Queijo Serrano, o sabor típico dos Campos de Cima da Serra ... · nitrogenada em cobertura....

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LEIA NO PANORAMA GERAL Queijo Serrano, o sabor típico dos Campos de Cima da Serra LEIA NESTA EDIÇÃO Citros: Comercialização mantém-se estável nas regiões produtoras N.º 1.406 14 de julho de 2016 Aqui você encontra: Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 Porto Alegre RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento GPL Núcleo de Informações e Analises NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. PANORAMA GERAL Queijo Serrano, o sabor típico dos Campos de Cima da Serra Você conhece ou já degustou o Queijo Serrano? Sabe de sua história e de como até hoje esse produto da cultura dos Campos de Cima da Serra se mantém? Pois nesta sexta-feira (15/07), Bom Jesus sedia o 3º Simpósio Interestadual de Queijo Artesanal Serrano. O objetivo é avaliar os avanços e perspectivas para a qualificação, certificação e valorização do Queijo Serrano, um dos queijos artesanais mais antigos do Brasil e talvez o mais antigo do RS. Oriundo de vacas de raças de corte alimentadas em campos nativos, o Queijo Serrano não é pasteurizado, o que lhe confere características peculiares. Pelo tipo de gado e da alimentação, a maior produção acontece na primavera e verão. A ordenha é realizada uma vez por dia, pela manhã, de forma artesanal e em pequena escala. Entretanto, nos últimos anos, alguns produtores introduziram em seus rebanhos vacas leiteiras, permitindo a produção do Queijo Serrano durante todo o ano e hoje sua produção envolve em torno de 1.500 famílias gaúchas. Trata-se de um queijo de massa semidura, baixa umidade, com sabor e aroma acentuados, textura levemente amanteigada, e é muito apreciado pelos consumidores, até porque essas características se acentuam com a maturação. O Queijo Serrano é exclusivo dos Campos de Cima da Serra, produzido nos municípios de Bom Jesus, Cambará do Sul, Caxias do Sul, Jaquirana, Muitos Capões, Campestre da Serra, Monte Alegre dos Campos, Vacaria, Ipê, São Francisco de Paula e São José dos Ausentes. Sua produção é considerada sustentável, pois é feito em campos nativos, entremeados por nascentes e capões de mato de araucárias, que se encontram em grande parte preservados. Assim, é possível considerar o Queijo Serrano um queijo artesanal típico gaúcho, produzido por pecuaristas desses 11 municípios da serra gaúcha e de outros 18 municípios da serra catarinense. Com mais de 200 anos de história, o objetivo agora é sua delimitação geográfica, que é uma das etapas para a obtenção da Indicação Geográfica/Denominação de Origem Campos de Cima da Serra para o produto, o que assegura ao consumidor sua procedência, garantindo que continuará sendo produzido pelas comunidades dessas áreas, mantendo sua originalidade. A partir da obtenção da Indicação Geográfica será possível mostrar que o Queijo Serrano é único e só pode ser encontrado aqui, nos dois estados do extremo Sul do Brasil, o que irá colaborar, e muito, para agregar valor ao produto, aumentando a renda das famílias e gerando as condições para que os jovens permaneçam no campo com qualidade de vida. Lino Moura Diretor técnico da Emater/RS e superintendente técnico da Ascar

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LEIA NO PANORAM A GERAL

Queijo Serrano, o sabor típico dos Campos de Cima da Serra LEIA NESTA EDIÇÃO

Citros: Comercialização mantém-se estável nas regiões produtoras

N.º 1.406

14 de julho de 2016

Aqui você encontra:

Panorama Geral

Condições Meteorológicas

Grãos

Hortigranjeiros

Criações

Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Analises – NIA Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte

Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando

você na tomada de decisões.

PANORAM A GERAL

Queijo Serrano, o sabor típico dos Campos de Cima da Serra

Você conhece ou já degustou o Queijo Serrano? Sabe de sua história e de como até hoje esse produto da cultura dos Campos de Cima da Serra se mantém? Pois nesta sexta-feira (15/07), Bom Jesus sedia o 3º Simpósio Interestadual de Queijo Artesanal Serrano. O objetivo é avaliar os avanços e perspectivas para a qualificação, certificação e valorização do Queijo Serrano, um dos queijos artesanais mais antigos do Brasil e talvez o mais antigo do RS. Oriundo de vacas de raças de corte alimentadas em campos nativos, o Queijo Serrano não é pasteurizado, o que lhe confere características peculiares. Pelo tipo de gado e da alimentação, a maior produção acontece na primavera e verão. A ordenha é realizada uma vez por dia, pela manhã, de forma artesanal e em pequena escala. Entretanto, nos últimos anos, alguns produtores introduziram em seus rebanhos vacas leiteiras, permitindo a produção do Queijo Serrano durante todo o ano e hoje sua produção envolve em torno de 1.500 famílias gaúchas. Trata-se de um queijo de massa semidura, baixa umidade, com sabor e aroma acentuados, textura levemente amanteigada, e é muito apreciado pelos consumidores, até porque essas características se acentuam com a maturação. O Queijo Serrano é exclusivo dos Campos de Cima da Serra, produzido nos municípios de Bom Jesus, Cambará do Sul, Caxias do Sul, Jaquirana, Muitos Capões, Campestre da Serra, Monte Alegre dos Campos, Vacaria, Ipê, São Francisco de Paula e São José dos Ausentes. Sua produção é considerada sustentável, pois é feito em campos nativos, entremeados por nascentes e capões de mato de araucárias, que se encontram em grande parte preservados. Assim, é possível considerar o Queijo Serrano um queijo artesanal típico gaúcho, produzido por pecuaristas desses 11 municípios da serra gaúcha e de outros 18 municípios da serra catarinense. Com mais de 200 anos de história, o objetivo agora é sua delimitação geográfica, que é uma das etapas para a obtenção da Indicação Geográfica/Denominação de Origem Campos de Cima da Serra para o produto, o que assegura ao consumidor sua procedência, garantindo que continuará sendo produzido pelas comunidades dessas áreas, mantendo sua originalidade. A partir da obtenção da Indicação Geográfica será possível mostrar que o Queijo Serrano é único e só pode ser encontrado aqui, nos dois estados do extremo Sul do Brasil, o que irá colaborar, e muito, para agregar valor ao produto, aumentando a renda das famílias e gerando as condições para que os jovens permaneçam no campo com qualidade de vida.

Lino Moura Diretor técnico da Emater/RS

e superintendente técnico da Ascar

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PROVIDENCIE O CAR PRORROGADO ATÉ 2017

O CAR foi prorrogado até 31 de dezembro de 2017 e todos os produtores rurais brasileiros que ainda não se inscreveram no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ganharam um novo prazo. A Medida Provisória 707/2015 foi aprovada no Congresso Nacional, e publicada no Diário Oficial da União. De acordo com a Lei 13.295 de 2016, a partir de 2018 as instituições financeiras só concederão crédito agrícola, em qualquer modalidade, para os proprietários rurais que estejam inscritos no CAR. A medida trouxe tranquilidade aos produtores que, por diversas razões, não haviam conseguido cumprir o prazo. Agora todos poderão resolver as suas peculiaridades com tranquilidade e isso traz serenidade aos produtores rurais, mas deve-se tomar as providências para não haver um novo atropelo. O CAR é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais. O objetivo é formar uma base de dados para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento no Brasil. Também será usado no planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais. O cadastro pode ser feito através do site http://www.car.gov.br Fonte: Ministério do Meio Ambiente

A GESTÃO AGRÍCOLA Administrar é prever, organizar, coordenar e controlar. O gerenciamento da propriedade rural é uma das ferramentas mais importantes e indispensáveis da propriedade como um todo. Na administração rural, também são importantes o planejamento, a organização, a direção e o controle. Com as informações em mãos, é possível tomar a decisão correta com base nos objetivos esperados. A gestão agrícola é a procura da melhor combinação possível entre as atividades e os meios de produção, de maneira a obter produção máxima e/ou renda máxima quando desejável. O papel do técnico é, juntamente com o agricultor, analisar os resultados e escolher o melhor caminho. A atividade agropecuária apresenta elevado risco, relacionado com as condições meteorológicas, além daquelas relacionadas com a comercialização dos produtos, acesso ao crédito, entre outras. As decisões fazem funcionar e evoluir a unidade de produção agrícola. O agricultor é levado a tomar e implementar uma série de decisões em níveis e escalas de tempo diferentes. Essas decisões dizem respeito aos processos produtivos,

realização de investimentos e de utilização de recursos. A unidade de produção contempla os sistemas de produção que são formados por sistemas de cultivos e criações. A unidade de produção é um sistema aberto que mantém relações ambientais, socioeconômicas, culturais e que retém os elementos que determinam o funcionamento do sistema. A abordagem adotada para trabalhar a agricultura familiar necessita ser sistêmica. Fonte: Emater/RS-Ascar

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 8/7/2016 A 14/7/2016

A semana de 08 a 14 de julho de 2016 apresentou chuva intensa em algumas áreas do RS. Na sexta-feira (08/7), a atuação de uma massa de ar seco e frio manteve o tempo firme com sol e temperaturas amenas em todo Estado. No sábado (09/7), o ingresso de ar quente e úmido favoreceu a formação de nebulosidade e ocorreram pancadas isoladas de chuva. A partir do domingo (10/7), a propagação de áreas de baixa pressão, determinou a formação de áreas de instabilidade, que provocaram chuva em todas regiões, com registros de temporais isolados, fortes rajadas de vento e queda de granizo, o que gerou grandes prejuízos em diversas localidades. Os totais mais expressivos registrados nas estações do INMET, ocorreram em Bom Jesus (80 mm), Torres (81 mm), Lagoa Vermelha (84 mm), Cruz Alta (85 mm), Teutônia (87 mm), Encruzilhada do Sul (88 mm), Porto Alegre (99 mm), Rio Pardo (106 mm), Caçapava do Sul (114 mm), Tramandaí (115 mm), Cambará do Sul (134 mm) e Caxias do Sul (159 mm). A temperatura mínima do período foi registrada em Vacaria (1,0°C) no dia 07/7 e a máxima ocorreu em Iraí (30,4°C) no dia 11/7.

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PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA SEMANA DE 15/7/2016 A 21/7/2016

A semana entre 15 e 22 de julho será marcada pelo retorno do frio em todo Estado. Na sexta-feira (15/7), a propagação de um sistema frontal no oceano ainda manterá a nebulosidade e ocorrerão pancadas de chuva no Extremo Sul, no Nordeste e Norte, com fortes rajadas de vento e possibilidade de chuva intensa, principalmente na Serra do Nordeste, Planalto e no Alto Vale do Uruguai. No sábado (16/7), o ingresso de uma massa de ar seco e frio afastará as instabilidades e provocará o intenso declínio das temperaturas. Entre os dias 17/7 (domingo) e 19/7 (terça-feira), as temperaturas mínimas oscilarão abaixo de 5°C na maior parte das regiões e poderão ser negativas na Serra do Nordeste e no Planalto. A presença do ar seco manterá o tempo firme no restante do período. Os totais acumulados oscilarão entre 10 e 30 mm na Metade Sul, enquanto nas demais áreas do RS os valores oscilarão entre 35 e 60 mm, e poderão alcançar os 100 mm em algumas localidades do Alto Vale do Uruguai e do Planalto. Fonte: CEMETRS – INMET/FEPAGRO

GRÃOS

Trigo – A cultura entra em fase final de implantação, restando poucas áreas para serem semeadas no Sul e nos Campos de Cima da Serra. Com a regularização da umidade do solo, devido ao retorno das precipitações, os produtores intensificaram os trabalhos de plantio, cobrindo 88% da área projetada para este ano. A umidade do solo vem propiciando também a retomada de um desenvolvimento vegetativo mais vigoroso da cultura, visto que se encontrava paralisado pela

falta de umidade no solo. Com as condições propícias, os produtores retomaram a aplicação de fertilizante nitrogenado em cobertura e de herbicidas para o controle de ervas. Nota-se uma boa emergência nas áreas que continham sementes no solo esperando por melhores condições de germinação. Entretanto, algumas lavouras apresentam stand variável de plantas, fruto das condições inadequadas de umidade no solo quando da semeadura. Todavia, a situação segue sendo considerado satisfatória na média para o Estado, podendo ser totalmente recuperado caso as precipitações ocorram de maneira regular e com baixa intensidade. É baixa a incidência de doenças e pragas até o momento. Preço da saca de 60 quilos durante o período: R$ 40,24 pagos ao produtor. Canola - A cultura mantém-se majoritariamente na fase de desenvolvimento vegetativo; a retomada das chuvas nesse último período ativou o crescimento das plantas e favoreceu o controle das invasoras. Também favoreceu a intensificação da aplicação de nitrogênio em cobertura nas áreas semeadas no início de maio. O preço nas regiões do Planalto, Celeiro e Noroeste Colonial está entre R$ 75,00 e R$ 76,00/sc. de 60 quilos. Cevada - A cultura encontra-se na fase de desenvolvimento e em estádio vegetativo, com boa sanidade. Atualmente está sendo realizado o controle das ervas daninhas (aveia, azevém, buva e nabo). A cultura sofreu com a falta de umidade do mês de junho, principalmente nas áreas mais arenosas, apresentando plantas descoloridas e de pequeno porte. Preço referencial de R$ 42,00/sc de 60 kg. Aveia branca - Nas regiões das Missões e Fronteira Noroeste, há estimativa de 16.720 hectares para colheita de grão nessa safra; cultura implantada em sua totalidade, estando em fase de desenvolvimento vegetativo. Houve ataque de pulgões nos últimos dias que exigiu aplicação de inseticida; porém com o retorno de chuvas e as temperaturas mais baixas, reduziu o ataque de pragas. Em andamento, a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura.

Painço - Em Novo Machado há indicativo de redução da área a ser implantada, em função das frustrações nos anos anteriores. A decisão para a implantação da cultura está na dependência dos preços do milho, que pode direcionar maior área para esta cultura.

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Linhaça - Nas áreas cultivadas na região das Missões, após as chuvas ocorridas percebe-se boa reação da cultura, já que a semeadura muito próxima da superfície do solo propiciou que as sementes que não haviam germinado tivessem condições ótimas para seu desenvolvimento. Logo após a primeira chuva, foi possível observar a formação das linhas e a possibilidade de um estande satisfatório de plantas. A estimativa de produtividade está entre 900 e 1.200 kg/ha. O preço da saca de 60 quilos é de R$ 90,00.

HORTIGRANJEIROS

Situações Regionais A ocorrência de dias bem mais quentes neste período no Vale do Caí produziu um excesso de oferta de produtos olerícolas de modo geral. As áreas de cultivo que não estavam se desenvolvendo bem por causa do excesso de frio de maio e junho tiveram seu ponto de colheita antecipado, devido ao veranico na segunda quinzena de junho. Praticamente todas as espécies de foliosas e brássicas ficaram prontas para o mercado em poucos dias. Daí o principal motivo da dificuldade da venda e da queda dos preços na Ceasa. Conforme relatam agricultores da região, municípios do litoral provocaram uma oferta demasiadamente intensa na Ceasa e no mercado em geral da Grande Porto Alegre. A redução de preços foi de 30 a 40%, segundo informação do produtor.

No município de Muçum, no Vale do Taquari, a pequena área de cultivo de tomate que se encontra em fase de colheita foi comercializada a R$ 3,00/kg. A cultura da alface apresenta bom desenvolvimento e está em fases variadas, que vão do plantio à colheita, sendo comercializada a R$ 1,00/unid. O feijão-vagem, que se encontra em fase de colheita, foi comercializado a R$ 5,00/kg.

Nas regiões do Vale do Rio Pardo e Alto da Serra do Botucaraí, a ausência de geadas nestas três últimas semanas com temperaturas mais elevadas, associada à precipitação ocorrida na última semana, favoreceu o desenvolvimento das culturas olerícolas. A neblina que reduz a intensidade de radiação solar, principalmente na região do Vale do Rio Pardo, tem sido um fator limitante ao crescimento e desenvolvimento dessas culturas. Em função do baixo índice pluviométrico do último mês, os olericultores que dispõem de sistema de irrigação foram favorecidos, pois mantiveram a umidade do

solo em condições satisfatórias para o desenvolvimento das olerícolas. De modo geral esse período seco, com temperaturas mais elevadas, recuperou a produção de olerícolas para aqueles produtores mais estruturados: cultivo irrigado e produção em ambientes protegidos. Essa condição de tempo mais seco diminui a ocorrência de doenças fúngicas típicas desta época. Também favoreceu a formação de mudas para plantio em final de julho e agosto. Segue a colheita de aipim e batata-doce, com boa qualidade para o mercado. Os preços das olerícolas se estabilizaram nessa última semana, depois de um período de reajustes. As chuvas ocorridas e o aumento das temperaturas e da luminosidade nas áreas das regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial foram fatores importantes para a melhoria das condições climáticas que interferem na produção das olerícolas. A alta umidade do ar tem favorecido a ocorrência de doenças fúngicas, principalmente a queima da saia em alface. Foi recomendado o uso de Trichoderma como forma de controle; em situações mais severas, recomendou-se o uso de produtos com presença de hipoclorito de sódio nas soluções nutritivas de hidroponias, como forma de reduzir a proliferação de microrganismos. Uma constatação realizada por alguns municípios é que devido ao aumento dos preços dos produtos no mercado, produtores começam a realizar o plantio para consumo próprio. Momento de forte comercialização de olerícolas. Tempero verde é vendido a R$ 3,00 o pacote; para a alface e repolho, o preço é de R$ 3,00 a unidade. A couve-flor é vendida a R$ 5,00 a cabeça. Os produtores estão muito satisfeitos com os preços recebidos. Em relação às frutas, as temperaturas em elevação provocaram o início do desenvolvimento vegetativo após a ocorrência das geadas, sendo que pessegueiros se encontram em plena floração. Produtores com produção comercial em citricultura têm tido dificuldades na venda da produção, em decorrência da grande oferta regional. Os produtores estão realizando podas e tratamento de inverno com calda sulfocálcica nas frutíferas caducifólias (videira, ameixeira, pessegueiro, figueira). Estão ocorrendo entrega de mudas e implantações das mesmas nos pomares domésticos. Em Tuparendi, será realizada uma oficina com o grupo da viticultura, para apresentar novidades e trocar experiências com os agricultores sobre manejo de doenças, poda e uso de homeopatia.

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Olerícolas

Alho – Na Serra, o retorno da chuva durante o período veio em muito beneficiar a cultura e apaziguar os ânimos dos alhicultores, pois a necessidade de suplementar água às lavouras vinha sendo sistemática. Essa prática, embora bastante difundida e efetiva, sempre acarreta requerimento de tempo e incremento nos custos de produção. Lavouras demonstram boa uniformidade de germinação e bom vigor das plantas; primeiras plantas implantadas já se adiantam na formação de folhagens e recebem os primeiros tratamentos fitossanitários para a prevenção de fitopatias, além de adubações nitrogenadas de cobertura. Nessas, também está sendo efetivada supressão das ervas espontâneas por meio da aplicação de herbicidas. Se mantêm as expectativas de boa safra e colheita, assim como uma cotação remuneradora do bulbo. Até o final desta semana deverá estar encerrado o plantio na região Nordeste. A falta de chuvas fez com que os produtores que dispõem de sistema de irrigação realizassem a prática para favorecer a brotação da semente e o desenvolvimento da cultura que está na fase inicial. O clima seco está prejudicando o desenvolvimento da cultura em áreas não irrigadas. Cebola - Segue intenso o preparo do solo para o cultivo da próxima safra da cebola nos principais municípios produtores da região Sul. Estão semeados 100% do total para o plantio da safra 2016/2017, apresentando mudas com bom desenvolvimento. Nos municípios produtores segue o transplante das mudas para os canteiros definitivos. A área de cebola transplantada na região corresponde a em torno de 25% da área total prevista. Atualmente, a cebola comercializada na região é toda ela proveniente de outros estados. Em Rio Grande, está finalizada a semeadura da cebola (cebolinho) do tarde, com o transplante previsto para o mês de agosto. Também segue a semeadura direta da cebola, para aqueles produtores que cultivam nesse sistema. Em São José do Norte, deverá ser mantida a mesma área de intenção de plantio da safra passada. A cebola semeada em abril teve perdas com o excesso de chuvas, obrigando a realização de novas semeaduras. A maioria da cebola já está com três folhas.

Batata - Continua dentro da normalidade a realização da colheita na região Nordeste. Com base nas produtividades verificadas nas áreas já colhidas, que chegam a aproximadamente 90%, podemos afirmar que o potencial produtivo ficou abaixo do esperado inicialmente. Considerando-se as perdas por redução de produtividade e a perda de qualidade em relação ao tamanho/classificação dos tubérculos, a redução ficará em torno de 50%. Não ocorreram chuvas na semana, o que está dificultando um pouco a colheita. Toda a batata rosa aqui comercializada é proveniente da microrregião de Ibiraiaras. A qualidade da batata colhida continua sendo muito boa, porém em torno de 40% da produção colhida está sendo classificada como tipo 2 devido ao menor tamanho dos tubérculos, em consequência das geadas que anteciparam o ciclo da cultura. Na comercialização local, os preços pagos ao produtor para o tipo 1 ficaram entre R$ 115,00 e R$ 120,00, tanto para a batata rosa – em torno de 90% já colhida – quanto para a batata branca – colheita praticamente finalizada, com cerca de 99%. A batata branca (tipo 1) teve significativa baixa nos preços em nível de produtor; a batata rosa e branca do tipo 2 (miúda) é remunerada com valores em torno de R$ 50,00. Pepino - Restam poucas áreas de cultivo de pepino de ambiente protegido em fase final de produção, sendo que o clima das últimas semanas foi favorável à produção. A procura da cultura está em alta nos mercados, e o preço de entrega dos produtores esteve entre R$ 40,00 a R$ 60,00/cx. de 20 quilos. Há relatos de que o pepino tipo conserva foi comercializado por até R$ 85,00/cx. de 25 quilos, tanto na Ceasa quanto no mercado em geral. O pepino salada subiu de R$ 30,00 para R$ 50,00. Algumas áreas implantadas em microclimas se encontram em início de colheita, com boa sanidade, e a maioria das áreas encontra-se em fase de organização para plantio ao longo deste mês. É perceptível na região do Vale do Caí a expansão das áreas de cultivo de pepino conserva em ambiente protegido, através de novos investimentos que vêm sendo realizados.

Tomate e pimentão - Neste período restam poucas áreas de cultivo protegido de tomate em fase de colheita, sendo que o clima dos últimos dias foi favorável, determinando baixa incidência de doenças. Os preços dessa semana variaram entre R$ 40,00 e R$ 60,00/cx. ou R$ 2,50 a R$ 3,00/kg. Propriedades que tradicionalmente

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cultivam tomate no Vale do Caí trabalham neste momento no preparo de novas áreas e na formação de mudas, sem expectativa de ampliação de áreas. Devido à escassez do produto, o pimentão também subiu R$ 5,00/cx., sendo comercializado ao preço de R$ 35,00/cx. de 10 quilos na Ceasa e também no mercado em geral.

Couve-flor, repolho, brócolis e alface – Vale do Caí: o repolho encontra-se em plena colheita; o preço baixou, sendo comercializado a R$ 12,00/sc. com 20 quilos. Brócolis e couve-flor que se encontram em fase de colheita apresentam boa qualidade, porém, a comercialização está retraída. Alguns olericultores relatam ter recebido R$ 1,00 a unidade. De um modo geral não ocorreu, nesse período, ataque significativo de pragas ou doenças nestes cultivos. Ocorreram problemas pontuais com ataque de lagartas, depreciando a qualidade dos produtos.

Alface - A oferta desta folhosa com qualidade é generosa neste período no Vale do Caí, sendo que os preços baixaram, alcançando valores entre R$ 4,00 e R$ 7,00/dz.

Beterraba - Encontra-se em fase de colheita, com pouca ocorrência de doenças e pragas, mantendo-se o preço de comercialização em R$ 20,00/dz. Preços de outras olerícolas no Vale do Caí

Almeirão: R$ 10,00 dz.

Couve folha: R$ 8,00 dz.

Chicória: R$ 10,00 dz.

Tempero verde: R$ 10,00 dz.

Repolho: R$ 1,60 unid.

Couve-flor: R$ 15,00 dz.

Brócolis: R$ 12,00 dz.

Frutícolas

Morango - Neste ano, a produção da safra de morangos inicia com um mês de atraso em relação ao início da produção da safra 2015 nos vales do Caí e Taquari. Na primeira semana de julho, é que começaram a aparecer as primeiras flores cuja produção terá início a partir da segunda quinzena do mês em curso. O clima das últimas semanas foi favorável para a cultura do morango que estava estagnado. O calor ajudou no desenvolvimento vegetativo e na emissão de flores. A princípio as mudas novas implantadas no tarde estão se

desenvolvendo bem e sem problemas fitossanitários. A produção atual das áreas manejadas com poda para um segundo ciclo produtivo ainda é muito baixa, mas já se registra comercialização da cumbuca a preços variando entre R$ 5,00 a R$ 8,00.

Citros - Tem continuidade a colheita de frutas cítricas na região do Vale do Caí, principal produtora de citros do Estado. Entre as bergamotas, está quase finalizada a colheita do cultivar Caí, do grupo das comuns. Deste grupo das comuns fazem parte a Caí, a Pareci e a Montenegrina, com maturação e colheita nesta sequência. A cultivar Pareci está em início de colheita, com 10% das frutas já colhidas (veja quadro). A Pareci tem um curto período de colheita, aproximadamente 45 dias. A última cultivar do grupo das comuns, a Montenegrina, que tem a maior área de cultivo no Rio Grande do Sul, tem o início de colheita previsto para o mês de agosto. Já a Ponkan, fruta bastante atrativa para o consumidor – pela facilidade do descascamento, gomos que soltam com facilidade e pelo aroma típico desta fruta –, já está com 60% das frutas colhidas. O preço recebido pelos citricultores tem se mantido estável nesta primeira quinzena de julho, tendo havido pequeno acréscimo no preço da Caí e da Ponkan. O preço médio de R$ 17,00 recebido pelos citricultores pela caixa da Pareci reflete a excelente qualidade desta fruta neste início de colheita, com coloração intensa e quantidade de suco superior à da Caí em final de colheita. Em relação às laranjas, estão em finalização a colheita e comercialização das cultivares precoces. Encerrou a colheita da variedade de umbigo Bahia; a colheita da variedade Céu Precoce está em 95%, a Shamouti está com 80% colhida, e a Seleta encerrou a colheita. Estas cultivares precoces estão sendo sucedidas pelas cultivares tardias. A umbigo Monte Parnaso, laranja para consumo ao natural por excelência, é a mais tardia das laranjas de umbigo e já tem 5% das frutas colhidas. A variedade Céu Tardia, laranja sem acidez, sucede a Céu Precoce. A laranja Valência – cultivar com maior área de pomares no Rio Grande do Sul, destinada especialmente para a elaboração de suco –, apesar de não estar com a maturação ideal para colheita, já começou a ser comercializada. Os preços recebidos pelos citricultores pelas laranjas de ciclo tardio estão levemente superiores aos das precoces em final de colheita. Isto se deve à melhor qualidade destas cultivares, quando comparada às precoces.

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Além do mercado para o consumo ao natural, os citricultores comercializam laranjas e bergamotas também para a indústria de suco. No município de Tupandi já foram comercializadas mais de 40 cargas (16 a 17 toneladas por carga) de laranja para suco das variedades Céu, Shamouti, Umbigo e Valência, ao valor médio de R$ 350,00/t, preço estável na última quinzena. Em Brochier, a laranja Valência começou a ser comercializada cedo este ano, ao preço de R$ 7,00/cx. na propriedade. Os produtores que a entregam diretamente na indústria estão recebendo em média R$ 350,00/t, valor sobre o qual são descontados frete e impostos. Nesta última semana os produtores relataram que os compradores intermediários diminuíram a compra da laranja, pois a indústria está com excesso de frutas vindas de outras regiões, com redução do preço recebido em comparação ao final de junho. Para a associação Brochier Citrus, que entrega diretamente na indústria, o preço continua estável. Em relação à bergamota Ponkan para suco, os citricultores estão recebendo em média R$ 250,00/t entregue na indústria.

Em relação à lima ácida Tahiti, popular limão da caipirinha – que tem floração durante todo o ano, e, portanto, colheita também – devido ao frio intenso deste inverno, combinado com as geadas de junho, foi diminuída a qualidade dos frutos, apresentando um amarelecimento que não é aceito pelo mercado consumidor. Isto determinou a queda do preço da fruta gaúcha. Por outro lado, aumentou consideravelmente a importação do Tahiti de São Paulo, que está com coloração melhor que a fruta local e com preços bem maiores.

Cultura e comercialização de citros

Fruta

% colhido

até 08.07

R$/cx. em 24.06

R$/cx. em 08.07

Bergamota Caí

95% 11,00 12,00

Bergamota Ponkan

60% 11,00 12,00

Bergamota Pareci

10% Sem

comercialização

17,00

Laranja Céu Precoce

95% 12,00 11,00

Laranja Céu Tardia

10% Sem

comercialização

13,00

Laranja Umbigo Monte Parnaso

05% Sem

comercialização

28,00

Laranja Shamouti

80% 13,00 14,00

Laranja Valência

02% Sem

comercialização

12,00

Lima ácida Tahiti

30% 23,00 20,00

Na região Nordeste do Estado, o frio causou danos à citricultura na região, mas não de maneira significativa, porque não prejudicaram a cultivar Valência, a mais plantada na região. Para a próxima safra, espera-se uma boa produção. Não houve variação de preço da semana passada para esta. As laranjas de mesa comercializadas no município de Maximiliano de Almeida foram as seguintes:

Rubi, Iapar 53 e Salustiana: 600 caixas a

R$ 11,00/cx.

Laranja de umbigo Monte Parnaso: 300

caixas a R$ 14,00/cx.

Laranja do céu: 20 caixas a R$ 12,00

reais/cx.

Laranja indústria: 48 t a R$ 300,00/t

Entre as bergamotas, as variedades mais cultivadas na região são Ponkan e Montenegrina. Chama a atenção dos comerciantes a qualidade da bergamota Ponkan. Também não ocorreu variação de preço da semana anterior para esta. A Ponkan teve 600 caixas comercializadas a R$ 10,00/cx. Há uma grande procura pelo cultivar Ponkan devido ao seu sabor suave. A cultivar Montenegrina será colhida a partir da segunda quinzena de julho. Em Alpestre, na região do Médio Alto Uruguai, e em seu entorno, a comercialização da bergamota Montenegrina alcançou R$ 18,00/cx. Laranjas destinadas à elaboração de suco tiveram preços de R$ 0,30/kg e para mesa entre R$ 0,45 e R$ 0,50/kg. Em Liberato Salzano a indústria ISAU está adquirindo laranjas ao preço de R$ 0,35/kg, colocadas na indústria, com transporte a ser descontado; laranjas de mesa a R$ 0,45/kg; bergamota Caí a R$ 15,00/cx., com frutos de boa qualidade. No Vale do Rio Pardo, o clima está favorável à maturação dos frutos, conferindo cor e sabor

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(qualidade); porém nos vales do Alto da Serra do Botucaraí as geadas intensas intensificaram a maturação de bergamotas; em locais onde as geadas foram fortes, recomenda-se colher os frutos maduros, evitando-se a perda. Estão em colheita as variedades de bergamotas Caí, Pareci e Ponkan e da laranja de umbigo, além de variedades de laranja para suco mais precoces.

Comercialização de Hortigranjeiros Dos 35 principais produtos analisados semanalmente pela Gerência Técnica da Ceasa/RS no período entre 05 e 12/07/2016, tivemos16 produtos estáveis em preços, oito em alta e 11 em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. Nenhum produto destacou-se em alta, e um destacou-se em baixa: o brócolis – de R$ 1,67 para R$ 1,25/cabeça (-25,15%). Pela terceira semana seguida, o brócolis mantém-se em grande oferta, movendo os preços de atacado novamente para baixo. Entraram nesta oportunidade cerca de 7.050 dúzias de cabeças para o abastecimento, volume este bem mais elevado que a média por dia forte ocorrida no último triênio para julho, que foi 5.597 dúzias. O clima favorável é o responsável por esta situação, acelerando o desenvolvimento da cultura e seu aprontamento, inundando o mercado atacadista. Nesta terça-feira, a cotação se estabeleceu em R$ 1,25/cabeça, valor este bem abaixo da média ocorrida nos último triênio para julho, que foi R$ 1,47/cabeça.

PRODUTOS EM ALTA

05/07 (R$)

12/07 (R$)

Aumento (%)

Abacate (kg) 2,40 2,75 + 14,58

Banana Caturra/Nanica (kg)

1,80 2,00 + 11,11

Banana Prata/Branca (kg)

2,77 3,00 + 8,30

Morango (kg) 12,85 15,71 + 22,26

Milho verde (scl. 3 esp.)

2,30 2,50 + 8,70

Pimentão verde (kg)

5,00 5,50 + 10,00

Alho importado (kg) 21,00 22,00 + 4,76

Aipim/mandioca (kg)

1,00 1,10 + 10,00

PRODUTOS EM BAIXA

05/07 (R$)

12/07 (R$)

Baixa (%)

Manga (kg) 2,0067 2,50 - 6,37

Alface (pé) 0,67 0,58 - 13,43

Brócolis (unid.) 1,67 1,25 - 25,15

Couve (molho) 1,25 1,00 - 20,00

Couve-flor (cabeça) 2,50 2,08 - 16,80

Espinafre (molho) 1,67 1,50 - 10,18

Chuchu (kg) 2,75 2,25 - 18,18

Pepino salada (kg) 3,00 2,75 - 8,33

Tomate-caqui longa vida (kg)

2,50 2,25 - 10,00

Batata (kg) 3,40 3,00 - 11,76

Ovo branco (dúzia) 4,00 3,67 - 8,25

Fonte: Ceasa/RS Na semana que passou, o clima foi muito quente para esta época do ano no Planalto Médio, mas não prejudicou a olericultura.

Ocorreu muito pouca precipitação pluviométrica, mas não prejudicou a olericultura porque todas as áreas são irrigadas. Há uma grande oferta de hortaliças folhosas na feira do produtor de Passo Fundo. Apesar da crise, os preços continuam estáveis na região. As geadas que ocorreram há duas semanas causaram graves danos ao cultivo comercial de couve-flor e brócolis, com perdas em torno de 70%. A cenoura baixou de preço, passando de R$ 3,25/kg para R$ 2,00/kg. Tabela de preços praticados na Feira do Produtor Passo Fundo

Produto Preço (R$)

Unidade/medida

Alface lisa e/ou crespa

1,00 pé

Alface americana

1,00 pé

Almeirão 1,00 pé

Rúcula 1,00 pé

Brócolis 1,50 molho

Chicória 1,25 pé

Couve-flor 2,50 cabeça

Couve-folha 1,25 molho

Tempero verde 1,00 molho

Cenoura 2,00 kg

Beterraba 3,00 molho

Aipim 4,00 pac. 750 gr

Repolho roxo 3,00 cabeça

Repolho verde 3,00 cabeça

Rabanete 1,50 molho

Abóbora cabotiá 2,50 kg

Batata-doce 2,65 kg

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Batata 4,99 kg

Alho 24,00 kg

Pepino salada comum

1,50 kg

Fonte: Emater/RS-Ascar, diretamente do produtor rural.

Uva – Na Serra Gaúcha, o momento é de práticas de renovação e manutenção de vinhais estabelecidos, como sistematização de terreno, ou seja, formação de estradas nas entrelinhas, troca de palanques, esticamento de fios e cordoalhas, replantio de mudas. Nesses vinhais, também são iniciadas a poda de inverno ou seca e a aplicação de ativadores e reguladores da brotação, em vinhais localizados em mesoclimas mais quentes localizados nos vales de rios; tais práticas são realizadas também na região tradicional, nas propriedades em que a mão de obra especializada é reduzida e/ou onde os vinhais são de maiores dimensões. A poda de outono de abril e maio, vem sendo intensiva e animadamente adotada a cada safra, sendo uma alternativa interessante no desafogo físico e psicológico do compromisso de final do inverno. Essa prática vem postergando o abandono de videiras pela perda natural do vigor físico dos proprietários e a descontinuidade da sucessão familiar. As espécies introduzidas ou de ressemeadura de cobertura do silo vêm tendo desenvolvimento pífio, com baixa produção de massa verde. Primeiro, o calor exacerbado de abril; após, 60 dias com intensas geadas e sem precipitações, estagnaram o estabelecimento ou desenvolvimento das mesmas. Nos vinhais novos, continua intensa a prática de plantio de mudas, havendo ainda procura por mudas de variedades tradicionais, como a Bordô, e de outras mais recentes, como a Cora e a Carmen. O plantio e a procura pelo porta-enxerto P1103 vêm sendo grandes, havendo ainda alguns viticultores tentando adquirir mudas para complementar as áreas dos futuros vinhais.

CRIAÇÕES Pastagens - A oferta de pastagens estava muito crítica, pois tivemos diversas regiões que ficaram mais de 40 dias sem registro de chuvas. Além disto tivemos um outono severo com sequência de vários dias com ocorrência de geadas; e mesmo nos dias em que não houve geada, as temperaturas foram muito baixas. Agora com as chuvas generalizadas que ocorreram, foram reestabelecidas as condições de solo para uma retomada do desenvolvimento das pastagens, principalmente de aveia e azevém.

O campo nativo, base da nutrição dos bovinos de corte, apresenta-se muito fibroso, com baixa proteína bruta e baixa digestibilidade. Os bovinos ingerem este pasto, mas seu valor nutricional é muito baixo, não alcançando os níveis mínimos de 7% de proteína bruta (PB). Com isto há um déficit nutricional dos rebanhos que se traduz em perda de peso. As pastagens cultivadas de inverno apresentam-se com desenvolvimento lento, pois as condições climáticas no momento contribuem para o baixo desempenho das pastagens implantadas. Há expectativa de dias ensolarados que deverão proporcionar um melhor desempenho das pastagens com aumento da taxa de crescimento. Em algumas regiões os produtores estão com aveia e azevém em desenvolvimento e realizando pastoreio. Porém em algumas áreas observa-se que o ciclo produtivo das pastagens cultivadas poderá ser de um período insuficiente para um adequado ganho de peso dos animais até a época recomendada pelo zoneamento agrícola do novo plantio de soja. Produtores fazem aplicação da adubação de cobertura com nitrogênio com o objetivo de acelerar o crescimento e dar maior suporte de carga animal sobre as pastagens.

Bovinocultura de corte - Período caracterizado pela redução do peso animal, em virtude do uso das reservas para manutenção corporal. Melhor estado corporal é característico daqueles que estão sobre o campo nativo melhorado. Em alguns locais os produtores estão fornecendo feno de palha de arroz aos rebanhos e suplementando com sal proteinado para suprir a deficiência de proteína, devido à redução da qualidade das espécies forrageiras do campo nativo. Com as chuvas e temperaturas mais elevadas, ocorrerá a retomada do desenvolvimento das pastagens, e os bovinos de corte manejados sobre pastagens de aveia e azevém poderão começar a recuperar o escore corporal e ganhar peso. Também nesse período os produtores estão manejando os rebanhos para adequar a carga animal às condições de disponibilidade forrageira dos campos nativos. O estado sanitário do rebanho de corte é bom até o momento, embora a fraqueza debilite os animais e predisponha a doenças. Se realiza a vacinação contra a brucelose nas terneiras dos três aos oito meses de idade. No rebanho bovino o período de cobertura das vacas foi encerrado, e a fase é de gestação, com expectativa de altas taxas de prenhez das vacas; de uma maneira geral, o resultado obtido através

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do diagnóstico de gestação apresenta bons índices. Comercialização Na região da Campanha e Fronteira Oeste, os preços do boi gordo em algumas localidades sinalizam uma tendência de alta e em outras continuam com tendência de estabilidade. No período tivemos a seguinte precificação, com preços à vista: boi gordo de R$ 5,10 a 5,80/kg vivo; vaca gorda de R$ 4,40 a 5,80/kg vivo; terneiro de R$ 4,20 a 6,30/kg vivo; vaca de invernar de R$ 3,70 a 4,74/kg vivo e novilho de invernar de R$ 5,00 a 5,70/kg vivo. Na região de Caxias do Sul, os preços dos bovinos e a comercialização continuam estáveis: boi gordo R$ 5,70/kg vivo; vaca gorda R$ 5,00/kg vivo e terneiro R$ 5,50/kg vivo. Na região de Passo Fundo, registro de venda de novilhos para engorda com preços entre R$ 5,00 e 6,80/kg vivo; boi gordo sendo comercializado entre R$ 5,60 e 5,80/kg vivo, e a vaca descarte com preço entre R$ 4,25 e 5,20/kg de peso vivo. Na região de Pelotas, boi gordo de R$ 5,30 a 5,60/kg vivo; vaca gorda de R$ 4,50 a 5,00/kg vivo e terneiro de R$ 5,30 a 6,00/kg. Preços recebidos na região de Porto Alegre: boi

gordo de R$ 5,30 a R$ 5,40/kg vivo; vaca gorda de R$ R$ 4,60 a R$ 4,70/kg vivo; vaca de invernar R$ 1.300,00 a R$ 1.400,00/cb.; vaca com cria ao pé,

de R$ 1.950,00 a R$ 2.100,00/cb. e terneiro de R$

800,00 a R$950,00/cb. Esses preços têm sido considerados suficientes para garantir uma remuneração adequada e manter a lucratividade na atividade. Na região de Santa Maria, o preço do cordeiro é de R$ 5,35 a R$ 5,50/kg vivo. Na região de Santa Rosa, voltam a aparecer compradores de terneiros vindo do Paraná; porém os produtores estão receosos de vender a prazo. Os que têm maiores dificuldades de manter os animais no campo nativo ou que ainda não têm pastagens estão confiando nos compradores e vendendo seus animais. Preços: terneiro R$ 5,20 a 5,50/kg vivo; boi gordo R$ 5,40 a R$ 5,50/kg vivo e vaca gorda R$ 4,90 a R$ 5,00/kg vivo. Na região de Soledade, terneiro comercializado a R$ 6,00/kg. Bovinocultura de leite - De maneira geral os rebanhos de bovinos de leite estão apresentando desempenho menor, e a produção diminuiu devido à ocorrência do frio e de geadas, o que ocasiona a diminuição da oferta de forragem e consequentemente da produção de leite. Alguns

produtores que estão utilizando o sistema de piqueteamento nas pastagens têm conseguido um melhor aproveitamento das forrageiras. Mas neste período a tendência é ocorrer uma queda na produção, e para evitar essas perdas os produtores estão fornecendo silagem de milho e rações, como maneira de suplementar o déficit alimentar, pois em alguns locais as pastagens de inverno ainda não apresentam condições plenas de produção para o atendimento dos requerimentos nutricionais do rebanho. Os produtores que dispõem de feno e silagem conseguem manter o nível de produção de leite na média; do contrário, há uma queda considerável. Isto preocupa os produtores, pois se o inverno continuar rigoroso como iniciou, muitos terão falta de volumoso para alimentação das vacas. Também ocorre maior fornecimento de ração concentrada aos animais. A decisão de arraçoar o rebanho é difícil devido aos elevados custos dos concentrados, reajustados sempre acima do preço do leite. Por isto a suplementação está sendo feita com muito critério. Durante este período tivemos uma elevação na temperatura; em alguns dias a presença do sol e de umidade permitiu que as pastagens de inverno pudessem realizar fotossíntese e ter desenvolvimento satisfatório. Os produtores estão utilizando as pastagens de inverno, como azevém, trevos e cornichão, para manter o estado corporal dos animais e evitar queda maior na produção. As condições sanitárias também são boas. O monitoramento e o controle de endo- e ectoparasitas vêm sendo realizados pelos produtores de leite. Comercialização Para os produtores que têm uma boa produção e também qualidade, o preço do leite tem sido fator de estímulo nesse setor. Em Caxias do Sul, o preço médio do leite pago ao produtor varia bastante na região: de R$ 1,11 a R$ 1,47, dependendo de bônus por qualidade e quantidade. Em Erechim, os preços do litro de leite variaram de R$ 1,06 a R$ 1,52, com média de R$ 1,12. Em Frederico Westphalen, preços sinalizam recuperação com grande variação entre os agricultores. Preços pagos pela indústria ao produtor: R$ 1,14 e R$ 0,88, respectivamente máximo e mínimo; remuneração média: R$ 1,01. Na região de Ijuí, há tendência de aumento do preço pago ao produtor no próximo faturamento. Levantamentos realizados a campo apontaram os seguintes indicadores médios de qualidade do leite.

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Faixa de produção (litros)

Volume amostrado

(litros)

Valor recebido

(R$/L)

Até 1.500 108.759 0,87

1501 até 3.000 188.490 0,93

3.001 até 4.500 591.320 1,01

4.5001 até 6.000 850.000 1,09

6.001 até 9.000 854.457 1,09

9.001 até 15.000 1.034.600 1,16

15.001 até 30.000 704.000 1,24

30.001 até 75.000 472.500 1,28

Acima de 75.000 253.000 1,38

Média 5.057.126 1,14

Em Passo Fundo, os valores pagos ao produtor variam de R$ 1,23 a R$ 1,44 pelo litro de leite; a ração com 18% de PB está sendo comercializada com preços de R$ 1,28 e R$ 1,48/kg, estáveis na semana. Na região de Porto Alegre, o preço bruto do leite entregue para as cooperativas Piá, Stefenon e Lactalis (antiga BRF) permanece com um valor médio de R$ 1,00/L, mas está em alta. Os produtores que recebem bonificação por qualidade estão recebendo em torno de R$ 1,15/L. Na região de Pelotas, os preços do litro do leite pagos aos produtores tiveram reajustes, reanimando o setor. Aumentou a procura de leite por parte das cooperativas e agroindústrias. Os preços pagos aos produtores estão variando entre R$ 0,80 a R$ 1,47/L. Na região de Santa Maria, em decorrência da queda de produção, o preço do litro de leite tem sofrido elevação a cada semana. Em Nova Palma o preço médio praticado estava a R$ 1,42/L. Na região de Santa Rosa, a produção de leite permanece abaixo do normal; assim, o preço do produto está com tendência de alta e agora a indústria está buscando produtores, ao invés de excluí-los. O preço pago pela indústria está variando de R$ 0,95 a R$ 1,60/L. Nas Missões, produtores de leite remanescentes à crise que atingiu o setor buscam se profissionalizar e ficam na expectativa de que os roteiros/linhas de leite se estabilizem, pois, com distâncias consideráveis entre as propriedades, a produção poderá ser insuficiente para manter a coleta e o transporte da produção. Na região de Soledade, por conta da redução da produção de leite, o preço está em alta, em torno de R$ 1,20, dependendo da quantidade e qualidade, mas há produtores recebendo R$ 1,30/L. Observa-se uma tendência de elevação do preço.

Ovinocultura - A volta da chuva beneficia as pastagens cultivadas de inverno (aveia e azevém). O aumento da umidade do solo propicia condições adequadas para aplicação de adubação nitrogenada em cobertura. Essa prática, adotada por muitos pecuaristas, proporciona uma recuperação mais rápida desse alimento volumoso, permitindo que o rebanho que vinha sendo manejado nestas áreas continue ganhando peso. A situação é mais crítica em pastoreio de campos nativos. Nesta época, devido ao frio, diminuem naturalmente a oferta e a qualidade deste volumoso. Com a ocorrência de fortes geadas, acentuaram-se as perdas, pois os campos ficaram secos e o rebanho perde peso. A situação está sendo amenizada com o manejo dos animais em restevas de soja. Período de gestação das ovelhas em fase final. Os ventres estão sendo colocados nos melhores potreiros. Em algumas regiões, cerca de 40% das matrizes já pariram. Em outras regiões a parição se aproxima do terço final, sendo a parição ainda incompleta apenas entre rebanhos encarneirados nos meses de março e abril. Alguns produtores finalizaram a esquila pré-parto no rebanho e também realizam outras práticas recomendadas antes da parição, como limpeza de úbere, cascos, olhos e cola, para os rebanhos que vão parir mais tarde. Os rebanhos apresentam condição corporal razoável; porém os animais estão perdendo peso devido às condições do clima. Devido à umidade excessiva, os animais apresentam problemas de verminose, percebidos em todas as categorias do rebanho, inclusive cordeiros e borregos, com relatos de algumas mortes. Os produtores realizam cuidados especiais no controle das miíases, hemoncoses. Alguns rebanhos apresentam problemas de podridão dos cascos. Os cordeiros estão apresentando desenvolvimento razoável. Produtores relatam morte de cordeiros devido aos rigores climáticos e também ao ataque de javalis, zorros, caranchos e outros predadores. Comercialização Na região de Bagé, embora os preços do cordeiro estejam atrativos, a comercialização continua lenta, com reduzida oferta. Também ocorrem negócios com borregos até dois dentes. Ovelhas de descarte com difícil comercialização. Preços:

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capão de R$ 3,00 a R$ 5,30/kg vivo; cordeiro de R$ 4,00 a R$ 5,70/kg vivo. Na região de Pelotas, os preços da carne ovina se mantêm estáveis. Mercado da lã com pouco movimento e preços estáveis. A Cooperativa de Lãs Mauá Ltda. está recebendo a lã de esquila pré-parto. A lã de rebanho Poll Dorset está cotada a R$ 9,00/kg. Na região de Santa Rosa, alguns produtores começam a discutir a possibilidade de criação de ovinos em semiconfinamento. Preços: capão R$ 5,50/kg vivo; ovelha de R$ 4,80 a 5,00/kg vivo; cordeiro de R$ 5,50 a R$ 6,00/kg vivo e carne ovina de R$ 15,00 a R$ 18,00/kg. Suinocultura - Na região de Erechim, mesmo havendo certa estabilidade nos preços dos insumos, os produtores continuam preocupados com a disponibilidade de milho. Na região o milho está sendo comercializado de R$ 42,00 a R$ 58,00 por saca; o quilo do farelo de soja, de R$ 1,60 a R$ 2,10 e o quilo do suíno vivo, a R$ 2,90. Os suinocultores continuam insatisfeitos com o retorno econômico obtido com o desenvolvimento da atividade. Na região de Santa Rosa, situação difícil para os criadores independentes, que estão trabalhando no prejuízo, devido ao aumento do milho e soja. O preço do quilo vivo está cotado em R$ 2,90 e o saco de milho está próximo dos R$ 50,00; e acima de tudo, é difícil de encontrar. Há criadores deixando passar o cio e até provocando aborto nas fêmeas para evitar prejuízos ainda maiores na atividade. De acordo com a pesquisa da ACSURS, realizada em 11/07/2016, o preço do suíno apresentou queda de R$ 0,11 esta semana e o preço da tonelada de farelo de soja baixou para R$ 1.420,00 no pagamento à vista e para R$ 1.440,00 no pagamento com 30 dias de prazo, ambos no preço da indústria. A pesquisa também informa a seguinte cotação das agroindústrias e cooperativas: Cotrel* R$ 2,90/kg vivo; Cosuel/Dália Alimentos R$ 2,82/kg vivo; Cotrijui R$ 2,95/kg vivo; Cooperativa Languiru R$ 2,70/kg vivo; Cooperativa Majestade* R$ 2,80/kg vivo; Ouro do Sul R$ 3,20/kg vivo; Alibem R$ 2,80/kg vivo; BRF* R$ 2,80/kg vivo; JBS R$ 2,80/kg vivo; Pamplona* R$ 2,80/kg vivo. A cotação agroindustrial média do suíno é de R$ 2,85 (*mais bonificação de carcaça). Piscicultura e Pesca artesanal - Na região de Erechim, a semana foi de temperaturas altas para o período. O calor extemporâneo propiciou alto desenvolvimento de plâncton. Este clima tem

favorecido o desenvolvimento dos peixes. Contudo, em algumas propriedades tem ocorrido mortandade, especialmente devido à baixa oxigenação da água. Entre as espécies com mortalidade, destacam-se as tilápias. O preço do peixe vivo comercializado em feiras tem se mantido estável: carpas entre R$ 8,00 e R$ 15,00 /kg e tilápias entre R$ 8,00 e R$ 10,00/kg. A piscicultura é uma atividade complementar nas propriedades do Alto Uruguai, com picos de comercialização apenas na Semana Santa. Na região de Passo Fundo, embora seja período de produção de peixes, há registro de mortandade de algumas espécies, principalmente por conta da entressafra nos sistemas mais extensivos, onde os animais são mais dependentes das condições naturais do ambiente; isso ocorre especialmente entre as espécies pequenas, provavelmente associado à escassez de alimentos e à redução da qualidade de água nesses açudes. Com as condições de frio mais intenso, associado à menor insolação, ocorre uma menor reprodução microbiológica nesses reservatórios ocasionando assim uma baixa oferta de alimentos para os peixes. Na região de Pelotas, período de defeso na Lagoa dos Patos. Em Rio Grande, Pelotas, São Lourenço e São José do Norte, desde o dia 01 de junho os pescadores artesanais passaram a receber o seguro defeso, ficando proibida a pesca da Laguna dos Patos até o mês de setembro. Em Pelotas, segue o trabalho com os grupos da feira do pescado, serviço de convivência e com o grupo Sonhos Entrelaçados. Segue também a luta do Fórum da Lagoa para liberar a pesca do bagre. A questão está agora em nível federal. A espécie está em perigo de extinção. Foi encaminhado laudo de prorrogação de dívida. Em Arroio Grande, a Lagoa Mirim com nível alto possibilitando uma pesca mais viável para o pescador, ou seja, com menor custo. Jaguarão, relata diminuição da pesca. A indústria está exigindo tamanho acima de 500 gramas. Em Tavares, a pesca do Camarão está encerrada. Na região de Santa Rosa, a disponibilidade de pescado na região não é grande, pois na semana anterior a água muito limpa favoreceu o desenvolvimento de algas que aderem nas redes e aumentam a visibilidade do material disposto no rio, favorecendo que os peixes escapem. Em São Pedro do Butiá, será realizada em 17 de julho a 19ª Fischfest, a tradicional Festa do Peixe, promovida pela Associação dos Piscicultores juntamente com a equipe da Emater/RS-Ascar, no

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Parque Municipal de Exposições Norberto Guilherme Ten Kathen. Apicultura - Na região de Bagé, a atividade começa a entrar no período de entressafra. Os produtores fazem o manejo das colmeias. Em alguns locais os produtores ficaram insatisfeitos com a produção obtida, com quebras na produção de até 60%. Houve relatos de vários apicultores relacionados com a mortandade das abelhas e redução dos enxames; a consequente redução na produção poderá se refletir nos preços do produto. Os dias frios fazem com que o trabalho das abelhas operárias diminua. Nos dias de muita chuva, os produtores estão realizando a alimentação de inverno de suas colmeias. Alguns produtores estão fazendo migração das colmeias para eucaliptos em floração. Na região de Caxias do Sul, há pequena produção de mel e os enxames têm pouca reserva alimentar. Para manter suas colmeias, alguns apicultores estão fornecendo alimentação proteica. Devido ao frio intenso as caixas americanas tiveram seu alvado reduzido, retendo o calor dentro da colmeia. Apicultores que trabalham com marcenaria aproveitam o período para construírem ou reformarem suas caixas e caixilhos, se preparando para a safra deste ano. Alguns também realizaram monitoramento dos apiários para controle de ataques de predadores. Outros não realizam manejo algum, deixando para examinar as caixas somente na primavera. Os enxames, de uma maneira geral, encontram-se em boas condições sanitárias. A baixa produção mantém os preços altos e já está faltando mel no mercado, mantendo os preços elevados. A precificação ficou com o mel no varejo a R$ 22,00 e mel no atacado a R$ 12,00/kg. Na região de Erechim, as condições climáticas ocorridas na última quinzena favoreceram o trabalho das abelhas. No entanto, nesta época do ano há pouca florada. O mel está sendo comercializado de R$ 18,00 a R$ 25,00/kg na venda direta ao consumidor, com pequena disponibilidade. Alguns apicultores estão fornecendo alimentação complementar para as abelhas. Na região de Passo Fundo, o período é de entressafra na produção de mel e crítico para a manutenção dos enxames, exigindo dos apicultores cuidados específicos quanto a alimentação energética dos enxames, fazendo se necessário o uso de alimentação artificial para manutenção dos enxames. Nesse período, de frio mais intenso as práticas de manejo devem ser

realizadas de forma rápida e ágil e com intervalos maiores, evitando o stress dos enxames a essa exposição ao frio durante o manejo. Na região de Porto Alegre, os apicultores realizam alimentação suplementar para manter os enxames. Mercado: os preços atuais variam no mercado local de R$ 18,00 a R$ 20,00/kg para o mel pote de um quilo e para R$ 12,00 para o pote de meio quilo, e o pote de 250 g por R$ 6,00. O extrato de própolis também está com uma boa procura. Na região de Santa Rosa, os apicultores que se utilizam de apiários migratórios trazem suas colmeias para alguns municípios visando a floração da canola; segundo eles, mesmo com a baixa qualidade da flor e baixo rendimento de mel, a realocação das colmeias é importante para manutenção e ampliação do enxame, preparando a colmeia para floradas subsequentes. Com uma área de aproximadamente 500 hectares de canola, o município de Bossoroca deverá abrigar em torno de mil colmeias migratórias. Não há, no entanto, regulamentação fiscal que seja de nosso conhecimento para a produção destas colmeias, devendo o mel ser centrifugado no município sede do apicultor, gerando impostos sobre a produção computados somente naquele município. Na região de Soledade, nessas últimas três semanas a elevação da temperatura favoreceu a atividade das abelhas. Mesmo que a florada seja pobre nessa época do ano, há uma contribuição para a manutenção dos enxames. Nessa época, os apicultores devem ficar atentos ao comportamento dos enxames. Em muitos casos é necessário fazer alimentação artificial para manutenção dos enxames. Em função da reduzida safra de mel 2015/2016, o preço do produto teve um acréscimo significativo. O preço pago ao produtor fica em torno de R$ 8,00 a R$ 9,00/kg; no entanto o mel vendido direto ao consumidor chega a R$ 15,00. Há uma leve tendência de redução da oferta de mel, por conta da diminuição de aproximadamente 50% do volume produzido em relação ao ano passado.

ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES

Produtos Unidade Semana Atual

Semana Anterior

Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série

Histórica – 2011/2015

14/07/2016 07/07/2016 16/06/2016 16/07/2015 GERAL JULHO

Arroz em Casca 50 kg 49,09 46,57 43,12 37,46 37,03 35,64

Feijão 60 kg 197,38 183,00 171,33 133,84 140,65 141,25

Milho 60 kg 44,69 45,40 47,60 25,14 29,08 28,11

Soja 60 kg 76,87 80,11 83,78 72,66 67,26 68,25

Sorgo Granífero 60 kg 39,57 39,74 39,21 21,36 24,42 23,31

Trigo 60 kg 40,24 40,05 40,05 32,08 33,54 32,44

Boi para Abate kg vivo 5,48 5,48 5,39 6,12 4,43 4,61

Vaca para Abate kg vivo 4,90 4,89 4,84 5,53 3,98 4,13

Cordeiro para Abate kg vivo 5,48 5,40 5,48 5,55 4,87 5,04

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,23 3,20 3,17 3,38 3,35 3,08

Leite (valor liquido recebido) litro 1,15 1,09 1,04 0,95 0,91 0,93

11/07-15/07 04/07-08/07 13/06-17/06 13/07-17/07 - -

Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Planejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV).

NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série His tórica, são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2011-2015 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2011-2015.