QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E PADRÕES FÍSICO...

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EDSON BORBA TEIXEIRA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E PADRÕES FÍSICO-QUÍMICOS DE SALAME COLONIAL NA REGIÃO DE CRICIÚMA/SC LAVRAS - MG 2013

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EDSON BORBA TEIXEIRA

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E PADRÕES

FÍSICO-QUÍMICOS DE SALAME COLONIAL

NA REGIÃO DE CRICIÚMA/SC

LAVRAS - MG

2013

EDSON BORBA TEIXEIRA

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E PADRÕES FÍSICO-QUÍMICOS

DE SALAME COLONIAL NA REGIÃO DE CRICIÚMA/SC

Monografia apresentada à Universidade

Federal de Lavras, como parte das exigências

do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu

em Controle de Qualidade de Carnes, Leite e

Ovos, para a obtenção do título de

Especialista.

Orientador

Dr. Eduardo Mendes Ramos

LAVRAS - MG

2013

EDSON BORBA TEIXEIRA

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E PADRÕES FÍSICO-QUÍMICOS

DE SALAME COLONIAL NA REGIÃO DE CRICIÚMA/SC

Monografia apresentada à Universidade

Federal de Lavras, como parte das exigências

do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu

em Controle de Qualidade de Carnes, Leite e

Ovos, para a obtenção do título de

Especialista.

APROVADA em 03 de Abril de 2013.

Dr. Eduardo Mendes Ramos

Orientador

LAVRAS - MG

2013

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar saúde, confiança, fibra e garra para superar os

desafios e conseguir concluir mais esta etapa da formação profissional;

À minha esposa Samira, meu porto seguro, sempre me incentivando com

carinho, ternura, muito amor e acima de tudo muita cumplicidade. Te amo.

Minha pequena Manuela que, todos os dias do seu jeito meigo, me

pedindo um “faz um por favor pra mim pai”, me mostra que a vida não é só

trabalho, estudos ou dinheiro, mas sim, que os momentos mais valiosos da vida

custam apenas alguns minutinhos de atenção.

Aos meus pais, meu irmão, meu sogro e minha sogra que não mediram

esforços para que, eu conseguisse conquistar tudo de mais valioso que já

conquistei até o momento e sempre comemoraram cada vitória junto comigo.

Pelo exemplo de vida, trabalho e honestidade.

À Epagri, que me proporcionou cursar este Curso de pós-graduação.

A todos os funcionários da Epagri, em especial aos colegas da Região de

Criciúma que acreditam no nosso trabalho para poder melhorar a qualidade de

vida dos agricultores familiares de Santa Catarina.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para

execução deste trabalho.

Aos funcionários e professores do Curso de pós-graduação Processamento

e Controle de Qualidade em Carne, Leite e Ovos da Universidade Federal de

Lavras, em especial ao professor Eduardo Mendes Ramos pela orientação deste

trabalho.

RESUMO

Empregando-se métodos físico-químicos e microbiológicos oficiais

foram determinadas algumas características dos salames coloniais produzidos

por cinco agroindústrias familiares da região de Criciúma/SC, Brasil, com

objetivo de atestar a conformação com as exigências determinadas pelo

Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade para salames estabelecidos pela

Instrução Normativa (IN) nº 22 de 31 de julho de 2000 do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Objetivou-se também avaliar

se os salames obtidos atendiam às exigências microbiológicas legislada na RDC

n° 12 de 02 de janeiro de 2001 do Ministério da Saúde (MS). Quanto ao pH

todas as amostras apresentaram valores acima do valor desejável para o controle

de crescimento de microrganismos patogênicos ou indicadores; para a umidade

duas amostras apresentaram valores acima do estabelecido. Com relação às

exigências microbiológicas duas amostras (40%) apresentaram valores de

coliformes a 45ºC acima do estabelecido e outras duas (40%) apresentaram

crescimento de Staphylococcus aureus acima do padrão. Uma amostra

apresentou presença de Salmonella em 25g. Apenas uma amostra (20%) atendeu

a todos os parâmetros microbiológicos regulamentares, as demais amostras

apresentaram contaminação por patógenos e/ou indicadores, os quais podem

levar a surtos de toxinfecções alimentares. Sendo assim, é de extrema

importância, a ação mais ativa do Serviço de Inspeção, a capacitação dos

manipuladores em boas práticas de fabricação e o esclarecimento aos produtores

sobre a perda na qualidade dos produtos bem como o risco que o

desenvolvimento destes microrganismos oferecem à saúde dos consumidores.

Palavras-chave: Salame colonial. Padrões microbiológicos. Padrões físico-

químicos.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 8

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................... 10

2.1 Produtos Coloniais .................................................................................... 10

2.2 Carne ......................................................................................................... 11

2.3 Produtos cárneos fermentados ................................................................ 12

2.3.1 Salame ........................................................................................................ 13

2.3.2 Tecnologia de fabricação.......................................................................... 14

2.4 Padrões de qualidade e identidade do salame ........................................ 16

2.4.1 Padrões físico-químicos para salames ..................................................... 17

2.5 Padrões microbiológicos para salames ................................................... 18

3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................... 22

3.1 Obtenção das amostras ............................................................................ 22

3.2 Caracterização das amostras ................................................................... 24

3.2.1 Amostra 01 ................................................................................................ 25

3.2.2 Amostra 02 ................................................................................................ 26

3.2.3 Amostra 03 ................................................................................................ 26

3.2.4 Amostra 04 ................................................................................................ 27

3.2.5 Amostra 05 ................................................................................................ 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 29

4.1 Avaliação dos padrões físico-químicos ................................................... 29

4.1.1 Valores de pH e umidade ......................................................................... 29

4.2 Avaliação dos padrões microbiológicos .................................................. 31

4.2.1 Coliformes fecais ....................................................................................... 31

4.2.2 Staphylococcus .......................................................................................... 32

4.2.3 Salmonella ................................................................................................. 33

4.2.4 Contagem de Clostridium Sulfito Redutor............................................. 34

5 CONCLUSÃO ........................................................................................... 36

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 37

8

1 INTRODUÇÃO

O mercado competitivo de commodities agrícolas, o aumento de escala

mesmo nas atividades de alta densidade econômica, a pressão sobre os recursos

naturais, a limitação de recursos econômicos, a insatisfatória assistência técnica

e a baixa qualificação profissional formam um cenário de dificuldades e

limitações de inserção dos empreendimentos da agricultura familiar no mercado.

Por outro lado, o espaço rural brasileiro passa por um processo de transformação

em que os agricultores familiares são protagonistas na busca de atividades

econômicas que permitam sua reprodução social de maneira digna. No caso de

Santa Catarina, o processo de transformação do espaço rural é evidente. A

redução da população rural, principalmente de jovens, a concentração da

produção, a diminuição da diversidade produtiva das propriedades rurais, o

maior controle do processo produtivo pelos segmentos fornecedores de insumos

e compradores da produção, a intensificação das relações de mercado e a

ampliação das atividades não agrícolas na ocupação e na geração de renda das

famílias rurais são exemplos desse processo de transformação (SILVESTRO et

al., 2001; ALTMAN et al., 2008; MARCONDES, 2010; MATTEI, 2010).

Não é recente o fato de muitos agricultores optarem por iniciativas como

a agroindustrialização rural de pequena escala, o turismo rural e atividades de

prestação de serviços (MIOR, 2005; DORIGON, 2008).

Em pesquisa coordenada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e

Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Marcondes et al. (2012),

encontraram, no meio rural catarinense, 1894 agroindústrias familiares rurais em

que 80,1% da mão de obra é proveniente da própria família. Destas, 639

processam produtos de origem animal, das quais, 113 processam carne suína e

39 carne bovina. Outra característica marcante das agroindústrias é o baixo grau

de formalização. Se for considerado como critério de formalidade o Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ ou o registro nos serviços de inspeção

9

animal ou de controle sanitário vegetal, das 1894 agroindústrias levantadas, 999

são consideradas formais (53%) e 895 informais (47%). Nas agroindústrias que

trabalham com produtos de origem animal, existe um grande número de

empreendimentos ainda sem inspeção e um predomínio do Serviço de Inspeção

Municipal (SIM), em geral mais acessível que o Serviço de Inspeção Estadual

(SIE) e Serviço de Inspeção Federal (SIF), principalmente nos estágios iniciais,

quando boa parte dos empreendimentos concentra a comercialização no mercado

municipal.

Devido à necessidade de avaliar a qualidade microbiológica e os padrões

físico-químicos de salames coloniais produzidos por cinco agroindústrias

familiares da região de Criciúma/SC, Brasil, objetivou-se neste trabalho verificar

as características físico-químicas, de salames colônias, elaborados na região,

atestando a conformação com as exigências determinadas pelo Regulamento

Técnico de Identidade e Qualidade para salames estabelecidos pela Instrução

Normativa (IN) nº 22, de 31 de julho de 2000 do Ministério da Agricultura

Pecuária e Abastecimento (MAPA). Objetivou-se também avaliar se os salames

obtidos atendiam às exigências microbiológicas legislada na RDC n° 12 de 02

de janeiro de 2001 do Ministério da Saúde (MS).

10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Produtos Coloniais

Por “produtos coloniais”, entende-se um conjunto de produtos

tradicionalmente processados no estabelecimento agrícola pelos “colonos” para

o autoconsumo familiar, tais como: derivados da carne suína (salames, dentre

outros embutidos), derivados do leite (queijo colonial, dentre outros), doces e

geleias de frutas, conservas de hortaliças, massas e biscoitos, açúcar mascavo,

sucos e vinho, dentre outros. (DORIGON; RENK , 2011).

O termo colonial deriva de colônia. Uma “colônia” de terra corresponde

a um lote de 10 alqueires paulistas, ou seja, 24,2 ha de área, unidade de

referência usada pelas empresas colonizadoras para lotear as áreas a serem

vendidas aos colonos. No sul do Brasil, “colônia” é também sinônimo de meio

rural.

A distância dos centros consumidores obrigava a população a produzir

uma ampla gama de alimentos, tanto in natura como processados. Entre esses

últimos, pães, bolachas, conservas de hortaliças e frutas, geleias, melado,

rapadura; diversos derivados do leite como queijo e manteiga; e derivados de

carne suína como o salame e outros. A ausência da eletricidade e de

eletrodomésticos como geladeira e freezer, fazia com que recorressem ao

aprendizado dos antepassados na conserva de alimentos. Esses alimentos

processados pelas famílias de agricultores passaram a ser denominados de

produtos coloniais.

Portanto, embora a própria noção de produtos coloniais ainda esteja em

construção, sua imagem está relacionada aos imigrantes europeus e aos seus

descendentes, sobretudo os de origem italiana e alemã, que inicialmente se

instalaram na Serra Gaúcha em fins do século XIX e no Vale do Taquari,

respectivamente, e que no início do século XX migraram para o oeste de Santa

11

Catarina, constituindo as “colônias”. Assim, “colonial” faz referência à certa

cultura e tradição, ligada ao saber fazer dos imigrantes da Europa não ibérica, ao

seu modo de vida, a suas formas específicas de ocupar o território e fazer

agricultura, atributos valorizados pelos consumidores (DORIGON, 2008).

2.2 Carne

A carne, o leite e os ovos, em decorrência ao alto valor biológico

constituem fontes básicas de proteína animal. A carne é comumente definida

como sendo composta pelos tecidos de animais abatidos, normalmente tecido

muscular (PARDI, 2005). O entendimento do que é a carne deve considerar que

os músculos são desenvolvidos e diferenciados para propósitos fisiológicos

definidos em resposta a vários estímulos intrínsecos e extrínsecos (LAWRIE,

2005).

A gordura, a proteína e a umidade são componentes da carne,

considerados substratos primários que influenciarão na qualidade desta matéria

prima para fins de processamento. A qualidade final dos produtos cárneos tem

grande influência da porcentagem destes componentes, seu tipo e estado físico-

químico (SHIMOKOMAKI, 2006).

A carne e os produtos cárneos requerem cuidados especiais de

armazenamento devido à fácil degradação microbiológica. É ampla a gama de

microrganismos ocorrentes na carne, devido a sua complexa composição

(carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais), alta atividade de água

(aw), pH elevado, disponibilidade de nutrientes, fatores de crescimento e

condições adequadas para o ótimo crescimento dos microrganismos (PARDI,

2007; TERRA, 2004).

12

Os principais gêneros de bactérias encontradas nas carnes são

Aeromonas, Bacilus, Campylobacter, Clostridium, Escherichia, Lactobacilus,

Listeria, Pseudomonas, Salmonella e Staphylococcus (JAY, 2005).

A industrialização da carne tem como objetivo aumentar a vida-de-

prateleira, desenvolver diferentes sabores, melhorar a aparência dos produtos e

utilizar partes da carcaça e alguns subprodutos de difícil comercialização, e

agregar valor comercial (BRESSAN et al., 2005). As carnes bovina, suína e

avícola são as principais matérias primas utilizadas na elaboração de produtos

cárneos (TERRA, 1998).

2.3 Produtos cárneos fermentados

Produtos cárneos ou carnes processadas são resultado da necessidade de

preservar a carne em tempos antigos. A fermentação tem desempenhado um

papel vital para o desenvolvimento humano e é um dos métodos mais antigos de

transformação e conservação de alimentos utilizados pelo homem. Além da

conservação possibilita uma diversificação na dieta. Vários dos produtos finais

da fermentação, especialmente ácidos e alcoóis, inibem o desenvolvimento de

microrganismos patógenos que podem contaminar os alimentos. Um exemplo é

Clostridium botulinum que não consegue se desenvolver e produzir toxina em

pH menor que 4,6 (POTTER; HOTCHKISS, 1995).

Os embutidos cárneos fermentados caracterizam-se pelo seu baixo teor

de umidade e conseqüentemente baixa aw, e pela presença de ácido lático em

concentração que confere ao produto um sabor característico e agradável. O

processamento desses produtos tem como princípio básico a utilização de

métodos combinados de preservação, permitindo a obtenção de um produto

estável à temperatura ambiente. (BIASI, 2010; TERRA, 1998).

13

Os embutidos fermentados são normalmente classificados como secos

ou semi-secos, embora alguns possam ser considerados intermediários.

Embutidos secos ou do tipo italiano contém de 30 a 40% de umidade, não são

defumados ou processados a quente e normalmente são consumidos sem

cozimento (JAY, 2005). O seu processo tecnológico compreende a moagem da

carne e toucinho crus, adicionados de condimentos e aditivos variados (sal,

açúcar, agentes de cura entre outros), com granulometria de massa que varia de

grossa a fina, submetido à maturação em condições de temperatura e umidade

variada.

2.3.1 Salame

O salame é um tradicional produto cárneo fermentado, teve sua

fabricação iniciada no Brasil com a imigração Italiana, no sul do país, região

onde encontraram como aliado um clima propício para produção caseira, que

com o passar do tempo, deu origem às pequenas fábricas. (TERRA et al., 2004).

Existe uma grande variedade de tipos de salame, na Alemanha aproximadamente

330 tipos diferentes e na Itália englobam quase mil variedades (TERRA, 1998).

Embora exista uma grande variedade de salames, este produto pode ser

definido como o produto cárneo industrializado obtido de carne suína ou suína e

bovina, adicionado de toucinho, ingredientes, embutido em envoltórios naturais

e/ou artificiais, curado, fermentado, maturado, defumado ou não e dessecado

(BRASIL, 2000).

O salame é um embutido classificado como um produto fermentado cru,

seco, ou semi-seco, e não emulcionado (GALLI, 1993). A matéria prima é a

carne suína e/ou suína e bovina, moídas e misturadas em diferentes proporções,

com variações quanto à composição e adição de diferentes condimentos.

14

Diferencia-se dos demais embutidos pelo baixo teor de umidade e pela

presença de ácido lático, o que lhe confere sabor característico.

Na IN n° 22 de 31 de julho de 2000 (Brasil, 2000),do Ministério da

Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), foram aprovados os

regulamentos técnicos de identidade e qualidade de oito tipos de salame:

salaminho, calabrês, friolano, napolitano, hamburguês, italiano, milano e

linguiça colonial (popularmente conhecida como salame tipo colonial). A

diferenciação entre os tipos de salame baseia-se na matéria prima

(exclusivamente carne suína ou junção de carnes suína e bovina), na

granulometria da carne e do toucinho (fina, média ou grossa), na condimentação

e na aplicação ou não de defumação.

A estabilidade microbiológica dos embutidos fermentados, como os

salames, é adquirida durante o processamento, pela sequência de obstáculos a

sobrevivência e desenvolvimento de microrganismos. A conservação acontece

devido à ação antimicrobiana da mistura de temperos e nitrito e, em menor grau

ao sal adicionado; a presença de ácido lático oriundo da fermentação e

consequentemente a redução do pH; ao aquecimento durante a defumação e os

agentes antimicrobianos da fumaça quando o produto é defumado; à redução na

aw devido ao sal e à secagem; e às baixas temperaturas de armazenamento

(FELLOWS, 2006).

2.3.2 Tecnologia de fabricação

Segundo Shimokomakiet et al. (2006), a fabricação do salame,

compreende duas fases: a fermentação e a maturação. A primeira fase

(fermentação), para o salame tipo italiano tem a duração de uma semana e a

segunda fase (maturação), três semanas. Nestas duas fases, desempenha papel de

15

singular importância a câmara de maturação com seus controles de temperatura,

umidade relativa e velocidade do ar climatizado.

A fermentação é considerada a etapa mais importante do processamento

do salame. Durante a fermentação, ocorre produção de ácido láctico e

consequentemente abaixamento do pH do produto, influenciando diretamente o

sabor do produto final e contribuindo também para o desenvolvimento da textura

e conservação do produto. Também acontece nesta etapa, por ação das bactérias

da família Micrococcaceae, a redução do nitrato a nitrito e este a óxido nítrico, o

qual reage com a mioglobina formando a mioglobina nitrosa, pigmento

vermelho, característico dos produtos curados fermentados (TERRA, 1998).

O papel fundamental das bactérias lácticas é a produção de ácidos

orgânicos, principalmente ácido láctico, a partir de carboidratos. Isso diminui o

pH e contribui para a inibição de microrganismos indesejáveis. O decréscimo do

pH é também um fator importante na redução da capacidade de retenção de água

nas proteínas e assim assegura que a secagem se realize corretamente

(VARNAM e SUTHERLAND, 1998).

Os produtos cárneos curados são produtos que na elaboração são

utilizados os sais de cura. Esses sais são constituídos de uma mistura de cloreto

de sódio, nitrato e nitrito ou de apenas cloreto de sódio e nitrito. A primeira

mistura é utilizada em produtos cárneos cuja elaboração consome vários dias,

tendo em vista a necessidade de tempo para que as bactérias reduzam o nitrato a

nitrito (TERRA, 1998).

Os ingredientes clássicos usados na cura são o sal (NaCl), o nitrito ou o

nitrato e o açúcar (sacarose ou glicose), sendo o NaCl o ingrediente mais

importante. Além desses, alguns produtos podem conter coadjuvantes, tais como

fosfatos, ascorbato ou eritorbato de sódio, sorbato de potássio, glutamato

monossódico, proteínas vegetais hidrolisadas, lactases e temperos (JAY, 2005).

16

É reconhecido que na cura de carnes, dois ingredientes são mais

utilizados: sal e nitrito. Nitrito é o agente ativo na cura e todas as reações tem

algum tipo de relação com a química do nitrito. Entretanto, para produtos

cárneos secos curados ou fermentados, o nitrato é requerido no longo processo

de secagem para a lenta geração de nitrito pelas bactérias nitrato redutoras

(PEGG e SHAHIDI, 2004).

O sal serve para prevenir o crescimento microbiano antes e depois da

cura, e a concentração de mais de 2,5% de NaCl pode ser encontrada no produto

final. O nitrito ou o nitrato estabilizam a cor vermelha da carne, contribuem para

o sabor da carne curada, retardam a rancidez e previnem a germinação de

esporos de Clostridium (JAY, 2005).

Os isômeros ascorbato e eritorbato de sódio são utilizados para

estabilizar a cor, apressar a cura e torná-la mais uniforme. O eritorbato aumenta

a produção de óxido nítrico a partir do nitrito e do ácido nitroso e é mais

utilizado por ser mais estável que o seu isômero. O açúcar está envolvido em

pelo menos três funções no processo de cura: estabilização da cor, sabor e

substrato para a fermentação láctica. Ele também modera o forte sabor do NaCl

(JAY, 2005).

2.4 Padrões de qualidade e identidade do salame

A IN nº 22 de 31 de julho de 2000 do MAPA, alterada pela IN nº 55 de

07/07/2003, fixa a identidade e estabelece as características mínimas de

qualidade para os diferentes tipos de salames elaborados no Brasil.

O Anexo V dessa Instrução Normativa traz o Regulamento Técnico de

Identidade e Qualidade de Salame, onde o salame é definido como um produto

cárneo industrializado obtido de carne suína ou suína e bovina, adicionado de

17

toucinho, ingredientes, embutido em envoltórios naturais e/ou artificiais, curado,

fermentado, maturado, defumado ou não dessecado (BRASIL, 2000).

Já o Anexo XIV da mesma Instrução Normativa, define Linguiça

Colonial, também chamado de Salame Colonial, como produto cárneo

industrializado, elaborado exclusivamente a partir decarnes suínas, adicionado

de toucinho, ingredientes, moído em granulometria variável, embutida em

envoltório natural, curado, que sofre um processo rápido de fermentação,

defumado e dessecado por tempo indicado pelo processo de fabricação

(BRASIL, 2000).

2.4.1 Padrões físico-químicos para salames

As características físicas e químicas dos salames além de fornecer

informações nutricionais também são utilizadas como um dos parâmetros para

avaliar a qualidade do produto. Na Tabela 1 estão descritos os requisitos

máximos e mínimos, em relação às características físico-químicas, estipuladas

pelo Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade, que os produtos

denominados de “Salame”, “Salame Tipo Italiano”, “Linguiça Colonial”,

também chamado de “Salame Colonial”, devem atender (BRASIL, 2000;

BRASIL, 2003).

18

Tabela 1 Parâmetros físico-químicos legais para salame, salame tipo italiano e

linguiça colonial.

Parâmetros Salame Salame

italiano

Linguiça

colonial

Umidade % Máx. 40 35 --

Proteína % Mín. 20 25 18

Gordura % Máx. 35 32 30

Carboidratos totais % Máx. 4 4 4

Atividade de água Máx. 0,92 0,90 --

Fonte: Brasil ( 2000; 2003)

2.5 Padrões microbiológicos para salames

Visando proteção da saúde dos consumidores, a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio do Regulamento Técnico sobre

padrões Microbiológicos para Alimentos, estabelece padrões microbiológicos

sanitários limites para a presença de alguns grupos ou espécies de

microrganismos, nas diferentes categorias de alimentos destinados ao consumo

humano (BRASIL, 2001). Na Tabela 2 estão relacionados os padrões

microbiológicos que os salames, de diferentes tipos, devem atender, para que o

produto seja próprio para o consumo humano.

Os cuidados em toda a cadeia produtiva, desde a produção da matéria-

prima, no processamento, nos equipamentos e utensílios higienizados, a

temperatura adequada, bem como condições higiênico-sanitárias dos

manipuladores e o armazenamento do produto acabado, influenciarão no

controle dos microrganismos deteriorantes e patogênicos (SIQUEIRA Jr et al.,

2004).

19

Tabela 2 Padrões microbiológicos sanitários para salames

Microrganismo Tolerância para amostra indicativa

Coliformes a 45°C 10³ NMP.g-¹

Estafilococos coagulase positiva 5x10³ UFC.g-1

Salmonellasp. Ausente em 25g

NPM = Número Mais Provável; UFC = Unidade Formadora de Colônia

Fonte: Brasil (2001).

A qualidade dos alimentos pode ser verificada através da realização de

análises dos microrganismos indicadores, que constituem grupos de espécies

facilmente detectáveis e enumeráveis, podendo assim demonstrar níveis de

deterioração e o risco que apresentam para os consumidores (VASCONCELOS;

IARIA, 1991). As condições higiênicas e os hábitos dos manipuladores de

alimentos podem ser uma das grandes fontes de contaminação, uma vez que

manipuladores, mesmos sadios, abrigam na boca, nariz, garganta e trato

intestinal, bactérias que podem contaminar os alimentos.

Entre as bactérias frequentemente isoladas em produtos cárneos, pode-se

citar Staphylococcus aureus, Salmonella sp., Yersinea enterocolítica,

Clostridium perfrigens e ocasionalmente Clostridium botulinum. Bactérias

entéricas como coliformes fecais e estreptococos fecais indicam que o intestino é

uma fonte comum de contaminação (BATISTA e CARVALHO, 2011).

Os coliformes são microrganismos gram negativos em forma de

bastonetes, aeróbios ou aneoróbios facultativos, não formadores de esporos e

fermentam a lactose com produção de ácido e gás quando incubados em

temperara de 35 a 37 °C, por 48 horas em meio sólido ou líquido. Esta definição

é a mesma para o grupo de coliformes fecais, porém estes são capazes de

fermentar a lactose com produção de gás, em 24 horas a uma temperatura de

44,5 a 45,5 °C. Esses microrganismos também são denominados de “coliformes

a 45ºC” ou “coliformes termotolerantes” (BRASIL, 2001).

20

O grupo de coliformes inclui espécies do gênero Escherichia, klebsiella,

Citrobacter e Enterobacter.

Os coliformes embora não sejam patogênicos, são habitantes do trato

intestinal do homem e dos animais, e são eliminados em grande número pelas

fezes. São facilmente pesquisáveis e exigem meios simples para sua detecção e

embora possuam limitada relevância higiênica, devido ao fato de serem

destruídos com certa facilidade pelo calor, sua contagem pode ser útil como

indicador de contaminação no processamento e pós-processamento. Sua

presença deixa dúvidas quanto à qualidade da água (BATISTA e CARVALHO,

2011). O índice de coliformes avalia condições higiênicas e o de coliformes

fecais é empregado como indicador de contaminação fecal e avalia as condições

higiênico-sanitárias deficientes.

Segundo Batista e Carvalho (2005) as salmonelas estão entre os

patógenos mais problemáticos e a salmonelose é a enfermidade proveniente de

carne e produtos cárneos que se apresenta com maior frequência em diversos

países. Salames e linguiças podem ser facilmente responsáveis por surtos de

salmonelose, visto que são consumidos crus ou mal cozidos e comumente são

expostos sem maiores cuidados de higiene e refrigeração.

A Salmonella sp., é um gênero da família enterobactereaceae. São

bastonetes gram-negativos, anaeróbios facultativos, não produzem esporos,

catalase positivos, oxidase negativos e habitam o trato intestinal de homens e

animais. São relativamente termosensíveis, podendo ser destruídas a 60°C por

15 minutos; a tempera ótima de crescimento para a maioria das salmonelas varia

de 35° a 43°C, mas podem crescer numa faixa de 7° a 47°C; o pH ótimo varia

entre 7 e 7,5, mas podem crescer em pH 4,5 a 9,0 e requerem uma atividade de

água (aw) mínima de 0,93 .São facilmente destruídas por desinfetantes

comerciais que se utilizam na indústria alimentícia, porém apesar de não

21

esporular, podem resistir durante muito tempo nos alimentos e em outros

substratos, inclusive a pele humana (ICMSF, 1996).

As salmonelas estão presentes na maioria dos alimentos de origem

animal, como carnes e produtos cárneos, leite e derivados, pescados de águas

poluídas, ovos, entre outros, oriundas de diversas fontes de contaminação,

principalmente de origem fecal direta ou indireta (BATISTA e CARVALHO,

2005). Estes alimentos são responsáveis pela veiculação do patógeno ao homem,

e suas consequentes implicações em saúde pública.

Staphylococcus aureus são bactérias gram-positivas, catalase positivas e

se dividem em mais de um plano para formar agrupamento tridimensional de

células, em forma de “cacho de uva”. Produz enterotoxina estafilocócica que

causa gastroenterite ou inflamação das mucosas gástricas ou intestinal

(BATISTA e CARVALHO, 2005).

Os Staphylococcus aureus são capazes de se desenvolver em condições

bastante variáveis. São mesófilos, com crescimento na faixa entre 7 e 47ºC,

sendo que as enterotoxinas são produzidas em temperaturas de 10 a 46ºC.

Toleram altas concentrações de cloreto de sódio (10%-20%) e também são

resistentes aos nitratos e nitritos. O S. aureus se multiplica em pH de 4,0 a 10,

tendo desenvolvimento ótimo em valores próximos da neutralidade, como para a

grande maioria das bactérias. Em relação a aw, esses microrganismos se

desenvolvem em valores considerados baixos (0,83) para bactérias não halófilas.

A toxina estalilocócica é bastante termoestável, não sendo inativada por regime

de cocção padrão. Este microrganismo não é bom competidor com outras

bactérias e por isso raramente causam doenças alimentares em produtos crus. É

inativado rapidamente pelo calor a uma temperatura de 65,5°C por 20 segundos

(FORSYTHE, 2002). É resistente à secagem e é tolerante a altas concentrações

de sais, assim, os produtos cárneos curados, podem ser veículos potenciais para

esses microrganismos.

22

Segundo AMI (1997), S. aureus está presente nas membranas e mucosas

do nariz e garganta, na pele e no cabelo de muitos indivíduos saudáveis. Feridas

infectadas, lesões e furúnculos são também fontes de contaminação. Pessoas

com infecções respiratórias também podem veicular esta bactéria pela tosse e

espirros. Uma vez que o S. aureus ocorre na pele e pelos de animais, a

contaminação da carne e subprodutos pode ocorrer pela contaminação cruzada

durante o abate. S. aureus é difundida em animais e ambientes humanos e,

muitos alimentos, podem proporcionar seu crescimento, sendo portanto, o

controle do microrganismo é difícil. A contaminação mais frequentemente

causada pelo contato humano é na manipulação. Esta contaminação pode ser

controlada pela higienização correta das mãos e pela aplicação das boas práticas

de fabricação.

O controle do crescimento do S. aureus em produtos fermentados como

mortadela do líbano, salsichas de verão e pepperoni requer monitorar um certo

número de fatores, dentre os quais, o mais importante é o pH. A queda rápida a

pH 5,3 retarda o desenvolvimento de S. aureus de modo que pouca ou nenhuma

multiplicação das bactérias ocorra ou produza enterotoxina (AMI, 1997).

Segundo a Resolução RDC n° 12 do Ministério da Saúde (BRASIL,

2001) a enumeração de estafilococos coagulase positiva visa substituir a

determinação de Staphylococcus aureus.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Obtenção das amostras

Foram coletadas amostras de salame tipo colonial provenientes de cinco

produtores de salame na Região de Criciúma/SC entre os dias 22 e 25 de

fevereiro de 2013. Das cinco amostras, duas (1 e 2), foram adquiridas

23

diretamente de agricultores familiares, provenientes de unidades sem serviço de

inspeção. Outras duas (3 e 4), foram adquiridas de agroindústrias familiares,

provenientes de unidades com SIM e a última amostra (5), foi adquirida em

Supermercado, proveniente de uma agroindústria com SIE.

Cada amostra foi composta por três peças de salame, com

aproximadamente 200g cada peça. As amostras foram embaladas em filme a

vácuo e acondicionadas em caixas de isopor. De cada amostra, uma peça foi

enviada ao Laboratório de Microbiologia do Instituto de Alimentos da

Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), para realização das

análises microbiológicas e duas peças foram encaminhadas ao Laboratório de

Análises de Carnes e Derivados, da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

para determinação dos parâmetros físico-químicos.

Foram determinados os padrões microbiológicos sanitários para salames

dos seguintes microrganismos: Contagem de Coliformes a 45°C, Estafilococos

coagulase positiva, e detecção de Salmonella sp., seguindo as normas da RDC n°

12/2002.

Coliformes a 45°C (termotolerantes) foi detectado pela técnica petrifilm,

conforme metodologia AFNOR 3M 01/2 – 09/89C; a contagem de

Staphylococcus aureus foi feita pela enumeração de estafilococos coagulase

positiva conforme metodologia ISSO 6888-1/1999; a contagem de Clostridium

Sulfito-redutor foi realizada conforme metodologia ISSO 15213/2004 e a

presença de Salmonella pelo aparelho mini vidas metodologia AFNOR NO

BIO

12/16-09/05, ISSO 6575/2002.

Para os parâmetros físico-químicos, foram determinados os valores

percentuais de umidade, proteínas, gordura e carboidratos totais, conforme IN n°

22/2000 do MAPA, além da determinação de pH e Atividade de água.

A análise de pH foi determinada por eletrodo de penetração, acoplado a

um pHmetro portátil (marca Hanna) no centro da massa do salame. A atividade

24

de água (aw) foi determinada no medidor AquaLab, modelo CX2

(DecagonDevices Inc.).

A composição centesimal das amostras foi avaliada segundo

metodologia oficial da Secretaria de Defesa Agropecuária (BRASIL, 1999):

umidade, pelo método de estufa a 105ºC; proteína pelo método de

microKjeldhal, usando fator 6,25 e gordura, pelo método do Sohxlet.

3.2 Caracterização das amostras

O salame colonial tem sua origem entre os colonos camponeses

italianos. Estes salgavam a carne e embutiam para poder armazená-la em

temperatura ambiente. Com o passar do tempo foram adicionando outros

temperos e conservantes.

O salame colonial é um embutido de carne suína, curado, levemente

defumado ou não, de textura firme e características organolépticas próprias. A

Matéria Prima é composta por carne suína (90%) e toucinho (10%), adicionado

de sal e condimentos conforme receita de cada fabricante.

A tecnologia de fabricação básica consiste em moer a carne em disco de

12 mm, picar o toucinho e misturar na carne. Misturar os temperos e deixar em

repouso por no mínimo 12 horas, em seguida é realizado uma segunda moagem

a fim de homogeneizar a mistura, embutir em tripa calibre 30 mm, defumar à

frio (30 a 35 °C) e curar em ambiente seco e fresco por 12 dias. Pode ser

adicionado, junto com os temperos, 5,0 mL de vinho tinto seco. Contudo,

observam-se variações no modo de fazer e nos temperos utilizados, de acordo

com o saber fazer de cada agricultor e as receitas passadas de geração em

geração. Isto dificuta a caracterização do produto que, nem sempre, se enquadra

com os padrões de qualidade e identidade de salames descritos na legislação

25

vigente. Na região, não é comum, o uso de culturas starters ou de fermento

proveniente de uma partida anterior na produção de salames.

A seguir, faremos uma descrição do processo produtivo de cada

agroindústria, de onde as amostras foram obtidas, enumeradas de um (01) a

cinco (05), procurando caracterizar sucintamente cada empreendimento e traçar

as diferenças e semelhanças entre as mesmas.

3.2.1 Amostra 01

Proveniente de propriedade rural, de um agricultor familiar, em que a

unidade de fabricação de salame não possui serviço de inspeção. A matéria-

prima é proveniente do abate próprio de suínos criados na propriedade rural,

com peso vivo dos animais variando de 200 a 300 kg, alimentados com milho,

mandioca e resíduos da indústria de beneficiamento de arroz.

A matéria-prima do salame é composta de 100% de carne suína, sem

adição de toucinho e a gordura é proveniente apenas da já existente na carne. Os

condimentos utilizados são sal (NaCl), açúcar, pimenta, alho e noz moscada.

Não são utilizados agentes de cura nem antioxidantes. A carne é moída em disco

de 5 mm, adicionado os temperos a massa, deixa-se repousar por 10 horas e se

faz o embutimento em tripa calibre 30 mm. O tempo transcorrido entre a

fabricação e a coleta da amostra, em que a mesma foi embalada a vácuo foi de

19 dias.

O local onde a secagem e a cura são realizadas é em uma varanda aberta,

sem controle de temperatura, de umidade e de velocidade do vento. A

comercialização do produto é feita diretamente aos consumidores na propriedade

rural ou por encomenda de conhecidos.

26

3.2.2 Amostra 02

Proveniente de propriedade rural, de um agricultor familiar, em que a

unidade de fabricação de salame não possui serviço de inspeção. A matéria-

prima é originária do abate próprio de suínos criados na própria propriedade,

com peso vivo dos animais variando de 100 a 150 kg, os quais são alimentados

com milho e ração comercial.

A matéria-prima do salame é composta de 95% de carne suína,

adicionada de 5% toucinho. Os condimentos utilizados são sal (NaCl), açúcar,

pimenta, alho e vinho tinto. Foi adicionado a massa o sal de cura, “cura Ibrac”,

mistura comercial para cura de produtos cárneos fermentados contendo nitrato e

nitrito de sódio. A carne é moída em disco de 8 mm, adicionado os temperos a

massa, deixa-se repousar por 10 horas e, logo após, se faz uma segunda moagem

com disco de 5,0 mm para homogenizar a massa. O embutimento se faz em tripa

calibre 30 mm. O tempo transcorrido, entre a fabricação e a coleta da amostra,

foi de 15 dias.

O local, onde a secagem e a cura são realizadas, é uma sala específica

para secagem do salame, com boas condições de higiene, janelas teladas,

possibilitando uma boa ventilação. Porém, não possui controle de temperatura,

de umidade e de velocidade do vento. A comercialização do produto é feita

diretamente aos consumidores na propriedade rural ou por encomenda de

conhecidos.

3.2.3 Amostra 03

Proveniente de agroindústria familiar, a unidade agroindústrial está

vinculada a uma Cooperativa, inspecionada pelo SIM. A matéria-prima é

adquirida de animais abatidos em frigorífico inspecionado, com peso médio da

27

carcaça de 70 kg, de suínos com aproximadamente 100 kg de peso vivo. Não se

faz abate na unidade, as carcaças suínas são entregues na unidade duas vezes por

semana.

A matéria-prima do salame é composta de 95% de carne suína,

adicionada de 5% toucinho. Os condimentos utilizados são sal (NaCl), pimenta,

realçador de sabor glutamato monossódico, alho e vinho tinto. Foi adicionado à

massa o sal de cura, “cura Ibrac”,mistura comercial para cura de produtos

cárneos fermentados contendo nitrato e nitrito de sódio. A carne é moída em

disco de 10 mm e a gordura em disco de 5 mm, adicionado os temperos à massa,

deixa-se repousar por 4 horas e se faz o embutimento em tripa calibre 30 mm. O

tempo transcorrido entre a fabricação e a coleta da amostra, foi de 24 dias.

O local, onde a secagem e a cura são realizadas, é uma sala específica

para secagem do salame, com boas condições de higiene, janelas teladas,

possibilitando uma boa ventilação. O controle de temperatura, umidade e vento é

feito pela observação do agricultor e utilizam-se ar condicionado e ventiladores

para diminuir a temperatura e umidade do local. A comercialização do produto é

realizada em feiras, supermercados e mercearias do município e diretamente na

unidade de produção.

3.2.4 Amostra 04

Esta amostra, assim como a amostra 03, é proveniente de uma

agroindústria familiar. Esta unidade agroindústrial está vinculada a uma

Cooperativa, inspecionada pelo SIM. As diferenças da amostra 04 para 03, está

no diâmetro do disco utilizado que é de 8 mm e no controle de temperatura, que

é realizado em uma sala com ar condicionado durante os três primeiros dias após

o embutimento e, posteriormente a este período, é transferido para uma sala

28

específica com temperatura ambiente, onde faz uso de ventilador em dias muito

úmidos.

O proprietário relatou que, depois que começou a adquirir carcaças

inspecionadas de terceiros, enfrenta maiores dificuldades em manter a qualidade,

quando comparado ao período em que realizava o abate na própria propriedade.

Entretanto, hoje, não pode mais realizá-lo na unidade porque a mesma não foi

projetada para este tipo de procedimento. A produção do salame é dificultada se

feita com a carcaça depois de refrigerada. Assim, uma forma encontrada para

produzir o salame sem ter maiores problemas é fazê-lo no mesmo dia em que as

carcaças chegam à unidade.

3.2.5 Amostra 05

Esta amostra foi adquirida em supermercado do município de

Criciúma/SC e é proveniente de uma agroindústria que é inspecionada pelo SIE,

sendo os animais abatidos e industrializados na unidade.

De acordo com, as informações constantes no rótulo do produto, a

matéria-prima utilizada é composta de 90% de carne suína e 10% de toucinho. s

Os ingredientes do produto são sal (NaCl), açúcar, alho, pimenta, agente de cura

Nitrato de Sódio, antioxidante Isoascorbato de sódio e realçador de sabor

glutamato monossódico. Não temos informações sobre as condições em que a

cura é realizada; o tempo transcorrido entre a fabricação e a coleta da amostra e

posterior embalagem a vácuo foi de 12 dias. Foi observado, durante a coleta, que

esta amostra, mesmo que com apenas 12 dias entre a fabricação e a coleta, foi a

que aparentemente estava com menor teor de umidade. Foi feito contato

telefônico com a agroindústria e a proprietária relatou que durante os três

primeiros dias após o embutimento do salame os mesmos permanecem em uma

sala com uso de aquecimento com lenha a uma temperatura de 40 a 50°C para

29

acelerar o processo de cura. Numa primeira impressão esta amostra pareceu

muito seca. Esta amostra foi utilizada como comparativo para com as amostras

provenientes de unidades dos agricultores familiares, por se tratar de uma

agroindústria com SIE e que pode comercializar seu produto em todo o Estado

de Santa Catariana. Logo, se espera que esta amostra atenda aos padrões

microbiológicos e físico-químicos estabelecidos pela legislação vigente.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Avaliação dos padrões físico-químicos

4.1.1 Valores de pH e umidade

Os resultadosde pH e umidade estão apresentados na tabela 3. Entre os

fatores que interferem no desenvolvimento dos microrganismos estão o pH e a

aw, que estão relacionados com a estabilidade dos alimentos. Entretanto, no

Brasil, o regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Salame

(BRASIL,2000) não utiliza o valor do pH como parâmetro de controle. Nas

amostras analisadas os valores de pH ficaram entre 5,31 e 6,13. A redução do

pH em salames é ocasionada pela ação de bactérias lácticas sobre os açúcares

com consequente produção de ácido láctico. De acordo com a AMI (1997),

valores de pH acima de 5,3 em produtos cárneos fermentados secos e semi-

secos, podem ocorrer desenvolvimento de S. aureus, responsável por

intoxicações alimentares nestes alimentos. A amostra três foi a que apresentou

maior valor de pH (6,13) e, um fator que chamou atenção durante entrevista com

o produtor, foi que o mesmo não utiliza açúcar na formulação. Sabe-se que o

açúcar é fermentado pelas bactérias láticas para produção de ácido lático e

30

consequente redução de pH, fator este que pode ter contribuído para valor do pH

apresentado.

Tabela 3 Valores de pH e umidade nas amostras avaliadas

Amostra pH* Umidade(%)**

01 5,51 40,75

02 5,48 45,39

03 6,13 30,58

04 5,74 39,19

05 5,32 32,70

*Desejável menor que 5,3 (AMI, 1997);

**Limite máximo permitido pela legislação brasileira é de 40%

Quanto a umidade as amostras 1 e 2, provenientes de agricultores

familiares apresentaram valores superior ao máximo estabelecido pela

legislação, o que indica que o tempo de maturação e secagem, bem como as

características do sala de secagem não foram suficientes para redução do teor de

umidade nas amostras avaliadas. O tempo entre a produção do salame e a coleta

foi de 19 e 15 dias respectivamente para as amostras 1 e 2. A falta de controle da

umidade e da temperatura nestas unidades pode ter contribuído para que não se

alcançasse valores estabelecidos pela legislação.

A aw é outro fator relevante para a multiplicação microbiana e

consequentemente para a estabilidade dos alimentos.

31

4.2 Avaliação dos padrões microbiológicos

4.2.1 Coliformes fecais

Através dos resultados obtidos no presente trabalho, as amostras três e

quatro, provenientes das agroindústrias com inspeção SIM, apresentaram níveis

de contaminação acima do estabelecido pela legislação vigente (RCD n° 12 de

2002). As amostras provenientes dos agricultores familiares e a proveniente de

Agroindústria com Serviço de Inspeção Estadual apresentam-se dentro do

padrão estabelecido.

Tabela 4 Contagem* de Coliformes a 45°C das amostras avaliadas

Amostra NMP UFC.g-¹

01 9,0 x 101

02 3,8 x 102

03 4,2 x 105

04 4,4 x 103

05 4,0 x 101

*Limite máximo permitido pela legislação brasileira é de 1,0 x 103 UFC/g

O índice de coliformes fecais é empregado como indicador de

contaminação fecal e avalia as condições higiênico-sanitárias deficientes. A

presença de coliformes fecais deixa dúvida quanto aos aspectos relacionados à

qualidade de água utilizada e as condições de manipulação durante o

processamento ou pós-processamento. Dois fatos em comum nas amostras que

apresentaram valores de coliformes totais acima do padrão foram: primeiro é a

aquisição de carcaças utilizadas para obtenção da matéria-prima, inspecionadas

de terceiros, portanto, a avaliação da qualidade microbiológica das mesmas se

32

faz necessária e segundo é que após a obtenção dos resultados das análises

microbiológicas alteradas para coliformes, foram coletadas amostras da água

utilizada nas agroindústrias e foi constatada a presença de coliformes fecais, o

que configura que a água é uma provável fonte de contaminação para as

amostras 3 e 4.

4.2.2 Staphylococcus

De acordo com a RDC 12 de 2002, que estabelece como padrão para os

diferentes tipos de salame, com relação ao Staphylococcus, a contagem de 5,0 x

103 UFC/g, as amostras um e dois, provenientes de agricultores familiares

apresentaram valores acima do padrão estabelecido. As amostras provenientes

das agroindústrias com Servico de Inspeção Estadual e Municipal apresentaram

níveis de Staphylococcus dentro do padrão estabelecido (Tabela 5).

Tabela 5 Contagem* de Staphylococcus aureus nas amostras avaliadas

Amostra UFC.g-¹

01 9,4 x 104

02 2,8 x 108

03 <1,0 x 101

04 <1,0 x 101

05 <1,0 x 101

*Limite máximo permitido pela legislação brasileira é de 5,0 x 103 UFC/g

A contagem de S. aureus está relacionada com controle de qualidade

higiênico-sanitária na produção de alimentos, condição em que a bactéria serve

como indicador de contaminação pós-processo, ou, nas condições de sanificação

das superfícies destinadas ao contato com alimentos. S. aureus é encontrado nas

mucosas e na pele da maioria dos animais de sangue quente e no homem pode

33

ser encontrado na pele, garganta, saliva, nariz, mãos, furúnculos ou abcessos, e

provavelmente, a contaminação destas amostras se deve a falta de cuidados

durante a manipulação. Os valores de pH acima de 5,3 das amostras um e dois

(tabela 3), indicam que o processo de fermentação não foi efetivo na produção

de ácido lático e pode ter sido determinante para o desenvolvimento de S. aureus

acima do padrão estabelecido pela legislação nestas amostras.

4.2.3 Salmonella

Das amostras analisadas, a amostra de número três apresentava-se

contaminada com a bactéria do gênero salmonela, as demais amostras

apresentaram ausência da mesma (Tabela 6).

Tabela 6 Presença* de Salmonella sp. (em 25g) nas amostras avaliadas

Amostra Resultado 25g

01 Ausente

02 Ausente

03 Presente

04 Ausente

05 Ausente

*Limite máximo permitido pela legislação brasileira é a ausência em 25g

As salmonelas estão presentes na maioria dos alimentos de origem

animal, como carnes, produtos cárneos entre outros, oriundas de diversas fontes

de contaminação, principalmente de origem fecal direta. Pequenas quantidades

de Salmonela podem causar enfermidades e é importante garantir sua ausência

nos alimentos prontos para comer. Cuidados na obtenção da matéria-prima e nas

condições de higiene e manipulação são indispensáveis para se evitar a presença

deste microrganismo no salame.

34

De acordo com a AMI (1997), na fabricação de embutidos fermentados,

a fermentação deve diminuir, simultaneamente, pH e aw, e construir a flora

microbiana para competir com ou inibir o crescimento de Salmonela. Se o

processo de fermentação prossegue rapidamente, é provável que, o crescimento

de Salmonela seja inibido. Observa-se na amostra três, que apresentou

salmonela, o pH de 6,13 é bastante elevado para salame, o que pode ter

favorecido o desenvolvimento desta bactéria.

4.2.4 Contagem de Clostridium Sulfito Redutor

No presente trabalho, todas as amostras analisadas apresentaram valores

para Clostridium sulfito Redutor abaixo do limite mínimo de detecção. A

contagem de Clostridium Sulfito Redutor visa substituir a contagem de C.

botulinum, o que indica que não houve crescimento deste microrganismo nas

amostras de salame analisadas (Tabela 7).

Tabela 7 Contagem* de Clostridium Sulfito Redutor nas amostras avaliadas

Amostra UFC.g-¹

01 <1,0 x 101

02 2,8 x 108

03 <1,0 x 101

04 <1,0 x 101

05 <1,0 x 101

*Limite máximo permitido pela legislação brasileira é de 5,0 x 102 UFC/g

A toxina botulínica é uma das substâncias mais tóxicas dentre todas as

que existem de modo natural e a sua presença em salames é controlada pela

adição de nitrato e nitrito de sódio ou potássio aliado a procedimentos higiênicos

35

adequados no processamento a fim de evitar o desenvolvimento de C.

butolinum.

36

5 CONCLUSÃO

Nas condições em que este trabalho foi realizado, apenas uma amostra

apresentou valores de desenvolvimento microbiano dentro dos padrões

estabelecidos pela legislação. As demais amostras apresentaram contaminação

por patógenos ou por indicadores, os quais podem levar a surtos de toxinfecções

alimentares. Sendo assim, é de extrema importância, uma ação mais ativa do

Serviço de Inspeção, a capacitação dos manipuladores em boas práticas de

fabricação e o esclarecimento aos produtores sobre a perda na qualidade dos

produtos e o risco que o desenvolvimento destes microrganismos oferecem à

saúde dos consumidores.

Além disso, a qualidade da matéria-prima e da água pode vir a

comprometer a qualidade do produto final.

Talvez o resultado mais importante com a realização deste trabalho não

foi constatar se as amostras estão ou não de acordo com os padrões estabelecidos

pela legislação, mas no fato de despertar nos agricultores, com o retorno das

análises realizadas, o compromisso em mudar práticas adotadas no

processamento e buscar reconhecer a fonte de contaminação para poder

combater o desenvolvimento dos microrganismos e garantir a qualidade

higiênico-sanitária do produto.

37

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