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QG – 107 – QUÍMICA I (BIOLOGIA) 1 0 SEMESTRE 2015

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QG – 107 – QUÍMICA I (BIOLOGIA)

10 SEMESTRE

2015

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2 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

                     UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 

  

INSTITUTO DE QUÍMICA    

      

           

MANUAL DE LABORATÓRIO  

QG ‐ 107 QUÍMICA I (BIOLOGIA)   

1o Semestre de 2015    

  

PROFESSORES RESPONSÁVEIS:  

Laboratório: 

Professor Roberto Rittner ‐ sala I‐200 ([email protected]) – Turmas A/B/C e D 

Dr. Wagner Eduardo Richter (PED B) – sala H‐302 ([email protected])  

Dr. Lucídio C. Fardelone (PED) – sala I‐217 ([email protected]

Stacy Ferlin (PAD) – ([email protected]

Bruno César do Amaral (PAD) ‐ ([email protected]

Auxiliares didáticos:  

Michele Cristine dos Santos Pugini ([email protected]) – Turmas A e B 

Nelson Aparecido Correa – Turmas C e D 

 

Teoria: 

Prof. Dr. Miguel Angel San Miguel Barrera (Coordenador) ‐ [email protected]  

 

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3 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Calendário Semestral de Atividades de Laboratório  

TURMAS A / B 

TERÇA‐FEIRA 

TURMAS C / D 

SEGUNDA‐FEIRA 

Dia‐Mês  Atividade  Dia‐Mês  Atividade 

03/03  Apresentação  02/03  Apresentação 

10/03  1  09/03  1 

17/03  2  16/03  2 

24/03  3  23/03  3 

31/03  4  30/03  4 

07/04  5  06/04  5 

14/04  6  13/04  6 

28/04  1ª Prova (exp. 1 a 6)  27/04  1ª Prova (exp. 1 a 6) 

05/05  7  04/05  7 

12/05  8  11/05  8 

19/05  9  18/05  9 

26/05  10  25/05  10 

02/06  11  01/06  11 

09/06  Não haverá aula  08/06  Não haverá aula 

16/06  12  15/06  12 

23/06  2ª Prova (exp. 7 a 12)  22/06  2ª Prova (exp. 7 a 12)

01/07  Semana de estudos  01/07  Semana de estudos 

14/07  Exame  13/07  Exame 

 

Aulas: Locais e horários conforme calendário do 1o semestre de 2015  

Turmas A e B (diurno) Aulas: 3a feira 

8h – 12h  

Salas: Turma A: IQ06 (aula) e LQ04 Turma B: IQ06 (aula) e LQ05  

Turmas C e D (noturno) Aulas: 2a feira 19h – 23h 

 Salas: 

Turma C: IQ05 (aula) e LQ04  Turma D: IQ05 (aula) e LQ05  

 

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4 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

OBJETIVOS DA DISCIPLINA 

Os  experimentos  selecionados  para  esta  disciplina  têm  como  objetivo  a  abordagem  de  conceitos 

fundamentais  de  química  e  de  técnicas  básicas  de  trabalho  em  um  laboratório  químico,  de  forma  a  reforçar 

conteúdos  e  fornecer  conhecimento  introdutório  a  outras  disciplinas  do  curso.  Entre  os  conceitos  abordados, 

podem ser citados: reações e  ligações químicas, determinação de valores de pH, soluções tampão, preparação e 

purificação  de  substâncias,  reações  de  oxi‐redução,  análise  qualitativa  e  quantitativa,  produto  de  solubilidade, 

cinética e equilíbrio químico, entre outros. 

 

1. GRUPOS 

Os  alunos  deverão  se  dividir  em  grupos  de  dois  para  a  aula  experimental  e  fornecer  aos  docentes 

responsáveis o nome e o RA dos  integrantes do grupo no primeiro dia de aula. Todos os  integrantes do grupo 

devem  estar  matriculados  na  mesma  turma  e  o  grupo  será  mantido  durante  todo  o  semestre.  É  de 

responsabilidade do aluno saber em que turma está matriculado. 

 

2. ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DA DISCIPLINA 

Cada aula consiste basicamente de 3 partes: aula  introdutória, experimento e relatório. A nota relativa a 

cada experimento tem uma contribuição de cada uma dessas partes. 

No horário da aula (às 8 ou às 19 horas), os alunos deverão estar presentes nas salas de aula IQ‐06 (turmas 

A e B de sexta) ou IQ‐05 (turmas C e D), onde haverá a breve aula introdutória para explicar e discutir conceitos 

importantes para o experimento do dia. OS ALUNOS DEVEM SER PONTUAIS QUANTO AO HORÁRIO DAS AULAS. Os 

alunos que chegarem depois de 15 min do início da aula não poderão participar do experimento e não poderão 

fazer o relatório. Ficarão assim com falta e nota zero na avaliação do relatório. A lista deverá ser assinada antes 

de deixar a sala de aula. É responsabilidade do aluno registrar sua presença.  

Logo depois da aula, os alunos deverão se dirigir aos laboratórios localizados no bloco F (piso térreo) para a 

realização do experimento: LQ‐04 (turmas A e C), LQ‐05 (turma B e D).  

Durante a  realização do experimento, os alunos deverão elaborar um  relatório, o qual  será entregue no 

final  da  aula.  Não  é  permitido  se  ausentar  do  laboratório  durante  o  experimento  ou  antes  de  entregar  o 

relatório. A lista de presença será assinada duas vezes ao longo da aula: durante a aula/discussão inicial e durante 

o experimento, no momento em que o professor julgar apropriado dentro do horário de aula.  

 

3. CADERNO DE LABORATÓRIO  

Cada aluno deve providenciar um caderno de  laboratório, que será utilizado  tanto na aula  introdutória 

como para fazer um registro claro e organizado dos dados experimentais obtidos. O registro deve incluir a data e o 

título  do  experimento,  tabelas  com  registro  de  dados,  códigos  (letras  e/ou  números)  de  amostras  a  serem 

investigados,  cálculos,  e  outras  informações  relevantes.  O  caderno  deve  ser  apresentável  e  as  informações 

inteligíveis. Não use folhas soltas e rascunhos para registrar os dados e fazer os cálculos. 

 

 

 

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5 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

4. RELATÓRIOS  

  No início da aula, cada grupo receberá uma folha de relatório com questões relacionadas ao experimento 

a  ser  realizado.  Cada  dupla  de  alunos  entregará  apenas  um  relatório.  As  questões  devem  ser  respondidas  e 

entregues  no  final  da  aula.  Não  é  preciso  incluir  introdução  ou  parte  experimental  no  relatório.  Algumas 

informações ou dados necessários para a redação do relatório deverão ser obtidos na literatura antes do início do 

experimento. Dessa forma, é imprescindível que os alunos leiam atentamente e com antecedência a apostila e 

consultem a literatura indicada. Só é permitido deixar o laboratório depois de entregar o relatório ao professor. 

Os alunos que não entregarem o relatório por qualquer razão ficarão com zero na avaliação do mesmo. 

 

5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 

A avaliação dos alunos nesta disciplina será feita da seguinte forma:  

 

a) Relatórios: Serão avaliados com notas de 0 a 10. 

Em caso de ausência do aluno ou atraso por mais de 15 minutos, a nota no experimento e no relatório referente 

será ZERO.  

b) Provas escritas: haverá duas provas escritas com datas especificadas no calendário.  

Cada prova consistirá dos tópicos vistos na teoria e no laboratório. A prova terá duração de 2 horas. A matéria não 

é cumulativa, assim, a Prova 1 incluirá os experimentos de 1 a 6 e a Prova 2 incluirá os experimentos de 7 a 12. O 

local de realização das provas será informado com antecedência pelos professores. Atenção: o local de prova pode 

ser diferente do local das aulas. 

Não haverá provas substitutivas ou reposição de experimentos. 

 

c) Avaliação final: a média final será calculada de duas formas: 

 

1º Caso ‐ Se a média das notas das provas for ≥ 5, a média final (MF) será calculada como: 

MF = (0,6 MP  +  0,4 MR ) 

Sendo que: MF =  média final; MP = média de notas de provas (de 0 a 10); MR = média de notas de relatórios; 

Se MF ≥ 5,0, o aluno será aprovado; e se MF <5,0, o aluno deverá fazer exame. 

 

2º Caso  ‐ Se a média das notas das provas  for < 5, a média  final  (MF) será considerada  igual à média de provas 

(MP):            MF = MP  

e, consequentemente, o aluno deverá fazer o exame. A matéria do exame é cumulativa 

 

Tanto para o 1º quanto para 2º caso, a média final após o exame (MFE) será: 

MFE = (MF + NE) / 2 

Sendo que: NE = nota de exame; MFE = média final após o exame. 

Se MFE ≥  5,0, o aluno será aprovado e se MFE <  5,0, o aluno será reprovado  

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6 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

6. REGRAIS GERAIS DO LABORATÓRIO: Segurança e organização 

Para  frequentar  as  aulas  de  laboratório  no  Instituto  de Química,  os  alunos  devem  cumprir  as  normas  de 

segurança estabelecidas neste instituto. As normas estão disponíveis no endereço eletrônico 

http://www.iqm.unicamp.br/csea e algumas delas são descritas a seguir: 

• Não é permitido comer ou fumar no laboratório.  

• É obrigatório o uso de avental de algodão, calça comprida, sapato fechado e óculos de proteção. SEM ESTES 

REQUISITOS, O ALUNO NÃO PODERÁ ENTRAR NO LABORATÓRIO. Atenção: a calça deve ser de algodão e 

não de tecido sintético como tactel, nylon, etc. 

• Materiais como mochilas, bolsas, e outros objetos pessoais não devem ser trazidos para o laboratório. Utilize 

para isto os armários pessoais, para os quais é necessário trazer cadeados. 

• A capela de exaustão deve ser usada sempre que for recomendado. 

• É importante localizar chuveiros, lava‐olhos, extintores e portas de segurança.  

• Não  é  permitido  o  uso  de  telefones  celulares  ou  outros  aparelhos  eletrônicos  em  sala  de  aula  ou  nos 

laboratórios, durante as aulas teóricas ou práticas. 

• Por determinação da Comissão de Segurança, todos os alunos deverão portar seu RA durante a aula. 

• Os materiais necessários para os experimentos já estarão sobre as bancadas no início das aulas. Confira estes 

materiais e comunique qualquer irregularidade aos técnicos do laboratório ou ao professor antes de iniciar o 

experimento. 

• Caso ocorra quebra de material ou danos em equipamentos durante a realização do experimento, este fato 

deverá ser comunicado imediatamente ao professor. 

• Se  forem  necessários materiais  ou  equipamentos  extras  para  a  realização  dos  experimentos,  os mesmos 

devem  ser  solicitados  aos  técnicos, mediante  assinatura  em  um  caderno. Qualquer  equipamento  extra  só 

pode  ser utilizado  com a aprovação do professor. Este material deve  ser devolvido  limpo,  logo após a  sua 

utilização. 

• A bancada deve ser mantida organizada durante os experimentos. Após o experimento, todos os materiais, 

vidrarias  e  equipamentos utilizados devem  estar  limpos  e  colocados no  lugar onde  foram  encontrados no 

início da aula.  

• Todos os reagentes e equipamentos devem ser utilizados com muito cuidado. Especial atenção deve ser dada 

ao uso das balanças:  limpe  imediatamente qualquer derramamento de reagentes. Em caso de dúvida sobre 

algum reagente ou equipamento, consulte um dos professores responsáveis. 

• Danos  e  quebras  de  materiais  pelo  uso  indevido,  por  desleixo  ou  por  negligência  serão  cobrados 

financeiramente. Isto não será aplicado aos casos acidentais ou por falta de experiência. O julgamento sobre o 

motivo de quebras e danos será de exclusiva atribuição dos professores. 

• Muito cuidado deve ser tomado no transporte e manipulação de solventes e reagentes concentrados, com a 

vidraria e com os sistemas de aquecimento.  

• Todos devem realizar o descarte de resíduos de forma correta, observando atentamente os frascos que estão 

identificados e disponíveis no laboratório. Raramente o descarte é feito na pia. Em casos de dúvida, consulte 

professores ou auxiliares didáticos ou técnicos do laboratório. Não hesite em buscar orientação. 

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7 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Experimento 1 

Reações em Solução Aquosa e Análise Qualitativa 

Introdução 

Começaremos este curso experimental com um assunto que é central em química: a  transformação de 

substâncias por meio de  reações químicas. Mais especificamente,  trataremos de  reações em meio aquoso, que 

representam  um  conjunto  muito  abrangente  e  importante  de  reações  ligadas  a  processos  industriais  e 

bioquímicos.  

As  reações  químicas  são  processos  em  que  uma  ou  mais  substâncias,  denominadas  reagentes,  são 

convertidas em produtos. Quando os  reagentes  interagem entre  si, ocorre um  rearranjo de átomos,  formando 

novas  substâncias  com propriedades diferenciadas das dos  reagentes  inicias. A ocorrência de  reações químicas 

pode  ser  indicada  por  evidências  que  permitem  distinguir  os  estados  final  e  inicial  de  um  sistema,  tais  como 

formação de precipitado, mudança de cor, desprendimento de gases, liberação ou absorção de calor, entre outras. 

  O experimento de hoje  tem como objetivo  introduzir algumas  técnicas de análise qualitativa e os  tipos 

mais comuns de reações em meio aquoso,  incluindo reações de precipitação, reações ácido‐ base, reações com 

desprendimento de gás e reações de oxi‐redução. 

 

Procedimento 

Sobre a bancada haverá vidrarias e soluções disponíveis para o seu grupo de  trabalho. Toda a vidraria 

deve ser lavada convenientemente antes e depois de ser utilizada. A lavagem deve ser feita com água e sabão, 

seguida de enxague com água de torneira em abundância e depois com água destilada três vezes. A quantidade de 

água tratada e de energia elétrica gastas para produzir água destilada é grande (cerca de 14 litros de água tratada 

para 1 L de água destilada), portanto, utilize esse recurso conscientemente. 

O  conjunto  de  nove  soluções  encontrado  sobre  a  bancada  deve  ser  combinado,  de  duas  a  duas, 

utilizando‐se  um  volume  aproximado  de  1 mL  de  cada.  As  soluções  devem  ser  transferidas  para  os  tubos  de 

ensaio,  com  o  auxílio  das  pipetas  que  estão  ao  lado  de  cada  frasco.  Atenção  para  não misturar  pipetas  de 

reagentes diferentes. Observe atentamente o que ocorre quando as  soluções  são misturadas,  considerando as 

evidências da ocorrência de  reações químicas:  formação e  tipo de precipitado, absorção ou  liberação de  calor, 

turvação,  formação  de  gases,  mudanças  de  cor,  aparecimento  de  odores,  etc.  Anote  adequadamente  os 

resultados observados na tabela a ser apresentada no relatório. 

Além das soluções previamente identificadas, cada grupo receberá também uma amostra problema, que 

deverá  ser  identificada  com base nos  testes  anteriores, por  comparação de  resultados. O número da  amostra 

deverá constar do Relatório.  

 

Bibliografia 

1.Kotz, J. C.; Treichel Jr., P.; Química e Reações Químicas; LTC Editora, Rio de Janeiro, Vol. 1 e 2, 2002. 

2. Baccan, N.; Godinho, O. E. S.; Aleixo, L. M.; Stein, E.; Introdução à Semi‐microanálise Qualitativa; Editora da 

UNICAMP, Campinas; 1990. 

3. Vogel, A. I.; Química Analítica Qualitativa, Editora Mestre Jou, São Paulo, 1981. 

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8 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Experimento 2 

Identificação de um Metal e Determinação de sua Massa Molar                               

a Partir da Reação com Ácido Forte 

Introdução 

A reação de um metal  (M) com ácido  (H+) em meio aquoso, produzindo gás hidrogênio  (H2) e o respectivo 

cátion metálico (Mx+), pode ser genericamente expressa como: 

M(s)  +  xH+(aq)     Mx+

(aq)  +  x/2 H2 (g)    Equação 1

em que x é um número inteiro que representa o estado de oxidação do cátion metálico. 

Segundo a equação desta reação química, o número de mol de H2 liberado depende do estado de oxidação 

do cátion metálico gerado como produto  (Mx+). Sendo que o número de mol de H2  (nH2) pode ser determinado 

usando‐se a equação dos gases ideais (Equação 2), desde que se conheça o volume de H2 gerado (VH2) na reação 

com o metal e a pressão parcial (PH2) exercida por este volume de H2: 

PH2 VH2 = nH2 R T  Equação 2

  em que R é a constante dos gases e T é a temperatura. 

  No  experimento  de  hoje,  iremos  aprender  uma  forma  de  estimar  a  massa  molar  de  um  metal 

desconhecido através da determinação de nH2 (obtido pela medida de VH2 e do cálculo da pressão parcial PH2) e do 

número de oxidação x do  cátion metálico Mx+  (que  será determinado por  tentativa e erro). O volume VH2  será 

medido experimentalmente a partir da reação de uma massa definida de um metal desconhecido M(s) com uma 

solução de ácido clorídrico (6 mol l‐1), utilizando‐se uma bureta  

  A pressão parcial PH2 será calculada pela Lei de Dalton, segundo a qual, a pressão total (PT) exercida por 

uma mistura de gases (gás 1 + gás 2 + gás 3...) é igual à soma das pressões parciais (Pp) de cada gás que compõe a 

mistura (Equação 3). 

PT = Pp1 + Pp2 + Pp3...  Equação 3

No  caso  desse  experimento,  à medida  que  o  gás  hidrogênio  produzido  borbulha  na  água,  o mesmo 

satura‐se com vapor de água, de modo que a pressão total (PT) da mistura de gases dentro da bureta é a soma das 

pressões parciais do vapor de água (PH2O) e do hidrogênio produzido (PH2): 

PT = PH2 + PH2O  Equação 3

Conhecendo‐se a pressão parcial do vapor de água na  temperatura do experimento  (valor  tabelado), é 

possível determinar PH2, e com ele o valor de nH2, usando a Equação 2. Determinado o valor de nH2, é possível 

atribuir arbitrariamente diferentes valores para x (por exemplo, x=1, x=2, x=3...) e substituir esses valores, um por 

vez, na Equação 1 para estimar o número de mol de metal (nM) que reagiu com o ácido. Como a massa inicial de 

metal que reagiu (mM) foi determinada, pode‐se estimar a massa molar (MM) do metal a partir da Equação 4: 

nM = mM / MM  Equação 4

Confrontando os valores de massa molar obtidos experimentalmente com os valores da tabela periódica, 

poderemos identificar o metal que está envolvido na reação. 

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9 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Experimental 

Primeiramente, feche bem a torneira da bureta e teste se esta não apresenta vazamentos, preenchendo‐

a com água. Resolvido o problema de vazamento, esvazie a bureta e prenda a mesma no suporte de ferro usando 

a garra  fornecida. Coloque sob o bico da bureta um béquer de 600 mL, contendo aproximadamente 300 mL de 

água, como esquematizado na Figura 1a. 

 

Figura 1 – a) Representação esquemática do posicionamento  inicial da bureta; b) Adição de  água destilada  com a 

bureta inclinada para evitar mistura com a solução de ácido; c) Massa de metal entre 25 e 35 mg; d) Fixação da amostra 

de metal no fio de cobre e na rolha de borracha; e) Ajuste da rolha com a amostra de metal pendurada pelo fio de 

cobre na bureta completamente preenchida. 

 

Com o auxílio do béquer de 100 mL, adicione cuidadosamente uma solução de ácido clorídrico (6 mol l‐1) à 

bureta até que o nível da solução atinja a marca de 30 mL na graduação. Em seguida, retire a bureta da garra e, 

com esta  inclinada, adicione água destilada com uma pisseta, até preencher  toda a bureta, como mostrado na 

Figura 1b. Fixe novamente a bureta no suporte usando a garra.  

Pese então entre 25 e 35 miligramas do metal desconhecido (Figura 1c) e enrole a mesma com o pedaço 

de  fio de  cobre  fornecido. Prenda o  fio  à  rolha de borracha, deixando  cerca de 5  cm do  fio de  cobre entre  a 

amostra e a rolha (Figura 1d). Coloque então a rolha de borracha com a amostra no topo da bureta, sem permitir a 

formação de bolhas de ar (Figura 1e).  

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10 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Dobre para baixo o pedaço de  fio de  cobre que  está para  fora da bureta  e, 

USANDO LUVAS, tape o orifício da rolha com um dos dedos. Inverta a bureta e introduza o 

topo da bureta na água dentro do béquer de 600 mL. Quando o  topo da bureta estiver 

abaixo da superfície da água, retire o dedo do orifício da rolha e prenda a bureta invertida 

no suporte, conforme esquematizado ao lado. Atenção: Nesta etapa é importante evitar a 

entrada de ar na bureta através do orifício da rolha.  

Como a densidade da solução de HCl é maior que da água, ao inverter a bureta, a 

solução de HCl desce em direção ao metal e dá início à reação. 

Durante a reação, ocorrerá consumo do metal, formação de bolhas e o nível da 

solução  ácida dentro da bureta descerá. Quando  todo o metal  tiver  sido  consumido, a 

reação entre o ácido e o metal estará terminada. Uma forma prática de determinar o fim da reação, é observar o nível 

da solução ácida, que pára de descer quando a reação termina. Espere cerca de 1 minuto para ter certeza de que o 

nível da solução dentro da bureta estabilizou.  

Quando  o  nível  estiver  estável,  dê  leves  tapas  na  bureta  para  desprender  eventuais  bolhas  de  gás. 

Usando luvas, tape novamente o orifício da rolha com a bureta ainda sob a água, retire a bureta da garra e mergulhe‐

a, ainda invertida, em uma proveta de 2000 mL contendo água da torneira (Figura 2a). Atenção: realize esta etapa 

cuidadosamente, pois é importante evitar a entrada de ar na bureta. Segurando a bureta invertida, ajuste o nível da 

solução  na  bureta  com  o  nível  da  água  na  proveta,  como mostrado  na  Figura  2b.  Procure  pensar  por  que  esse 

procedimento  é  necessário.  Isto  o  ajudará  a  fazer  os  cálculos  posteriores!  Espere  o  volume  dentro  da  bureta 

estabilizar e anote este valor.  

 

Figura 2 – a) Bureta  invertida dentro da proveta com água; b) Nivelamento do menisco da solução na bureta com o nível de água na proveta. 

 

Retire a bureta de dentro da proveta e descarte a solução ácida restante no frasco apropriado. Lave a bureta 

com água destilada três vezes, descartando a água de lavagem sempre pelo topo da bureta. Não abra a torneira da 

bureta. 

Em  seguida, adicione água destilada à bureta  lavada até o nível que você mediu quando a bureta estava 

invertida dentro da proveta. Transfira este volume de água para um béquer de 100 mL previamente pesado e seco. 

Determine então a massa referente a este volume de água e obtenha o volume total de gás dentro da bureta após a 

Figura 2a  Figura 2b 

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reação, usando a densidade da água. Repita o procedimento de determinação do volume de gás utilizando mais uma 

amostra do mesmo metal. 

Após a determinação do volume, verifique no barômetro do laboratório a pressão atmosférica em mmHg e 

anote este valor. Meça a temperatura da água e determine a pressão de vapor da água nessa temperatura (tabelada 

no  laboratório).  Por  fim,  determine  a  pressão  parcial  do  gás  hidrogênio  e,  a  partir  dos  dados  obtidos 

experimentalmente e dos valores calculados, calcule o número de mol de gás hidrogênio liberado na reação estudada. 

Se julgar necessário, use R = 62,63 L mmHg K‐1 mol‐1. 

Calcule  a  massa  molar,  utilizando  valores  experimentais  obtidos  e  testando  valores  de  número  de 

oxidação x=1, x=2 ou x=3. Para cada número de oxidação atribuído, será calculada uma massa molar, de modo 

que três valores diferentes de massa molar serão obtidos. A identificação do metal utilizado na reação pode ser 

feita  através  de  uma  simples  comparação  entre  o  valor  de massa molar  experimental  e  aqueles  da  tabela 

periódica disponível no laboratório.  

 

Bibliografia 

1. Mahan, B.; Química – Um Curso Universitário, Ed. Edgar Blucher, São Paulo, 1972, p. 26‐37 e 207. 

2. Kotz,  J.  C.;  Purcell,  K.  F.;  Chemistry  and  Chemical  Reactivity,  2a  ed.,  Saunders  College  Publishing, 

Philadelphia, 1991, p. 455, 865 e 907. 

3. Baccan, N.; Andrade, J.C.; Godinho, O.E.S.; Barone, J.S.; Química Analítica Quantitativa Elementar, 2a ed., 

Editora Edgard Blucher, 1985. 

4. César,  J.;  Andrade,  J.  C.,  A  determinação  da  massa  molar  de  um  metal,  2006.  Disponível  em 

[http://chemkeys.com/br/2006/04/17/a‐determinacao‐da‐massa‐molar‐de‐um‐metal/] 

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12 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Experimento 3 

Síntese do Ácido Acetilsalicílico (ASPIRINA®) 

Introdução 

  A  aspirina®  é  o  nome  comercial,  registrado  pela  Bayer,  para  o  composto  ácido  acetilsalicílico,  que  é 

utilizado como anti‐inflamatório, antipirético, analgésico e como inibidor da agregação das plaquetas sanguíneas. 

Este fármaco é o analgésico mais consumido no mundo atualmente. Já muito antes de ser  isolado pela primeira 

vez (em 1763), dores de cabeças e febres eram curadas com o chá da casca de uma árvore, o salgueiro (Salix sp), 

ou com um chá das flores de um arbusto (Spiria sp). Mais tarde,  isolou‐se da casca do salgueiro, o glicosídeo do 

ácido salicílico, que é a substância responsável pela ação terapêutica do chá. 

  O  ácido  salicílico  é uma  substância que  irrita  a mucosa  gástrica,  então,  em 1897,  Félix Hoffmann, um 

químico  da  Bayer,  decidiu  acetilar  o  ácido  salicílico,  produzindo  a  Aspirina®  (a  de  acetil  e  spirin  de  Spiria).

  Ao  ser metabolizado pelo organismo, o  ácido  acetilsalicílico produz novamente o ácido  salicílico  como 

metabólito. Ainda hoje, a síntese da aspirina é feita pela acetilação do ácido salicílico, que consiste na esterificação 

do grupo fenol da molécula com anidrido acético, na presença de gotas de ácido sulfúrico como catalisador:  

             Ácido Salicílico            Anidrido Acético                Ácido Acetilsalicílico              Ácido Acético 

  Esse  experimento  tem  como  objetivo  introduzir  técnicas  de  síntese  e  de  purificação  de  substâncias 

químicas, além de cálculos de rendimento e testes de pureza do material sintetizado. 

 

Experimental 

  O  procedimento  experimental  envolve  diversas  etapas  (síntese,  purificação  e  verificação  da  pureza  no 

material  bruto  e  no  purificado).  Planeje  seu  trabalho  e organize‐se  em uma  sequência adequada para obter a 

maior quantidade de informações sobre todas as etapas, sem prejudicar o andamento do processo.  

 

1. Síntese do ácido acetilsalicílico (AAS): 

  Pese 2,0 g  (0,015 mol) de ácido salicílico e coloque em um erlenmeyer de 125 mL. Adicione 5 mL  (0,05 

mol)  de  anidrido  acético,  seguido  por  5  gotas  de  ácido  sulfúrico  concentrado  (CUIDADO  !!!)  e  agite  o  frasco 

lentamente, até que o ácido salicílico dissolva‐se completamente. Aqueça o  frasco  levemente em um banho de 

água a 40 oC por, pelo menos, 10 minutos. O banho de água deve ser preparado aquecendo‐se um béquer com 

água da  torneira  sobre a  chapa de aquecimento e  sua  temperatura deve  ser monitorada  com um  termômetro 

mergulhado na água.  

  Após  esse  tempo,  deixe  o  frasco  esfriar  à  temperatura  ambiente.  Com  o  resfriamento,  o  ácido 

acetilsalicílico  começará  a  cristalizar  a  partir  da mistura  reacional.  Se  isto  não  acontecer,  raspe  as  paredes  do 

H2SO4 

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13 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

erlenmeyer  com um bastão  de  vidro  e  resfrie  a mistura  em um banho de  gelo  até que ocorra  a  cristalização. 

Quando a cristalização se completar adicione 15 mL de água gelada. Não adicione a água até que a formação dos 

cristais seja completa. O produto deverá aparecer como uma massa sólida quando a cristalização se completar. 

 Colete o precipitado por  filtração  a  vácuo, utilizando um  funil de Büchner e a  trompa d´agua, até que os 

cristais estejam quase  secos.  Lave o precipitado  com um pouco de água gelada e depois  com 10 mL de álcool 

gelado. Normalmente,  o  produto  obtido  contém  resíduos  de  ácido  salicílico  e  de  polímeros. Não  é necessário 

pesar para calcular o rendimento bruto da reação. 

 

2. Teste de pureza 

  Esse teste é usado para indicar a presença de ácido salicílico presente junto com o AAS sólido sintetizado. 

O ácido pode ser residual, proveniente da reação incompleta de síntese ou da decomposição do AAS. Na presença 

de umidade, o AAS é  lentamente hidrolisado,  liberando ácido salicílico e ácido acético. O ácido salicílico, como a 

maioria dos  fenóis,  forma um complexo altamente colorido com Fe(III) e sua presença pode ser detectada pelo 

aparecimento de uma coloração que vai de vermelho a violeta quando o produto é  tratado com cloreto  férrico 

(FeCl3).  

Em 4 tubos de ensaio separados, adicione: no tubo 1: 2 mL de solução de fenol (50 % m/m); no tubo 2: 

alguns  cristais de ácido  salicílico + 1 mL de água; no  tubo 3: uma pequena porção  (ponta de espátula) de AAS 

comercial (triturado na hora) + 1 mL de água e no tubo 4: alguns cristais do AAS sintetizado (não purificado) + 1 mL 

de água. Junte cerca de 10 gotas de solução de FeCl3 a cada tubo e anote a cor. Observe e anote os resultados. Os 

testes de pureza devem ser feitos com o produto bruto e o produto purificado. 

 

3. Teste de solubilidade 

  Coloque  pequenas  quantidades  (ponta  de  espátula)  de  comprimido  comercial  de  AAS  triturado  em  3 

tubos de ensaio e depois adicione: 10 mL de água no tubo 1; 10 mL de solução HCl no tubo 2 e 10 mL de solução 

saturada de NaHCO3 no tubo 3. Anote os resultados. Repita o procedimento usando o produto sintetizado e anote 

os resultados para comparação. 

 

4. Purificação 

No  procedimento  de  síntese  pode  ser  gerada  uma  pequena  quantidade  de  produtos  poliméricos 

juntamente com o produto de interesse. O AAS bruto será então purificado por recristalização.  

  Transfira  o  produto  bruto  para  um  béquer  de  150 mL  e  adicione  25 mL  de  uma  solução  que  possa 

dissolver o sólido. Para a escolha dessa solução, considere os resultados obtidos no item 3. Agite até que todos os 

sinais da dissolução tenham cessado. Filtre a mistura com um funil de Büchner, para separar a solução contendo o 

AAS  dissolvido,  de  sólidos  indesejáveis  e  insolúveis,  como  polímeros  de  AAS  formados  na  preparação.  Lave  o 

béquer e o funil com 5‐10 mL de água. O filtrado é o que interessa. 

Agora  é  preciso  fazer  o AAS,  que  está  dissolvido,  voltar  a  formar  um  sólido  (precipitar). Baseado nos 

resultados do item 3, o que pode ser adicionado ao filtrado para que isto ocorra? Discuta com o professor em caso 

de dúvidas. 

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Depois de realizar o procedimento de precipitação do sólido, resfrie a mistura em banho de gelo e filtre o 

sólido em um funil de Büchner. É necessário pesar previamente o filtro de papel a ser utilizado na filtração. Lave os 

cristais com água destilada gelada (duas porções de aproximadamente 5 mL) e coloque o papel de filtro sobre o 

vidro de  relógio para  secagem. O  sólido deverá permanecer na estufa a 80  oC até a secagem completa. Pese o 

produto após a secagem para calcular o rendimento do processo. Lembre‐se que o rendimento de reação envolve 

relação entre quantidades estequiométricas. 

Teste a presença de AS e fenol no sólido seco, como descrito anteriormente. Compare com o resultado 

obtido no teste do comprimido comercial. 

 

Bibliografia: 

1. Pavia, D.  L.;  Lapman, G. M.;  Kriz, G.  S.;Engel,  R. G.  Introduction  to Organic  Laboratory  Techniques:  a Microscale Approach. 4th ed., Thomson Brooks, USA, 2007. 

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Experimento 4 

Determinação da Acidez Total e de Vitamina C em Sucos Naturais   

Introdução 

Uma  técnica  analítica  usada  rotineiramente  nos  laboratório  para  determinar  a  quantidade  de  uma 

substância presente em uma amostra é a técnica de titulação. O princípio básico da titulação consiste em se fazer 

reagir a substância que se deseja quantificar, chamada de titulado, com outra substância, o titulante, da qual são 

conhecidas várias propriedades, como acidez ou basicidade, potenciais redox, grupos químicos presentes, etc.  

Na prática,  a  titulação é  realizada  com o  titulante e o  titulado dissolvidos em  frascos  separados e em 

solventes  apropriados. Na  solução  do  titulado,  é  adicionada  uma  quantidade muito  pequena  de  uma  terceira 

substância, denominada  indicador, que é sensível ao progresso da reação química entre o titulante e o titulado, 

mas que não interfere na reação. Como o próprio nome sugere, esta substância indica o ponto da titulação onde 

todo o  titulado  foi  totalmente consumido pela reação com o  titulante  (chamado de ponto  final). Normalmente, 

uma forma simples e razoavelmente confiável de se determinar o ponto final da titulação é escolher um indicador 

que mude de cor quando um pequeno excesso de titulante for adicionado ao titulado após o ponto final.  

Desta forma, conhecendo‐se a concentração inicial da solução de titulante, a massa inicial do titulado e a 

estequiometria da  reação química entre eles, pode‐se quantificar o  titulado presente na amostra, com base no 

volume da solução de titulante necessária para atingir o ponto final da titulação.  

Quando o titulado contém apenas uma substância que reage seletivamente com o titulante, a quantidade 

de  titulado é determinada diretamente através da medida do volume da  solução de  titulante adicionado até o 

ponto  final.  No  entanto,  em  amostras mais  complexas,  como  em  alimentos  de  forma  geral  ou  em  produtos 

naturais, mais do que uma substância pode reagir com o titulante. Neste caso, o que se determina é a quantidade 

total de substâncias presentes na amostra que reagem com o titulante. 

Sucos  naturais  são  exemplos  importantes  de  amostras  complexas  analisadas  rotineiramente  em 

laboratórios  químicos.  A  quantidade  total  de  ácidos  presentes  num  determinado  suco  (acidez  total)  deve  ser 

determinada antes da comercialização. A acidez  total de uma  fruta diz  respeito a  todos os ácidos presentes, os 

quais são majoritariamente representados pelo ácido cítrico e em pequena parte pelo ácido ascórbico (vitamina 

C).  Em  particular,  a  vitamina  C  é  uma  importante  substância  na  dieta  humana,  pois  é  um  componente 

fundamental do intricado sistema enzimático que controla as reações químicas em nossas células. Nestas reações 

enzimáticas, a  vitamina C  facilita os processos de oxidação e  redução dentro das nossas  células, envolvidas na 

produção de energia a partir do oxigênio proveniente da respiração. 

No experimento de hoje, utilizaremos a  técnica de  titulação para determinar a acidez  total e o  teor de 

vitamina C em amostras de suco de  limão e  também de vitamina C em medicamentos. Para a determinação da 

acidez total do suco de limão, será realizada uma titulação ácido – base, com uma solução padrão de hidróxido de 

sódio como titulante, e para a determinação de vitamina C, será realizada uma titulação redox. 

 

 

 

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16 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Figura  2  –  Imagens  da  coloração levemente  roxa  no  ponto  final  da titulação,  usando  amido  como indicador,  e  a  coloração  roxo  escuro, quando  um  excesso  de  titulante  é adicionado. 

Figura 1 –  Imagens mostrando a  cor  inicial da solução  de  titulado  utilizando  fenolftaleína como indicador, a coloração levemente rosa no ponto  final  da  titulação  e  a  coloração  rosa escuro,  quando  um  excesso  de  titulante  é adicionado. 

    Início                 Final                Excesso

            Final                         Excesso 

Experimental 

Atenção: os experimentos serão divididos entre os grupos. Fique atento às tarefas que correspondem ao 

seu grupo. 

 

1. Padronização da solução de hidróxido de sódio (titulante para a titulação ácido base) 

Apenas metade das equipes  (grupos  ímpares)  fará essa determinação, enquanto a outra metade  fará a 

padronização do item 2, e os dados serão compartilhados.  

 

Usando  uma  balança  analítica  pese,  diretamente 

em um erlenmeyer de 125 mL bem limpo e seco, uma massa 

equivalente  a  0,002‐0,003  mol  de  biftalato  de  potássio 

previamente  seco  (fornecido). Adicione um pouco de água 

destilada para dissolver todo o sólido. Acrescente três gotas 

da  solução  fornecida  de  fenolftaleína  (indicador)  e  titule 

com a solução de hidróxido de sódio a ser padronizada até 

atingir  o  ponto  final  da  titulação.  O  ponto  final  será 

indicado  pelo  aparecimento  de  uma  leve  coloração  rosa 

na solução (veja a Figura 1). Anote o volume de titulante e 

calcule a concentração da solução de hidróxido de sódio.  

2. Padronização da solução de iodato de potássio 

Apenas os grupos pares farão essa determinação e os dados serão compartilhados. 

 

Usando uma balança analítica, pese cerca de 15 mg 

de  ácido  ascórbico  diretamente  em um  erlenmeyer  (de 125 

mL)  bem  limpo.  Adicione  um  pouco  de  água  destilada  até 

dissolver todo o sólido. Em seguida, acrescente três mililitros 

da  solução  fornecida  de  amido  3%  (indicador)  e  acidule  a 

solução resultante com 5 mL da solução de ácido clorídrico 1 

mol  l‐1 fornecida. Então, adicione cerca de 1 grama de iodeto 

de  potássio  (KI)  e  agite  suavemente  a mistura  até  dissolver 

eventuais sólidos.  

Com  agitação  constante  da  solução  no  erlenmeyer, 

vá  adicionando  a  solução  fornecida  de  iodato  de  potássio 

(KIO3) (~ 1,0 x 10‐3 mol l‐1), colocada previamente na bureta. 

Enquanto  houver  ácido  ascórbico  (vitamina  C)  presente  no 

frasco reacional, o iodo (I2) liberado pela reação redox entre o 

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iodato  (IO3–) e o  iodeto  (I–) será consumido. Nessa titulação, o ácido ascórbico atua como agente redutor e o  I2 

como agente oxidante. 

Quando  todo  ácido  ascórbico  presente  tiver  sido  consumido,  a  adição  de  qualquer  volume  extra  da 

solução de  iodato de potássio  irá produzir  I2 no meio reacional. Este  iodo em excesso  irá reagir com o  indicador 

amido formando um complexo colorido (roxo claro), que indicará o ponto final da titulação. Portanto, ao primeiro 

sinal de mudança de cor perceptível do meio reacional, pare a adição da solução de iodato de potássio e anote o 

volume gasto. Observe as  imagens da Figura 2 como referência. Calcule a concentração da solução de  iodato de 

potássio e compartilhe esses dados com outras equipes.  

 

3. Determinação da acidez total do suco 

Apenas os grupos ímpares farão essa determinação e os dados serão compartilhados. 

Com  auxílio  de  uma  pipeta  volumétrica,  transfira  5  mL  de  suco  limão  previamente  coado  para  um 

erlenmeyer  de  125  mL  bem  limpo.  Acrescente  aproximadamente  15  mL  de  água  destilada  para  facilitar  a 

movimentação  do  líquido  no  erlenmeyer  (não  é  preciso  conhecer  bem  esse  volume,  pois  ele  não  entrará  nos 

cálculos). Em seguida, adicione três gotas de fenolftaleína (indicador) e titule com a solução de hidróxido de sódio 

padronizada  previamente  até  atingir  o  ponto  final  da  titulação.  Anote  o  volume  de  titulante  e  calcule  a 

concentração total de ácidos no suco. O ponto final será indicado pela mudança de cor do indicador para um tom 

levemente rosa (como indicado na Figura 1). Repita este procedimento mais uma vez. 

4. Determinação de vitamina C no suco 

Apenas os grupos pares farão essa determinação e os dados serão compartilhados. 

Usando uma pipeta volumétrica, transfira para um erlenmeyer de 125 mL, um volume de 25 mL de suco 

de  limão previamente coado. Adicione 3 mL de solução de amido 3%, 1 grama de  iodeto de potássio e 5 mL de 

solução de HCl (concentração igual a 1 mol l‐1). Titule então a amostra com a solução de iodato, da mesma forma 

como  foi  feito  no  item  2  do  procedimento  experimental  e  anote  o  volume  de  titulante  utilizado.  Calcule  a 

quantidade de ácido ascórbico (vitamina C) no suco. Repita o procedimento mais uma vez. 

 

Informações adicionais necessárias para o relatório:  

1. As fórmulas estruturais e as massas molares dos ácidos ascórbico e cítrico. 

2. As equações das reações químicas a serem realizadas (padronizações e determinações). 

 

Bibliografia 

1. Stryer, L.; Biochemistry, W. H. Freeman and Company, Nova Iorque,1995. 

2. Silva, C.R.; Simoni, J.A.; Collins, C.H. and Volpe, P.L.O., J. Chem. Educ., 1999, 76, 1421. 

3. Baccan, N.;  Andrade,  J.C.; Godinho, O.E.S.;  Barone,  J.S.; Química  Analítica Quantitativa  Elementar,  2a  ed., 

Editora Edgard Blucher, 1985 

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Experimento 5 

Determinação de Valores de pH 

Introdução 

A água na natureza raramente é pura. Mesmo a água da chuva contém substâncias sólidas,  líquidas ou 

gasosas dissolvidas em concentrações variadas. Por exemplo, em algumas regiões, a água da chuva pode ter uma 

acidez  tão elevada que pode prejudicar plantações, deteriorar construções civis, acelerar processos de corrosão 

em veículos, etc. Na verdade, toda a água de chuva tende a ter certo carácter ácido devido à presença do ácido 

carbônico  proveniente  da  dissolução  do  gás  carbônico  existente  na  atmosfera.  No  entanto,  em  condições 

atmosféricas normais, a  concentração de ácido  carbônico na água da  chuva é  relativamente baixa e os efeitos 

desta acidez são geralmente desprezíveis. 

Por outo  lado, água também é o solvente onde as reações bioquímicas que sustentam a vida ocorrem e 

estas reações bioquímicas são extremamente sensíveis à acidez da água. Os seres vivos do nosso planeta tiveram, 

portanto, que evoluir ao longo de milhões de anos para adaptar os seus processos bioquímicos à acidez da água de 

seus habitats. Assim, pequenas variações na acidez podem resultar em uma modificação drástica no bioma de um 

ambiente, levando à extinção de algumas espécies. Medidas da acidez da água (seja ela proveniente de atividades 

humanas  ou  de  fontes  naturais),  assim  como  o  conhecimento  de  como  outras  substâncias  eventualmente 

dissolvidas ou  adicionadas  alteram  esta propriedade,  são de  extrema  importância do ponto de  vista  técnico  e 

serão objetos de estudo nesta aula. 

De acordo com a definição proposta por Brønsted e por Lowry, um ácido é uma substância capaz de doar 

prótons  (H+)  e  uma  base  é  uma  substância  capaz  de  receber  prótons.  Um  exemplo  familiar  de  um  ácido  de 

Brønsted‐Lowry é o ácido clorídrico (HCl). Quando dissolvido em água, as moléculas de HCl doam os seus prótons 

para as moléculas de água vizinhas, como representado pela equação química abaixo: 

HCl(aq) + H2O(l)   H3O+(aq) + Cl

–(aq)  Equação 1

 

Analogamente, um exemplo de base de Brønsted‐Lowry é o gás amônia (NH3), o qual recebe os prótons 

das moléculas de água quando dissolvido de acordo com a expressão química abaixo: 

NH3(aq) + H2O(l)   OH–(aq) + NH4

+(aq)  Equação 2

 

Uma das implicações das definições de ácido e base de Brønsted‐Lowry é de que uma mesma substância 

pode ser anfiprótica, ou seja, pode atuar como ácido ou como base. Como é possível notar nas Equações 1 e 2, a 

água é anfiprótica, pois atua como base, recebendo prótons das moléculas de HCl e também como ácido, doando 

prótons para as moléculas de NH3. Esta importante propriedade da água permite que a transferência de prótons 

ocorra entre as moléculas da própria água mesmo em água pura. Esta transferência, denominada auto‐protólise 

da água, pode ser representada pelo equilíbrio químico: 

2H2O(l)   H3O+(aq) + OH

–(aq)  Equação 3

A  este  equilíbrio,  associa‐se  uma  constante  de  equilíbrio  (Kw)  que,  de  forma  simplificada,  pode  ser 

expressa  em  função  das  concentrações  molares  (representadas  pelos  colchetes)  das  espécies  envolvidas  na 

reação: 

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19 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Kw = [H3O+] [OH–]   Equação 4

 

Como  toda  constante  de  equilíbrio,  KW    também  depende  da  temperatura.  Em  água  pura  a  25oC,  as 

concentrações molares de H3O+  e OH–  são  iguais  e  são  conhecidas  experimentalmente  como  sendo 1,0  x 10–7 

mol/L, assim: 

Kw = (1,0 x 10–7) x (1,0 x 10–7) = 1,0 x 10–14   Equação 5

 

Como Kw é uma constante, o produto das concentrações dos íons H3O+ e OH– é sempre igual ao seu valor 

em uma determinada temperatura. Podemos aumentar a concentração de íons H3O+ pela adição de ácido à água, 

e neste caso, a concentração de íons OH– deve diminuir para preservar o valor de Kw. Do mesmo modo, podemos 

aumentar a concentração de OH– pela adição de base, mas então a concentração de íons H3O+ deve diminuir.  

Como  as  concentrações molares de H3O+ e OH–  variam em muitas ordens de  grandeza, os químicos e 

engenheiros evitam a dificuldade de lidar com uma gama extensa de valores pelo uso de logaritmos. Dessa forma, 

o  pH  e  o  pOH  de  uma  solução  podem  ser  definidos  como  o  negativo  da  concentração  de  H3O+  ou  de  OH‐, 

respectivamente, e é possível expressar essas concentrações em termos de uma escala de pH e pOH: 

pH = – log [H3O+]   Equação 6

pOH = – log [OH–]   Equação 7

Como sabemos que a 25oC, a concentração molar de H3O+ em água pura é 1,0 x 10–7 mol/L, temos: 

pH = – log 1,0 x 10–7 = 7,0 

O sinal negativo na definição de pH significa que quanto maior a concentração molar de H3O+, menor o 

valor de pH. Assim, temos: 

O pH da água pura é igual a 7. 

O pH de uma solução aquosa ácida é menor que 7. 

O pH de uma solução aquosa básica é maior que 7. 

 

Como o pH é o negativo do logaritmo da concentração na base 10, uma mudança de uma unidade de pH 

significa que a molaridade do íon H3O+ mudou por um fator de 10. Por exemplo, quando o pH diminui de 5 para 4, 

a concentração molar de H3O+ cresce de 10‐5 mol/L para 10‐4 mol/L. 

  Um método simples, confiável e rápido para se determinar o pH de uma solução é usar um pHmetro, um 

equipamento que possui um eletrodo especial de vidro (sensor), capaz de medir a concentração molar de H3O+ e 

converter o resultado automaticamente para a escala de pH. Um técnica ainda mais simples, correntemente usada 

para determinações rápidas de faixas de pH, é a adição de uma pequena quantidade de um indicador ácido‐base à 

solução.  

  Um  indicador ácido‐base nada mais é que um corante  solúvel em água, cuja a cor depende do pH do 

meio. Normalmente,  a mudança  de  cor  resulta  do  efeito  de  protonação  do  corante,  o  qual muda  a  estrutura 

química da molécula e, portanto, a sua absorção de luz (cor) característica. Para entender a ação de um indicador 

ácido‐base, precisamos saber que o mesmo tem uma cor quando protonado (forma ácida, representada por HIn, 

em que  In é o  indicador) e outra quando na  forma desprotonada  (forma básica, representada por  In‐). Quando 

dissolvido em água, as formas HIn e In‐ do indicador entram em equilíbrio, segundo a equação química: 

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HIn(aq) + H2O(l)   In‐(aq) + H3O

+(aq)  Equação 8

 

Quando a concentração de HIn é muito maior do que a de In‐, predomina na solução a cor da forma ácida 

(HIn)  do  indicador.  Quando  a  concentração  de  In‐  é  muito  maior,  predomina  a  cor  da  forma  básica  (In‐). 

Dependendo da concentração de íons H3O+ em solução, uma forma ou outra do indicador prevalecerá e a cor da 

solução  será aquela  característica desta  forma. Um exemplo é o  indicador ácido‐base  fenolftaleína, cuja  forma 

ácida é incolor (Figura 1, a esquerda) e cuja forma básica é rosa (Figura 1, à direita). A transição da fenolftaleína de 

incolor para rosa é perceptível em pH = 8,2, portanto em soluções ligeiramente básicas. 

 

Figura 1 – Representações das  formas ácida  (à esquerda) e básica  (à direita) da  fenolftaleína. A  forma ácida é 

incolor, enquanto que a forma básica apresenta coloração rosa em solução aquosa. 

 

Experimental  

5. Verificação das cores dos indicadores em diferentes pHs 

Nesta  etapa  da  aula  prática,  as  cores  desenvolvidas  por  diferentes  indicadores  ácido‐base  serão 

analisadas em um  intervalo de pH de 1 a 9. Para tal, coloque as nove soluções  identificadas com os respectivos 

valores de pH, em  tubos de ensaio previamente  lavados e etiquetados. Adicione em  cada  tubo de ensaio,  três 

gotas da solução do indicador A fornecida. Anote as diferentes cores obtidas para o indicador A em cada um dos 

pHs de cada solução. Para facilitar a análise dos dados, anote os dados em uma tabela. 

Repita  exatamente  o mesmo  procedimento  descrito  acima  substituindo  o  indicador A  pelo  B.  Faça  o 

mesmo para o indicador C e, por fim, para o indicador D. 

 

6. Determinação da cor de uma mistura de indicadores ácido‐base em diferentes pHs  

Com base nos  resultados obtidos na parte 1, pense sobre a seguinte questão:  Imagine que as soluções 

dos indicadores A, B, C e D fossem misturadas em proporções iguais. Se repetíssemos o procedimento descrito na 

etapa 1, mas utilizando esta mistura de indicadores, quais seriam as cores desenvolvidas para cada valor de pH no 

intervalo de 1 a 9? Discuta com os seus colegas e tente prever as cores para cada valor de pH no intervalo de 1 a 9.  

Após a discussão, anote as cores previstas. Então  realize o experimento com a mistura de  indicadores, 

procedendo exatamente como descrito na etapa 1. Anote as cores obtidas experimentalmente e compare com as 

cores previstas. Discuta com os colegas as possíveis diferenças.  

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21 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

 

7.  Determinação de valores de pH de soluções desconhecidas usando o pHmetro 

Nesta etapa, serão determinados os valores de pH de várias soluções aquosas desconhecidas utilizando‐

se  um  instrumento medidor  de  pH  chamado  de  pHmetro.  Inicialmente,  verifique  se  o  pHmetro  encontra‐se 

calibrado e em “stand by”. Se estiver, lave o eletrodo de vidro (sensor de próton) do pHmetro com água destilada 

e seque‐o gentilmente com um  lenço de papel, evitando  tocar o eletrodo com os dedos  (o vidro que reveste o 

eletrodo é bastante frágil).  

Após a lavagem, agite manualmente uma das soluções fornecidas e mergulhe o eletrodo do pHmetro na 

solução  evitando  o  contato  entre  o  eletrodo  e  as  paredes  ou  o  fundo  do  frasco. Uma  vez  que  o  valor  de  pH 

mostrado  no  visor  digital  do  aparelho  estabilizar,  anote  este  valor  e  remova  cuidadosamente  o  eletrodo  da 

solução. Antes de realizar a medida para outra solução, lave o eletrodo com água destilada e seque‐o gentilmente 

com um lenço de papel. Repita o processo de lavagem do eletrodo sempre entre uma medida e outra. 

Dentre as soluções aquosas de concentração 0,1 mol l‐1 fornecidas encontram‐se:  ácido clorídrico, ácido 

láctico, carbonato ácido de sódio, cloreto de amônio, carbonato de sódio, hidróxido de sódio e cloreto de sódio. 

Essas  soluções  não  estão  identificadas  pelo  nome, mas  sim  por  números.  Escreva  as  equações  químicas  dos 

equilíbrios ácido‐base dessas substâncias em água, identificando‐as como ácidos ou bases fortes, ácidos ou bases 

fracas  e  sais que podem  sofrer  reações de hidrólise. A partir dessas  informações  e dos  valores de pH obtidos 

experimentalmente, identifique qual dessas substâncias está dissolvida em cada uma das soluções fornecidas. 

 

INFORMAÇÕES ADICIONAIS NECESSÁRIAS 

1. Equilíbrios ácido‐base e conceito de pH 

2. Indicadores ácido‐base 

3. Propriedades ácido‐base (força ácido‐base, constantes de equilíbrio, etc.) dos compostos utilizados na etapa 

2 do experimento. 

 

Bibliografia: 

1. Atkins, P. Jones, L. Princípios de Química. 3ª ed. Ed. Bookman. Porto Alegre, 2006. 

 

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Experimento 6  

Avaliação da Capacidade Tamponante de Soluções‐tampão 

Introdução 

Todos  os  processos  bioquímicos  in  vivo  ocorrem  em  condições  extremamente  controladas.  Essas 

condições  dizem  respeito,  essencialmente,  ao  controle  da  temperatura,  da  acidez  e  da  concentração  iônica. 

Pequenas alterações nessas condições podem  levar a consequências tão graves que podem,  inclusive, fazer com 

que  processos  vitais  deixem  de  ocorrer.  Por  exemplo,  os  processos  enzimáticos  que  controlam  a maioria  das 

atividades vitais nos seres vivos são extremamente dependentes da acidez do meio. Mudanças no pH sanguíneo 

da ordem de 0,2 unidades em relação ao valor normal, podem levar à morte de uma pessoa, se a mesma não for 

tratada urgentemente com a administração de drogas que façam a correção do valor de pH. Nosso sangue é um 

sistema tampão formado por diversos sub‐sistemas que garantem a manutenção do pH em valores ótimos.  

As  soluções  tampão  também desempenham um papel  fundamental no  controle de processos naturais 

como  a  formação  e  a  destruição  de  corais  e  de  estalactites  e  são  extremamente  importantes  em  inúmeros 

processos químicos presentes em vários  segmentos  industriais. Dessa  forma, é  importante  conhecer um pouco 

mais sobre esse assunto. 

Uma solução‐tampão nada mais é que uma solução contendo quantidades apreciáveis de: 1) um ácido 

fraco e um sal de sua base conjugada ou 2) uma solução de base‐fraca contendo um sal de seu ácido conjugado. 

Uma importante propriedade das soluções‐tampão é que o pH destas soluções resiste quando ácidos ou bases são 

adicionadas às mesmas.  

Considere,  por  exemplo,  uma  solução  aquosa  contendo  ácido  acético  (CH3COOH,  um  ácido  fraco)  e 

acetato  de  sódio  (o  acetato,  CH3COO–,  é  a  base  conjugada  do  ácido  acético,  portanto  o  acetato  de  sódio 

(CH3COONa) é um  sal da base conjugada do ácido acético). Nessa solução‐tampão, o ácido acético encontra‐se 

parcialmente dissociado (equilíbrio ácido‐base representado pela Equação 1) e o sal acetato de sódio encontra‐se 

totalmente dissociado (Equação 2). Dessa forma, temos presentes na solução‐tampão moléculas de ácido acético 

não dissociadas (CH3COOH), assim como íons acetato (CH3COO–), hidrônio (H3O

+) e sódio (Na+).  

CH3COOH(aq) + H2O(l)   H3O+(aq) + CH3COO

–(aq)  Equação 1

 

CH3COONa(aq) → Na+(aq) + CH3COO–(aq)  Equação 2

 

Se a esse  tampão  fosse adicionada, por exemplo, uma pequena quantidade de ácido, o que ocorreria 

com o  sistema  representado pelas equações acima? De modo  semelhante,  se  fosse adicionada uma pequena 

quantidade de base, o que iria ocorrer? Nesses dois casos, os valores de pH sofreriam mudanças significativas ou 

não?  

Como dito anteriormente, o valor de pH de uma solução‐tampão não muda significativamente quando 

pequenas  quantidades  de  ácido  ou  base  são  adicionadas  a  elas.  Suponha  que  um  ácido  forte,  como  o  ácido 

clorídrico  (HCl), seja adicionado à solução‐tampão CH3COOH/CH3COO–. O ácido forte se dissocia completamente 

gerando  íons H3O+ na  solução‐tampão. Estes  íons H3O

+  transferem prótons para os  íons CH3COO–, para  formar 

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moléculas de CH3COOH e H2O (como mostrado na Equação 3). Como resultado, a concentração de íons H3O+ em 

solução permanece inalterada e também o seu pH.  

 

CH3COO– (aq) + H3O

+(aq)   H2O(l) + CH3COOH(aq)  Equação 3

 

Se,  ao  contrário, uma pequena quantidade de base  forte  for  adicionada, os  íons OH– provenientes da 

dissociação  da  base  forte  irão  remover  prótons  das moléculas  CH3COOH  para  produzir  íons  CH3COO–  e  H2O 

(Equação 4). Como resultado, a concentração de íons OH– praticamente não se altera e o valor de pH da solução é 

mantido constante. 

 

CH3COOH (aq) + OH–(aq)   H2O(l) + CH3COO

– (aq)  Equação 4

 

O valor do pH dessa solução‐tampão é dado, simplificadamente, pela equação de Henderson‐Hasselbach: 

pH = pKa + log   [sal]_                             [ácido] 

Equação 5

 

onde [ ] é a concentração molar em mol  l‐1 e o pKa = –  log Ka é a constante do equilíbrio de dissociação 

parcial do ácido fraco em água, representado na Equação 1.    

 

A Equação 5 é bastante útil, pois ela permite preparar  soluções‐tampão designadas para manter o pH 

praticamente constante em um valor pré‐determinado. Para tal, basta escolher um ácido fraco com o valor de pKa 

próximo ao valor de pH de  interesse e adequar as concentrações do ácido e do sal para se obter o valor exato. 

Para um determinado par  ácido/sal,  a Equação 5  também prevê que, quando as  concentrações de ácido e  sal 

forem iguais, o efeito tamponante será máximo.  

Da mesma  forma,  a Equação de Henderson‐Hasselbach pode  ser utilizada para preparar uma  solução‐

tampão com um par base fraca/sal do ácido conjugado. Neste caso, a equação toma a seguinte forma: 

pOH = pKb + log   [sal]_                                [base] 

Equação 6

 

onde, pKb é igual ao – log Kb e Kb é a constante de equilíbrio de dissociação parcial da base fraca. 

 

Apesar destas propriedades  interessantes das soluções‐tampão, a sua resistência à mudança de pH tem 

limites.  Quais  são  os  limites  para  esta  resistência?  Esta  é  a  pergunta  que  se  pretende  responder  com  os 

experimentos que serão realizados nesta aula prática. 

 

Experimental 

 

Parte 1 ‐ Numere nove tubos de ensaio (limpos e secos) de 3 a 11 e adicione a cada um deles, individualmente, 5 

mL  das  soluções  fornecidas,  que  possuem  valores  de  pH  correspondentes  aos  números  nos  tubos.  A  seguir, 

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adicione 3 gotas do indicador misto de Yamada (fornecido) a cada um dos tubos de ensaio. Esse conjunto de cores, 

as  quais  indicam  aproximadamente  o  pH  da  solução,  será  utilizado  como  referência  na  segunda  parte  do 

experimento. 

 

Parte 2 ‐ Prepare 25 mL da solução que o seu professor indicou, respeitando o valor indicado de [NH3] / [NH4+] e 

também das concentrações totais [NH3] + [NH4+], que devem ficar entre 0,10 a 0,40 mol L‐1. Utilize a equação de 

Henderson‐Hasselbach  (Equação  6)  para  o  cálculo  do  pH  esperado  para  as  soluções‐tampão.  A  solução  é 

preparada a partir da diluição de soluções estoques de amônia  (NH3(aq) ou NH4OH) e cloreto de amônio (NH4Cl). 

Verifique os valores de concentrações nos respectivos rótulos.  

  Coloque uma alíquota de 5,0 mL desta solução em um tubo de ensaio, e adicione 5 gotas do  indicador 

misto  de  Yamada,  juntamente  com  a  barrinha  de  agitação.  Preencha  a  seringa  com  a  solução  de  HCl  de 

concentração conhecida e coloque a agulha na seringa. Adicione lentamente a solução de HCl às soluções‐tampão 

contento o  indicador de Yamada e observe eventuais mudanças de  cores  (use o  conjunto de  cores obtidos na 

parte 1 desta  aula prática  como  referência). A  cada mudança de  cor da  solução‐tampão  (sempre  comparando 

estas mudanças de cores ao conjunto de cores de referência) anote o volume de solução de HCl adicionado. Se, 

eventualmente,  a  intensidade da  cor da  solução‐tampão no  tubo diminuir em  comparação  com o  conjunto de 

cores de referência, adicione mais gotas do indicador de Yamada para ajustá‐la. Repita este mesmo procedimento 

mais duas vezes, utilizando as mesmas soluções‐tampão preparadas previamente.  

 

Bibliografia 

1. Silva, C.R., Simoni, J.A., Química Nova 2000, 23(3), 405‐409. 

2. Atkins, P. Jones, L. Princípios de Química. 3ª ed. Ed. Bookman. Porto Alegre, 2006. 

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Experimento 7 

Equilíbrio de Solubilidade de Compostos dos Metais da Segunda Coluna 

 

Introdução 

As propriedades químicas dos elementos da segunda coluna da tabela periódica são muito semelhantes. Portanto, 

separá‐los de uma mistura é muito difícil. Muitos dos seus compostos são pouco solúveis, mas é possível, a partir da 

escolha do ânion apropriado, encontrar diferenças de solubilidade em uma mistura, induzindo a precipitação seletiva 

dos  cátions  desses metais.  A  separação  do  precipitado  e  da  solução  inicial  pode  então  ser  feita  por  filtração  ou 

centrifugação do sólido resultante.  

Neste experimento, será estudado o efeito da adição de ânions às soluções que contêm os cátions dos metais da 

segunda coluna. Procure na tabela periódica os nomes e símbolos destes elementos. Depois de um estudo sistemático 

das  solubilidades  relativas  de  seus  carbonatos,  cromatos,  sulfatos,  oxalatos,  hidróxidos  e  hidrogenofosfatos  (todos 

ânions), você será capaz de prever uma sequencia de análise qualitativa para identificar esses cátions em uma solução 

desconhecida.  

Há  uma  sequência  sistemática  para  identificação  de  todos  os  cátions  que  podem  ser  encontrados  em  uma 

solução,  a qual  é  conhecida  como marcha  analítica. Na marcha  analítica, os  ânions necessários  à precipitação dos 

cátions da segunda coluna são adicionados à solução depois que todos os outros cátions (exceto aqueles da primeira 

coluna) foram precipitados e separados . A marcha analítica, de forma simplificada, consiste na precipitação seletiva de 

determinado grupo de íons, os quais são separados dos outros por filtração ou centrifugação. Cada grupo desses tem 

um  agente  precipitante  determinado. Os  sólidos  separados  são,  então,  redissolvidos  em  solventes  apropriados  de 

modo que, ao final da marcha, todos os íons encontram‐se separados uns dos outros.  

  Para  um  sal  pouco  solúvel  (AxBy)  em  equilíbrio  com  seus  íons  em  solução  aquosa,  o  equilíbrio  de 

solubilidade é representado pela equação 1: 

AxBy (s)             x Ay+(aq)     +       y Bx‐(aq)  Equação 1 

A expressão da constante para esse equilíbrio é chamada de produto de solubilidade, Kps. Essa constante é 

igual ao produto das atividades dos  íons na solução saturada, elevadas aos coeficientes estequiométricos das 

espécies na equação. Por simplificação, vamos utilizar as concentrações ao  invés das atividades na expressão 

da constante de equilíbrio 

                                                    Kps = [Ay+]x [Bx‐]y                         (no equilibrio)  Equação 2

 

Formação de precipitados 

O  quociente  reacional  (Qps)  desse  equilíbrio  é  o  produto  das  concentrações  dos  íons  presentes  numa 

solução, elevadas aos coeficientes estequiométricos de cada um, mas em uma condição fora do equilíbrio. Ele 

pode ser representado, portanto, de forma semelhante ao produto de solubilidade da Equação 2, mas é válido 

para qualquer condição do sistema, não apenas para o equilíbrio:  

 

Qps = [Ay+]x [Bx‐]y   Equação 2

 

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Neste experimento, as  concentrações utilizadas no  cálculo de Qps  já  são  conhecidas e  correspondem à 

concentração  inicial  de  cátions  em  cada  solução  fornecida.  Sabendo  que  para  o  cálculo  de  Kps  usamos  as 

concentrações no equilíbrio, podemos prever se ocorrerá precipitação, e, consequentemente, a separação de 

um determinado cátion, comparando‐se os valores de Qps com os de Kps. Logo, teremos: 

• Se Qps > Kps – a solução está saturada e ocorrerá precipitação. 

• Se Qps < Kps – a solução está insaturada e não há formação de precipitado. 

 

Experimental 

1. Solubilidades de alguns compostos dos metais alcalinos terrosos 

Observe cada uma das soluções a serem usadas no experimento e anote suas propriedades (cor, transparência, 

presença de material particulado, etc.) em uma tabela. Use tubos de ensaio limpos de 13 x 100 mm e teste 1 mL de 

cada uma das soluções dos nitratos metálicos (Mg2+, Ca2+, Sr2+ e Ba2+) com, até, 10 gotas de cada solução de reagente. 

Adicione uma gota por vez, agite por cerca de cinco segundos e observe eventuais mudanças na coloração, formação 

de precipitado, cor e tipo de precipitado, turvação, etc. Vá adicionando o reagente  (ânion) gota a gota até que seja 

possível observar a primeira turvação (que seria como colocar uma gota de leite em água). Para cada combinação anote 

o número de gotas usadas até turvar a solução. 

Se, após adicionar 10 gotas da solução reagente, ainda não for observada nenhuma turvação, pare a adição e 

anote que não se forma sólido nesse caso. Nos casos onde a turvação ocorre com o mesmo número de gotas, compare 

as quantidades de sólido formado e atribua escalas para essas quantidades. 

Organize uma  tabela para anotar os  resultados obtidos quando cada  solução que contém um cátion da  segunda 

coluna (são quatro no total) é testada com cada uma das soluções de reagentes da Tabela 1: 

 

Tabela 1‐ Soluções de  reagentes  (procure as  respectivas  fórmulas para as substâncias e os ânions) para estudo das 

solubilidades relativas: 

Solução de reagente  Ânion de interesse

Carbonato de amônio  Carbonato 

Cromato de potássio  Cromato 

Oxalato de amônio  Oxalato 

Sulfato de amônio  Sulfato 

Hidróxido de amônio  Hidróxido 

Hidrogeno fosfato de sódio  Fosfato 

 

2.  Identificação da solução desconhecida 

Na  bancada  há  uma  solução  desconhecida  contendo  um  dos  cátions.  Anote  seu  número.  Estude 

cuidadosamente  sua  tabela  de  dados  da  etapa  anterior  e  estabeleça  um  esquema  para  identificar  a  solução 

desconhecida. Use as soluções de reagentes fornecidas.  

 

 

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Bibliografia 

1. Vogel, A.I. ; Química Analítica Qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo, 1981. 

2. Alexéev, V.; Análise Qualitativa; cap. III, Edições Lopes da Silva, Porto; 1982. 

3. Baccan, N.; Godinho, O. E. S.; Aleixo, L. M.; Stein, E.; Introdução à Semi‐microanálise Qualitativa; Editora 

da UNICAMP, Campinas; 1990. 

4. Hawkes, S.J, J. Chem. Educ., 1998, 75, 1179. 

5. Clark, R.W.; Bonicamp, J. M., J. Chem. Educ., 1998, 75, 1182.  

 

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Experimento 8 

Oxidação e Redução 

 

Introdução 

Reações de oxidação e de redução envolvem a transferência de elétrons entre as substâncias e ocorrem em 

conjunto,  ou  seja,  se  uma  substância  é  oxidada  em  uma  reação,  outra  substância  na mesma  reação  deve  ser 

reduzida.  

Há um número incontável de fenômenos naturais nos quais as reações de oxidação‐redução desempenham o 

papel principal. Por exemplo, a fotossíntese, o processo básico que sustenta a vida na Terra, é a reação de redução 

do dióxido de carbono a glicose, um açúcar essencial à planta, acompanhada da reação de oxidação da água a gás 

oxigênio. Os processos metabólicos que ocorrem nos animais são análogos ao inverso da fotossíntese. Neste caso, 

os carboidratos e outros alimentos são oxidados a dióxido de carbono e água. Além de fazer parte dos fenômenos 

naturais, as  reações de oxidação‐redução  também estão presentes no processo de corrosão, nas baterias e em 

células de  combustível. Um exemplo  importante dessas  reações é a  redução do óxido de  ferro com dióxido de 

carbono para a produção industrial de ferro metálico. 

  Neste experimento, serão estudadas algumas reações de oxidação e redução envolvendo metais e também 

halogênios. Isso permitirá estabelecer uma série eletroquímica simplificada para os metais e obter informações sobre o 

poder oxidante relativo do cloro, do bromo e do iodo. 

 

Experimental  

1. Série eletroquímica para alguns metais e hidrogênio. 

Use amostras dos metais: ferro, zinco, cobre e estanho e as soluções 0,1 mol l‐1 de seus íons em solução, além 

de soluções de HCl 0,2 mol L‐1. Observe as possíveis reações de cada um desses metais com cada uma das soluções. 

Para cada combinação, use 2 mL da solução e uma pequena porção  limpa do metal. Algumas das reações de metais 

com ácido são lentas. Nestes casos, aqueça o tubo num banho com água quente (~60 °C).  

Faça uma tabela de todas as combinações e observe quais reações ocorreram.  Baseado nos resultados, você 

será capaz de ordená‐los quanto aos potenciais de redução. Compare com o esperado pela série eletroquímica. Discuta 

possíveis diferenças e comente as possíveis fontes de erros. 

 

2. Poder de oxidação dos halogênios 

Coloque separadamente em tubos de ensaio, 2 mL de cada uma das três soluções dos halogênios: no primeiro, 

água de cloro (cloro dissolvido em água); no segundo, água de bromo (bromo dissolvido em água) e no terceiro, solução 

aquosa de iodo. 

a)  Adicione cerca de 1 mL do solvente orgânico em cada tubo, observe onde se localiza a fase orgânica e a água. 

Agite vigorosamente. Anote a cor da fase orgânica que contém o halogênio dissolvido. 

b)  Em dois tubos de ensaio coloque, separadamente, 2 mL de solução de  brometo 0,1 mol l‐1 e 2 mL de solução de 

iodeto 0,1 mol l‐1. Adicione a cada tubo 1mL do solvente orgânico, agite o tubo e observe. Em seguida, adicione 

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29 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

1 mL de solução de água de cloro, agite e observe. Anote a cor da fase orgânica final nos dois testes e compare 

com o que foi observado no item (a). 

c)  Repita o procedimento anterior usando soluções de cloreto e iodeto em cada tubo.  Adicione 1 mL do solvente 

orgânico e cerca de 1 mL de água de bromo em cada tubo. Agite vigorosamente e compare a coloração da fase 

orgânica com a que foi observada no item (a). 

d)  Repita o procedimento usando as soluções de cloreto e de brometo em cada tubo. Adicione 1 mL do solvente 

orgânico e 1 mL de solução de iodo. Agite vigorosamente e compare a coloração da fase orgânica com a que foi 

observada no  item  (a). De  forma análoga ao que  foi  feito na parte experimental A,  faça um quadro com as 

reações e tire conclusões sobre qual o melhor oxidante e qual o melhor redutor. 

 

3. O par Fe3+ / Fe2+ 

Determine  se o  íon Fe3+ é um oxidante mais  forte ou mais  fraco que o  iodo e o bromo em meio aquoso. 

Adicione 1 mL de solução de Fe3+ a 2 mL de soluções de iodeto e brometo. A presença de Fe2+ poderá ser testada pela 

adição de um pouco de solução de ferrocianeto de potássio, que originará uma cor azul profunda quando houver Fe2+ 

em solução. Insira seu par Fe3+/ Fe2+ na série eletroquímica já estabelecida para os halogênios 

A partir dos resultados obtidos tente fazer uma tabela completa contendo a ordem de potenciais de redução 

observada.  Escreva  todas  as  equações  químicas  balanceadas  para  todas  as  reações  que  ocorreram,  tanto  para  as 

oxidações e reduções como para os testes de identificação.  

Procure em  livros de química geral e de análise qualitativa como se faz para balancear equações  iônicas de 

oxidação e redução. São estas equações iônicas que devem ser apresentadas no relatório.         

 

Atenção:  

‐ Traga uma tabela de potenciais de oxidação e redução dos elementos químicos para o seu uso no relatório. 

‐ NÃO JOGUE NENHUMA SOLUÇÃO NA PIA. Há frascos apropriados para descarte das soluções dos íons metálicos, 

dos sólidos metálicos e das fases orgânicas. 

 

Bibliografia 

1. Kotz,  J.C.; Treichel  Jr., P.; Chemistry and Chemical Reactivity, 3rd edition, Saunders College Publishing.  Londres; 

1996.  

2. Vogel, A.I. ; Química Analítica Qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo; 1981.  

3. Atkins, P; Jones, L. Princípios de Química. 3ª ed. Ed. Bookman. Porto Alegre, 2006. 

4. Alexéev, V.; Análise Qualitativa; Edições Lopes da Silva, Porto; 1982.  

5. Baccan, N.; Godinho, O. E. S.; Aleixo, L. M.; Stein, E.;  Introdução à Semi‐microanálise Qualitativa; Editora da 

UNICAMP, Campinas; 1990. 

6. Mahan, B.H.; Química ‐ Um Curso Universitário, Editora Edgard  Blucher Ltda., São Paulo; 1972.   

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Experimento 9 

Cromatografia em papel Objetivo 

Realizar a separação dos pigmentos que compõem uma determinada cor. 

Teoria 

A  cromatografia  é  um  método  físico‐químico  de  separação.  Ela  está  fundamentada  na  migração 

diferencial  dos  componentes  de  uma  mistura,  que  ocorre  devido  a  diferentes  interações,  entre  duas  fases 

imiscíveis, a fase móvel e a estacionária. A grande variedade de combinações entre fases móveis e estacionárias a 

torna uma técnica extremamente versátil e de grande aplicação. 

A  cromatografia  em  papel  é  uma  técnica  de  adsorção  líquido–líquido.  Onde  a  fase  estacionária  está 

representada pela água que está  retida na celulose do papel e a  fase móvel é o solvente que será utilizado na 

corrida. 

A Figura 01 mostra um cromatograma obtido por cromatografia em camada delgada (fase estacionária é a 

sílica) no qual se pode observar a diferença de afinidade das substâncias 1, 2 e 3 pela fase estacionária, sendo a 

substância 1 a que possui maior afinidade pela  fase estacionária, enquanto que, a  substância 2 é a que possui 

maior afinidade pela fase móvel. O parâmetro mais  importante a ser considerado em cromatografia é o fator de 

retenção  (Rf), o qual é a razão entre a distância percorrida pela substância em questão e a distância percorrida 

pela fase móvel.  

Para o cálculo do valor de Rf mede‐se a distância que a substância deslocou a partir do ponto de aplicação 

(1  cm  da  base),  considerando‐se  para  efeito  de medida  o  centro  de  gravidade  da mancha,  e  divide‐se  pela 

distância percorrida por cada substância. 

 

 

 

Figura 01: Determinação de Rf de três substâncias através do cromatograma em camada fina 

 

Calculando o Rf da substância 2     

 

 

 

 

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Procedimento experimental  

Parte 1 

 Corte o papel de  filtro em  tiras de 10,6  cm  x 6  cm,  trace uma  linha acima da parte  inferior do papel 

cromatográfico (aproximadamente 1 cm da base menor). Com o hidrocor, faça uma aplicação rápida em cima 

da linha, com as seguintes corres: verde, azul, amarelo, vermelho, laranja e marrom, respectivamente. Colocar 

a tira de papel em um béquer contendo um pouco da solução saturada de NaCl, de forma que, o ponto feito 

com hidrocor não entre em contato com esta solução. O papel deverá ficar suspenso por um clipe (Figura 02). 

Remova‐o quando o solvente estiver a 1 cm da parte superior do papel e deixe‐o em uma superfície limpa e 

seca, preferencialmente em um papel toalha branco. Trace uma  linha onde o solvente parou. Deixe o papel 

secar. Determine o valor de Rf de cada mancha. 

   

Figura 02: Procedimento para realizar uma corrida cromatográfica 

 

Parte 2 

 Coloque cada uma das 6 pastilhas coloridas  (verde, azul, amarelo, vermelho,  laranja e marrom) de Confetti 

em um tubo de ensaio e adicione 10 gotas de água a cada tudo. Agite o tubo até a camada colorida se dissolver e 

os doces ficarem com uma cor branca. Isso acontecerá RAPIDAMENTE; portanto, tenha cuidado para não dissolver 

nenhuma parte da camada branca abaixo da camada colorida ou do interior das pastilhas. Cuidadosamente, retire 

o confete de dentro do tubo de ensaio, e mantenha apenas o corante que restou (Figura 03). 

 

Figura 03: Tubos de ensaio com o corante após sua extração do doce Confetti 

 

Realize a corrida cromatográfica da mesma forma descrita acima. É necessário cortar um novo papel de filtro 

e realizar os procedimentos descritos acima, no entanto, é necessário utilizar uma pipeta para aplicar o corante no 

papel. Determine o valor de Rf de cada mancha. 

 

Referências 

1.  Degani, A. L. G.; Cass, Q. B.; Vieira, P. C., Quím. Nova Esc., 1988, 7, 21‐25. 

2. Collins, C.H.; Braga, G.L. E Bonato, P.S. Introdução a métodos cromatográficos. 5ª ed. Campinas: Editora da 

Unicamp, 1993. 

3.  Fraceto, L. F.; Lima, S. L. T., Quím. Nova Esc., 2003, 18, 46‐48.

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Experimento 10 

Estudo da Indução Fotoquímica de uma Reação Química 

 

Introdução 

Os filtros solares têm a função de evitar o contato dos raios UVA e UVB com a pele, formando uma barreira 

química  ou  física  sobre  a  mesma.  Os  raios  UVA  incidem  desde  o  nascer  até  o  pôr‐do‐sol,  atingindo  a  pele 

profundamente  e  tornando‐a  ressecada  e  sem  elasticidade,  sendo,  portanto,  os  principais  responsáveis  pelo 

envelhecimento da pele. Os raios UVB têm maior incidência entre 10 h e 15 h, podendo provocar queimaduras e 

manchas, além de serem os principais responsáveis pelo aparecimento de câncer de pele.  

Os filtros de proteção química nada mais são que  loções contendo substâncias fotoativas que absorvem os 

raios UV antes deles atingirem a pele. Neste processo de absorção, as  substâncias ativas no  filtro  solar  sofrem 

reações fotoquímicas e se degradam, o que torna necessário reaplicar o protetor após longa exposição ao sol.  

Neste  experimento  será  estudado  o  efeito  da  radiação  luminosa  na  indução  da  reação  de  oxi‐redução 

intrínseca  do  complexo  inorgânico  tris(oxalato)ferrato(III)  de  potássio,  [K3Fe(C2O4)3],  em  meio  ácido.  Esta 

substância, ao receber  luz em solução aquosa ácida, sofre um processo de degradação fotoquímica, semelhante 

ao que ocorre com as moléculas ativas presentes nos filtros solares. A reação de oxidação‐redução que ocorre com 

o tris(oxalato)ferrato(III) de potássio em meio ácido pode ser representada pelas seguintes equações químicas: 

 

Equação de dissociação do K3Fe(C2O4)3 em água: 

K3Fe(C2O4)3(aq) →  Fe3+(C2O4)(aq) + 3K+(aq) + 3(C2O4)

2–(aq)  Equação 1 

 

Semi‐reação de oxidação (perda de elétrons): 

C2O42‐(aq) → 2 CO2(aq) + 2 e

–  Equação 2 

 

Semi‐reação de redução (ganho de elétrons): 

2 Fe3+(aq) + 1 e– → 2 Fe2+(aq)  Equação 3 

 

Equação redox balanceada em meio ácido: 

                                            2 [K3Fe

3+(C2O4)3]    →   2 Fe2+(C2O4)(s) + 2CO2(aq) + 3K2(C2O4)(aq)  Equação 4   

Em meio ácido, o íon Fe3+ está coordenado por um ligante oxalato (C2O4)– (Equação 1). Sob exposição de 

luz, o ligante oxalato é oxidado à CO2 (Equação 2) e os íons Fe3+ são reduzidos a íons Fe2+ (Equação 3). Os íons Fe2+ 

são poucos solúveis no meio e precipitam na forma de um sólido amarelo de oxalato ferroso (Fe2+(C2O4)) (Equação 

4). A  formação deste precipitado amarelo é um  sinal preliminar de que a  reação  redox está em progresso. No 

entanto, uma determinação mais precisa da extensão da  reação  fotoquímica pode  ser  feita pela determinação 

quantitativa  do  Fe2+  produzido,  utilizando‐se  técnicas  de  espectrofotometria  e  agentes  complexantes  de  Fe2+. 

Como agente complexante, utiliza‐se o composto 1,10‐fenantrolina que é um  ligante com alta afinidade química 

 H3O+

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33 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

pelos  íons Fe2+. A 1,10  fenantrolina  sequestra os  íons Fe2+ em  solução para  formar complexos organometálicos 

solúveis  que  apresentam  uma  absorção máxima  de  luz  em  um  comprimento  de  onda  em  torno  de  500  nm. 

Utilizando‐se a  lei de Lambert‐Beer, a qual  relaciona a concentração da substância  fotoativa em solução com a 

intensidade da absorção de luz de um determinado comprimento onda, determina‐se o teor de Fe2+ presente em 

solução.  

Como  em  todo  processo  fotoquímico,  o  rendimento  da  foto‐reação  desta  aula  prática  depende  do 

comprimento  de  onda  da  luz  utilizada  no  processo.  Neste  experimento,  iremos  utilizar  papel  celofane  como 

“filtro” de  luz para  isolar  e  identificar os  comprimentos de onda  ideais para  a  foto‐reação  redox do  complexo 

[K3Fe(C2O4)3].  

 

Experimental 

Em um balão de vidro envolto em papel alumínio, dissolva 150 mg de K3[Fe(C2O4)3] em 100 mL de solução 

0,05 mol  l‐1 de H2SO4. Pegue cinco tubos de ensaio semelhantes e envolva completamente (desde o fundo até a 

borda superior) cada um deles com papel celofane de uma determinada cor: verde, amarelo, vermelho ou azul. 

Um dos tubos ficará sem celofane. O  ideal é que o papel seja suficiente para dar três voltas completas no tubo. 

Prenda os papéis no fundo e na borda superior dos tubos utilizando pequenas tiras de fita adesiva transparente. 

Agora envolva  completamente  todos os  tubos,  inclusive aquele  sem o papel  celofane, em papel alumínio. Veja 

fotos ilustrando essas etapas na Figura 1 abaixo. 

 

 

Figura  1  –  Fotos  ilustrando  os  tubos  de  ensaio  recobertos  com  celofane  de  diferentes  cores  e  a  solução  de 

K3[Fe(C2O4)3](aq) protegida da luz por papel alumínio (à esquerda) e todos os tubos recobertos com papel alumínio 

(à direita). 

 

Evitando ao máximo a incidência de luz ambiente, coloque 10 mL da solução preparada em cada tubo. Após 

preencher  todos os  tubos,  retire o papel alumínio que os cobre,  tampe a boca do  tubo com papel celofane da 

mesma  cor  usada  para  recobrir  o  resto  do  tubo  e  prenda  com  fita  adesiva  transparente.  Comece  então  a 

cronometrar o tempo, deixando os tubos expostos à  luz ambiente do  laboratório, de maneira uniforme, durante 

60 minutos.  

Enquanto aguarda os 60 minutos de reação, faça o espectro de absorção de  luz para os papéis celofane de 

diferentes cores. Utilize uma cubeta vazia como branco no espectrofotômetro. Meça então as absorbâncias dos 

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papéis  celofane  em  intervalos  de  20  nm,  na  faixa  entre  400  e  700  nm.  Para  isso,  corte  uma  tira  que  encaixe 

perfeitamente na parte interior de uma das paredes da cubeta. Cada grupo de 2 alunos deve fazer a medida para 

uma cor de celofane. Compartilhe os resultados com os outros grupos para obter os dados das quatros cores. 

Decorridos os 60 minutos de exposição à luz, envolva cada um dos tubos novamente com o papel alumínio, 

adicione, com precisão, 2 mL de solução tampão ácido acético/acetato 2 mol l‐1 (pH= 4,5) e, 2,0 mL de solução de 

1,10‐fenantrolina (1% m/v). Após a adição tampe os tubos com papel alumínio.  

AGITE VIGOROSAMENTE os tubos e deixe‐os ao abrigo da  luz por 15 min. Após este tempo, retire o papel 

alumínio de cada tubo e meça a absorbância de cada solução em 510 nm. Retire o papel alumínio de cada tubo 

apenas no  instante  anterior  à medida,  evitando  assim,  ao máximo,  a  sua  exposição  à  luz.  Lave bem  a  cubeta, 

primeiramente com água destilada e depois com um pequeno volume da solução a ser medida. Preencha então a 

cubeta  com a  solução,  seque as  suas paredes  com  lenço de papel e meça  rapidamente a absorbância. Faça as 

medidas de absorbância das soluções na seguinte sequência: vermelho, verde, amarelo, azul e sem papel.  

Não jogue fora as soluções restantes em cada tubo. Retire todas as proteções dos tubos e observe as cores. 

Em seguida, deixe estas soluções expostas à luz do laboratório ou à luz natural fora do laboratório e observe o que 

ocorre com as mesmas, após um período de tempo. 

 

Bibliografia 

1. Simoni, D.A., Andrade, J.C., Faigle, J.F.G., Simoni, J.A. Química Nova 2002, 25(6), 1034‐1039.  

 

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35 Apostila de QG‐107 ‐ Química I (Biologia)                                                                                                1º semestre de 2015 

 

Experimento 11 

Destilação 

 Introdução 

  A  destilação  é  um  processo  de  separação  de misturas  homogêneas,  incluindo  soluções  formadas  por 

sólidos  dissolvidos  em  líquidos  ou  por  dois  ou  mais  líquidos  com  diferentes  pontos  de  ebulição.  Consiste, 

basicamente, na vaporização de um líquido por aquecimento seguida da condensação do vapor formado. A Figura 

1 mostra uma montagem típica de uma destilação simples. É importante lembrar que toda a aparelhagem para a 

destilação  deve  ter  uma  abertura  para  a  atmosfera,  a  fim  de  evitar  aumento  da  pressão  do  sistema  com  o 

aquecimento. Um detalhe a ser observado na condução do processo é a adequação da aparelhagem à quantidade 

de material a ser destilado. Um balão muito cheio pode resultar em arraste mecânico do  líquido a destilar. Um 

balão excessivamente grande retarda o processo. 

Figura 1. Esquema de um sistema de destilação simples.

 

Quando uma substância pura é destilada à pressão constante, a temperatura do vapor, quando o sistema 

estabelece um equilíbrio, permanece constante durante toda a destilação. O mesmo comportamento é observado 

com misturas contendo um  líquido e uma  impureza não volátil, uma vez que o material condensado será obtido 

sem a impureza. 

 

Experimental 

 

Parte  1. Monte  a  vidraria  com  o  objetivo  de  compor  um  sistema  de  destilação  (semelhante  à  Figura 

acima). Ligue as mangueiras de água no condensador e teste o fluxo de água antes de iniciar o processo. Adicione 

40 mL  de  etanol  (96  GL)  no  balão  de  destilação  e  7  gotas  do  corante  colocado  em  sua  bancada.  Agite  para 

homogeneizar a mistura.  

Termômetro

Condensador

Manta

Saída

Entrada

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Inicialmente, para se avaliar o volume a ser recolhido no balão do destilado, adicione 20 mL de água com 

auxílio de uma proveta e faça uma linha horizontal, à caneta, no balão do destilado. Para evitar que este fique em 

cima da bancada ou suspenso, coloque o copo de isopor embaixo do balão. 

Recoloque o balão, agora vazio, no sistema, coloque algumas bolinhas de vidro e a solução a ser destilada. 

Mas, antes de  iniciar a destilação, verifique com algum professor se o sistema está montado corretamente. Em 

seguida,  inicie a destilação e acompanhe a variação de  temperatura.  Interrompa a destilação quando o volume 

recolhido no balão do destilado atingir a marcação feita previamente. 

 

Parte 2. Lave os balões e os conectores da destilação com um pouco de etanol e remonte o sistema. Não 

é necessário lavar e desmontar a coluna de condensação. 

Repita a destilação,  substituindo a  solução de corante por uma mistura de 20 mL de água e 20 mL de 

etanol. Refaça a marcação no balão do destilado para o volume de 20 mL. Evite que a temperatura de destilação 

ultrapasse 78°C.  

 

Parte 3. Faça a análise do destilado da Parte 2 utilizando um refratômetro. Compare os seus resultados 

com os da Tabela abaixo. 

Índice de Refração do Sistema Água‐Álcool 

Concentração

de Álcool

Densidades

Relativas (20°C, kg/L)

Índice de Refração em relação ao ar, a

20°C (lâmpada de sódio)

0% 1) 0.9982 1.3333 10% 0.9819 1.3395 20% 0.9687 1.3469 30% 0.9539 1.3535 40% 0.9352 1.3583 46% 0.9227 1.3604 50% 0.9139 1.3616 60% 0.8911 1.3638 70% 0.8676 1.3652 80% 0.8436 1.3658 90% 0.8180 1.3650

100% 2) 0.7893 1.3614 1) Água pura 2) Álcool puro

Bibliografia:  1. Sartori, E.R.; Batista, E.F.; Santos, V. B.; Fatibello‐Filho, O., Química Nova na Escola 2009, 31 (1), 55‐57. 2. Peruzzo, F.M.; Canto, E.L., Química na Abordagem do Cotidiano, vol. 1, pp. 62‐63. Ed. Moderna, São 

Paulo, 2006.   

 

 

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Experimento 12 

Experimentando um Pouco da Primeira Lei da Termodinâmica 

Introdução 

A energia é uma das grandezas  fundamentais em nosso Universo. A energia presente no universo não 

pode ser criada nem destruída, apenas transformada. O estudo destas transformações de energia é chamado de 

termodinâmica.  Em química,  a  termodinâmica explica porque  as  reações ocorrem e é, portanto, essencial nos 

estudos de  transformações químicas.  Por  exemplo,  a  termodinâmica nos permite predizer o  calor  (que  é uma 

forma  de  energia)  requerido  ou  produzido  pelas  reações  químicas.  A  produção  de  calor  é  parte  essencial  na 

avaliação do aproveitamento de matérias‐primas, alimentos e combustíveis. 

O calor é um termo usado comumente no cotidiano, mas uma definição mais técnica encerra que o calor 

é  a  energia  transferida  como  resultado  de  uma  diferença  de  temperatura.  O  calor  flui  de  uma  região  de 

temperatura  mais  alta  para  uma  região  de  temperatura  mais  baixa.  As  reações  químicas  podem  liberar  ou 

absorver calor do meio. Quando uma reação que libera calor para o meio acontece em um frasco reacional, este 

começa a ficar quente com o desenrolar da reação. No caso das reações em que é necessário fornecer calor para 

que  a  reação  aconteça, o  frasco  reacional  fica mais  frio  com o progresso da  reação. As  reações químicas que 

liberam calor são chamadas de exotérmicas, enquanto as que consomem calor são chamadas de endotérmicas. 

As  transferências de energia na  forma de calor  são medidas com um calorímetro. O calorímetro é um 

dispositivo onde as variações de energia como calor são monitoradas, observando‐se mudanças na temperatura 

do sistema. Um calorímetro simples consiste em um recipiente  isolado termicamente, contendo água, dentro da 

qual outro recipiente contendo a mistura reacional é mergulhado. A temperatura da água nesse sistema pode ser 

monitorada  com  um  termômetro,  Se  a  reação  é  exotérmica,  a  energia  transferida  como  calor  ao  calorímetro 

resulta em um aumento na temperatura da água que é observada no termômetro. Se a reação é endotérmica, a 

energia absorvida pela reação resulta em uma diminuição na temperatura da água, monitorada termômetro. 

A  variação  de  temperatura  em  um  calorímetro  (ΔT)  é  proporcional  à  energia  transferida  (cedida  ou 

recebida) como calor (qcal) pela reação em estudo e a constante de proporcionalidade é chamada de capacidade 

calorífica do calorímetro (Ccal): 

qcal = Ccal x ΔT  Equação 1 

 

Através do fornecimento de uma quantidade conhecida de energia como calor, pode‐se medir a variação 

de temperatura do calorímetro com o termômetro e calibrar sua capacidade calorífica Ccal. A Ccal é, portanto, uma 

grandeza obtida experimentalmente. A importância da capacidade calorífica reside no fato de que ela nos permite 

determinar a quantidade de energia transferida como calor em um processo a partir da variação de temperatura, 

que é uma grandeza facilmente medida. 

A  capacidade  calorífica  também  pode  ser  determinada  para  substâncias  puras,  não  somente  para 

calorímetros.  Por  exemplo,  podemos  determinar  a  capacidade  calorífica  da  água  ou  do  cobre  usando  um 

calorímetro  com  Ccal  conhecida.  Como mais  calor  é  necessário  para  aumentar  a  temperatura de uma  amostra 

grande de  água ou de  cobre do que é necessário para uma  amostra pequena, a  capacidade  calorífica de uma 

substância é uma propriedade extensiva. Ou seja, quanto maior a amostra, maior a sua capacidade calorífica. É 

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comum, portanto, apresentar a capacidade calorífica específica Cs, que é a capacidade calorífica da amostra  (C) 

dividida pela sua massa (m): 

CS = C / m  Equação 2

 

Quanto maior  a  capacidade  calorífica  específica  de  uma  substância, maior  é  a  quantidade  de  energia 

fornecida  como  calor  necessária  para  elevar  sua  temperatura.  A  capacidade  calorífica  específica  de  uma 

substância  é  normalmente  fornecida  em  unidades  de  Joules  por  Kelvin  por  grama  (J  K‐1  g‐1). No  entanto,  ela 

também pode ser expressa em Joules por grau Celsius por grama (J °C‐1 g‐1), uma vez que a unidade é a mesma nas 

duas escalas (1 C° = 1K). O calor específico da água  líquida a 25°C é 4,184 J °C‐1 g‐1, que corresponde a um valor 

relativamente alto quando comparado a outras substâncias do cotidiano.  

Este  valor  relativamente  alto  de  Cs  da  água,  nos  ajuda  a  explicar,  por  exemplo,  porque  regiões 

circunvizinhas a lagos e mares são menos afetadas pelas variações de temperatura durante o ano. Como a água é 

capaz  de  armazenar  energia  sem  aumentar  significativamente  a  sua  temperatura,  estas  regiões  com  umidade 

relativa do ar elevada, possuem uma espécie de reservatório térmico. Quando mais calor é fornecido pelo Sol no 

verão, o vapor de água presente na atmosfera armazena parcialmente esta energia térmica e a temperatura local 

não aumenta significativamente. Por outro  lado, quando o inverno chega e a quantidade de calor fornecida pelo 

Sol diminui, o  vapor de  água presente na  atmosfera  retorna  a  energia  armazenada  em  suas moléculas para o 

ambiente em forma de calor e a temperatura local não diminui drasticamente.  

Também é  importante destacar que o vapor de água na atmosfera tem papel fundamental na absorção 

da radiação infravermelha refletida pela Terra, ajudando, portanto, a manter a temperatura média do planeta em 

torno de 15 °C. Do contrário, a Terra seria muito mais fria, e sua temperatura média seria ao redor de ‐18 °C, o que 

poderia comprometer ou inviabilizar diversas formas de vida no planeta. A sua alta capacidade calorífica também 

torna  a  água  um  potencial  veículo  de  transporte  energético,  sendo  largamente  utilizada  em  sistemas  de 

aquecimento/resfriamento residenciais ou em processos industriais. 

Na aula de hoje iremos estudar as trocas de calor entre dois corpos iguais e dois corpos diferentes, assim 

como verificar experimentalmente os princípios termodinâmicos que regem estas trocas. Em uma primeira etapa, 

iremos misturar duas porções de água com diferentes temperaturas e verificar como a troca de calor entre essas 

porções afeta a temperatura e a massa delas. Numa segunda etapa,  iremos  investigar a troca de calor entre um 

pedaço  de metal  aquecido  e  a  água.  Na  terceira  etapa,  iremos  determinar  a  entalpia  de  sublimação  do  gás 

carbônico, ou  seja, o quanto de  calor  é  absorvido ou  liberado pelo processo  físico de  sublimação desse  gás  a 

pressão constante.  

 

Experimental 

1‐ Contato entre dois corpos a temperaturas diferentes 

Para esta etapa,  cada grupo presente em uma mesma bancada deverá  investigar uma  combinação de 

temperatura  e massa  inicial  de  água  e  os  dados  devem  ser  compartilhados  entre  os  grupos  da  bancada.  As 

combinações de temperatura e massa inicial serão as seguintes: 

Experimento  1:  as  duas  massas  iniciais  de  água  serão  de  50  gramas  e  a  temperatura  da  água  quente 

aproximadamente 10°C superior a da água em temperatura ambiente. 

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Experimento  2:  as  duas  massas  iniciais  de  água  serão  de  50  gramas  e  a  temperatura  da  água  quente 

aproximadamente 15°C superior a da água em temperatura ambiente. 

Experimento 3: a massa de água em temperatura ambiente será de 25 gramas, enquanto que a massa  inicial de 

água quente  será de 50 gramas. A  temperatura da água quente  será 10°C  superior a da água em  temperatura 

ambiente.  

Experimento 4: a massa de água em temperatura ambiente será de 50 gramas, enquanto que a massa  inicial de 

água quente  será de 25 gramas. A  temperatura da água quente  será 10°C  superior a da água em  temperatura 

ambiente. 

Em uma balança analítica previamente zerada, coloque o copo plástico fornecido e anote a sua massa. Pese, 

em seguida, 50 gramas de água no copo plástico e transfira o conjunto copo + água para o recipiente de “isopor” 

fornecido. Meça a temperatura da água colocando o termômetro no centro do copo‐plástico.   

Aqueça outros 50 gramas de água em um béquer de vidro até uma  temperatura em  torno de 10°C acima 

daquela que você mediu anteriormente no copo de plástico. Quando a temperatura atingir este valor, desligue o 

aquecimento  e  agite  cuidadosamente  a  água  quente  com  auxílio  do  termômetro. Anote  então  a  temperatura 

indicada  pelo  termômetro  e  coloque  o mesmo  dentro  da  água  contida  no  copo  plástico,  dentro  do  “isopor”. 

Adicione, de uma só vez, o conteúdo total de água quente do béquer no copo plástico dentro do “isopor”. Agite 

lentamente  a mistura  com  o  termômetro  e meça  a  temperatura  final  quando  esta  estiver  aproximadamente 

estabilizada. Após esta medida, verifique a massa final da mistura pesando o copo plástico na balança analítica. 

 

Conclusões: Procure encontrar correlações entre as variações de temperatura observadas, tomando como base as 

próprias  diferenças  de  temperatura  e  as  variações  de  massa  experimentadas.  Use  somente  os  dados 

experimentais para tal. 

 

2‐ Contato entre dois corpos de materiais e temperaturas diferentes 

No  experimento  anterior  verificou‐se  o  comportamento  térmico  da mistura  de  duas  amostras  de  água  a 

diferentes  temperaturas.  O  que  será  que  ocorre  quando  se misturam  dois materiais  diferentes  a  diferentes 

temperaturas? Para verificar esse fenômeno proceda da seguinte forma: 

  Pese a amostra metálica fornecida em uma balança analítica. Pese uma massa igual de água em um  copo 

plástico e meça sua temperatura com um termômetro. Amarre um barbante na amostra metálica e mergulhe‐a 

em um  recipiente contendo água em ebulição e deixe por cinco minutos. Retire então a amostra de metal e, o 

mais rápido possível, mergulhe‐a no copo de plástico contendo água. Vá  lendo a temperatura no termômetro e 

anote o seu valor máximo. Repita o experimento mais uma vez trocando a água do copo. Veja se os resultados são 

diferentes dos resultados obtidos na etapa 1 desta aula prática. Qual a diferença quantitativa? Como seria possível 

equacionar essas diferenças?  

 

 

 

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3‐ Entalpia de sublimação do gás carbônico (CO2). 

O objetivo desta parte é a determinação da entalpia de sublimação do gás carbônico, ou seja, da variação de 

energia na forma de calor envolvida nessa transformação sob pressão constante do processo. Antes de começar o 

experimento,  escreva  no  seu  caderno  de  anotações  a  equação  de  sublimação  do  gás  carbônico  e  a  notação 

matemática da respectiva grandeza que será medida (entalpia). 

  Coloque 100 g de água  (medida com precisão de 0,01 g) em um copo plástico  Insira o copo com água 

dentro do recipiente de “isopor”. Adapte o termômetro à tampa do “isopor” de modo que o seu bulbo fique bem 

no centro do copo com água. Leia a temperatura da água e anote. 

  Leve  esse  conjunto  para  próximo  da  balança.  Pese  com  a mesma  precisão  anterior  uma massa  de  5 

gramas de gelo seco, utilizando como recipiente um copinho plástico para café. Imediatamente após à pesagem, 

adicione o gelo seco ao copo de plástico com água dentro do “isopor”. Anote a temperatura a cada 60 segundos, 

até que todo o gelo seco tenha sublimado. Continue anotando a temperatura por cerca de 5 minutos além deste 

tempo.  

Repita o procedimento. 

Pergunta: Sem destapar o frasco, como se poderia inferir que o gelo seco já sublimou por completo? 

 

Bibliografia 

1 ‐ Simoni, J.A. , Química Nova 1989, 12(4), 376‐378.  

2 ‐ Burgstahler, A.W., Bricker, C.E., J. Chem. Educ. 1991, 68, 332.