Qualidade do Ar Interior em Edifícios de Escritórios e ... · tendo como base os dados recolhidos...

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62 | Setembro/Outubro climatização ESTUDOSEMDESTAQUE por | C. Dias Ramos 3 , C. Matias Dias 2 , E. Paixão 2 , M. M. Cano 1 e M. C. Proença 1 1 Unidade do Ar e Saúde Ocupacional do Departamento de Saúde Ambiental do INSA; 2 Centro de Epidemiologia e Bioestatística, Observatório Nacional de Saúde, INSA; 3 Serviço de Engenharia Sanitária da Sub-Região de Saúde de Setúbal. Qualidade do Ar Interior em Edifícios de Escritórios e Serviços RESUMO A qualidade do ar interior pode ser definida como “A natureza do ar que afecta a saúde e o bem estar dos ocu- pantes dos edifícios”. A realização de estudos de qualidade do ar interior em vários edifícios tem demonstrado que os ocupantes de edifícios com ar interior contaminado apresentam muitas vezes sintomas de letargia ou cansaço, dores de cabeça, tonturas, vómitos, irritação das mucosas, sensibilidade a odores, irritação dos olhos e/ou garganta, congestão nasal, dificuldade de concentração, indisposições físicas e psico- lógicas, etc. No sentido de caracterizar a qualidade do ar interior em edifícios do tipo administrativo e de estudar as possíveis associações entre os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos e os factores relacionados com o edifício ou com a ocupação, foi realizado um estudo em 2006, tendo como base os dados recolhidos pelo Laboratório de Saúde Ocupacional do INSA, em 186 locais de trabalho da região de Lisboa e Vale do Tejo, entre 2003 e 2005, tendo sido encontradas associações significativas entre algumas variáveis. Foram ainda propostas algumas medidas preven- tivas/correctivas para melhorar a qualidade do ar interior em edifícios e simultaneamente reduzir possíveis riscos para a saúde dos ocupantes. Este tema é hoje particularmente oportuno pela sua in- clusão na nova regulamentação térmica. As auditorias à qualidade do ar interior nos edifícios serão obrigatórias já a partir de Janeiro de 2009 no âmbito do Processo de Cer- tificação Energética e Qualidade do Ar Interior. Embora este estudo seja anterior a esta realidade, as suas conclusões são esclarecedoras do caminho que temos que percorrer ao nível da sensibilização de profissionais e ocupantes dos edifícios. A climatização, as instalações e uma correcta manutenção dos sistemas são um factor chave para um bom ambiente interior. 1. Qualidade do Ar Interior em Edifícios: Riscos para a Saúde De acordo com a OMS, à poluição do ar interior estão asso- ciados efeitos na saúde das pessoas. (OMS, 2005) Considerando que: n Passamos em média 90% do tempo em espaços inte- riores (habitações, trabalho, escolas, espaços comerciais, etc.) (Thade Report, EFA, 2004); n As concentrações de poluentes em ambientes interiores são cerca de 2 a 5 vezes superiores a ambientes exte- Em cada ponto de amostragem foi efectuada a: Caracterização do local de trabalho; 1. Caracterização da ocupação; 2. Medição de parâmetros físicos; 3. Medição ou colheita de parâmetros químicos; 4. Colheita de parâmetros biológicos. 5. Em simultâneo foram registados os dados obtidos nos períodos de Verão (Abril a Setembro) e de Inverno (Outu- bro a Março), tendo posteriormente sido efectuado o seu tratamento e análise estatística. 2.2. Variáveis em Estudo As variáveis consideradas foram as seguintes: n Identificação do Período do Ano (Data, Período do Ano); n Identificação dos Pontos de Medição (Edifício, Ponto de Medição, Local de Trabalho); n Caracterização do Local de Trabalho (Espaço, Ventilação, Pavimento); n Caracterização da Ocupação (Ocupantes, Hábitos Tabágicos, Fumadores); n Parâmetros Físicos (Temperatura do Ar, Temperatura Média de Radiação das Superfícies, Índice Térmico “Temperatura Operativa” – Top, Humidade Relativa, Velo- cidade do Ar); n Parâmetros Químicos (Partículas Totais, Dióxido de Car- bono, Compostos Orgânicos Voláteis Totais); n Parâmetros Biológicos (Bactérias Totais, Bactérias Totais no Exterior, Fungos, Fungos no Exterior). 2.3. Tratamento dos Dados Para realização deste trabalho foi criada uma base de dados no programa Excel. No total foram inseridos 186 registos, correspondendo cada registo a um local de medição, num determinado edifício. Cada registo foi caracterizado por 23 campos de resposta, correspondendo ao número total de variáveis. As variáveis Data, Ponto de Medição, Edifício e Sala não foram consideradas no tratamento estatístico, tendo sido criadas apenas para organização/orientação da base de dados. O tratamento dos dados foi efectuado através da utilização do programa SPSS ® V. 13.0 SPSS inc. 2004. riores e, ocasionalmente, podem atingir concentrações 100 vezes superiores. (Thade Report, EFA, 2004); n O raro controlo da conformidade do desempenho das instalações com o respectivo projecto, aliado à conti- nuada falta de uma prática efectiva da adequada manu- tenção das instalações durante o seu funcionamento normal, têm levado ao aparecimento de problemas de qualidade do ar interior, alguns dos quais com im- pacte significativo a nível da saúde pública. (Decreto-Lei n.º 79/2006, de 4 de Abril). Pode então dizer-se que a má qualidade do ar interior de um edifício, constitui um risco para a saúde dos seus ocupantes. Este risco está associado à existência de fontes de poluição que contribuem para degradar a qualidade do ar interior. As principais fontes de poluição existentes no interior dos edifícios estão relacionadas com características do próprio edifício, características da sua ocupação e características associadas à sua utilização. Alguns exemplos são: n Má concepção dos edifícios; n Ventilação inadequada, muitas vezes devido ao facto de não se abrirem as janelas; n Deficiente filtração do ar fornecido; n Falta de manutenção e limpeza das instalações e dos sistemas de climatização; n Insuficiente entrada e distribuição de ar do exterior para o interior; n Presença permanente de fontes de contaminação (equipamento, pavimento alcatifado, plantas, ocupantes com hábitos tabágicos, etc); n Condições de conforto térmico inadequadas. 2. Caso de Estudo: “Qualidade do Ar Interior em 30 Edifícios de Escritórios e Serviços” 2.1. Introdução Este trabalho baseou-se em dados recolhidos durante a realização de estudos de avaliação da qualidade do ar in- terior em edifícios de escritórios de empresas particulares e instituições públicas, nos anos 2003, 2004 e 2005. No total foram estudados 30 edifícios da região de Lisboa e Vale do Tejo, abrangendo 186 locais de trabalho. Para a realização destes estudos foram seleccionados alguns locais de trabalho (open-space ou gabinetes) nos edifícios e dentro destes locais foram definidos pontos de amostragem.

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62 | Setembro/Outubro climatização

estudosemdestaquepor | C. Dias Ramos3, C. Matias Dias2, E. Paixão2, M. M. Cano1 e M. C. Proença1

1Unidade do Ar e Saúde Ocupacional do Departamento de Saúde Ambiental do INSA; 2Centro de Epidemiologia e Bioestatística, Observatório Nacional de Saúde, INSA; 3Serviço de Engenharia Sanitária da Sub-Região de Saúde de Setúbal.

Qualidade do Ar Interior em Edifícios de Escritórios e Serviços

RESUMOA qualidade do ar interior pode ser definida como “A

natureza do ar que afecta a saúde e o bem estar dos ocu-pantes dos edifícios”. A realização de estudos de qualidade do ar interior em vários edifícios tem demonstrado que os ocupantes de edifícios com ar interior contaminado apresentam muitas vezes sintomas de letargia ou cansaço, dores de cabeça, tonturas, vómitos, irritação das mucosas, sensibilidade a odores, irritação dos olhos e/ou garganta, congestão nasal, dificuldade de concentração, indisposições físicas e psico-lógicas, etc. No sentido de caracterizar a qualidade do ar interior em edifícios do tipo administrativo e de estudar as possíveis associações entre os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos e os factores relacionados com o edifício ou com a ocupação, foi realizado um estudo em 2006, tendo como base os dados recolhidos pelo Laboratório de Saúde Ocupacional do INSA, em 186 locais de trabalho da região de Lisboa e Vale do Tejo, entre 2003 e 2005, tendo sido encontradas associações significativas entre algumas variáveis. Foram ainda propostas algumas medidas preven-tivas/correctivas para melhorar a qualidade do ar interior em edifícios e simultaneamente reduzir possíveis riscos para a saúde dos ocupantes.Este tema é hoje particularmente oportuno pela sua in-clusão na nova regulamentação térmica. As auditorias à qualidade do ar interior nos edifícios serão obrigatórias já a partir de Janeiro de 2009 no âmbito do Processo de Cer-tificação Energética e Qualidade do Ar Interior. Embora este estudo seja anterior a esta realidade, as suas conclusões são esclarecedoras do caminho que temos que percorrer ao nível da sensibilização de profissionais e ocupantes dos edifícios. A climatização, as instalações e uma correcta manutenção dos sistemas são um factor chave para um bom ambiente interior.

1. QualidadedoArInterioremEdifícios: Riscos para a SaúdeDe acordo com a OMS, à poluição do ar interior estão asso-ciados efeitos na saúde das pessoas. (OMS, 2005)Considerando que:

nPassamos em média 90% do tempo em espaços inte- riores (habitações, trabalho, escolas, espaços comerciais, etc.) (Thade Report, EFA, 2004);

nAs concentrações de poluentes em ambientes interiores são cerca de 2 a 5 vezes superiores a ambientes exte-

Em cada ponto de amostragem foi efectuada a:

Caracterização do local de trabalho;1. Caracterização da ocupação;2. Medição de parâmetros físicos;3. Medição ou colheita de parâmetros químicos;4. Colheita de parâmetros biológicos.5.

Em simultâneo foram registados os dados obtidos nos períodos de Verão (Abril a Setembro) e de Inverno (Outu-bro a Março), tendo posteriormente sido efectuado o seu tratamento e análise estatística.

2.2. Variáveis em EstudoAs variáveis consideradas foram as seguintes:

n Identificação do Período do Ano (Data, Período do Ano);

n Identificação dos Pontos de Medição (Edifício, Ponto de Medição, Local de Trabalho);

n Caracterização do Local de Trabalho (Espaço, Ventilação, Pavimento);

n Caracterização da Ocupação (Ocupantes, Hábitos Tabágicos, Fumadores);

nParâmetros Físicos (Temperatura do Ar, Temperatura Média de Radiação das Superfícies, Índice Térmico “Temperatura Operativa” – Top, Humidade Relativa, Velo- cidade do Ar);

n Parâmetros Químicos (Partículas Totais, Dióxido de Car- bono, Compostos Orgânicos Voláteis Totais);

n Parâmetros Biológicos (Bactérias Totais, Bactérias Totais no Exterior, Fungos, Fungos no Exterior).

2.3. Tratamento dos DadosPara realização deste trabalho foi criada uma base de dados no programa Excel. No total foram inseridos 186 registos, correspondendo cada registo a um local de medição, num determinado edifício. Cada registo foi caracterizado por 23 campos de resposta, correspondendo ao número total de variáveis. As variáveis Data, Ponto de Medição, Edifício e Sala não foram consideradas no tratamento estatístico, tendo sido criadas apenas para organização/orientação da base de dados.O tratamento dos dados foi efectuado através da utilização do programa SPSS® V. 13.0 SPSS inc. 2004.

riores e, ocasionalmente, podem atingir concentrações 100 vezes superiores. (Thade Report, EFA, 2004);

nO raro controlo da conformidade do desempenho das instalações com o respectivo projecto, aliado à conti- nuada falta de uma prática efectiva da adequada manu- tenção das instalações durante o seu funcionamento normal, têm levado ao aparecimento de problemas de qualidade do ar interior, alguns dos quais com im- pacte significativo a nível da saúde pública. (Decreto-Lei n.º 79/2006, de 4 de Abril).

Pode então dizer-se que a má qualidade do ar interior de um edifício, constitui um risco para a saúde dos seus ocupantes. Este risco está associado à existência de fontes de poluição que contribuem para degradar a qualidade do ar interior. As principais fontes de poluição existentes no interior dos edifícios estão relacionadas com características do próprio edifício, características da sua ocupação e características associadas à sua utilização. Alguns exemplos são:

nMá concepção dos edifícios;

nVentilação inadequada, muitas vezes devido ao facto de não se abrirem as janelas;

nDeficiente filtração do ar fornecido;

nFalta de manutenção e limpeza das instalações e dos sistemas de climatização;

nInsuficiente entrada e distribuição de ar do exterior para o interior;

nPresença permanente de fontes de contaminação (equipamento, pavimento alcatifado, plantas, ocupantes com hábitos tabágicos, etc);

nCondições de conforto térmico inadequadas.

2. CasodeEstudo:“Qualidade do Ar Interior em 30 Edifícios de Escritórios e Serviços”2.1. IntroduçãoEste trabalho baseou-se em dados recolhidos durante a realização de estudos de avaliação da qualidade do ar in-terior em edifícios de escritórios de empresas particulares e instituições públicas, nos anos 2003, 2004 e 2005. No total foram estudados 30 edifícios da região de Lisboa e Vale do Tejo, abrangendo 186 locais de trabalho. Para a realização destes estudos foram seleccionados alguns locais de trabalho (open-space ou gabinetes) nos edifícios e dentro destes locais foram definidos pontos de amostragem.

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O estudo das hipóteses de relação entre variáveis quan-titativas foi efectuado através da aplicação do Coeficiente Correlação de Pearson. Foi também efectuada a represen-tação gráfica destes resultados recorrendo a gráficos caixas-de-bigodes para os resultados da aplicação dos testes não paramétricos e a rectas de regressão para os resultados da aplicação do Coeficiente Correlação de Pearson.Estes testes foram aplicados considerando um nível de significância de 5%.

3.RESULTADOS3.1. Análise Univariada 3.1.1. Local de TrabalhoNa Tabela 2 são apresentados os resultados obtidos na análise univariada do local de trabalho.

3.1.2. OcupaçãoNa Tabela 3 são apresentados os resultados da análise univariada efectuada para as variáveis Ocupantes e Fu-madores.

estudosemdestaque

2.4. Análise EstatísticaO início da análise estatística consistiu na realização de uma análise descritiva univariada, para caracterizar a amostra. Nesta análise foram utilizadas as medidas de localização e de tendência central: média aritmética, mediana e moda, as medidas de localização e de tendência não central: primeiro e terceiro quartil e as medidas de dispersão: variância e desvio padrão. Foram referidos os máximos e mínimos de cada variável e determinada a frequência de cada resposta no total da amostra. Foi também efectuada a representação gráfica destes resultados recorrendo a gráficos caixas-de-bigodes e a gráficos circulares.Em seguida foram estudadas as hipóteses de relação entre variáveis recorrendo à inferência estatística. Esta segunda fase iniciou-se com a realização da análise bivariada apre-sentada na Tabela 1.

Para decidir que tipo de testes (paramétricos ou não pa-ramétricos) deviam ser utilizados no estudo das hipóteses de relação de variáveis quantitativas e qualitativas, foram verificadas as condições de aplicação dos testes paramé-tricos (normalidade e homocedasticidade). A condição de normalidade foi verificada através da aplicação do Teste de Kolmogorov-Smirnov e a condição da homocedasticidade através da aplicação do Teste de Levene. Uma vez que não se verificaram estas condições, foram utilizados os seguintes testes não paramétricos:

n Teste de Mann-Whitney, para estudar as hipóteses de diferenças de variáveis com duas categorias;

n Teste de Kruskal-Wallis, para estudar as hipóteses de diferenças de variáveis com três categorias.

Tabela2:Caracterização do Local de Trabalho

Variável Resultados

Espaço

Ventilação

Pavimento

Hábitos Tabágicos

Open Space 29,7%

Gabinetes 70,3%

Ar Novo 87,1%

Ar Recirculado 3,8%

Ar Novo + Ar Recirculado 9,1%

Lavável 51%

Alcatifado 49%

Fumadores 55,6%

Não fumadores 44,4%

Tabela 3:caracterização da amostra - Ocupação e Fumadores

Dados Ocupantes (n.º) Fumadores (n.º)

Média 10,78 1,53

Mediana 3,00 1,00

Moda 2,00 0,00

Desvio Padrão 29,7 42,87

Variância 884,42 8,25

Mínimo 0,00 0,00

Máximo 210,00 24,00

25 1,00 0,00

75 8,00 2,00

Obtidos 164 95

Sem Informação 22 91N

Percentil

Tabela1:Hipóteses de relação entre variáveis

Quantitativa vs. Qualitativa Quantitativa vs. Quantitativa

Fungos/Fungos no Exterior • vs. Pavimento

Fungos/Fungos no Exterior • vs. Período do Ano

Bactérias Totais vs. • Pavimento

Bactérias Totais vs. • Período do Ano

Compostos Orgânicos • Voláteis Totais vs. Hábitos Tabágicos

Compostos Orgânicos • Voláteis Totais vs. Ventilação

Partículas Totais vs. • Hábitos Tabágicos

Dióxido de Carbono vs. • Ventilação

Fungos vs. Fungos • no Exterior

Fungos/Fungos no Exterior • vs. Partículas Totais

Bactérias Totais vs. Dióxido • de Carbono

Compostos Orgânicos Volá-• teis Totais vs. Fumadores

Compostos Orgânicos Volá-• teis Totais vs. Ocupantes

Compostos Orgânicos • Voláteis Totais vs. Dióxido de Carbono

Partículas Totais • vs. Fumadores

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3.1.3. Parâmetros FísicosNa Tabela 4 são apresentados os resultados obtidos na análise univariada dos parâmetros físicos.

3.1.4. Parâmetros QuímicosNa Tabela 5 são apresentados os resultados obtidos na análise univariada dos parâmetros químicos.

Tabela 4:caracterização da amostra - Parâmetros Físicos

DadosTemp. do Ar (ºc)

Temp. Média de Rad. das

Superfícies (ºc)

Temp. Operativa

(ºc)

Humidade Relativa

(%)

Vel. doAr (m/s)

Média 23,87 23,98 23,69 45,10 0,07

Mediana 24,00 24,00 24,00 45,00 0,07

Desvio Padrão 1,67 1,65 1,66 10,37 0,05

Variância 2,80 2,71 2,75 107,51 0,00

Mínimo 16,00 17,00 17,00 20,00 0,01

Máximo 30,00 28,00 28,50 70,00 0,26

25 23,00 23,00 23,00 39,75 0,03

75 25,00 25,00 25,00 52,00 0,10

186 186 186 186 186

0 0 0 0 0N

Percentil

Sem Informação

Obtidos

Tabela 5:caracterização da amostra - Parâmetros Químicos

DadosPartículas

Totais (mg/m3)

Dióxido de carbono

(%)

compostos Orgânicos Voláteis

Totais (mg/m3)

Média 63,99 0,08 694,47

Mediana 40,00 0,07 548,00

Moda 14,00 0,07 440,00

Desvio Padrão 66,73 0,02 524,789

Variância 4452,27 0,00 275 398,78

Mínimo 14,00 0,05 207,00

Máximo 460,00 70,00 0,26

25 25,00 0,06 420,50

75 71,25 0,09 796,75

186 186 186

0 0 0N

Percentil

Sem Informação

Obtidos

Relativamente à concentração de bactérias foi possível constatar que existiam diferenças signifi-cativas nas categorias da variável Pavimento na relação Bactérias Totais vs. Pavimento, verificando-se que nos locais de trabalho em que o pavimento era Alcatifado a concentração de bactérias era superior à dos locais em que o pavimento era lavável, possivelmente devido ao facto de existir em maiores concentra-ções quando a higienização é menos eficiente como acontece no caso do pavimento alcatifado.

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3.1.5. Parâmetros BiológicosNa Tabela 6 são apresentados os resultados obtidos na análise univariada dos parâmetros biológicos.

3.2. Análise Bivariada3.2.1. Verificação das Hipóteses de Diferenças entre Variá- veis Quantitativas e QualitativasNa Tabela 7 são apresentados os resultados da aplicação dos testes não paramétricos para estudar as hipóteses de relação entre variáveis quantitativas e qualitativas.

Tabela 6:caracterização da amostra - Parâmetros Biológicos

DadosBactérias

Totais (UFc/m3)

Fungos (UFc/m3)

Bactérias Totais no Exterior (UFc/m3)

Fungos no Exterior(UFc/m3)

Média 210,26 238,62 110,42 669,08

Mediana 166,00 200,50 66,00 441,00

Desvio Padrão 161,61 97,02 152,29 608,20

Variância 26116,18 9413,64 23190,60 369904,51

Mínimo 21,00 88,00 4,00 134,00

Máximo 928,00 520,00 1493,00 2926,00

25 104,00 186,25 32,00 314,00

75 288,50 305,00 126,00 750,00

186 186 186 186

0 0 0 0N

Percentil

Sem Informação

Obtidos

Tabela 7:Verificação das Hipóteses de Diferenças entre Variáveis Quantitativas e Qualitativas

Hipóteses de relação entre variáveis

Média da variável quantitativa por categoria

da variável qualitativa

Nível de significância

(p-value)

Fungos/Fungos no • Exterior vs. Pavimento

Fungos/Fungos no Exte-• rior vs. Período do Ano

Bactérias Totais • vs. Pavimento

Bactérias Totais • vs. Período do Ano

Compostos Orgânicos • Voláteis Totais vs. Hábitos Tabágicos

Compostos Orgânicos • Voláteis Totais vs. Ventilação

Partículas Totais • vs. Hábitos Tabágicos

Dióxido de Carbono • vs. Ventilação

0,043 (a)

Significativo

0,044 (a)

Significativo

0,034 (a)

Significativo

0,144 (a)

Não Significativo

0,632 (a)

Não Significativo

0,001 (b)

Significativo

0,003 (a)

Significativo

0,022 (b)

Significativo

Lavável: 0,19 UFC/m• 3 Alcatifado: 0,22 UFC/m• 3

Inverno: 0,23 UFC/m• 3 Verão: 0,16 UFC/m• 3

Lavável: 204,25 UFC/m• 3 Alcatifado: 219,97 UFC/m• 3

Inverno: 217,89 UFC/m• 3 Verão: 198,19 UFC/m• 3

Sim: 692,05 • mg/m3 Não: 659,16 • mg/m3

Ar Novo: 655,52 • mg/m3 Ar Recirculado: 1997,86 • mg/m3

Ar Novo e Recirculado: 528,94 • mg/m3

Sim: 92,29 • mg/m3

Não: 49,00 • mg/m3

Ar Novo: 0,08%• Ar Recirculado: 0,10%• Ar Novo e Recirculado: 0,08%•

(a) Teste de Mann-Whitney; (b) Teste de Kruskal-Wallis

Foi também encontrada associação estatisticamente significativa e directamente proporcional entre as variáveis compostos Orgânicos Voláteis Totais vs. Dióxido de carbono, o que é interessante uma vez que o Dióxido de carbono é um parâmetro utilizado para verificar se o caudal de renovação do ar é suficiente em locais em que a contaminação do ar é fundamentalmente de origem humana, funcionando como indicador do grau de viciação do ar.

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Observando o quadro é possível constatar que existem dife-renças significativas nas categorias das variáveis, nos casos das seguintes hipóteses de relação:

nFungos/Fungos no Exterior vs. Pavimento;

nFungos/Fungos no Exterior vs. Período do Ano;

nBactérias Totais vs. Pavimento, Compostos Orgânicos Voláteis Totais vs. Ventilação;

nPartículas Totais vs. Hábitos Tabágicos;

nDióxido de Carbono vs. Ventilação.

3.2.2. Verificação da Correlação entre Variáveis QuantitativasNa Tabela 8 são apresentados os resultados da aplicação do Coeficiente de Correlação de Pearson para testar as hipóteses de correlação entre variáveis quantitativas.

Foram encontradas associações estatisticamente significativas e directamente proporcionais entre as variáveis:

n Fungos vs. Fungos no Exterior;

n Bactérias Totais vs. Dióxido de Carbono;

n Compostos Orgânicos Voláteis Totais vs. Dióxido de Carbono;

nPartículas Totais vs. Fumadores.

4.DISCUSSãODos 186 locais de trabalho estudados, 70% eram gabinetes

e 30% open-space. A maior parte (87%) destes locais eram ventilados apenas por ar novo, sendo os restantes ventilados por ar novo e recirculado (9%) ou apenas por ar recirculado (4%), ou seja, sem fornecimento de ar novo (ventilação). Cerca de metade tinham pavimento lavável e outra metade pavimento alcatifado.Relativamente à ocupação foram encontrados resultados

muito diversificados, sendo de referir que em 20% dos locais trabalhavam duas pessoas, em 12,8% apenas uma pessoa e em 12,8% não estava ninguém na altura das medições. Do total dos ocupantes cerca de 56% eram fumadores.Relativamente à concentração de microrganismos nos locais de trabalho foi encontrada associação estatisticamente signi-ficativa e directamente proporcional entre as variáveis Fungos vs. Fungos no Exterior. Em estudos semelhantes realizados em outros países foram obtidos resultados idênticos. A con-centração de fungos no interior depende principalmente da concentração que existe no exterior e das actividades que decorrem dentro do próprio edifício. As próprias pessoas podem servir de veículo de esporos de fungos através do vestuário. A concentração de fungos no exterior depende de vários factores, nomeadamente da estação do ano e das condições meteorológicas. Foram obtidos resultados idênticos nas relações: nFungos/Fungos no Exterior vs. Pavimento, verificando-se que quando o pavimento dos locais de trabalho era Alcatifado a concentração de fungos era superior, relati- vamente ao locais em que o pavimento era Lavável. O facto da concentração de fungos ser maior quando o pavimento é alcatifado pode estar relacionado com este tipo de material que reúne características propícias ao desenvolvimento de fungos, sobretudo quando as alca- tifas são lavadas e ainda estão húmidas. Por outro lado, este tipo de pavimento é mais difícil de higienizar do que um pavimento lavável, contribuindo para manter os espo- ros dos fungos durante mais tempo nos locais de tra- balho. nFungos/Fungos no Exterior vs. Período do Ano, verifican- do-se que no Inverno a concentração de fungos no interior, relativamente à sua concentração no exterior foi superior à do Verão. Este resultado pode estar associado ao facto de no Inverno existirem menores concentrações de espo- ros de fungos no exterior, originando o aumento na relação Fungos/Fungos no Exterior.

Relativamente à concentração de bactérias foi possível cons-tatar que existiam diferenças significativas nas categorias da variável Pavimento na relação Bactérias Totais vs. Pavimento, verificando-se que nos locais de trabalho em que o pavimento era Alcatifado a concentração de bactérias era superior à dos locais em que o pavimento era lavável, possivelmente devido ao facto de existirem maiores concentrações quando a higienização é menos eficiente como acontece no caso do pavimento alcatifado.Na relação Bactérias Totais vs. Dióxido de Carbono, foi encon-trada associação estatisticamente significativa e directamente proporcional entre estas variáveis, o que indica que as pessoas (principal fonte de contaminação do ar no interior por dióxido de carbono), são uma das principais fontes de contaminação do ar por bactérias.Relativamente à concentração de Compostos Orgânicos Voláteis Totais no interior dos locais de trabalho foi possível constatar que existiam diferenças significativas nas categorias da variável Ventilação na relação Compostos Orgânicos Voláteis Totais vs. Ventilação, verificando-se que nos locais que não eram

Tabela 8:Resultados entre variáveis quantitativas

Hipóteses de relação

entre variáveis

coeficiente de

correlação (r)

Nível de significância

(p-value)

Fungos vs. Fungos • no Exterior

Fungos/Fungos no Exterior • vs. Partículas Totais

Bactérias Totais • vs. Dióxido de Carbono

Compostos Orgânicos • Voláteis Totais vs. Fumadores

Compostos Orgânicos • Voláteis Totais vs. Ocupantes

Compostos Orgânicos • Voláteis Totais vs. Dióxido de Carbono

Partículas Totais • vs. Fumadores

0,001 Significativo

0,469

Não Significativo

0,003 Significativo

0,199 Não Significativo

0,648

Não Significativo

0,001 Significativo

0,032

Significativo

0,46

0,053

0,22

0,13

- 0,04

0,34

0,22

Rua Manuel Pinto de Azevedo, 12/14 - 4100-320 PortoTel: 22 619 75 20 - Fax: 22 610 48 05Web: http://www.solerpalau.com - E-Mail: [email protected]

Ventiladores centrífugos de descarga hori-zontal (CRHB/CRHT) ou descarga vertical (CRVB/CRVT), de baixo perfil, construídos com base de chapa e aço galvanizado. Cobertura de alumínio, turbina centrifuga de alhetas inclinadas para trás, protegida com rede de segurança.Motor de rotor exterior, IP-54, Classe F.Protector térmico.Interruptor eléctrico incorporado.Temperatura máxima de trabalho até 70ºC.

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Descarga vertical

Descarga horizontal

Oficinas Locais comerciais EscritóriosNaves Industriais,Armazéns

Novidade

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Page 6: Qualidade do Ar Interior em Edifícios de Escritórios e ... · tendo como base os dados recolhidos pelo Laboratório de Saúde Ocupacional do INSA, em 186 locais de trabalho da ...

72 | Setembro/Outubro climatização

estudosemdestaque

ventilados, ou seja, em que existia apenas Ar Recirculado a concentração de compostos orgânicos voláteis totais era mais elevada do que nos locais que eram ventilados por ar novo ou por ar novo e recirculado. Os compostos orgânicos voláteis totais são gases emitidos por sólidos ou líquidos têm origens diversas que vão: desde os materiais do edifício, aos equipamentos e até as próprias pessoas. Por este motivo os compostos orgânicos voláteis totais existem em maior concentração nos espaços interiores, relativamente aos exteriores. Por outro lado, quando os locais são ventilados apenas com ar recirculado, estes compostos vão-se acumulando e a sua concentração vai aumentando ao longo do tempo. Uma fonte de contaminação do ar por Compostos Orgânicos Voláteis Totais que não deve ser me-nosprezada é os produtos de limpeza que geralmente são muito voláteis. Foi também encontrada associação estatisticamente signifi-cativa e directamente proporcional entre as variáveis Com-postos Orgânicos Voláteis Totais vs. Dióxido de Carbono, o que é interessante uma vez que o Dióxido de Carbono é um parâmetro utilizado para verificar se o caudal de renovação do ar é suficiente em locais em que a contaminação do ar é fundamentalmente de origem humana, funcionando como indicador do grau de viciação do ar. Por outro lado, as pessoas podem também constituir uma fonte de emissão de compostos orgânicos voláteis, por exemplo através dos perfumes, do fumo do tabaco, etc. Esta associação aponta os Compostos Orgânicos Voláteis Totais como outro bom indicador da viciação do ar.Relativamente à concentração de partículas nos locais de trabalho, foi possível constatar que existiam diferenças sig-nificativas nas categorias da variável Hábitos Tabágicos, na relação Partículas Totais vs. Hábitos Tabágicos, observando-se que nos locais onde trabalhavam Fumadores a concentração de partículas totais era mais elevada do que a dos locais onde trabalhavam pessoas sem hábitos tabágicos. A acção de fumar está associada a uma produção de maior quantidade de partículas. Foi também encontrada associação estatisticamente signi-ficativa e directamente proporcional entre as variáveis Par-tículas Totais vs. Fumadores, indicando que a concentração de partículas aumenta significativamente (2 a 4 vezes) com o aumento do número de fumadores. Foi possível constatar que existem diferenças significativas na categoria da variável Ventilação, na relação Dióxido de Carbono vs. Ventilação, verificando-se que nos locais que não eram ventilados sendo servidos apenas por ar recirculado a percentagem de dióxido de carbono era superior, relativa-mente à dos locais ventilados apenas por ar novo ou por ar novo e recirculado. Nos locais penas com ar recirculado, a renovação do ar não é efectuada, recirculando-se apenas o ar já contaminado, o que faz aumentar a percentagem de Dióxido de Carbono por acumulação.Apesar de terem sido encontradas associações estatisti-camente significativas e diferenças entre as categorias de algumas variáveis, foram também encontrados alguns re-sultados contraditórios. A obtenção destes resultados pode estar relacionada com:

nAlgumas lacunas na recolha inicial de dados, relacio- nada com a dificuldade de obter dados em alguns locais, sobretudo relativamente ás variáveis Espaço, Pavimento, Hábitos Tabágicos, Ocupantes e Fuma- dores.

n O facto de em algumas situações as condições de colheita/medição dos parâmetros não terem sido as mais favoráveis (por exemplo uma sala normal- mente ocupada não ter ocupantes nos dias das colhei- tas/medições ou outro exemplo nos dias das colhei- tas não estarem a decorrer as actividades normal- mente praticadas naquele local).

nO facto de não terem sido estudadas outras variáveis que poderiam ter um contributo importante neste estudo, como por exemplo a presença de plantas nos locais de trabalho, o tipo de armários, etc.

nO facto de se ter simplificado algumas variáveis como a variável ventilação que é muito complexa, devido aos vários tipos de sistemas de ventilação que existem, e que provavelmente deveria ter sido dis- criminada em mais categorias.

5.RECOMEnDAçõESPara minimizar e quando possível eliminar os problemas associados à má qualidade do ar interior, é necessária a integração de um conjunto de acções/procedimentos que actuem sobre os factores de risco, ou seja, que permitam identificar e reduzir ou remover as fontes de degradação da qualidade do ar interior. Estas acções/procedimentos devem ter um carácter preven-tivo, sempre que possível. Alguns exemplos deste tipo de acções são:

Identificar e controlar as fontes poluentes – Por exem-1. plo, proibir de fumar ou limitar esta actividade, mudar a localização de equipamentos, substituir materiais, se-leccionar produtos menos poluentes, modificar atitudes dos ocupantes, reestruturar determinados espaços (por exemplo após ter limpo e desinfectado um espaço que se encontrava contaminado por fungos, controlar a humidade deste espaço, de modo a criar condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento); (CDC & EPA, 1991)Eliminar, sempre que possível, as fontes de contaminação 2. – Por exemplo o excesso de papel, carpetes, etc.Implementar um Plano de Acção de Qualidade do Ar In-3. terior:

Nomear um gestor responsável pela QAI;• Desenvolver um perfil de QAI para o edifício;• Realizar um diagnóstico da QAI do edifício;• Formar os ocupantes do edifício acerca da QAI;• Desenvolver e implementar um plano de operações e • manutenção para o edifício;Gerir processos com fontes potenciais significativas (exp. re-• modelação e renovação, pintura, controlo de pragas, etc);Comunicar com os ocupantes acerca da actuação para • manter uma boa QAI;Estabelecer procedimentos para resposta a queixas da • QAI (Building Air Quality Action Plan, USEPA, 1998).

Controlar a exposição dos ocupantes – Programar determi-4. nadas actividades para que sejam realizadas em períodos de ausência dos ocupantes;Efectuar a manutenção dos sistemas de climatização – As 5. condutas devem ser limpas periodicamente. A frequência destas acções deve estar previamente definida, assim como os responsáveis pela sua realização;Melhorar as condições de ventilação – A ventilação deve 6. ser suficiente, ou seja, deve permitir a diluição de poluentes (por exemplo através do aumento da quantidade total de ar fornecido ou do melhoramento da distribuição de ar que deve ser contínua e não deve provocar correntes de ar incómodas) e deve permitir isolar ou remover con-taminantes (por exemplo através da instalação de um sistema de exaustão localizado junto da fonte de poluição, de evitar a recirculação de ar contaminado, de manter as portas fechadas nos casos em que for necessário separar determinadas zonas, etc); (CDC & EPA, 1991)Melhorar a filtração do ar - Os filtros devem ser eficazes 7. para filtrar as partículas que afectam a saúde e devem ser alvo de manutenção adequada. Melhorar os procedimentos de limpeza – Seleccionar méto-8. dos e materiais de limpeza com menores efeitos na saúde e planear estas acções, etc.

Refere-se ainda a importância de cumprir a legislação em 9. vigor, logo na fase de projecto, nomeadamente os Decretos Lei n.os 78/2006, 79/2006 e 80/2006, todos de 4 de Abril onde já estão referidos os requisitos necessários para a manutenção da qualidade do ar interior. n

REfERênCIAS:

- CDC, EPA, (1991), “Buiding Air Quality – A Guide for Building Owners and Facility Managers”, Washington, pp. 81-86.

- Decreto-Lei n.º 79/2006, de 4 de Abril.

- Dias-Ramos, C., (2006), “Qualidade do Ar Interior em 30 Edifícios de Escritórios e Serviços”, Lisboa, INSA.

- Franchi, M. et al, (2004), “Towards Healthy Air in Dwellings in Europe – The THADE Report”, Brussels.

- Husman, T., (1996), “Health effects on Indoor-Air Micror- ganisms. In Scand J Work Environ Health”, vol 22, no 1. pp 5-13.

- Ooi, P.L., Goh, K.T., Phoon, M.H., Foo, S.C. and Yap, H.M.,(1998) “Epidemiology of Sick Building Syndrome and Its Asso- ciated Risk factor in Singapore”, In Occup. Environ. Med, vol 55. pp188-193.

- WHO Regional Publications, (1997), “Assessment of exposure to indoor air pollutants”, European Series, n.º 78.