QUAL CONTRIBUIÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM …CIA ABRAÃO XAVIER DE SOUZA.pdf · Segundo...

54
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE QUAL CONTRIBUIÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA EMPRESARIAL PARA A FORMAÇÃO DO ESPECIALISTA? POR: PATRÍCIA ABRAÃO XAVIER DE SOUZA ORIENTADORA: PROFª. ADÉLIA ARAÚJO Rio de Janeiro 2007

Transcript of QUAL CONTRIBUIÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM …CIA ABRAÃO XAVIER DE SOUZA.pdf · Segundo...

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

QUAL CONTRIBUIÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

PEDAGOGIA EMPRESARIAL PARA A FORMAÇÃO DO

ESPECIALISTA?

POR: PATRÍCIA ABRAÃO XAVIER DE SOUZA

ORIENTADORA: PROFª. ADÉLIA ARAÚJO

Rio de Janeiro

2007

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

QUAL CONTRIBUIÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

PEDAGOGIA EMPRESARIAL PARA A FORMAÇÃO DO

ESPECIALISTA?

Monografia de conclusão de Curso apresentada a Universidade Candido Mendes – Instituto A Vez do Mestre, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia Empresarial, orientada pela professora Adélia Araújo.

Rio de Janeiro

2007

3

A seguir meu rank de AGRADECIMENTOS:

1º Colocado: Ao meu Pai Oxalá e novamente aos meus guias espirituais pela sua proteção, principalmente da metade do ano de 2006 a esse início de 2007, quando se mostraram cada vez mais próximos de mim, transmitindo uma forte energia e cobrando decisões.

2º Colocado: Aos meus pais Pearsson e Sara, por continuarem apoiando e incentivando meus estudos.

3º Colocado: Ao meu amado namorado Diego por toda dedicação em ter ido me buscar todos os sábados durante todo o curso e também pelo mimo, proteção e preocupação.

4º Colocado: A minha professora e orientadora Adélia Araújo por toda sua dedicação, orientação, carinho e por nos conquistarem com seu jeitinho doido... “Você é doida de mais, você é doida de mais e você é doida de mais... Doida, muito doida, você é doida de mais”.

5º Colocado: As novas amigas que conquistei: Beth, Patrícia Souza, Patrícia Meireles, Jaciara, Eliane, Rosilene, por um ano de risos, “psicografia”, bolinhos, trocas e principalmente minha amiga Cristiane (meiguinha e lentinha) que tanto gosto... Graduação, Pós, agora só falta combinarmos de fazermos junto o Mestrado. A decisão de fazermos essa Pós juntas deu certo, então vamos continuar com a parceria e enfrentar também juntas nosso Mestrado.

6º Colocado: A todas as colegas de turma e profissionais da área de Pedagogia Empresarial que por intermédio do questionário colaboraram para o êxito deste trabalho.

4

Sumário

Introdução....................................................................................................... 07

Capítulo I

Um breve Histórico sobre Pedagogia Empresarial........................................... 10

Capítulo II

2.1 - Normas e Leis: da Pedagogia à Pós-Graduação..................................... 19

2.2 - Pedagogia Empresarial: uma nova área em ascensão............................ 28

Capítulo III

3.1 - Histórico do Instituo A Vez do Mestre....................................................... 31

3.2 - Contribuições ao Instituo A Vez do Mestre............................................... 33

Considerações finais...................................................................................... 45

Referências Bibliográficas............................................................................. 49

Anexos............................................................................................................. 51

Comprovantes culturais................................................................................. 54

5

Resumo

Dentro de um contexto educacional contemporâneo, a situação se mostra

cada vez mais grave quando se trata de Leis voltadas para a Graduação do

curso de Pedagogia; por isso o presente estudo pretende demonstrar a

situação do curso de Pedagogia, desde seus primórdios com um breve

histórico até os dias atuais onde ocorre em curto período de tempo várias

modificações e alterações nas Leis.

Devido tamanhas transformações tecnológicas, políticas, sociais e

econômicas ocorridas no mundo, fizeram com que instituições de ensino,

empresas, ONG’s, hospitais dentre outras; passassem por um processo de

reestruturação da disseminação de novos conhecimentos que chegam em

forma de Tsunami. Um desses adventos que vem com força total é a

“educação”, seja ela em quaisquer for a instituição.

Com isso torna-se claro que as portas se abrem para os Pedagogos,

profissionais dotados de bases teóricas e metodológicas sólidas, havendo um

porém, com a nova Lei os Pedagogos não podem sair com a habilitação em

Pedagogia Empresarial, sendo necessário que os interessados pela área

procurem um curso de Pós-Graduação a nível de especialização.

No entanto a pesquisa que tem como título “O Pedagogo Empresarial

formado pelo Instituto A Vez do Mestre” baseia-se na necessidade de

aperfeiçoar e apresentar subsídios para a melhoria da grade curricular,

averiguando se está sendo transmitido os conteúdos necessários, e se estes

estão atendendo ao mercado de trabalho, sendo este a nível de

especialização.

6

Metodologia

Os procedimentos metodológicos escolhidos foram em desenvolver um

trabalho de forma qualitativa, através de análise bibliográfica, material cedido

pela IAVM e textos retirados da internet, pelo fato de não termos muitas

referências voltadas para o tema tratado.

Outra etapa a ser realizada é uma pesquisa de campo com os colegas de

turma e com profissionais de Pedagogia Empresarial; sendo que a primeira terá

o intuito de saber se o curso de Pós-Graduação em Pedagogia Empresarial do

Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes, está

proporcionando embasamento necessário aos seus especialistas para melhor

atenderem o mercado de trabalho e a segunda coletar desses profissionais

quais conteúdos necessário para o seu melhor desenvolvimento cotidiano no

trabalho. O instrumento a ser utilizado são os questionários (anexos 1 e 2),

com perguntas objetivas, claras e distintas entre alunos e profissionais da área.

7

Introdução

Torna-se óbvio que as organizações precisam aprender a criar, reter e

disseminar o conhecimento. Dentro desse ambiente de elevada competição, as

empresas buscam se organizar no sentido de acelerar ainda mais o processo

de transmissão dos conhecimentos fundamentais às suas estratégias

empresariais. Uma dessas formas é a utilização de modelos organizacionais

voltados para o aprendizado.

Se já há essa compreensão das empresas que o aprendizado/educação,

se faz tão necessários nesse âmbito, porque as portas ainda não se abriram

para os profissionais de Pedagogia Empresarial?

Daí surgindo o interesse pelo tema. Será, que as portas fechadas são

devido a falta de informação/conhecimento de algumas empresas em relação

ao campo de trabalho desses profissionais ou o não reconhecimento do cargo

de Pedagogo Empresarial?

Decorrente as transformações ocorridas no mundo pelo o advento da

globalização, hoje nas empresas torna-se urgente e necessária a aplicação de

gestão de mudança, gestão do conhecimento e principalmente de um

profissional que trabalhe a educação no âmbito empresarial, em busca da

capacitação organizacional de seus funcionários.

Segundo ALVES (2002, :50), em artigo escrito para a revista T.D, as

empresas passaram por três fases:

A primeira é representada pelo filme “Tempos Modernos” de Chaplin em

que a única coisa que interessava era o lucro, não havia preocupação com a

vida dos empregados que eram tratados como robôs, nem com o meio

ambiente.

A segunda fase a empresa descobre a importância que seus empregados

sintam-se bem dentro dela. A empresa deve ser o mundo do empregado e

seus anseios devem restringir-se ao mundo da empresa. É a empresa “família”,

auto-suficiente e fechada em si mesma.

8

A terceira fase, que é a que estamos vivendo no momento, se caracteriza

por uma revolução de valores. Se na primeira e na segunda fase visava-se

apenas o lucro, agora ela olha também para o trabalhador e toda comunidade

que a cerca, visando o bem estar. O trabalhador passa a ser reconhecido como

indivíduo dotado de inteligência e sentimentos e sua vida não se restringe só

ao mundo do trabalho.

Este tema tem grande relevância para o Instituto A Vez do Mestre; por

isso, acredita-se que a Pós-Graduação em Pedagogia empresarial oferecida

pela instituição, atende ao mercado de trabalho; porém poderia ampliar seu

quadro de disciplina e reelaborar sua carga horária possibilitando sua

extensão.

A partir do exposto, o problema colocado para investigação foi: quando se

trata da formação dos especialistas em Pedagogia Empresarial, o Instituto A

Vez do Mestre está atendendo ao mercado de trabalho? Com isso existe a

possibilidade da pesquisa trazer novas contribuições à instituição pesquisada

(IAVM), no sentido de proporcionar respostas ao problema proposto e de

ampliar as formulações teóricas a respeito do tema tratado.

Os objetivos a serem almejados durante e ao final da pesquisa são:

identificar as gaps na formação do especialista em Pedagogia Empresarial;

conhecer o perfil deste profissional exigido pelo mercado de trabalho; averiguar

se o IAVM está transmitindo os conteúdos necessários para tal formação;

verificar quais embasamentos teóricos seria necessário para melhor atender ao

mercado de trabalho e por fim, analisar se o IAVM está atendendo ao mercado

de trabalho.

Neste sentido, o trabalho foi divido em três capítulos. No primeiro, será

feito um breve histórico da Pedagogia Empresarial, sendo iniciado pelo

histórico da Pedagogia desde a Grécia antiga, relatando como foi sua trajetória.

O segundo capítulo irá tratar das normas e Leis: da Pedagogia à Pós-

Graduação, sendo demonstrado à antiga e a mais recente Lei do curso de

Pedagogia, chegando as Leis de Pós-Graduação; aquelas que devem ser

9

seguidas para estruturação de um curso desse porte, seu credenciamento,

reconhecimento, dentre outras normas, leis, pareceres e resoluções. Na

segunda parte, ainda do mesmo capítulo, podemos encontrar o subtítulo

Pedagogia Empresarial: uma nova área em ascensão, onde se relato um pouco

desta área e como esta está crescendo no meio empresarial.

No terceiro e último capítulo, acredita-se encontrar o mais importante, sem

desmerecer os dois anteriores. Neste, em sua primeira parte trata-se do

histórico do Instituto A Vez do Mestre, na segunda parte tem-se a contribuição

que a pesquisa trará a instituição pesquisada, sabendo-se assim se tais

objetivos propostos no início foram alcançados com êxito.

10

Capítulo I

Um breve histórico sobre a Pedagogia Empresarial

Não tem como se falar de Pedagogia Empresarial, sem antes fazer um

apanhado geral sobre a história da Pedagogia. Tal palavra teve sua origem na

Grécia Antiga, paidós (criança) e agogé (condução) (MANACORDA, 1997).

Aqueles que os gregos antigos chamavam de “pedagogo” era o escravo

que levava a criança para o local da relação ensino-aprendizagem, não era

exclusivamente um instrutor, era um condutor, alguém responsável pela

melhoria da conduta geral do estudante, moral e intelectual. Se por acaso a

criança precisasse de um especialista para a instrução, conduzia-a até lugares

específicos, os lugares próprios para o ensino de idiomas, de gramática e

cálculo e se fosse o caso para a educação corporal (MANACORDA, 1997).

Grécia antiga nos faz lembrar Homero, “o educador de toda a Grécia”,

como dizia Platão. É ele, aliás, que sugere a distinção entre o “dizer” e o

“fazer”. Em Homero esses dois termos não tinham oposição e não indicavam

tarefas opostas de quem governa e de quem produz, e sim os dois momentos

da ação de quem governa.

Ainda em Homero encontramos outros educadores como: Fênix, Pátroclo,

Aquiles, Quíron; tais educadores arcaicos têm algo de estranho em comum:

são ex assassinos, pessoas que mataram ou tentaram matar e, por isso,

tiveram que fugir de suas terras. De maneira absurda, tais pessoas ainda

encontraram as portas abertas para a missão de educadores (MANACORDA,

1997).

Dentre esses educadores, com um passado um tanto quanto deturpado,

podemos destacar Quíron por ser um centauro, metade homem e metade

cavalo; diante do fato anterior desses educadores serem ex assassinos e

Quíron um centauro, os cristãos passaram a zombar da figura do educador. O

que nos remete aos dias atuais, onde nossa imagem como educador é sempre

menosprezada.

11

Continuando na Grécia arcaica, encontramos a aculturação moral,

religiosa, patriótica e a aquisição das técnicas, sobretudo as do governar e

produzir. As palavras e as ações de Homero e Fênix, perpassaram pela história

da Grécia como educação através da “música” e da “ginástica”; música

entende-se como aculturação ao patrimônio ideal, transmitido através dos

hinos religiosos e militares, cantados em coro pelos jovens e a ginástica

entende-se a preparação do guerreiro (MANACORDA, 1997).

Anos após, mesmo com a permanência dos conteúdos de música e

ginástica, nasce um novo fato, a escola escrita. Onde, na Grécia devido a

escrita alfabética, surge um meio democrático de comunicação e educação, e a

escola de escrita se abre a todos os cidadãos (MANACORDA, 1997).

Com o tempo, o pedagogo, que começou como simples condutor ou

guardião da criança, acabou por se transformar, em Roma, num Preceptor

(mestre encarregado da educação no lar).

Diante desta multiplicidade de conhecimentos, os romanos entregaram a

educação dos seus filhos aos gregos, muitos dos quais eram sábios, filósofos,

sofistas, oradores, matemáticos, pintores... Os PEDAGOGOS-ESCRAVOS.

Com o desaparecimento da escravatura, sob influência do Cristianismo, o

Pedagogo-escravo deixou de existir.

Passaram, então, a receber o nome de PEDAGOGOS. Os estudantes

pobres, que aprendiam com os filósofos e se instalavam, nos castelos

senhoriais (morada de famílias nobres), servindo de preceptores (professores

encarregados da educação das crianças no lar) dos filhos dos fidalgos e dos

grandes senhores. Enquanto estudavam, ensinavam. Recebiam em paga,

pequenas importâncias. Na maioria dos casos, ensinavam a troco de

hospedagem, alimentação, luz e roupa lavada. Passar do tempo, e como a

instrução era difícil, estes pedagogos-estudantes começaram (com autorização

dos respectivos senhores), a reunir as crianças do palácio onde trabalhavam a

outras crianças de famílias das redondezas.

Assim surgiram as escolas particulares.

12

Nessa época, a palavra pedagogo, começou a ser usada como sinônimo

de Mestre-escola. Como estes Pedagogos se apresentavam com ar de

superioridade, o público passou a atribuir à palavra pedagogo, durante muito

tempo, o significado de pedante (quem ostenta conhecimentos que na verdade

não tinha, apenas acham ter).

Foi da palavra PEDAGOGO que derivou o termo PEDAGOGIA, vocábulo

que aparece para designar uma ciência e uma arte que tinha raízes

antiqüíssimas.

No século XVIII surge, pela primeira vez, no Dicionário da Língua

Francesa, o vocábulo PEDAGOGIA, que já se usava na linguagem corrente.

Com a formação definitiva da Ciência da Educação, o vocábulo

PEDAGOGIA se enobreceu e enobreceu a palavra e a profissão de

PEDAGOGO.

O Curso de Pedagogia foi criado no Brasil como conseqüência da

preocupação de preparo dos docentes para a escola secundária. Surgiu junto

com as licenciaturas, instituídas ao ser organizada a antiga Faculdade Nacional

de Filosofia, da Universidade do Brasil, pelo Decreto-lei nº. 1190 (Brasil,

Congresso Nacional de 1939). Essa faculdade visava à dupla função de formar

bacharéis e licenciados para várias áreas, entre elas, a área pedagógica,

seguindo a fórmula conhecida como 3+1, ou seja, três anos de bacharelado,

formando o técnico em educação, e um ano de licenciatura, formando o

professor de disciplinas pedagógicas para o magistério nas Escolas Normais.

Como bacharel, o pedagogo poderia ocupar cargo de técnico de

educação, do Ministério de Educação, campo profissional muito vago quanto às

suas funções. Como licenciado, seu principal campo de trabalho era o curso

Normal, um campo não exclusivo dos pedagogos, uma vez que, pela Lei

Orgânica do Ensino Normal, para lecionar nesse curso era suficiente o diploma

de ensino superior.

Apesar de alguns retoques feitos na sua estrutura em 1962, esse quadro

do curso de Pedagogia perdurou até 1969, quando este foi reorganizado,

13

sendo então abolida a distinção entre bacharelado e licenciatura, e criada as

“habilitações”, cumprindo o que acabava de determinar a lei nº. 5540 (Brasil,

Congresso Nacional de 1968). A concepção dicotômica presente no modelo

anterior permaneceu na nova estrutura, assumindo apenas uma feição diversa:

o curso foi dividido em dois blocos distintos e autônomos, colocando de um

lado as disciplinas dos chamados fundamentos da educação e, de outro, as

disciplinas das habilitações específicas. O curso de pedagogia passou então a

ser predominantemente formador dos denominados “especialistas” em

educação (orientação educacional, supervisão escolar, administração escolar,

inspeção escolar, etc.), continuando a ofertar, agora na forma de habilitação, a

licenciatura “Ensino das disciplinas e atividades práticas dos cursos normais”,

com possibilidade ainda de uma formação alternativa para a docência nos

primeiros anos do ensino fundamental.

O Parecer nº. 252 (Brasil, Conselho Federal de Educação, 1969),

incorporado à Resolução CFE nº. 2 de 1969, com vigência e autoria de Valnir

Chagas, onde fixou os mínimos de conteúdos e duração a serem observados

na organização do curso de pedagogia, até hoje em vigor, baseou-se na

concepção de que as diferentes habilitações deveriam ter uma base comum de

estudos, constituída por matérias consideradas básicas à formação de

qualquer profissional na área, e uma parte diversificada, para atender às

habilitações específicas. A base comum foi composta pelas seguintes

disciplinas: sociologia geral, sociologia da educação, psicologia da educação,

história da educação, filosofia da educação e didática. A parte diversificada,

para cada uma das habilitações, ficou estabelecida assim:

> Para a habilitação de “Ensino das disciplinas e atividade práticas dos cursos

normais”, as seguintes matérias: estrutura e funcionamento de ensino de 1º

grau, metodologia do ensino de 1º, prática de ensino na escola de 1º grau

(estágios);

> Para a habilitação de “Orientação Educacional”, as matérias são: estrutura e

funcionamento do 1º grau, estrutura e funcionamento do ensino de 2º grau,

princípios e métodos de orientação educacional, orientação vocacional e

medidas educacionais;

14

> Para a habilitação de “Administração Escolar”, tais matérias: estrutura e

funcionamento do ensino 1º grau, estrutura e funcionamento do ensino de 2º

grau, princípios e métodos de administração escolar e estatística aplicada à

educação;

> Para a habilitação de “Supervisão Escolar”, as seguintes matérias: estrutura

e funcionamento do ensino 1º grau, estrutura e funcionamento do ensino de 2º

grau, princípios e métodos de supervisão escolar e currículos e programas;

> Para a habilitação de “Inspeção Escolar”, as matérias selecionadas foram as

seguintes: estrutura e funcionamento do ensino 1º grau, estrutura e

funcionamento do ensino de 2º grau, princípios e métodos de inspeção escolar

e legislação do ensino.

Pelo exposto até aqui, parece haver uma grande necessidade de ser

repensada a formação do especialista em Educação. No período atual, em que

se objetiva a expansão da economia, da globalização e da comunicação em

rede, reconhece-se a necessidade de um planejamento mais adequado à

sociedade em transformação. Destaca a seguinte declaração:

Se a sociedade moderna impõe estruturas ocupacionais diversificadas e exige maior qualificação profissional, caberia à educação um papel importante no processo de modernização, e a expansão e democratização da educação seria necessária a esse processo. Numa sociedade que se moderniza (que oferece maiores oportunidades de emprego e ascensão social) a educação teria um valor funcional como agente de mobilidade social; a ela caberia possibilitar aos componentes da sociedade a reinterpretação dos padrões culturais vigentes e a formação de uma mentalidade consciente e responsável, com vistas à participação política e ao uso de benefícios econômicos da modernização (Paiva, 1973 :288).

O percurso apresentado de forma muito breve é importante para entender

o debate que se aprofundou nas décadas seguintes a respeito da identidade do

Pedagogo no Brasil, identidade esta fragmentada por um currículo e por uma

profissionalização insatisfatória para realizar uma tarefa efetivamente

educativa, pode-se citar:

(...) não se pode formar o educador com partes desconexas de conteúdos, principalmente quando essas partes representam

15

tendências opostas em educação: uma tendência generalista e uma outra tecnicista. Essas tendências (...) a primeira quase que exclusivamente na parte comum, considera que ela se caracteriza, “grosso modo”, pela centralização inadequada nos fundamentos em si (isto é, na psicologia e não na educação; na filosofia e não na educação, e assim por diante). A segunda, por sua vez, é identificada com as habilitações, consideradas como especializações fragmentadas, obscurecendo seu significado de simples divisão de tarefas do todo que é a ação educativa escolar (BISSOLI DA SILVA, 1999 : 10).

Segundo Abreu em 1986, já nos dizia que era urgente que

percebêssemos uma ação educativa que ultrapassasse os muros escolares e

não se restringisse apenas ao aluno e, muito menos, ao ambiente escolar. O

processo educativo tem ocorrido em outros segmentos da sociedade brasileira,

mas na maioria das organizações, sem a presença do pedagogo. Esses

espaços educacionais no mercado de trabalho normalmente não vêm sendo

preenchidos pelos especialistas em educação, mas muitas vezes por outros

profissionais sem uma formação didático-pedagógica pertinente.

Incrível a percepção de Abreu em 1986, onde a autora já percebia

transformações em determinadas organizações empresariais havendo já a

preocupação dos empresários em melhorar o desempenho dos setores de

Recursos Humanos, abrindo assim uma grande oportunidade para os

Pedagogos.

Como a especialização de Pedagogia Empresarial, é nova e ao mesmo

tempo um pouco antiga, teve-se grande dificuldade para encontrar seu histórico

propriamente dito; encontra-se sim, fatos ocorridos que podem ser

considerados como um histórico, talvez sua trajetória. Como diz Mota (1985) a

seguir:

... para se aprender o surgimento de uma profissão é

necessário examinar o próprio movimento da sociedade,

identificando não somente as necessidades existentes, como

também o seu processo de criação e apropriação pelos

agentes no interior da correlação de forças de classes.

16

Segundo Matos (1982), relatando a evolução da área de Recursos

Humanos, no Brasil, nos anos 60, considerava a área Pessoal meramente

como um centro de custos, sem nenhuma participação na estratégia da

empresa. Os Recursos Humanos eram todos improvisados, conseguindo-se

sua especialização através de experiência adquiridas com os problemas

contábil-legal e trabalhista. A década de 60 pode ser caracterizada pela

introdução das técnicas de recrutamento e seleção nas empresas.

Já a década de 70, observou-se uma crescente automação do processo

de trabalho e de novas tecnologias. No entanto a classe trabalhadora

encontrava-se totalmente despreparada para acompanhar o desenvolvimento

industrial. A partir daí começaram a surgir reclamações do mercado de

trabalho em relação à profissionalização dos trabalhadores para acompanhar

tamanhas modificações que vinham ocorrendo naquele dado momento. A

caracterização dessa década foi o impacto causado pelo treinamento, através

de cursos e seminários.

Diante de tal despreparo, o governo adotou uma filosofia, expressa na Lei

nº. 6297 (Brasil, Congresso Nacional, 1975), gerando incentivo ficais para os

treinamentos dentro da empresa, servindo de instrumento de apoio e

valorização do treinamento profissional, onde foi determinado que as despesas

de investimentos e custeio com a educação profissional pudessem ser

deduzidas em dobro do lucro tributável pelas empresas, até 10% do devido, em

cada ano financeiro, permitindo que as despesas excedentes sejam deduzidas

nos três anos ficais subseqüentes. Abrindo assim de vez as portas para os

Pedagogos.

Os primeiros anos de vigência da Lei citada acima se caracterizaram por

euforia e deslumbramento, dando origem a organização de centros de

treinamentos, com indiscriminada absorção de técnicos e uso de consultorias.

No primeiro momento de sua chegada, o Pedagogo encontrou uma

empresa com características tayloristas-fordistas, com trabalhadores com

pouca escolaridade. O seu papel então era praticamente voltado para a área

de treinamento. Ele era a pessoa que fazia o treinamento, planejamento,

17

levantamento das necessidades em geral, avaliação, e ainda conduzia alguns

processos de escolarização que ocorriam dentro da organização. A ênfase da

sua prática estava no pedagógico, no sentido de trabalhar com o processo de

aprendizagem dentro de programas de ensino formal e de treinamentos, para

atender as necessidades que a empresa tinha de possuir um trabalhador que

soubesse ler, escrever, contar e ser especialista em determinada função.

Com as mudanças que vinham ocorrendo no mercado de trabalho, as

inovações tecnológicas, os novos perfis de trabalhadores repercutiram muito na

prática do Pedagogo na empresa. Um fator significativo foi a suspensão da Lei

nº. 6297/75, em 12 de Abril de 1990, eliminando o apoio financeiro do governo

às empresas, o que enfraqueceu o processo de treinamento nas organizações,

e como conseqüência muitos centros de treinamentos foram desativados. As

empresas que tinham um número significante de Pedagogos passaram a ficar

somente com o Psicólogo.

Na década atual, o modelo das empresas são os setores produtivos,

exigindo um perfil de trabalhador, no qual as capacidades subjetivas do

indivíduo são essenciais. As características desse atual modelo apresentam

outro tipo da utilização da força do trabalho, como a divisão menos acentuada

do trabalho, integração mais pronunciada de funções. Palagana & Biachetti

(1995) destacam que as exigências intelectuais são maiores e distintas das que

predominavam durante o modelo tayloristas-fordistas. Em função da prática

produtiva, da automação e flexibilização, há uma apelação para o saber fazer,

principalmente para a capacidade de dominar vários segmentos de uma linha

produtiva, sendo a palavra de ordem polivalência da mão-de-obra: maior

versatilidade na ocupação do posto de trabalho, formação geral ampliada,

formação técnica, envolvimento com a qualidade e atenuação de barreiras

entre diferentes categorias de trabalhadores.

Estamos entrando em um momento em que a capacidade manual não é

mais imprescindível, mas a capacidade cognitiva e emocional são fatores

primordiais no desenvolvimento e na produtividade da empresa, sendo exigido

a mente e o coração do indivíduo, onde essa captura necessita uma ação

18

pedagógica muito decisiva com vista no controle do trabalhador e do processo

de trabalho.

De acordo com Abreu (1986), nota-se a tendência à utilização de projetos

próprios, o emprego de consultorias individuais e simplificação das estruturas.

Estamos em uma época orientada para pesquisa, estudos, experimentação,

enfim no primoramento e renovação permanente; em uma gestão do

conhecimento contínua.

Com a habilidade do Pedagogo em lidar com a comunicação e com a

aprendizagem, faz dele uma figura importantíssima nas empresas atuais.

Realmente parece árduo o cargo de Pedagogo empresarial, pela

responsabilidade em formar e desenvolver o trabalhador dentro das

perspectivas atuais, de ser mediador, de minimizar conflitos, coordenar

treinamentos, elaborar planos didáticos, ministrar cursos de capacitação,

dentre outras mil possibilidades de outras atividades.

Agora o desafio maior é para o Pedagogo consciente, aquele que percebe

a contradição, o caráter excludente em relação ao seu cargo.

Já vimos até aqui que desde a década de 60 já se falava sobre o

Pedagogo na empresa, onde se tiveram idas e vindas, mais se sabe que ainda

não são todas as empresas e/ou empresários que já tiveram essa visão

futurista, onde as empresas a cada vez mais estão precisando de

educação/aprendizagem dentro delas.

Acredita-se que mais do que nunca, é importante pensar nesse

profissional dentro do âmbito empresarial, levando todo seu potencial. É notório

que a empresa necessita de um especialista da área educacional, que a apóie

no desenvolvimento de atividades educativas e que esteja apto para utilizar

técnicas educacionais nos mais diferentes setores que pode vir desenvolver

seu trabalho.

19

Capítulo II

Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais

contemporâneos é a ampliação do conceito de educação e formação. Mas é

evidente que as transformações contemporâneas contribuíram para consolidar

o entendimento da educação como fenômeno multifacetado, ocorrendo em

muitos lugares, institucionalizado ou não, e da formação como sendo um

processo contínuo.

2.1- Normas e Leis: da Pedagogia à Pós-Graduação

No Brasil, o curso de Pedagogia, teve definido por muito tempo como

objeto de estudo os processos educativos escolares, a educação de crianças

nos anos iniciais, além da gestão educacional. Nas primeiras propostas para o

curso de Pedagogia, foi atribuído a ele o “estudo da forma de ensinar”.

Regulamentado pela primeira vez através do Congresso Nacional, nos termos

do Decreto-Lei nº. 1.190/1939, foi definido como lugar de formação de

“técnicos em educação”. Estes eram professores primários que realizavam

estudos superiores em Pedagogia para, mediante concurso, assumirem

funções de administração, planejamento de currículos, orientação a

professores, inspeção de escolas, avaliação do desempenho dos alunos e dos

docentes, de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da educação, no

Ministério da Educação, nas secretarias dos estados e dos municípios.

A padronização do curso de Pedagogia, em 1939, é decorrente da

concepção normativa da época, que alinhava todas as licenciaturas ao

denominado “esquema 3+1”, pelo qual era feita a formação de bacharéis nas

diversas áreas das Ciências Humanas, Sociais, Naturais, Letras, Artes,

Matemática, Física, Química. Seguindo este esquema, o curso de Pedagogia

oferecia o título de bacharel, a quem cursasse três anos de estudos em

conteúdos específicos da área, e o título de licenciado que permitia atuar como

professor, aos que, tendo concluído o bacharelado, cursassem mais um ano de

estudos, dedicados à Didática e à Prática de Ensino. Ressalta-se, ainda, que

aos licenciados em Pedagogia também era concedido o registro para lecionar

20

Matemática, História, Geografia e Estudos Sociais, no primeiro ciclo do ensino

secundário (Decreto-Lei nº. 1.190/1939).

A diferença entre bacharelado e licenciatura nos levava a entender que no

bacharelado se formava o pedagogo que poderia atuar como técnico em

educação e, na licenciatura, formava-se o professor que iria lecionar as

matérias pedagógicas do Curso Normal de nível secundário, no primeiro ciclo.

Em 1961, fixara-se o currículo mínimo do curso de bacharelado em Pedagogia,

composto por sete disciplinas indicadas pelo CFE e mais duas escolhidas pela

instituição.

Regulamentada pelo Parecer CFE nº. 292/1962, a licenciatura previa o

estudo de três disciplinas: Psicologia da Educação, Elementos de

Administração Escolar, Didática e Prática de Ensino, esta última em forma de

Estágio Supervisionado. Mantinha-se assim, a dualidade, bacharelado e

licenciatura em Pedagogia.

A Lei da Reforma Universitária nº. 5.540, de 1968, proporcionava à

graduação em Pedagogia, a oferta de habilitações: Supervisão, Orientação,

Administração e Inspeção Educacional.

Em 1969, o Parecer CFE n°. 252 e a Resolução CFE nº. 2, que

dispunham sobre a organização e o funcionamento do curso de Pedagogia,

indicavam como finalidade do curso preparar profissionais da educação

assegurando possibilidade de obtenção do título de especialista, mediante

complementação de estudos. A Resolução CFE nº. 2/1969 determinava que a

formação de professores para o ensino normal e de especialistas para as

atividades de orientação, administração, supervisão e inspeção, fosse feita no

curso de graduação em Pedagogia.

Atentas às exigências do momento histórico, já no início da década de

1980, várias universidades efetuaram reformas curriculares, de modo a formar,

no curso de Pedagogia, professores para atuarem na Educação Pré-escolar e

nas séries iniciais do Ensino de 1º Grau.

21

Em conseqüência de tantas mudanças nas grades curriculares, o curso de

Pedagogia passou a ser objeto de severas críticas. Somos a única profissão

que não é regulamentada, não temos um órgão específico para os Pedagogos

(um conselho); mais isso por pouco tempo, porque já existem movimentos de

educadores, em busca de um estatuto para a Pedagogia.

O reconhecimento dos sistemas e instituições de ensino sobre as

competências e o comprometimento dos Licenciados em Pedagogia, é

evidente, inclusive pelo quantitativo de formadas (os) e formandas (os) em

Pedagogia, em diferentes habilitações, que se dirigem ao Conselho Nacional

de Educação (CNE) para solicitar apostilamento em seus diplomas. A

justificativa para essa solicitação é a de que os estudos feitos para a atuação

em funções de gestão tanto administrativa quanto pedagógica de instituições

de ensino, como para o planejamento, execução, acompanhamento e

avaliação de processos educativos escolares ou não, tiveram suporte

importante de conhecimentos sobre a docência nos anos iniciais do Ensino

Fundamental e na Educação Infantil.

Coincidentemente, tem crescido o número de licenciados em outras áreas

do conhecimento, buscando formação aprofundada na área de gestão de

instituições e de sistemas de ensino, por meio de cursos de especialização.

Sem desconsiderar a contribuição dos cursos de Pedagogia, para a formação

destes profissionais, não há como sustentar que esta seja exclusiva do

Licenciado em Pedagogia. Por isso, há que se ressaltar a importância de, a

partir de agora, pensar a proposta de formação dos especialistas em

Educação, em nível de pós-graduação.

De acordo com a Resolução do CNE/CP nº. 1 de 15 de Maio de 2006, que

Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em

Pedagogia, destaca-se os seguintes artigos:

Art. 1º A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura, definindo princípios, condições de ensino e de aprendizagem, procedimentos a serem observados em seu planejamento e avaliação, pelos órgãos dos sistemas de ensino e pelas instituições de educação superior do país, nos

22

termos explicitados nos Pareceres CNE/CP nos 5/2005 e 3/2006. Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. Art. 3º O estudante de Pedagogia trabalhará com um repertório de informações e habilidades composto por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, cuja consolidação será proporcionada no exercício da profissão, fundamentando-se em princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética. Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares. Art. 7º O curso de Licenciatura em Pedagogia terá a carga horária mínima de 3.200 horas de efetivo trabalho acadêmico, assim distribuídas: I - 2.800 horas dedicadas às atividades formativas como assistência a aulas, realização de seminários, participação na realização de pesquisas, consultas a bibliotecas e centros de documentação, visitas a instituições educacionais e culturais, atividades práticas de diferente natureza, participação em grupos cooperativos de estudos; II - 300 horas dedicadas ao Estágio Supervisionado prioritariamente em Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, contemplando também outras áreas específicas, se for o caso, conforme o projeto pedagógico da instituição; III - 100 horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento em áreas específicas de interesse dos alunos, por meio, da iniciação científica, da extensão e da monitoria. Art. 8º Nos termos do projeto pedagógico da instituição, a integralização de estudos será efetivada por meio de:

23

I - disciplinas, seminários e atividades de natureza predominantemente teórica que farão a introdução e o aprofundamento de estudos, entre outros, sobre teorias educacionais, situando processos de aprender e ensinar historicamente e em diferentes realidades socioculturais e institucionais que proporcionem fundamentos para a prática pedagógica, a orientação e apoio a estudantes, gestão e avaliação de projetos educacionais, de instituições e de políticas públicas de Educação; II - práticas de docência e gestão educacional que ensejem aos licenciados a observação e acompanhamento, a participação no planejamento, na execução e na avaliação de aprendizagens, do ensino ou de projetos pedagógicos, tanto em escolas como em outros ambientes educativos; III - atividades complementares envolvendo o planejamento e o desenvolvimento progressivo do Trabalho de Curso, atividades de monitoria, de iniciação científica e de extensão, diretamente orientadas por membro do corpo docente da instituição de educação superior decorrentes ou articuladas às disciplinas, áreas de conhecimentos, seminários, eventos científico-culturais, estudos curriculares, de modo a propiciar vivências em algumas modalidades e experiências, entre outras, e opcionalmente, a educação de pessoas com necessidades especiais, a educação do campo, a educação indígena, a educação em remanescentes de quilombos, em organizações não-governamentais, escolares e não-escolares públicas e privadas; IV - estágio curricular a ser realizado, ao longo do curso, de modo a assegurar aos graduandos experiência de exercício profissional, em ambientes escolares e não-escolares que ampliem e fortaleçam atitudes éticas, conhecimentos e competências: a) na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, prioritariamente; b) nas disciplinas pedagógicas dos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal; c) na Educação Profissional na área de serviços e de apoio escolar; d) na Educação de Jovens e Adultos; e) na participação em atividades da gestão de processos educativos, no planejamento, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação de atividades e projetos educativos; f) em reuniões de formação pedagógica. Art. 12. Concluintes do curso de Pedagogia ou Normal Superior que, no regime das normas anteriores a esta Resolução, tenham cursado uma das habilitações, a saber, Educação Infantil ou anos inicial do Ensino Fundamental, e que pretendam complementar seus estudos na área não cursada poderão fazê-lo. §1º Os licenciados deverão procurar preferencialmente a instituição na qual cursaram sua primeira formação. §2º As instituições que vierem a receber alunos na situação prevista neste artigo serão responsáveis pela análise da vida escolar dos interessados e pelo estabelecimento dos planos

24

de estudos complementares, que abrangerão, no mínimo, 400 horas. Art. 13. A implantação e a execução destas diretrizes curriculares deverão ser sistematicamente acompanhadas e avaliadas pelos órgãos competentes. Art. 15. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogados a Resolução CFE nº 2, de 12 de maio de 1969, e demais disposições em contrário.

Através de pesquisas, obteve-se dados de grande relevância para a

regulamentação dos profissionais de educação, os Pedagogos. A Comissão de

Educação e Cultura aprovou no dia 3/08/2005, o substitutivo ao Projeto de Lei

nº. 4746/98, onde se dispõe sobre o exercício da profissão de Pedagogo e dá

outras providências, do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que

regulamenta a profissão de pedagogo. Pelo texto aprovado, de autoria do

relator, deputado Átila Lira (PSDB-PI), onde o Congresso Nacional decreta:

Art. 1º O exercício da profissão de Pedagogo é facultado aos portadores de diploma de curso de graduação plena em Pedagogia, obtido em instituição de educação superior devidamente credenciada por autoridade competente do respectivo sistema de ensino. Art. 2º Ao profissional da Pedagogia é facultado o exercício das seguintes atividades: I - elaborar, planejar, implementar, coordenar, acompanhar, supervisionar e avaliar estudos, planos, programas e projetos atinentes aos processos educativos escolares e não-escolares, à gestão educacional no âmbito dos sistemas de ensino e de empresas de qualquer setor econômico, e á formulação de políticas públicas na área da educação; II - desempenhar, nos sistemas de ensino, as funções de suporte pedagógico à docência, aí incluídas a administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional; III - ministrar, na educação básica, disciplinas pedagógicas e afins nos cursos de formação de professores; IV - desenvolver novas tecnologias educacionais nas diversas áreas do conhecimento; V - fazer recrutamento e seleção, elaborar programas de treinamento e projetos técnico-educacionais em instituições de diversas naturezas. Art. 3º É facultado o exercício profissional ao Pedagogo nas seguintes instituições: I - estabelecimentos públicos e privados de educação escolar, em todos os níveis e modalidades; II - instituições culturais, de pesquisa científica e tecnológica, de ensino militar, e nas que realizam experiências populares de educação, desenvolvem ações de formação técnico-profissional, ou oferecem cursos livres; III – outras situações de caráter educativo.

25

Parte-se o rumo da prosa para os cursos de pós-graduação lato sensu

caracterizados pela especialização, onde são voltados para o aprimoramento

acadêmico e profissional, com duração máxima de dois anos e com caráter de

educação continuada. Nesta categoria podemos especificar os cursos a seguir:

de especialização, os cursos de aperfeiçoamento e os cursos designados como

MBA (Master Business Administration) ou equivalentes. Oferecido somente às

pessoas portadoras de diploma de curso superior.

Tais cursos oferecidos por instituições de ensino superior ou por

instituições especialmente credenciadas para atuarem nesse nível educacional,

independem de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento,

mas devem atender ao disposto na Resolução CES/CNE nº. 1, de 3 de abril de

2001, onde se estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-

graduação; são citados abaixo alguns artigos que devem ser seguidos para o

funcionamento do curso de Pós-Graduação presencial:

Art. 6º Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos por instituições de ensino superior ou por instituições especialmente credenciadas para atuarem nesse nível educacional independem de autorização, reconhecimento e renovação do reconhecimento e devem atender ao disposto nesta Resolução. § 1º Incluem-se na categoria de curso de pós-graduação lato sensu os cursos designados como MBA (Master Business Administration) ou equivalentes. § 2º Os cursos de pós-graduação lato sensu são oferecidos para matrícula de portadores de diploma de curso superior. Art. 7º Os cursos de pós-graduação lato sensu ficam sujeitos à supervisão dos órgãos competentes a ser efetuada por ocasião do recredenciamento da instituição. Art. 8º As instituições que ofereçam cursos de pós-graduação lato sensu deverão fornecer informações referentes a esses cursos, sempre que solicitadas pelo órgão coordenador do Censo do Ensino Superior, nos prazos e demais condições estabelecidos. Art. 9º O corpo docente de cursos de pós-graduação lato sensu deverá ser constituído necessariamente por, pelo menos, 50% (cinqüenta por cento) de professores portadores de título de mestre ou de doutor obtido em programa de pós-graduação stricto sensu reconhecido. Art. 10 Os cursos de pós-graduação lato sensu têm duração mínima de 360 (trezentos e sessenta) horas, nestas não computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem assistência docente, e o reservado, obrigatoriamente, para elaboração de monografia ou trabalho de conclusão de curso.

26

Art. 12 A instituição responsável pelo curso de pós-graduação lato sensu expedirá certificado a que farão jus os alunos que tiverem obtido aproveitamento segundo os critérios de avaliação previamente estabelecidos, assegurada, nos cursos presenciais, pelo menos, 75% (setenta e cinco por cento) de freqüência. § 1º Os certificados de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu devem mencionar a área de conhecimento do curso e serem acompanhados do respectivo histórico escolar, do qual deve constar, obrigatoriamente: I - relação das disciplinas, carga horária, nota ou conceito obtido pelo aluno e nome e qualificação dos professores por elas responsáveis; II - período e local em que o curso foi realizado e a sua duração total, em horas de efetivo trabalho acadêmico; III - título da monografia ou do trabalho de conclusão do curso e nota ou conceito obtido; IV - declaração da instituição de que o curso cumpriu todas as disposições da presente Resolução; § 2º Os certificados de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu devem ter registro próprio na instituição que os expedir. § 3º Os certificados de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu que se enquadrem dentro dos dispositivos estabelecidos nesta Resolução terão validade nacional. (Publicação no DOU nº. 69 de 09 de abril de 2001, seção 1, páginas 12 e 13).

Já as instituições que preencham o perfil do Parecer CES/CNE nº 908/98

e pretendem disponibilizar cursos de Pós-graduação devidamente credenciada

em nível de especialização, deverão providenciar o(s) projeto do(s) curso(s)

objeto de interesse, conforme os requisitos preconizados na Resolução

CES/CNE nº. 01, de 3 de Abril de 2001 (citada já acima), com documentos

comprobatórios referentes à qualificação do corpo docente, à época da

protocolização do pedido de credenciamento da instituição. A seguir verifique

qual o perfil dessas instituições:

... órgãos e sociedades profissionais têm recorrido à celebração de convênios com instituições de ensino superior (IES) para que entidades reconhecidamente especializadas organizem cursos de pós-graduação em áreas específicas, conduzindo à formação que legitima o exercício da especialização obtida... (CNE, Parecer nº. 908/98).

Assim é o caso do Instituo A Vez do Mestre (IAVM), onde é de

responsabilidade geral da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento da

Universidade Cândido Mendes (UCAM) os cursos de especialização voltados

27

para as áreas Sócio-Educacional e Empresarial, sendo estas na modalidade

presencial e a distância.

Voltando a protocolização dos pedidos de credenciamentos, pode-se citar:

Art. 1º Os processos de credenciamento e recredenciamento de instituições de educação superior (IES), credenciamento para oferta de cursos de pós-graduação lato sensu, credenciamento e recredenciamento de instituições de educação superior para oferta de cursos superiores a distância, de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos superiores, bem como de transferência de mantença, aumento e remanejamento de vagas de cursos reconhecidos, desativação de cursos, descredenciamento de instituições, Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), aditamento de PDI, além de outros processos afins, deverão ser protocolizados por meio do Sistema de Acompanhamento de Processos das Instituições de Ensino Superior - SAPIEnS/MEC. Art. 3º Os processos listados no artigo 1º desta Portaria, conforme suas especificidades, para serem protocolizados no SAPIEnS/MEC deverão conter: I - os documentos previstos no art. 20, do Decreto 3.860/2001; II - o plano de desenvolvimento institucional - PDI; III - o estatuto; IV - o regimento interno; V - o comprovante de recolhimento previsto no art. 2º desta Portaria; VI - a proposta dos projetos pedagógicos dos cursos solicitados; VII - a descrição da infra-estrutura, corpo docente, tutoria, plataforma de educação a distância, metodologia, equipes multidisciplinares, parcerias e pólos, bem como outros elementos específicos para educação superior a distância. (Portaria nº. 4.361, de 29 de Dezembro de 2004)

Não pode-se deixar de citar a Resolução CES nº. 3, de 5 de Outubro de

1999, que fixa as condições de validade dos certificados de cursos presenciais

de especialização, expondo também a qualificação necessária dos

profissionais que lecionam nesses tipos de curso de especialização em nível de

Pós Graduação:

Art. 3º A qualificação mínima exigida do corpo docente é o título de Mestre, obtido em curso reconhecido pelo MEC. § 1º Nas áreas profissionais em que o número de mestres seja insuficiente para atender à exigência de qualificação prevista no caput deste artigo, poderão lecionar profissionais de alta competência e experiência em áreas específicas do curso, desde que aprovados pelo Conselho de Ensino e Pesquisa, no

28

caso das universidades e centros universitários, ou pelo colegiado equivalente, no caso das demais instituições de educação superior. § 2º A apreciação da qualificação dos não portadores do título de Mestre levará em conta o curriculum vitae do professor e sua adequação ao plano geral do curso e ao programa da disciplina pela qual ficará responsável. § 3º Em qualquer hipótese, o número de docentes sem título de Mestre não poderá ultrapassar 1/3 (um terço) do corpo docente, salvo em casos especiais previamente aprovados pela Câmara de Educação Superior do CNE. § 4º Nenhum curso poderá iniciar seu funcionamento sem os requisitos especificados neste artigo. Art. 4º As instituições deverão assegurar aos professores e alunos as condições de infra-estrutura física, biblioteca, equipamentos e laboratórios adequados ao curso proposto. Parágrafo único. Os certificados expedidos deverão mencionar claramente a área específica do conhecimento a que corresponde o curso oferecido e conter obrigatoriamente: a) a relação das disciplinas, sua carga horária, a nota ou conceito obtido pelo aluno, e o nome e a titulação do professor por elas responsável; b) o período em que o curso foi ministrado e sua duração total em horas; c) a declaração de que o curso cumpriu todas as disposições da presente Resolução.

Leis, Decretos, Resoluções, Pareceres, Portarias; muita burocracia, tantas

pequenas mudanças em tão pouco tempo, quando estamos nos acostumando

com uma nova Lei, já está entrando outra em vigor. Espera-se que em um

futuro próximo, possamos ter a nossa profissão legalizada em todos os

sentidos, com um estatuto bem elaborado (de preferência por pedagogos), um

conselho formado; dentre outros itens que todo profissional quando se forma

tem direito.

2.2 - Pedagogia Empresarial: uma nova área em ascensão

Acredita-se que todos os Pedagogos já escutaram durante a Graduação

que temos que formar cidadãos autônomos, críticos, criativo, participativos,

dentre outras qualidades. No ambiente organizacional não é muito diferente,

pois no mundo globalizado, a cada dia mais precisa-se de trabalhadores

pensantes, criativo, pró-ativo, analítico, com habilidade para resolução de

problemas, tomada de decisões, capacidade de trabalho em equipe e contato

com a transformações tecnológicas educacionais.

29

Pode-se notar que nos cursos de Graduação em Pedagogia as grades

curriculares das disciplinas não têm um direcionamento específico para a

atuação do pedagogo em empresas, dificultando assim novas possibilidades de

conhecimentos para sua atuação e a inserção desse profissional nas empresas

ou em espaços não escolares. Esta mudança já vem ocorrendo aos poucos,

podemos encontrar em algumas Faculdades disciplinas voltadas para o tema;

mais como tudo dura pouco em nosso país, já se falam na extinção da

habilitação na área de Pedagogia Empresarial, sendo esta possível somente

através do curso de especialização.

Com esse novo cenário da educação se abrem novas perspectivas para o

profissional que se insere no mercado de trabalho, como nos mostra a própria

sociedade, que vive um momento de discussões sobre globalização,

neoliberalismo, terceiro setor, educação on-line, sendo assim exigindo

profissionais cada vez mais qualificados e preparados para atuarem neste

cenário competitivo.

Apesar das atuais discussões, sobre o papel do Pedagogo nas empresas,

este já é um assunto antigo, sendo encontrada na biblioteca na Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma tese de mestrado com o título de: “O

Pedagogo na Empresa”, escrito por Neide Maria Benevides Abreu, de 1986.

Tese está que nos deixou boquiabertos, pelo fato de parecer que está tratando

dos dias atuais.

A educação em espaços não escolares vem confirmar esta discussão de

Abreu (1986), que o pedagogo sai do espaço escolar, para se inserir no novo

espaço com outro tipo de visão para sua atuação. Empresas, hospitais, ONG’s,

associações, igrejas, eventos, emissoras de transmissão (rádio e Tv), e outros

formam hoje o novo cenário de atuação deste profissional. Onde houver uma

prática educativa, existe aí uma ação pedagógica.

Cada vez mais as empresas descobrem a importância da educação no

trabalho e desvendam a influência da ação educativa do Pedagogo na

empresa. A tarefa do Pedagogo Empresarial é, entre outras, a de ser o

mediador e o articulador de ações educacionais na administração de

30

informações dentro do processo contínuo de mudanças e de gestão do

conhecimento (Ribeiro, 2003). Torna-se evidente que a palavra de ordem hoje

é Gestão do Conhecimento e Mudança. Escolas e empresas que não

repensarem seus modelos estarão, certamente, fadadas ao fracasso ou ao

desaparecimento. A reestruturação do conhecimento obriga que as

organizações reestruturem-se e transforme o ambiente de trabalho num

ambiente de aprendizagem, contribuindo para a construção de pessoas que se

antecipem aos acontecimentos, sejam atualizadas e saibam aprender a

aprender.

Dessa forma, o profissional da educação atua em diversas áreas da

empresa direcionando seus conhecimentos para os funcionários com o objetivo

da melhoria de resultados coletivos, desenvolve projetos educacionais,

seleciona e planeja cursos de aperfeiçoamento e capacitação, representa à

empresa em negociações, convenções, simpósios, realiza palestras, pesquisa

a utilização e a implantação de novos processos, avalia desempenho e

desenvolve projetos para o treinamento dos funcionários.

Outra modalidade que o Pedagogo também pode desempenhar muito

bem seu papel é na Universidade Corporativa. Essas Universidades

desenvolvem um sistema de aprendizado contínuo voltado para as

necessidades específicas das empresas e de seus funcionários. Contribuem

para a aquisição dos conhecimentos dos novos processos de produção e

valores organizacionais em harmonia com a missão da empresa. Esse novo

espaço educacional tem crescido e tende a intensificar-se nos próximos anos

gerando uma demanda de Pedagogos Empresariais. Hoje, algumas empresas

já possuem Universidades Corporativas, podem ser citadas: Embratel, Accor,

Motorola, McDonald´s, Algar, Brahma, Banco do Brasil.

O ensino-aprendizagem nas empresas são os diferenciais de

competitividade, qualidade e lucratividade. Por esse motivo o investimento no

conhecimento e formação contínua do capital intelectual das empresas tende

ao crescimento progressivo.

31

Capítulo III

Este capítulo está divido em duas seções: (a) Histórico do Instituto A Vez

do Mestre; e (b) Contribuições ao Instituto A Vez do Mestre.

Acredita-se que este seja o capítulo primordial de todo trabalho, afinal, é

neste que será exposto pontos positivos e negativos para a contribuição ao

Instituto A Vez do Mestre.

3.1 - Histórico do Instituto A Vez do Mestre

O ponto primordial para a criação do Projeto se deu a partir da falta de

oportunidades para os profissionais de educação em cursos de Pós-

Graduação.

Os cursos que então existiam na área, além de insuficientes para atender

a demanda do pessoal docente, se caracterizavam pela cobrança de taxas de

matrículas e/ou mensalidades em valores superiores às possibilidades de

investimento da maioria dos profissionais que atuavam em educação.

Particularmente podia-se notar a completa inviabilidade econômica dos

cursos existentes virem a atender professores que atuavam nas redes de

ensino municipal e estadual que, independente de suas qualidades e

dedicação como responsáveis pelo atendimento da maior parte dos alunos no

ensino médio e fundamental, eram (e são) reconhecidamente, remunerados

por valores mensais extremamente baixos.

Encontrávamos, portanto, uma situação no ensino de Pós-Graduação

voltado para o público de educadores. Tornava-se claro, para um observador

atento, que aquela elitização trazia prejuízos não só aos profissionais da área,

como também, e principalmente, ao grande universo de alunos que por eles

eram atendidos.

Considerando tais fatos a UCAM visualizou a criação do Instituto A Vez do

Mestre como uma alternativa (por muito tempo a única) do ensino de Pós-

graduação com qualidade e baixo custo de investimento para os profissionais

32

da área educacional. A alternativa viria a transformar em realidade os sonhos e

anseios de professores em melhorar sua qualificação profissional.

A Universidade Candido Mendes vem desenvolvendo o Projeto do

Instituto A Vez do Mestre, atuando na área de Pós-graduação lato-sensu,

desde junho de 1996, com o intuito de oferecer aos professores e profissionais

de diferentes áreas, formação especializada, através de um ensino de

qualidade atento às demandas do mercado e às transformações que o mundo

globalizado vem sofrendo.

Os cursos de especialização são oferecidos nas áreas sócio-educacional

e empresarial, na modalidade presencial e a distância, sendo de

responsabilidade geral da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento da

Universidade Candido Mendes (UCAM), no Rio de Janeiro.

Em 1996, o curso foi iniciado com 271 alunos matriculados nos cursos de

Supervisão escolar, Administração escolar, Orientação educacional,

Psicopedagogia e Arteterapia em educação e saúde.

Três anos depois, em 1999, houve um aumento para 1.000 alunos em

sala de aula e novos cursos na área empresarial, sendo criados para atender a

um outro segmento de público.

Ano passado (2006), o Instituto A Vez do Mestre e a UCAM

apresentaram um aumento expressivo quanto ao número de alunos

matriculados e dos que já concluíram o curso. Nestes 10 anos, o Instituto

já formou mais de 30.000 especialistas na modalidade de ensino

presencial. São 35 cursos de Pós-Graduação nas áreas pedagógicas,

empresarial e jurídica; 14 cursos de Pós-Graduação a distância em

diversas cidades brasileiras, além do curso de graduação a distância em

Pedagogia.

Para atender uma demanda de cerca de 11 mil novos alunos por ano, a

instituição conta com uma equipe formada por 150 professores (doutores,

mestres e especialistas), que estão espalhados pelas várias unidades.

33

3.2 - Contribuições ao Instituto A Vez do Mestre

Tal contribuição pretende enfocar algumas questões acerca do curso de

Pedagogia Empresarial, discutindo a nova era empresarial pegando o enfoque

do Pedagogo no novo campo de trabalho. Diante de alguns processos de

mudança organizacional baseados em modelo de gestão onde resultado é

igual a oportunidade, pois, um funcionário interessado em aprender visa

sempre crescer e é isso que as empresas têm buscado, funcionários

motivados. Por esse motivo, acredita-se que os cursos de especialização

devam estar muito bem preparados, para formar profissionais muito bem

qualificados; sabendo exatamente o quê fazer e como fazer quando saírem de

sua especialização.

O Pedagogo precisa se apresentar ao mundo empresarial. Tal cargo não

é valorizado como devia, pois, ainda não se sabe ao certo se são as empresas

que não andam atualizadas ou se não querem ter um gasto a mais com o

profissional, mesmo sabendo o quanto será produtivo ter um pedagogo desse

tipo dentro da empresa, visto que a mesma também é um espaço educativo

para o crescimento dos funcionários.

Por tamanhos motivos, que este trabalho foi desenvolvido, no intuito de

contribuir positivamente com Instituo A Vez do Mestre. O objetivo do curso de

especialização em Pedagogia Empresarial é direcionado a pedagogos,

psicólogos, administradores, gestores estratégicos e demais profissionais que

desejam ampliar sua visão de aprendizagem nas organizações, propiciando

conhecimentos, desenvolvendo habilidades e competências educacionais para

gestão de recursos humanos num ambiente organizacional em constante

mudança.

O curso é formado pelas seguintes disciplinas:

> Administração de Recursos Humanos – voltada para administração de

RH: cenário atual. A atividade de Trabalho. Sistema de recrutamento e seleção.

Sistema de remuneração e benefícios. Treinamento e Desenvolvimento.

Avaliação de desempenho. Sistema de qualidade de vida no trabalho.

34

> Análise comportamental – voltada para o funcionamento dos grupos.

Liderança. Motivação. Percepção. Comunicação interna e visibilidade externa.

Desenvolvimento de equipes de trabalho em diferentes setores da empresa.

Público alvo (interno e externo). Projeto e intervenção organizacional.

> Cultura organizacional e gestão da mudança – voltada para as

mudanças no mundo dos negócios e suas interferências no desenvolvimento

das organizações: respostas aos novos desafios. As organizações

empresariais: cultura organizacional como fator estratégico na gestão de

mudança.

> Gestão do conhecimento – voltada para Gestão do Conhecimento:

princípios básicos; como fator de integração organizacional. Diferencial

competitivo em um mundo de incertezas. Capital intelectual. Cultura

organizacional e processos de mudanças de cenários empresariais. Tipos de

conhecimentos: tácito e explícito. Metodologia para implementação da Gestão

do Conhecimento.

> Processos de aprendizagem e desenvolvimento de competência -

voltada para os processos e metodologias facilitadoras da incorporação do

conhecimento. Os cientistas e suas teorias: estimulação sensorial, mudança de

comportamento, facilitação, andragogia, crítico social dos conteúdos, múltiplas

inteligências. Construção de competências para diferentes situações

empresariais. Competência interpessoal e competência técnica. Educação à

Distância: conceito, princípios e finalidades.

> Elaboração de projetos - voltada para o processo de planejamento,

metodologia para a elaboração de projetos. Relatório de andamento. Ficha

técnica do projeto.

> Processos grupais - voltada para a aprendizagem nas organizações.

Pedagogia e Andragogia. Treinamento e Desenvolvimento. Técnicas de grupo:

caracterização, objetivos, abrangência e limitações. Processos Grupais:

dimensões, níveis de funcionamento e níveis de interação interpessoal.

> Metodologia de pesquisa e monografia - são métodos de estudo:

fichamento, resenha, organização do trabalho científico. Referências

bibliográficas. Métodos e técnicas de pesquisa. Projeto de pesquisa.

Monografia. Elementos metodológicos da monografia. Uniformização

redacional.

35

Daí se vem a preocupação, será que somente estas disciplinas

comportam as necessidades do mundo empresarial?

Através deste questionamento, foram distribuídos 40 questionários para

alunos do curso de Especialização em Pedagogia Empresarial, onde foram

obtidas apenas doze respostas dos alunos. A pesquisa foi realizada no Instituto

A Vez do Mestre - Campus Centro, com aulas aos sábados.

De acordo com o resultado da pesquisa, onde os dados foram baseados

na maioria (citada acima) que colaborou respondendo o questionário, a

pergunta de nº. 1 que tinha por objetivo saber se o curso de especialização em

Pedagogia Empresarial do IAVM está suprindo suas necessidades de

Especialização em Pedagogia empresarial? Pode-se verificar que das doze

pessoas que contribuíram, a maioria não estão satisfeitos com o curso.

SIM - 4

NÃO - 8

Ñ OPIN. - 28

Em relação a questão nº. 2 que pergunta: As seis disciplinas são

satisfatórias para o curso? O resultado é o mesmo da antecedente, a maioria

acha que poderia haver mais disciplinas além das já existentes.

SIM - 4

NÃO - 8

Ñ OPIN. - 28

Para amparar o resultado da questão nº. 2 que até então não sabíamos

qual ia ser, foi feita a questão nº. 3 que disponibilizava algumas disciplinas

36

diferentes das que já possuem na ementa do curso, para termos noção de

quais seriam a de maior interesse dos alunos em se aprofundar; e o resultado

dessa questão nº. 3, que procurava dentre as novas disciplinas as que

poderiam fazer parte da grade curricular do curso de especialização em

Pedagogia Empresarial, a pesquisa foi muito interessante por obtermos empate

em várias questões. A que ganhou sem muita vantagem foi a disciplina de

Fundamentos da Pedagogia Empresarial, com 8 votos. Nesta questão os

participantes poderiam marcar as disciplinas de seu interesse e necessidade

que poderiam acrescentar ao curso mais conteúdo, fazendo assim com que os

alunos saíssem do mesmo com uma bagagem mais valiosa. Observe a abaixo

o resultado exposto na tabela feita com as disciplinas; e em uma segunda

tabela como ficou suas classificações:

Gestão de Pessoas 7 (sete) Tecnologias de Educação 7 (sete) EAD nas Organizações 3 (três) Didática Aplicada ao T&D 7 (sete) Fundamentos da Administração 4 (quatro) Responsabilidade Social 3 (três) Gestão de Marketing 3 (três) Gestão estratégica em RH e contribuição pedagógica 7(sete) Fundamentos da Pedagogia Empresarial 8 (oito) Comunicação na empresa (fala e postura) 4 (quatro)

1ª) Fundamentos da Pedagogia Empresarial

2ª) Gestão de Pessoas

2ª) Tecnologias de Educação

2ª) Didática Aplicada ao T&D

2ª) Gestão estratégica em RH e contribuição pedagógica

3ª) Comunicação na Empresa (fala e postura)

3ª) Fundamentos da Administração

4ª) EAD nas Organizações

4ª) Gestão de Marketing

4ª) Responsabilidade Social

Apesar de a carga horária ter tido um resultado satisfatório, com a

pergunta se a carga horária do curso de especialização em Pedagogia

37

Empresarial do IAVM é satisfatória, questão nº. 4? Acredita-se que em tal

questão os participantes visaram somente suas próprias necessidades, sem

pensar que não iriam perder tempo e sim adquirir novos conhecimentos se a

carga horária aumentasse mais um pouco.

SIM - 10

NÃO - 2

Ñ OPIN. - 28

Na questão nº. 5, onde foi perguntado quais conteúdos indicaria como

fundamental para ser abordado no curso de especialista me Pedagogia

Empresarial? Tivemos as mais variadas resposta, observe a tabela a seguir

para uma maior compreensão:

Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal

Conteúdos de marketing

Fundamentação em Administração

Conteúdo administrativo

Cotidiano na Empresa

Teorias pedagógicas (pois nem todos são formados em Pedagogia)

Tecnologias educacionais e a Pedagogia no treinamento e desenvolvimento de pessoas Planejamento estratégico empresarial e tecnológico de cobrança de competências distribuídas por valores e pesos (indicadores de gestão) Matrizes de Competências, Sistema de Gestão de Qualidade, Planejamento e Desenvolvimento de atividades de capacitação e elaboração de projetos de desenvolvimento

Já na questão nº. 6, onde foi questionado se os professores foram

capazes de estabelecer a relação entre os conteúdos das disciplinas e as

práticas profissionais do Pedagogo Empresarial, a maioria dos participantes se

posicionou respondendo que alguns foram capazes.

38

Todos foramcapazes - 2

Alguns foramcapazes - 10

Nenhum foicapaz

Num outro questionamento realizado, com três profissionais atuantes da

área de Pedagogia Empresarial, pode-se verificar que o IAVM está equilibrado,

suprindo algumas necessidades e outras não. Com isso, após essa pesquisa

poderão reaver a grade curricular do curso, incluindo ou não disciplina,

ampliando ou não a carga horária, dentre outros fatores.

A seguir pode-se verificar uma tabela com perguntas e respostas dos três

profissionais:

PERGUNTAS PEDAGOGO 1 PEDAGOGO 2 PEDAGOGO 3

1- Que cargo e função você ocupa na Empresa?

Sou chefe da Seção de Desenvolvimento Profissional (função), e meu cargo é Técnico Judiciário

Assessor Técnico Presto consultorias, mas não posso citar nomes

2- Qual a sua titulação acadêmica (por favor informe: graduação e a pós-graduação quando for o caso):

Pós-graduada em Pedagogia Empresarial; graduada em Pedagogia, habilitação Educação de Jovens e Adultos.

Graduação em pedagogia, UERJ Pós-graduação em gestão de RH, CEFET Pós-Graduação em Gestão do conhecimento e inteligência empresarial UFRJ, em curso.

Graduação em Pedagogia Empresarial e Adm. Escolar (UNESA) e Mestrado em Educação (UFRJ).

3- Assinale às atividades frequentemente desenvolvidas por você na empresa onde atua.

Elaboração de programas de treinamento. Avaliação do desempenho. Planejador de

Elaboração de programas de treinamento. Produção de material didático. Treinamento do

Consultor especialista em Educação.

39

atividades de treinamento. Planejamento de programas de aprendizagem organizacional.

pessoal. Avaliação das atividades de treinamento. Multiplicador de projetos ou de cursos de R.H. Coordenador de treinamento. Planejador de atividades de treinamento. Planejamento de programas de aprendizagem organizacional.

4- Que outras atividades seriam próprias da Pedagogia Empresarial e não estão incluídas em suas atividades?

A parte de e-learning.

Todas as atividades não assinaladas eu já desenvolvi em outras empresas que atuei anteriormente. Eu incluiria também a gestão do clima organizacional e o uso de mídias educativas no treinamento.

Assessoramento em outras áreas que envolvam processos de planejamento, avaliação e desenvolvimento humano. Por desconhecimento, a atuação do Pedagogo empresarial ficou restrito ao RH o que é muito limitado para suas possibilidades de atuação.

5- Qual a formação exigida pelo mercado para um pedagogo empresarial?

Superior, pelo menos. Pós-graduação, em algumas empresas. Na minha organização, faz parte dos requisitos para a minha função a pós-graduação em

Percebo que muitas empresas, não se preocupam se a formação é em pedagogia, administração ou psicologia. Neste caso o que mais importa é a

Anteriormente era exigido qualquer profissional com formação na área de Gestão de Pessoas ou afins, contudo, o mercado já aponta para a necessidade de um especialista em

40

Pedagogia Empresarial ou ter tido essa cadeira na graduação.

experiência profissional, que pode ser adquirida, para os profissionais em início de carreira, através de estágio. Cursos de aperfeiçoamento relacionados a área também contam muito a favor do candidato. Àqueles que possuem fluência em outro idioma, principalmente o inglês, levam franca vantagem em relação aos demais. Mas o pedagogo empresarial deve ser aquele profissional capaz de estruturar programas de treinamento (sejam em universidades corporativas ou não) que atendam as exigências da empresa, ou seja, formem os profissionais que nela atuam, focados no seu negócio e preencham as lacunas de formação deixadas pelo ensino tradicional, que não preparam plenamente para

educação com olhar institucional, capaz de problematizar e propor ações concretas no que se refere aos processos de desenvolvimento humano e institucional.

41

o exercício da profissão (escolas técnicas e Universidades).

6- De que forma se mantém atualizado quanto às necessidades do mercado, de sua empresa e de suas responsabilidades?

Através da internet e da leitura dos documentos de padrões administrativos da empresa.

Procuro sempre participar (pelo menos duas vezes ao ano) de cursos, seminários e congressos voltados para a minha área de atuação. Sempre leio artigos e revistas. Participo de listas de discussão na Internet e encontros de profissionais da área.

Através de revistas de diferentes áreas (administração, psicologia, educação, etc), congressos, palestras, contatos com profissionais da área e em alguns casos, cursos à distância.

7- Em relação a atividade do pedagogo empresarial, que sugestões você apresentaria como conteúdos essenciais para a Especialização?

A parte de gerir competências (da seleção por competências ao desenvolvimento das mesmas, passando pelo mapeamento de atribuições) e a gestão do conhecimento. Também os objetivos institucionais, que devem embasar o trabalho do pedagogo empresarial. Por exemplo: onde e como a empresa pretende estar em dois, cinco, dez anos? Dessa maneira, através de uma

Treinamento e desenvolvimento de pessoal Levantamento de Necessidades de Treinamento (Instrumentos e como, com base nos resultados, estruturar o programa anual de treinamento). Educação corporativa e Universidades corporativas. Educação a Distância Avaliação de Aprendizagem. Técnicas vivenciais de aprendizagem. Avaliação do desempenho.

42

culturanálise de previsão, poder-se-ia saber quais as competências a serem desenvolvidas naquele período, para a consecução daqueles objetivos.

8- Como você descreveria o objeto de trabalho da Pedagogia Empresarial no contexto organizacional contemporâneo?

O objeto do trabalho deve ser voltado para o desenvolvimento de pessoas, tanto no aspecto atitudinal quanto no profissional, através de ações de capacitação diversas, implementadas de acordo com as competências essenciais da empresa.

Fundamental, pois as empresas precisam de programas de treinamento estruturados, de forma que mantenham seus funcionários atualizados para realizarem múltiplas funções de maneira mais produtiva e evitando erros e também prepará-los para o uso de novas tecnologias e procedimentos, Assim, a empresa se mantém viva e produtiva no mercado.

Estaria ligado aos processos de planejamento e avaliação, focando o desenvolvimento humano e institucional.

9- Você acha que as disciplinas a seguir: “gestão do conhecimento, administração de recursos humanos, análise comportamental, cultura organizacional e Gestão da Mudança, elaboração de projetos e processos de

Não Sim Outros. “Teorias do conhecimento aplicada às instituições”/”Pedagogia Social/Institucional” (empresas, sindicatos, ONGs, etc.) – onde os teóricos da educação possam servir de base para reflexões/ações específicas dentro destes espaços.

43

aprendizagem e desenvolvimento de competência”; suprem as necessidades do mercado de trabalho em relação a área comentada?

Por Patrícia Abraão Xavier de Souza.

De acordo com um dos objetivos da pesquisa, onde se pretendia analisar

se o IAVM está atendendo ao mercado de trabalho e baseado no questionário

submetido aos profissionais da área de Pedagogia Empresarial; pode-se

analisar na questão três, que tinha a intenção de verificar quais as atividades

exercidas pelos profissionais da área, sendo que as opiniões foram

semelhantes como: “elaboração de programas de treinamento, produção de

material didático, multiplicador de projetos ou de cursos de R.H., planejamento

de programas de aprendizagem organizacional e etc.” Sendo assim, um alerta

para a instituição, que devem fazer modificações na grade curricular o mais

rápido possível, para acompanhar as necessidades do mercado de trabalho.

Discutindo as questões sete, oito e nove do mesmo questionário, que

seguem a mesma linha de raciocínio, com a falta de determinadas disciplinas e

que o mercado de trabalho nos mostra ser importantes e o pouco foco nos

conteúdos transmitidos. Em relação à questão sete, foram respondidos

diversos conteúdos onde os profissionais lidam no dia a dia de trabalho que no

curso de especialização não foram nem mencionados. A seguir, pode-se

verificar alguns desses conteúdos, utilizados no cotidiano de trabalho desses

profissionais: “a parte de gerir competências, treinamento e desenvolvimento

de pessoal, levantamento de Necessidades de Treinamento, educação

corporativa e universidades corporativas, educação a distância”, dentre outras.

Já na questão oito, que trata do objeto de trabalho da Pedagogia Empresarial

dentro da organização, a seguir, segundo os profissionais colaboradores,

podem ser objetos de trabalho: “programas de treinamento estruturados, de

forma que mantenha seus funcionários atualizados para realizarem múltiplas

44

funções, ligação com processos de planejamento e avaliação, focando o

desenvolvimento humano e institucional e desenvolvimento de pessoas.” E por

fim, a questão nove e a última escolhida para dar as argumentações

necessárias da pesquisa; foi perguntado se as disciplinas atuais do curso de

especialização em Pedagogia Empresarial suprem as necessidades para a

área de trabalho, e as três respostas foram diferentes. Um profissional disse

que não, outro sim e o terceiro respondeu outros: “Teorias do conhecimento

aplicado às instituições, Pedagogia Social/Institucional (empresas, sindicatos,

ONGs, etc.) – onde os teóricos da educação possam servir de base para

reflexões/ações específicas dentro destes espaços.” Com isso, fica claro que o

Instituo A Vez do Mestre, está realmente precisando de uma revisão, uma

sacudida na poeira.

45

Considerações Finais

Este estudo partiu do simples questionamento: “Qual a contribuição da

Pós-Graduação do Instituto A Vez do Mestre na formação do Especialista em

Pedagogia Empresarial”?

Tal pesquisa teve o intuito de identificar as gaps na formação do

especialista em Pedagogia Empresarial, averiguar se o IAVM está transmitindo

os conteúdos necessários para tal formação, verificar quais embasamentos

teóricos seriam necessários para melhor atender ao mercado de trabalho e

analisar se o IAVM está atendendo ao mercado de trabalho.

Para que tal estudo tivesse condição de êxito, foram elaborados dois

questionários diferenciados; sendo um para os educandos do curso de

especialização em Pedagogia Empresarial do Instituto A Vez do Mestre e outro

para profissionais atuantes da área de Pedagogia Empresarial.

De acordo com os dados coletados do primeiro questionário (alunos),

acredita-se que a Pós-Graduação em nível de especialização do Instituto A Vez

do Mestre atende ao mercado de trabalho, porém, poderia ampliar seu quadro

de disciplina e reelaborar a carga horária possibilitando sua extensão. Dentre

as sete questões do questionário, serão aqui citadas as consideradas mais

importantes para o desfeche do trabalho. A primeira é questão de nº 1, que

pergunta se o curso de especialização em Pedagogia Empresarial do IAVM

está suprindo suas necessidades de Especialização em Pedagogia

empresarial? A segunda é a questão de nº 2, que procura saber se as seis

disciplinas são satisfatórias para o curso? As duas questões expostas

obtiveram resultados negativos, por isso a argumentação acima de que o curso

de especialização em Pedagogia Empresarial do Instituto A Vez do Mestre

deve se aprimorar um pouco mais. Afinal, na organização da estrutura

curricular de um curso, parece que deve se levar em consideração, entre

outros indicadores, a percepção e sugestões de seus educandos

(ingressantes); sendo eles na grande maioria Pedagogos, já com bagagem na

sua área e algum conhecimento na área empresarial. Dentre as dez disciplinas

listadas na questão de nº 3, que pretendia saber quais delas poderiam fazer

46

parte da grade curricular do curso de especialização em Pedagogia

Empresarial? A que foi mais votada é a Fundamentos da Pedagogia

Empresarial, complicado tal escolha, afinal é uma carreira antiga e ao mesmo

tempo recente no mercado de trabalho. Agora, acredita-se que a instituição

poderia incluir em sua grade curricular as quatro disciplinas que ficaram

empatadas em segundo lugar: “Gestão de Pessoas, Tecnologias de Educação,

Gestão estratégica em RH e contribuição pedagógica e Didática Aplicada ao

T&D”. Em relação à questão de nº 5, que procurava verificar quais conteúdos

indicariam como fundamental para ser abordado no curso de especialização

em Pedagogia Empresarial; acredita-se que se for o caso da instituição

pretender atender aos pedidos mais à frente, deveria ser feita outra pesquisa

com o intuito de verificar quais os conteúdos que foram mais procurados e

saber fazer um balanço, porque nem sempre as disciplinas escolhidas serão as

necessárias para encarar o mercado de trabalho.

Em relação ao questionário dos profissionais, serão apresentadas aqui

apenas três das nove questões consideradas as mais contundentes para a

conclusão do mesmo. Inicia-se pela questão de nº 5, a qual pergunta-se: Qual

a formação exigida pelo mercado para um pedagogo empresarial? O primeiro

pedagogo respondeu que o mínimo seria o superior completo, havendo a

exigência de Pós-Graduação em algumas empresas. Já o segundo pedagogo,

se posiciona dizendo que percebe muitas empresas se preocupando é com a

experiência adquirida, com curso de aperfeiçoamento, idioma e não com qual

graduação fez e se por acaso tem uma Pós na área. O terceiro e último

pedagogo, relata que antigamente era exigido qualquer formação na área de

Gestão; mas que nos dias atuais já almejam um especialista capaz de propor

ações concretas voltadas para o desenvolvimento humano e institucional. De

acordo com os três depoimentos, na teoria acredita-se que o terceiro é o mais

coerente, mas na prática a experiência está contando e muito. A questão de nº

7 solicita sugestões de conteúdos essenciais para a Especialização em

Pedagogia Empresarial; mesmo com a obtenção de resposta apenas dois

pedagogos, estas variaram bastante como: Gerir competências, Festão do

conhecimento, Treinamento e Desenvolvimento de pessoal, Levantamento de

necessidades de treinamento, Educação Corporativa e Universidade

47

Corporativa, Educação à Distância, Avaliação de Aprendizagem e Avaliação do

Desempenho. Tais disciplinas devem ser levadas em consideração, pelo fato

de ter sido sugestionada por profissionais atuantes da área. Por fim a questão

nº 9 e a última a ser comentada, onde se pergunta sobre as seis disciplinas

oferecidas pelo curso de Especialização em Pedagogia Empresarial do Instituto

A Vez do Mestre, suprem as necessidades do mercado de trabalho? Esta foi

uma questão complicada de se chegar à conclusão, afinal cada profissional

deu uma opinião diferente, havendo completa divergência. Um respondeu que

não, outro que sim e o último respondeu outros, citando algumas disciplinas:

Teoria do Conhecimento Aplicada às Instituições, Pedagogia

Social/Institucional (empresas, sindicados, ONGs). Tal questão seria primordial

para contemplar o objetivo almejado da pesquisa, sendo que com tamanha

divergência há que se rever as disciplinas, para melhor atender os futuros

profissionais de Pedagogia Empresarial.

Atualmente, os profissionais, de uma maneira geral, precisam adotar uma

postura de estar em permanente aprendizagem e de saber aprender a

aprender, tanto nas atividades cotidianas da empresa, como em momentos de

sua vida particular, social. O pedagogo é o profissional que sabe organizar,

implementar e dinamizar programas de aprendizagem, articulados com as

necessidades específicas de cada caso.

A aprendizagem passou a ser fundamental para a sobrevivência das

empresas, já que ela aumenta o conhecimento das pessoas, desenvolve

habilidades, melhora o desempenho e possibilita assumir novas

responsabilidades.

Por esse motivo, houve o desejo de entrevistar profissionais da área

comentada, para que todos os questionamentos existentes durante o curso de

especialização em Pedagogia Empresarial fossem esclarecidos com opiniões

realistas e de um cotidiano tão almejado pelos educandos (futuros

profissionais), mas tão restrito para se ingressar.

Tendo em vista tudo que já foi dito e diante da análise de estudo do

questionário dos profissionais, pode-se verificar que em relação as respostas

48

obtidas, o curso ficou a quem das expectativas almejadas pelos alunos, porque

segundo a pesquisa de campo, o curso precisa ir até o mercado de trabalho

pesquisar a área, para que a partir daí reelaborar uma grade curricular,

incluindo disciplinas essenciais citadas neste mesmo questionário; aumentar a

carga horária, para uma maior obsorção de conteúdos também citados no

terceiro capítulo e que também trabalhem durante o curso com o objeto de

trabalho do Pedagogo Empresarial, para a realização de um curso de

especialização bem focado no mercado de trabalho. Uma sugestão proposta

pelos alunos foi de que a Instituição poderia fazer um convênio, mesmo que em

curto prazo, para que se possam ter a vivência da área educacional dentro do

âmbito empresarial, visto que, na grande maioria das turmas de Pedagogia

Empresarial, o maior número de profissionais são de Pedagogos/as e muitas

vezes só têm a experiências educacional; por isso tamanha necessidade de

viver algum tipo de experiência na empresa, seja qual for o setor como por

exemplo: RH, Treinamento e Seleção, Universidades Coorporativas,

Articulação e implementação de projetos educacionais, dentre outros.

49

Referência Bibliográfica:

ABREU, Neide Maria Benevides. O Pedagogo na Empresa. Dissertação de mestrado. Ufrj, 1986.

ALVES, Rubens. A empresa e o Jardim. T&D. v.3, n.6, p-35, Junho. 2002.

BISSOLLI DA SILVA, Carmem Silvia. Curso de Pedagogia no Brasil: História e identidade. Dissertação de mestrado. Marília: Unesp, 1999.

BOLGAR, Paulo. Educação Empresarial. Jun.2002. Disponível: http://www.rh.com.br BRASIL, Congresso Nacional. Decreto-lei nº. 1190. Diário Oficial, 1939.

BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº. 5540. Diário Oficial, 29 de Novembro de 1968.

BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº. 6297. Diário Oficial, 15 de Novembro de 1975.

BRASIL, Congresso Nacional. Resolução nº. 1. Diário Oficial, 15 de Maio de 2006.

BRASIL, Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 908. Diário Oficial, 02 de Dezembro de 1998.

BRASIL, Conselho Nacional de Educação. Resolução nº. 3. Diário Oficial, 05 de Outubro de 1999.

BRASIL, Conselho Nacional de Educação. Resolução nº. 1. Diário Oficial, 3 de Abril de 2001.

BRASIL, Conselho Federal de Educação. Parecer nº. 292. Diário Oficial, 1962.

BRASIL, Conselho Federal de Educação. Parecer nº. 252. Diário Oficial, 1969.

BRASIL, Conselho Federal de Educação. Resolução nº. 2. Diário Oficial, 1969.

GENTILI, Paola; BENCINI, Roberta. Para aprender e desenvolver competências. Revista Nova Escola on-line: São Paulo, n. 135, set. 2000.

LINHARES, R. Educação Corporativa. Jan.2002. Disponível: http://www.rh.com.br MANACORDA, Mario Alighiero. A Educação na Grécia. In: Manacorda, Mario Alighiero. História da Educação. SP: Cortez, 1997 (cap. 2).

50

MATOS, F. G. Educação e trabalho. Seminário Internacional de Educação e Trabalho, 1 (Anais). Rio de Janeiro, 1982.

MEC, Portaria nº. 4.361, de 29 de Dezembro de 2004.

MOTA, Ana Elizabete da. O feitiço da ajuda – As determinações do Serviço Social na Empresa. SP: Cortez, 1985.

PAIVA, V. P. Educação Popular e educação de adultos: contribuição a história da educação brasileira. SP: Loyola, 1973.

PALANGANA, Isilda & Bianchetti, Lucídio. A controvérsia da qualificação no debate sobre trabalho e educação. Perspectiva. Florianópolis, NUP/CED/UFSC, nº. 18, : 133-63, 1995.

RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia Empresarial – atuação do pedagogo na empresa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Wak 2003.

SACRISTÁN, J. G. O currículo: Uma reflexão sobre a prática. 3ª edição. Porto Alegre: Artemed, 1998.

www.camara.gov.br – 8/08/2005.

51

ANEXOS

52

QUESTIONÁRIO – EDUCANDOS

1) O curso de especialização em Pedagogia Empresarial do IAVM está suprindo suas necessidades de Especialização em Pedagogia empresarial? 2) As seis disciplinas são satisfatórias para o curso? 3) Dentre as disciplinas abaixo, marque as que você acha que poderiam fazer parte da grade curricular do curso de especialização em Pedagogia Empresarial. Gestão de Pessoas Tecnologias de Educação EAD nas Organizações Didática Aplicada ao T&D Fundamentos da Administração Responsabilidade Social Gestão de Marketing Gestão estratégica em RH e contribuição pedagógica Fundamentos da Pedagogia Empresarial Comunicação na empresa (fala e postura) 4) A carga horária do curso de especialização em Pedagogia Empresarial do IAVM é satisfatória? 5) Que conteúdos você indicaria como fundamental para ser abordado no curso de especialista me Pedagogia Empresarial? 6) Os professores foram capazes de estabelecer a relação entre os conteúdos das disciplinas e as práticas profissionais do Pedagogo Empresarial? 7) A infra-estrutura está condizente com as necessidades básicas para a realização das aulas?

53

QUESTIONÁRIO - PROFISSIONAIS 1- Que cargo e função você ocupa na Empresa? 2- Qual a sua titulação acadêmica (por favor informe e graduação e a pós-graduação quando for o caso): 3- Assinale às atividades frequentemente desenvolvidas por você na

empresa onde atua: ( ) Elaboração de programas de treinamento ( ) Produção de material didático ( ) Elaboração de módulos de ensino ( ) Avaliação do desempenho ( ) Treinamento do pessoal ( ) Seleção do pessoal ( ) Avaliação das atividades de treinamento ( ) Multiplicador de projetos ou de cursos de R.H. ( ) Coordenador de treinamento ( ) Planejador de atividades de treinamento ( ) Planejamento de programas de aprendizagem organizacional

( ) Outros. Especificar: 4 - Que outras atividades seriam próprias da Pedagogia Empresarial e não estão incluídas em suas atividades? 5- Qual a formação exigida pelo mercado para um pedagogo empresarial?

6- De que forma se mantém atualizado quanto às necessidades do mercado, de sua empresa e de suas responsabilidades? 7- Em relação a atividade do pedagogo empresarial, que sugestões você apresentaria como conteúdos essenciais para a Especialização?

8- Como você descreveria o objeto de trabalho da Pedagogia Empresarial

no contexto organizacional contemporâneo?

9- Você acha que as disciplinas a seguir suprem as necessidades do mercado de trabalho em relação a área comentada? Gestão do conhecimento Administração de recursos humanos Análise Comportamental Cultura Organizacional e Gestão da Mudança Elaboração de Projetos Processos de Aprendizagem e desenvolvimento de competência ( ) sim ( ) não ( ) outros. Especifique

54

COMPROVANTES DE EVENTOS CULTURAIS E/OU CURSOS