Qualidade Nos Processos de Estamparia - TCC (Neiva Ascari)

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    FAED

    Trabalho de Concluso de Curso

    QUALIDADE NOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA ESTUDO DE CASO

    Neiva Ascari

    Curso Tecnologia do Vesturio

    Dois Vizinhos 2005

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    QUALIDADE NOS PREOCESSOS DE ESTAMPARIA ESTUDO DE CASO

    Neiva Ascari

    O presente projeto apresenta um estudo sobre a qualidade nos processos de estampa. Este projeto tem como objetivo a busca da titulao de tecnlogo do Vesturio com elaborao do Trabalho de Concluso de Curso do Curso de Tecnologia do Vesturio da Faculdade Educacional de Dois Vizinhos FAED.

    Orientador(a ): Rafaela Satiko Sasaki

    Curso Tecnologia do Vesturio

    Dois Vizinhos 2005

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    Unio de Ensino do Sudoeste do Paran - UNISEP Faculdade Educacional de Dois Vizinhos - FAED

    Curso Tecnologia do Vesturio

    A Comisso Examinadora, abaixo assinada, aprova o trabalho de Concluso de Curso

    QUALIDADE NOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA ESTUDO DE CASO

    elaborado por Neiva Ascari

    Como requisito parcial para a obteno do grau de Tecnlogo do Vesturio

    COMISSO EXAMINADORA

    Prof. Rafaela Satiko Sasaki (Orientadora)

    Janeti Marques DAndrea

    Dois Vizinhos 2005

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    SUMRIO

    INTRODUO ...................................................................................................... 06 1.1. PROBLEMA ................................................................................................... 06 1.2. OBJETIVOS ................................................................................................... 06 1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................. 06 1.2.2. Objetivo Especfico ...................................................................................... 07 1.3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 07 1.4. HIPTESES ................................................................................................... 07 2. FUNDAMENTAO TERICA ........................................................................ 08 2.1. A ESTAMPARIA ............................................................................................. 08 2.1.2. Tipos de Estamparias .................................................................................. 09 2.1.3. Estampagem ao Rolo .................................................................................. 10 2.1.4. Estampagem ao Quadro Rotativo ............................................................... 10 2.1.5. Estampagem por Transferncia .................................................................. 10 2.2. ESTAMPAGEM AO QUADRO PLANO .......................................................... 11 2.3. DESENHO DE ESTAMPARIA ........................................................................ 11 2.4. GRAVAO ................................................................................................... 12 2.4.1. Gravao ao Rolo ....................................................................................... 13 2.5. MODO DE ESTAMPARIA .............................................................................. 13 2.6. PRINCPIOS DE ESTAMPARIA ..................................................................... 14 2.6.1 A Cartela de cor ........................................................................................... 14 2.7. PRODUTOS DIVERSOS ................................................................................ 15 2.7.1. Tecidos ........................................................................................................ 16 2.7.1.1. Tipos de Tecidos ...................................................................................... 16 2.8. PLANEJAMENTO DE PRODUTO .................................................................. 18 2.8.1. Desenvolvimento de Produto ...................................................................... 19 2.8.2. A qualidade do produto ............................................................................... 20 2.8.3. Caractersticas do produto .......................................................................... 20 2.8.4. Definio do produto ................................................................................... 20 2.8.5. Arquitetura do produto ................................................................................. 20 2.8.6. Analise de produto a ser produzido ............................................................. 20 2.9. OBJETIVO DA QUALIDADE .......................................................................... 21

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    2.10. PROTOTIPIA ................................................................................................ 22 2.11. ERGONOMIA ............................................................................................... 22 2.11.1. Problemas de ergonomia no setor de estamparia ..................................... 22 2.11.2. Dores e doenas freqentemente neste posto de trabalho ....................... 23 2.11.3. Postura do corpo no setor de estamparia .................................................. 23 2.11.4. Ambiente: temperatura .............................................................................. 23 2.11.5. Conforto trmico ......................................................................................... 24 2.11.6. Ambiente: iluminao ................................................................................ 24 3. ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 25 3.1. OS PROCESSOS DE ESTAMPARIA ............................................................. 25 3.2. GRAVAO DE DESENHO .......................................................................... 26 3.3. DESENHOS J UTILIZADOS ........................................................................ 26 3.4. ESTAMPAGEM .............................................................................................. 27 3.5. MATERIAIS .................................................................................................... 27 3.6. TONALIDADE DE TINTA ............................................................................... 28 3.6.1.CARTELA DE CORES....................................................................................28 3.6.2.CUSTO DATINTA PARA FAZER UMA ESTAMPA.........................................29 3.7. O MEDIDOR DE TINTA ................................................................................. 29 4. METODOLOGIA ............................................................................................... 30 4.1 DISCIPLINAS QUE PERMEIAM O TRABALHO ............................................. 31 5. CONCLUSO ................................................................................................... 32 6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................. 33 APNDICES ......................................................................................................... 34 ANEXO - A AUTORIZAO DA EMPRESA..........................................................35

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    INTRODUO

    A estamparia um processo de beneficiamento txtil muito antigo que com a Revoluo Industrial evoluiu gradativamente, resultando em vrios tipos de processo.

    Atualmente a estampa considerada um fator importante no acabamento final do produto, considerado um valor agregado pea.

    Tendo em vista essas premissas o presente trabalho tem por finalidade o estudo aprofundado da empresa Cenci Uniformes no setor de estamparia com intuito de melhorar a qualidade e diminuir os desperdcios de tempo e materiais no processo de estamparia.

    A metodologia utilizada nesse trabalho foi pesquisa bibliogrfica na obteno de informaes relevantes necessrias para o conhecimento geral do processo de estamparia.

    Em seguida foi feito o estudo de caso analisando todos os processos de estamparia, da criao do desenho at a estampa pronta com o intuito de otimizar os processos j existentes.

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    1.1. PROBLEMA

    Como melhorar a qualidade no desenvolvimento da estampa? Quais os problemas encontrados no desenvolvimento de estampa a bero? Como melhorar a qualidade nos processos de estamparia? Qual a melhor forma de diminuir os desperdcios de materiais (tintas) na composio de cor?

    1.2. OBJETIVOS 1.2.1. Objetivo Geral Melhorar a qualidade no desenvolvimento da estampa.

    1.2.2. Objetivo Especfico Estudar o desenvolvimento do desenho de serigrafia. Evitar que ocorram eventuais falhas que prejudiquem a qualidade da estampa Diminuio dos custos , desperdcios de materiais e tempo de produo. Desenvolver um manual de qualidade para serigrafia.

    1.3. JUSTIFICATIVA

    Os processos de serigrafia surgiram h milhares de anos, descobertos por pesquisas arqueolgicas, e a maioria desses processos sofreram alteraes na Revoluo Industrial. Esta trouxe serigrafia o aperfeioamento aumentando a produtividade e a qualidade nas tcnicas e mquinas especficas.

    Atualmente a estampa utilizada como valor agregado pea, tendo um importante papel no acabamento e finalizao da pea. Tendo em vista essas premissas o presente trabalho visa o estudo do desenvolvimento de produto na estamparia a bero, evitando eventuais falhas no processo produtivo, e diminuio dos desperdcios de materiais.

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    1.4. HIPTESES

    A qualidade da estampa pode ser melhorada com a utilizao de manual de serigrafia

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    2. FUNDAMENTAO TERICA

    2.1. A ESTAMPARIA

    A estamparia um processo antigo que segundo Arajo e Castro data desde antes de Cristo. A arte de estampar era obtida segundo Herdoto, historiador grego, atravs de folhas de rvores que eram esmagadas e misturadas a gua, formando uma tinta que servia para pintar roupas com figuras.

    Embora a estamparia seja, por vezes considerada como um caso particular de tingimento local, prefervel encar-lo como uma operao totalmente distinta, pois as tcnicas usadas tm poucas semelhanas.

    As estampas podem ser aplicadas sobre a superfcie dos tecidos como trabalhadas em sua prpria estrutura. Dos diferentes mtodos de estamparia a tcnica de uso de blocos de madeira a mais antiga, mais tarde surgiram s estampas utilizando telas de stencil e os rolos de cobre gravados.

    Os fencios produziram os primeiros tecidos estampados, usando o mtodo da estamparia em blocos e a tecelagem trabalhada em fios de diversas cores formando estampas muito apreciadas no mercado. Outro mtodo usado tela de stencil, em diferentes estamparias. (CASTRO, J. 2005)

    Segundo Castro. J (2005, p.1) no sculo XIV e XV a seda era muito cobiada, pois refletia uma distino soberba que os atraia devido a seu temperamento. Surgiu ento uma imensa variedade de padres de estamparia, como listras, quadrados axadrezados e figuras.

    Na Itlia durante o sculo XIV, houve a propagao das estampas de flores. A moda dos tecidos de estampas florais se tornou generalizada, nas regies de Genova e Florena.

    Ainda citando Castro.J no sculo XVIII as padronagens de estampas ficaram mais exticas exibiam florais e frutos desconhecidos na Europa at ento, isso se manteve at o final de sculo quando a moda voltou suas origens ocidentais com padronagens mais simples como rosas e papoulas.

    O processo de estamparia comeou a ter grande incremento na Europa no sculo XVIII, a tcnica utilizada na poca era a de gravura em alto relevo, inicialmente no plano e depois em rolos. A Perrotine, mquina surgida em 1834 representa uma mecanizao desde processo. (ARAJO e CASTRO, 1987, p.777)

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    A estamparia ao quadro surgiu no Japo em 1850 e se espalhou pela Europa, na cidade de Lyon foi chamada de estamparia Lionessa, e posteriormente este processo foi adaptado para um funcionamento continuo. Para fazer a estampa ao quadro necessrio que haja segundo Arajo e Castro (1987):

    a) a preparao de pasta de estampar: a pasta de estampar deve ter viscosidade para que os desenhos no se alastrem na hora de estampar. Por isso necessrio que os espessantes e os produtos auxiliares sejam de boa qualidade e as gravuras de tela devem ser feitas em quadros bem esticados para no ocorrer problemas na hora de estampar; b) transferncia da cor de um intermedirio para um artigo txtil: os processos podem ser, ao rolo de cobre; ao quadro rotativo; ao quadro plano; ou por transferncia; c) secagem: logo aps aplicao da tinta sobre o tecido necessrio secar a estampa par evitar eventuais manchas ou borres na estampa; d) fixao: a fixao pode ser feita de trs maneiras: por calor seco, por vaporizao, por tratamento a molhado. a fase de penetrao do corante nas fibras do tecido (com exceo dos pigmentos, que so colados na superfcie das fibras). e) tratamentos posteriores: aps o tecido estampado ele deve submeter se a um a lavagem para eliminar o corante que no fixou bem e retirar os produtos que foram utilizados na preparao da pasta.

    Segundo Castro.J (2005) no sculo XIX essas padronagens mantiveram se populares. Algumas dessas padronagens formais e estilizadas foram desenvolvidas durante o perodo Art Dec (valorizao das formas geomtricas). O final do sculo trouxe um revival do estilo vitoriano de flores em design natural. A estamparia atual ou antiga um dos processos de beneficiamento mais utilizados no vesturio e seus tipos so os mais variados possveis.

    2.1.2. Tipos de Estamparias

    A estamparia um processo de valorizao visual do produto e serve para agregar valor, seja pela introduo de imagem, cor ou caracteres faz com que a roupa ganhe destaque e os mtodos e processos so variados dependendo do maquinrio e acabamento desejado.

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    2.1.3. Estampagem ao Rolo

    Utiliza-se um rolo metlico revestido a cobre, cujos desenhos se encontram gravados em baixo revelo. Afirma Arajo e Castro que a cor transferida atravs dos sulcos do rolo para o tecido por meio de uma presso (1987; p.780). O principal motivo para estampar os tecidos em rolo para dar um colorido diferente e cobrir o defeito indesejvel do tecido.

    2.1.4. Estampagem ao Quadro Rotativo

    O processo da estamparia ao quadro rotativo comea com o negativo que gravado em cilindros de nquel e cromo que so perfurados de acordo com o desenho desejado, cada cilindro, corresponde a uma cor do desenho e possui 1.60 m de largura.

    a transformao da mquina de estampar ao quadro plano, com funcionamento intermitente, numa mquina de funcionamento continuo [...] Hoje em dia o quadro tem uma forma metlica cilndrica. Esta tela fabricada em nquel, metal que resiste s aes mecnicas e qumicas e tem fraca extensibilidade. Os quadros rotativos so fabricados por galvanoplastia em torno de uma matriz cilndrica em ao. (ARAJO e CASTRO, 1987, p. 784)

    No processo de estamparia ao quadro rotativo, o tecido colocado sobre uma esteira, sobre o qual os cilindros aplicaro as cores. No final do processo o tecido deslocado para uma cmara de secagem.

    2.1.5. Estampagem por Transferncia

    O processo de estampagem por transferncia pode ser feito de duas formas, a primeira o desenho estampado sobre um papel, e depois transferido para o tecido utilizando uma prensa quente.

    Arajo e Castro (1987) complementam ainda que o papel estampado com corantes dispersos e o tecido a estampar posto em contato e aquecido a uma temperatura de 180c a 210c durante 30 e 60 segundos. Este processo no pode ser feito em fibras naturais e traz bom resultado em tecidos com 15% de algodo em mistura com o polister. A utilizao deste processo pode ser feita em todos os

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    tipos de tecidos, porm muitos podem proporcional um toque desagradvel e solidez lavagem e fixao baixa.

    O segundo processo realizado com desenhos impressos em um papel especial com uma tinta sublimtica que seca a 90 no papel depois de seco colocado em uma prensa junto com o tecido em uma temperatura de 180 a estampa transferida para o tecido sobre presso mecnica.

    2.2. ESTAMPAGEM AO QUADRO PLANO

    Estamparia ao quadro ou prisma feito utilizando um negativo do desenho o nmero de quadros depende do nmero de cores do desenho, pois para cada cor ser necessria uma tela individual.

    No processo de estamparia de bero com o quadro plano o tecido colocado na mesa de estampar e pode ser estampado manualmente ou utilizar-se de quadros automotores, que ir percorrer todo o comprimento da mesa, sendo no final feita a mudana do quadro pelo operador da mquina.

    Para maiores produes, utilizam-se mquinas com um tapete rolante sobre o qual colocado o tecido, quadros automticos que sobem e abaixam. O tecido deslocado e entra diretamente na cmara de secagem.(ARAJO e CASTRO, 1987; p.787).

    No caso de estamparia a bero, as peas so colocadas na mesa e estampadas com quadros manuais, a transferncia da tinta para o tecido, d com auxilio de raspas tradicionais de borracha.

    2.3. DESENHO DE ESTAMPARIA

    O desenho da estampa a primeira fase do processo e a qualidade da estampa est intimamente ligada qualidade do desenho, por isso importante que o tcnico gravador certifique se que o desenho esteja correto antes de revelar a tela.

    O desenho pode ser desenvolvido a mo-livre ou com o uso de imagem vetorial com a utilizao de programas de computador.

    Com o desenvolvimento da tecnologia passaram a ser usados computadores para o desenvolvimento de desenhos para serigrafia. Segundo Treptow (2003), a

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    partir dos anos 80 surgiu os programas de CAD/CAM (computer aided design e computer aided manufacturing) que facilitam o trabalho de criao e transformaram mais gil e preciso os processos. Um exemplo o programa Corel Draw que oferece a separao de cores, produzindo em plottrs, os filmes que serviro para gravao de quadro ou cilindros.

    Um fator importante no desenvolvimento da estampa o conhecimento do desenhista que precisa conhecer a capacidade produtiva da empresa e se a estampa vivel ou no no processo produtivo, e complementa Treptow que o designer de moda responsvel pela escolha ou criao desse desenho e pela determinao de suas variantes de cor conforme o fundo em que aplicado. (TREPTOW, 2003 p.150)

    O tcnico serigrafista precisa ter conhecimento da posio da estampa e localizao antes de o desenho ser estampado para evitar problemas com deslocamento do desenho.

    O cuidado com o encaixe das cores outro fator essencial na qualidade da estampa, ou seja, o designer ou criador ao desenvolver um desenho precisa observar se as cores esto encaixadas uma com as outras.

    O desenhista deve ter em mente, o tipo de tecido a ser estampado, saber a cor do tecido para se necessrio fazer fundo ou no.

    Um mtodo utilizado na revelao de estampa com peso de linha muito fino a utilizao do nylon ou voal mais fino na criao do quadro de estamparia, mas mesmo utilizando - se deste recurso se a letra alm de fina estiver pequena, hs chances da tela estourar ou os caracteres ficarem ilegveis.

    2.4. GRAVAO

    O quadro galvnico (quadro para tela) fabricado pelo tcnico gravador, segundo Arajo e Castro (1987, p. 782) um quadro retangular revestido de nylon ou de voal que recoberto por um produto fotossensvel que seca os locais expostos luz no cobertos pelo desenho no momento da revelao.

    Em um segundo momento esguichado com gua e assim os locais que no foram expostos a luz sai com a gua, deixando os orifcios por onde passa a tinta. A emulso que passada na tela tambm influencia na qualidade da tela, e conseqentemente da estampa.

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    2.4.1. Gravao ao Rolo

    A gravao de rolos feita por uma tcnica chamada cunhagem utilizando um rolo matiz em ao gravado em alto relevo, ou por utilizao de um pantgrafo ou fotogravura, em qualquer desses casos so obtidos por corroso qumica. (ARAJO e CASTRO, 1987, p.780)

    2.5. MODO DE ESTAMPARIA

    Os modos de estamparia podem ocorrer de diferentes formas como citam Arajo e Castro, (1987): a) estamparia direta: Consiste em estampar motivos coloridos sobre um fundo branco; b) estamparia por sobreposio: consiste em estampar um motivo sobre um fundo tinto, ou ento estampar um motivo parcialmente sobre outro; c) estamparia por corroso: consiste em estampar sobre um artigo tinto uma pasta que v destruir (corroer) o corante nos locais estampados; d) estamparia por reserva: consiste em aplicar sobre um tecido branco uma pasta que ir impedir que o tingimento posterior se desenvolva nos locais estampados; e) Estamparia devoradora: uma tinta aplicada nas misturas de polister e algodo, consiste em eliminar lateralmente uma das fibras obtendo um efeito de maior transferncia do tecido. Para a mistura em causa aplica-se uma pasta geradora de cido sulfrico, que devora o algodo no atacando o polister.

    2.6. PRINCPIOS DE ESTAMPARIA

    2.6.1 A Cartela de cor Para melhor compreender a funo da cartela de cor necessrio um

    conhecimento prvio sobre a cor e suas variaes. A cor uma sensao assim como a luz e ambas so assimiladas pelo sentido

    da viso. Do ponto de vista cientfico segundo Braga (2005, p.51) a percepo das

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    cores envolve fenmenos fsicos e psicolgicos; alm, obviamente, de noes estticas.

    Complementa Arajo e Castro (1987) que a cor o fenmeno que se traduz pela percepo diferenciada dos estmulos sensoriais exercidos pela luz sobre o globo ocular humano.

    De uma maneira simplificada Braga (2005) define a nomenclatura das cores por cor primria, aquela indecomponvel, se divide em trs tons: vermelho, amarelo e azul. Quando misturadas duas delas entre si, resultam numa cor secundria que no mais pura e sim uma nova cor.

    A partir da mistura de cores primrias e secundrias possveis o surgimento de todas as cores menos a cor branca (presena de luz) e a cor preta (ausncia de luz).

    J na combinao de cores de tintas existem trs tipos segundo Arajo e Castro (1987, p.742) as substrativas, aditivas e partitivas.

    Substrativa a mistura de cores que resulta na absoro conjunta de radiaes de luz. Exemplo:

    Azul turquesa + amarelo= verde Magenta + amarelo= vermelho Magenta + azul turquesa= azul Azul turquesa + amarelo +magenta= preto Este tipo de mistura aquela que se aplica ao caso de tingimento. Aditiva, quando se ilumina com luzes de cores diferentes assim se

    consideramos como cores primarias aditiva o vermelho o verde e o azul obtm por adio exemplo:

    Verde+ azul= azul turquesa Verde + vermelho= amarelo Azul + vermelho= magenta Verde+ azul + vermelho= branco Em terceiro lugar temos a colorao chamada partitiva, a colorao por

    pontos, estas so misturadas s gamas tingidas de cores diferentes para obter uma cor composta que no a mesma que se resulta de uma mistura subtrativa.

    A cartela de cores um conjunto de cores que forma uma paleta, seja as cores de uma coleo ou escolha de cores pelos clientes ou estilistas.

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    Treptow (2003) afirma que a cartela de cores deve ser apresentada sobre um fundo branco, e deve ser mantido um intervalo mnimo de um cm entre cada amostra e outra. Em um tamanho de 2x 3cm ou de 3x2cm. A amostra deve ser de textura uniforme sem textura, sem diferenas de nuances, as cores devem ser identificados por cdigos ou por nomes.

    A cartela de cores passvel de mudanas e variaes de nomenclatura dependendo da empresa e de sua utilizao.

    2.7. PRODUTOS USADOS

    Dentro dos processos de estamparia so utilizados diversos produtos tais como corantes, cola, fixadores, emulses e raspas que sero comentados logo abaixo.

    Para auxiliar a fixao dos corantes, incluem-se na pasta diversos produtos, dos quais podemos referir: produtos cidos ou alcalinos, ligantes (substncias que polimerizam sob a ao do calor, formando uma fina camada superfcie das fibras que retm os pigmentos, produtos de corroso), molhantes, dispersantes produtos hidrtropicos, (como areia), para das suas propriedades hidrtropicas j referidas, atrai a gua durante a vaporizao, agente antiespuma, e agentes conservadores (Arajo e Castro, E, 1987).

    A cola no permanente solvel em gua, de fcil eliminao do tecido, utilizadas para fixao do tecido as mesas, feitas de produtos anlogas aos espessantes (destinas, teres de amido, goma arbica ou o lcool polivinlico).

    Colas permanentes so as que permanecem na mesa, nesse grupo inclui-se as colas trmicas que atuam por ao do calor, so de mais fcil eliminao dos tecido. (Arajo e Castro 1987; p.786).

    As raspas que so esptulas de borracha feitas para espalhar e agrupar a tinta, no deve possuir falhas pois, ocasionam acmulo de tinta sobre a estampa e borres.

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    2.7.1. Tecidos

    Tecido o nome genrico que descreve os processos de entrelaamento de fios txteis. Segundo Treptow (2004) o nome tecido originou se de artigos txteis obtidos atravs do entrelaamento dos fios como uso de teares planos, formando o tecido plano com trama transversal e urdume verticais.

    Alm do tecido plano existem malhas circulares, malhas retilneas, rendas, fitas e os no tecidos que so tecidos que no possuem entrelaamento e sua unio feita por presso, colagem ou aquecimento, trmico.

    2.7.1.1. Tipos de Tecidos

    Tecido plano: so tecidos de boa resistncia, possuem estabilidade na largura e no comprimento no possuem elasticidade nem canelados, so muito usados no vesturio, timo para ser usado na serigrafia.

    Brim: segundo O Hara,(2002) uma sarja de algodo de fios brancos e azuis, originrio da cidade francesa de Nmes, de onde surgiu a expresso serge de Nmes (sarja de Nimes).

    Afirma ainda que no sculo XX o brim vem sendo usado em roupas de trabalho, por ser forte, durvel e lavvel. O brim atingiu o auge de sua popularidade na dcada de 70, com macia fabricao de jeans, geralmente com marcas de estilistas. A palavra Denim, sinnimo de brim em ingls uma corruptela do francs de Nmes.(2002).

    Brim um tecido bom de ser estampado, porque possui pouca elasticidade, tem uma textura levemente canelada, o que no provoca defeito na estampa.

    Malha circular: Segundo Treptow (2003, p.119) a malha circular obtida atravs de laadas formando um tecido tubular produzida em teares circulares, possui maior elasticidade na largura e no comprimento se comparada a outros tecidos, sua elasticidade da -se devido sua trama que mais solta que as malhas comuns. uma malha muito usada para produzir camisetas promocionais devido ao baixo peo. Na estamparia deve-se tomar muito cuidado na hora de vestir no bero de serigrafia para evitar que a pea sofra deformaes e a estampa acabe completamente torta.

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    Moleton: segundo O Hara. um tecido de algodo grosso com uma face lanosa, que fica em contato com a pele (2002, p.189). utilizado na confeco para fazer malhas, camisetas informais, calas e casacos chamados de abrigos, um tecido com uma textura lisa muito usada na serigrafia, mas devido sua espessura ele demora mais para secar.

    Os tecidos sintticos como a poliamida, polister e acrlico e os artificiais como a vexe, o cottom a lycra e o voile so tecidos que necessitam de uma tinta especial para serem estampados, por exemplo, a tinta chamada hidrotec f.s. que possui elasticidade e resistente a resilincia (capacidade de no sofrer distores).

    Voile: segundo O Hara um tecido plano fino e semitransparente, de fios bem torcidos feito de algodo, seda, l ou fibras sintticas difcil de ser estampado, pois sua trama muito aberta e impede a fixao da tinta.

    Viscose: Segundo INMETRO, a viscose e muito usada na estamparia, possui um bom caimento, brilho, pouca elasticidade e textura lisa.

    Poliamida: conhecida comercialmente como nylon usado na serigrafia para produzir telas de nilon, quanto mais fios o nilon possui mais fino , sendo ideal para revelar desenhos pequenos com detalhes. O nilon mais grosso pode ser usado para revelar desenhos maiores.

    Polister: bastante usado em roupas de banho, intimas e esportivas. Fibra acrlica: possui solidez brilho resistncia a lavagens, uma mistura de

    algodo e l. Malha retilnea: Afirma Treptow que a malha retilnea um segue um principio

    artesanal de tric, no muito vivel para uso na estamparia devido sua textura ser um pouco spera por causa dos detalhes da trama, o que provoca defeitos de estampa.

    Pique simples: um tecido resistente e apresenta uma pequena elasticidade devida sua trama, muito usada na estamparia.

    Pique duplo: trata vulgarmente de uma tela dupla de tafet pode ser totalmente de algodo ou totalmente de l.

    Crepons: tecido, com efeito, de relevo so tecidos que possuem canelados que provocam defeitos na estamparia deixando um aspecto falhado ou quebrado.

    Segundo Treptow, as fibras, so as principais responsveis pelas caractersticas fsicas dos tecidos, pois possuem a capacidade de reter calor, afinidade ou no a gua e tendncia amarrotar.(2003; p. 116).

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    Para que uma estampa tenha uma boa qualidade, no basta apenas um processo produtivo perfeito, mas tambm muito importante que o tecido seja de boa qualidade. Para analisar se um tecido ideal para estampar necessrio verificar as propriedades dos tecidos:

    a) verificar se o tecido se encontra de acordo com as especificaes; b) analisar o efeito de tratamento fsico e qumico, exposio s condies atmosfricas, lavagem entre outros; c) obter informaes sobre o comportamento provvel durante a utilizao; d) investigar as causa de falhas e reclamaes dos clientes; (ARAJO E CASTRO, 1987; p.1432).

    2.8. PLANEJAMENTO DE PRODUTO

    Para o bom desenvolvimento de um produto necessrio que antes haja o planejamento, que nada mais que o pensar em todas as etapas, colaboradores, informaes, maquinrio e materiais para a construo do produto.

    O planejamento da estampa de extrema importncia, pois nele o desenhista deve estar ciente de todo o processo de estamparia, desde a localizao da estampa, formato de fonte, tamanho do desenho, peso de linha e se este vivel ou no para estampagem, o tipo de tecido (incluso composio e caractersticas fsicas) evitando falhas em todos os setores posteriores a criao.

    No planejamento e desenvolvimento do produto, o designer deve levar em considerao seu pblico-alvo entre outras informaes como cita Treptow que o designer deve saber exatamente o que o consumidor procura no produto, seja diferencial, inovao ou qualidade que se inicia desde o planejamento de um produto neste caso o desenho, at o acabamento final a pea estampada. (2003).

    O planejamento do produto uma das principais etapas, visto que, a partir dela sero realizadas todas as outras.

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    2.8.1. Desenvolvimento de Produto

    Segundo Juran (1992, p. 166) o planejamento de um produto consiste na escolha Das caractersticas para atender as necessidades dos clientes, para desenvolver um produto necessrio uma serie de etapas.

    Afirma Lida (2003, p. 358) que: O desenvolvimento de produtos um conjunto de atividades que leva uma empresa ao aperfeioamento daqueles existentes.

    O processo de desenvolvimento de produto em uma estamparia segundo Treptow (2003, p 97) exige muita comunicao entre os membros envolvidos no processo, o designer deve explicar para o serigrafista onde e como ele quer que fique a estampa para que no ocorra um erro no produto.

    Etapas do desenvolvimento de produtos: 1- Idia inicial: segundo Lida, (2003) a etapa que coletada as idias dos

    produtos e atividades seu potencial de vendas e de rentabilidade, conforto, investimentos necessrios, custos para produzir luz.

    2- especificaes: as especificaes perfil, tamanho da estampa qualidade, diversidade, preo, resultando em um conjunto de critrios para avaliao de alternativas.

    3- formulao de alternativas: formular as alternativas para elaborar o desenho de serigrafia.

    4-avaliao das alternativas: a fase de avaliar se o desenho est correto, se est de acordo com o que o cliente escolheu ou que o estilista planejou.

    5- construo e teste de prottipo: a fase de elaborao da tela, e teste da estampa, os ltimos problemas podem ser observados nessa fase, antes da estampa ser colocada na produo.

    Em uma serigrafia a diferentes tarefas a serem executadas todos os dias. Na empresa em estudo existem quatro pessoas que trabalham em conjunto como serigrafista. O qual tem a funo de estampar, verificar junto com o desenhista o encaixe dos desenhos, controla os pedidos que devem ser estampados antes.O tcnico gravador trabalha em conjunto com o serigrafista, revelando as telas, preparar para revelar, guarda os quadros que j foram utilizados, e organiza a numerao das telas.

    A caracterstica da administrao do trabalho a diviso do trabalho, segundo Gurgel, (2001) a diviso do trabalho reduz a substancial da necessidade de

  • 24

    superviso, aumenta a comunicao entre as pessoas, reduz erros, reduz tempo de execuo das tarefas.

    2.8.2. A qualidade do produto

    Segundo Juran (1992) os indicadores de falhas so determinados durante o planejamento para a qualidade, planejar a qualidade to importante quanto planejar o produto um a bom produto um produto com qualidade.

    2.8.3. Caractersticas do produto

    A caracterstica do produto uma propriedade que os produtos tem para atender as necessidades dos clientes. Segundo Juran (1992, p. 9) as caractersticas podem ser de natureza tecnolgica, facilidade de manuteno e qualidade do produto. E quanto melhor a caracterstica do produto mais alta sua qualidade , quanto menos deficincias, melhor qualidade.

    2.8.4. Deficincias do produto

    As deficincias nos produtos resultam em insatisfao dos clientes pode ocorrer demora na entrega, m aparncia, desconformidade com as especificaes causando gastos maiores para refazer o trabalho, e gerando a insatisfao e reclamao dos clientes e devoluo dos produtos.

    2.8.5. Arquitetura dos produtos

    Toda estampa deve ser devidamente planejada desde o desenho inicial at a estampa pronta, assim como todos os produtos nela includos.

  • 25

    2.8.6. Anlise de produto Segundo Gurgel (2002), para avaliar a qualidade de uma estampa necessrio

    fazer a melhor combinao possvel verificando pontos importantes como: a) qualidade b) durabilidade c) aparncia visual d) ausncia de problemas

    2.9. OBJETIVO DA QUALIDADE

    Segundo Gurgel (2001, p. 190), conceito de qualidade uma a idia de que um produto somente de boa qualidade, quando o desejo despertado no usurio: a qualidade do desejo.

    A qualidade na estamparia pode ser avaliada no s visualmente e pelo tato como tambm por testes de laboratrio de controle de qualidade. A partir desses testes possvel modificar a composio e a concentrao da pasta de modo a melhorar os resultados (ARAJO e CASTRO, 1987, p. 788).

    Os principais critrios de qualidade na estamparia segundo Arajo e Castro (1987):

    a) Nitidez e peso de linha dos desenhos e contornos; b) Penetrao; c) Uniformidade; d) Rendimento colorstico; e) Solidez das cores aos vrios agentes, sendo de salientar a

    solidez a lavagem e a fixao; f) Sincronizao das cores; g) Qualidade dos materiais utilizados. h) Toque do tecido.

  • 26

    2.10. PROTOTIPIA

    Toda estampa antes de ser colocada na produo deve ser testada em um prottipo para verificao do encaixe, do tom de cor de cada desenho das bordas e principalmente das caractersticas do tecido.

    2.11. ERGONOMIA

    O homem sempre tentou evoluir adaptando as ferramentas, instrumentos, utenslios, roupas e acessrios que usavam em seu modo de vida. De inicio as produes eram feitas artesanalmente, mas depois das condies impostas pela revoluo industrial o homem teve que se adaptar as mquinas, atualmente o efeito inverso, a tentativa de humanizar as mquinas.

    A ergonomia o estado da adaptao do trabalho ao homem. (LIDA, 2003; P.1). Ainda citando Lida (2003), a ergonomia no envolve s a relao do homem e a mquina, mas tambm o homem e o trabalho, no envolvendo somente o ambiente fsico, mas tambm os aspectos organizacionais de como o trabalho programado para produzir melhores resultados.

    Segundo Lida a ergonomia nasceu na segunda guerra mundial, quando precisou resolver problemas dos avies que eram bombardeados, nesta poca culpavam se os pilotos por falha humana. At descobrir que o problema na realidade era a falta de ergonomia ao posto de trabalho. Isto fez com que surgisse a idia de adaptar a mquina ao homem.

    2.11.1. Problemas de ergonomia no setor de estamparia

    Os funcionrios trabalham o tempo todo em p, com as costas arqueadas para frente, e as reclamaes de dores e cansaos so freqentes pela falta de ergonomia no posto de trabalho, isto se deve altura irregular da mesa de estampar ao serigrafista, e a falta de apoio ao corpo durante todo o processo.

    Problemas interface A inclinao do corpo continuamente causa problemas cervicais do pescoo e

    coluna, ocasionando em dores musculares e fadiga.

  • 27

    2.11.2. Dores e doenas freqentemente neste posto de trabalho

    Dor nos ombros, deteriorao dos discos invertebrais da regio da cabea problemas de estresse, irritabilidade, problemas na presso sangunea, problemas digestivos devido a qumicos, problemas dermatolgicos, problemas musculares nos braos devido aos movimentos repetitivos e o peso dos quadros. Problemas fsicos ambientais. Temperatura ambiente muito alta, cheiro forte de tinta tender e cola. Causando problemas de dores de cabea freqentes e nuseas em algumas pessoas.

    2.11.3. Postura do corpo no setor de estamparia

    Na serigrafia o trabalho realizado quase sempre na posio em p em constante movimento das pernas, dos braos, e a cabea sempre est em uma postura inclinada.

    A Inclinao da cabea para frente no momento de fazer uma estampa se d pela necessidade de visualizao da estampa pelo tcnico estampador. Esta postura pode ser provocada quando as mesas da estamparia no estiverem ergonmicas com a altura do serigrafista.

    Essa posio pode provocar fadiga nos msculos do pescoo e do ombro, provocada pelo peso relativamente elevado entre 4 a 5 kg. (LIDA, 2003; p.86)

    A inclinao da cabea provoca dores no pescoo quando ela passa de 30, neste caso deve-se procurar mudar a postura procurando diminuir a inclinao da cabea.

    2.11.4. Ambiente: temperatura

    Segundo Lida (2003, p. 232), a temperatura muito quente ou fria pode provocar desconforto, aumentar os riscos de acidentes, provocar danos considerveis sade. Cabe ao projetista da empresa verificar as condies ambientais, tomar providncias para manter os trabalhadores fora da faixa de risco.

  • 28

    2.11.5. Conforto trmico

    Temperaturas altas, segundo Lida (2003) podem provocar um menor rendimento do trabalho, as pausa so mais freqentes, a concentrao diminui, aumentando a freqncia de erros e acidentes aumentam a partir dos 30 C.

    J trabalhar em baixa temperatura, pelo menos nos nveis que ocorrem normalmente no causam nenhum inconveniente, pois neste caso o organismo estar atuando em favor do balano trmico.(LIDA, 2003; P.238).

    Segundo Lida se o frio passar de 15C pode diminuir a concentrao e reduzir a capacidade de pensar e julgar. O frio pode alterar o conforto muscular, reduzir a habilidade motora, e se atingir o corpo todo podem alterar o desempenho, devido aos tremores.

    2.11.6. Ambiente: iluminao

    Todo ambiente de trabalho deve ser bem iluminado, para evitar acidentes erros.Uma serigrafia mal iluminada pode provocar danos sade, erro de tonalidade de tinta, provocar troca de lado do tecido e estampar do lado avesso, a iluminao deve estar bem disposta sobre as mesas da serigrafia, e tambm, sob a mesa onde so realizadas as misturadas de tintas.

    O planejamento da iluminao contribui para aumentar a satisfao no trabalho, melhorar a produtividade e reduzir a fadiga e os acidentes.(LIDA. 2003; P.250).

    Uma boa iluminao permite verificar melhor falhas e defeitos alm de no afetar a viso do funcionrio.

  • 29

    3. ESTUDO DE CASO

    A empresa Cenci Uniformes situada na regio sudoeste do Paran na cidade de Dois Vizinhos com total de 70 funcionrios foi o objeto de pesquisa.

    A empresa fabrica uniformes escolares, profissionais e esportivos para todo o Brasil, e sua produo anual de 144.000 peas.

    O presente estudo teve como intuito o estudo aprofundado do setor de estamparia da empresa visando a melhoria na qualidade da estamparia e a diminuio de desperdcio.

    O setor de estamparia da empresa produz em mdia cerca de 6.600 estampas por ms e uma mdia de 300 estampas por dia.

    O nmero de funcionrios da estamparia de quatro pessoas, dois serigrafistas, um tcnico revelador e um desenhista.

    Os quadros ou telas variam em tamanho e espessura dependendo do tamanho do desenho, as pequenas tem em sua maioria a dimenso de 25x 30 cm, e as mdias de 40 x 50 cm, j as grandes possuem 50x60cm no so muito utilizadas. A relao de quadros j fabricados no geral de 5.560 unidades.

    A quantidade de tintas gasto mensalmente de 18 potes de 3600ml cada e varia dependendo do material utilizado como suporte no caso o tecido e o tamanho do desenho.

    3.1. OS PROCESSOS DE ESTAMPARIA

    Os processos de estamparia so os mesmos das outras empresas, primeiro feito o desenho da estampa em vetor utilizando o programa corel draw, o desenho criado de acordo com o pedido do cliente.

    O desenho influi muito na qualidade da estampa por isso importante que o desenho tenha espessura compatvel e do desenho que seja feito de forma legvel, no sendo muito grossa em que a estampa fique parecendo um borro, estragando a pea, nem muito fina que prejudique e dificulte o trabalho do tcnico gravado no momento da revelao do desenho.

  • 30

    3.2. GRAVAO DE DESENHO

    O tcnico gravador deve contribuir com o desenhista nas indicaes necessrias, deve conhecer o objetivo final de cada desenho para tomar decises certas durante o processo de gravao, verificar se o desenho possui mais que uma cor, certificar se as cores esto encaixando umas com as outras, e nunca revelar um desenho que no esteja com encaixe perfeito.

    No momento de revelar a tela, deve se tomar muito cuidado com a quantidade de emulso passada na tela, se a camada de emulso for muito fina pode estourar facilmente, ocasionando em retrabalho para revelar outra tela ou retocar a mesma com emulso. Mas se ocorrer o contrrio e a quantidade de emulso passada for uma camada muito grossa pode atrapalhar na revelao do desenho.

    A emulso muito velha tambm pode ocasionar esses mesmos problemas. O quadro uma das partes fundamentais na qualidade de uma estampa, muito importante verificar antes de revelar se a tela est reta, no caso de estar torta no recomendvel revelar nela, pois no estado em se encontra pode causar danos estampa.

    Cada quadro possui parafusos nas laterais para facilitar o encaixe das cores na hora de estampar, por isso deve estar bem fixo, para no ocasionar desencaixe ou borres na estampagem.

    3.3. DESENHOS J UTILIZADOS

    Na empresa Cenci Uniformes os desenhos que j foram utilizados eram armazenados em uma caixa e eram enrolados e presos com fita crepe, os que ocasionavam em alguns empecilhos como amassar, rasgar, dificuldade na hora de encontrar o desenho.

    Os desenhos das estampas so impressos em papel vegetal, e estes com aes do tempo ou intempries, como excesso de luz, calor ou muita umidade ocasionam defeitos na revelao das telas, assim para se atingir uma melhor qualidade nos desenhos seria apropriado usar transparncia para impresso do desenho evitando assim, que rasgue, amasse ou encolha o desenho, dando uma melhor qualidade na revelao.

  • 31

    O desenho ao ser impresso no dever conter falhas ou borres de impresso, evitando ocasionar defeitos na tela. A impressora com pouca tinta tambm pode danificar a impresso do desenho.

    O sistema de armazenamento em pequenos rolos sem nenhuma especificao dificultava a procura dos desenhos. Para melhorar a qualidade dos desenhos estes foram armazenados abertos e separados por clips e numerao da tela em que este foi revelado, para em caso de perca da lista de quadros ou esquecimento de anotao da mesma, facilite e agilize o processo de procura do desenho.

    A utilizao da transparncia se tornou invivel porque os benefcios no seriam compatveis com o custo do material que alto em relao ao vegetal, tornando o custo da tela elevado.

    3.4. ESTAMPAGEM

    O tcnico estampador o responsvel por toda tcnica final do processo de serigrafia, deve saber que desenho ser estampado, localizao da estampa, a cor do material, a cor de tecido para poder auxiliar se necessrio desenhista no desenvolvimento da estampa.

    3.5. MATERIAIS

    Os materiais como rodo, tinta, tela e nilon devem estar em boas condies de uso. A tinta no deve estar com o prazo de validade vencido, o rodo deve estar com a borracha sem falha para evitar o acumulo de tinta sobre a estampa, o nilon no deve conter falhas, pois pode danificar a revelao da tela deixando a estampa falhada.

    Existem alguns tecidos que so inadequados para serem estampados, devido a sua elasticidade, textura e trama aberta, isso pode ocasionar em algumas falhas e distores na estampa. Por isso necessrio um conhecimento prvio do tecido que ser estampado, e quando este feito na estamparia pela primeira vez atestar antes, fazendo uma pilotagem da estampa.

  • 32

    3.6. TONALIDADE DE TINTA

    importante saber a quantidade de tinta que ser gasta para estampar um determinado nmero de peas, evitando erro de tonalidade de tinta, ao ter que refazer a tinta novamente, para isso necessrio uma anlise mdia do gasto de tinta pelo tamanho da estampa, e a porcentagem de cada corante utilizado na mistura da tinta, eliminando para acertar o tom da cor. Desta forma faz se necessrio uma balana, com uma cartela de cores com porcentagem para fazer a nova cor e um rtulo com as especificaes da composio de cor em cada pote.

    3.6.1- CARTELA DE CORES A cartela de cores criada para estamparia feita com tecido de base e tintas

    com porcentagens auxiliaram no momento de fazer a dosagem das tintas para estampar. Cada cor misturada com uma porcentagem de tinta que fica gravada em cada cor e no pote, facilitando quando necessrio o processo de obteno da cor desejada, exemplo:

    Referncia :01 Referncia :02 Referncia:03 vermelho:100% vermelho:85% vermelho:80% preto:15% preto:20%

    Referncia :04 Referncia :05 Referncia:06 Azul:100% azul:50% azul:75% branco:25% Branco:50

  • 33

    Referencia:07 Referencia:08 Referencia:09 Amarelo:100% branco:75% amarelo:85% amarelo:25% preto:15%

    3.6.2 CUSTO DA TINTA PARA FAZER UMA ESTAMPA

    No desenvolvimento do estudo de caso, foi analisado qual o consumo de tinta gasto em alguns tipos de estampas. Etapas do processo:

    O processo foi feito usando uma balana para medir, medida uma estampa de 8cm x 4cm, e pesado um pote com 400g de amarelo do qual foram gastas 40g para estampar 60 peas, sabendo ento que o pote de tinta amarela custa R$ 47, 75 fazendo uma regra de trs descobrimos que o custo da tinta gasta em cada estampa de R$ 0.46.

    3.7. O MEDIDOR DE TINTA

    A pesquisa inicial teve como intuito desenvolver um pote de medida, que com o estudo final realizado verificou-se que no era possvel devido diferena de pesos das tintas. Algumas tintas possuam o peso maior que outras devido diferenas de dosagens de pigmentaes, um exemplo a tinta branca usada como base em tecidos escuros.

  • 34

    4. METODOLOGIA

    Este estudo teve como etapa inicial uma pesquisa bibliogrfica sobre os mtodos e desenvolvimentos de serigrafia.

    A pesquisa bibliogrfica segundo Silva e Menezes (2000, p.21) consiste na elaborao a partir de material j publicado, constitudo principalmente de livros, artigos de peridicos e atualmente de material disponibilizado na internet.

    Em segundo momento foi realizado um estudo de caso que citando Silva e Menezes (2000) o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. E segundo Oliveira para fazer um estudo de caso precisa ter um grande conhecimento terico e prtico, ter capacidade de manipular as tcnicas e conhecer os mtodos O estudo de caso se baseou no setor de serigrafia da empresa Cenci Uniformes situada na cidade de Dois Vizinhos no sudoeste do Paran, com a finalidade de aumentar a qualidade neste setor.

    4.1 DISCIPLINAS QUE PERMEIAM O TRABALHO

    Tecnologia txtil: anlises dos tecidos, processos de beneficiamento (estamparia);

    Segurana no trabalho: verificao da ergonomia no posto de trabalho; Desenvolvimento de prottipo/coleo: desenvolver as etapas do processo de

    estamparia; Desenho planificado: aplicao de peso de linha e conhecimento bsico de

    desenhos e do programa computacional (Corel Draw); Anlises de custos: calcular o consumo de tintas; Tempos e Mtodos: calcular a produo mdia de estampas; Sistemas de controle de qualidade: auxiliou na otimizao da qualidade nos

    processos de desenvolvimento da estampa.

  • 35

    5. CONCLUSO

    No decorrer da pesquisa, observa-se que existem vrios tipos de estamparia, as quais resultam em diferentes produtos. Mas para que uma estampa fique bem feita, no basta apenas seguir os procedimentos normais, preciso que os materiais: tintas, tecidos, rodo, e tela sejam de boa qualidade, para um bom resultado na estampa.

    Por isso, desenvolveu-se uma cartela de cores no ocorram erros de tonalidade de tinta no momento da formao de uma cor, juntamente com o desenvolvimento do manual de qualidade, que procura solucionar os problemas da estamparia.

    Para liderar o mercado, importante que a empresa inove sempre, pois a procura por inovaes cada vez maior. Os clientes querem produtos atraentes, diferentes e com qualidade.

    Para obter esses trs requisitos nos produtos necessrio o planejamento dos mesmos, e no se pode ter qualidade em um produto sem ter feito um planejamento prvio.

  • 36

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANDRADE, Jos Eduardo Pessoa. Plo de Tecelagem Plana de Fibras Artificiais e Sintticas da Regio de Americana. 2001.

    ARAJO, Mario; CASTRO, Melo de M.E. Manual de engenharia txtil. 2.ed. Lisboa: Caloust Gubenkian, 1987.

    BARRETO, Antnio Amaro Menezes. Qualidade e Produtividade na Industria de Confeco. 1.ed. Londrina: Midiograf, 1997.

    BRAGA, Joo. Reflexos Sobre Moda. vol.2. Anhembi Morumbi. 2005.

    DEMO, Pedro. Metodologia do Conhecimento Cientifico. 1.ed. So Paulo: Atlas, 2004.

    GURGEL, Floriano do Amaral. Administrao do Produto. 2.ed. So Paulo: Atlas, 2001.

    JURAN, J. M. Qualidade desde o projeto. 1.ed. So Paulo: Pioneira, 1992.

    LIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produo. So Paulo: Edgard Blcher, 1990.

    LIMA, Manolita Correia. Monografia Engenharia da Produo Acadmica. 1.ed. Saraiva, 2004.

    CASTRO, Joceline G. Fernandes. Moda Brasil. Disponvel em: http://www.modabrasil.com.br. Acesso em: 17/11/2005.

    INMETRO, Regulamento Tcnico de Etiquetagem dos Produtos Txteis. Rio de Janeiro: INMETRO, 2002.

  • 37

    O HARA, Georgina. Enciclopdia da Moda. Trad: CARVALHO, Glria M. M. So Paulo: Schawarez Ltda, 2002.

    OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de Metodologia Cientifica. 2.ed. So Paulo: Pioneira, 2000.

    PALADINI, Edson Pacheco. Gesto da Qualidade. 2.ed. So Paulo: Atlas, 2004.

    SERVINO, Joaquim Antnio. Metodologia do Trabalho Cientifica. 22.ed. So Paulo: Cortez, 2002.

    SLACK, Nigel; CHAMBERY, Stuak; JOHNSTON, Robert. Administrao Da Produo. Trad: OLIVEIRA, Maria Tereza de Correia. 2.ed. So Paulo: Atlas, 2002.

    SILVA ,Edna Lcia, MENEZES,Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao.Florianplis.UFSC.2000.

    TRETOW, Doris. Inventando Moda: planejamento de coleo. Brusque: Brusque, 2003.

  • 38

    APNDICES

  • 39

    Figura 1 Regulagem do Desenho na Mesa de Revelao

    Figura 2 Transferncia da Figura para a Tela

  • 40

    Figura 3 Revelao da Tela

    Figura 4 Estampagem do Desenho

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    Figura 5 Armazenagem das Telas

    Figura 6 Modo de guardar os desenhos j utilizados

  • 42

    Figura 7 Modo mais prtico de guardar os desenhos j utilizados

    Figura 8 Armazenagem das Tintas

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    Figura 9 Armazenagem das Telas

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    APNDICE A - SUPRIMENTOS E EQUIPAMENTOS

    Canetas, computador, impressora, disquete, caderno, livros, fotos, material necessrio para o desenvolvimento de prottipo (medidor de tintas).

    APNDICE B ORAMENTO

    DESCRIO VALOR Custos Pessoais R$ 30,00 Papel A4 R$ 30,00 Digitao R$ 12,00 Fotocpia R$ 30,00 Cartuchos de Tinta R$ 30,00 Disquetes R$ 0,50

    Total R$ 137,00

    APNDICE C - CRONOGRAMA

    DESCRIO JUL AGO SET OUT NOV DEZ Planejamento x x Pesquisa Bibliogrfica x x x Apresentao final pr-banca x Coleta de Dados x x Interpretao dos Dados x Redao do Relatrio x x Apresentao final banca x

    APNDICE D MANUAL DE QUALIDADE NOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA

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    FAED

    MANUAL TCNICO DE QUALIDADE NOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA DA EMPRESA CENCI UNIFORMES

    NEIVA ASCARI

    CURSO TECNOLOGIA DO VESTURIO

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    Unio de Ensino do Sudoeste do Paran - UNISEP Faculdade Educacional de Dois Vizinhos - FAED

    Curso Tecnologia do Vesturio

    MANUAL TCNICO DE QUALIDADE NOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA.

    NEIVA ASCARI

    Dois Vizinhos 2005

  • 47

    SUMARIO

    APRESENTAO....................................................................................................05 INTRODUO..........................................................................................................06 1.QUALIDADE DA ESTAMPA................................................................................07

    1.1DESENHO DE ESTAMPARIA............................................................................08

    1.2 ARMAZENAMENTO DE DESENHOS...............................................................09

    1.3 DIAGRAMAO DE PESO DE LINHA...............................................................10 1.4GRAVAO.........................................................................................................11 2.TINTA.....................................................................................................................12

    2.1COMBINAO DA COR......................................................................................13 3.PRODUTOS DIVERSOS.......................................................................................14

    4.TECIDOS...............................................................................................................15

    5.PROTOTIPO..........................................................................................................18

    5.1ANLISE DO PRODUTO A SER PRODUZIDO..................................................19 5.2 CARTELA DE CORES........................................................................................20

    5.2.1 MEDIDOR DE TINTA.......................................................................................21

    5.2.2 CUSTOS DA TINTA PARA FAZER UMA ESTAMAPA................................... 22

    5.1ANLISE DO PRODUTO A SER PRODUZIDO..................................................23 CONSIDERAES FINAIS......................................................................................24 REFERENCIAS.........................................................................................................25

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    APRESENTAO

    Este manual de diretrizes Tcnicas uma das aes previstas no estudo da Qualidade nos Processos de Estamparia do Trabalho de Concluso de Curso 2005, na Unio de Ensino do Sudoeste do Paran do curso de Tecnologia do Vesturio.

    A estampa um processo de beneficiamento que confere esttica e valoriza o produto, para tanto necessrio o estudo de todos os processos e algumas possveis intervenes para a preveno de possveis falhas, obteno de qualidade, diminuio de perca de tempo e desperdcios de materiais.

    Os resultados do estudo de caso realizado na empresa Cenci Uniformes situada na cidade de Dois Vizinhos sudoeste do Paran possibilitou a realizao do manual de qualidade dos processos de estamparia.

    Este manual tem como intuito auxiliar profissionais atuantes no setor de estamparia melhorando a qualidade nos processos de desenvolvimento da estampa.

  • 49

    INTRODUO

    A estamparia um processo de beneficiamento txtil muito antigo que com a Revoluo Industrial evoluiu gradativamente e se automatizou.

    Atualmente a estampa considerada um fator importante no acabamento final do produto, e a qualidade da estampa um fator indispensvel, e para sua obteno necessrio que haja um estudo e planejamento dos processos de desenvolvimento da estampa.

    Este manual prope instrues de obteno de qualidade nos processos de estamparia, com o intuito de diminuio de falhas no processo produtivo, diminuio de retrocesso, e de desperdcios de materiais.

  • 50

    1. Qualidade da estampa

    A qualidade nos processos de estamparia sempre ser de grande importncia, mas para que uma estampa tenha qualidade necessrio o estudo aprofundado de algumas etapas que so indispensveis para a qualidade total da estampa iniciando pelo desenho de estamparia at o produto final estampado.

    O desenhista deve ter alguns conhecimentos bsicos para o bom desenvolvimento e para a qualidade da estampa como: o tipo de tecido a ser estampado, a cor do tecido para fazer fundo, pesos de linha, diagramao entre outros que sero abordados em seguida.

    O designer ou criador ao desenvolver um desenho precisa observar se as cores esto encaixadas uma com as outras, as espessuras de linhas para que fique um contorno delicado a definido depois de ser estampado.

  • 51

    1.1 Desenho de estamparia

    O desenho da estampa pode ser feito a mo ou computadorizado, sua dimenso e estrutura deve ser analisada antecipadamente, pois pode ocorrer defeitos de encaixe ou a utilizao da mesma estampa para diferentes numeraes (tamanhos), o que muitas vezes prejudica na leitura visual do desenho na pea.

    A resoluo e impresso do desenho tm de ser de boa definio para que no ocorram eventuais borres, manchas ou riscos de impresso, que prejudicar na qualidade final da estampa.

    Para se atingir uma melhor qualidade nos desenhos seria mais apropriado o uso de transparncia para impresso do desenho evitando assim os rasgos, amassados e encolhimento do papel, trazendo uma melhor qualidade na revelao.

    O desenho ao ser impresso no pode conter falhas, riscos ou borres de impresso, pois isto ocasionara em defeitos na tela, a impressora com pouca tinta tambm podem ocasionar alguns danos de impresso do desenho.

  • 52

    1.2 Armazenamento de desenhos

    O armazenamento dos desenhos utilizados um dos processos que deve se tomar um maior cuidado, visto que estes so passiveis as aes do tempo, intempries e manuseio.

    Muitas vezes o desenho guardados de forma no favorvel ou enrolados em forma de tubos e presos com fita adesiva, dentro de uma caixa, o que pode ocasionar em alguns empecilhos como amassar, rasgar, dificuldade na hora de encontrar o desenho.

    Sendo assim uma das melhores formas para o armazenamento dos desenhos colocar eles abertos com todas as outras cores do mesmo desenho dentro de uma caixa, com especificaes do numero da tela em que foi revelado, para em caso de perda da lista de quadros ou de esquecer de passar o nmero para lista, seja mais rpido de encontrar o desenho para certificar se do nmero.

  • 53

    1.3 Diagramao e peso de linha

    Toda letra deve estar bem legvel com peso de linha que no deixe a estampa ficar parecendo um borro, estragando a pea, pois uma linha muito grossa provoca borres, e se ela for muito fina o tcnico gravador encontrara dificuldade na revelao do desenho, tendo que utilizar um nylon ou voal mais fino, mesmo utilizando se deste recurso se a letra estiver pequena, e com linha fina ela no ficara muito legvel dificultando a leitura.

  • 54

    1.4 Gravao

    O tcnico gravador deve contribuir com o desenhista nas indicaes necessrias, deve conhecer o objetivo final de cada desenho para tomar decises certas durante o processo de gravao, verificar se o desenho possui mais de uma cor, certificar se as cores esto encaixando umas com as outras, e nunca revelar um desenho que no esteja bem encaixado e conferido.

    O quadro uma das partes fundamentais na qualidade de uma estampa, muito importante fazer a verificao antes de se revelar a tela, se a mesma est bem revelada e alinhada em relao a pea a ser estampada. No caso de desalinho da tela, no recomendvel a estampagem, pois pode ocasionar em uma estampa torta.

    recomendvel que o nylon do quadro esteja bem esticado e preso para no haver deformaes na tela e na estampa.

    Para que a estampa fique alinhada corretamente o quadro possui parafusos nas laterais para facilitar o encaixe das cores na hora de estampar, por isso deve estar bem fixo, para no ocasionar desencaixes ou borres na pea a ser estampada.

  • 55

    2.tinta

    A boa qualidade da tinta favorece uma boa estampa, mas no s, para que a estampa possua uma boa qualidade necessrio que se mea corretamente a quantidade de gua, para que se obtenha uma mistura homognea, com uma boa viscosidade.

    Algumas tintas j vm com a colorao pronta para estampar, mas quando se deseja uma cor especifica necessrio que se faa a mistura de cores para formar outros tons.

    Para tanto, a criao de uma cartela de cores favorece a mistura correta das tintas atravs do processo de porcentagem, que ser abordada mais a frente.

    Alm da criao do rtulo de composio da tonalidade obtida por meio de mistura de tintas.

    necessrio verificao da data de validade do produto para que no prejudique no acabamento final da estampa, como estampa craqueladas ou quebradias com a superfcie desnivelada.

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    2.1 Combinao da cor Existem trs tipos de combinaes de cores:

    Substrativa a mistura de cores que resulta na absoro conjunta de radiaes de luz incide. Azul turquesa + amarelo= verde Magenta + amarelo= vermelho Magenta + azul turquesa= azul Azul turquesa + amarelo +magenta= preto

    Aditiva, quando iluminamos com luzes de cores diferentes assim se consideramos como cores primarias aditiva o vermelho o verde e o azul obtm por adio: Verde+ azul= azul turquesa Verde + vermelho= amarelo Azul + vermelho= magenta Verde+ azul + vermelho= branco

    Em terceiro lugar temos a colorao chamada partitivo, a colorao por pontos, que so misturadas as ramas tingidas de cores diferentes para obter uma cor composta que no a mesma que se resulta de uma mistura subtrativa.

    3. Produtos Diversos

    Cola no permanente, so solveis em gua, so de fcil eliminao do tecido e da mesa.

    Cola permanente, so colas que permanecem na mesa, nesse grupo inclui-se as colas trmicas que atuam por ao do calor, so de mais fcil eliminao dos tecidos.

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    As raspas nunca devem conter falhas, o que ocasiona o acmulo de tinta sobre a estampa.

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    4. Tecidos

    Os tecidos so de fundamental importncia na qualidade da estampa, o nome tecido originou se de artigos txteis obtidos atravs do entrelaamento dos fios como uso de teares planos, formando o tecido plano com trama transversal e urdume verticais.

    Tecido plano: so tecidos de boa resistncia, possuem estabilidade na largura e no comprimento no possuem elasticidade nem canelados, so muito usados no vesturio, timo para ser usado na estamparia.

    Brim: O brim um tecido bom de ser estampado, porque possui pouca elasticidade, tem uma textura levemente canelada, o que no provoca defeito na estampa.

    Malha circular: Na estamparia devesse ter muito cuidado na hora de vestir no bero de estamparia para evitar que a pea fique torta e conseqentemente a estampa.

    Moleton: fazem-se malhas e camisetas informais chamadas de abrigos, um tecido com uma textura lisa muito usada na serigrafia, mas devido sua espessura ele demora mais para secar.

    Os tecidos sintticos como a poliamida, polister e acrlico e os artificiais como a vexe, o cottom a lycra e o voile, so tecidos que precisam de uma tinta especial para ser em estampados, para estampar esse tipo de tecido usado uma tinta especial chamada hidrotec f.s, por conter uma propriedade especial.

    Voile: Tecido plano fino e semitransparente, de fios bem torcidos feito de algodo, seda, l ou fibras sintticas.

    Viscose: a viscose e muito usada na estamparia, possui um bom caimento, brilho, pouca elasticidade e textura lisa.

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    Poliamida: conhecida comercialmente como nylon usado na estamparia para produzir telas de naylon, quanto mais fios o nylon possui mais fino , sendo ideal para revelar desenhos pequenos com detalhes. O naylon mais grosso pode ser usado para revelar desenhos mais grandes.

    Polister: bastante usado em roupas de banho, intimas e esportivas.

    Fibra acrlica: possui solidez brilho resistncia a lavagens, uma mistura de algodo e l.

    Malha retilnea: segue um principio artesanal de tric, no muito vivel para uso na estamparia devido sua textura ser um pouco spera por causa dos detalhes da trama, o que provoca defeitos de estampa.

    Piques simples: so tecidos de uma qualidade muito resistentes, no possui laces, mas apresentam uma pequena elasticidade devida sua trama, muito usada na estamparia.

    Crepons: com efeito, de relevo so tecidos que possuem canelados que provocam defeitos de estampa deixando um aspecto falhado.Para que uma estampa tenha uma boa qualidade, no basta apenas um processo produtivo perfeito, mas tambm muito importante que o tecido seja de boa qualidade, para analisar se um tecido ideal para estampar necessrio verificar as propriedades dos tecidos:

    a) Verificar se o tecido se encontra de acordo com as especificaes.

    b) Analisar o efeito de tratamento fsico e qumico, exposio s condies atmosfricas.

    c) Obter informaes sobre o comportamento provvel durante a utilizao.

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    d) Investigar as causa de falhas e reclamaes dos clientes. 5. Prottipo

    O prottipo a melhor forma de verificar se o produto final ser feito com total qualidade. Toda estampa antes de ser lanada na produo deve ser testada em um prottipo para verificao do encaixe, do tom de cor de cada parte do desenho, localizao, textura, nitidez entre outros.

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    5.1 Anlise de produto a ser produzido

    A qualidade da estampa no pode avaliada s visualmente, mas tambm pelo tato por testes de laboratrios de controle de qualidade, que a partir desse possvel modificar a composio e a concentrao da pasta de modo a melhorar os resultados. Os principais critrios para a qualidade na estamparia so:

    a) Nitidez e peso de linha e contornos; b) Penetrao da tinta nos tecidos; c) Uniformidade; d) Rendimento colorstico; e) Solidez das cores aos vrios agentes, sendo de salientar a solidez lavagem e fixao; f) Sincronizao das cores; g) Toque do tecido.

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    5.2 CARTELA DE CORES

    A cartela de cores criada para estamparia feita com tecido de base e tintas com porcentagens auxiliaram no momento de fazer a dosagem das tintas para estampar. Cada cor misturada com uma porcentagem de tinta que fica gravada em cada cor e no pote, facilitando quando necessrio o processo de obteno da cor desejada, exemplo:

    Referncia :01 Referncia :02 Referncia:03 vermelho:100% vermelho:85% vermelho:80% preto:15% preto:20%

    Referncia :04 Referncia :05 Referncia:06 Azul:100% azul:50% azul:75% branco:25% Branco:50

    Referncia: 07 Referncia:08 Referncia:09 Amarelo:100% branco:75% amarelo:85% amarelo:25% preto:15%

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    5.2.1 CUSTO DA TINTA PARA FAZER UMA ESTAMPA

    No desenvolvimento do estudo de caso, foi analisado qual o consumo de tinta gasto em alguns tipos de estampas. Etapas do processo:

    a) pesar a tinta, b) estampar, c) pesar a tinta novamente, d) calcular o gasto do consumo de tinta de acordo com as peas estampadas. O processo foi feito usando uma balana para medir, medida

    uma estampa de 8cm x 4cm, e pesado um pote com 400g de amarelo do qual foram gastas 40g para estampar 60 peas, sabendo ento que o pote de tinta amarela custa R$ 47, 75 fazendo uma regra de trs descobrimos que o custo da tinta gasta em cada estampa de R$ 0.46.

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    5.2.2 - O MEDIDOR DE TINTA

    A pesquisa inicial teve como intuito desenvolver um pote de medida, que com o estudo final realizado verificou-se que no era possvel devido diferena de pesos das tintas.

    Algumas tintas possuam o peso maior que outras devido diferenas de dosagens de pigmentaes, um exemplo a tinta branca usada como base em tecidos escuros.

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    CONSIDERAES FINAIS A qualidade atualmente no mais considerada como um

    requisito de competitividade, e sim uma necessidade bsica para se manter no mercado. A estamparia um processo que tem muito a ser melhorado em termos de maquinrio e mo-de-obra especializada e inovaes de materiais.

    O investimento em estudos tecnolgicos aplicados a estamparia de essencial importncia para que a qualidade, qualificao de colaboradores e a inovao para que a empresa seja competitiva e atuante.

    Para tanto se espera que o contedo deste manual auxilie na qualidade dos processos de estamparia, aumentando a qualidade, diminuindo os desperdcios, retrocessos.

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    REFERNCIAS

    ASCARI, Neiva. Qualidade nos processos de estamparia estudo de caso. Trabalho de Concluso de Curso, do Curso de Tecnologia do Vesturio, da Unio de Ensino do Sudoeste do Paran, Dois Vizinhos: UNISEP/FAED, 2005.