquisas, road shows e visitas técnicas a instituições de ensino e empresas nacionais e internacionais. O Conselho da FIEB aprova a criação do novo núcleo, que é batizado de Nimatech (Núcleo de Tecnologias em Integração em Manufatura).
nimatechEm maio é assinado convênio entre a FIEB e a prefeitura de Salvador, com a interveniência do governo do Estado, para a implantação do Nimatech, já considerado o mais avançado centro tecnológico do Nordeste.
› As obras são iniciadas em agosto, com a terraplenagem do terreno na Av. Orlando Gomes.
› O Núcleo muda de nome e passa a se chamar Cimatec (Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia).
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tem
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eB
nais, utilizando laboratórios e equi-
pamentos com tecnologia de ponta,
muitos deles únicos na Bahia. Graças
à sua estrutura, o Cimatec oferece so-
luções completas às empresas, que
podem contar com sua parceria para
desenvolver seus produtos em todas
as etapas, passando por estudo de
mercado, design, desenvolvimento de
materiais, protótipos, construção de
ferramentaria, entre outros serviços.
“O Cimatec é hoje uma referên-
cia dentro do Sistema SeNai como
exemplo do que uma instituição de ensino e serviço deve
ser, transcendendo as fronteiras nacionais e levando seu
conceito a outros países”, afirma, com orgulho, Gustavo
Salles.
mas as necessidades da indústria não param de crescer
e novos espaços foram projetados: o Cimatec 3 e 4, atual-
mente em fase de implantação. Os dois prédios ainda não
são realidade devido a atrasos provocados por conflitos na
interpretação da lei entre os órgãos ambientais das esferas
municipal, estadual e federal. mas as questões foram equa-
cionadas e as obras de construção já começaram, com inau-
guração prevista para 2013. Falta pouco para a Bahia contar
com mais esse impulso ao seu crescimento.
e o futuro reserva outras con-
quistas. Com a expansão do progra-
ma de cursos gratuitos do Sistema
FieB, somados a iniciativas do Gover-
no Federal e executados em parceria
do SeNai como o Pronatec (Programa
Nacional de acesso ao ensino técni-
co e emprego) e embrapii (empresa
Brasileira de Pesquisa inovação in-
dustrial), já se planeja os Cimatec
5, 6, 7 e 8. a ideia é concentrar, em
um só campus, todos os centros tec-
nológicos do SeNai que atendem à
Região metropolitana de Salvador,
incluindo a unidade dos Dendezeiros
e do Cetind (de Lauro de Freitas), que
passarão a funcionar exclusivamente
como centros de formação técnica.
É a indústria baiana contribuindo
para concretizar cada vez mais so-
nhos e ideias.
2001
“Olhando essa trajetória de 10 anos vejo que meu crescimento profissional só tende a aumentar nessa família carinhosa que forma e prepara o profissional de modo tão eficiente.”
Fernanda Santana, aluna da primeira turma do curso de Técnico em Mecatrônica Industrial
obras aceleradasAs obras de construção seguem em ritmo acelerado e recebem a visita dos diretores da FIEB e do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que afirma: “O Cimatec vai ser um centro de irradiação para todo o Nordeste da mais alta tecnologia disponível no mundo”.
› Início do plano de comunicação para divulgação do centro para sindicatos, órgãos do governo do estado e demais parceiros.
› Fanuc Robotics, empresa japonesa líder em robótica, doa ao Cimatec um robô de grande porte, com custo de US$ 54 mil.
› Leone Peter Andrade, o presidente da FIEB, José de Freitas Mascarenhas, e o governador César Borges conferem os primeiros equipamentos das instalações do centro tecnológico. 13
Cim
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2002 2003
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inauguração
O Cimatec 1 é inaugurado no dia 20 de março e o edifício-sede recebe o nome de Rômulo Almeida, em homenagem ao economista e político baiano. A cerimônia contou com a presença do governador César Borges e do senador Antonio Carlos Magalhães.
estruturaO centro tem 6.500 m² de área construída, 33 laboratórios, 12 salas, planta industrial didática de manufatura integrada e planta de fabricação avançada de ferramentas, além de auditório e biblioteca. O objetivo é formar 2.400 alunos/ano e oferecer um amplo leque de serviços nas áreas de processos de fabricação, materiais e ensaios, gestão da produção e logística, metrologia e qualidade, desenvolvimento de produtos e mecatrônica.
prêmio finepCom apenas um ano de funcionamento, o Cimatec conquista o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica Nordeste 2003, na categoria Instituição de Pesquisa. A Finep é o órgão financiador de estudos e projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia.
› O Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex) passa a atuar na Bahia sob a gerência do Cimatec. O programa, do Ministério da Ciência e Tecnologia, tem como objetivo auxiliar as micros, pequenas e médias empresas que querem se tornar exportadoras, assim como otimizar o desempenho e competitividade das que já têm presença no exterior.
› Lançada parceria com a Ford no “Programa de Baianização”, que tem como objetivo ampliar a compra de peças de fornecedores baianos.
› Iniciadas as primeiras turmas de MBA em Logística e Gestão da Produção e Gestão Empresarial, em parceria com a FTE (Faculdade de Tecnologia Empresarial).
› Criação do Núcleo de Design para dar suporte a empresas, oferecendo serviços desde o design de produtos à fabricação do ferramental, incluindo a construção de protótipos.
JOãO aLVaRez
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aRQUiVO SiStema FieB
2004 2005
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› Alunos do curso de Mecatrônica são premiados no V Concurso WEG de Conservação de Energia, sendo os primeiros nordestinos a vencer a competição.
› Anunciada a ampliação do Cimatec pelo presidente do Sistema FIEB, Jorge Lins Freire.
› Cimatec passa a oferecer Cursos Superiores de Tecnologia nas áreas de Mecatrônica Industrial, Gestão Logística e de Inspeção de Soldagem e Equipamentos, inéditos no estado.
› Referência nacional em formação profissional, o centro foi apontado pela Confederação Nacional da Indústria como modelo para a criação de uma rede de Centros Tecnológicos no âmbito do anteprojeto de Lei da Reforma da Educação Superior.
› Cimatec inaugura o primeiro Núcleo de Certificação de Pessoas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
› O governador Paulo Souto visita o Cimatec e avalia o centro como elemento de atração de investimentos.
ampliaçãoComeço das obras de ampliação do Cimatec, que incluem a construção de um prédio com 23 novos laboratórios e mais 23 salas de aula, com novas áreas de competências: Microeletrônica e Eletrônica Embarcada, Mecânica de Precisão e Engenharia Automotiva.
aRtUR ikiSHima
HaROLDO aBRaNteS
› Formatura das primeiras turmas dos cursos técnicos de mecatrônica, mecânica e plástico.
aRQUiVO SiStema FieB
2006 2007
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› Assinado convênio com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), permitindo o intercâmbio na área tecnológica e no campo de formação profissional.
› Elaboração de projeto para a construção das unidades 3 e 4 do Cimatec.
› Criado o Núcleo de Propriedade Intelectual e Inovação Tecnológica (NPI) SENAI Cimatec, para ser responsável pela proteção dos ativos intangíveis das entidades do Sistema FIEB.
› Mais de 1.600 profissionais submeteram-se ao exame de Certificação de Pessoas oferecido pelo SENAI Cimatec em 2006. A certificação é um processo de avaliação sistematizada com o objetivo de verificar se este cumpre os requisitos técnicos previstos em norma nacional ou internacional
› Delegação de empresários e representantes políticos da região de Baden-Württemberg, na Alemanha, visita o Cimatec visando estabelecer parcerias para densificar a cadeia automotiva, principalmente nos segmentos metal-mecânico e de plástico.
› Lançado o projeto Fast Track, em parceria com a Ford, que prevê a capacitação de 40 estudantes, em apenas um ano e meio, na área automotiva.
› Formatura da primeira turma de nível superior em logística.
› Visita do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, às instalações do Cimatec 2
aRtUR ikiSHima
2008
cimatec 2No dia 29/10 é inaugurado o Cimatec 2, em cerimônia que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Jaques Wagner. O presidente da República ressaltou que o SENAI do século 21 tem que ser capaz de atender à revolução tecnológica e preparar os jovens para indústrias mais modernas.
aRtUR ikiSHima
› O diretor regional do SENAI, Gustavo Sales, destacou a ampliação do número de vagas e a oferta de cursos de graduação, anunciando a criação de cinco novas opções: desenvolvimento de produto automotivo, manufatura integrada, manutenção industrial, polímeros e processos gerenciais de sistemas produtivos.
› No mês de maio, início dos serviços no terreno para ampliação, com aval de diversos órgãos municipais competentes, como Sucom, Superintendência de Meio Ambiente (SMA) e Superintendência de Parques e Jardins (SPJ).
› Projeto piloto conduzido por pesquisadores do Cimatec (testa a possibilidade de substituir fibras sintéticas, em especial a de vidro, por fibras de sisal na formulação de um novo tipo de material plástico.
› Governo de Angola implanta em Luanda o Cinfotec (Centro Integrado de Formação Tecnológica). O SENAI Bahia formatou o conceito do centro e capacitou a equipe.
› Início do programa de doutorado de Modelagem Computacional e Tecnologias Industriais.
mestradoAula inaugural da primeira turma do mestrado profissional em Gestão e Tecnologia Industrial do Cimatec, realizado em convênio com o ITA e a Escola de Administração da UFBA. O curso tem duração de 18 meses e duas áreas de concentração: gestão industrial e tecnologias industriais.
› Formatura da primeira turma de Fast Track. Alunos montam protótipo no laboratório de tecnologia automotiva.
HaROLDO aBRaNteS
FOtOS JOãO aLVaRez
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O a
LVa
Rez
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2009 2010
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Cim
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› IBAMA determina paralisação das obras de construção civil do Cimatec 3 e 4.
› Inauguração do laboratório com tecnologia de RFID (identificação por radiofrequência), conhecida como “etiquetas inteligentes”, que substitui com vantagens o código de barras.
› Visita do presidente do Instituto Fraunhofer IML, instituição alemã que mantém parceria com o SENAI Bahia.
novos laboratóriosTrês laboratórios do Cimatec 2 são inaugurados em janeiro, pelo presidente do Sistema FIEB, Victor Ventin: Automotivo, de Plásticos e de Microeletrônica e Eletrônica Embarcada. Foram investidos R$ 8,7 milhões em equipamentos de ponta para prestar serviços às empresas de diferentes áreas de atuação.Um dos destaques é a Planta Piloto de Montagem de Placas Eletrônicas, que permite a montagem de protótipos com qualidade industrial.
› Cimatec inova em confecção de banco automotivo, desenvolvido com a participação de Durval Lélys, da empresa W. Automotive e do designer do SENAI Neymar Leonardo.
› Aprovação dos cursos superiores em Sistemas Elétricos, Eletrônica Industrial e Engenharia Mecânica com conceito máximo do MEC
JOãO aLVaRezHaROLDO aBRaNteS
aRtUR ikiSHima iRaCema CHeQUeR
2011
JOãO aLVaRez
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pronatecO SENAI Cimatec, juntamente com a unidade Dendezeiros, desenvolve o projeto piloto do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), do Governo Federal. Em dezembro, é formada a primeira turma do projeto em todo o Brasil, composta por 34 alunos das duas unidades do SENAI em Salvador. A experiência na Bahia servirá como base para a aplicação do programa nos outros estados do país. Em paralelo ao projeto piloto, são iniciadas, em novembro, novas turmas do Pronatec. Segundo a gerente da Escola Técnica do Cimatec, Greta Moreira, somando-se as vagas de 2001 a 2012, serão cerca de 22 mil alunos prontos para entrar no mercado.
› No mês de abril, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) suspende o embargo que mantinha às obras de ampliação do Cimatec, paralisadas desde fevereiro de 2009.
› O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, destacou o Cimatec como um dos principais centros tecnológicos do país e referência para a implantação e reforma de outros centros do SENAI no país.
› Quatro cursos de nível superior do Cimatec obtêm nota máxima (5) na avaliação de reconhecimento do Ministério da Educação: Polímeros, Tecnologia em Gestão da Produção Industrial, Processos Gerenciais e Inspeção de Equipamentos e de Engenharia de Soldagem (pioneiro no Brasil).
› O vestibular 2012 traz duas novas opções: Eletrônica Industrial e Sistemas Elétricos, duas subáreas da Engenharia Elétrica.
› O SENAI Cimatec é escolhido como um dos três centros de pesquisa do Brasil a serem apoiados pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa Inovação Industrial), iniciativa do Governo Federal. Por conta disso, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercandante, visitou a instituição quando esteve em Salvador no mês de novembro para o lançamento do Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste. “O Cimatec é um dos grandes centros de pesquisa na área industrial atualmente, talvez o melhor do SENAI em termos de perfil e de desempenho”, afirmou o ministro.
FáBiO aRaúJO
JOãO aLVaRez
JOãO aLVaRez
› Certificação de 683 alunos, de 20 cursos diferentes, das turmas do Pronatec iniciadas em novembro de 2011.
› Início das obras de construção dos Cimatec 3 e 4.
senai cimatec 10 anosO ano de 2012 marca a retomada do processo de ampliação do complexo tecnológico e a estruturação de novos laboratórios de tecnologia avançada, a exemplo do Centro de Modelagem Computacional e Realidade Virtual, para reforçar a tradição que fez da unidade baiana um centro de referência nacional.
2012
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Cim
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FOtOS JOãO aLVaRez
artigo Marcelo Magalhães
Conhecimento sistêmico como diferencialO pioneirismo marca a história da Ford.
Desde que o fundador, Henry Ford,
criou o sistema de produção em série,
muitas outras iniciativas foram lança-
das. a Ford foi a primeira montadora
a chegar ao Brasil, a introduzir a linha
de montagem na área automobilísti-
ca, e também a primeira a se instalar
no Nordeste, com a implantação do
Complexo industrial Ford Nordeste em
Camaçari, na Bahia. Recentemente, a
empresa anunciou investimento de R$
400 milhões para a construção da pri-
meira fábrica de motores do Nordeste,
também em Camaçari. Uma nova famí-
lia de motores usando o estado da arte
da tecnologia está sendo criada.
Quebrando paradigmas, a fábrica
baiana conseguiu superar as expecta-
tivas e hoje reúne o que há de mais
moderno em equipamento e tecno-
logia. mas em 2001, quando a Ford
aportou na Bahia, o estado não pos-
suía a cultura da indústria automotiva
e houve a necessidade de estimular e
fomentar a geração de mão de obra
especializada.
Com uma forte demanda, a Ford
apostou num amplo programa de trei-
namento, além de firmar parcerias com
universidades, a exemplo do SeNai
Cimatec, considerado um dos mais
completos laboratórios de tecnologia
e produção do Brasil. a parceria contri-
buiu para fomentar a formação de jo-
vens talentos na região. a Ford também
firmou convênios com outras sete uni-
versidades, entre elas, a Universidade
Federal da Bahia e a Unifacs.
a parceria com o SeNai Cimatec
possibilitou a criação de um laborató-
rio de testes de bancada, além de ou-
tras iniciativas. mas o grande motivo
de orgulho foi o lançamento do Fast track, programa pago
integralmente pela Ford para acelerar a especialização de
mão de obra e complementar a formação de tecnólogos
automotivos. Dos 27 estudantes da primeira turma, 24 fo-
ram contratados e já estão trabalhando na Ford em Cama-
çari. Na segunda turma, dos 30 alunos que concluíram o
curso, 28 estão estagiando no PD – um dos cinco centros
de desenvolvimento que a Ford tem no mundo, em Cama-
çari. O PD é responsável por criar, desenvolver, certificar e
homologar veículos de passageiros, picapes, utilitários e
caminhões.
ainda por meio do convênio com o SeNai Cimatec, a
Ford subsidiou um programa de mestrado profissional,
atendendo a 31 empregados. Buscando fortalecer ainda
mais esse contato com o meio acadêmico, a montadora
também apoiou o mestrado em Gestão e tecnologia in-
dustrial realizado pelo SeNai Cimatec em parceria com a
Ufba e o ita. Das 30 vagas, 20 foram ocupadas por empre-
gados Ford, transformando-os em agentes de inovação e
indutores de mudanças organizacionais e tecnológicas no
ambiente industrial.
O trabalho com as instituições de ensino também é fo-
cado no recrutamento para vagas de estágios e contratação
de profissionais. Os resultados dessas iniciativas são tão
positivos que hoje, na Bahia, um em cada três engenhei-
ros do Centro de Desenvolvimento do Produto é baiano.
Focados em manter a qualidade, o conforto e a segurança,
principais atributos da marca, os engenheiros da Ford bus-
cam a inovação através da tecnologia. Vencer os desafios
da competitividade, sempre superando as expectativas do
consumidor e lançando produtos atraentes e que respeitem
o meio ambiente, faz parte dos objetivos da empresa.
Dar oportunidade e oferecer conhecimento ao em-
pregado é o caminho para ter os melhores profissionais
do setor do país. a Ford acredita que parcerias acadêmi-
cas contribuem para formar engenheiros com um grande
know-how para a indústria automotiva. Nesses 10 anos
de existência, o SeNai Cimatec sempre foi um grande par-
ceiro, apto a atender às demandas da Ford e munido de
equipamentos e sistemas de tecnologia de ponta. essa
parceria, além de fomentar o conhecimento técnico, forne-
ce conhecimento sistêmico e de gestão, esse, sem dúvida,
é o grande diferencial.
Marcelo Magalhães é gerente de engenharia de computador e engenharia de materiais para a Ford América do Sul
Novas competênciaspara novos desafiosAlém de comemorar uma década de bons serviços prestados à indústria, o Sistema FIEB também celebra o início das obras das unidades 3 e 4
O SeNai Cimatec completa 10
anos com mais um motivo
para comemorar. além do
reconhecimento enquanto
instituição de referência na área tec-
nológica, o ano de 2012 marcará a re-
tomada do projeto de ampliação das
atividades do centro de formação e
qualificação. Foi assinado no dia 13 de
fevereiro o contrato para a construção
dos dois novos prédios, que vão abri-
gar as unidades 3 e 4.
José Mascarenhas, José Pinto Jr. (segundo à esq.) e Leone Peter (D) conferem maquete
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Cim
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retomada do projeto de expansão da
instituição, que havia sido interrompi-
do em 2009 em razão de um embargo
do ibama (instituto Brasileiro de meio
ambiente e Recursos Renováveis).
Sanadas as questões jurídicas, tudo
pronto para consolidar o SeNai Cima-
tec como um centro de referência de
porte internacional.
No Cimatec 3 serão instalados o
Centro de modelagem Computacional
e Realidade Virtual, Núcleo de infor-
mação tecnológica, Núcleo de Pro-
priedade intelectual (NPi), o Núcleo
de educação a Distância (Nead), bi-
blioteca e área para eventos técnico-
científicos, incluindo auditório e local
para feiras e exposições.
paRCERIaS
O prédio do Cimatec 4 vai abrigar
as novas competências. O centro de
tecnologias em Conformação me-
cânica, único do gênero na américa
Orçada em R$ 78 milhões, a obra
deve durar 14 meses e será realizada
pela empresa GPO-Gme C Projetos,
vencedora da licitação. a previsão é
que as novas unidades sejam inaugu-
radas no primeiro semestre de 2013.
além de mais espaço físico, a amplia-
ção vai permitir a criação de novas
áreas de competência: Conformação
mecânica e Gestão da Produção & Lo-
gística empresarial.
a assinatura do contrato marcou a
“Ao comemorar os 10 anos de existência, quero parabenizar o Cimatec pelos elevados serviços que desenvolve em nosso Estado, ao promover a capacitação profissional de milhares de jovens para o mercado de trabalho bem como auxiliar a indústria baiana no aprimoramento de suas atividades e atender às novas demandas do mercado, tanto na área tecnológica como de inovação, utilizando laboratórios e equipamentos de última geração. Com um centro de pesquisa de ponta no segmento industrial, direcionado ao atendimento de necessidades cada vez mais exigentes da indústria, o Cimatec destaca-se no cenário nacional, ao estabelecer parcerias com instituições do País e do exterior. Merece, portanto, todo o apoio da sociedade organizada, tendo em vista que a tecnologia, a ciência e a formação profissional são os alicerces de qualquer país que almeje o desenvolvimento sustentável aliado à qualidade de vida de seus cidadãos”.
Jaques Wagner, governador da Bahia
Latina, irá reunir todos os processos
de transformação de metais realiza-
dos pela indústria em um só local. O
projeto foi elaborado em parceria com
a Universidade de aachen, da alema-
nha, e a UFRGS (Universidade Federal
do Rio Grande do Sul), instituições
que são referência na área no Brasil e
no mundo.
Já o centro de Gestão da Produção
& Logística empresarial será implanta-
do por meio de parceria com o instituto
de pesquisas Fraunhofer im L, também
da alemanha. Lá serão encontradas as
mais avançadas tecnologias na área
de logística, com laboratórios onde os
estudantes terão uma vivência prática
em ambiente industrial.
Com a conclusão das novas uni-
dades, o SeNai Cimatec passará a
atender às demandas da indústria em
15 diferentes áreas. Hoje, a institui-
ção oferece cursos nos mais diversos
níveis de formação em automação
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Cim
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industrial, manutenção industrial,
energia, mobilidade, microeletrônica
e eletrônica embarcada, Certificação
de Pessoas, Processos de Fabricação,
materiais e ensaios (Polímeros e me-
tais), Produção, Logística e Qualidade,
Ferramentaria, Usinagem, mecânica
de Precisão e Conformação, Soldagem
e inspeção de materiais, Desenvolvi-
mento de Produto e Desenvolvimento
de Software.
“a ampliação de competências do
SeNai Cimatec com a construção das
unidades 3 e 4 proporcionará para a
indústria nacional, além da forma-
ção profissional, o desenvolvimento
de pesquisa e inovação em áreas
fundamentais. estas novas compe-
tências, somadas às já existentes no
SeNai Bahia, completam um portfólio
integrado de produtos e serviços ne-
cessários ao crescimento industrial”,
afirma Daniel motta, gerente do SeNai
Cimatec.
JOãO aLVaRez
ma
NU
Dia
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Ao anunciar, no ano pas-
sado, um empréstimo de
R$ 1,5 bilhão para o proje-
to de expansão do SeNai
Nacional, o presidente do BNDeS,
Luciano Coutinho, ressaltou que a
unidade baiana serviria de modelo
para a implantação de novos centros
tecnológicos no Brasil. “O Cimatec é
algo precioso; uma verdadeira joia da
Coroa da Bahia”, afirmou o executivo
em visita ao estado. Pouco tempo de-
pois, o centro foi destaque também ao
formar a primeira turma do Programa
Nacional de acesso ao ensino técnico
e emprego (Pronatec), do governo fe-
deral, em uma experiência piloto que
Quatro pilarespara serreferência
será replicada em todo o país. e, em
novembro de 2011, foi a vez do minis-
tério da Ciência e tecnologia elegê-lo
como um dos três centros de pesquisa
a implantar o projeto piloto da empre-
sa Brasileira de Pesquisa e inovação
industrial (embrapii). Na opinião do
então ministro da pasta, aloizio mer-
cadante, “o Cimatec é um dos grandes
centros de pesquisa na área industrial
atualmente, talvez o melhor do SeNai
em desempenho”.
a cada dia, portanto, multiplicam-
se os sinais de reconhecimento ex-
terno ao trabalho desenvolvido pelo
centro. mas, afinal, qual a fórmula
do sucesso? Que fatores contribuem
Equipe qualificada, atuação transversal, cultura de mercado e equação financeira sustentável são os elementos base do SENAI Cimatec
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em 2002, o SeNai Cimatec tinha um time de colaboradores
formado por quatro mestres, sete especialistas, 15 profis-
sionais de nível superior e 19 de níveis médio ou técnico.
Dez anos depois, só o número de profissionais nos quadros
da instituição que já concluíram ou participaram de cursos
de pós-graduação stricto sensu chega a 106. em paralelo,
o número global de colaboradores foi multiplicado por dez:
de 45 para 452. e até o final de 2012, a expectativa é de que
615 pessoas integrem a equipe do centro.
Vivian manuela Conceição, 32 anos, acompanhou de
perto esta expansão. em 2003, ingressou no Cimatec no
curso técnico de Logística e, mesmo trabalhando na hotela-
ria e fazendo o curso à noite, conseguiu ser eleita a primeira
aluna da turma, o que lhe rendeu uma vaga no centro como
técnica em Logística. ingressou na primeira turma do curso
de graduação tecnológica em Logística das Faculdades Se-
Nai e tornou-se coordenadora do curso técnico. terminada
a graduação, realizou um mBa em Gestão de Produção e
Logística e acabou sendo convidada para coordenar o curso
superior em Gestão da Produção industrial.
Hoje, além de ensinar, coordena dois cursos, é mes-
tranda em modelagem Computacional e já tem planos para
o doutorado. “meu desenvolvimento profissional é resulta-
do do esforço pessoal, mas também da motivação que o
Cimatec oferece, como um ambiente propício à vida acadê-
mica continuada.”
para transformar a unidade baiana em
referência nacional? Para o presidente
da FieB, José de Freitas mascarenhas,
o ponto forte do SeNai Cimatec são as
pessoas. a partir desta base, é possí-
vel citar uma série de fatores essen-
ciais ao desempenho do centro, des-
de a infraestrutura até a capacidade
de conjugar conhecimento acadêmico
com aplicação industrial, aliando uni-
versidade e empresa.
Diretor regional do SeNai Bahia,
o engenheiro Leone Peter andrade
participou ativamente da história do
Cimatec, desde a sua concepção. em
sua opinião, são quatro os pilares
que sustentam a atuação do centro:
equipe altamente qualificada; um
modelo de atuação transversal, que
procura soluções integradas para os
problemas da indústria; forte cultura
de mercado e uma equação financei-
ra sustentável, capaz de viabilizar a
contínua expansão e modernização
da unidade.
Segundo andrade, todos estes
fatores estão fortemente interligados.
“Na verdade, uma coisa leva a outra: a
aderência às necessidades da indús-
tria, por exemplo, faz com que o mer-
cado naturalmente procure o centro
que, com isso, tem mais recursos para
investir em pessoas e tecnologia; por
outro lado, nosso modelo que conju-
ga escola técnica, faculdade e centro
tecnológico promove mais sinergia
entre as pessoas e ajuda a atrair e
reter talentos em todos os níveis, des-
de técnicos e professores dos cursos
básicos até pesquisadores e douto-
res”, explica andrade. Para entender
melhor a lógica deste ciclo virtuoso,
é preciso conhecer os cases, dados
e depoimentos, que traduzem o sig-
nificado de cada um destes fatores e
como eles se refletem nas atividades
do Cimatec.
Crescendo com o Cimatec
Qualificação é assegurada por um corpo técnico capacitado e comprometido
Vivian Conceição: “O Cimatec oferece um
ambiente propício
à vida acadêmica
continuada”
FOtOS JOãO aLVaRez
��
Cim
ateC
10
muito antes de se transformar em rea-
lidade, o Cimatec já tinha a aderência
às necessidades do mercado entre
as suas principais diretrizes. Durante
todo o processo de planejamento do
centro, a equipe responsável realizou
um calendário exaustivo de visitas
a indústrias dos mais diversos seg-
mentos na Bahia, em outros estados
e até fora do Brasil. Quando o pro-
jeto foi finalmente concluído, ele foi
apresentado e validado pelo setor
empresarial baiano. Dez anos depois
da inauguração, este estreito vínculo
com o mundo da indústria se mantém
preservado, seja orientando decisões
estratégicas, como a criação de novos
cursos, seja na busca contínua por
mais eficiência e agilidade na solução
dos problemas da indústria
HoRáRIo altERnatIvo
Um dos exemplos desta tendência é
o projeto Cimatec 24 horas, que per-
mite à unidade oferecer serviços em
horários alternativos ao regime ad-
ministrativo. “Do mesmo modo como
as indústrias funcionam em regime
de turno, para não interromper o pro-
cesso produtivo, nossa equipe está
preparada para atender aos clientes
sem restrição de horários, caso seja
preciso”, garante o gerente do Cima-
tec, Daniel motta.
Para Claudemir Santos, gerente
geral da fornecedora do Comple-
xo Ford Benteler automotive, esta
disponibilidade de atendimento em
tempo integral teve uma importância
fundamental. No ano passado, sua
equipe detectou problemas em uma
das peças da suspensão dianteira
que seriam utilizadas na montagem
Cada vez mais perto do mercado
JOã
O a
LVa
Rez
do veículo. Para garantir o controle de
qualidade, era preciso realizar testes
de inspeção em todas as peças. “Se
entrássemos em contato com nossos
fornecedores no Sul do país seria pre-
ciso esperar dois dias para resolver o
problema, o que traria prejuízos para
toda a cadeia produtiva”, conta Clau-
demir, que não teve outra alternativa a
não ser entrar em contato com o Cima-
tec. “Fui surpreendido pela presteza e
agilidade com que a equipe do centro,
mesmo sendo já tarde da noite, re-
solveu o nosso problema, cobrando
inclusive um preço justo de mercado”,
recorda Claudemir.
além da indústria, a população
como um todo também se beneficia
com a filosofia de trabalho do Cimatec
24 horas. Desde fevereiro de 2011, o
centro oferece um curso para solda-
dor no horário da meia-noite às seis
da manhã. Para viabilizar a iniciativa,
foi preciso criar uma escala de turno
não só com os instrutores, mas tam-
bém com todo o pessoal de suporte
das áreas de Limpeza, Segurança e
alimentação. O esforço valeu a pena,
atraindo um grande número de pesso-
as, de desempregados (que estudam
de madrugada para continuar sua bus-
ca por uma vaga de trabalho durante
o dia) até trabalhadores interessados
em obter qualificação em uma área
com maior chance de crescimento
profissional. É o caso de Omar Santos
da Costa, 27 anos. Durante o perío-
do que frequentou o curso, ele enca-
rou uma dupla jornada, conciliando
o trabalho de meio turno à tarde com
as aulas de madrugada. “É cansativo
mas gratificante, um curso que eu in-
dicaria para qualquer pessoa.”
tradicionalmente, as unidades do
SeNai na Bahia eram estruturadas
para atender às necessidades de uma
determinada cadeia produtiva. No
caso do Cimatec, o foco inicial foi as
indústrias metal-mecânica e automo-
tiva. ainda durante o processo de pla-
nejamento, no entanto, este conceito
mudou e a meta passou a ser dar su-
porte à indústria manufatureira como
um todo, atendendo ao novo ciclo da
industrialização da Bahia, que incluía
também as empresas calçadistas e de
produtos eletroeletrônicos.
Com o desafio de responder às
expectativas de setores tão diferen-
tes, a solução da equipe de projeto foi
estruturar o centro por competências
transversais, comuns às diversas ca-
deias produtivas, a exemplo de mate-
Competências transversais, soluções completas
riais, Logística, Sistema de Qualidade
e Gestão de Produção. assim surgia
a estratégia que se transformou num
dos grandes diferenciais do Cimatec,
um fator de inovação para o centro,
que lhe permitiu crescer rapidamente,
conquistando clientes, inclusive, fora
do ramo manufatureiro.
“O modelo transversal nos permi-
te oferecer soluções integradas para
os problemas da indústria”, argumen-
ta o gerente do Núcleo estratégico do
SeNai, Luís alberto Breda. a explica-
ção é simples. Quando buscam uma
consultoria ou serviço especializado,
as empresas muitas vezes estão às
voltas com ocorrências como uma fa-
lha recorrente num equipamento, difi-
culdades de especificação ou mesmo
a necessidade de desenvolvimento
Da Bahia para o Japãoem 2005, um time de 26 operadores viajou da Bahia para o Japão, com o objetivo de passar
por um treinamento de cerca de seis meses ministrado por profissionais da maior fabricante
de pneus do mundo, a Bridgestone. O objetivo da formação era preparar os trabalhadores para
operar a moderna fábrica que a empresa japonesa estava prestes a inaugurar no Polo industrial
de Camaçari. Na mesma época, a equipe da Bridgestone treinava operadores de várias regiões
do mundo, onde outras unidades industriais estavam sedo implantadas. mas foi a equipe da
Bahia que mais chamou a atenção dos japoneses.
“Nossos operadores tiveram um desempenho acima das expectativas e foram considerados
os mais bem preparados que a equipe da Bridgestone já havia recebido”, conta o gerente da
área de mobilidade do Cimatec, Luciano azevedo. Por trás desta performance, esteve o trabalho
de seleção e formação de operadores desenvolvido pela unidade.
Coordenador do projeto na época, azevedo conta que houve um rigoroso processo seletivo
e a realização de um curso de formação preparatório com os operadores. Para evitar que os
candidatos desistissem no meio da formação – atraídos por outras oportunidades de trabalho
– foram oferecidas até bolsas para custear as suas despesas. além disso, com o objetivo de
agilizar os processos de contratação, o Cimatec chegou a antecipar a realização dos exames
médicos dos trabalhadores. No total, foram formados 86 operadores, sendo que os primeiros
26 técnicos enviados ao Japão atuaram como multiplicadores, repassando para os colegas os
conhecimentos práticos adquiridos na sede da Bridgestone.
��
Cim
ateC
10
um novo produto. Com frequência, a solução para estes
problemas demanda uma ampla gama de competências e
é justamente esta integração entre as áreas que o Cimatec
busca, além de oferecer um conjunto mais diversificado de
serviços às empresas. “O empresário pode chegar ao cen-
tro apenas com uma ideia e sair com a solução completa,
do design da embalagem aos testes operacionais para a
fabricação do produto”, acrescenta Breda.
Fundador da Naturapi, uma empresa de base tecno-
lógica que fabrica produtos provenientes do própolis, o
empresário José eupídio Cerqueira trabalha com apicul-
tura desde os anos 1990, em sua fazenda no município
de entre Rios. a princípio, seus produtos à base de pró-
polis – que é uma resina extraída da colmeia das abelhas
– eram fabricados de forma inteiramente artesanal. em
2008, a Naturapi foi selecionada no edital da Fapesb, ob-
tendo recursos do Programa de apoio à Pesquisa em em-
presas (Pappe), do ministério da Ciência e tecnologia para
dar escala industrial à sua produção.
Foi neste momento que surgiu a parceria com o Cima-
tec. a equipe do centro desenvolveu
e implantou não apenas o projeto de
uma inédita planta industrial automa-
tizada para extração da essência do
própolis – como realizou uma série
de serviços, da criação do design da
prototipagem do frasco ao desenvol-
vimento da embalagem. Hoje, a fá-
brica – instalada num galpão de 300
metros quadrados, em Lauro de Frei-
tas – tem capacidade para produzir
200 litros de extrato de própolis por
dia. “O trabalho da equipe do Cima-
tec foi excelente, dou nota 10”, conta
o fabricante, que agora se esforça em
desenvolver novos mercados para o
seu produto. “É um produto com fu-
turo, que tem importantes proprieda-
des antibactericidas, antioxidantes,
anti-inflamatórias e cicatrizantes.”
José Eupídio Cerqueira, fundador da NaturApi: “Nota 10 para a equipe do Cimatec.” À direita, unidade do curso de Polímeros, nota 5 na avaliação do MEC
��
Cim
ateC
10
Há uma série de razões que fazem
do Cimatec um ambiente propício ao
desenvolvimento de pesquisa e ino-
vação. Uma delas é o fato que, em um
ambiente único, funcionam faculdade,
escola técnica e centro tecnológico.
”Nossa regra é compartilhar, integrar
e promover sinergia”, esclarece o ge-
rente do Núcleo estratégico do SeNai,
Luís alberto Breda. Dessa maneira, as
diferentes áreas compartilham as es-
truturas de apoio da área administrati-
va, de segurança e recursos humanos.
Já os laboratórios integrados podem
servir tanto às aulas dos cursos téc-
nicos, de graduação e pós-graduação
quanto ao desenvolvimento de proje-
tos para a indústria. além disso, há a
sinergia provocada pela interação en-
tre estudantes, técnicos, professores
e pesquisadores com diferentes níveis
de formação e que podem estar envol-
vidos num mesmo projeto.
Breda explica que a estrutura
verticalizada – com cursos básicos,
técnicos e de nível superior – traz ga-
nhos práticos, como agilidade para as
atividades de pesquisa. “Numa uni-
versidade comum, às vezes é preciso
contratar técnicos para o desenvolvi-
mento de uma pesquisa; aqui, podemos incorporar à equi-
pe o pessoal da própria instituição”, informa.
Foi toda esta estrutura que permitiu ao engenheiro
Ronnie Rego desenvolver uma pesquisa inovadora, com
potencial de retorno para a indústria. Formado pela Univer-
sidade de São Paulo, Ronnie veio para a Bahia trabalhar na
Ford e aproveitou para cursar o mestrado em engenharia
mecânica no SeNai Cimatec, em parceria com o instituto
tecnológico de aeronáutica (ita). Sua pesquisa de mestra-
do tinha por finalidade aumentar a durabilidade da engre-
nagem de primeira marcha de veículos. Para isso, Ronnie
propunha uma mudança no processo de jateamento de
granalhas, uma das etapas da fabricação da engrenagem.
Pata testar suas hipóteses, ele precisava realizar en-
saios que só poderiam ser feitos no exterior. a solução foi
desenvolver, em parceria com a equipe do Cimatec, uma
bancada para a realização de ensaios de transmissão
automotiva. “Com o dinheiro que usamos para construir
a bancada aqui, só seria possível realizar seis testes em
bancadas similares fora do Brasil”, conta Ronnie. a banca-
da teve a vantagem de adotar um conceito de recirculação
de potência, que evita desperdícios de energia e reduz os
ruídos durante os ensaios. Os testes confirmaram a hipó-
tese de Ronnie, sinalizando um aumento de 30% na vida
útil da engrenagem. e os resultados empolgaram tanto o
engenheiro que ele acabou ingressando no doutorado em
engenharia mecânica do ita. “Hoje, eu não concebo a en-
genharia sem experimentação”, diz Ronnie.
Compartilhamento, integração, sinergia
��
Cim
ateC
10
FOtOS JOãO aLVaRez
Rafaele Vilas Boas, 18 anos,
pouco sabia do que era um
almoxarifado antes do início
das aulas no SeNai Cimatec.
“achava que ia aprender a guardar
caixa de papelão”, conta a estudan-
te, que acaba de concluir o ensino
médio no Colégio estadual 15 de No-
vembro, em São Cristóvão. No centro,
Rafaela foi apresentada ao mundo da
indústria, aprendendo a importân-
cia e o significado de palavras como
gestão e logística. ao mesmo tempo,
redescobriu o conteúdo de disciplinas
como matemática e Português, que
ela até já tinha estudado na escola,
mas só agora conseguiu apreender.
No momento, seu maior desejo é ter
uma chance no mercado de trabalho,
assim que concluir o curso. “Sei que
isto aqui é uma oportunidade de ouro
pra mim”, diz a jovem.
Colega de turma de Rafaele, a es-
tudante keite Gonçalves miranda, 17
Pronatec abre portas para a qualificaçãoPrograma, que oferecerá 8 milhões de vagas nos próximos quatro anos em todo o país, já atende jovens do ensino público da Bahia
anos, também está confiante. “eu me preocupava muito
com o futuro, com a dificuldade de achar um emprego,
mas não sabia o que fazer; com o curso, agora tenho um
caminho a seguir”, diz a jovem. Já para Sara aparecida
dos Santos, 47 anos, aluna do 3º ano de ensino médio
do Programa de educação de Jovens e adultos, as aulas
no Cimatec são um primeiro passo para o reingresso no
mercado de trabalho, após dez anos cuidando dos cinco
filhos em casa para que o marido pudesse trabalhar como
pedreiro. “Com a minha idade, eu não sei se vou conse-
guir, mas quero tentar: a qualidade do ensino aqui é muito
boa”, diz Sara.
Rafaele, keite e Sara são alunas dos cursos de qualifi-
cação profissional que o SeNai está oferecendo a 870 es-
tudantes do 2º e 3º anos do ensino médio da rede pública,
como parte das atividades na Bahia do Programa Nacio-
nal de acesso ao ensino técnico e ao emprego (Pronatec),
do Governo Federal. Criado em outubro de 2011, a partir
da sanção da Lei nº 12.513, o programa visa expandir, in-
teriorizar e democratizar a oferta de cursos de educação
profissional e tecnológica para a população. a ideia é ofe-
recer – com a infraestrutura da rede pública e das insti-
tuições do Sistema S (como SeNai e SeNaC) – 8 milhões
de vagas nos próximos quatro anos, por meio de uma série 30
Cim
ateC
10
de subprogramas, projetos e ações
de assistência técnica e financeira.
além dos alunos de ensino médio da
rede pública, o programa contempla
também trabalhadores e beneficiários
dos programas federais de transferên-
cia de renda, como o Bolsa Família.
tuRmaS pIloto
Por conta das dimensões da iniciativa
e do seu alcance social, a expectati-
va em relação ao Pronatec em todo o
Brasil é imensa – e o SeNai Bahia saiu
na frente, como instituição escolhida
para realizar as turmas piloto do pro-
grama. Os primeiros contemplados
foram 34 pessoas beneficiárias dos
programas de transferência de renda
do governo federal. O grupo recebeu
seus diplomas no último dia 1º de
dezembro, em uma cerimônia no Ci-
matec, que contou com a presença
da secretária extraordinária para a
Superação da extrema Pobreza do mi- 31
Cim
ateC
10
FOtOS JOãO aLVaRez
nistério do Desenvolvimento Social,
ana Fonseca. Na ocasião, a titular da
pasta explicou que as turmas realiza-
das em caráter experimental (chama-
das Prova Conceito) serviriam de base
para os ajustes finais necessários à
implantação do programa em escala
nacional.
“O fato de termos sido seleciona-
dos para implantar as turmas piloto
do Pronatec só comprova, mais uma
vez, a excelência do ensino profissio-
nalizante desenvolvido pelo SeNai
na Bahia”, acredita a gerente da es-
cola técnica do Cimatec, Greta mo-
reira. ela explica ainda que a agenda
do Pronatec vai incrementar a hoje já
intensa oferta de cursos gratuitos da
instituição.
Para 2012, o SeNai-Ba planeja re-
alizar mais de 100 mil matrículas em
cursos gratuitos, sendo que 21 mil
correspondem aos cursos do Prona-
tec. Dentro do programa do governo
federal, por sua vez, 19 mil vagas irão
para os cursos de qualificação pro-
fissional com beneficiários do Bolsa
Família, do Seguro Desemprego e
de programas como o Projovem, en-
quanto as demais 2 mil vagas serão
destinadas aos alunos do ensino mé-
dio de 20 municípios do estado.
em 2012, o SeNai Bahia dá conti-
nuidade às atividades com as turmas
regulares de beneficiários dos pro-
gramas de transferência de renda.
Nesta primeira fase, foram ofereci-
das 880 vagas para 22 turmas em
13 cursos ministrados no Cimatec e
na unidade Dendezeiros. além do
aprendizado em sala de aula, os alu-
nos do Pronatec recebem assistência
estudantil, para auxiliar nas despe-
sas com transporte, e atendimento
odontológico e assistência visual,
fornecida pela Secretaria municipal
do trabalho, assistência Social e Di-
reitos do Cidadão (Setad).
Sara dos Santos, Rafaele Vilas Bôas e Keite Miranda, alunas do programa apostam em um novo rumo para suas vidas
Criada a partir de um acordo firmado, em agosto de 2011,
entre o ministério da Ciência, tecnologia e inovação e a
Confederação Nacional das indústrias (CNi), a empresa
Brasileira de Pesquisa e inovação industrial (embrapii) é
uma das grandes apostas do Governo Federal para for-
talecer a indústria brasileira no atual cenário de compe-
tição com produtos importados de alto teor tecnológico.
e o SeNai Cimatec assume um papel fundamental nesta
empreitada. a unidade baiana é uma das três instituições
nacionais selecionadas para a etapa piloto da embrapii,
ao lado do instituto Nacional de tecnologia (iNt/mCti), e
do instituto de Pesquisas tecnológicas do estado de São
Paulo (iPt).
“Para nós, a participação neste projeto é um reconhe-
cimento fabuloso, que parte do principal órgão de ciência
e inovação do país”, ressalta o gerente do Núcleo estra-
tégico do SeNai, Luís alberto Breda. Para ele, isso vem
se somar a uma tradição de bons serviços. “O Cimatec,
Cimatec Bahia integra projeto piloto nacional
Automação é um dos focos do projeto piloto Embrapii na Bahia
3�
Cim
ateC
10
Uiliams Rangel é industriário e filho de industriário. Seu pai
trabalha como encarregado de elétrica, mas nunca con-
cluiu o ensino Fundamental. Já o rapaz de 21 anos é técnico
de manutenção elétrica na Gerdau e frequenta um curso
superior em engenharia de Controle e automação. “este é o
meu sonho”, diz. Sua história começou a ganhar contornos
diferentes da trajetória paterna quando ingressou no SeSi
Candeias. em seguida, passou no processo seletivo para o
Programa de articulação do ensino médio com educação
Profissional, resultado de uma parceria entre o SeSi e o
SeNai. “O ensino articulado fez toda a diferença na minha
vida; numa escola convencional jamais conseguiria o em-
prego que tenho hoje”, avalia.
a trajetória de Uiliams é similar à de grande parte dos
mais de 940 jovens que concluíram o ensino médio arti-
culado desde 2001. ao aliar formação básica com ensi-
no profissionalizante de alto nível, o modelo, conhecido
como ebep (ensino médio SeSi articulado com educação
Profissional SeNai), é hoje uma das mais bem-sucedidas
experiências do Sistema FieB na área de educação. Já no
segundo ano do curso, os alunos recebem uma habilita-
ção técnica. Outro diferencial é que os cursos são definidos
com base em pesquisas, que identificam as necessidades
do mercado. O resultado desta estratégia é uma alta taxa
de inserção dos egressos, com índices de empregabilidade
anuais que variam de 60% a 75%.
Para o gerente do Núcleo estratégico do SeNai , Luís
alberto Breda, estas características fazem do ensino arti-
culado o melhor modelo de formação de nível médio com
foco na indústria. “entre outras vantagens, há o reconhe-
cimento por mérito: estudantes com melhor rendimento
escolhem o curso que desejam cursar”, explica. Para
Wagner Fernandes, superintendente do SeSi, o modelo
tem tido boa receptividade por parte da indústria e dos
estudantes. “É uma modalidade que dá a eles um sen-
tido prático ao estudo, o que é um fator de estímulo ao
aprendizado”.
Superintendente do SeSi quando o eBeP foi implanta-
do, o presidente do Sinduscon Bahia, Carlos alberto Lima,
acredita que a iniciativa demonstra que é possível criar
condições para mudar a realidade de jovens das classes
mais baixas. “Uma vez encontrei um ex-aluno, que estava
trabalhando na Ford, e me procurou para agradecer: fiquei
satisfeito em saber que fui um elemento desta história de
transformação”, conta.
ensino articulado em sintonia com o mercado
“Posso afirmar, sem medo de errar, que o nosso Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) é um dos mais modernos e completos centros de formação e desenvolvimento de tecnologia do Brasil, que a gente chama de o nosso braço forte. Quando a gente vai em busca de novos investimentos para a Bahia, principalmente na área industrial, o Cimatec é o nosso grande diferencial, a nossa joia da Coroa. Os laboratórios são dotados de tecnologia de ponta e o conhecimento do pessoal técnico é extraordinário, já atestados na capacitação dos trabalhadores da Ford, Continental, Monsanto e tantas outras empresas. Tenho a absoluta convicção de que o centro irá contribuir para a expansão e definitiva modernização da indústria da Bahia nos próximos dez, 20, 30, 50 anos”.
James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração
JOãO aLVaRez
quando recebe uma demanda, aplica
um conceito de atendimento global
e multidisciplinar. e é este conceito
que traduz o sucesso e o reconhe-
cimento deste centro tecnológico”,
acrescenta.
Cada um dos institutos de pes-
quisa está recebendo R$ 30 milhões
para pesquisas e terá o compromisso
de captar outros R$ 30 milhões junto
às indústrias, como contrapartida. Os
projetos do Cimatec serão direciona-
dos para as áreas de automação e
processos produtivos enquanto o iPt
e o iNt atuarão nas áreas de bionano-
tecnologia e petróleo e gás.
De acordo com Breda, o Cimatec
já deu início ao processo de capta-
ção de recursos e seleção de projetos
junto às empresas. “teremos proje-
tos em caráter pré-competitivo para,
por exemplo, o desenvolvimento de
plantas pilotos e protótipos que irão
atender setores como a indústria au-
tomotiva, de alimentos, metal-mecâ-
nica e aeronáutica”, informa. a etapa
piloto terá duração de 18 meses, com
o objetivo de testar o modelo propos-
to e viabilizar a sua implantação em
escala nacional, que deverá mobilizar
30 institutos de pesquisa.
a embrapii promete criar instru-
mentos para facilitar o investimento
em inovação de forma mais desburo-
cratizada. O modelo toma como refe-
rência a empresa Brasileira de Pesqui-
sa agropecuária (embrapa), que teve
um papel decisivo para estimular o
aumento da produtividade da agricul-
tura brasileira, e o instituto Fraunho-
fer, da alemanha. Parceira do Cimatec
em diversos projetos, a instituição é
hoje uma referência internacional no
campo da inovação.
VaLt
eR P
ON
teS
33
Cim
ateC
10
B oas ideias precisam ser reco-
nhecidas. Foi pensando assim
que o SeNai instalou no Cima-
tec, em 2006, o Núcleo de Proprieda-
de intelectual e inovação tecnológica
(NPi), com o objetivo de proteger os
ativos intangíveis das entidades que
formam o Sistema FieB, além de in-
dústrias parceiras. entre os ativos,
estão produtos ou processos gerados
nos serviços técnicos e tecnológicos e
de educação profissional.
tudo começou em 2005, quando
o instituto Nacional de Propriedade in-
telectual (iNPi) iniciou um movimento
para disseminar no Brasil a consciên-
cia sobre a importância de patentear
produtos e conhecimento. assim, esta-
Propriedade intelectual e inovação garantidasCimatec possui núcleo para proteger propriedade intelectual
beleceu parceria com várias instituições para divulgar o con-
ceito de propriedade intelectual. Na Bahia, foram formados
seis núcleos – além do NPi (do SeNai Cimatec), os da Fio-
cruz, embrapa, UFBa/Cefet, FtC/FFCt e Uesc/Ceped/Ceplac
– que recebem as demandas internas das suas instituições
e encaminham-nas ao iNPi no formato adequado.
através do NPi do SeNai Cimatec podem ser feitos pe-
didos para registro de patente, tanto de Pi (Patente inven-
ção), para produtos ou processos inéditos, como de mU
(modelo de Utilidade), variação sobre produtos ou proces-
so já existentes; registros de marca; depósito de desenho
industrial; e questões relativas a direitos autorais, como o
registro de toda a produção acadêmica escrita publicada
no Sistema FieB.
ImpoRtânCIa EStRatégICa
“O NPi tem importância estratégica para o SeNai, que
vem investindo muito na área tecnológica, e proteger
esse conhecimento é fundamental.
No passado, desenvolvemos muitas
tecnologias que não eram protegidas
e isso fazia com que os autores não
fossem reconhecidos”, explica a coor-
denadora do núcleo, maria do Carmo
Ribeiro. “O registro favorece também
a transferência de tecnologia, porque
garante tanto ao licenciador quanto
ao comprador a segurança de que
o conhecimento não será utilizado
por outros e de forma inapropriada”,
acrescenta.
O núcleo faz a avaliação de ante-
rioridade (ineditismo) de todos os pro-
jetos de pesquisa e desenvolvimento
passíveis de proteção e registro e
redige o relatório técnico da patente
com os pesquisadores envolvidos,
para então encaminhá-lo ao iNPi (ins-
tituto Nacional de Propriedade inte-
lectual). a equipe do núcleo também
realiza o monitoramento dos pedidos
já realizados, assim como participa de
rodadas de negociação para transfe-
rência de tecnologia.
Desde 2008, foram realizados
pelo NPi 16 pedidos de patentes
junto do iNPi, além de sete licencia-
mentos de tecnologia, basicamente
envolvendo as áreas de química e
petroquímica, microeletrônica, pro-
cessos de fabricação e manutenção
industrial. maria do Carmo Ribeiro
afirma que há uma grande expectati-
va no incremento de pedidos, já que
há vários projetos e pesquisas em
desenvolvimento e também porque
o Cimatec é um dos três operadores
nacionais da empresa Brasileira de
Pesquisa inovação industrial, inicia-
tiva do ministério da Ciência e tec-
nologia para fomentar a inovação no
mercado baiano.
entre os produtos com pedido de
patente registrado no iNPi está o pro-
cesso para transformação da glicerina
bruta, oriunda do processo de produ-
ção do biodiesel, em glicerina pura,
com várias aplicações na indústria.
Maria do Carmo Ribeiro coordena o NPI do SENAI, implantado em 2006
3�
Cim
ateC
10
JOã
O a
LVa
Rez
artigo Marcelo Lyra
Um grande aliado na construçãode nossos ativos intangíveisassim como o Cimatec, a Braskem
completa, em 2012, 10 anos de histó-
ria, com muitos desafios e conquistas
a celebrar. ao longo dessa década de
crescimento e consolidação, revisa-
mos a nossa estratégia de inovação e
tecnologia, buscando ampliar continu-
amente os investimentos na formação,
qualificação e atualização dos nossos
profissionais e no fortalecimento de
parcerias com instituições renomadas
de pesquisa e educação. O objetivo é
desenvolver a autonomia tecnológica
dos nossos processos produtivos, in-
vestir na capacitação técnica e fomen-
tar atividades de pesquisa para novos
produtos e aplicações.
as pessoas são o centro da es-
tratégia da Braskem. a nossa cultura
empresarial valoriza o capital huma-
no através da educação para e pelo
trabalho, e acredita que é através do
desenvolvimento das pessoas e de
sua capacidade criativa que é funda-
mentada a base para a construção da
vantagem competitiva sustentável. e,
nesse âmbito, a nossa parceria com
o SeNai Cimatec tem sido de grande
relevância.
entre os projetos desenvolvidos
em conjunto pela Braskem e Cimatec
destaco os cursos de capacitação
para a formação de inspetores de
equipamentos e estudos técnicos para
o aprimoramento de tratativas de ma-
nutenção diferenciadas e inovadoras,
que já estão sendo utilizadas na em-
presa de maneira a reduzir custos e
aumentar a produtividade. além disso,
engenheiros e líderes têm participan-
do dos programas de especialização,
mestrado e Doutorado da instituição,
com trabalhos focados na geração de
conhecimento próprio, a ser aplicado
nas nossas unidades industriais com
o objetivo de elevar a confiabilidade
operacional com processos cada vez
mais seguros e sustentáveis.
Nesse contexto, a infraestrutura
e os profissionais altamente capaci-
tados do Cimatec são fundamentais
para a (re)modelagem dos processos
industriais automatizados a partir do
conhecimento gerado, com soluções
eficientes e customizadas para que
possamos alcançar resultados cada
vez melhores.
O Cimatec é um grande aliado na
construção dos nossos ativos intangí-
veis, oferecendo parceria para a forma-
ção de trabalhadores especializados e
fomentando o interesse nas carreiras
técnicas. também é um suporte de
grande valia para o desenvolvimento
da capacidade inovadora dos pesqui-
sadores da Braskem na Bahia.
a estratégia de crescimento da
Braskem está centrada em três prin-
cipais vetores: o crescimento no
Brasil, acompanhando a evolução
do mercado regional com horizonte
de longo prazo e compromisso com
o fortalecimento da cadeia do plás-
tico; a internacionalização com foco
nas américas; e o investimento em
biopolímeros, priorizando a pesquisa
para desenvolvimento de novos pro-
dutos e novas rotas para a química
sustentável. Com essa perspectiva,
celebramos a existência do SeNai Ci-
matec e agradecemos pelos 10 anos
de parceria.
Marcelo Lyra, presidente de Relações Institucionais da Braskem
35
Cim
ateC
10
Angola, moçambique e tan-
zânia enfrentam um desafio
em comum: combater a falta
generalizada de recursos
humanos qualificados para fazer fren-
te à demanda de um setor industrial
em expansão e ajudar a reduzir as pro-
fundas desigualdades sociais. e nesta
trajetória, o Cimatec tem assumido um
papel essencial, ao colocar sua exper-
tise a serviço dos países africanos.
O primeiro país a exportar o mo-
delo baiano foi angola. inaugurado
pelo ministério de administração Pú-
blica, emprego e Seguridade Social do
país, em setembro de 2008, com re-
excelência tipo exportaçãoA expertise baiana atravessa oAtlântico para levar desenvolvimento e capacitação a países da África
“O SENAI Cimatec surgiu há dez anos como uma grande instituição de apoio ao desenvolvimento e à inovação na Bahia. Agora, as unidades 3 e 4 vão tornar possível o desenvolvimento de novas atividades em Salvador, como modelagem computacional e realidade virtual, ensino a distância, educação de produção e pesquisa. Os novos centros de Conformação Mecânica e Fundição e o de Logística e Gestão de Produção do Cimatec 4 são fundamentais para o futuro desenvolvimento industrial da região. A produção tecnológica fornece a chave para gerar postos de trabalho e para a criação de produtos inovadores. A Bahia precisa de ambos urgentemente. Parabenizo os responsáveis pela decisão de implantar os novos centros. É o melhor jeito de alavancar a cooperação com empresas e universidades estrangeiras, de fundamental importância em um mundo global. Sucesso para os Cimatec 3 e 4!”
Reiner Kopp, professor Emérito da Universidade RWTH-Aachen (Alemanha), Doutor em Engenharia pelo Instituto Max Planck para Pesquisas sobre Aço
cursos de uma linha de crédito brasi-
leira, o Centro integrado de Formação
tecnológica (Cinfotec) é resultado de
um trabalho desenvolvido pelo SeNai
Cimatec em parceria com a Odebre-
cht. “Foi uma das nossas primeiras
experiências do gênero e nos permitiu
visualizar a oportunidade de trabalhar
em projetos no exterior, inclusive em
parceria com organismos de coope-
ração internacional”, conta o gerente
de Núcleo estratégico do SeNai, Luís
alberto Breda.
O SeNai foi responsável pela con-
cepção do centro e pela elaboração
do projeto conceitual, além da for-
3�
Cim
ateC
10
DiV
ULG
aç
ãO
mação de 15 profissionais angolanos, entre engenheiros
e técnicos, que vieram à Bahia para participar de cursos
de capacitação técnica e de gestão promovidos pelo Ci-
matec. O resultado deste trabalho foi a implantação de
um dos maiores e mais modernos centros de formação de
mão de obra de angola. Com 9 mil metros quadrados de
área construída na capital angolana de Luanda, o Cinfotec
foi concebido para atuar em quatro áreas de competência:
mecânica e produção; elétrica e mecatrônica; metrologia;
e tecnologia da informação e comunicação. esta estrutura
permite atender às indústrias de segmentos de petróleo e
gás, tecnologia da informação, mineração de diamantes e
metal-mecânica. tudo isso em um ambiente com 16 salas
de aula, duas salas de videoconferência, 22 laboratórios,
um infocentro com 28 computadores e acesso à internet,
refeitório e uma biblioteca com cinco mil títulos.
De acordo com o consultor contratado da Odebrecht,
Ruy Barreto, com esta estrutura, o Cinfotec vem formando
uma média de 2 mil profissionais por ano. ele conta que
quando o governo angolano procurou a Odebrecht pedin-
do ajuda para o desenvolvimento de um projeto de capa-
citação de mão de obra, o Cimatec foi visto como parceiro
ideal. “Hoje, após concluído o trabalho, podemos descre-
ver com uma só palavra o serviço prestado pela equipe do
SeNai: excelência”, resume o consultor.
Depois da experiência de angola, um projeto seme-
lhante está sendo implantado pelo SeNai Bahia em mo-
çambique. Desta vez, a iniciativa está sendo capitaneada
pelo SeNai Dendezeiros, com a participação do Cimatec. O
objetivo é viabilizar a implantação do Centro de Formação
Profissional Brasil-moçambique. Com o início das opera-
ções previsto para este ano, o centro contará com uma in-
fraestrutura de salas de aula, biblioteca, laboratórios, ofi-
cinas e plantas de processamento para fins didáticos, onde
serão formados profissionais para as áreas de alimentos e
Bebidas, tecnologia da informação, mecânica e Produção
e elétrica e automação.
a atuação do SeNai – que trabalha em parceria com
o instituto Nacional de emprego e Formação Profissional
(iNRFP), de moçambique – inclui a qualificação de 17 pro-
fissionais do centro, a definição do projeto arquitetônico e
o acompanhamento das obras estruturais e dos processos
de compra de materiais, equipamentos e acessórios. “a qua-
lidade da formação que recebemos superou nossas expec-
tativas, principalmente em relação à dinâmica dos profes-
sores em sala de aula”, opinou o engenheiro moçambicano
Reichete micas, ao participar da formação em Salvador.
tanzânIa
a expertise do SeNai Cimatec também chegou à tanzânia.
em abril de 2011, o Diretório Nacional do SeNai entrou em
contado com a regional Bahia com a demanda da unidade
da Petrobras da tanzânia (Petan), que estava iniciando um
empreendimento de prospecção de petróleo e gás na re-
gião de mtwara, e precisava de um projeto para viabilizar a
formação de mão de obra local.
em uma semana, a equipe do Cimatec já havia visita-
do o país, analisado as demandas da Petan e apresentado
a proposta para os cursos. em julho, dois professores da
unidade embarcaram para o país africano com a missão de
ministrar cursos de manutenção mecânica e manutenção
elétrica para um grupo de 40 tanzanianos. “Foi um gran-
de aprendizado pessoal e profissional; percebi o quanto é
possível realizar mesmo com recursos que julgamos muito
escassos”, relata o professor antônio mendonça. entre as
dificuldades citadas por mendonça estão problemas como
a necessidade de improvisar localmente os equipamentos
necessários às aulas e a baixa escolaridade dos alunos.
Graças ao programa desenvolvido pelo Cimatec, o
presidente da tanzânia Jakaya kikwete declarou a escola
técnica Veta, onde os cursos foram realizados, centro na-
cional em excelência de treinamento em petróleo e gás. “O
SeNai atendeu nossas expectativas com um programa ex-
celente”, confirmou o gerente de finanças administrativas
da Petrobras tanzânia, márcio Sampaio.
Unidade do Cinfotec em Angola, na África, concebida pela equipe técnica do Cimatec Bahia
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artigo Rafael Lucchesi
inovação para um novo Brasilinovar é transformar ideias em valor.
Seu motor é o mercado, impulsionado
pela concorrência, e seu habitat é a
empresa. a inovação ocorre com o ob-
jetivo de atender às necessidades dos
clientes, de criar novos mercados, de
buscar novos modelos de negócios.
a inovação, sobretudo, é parte
essencial para a competitividade das
empresas. Com investimento em pes-
quisa e desenvolvimento se chegam a
novos produtos, alinhados à demanda
do consumidor, e se criam processos
de produção mais eficientes, reduzin-
do custos e tornando a empresa mais
competitiva no mercado. e é esse o
objetivo do SeNai: estimular a inova-
ção, dotando-a de competitividade. e
é isso que o Cimatec faz.
O SeNai tem consolidado seu pa-
pel como agente de inovação, com
o desenvolvimento de importantes
projetos de pesquisa tecnológica
aplicada, voltados para a solução de
problemas enfrentados pela indústria
brasileira. ao longo de seus 70 anos,
percebeu a necessidade em inovar
nos processos de educação profis-
sional, na oferta de serviços técnicos
e tecnológicos e na disseminação de
novas ideias de incremento ao setor
produtivo.
Como parte dessa estratégia, o
SeNai criou, em 2002, o Centro in-
tegrado de manufatura e tecnologia
(Cimatec), unidade do Departamen-
to Regional da Bahia, que, desde o
início, volta-se para o mercado, com
ações de fomento para as empresas,
seja com foco tecnológico ou organi-
zacional.
Nas áreas tecnológica e educa-
cional são oferecidos cursos de mes-
trado e doutorado, que realizam pesquisas direcionadas a
aprimorar os processos integrados de desenvolvimento de
produtos. No âmbito organizacional, as empresas recebem
suporte para as tomadas de decisões com base em crité-
rios múltiplos.
Como resultado desse posicionamento, o Cimatec tor-
nou-se referência em tecnologia e inovação no Brasil, sen-
do convidado, em 2011, a integrar o grupo de trabalho para
a implantação da empresa Brasileira de Pesquisa e inova-
ção industrial (embrapii), projeto federal que tem como
proposta o incentivo à inovação, sobretudo na indústria.
a embrapii chega em um momento oportuno, quando
a economia global vive adversidades que atingem a indús-
tria brasileira. Os mercados financeiros em crise, a iminên-
cia de uma recessão, a concorrência acirrada no mercado
internacional e o câmbio valorizado favorecem as importa-
ções e desestimulam as exportações. e, com isso, a inova-
ção industrial se torna fator chave para elevar a produtivi-
dade e mitigar esses efeitos externos negativos.
O Cimatec, considerado pela associação Brasileira das
instituições de Pesquisa tecnológica um dos mais moder-
nos centros tecnológicos do Brasil, celebra seus 10 anos
como uma importante referência para a expansão da in-
dústria brasileira.
Com laboratórios modernos nas áreas de manufatura
integrada, robótica, hidráulica e pneumática, microcompu-
tadores, metrologia, eletrônica e tecnologia da informação,
o Centro tem agora a missão de atender às necessidades
por soluções inovadoras não mais de empresas da Bahia,
mas de todo o país. e, ainda, de fazer com que o Brasil
avance nas chamadas pesquisas aplicadas pré-competi-
tivas, que buscam desenvolver tecnologia de produtos e
processos alinhada às tendências de mercado.
enfim, as inovações movem o mundo: são coisas no-
vas e formas novas de fazer as mesmas coisas. elas eco-
nomizam materiais, energia, tempo, recursos; mobilizam a
criatividade, a tecnologia e a ciência para atender melhor
demandas antigas ou resolver novos problemas. elas são
o principal motor da produtividade e estão no centro das
políticas de competitividade de muitos países. e é articu-
lando tecnologia e educação que o SeNai e o Cimatec ser-
vem à indústria e contribuem para um Brasil mais forte e
competitivo.
Rafael Lucchesi é economista e diretor-geral do SENAI