Quelónioscuidados básicos semiologia e patologia médica
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QUELÓNIOSCUIDADOS BÁSICOSSEMIOLOGIA E PATOLOGIA MÉDICA
Ana Margarida Oliveira, 16399
Soraia Paiva, 14421
INTRODUÇÃO
• Das cerca de 335 espécies de quelónios conhecidas no planeta terra, 8 já se encontram extintas;
• Espécies de vertebrados mais ameaçados do mundo - cerca de metade da sua população em risco iminente de extinção;
• Longo tempo de vida;
• Carapaça:
o principal caraterística diferenciadora dos quelónios adultos;
o principal mecanismo de defesa;
o seres humanos conseguem destruir essa carapaça, revelando-se um predador excecionalmente eficaz, podendo mesmo ser uma das principais ameaças.
ALOJAMENTO E NECESSIDADES AMBIENTAIS
Cada espécie existente de
quelónios requer
diferentes necessidades
em relação ao seu habitat
(Jackson, 1999)
ALOJAMENTO E NECESSIDADES AMBIENTAIS
ESPÉCIES MEDITERRÂNICAS (TESTUDO SPP.)
Quando em cativeiro:
• Instalação exterior de verão
o uma área de refúgio em azulejo;
o um pequeno tanque pouco profundo;
o um espaço com relva orientado a Sul;
o uma zona de alimentação.
• Quando não existe um espaço exterior:
o zona interior deve conter uma iluminação infravermelha e ultravioleta;
o uma área mínima de 4m2 por réptil;
o refúgio com teto desmontável;
o uma zona de alimentação.
ALOJAMENTO E NECESSIDADES AMBIENTAIS
ESPÉCIES MEDITERRÂNICAS (TESTUDO SPP.)
Relativamente à zona de calor:
• a luz incidente deve ser regularizada com um temporizador que permita 14 horas de luz diárias;
• Na zona de luz infravermelha:
o a temperatura do solo deve rondar os 30ºC durante o dia, e reduzida durante a noite.
ALOJAMENTO E NECESSIDADES AMBIENTAIS
TARTARUGAS DE CAIXA AMERICANA(TERRAPENE SPP.)
Necessidades similares às anteriormente referidas.
• Tamanho da zona de água:
o deverá ser maior, pois estas passam muito tempo dentro de água, a uma profundidade de 5cm.
• Esta espécie tem por hábito enterrar-se nas folhas, pelo que deverão ter uma zona disponível para este efeito.
ALOJAMENTO E NECESSIDADES
AMBIENTAIS
TARTARUGAS DE ÁGUA DOCETARTARUGA DA FLÓRIDA (PSEUDEMYS SCRIPTA ELEGANS)
GALÁPAGO EUROPEU (EMYS ORBICULARIS)
TARTARUGA ALMISCARADA (STERNOTHERUS)
TARTARUGAS DE CARAPAÇA MOLE (TRIONYX)
ALOJAMENTO E NECESSIDADES AMBIENTAIS
• Requerem um habitat predominantemente aquático, com uma área seca onde deverá ter uma lâmpada infravermelha;
• Manter a água limpa e sem contaminação bacteriana:
o sistema de filtração incorporado;
o termostato de forma a manter a temperatura entre os 20 e os 22ºC.
HIBERNAÇÃO
• Tartarugas mediterrânicas (Testudo spp.):
o estão preparadas para uma hibernação que sucede ao equinócio de Outono, passando fome por 3-4 semanas;
o O período de hibernação deverá ocorrer a uma temperatura de 2-9ºC - recomendado um método de medição de temperatura.
HIBERNAÇÃO
• No Reino Unido, a maioria das tartarugas hiberna por mais de 5 meses devido a um mau maneio:
o aconselhado um período de 3 meses no máximo;
• Quelónios que não se alimentam ou nem urinam após a emersão do estado de hibernação requerem uma intervenção médica.
ALIMENTAÇÃOUma dieta variada e
correta é essencial para
a saúde destes animais.
ALIMENTAÇÃO
• Leguminosas;
• Hortaliças;
• Frutas;
• Carne;
• Peixe
Deve-se evitar um excesso de qualquer alimento;
De forma geral, estes podem ser alimentados por:
SEXAGEM
• Dimorfismo sexual;
• Machos
o apresentam uma cauda longa e um peito côncavo;
o algumas espécies aquáticas desenvolvem garras nos membros anteriores;
o nas tartarugas caixa Americana, os machos podem possuir uma íris vermelha;
o apresentam um pénis saliente a partir da base da cloaca, e os dois testículos são estreitamente aderentes aos rins.
SEXAGEM
• Fêmeas:
o podem ser maiores que os machos, ou possuir carapaças mais largas;
o nas tartarugas caixa Americana, as fêmeas apresentam uma íris amarela ou castanha;
REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
ESPÉCIES MEDITERRÂNEAS (TESTUDO SPP.)Os machos
• Induzem a ovulação nas fêmeas;
• Apresentam-se escondendo a cabeça e batendo com a parte frontal da
sua carapaça contra a carapaça das fêmeas;
• Mordem a extremidade da cauda das fêmeas;
• Emitem sons enquanto ocorre a monta e copula.
A cauda do macho curva-se para baixo da cauda da fêmea e introduz o
pénis na Por vezes, o macho não tem êxito na penetração, explicando a
baixa proporção de ovos férteis.
REPRODUÇÃO
TARTARUGA DA FLORIDA
Os machos apresentam características secundárias:
• Unhas muito largas nas extremidades anteriores, que usam para
acariciar a cabeça das fêmeas;
• O pénis desta espécie é escuro e em forma de seta e tem uma
cavidade seminal que deve de ser introduzida para que haja sucesso.
REPRODUÇÃO EM GERAL
• O número de gonadas é igual nas espécies, possuindo um par de
gonadas;
• O útero da fêmea pode possuir vários folículos com diferentes
tamanhos;
• O oviducto divide se em :
Infundíbulo;
Magnum;
Útero;
Vagina.
REPRODUÇÃO EM GERAL
• O infundíbulo possuí uma parte em forma de funil e outra em forma
de tubo coberta por uma parede fina com células ciliadas;
• O magnum é uma região que segrega albumina e ocupa dois terços
do total do oviduto;
• O útero muda de forma e passa de uma “cinta pregada” para uma
forma cilíndrica e transversal.
REPRODUÇÃO EM GERAL• As células secretoras formam as membranas envolventes e o calcário
do ovo;
• Os ovos concluídos permanecem no útero até que hajam condições
para a sua postura;
• Estes encontram-se prontos para eclodir aproximadamente 60 dias
após a postura.
CURIOSIDADE
• Na Grã-Bretanha, as fêmeas:
põe os ovos em épocas pouco comuns devido ao clima do país;
escavam a terra no verão (até 15 cm de profundidade);
escolhem o local mais adequado e urinam;
fazem a ovipostura cuidadosamente, cobrindo os ovos com a terra
que extraiu para a construção do ninho, para que este fique
protegido de possíveis predadores.
EXAME CLÍNICO
• Quelónios sãos apresentam olhos bem abertos e brilhantes, exibindo umas extremidades fortes, consistentes e musculadas;
• Grau de desidratação avalia-se pelas pregas feitas na pele;
•A cor da linga deve ser avaliada;
• Uma observação das condições do plastrão e da carapaça indicam o seu estado:
o devem-se apresentar firmes e sólidos ao tato;
o pode indicar a presença de inflamações - edemas ou acumulações de gordura nas zonas claviculares ou inguinais devem ser consideradas anormais;
EXAME CLÍNICO
• A relação do peso corporal (g) com o comprimento (mm) –“Proporção de Jackson”- indica o que se sucede no interior da carapaça;
• A radiografia e a hematologia são importantes para a obtenção de um diagnóstico;
o a zona mais apropriada para a recolha de amostras de sangue é a veia dorsal da cauda - encontra-se superficialmente na linha central;
o como alternativa - é possível obter gotas sangue através do corte de uma unha da extremidade posterior;
o uma terceira zona recomendada – plexo venoso da virilha.
DOENÇAS
• Uma dieta inadequada e um alojamento inapropriado são os principais fatores de risco;
• Doenças que ocorrem com uma maior frequência:
o Anorexia Pós-Hibernação;
o Hipovitaminose A.
• Conhecimento da biologia das espécies existentes.
DOENÇAS
ANOREXIA PÓS-HIBERNAÇÃO (APH)
A anorexia trata-se de um distúrbio alimentar, onde o animal não ingere qualquer tipo de alimento.
•Durante a hibernação, as tartarugas vivem das suas reservas de gordura - 1% do seu peso corporal é perdido por cada mês de hibernação;
• Caso esta gordura corporal se reduza antes do término da hibernação, as próprias proteínas do animal começam a consumir-se para proporcionar energia ao organismo;
• Quando a gordura se esgota, todas as vitaminas lipossolúveis são perdidas, ocasionando uma deficiência. O nível de glicogénio do fígado sofre, também, uma redução;
*O armazenamento de glicogénio no fígado é o que proporciona a
energia necessária à tartaruga.
DOENÇAS
ANOREXIA PÓS-HIBERNAÇÃO (APH)
• Outros aspetos que podem levar um quelónio a sofrer de APH:
oFalha ao observar que o animal já não se encontra em hibernação;
o Falha na hidratação correta do animal antes e depois da hibernação;
o Falha na alimentação correta do animal antes e depois da hibernação;
o Falha na disponibilização correta de luz e calor ao animal antes e depois da hibernação;
o Período de hibernação excessivo;
o Doença ou trauma adquirido durante o período de hibernação;
o Culminar de doenças crónicas não detetadas observadas no período pós-hibernação.
CONCLUSÃO
As tartarugas são das espécies aquáticas mais antigas e únicas que sobreviveram ao longo do tempo evolutivo.
Devido ao nosso hábito de convivência, tomamo-las como um ser garantido e vitalício, o que não é a realidade, pois o Homem é um dos maiores predadores.
É urgente tomar medidas para prevenir a extinção de determinadas espécies, visto que 8 de 335 já se encontram extintas e, atualmente, cerca de metade da população está em risco emitente de extinção.
Estes animais, dependendo da espécie, requerem alguns cuidados de maneio, para que a sua qualidade de vida esteja garantida.
BIBLIOGRAFIA
• Beynon, P. H. e Cooper, J. E., 1999. MANUAL DE ANIMALES EXÓTICOS.
Ediciones S, 357 pp.
• Meredith, A. e Redrobe, S., 2002. BSAVA MANUAL OF EXOTIC PETS. BritishSmall Animal Veterinary Association, 4ª Ed., 304 pp.
• Van Dijk, P.P., 2010. Status of the World's Tortoises and Freshwater Turtles. Sitedisponível: Species Survivel Commission, URL: http://www.conservation.org/publications/Documents/CI_worlds_tortoises_freshwater_turtles_global_conservation_strategy_2010.pdf