Quadras,Slogan e Conto Ideias & Palavras

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Olá! Sr. Marçal lá vem com nossa alegria Com a sua linda carrinha Que para nós serve de biblioteca É a carrinha mais alegre que chega nossa terra Ela traz de todos os lavores e trabalho manual Trás lindos livros para ler Revistas com bordados sem igual Mas são precisas boas mãos para os saber fazer. O saber não ocupa lugar basta nós querermos Saber é uma estrada! É preciso sabe-la percorrer Que nunca é tarde para aprender. Fico por aqui a nossa vida é um livro aberto Cada dia que passa é uma folha que cai e vai para o deserto Não sei se assino Lídia Cesteira Ou se é o meu nome verdadeiro. Xau Xau Maria Lídia do Nascimento Delgado. “Lídia Cesteira” - Maria Lídia do Nascimento Delgado – Cunqueiros Aqui na minha terra Há biblioteca ao domicílio O senhor que a conduz É alegre e divertido A biblioteca-ambulante Por mês vem duas vezes Tira fotocópias bonitas Traz bons livros para leres “Lídia Cesteira” - Maria Lídia do Nascimento Delgado – Cunqueiros

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Olá! Sr. Marçal lá vem com nossa alegriaCom a sua linda carrinhaQue para nós serve de bibliotecaÉ a carrinha mais alegre que chega nossa terra

Ela traz de todos os lavores e trabalho manualTrás lindos livros para lerRevistas com bordados sem igualMas são precisas boas mãos para os saber fazer.

O saber não ocupa lugar basta nós querermos Saber é uma estrada!É preciso sabe-la percorrerQue nunca é tarde para aprender.

Fico por aqui a nossa vida é um livro abertoCada dia que passa é uma folha que cai e vai para o deserto

Não sei se assino Lídia CesteiraOu se é o meu nome verdadeiro.Xau XauMaria Lídia do Nascimento Delgado.

“Lídia Cesteira” - Maria Lídia do Nascimento Delgado – Cunqueiros

Aqui na minha terraHá biblioteca ao domicílioO senhor que a conduz É alegre e divertido

A biblioteca-ambulantePor mês vem duas vezesTira fotocópias bonitasTraz bons livros para leres

“Lídia Cesteira” - Maria Lídia do Nascimento Delgado – Cunqueiros

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Ao senhor das terças feirasDa carrinha em movimentoSó lhe pedimos que passe Com os velhinhos mais tempo.

Que leia muitas históriasHistórias de encantarSó não os ponha a dormirQuando a história acabar

Quando a história acabarIsto é com jeitinhoEles nunca se cansamDe ouvir mais um bocadinhoDe ouvir as suas históriasDe ouvir mais um bocadinhoPara poder recordarOs seus tempos de menino.

Maria Leonor Ribeiro - Montes da Senhora

Estando os idosos isoladosTristes na sua solidãoVendo a BibliomóvelAlegra-se o coração

Alegra-se o coraçãoUm sorriso na sua caraMesmo que por pouco tempoO seu coração sara.

Maria Leonor Ribeiro - Montes da Senhora

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"já chegou o sr.nunotem uma linda profissãoé amigo dos velhinhosvocês não digam que não.

voçês não digam que nãoele tem passos muito bonitosquando chegar ao céulá os vai encontrar escritos!"

Ti Rosa da Ferraria

Nos estamos muito contentesEstamos cheios de alegriaDe ver o sr nunoNo nosso centro de dia

É um senhor muito bomÉ um senhor muito verdadeiroPor ser quem éVai correr o mundo inteiro

Vai correr o mundo inteiroE os seus passos são bonitosQuando chegar ao céuOs vai lá encontrar escritos.

Ti Rosa da Ferraria

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De palavras vai andando,Com as rodas no caminho.Aprende-se desfolhandoFolhas de pergaminho.

De ensinamentos vai...De saberes pode vir,Acolhido como um paiO mundo colorir...

Rodas que vão abraçar,Quem pode estar sozinho,Mas que fica a flutuarComo rio no caminho...

Ana Patricia Dias – Sertã (centro dia Montes da Senhora) [email protected]

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AS ANDANÇAS DA BIBLIOMÓVEL E DO NUNO

De terra em terraAnda uma carrinha encantada A distribuir sonhos e magiaPelas terras onde passaDeixa sempre alegria

Que a visita fica feliz…pois nela vêTantas coisas imagináveisComo livros, jornais Internet, skype, e tantas revistas

Um lugar onde se juntam pessoasQue animadas podem conversar E onde tem de tudo um pouco Para lerem e veremNesta carrinha encantada

Anda lá dentro o simpático NunoSempre bem-disposto, e disponívelPara ajudar quem da sua ajuda…precisarAh… como é bom encontrarPor diversas terras por onde passa

Uma pessoa humana, e humildeQue com todos gosta de conversar...e ajudarAnda sempre bem-dispostoE com um bonito sorriso no rostoÉ um amigo em que se pode confiar Tem sempre uma palavra amiga para nos dar.

Mila Lopes

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Bibliomóvel de Proença-a-Nova

Nas cidades ou nas aldeiasA Bibliomóvel está presentePara contar históriasQue envolve toda a gente

Dos mais pequenos aos grandesTodos se interessam em saberDas conquistas de sua terraE de como foi o seu crescer

A história as vezes é tristeDevido as mortes que houveramPor causa das grandes guerrasMas muitos heróis tiveram

E é através dos livrosDa Bibliomóvel de proença-a-novaQue muitos tiveram o prazer De sua história conhecer.

Assim se vê a importância Da Bibliomóvel de proença-a-nova percorrerAs vilas e as aldeias vizinhasE os livros de história ler.

Bibliomóvel de Proença-a-Nova II

Através da BibliomóvelTodos ficam a saberAs histórias do passadoE o que fez uma nação crescer

A Bibliomóvel de proença-a-novaTem muito que contarPrincipalmente aos aldeõesQue não puderam estudar

Por isso é através dos livrosQue a Bibliomóvel temA forma de mostrar a todos O valor que a leitura tem

Assim jovens e criançasTerão mais interesse em aprenderPara um dia mais tardePara os filhos e netos poderem ler

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Vamos todos apoiarEsse projecto importanteE mais livros doarPara a Bibliomóvel forte ficar.

Rosangela de Souza

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Querida EmaEscrevo-te ao fim da tarde, depois já da partida da carrinha dos livros. Escrevo-te para te dizer que há momentos em que uma folha de papel se confunde com a vida eterna. Claro que te escrevo por muitas outras razões, mas não é verdade que há momentos da nossa vida que se confundem com a eternidade? Lembras-te de mim? A caligrafia avivar-te-á a memória. Continua redonda, pequenina, com largas pintas nos is, talvez esteja um pouco mais rude e apressada, mas não muito. Por agora, estou a escrever devagar, com o esforço de não rasurar nada. Hoje, não quero rasurar nada. Os computadores tiram-nos a prática, mas recupera-se o jeito, logo ao segundo parágrafo. Hás-de experimentar. Aquele que te escreve agora, Ema, é o mesmo miúdo que te enviava cartas há 30 anos. Tenho saudades desse miúdo que tinha saudades tuas. Tinha na cabeça a tua imagem jovem, linda e fresca. Como eram felizes os dias em que, ao chegar a casa, o meu pai, desatento, dizia-me que havia uma carta para mim. Fechava-me logo no quarto, ansioso, sustendo a respiração, em busca das tuas palavras em azul-lazúli. Julgo que a própria tinta era perfumada e o envelope muito macio Tu contavas-me como tinhas passado o Natal. Falavas-me dos bonecos de neve que avistavas da cama do hospital. Do nevão que te obrigou a ficar uma semana sem sair ao jardim. Uma semana inteira, imagine-se! Um dia enviaste-me uma fotografia da paisagem que avistavas. E eu sonhava com a Suécia, como se fosse um paraíso branco, não me apercebendo dos dissabores do frio e da falta de sol, nem do sofrimento que as dores te provocavam. Mas estava eu a falar da minha escrita, lembras-te quando me tiravas as dúvidas de português e outras coisas, quando me não mandavas ir ao dicionário, como agora eu mando o meu filho? Tu que foste o meu "Google", às vezes renitente, quando este ainda não existia... Sabes que agora vivemos gente ignorante e pacóvia que apenas valoriza o espetáculo? Minha querida Ema, estava a empacotar a minha vida em duas dúzias de caixotes, quando me cruzei com um maço de envelopes cor-de-rosa com um elástico à volta. Sei que ‘andaste’ sempre por aqui, por isso sentei-me no chão e reabri os melhores momentos. Julguei ainda sentir o cheiro das tuas palavras, talvez seja só uma impressão, mas o perfume parecia continuar lá. ( Agora tenho a certeza, o perfume é o mesmo. ) Passei a tarde a ler as tuas cartas, a sorrir entre lágrimas. Até que cheguei à última. Lembras-te da última carta que me escreveste, tão triste e tão terna? Mas eu, que andava há anos a juntar moedas no porquinho para te encontrar na neve que se avistava do teu quarto, encarei-a como uma inexcedível traição. Lá para o terceiro parágrafo, entre assuntos nossos quotidianos, contavas-me que a doença tinha vencido a batalha e que em breve partirias. Nunca te ‘perdoei’. E não te voltei a escrever. Até agora. Talvez estejamos demasiado adultos para ansiar por cartas perfumadas, julgo que não. Talvez queiras saber como estão as coisas por aqui. O mundo pulou e avançou e o presente traz-nos alegrias, é claro, como este momento de poder conversar contigo. Mas também nos traz muitas insatisfações: violência, desigualdade social, desrespeito, corrupção, mentira, hipocrisia. Para mudar este presente e construir um futuro diferente é preciso tomar as rédeas do processo nas mãos e lutarmos.Não sei se ainda moras na mesma casa. Espero que alguém tenha a amabilidade de te reenviar a correspondência. Podia procurar-te no Facebook, pesquisar-te no Google, trocar uns mails. Mas prefiro esperar ansiosamente pela volta do correio.Sabes do que tenho mais saudades, querida Ema? Dos beijos que não te dei…Sinceramente teu.

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Slogan:

Livros espreitados, adornados com a sabedoria dos leitores e complementados com palavras soltas são a essência da Bibliomóvel

Andreia Pereira Martins