Publicação semestral da ffo - fundecto - Fundação para o ... · Salas de aula e clínicas com...

20
Publicação semestral da ffo - fundecto - Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia Entidade conveniada à Faculdade de Odontologia da USP - Venda proibida.

Transcript of Publicação semestral da ffo - fundecto - Fundação para o ... · Salas de aula e clínicas com...

Pub

licaç

ão s

emes

tral

da

ffo -

fund

ecto

- F

unda

ção

para

o D

esen

volv

imen

to C

ient

ífico

e T

ecno

lógi

co d

a O

dont

olog

iaEn

tidad

e co

nven

iada

à F

acul

dade

de

Odo

ntol

ogia

da

US

P -

Ven

da p

roib

ida.

editorial

índice

ffo-fundectoConveniada à Faculdade deOdontologia da USP

DIRETOR PRESIDENTEProf. Dr. João Batista de Paiva

DIRETOR VICE PRESIDENTEProf. Dr. Leonardo Eloy Rodrigues Filho

DIRETOR TESOUREIROProf. Dr. Rodolfo Francisco H. Melani

DIRETOR SECRETÁRIOProfª. Drª. Míriam Lacalle Turbino

DIRETOR VOGALProf. Dr. Atlas Edson Moleros Nakamae

CONSELHO CURADORPresidente:Prof. Dr. Giorgio De MicheliMembros:Prof. Dr. Carlos GilProf. Dr. Edgard Crosato Prof. Dr. Jose Rino Neto Prof. Dr. Igor Studart Medeiros Prof. Dr. Manoel Eduardo de Lima Machado Prof. Dr. Michel Nicolau YoussefProf. Dr. Reinaldo Brito e Dias Prof. Dr. Waldyr Antonio Jorge

COMISSÃO DE CURSOSPresidente:Prof. Dr. José Rino Neto Membros:Prof. Dr. Edgard CrosatoProf. Dr. Fernando Ricardo Xavier da SilveiraProf. Dr. Glauco Fioranelli VieiraProf. Dr. João Gualberto de Cerqueira LuzProf. Dr. Paulo Eduardo Capel CardosoProfª. Drª. Regina Tamaki

COORDENAÇÃO DEPARTAMENTO DE MARKETINGLetícia Bezinelli - [email protected] Magalhães - [email protected]

PROJETO GRÁFICOPingo No I - Publicidade e [email protected]

JORNALISTA RESPONSÁVELPriscila Gonçalves Biella - MTB 52367

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO45.000 exemplares

Caro colega Cirurgião-Dentista, é com imenso prazer que apresentamos mais uma edição da Revista da ffo e,

aproveitamos o momento para expressar nossa satisfação em constatar que o Clinical Consult, nossa coletânea de artigos voltados para o dia a dia do clínico, está sendo um sucesso. Estamos atingindo nosso maior objetivo que é colaborar para o seu crescimento profissional.

Nessa edição estão disponíveis mais artigos e casos clínicos, de diversas áreas da Odontologia, escritos pelos nossos professores para orientar sua prática clínica.

Ainda com objetivo de contribuir com a rotina operacional do seu consultório, a ffo-fundecto ofereceu a todos os seus alunos um vídeo de biossegurança que ilustra os cuidados necessários no pré, trans e pós atendimento

odontológico. Se inscreva em nossos cursos e também receba o seu!

Anexo à revista está o caderno completo dos cursos que serão ministrados durante o segundo semestre de 2011, além da agenda das especializações. Hoje temos mais de 100 opções de cursos, em todas as áreas da Odontologia, de diversas modalidades, tudo para atendê-lo da melhor maneira possível.

Verifique os detalhes em nosso site: www.fundecto.org.br ou ligue para nosso call center: 0800 771 7001.

Estamos esperando você!!!

Especial: Programa de Parcerias.

Diferencial: Veja as vantagens de fazer cursos na ffo-fundecto.

Agenda: Datas de seleção para especialização.

Artigo: Estética.

Artigo: Implantologia Oral.

Artigo: Odontopediatria.

Artigo: Endodontia.

Artigo: Prótese.

Artigo: Odontologia do Trabalho.

6 8/17 18

46

81012141618

Prof. Dr. João Batista de PaivaPresidente ffo-fundecto

4

C

especialPrograma de Parcerias Dep. Marketing/ fotos: Arq. Fundecto

Um dos grandes objetivos da ffo-fundecto é oferecer a você, Cirurgião-Dentista, cursos que completem sua formação já adquirida na graduação. Assim, nossos professores aliam trabalhados científicos com a prática clínica para mostrar as novidades e tendências dentro da Odontologia. Além do embasamento científico, a ffo-fundecto também se preocupa em compartilhar as tecnologias existentes hoje no mercado odontológico. Para isso, há um programa de parcerias que traz para os cursos

equipamentos e materiais de última geração. Dessa maneira, você pode manipular e formar sua opinião, desenvolvendo seu senso crítico e, assim, fazer a melhor opção para sua realidade.As empresas parceiras da ffo-fundecto também desenvolvem semanas especiais para apresentar o que há de moderno no mercado.

Confira o que aconteceu no primeiro semestre de 2011:

Semana Heraeus Kulzer na ffo:Em maio a comunidade da ffo recebeu a Heraeus Kulzer, que fez uma grande exposição de seus produtos, além de oferecer promoções super especiais e sorteios diários. Destaque para o Flexitime Trial kit e Flexitime Correct Flow, que estão disponíveis para você utilizar nos cursos da ffo.

revista ffojul/dez 2011

especial

Semana KOTA na ffo:Em abril a Kota organizou uma semana especial na ffo para mostrar seus lançamentos e produtos, ofereceu promoções para quem faz parte da comunidade ffo e fez sorteios. Além de expor também a linha Kota fashion. Destaque para o Panavia F, cimento resinoso dual autocondicionante, que está disponível para uso nos cursos da ffo.

6revista ffojul/dez 2011

agenda

diferencial

Call Center: [email protected]

segunda a sexta das 08h às 18h

Temos parcerias com dois hotéis

Hotel Howard Johnson Faria Lima Inne Spotlight Hotels no Jaguaré

Especialização Seleção

SEMANAISCirurgia Mai/2012Cirurgia Jun/2012Dentística 18/08/11Endodontia Ago/2011Implantodontia Mar/2012 Odontologia Legal Fev/2012Odontopediatria Ago/2011Ortodontia 09/12/11Pacientes Especiais 05/08/11Periodontia Ago/2011Prótese Ago/2011Radiologia Jul/2011

Especialização Seleção

QUINZENAISOdontologia do Trabalho Ago/2011Saúde Coletiva Fev/2012

MENSAISDentística Mai/2012 Endodontia Jul/2012 Odontopediatria Mar/2013Prótese Mar/2012Radiologia Mar/2012

PRÓXIMAS TURMAS DE ESPECIALIZAÇÃO

Descontos exclusivos. Consulte!

Corpo docente altamente qualificado

Diversos materiais e equipamentos fornecidos pela fundação para utilização no curso

Certificado de especialista emitido pela Universidade de São Paulo

Novas tecnologias obtidas através de parcerias com as maiores empresas do mercado

Cursos semanais, quinzenais e mensais, além de workshops que ocorrem durante todo o semestre

Salas de aula e clínicas com ar condicionado e modernos recursos multimídia

Estacionamento sem custo para o aluno

Comodidade e conforto: sala de estudo e espaços de convivência

Convênios com hotéis

Programa de descontos exclusivo

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

Saiba porque a fundecto apresenta o melhorcusto-benefício do mercado.

7revista ffo

jul/dez 2011

Cada vez mais a ffo-fundecto procura maneiras de estar mais próxima de seu aluno, pois achamos importante estabelecer esse vínculo e termos uma comunicação direta.Assim, recentemente criamos nosso Facebook e Twitter que trarão notícias da comunidade ffo-fundecto e FOUSP em primeira mão para você, Cirurgião-Dentista. Adicione a ffo e venha curtir com a gente!

ffo-fundectomais perto dos Cirurgiões-Dentistas!

Pensando também em fortalecer o contato entre Instituição de Ensino e alunos, desenvolvemos a Semana de Boas Vindas aos novos alunos da ffo. Em parceria com a Johnson & Johnson, os alunos foram recebidos com brindes e tiveram atenção total das equipes Fundecto e Johnson. Confira como foi:

Brindes johnson&johnson.Diretoria ffo durante a Semana de Recepção com equipe ffo-fundecto e Johnson.

Semana de Recepção aos Alunos.

8revista ffojul/dez 2011

estética

Odontologia Estética: Soluções Minimamente Invasivas com Cerâmicas.As cerâmicas, por apresentarem, em geral, cor e textura perenes, bem como propriedades mecânicas superiores às das resinas compostas, têm sido consideradas como material estético de eleição para restaurações e reanatomizações de dentes anteriores1. O domínio das técnicas adesivas tornou realidade o uso das cerâmicas na odontologia, uma vez que estas, embora friáveis, quando aderidas aos substratos dentários se comportem mecanicamente como um corpo único, dente/restauração1,2. Quando se fala em “odontologia estética”, há uma série de paradigmas que foram criados no passado, e que, com a evolução da técnica e dos materiais, devem ser vistos por um prisma mais crítico. A assertiva mais comum é “a odontologia adesiva é conservadora”. É verdade em geral para restaurações de resina composta, que requerem apenas a remoção da cárie, com pouco, ou até nenhum tipo de preparo cavitário. Para restaurações ou coroas puras de cerâmica, já não é verdade, pois passa a ser necessária uma espessura entre 0,6 e 2mm de cerâmica para o alcance da resistência necessária, o que exige um desgaste significativo da estrutura dental3,4. Já para as facetas cerâmicas tipo “lente de contato” (desgaste dental mínimo ou ausente) a possibilidade de ganho de pequeno volume com a restauração já traz resistência suficiente em espessuras diminutas, como 0,2mm, desde que aderidas ao substrato dentário3,4,5. Este tipo de faceta recebe tal nome por uma alusão à espessura delgada das lentes de contato oftalmológicas, o que requer desgastes mínimos da estrutura dental, ou mesmo eliminam totalmente a necessidade desses desgastes. Este fato agrada a maioria dos pacientes, que, embora exijam uma estética melhor de seus sorrisos, não aceitam desgastar demasiadamente seus dentes para ganhar espaço necessário para o laminado cerâmico na face vestibular dos dentes, sem criar sobre contorno.

Cabe ressaltar que este tipo de restauração está indicado apenas para pacientes que não possuam hábitos parafuncionais mecanicamente nocivos aos dentes, como bruxismo (ou briquismo, hábito de ranger os dentes classificado como distúrbio do sono) ou hábito de apertamento exagerado3,4. Uma oclusão bem equilibrada

também é fator “sine-qua-non” para a longevidade do tratamento, tornando necessária, em boa parte dos casos, tratamento em conjunto com profissionais especialistas em outras áreas (Ortodontia, Disfunção Têmporo-Mandibular e Dor Oro-Facial, Ortopedia Funcional dos Maxilares, etc.)

É comum antes, durante ou após um tratamento ortodôntico haver indicação de reanatomização de dentes anteriores, como o caso clínico que aqui será relatado. Tais situações hoje podem ser facilmente solucionadas com estas lentes de contato. Devido à limitada espessura deste tipo de laminados, eles só devem ser indicados em casos onde os elementos dentários envolvidos apresentem uniformidade de cor entre si3,4.

A seguir é descrito um caso clínico executado no curso “CEU-310-Estética Ampla: Uma Abordagem Integrada de Especialidades” da Fundecto, ministrado por nossa equipe. Este caso clínico foi executado pela CD Regina Martins Moreira, aluna do curso, em paciente do sexo masculino, de 21 anos de idade. O mesmo havia sido indicado por uma colega Ortodontista, que havia diagnosticado a necessidade de reanatomização dos dentes anteriores, o que comprometia demasiadamente o sorriso do paciente (figura 1).

O caso foi estudado juntamente com o TPD Alberto Calasans, do Laboratório Alberto, e após enceramento para estudo em modelo, chegou-se a conclusão que seria possível utilizar a técnica não invasiva dos laminados tipo “lente de contato”, onde os preparos se restringiriam apenas a tornar os dentes expulsivos, com mínimos desgastes em esmalte. Na figura 2 é possível visualizar os dentes anteriores do paciente com o afastamento gengival com fios retratores (Pro Retract, FGM Produtos Odontológicos) número 000, com a função adicional de controle de umidade do sulco gengival. A seguir, o substrato foi condicionado com ácido fosfórico a 37% e sistema adesivo simplificado (XP Bond, Dentsply)(figura 6).

Nas figuras 4 e 5 é possível observar as faces vestibular e lingual, respectivamente, dos laminados no modelo de trabalho. Nota-se a riqueza de detalhamento incisal e proximal alcançado pelo TPD. A cerâmica utilizada foi a e.max Press (Ivoclar Vivadent). Estas peças cerâmicas foram

Prof. Dr. Carlos Francci, Livre Docente do Deptº de Materiais Dentários da FOUSP, Coordenador do curso CEU-310-Estética Ampla: Uma Abordagem Integrada de Especialidades e professores do curso Prof. Dr. Marcelo Ferreira Witzel, Profª Drª Edméa Lodovici, Prof. Jair Alves Costa, Prof. João Vicente Lenza, Prof. Adriano Sapata e CD Regina Martins Moreira, aluna do curso.

9revista ffo

jul/dez 2011

condicionadas com ácido fluorídrico a 10% por 20 segundos e submetidas a aplicação de agente silano. A seguir foi aplicada uma fina camada de sistema adesivo. É importante frisar que o resultado estético final de um caso clínico com laminados “lente de contato” é fortemente influenciado pela cor do cimento resinoso ou resina composta fluida utilizada, já que a porcelana em finas espessuras é altamente translúcida5. Esta fina espessura também torna necessário o uso de cimentos ou resinas fotoativados, e não duais ou quimicamente ativados, pois o ativador químico da polimerização destes materiais, normalmente uma amina terciária ou ácido sulfínico, se degrada com o tempo, tornando o material mais amarelado . Assim foi utilizada uma resina composta fluída (Opallis Flow, FGM Produtos Odontológicos) de cor A1 (figura 7). O conjunto sistema adesivo e resina composta somente foi polimerizado após o assentamento dos dentes, um a um, evitando assim o

risco de acúmulo de adesivo em ângulos internos das peças protéticas, que poderia comprometer a adequada linha de cimentação.

Referências bibliográficas1. Vieira GF, Morimoto S. Restaurações indiretas cerâmicas. In Fonseca AS. Odontologia estética – a arte da perfeição . São Paulo: Artes Médicas; 2008 . cap. 2.1, p. 139-58.2. Matinlinna JP, Vallittu PK. Bonding of resin composites to etchable ceramic surfaces - an insight review of the chemical aspects on surface conditioning. J Oral Rehabil. 2007 Aug;34(8):622-30.3. Kina S, Ferreira, AG.Laminados cerâmicos. In Fonseca AS. Odontologia estética – a arte da perfeição . São Paulo: Artes Médicas; 2008 . cap. 2.1.1, p. 159-97.4. Bottino MA, Faria R, Valandro LF. Facetas laminadas cerâmicas. In Bottino MA. Percepção – Estética em próteses livres de metal em dentes naturais e implantes. São Paulo : Artes Médicas; 2009 . cap. 5, p. 317-90.5. Egon A. Fragmentos cerâmicos e lentes de contato dentárias. Quando a arte e a biologia se encontram. Rev. Dental Press Est. 2011 Jan/Fev/Mar;8(1):25-33.

Figura 1. Aspecto geral do sorriso do paci-ente muito comprometido pela presença de dentes conóides e contorno anatômico insuficiente dos dentes em relação ao ta-manho da arcada.

Figuras 4 e 5. Aspectos vestibular e palatino, respectivamente, dos laminados cerâmicos, evidenciando a caracterização dos bor-dos incisais e proximais possibilitados pela cerâmica e.max Press (Ivoclar-Vivadent).

Figura 7. Após condicionamento com ácido fluorídrico a 10% (Dentsply) e aplicação do agente de união – silano (Dentsply), foi apli-cada uma camada de sistema adesivo sim-plificado (XP Bond) e, após afinada com jato de ar suave, foi aplicada a resina composta fluida (Opallis Flow, FGM Produtos Odon-tológicos) Foi optado por fotopolimerizar o sistema adesivo apenas após o assenta-mento da peça, e remoção dos excessos.

Figura 2. Dentes anteriores com afastamen-to gengival com fio retrator, evidenciando o mínimo preparo dos dentes em questão.

Figura 5

Figuras 8 e 9. Aspectos lateral e frontal do sorriso do paciente, após a imediata cimen-tação adesiva.

Figura 3. Aspecto dos laminados cerâmicos tipo “lente de contato”. Observe a espessura diminuta das peças, em torno de 0,3mm.

Figura 6. Aspecto despolido do esmalte den-tal após condicionamento ácido e início da aplicação do sistema adesivo simplificado (XP Bond, Dentsply).

Figura 9

10revista ffojul/dez 2011

implantologia oralProf. Dr. Nilton De Bortoli Junior1, Suely Chagas2, Sérgio de Oliveira2, Alcides Lacerda2

Seios Maxilares – Elevação de Membrana e Enxerto com PRPO fenômeno biológico da osseointegração descoberta por Brännemark em 1965, e amplamente divulgada a partir de 1986, revolucionou a prática da Odontologia em vários e importantes aspectos tornando a substituição de um dente por uma prótese sobre implante uma alternativa eficiente e com bons prognósticos. Atualmente os implantes cônicos são na maioria dos casos a primeira escolha com melhores resultados protéticos e na maxila posterior desdentada com pouca densidade óssea A reabsorção do osso alveolar causada pela ausência dos dentes posteriores aliada à pneumatização dos seios maxilares apresenta-nos uma situação bastante crítica exigindo cirurgia de acesso para a colocação de enxerto, através da elevação da membrana do assoalho do seio maxilar, para a reabilitação protética após a colocação de implantes. Relato de 2 casos clínicosDuas paciente do gênero feminino, com idades de 51 e 58 anos em bom estado geral de saúde, com espaços protéticos bilaterais superiores procuraram a clínica da ffo-fundecto e foram atendidas pelo curso de Implantologia, coordenado pelo Prof. Nilton De Bortoli Jr., com queixa de desconforto pelo uso de próteses removíveis, dificuldade mastigatória e estética. As radiografias panorâmicas mostraram extensa pneumatização de seios maxilares e severa reabsorção alveolar com altura de crista de aproximadamente 1mm (fig.1 e 4), o que impossibilitava a colocação de implantes. Realizou-se então a cirurgia de elevação de membrana dos seios maxilares e colocação de enxerto ósseo alógeno, hiroxiapatita (Osteogen) e Plasma Rico em Plaquetas. Após 5 meses foi feita uma avaliação radiográfica (fig.2 e 5) e colocação de implantes cônicos Implacil de até 14mm de comprimento e foram também colocados implantes nos outros espaços protéticos (fig.3 e 6).

DiscussãoSeveras atresias ósseas exigem cirurgias de alta morbidade, com enxertos autógenos removidos intra e extra orais. Com o avanço dos enxertos ósseos alógenos e mais recentemente com o Plasma Rico em Plaquetas, mesmo ocorrendo uma fenestração da membrana sinusal o prognóstico continua favorável na elevação da membrana do seio maxilar. O uso do plasma rico em plaquetas permite um prognóstico favorável em tais casos, por suas características histogênicas (2), proporcionando melhores resultados clínicos com comprovação radiográfica e histológica, além de facilitar o manuseio dos enxertos particulados. O emprego do plasma pobre em plaquetas (PPP) acelera a cicatrização dos tecidos moles evitando a exposição dos enxertos, razão pela qual passamos a denominá-lo Plasma rico em fibrina ou PRF (5). A literatura descreve Protocolos inadequados, sem níveis terapêuticos como os responsáveis por insucessos com o PRP (6). O PRP acelera a osteogênese inicial, aumenta a formação de vasos, de colágeno (2), e o PRF promove rápida cicatrização gengival (4). Indicam-se implantes com mais de 10mm nesses procedimentos.ConclusãoO protocolo para obtenção do PRP inicialmente desenvolvido pelo Dr. Arun Garg e Dr. Robert Marx – duas centrifugações com forças diferentes - (3) foi posteriormente adaptado pelo Dr. Aron Gonshor para uma centrífuga (1) e viabilizou sua utilização em ambiente ambulatorial de maneira simples e acessível aos pacientes e profissionais. Por ser autólogo, é livre de transmissão de doenças infecciosas e é bem aceito pelos pacientes (4). Deve-se salientar que todo procedimento requer excelência de técnica cirúrgica, de seguir protocolo consagrado cientificamente para obtenção do PRP com equipamento adequado e emprego de enxertos com comprovado índice de sucessos.

1 – Coordenador do Curso de Implantologia;2 – Assistentes do Curso de Implantologia;

11revista ffo

jul/dez 2011

Referências bibliográficas1 -Gonshor, Aron. Technique for producing PRP: background and process. The Int. J. of Per. and Rest. Dentistry, 20022-Lynch,S.E.;Genco,R. J.: Marx,R. E. Tissue Engineering, 1999.3-Marx et al. PRP: Growth factor enhancement for bone grafts. Oral Surg. Oral Med. oral Pathol. 1998

Caso 1 Caso 2

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Figura 5

Figura 6

Professores e grupo de alunos do Curso de Implantologia.

4-Marx, R. E. Platelet Rich Plasma: evidence to support its use. J Oral Maxillofacial Surgery, 2004. 5-Pontual; Magini.PRP e fatores de crescimento. Ed. Santos, 20036- Weibrich,G.; Kiles,WGK. Curasan PRP kit vs.PCCS PRP system: Collection efficiency and platelet counts of 2 different methods for the preparation of PRP. Clin. Oral Implant Res. 2002.

12revista ffojul/dez 2011

odontopediatriaJuliana Bernardes Fanaro1, Camila Pereira Lima1, Ricardo De Nardi Fonoff2, Selma Sano Suga2, Antônio Carlos Guedes-Pinto2, Cristina Giovannetti Del Conte Zardetto2, Marcia Turolla Wanderley2

1. Alunas do Curso de Especialização em Odontopediatria - Semanal2. Professores do Curso de Especialização em Odontopediatria - Semanal

Reabilitação estética e funcional em dentes decíduos anteriores.Em bebês de 12 a 36 meses de idade, a cárie de acometimento precoce é a grande causadora de destruições coronárias nos dentes ântero-superiores.

É importante a reconstrução destes elementos afetados, pois as conseqüências vão desde alteração da fala, mastigação, desvio no padrão de deglutição até comprometimento estético, podendo provocar distúrbios psico-emocionais na criança.

O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de reabilitação estético-funcional anterior numa criança de 36 meses, sexo feminino, com lesões extensas de cárie nos dentes 52, 51, 61 e 62.

Realizou-se orientação de higienização e remoção do hábito de sucção de mamadeira.

A reconstrução dos dentes decíduos anteriores através de pino de fibra de vidro e restauração de resina composta foi satisfatória, e a escolha da técnica e dos materiais propiciou a recuperação da forma, função e estética (Fig 1 a 8).

Referências Bibliográficas:Oliveira LB, Peixoto LFS, Zardetto CGDC, Corrêa MSNP, Wanderley MT. Reabilitação de dentes decíduos anteriores com o uso de pinos de fibra de vidro. J Health Sci Inst. 2010;28(1):89-93.

Verrastro AP, Tashima AY, Faria FP, Alves KRG, Bussadori SK, Wanderley MT. Reconstrução de dentes decíduos anteriores com pino de fibra de vidro e matriz anatômica de celulóide: Relato de caso clínico. Conscientiae Saúde. 2007;6(1):81-8.

Wanderley MT, Trindade CP, Corrêa MSNP. Reabilitação protética e odontopediatria. In: Corrêa MSNP. Odontopediatria na primeira infância. 3 ed. São Paulo: Gen-Santos; 2010. cap.40, p. 637-658.

Wanderley MT, Verrastro AP. Reabilitação e Prótese em Odontopediatria In: Odontopediatria - Fundamentos de Odontologia. São Paulo: Gen-Santos; 2009. p. 329-356.

Wanderley MT, Zardetto CGDC, Aldrigui JM. Utilização de pinos intrarradiculares na reabilitação estética e funcional em dentes decíduos anteriores. In: Bonecker et al. Estética em Odontopediatria: Considerações clínicas. São Paulo: Gen-Santos; 2011.

Fig 1 - Criança de 3 anos com grande destruição dos incisivos superiores. Observar necessidade de recuperar dimensão vertical.

Fig 3 - Radiografia dos incisivos anteriores após endodontias realizadas.

Fig 5 – Recorte dos pinos de fibra de vidro: parte coronária até ½ da futura coroa e parte radicular até 1/3 do conduto.

Fig 7 - Confecção do munhão de resina composta (B0,5).

Fig 2 - Após endodontia dos 4 incisivos superiores e aumento de dimensão vertical em resina composta nos primeiros molares superiores.

Fig 4 - Preenchimento do conduto radicular com pasta Guedes-Pinto e selamento com guta percha. Condutos radiculares preparados: 1/3 do conduto radicular sem material de preenchimento.

Fig 6 - Pinos de fibra de vidro cimentados com cimento resinoso dual.

Fig 8 - Restauração final em resina composta.

Alunas e professora do Curso de Especialização

em Odontopediatria - Semanal

13revista ffo

jul/dez 2011

odontopediatriaPatrícia de Carvalho1, Heleni Shimosako1, A.C. Guedes Pinto2, Marcia Wanderley2, Cristina Zardetto2, Ricardo Fonoff2, Selma Suga2

1. Alunas do curso de especialização em odontopediatria semanal em odontopediatria2. Professores do curso de especialização em odontopediatria semanal em odontopediatria

Abordagem integrada em odontopediatria aos fatores etiológicos do diastema interincisal mediano.A integridade dos dentes e dos arcos é de extrema importância para o desenvolvimento e manutenção da oclusão, estética, fonética e bem estar psicoemocional da criança.

O objetivo desse trabalho é relatar o caso de uma paciente de 8 anos de idade, gênero feminino, que procurou tratamento odontológico na FUNDECTO, queixando-se de “espaços entre os dentes anteriores”. Foi diagnosticado freio teto labial persistente, diastema mediano de 10mm, vestibularização dos incisivos centrais, hábito de nutrição artificial (uso de mamadeira duas vezes ao dia), interposição lingual e ausência de vários dentes permanentes (FIG. 1). Pela radiografia panorâmica foi constatada a agenesia parcial dos dentes 16, 12, 22, 26, 36, 32, 31, 41, 42 e 46 (FIG. 2 ).

Realizou-se orientação para a remoção do hábito de sucção através de motivação e reforço, pois este atuava na manutenção do diastema e na vestibularização dos incisivos centrais superiores (Fig. 3). A criança foi encaminhada para tratamento fonoaudiológico das alterações miofuncionais peribucais e correção da interposição lingual.

O freio labial superior apresentava as características do freio teto labial persistente: inserção baixa, diastema interincisal e isquemia da papila palatina ao tracionamento do lábio superior. Foi indicada a frenectomia labial superior pela técnica de reposicionamento de Chelotti, cujo objetivo é a mudança anatômica do freio (FIG. 4).

No desenvolvimento normal da oclusão, na “fase do patinho feio”, o diastema interincisal mediano diminui com a erupção dos incisivos laterais permanentes superiores, fechando espontaneamente com a erupção dos caninos permanentes superiores. Na ausência congênita dos incisivos laterais, este estímulo natural não ocorre, não reduzindo o diastema. Por este motivo, indicou-se a redução ortodôntica parcial do diastema com aparelho fixo (FIG. 5) e a reabilitação protética com mantenedor estético funcional inferior e superior (FIG. 6).

A criança será encaminhada para avaliação e discussão multidisciplinar, envolvendo o odontopediatra, ortodontista e implantodontista para o planejamento e tratamento, a longo prazo, dos espaços dos dentes permanentes ausentes.

Referências Bibliográficas:1- Almeida RR, Garib DG, Almeida-Pedrin RR, Almeida MR, Pinzan A, Junqueira MHZ. Diastema interincisivos centrais superiores: quando e como intervir? Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2004; 9(3): 137-156.

2- Edwards JG. A clinical study: the diastema, the frenum, the frenectomy. Oral Health. 1977; 67(9): 51-62.

3- Fonoff RDN, Haddad AE, Alencar CJF. Cirurgia em odontopediatria. In. Guedes Pinto AC, Bonecker M, Rodrigues CRMD. Fundamentos de Odontologia- Odontopediatria.São Paulo: Santos; 2009. p. 277-99.

Fig. 6 Reabilitação protética

Fig.4 Aspecto final da frenectomiaFig.3 Remoção do hábito

Fig. 1 Caso clínico inicial

Fig. 5 Redução ortodôntico parcial

Fig. 2 Radiografia panorâmica

Equipe de professores do Curso de Especialização

em Odontopediatria - Semanal

14revista ffojul/dez 2011

endodontiaJ.L.Lage-Marques

Como tratar uma perfuração radicular para restabelecer a estética e a função.ConsideraçõesAs perfurações são eventos indesejáveis e podem ser causadas por processos de reabsorção ou cárie, porém na maioria das vezes são de origem iatrogênica. Podem ocorrer em qualquer fase do tratamento endodôntico ou durante o restabelecimento da estética e função. Invariavelmente criam um impacto significativo sobre o prognóstico e, a longo prazo, constituem ser causa importante da perda dental. No capítulo da frequência de complicações, as perfurações endodônticas representam cerca de 8% de todas essas falhas. Quanto ao protocolo de tratamento, importa salientar que os conceitos básicos de limpeza e redução da microbiota do sistema endodôntico são os mesmos durante o preparo de dentes portadores ou não de perfurações. Vale ressaltar as vantagens produzidas pelo correto esvaziamento do sistema endodôntico que traduzem, na maioria das vezes, o caminho para o sucesso deste casos. Além de facilitar a instrumentação, as substâncias químicas assumem lugar de destaque na importante função de agente antimicrobiano, valorizando a limpeza em profundidade da dentina, agindo à distância pela permissividade da intrínseca permeabilidade dentinária e, consequentemente, na região da perfuração.Os microrganismos proliferam ao abrigo das estruturas anatômicas adquirindo vantagens para a propagação e multiplicação na velocidade de constituir gerações em curto período.A seleção das soluções irrigadoras deverá recair na capacidade da solubilização de matéria orgânica, do magma dentinário, do possível material remanescente de tratamentos prévios nas áreas anatomicamente complexas e nas iatrogenicamente modificadas. A irrigação potencializada pela aspiração valoriza significativamente o resultado pelo aumento do fluxo do líquido no interior do canal.Nessa sequência o sistema de canais radiculares fica suscetível à ação da medicação intracanal que, preenchendo o canal principal, faz do canal cirúrgico, o receptáculo ideal para ação prolongada (AP).

Essa assertiva ganha importância devido ao alto nível de contaminação da superfície externa radicular, onde o microrganismo encontra condições propícias ao seu desenvolvimento.A intervenção cirúrgica se faz necessária quando o protocolo da terapia endodôntica apresentar falha ou mesmo é contra-indicada por inviabilidade ou risco de acesso via canal. As perfurações devem ser seladas para evitar a troca de componentes do dente para o periodonto e vice-versa, podendo irritar ainda mais os tecidos periapicais.Atualmente é consenso que o material empregado para a vedação da perfuração tenha forte influência sobre o prognóstico. Os critérios para um material de reparação ideal incluem selamento, biocompatibilidade, insolubilidade e capacidade de induzir osteogênese e cementogênese. Muitos materiais têm sido usados para selar perfurações, incluindo o amálgama, cimento temporário Cavit endodôntico (Penn América ESPE, Norristown.), Super-EBA (HI Co. Bosworth, Skokie, Illinois), cimento de ionômero de vidro, hidróxido de cálcio, alguns cimentos endodônticos e mais precisamente o Agregado de Trióxidos Minerais, Pro Root (Dentsply Tulsa Dental, Tulsa, Oklahoma) e o MTA( Angelus) A apesar de bem aceitos comercialmente, nenhum deles atinge todos os requisitos da enorme lista de exigências, além de apresentarem taxas de sucesso variáveis. Atualmente, o Agregado de Trióxidos Minerais é considerado o melhor material para selar perfurações, pois tem inúmeras propriedades, tais como de selamento, biocompatibilidade e presa diante de umidade. Uma característica que diferencia o Agregado de Trióxidos Minerais de outros materiais é a sua capacidade de promover a regeneração de cemento, o que facilita o recuperação do ligamento periodontal. Mesmo assim, estudos adicionais são necessários para melhor caracterizar o comportamento deste material em perfurações contaminadas ou não, bem como os procedimentos clínicos para controlar o nível de preenchimento deve ser investigado.

Grupo do curso semanal de especialização em endodontia da ffo – fundecto, coordenado

pelo professor José Luiz Lage-Marques

Professor Livre Docente da Disciplina de Endodontia da FOUSP,coordenador do Curso de Especialização Semanal de Endodontia e do Curso Endodontia em Molares

15revista ffo

jul/dez 2011

Protocolo terapêuticoAbordagem endodôntica para correção da iatrogenia tais como, esvaziamento, preparo químico cirúrgico, retomada do canal anatômico, adequação da permeabilidade dentinária e selamento do sistema de canais. A abordagem intracanal para preenchimento da perfuração lateral não garante um vedamento com qualidade principalmente em se tratando de um dente que necessita da instalação de retentor intraradicular. Nestas situações a microcirurgia endodôntica com retrobturação da cavidade, na maioria das vezes é a melhor opção. Preparação CirúrgicaNa preparação empregou-se clorexidina 2% e administração de anestesia local seguida de um micro retalho para expor a área comprometida pela perfuração. Após a exploração da região, a cavidade foi adequada com auxilio de ultrassom para inserção do material selador. Como mencionado, o agregado de trióxidos minerais é a melhor opção para o selamento de uma perfuração.O prognóstico do tratamento da perfuração lateral é imprevisível e pode variar de acordo com o tempo e local do defeito, localização na raiz, o acesso à perfuração, tamanho, presença de contaminação, comunicação periodontal, protocolo terapêutico e as propriedades do material selecionado para o selamento e biológico.

Essa é uma tarefa para especialista que deverá avaliar caso a caso a tentativa lógica de manter o dente saudável e em função.

Referências Bibliográficas:1. Lage-Marques, J.L.; Malheiros, C.F.; Amorim, C.V.G. de; A Endodontia e oMTA – uma abordagem clínica. In: Rode, S.M. De; Gentil, S.N. Atualização clínica em Odontologia. São Paulo: Artes Médicas. 2005, p.3-342. D’arcangelo, C.; D’amario, M. Use of MTA for orthograde obturation of nonvital teeth with open apices: report of two cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.104, n.4, p. 98-101, 20073. Holden DT, Schwartz SA, Kirkpatrick TC, Schindler WG. Clinical outcomes of artificial rootend barriers with mineral trioxide aggregate in teeth with immature apices. J Endod 2008;34:812-7.4. Torabinejad M, Parirokh M. Mineral trioxide aggregate: a comprehensive literature review-part II: leakage and biocompatibility investigations. J Endod2010;36:190-202.5. Simon S, Rilliard F, Berdal A, Machtou P. The use of mineral trioxide aggregate in one-visit apexification treatment: a prospective study. Int Endod J 2007;40:186-97.6. Pace R, Giuliani V, Pini Prato L, Baccetti T, Pagavino G. Apical plug technique using mineral trioxide aggregate: results from a case series. Int Endod J 2007;40:478-84.7. Witherspoon DE, Small JC, Regan JD, Nunn M. Retrospective analysis of open apex teeth obturated with mineral trioxide aggregate. J Endod 2008;34:1171-6. Epub 2008 Aug 13.

Agradecimentos: - Fernando Camapun, Isabel Mello, Denise Pontes e aos professores e alunos do curso semanal de especialização em endodontia da ffo-fundecto.

Figura 1: Radiografia do incisivo lateral superior direito, mostrando a perda óssea associada a perfuração lateral e material extravasado. O paciente apresentou desconforto e fístula.

Figura 2: Preparação da superfície e da cavidade com pontas ultra-sônicas.

Figura 3: Vedação da perfuração com Agregado de Trióxido Mineral.

Figura 4: Radiografia obtida após a cirurgia. Note que neste caso, o material do reparo foi colocado dentro da cavidade.

Figura 5: Radiografia de controle pós cirúrgico no período pós cirúrgico de 12 meses. Nota-se também a instalação da reparação e cicatrização regional associada a ausência de sintomas e profundidade de sondagem inferior a 3 mm.

16revista ffojul/dez 2011

próteseProf. Dr. Carlos Gil

Professor Titular do departamento de prótese da FOUSP e coordenador dos cursos de especialização semanal de prótese e integrado de reabilitação oral.

Reabilitação oral por meio de prótese removível conjugada à prótese fixa: uma solução estética viável.

Apesar da conscientização sobre a importância da saúde bucal ser muito maior nos dias de hoje, ainda se observa um grande número de pessoas com dentições severamente mutiladas e que necessitam de procedimentos reabilitadores que devolvam saúde e auto-estima (Figura 1).

Nesse sentido, as próteses removíveis são alternativas bastante plausíveis, pois o paciente nem sempre dispõe de condições fisiológicas para receber outro tipo de tratamento restaurador, além de muitas vezes a questão financeira ser outro fator limitador importante.

A possibilidade de se conjugar uma prótese removível às próteses fixas oferece muitas vantagens, dentre elas o ganho estético, biomecânico e funcional.

O caso clínico descrito é o de um paciente do sexo masculino de 45 anos de idade, que procurou o nosso curso queixando-se da estética e da função que suas próteses ofereciam. Segundo ele, 5 próteses já haviam sido feitas, todas mal sucedidas (Figura 2).

Tratava-se de um caso superior de Classe I de Kennedy - modificação 1 e de Classe I - modificação 2 no arco inferior.

Clinicamente, notou-se grande desequilíbrio oclusal, com mordida cruzada e do tipo topo a topo, o que certamente dificulta qualquer tipo de reabilitação oral, daí a importância de um planejamento criterioso, onde a montagem dos modelos em articulador é de grande auxílio.

Radiograficamente os elementos 15, 14, 12, 21, 22, 23, 24, 31 e 41 tinham tratamento endodôntico, com núcleo metálico pré-fabricado e coroa provisória em resina acrílica no 12 e núcleo metálico fundido com coroa metalocerâmica no 22. Os demais apresentavam restaurações em resina composta.

O tratamento iniciou-se pelo arco inferior, onde foi

confeccionado um provisório em resina acrílica do elemento 35 ao 45, eliminando, dessa forma, o espaço intercalar com um único provisório e restabelecendo a dimensão vertical de oclusão, bem como a curva ântero-posterior (Figura 3).

Foram confeccionadas próteses fixas metalocerâmicas (do 35 ao 45), fresadas nos pré-molares para receberem encaixes para prótese removível com placa lingual, já que a inserção do freio lingual contra-indicava a barra lingual convencional. Núcleos metálicos fundidos foram feitos nos elementos 31, 33 e 41 (Figuras 4 e 5).

Finalizado o tratamento no arco inferior, a parte superior recebeu provisórios, já que estava completamente desorganizada (Figura 6).

No arco superior também foram realizadas coroas metalocerâmicas unitárias (21 e 22), coroas metalocerâmicas fresadas e ferulizadas (23 e 24) e próteses fixas do 11 ao 15, com fresagem nos elementos 14 e 15, que receberam encaixe para prótese removível (Figura 7 e 8).

A utilização dos encaixes eliminou a necessidade de grampos por vestibular, tornando a reabilitação mais estética e biomecanicamente mais satisfatória (Figuras 9 e 10).

Nesse caso clínico foi possível verificar que o trabalho protético restabeleceu a função do paciente, corrigindo proteticamente a posição dos elementos, melhorando de forma significativa a estética, inclusive com caracterização gengival, a um custo menor, se comparado aos outros tipos de reabilitação (Figura 11).

A aceitação do paciente frente ao tratamento reabilitador com prótese removível foi excelente, já que a associação de prótese fixa com removível, por meio de encaixes, possibilitou a eliminação dos grampos metálicos, que frequentemente desagradam os pacientes no que diz respeito a esse tipo de prótese.

Equipe de professores e alunos do curso de especialização em prótese e

do curso integrado de reabilitação oral

17revista ffo

jul/dez 2011

Além disso, essa reabilitação com prótese removível não inviabilizou um futuro tratamento com implantes na região posterior superior e inferior, caso haja interesse do paciente (Figura 12).

Referências bibliográficas1- Gil C. Prótese parcial removível: preparo de boca e sua aplicação clínica. São Paulo: FOUSP;1993[4].

2- Galhardo APM, Mukai MK, Pigozzo MN, Mori M, Gil C, Laganá DC. Reabilitação oral por meio de prótese parcial removível associada

à Barra de Dolder: uma visão interdisciplinar. RPG Rev Pós Grad. 2008;15(1):71-6.

3- Mukai MK, Sanae C, Yamaguchi CA, Galhardo APM, Mori M, Gil C. Utilização de overlay removível como meio de determinação da dimensão vertical de oclusão na reabilitação oral. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2009;63(5):384-8.

4- Mukai MK, Gil C, Costa B, Stegun RC, Galhardo APM, Chaccur DC, Fukuda ACCS, Kammerer BA. Restabelecimento da dimensão vertical de oclusão por meio de prótese parcial removível. RPG Rev Pós Grad. 2010;17(3):167-72.

Figura 1 - Caso inicial (sem PPR) Figura 2 - Caso inicial (com PPR antiga)

Figura 6 - Finalização da reabilitação inferior e provisórios no arco superior

Figura 9 – PPR inferior com encaixe tipo artilho

Figura 8 – PPR superior em posição

Figura 11 – Caso finalizado

Figura 5 - PPR inferior em posição Figura 7 – Vista oclusal da PPF superior com fresagem das coroas e encaixes

para PPR na distal dos elementos 15 e 24.

Figura 10 – PPR superior com encaixe tipo artilho

Figura 12 – Paciente com sorriso

Figura 3 - Início da reabilitação com provisórios fixos na região ântero-

inferior

Figura 4 – Vista oclusal da PPF inferior com fresagem das coroas e encaixes

para PPR na distal dos elementos 35 e 45.

18revista ffojul/dez 2011

odontologia do trabalhoNovo Mercado de Trabalho.

A Odontologia do Trabalho é uma especialidade reconhecida e regulamentada pelo CFO. Os primeiros cursos de especialização foram oferecidos já em 2002, e a demanda por eles é crescente. O reconhecimento da especialidade, então recomendado pela II Assembléia Nacional de Especialidades Odontológicas – Manaus 2001 -, atendeu pelo menos dois aspectos de extrema importância: relevância social e relevância profissional. O primeiro aspecto diz respeito à proteção da saúde ocupacional odontológica do trabalhador, à segurança, à higiene e à biossegurança do trabalho; o segundo reforça o desenvolvimento da área, visando aprimorar a formação profissional bem como a formação especializada e a integração do profissional da odontologia nas equipes de saúde ocupacional.

Importante, de início, é esclarecer que essa especialidade não trata da saúde ocupacional do profissional cirurgião-dentista, e sim das relações entre a saúde bucal e o trabalho ou ocupação das pessoas6.

A Resolução CFO n. 22/20018 assim define a especialidade:

“Art. 30. Odontologia do Trabalho é a especialidade que tem como objetivo a busca permanente da compatibilidade entre a atividade laboral e a preservação da saúde bucal do trabalhador.”

As áreas de competência para a atuação do especialista em Odontologia do Trabalho encontram-se descritas na Resolução CFO nº 25/20029, e incluem:

a) identificação, avaliação e vigilância dos fatores ambientais que possam constituir risco à saúde bucal no local de trabalho, em qualquer das fases do processo de produção;

b) assessoramento técnico e atenção em matéria de saúde, de segurança, de ergonomia e de higiene no trabalho, assim como em matéria de equipamentos de proteção individual, entendendo-se inserido na equipe interdisciplinar de saúde do trabalho operante;

c) planejamento e implantação de campanhas e programas de duração permanente para educação dos trabalhadores quanto a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e educação em saúde;

d) organizar estatística de morbidade e mortalidade com causa bucal e investigar suas possíveis relações com as atividades laborais;

e) realização de exames odontológicos para fins trabalhistas.”

Cabe salientar que a Odontologia do Trabalho não está formalmente incluída como de aplicação obrigatória nas previsões legais vigentes, constituindo, de momento, atividade facultativa.

Não obstante, observa-se que diversas empresas e instituições de médio e grande porte já procederam à inclusão do profissional da odontologia em seus programas de saúde ocupacional5. Atualmente os exames admissionais na área médica perfazem uma média de 40 milhões de exame por ano no país.

Tal fato reclama naturalmente o desenvolvimento de habilidades e competências por parte do profissional da odontologia, que deve ter como proposta a implementação da odontologia assistencial por um lado, e a odontologia do trabalho por outro.

Esforços vêm sendo empreendidos no sentido de sua necessária inclusão formal, no que alguns setores ligados à odontologia e ao próprio governo estão empenhados. Alguns trabalhos de pesquisa, desenvolvidos em universidades, vêm demonstrando a necessidade do ensino da disciplina de odontologia do trabalho, tanto na graduação quanto na especialização 1,2,3,4,5,9, sendo que a FOUSP já oferece na graduação a disciplina odontologia do trabalho como optativa e na pós-graduação em convênio com a ffo-fundecto como especialização.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. ARAUJO, M.E. Estudo da prevalência das manifestações bucais decorrentes

de agentes químicos no processo de galvanoplastia: sua importância para a área de saúde bucal do trabalhador. São Paulo, 1998. 83p. Tese (Doutorado em Diagnóstico Bucal), Faculdade de Odontologia – Universidade de São Paulo.

2. ARAUJO, M.E.; GONINI Jr., A. Saúde bucal: os exames admissional e periódico como um sistema de informação em saúde. Odontologia e Sociedade, São Paulo, v.1, n.1-2, p.15-18, 1999.

3. BIRMAN, E.G. Aspectos estomatológicos do saturnismo. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, São Paulo, v.33, n.1, p.61-63, já./jun. 1979.

4. ESTEVES, R.C. Manifestações bucais das doenças profissionais. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v.40, n.10, out./dez., 1982.

5. GARRAFA, V. Odontologia do trabalho. Rev G Ocup, v.34, p.508-512, 1998. 6. MENDES, R. Medicina do trabalho e doenças profissionais. São Paulo: Sarvier,

1980.7. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Resolução CFO 22/2001, de 27 dez

2001. Disponível em www.cfo.org.br. Acesso em 10 nov 2004.8. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Resolução CFO 25/2002. Diário Oficial

da União, v.1, p.148-149, 28 mai 2002.9. VIANA, M.I.P.; SANTANA, V.S. Exposição ocupacional a névoas ácidas e

alterações bucais: uma revisão. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.17, n.6, p.1335-1344, nov./dez. 2001.

10. MAZZILLI, L.E.N. Odontologia do trabalho, Ed. Santos, São Paulo, 2003.

Edgard Crosato - Edgard Michel Crosato - Maria Gabriela Haye Biazevic - Eliete Dominguez Lopez Camanho

parceiros

Av. Prof. Lineu Prestes, 2227Cidade Universitária

São Paulo | SP | CEP 05508-000Tel.: 11 3819-6110

3819-6350 | 3819-6116 | 3814-1114

Sede: Av. Valdemar Ferreira, 475 | ButantâSão Paulo | SP | CEP 05501-000

Tel/Fax: 11 3816-2084E-mail: [email protected]

www.pingono

i.com