Que as Palavras Ganhem Força de Pedra
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8/17/2019 Que as Palavras Ganhem Força de Pedra
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QUE AS PALAVRAS GANHEM FORÇA DE PEDRAS
“Se calarmos as pedras griar!o"
#AN#$ONE$RO E #OLE%&NEA PO'%$#A DE LU%A E RES$S%(N#$A
08 de abril de 2016 – Massacre Paraná e 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás
)* SOMOS %ODOS #OMPANHE$ROS
/: Um, dois, três,
Quatro, cinco, mil
Ou sai Reforma Agrária
Ou paramos o Brasil:/
E se o latifundiário
Está querendo fazer guerra
!s estamos acampados
"om fac#o, foice, mac$ado
%ara conquistar a terra
"$ê, zum&i, ant'nio consel$eiro,
a luta por (usti)a
!s somos compan$eiros
+* %$RO DE FU,$L*
Ojeferson Santos
Ou)o um tiro de fuzil, escuto um gemido de
dor*E fico daqui pensando, será dessa +ez quempagou*
erá que foi o sem terra, que querem plantarneste c$ao*
erá que foi os meninos, que +i+emmedingando o p#o*
erá que foi meus amigos, ' será que foi meusirm#os*
E agente aca&a pagando por toda essarepress#o*
-i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o . ' li&erdade*
-i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o*
Eu +i+o assustado com tudo, e as +ezes n#oconsigo dormir*
"om toda essa +iolência, que +i+e por perto demim*
erá que nos temos direitos, de na rua poderandar*
erá que nos temos direitos de na terra podertra&al$ar*
erá quando aca&a essa guerra, e todaignorncia*
erá quando posso andar, alegre com asmin$as crian)as*
-i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o . ' li&erdade*
-i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o*
Eu +e(o gente sofrendo, e morrendo sem
merecer*"adê as autoridades e os $omens que est#o nopoder* 0123
-i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o . ' li&erdade*
-i&erdade, +iolência n#o, +amos aca&ar com arepress#o*
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-* MA$S UM SER NA MASSA
Cida Dias
er sem terra 4 ser $er!i, 4 ser guerreiro
5 +i+er a +ida, sem ter medo de arriscar
5 ser amigo, ser compan$eiro
er +erdadeiro e n#o ter medo de enfrentar
5 ter coragem pra lutar* 0123
6oa suas +idas, suas &atal$as
6es&ra+a a terra, salta mural$as
%lantar, col$er, muitas +ezes sofrer*
5 ser amigo, ser compan$eiro
er +erdadeiro e n#o ter medo de enfrentar
5 ter coragem pra lutar* 07 23
8* O R$S#O
(Li! "ila #o$a%
O risco que corre o pau
"orre o mac$ado,
#o $á o que temer
Aquele que manda matar
9am&4m pode morrer*
!s estamos em guerra
O lado de lá (á decretou%ois (á paga pistoleiro
%ra matar o tra&al$ador
Eu (á ten$o mac$ado
alta s! &otar a cun$a,
E fazer ; moda gato,
6ar o tapa e esconder a un$a*
5 a nossa proposta,
%ois a gente quer gan$ar*
e matarem um daqui,
6ez de lá +amos*
.* ORAÇ/O LA%$NA
C&sar 'eieira
-a la la la laiá la la la la laiá la
Esta no+a ora)#o,
5 uma can)#o de +ida
%elo sangue da ferida no c$#o*
Que n#o cicatrizará
em tampouco dei2ará de a&rirA rosa em nosso cora)#o***
E diga sim***
A quem nos quer a&ra)ar,
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ingu4m +ai ser torturado
"om +ontade de lutar*
ingu4m +ai ser torturado
"om +ontade de lutar*
-a la la la laiá la la la la laiá la
-a la la la laiá la la la la laiá la
E diga sim***
A quem nos quer acol$er***
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soterrados na lama,sem nomesoterrados no silêncio
Eles rondam o aramedas cercasalumiados pela fogueira
dos acampamentos*
Eles rondam o muro das leise ataram no peitourna &om&a que pulsa:son$o da terra li+re*
son$o +ale uma +ida#o sei*
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Buracos no c$#o, paus, lonas, &arraco, fog#o
"apangas, tiros, corpos no c$#o
angue na terra, re+olta no ar, arames no c$#o
-eis, estado, pol>cia, oficial de (usti)a,
inF(usti)a
ogos, assem&leia, resistência, grito de guerra
Ocupar, resistir, produzir
Ocupar, resistir, produzir
Ocupar, resistir, produzir
-eis, mandatos de pris#o, (ulgamento, cadeia
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Em nome dos nossos &ra)os
em nome das nossas m#os
em nome de quantos passos
eram os nossos irm#os*
Em nome das ferramentas
que nos esmagaram os dedos
das torturas das tormentas
das se+>cias dos degredos*
Em nome daquele nome
que $erdamos dos nossos pais
em nome da sua fome dizemos:
n#o passam mais?
E em nome dos milênios
de pris#o adicionada
em nome de tantos gênios
com a +oz amorda)ada
em nome dos camponeses
com a terra confiscada
e de outros camponeses
com a carne estil$a)ada
em nome daqueles nomes
escarrados nos tri&unais
dizemos que $á outros nomes
que n#o passam nunca mais?
Em nome do que n!s temos
em nome do que n!s fomosre+olu)#o que fizemos
democracia que somos
Em nome da unidade
linda flor da classe operária
em nome da li&erdade
flor imensa e proletária
em nome desta +ontade
de sermos todos iguais
+amos dizer a +erdade
dizendo: n#o passam mais?
Em nome de quantos corpos
nossos fil$os foram feitos*
Em nome de quantos mortos
+i+em nos nossos direitos*
Em nome de quantos +i+os
d#o mais +ida ; nossa +oz
n#o mais seremos cati+os:
O tra&al$o somos n!s*
%or isso foices, en2adas
canetas, lápis, (ornais
s#o as nossas &arricadasque dizem: n#o passam mais?
E em nome das conquistas
+indas nos +entos de A&ril
reforma agrária efeti+a
operário em meio fa&ril
empresas que s#o do estado
porque o seu dono 4 o po+o
em nome de lado a lado
termos feito um pa>s no+o*
Em nome da nossa frente
e dos nossos ideais
diante de toda a gente
dizemos: n#o passam mais?
Em nome do que passamos
n#o dei2aremos passar
o patr#o que ultrapassamos
e que nos quer trespassar*
E por onde a gente passa
n!s passamos a pala+ra:
"ada rua cada pra)a
4 o c$#o que o po+o la+ra*
%assaremos adiante
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com passo firme e seguro*
O passado 4 (á &astante
+amos passar ao futuro*
)6* PORQUE LU%AMOS
-utamos pela terra, lutamos por comida, pornossos son$os, pela +ida
%ara que n#o mais $a(am &arrigas +azias
%ara que o e2plorado do sul se le+ante peloe2plorado do norte
-utamos %ara que a re+olu)#o se(a algo t#o+i+o quanto a terra
Que germina uma semente
E que o quotidiano se(a por naturezare+olucionário
-utamos para que a dor de nossas percas n#ose(am maiores que as alegrias de nossasconquistas
%ara que por nossas m#os o nosso sustento se(a
garantido para que nossos fil$os passeiempelos campos de &onan)a
-utamos para que nosso sangue corra apenasem nossas +eias para que nossos mortos n#oten$am lutado em +#o
%ara que esta &andeira se(a de re+olu)#o?
@D* POEMA 7 PR8LOGO
Pedro 'ierra. 1/
ui assassinado*s ainda em som&ras:
meu of>cio so&re a terra4 ressuscitar os mortos
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e apontar a cara dos assassinos*
%orque a noite n#o anoitece sozin$a*á m#os armadas de a)oiteretal$ando em peda)oso fogo do sol
e o corpo dos lutadores*
=en$o falarpela &oca de meus mortos*ou poetaFtestemun$a,poeta da gera)#o de son$oe sangueso&re as ruas de meu pa>s*
o&re+i+eremos%erdemos a no)#o do tempo*
A luz nos +em da Jltima lmpada,coada pela multid#o de som&ras*
A pr!pria +oz dos compan$eiros tarda,como se +iesse de muito longe,como se a som&ra l$e rou&asse o corte*essa noite parada so&re+i+emos*icouFnos a pala+ra, em&ora reprimida*
+el,na man$# proi&ida*
@K* MAR$GHELLA
itra3o #e3ro
#o procuram quem n#o amea)a
n#o amea)am
quem negocia
n#o negociam
com quem denuncia
n#o denunciam quem se su&mete
LO O UB
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e quer me parar, tireFme da ca&e)a o c4re&ropois ele me permite pensar e son$ar*
e quer me parar, tireFme depois de tudo isso,o "ORALO que ainda &ate e me faz ter acapacidade mais &onita, que 4 a de poderA
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Ol$ei e tudo que +iaem tempo de &em +erAssim passei o tempoQue me deram pra +i+erA +oz da min$a gente se le+antouE a min$a +oz (unto com a dela
9en$o certeza que os donos da terraicariam mais contentese n#o ou+issem min$a +oz