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O presente estudo pretende analisar o panorama do mobile marketing, com foco no cenário local. Foram abordados alguns conceitos fundamentais para a compreensão da atual reconfiguração comunicacional, bem como informações provenientes de pesquisas que versam sobre as transformações do contexto de consumo. Devido à proeminência do estado no âmbito tecnológico, buscou-se verificar o grau de aproveitamento dessas potencialidades pelo mercado de comunicação local. A partir dos dados obtidos, oriundos de entrevistas abertas com profissionais de comunicação e Tecnologia da Informação, é proposta uma reflexão sobre o nível de integração e interação entre esses setores.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

    CENTRO DE ARTES E COMUNICAO

    CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

    AMANDA VALERIA SILVA

    PUBLICIDADE EM DISPOSITIVOS MVEIS: O MOBILE MARKETING NO

    CENRIO RECIFENSE

    Recife

    2013

  • AMANDA VALERIA SILVA

    PUBLICIDADE EM DISPOSITIVOS MVEIS: O MOBILE MARKETING NO

    CENRIO RECIFENSE

    Trabalho de Concluso de Curso em formato de Monografia

    apresentado ao Centro de Artes e Comunicao como requisito

    parcial para obteno do grau de Bacharel em Publicidade e

    Propaganda. Orientador: Prof. Andr Vicente R. T. Vouga.

    Recife

    2013

  • AMANDA VALERIA SILVA

    PUBLICIDADE EM DISPOSITIVOS MVEIS: O MOBILE MARKETING NO

    CENRIO RECIFENSE

    Esta Monografia foi submetida Coordenao do Curso de Publicidade e Propaganda, como parte dos requisitos necessrios obteno do ttulo de Bacharel em Publicidade e Propaganda, outorgado pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e encontra-se disposio dos interessados na Biblioteca da referida Universidade. A citao de qualquer trecho deste trabalho permitida, desde que feita de acordo com as normas de tica cientfica. Data da aprovao ____/____/_____ BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Prof. Andr Vicente Reina Torres Vouga (Orientador) Universidade Federal de Pernambuco - UFPE __________________________________________________ Prof. Rogrio Luiz Covaleski (Membro Interno) Universidade Federal de Pernambuco - UFPE __________________________________________________ Karina Rocha da Silva (Membro Externo) Faculdade Boa Viagem - FBV

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus e minha famlia que sempre me deu amor e

    apoio necessrios em cada passo dessa jornada.

    Ao meu orientador Andr Vouga que me prestou incomensurvel apoio em

    todas as etapas do projeto, estando sempre disponvel e disposto a

    compartilhar experincias.

    A todos os profissionais que gentilmente cederam seu tempo e contriburam

    com informaes que foram fundamentais para a execuo do trabalho

    Aos meus colegas que direta ou indiretamente me ajudaram a alcanar mais

    essa meta.

  • RESUMO

    O presente estudo pretende analisar o panorama do mobile marketing, com

    foco no cenrio local. Foram abordados alguns conceitos fundamentais para a

    compreenso da atual reconfigurao comunicacional, bem como informaes

    provenientes de pesquisas que versam sobre as transformaes do contexto

    de consumo. Devido proeminncia do estado no mbito tecnolgico, buscou-

    se verificar o grau de aproveitamento dessas potencialidades pelo mercado de

    comunicao local. A partir dos dados obtidos, oriundos de entrevistas abertas

    com profissionais de comunicao e Tecnologia da Informao, proposta

    uma reflexo sobre o nvel de integrao e interao entre esses setores.

    Palavras-chaves: mobile marketing, comunicao, internet, tecnologia da

    informao, integrao.

  • ABSTRACT

    The following study intends to reflect about the panorama of mobile marketing,

    more specifically the local scenery. Some fundamental concepts to understand

    the current communicational reconfiguration were discussed, as well the

    informations from researchs which comments about the transformations in the

    perspective of consumption. Due to a prominence of Pernambuco in the field of

    technology, we attempted to verify the degree of utilization of its potential by

    local communication market. From the data obtained from the interviews with

    Communication and Information Technology professionals, a reflection about

    the level of integration and interaction between these areas is made.

    Keywords: mobile marketing, communication, internet, Information Technology,

    integration

  • SUMRIO

    INTRODUO ................................................................................................... 9

    1. Contextualizao do objeto de estudo ......................................................... 12

    2. Reconfigurao das mdias .......................................................................... 15

    3. Convergncia miditica, Inteligncia coletiva e cultura participativa ............ 17

    3.1 Interseo entre publicidade e entretenimento - Uma convergncia

    mercadolgica .......................................................................................... 20

    4. METODOLOGIA .......................................................................................... 22

    5. Penetrao e alcance da Internet ................................................................. 29

    5.1 Mercado Mobile e Publicidade em dispositivos mveis ....................... 36

    5.2 M-Commerce ...................................................................................... 37

    5.3 Aplicativos .......................................................................................... 39

    5.4 Web Advertising .................................................................................. 39

    5.5 Pesquisas via Mobile .......................................................................... 40

    5.6 Qr codes ............................................................................................. 42

    6. RESULTADOS E ANLISES ....................................................................... 42

    6.1 Coleta dos dados ................................................................................ 42

    Quadro 1 Profissionais de comunicao ....................................................... 43

    Quadro 2 Profissionais de empresas de T.I ................................................. 43

    7. ANLISE DAS ENTREVISTAS ................................................................... 44

    7.1 PROFISSIONAIS DA REA DE COMUNICAO ..................................... 45

    7.1.1 Concepo de custos em investimentos digitais .............................. 45

    7.1.2 Aspectos do comportamento local e externo .................................... 46

    7.1.3 Perspectivas em mdias tradicionais e online ................................... 48

    7.1.4 Percepo da integrao entre agncias de comunicao e clusters

    de T.I.......................................................................................................... 49

    7.2 PROFISSIONAIS DA REA DE TECNOLOGIA DA INFORMAO .........

    7.2.1 Comparao entre comportamento local e externo ........................... 51

    7.2.2 Perspectivas gerais e peculiaridades do setor .................................. 53

    7.2.3 Percepo da integrao entre agncias de comunicao e clusters

    de T.I.......................................................................................................... 54

  • 8. CONSIDERAES FINAIS ......................................................................... 57

    REFERNCIAS ................................................................................................ 60

    APNDICES ..................................................................................................... 63

    APNDICE A MODELO DA ENTREVISTA PROFISSIONAIS DE

    COMUNICAO .............................................................................................. 64

    APNDICE B MODELO DA ENTREVISTA PROFISSIONAIS DE

    TECNOLOGIA DA INFORMAO ................................................................... 65

    ANEXOS .......................................................................................................... 66

    Anexo 1 ............................................................................................................ 66

    Anexo 2 ............................................................................................................ 73

    Anexo 3 ............................................................................................................ 76

    Anexo 4 ............................................................................................................ 80

    Anexo 5 ............................................................................................................ 83

    Anexo 6 ........................................................................................................... 87

    Anexo 7 ............................................................................................................ 90

    Anexo 8 ............................................................................................................ 93

    Anexo 9 ............................................................................................................ 95

    Anexo 10 .......................................................................................................... 99

  • LISTA DE FIGURAS, GRFICOS E QUADROS

    FIGURA 1 GRFICO DE USURIOS COM ACESSO INTERNET POR 100 HABITANTES

    ......................................................................................................................... 29

    FIGURA 2 INFOGRFICO COM PORCENTAGEM DE USURIOS MVEIS NO MUNDO ... 31

    FIGURA 3 INFOGRFICO COM PROJEO DE USURIOS DE INTERNET MVEL E

    COMPUTADORES DE MESA. ............................................................................... 31

    FIGURA 4 INFOGRFICO COM PERFIL E HBITOS DE CONSUMO NO BRASIL ........... 34

    FIGURA 5 INFOGRFICO COM PERFIL DOS ENTREVISTADOS NO BRASIL ................ 35

    FIGURA 6 INFOGRFICO SOBRE O USO DO SMARTPHONE NO BRASIL .................... 36

    FIGURA 7 INFOGRFICO SOBRE CONSUMIDORES E MOBILE MARKETING .............. 38

    FIGURA 8 INFOGRFICO SOBRE COMPRAS EM SMARTPHONES ........................... 39

    FIGURA 9 INFOGRFICO SOBRE PESQUISA EM SMARTPHONES ............................. 41

    FIGURA 10 INFOGRFICO SOBRE DISTRIBUIO DE INVESTIMENTOS EM ANNCIOS

    MVEIS .............................................................................................................. 42

  • 10

    INTRODUO

    A evoluo dos dispositivos tecnolgicos nos mais diversos mbitos vem

    transformando as relaes entre as pessoas e o espao urbano. A atual

    configurao comunicacional nos coloca em meio a novos paradigmas que

    reconstroem as dinmicas de interao e sociabilidade. As tecnologias sem fio

    proporcionam o acesso informao de forma ubqua e permanente. Esse

    cenrio se traduz na dinmica das aes de marketing que gradualmente

    focam na mobilidade da informao.

    No que concerne publicidade, a consolidao da internet como meio

    receptivo para os anunciantes tem remetido a estratgias distintas para atingir

    o pblico-alvo. E as aes desenvolvidas para os suportes mveis

    correspondem aos desdobramentos provenientes da web.

    O acesso aos smartphones vem crescendo exponencialmente e o mobile

    marketing j alcana status de consolidao, atraindo cada vez mais

    investimentos. Estatsticas apontam que em 2014 o acesso mvel internet

    ultrapassar o acesso pelo desktop1. Esse cenrio envolve competncias

    complexas e ainda pouco disponveis. Podemos destacar questes

    concernentes viabilidade de projetos tcnicos na rea de T.I e

    os aspectos criativos que causam interesse e mobilizao do target,2

    provenientes de aes de comunicao.

    Dada pujana j demonstrada pelo setor de tecnologia da informao no

    estado de Pernambuco, por sediar um cluster tecnolgico de renome

    internacional, cabe indagar se h a devida explorao dessas potencialidades

    pelo mercado publicitrio recifense. Dentre diversas formas de aclarar essas

    questes, uma das possibilidades seria discutir o grau de integrao das

    agncias de comunicao com esses fornecedores localmente disponveis.

    Pretende-se no presente trabalho de pesquisa, mapear os padres correntes

    1 Disponvel em Acesso em

    21 ago de 2013. 2 Pblico-alvo

  • 11

    da integrao entre reas de tecnologia e comunicao, a partir de discusses

    relacionadas s percepes de negcio desses profissionais. As entrevistas

    abertas indagaro sobre a prtica dos anunciantes, priorizando aspectos de

    seu comportamento e viso de mercado. Tambm sero abarcados pontos

    sobre motivaes e estratgias utilizadas pelos entrevistados em suas aes.

    Finalmente ser verificado o nvel de integrao e inter-relao entre os dois

    campos

    Propomos, assim, um estudo que, com base em aportes tericos e utilizando-

    se da obteno e cruzamento de dados, possa apontar traos desse contexto

    mercadolgico.

    Est presente, contudo, a conscincia das limitaes do que pode ser extrado

    de um pequeno nmero de entrevistas com carter exploratrio e que, por seu

    escopo tende a no abranger uma gama muito extensa de aspectos. De

    qualquer forma, acreditamos na possibilidade da abertura, aqui, de discusses

    de evidente interesse para o momento vivido pelo setor publicitrio da regio.

  • 12

    1. Contextualizao do objeto de estudo

    Para melhor compreender os fenmenos acerca da mobilidade da informao

    atravs dos dispositivos mveis, faz-se necessrio remontar ao surgimento da

    web e seu impacto no contexto comunicacional e de consumo.

    Inicialmente os sites eram muito simples com relao forma, dotados de

    pequenos textos e poucas imagens, no entanto, apenas os webdesigners

    possuam expertise para format-los. A partir de 1999, com a criao de

    ferramentas de auxlio aos usurios, como o Geocities e o Blogger, a edio

    tornou-se um pouco mais acessvel (BOQUIMPANI, 2009).

    A publicidade foi-se apropriando de recursos digitais para promover alguns

    servios e produtos. A partir da dcada passada disponibilizou-se no mercado

    a internet mvel. No incio havia uma adaptao do trfego de internet ao sinal

    da rede de celulares, posteriormente foram se instituindo formas de trnsito de

    dados dedicadas, que seguem evoluindo, chegando hoje a sua terceira e

    quarta geraes (3G e 4G).

    A mobilidade, nesse sentido, surge como um desdobramento da possibilidade

    de conexo e interao oferecida pelo advento da internet, que constitui a base

    material para a expanso da lgica de redes, como uma forma de organizao

    social. Castells comenta esse aspecto:

    "Redes so estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos ns desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos cdigos de comunicao (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho). Uma estrutura social com base em redes um sistema aberto altamente dinmico suscetvel de inovao sem ameaas ao seu equilbrio." (CASTELLS, 1999, pag. 499)

    Esse autor ressalta, desse modo, o papel agregador que as tecnologias da

    informao e comunicao (TIC) exercem, formando um novo paradigma

    sociotcnico, possibilitado pela sociedade em rede.

  • 13

    Devido ao desenvolvimento das TICs, ocorre a convergncia das mdias, que

    torna possvel que os mesmos contedos possuam uma indita capacidade de

    circular por diferentes meios, os quais tambm podem ser unidos em uma

    nica plataforma. Esse fenmeno possibilita principalmente a integrao dos

    meios de comunicao que mesclam suas caractersticas em novas

    configuraes.

    Por convergncia refiro-me ao fluxo de contedos atravs de mltiplos suportes miditicos, cooperao entre mltiplos mercados miditicos e ao comportamento migratrio dos pblicos dos meios de comunicao, que vo a quase qualquer parte em busca das experincias de entretenimento que desejam. Convergncia uma palavra que consegue definir transformaes tecnolgicas, mercadolgicas, culturais e sociais, dependendo de quem est falando e do que imaginam estar falando.(JENKINS,2008,pag. 27)

    Nesse sentido, cabe aos estudos comunicacionais atuais estudar as narrativas

    em suas formas transmiditicas correntes extrapolando as questes

    meramente tecnolgicas, visto que vivenciamos o desenvolvimento de uma

    mudana cultural em relao ao novo consumidor, medida que

    continuamente incentivado a buscar informaes e realizar conexes em

    diferentes contedos de mdia.

    As transformaes no posicionamento do internauta decorrem de sua maior

    conscientizao quanto apropriao da informao e aumento do potencial

    comunicativo, principalmente atravs do controle das mdias.

    O maior poder que espectador dispe na interao e produo de contedo

    bem como suas novas potencialidades de agrupamento em comunidades so

    analisados por LEVY (1998, apud JENKINS, 2008) em conceitos por ele

    nomeados como comunidades de conhecimento e inteligncia coletiva. Em

    suas elaboraes, ele enfatiza a capacidade das comunidades virtuais em

    alavancar uma expertise combinada de seus membros, atestando a

    impossibilidade de um nico ser humano ou grupo de pessoas dominar todo o

    conhecimento e todas as habilidades.

  • 14

    No mbito mercadolgico, essas mudanas de paradigmas interferem nos

    modelos tradicionais de negcio, configurando um panorama no qual o

    consumidor tende a ser mais exigente e seletivo em suas escolhas, como

    tambm pautando as mensagens para ele direcionadas.

    A chave para entender a mudana a transferncia de poder: de quem faz e distribui os produtos de entretenimento para quem os consome. Em outras palavras, o poder est migrando dos estdios de cinema, das redes de televiso, das gravadoras e das agncias de propaganda para o sujeito no sof com o controle remoto, ou para a mulher que compra uma entrada de cinema no multiplex do seu bairro, ou para o adolescente que baixa msicas na internet. O consumidor ganhou poder e liberdade.(DONATON, 2007, p. 25)

    Sabe-se que so diversas as possibilidades de alcanar o consumidor atravs

    de estratgias distintas e so infinitas as formas de compartilhamento do

    conhecimento, potencializados pelo desenvolvimento continuado de novos

    sistemas e plataformas. Analisando o grau de mudana e as incertezas dele

    decorrentes visualiza-se um objeto passvel de anlise, no qual h espao para

    discusso de fenmenos miditicos, bem como reflexo acerca das

    transformaes paradigmticas discutidas durante a elaborao desse estudo.

    .

  • 15

    2. Reconfigurao das mdias

    Os meios de comunicao de massa emergem no sculo XV, com o advento

    dos tipos mveis de imprensa introduzidos por Gutenberg. poca somente

    uma elite bastante restrita tinha acesso aos meios, de modo que o efeito

    disseminador dos veculos de mdia era bastante reduzido e o alcance no

    possua um efeito to eficaz nas camadas mais populares.

    A partir da segunda metade do sculo XIX, com a Revoluo Industrial,

    observou-se a criao de condies estruturais para que a cultura de massa

    pudesse emergir, sobretudo atravs do modo de produo capitalista e na

    padronizao de bens de consumo.

    Durante muito tempo, as mdias massivas predominaram dentre os veculos de

    comunicao, configurando um fluxo unidirecional no qual no h muita

    possibilidade de interao com o pblico.

    Se na cidade industrial os meios de massa configuram o espao urbano, na

    cibercidade contempornea ocorre o desenvolvimento de relao estreita entre

    mdias com funes massivas e as mdias digitais com novas funes ps-

    massivas (LEMOS, 2007).

    O autor diferencia com mais preciso as diferenas entre as funes:

    Por funo massiva compreendemos um fluxo centralizado de informao, com o controle editorial do plo da emisso, por grandes empresas em processo de competio entre si, j que so

    financiadas pela publicidade (...). As mdias de funo ps-massiva, por sua vez, funcionam a partir de redes telemticas em que qualquer um pode produzir informao, liberando o plo da emisso, sem necessariamente haver empresas e conglomerados econmicos por trs. (LEMOS, 2007, p.125)

    A quebra de paradigma do emissor da informao o fator primordial dentro

    desse contexto comunicacional, se antes falvamos de espectadores, que em

    parte, eram passivos, nos referimos agora a atores no sentido de ao e no

    da representao de personagens atravs de uma malha telemtica que

    permite uma troca de mensagens em mais de uma direo. (OLIVEIRA, 2009,

    pg.4)

  • 16

    A emergncia da Cibercultura transforma a natureza das relaes dos homens

    com a tecnologia dentro do ciberespao, meio de comunicao que se origina

    da interconexo mundial de computadores (LEVY apud OLIVEIRA, 2011). Na

    Cibercultura, o homem possui autonomia e espao de incluso para gerar

    contedo e expressar ideias, principalmente a partir da propagao de

    computadores domsticos.

    O indivduo comum, a partir das mdias ps-massivas, pde intervir na

    customizao, produo e disseminao de informaes com menos controle

    por parte de empresas ou concesses do Estado.

    A presente configurao comunicacional, no entanto, permite uma maior

    complexificao entre a rgida diferenciao dos meios em funo dos

    dispositivos. Existem mdias digitais funcionando como meios massivos e

    mdias analgicas com funes ps-massivas. A utilizao desse expediente

    pode ser remetida ao que Bolter & Grusin(1999) denominavam de remediao,

    a qual sugere a no eliminao de uma tecnologia por outra subsequente. O

    novo meio no elimina o anterior, mas o incorpora em suas formas (mediando

    novamente as antigas mdias). H dessa maneira, programas de rdio que

    utilizam postagens do Twitter3, jornais que fazem uso de blogs, bem como

    programas de televiso que remetem internet por meio de perguntas e

    comentrios dos internautas.

    A reestruturao do espao informacional corrobora a transformao

    decorrente desses processos ps-massivos que permitem a circulao da

    informao que anteriormente era confinada em espaos de baixo alcance

    3 O Twitter uma rede social e servidor para microblogging, que permite aos usurios enviar e receber

    atualizaes pessoais de outros contatos (em textos de at 140 caracteres, conhecidos como "tweets"). Disponvel em: . Acesso em16 de out. de 2012.

  • 17

    3. Convergncia miditica, Inteligncia coletiva e cultura participativa

    No final da dcada passada, o estouro da bolha pontocom representou o fim do

    debate acerca do paradigma da revoluo digital. No auge da euforia anterior

    reinava a impresso de que os novos meios de comunicao digital mudariam

    tudo e que tradicionais veculos como rdio e televiso seriam aniquilados.

    Para George Gilder (apud JENKINS, 2008) terico que incorporava o esprito

    da poca, o computador no havia vindo para transformar a cultura de massa,

    mas para destru-la. (JENKINS, 2008).

    O tempo provou que os adeptos dessa corrente estavam equivocados, mas de

    fato, o ambiente miditico passou por uma reconfigurao em seus moldes.

    Hoje a convergncia o novo ponto de referncia, j que o futuro das

    configuraes atuais das indstrias de entretenimento parece incerto e a

    interao entre novas e antigas mdias tendem a se complexificar.

    O cientista poltico Ithiel de Sola Pool foi provavelmente o primeiro autor a

    delinear o conceito de convergncia como um poder de transformao dentro

    das indstrias miditicas (JENKINS, 2006, p. 35):

    Um processo chamado convergncia de modos est tornando imprecisas as fronteiras entre os meios de comunicao, mesmo entre as comunicaes ponto a ponto, tais como o correio, o telefone e o telgrafo, e as comunicaes de massa, como a imprensa, o rdio e a televiso. Um nico meio fsico sejam fios, cabos ou ondas pode transportar servios que no passado eram oferecidos separadamente. De modo inverso, um servio que no passado era oferecido por um nico meio seja a radiodifuso, a imprensa ou a telefonia agora pode ser oferecido de vrias formas fsicas diferentes. Assim, a relao um a um que existia entre um meio de comunicao e seu uso est se corroendo (POOL,apud JENKINS, 2006:35).

    Essa citao de Pool, que data de 1986, demonstra o desenvolvimento inicial

    da convergncia atrelada tecnologia que, mesmo antes da intensificao do

    uso de dispositivos mveis, j possibilitava o fluxo de contedos em um nico

    meio e a oferta de uma funo por diversos suportes miditicos.

  • 18

    Segundo Pavlk (2000:140), a nova mdia resultado de uma convergncia de

    vrios elementos, visto que Ns definimos new media (nova mdia) como a

    convergncia entre computadores, telecomunicaes e os meios tradicionais

    de comunicao. O resultado desta mistura digital online inclu a Internet.

    Convm ressaltar que o que Pavlk denominou de new media est mais

    prximo do que compreendido como convergncia miditica, pois indica uma

    interao entre os meios.

    Para Santaella (2004) o fenmeno da convergncia surge aps a digitalizao

    de dados, ou seja, a transformao das fontes de informao em cdigos

    binrios e sua posterior traduo em dispositivos compatveis com esse

    sistema de leitura. O desenvolvimento da evoluo digital permitiu um rpido

    avano dos suportes miditicos, fato que constitui um fator significativo para a

    autora:

    Foram assim fundidas, em um nico setor do todo digital, as quatro formas da comunicao humana: o documento escrito (imprensa, magazine, livro); o udio - visual (televiso, vdeo, cinema), as telecomunicaes (telefone, satlites, cabo) e a informtica (computadores, programas informticos). esse processo que tem sido referido pela expresso convergncia das mdias. (SANTAELLA, apud BITTENCOURT, 2009, p.5).

    Ademais da competncia tecnolgica que propicia o dilogo entre os meios,

    h o interesse de interao por parte da sociedade, ao manifestar

    pensamentos, criaes e interpretaes, assumindo assim o controle das

    mdias. A convergncia, nesse sentido, ocorre nas mentes dos consumidores

    e reporta a uma modificao cultural propiciada pela interao entre as

    pessoas.

    Jenkins em referncia ao terico Pierre Levy utiliza o conceito de inteligncia

    coletiva, que consiste em uma inteligncia distribuda por toda parte,

    incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma

    mobilizao efetiva das competncias (LEVY, apud JENKINS, 2007).

    A capacidade de combinar conhecimentos coletivamente o aspecto mais

    enfatizado por Jenkins, por permitir a associao de recursos e habilidades

    voltadas nesse caso para o aspecto do consumo. Apesar do rompimento de

  • 19

    antigas formas de comunidade social e do enfraquecimento dos laos

    familiares, segundo o autor, novas formas de comunidade esto surgindo de

    acordo com os interesses dos participantes, sendo mantidas por contnua troca

    de conhecimento e produo mtua. Essa produo coletiva de significados

    (JENKINS, 2008.p.28) tende a modificar diversas instncias da nossa

    sociedade, como a educao, o direito e a poltica.

    A circulao de informaes em variados suportes e meios combinada ao

    processo coletivo de contedo colaboram para a propagao do conhecimento,

    uma vez que, permite um aumento exponencial de pessoas envolvidas. A

    possibilidade de acesso aos universos de informaes e ideias criados na

    convergncia e a interao permitida pelas tecnologias das novas mdias

    forma, alm da inteligncia coletiva, uma inteligncia distribuda

    (BEIGUELMAN, 2010 apud FACCION, 2012).

    O conceito de cultura participativa embora bastante interligado ao de

    inteligncia coletiva denota um incipiente e complexo sistema de participao

    do usurio/consumidor em um cenrio miditico que, at pouco tempo era

    predominantemente dominado por grandes corporaes. No lugar de falar

    sobre produtores e consumidores de mdia como integrantes separados no

    contexto comunicacional, podemos agora consider-los como participantes

    interagindo em um novo conjunto de regras que ainda no entendido por

    todos. (JENKINS,2008.p.28)

    O empoderamento dos consumidores, facilitado pelo acesso aos dispositivos

    tecnolgicos, constituiu um cenrio em que o sujeito, anteriormente

    considerado a ponta de uma cadeia produtiva, se tornasse o protagonista do

    processo de comunicao. Para muitos, esse novo sujeito ativo, questionador

    e disseminador. Ele se engaja em causas de seu interesse, como tambm

    compartilha contedos concernentes com seu ponto de vista.

    A multiface desse personagem pe em xeque hierarquias e fronteiras, antes

    claramente estabelecidas, entre produtores e consumidores, e tem ocupado o

  • 20

    imaginrio de profissionais que ainda no sabem lidar totalmente com esse

    novo processo.

    Esse fenmeno tem modificado os modelos de consumo e circulao de bens

    culturais, como consequncia, assistimos s tentativas dos conglomerados de

    mdia em criar novas modalidades de negcios, estratgias de mercado que

    sejam lucrativas e proporcionem o engajamento do consumidor de modo ainda

    mais imersivo em seus bens simblicos. (MAZETTI, 2009)

    3.1 Interseo entre publicidade e entretenimento - Uma convergncia

    mercadolgica

    As novas dinmicas que transformaram de modo irreversvel a configurao

    do espao e das prticas sociais, tambm afetaram as grandes indstrias.

    Diante da ineficcia dos modelos tradicionais que no mais supriam as

    necessidades do novo consumidor, essas corporaes viram-se obrigadas a

    dar respostas criativas em consonncia com o ambiente comunicacional

    vigente.

    O aumento na autonomia para produo e seleo de contedo pelo pblico

    propiciou uma elevada procura pelo entretenimento e informao segmentada,

    o que aponta para o caminho que at o momento vem sendo seguido pelos

    modelos de gerenciamento das empresas comerciais. As indstrias de

    propaganda buscam cada vez mais formas de aliar lazer e contedo a

    mensagens de cunho publicitrio, utilizando uma linguagem convidativa

    interao e colaborao.

    Em vista do redesenho do sistema publicitrio, a interao entre processos

    persuasivos e a linguagem ldica indica a redefinio de uma das dominantes

    que distinguem a publicidade. (NAKAGAWA, 2007).

    Scott Donaton, especialista sobre o tema, cunhou o termo Madison & Vine que

    faz aluso s ruas Madison em Nova York, notvel centro publicitrio dos

    Estados Unidos, e Vine, em Los Angeles, simbolizando a indstria

  • 21

    cinematogrfica do entretenimento. A unio desses cones representa uma

    promissora estratgia para conquista e fidelizao dos consumidores.

    O nome Madison & Vine uma rica descrio dessa interseo de contedo (programas de TV, filmes, msica, videogames, entre outros) e de comrcio (representado pela propaganda)... O que est em jogo no nada menos que a reinveno do negcio da comunicao do marketing, e para isso necessria uma mudana total de mentalidade, de um modelo baseado na intruso a um modelo estruturado no convite e na seduo do consumidor. (DONATON, 2007, p.21)

    Para o autor, essa mudana de poder proporciona modificaes na definio,

    criao, distribuio e consumo da comunicao do marketing, o que vai

    construir novas marcas, mas destruir outras, j que a sobrevivncia das

    mesmas depender do grau de abertura interao do consumidor.

    Na tica de Donaton e Jenkins, o consumidor concebido como um ator

    participante no processo do consumo e entender essa questo primordial

    para construo de modelos econmicos que atendam a essa nova demanda.

    A chave para entender a mudana a transferncia de poder: de quem faz e distribui os produtos de entretenimento para quem os consome. Em outras palavras, o poder est migrando dos estdios de cinema, das redes de televiso, das gravadoras e das agncias de propaganda para o sujeito no sof com o controle remoto, ou para a mulher que compra uma entrada de cinema no multiplex de seu bairro, ou para o adolescente que baixa msica na internet. O

    consumidor ganhou poder e liberdade (DONATON, 2007 p. 25).

  • 22

    4. METODOLOGIA

    Muniz e Octavian (2003, p.22) definem o processo metodolgico como o

    conjunto de instrumentos que devero ser utilizados na investigao e que tem

    por finalidade encontrar o caminho mais racional para atingir os objetivos

    propostos.

    Para o desenvolvimento do estudo, a ferramenta metodolgica escolhida foi a

    pesquisa exploratria. Tal procedimento apresenta um carter qualitativo e

    contextual, e se justifica principalmente pela escassez de informaes acerca

    de um objeto que, por sua natureza incipiente possui pouco material

    bibliogrfico.

    (...) a pesquisa exploratria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, apropriada para os primeiros estgios da investigao quando a familiaridade, o conhecimento e a compreenso do fenmeno por parte do pesquisador so, geralmente, insuficientes ou inexistentes. (MATTAR, 1997, p. 80).

    GIL (2002, apud CARVALHO, 2009) corrobora a afirmao, ao comentar sobre

    o tipo exploratrio Estas pesquisas tm como objetivo proporcionar maior

    familiaridade com o problema, com vistas a torn-lo mais explcito ou a

    construir hipteses. Pode-se dizer que estas pesquisas tm como objetivo

    principal o aprimoramento de idias ou a descoberta de intuies. Por esse

    motivo, esse tipo apropriado para os estgios iniciais da investigao quando

    a familiaridade, o conhecimento e a compreenso do fenmeno por parte do

    pesquisador so, em sua maior parte, insuficientes ou inexistentes.

    Para Santos (1991, apud Rvillion, 2001) o uso desse expediente o contato

    inicial com o tema a ser analisado, com os sujeitos a serem investigados e com

    as fontes secundrias disponveis. Desse modo, o pesquisador deve ter uma

    atitude receptiva s informaes e dados da realidade social, ademais de uma

    postura flexvel e no formalizada.

    Nickels e Wood (1999, p. 91) comentam a finalidade dessa pesquisa com um

    maior enfoque na rea de Marketing,

  • 23

    Um tipo de pesquisa preliminar projetada para mostrar de forma mais completa a natureza do problema e da situao atual e apontar o caminho para pesquisas futuras. A pesquisa exploratria pode incluir conversas com especialistas na rea em questo e a verificao de bancos de dados de Marketing disponveis ou fontes externas para informao a respeito de problemas similares (NICKELS e WOOD, 1999, p. 91).

    Acrescenta-se ainda, o que Rvillion aponta de uma forma geral, como os

    principais objetivos do uso da pesquisa exploratria (Mattar, 1994; Malhotra,

    1993; Sampieri et al., 1991):

    Familiarizar e elevar a compreenso de um problema de pesquisa em

    perspectiva;

    Ajudar no desenvolvimento ou criao de hipteses explicativas de fatos

    a serem verificados numa pesquisa causal.

    Auxiliar na determinao de variveis a serem consideradas num

    problema de pesquisa;

    Verificar se pesquisas semelhantes j foram realizadas, quais os

    mtodos utilizados e quais os resultados obtidos, determinar tendncias,

    identificar relaes potenciais entre variveis e estabelecer rumos para

    investigaes posteriores mais rigorosas;

    Investigar problemas do comportamento humano, identificar conceitos

    ou variveis e sugerir hipteses verificveis.

    Em relao usual classificao das pesquisas, a exploratria adequa-se mais

    ao objetivo do trabalho, visto que no tem a inteno de descrever as

    caractersticas acerca do fenmeno prprias da pesquisa descritiva

    principalmente por ainda no possuir embasamento rigidamente institudo

    sobre o assunto. Tambm no almeja a identificao dos fatores que

    determinam ou que contribuem para a ocorrncia dos fenmenos relativa

    pesquisa explicativa pois requer um elevado grau de detalhamento e

    descrio do objeto de estudo. Sampieri (1991, p.60) afirma que os estudos

    exploratrios raramente constituem um fim em si mesmos:

  • 24

    Eles se caracterizam por serem mais flexveis em sua metodologia em comparao com os estudos descritivos ou explicativos, e so mais amplos e dispersos que estes dois ltimos tipos (por exemplo, buscam observar tantas manifestaes do fenmeno estudado quanto for possvel).

    O planejamento do mtodo exploratrio possui carter bastante flexvel e

    intuitivo, possibilitando assim a considerao de diversos aspectos e fatores,

    que por no estarem hermeticamente constitudos podem revelar percepes e

    conhecimentos inditos. Essa caracterstica se aplica ao estudo em questo, j

    que permite obter maior viso sobre o cenrio local.

    Embora mais adequada ao objetivo do trabalho em questo, existem algumas

    limitaes que merecem ser discutidas. A primeira diz respeito baixa

    quantidade de dados e pesquisas que retratem a realidade local, de modo que

    as informaes sobre o mbito tecnolgico e publicitrio esto dispersos na

    rede, dificultando assim uma viso mais ampliada do cenrio recifense. Apesar

    dos esforos para prover um maior conhecimento sobre esses setores, outros

    aspectos sero menos apreciados, devido impossibilidade de abranger todo o

    panorama local.

    Outra limitao refere-se ao difcil acesso aos especialistas da rea, que por

    suas rotinas atribuladas, no possuem muita disponibilidade para serem

    entrevistados. Por esse motivo, em vez da entrevista com os profissionais de

    trs agncias vencedoras do Prmio Pernambuco de Propaganda (no meio

    internet, em 2011) e do acesso a trs dirigentes da rea de T.I como dito no

    anteprojeto o meio mais vivel encontrado foi a aplicao de questionrios

    abertos, para alguns profissionais de marketing e comunicao bem como

    profissionais de T.I ligados s novas mdias que, claro, estivessem acessveis

    para a pesquisa, por meio de entrevista pessoal, e-mail ou Skype.

    A partir do pressuposto inerente de encontrar hipteses de investigao e da

    flexibilizao caractersticas do estudo, os expedientes escolhidos para serem

    empregados so: o levantamento em fontes secundrias, anlises

    quantitativas, e survey.

  • 25

    Em relao aos dados secundrios, Churchill e Peter (2000, apud FERRAZ e

    AYRES, 2009) explanam que os pesquisadores podem obter as informaes

    necessrias ou, pelo menos, estreitar o mbito da procura usando dados

    coletados para alguma outra finalidade. O governo e as organizaes

    empresariais configuram-se como as principais fontes externas de dados

    secundrios; So aqueles dados que no foram coletados para o estudo

    imediato em mos, mas para algum outro fim.

    Nickels e Wood (1999, p. 93) reiteram a finalidade dos dados secundrios:

    So dados e nmeros que j foram colhidos para um outro propsito. Tais materiais disponveis so um bom lugar para se comear quando se est buscando uma descrio de um novo mercado ou segmento de consumidores, ou quando voc precisa de informaes para formar uma hiptese. Os dados secundrios tambm podem dar idias valiosas a respeito da natureza ou extenso do problema, reas para pesquisa futura e possveis solues. (NICKELS e WOOD, 1999, p. 92).

    Para conhecimento do cenrio local, faz-se necessria a coleta dessas

    informaes secundrias de vis principalmente econmico, ligada ao

    crescimento e faturamento do mercado mobile no pas. Esses dados so

    baseados em consultas bibliogrficas e estatsticas, de forma a colher os dados

    mais relevantes e pertinentes ao estudo.

    As anlises quantitativas, por sua vez tm o objetivo de evidenciar os

    elementos significativos e dados estruturados, em forma de nmeros,

    percentuais e grficos, oriundos das coletas, possibilitando assim uma melhor

    compreenso do cenrio em questo. Para Freitas e Janissek (2000, apud

    Viera e Tibola, 2005) a anlise quantitativa procura quantificar os dados e

    aplica-se alguma forma da anlise estatstica para tratamento dos dados.

    Dentro do mtodo de pesquisa quantitativo, o survey mostrou-se mais

    apropriado ao estudo, no entanto, aspectos de outros mtodos de forma

    combinada o multimtodo podem ser utilizados para tentar abarcar a

    complexidade e especificidades do trabalho.

  • 26

    A pesquisa survey pode ser definida como a obteno de dados ou

    informaes sobre caractersticas, aes ou opinies de um determinado grupo

    de pessoas, indicado como representante de uma populao alvo, por meio de

    um instrumento de pesquisa, normalmente um questionrio (TANUR apud

    FREITAS et al., 2000: 105)

    Conforme Gil, essa pesquisa caracterizada pela:

    interrogao direta das pessoas, cujo comportamento se deseja conhecer. Solicita-se informaes a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante anlise quantitativa, obter as concluses correspondentes dos dados coletados (GIL, 1999, p. 70).

    Ao tentar entender um pouco do comportamento de um determinado grupo,

    pode-se observ-lo em sua realidade e indagar aos entrevistados o que

    pensam ou fazem em relao ao objeto do estudo. Para Gnther (2003, p.2)

    deve-se ater ao objetivo conceitual da pesquisa e o grupo a ser estudado, por

    exemplo, ao estudar as formas do uso de dispositivos mveis para grupos de

    jovens de 20 a 35 anos, finalidades do uso seriam o conceito e os grupos de

    jovens, a populao alvo, analisando, pois, as principais atividades fins do

    uso desses suportes, o perfil psicogrfico e socioeconmico dos jovens, entre

    outros aspectos.

    A utilizao desse mtodo recomendada quando:

    Se deseja responder questes do tipo o que?, porque?, como? e

    quanto?, ou seja quando o foco do interesse sobre o que est

    acontecendo, ou como e por que isso est acontecendo;

    No se tem interesse ou no possvel controlar as variveis

    dependentes e independentes;

    O ambiente natural a melhor situao para estudar o fenmeno de

    interesse;

    O objeto de interesse ocorre no presente ou no passado recente;

  • 27

    Dillman e Fowler apud Pinsonneault e Kraemer (1993) indicam trs elementos

    principais na avaliao de uma pesquisa survey: desenho de pesquisa,

    amostragem e coleta de dados.

    Dessa forma, de acordo com o objetivo da pesquisa deve-se determinar sua

    forma, aplicao, populaoalvo e tamanho da amostra. Para Gil (1989),

    Amostra refere-se refere-se ao subconjunto do universo ou da populao, por

    meio do qual se estabelecem ou se estimam as caractersticas desse universo

    ou populao [...]. No caso do trabalho em questo, o tipo de amostragem

    escolhido foi a no aleatria, utilizada quando o pesquisador escolhe o

    elemento mais pertinente, intencionalmente, por representar um grupo

    especfico com uma caracterstica que representa a populao-alvo ou por

    outro motivo que julgue principal.

    A escolha do desenho da pesquisa permite a resoluo das perguntas de

    investigao e a aplicao das mesmas ao contexto do estudo. Para

    SAMPIERI et al. (1997), o desenho chama a ateno do investigador para o

    que este pode fazer para alcanar seus objetivos. A denominao desenho

    refere-se estratgia escolhida, no nosso caso, a survey corte-tranversal ou

    inter-seccional (amostras coletadas em um s momento, onde se pretende

    descrever e analisar as variveis em um dado momento) foi considerada a

    mais conveniente.

    Dentre os vrios instrumentos para a realizao da pesquisa survey, o

    questionrio foi o expediente escolhido, que de acordo com a disponibilidade

    do entrevistado poder ser aplicado, ou no, na forma de entrevista.

    Na elaborao de questionrios, alguns cuidados devem ser tomados (Gil,

    1991; Perrien, Cheron & Zins, 1984):

    Somente questes relacionadas ao problema devem ser includas;

    O nmero de perguntas deve ser limitado;

    O respondente no deve se sentir incomodado ou constrangido para

    responder as questes;

    As questes devem ser redigidas de forma clara e precisa, considerando

    o nvel de Informao dos respondentes;

  • 28

    As questes devem possibilitar uma nica interpretao e conter uma

    nica ideia;

    Dentre os tipos mais comumente utilizados, foi escolhido, o no estruturado, no

    qual o respondente sabe qual o objetivo da pesquisa, e utiliza-se

    principalmente questes abertas.

    As principais vantagens do uso do questionrio (MARCONI & LAKATOS, 1996;

    MATTAR, 1996) so: o menor nmero de pessoas envolvidas, a economia de

    custo, tempo, viagens, com obteno de uma amostra maior.

    J o tipo escolhido para entrevista, foi o despadronizado (no estruturado), em

    que h o uso de questes abertas e o entrevistador tem liberdade de formular

    novas questes, conduzindo a entrevista.

    Por sua vez, as maiores vantagens da entrevista so: a presena do

    entrevistador para dirimir dvidas , explicar as questes, alm de possibilitar

    um controle da amostra facilitando a obteno de informaes significativas

    para a pesquisa.(BOYD & WETFALL, 1964; MARCONI & LAKATOS, 1996;

    MATTAR, 1996)

    O estudo optou pelas perguntas abertas, visto que h a possibilidade de os

    entrevistados responderem s questes com suas prprias palavras, de modo

    dissertativo. Sendo assim, a coleta (MATTAR, 1996) permite uma quantidade

    maior de dados, sem a influncia de respostas predeterminadas e de fcil

    elaborao.

    O desenho do survey foi assim definido, com intuito de permitir maior interao

    e observaes dos entrevistados, para maior obteno de dados relevantes

    para o estudo.

    Por fim, visando melhor aproveitamentos das informaes coletadas,

    posteriormente ao retorno dos questionrios(quando no for possvel, o uso

    das entrevistas) antes de sua anlise, haver a verificao dos dados. Segundo

    MATTAR (1996), a verificao consiste em analisar se todas as questes foram

    respondidas, se as respostas abertas foram escritas legivelmente, se o texto

  • 29

    compreensvel, e se o respondente seguiu corretamente as instrues de

    preenchimento, e tambm se existe coerncia nas respostas.

    5. Penetrao e alcance da Internet

    A consolidao da rede como um espao de comunicao confivel, bilateral e

    interativo, bem como a popularizao de ambientes para o seu uso propiciou

    um ascendente nmero de participantes. Somente em 2011 a populao de

    usurios da internet no planeta aumentou 11%, alcanando 2,3 bilhes de

    pessoas, segundo a Medio da sociedade informativa, da Unio Internacional

    de Comunicaes Eltricas4.

    FIGURA 1 GRFICO DE USURIOS COM ACESSO INTERNET POR 100

    HABITANTES5

    O trfego de internet por meio de aparelhos mveis, por sua vez chegou a 10%

    do total de acessos no mundo, de acordo com o jornal espanhol El Pais.

    4 Disponvel em: < http://portuguese.ruvr.ru/2012_10_11/90952091/> Acesso em 06 de nov. de 2012.

    5 Disponvel em: < http://urlm.in/plgp> Acesso em 06 de nov. de 2012.

  • 30

    Globalmente, o setor mobile uma tendncia com grande potencial de

    expanso, j que 87% da populao ou 5,9 bilhes de pessoas possuem um

    celular, sendo que 59% dos usurios gastam em mdia 40 minutos na internet

    mvel ou em aplicativos. Essa atividade faz parte do cotidiano de 1.2 bilhes

    de pessoas que j utilizam a web atravs de dispositivos mveis, 17% da

    populao mundial, que foram responsveis por 8,5% do trfego em sites web

    em janeiro de 2012. A Com Score afirma inclusive, que at a metade de 2014,

    as pesquisas via mobile iram superar o mtodo tradicional.6

    6 Disponvel em:< http://bsbmarketingdigital.com/mobile-marketing/> Acesso em 26 de nov. de 2012

  • 31

    FIGURA 2 INFOGRFICO COM PORCENTAGEM DE USURIOS MVEIS NO MUNDO7

    FIGURA 3 INFOGRFICO COM PROJEO DE USURIOS DE INTERNET MVEL E

    COMPUTADORES DE mesa.8

    No Brasil, aproximadamente metade da populao tem acesso internet, seja

    no domiclio, lan house ou outro local. Segundo dados do Ibope Nielsen Online,

    no segundo trimestre de 2012, o nmero de internautas brasileiros chegou a

    83,4 milhes, o que representa um aumento de 7% sobre o segundo trimestre

    do ano passado. Esse resultado comprova a trajetria crescente do pas nesse

    aspecto. No segundo trimestre de 2009 o Brasil tinha 64,8 milhes de pessoas

    conectadas. No ano seguinte esse nmero saltou para 73,7 milhes. No

    7 Infogrfico Poderoso Mobile criado pela Culture Label.com. Disponvel em <

    http://www.mobilepedia.com.br/noticias/infografico-mostra-a-forca-de-mobile-mundialmente> Acesso em 05 de nov. de 2012. 8 Disponvel em:< http://bsbmarketingdigital.com/mobile-marketing/> Acesso em 26 de nov. de 2012.

  • 32

    mesmo perodo do ano passado 77,8 milhes de pessoas estavam conectadas

    internet.9.

    O acesso internet mvel tambm est em plena expanso, principalmente

    devido popularizao e aperfeioamento constante da tecnologia de

    smartphones10 e tablets11.

    O pas juntamente com a frica do Sul lidera a lista de pases com acesso

    online mvel, de acordo com um estudo elaborado pela empresa de consultoria

    tecnolgica Accenture, que concluiu que no ano passado, 77% e 79,5% dos

    usurios de internet nos respectivos pases, fizeram uso do servio atravs de

    aparatos mveis12. A previso de que at 2015 o nmero de brasileiros que

    acessam contedo atravs desses dispositivos aumente para 110,5 milhes,

    segundo o MobileModes, pesquisa da Yahoo em parceria com o Instituto

    Ipsos13.

    O Google em pesquisa no Brasil revela que 73% dos habitantes conectam-se

    internet todos os dias, buscando principalmente entretenimento, comunicao e

    informao. Estima-se que 14% da populao, ou 26 milhes de pessoas,

    possuem um smartphone e 40% utilizam-no pelo menos uma vez por dia.

    A frequncia com que os brasileiros verificam o seu aparelho tambm

    impressiona, visto que 60% afirmam fazer isso a cada 30 minutos e 35% a

    cada 10 minutos. O transporte pblico o meio preferido para o uso do

    smartphone e nove em cada dez brasileiros acreditam a tecnologia mvel

    9 Dados do AdRelevance, servio do IbopeNielsen Online que monitora a atividade publicitria na

    internet, disponibilizados pela revista Meio e Mensagem .Disponvel em : Acesso em 05 de nov. de 2012. 10

    Smartphone (telefone inteligente, numa traduo livre do ingls) um telemvel com funcionalidades avanadas que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional. Disponvel em . Acesso em 05 de nov. de 2012 11

    um dispositivo pessoal de acesso internet, tem formato similar a uma prancheta, e permite a visualizao de contedo online, leitura de livros, revistas, entre outros. Seu funcionamento similar a de um computador. Disponvel em: . Acesso em 05 de nov. de 2012. 12

    Disponvel em:< http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI6238900-EI12884,00-Brasil+esta+entre+lideres+do+acesso+a+internet+pelo+celular.html> Acesso em 05 de nov. de 2012. 13

    Disponvel em:< http://www.mobilepedia.com.br/noticias/brasil-tera-110-milhoes-de-internautas-moveis-em-2015> Acesso em 05 de nov. de 2012.

  • 33

    desempenha um relevante papel para educao e sade, segundo dados da

    Revista Time em parceria com a Qualcomm.14

    14

    Disponvel em:< http://www.inovadoresespm.com.br/os-smartphones-viraram-um-vicio/> Acesso em 10 de dez. de 2012.

  • 34

    FIGURA 4 INFOGRFICO COM PERFIL E HBITOS DE CONSUMO NO BRASIL15

    15

    Disponvel em:< http://www.televendasecobranca.com.br/televendas/brasil-e-destaque-em-compra-por-celular/> Acesso em 12 de nov. de 2012.

  • 35

    FIGURA 5 INFOGRFICO COM PERFIL DOS ENTREVISTADOS NO BRASIL16

    16

    Infogrfico realizado pela Polvo Digital com dados da pesquisa Our mobile planet realizado pelo Google. Disponvel em < http://esquilo.mobi/wp-content/uploads/2012/08/infogr%C3%A1fico-our-mobile-planet.jpg> Acesso em 05 de nov. de 2012

  • 36

    FIGURA 6 INFOGRFICO SOBRE O USO DO SMARTPHONE NO BRASIL17

    5.1 Mercado Mobile e Publicidade em dispositivos mveis

    Os investimentos em aes mobile tambm possuem um crescimento

    expressivo, impulsionados pelo cenrio de engajamento e interao dos

    consumidores na rede. As empresas utilizam os canais mveis para veiculao

    de campanhas, divulgao e venda de produtos e servios, bem como

    iniciativas que visam ao relacionamento com diferentes pblicos. Segundo

    estudo da eMarketer, empresa especializada em dados de marketing digital,

    mdia e comrcio eletrnico, a publicidade para celulares e tablets atingiu US$

    8,41 bilhes em 2012 e estima -se um ritmo de crescimento na casa de dois

    dgitos nos prximos anos, com um budget prximo de US$ 37 bilhes em

    2016, ano da Olimpada no Rio18. A Telecoms & Media, por sua vez estima

    que a receita mundial de contedo mvel passar dos atuais US$ 40,7 bilhes

    para R$ 131 bilhes em 2016, esse relatrio trata como contedo mvel as

    msicas, jogos, vdeos, chats, mensagens de texto, mensagens multimdia e

    IMs.19

    Os recursos mais utilizados aliam entretenimento informao e priorizam os

    usurios jovens, que so mais receptivos a novidades e abertos para a

    experimentao. Em pesquisa realizada em dezembro passado pela agncia

    mBlox nos EUA e Reino Unido, foram entrevistados mais de quatro mil jovens

    usurios de celulares de18 a 24 anos de idade, revelando que nove entre dez

    gastam em mdia de uma a cinco horas por dia conectados ao seus

    dispositivos mveis. Cerca de um tero revelou que gostaria de receber avisos

    de promoes e anncios via celular; 40% s querem receber o que

    17

    Disponvel em:< http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2013/01/04/Publicidade-no-mobile-dobra-no-mundo.html#ixzz2Ri6zXawT> Acesso em 27 de abr. de 2013 18

    Disponvel em:< http://www.sandraturchi.com.br/artigos/05/mobile-marketing-potencial-ainda-a-ser-melhor-explorado/> Acesso em 12 de nov. de 2012. 19

    Disponvel em:< http://www.mobilepedia.com.br/noticias/conteudo-movel-deve-movimentar-us-131-bi-em-quatro-anos> Acesso em 12 de nov. de 2012.

  • 37

    fundamental para eles; e um entre trs consumidores j utilizaram o telefone

    celular para comprar produtos ou servios.20

    5.2 M-Commerce

    O comrcio eletrnico mvel, ou seja, a venda de produtos e servios atravs

    de dispositivos mveis deve apresentar um elevado crescimento no pas, a

    estimativa que esse segmento movimente cerca de R$ 2 bilhes de reais at

    o final de 2013, contra os R$ 132 milhes alcanados no primeiro semestre de

    2012, segundo a Cmara Brasileira de Comrcio Eletrnico.21 At 2015, o

    crescimento desse segmento deve ser de 35% em Amrica Latina22. De acordo

    com pesquisa realizada pela Hi-Mdia e M.Sense, um em cada trs usurios de

    smartphone ou tablet j realizou compras usando seus dispositivos mveis, j

    93% dos entrevistados disseram buscar informaes e indicaes sobre

    produtos e servios via suportes mveis. A estimativa para o valor de compras

    pelos celulares de US$ 1 trilho em 2017, em todo o mundo, segundo uma

    pesquisa divulgada pela IDC. O estudo confirma a preferncia pelo

    entretenimento, j que esse volume inclui a compra de msicas e filmes

    consumidos nos prprios smartphones e tablets e as compras feitas no

    navegador dos aparelhos.23.

    20

    Disponvel em:< http://www.pontomarketing.com/marketing/mobile-marketing-potencial-ainda-a-ser-melhor-explorado/#ixzz2C3Wm7pIz > Acesso em 12 de nov. de 2012. 21

    Disponvel em:< http://www.incorporativa.com.br/mostranews.php?id=9215> Acesso em 12 de nov. de 2012. 22

    Disponvel em: < http://www.baguete.com.br/noticias/08/01/2013/m-commerce-tera-crescimento-de-35-ate-2015-na-al> Acesso em 24 de abr de 2013. 23

    Disponvel em:< http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/11/compras-com-celulares-chegarao-us-1-trilhao-em-2017-diz-pesquisa.html> Acesso em 19 de nov. de 2012.

  • 38

    FIGURA 7 INFOGRFICO SOBRE CONSUMIDORES E MOBILE MARKETING24

    24

    Disponvel em:< http://blog.vectornet.com.br/dicas/quem-consome-mobile-marketing/> Acesso em 12 de nov. de 2012.

  • 39

    FIGURA 8 INFOGRFICO SOBRE COMPRAS EM SMARTPHONES25

    5.3 Aplicativos

    O download de aplicativos para smartphones e tablets tem sido responsvel

    pelo alto desempenho do mobile 2.0, o qual utiliza as plataformas mveis para

    gerar negcios para as marcas e aumentar os lucros das empresas. O relatrio

    Mobilize de Inteligncia de Mercado, desenvolvido pela Aorta, empresa do

    Grupo.Mobi divulgou que embora 96% dos 30 bilhes de downloads de apps

    em todo o mundo tenham sido realizados gratuitamente em 2011, no perodo, o

    faturamento gerado por eles chegou a US$ 8,5 bilhes. Segundo o relatrio, o

    valor foi rentabilizado por meio de compras in-app, publicidade ou patrocnio.

    At 2016, a perspectiva que o segmento tenha uma receita de US$ 46

    bilhes.26

    5.4 Web Advertising

    Dentre a veiculao de anncios publicitrios em mobile devices,27 destacam-

    se o Mobile Web Banner (no topo da pgina), Mobile Web Poster (no p da

    pgina), o SMS (estima-se que represente 90% do mercado), o MMS

    (Multimedia Messaging Service28, considerado uma evoluo do SMS e com

    notvel crescimento no mundo), entre outros novos formatos. Em recente

    pesquisa divulgada pela Dynamic Logic, 24% dos usurios mveis que tiveram

    acesso a alguma tipo de publicidade mvel afirmaram que foram capazes de

    lembrar-se da marca de uma empresa que se utilizou dos anncios mveis

    para a sua comunicao.29Outro estudo publicado pelo Internet Advertising

    Bureau (IAB Brasil), mostra que o investimento em publicidade digital teve um

    aumento de 12% no primeiro trimestre de 2012 no Brasil, se comparado ao

    25

    Disponvel em:< http://services.google.com/fh/files/blogs/our_mobile_planet_brazil_pt_BR.pdf> Acesso em 29 de nov. de 2012. 26

    Disponvel em:< http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/mobile-2-0-gera-lucro-e-diminui-custos> Acesso em 12 de nov. de 2012. 27

    Dispositivos mveis 28

    Servio de mensagens multimdia uma tecnologia que permite aos celulares enviar e receber mensagens multimdia. Disponvel em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_de_mensagens_multim%C3%A9dia> Acesso em 12 de nov. de 2012. 29

    Disponvel em:< http://b2bmagazine.consumidormoderno.uol.com.br/opini-o/publicidade-nos-dispositivos-moveis-realmente-da-retorno-para-as-empresas> Acesso em 12 de nov. de 2012.

  • 40

    mesmo perodo do ano anterior. No total, o segmento faturou 840 milhes de

    reais, sendo 512 milhes em search (marketing de busca, como os links

    patrocinados no Google e Bing) e 330 milhes em display (anncios em

    banners e sites).30 A previso de que esse tipo de publicidade deva crescer

    37% ao ano, atingindo $22,5 bilhes de faturamento em 2016, ou seja, 15,2%

    de todo o gasto com publicidade online.31

    5.5 Pesquisas via Mobile

    As pesquisas atravs de dispositivos mveis geralmente so a primeira etapa

    de navegao na internet e revelam as intenes do consumidor online. Mais

    do que isso, esse comportamento est diretamente relacionado s transaes

    na rede. Em estudo divulgado pelo Google, 45% das pessoas que realizam

    alguma pesquisa de compra via smartphones ou tablets efetuam a compra pelo

    computador e 30% compraram em estabelecimentos fsicos na sequncia.

    Estima-se que 31% dos usurios de smartphone j compraram pelo dispositivo.

    A pesquisa ainda revela que 66% dos proprietrios de smartphone efetuam

    compras pelo celular pelo menos uma vez por ms.32

    30

    Disponvel em:< http://www.portalpintadas.com/2012/07/cresce-investimentos-em-publicidade.html > Acesso em 12 de nov. de 2012. 31

    Disponvel em:< http://www.mobradio.com.br/noticias/mobile-pode-representar-152-dos-investimentos-em-publicidade-online > Acesso em 12 de nov. de 2012. > Acesso em 12 de nov. de 2012. 32

    Disponvel em:< http://qdrops.blogspot.com.br/2012/11/o-crescimento-de-pesquisas-e-compras.html > Acesso em 26 de nov. de 2012.

  • 41

    FIGURA 9 INFOGRFICO SOBRE PESQUISA EM SMARTPHONES33

    O Google praticamente domina esse segmento e os investimentos em

    propaganda nesse site correspondem a 49% do total gasto em anncios

    mveis. O posicionamento do site interfere muito no processo de compra, visto

    que 90% dos cliques em pesquisa via dispositivos mveis ocorrem dentro das

    quatro primeiras posies.34 Para isso, o Google disponibiliza ferramentas

    como o Adwords35 e o Adsense36 que so ferramentas de publicidade online e

    otimizao de sites.

    33

    Disponvel em:< http://services.google.com/fh/files/blogs/our_mobile_planet_brazil_pt_BR.pdf> Acesso em 26 de nov. de 2012. 34

    Disponvel em:< http://bsbmarketingdigital.com/mobile-marketing/> Acesso em 26 de nov. de 2012. 35

    AdWords o principal servio de publicidade da Google(...) O servio usa o sistema de publicidade por Custo por Clique (PPC) e (CPM) que consiste em anncios em forma de links encontrados, principalmente, nos mecanismos de pesquisa relacionados s palavras-chave que o internauta est pesquisando. Disponvel em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/AdWords > Acesso em 26 de nov. de 2012. 36

    AdSense o servio de publicidade oferecido pelo Google inc. Os donos de websites podem se inscrever no programa para exibir anncios em texto, imagem e, mais recentemente, vdeo. Disponvel em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/AdSense> Acesso em 26 de nov. de 2012.

  • 42

    FIGURA 10 INFOGRFICO SOBRE DISTRIBUIO DE INVESTIMENTOS EM ANNCIOS

    MVEIS37

    5.6 Qr codes

    Qr codes so cdigos de barras em 2D que aps ser escaneado e

    decodificado, passa a ser um trecho de texto, ou um link que ir redirecionar o

    leitor para um determinado contedo. Esse tipo de codificao est sendo

    utilizada em diversas campanhas publicitrias, principalmente para apresentar

    contedo extra sobre o produto/servio e oferecer descontos. Segundo estudo

    da HighTable.com, 50% dos usurios de smartphones j escanearam Qr codes

    e 18% deles realizaram uma compra aps esse processo. De acordo com

    dados da Forrester Research, a expectativa de uso do QR code de 1 bilho

    de usurios at 2016.38

    6. RESULTADOS E ANLISES

    6.1 Coleta dos dados

    As entrevistas foram realizadas com o total de dez pessoas que exercem

    diferentes papis nas organizaes onde trabalham. Para melhor estruturao

    e posterior anlise das peculiaridades de cada rea, cinco profissionais de

    comunicao e cinco profissionais de T.I do Porto Digital foram entrevistados.

    As pautas foram direcionadas, visando obter as informaes caractersticas de

    cada setor para traar paralelos entre os mesmos. De acordo com a

    disponibilidade de tempo dos profissionais, os dados foram obtidos atravs de

    contato pessoal, Skype e e-mail.

    Durante o processo da coleta dos dados, as entrevistas foram conduzidas

    segundo os modelos de entrevistas presentes nos Apndices A e B. No

    entanto, algumas mudanas foram feitas, no caso de entrevistas pessoais e

    37

    Disponvel em:< http://bsbmarketingdigital.com/mobile-marketing/> Acesso em 26 de nov. de 2012. 38

    Disponvel em:< http://ecommercenews.com.br/noticias/pesquisas-noticias/expectativa-de-uso-do-qr-code-e-de-1-bilhao-de-usuarios-ate-2016-aponta-pesquisa> Acesso em 27 de abr. de 2013

  • 43

    atravs do Skype, visto que havia mais liberdade para criao e adaptao de

    perguntas segundo a conduo dos temas abordados pelos entrevistados.

    Nos quadros 1 e 2 so apresentadas as entrevistas com o nome dos

    profissionais, funo e organizaes onde trabalham.

    Entrevista Nome Funo Empresa

    1 Danilo Frana da

    Rocha

    Diretor de mdia Agncia Ampla

    2 Pablo Fernandes Diretor de mdia Agncia

    Gruponove

    3 Arthur Vincius Account manager Social Agency

    4 Lucas Emanuel Diretor criativo Agncia Curinga

    Comuniqu

    5 Felipe Pereira Diretor Unu Solues,

    Posmidiadigital,

    Diga

    Quadro 1 Profissionais de comunicao

    Entrevista Nome Funo Empresa

    6 Luciano Ayres Diretor de

    negcios

    i2 mobile

    solutions

    7 Rodrigo Lapenda Consultor de

    Inovao

    Manage4systems

    8 Lucas Alencar Diretor de

    Criao

    Playful Games

    9 Ceclia Hunka Producer Jynx Playware

    10 Giorgia Santos Producer Web

    Content

    ris Agncia

    Interativa

    Quadro 2 Profissionais de empresas de T.I

  • 44

    7. ANLISE DAS ENTREVISTAS

    Como descrito na metodologia do trabalho, as entrevistas foram selecionadas

    como as ferramentas mais apropriadas para o entendimento do cenrio local e

    das especificidades entre as entidades estudadas em questo.

    Para melhor entendimento, as informaes obtidas a partir das entrevistas,

    foram agrupadas em duas categorias analticas principais distribudas em

    sees deste captulo. Pela ordem descrita nos quadros acima, iniciaremos

    com a anlise do primeiro grupo.

    Na atual transio comunicacional, percebe-se uma dvida acerca da

    compreenso da reconfigurao dos investimentos por parte dos clientes, em

    funo disso essa foi uma das tnicas das perguntas enquadradas no escopo.

    As respostas indicaram uma certa reticncia do empresariado no emprego de

    recursos destinados s mdias online, demonstrando ainda o carter incipiente

    da mesma enquanto planejamento estratgico.

    Dentro dessa mesma conjuntura, havia a necessidade de buscar mais

    percepes acerca do comportamento dos anunciantes em relao a diferentes

    contextos, assim buscouse atravs das indagaes, um entendimento da

    dinmica local em comparao a outras realidades. A tnica das respostas

    apontou para uma maior estabilidade da web enquanto estratgia

    comunicativa, em regies mais desenvolvidas economicamente, permitindo

    assim mais ousadia e inovao nas aes.

    A evoluo desse cenrio de interao atravs dos diferentes meios digitais e,

    por conseguinte, o fluxo de contedo em diversos canais fomentou a

    necessidade de obter mais acepes sobre a distribuio dos investimentos

    entre as mdias tradicionais e novas. Nesse caso, os entrevistados citaram a

    hesitao dos anunciantes em investir vultosamente nas mdias online, com

    intuito de complementar as j conhecidas aplicaes em veculos de massa

    com aes na rede.

  • 45

    7.1 PROFISSIONAIS DA REA DE COMUNICAO

    7.1.1 Concepo de custos em investimentos digitais

    A totalidade dos entrevistados relata a dificuldade dos clientes em entender o

    carter estratgico das aes na rede. De um modo geral, perceptvel o

    interesse crescente, por parte dos anunciantes, de investir nessa rea. Essa

    atrao ocasionada pela consolidao da internet enquanto meio legtimo, no

    reflete, no entanto, em investimentos efetivos nesse setor, durante o

    planejamento estratgico. Alguns aspectos so citados a seguir, como

    motivadores para esse comportamento.

    Os clientes em sua maioria, no apresentam uma boa compreenso acerca

    dos valores apresentados para as mdias digitais dentro do planejamento. Alm

    da viso tradicionalista de aplicar mais recursos em mdias tradicionais

    (explanado mais adiante) h tambm uma associao da gratuidade com as

    formas de comunicao nos novos meios digitais, como abrir contas em redes

    sociais, por exemplo, e esperar que aes desse tipo adquiram viralidade

    espontnea, no compreendendo dessa forma, as dificuldades envolvidas em

    estabelecer controladamente um processo que tem ocorrido de forma mais

    natural e aleatria.

    J houve casos de clientes pedindo aes que viralizem, porm no existe frmula exata para isso, h tendncias que podem gerar uma disseminao. Mais uma vez, cabe agncia explicar ao cliente que um planejamento gradual e mais longo muitas vezes mais eficaz que um sucesso instantneo e fugaz. (Lucas Emanuel, 2013, Anexo3)

    As aes para que sejam consideradas eficazes na web envolvem todo um

    aparato de suporte e vigilncia, requerendo investimentos no monitoramento e

    na manuteno de equipes encarregadas em manter vivas e relevantes as

    interaes de modo contnuo e equilibrado. Essas aes de background que

    no esto no pagamento da mdia propriamente dita, tambm no so

  • 46

    consideradas relevantes pelos anunciantes, que no compreendem a

    importncia desse expediente e por sua vez no aceitam prontamente os

    custos desses servios.

    Ento, isso (custo) deve ser muito bem explicado e argumentado, o porqu de ele (cliente) fazer aquele investimento, j que essas aes demandam um monitoramento 24 horas por dia, principalmente em relao ao mobile que precisa de acompanhamento o dia todo durante os sete dias da semana. (Danilo Frana, 2013, Anexo 1)

    Dentre os objetivos dos clientes ao procurar os servios de agncia, foi citado o

    desejo de investir em aes pontuais na rede, esperando que os trabalhos

    sejam bastante eficazes e tragam retorno a curto prazo,

    para que no seja necessria a continuidade de execuo de servios nessas

    organizaes.

    Nesse sentido, depreende-se certo desinteresse em relao viabilidade de

    projetos continuados de comunicao integrada visando o posicionamento da

    marca, o que demonstra desconhecimento acerca da importncia do

    planejamento estratgico para otimizao dos resultados.

    O cliente ao procurar os servios da agncia espera retorno rpido, inclusive alguns clientes tm como meta investir pouco na agncia e no continuar o servio por muito tempo, esperando que esse investimento inicial traga resultados duplicados, triplicados rapidamente. (Arthur Vincius, 2013, Anexo 3)

    7.1.2 Aspectos do comportamento local e externo

    De uma maneira geral, os entrevistados concordam que em outros estados,

    principalmente na regio Sudeste e em pases em mercados mais

    desenvolvidos, h maior maturidade e propenso aos investimentos na rede, o

    que retrata, sabidamente, uma conjuntura que reflete no s aspectos

    mercadolgicos, mas econmicos e histricos.

  • 47

    Em outras capitais brasileiras, como SP, o uso da internet, no geral, como ferramenta de marketing tem um desenvolvimento e uma atuao bem mais contundentes que no Recife. Assim como em outros pases, como os EUA e os do continente europeu, onde as estratgias online so bem mais disseminadas e consolidadas. (Pablo Fernandes, 2013, Anexo 2)

    Embora esse comportamento mais receptivo seja reconhecido e detectado por

    todos, alguns entrevistados comentaram fatores que podem explicar esse

    cenrio.

    Para Lucas (2013, Anexo 4), o maior volume financeiro envolvido em

    planejamentos de comunicao das grandes metrpoles, propicia que mais

    recursos sejam destinados s mdias digitais.

    (...) que as verbas de l so maiores. H mais recurso financeiro envolvido. E isso facilita "sobrar" um pouco para mdias online. J no exterior tudo diferente. Smartphones so mais acessveis, (ter iPhone no coisa de "rico", por exemplo) as conexes so mais velozes e estveis, etc. E isso tem grande influncia num planejamento de marketing.

    Na problematizao do assunto, ele tambm aborda a questo da dualidade

    das mdias interativas, que em contextos e conjunturas particulares - inclusive

    com um pblico alvo diferenciado- so paulatinamente consideradas mais

    relevantes no processo comunicativo.

    Na contramo de outras realidades externas, Arthur (2013, Anexo 3) aponta um

    pensamento caracterstico dos anunciantes locais, de ainda investir

    primeiramente em veculos tradicionais e ento, aps a consolidao da marca

    no mercado, partir para iniciativas na rede.

  • 48

    (...) Principalmente as empresas novas querem investir em rdio, televiso, conquistar o local e depois investir nas mdias na rede. Isso no acontece nas empresas do Sudeste, Sul que desde o incio esto na internet, tanto uma lanchonete na esquina quanto uma grande organizao.

    7.1.3 Perspectivas em mdias tradicionais e online

    Quatro, dos cinco entrevistados relataram explicitamente o pensamento

    clssico, por parte dos anunciantes, em investir principalmente, nos veculos

    tradicionais, utilizando as mdias online como complemento do planejamento

    estratgico. A insegurana foi citada como o fator causador desse

    comportamento, devido ao hbito de entendimento de que os esforos em

    comunicao deveriam ser utilizados do modo arraigado e habitual, com um

    apego s mensuraes convencionais. Enquanto a insuficincia de mtricas

    balizadas para campanhas nas mdias digitais no transmite confiana para os

    clientes.

    Isso tambm seria mais contundente em agncias pequenas, nas quais a

    limitao da verba no permite ousar na rede, preferindo apostar no que

    considerado mais garantido. Para o Danilo (2013, Anexo 1): (...)ainda h

    muito o pensamento tradicional, de colocar 70% nos meios principais e 30%

    nas novas mdias. O planner Arthur (2013, Anexo 3) tambm comenta acerca

    desse comportamento:

    As novas mdias so muito utilizadas como meios auxiliares, principalmente porque as empresas ainda so apegadas ideia de que o off gera mais resultados. Os casos de campanhas s em web so mais comuns em empresas j consolidadas, que j tem um conhecimento por parte do pblico no mercado e querem inovar na rede. Em empresas novas e menores, isso mais difcil por terem uma verba menor, elas querem investir onde consideram mais seguro, a no ser que o servio possa ser feito tambm pela internet, por exemplo, atravs do e-commerce.

    O potencial das mdias online, contudo no ignorado, h uma percepo do

    crescimento desse setor dentro dos planos de comunicao o que at h

  • 49

    bem pouco tempo no era nem cogitado em consonncia com o aumento do

    acesso internet e disseminao dos gadgets.

    (...) Mas j vejo uma confluncia entre os meios (...) uma campanha "convencional" que, at mesmo s em sua assinatura, chame o consumidor para suas redes sociais ou faa uso de QR codes, j est fortalecendo as "novas mdias".(Lucas Emanuel, 2013, Anexo3)

    7.1.4 Percepo da integrao entre agncias de comunicao e clusters

    de T.I

    As agncias percebem a importncia e a necessidade cada vez mais latente do

    uso de ferramentas tecnolgicas direcionados para suas aes de

    comunicao. No entanto, a soluo aparentemente mais imediata na

    concepo da maioria dos entrevistados a criao de departamentos de T.I

    dentro de suas organizaes. Eles tambm relatam a terceirizao de servios,

    em casos pontuais, principalmente entre agncias de pequeno porte, que no

    dispem de uma equipe especializada nessa rea.

    Existem grandes empresas no Sul e Sudeste que j tm uma equipe de programadores, uma equipe de T.I mesmo, dentro da agncia. No mercado daqui isso muito restrito ainda, aqui na Ampla, ns temos profissionais de programao dentro da agncia. (Danilo Frana, 2013, Anexo 1)

    Aqui, por exemplo, terceirizamos toda a programao necessria. Pensamos, planejamos, criamos os layouts e enviamos para outra empresa programar. (...) Mas, provavelmente, agncias grandes j possuem um setor especfico para esse desenvolvimento. Visto que ns, que somos pequenos, j pensamos nessa possibilidade. (Lucas Emanuel, 2013, Anexo3).

    A dificuldade de associao entre os clusters de T.I e as agncias foi discutida

    pelo profissional Arthur Vincius (2013, Anexo 3), que ressaltou a discrepncia

    no parmetro de custos entre as reas envolvidas.

  • 50

    Ele comenta que os grandes centros de T.I da regio tm uma demanda

    mnima local em comparao com a de clientes de fora, porque o renome do

    estado nessa rea permite que seus servios sejam oferecidos com valores

    diferenciados em outros estados e no exterior. Consequentemente esses

    custos no podem ser abarcados pelas agncias locais.

    Empresas como o C.E.S.A.R tambm fazem esse tipo de servio, principalmente pelo renome que Recife tem por ser referncia na rea de tecnologia e esses servios so oferecidos a custos altssimos no mercado(...) Assim para as empresas pernambucanas que criam ferramentas tecnolgicas muito mais lucrativo investir com demandas de outros estados e do exterior do que criar para agncias locais (Arthur Vincius, 2013, Anexo 3).

    Esse mesmo aspecto citado por Felipe Pereira (2013, Anexo 5) que ainda

    comenta a viabilidade de uma integrao entre as organizaes mais

    correlatas:

    No sei como acontece hoje com as demais agncias. Mesmo se no houver, h bom potencial para ter. O C.E.S.A.R no atenderia pequenas demandas, apenas grandes projetos, de produtos, imagino eu. Mas h pequenas empresas de desenvolvimento que podem ser parceiros de agncias.

    Podemos concluir que nesse sentido, apesar da proximidade geogrfica

    favorvel complementaridade dessas duas reas, a integrao e o

    aproveitamento das potencialidades das mesmas no parecem ser

    vislumbrados como uma soluo vivel, a curto prazo, a no ser que se

    desenvolva uma rede de atores de menor porte. O pensamento que predomina

    o investimento em departamentos especficos na rea de tecnologia, como

    forma de suprir essa carncia e garantir competitividade no mercado. Ressalta-

    se, ainda nesse aspecto, a viso de inacessibilidade que os clusters de T.I do

    estado remetem para os profissionais de comunicao, demonstrando uma

    crena de que as demandas locais no seriam competitivas.

  • 51

    O nicho dessa carncia de estrutura parece tambm indicar como alternativa

    cada vez mais palpvel, a criao de empresas mistas que agreguem setores

    de T.I em consonncia com a rea de marketing, uma questo de adequao

    s necessidades latentes do mercado nesses segmentos.

    7.2 PROFISSIONAIS DA REA DE TECNOLOGIA DA INFORMAO

    7.2.1 Comparao entre comportamento local e externo

    Assim como os profissionais de agncia, os entrevistados da rea de T.I

    tambm relataram uma menor abertura das empresas locais ao

    desenvolvimento de projetos dessa rea. Essa similaridade entre as respostas

    parece indicar como preponderantes os aspectos conjunturais de ordem

    econmica, cultural e tecnolgica. Em cenrios mais desenvolvidos, a

    sociedade apresenta maior interao com recursos da web e

    consequentemente est mais propensa a executar e ser atrada por aes

    desse tipo.

    Sim, clientes do Sudeste do pas e exterior geralmente tem um histrico maior de projetos de software, ou seja, tem mais experincia, o que ajuda durante a execuo dos projetos. (Luciano Ayres, 2013, Anexo 6)

    (...)a grande parcela dos projetos que fechamos com agncias de publicidade se referem a agncias de fora do estado de Pernambuco. (Ceclia Hunka, 2013, Anexo 9)

    Essa reduzida receptividade do mercado local s aes tecnolgicas pode

    tambm ser explicada por outros prismas que foram apontados pelos

    entrevistados como determinantes dessa conduta.

    O estabelecimento de solues de T.I para as empresas, de forma geral,

    bastante complexo, j que requer grande volume de mo de obra

    especializada. Os valores empregados nesse processo foram dados como

    justificativas pelos entrevistados para a baixa propenso s aes desse tipo.

  • 52

    Os clientes no compreendem os custos para desenvolvimento de projetos, os

    encarando como muito acima do mercado e incompatveis com a verba que

    esto planejando investir. Do mesmo modo como ocorre com as aes de

    background em mdias sociais (que igualmente no so vistas como relevantes

    para os executivos), tambm fica claro o desconhecimento dos anunciantes em

    relao aos recursos humanos, no levando em considerao a especializao

    dos profissionais e o tempo de construo das ferramentas tecnolgicas.

    (...) E no nosso caso, jogos, como uma ferramenta que pode potencializar produtos e marcas. Sempre se quer pagar muito pouco, seja pelos servios ou mo de obra o que gera um efeito cascata (Lucas Alencar, 2013, Anexo 8) (...)Porm, ela (resistncia) ainda existe, sobretudo, quando se trata de fazer o investimento que o servio realmente vale. O mercado local acaba se desvalorizando e cobrando bem menos para prestar um tipo de servio que vale muito mais. (Giorgia Santos, 2013, Anexo 10)

    Esse parco entendimento acerca da percepo de custos parece ser minorado

    com a quantificao explcita do volume de trabalho, segundo Rodrigo Lapenda

    (2013, Anexo 7). Importantes aspectos abstratos como insights de criao,

    possuem difcil aceitao pelos anunciantes quando incorporados como valores

    nos projetos. Nesse caso, fatores como sensibilidade ao pblico alvo e

    criatividade poderiam modificar o retorno sobre investimento.

    Fica mais fcil do cliente entender o custo de projetos de TI quando falamos em horas. Definir um projeto de qualidade especificando custos, cronograma e escopo fundamental para mostrar ao cliente o custo de um projeto, que alm do mais sempre possui grandes doses de inovao e de ganhos para o cliente.

    Ainda em relao capital humano, outro fator considerado como consequncia

    da disparidade entre os montantes empregados pelos clientes e o real valor

    dos servios na rea de T.I seria a evaso de mo de obra qualificada para

  • 53

    outras regies com economia mais consolidada nesse aspecto. Os

    profissionais locais no estariam dispostos a aceitar uma remunerao que

    considerada inferior ao praticado fora do estado.

    No mercado de Recife, alm de circular menos investimento por parte de empresas ( perceptvel pela quantidade de empresas no prprio Porto Digital que tm concentrada a maior parte dos clientes fora do Estado) tambm est menos preparado, no sentido de qualificao de mo de obra para este tipo de servio em tecnologia. Apesar de centros como o Cin capacitarem bem os profissionais, eles acabam indo para outras cidades ou pases, pois a falta de um investimento maior no mercado local acaba refletindo numa remunerao ruim para os trabalhadores.(Giorgia Santos, 2013, Anexo 10

    7.2.2 Perspectivas gerais e peculiaridades do setor

    Em consonncia com o crescimento exponencial do nmero de usurios de

    smartphones, bem como a consolidao de investimentos em mobile

    marketing, a demanda por aes comunicacionais na rea de T.I tem se

    expandido. Os profissionais da rea relataram o desenvolvimento de solues

    de mobilidade e de plataformas na web como as principais aes requisitadas

    pelos anunciantes, priorizando iniciativas que proponham a integrao com

    mdias sociais.

    Hoje em dia os smartphones esto em alta, ento grande parte das nossas demandas envolvem iniciativas mobile com interaes sociais, o que sugere o Facebook, Twitter, Instagram e outras plataformas nas quais o cliente deseje interagir com os seus consumidores. (Ceclia Hunka, 2013, Anexo 9)

  • 54

    (...) Tambm todo o servio que envolve comunicao online, que necessita do servio de T.I, so bem procurados (Disparo de newsletter, monitoramento e contedo para redes, aplicativos para Facebook, etc.). (Giorgia Santos, 2013, Anexo 10)

    7.2.3 Percepo da integrao entre agncias de comunicao e clusters

    de T.I

    Conhecendo as principais demandas na rea tecnolgica, cabe mencionar, em

    seguida, os pblicos atendidos e as circunstncias de tratamento utilizado.

    Em relao execuo de servios atravs de intermedirios (como as

    agncias de publicidade) ou diretamente junto a clientes finais, a maioria dos

    entrevistados citou relativa flexibilidade, que parece depender mais das

    estratgias e objetivos das instituies do que de outros fatores econmicos.

    No tem diferena no tratamento, so apenas estratgias diferentes. Uma estratgia atender clientes atravs das agncias, a outra estratgia atend-los diretamente. Cada estratgia tem caractersticas diferentes, bem como cada cliente ou agncia tem suas prprias caractersticas (...).

    (Luciano Ayres, 2013, Anexo 6)

    Com relao associao entre os dois campos, os profissionais de T.I na sua

    totalidade percebem que a inter-relao necessria pela viso interdisciplinar

    que oferece para as reas, alm de promover benefcios no sentido de

    complementaridade. A atual reconfigurao do cenrio comunicacional parece

    preconizar a necessidade de troca entre esses segmentos, no intuito de se

    manterem competitivos.

    Uma rea no sobrevive mais sem a outra. Ambas so essenciais para que as empresas atinjam seus objetivos, e se usadas com inteligncia podem gerar resultados melhores. (Luciano Ayres, 2013, Anexo 6)

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    A demanda atual, tanto para uma quanto para outra, necessita de uma viso interdisciplinar entre os campos de T.I, Comunicao e Empreendimento para que haja maior sucesso no trabalho. (Giorgia Santos, 2013, Anexo 10)

    As inovaes na rea tecnolgica suprem uma lacuna em agncias de

    comunicao, que desenvolvem projetos e insights criativos, mas no

    vislumbram a mecnica necessria, e o inverso tambm ocorre com as

    empresas de T.I.

    Eu creio que profissionais de publicidade tem muito acrescentar para o trabalho em TI. Os publicitrios tem por formao uma necessidade grande de estudar o seu pblico-alvo e entender as necessidades dos clientes/consumidores, o que pode fornecer diversos tipos de insights tanto na concepo e desenvolvimento de projetos, quanto na parte de captao e relacionamento com o cliente. (Cecla Hunka, 2013, Anexo 9)

    (...) O consumidor est c