Qual a importância das emissões de CO2?

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_______________________________________________________________________________________________ Consultoria e Serviços de Engenharia . [email protected] - fone: (35) 3712-4175 - fax: (35) 3714-2349 Rua Guaicurus, 460 - Vila Togni - Poços de Caldas - M.G. cep:37 704 347 Já que “nosso governo” está considerando as emissões provenientes de “combustíveis fósseis”, algo tão sério (que até transformou em lei [reduzir nossas emissões em até 38,9%]), é bom vermos alguns detalhes: 1- O quanto soma as emissões humanas a partir dos chamados “combustíveis fósseis”? Como em cada site que se consulta, encontra-se um número diferente, com unidades ocultas atrás de duvidosos percentuais, vamos adotar como confiável o que diz o “Experimento de larga escala da Biosfera- Atmosfera na Amazônia (sigla em inglês, LBA)”, estudo coordenado pelo Brasil para explicar o papel da floresta no clima global. De acordo com o cientista do LBA Antônio Manzi, A Amazônia possui um estoque de aproximadamente 100 bilhões de toneladas de dióxido de carbono e, caso seja totalmente desmatada, lançará para a atmosfera 14 vezes as emissões anuais globais provenientes da utilização de combustíveis fósseis”. Ou seja: 100.000.000.000 14 = 7.142.857.143 t/ano. E as estimadas para o Brasil são: 253.375.000 t/ano. Informações estas que coincidem em ordem de grandeza com os dados de outro cientista brasileiro, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion, representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM). 2- O que é Respiração celular? A respiração celular é um fenômeno que consiste basicamente no processo de extração de energia química acumulada nas moléculas de substâncias orgânicas vivas (vegetal ou animal). Neste processo, verifica-se a oxidação de compostos orgânicos de alto teor energético, gerando gás carbônico e água, além da liberação de energia que é utilizada para que possam ocorrer as diversas formas de trabalho celular.

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Ano novo assunto antigo, mas vale a pena ler este.

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Consultoria e Serviços de Engenharia [email protected] - fone: (35) 3712-4175 - fax: (35) 3714-2349Rua Guaicurus, 460 - Vila Togni - Poços de Caldas - M.G. cep:37 704 347

Já que “nosso governo” está considerando as emissões provenientes de “combustíveis fósseis”, algo tão sério (que até transformou em lei [reduzir nossas emissões em até 38,9%]), é bom vermos alguns detalhes:

1- O quanto soma as emissões humanas a partir dos chamados “combustíveis fósseis”?

Como em cada site que se consulta, encontra-se um número diferente, com unidades ocultas atrás de duvidosos percentuais, vamos adotar como confiável o que diz o “Experimento de larga escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (sigla em inglês, LBA)”, estudo coordenado pelo Brasil para explicar o papel da floresta no clima global. De acordo com o cientista do LBA Antônio Manzi, “A Amazônia possui um estoque de aproximadamente 100 bilhões de toneladas de dióxido de carbono e, caso seja totalmente desmatada, lançará para a atmosfera 14 vezes as emissões anuais globais provenientes da utilização de combustíveis fósseis”.

Ou seja: 100.000.000.000 14 = 7.142.857.143 t/ano. E as estimadas para o Brasil são: 253.375.000 t/ano. Informações estas que coincidem em ordem de grandeza com os dados de outro cientista brasileiro, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion, representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

2- O que é Respiração celular? A respiração celular é um fenômeno que consiste basicamente no processo de extração de energia química acumulada nas moléculas de substâncias orgânicas vivas (vegetal ou animal). Neste processo, verifica-se a oxidação de compostos orgânicos de alto teor energético, gerando gás carbônico e água, além da liberação de energia que é utilizada para que possam ocorrer as diversas formas de trabalho celular.

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É um fenômeno de fundamental importância para o trabalho celular e, portanto, para manutenção de vida num organismo aeróbico qualquer. Nos organismos aeróbicos, a equação simplificada da respiração celular pode ser assim representada: C6H12O16 + O2 6 CO2 + 6 H2O + energia Vamos considerar (por enquanto) apenas a respiração celular animal. Considerando-se que:

a- Massa média humana (Mmh) = 51,25 kg/pessoa; b- O2 absorvido pelo humano médio = 1 kg/dia; c- Massa molecular do CO2 (MCO2) = 44; d- Massa molecular do O2 (MO2) = 32.

Conforme fórmula da respiração celular, mostrada acima, podemos dizer: Massa de CO2 emitida pela respiração celular, por quilograma de matéria animal viva, por dia, é: MCO2(emitida) = 6 x 44 (32 x 51,25) = 0,161 kg(CO2)/(kg(animal) x dia)

3- Qual a massa animal, viva, no planeta (Mav)? Em uma estimativa bastante conservadora, podemos dizer que a massa da fauna mundial é igual à massa humana, mais uma massa capaz de fornecer 1 kg de matéria viva, por habitante global pelos próximos 400 dias, e que a massa das bactérias aeróbicas dobra esta massa total.

4- Qual a população global (Pg)? A população global é estimada em: Pg = 6.765.998.240 de pessoas. Portanto, podemos dizer que: A massa animal total, viva, no planeta é: Mav = 2 x (Pg x 51,25 + Pg x 1 x 400) = 6.106.313.412 t.

5- E qual a emissão anual total de CO2 devido exclusivamente à respiração celular animal (ETCO2)?

Agora ficou fácil:

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ETCO2 = Mav x MCO2(emitida) = 359.028.888.431 t(CO2)/ano. Repare que a emissão anual, devida exclusivamente à respiração animal, é 50,26 vezes maior que às devidas aos “combustíveis fósseis”. Ou seja: As emissões humanas a partir dos chamados “combustíveis fósseis” são apenas 1,99% das emissões geradas exclusivamente pela respiração animal; e as brasileiras, 0,07% delas. Portanto, não se impressione com cifras de “bilhões de toneladas anuais”, anunciadas pelos “especialistas”, pois não existe qualquer potencial de impacto ambiental a ser produzido pelas emissões humanas a partir dos chamados “combustíveis fósseis”. Alguém pode me dizer o que 38,9% de redução deste infinitésimo (1,99%) vai fazer de diferente para a natureza? Mas será uma barreira imensa para o desenvolvimento de nosso país.

6- Porque então não se fala ou se leva em conta às emissões causadas pela respiração animal?

Justamente para que não fique visível que as emissões provocadas pela queima de “combustíveis fósseis” não passam de um infinitésimo e que isto jamais será um problema para a natureza ou para o ambiente. Além disto, manter as fontes energéticas, mais baratas e práticas, sob controle, é um importante passo para controlar o desenvolvimento dos povos e manter submissos e dependentes os desavisados.

7- E qual o impacto de tão imensa emissão de CO2? Nenhum! Lembre-se: Massa molecular do CO2 = 44; Massa molecular média do ar = 29; E que eu saiba, ninguém pode revogar o princípio de Avogadro. Portanto, qualquer emissão de CO2 tende a ir para o chão, conforme manda o bom e velho campo gravitacional do planeta. Assim como acontece com vazamentos de GLP (O propano tem a mesma massa molecular do CO2).

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Junto ao chão, a natureza tem seus sumidouros, como por exemplo gramíneas, plantações e culturas, algas, fungos, bactérias fotosintetizadoras, superfícies hídricas, além dos oceanos e mares.

Caso não existissem, seriam freqüentes desastres como o de 22 de agosto de 1986 no lago Nyos, na República de Camarões (cenas mostradas acima), onde morreram por asfixia com CO2, (emitido por lago vulcânico) aproximadamente 2.000 pessoas, gado (3.000 cabeças), e toda vida selvagem que estava nas partes baixas do terreno, por vários quilômetros “morro abaixo”. Todos os sobreviventes, estavam nas partes altas. Aliás, este é um dos casos que obrigatóriamente deve ser lido por todos os que acreditam e temem que as “emissões de CO2”, como contadas e forjadas pelo IPCC, incorporam-se à alta atmosfera, provocando efeito estufa. Pois este será o sintoma quando e se houver excesso de “emissões de CO2”. Além disto, as emissões da respiração animal, sempre foram aproximadamente de mesma magnitude e se a humanidade cresceu desmedidamente, foi em detrimento de outras espécies da fauna, mas a magnitude total, permanece aproximadamente a mesma, portanto dentro da normalidade.

8- E as florestas, fazem parte destes sumidouros? Com certeza não! Lembre-se que foi dito que todas as células vivas respiram e as vegetais não são exceções. Uma árvore sequestra o CO2 atmosférico através da fotossíntese, apenas na fase de crescimento, permanecendo no ponto de compensação fótico quando esta fase termina e a respiração celular praticamente “empata” com a fotossíntese.

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Neste instante, toda a glicose produzida na fotossíntese é "quebrada" pela respiração e todo dióxido de carbono (CO2) absorvido na fotossíntese é sintetizado por ela e “devolvido” ao ambiente. O ponto de compensação fótico acontece para manter o sistema fotossintético ativo, dissipando parte da energia luminosa recebida pela planta, permitindo sua sobrevivência. Também, quando as plantas permanecem no escuro, cessa a fotossíntese e predomina a respiração, além do que as bactérias anaeróbicas metanogênicas, simbióticas aos vegetais, jamais descuidam de sua função, seja processando a matéria orgânica morta ou quebrando a glicose das plantas, facilitando assim a respiração das células vegetais e produzindo “metano” em grande quantidade. As florestas definidas (como por exemplo a Amazônia ou a Mata Atlantica e o cerrado), são talvez um dos maiores geradores de metano do planeta, responsáveis por grande parte das emissões globais contínuas. Porém, este será assunto para outro artigo, neste, tratamos apenas do CO2. Pensem no que aqui foi dito, com ânimo imparcial, sereno e carinho. Um grande abraço e feliz 2010,

PFCP