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    Srie Cadernos da Indstria ABDI

    Volume XVIII

    Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)Braslia 2010

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    AGNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL.

    Estudo prospectivo setorial: txtil e confeco / Agncia Brasileira deDesenvolvimento Industrial. Braslia: ABDI, 2010.

    176 p. (Srie Cadernos da Indstria ABDI XVIII)

    ISBN 978-85-61323-20-2

    1. Txtil e Confeco. 2. Panorama Setorial. I. Ttulo. II. Agncia Brasileira deDesenvolvimento Industrial. III. Srie.

    CDD 675.92

    SupervisoClayton Campanhola ABDI

    Equipe tcnica da ABDICaetano Glavam Ulharuzo (Coordenador)Marcia Oleskovicz (Superviso Comunicao)

    Reviso de textoCh com Nozes Propaganda / Juliano Sanches

    FotosCh com Nozes Propaganda

    Projeto Grfico e DiagramaoCh com Nozes Propaganda / Rangel Egidio dos Santos

    2010 Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial ABDISrie Cadernos da Indstria ABDI Volume XVIIIQualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.ABDI Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial

    ABDIAgncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial

    Setor Bancrio NorteQuadra 1 Bloco B Ed. CNC70041-902 Braslia DFTel.: (61) 3962-8700www.abdi.com.br

    CGEECentro de Gesto e Estudos Estratgicos

    Setor Bancrio NorteQuadra 2 Bloco A Ed. Corporate Financial CenterSala 110270712-900 Braslia DFwww.cee.or.br

    Ficha Catalogrfica

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    Repblica Federativa do Brasil

    Luiz Incio Lula da SilvaPresidente

    Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e ComrcioExterior

    Miguel JorgeMinistro

    Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)

    Reginaldo Braga ArcuriPresidente

    Clayton CampanholaDiretor

    Maria Luisa Campos Machado LealDiretora

    Caetano Glavam UlharuzoCoordenao Tcnica

    Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE)

    Lucia Carvalho Pinto de MeloPresidenta

    Marcio de Miranda SantosDiretor Executivo

    Antnio Carlos Filgueira GalvoFernando Cosme Rizzo AssunoDiretores

    Marcio de Miranda SantosSuperviso

    Liliane RankCoordenao

    Antonio Vaz de Albuquerque CavalcanteResponsvel Tcnico

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    Cludio Chauke (Coordenao metodolgica)Cristiane Pamplona (Reviso geral de texto)Priscilla Matos (Apoio tcnico)Sandra Milagres (Apoio administrativo)

    Equipe tcnica do CGEEFlavio da Silveira Bruno (SENAI/CETIQT)Ccera Henrique da Silva (Text Mining em Patentes)Consultores

    Associao Brasileira da Indstria Txtil e Confeco (ABIT)

    Aguinaldo Diniz Filho

    PresidenteFernando PimentelDiretor Executivo

    Haroldo SilvaCoordenao Tcnica

    Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Centro deTecnologia da Indstria Qumica e Txtil (SENAI/CETIQT)

    Antnio Csar Berenguer Bittenencourt GomesPresidente do Conselho Tcnico-Administrativo

    Alexandre Figueira RodriguesDiretor Geral

    Renato Teixeira da Cunha

    Diretor de Educao e Tecnologia

    Ariel Vicentini de Souza MartinsCoordenador de Tecnologia

    Flavio da Silveira BrunoCoordenador do IPTM

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    Listade

    Ab

    rev

    iaturas

    Lista de Abreviaturas

    ABDI Agncia Brasileira do Desenvolvimento Industrial

    ABIT Associao Brasileira da Indstria Txtil e de Confeco

    APL Arranjo Produtivo LocalATV Acordo sobre Txteis e Vesturio

    BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social

    CETIQT Centro de Tecnologia da Indstria Qumica e Txtil

    CGEE Centro de Gesto e Estudos Estratgicos

    CNAE Classificao Nacional de Atividades Econmicas

    CNI Confederao Nacional da Indstria

    COFINS Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social

    C&T Cincia e Tecnologia

    CT&I Cincia, Tecnologia & Inovao

    DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

    EUA Estados Unidos da Amrica

    Eurostat Europea Uio Statistics

    FINEP Financiadora de Estudos e ProjetosIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    ICTI Instituio de Cincia, Tecnologia e Inovao

    IEMI Instituto de Estudos e Marketing Industrial

    ITMA Iteratioal Textile Machiery Associatio

    ISO Iteratioal Oraizatio for Stadardizatio

    IPI Imposto sobre Produtos IndustrializadosMCT Ministrio da Cincia e Tecnologia

    LPI Loistics Performace Idex

    MDIC Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    PAC Programa de Acelerao do Crescimento

    PAEP Pesquisa da Atividade Econmica Paulista

    PIA Pesquisa Industrial Anual

    PINTEC Pesquisa de Inovao TecnolgicaPIS Programa de Integrao Social

    PDP Poltica de Desenvolvimento Produtivo

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    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    P&D Pesquisa e Desenvolvimento

    RAIS Relao Anual de Informaes Sociais

    RFID Radio Frequece Idetificatio

    Seade Sistema Estadual de Anlise de DadosSecex Secretaria do Comrcio Exterior

    SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

    SENAC Servio Nacional de Aprendizagem Comercial

    SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial

    SH Sistema Harmonizado

    Sinditxtil Sindicato das Indstrias Txteis

    SMS Sade, Meio Ambiente e Segurana

    TI Tecnologia da Informao

    TIC Tecnologias da Informao e Comunicao

    T&C Txtil e de Confeco

    UE Unio Europeia

    VF Viso de Futuro

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    Sumrio

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    9

    Sum

    rio Apresentao ....................................................................16

    Introduo ........................................................................22

    Sumrio executivo .............................................................28

    Captulo 1 Perspectivas de futuro ....................................36

    1.1 Consolidando a Viso de Futuro ................................................ 41

    1.1.1 Anlise do contedo ........................................................ 42

    1.1.2 A Viso de Futuro do setor .............................................. 52

    1.1.3 A proposio de um mapa estratgico para o setor ................... 54

    1.2 Anlise de cadeia de valor ......................................................... 59

    1.2.1 Desenho da Cadeia .......................................................... 59

    1.2.2 Avaliao da importncia dos elos ................................... 60

    1.2.2.1 Avaliao da evoluo da importncia dos elos

    na cadeia de valor global .................................... 601.2.3 Avaliao do potencial dos elos da cadeia

    no Brasil .......................................................................... 61

    1.3 Subsdios para a rota estratgica ............................................... 73

    1.3.1 Tendncias em sete vertentes ........................................... 73

    1.3.2 Oportunidades e desafios ................................................ 77

    1.3.3 O futuro da cadeia txtil e de confeco ................. 80

    1.4 Subsdios para a rota tecnolgica ........................................ 83

    1.4.1 Market drivers de consumo e sistema produtivo ..... 83

    1.4.2 Priorizao da moda ........................................................ 85

    1.4.3 A definio das linhas de tecnologia prioritrias ............... 89

    1.4.3.1 O que concluram os especialistas convidados ..... 891.4.3.2 As linhas da plataforma EURATEX ....................... 92

    1.5 Discusses e recomendaes sobre as perspectivas de futuro ... 104

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    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    Captulo 2 Rota Estratgica e Rota Tecnolgica ..............110

    2.1 A Oficina de cenrios futuros ................................................... 114

    2.1.1 Composio dos grupos de trabalho ............................... 114

    2.2 Desenhos Estratgicos ............................................................. 117

    2.2.1 Objetivos estratgicos por dimenso ............................... 117

    2.2.2 Ponto de partida e ponto de chegada ............................ 122

    2.2.2.1 Ponto de partida .............................................. 122

    2.2.2.2 Ponto de chegada: previso de cenrio

    em 2023 .......................................................... 1232.3 Rota estratgica ...................................................................... 123

    2.3.1 Dimenso estratgica: Mercado ..................................... 127

    2.3.2 Dimenso estratgica: Tecnologia .................................. 129

    2.3.3 Dimenso estratgica: Equipe ........................................ 130

    2.3.4 Dimenso estratgica: Infraestrutura fsica ..................... 132

    2.3.5 Dimenso estratgica: Investimentos .............................. 133

    2.3.6 Dimenso estratgica: Infraestrutura poltico-

    institucional .................................................................. 134

    2.4 Rota Tecnolgica .................................................................... 136

    2.4.1 Definio das linhas de tecnologia ................................. 136

    2.4.1.1 Requisitos de produto para Uniformes eRoupas Profissionais ........................................ 136

    2.4.1.2 Requisitos de processo para Uniformes e

    Roupas Profissionais ........................................ 137

    2.4.1.3 Requisitos prioritrios ........................................ 138

    2.4.1.4 Componentes e processos para Uniformes e

    Roupas Profissionais ........................................ 139

    2.4.1.5 Linhas de tecnologia priorizadas para

    "Uniformes e Roupas Profissionais" ..................... 139

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    11

    2.4.2 Descrio das linhas de tecnologia ................................. 140

    2.4.2.1 Controle das propriedades das fibras ................. 141

    2.4.2.2 Desenvolvimento de insumos e processos para

    tecidos funcionais ............................................. 1422.4.2.3 Desenvolvimento de insumos e processos para

    tecidos inteligentes ........................................... 143

    2.4.2.4 Desenvolvimento do desi txtil ...................... 143

    2.4.2.5 Tcnicas de organizao da produo ............... 144

    2.4.3 Desenhos das Rotas Tecnolgicas ................................... 145

    Consideraes finais .......................................................154

    Bibliografia .....................................................................160

    Sum

    rio

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    Lista de tabelas,figuras e quadros

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    Lista

    de

    tabe

    las,

    figuras

    equa

    drosTabelas

    Tabela 1.1 Temas mais abordados .................................................. 42

    Tabela 1.2 Frases do grupo Nova estrutura da cadeia nacional .... 43

    Tabela 1.3 Frases do grupo Mudana no perfil do

    consumidor interno ................................................................. 45

    Tabela 1.4 Frases do grupo Tecnologia de produto. ..................... 46

    Tabela 1.5 Frases do grupo Integrao com o consumo .............. 47

    Tabela 1.6 Frases do grupo Apoio do governo ............................. 47

    Tabela 1.7 Frases do grupo Responsabilidadesocioambiental ........................................................................ 48

    Tabela 1.8 Frases do grupo DNA Brasil ........................................ 49

    Tabela 1.9 Frases do grupo Integrao global.............................. 49

    Tabela 1.10 Frases do grupo TIC ................................................. 50

    Tabela 1.11 Frases de diversos grupos ............................................ 51

    Tabela 1.12 Frequncia de utilizao de tendncias ........................ 78

    Tabela 2.1 Descrio das dimenses ............................................. 115

    Tabela 2.2 Relao dos participantes e suas instituies

    de origem ............................................................................... 116

    Quadros

    Quadro 2.1 Objetivos estratgicos priorizados: mercado einvestimentos .......................................................................... 117

    Quadro 2.2 Objetivos estratgicos priorizados: infraestrutura

    poltico-institucional e tecnologia............................................. 118

    Quadro 2.3 Objetivos estratgicos priorizados: talentos e

    infraestrutura fsica .................................................................. 119

    Quadro 2.4 Macroaes MERCADO ............................................. 128Quadro 2.5 Macroaes TECNOLOGIA ......................................... 129

    Quadro 2.6 Macroaes TALENTOS .............................................. 131

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

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    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

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    Quadro 2.7 Macroaes INFRAESTRUTURA FSICA ........................ 133

    Quadro 2.8 Macroaes INVESTIMENTOS .................................... 134

    Quadro 2.9 Macroaes INFRAESTRUTURA

    POLTICO-INSTITUCIONAL ........................................................ 135

    Figuras

    Figura 1. Estudos prospectivos setoriais abordagem

    metodolgica CGEE ................................................................... 27

    Diagrama da estratgia ................................................................... 32

    Mapa estratgico do setor txtil e de confeco brasileiro ................ 35

    Figura 1.1 A operacionalizao da Viso em quatro

    perspectivas no mapa estratgico ............................................. 55

    Figura 1.2 Mapa estratgico propositivo para a cadeia de

    valor T&CB................................................................................. 58

    Figura 1.3 A cadeia de valor T&C em 2008 ..................................... 59Figura 1.4 A Cadeia de Valor T&C brasileira em 2023 ..................... 81

    Figura 1.5 Avaliao das linhas de estudo ...................................... 86

    Figura 1.6 Priorizao da linha de estudo ....................................... 87

    Figura 1.7 Plataforma de desenvolvimento tecnolgico da

    EURATEX ................................................................................... 95

    Figura 2.1 Quadro estratgico para a anlise SWOT ..................... 116

    Figura 2.2 Objetivos estratgicos priorizados por dimenso .......... 120

    Figura 2.3 Mtodo para induo de macroaes .......................... 124

    A VF foi indutora de todas as proposies estratgicas da

    oficina, categorizadas em seis dimenses. ............................... 124

    Figura 2.4 Diretrizes estratgicas .................................................. 127

    Figura 2.5 Integrao das linhas de tecnologia para impulsionar

    o alcance da Viso de Futuro ................................................... 146

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    Figura 2.6Roadmap tecnolgico para linha Controle das

    propriedades das fibras e Desenvolvimento de insumos e

    processos para tecidos funcionais ........................................... 147

    Figura 2.7 Roadmap tecnolgico para a linha Desenvolvimentode insumos e processos para tecidos inteligentes .................... 148

    Figura 2.8Roadmap tecnolgico para a linha Desenvolvimento

    do desi txtil ...................................................................... 150

    Figura 2.9Roadmap tecnolgico para linha Gesto integrada

    da rede de valor ..................................................................... 151

    Figura 2.10 Roadmap tecnolgico para linha Tcnicas deorganizao da produo ...................................................... 152 L

    ista

    de

    tabe

    las,

    figuras

    equa

    dros

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    Apresentao

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    Apresen

    ta

    oA Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) tem como mis-

    so institucional promover a execuo da poltica de desenvolvimento

    industrial, em consonncia com as polticas de comrcio exterior e de

    cincia e tecnologia.

    O principal enfoque da ABDI est nos programas e projetos estabeleci-

    dos pela Poltica de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lanada em 12

    de maio de 2008. Dentro do conjunto de programas estruturantes para

    sistemas produtivos, orientados por objetivos estratgicos e tendo como

    referncia a diversidade da estrutura produtiva brasileira, a cadeia devalor Txtil e Confeco um dos segmentos contemplados nos Progra-

    mas para Fortalecer a Competitividade, cujo foco so aqueles complexos

    produtivos com potencial em exportar e gerar efeitos de encadeamento

    sobre o conjunto da estrutura industrial.

    Para cumprir a sua misso de promover o desenvolvimento industrial

    e tecnolgico brasileiro, a Agncia apresenta o Programa de Competi-

    tividade Setorial, que tem o objetivo de contribuir para a articulao,

    construo, coordenao, monitoramento e avaliao de uma estratgia

    competitiva para a cadeia Txtil e Confeco, em um prazo de 15 anos.

    O Programa direcionado a vrios setores, sendo que para cada um

    elaborado um Estudo Prospectivo que tem como referncia um Panora-

    ma Setorial. A partir das rotas estratgicas e tecnolgicas elaboradas no

    Estudo Prospectivo definido um Plano Executivo Setorial que ter como

    escopo medidas, projetos, metas, cronograma e recursos para elevar o

    patamar competitivo do setor produtivo envolvido.

    Para a elaborao deste estudo, a ABDI contratou o Centro de Gesto eEstudos Estratgicos (CGEE) rgo ligado ao Ministrio da Cincia e Tec-

    nologia, especialista na elaborao de estudos e pesquisas prospectivos.

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

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    Graas metodologia empregada, o estudo prospectivo setorial possibili-

    tou uma ativa participao de um Comit Gestor fato fundamental para

    a delimitao e construo das rotas estratgica e tecnolgica.

    As instituies privadas que compuseram o Comit Gestor foram a As-

    sociao Brasileira da Indstria Txtil e Confeco ABIT; a Associao

    Brasileira dos Produtores de Algodo ABRAPA; a Associao Brasileira

    dos Produtores de Fibras Artificiais e Sintticas ABRAFAS; o Sindicato

    da Indstria de Fiao e Tecelagem em Geral, de Tinturaria, Estamparia

    e Beneficiamento, de Linhas, de Artigos de Cama, Mesa e Banho, de

    No-tecidos e de Fibras Artificiais e Sintticas do Estado de So Pau-lo Sinditxtil/SP e o Instituto Claeq. Tambm participaram do Comit

    as seguintes empresas: Rosset, Coteminas, Hering, Osklen, Mercearia,

    Guararapes, Dystar, Color Txtil, Cedro Cachoeira, Santista e Stenville.

    Como representantes das instituies pblicas, participaram a Agncia

    Brasileira de Desenvolvimento Industrial ABDI; o Ministrio do Desen-volvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC; o Centro de Gesto e

    Estudos Estratgicos CGEE; a Agncia Brasileira de Promoo de Expor-

    taes e Investimentos APEX-Brasil; o Banco Nacional de Desenvolvi-

    mento Econmico e Social BNDES; a Financiadora de Estudos e Proje-

    tos FINEP; o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

    SEBRAE; o Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e QualidadeIndustrial INMETRO; o Instituto Nacional de Propriedade Industrial e

    Servio Nacional de Aprendizagem Industrial / Centro de Tecnologia da

    Indstria Qumica e Txtil SENAI/CETIQT; e o Banco do Nordeste BNB.

    Esta publicao apresenta o Estudo Prospectivo Setorial da cadeia Txtil e

    Confeco brasileira, em que a estratgia proposta teve como base o Pa-

    norama Setorial atual e anlises prospectivas que consideraram de formaintegrada as questes de mercado e tecnologia. Os seus resultados so

    apresentados no formato de rotas estratgica e tecnolgica.

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    Com base no Panorama Setorial e na sntese das perspectivas setoriais,

    bem como nos comentrios e recomendaes de especialistas do setore contribuies do Comit Gestor, o estudo apresenta o detalhamento

    da rota estratgica e da rota tecnolgica para o segmento escolhido. Aestruturao e a apresentao das rotas facilitam o entendimento e co-

    municao das estratgias, dos objetivos e das aes prioritrias a seremadotados, visando alcanar a Viso de Futuro pretendida.

    Apresen

    ta

    o

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    Introduo

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    Intro

    du

    oEste relatrio apresenta os resultados do Estudo Prospectivo Setorial

    (EPS) para a cadeia de valor Txtil e Confeco brasileira. A partir desta

    anlise, buscamos sinalizar tendncias e questes relevantes para a for-

    mulao e implementao de um Plano Estratgico Setorial com vistasao aumento da competitividade do setor de Txtil e de Confeco no

    Brasil num perodo de tempo de 15 anos (2008-2023). Todas as etapas

    do estudo foram aprovadas pelo Comit Gestor, composto por diversos

    membros do governo, empresas e entidades de classe.

    O trabalho aprofunda a discusso sobre as principais tendncias futuras

    para o segmento, tendo em vista os elementos-chave que compem os ve-

    tores de crescimento da oferta e demanda do setor nos prximos 15 anos.

    A fim de detalhar a anlise sobre a Viso de Futuro para o ano 2023 e

    sobre os objetivos estratgicos para o segmento, o estudo apresenta os

    principais resultados obtidos nas oficinas de trabalho com especialistas.

    Finalmente, com base nos comentrios e recomendaes de especialistas

    do setor e contribuies do Comit Gestor, o estudo apresenta o detalha-

    mento das rotas estratgica e tecnolgica para o um segmento escolhi-

    do. A estruturao e a apresentao das rotas facilitam o entendimento

    e comunicao das estratgias, dos objetivos e das aes prioritrias a

    serem adotadas visando alcanar a Viso de Futuro pretendida.

    As rotas estratgicas representam um caminho de aes nas diversas

    dimenses do estudo para alcanar um objetivo proposto (Viso de Fu-

    turo), explorando temas relevantes do setor como um todo, em um ho-

    rizonte de curto, mdio e longo prazo.

    A rota tecnolgica, organizada de acordo com as fases do processo de

    desenvolvimento do setor T&C e com foco no segmento de uniformes e

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

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    roupas de uso profissional, identifica pesquisas emergentes que podem

    determinar o diferencial da confeco brasileira no futuro.

    O desenvolvimento de estudos prospectivos envolve o uso de dife-rentes mtodos ou tcnicas, tanto de cunho quantitativo quanto

    qualitativo que apresentam um carter claramente complementar no

    sentido de compensar as eventuais limitaes decorrentes do uso de

    mtodos isolados.

    Entre os principais benefcios associados aos exerccios de prospeco

    tecnolgica destacam-se: i) a promoo de canais e linguagens comunspara a circulao de informao e conhecimento de carter estratgico

    para a inovao; ii) a incorporao de mais inteligncia antecipativa

    inserida no processo de tomada de decises em cincia, tecnologia e

    inovao; iii) a incorporao crescente de vises de futuro no pensa-mento dos atores sociais envolvidos no processo de tomada de deciso

    e de criao de redes; iv) maior apoio a decises relativas ao estabe-lecimento de prioridades para P&D, gesto dos riscos das inovaes

    tecnolgicas, aumento da competitividade tecnolgica de produtos,processos e servios (CGEE, 2008).

    Conforme demonstra a figura a seguir, que sintetiza a abordagem me-

    todolgica adotada pelo CGEE nos Estudos prospectivos Setoriais, afase inicial marcada pela coleta, tratamento e sistematizao de in-

    formaes relativas ao setor em pauta. No caso especfico do Estu-do Prospectivo do setor Txtil e Confeco, o resultado desta etapa

    inicial encontra-se consolidado no Panorama Setorial desenvolvido

    pelo SENAI/CETIQT e submetido para anlise e discusso no mbito do

    Comit Gestor de T&C. A anlise sobre as perspectivas futuras contou

    com dois tipos de insumos. O primeiro insumo foi o estudo de ten-dncias das linhas sugeridas na Plataforma Tecnolgica da Europea

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    Apparel ad Textile Oraizatio (EURATEX, 2006), resultado de amplo

    estudo realizado para fortalecer a indstria T&C europeia com base emsuas capacidades internas de pesquisa, inovao e desi. O segundo

    insumo est associado oficina de trabalho com diversos especialis-

    tas do setor que forneceu importantes subsdios para o detalhamento

    da Viso de Futuro e dos Objetivos Estratgicos para o setor Txtil eConfeco, tendo em vista o foco no segmento de uniformes e rou-

    pas de uso profissional. A fase final do estudo, de comprometimento,

    apresenta as rotas estratgicas e tecnolgicas para o segmento esco-

    lhido do estudo prospectivo, promove a disseminao dos resultados

    e aponta recomendaes finais para viabilizar a mudana do patamarcompetitivo do setor T&C nos prximos 15 anos.

    Figura 1. Estudos prospectivos setoriais abordagem metodolgica CGEE

    Resultados

    Como?

    Oqu? Coleta, tratamento, anlise e

    sistematizao de informao Anlise e interpretao da informao Produo de conhecimento Estudo de rotas tecnolgicas provveis

    Identificao de recomendaes Disseminao de resultados

    Estudos setoriais preliminares(documental com base em patentes) Workshop1

    Aprofundamento de estudos setoriais Aprofundamento de anlises de patentes Workshop 2 (utilizao de metodologiasde foresight - prevista: Consulta estruturada;Roadmap Tecnolgico)

    Identificao de recomendaes econstruo da viso estratgica setorial(workshop 3) Elaborao e produo de documentospara divulgao do resultado

    Tomada

    de decisoProduto 2 Produto 3 Produto 4

    Relatrio Panorama Setorial Tecnolgico- Mercado (Consumidores e Players)- Fatos Portadores de Futuro

    Relatrio de Perspectivas Setoriais Futuras- Rotas Tecnolgicas- Tendncias

    Relatrio Prospectivo Setorial- Rotas Tecnolgicas- Tendncias

    Seminrio

    Coleta, tratamento e sistematizao da informao Identificao e estruturao de rotas tecnolgicas

    Fonte: CGEE, 2006.

    Intro

    du

    o

  • 8/8/2019 Publicacao_ABIT_Estudo

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    Sumrio executivo

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    31

    Sum

    rioexecu

    tivoEste trabalho apresenta os resultados de 12 meses de estudos, oficinas

    e reunies das quais participaram empresrios e representantes de insti-tuies governamentais e acadmicas que esto planejando o futuro do

    setor, contando com a fundamental colaborao da Associao Brasileira

    da Indstria Txtil ABIT para a elaborao deste Estudo Prospectivo

    Setorial Setor Txtil e de Confeco (EPS-T&C).

    O EPS-T&C apresenta rotas estratgicas e tecnolgicas para orientar ocaminho do setor at um futuro desejvel. Partindo de um Panorama

    Setorial que procurou refletir a situao atual em seis dimenses, o es-

    tudo elaborou as macroaes que devero ser empreendidas em merca-do, tecnologia, talentos, infraestrutura fsica, investimentos e ambientepoltico-institucional at 2023, de modo a concretizar a Viso de Futuro

    da Cadeia de valor T&C brasileira:

    Ser recohecida e admirada pela relevcia ecomica, poltica esocial de suas atividades, competitiva lobalmete e exportado-

    ra de destaque o cerio mudial, possuido como diferecial

    a utilizao tica e sustetvel da diversidade de recursos atu-

    rais e de competcias humaas, efatizado com criatividade a

    idetidade brasileira, iteraido com outras cadeias produtivas

    e formado uma rede de valor il e verstil, itesiva em cohe-

    cimeto e iterada desde a cocepo at a disposio fial de

    seus produtos customizados, fucioais e iovadores , quedespertem a emoo e atedam s exicias dos diferetes se-

    metos de cosumo.

    Para o alcance da Viso, foram definidas estratgias que proporcionema gerao de valor para os produtos do setor T&C brasileiro, com desdo-

    bramentos em cada uma das dimenses analisadas, conforme apresen-

    tado no diagrama-resumo a seguir.

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    Di d i

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    32

    Atrair e disponibilizar capital parao fortalecimento de marcas ereestruturao produtiva,fomentando a gerao de ativosescassos de conhecimentoancorados em ativos intangveis einovaes de base tecnolgica.

    Desenvolver, atrair e reter talentos

    em reas intensivas emconhecimentos estratgicos para osetor, com nfase em novosmateriais e em tecnologias defibras.

    Aumentar a percepo devalor dos produtos e serviosda cadeia T&C brasileira pelosmercados interno e externo.

    Integrar governo, academias,associaes e empresas em umarede de valor em hlice trplice.

    Mercado

    1

    InfraestruturaPoltico-Institucional

    4

    Talentos6

    Investimentos2

    Criar uma PlataformaTecnolgica para o setor que otransforme em uma rede devalor orientada para a inovaobaseada em conhecimento.

    Tecnologia3

    Integrar virtualmente e capacitara rede de valor para a inovao.

    Infraestrutura Fsica5

    Com base nisso, foi proposto o Roadmap Estratgico (SRM) apresentado

    ao final deste resumo, em que pode ser visualizado o ponto de partida(situao em 2008), a diretriz (vetor de ao) e o ponto de chegada (ce-

    nrio desejado em 2023) para cada dimenso.

    Para o traado das rotas tecnolgicas o Roadmap Tecnolgico enten-

    deu-se que a linha Uniformes e Roupas Profissionais foi a opo que

    mais vantagens poderia trazer ao estudo piloto para o setor T&C, pois talsegmento possui a capacidade de difundir os seus resultados por toda a

    cadeia de valor T&C, em alinhamento com o SRM.

    Diagrama da estratgia

    O lt d t d t t b lh t o

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    33

    Os resultados apresentados neste trabalho procuram representar, com

    a maior exatido possvel, os anseios, as expectativas e as intenes dosdecisores que atuaram na formulao das estratgias aqui sintetizadas.

    Conforme preconiza o comit homlogo europeu (EURATEX, 2006), po-

    demos afirmar que, para sobreviver na economia do conhecimento, o

    setor T&C brasileiro depender da agilidade de sua indstria no sentidode produzir inovaes, de desenvolver os processos mais avanados, fle-

    xveis e eficientes no uso de recursos e de concentrar suas estruturas e

    operaes de negcio na evoluo constante das necessidades de seus

    consumidores. Como ratifica o Comit Europeu, pesquisa e inovao as-

    sumem papel essencial neste desafio.

    Na viso dicotmica do que pertence ao setor e do que no pertence,

    estabelecem-se, pela prtica do mercado, caminhos de interpretao que

    convergem para o consumo. Enquanto se discute a importncia do setor

    como gerador de empregos, as inovaes tecnolgicas em fibras, fios e

    tecidos imbricam-se no desenvolvimento de novas tecnologias de fabrica-o, organizao da produo, distribuio e comercializao. A ruptura

    na estrutura j visvel, separando aqueles que lideraro suas cadeias por

    controle de ativos escassos na base da produo e aqueles que buscaro o

    controle por intermdio da coordenao das atividades puxadas pelo con-sumo. Ao cruzar suas linhas com a de outros setores intensivos em tecno-

    logia como o caso do modelo conceitual Gina da BMW, que substitui

    a lataria por uma cobertura de tecido o setor T&C amplia o escopo daindstria txtil da indstria de confeco de vesturio.

    No entanto, ao enfatizar a produo de roupas intensivas em tecnologia,o setor volta a exercer atrao sobre aquela indstria pela multiplicao

    de oportunidades de negcios e pela criao de novos mercados. Alm

    disso, o cruzamento com outras cadeias introduz novos mercados maisricos e mais intensivos em tecnologia, com maior disponibilidade de re-cursos para P&D. Reduz-se o mercado de roupas tradicionais, ganham-se

    Sum

    rioexecu

    tivo

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    mercados de roupas de alta tecnologia associadas indstria de comuni

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    34

    mercados de roupas de alta tecnologia associadas indstria de comuni-

    cao e do entretenimento.

    Inovaes radicais na base da cadeia, em fibras e compostos fibrosos,por exemplo, introduzem novos desafios para desiers. Mas, sobretu-

    do, introduzem novos desafios para profissionais que trabalham na fa-

    bricao de produtos fiados e tecidos, e na montagem de produtos con-

    feccionados. A utilizao de insumos de outras cadeias, como sensorese atuadores eletrnicos, e de filamentos fotnicos gera complexidades

    inditas para a montagem de uma pea de roupa, desde sua concepo

    at sua efetiva fabricao. As costureiras de outrora devero ser capazesde operar mquinas diferentes em processos de montagem que envol-vem outras competncias, diversas daquelas que j vm sendo exigidas

    de trabalhadores manuais. Portanto, que tipo de emprego o setor est se

    preparando para suprir no futuro?

    Com relao preocupao com o atendimento do mercado interno,ainda assim, devemos olhar para fora. Na cadeia de valor global de

    T&C, observa-se, continuamente, a dissipao conceitual do que e doque no um produto txtil. Dessa forma abre-se o mercado interno

    para a importao de produtos que no encontram similares nacionais

    produzidos, por exemplo, por empresas sem qualquer tradio no

    setor , anulando-se de vez as iniciativas nascentes de empreendedorescom perfil inovador, mas defasados no uso apropriado do ferramental

    tecnolgico necessrio.

    Mapa estratgico do setor txtil e de confeco brasileiro o

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    35

    Mapa estratgico do setor txtil e de confeco brasileiro

    D i r e t r i z e s 2 0 2 3

    Tecnologia

    2 0 0 8

    1

    2

    3

    D i m e n s e s

    Mercado

    Investimento

    InfraestruturaFsica

    4

    5

    6

    Talentos

    InfraestruturaPoltico-Institucional

    Mercados interno e externo dosetor expandidos e consolidados,

    sendo atendidos em suasexigncias por um setor dinmicoe inovador.

    Mercados interno e externo emascenso e setor com

    dificuldades no atendimentodas demandas tanto pordiferenciao quanto porpreo.

    Sistema de formao tcnicacapaz de assumir novos desafios,carncia de operadores e baixaatratividade de profissionais dealto nvel de formao.

    O setor passa a ser contempladocom polticas de incentivo aosinvestimentos produtivos; o grau

    de investimentos do Brasil atraircapital estrangeiro sustentvelpara MPME desde que no hajaum colapso da economiamundial.

    Cadeia intensiva em tecnologiaem elos estratgicos.

    As empresas nacionais sofavorecidas por mltiplas fontesde investimento que procuram

    aproveitar-se de seu grandepotencial inovador e de valor deseu perfil de sustentabilidade.

    Atrao e reteno de talento dealto nvel tcnico e cientfico queatende o setor.

    Setor em processo ativo deintegrao de dados, captura

    nichos globais importantes porintermdio de TIC.

    Competitividade do setorfortalecida pela integrao deatores institucionais e pelamaximizao das competnciasinternas estratgicas.

    Tecnologias de cadeiasituam o setor em estgiointermedirio decompetitividade.

    Setor contido pelos gargalos da

    infraestrutura fsica do pas e

    imaturo no uso de TIC paraintegrar a rede com o mercado,

    desde a concepo at o descarte.

    Competitividade de

    sobrevivncia do setor

    dependente da integrao em

    hlice trplice de iniciativas

    governamentais, empresariais e

    acadmicas.

    Promover a integrao mercadolgica apoiada em TIC

    de toda a rede, incluindo o consumo, a partir doestmulo s competncias empresariais,

    fundamentadas em inovao.

    Promover a identificao de tecnologias-chave e de

    linhas de pesquisa estratgicas para o

    desenvolvimento do setor.

    Criar incentivos para os investimentos em atividades

    inovativas sustentveis nas empresas do setor.

    Promover iniciativas conjuntas entre governo, academia

    e empresas para atrair e reter talento em reas

    estratgicas de conhecimento tcnico e cientfico.

    Implementar e promover o funcionamento pleno de

    plataformas de acesso a informaes econhecimentos-chave para a competitividade global.

    Impulsionar a integrao da hlice trplice enfatizando

    e amplificando suas competncias essenciais e seus

    recursos internos.

    2008 2013 2018 2023

    Sum

    rioexecu

    tivo

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    Captulo 1Perspectivas de futuro

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    uroPara que seja possvel traar rotas que levem os atores comprometidos

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    Cap

    tu

    lo1

    Perspec

    tivas

    do

    futu

    39

    com o setor Txtil e de Confeco (T&C) ao futuro desejado, foi preciso

    partir de um retrato do presente que revelou as principais caractersti-

    cas e capacidades do sistema socioeconmico que se pretendia preser-

    var e desenvolver.

    Para desenvolver este trabalho, foi elaborado anteriormente um Pano-

    rama Setorial analtico que transcendeu os objetivos meramente des-

    critivos caractersticos deste tipo de estudo. Buscou-se revelar as capa-

    cidades do sistema e suas principais carncias sob o enfoque dinmico

    da globalizao. Obteve-se, assim, um ponto de partida no presenteapoiado em vetores que esto impulsionando o setor ao seu destino. Se

    nada for feito, o futuro do sistema ser aquele que resultar dos esfor-

    os de mobilizao de talentos, atividades inovadoras, conscientizaodo consumidor, de polticas e de modernizao das infraestruturas fsi-

    cas e institucionais que hoje esto disposio do setor. Como avaliado

    no Panorama, as amplitudes, direes e sentidos desses vetores nem

    sempre favorecem a atual cadeia de valor T&C nacional em sua inserona cadeia de valor global.

    A abordagem prospectiva, no entanto, oferece mtodos de construo

    de um futuro desejvel a partir de alteraes planejadas no espaovetorial em que o sistema est inserido. Alterando a intensidade de

    algumas iniciativas e mudando a direo de outras, a abordagem pros-pectiva propicia o alinhamento dos atores com a Viso de Futuro que

    tm do setor.

    Este captulo apresenta os esforos de especialistas e do Grupo Gestor

    para identificar as principais linhas estratgicas que nortearo o desen-

    volvimento tecnolgico adequado s capacidades empresariais e insti-tucionais do setor T&C brasileiro, para lev-lo a um futuro compatvelcom sua histria e sua importncia socioeconmica.

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    O captulo estruturado em quatro sees resultando em um produ-

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    42/180

    40

    to intermedirio que serviu de base para a elaborao dos roadmaps.

    A primeira culmina com a consolidao da Viso de Futuro, resul-

    tante do processo de braistormi com o Grupo Gestor, operacio-

    nalizada em um mapa estratgico do setor. A segunda parte trata deum desenho inicial da cadeia de valor global para avaliar o futuro de

    seus elos no Brasil e no mundo. A terceira rene as principais ten-

    dncias em novos materiais, TIC, tecnologia, meio ambiente, mer-

    cado, desi e cadeia produtiva, apresentadas por especialistas de

    diferentes reas, que condicionaro o futuro do setor T&C brasileiro,

    culminando com uma proposta de estrutura da cadeia de valor quevigorar em 2023. Finalmente, na ltima seo, so apresentados

    os market drivers de consumo e sistema de produo, estabelecidos

    nas primeiras e segundas oficinas com especialistas; so tambm

    definidas a segmentao e a priorizao da linha de produto, os re-

    quisitos de produto e processo e as linhas de tecnologia prioritrias

    que sero seguidas.

    Todos esses produtos so marcos do desenvolvimento do traba-

    lho, estabelecendo as orientaes e a memria das decises para

    desenhar os caminhos que sero traados para os roadmaps no

    Captulo 2. O processo de construo seguiu etapas algumas vezes

    sequenciais, outras vezes traadas em paralelo. O leitor deve estar

    ciente de que se tratou de um processo de construo coletiva de

    conhecimento em que o foco principal foi o amadurecimento dos

    envolvidos nas mltiplas dimenses dos problemas tcnicos pro-

    postos. A estratgia mostrou-se til para aprimorar e ajustar o m-

    todo inicialmente proposto sempre que suas limitaes pudessem

    implicar em decises questionveis, seja por seu reducionismo ou

    por sua excessiva abrangncia, evitando que tais decises fossemresultado da mera observncia acrtica do procedimento metodol-

    gico estabelecido.

    uro1.1 Consolidando a Viso de Futuro

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    Cap

    tu

    lo1

    Perspec

    tivas

    do

    futu

    41

    Na sede da ABIT, em 19 de janeiro de 2008, foi realizada a primeira

    reunio de trabalho para estabelecer a Viso de Futuro (VF) do setor, de

    acordo com os pressupostos do Comit Gestor do projeto. A VF guiou,posteriormente, a descrio dos objetivos estratgicos que devero ser

    atingidos pelo setor para garantir seu desenvolvimento sustentvel.

    Na ocasio, houve breve apresentao da metodologia do estudo e foi

    realizada uma dinmica participativa envolvendo todos os presentes.

    Estimulados a vislumbrar o setor no futuro, os participantes da oficina

    apresentaram, livremente, uma lista de possveis acontecimentos, con-

    ceitos e expectativas que devero caracterizar o futuro do setor T&C bra-

    sileiro. A secretria da oficina registrou todas as observaes dos partici-

    pantes, assinaladas pelo consultor, gravando-as em arquivo PowerPoit.

    Em um processo de sntese, por aglutinao e eliminao, foram selecio-

    nadas as ideias que os participantes consideraram mais representativas.

    O processo culminou com a redao coletiva da Viso de Futuro do setor.

    Neste relatrio efetuamos uma anlise do contedo produzido na pri-

    meira reunio de trabalho, de maneira a propiciar a avaliao de seusresultados. Para a realizao da anlise, agrupamos os contedos em

    categorias com auxlio do analisador de contedo Atlas TI.

    Empregando a ferramenta de representao grfica de Mapas Estratgi-

    cos, desenvolvida por Kaplan e Norton (2004), a VF foi operacionalizada

    em objetivos estratgicos para 2023, adotando-se mtodo de inspiraoestruturalista, partindo-se de elementos que resultaram de associaes

    livres feitas pelos participantes para retornar ao concreto como uma rea-

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    lidade estruturada (GIL, 1999, p.38). Deve-se ressaltar que, nesta etapa,l d d d bj i i i d d

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    42

    optamos pela deduo dos objetivos estratgicos a partir da desconstru-

    o dos elementos de discurso dos membros do Comit Gestor durante

    a elaborao da VF. Nesta fase do trabalho, tal iniciativa teve o objetivo

    de estruturar o conhecimento, organizando-o para registro da evoluodo pensamento do grupo. Tratou-se de mais um recurso disponvel pararegistrar a memria de processo dos decisores. Posteriormente, os objeti-

    vos serviram de insumo em oficina de trabalho, tendo sido reelaborados

    para a operacionalizao do roadmap estratgico.

    1.1.1 Anlise do contedo

    As frases enunciadas pelos participantes foram categorizadas a posteriori,

    associando-as a uma dimenso de pertencimento escolhida para a an-lise. H redundncia na categorizao, ou seja, h frases que foram re-

    petidas em mais de uma dimenso ou grupo temtico , por serem

    representativas de mais de um tema, como por exemplo, Integrao

    com o consumo e desi.

    As tabelas, a seguir, agrupam e associam as frases nos grupos temticos

    por ns propostos.

    O resultado das associaes por grupo foi o seguinte:

    Tabela 1.1 Temas mais abordados

    CODES / frequncia

    Nova estrutura de cadeia nacional 12 frases

    Mudana no perfil do consumidor interno 6

    Tecnologia de Produto 5Integrao com o consumo 4

    continua...

    turoContinuao da Tabela 1.1

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    45/180

    Ca

    ptu

    lo1

    Perspec

    tivas

    do

    fut

    43

    Apoio do governo 4Responsabilidade Socioambiental 4

    DNA Brasil 3

    Integrao global 3TIC 3

    Desi 2Qualificao profissional 2

    Integrao com outros setores 2Integrao com o varejo 1Tecnologia de Processo 1

    Totais 52 frases

    a) Nova estrutura de cadeia nacional

    De acordo com a tabela 1.1, notamos que os membros do Comit Ges-

    tor presentes concentraram suas racionalidades estratgicas na mudana

    estrutural da cadeia produtiva atual.

    Neste contedo temtico observamos as seguintes frases (tabela 1.2):

    Tabela 1.2 Frases do grupo Nova estrutura da cadeia nacional

    Code: NOVA ESTRUTURA DE CADEIA NACIONAL {12 FRASES}

    1A indstria est consolidada e convive com nichos

    mercadolgicos de especialidade;

    2 Vitria do canal formal sobre o informal;

    3A especializao flexvel amplia a participao do mercado, atravs da

    marca, individualizao do consumo, regionalizao e tecnologia;

    4Uma indstria brasileira instrumentalizada para oferecer produtos

    sofisticados e de massa (versatilidade);

    5 O aumento no crescimento econmico devido extenso da cadeia de valor;

    continua...

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    Continuao da Tabela 1.2

    6 Si i di d i d i d i il

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    44

    6 Sinergia entre as diversas cadeias produtivas e a cadeia txtil;

    7Estratgia Dell alterou a configurao de poder na cadeia

    de valor do vesturio;

    8 Hegemonia do fast fashio, reduzindo o ciclo de desenvolvimento;9 A cadeia do vesturio integrada a uma rede de P&D diversificada;

    10O baixo custo no mais o principal fator de competitividade;

    Codes: [INTEGRAO COM O CONSUMO][NOVA ESTRUTURA DE CADEIA NACIONAL]

    11A integrao do negcio do vesturio fomenta a criao e inovao;

    Codes: [NOVA ESTRUTURA DE CADEIA NACIONAL]

    [TECNOLOGIA DE PRODUTO]12 Novas aplicaes dos txteis geram novas oportunidades de negcios.

    Avaliamos que a Viso de Futuro do Grupo Gestor estava centrada em

    uma estrutura de cadeia de valor flexvel, verstil, integrada ao con-

    sumo e formalmente instituda. Caracterizada pela inovao e pela

    capacidade criativa, a nova cadeia do futuro tem apoio institucionalpara a pesquisa e o desenvolvimento, fundamentada no conhecimen-

    to do mercado e no fortalecimento das marcas. Convivem estruturas

    de produo em massa com estruturas voltadas para nichos especia-

    lizados e exigentes. Sua integrao com outros setores lhe permite

    ampliar o escopo de participao, criando novas oportunidades de

    negcios para novos empreendedores. Integradas com o grande e opequeno varejo, as experincias com o consumo alimentam uma in-

    dstria criativa e gil. A digitalizao de informaes do consumidor,

    pela difuso do uso de body-scaers em shoppis, propiciar no-

    vos perfis de varejistas de marcas que se concentraro na gerao de

    experincias para clientes cativos, reduzindo suas equipes de venda e

    seus espaos de estoque. Grandes varejistas integrados com produ-tores permitiro a intensificao de estratgias de lea productio ao

    longo da cadeia de valor.

    uturob) Mudana no perfil do consumidor interno

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    Ca

    ptu

    lo1

    Perspec

    tiv

    as

    do

    fu

    45

    Recorrendo mais uma vez tabela 1.1, extramos que o segundo tema

    mais mencionado foi a mudana no perfil do consumidor interno.

    Mais uma vez, extramos as frases formuladas na oficina para o temaselecionado, apresentadas na tabela 1.3.

    Tabela 1.3 Frases do grupo Mudana no perfil do consumidorinterno

    Code: MUDANA NO PERFIL DO CONSUMIDOR INTERNO {6}

    1 O consumo do Brasil de 15kg por habitante;

    2 Marketing induzindo o consumo por diversas mdias;

    3 O consumidor s aceita roupa sob medida;

    4

    A indstria atende o consumidor mais idoso e tambmo consumidor pobre mais exigente;

    Codes: [MUDANA NO PERFIL DO CONSUMIDOR INTERNO]

    [RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL]

    5O consumidor compra roupas que no aumentam a sua conta de luz,

    gua, lixo e descarte;

    6O aumento do tempo para o lazer gera impacto no aumento do

    consumo de vesturio esportivo.

    Avaliamos que, no futuro, o consumo brasileiro de txteis e de vesturioter seu perfil alterado, qualitativamente e quantitativamente. Predomi-nar o consumo consciente, mais exigente, em que a busca pela indivi-

    dualizao ocorrer em diferentes segmentaes do mercado, seja por

    renda seja por idade ou etnia, acarretando o aumento do volume per

    capita adquirido.

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    c) Tecnologia de produto

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    46

    Tabela 1.4 Frases do grupo Tecnologia de produto.

    Code: Tecnologia de Produto {5}

    1 Todas as roupas so muito funcionais;

    2Vesturio com tecnologia iside e como sensaes, integrando

    o vesturio com o usurio;Codes: [TECNOLOGIA DE PRODUTO] [TIC]

    3

    Elevados investimentos em P&D para matria-prima (para administrar

    sua escassez) e orientados pelas informaes obtidas via TIC;Codes: [DNA BRASIL] [TECNOLOGIA DE PRODUTO]

    4O Brasil lidera oferta de fibras diferenciadas transformadas;

    Codes: [NOVA ESTRUTURA DE CADEIA NACIONAL][TENCOLOGIA DE PRODUTO]

    5 Novas aplicaes dos txteis geram novas oportunidades de negcios.

    O grupo Tecnologia de Produto foi o terceiro mais representativo na Viso

    de Futuro dos membros do Comit Gestor, como mostra a tabela 1.4.

    Avaliamos que, no futuro, as roupas funcionais, ancoradas em novasfibras e em novos materiais, estaro difundidas no Brasil, incorporando

    novas tecnologias e integrando, definitivamente, os usurios cadeia de

    valor T&C. A matria-prima nacional, incutida de smbolos e de valores

    tnicos e ecolgicos, ser cada vez mais objeto de pesquisas, financia-

    das, em parte, pelo crescente interesse do mercado externo, para aper-feioar seu emprego de maneira sustentvel.

    uturod) Integrao com o consumo

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    Tabela 1.5 Frases do grupo Integrao com o consumo

    Code: INTEGRAO COM O CONSUMO {4}

    1A indstria txtil materializa a emoo do consumidor;

    Codes: [DESIgn] [INTEGRAO COM O CONSUMO]

    2 O consumidor ter maior controle sobre o desi;

    3O marketi das marcas realizado a partir de um menu dos valores

    ofertados por elas; Codes: [INTEGRAO COM O CONSUMO][NOVA ESTRUTURA DE CADEIA NACIONAL]

    4 A integrao do negcio do vesturio fomenta a criao e a inovao.

    Neste contedo temtico apresentado na tabela 1.5, o Grupo Gestordeixou transparecer sua convico no imprio do consumo. O consu-

    midor, suas crenas e valores, seu comportamento social e seus movi-

    mentos culturais, influiro decisivamente no projeto de produtos, in-

    duzindo o aparecimento de negcios integrados desde o projeto ata disposio ou a reutilizao dos produtos. Neste novo mundo, as

    marcas e o varejo capitanearo o entendimento em tempo real dos

    movimentos de consumo.

    e) Apoio do governo

    Tabela 1.6 Frases do grupo Apoio do governo

    Code: APOIO DO GOVERNO {4}

    1Vesturio popular um novo conceito com tributao

    diferenciada e apoio do governo;

    2 A poltica industrial est focada em projetos estruturantes;

    3 O sistema tributrio e trabalhista pr produo e pr exportao;

    4 O Brasil tem uma logstica globalmente competitiva.

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    Confrontadas com o ltimo estudo feito pelo Instituto de ProspecoTecnolgica e Mercadolgica (IPTM) do SENAI-CETIQT, desta vez as rei-

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    g g

    vindicaes ou expectativas sobre a atuao do governo, tabela 1.6, no

    figuraram como a principal questo de viabilidade futura do setor (tabela

    1.1). O consumo de massa, estimulado pelas polticas governamentaisdo atual governo, dever continuar a alavancar o desenvolvimento eco-nmico e social do Brasil refletindo-se tambm no setor. As questes

    trabalhistas e tributrias devero estar resolvidas, o que ratifica ser esta

    uma condio para que haja futuro, segundo o Grupo Gestor, assim

    como foi enfatizada a importncia da logstica nacional infraestrutura

    rodoviria e porturia. Nas entrelinhas estava a esperana de ver o setorcontemplado na poltica industrial do governo, o que de fato aconteceu

    com o lanamento da PDP em maio de 2008.

    f) Responsabilidade socioambiental

    Tabela 1.7 Frases do grupo Responsabilidade socioambiental

    Code: RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL {4}

    1Efetiva preocupao com o meio ambiente e responsabilidade social,

    com a valorizao das empresas que as praticam;Codes: [DESIgn] [RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL]

    2Parcela de roupas reciclveis supera as no reciclveis;

    Codes:[MUDANA NO PERFIL DO CONSUMIDOR INTERNO]

    [RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL]

    3O consumidor compra roupas que no aumentam a sua conta de luz,gua, lixo e descarte; Codes: [INTEGRAO COM OUTROS SETORES]

    [RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL] [TECNOLOGIA DE PROCESSO]

    4 Continuam os estudos referentes descoberta de novas fontes de energia.

    A tabela 1.7 evidencia a preocupao com a responsabilidade socioam-biental e reflete a crescente expectativa do aumento do consumo cons-

    ciente. A preocupao com gua e energia se difundir tanto nas empre-

    futurosas quanto entre os consumidores. A reutilizao de peas, a reciclagem

    de materiais e a disposio dos produtos sero aspectos naturalmente

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    incorporados aos hbitos de produtores e de consumidores.

    g) DNA Brasil

    Tabela 1.8 Frases do grupo DNA Brasil

    Code: DNA BRASIL {3}

    1 A indstria brasileira do vesturio utiliza a natureza de maneira mpar;

    2A cultura marcante brasileira influencia cada vez mais o consumointerno do vesturio e se transforma em produto de exportao;

    Codes:[DNA BRASIL] [ TECNOLOGIA DE PRODUTO]

    3 O Brasil lidera oferta de fibras diferenciadas transformadas.

    Na tabela 1.8, as frases ilustram a crena de que aos valores nacionais

    se somar o interesse pelos materiais e recursos naturais brasileiros, que,apoiados pelo desi genuinamente nacional e pelos investimentos emP&D, se transformaro em ativos escassos de conhecimento, gerando

    diferenciais competitivos e barreiras entrada de produtos estrangeiros.

    h) Integrao global

    Tabela 1.9 Frases do grupo Integrao global

    Code: [INTEGRAO GLOBAL] {3}Codes: [INTEGRAO GLOBAL] [TIC]

    1 O comrcio internacional competitivo virtualmente;

    2A indstria brasileira de vesturio vende para o mundo;

    Codes: [INTEGRAO GLOBAL] [QUALIFICAO PROFISSIONAL]3

    A excelente qualificao profissional faz parte da potencialidadebrasileira no mercado global do vesturio.

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    Como mostra a tabela 1.9, o grupo decisor est convicto da necessida-

    de de globalizao da cadeia T&C nacional. A globalizao entendi-

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    da, principalmente, pela sua capilaridade e por sua capacidade de difu-

    so e de penetrao em todos os mercados do mundo, por intermdio

    do uso intensivo de Tecnologia da Informao e Comunicao (TIC).Nesse contexto, a viso otimista de uma indstria brasileira global

    condicionada, principalmente, pela formao de talentos e de pessoal

    tcnico qualificado.

    i) TIC

    Tabela 1.10 Frases do grupo TIC

    Code: TIC {3}Codes: [INTEGRAO GLOBAL] [TIC]

    1O comrcio internacional competitivo virtualmente;

    Codes: [TECNOLOGIA DE PRODUTO] [TIC]

    2Elevados investimentos em P&D para matria-prima (para administrar

    sua escassez) e orientados pelas informaes obtidas via TIC;Codes: [INTEGRAO COM OUTROS SETORES] [TIC]

    3Tecnologia da informao como impulsionadora da

    competitividade das empresas.

    A Tecnologia da Informao e Comunicao (TIC) foi mencionada emtrs frases (tabela 1.10). Espera-se que sua atuao seja destacada tan-

    to na tecnologia de produtos quanto na racionalizao e integrao

    dos processos de negcio. Conforme j foi dito anteriormente, as TIC

    so tecnologias-chave na integrao do usurio e funcionam como

    arma de difuso e de penetrao nos mercados distantes. O uso da

    Internet e de sistemas digitais foi discutido como meio de racionalizar autilizao dos espaos de venda e de gerao de impacto na formao

    do preo final.

    futuroj) Outros grupos

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    Tabela 1.11 Frases de diversos grupos

    Code: DESIGN {2}

    1

    2

    Codes: [DESIGN] [INTEGRAO COM O CONSUMO]O consumidor ter maior controle sobre o desi;Codes: [DESIGN] [RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL]Parcela de roupas reciclveis supera as no reciclveis.Code: QUALIFICAO PROFISSIONAL {2}

    1

    2

    Codes: [INTEGRAO GLOBAL] [QUALIFICAO PROFISSIONAL]A excelente qualificao profissional faz parte da potencialidade

    brasileira no mercado global do vesturio;O TIV um dos setores em que mais cresce a procura dos profissionaisde nvel superior.Code: INTEGRAO COM OUTROS SETORES {2}

    1

    2

    Codes: [INTEGRAO COM OUTROS SETORES][RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL] [TECNOLOGIA DE PROCESSO]Continuam os estudos referentes a novas fontes de energia;Codes: [INTEGRAO COM OUTROS SETORES] [TIC]

    Tecnologia da informao como impulsionadora da competitividadedas empresas.Code: INTEGRAO COM O VEREJO {1}

    1 Sinergia entre a indstria e os canais de distribuio agregando valorpara todos os elos.Code: TECNOLOGIA DE PROCESSO {1}

    1

    Codes: [INTEGRAO COM OUTROS SETORES] [RESPONSABILIDADESOCIOAMBIENTAL] [TECNOLOGIA DE PROCESSO]

    Continuam os estudos referentes a novas fontes de energia.

    A integrao com o varejo apresenta-se como alternativa estratgica

    para os produtores nacionais. A valorizao do conhecimento sobre o

    comportamento de consumo interno em tempo real e a rapidez de res-posta cria diferenciais de competitividade, pois dificulta a entrada de

    produtos fabricados na sia. Pessoal qualificado e talentos so nova-mente enfatizados para a efetiva integrao com outros setores, no s

    para propiciar novos produtos tecnologicamente mais avanados, mas

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    tambm para garantir a mxima eficincia econmica em um contexto

    global de desenvolvimento sustentvel como mostra a tabela 1.11.

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    1.1.2 A Viso de Futuro do setorO texto para a Viso de Futuro (VF) que resultou da construo coletiva

    naquele momento ficou assim redigido:

    Ser competitiva lobalmete e exportadora de destaque,

    possuido como diferecial competitivo o uso criativo dos

    valores culturais, a utilizao tica e sustetvel da diver-

    sidade de materiais, de recursos aturais e humaos, com

    iterao com outros setores produtivos, icorporado tec-

    oloia de pota para ailizar seus processos desde a co-

    cepo ao descarte, com produtos customizados, fucioais

    e iovadores, que despertem a emoo do cosumidor e

    atedam o custo-beefcio positivo para os diferetes se-metos de cosumo.2

    A noo de desenvolvimento sustentvel, segundo a Uited natios

    Divisio for Sustaiable Developmet, envolve mais de 40 reas de co-

    nhecimento, abrangendo a sustentabilidade do uso de recursos naturais

    (consumir menos do que a Terra capaz de repor) e sociotcnico (sis-temas legais, tecnolgicos, comerciais, adequados ao pleno desenvolvi-

    mento humano). Katherine Sierra, vice-presidente de Desenvolvimento

    Sustentvel do Banco Mundial considera que:

    By promoti ecoomic rowth strateies based o expaded

    ifrastructure which are evirometally resposible ad socially acceptable we are brii a sustaiable future

    closer to todays reality.3

    ofuturoNosite do Banco Mundial, esto listadas as reas de expertise envolvidas:

    (I) Agricultura e desenvolvimento rural;

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    (I) Agricultura e desenvolvimento rural;

    (II) Tecnologias de comunicao;

    (III) Economia e regulao;(IV) Energia;

    (V) Meio ambiente;

    (VI) Finanas;

    (VII) Petrleo, gs, minas e produtos qumicos;

    (VIII) Desenvolvimento social;

    (IX) Transporte;

    (X) Desenvolvimento urbano;(XI) gua e efluentes.

    Apesar da noo de desenvolvimento sustentvel ser suficientemente

    abrangente para no carecer de complementos, a incluso da expresso

    utilizao tica no texto da VF refora a inteno do Grupo Gestor de

    se evitar o emprego de retricas utilitaristas quando da confeco de

    estratgias que pretendam contribuir para o desenvolvimento social. Ao

    submeter-se ao sistema da vida tica, o grupo rejeita a racionalizao

    meramente econmica do uso de recursos naturais e humanos. Sob a

    gide pragmtica da relativizao do desenvolvimento social, diferentes

    indicadores poderiam ser empregados, no necessariamente enfatizan-

    do aspectos humanos fundamentais, mas sim relativizando-os segun-

    do as condies socioeconmicas locais e momentneas de um grupo:iniciativas empresariais que criassem condies aviltantes e nocivas ao

    meio ambiente poderiam ser consideradas eficientes se avaliadas sob o

    aspecto reducionista da mera gerao de empregos. A posio do gru-

    po refora a opo por estratgias voltadas para a criao da escassez

    baseada em conhecimento e capacidade de produzir inovao, e no na

    racionalizao de custos. Trata-se, assim, da adeso consciente a um sis-tema de valores que estabelece um patamar mnimo para a contribuio

    efetiva da cadeia de valor futura ao desenvolvimento social, negando sua

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    participao no que Kaplinsky4(2008) denominou race to the bottom,

    corrida empreendida por tantos pases sob a bandeira da gerao de

    emprego e captao de divisas para o pas

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    emprego e captao de divisas para o pas.

    Analisando o contedo do texto, podemos extrair os principais valores

    que sustentam a VF, com o intuito de propor um texto final que elimine

    as redundncias e que aporte mais clareza e facilidade de operacionali-

    zao das variveis que orientaro os objetivos estratgicos:

    ParticipaonaCadeiadeValorGlobal;

    Valorizaodosrecursosnaturaisparaadescobertaeutilizaodemateriais no convencionais, de cunho artesanal, que se apresen-

    tem como alternativa produo em srie e que enfatizem aspec-

    tos tnicos locais;

    Apropriaodossmbolosnacionaisvalorizadosporsociedadesde

    consumo de alto poder aquisitivo;

    Integrao tecnolgicaeestratgicadas empresas e instituies

    que formam o setor; ntimarelaodeconfianaeforteidentificaocomoconsumi-

    dor brasileiro, em diferentes segmentos sociais e econmicos;

    Comprometimentocomodesenvolvimentosustentvel,represen-

    tado pela valorizao de talentos e pelo respeito e preservao da

    Natureza;

    Intensidadedeconhecimento.

    1.1.3 A proposio de um mapa estratgico para o setor

    Para operacionalizar os conceitos da Viso, adaptaremos o mtodo ana-

    ltico introduzido por Kaplan e Norton (op.cit.). Na concepo dos auto-

    res, a dimenso estratgica pode ser repartida em quatro perspectivas:

    Perspectivafinanceira:comopromoverocrescimentodevalorsus-

    tentvel;

    ofuturo Perspectivadocliente:qualapropostadevalorparaosclientesda

    rede T&C;

    Perspectiva interna: que processos internos sero estratgicos e

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    Perspectiva interna:que processos internos seroestratgicos e

    como melhor-los;

    Perspectivadeaprendizadoecrescimento:comopessoas,tecnolo-gias e organizaes sustentaro a estratgia.

    Figura 1.1 A operacionalizao da Viso em quatro perspectivas no mapa estratgico

    Para sermosbem-sucedidosfinanceiramente comodeveramos ser vistos pelosnossos acionistas?

    Para alcanarmos nossaviso, financeiramente,

    como deveramos ser vistospelos nossos clientes?

    Para satisfazermos nossosacionistas e clientes, emque processos de negcio

    devemos alcanar aexcelncia?

    Para alcanarmos nossaviso, como sustentaremosnossa capacidade demudar e melhorar?

    Objetivo

    s

    Indica

    dores

    Metas

    Inicia

    tivas

    Objet

    ivos

    Indicado

    res

    Metas

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    Metas

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    Obje

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    Indica

    dores

    Metas

    Inici

    ativa

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    Finanas

    Cliente Processos Internos

    Aprendizado e Crescimento

    Visoe

    Estratgia

    Fonte: KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. 1997, p.10.

    Mapas estratgicos foram empregados pela Confederao Nacional da

    Indstria para planejar a estratgia da indstria no Brasil at 2015. No

    estudo da CNI destacamos algumas premissas (CNI, 2005, p.13-15):

    OdesenvolvimentoinstitucionaldoPascausaeefeitodoproces-

    so de crescimento;

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    Adiversidadee acomplexidadedaestruturaindustrialbrasileira

    no conduzem a solues simples;

    A estratgia do setor se forma a partir de uma base a competi

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    Aestratgiadosetorseformaapartirdeumabaseacompeti-

    tividade e se alicera na explorao das vantagens comparativas

    naturais e na aquisio de vantagens competitivas; Paraumgrupodeempresascadavezmaisnumeroso,osucesso

    depende, essencialmente, do acesso inovao;

    EducaoeconhecimentosopilaresdoMapa;

    Aplataformabsica decrescimento doBrasil tem rachadurase

    falta de pilares;

    Apartemaisimportantedequalquerestratgiaoposicionamen-to almejado, nesse caso, a posio que a indstria deseja ocupar

    na economia global;

    OposicionamentopropostopelaindstriaparaoBrasilodeserre-

    conhecido internacionalmente por oferecer produtos competitivos,

    com elevados padres de qualidade, inovao e valor adicionado.

    E por fim, sintetizando o posicionamento daquela instituio (grifos nossos):

    Osprocessos a serem desempenhadospela indstria terosus-

    tentao, caso estejam disponveis condies adequadas de infra-

    estrutura e de recursos humanos, ambientais e financeiros. pri-

    mordial um ambiente institucional moderno, gil e eficiente, bem

    como um ambiente regulatrio estruturado e estvel. Somam-se aessas condies a necessidade de um sistema de sade de qualida-

    de e um sistema educacional alinhado aos anseios da sociedade,

    que fomente o empreendedorismo e esteja preparado para aten-

    der os desafios da economia do conhecimento.

    Porltimo,masnomenosimportante,aindstriabrasileirare-

    quer uma liderana empresarial coesa em torno de objetivos co-muns, de uma viso estratgica consolidada e de um sistema de

    representao empresarial aperfeioado, de forma que o setor in-

    ofuturodustrial participe ativamente da formulao de polticas pblicas

    voltadas para o projeto de Pas para 2015. (CNI, 2005, p.15).

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    Para a elaborao do mapa estratgico da cadeia de valor T&C brasileira,

    compusemos um processo que congrega elementos do mid set empre-sarial brasileiro, representado pelo pensamento dos membros do Comi-

    t Gestor que participaram do frum deste projeto. Este pensamento

    foi expresso e registrado na primeira reunio de trabalho e sintetizado,

    acima, na Viso de Futuro do setor. Tambm foram levados em consi-

    derao elementos da anlise setorial feita no Panorama e, finalmente,

    elementos da Viso de Futuro da CNI extrados de seu Mapa.

    Para operacionalizar a VF e apresent-la de uma forma diagramtica,

    construmos um mapa estratgico para o setor. A representao grfi-

    ca permitiu visualizar em uma nica pgina as quatro perspectivas em

    que se desdobra a VF, propiciando ao grupo maior facilidade e rapidez

    para perceber relaes entre as dimenses estratgicas e, assim, propor

    e ajustar objetivos operacionais.

    Como no se tratou de um mapa para uma empresa, mas para um se-

    tor inteiro, adequamos as perspectivas sugeridas por Kaplan e Norton

    (2005), aproximando-as das perspectivas propostas pelo Mapa da CNI.

    As quatro novas perspectivas so:

    1. Perspectiva da nao;

    2. Perspectiva do mercado;

    3. Perspectiva interna;

    4. Perspectiva de aprendizado e crescimento.

    Esses elementos nos permitiram propor o seguinte mapa estratgico

    2008/2023 para a cadeia de valor T&C brasileira (figura 1.2):

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    Figura 1.2 Mapa estratgico propositivo para a cadeia de valor T&CB

    A Viso de Futuro da Cadeia T&C Brasileira

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    Desenvolver a culturaexportadora das PME

    Desenvolver e promover aRSA

    Integrar-se com Centros deP&D e Universidades

    Perspectiva daNAO

    Fortalecer ossmbolos e a culturanacionais

    Sociedade

    TrabalhadoresEmpresriosGoverno

    Contribuir para ocrescimento econmico

    Gerar empregos qualificados Contribuir para aconscientizao popularsobre RSA

    Instituies

    Estimular o emprego deRecursos Naturais

    genuinamente nacionais

    Integrar produo,varejo e consumo

    Participar naformulao de

    polticas

    pblicas

    Consolidar aViso

    Estratgica

    da Rede deValor T&C

    Atrair talentos esetores

    intensivos em

    conhecimento

    Promover adefesa

    comercial e a

    proteointelectual

    Contribuir para aformao de

    competncias-

    chave

    Desenvolver imagem e marcascom base na identidade

    nacional

    Estimular a formao deuma Rede de Valor gil,verstil, dinmica que

    ampare e estimule osnovos empreendedores

    Perspectiva doMERCADO

    Perspectiva dasATIVIDADESINTERNAS

    Contribuir para aadequao das leis

    trabalhistas s exigncias

    da globalizao sem feriras noes de trabalho justo

    Perspectiva deAPRENDIZADO E

    CRESCIMENTO

    Contribuir para a participaodo Brasil no Comrcio Global

    Reforar as marcas e aidentidade brasileira nosmercados local e global

    Oferecer produtos e serviosinovadores e de qualidade

    que atendam ao consumidor Ser ator relevante em umarede institucional intensiva

    em conhecimento

    Desenvolver usos extensivoe intensivo de TIC

    Ampliar atividades inovativas

    Os objetivos estratgicos acima representados serviram para registrar de

    forma sistmica algumas das principais competncias que devero ser de-

    senvolvidas pela rede para que sua globalizao seja bem-sucedida. Alm

    de terem sido formulados analiticamente, ou seja, de no resultarem deum trabalho especfico realizado com os decisores com este propsito,

    no so exaustivos. Por este motivo, o mapa proposto no foi interpretado

    como uma representao de todos os anseios e expectativas dos atores en-

    volvidos e comprometidos com o futuro do setor. Entretanto, acreditamos

    que a compilao ilustrada no mapa facilitou a descoberta de relaes

    entre as clulas, intraperspectiva e interperspectivas, produzindo estmulos capacidade criativa dos membros do Comit Gestor, que enfatizou, so-

    bremaneira, a viso sistmica em substituio viso pontual.

    do

    futuroAo buscarmos indicadores e metas, o processo de operacionalizao

    pode prosseguir, permitindo a objetivao de aes tais como o enfoque

    em artigos inteligentes ou o uso de materiais simblicos. Cabe ressaltar

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    Cap

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    lo1

    Perspectivas

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    59

    a integrao entre empresas de moda, institutos de pesquisa, produtores

    e grandes varejistas, bem como a parceria entre atores institucionais eempresariais para a produo de inovaes hbridas entre produtores defios, tecidos, vesturio, microeletrnica e nanotecnologias, por exemplo.

    Esta seo apresentou os resultados da primeira oficina com o GrupoGestor do projeto, resultados expressos na formulao da viso e doMapa Estratgico proposto para o setor. Entendemos na ocasio quea operacionalizao da VF deveria ser objeto de trabalho do frum dedecisores para priorizar alguns aspectos essenciais, segundo sua Viso deFuturo, de maneira a formar um posicionamento ainda mais convergen-te para a determinao do Roadmap Estratgico.

    1.2 Anlise de cadeia de valor

    1.2.1 Desenho da Cadeia

    A consultoria props um desenho de cadeia de valor como ponto departida para investigar a percepo de especialistas sobre a importncia

    futura da estrutura em estudo.

    O resultado apresentado na figura 1.3:

    Figura 1.3 A cadeia de valor T&C em 2008Reuso

    Disposio

    Fibras, fios &tecidos

    Confecobeneficiamento

    Distribuiocomercializao

    Consumo

    Design

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    1.2.2 Avaliao da importncia dos elos

    Uma consulta estruturada com especialistas convidados foi realizada

    l I S l d i d i

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    60

    pela Internet. Seus resultados e interpretaes so apresentados a seguir.

    1.2.2.1 Avaliao da evoluo da importncia dos elos na

    cadeia de valor global

    Uma primeira questo foi apresentada:

    Avalie o valor dos elos da cadeia lobal do vesturio os

    horizotes de 2008 e de 2023. Para represetar a evoluo

    da importcia de cada elo ao loo do tempo, coforme a

    fiura, use a escala de 1 a 10.

    Os especialistas avaliaram que, em 2008, o elo Distribuio e Comercia-lizao o que apresenta a maior importncia na cadeia de valor global

    (mdia 7,41).

    As distribuies apresentaram, em alguns casos, perfis ambguos, o que

    impede sua avaliao pela mdia: o grupo de especialistas dividiu-se em

    dois, aqueles que avaliaram positivamente e aqueles que avaliaram ne-

    gativamente o valor de um mesmo elo em 2008.

    Em 2023, o elo mais valorizado foi o desi (mdia 9,04). Da mesma

    maneira que no caso anterior, ocorreu bipolarizao das opinies em

    alguns casos.

    Pela concentrao das respostas, entretanto, pode-se inferir que as opi-

    nies quanto ao desenvolvimento da importncia esperada de cada eloso mais evidentes nos casos do desi [mdia 6,75 (2008) e mdia 9,04(2023)] e do Reuso e Disposio [(mdia 4,45 (2008) e mdia 8,05 (2023)].

    do

    futuroTodos os elos tiveram suas mdias aumentadas, o que poderia sugerir

    uma percepo dos especialistas em direo ao aumento da impor-

    tncia da cadeia de valor global como um todo. Uma anlise mais

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    cuidadosa do mtodo de avaliao empregado gera uma explicao

    concorrente: os especialistas foram estimulados a avaliar o desenvol-vimento ao longo do tempo em um processo de escolha do elo a ser

    estudado; dessa forma, podem ter se concentrado na avaliao inte-

    relos e no intraelo, optando por aumentar mais ou menos suas notas

    para deixar transparecer os elos que evoluiro mais e os que evoluiro

    menos ao longo do tempo.

    1.2.3 Avaliao do potencial dos elos da cadeia

    no Brasil

    Uma segunda questo foi apresentada:

    Avalie o potecial de desevolvimeto em 2023, o Brasil,

    do elo [ELO] a cadeia do vesturio, com base as dimeses

    estraticas apresetadas o diarama abaixo.

    Neste caso, tnhamos disponveis justificativas livremente anotadas pe-

    los especialistas, ou seja, houve um complemento semiestruturado nasrespostas e, para explor-las ao mximo, decidimos analisar o conte-

    do de suas justificativas atribuindo-lhes um sinal positivo, negativo ou

    neutro, quando estas valorizavam, desvalorizavam ou no qualificavam

    o elo em questo.

    Apresentamos, a seguir, os resultados da anlise de contedo que fi-zemos com base nas justificativas apresentadas pelos especialistas para

    suas avaliaes.

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    a) Design

    Midset e percepo de valor dos especialistas:

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    Avaliaespositivas(+):6(32%)

    Avaliaesnegativas(-):4(21%) Avaliaesneutras(0):9(47%)

    Comentrio:

    As justificativas dos especialistas apresentaram um vis significativo de

    avaliaesneutras(47%),relativasscaractersticasdoelo,demonstran-do uma preocupao com a necessidade de aes estruturantes para

    omesmo.Osprincipaisaspectospositivos(32%)estorelacionadosa

    questes de natureza ambiental, de conscientizao do consumidor, de

    sistematizao do conhecimento e da orientao para a inovao, sendo,

    esta ltima, responsvel pela incorporao de tecnologias pelas roupas.

    Os aspectos estruturantes esto associados a talentos, infraestrutura,

    orientao para roupas inteligentes e sob medida, alm de responsabili-

    dade ambiental. As percepes negativas esto concentradas na falta de

    investimentos em formao e P&D.

    Sntese de todos os textos

    Trsforas:matrias-primasbrasileiras,talentoemercadointerno(0) Asdimensescrticasdodesi so talento e tecnologia (0)

    readeinteressedaAcademia(+)

    Coordenarainovao:apalavra-chaveparaapreservaodosetor(+)

    Seroprincipalresponsvelpelacriaodevalor(+)

    Desi brasileiro precisa de incentivos internos que suportem o

    sucesso no exterior (0)

    Deve ser integrado ao consumo pelas tecnologias de informao e

    de comunicao (0)

    do

    futuro Em 2023, ser o fator decisivo para a incorporao de tecnologias e

    derequisitosdeconsumo,comconscientizaosocialeambiental(+)

    Estmuloabordagemmultidisciplinarnosetor(+)

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    Deve ter foco no mercado e na RSA (0)

    Foracontraameaaasitica(+) Fraqueza na baixa propenso ao risco dos empresrios e baixos

    investimentos em formao (-)

    No seremos referncia mundial em 2023, assim como ningum o

    ser (-)

    Seu potencial est nos recursos naturais brasileiros (0)

    Ser orientado para roupas inteligentes (0) Ser orientado para roupas sob medida (0)

    Serumagentedeconscientizaosocial(+)

    Seu desenvolvimento enfraquecido por infraestrutura, tecnologia

    e investimentos deficientes (-)

    Seus aps so a falta de investimento em P&D e de proteo

    propriedade intelectual (-) Ter forte apelo regional e ecolgico (0)

    b) Fibras, fios e tecidos

    Midset e percepo de valor dos especialistas:

    Avaliaespositivas(+):6(35%) Avaliaesnegativas(-):4(24%)

    Avaliaesneutras(0):7(41%)

    Comentrio:

    Prevaleceramasavaliaesneutras(41%)sobreofuturodoelo.Isso

    pode ser interpretado como uma forte preocupao estruturante,

    cujas principais nfases esto na capacitao do elo em fibras qumi-

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    cas, com estruturas industriais intensivas em tecnologia e fortemente

    dependentes de investimentos na infraestrutura de P&D (pesquisa e

    capacitaodetalentos).Osaspectospositivos(35%)concentraram-

    b i t l d t i l d d l i t d i

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    se na base instalada, no seu potencial de desenvolvimento de ino-

    vaes em fibras naturais e no esperado barateamento de tecnolo-gias para modernizao do elo, alm da expectativa de ampliao de

    mercado para atendimento de outras cadeias. Os aspectos negativos

    (24%)percebidosconcentraram-senaexpectativadeaumentomacio

    das importaes de produtos de alta tecnologia incorporada, perda de

    importncia na cadeia de valor interna e carncia da base instalada de

    cincia e tecnologia.

    Sntese de todos os textos

    Fibras sero os drivers tecnolgicos (0)

    A base instalada em C&T no ser suficiente para o desenvolvimen-

    to sustentvel do elo (-)

    No mundo, este elo ser uma indstria que atender diversos ou-trossetores(+)

    Importao macia de produtos de alta tecnologia, em 2023 (-)

    Potencial mediano: P&D ser decisivo (0)

    nfase na indstria qumica com reflexos na engenharia de fibras (0)

    Elo multidisciplinar com oportunidades para a inovao tecno-

    lgica(+) Elo ser mais flexvel e convergir para fibras manufaturadas (0)

    A estratgia do elo defensiva: a tendncia de produo de itens

    de baixo Valor Agregado (VA) (-)

    Elo perder a importncia gradualmente (-)

    A base industrial instalada e os talentos existentes sero suficientes

    paraqueocorramnovosinvestimentosnoelo(+)

    Os desafios esto na infraestrutura (energia e logstica) e nos inves-

    timentos para modernizao (0)

    sdo

    futuro Elo estratgico para a integrao da cadeia e gerador das princi-

    paisinovaesdosetor(+)

    Tecidos inteligentes incorporaro cada vez mais tecnologias: a ma-

    nipulao do tomo ser cada vez mais difundida (0)

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    nipulao do tomo ser cada vez mais difundida (0)

    H muitos desenvolvimentos a serem explorados nas fibras de al-godo(processoseprodutos)(+)

    A disponibilidade de tecnologias de produo e o barateamento

    dosinvestimentosfacilitaroodesenvolvimentodesseelo(+)

    Apoios do Governo e da Academia so fundamentais (0)

    c) Confeco e beneficiamento

    Midset e percepo de valor dos especialistas:

    Avaliaespositivas(+):6(40%)

    Avaliaesnegativas(-):6(40%)

    Avaliaesneutras(0):3(20%)

    Comentrio:

    H um ntido equilbrio entre vises opostas sobre o futuro do elo. A

    percepo positiva dos especialistas foi demonstrada por uma postura

    otimista, que enxerga na estrutura de pequenas empresas versteis e

    flexveis a possibilidade de rpida adaptao concorrncia global, ba-

    seada na aquisio de novas tecnologias e no aparecimento de empre-endedores conscientes e comprometidos com a produo sustentvel.

    As percepes negativas veem na carncia de mo-de-obra, de talentos

    e na baixa intensidade inovadora e tecnolgica do segmento entra-

    ves que levaro o setor a fabricar produtos de baixo valor agregado,

    destinados a nichos de mercado de baixa rentabilidade. Os aspectos

    estruturantes sinalizados nas avaliaes neutras foram a profissionali-

    zao e os investimentos em talentos e na capacitao das atividades

    de beneficiamento.

    Estudo Prospectivo Setorial Txtil e Confeco

    Sntese de todos os textos:

    A carncia de mo-de-obra qualificada no segmento ainda persis-

    tir como entrave concorrncia com importados (-)

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    A confeco produzir roupas fceis de cuidar e inteligentes para

    atender ao mercado (0)

    A profissionalizao do segmento e a criao de mecanismos que

    tornem clara sua importncia na cadeia nacional podero atrairtalentos (0)

    Atecnologianosetorirampararocuidadocomomeioambiente(+)

    Ambienteglobalestimularodesenvolvimentodestesegmento(+)

    Dever perder valor por se tornar produtora de commodities (-) Dever se concentrar no atendimento do mercado local, com baixo

    VA, tendo produo contratada para itens de maior VA (-)

    Elo com alto potencial de desenvolvimento, pois tem estreita liga-

    ocomoconsumidorecomastendnciasdamodaglobal(+)

    Elo de empresas pequenas, portanto, mais flexveis e geis paramudanas(+)

    Elo que carece de tecnologia e qualidade, com muito desperdcio:

    haver espao para a formao de clusters (-)

    o principal foco deste trabalho: segmento com maior potencialdeagregarvalortangvelaosprodutosdosetor(+)

    H muito espao ainda a ser aproveitado, sobretudo se a confec-

    o for acoplada ao desenvolvimento do desinacional(+)

    H muito para entender sobre o consumidor estrangeiro (0) Legislao um entrave. Ficaremos restritos a nichos de mercado (-)

    O beneficiamento tem maior potencial a ser explorado do que a

    confeco (0)

    O beneficiamento ter foco em P&D mais acentuado (0) Predominar o beneficiamento, como atividade complementar

    produo de tecidos inteligentes, para agregao de valor (0) Prevalecero empresas flexveis, de resposta rpida ao mercado do-

    minado pela individualizao do consumo (0)

    sdo

    futuro Ser ofuscado por nfases nos elos anteriores: haver fuga de ta-

    lentos para outras reas (-)

    Talentos, investimentos e mercado so fatores crticos para o futu-

    ro do elo (0)

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    Perspect

    iva

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    o do e o (0)

    d) Distribuio e comercializao

    Midset e percepo de valor dos especialistas:

    Avaliaespositivas:8(44%)

    Avaliaesnegativas:5(28%)

    Avaliaesneutras:5(28%)

    Comentrio:

    As avaliaes positivas sobre o futuro do elo preveem grandes investi-

    mentos no mesmo, promovidos por empresas muito capitalizadas, nemsempre na