Que as Palavras Ganhem Força de Pedra

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    QUE AS PALAVRAS GANHEM FORÇA DE PEDRAS

    “Se calarmos as pedras griar!o"

    #AN#$ONE$RO E #OLE%&NEA PO'%$#A DE LU%A E RES$S%(N#$A

    08 de abril de 2016 – Massacre Paraná e 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás

    )* SOMOS %ODOS #OMPANHE$ROS

    /: Um, dois, três,

    Quatro, cinco, mil

    Ou sai Reforma Agrária

    Ou paramos o Brasil:/

    E se o latifundiário

    Está querendo fazer guerra

    !s estamos acampados

    "om fac#o, foice, mac$ado

    %ara conquistar a terra

    "$ê, zum&i, ant'nio consel$eiro,

    a luta por (usti)a

    !s somos compan$eiros

    +* %$RO DE FU,$L*

    Ojeferson Santos

    Ou)o um tiro de fuzil, escuto um gemido de

    dor*E fico daqui pensando, será dessa +ez quempagou*

    erá que foi o sem terra, que querem plantarneste c$ao*

    erá que foi os meninos, que +i+emmedingando o p#o*

    erá que foi meus amigos, ' será que foi meusirm#os*

    E agente aca&a pagando por toda essarepress#o*

    -i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o . ' li&erdade*

    -i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o*

    Eu +i+o assustado com tudo, e as +ezes n#oconsigo dormir*

    "om toda essa +iolência, que +i+e por perto demim*

    erá que nos temos direitos, de na rua poderandar*

    erá que nos temos direitos de na terra podertra&al$ar*

    erá quando aca&a essa guerra, e todaignorncia*

    erá quando posso andar, alegre com asmin$as crian)as*

    -i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o . ' li&erdade*

    -i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o*

    Eu +e(o gente sofrendo, e morrendo sem

    merecer*"adê as autoridades e os $omens que est#o nopoder* 0123

    -i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o . ' li&erdade*

    -i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o*

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    -* MA$S UM SER NA MASSA

    Cida Dias

    er sem terra 4 ser $er!i, 4 ser guerreiro

    5 +i+er a +ida, sem ter medo de arriscar

    5 ser amigo, ser compan$eiro

    er +erdadeiro e n#o ter medo de enfrentar

    5 ter coragem pra lutar* 0123

    6oa suas +idas, suas &atal$as

    6es&ra+a a terra, salta mural$as

    %lantar, col$er, muitas +ezes sofrer*

    5 ser amigo, ser compan$eiro

    er +erdadeiro e n#o ter medo de enfrentar

    5 ter coragem pra lutar* 07 23

    8* O R$S#O

    (Li! "ila #o$a%

    O risco que corre o pau

    "orre o mac$ado,

    #o $á o que temer

    Aquele que manda matar

    9am&4m pode morrer*

    !s estamos em guerra

    O lado de lá (á decretou%ois (á paga pistoleiro

    %ra matar o tra&al$ador

    Eu (á ten$o mac$ado

    alta s! &otar a cun$a,

    E fazer ; moda gato,

    6ar o tapa e esconder a un$a*

    5 a nossa proposta,

    %ois a gente quer gan$ar*

    e matarem um daqui,

    6ez de lá +amos*

    .* ORAÇ/O LA%$NA

    C&sar 'eieira

     

    -a la la la laiá la la la la laiá la

    Esta no+a ora)#o,

    5 uma can)#o de +ida

    %elo sangue da ferida no c$#o*

    Que n#o cicatrizará

    em tampouco dei2ará de a&rirA rosa em nosso cora)#o***

    E diga sim***

    A quem nos quer a&ra)ar,

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    ingu4m +ai ser torturado

    "om +ontade de lutar*

    ingu4m +ai ser torturado

    "om +ontade de lutar*

    -a la la la laiá la la la la laiá la

    -a la la la laiá la la la la laiá la

    E diga sim***

    A quem nos quer acol$er***

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    soterrados na lama,sem nomesoterrados no silêncio

    Eles rondam o aramedas cercasalumiados pela fogueira

    dos acampamentos*

    Eles rondam o muro das leise ataram no peitourna &om&a que pulsa:son$o da terra li+re*

    son$o +ale uma +ida#o sei*

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    Buracos no c$#o, paus, lonas, &arraco, fog#o

    "apangas, tiros, corpos no c$#o

    angue na terra, re+olta no ar, arames no c$#o

    -eis, estado, pol>cia, oficial de (usti)a,

    inF(usti)a

    ogos, assem&leia, resistência, grito de guerra

    Ocupar, resistir, produzir

    Ocupar, resistir, produzir

    Ocupar, resistir, produzir

    -eis, mandatos de pris#o, (ulgamento, cadeia

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    Em nome dos nossos &ra)os

    em nome das nossas m#os

    em nome de quantos passos

    eram os nossos irm#os*

    Em nome das ferramentas

    que nos esmagaram os dedos

    das torturas das tormentas

    das se+>cias dos degredos*

    Em nome daquele nome

    que $erdamos dos nossos pais

    em nome da sua fome dizemos:

    n#o passam mais?

    E em nome dos milênios

    de pris#o adicionada

    em nome de tantos gênios

    com a +oz amorda)ada

    em nome dos camponeses

    com a terra confiscada

    e de outros camponeses

    com a carne estil$a)ada

    em nome daqueles nomes

    escarrados nos tri&unais

    dizemos que $á outros nomes

    que n#o passam nunca mais?

    Em nome do que n!s temos

    em nome do que n!s fomosre+olu)#o que fizemos

    democracia que somos

    Em nome da unidade

    linda flor da classe operária

    em nome da li&erdade

    flor imensa e proletária

    em nome desta +ontade

    de sermos todos iguais

    +amos dizer a +erdade

    dizendo: n#o passam mais?

    Em nome de quantos corpos

    nossos fil$os foram feitos*

    Em nome de quantos mortos

    +i+em nos nossos direitos*

    Em nome de quantos +i+os

    d#o mais +ida ; nossa +oz

    n#o mais seremos cati+os:

    O tra&al$o somos n!s*

    %or isso foices, en2adas

    canetas, lápis, (ornais

    s#o as nossas &arricadasque dizem: n#o passam mais?

    E em nome das conquistas

    +indas nos +entos de A&ril

    reforma agrária efeti+a

    operário em meio fa&ril

    empresas que s#o do estado

    porque o seu dono 4 o po+o

    em nome de lado a lado

    termos feito um pa>s no+o*

    Em nome da nossa frente

    e dos nossos ideais

    diante de toda a gente

    dizemos: n#o passam mais?

    Em nome do que passamos

    n#o dei2aremos passar

    o patr#o que ultrapassamos

    e que nos quer trespassar*

    E por onde a gente passa

    n!s passamos a pala+ra:

    "ada rua cada pra)a

    4 o c$#o que o po+o la+ra*

    %assaremos adiante

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    com passo firme e seguro*

    O passado 4 (á &astante

    +amos passar ao futuro*

    )6* PORQUE LU%AMOS

    -utamos pela terra, lutamos por comida, pornossos son$os, pela +ida

    %ara que n#o mais $a(am &arrigas +azias

    %ara que o e2plorado do sul se le+ante peloe2plorado do norte

    -utamos %ara que a re+olu)#o se(a algo t#o+i+o quanto a terra

    Que germina uma semente

    E que o quotidiano se(a por naturezare+olucionário

    -utamos para que a dor de nossas percas n#ose(am maiores que as alegrias de nossasconquistas

    %ara que por nossas m#os o nosso sustento se(a

    garantido para que nossos fil$os passeiempelos campos de &onan)a

    -utamos para que nosso sangue corra apenasem nossas +eias para que nossos mortos n#oten$am lutado em +#o

    %ara que esta &andeira se(a de re+olu)#o?

    @D* POEMA 7 PR8LOGO

     Pedro 'ierra. 1/

    ui assassinado*s ainda em som&ras:

    meu of>cio so&re a terra4 ressuscitar os mortos

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    e apontar a cara dos assassinos*

    %orque a noite n#o anoitece sozin$a*á m#os armadas de a)oiteretal$ando em peda)oso fogo do sol

    e o corpo dos lutadores*

    =en$o falarpela &oca de meus mortos*ou poetaFtestemun$a,poeta da gera)#o de son$oe sangueso&re as ruas de meu pa>s*

    o&re+i+eremos%erdemos a no)#o do tempo*

    A luz nos +em da Jltima lmpada,coada pela multid#o de som&ras*

    A pr!pria +oz dos compan$eiros tarda,como se +iesse de muito longe,como se a som&ra l$e rou&asse o corte*essa noite parada so&re+i+emos*icouFnos a pala+ra, em&ora reprimida*

    +el,na man$# proi&ida*

    @K* MAR$GHELLA

    itra3o #e3ro

    #o procuram quem n#o amea)a

    n#o amea)am

    quem negocia

    n#o negociam

    com quem denuncia

    n#o denunciam quem se su&mete

    LO O UB

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    e quer me parar, tireFme da ca&e)a o c4re&ropois ele me permite pensar e son$ar*

    e quer me parar, tireFme depois de tudo isso,o "ORALO que ainda &ate e me faz ter acapacidade mais &onita, que 4 a de poderA

  • 8/17/2019 Que as Palavras Ganhem Força de Pedra

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    Ol$ei e tudo que +iaem tempo de &em +erAssim passei o tempoQue me deram pra +i+erA +oz da min$a gente se le+antouE a min$a +oz (unto com a dela

    9en$o certeza que os donos da terraicariam mais contentese n#o ou+issem min$a +oz