Quem Ama Mostra

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Projeto Gráco e DiagramaçãoA&?B&5 C5%&5 D9%9&%5

Dados internacionais de catalogação na publicação (cip)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Braga, RosanaQuem ama, mostra: soluções para os 10 problemas que mais

causam brigas e separação entre os casais / Rosana Braga - 1. ed.- São Paulo, 2015.

ISBN: 978-85-918617-0-5

1. Psicologia 2. Autoajuda 3. Relacionamento. 4. Casamento5. Amor 6. Autoestima I. Título.

Prexo Editorial: 918617

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[email protected] www.rosanabraga.comfacebook: /rosanabragaescritora

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Impresso no Brasil

CADERNO DE EXERCÍCIOS

Ao adquirir este livro, você pode solicitar um 

Caderno de Exercícios no formato pdf enviando um email para 

[email protected]. O caderno deverá ser impresso por você

e servirá como material de apoio para assimilação do aprendizado

 proposto a cada capítulo deste livro. Vale ressal tar que este caderno é

um material extra, oferecido como um bônus aos leitores. A falta dele

em nada influencia na qualidade da leitura do conteúdo deste livro.

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Você sabe (identicar) o que está sentindo? 33

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PROBLEMA 3 - Não sabe mostrar o que sente.

Você sabe mostrar o que está sentindo? 49

Caso 3 - Pedro e Carmem

Caso 4 - Angela e Miguel

PROBLEMA 4 - Não mostra o que desagrada.Você mostra do que não gosta? 71

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PROBLEMA 6 - Conitos entre o que sente e o que faz.

O que você faz com o que sente? 113

PROBLEMA 7 - O outro não percebe o que está acontecendo.

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Caso 8 - Márcia e Rogério

Caso 9 - dos que não se sentem amados

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Quem ama, escuta! 147

PROBLEMA 9 - Problemas paralelos que ofuscam a

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Ainda assim, está difícil de mostrar? 161

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PROBLEMA 10 - Esquece das razões por que ama o outro.

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Não existe jogo ganho! 213

,X8KYZ5[ X%&%0 %0 G,L5L .>$=0="#.&%0 "=0#= H?P$% 0)% $=.?0\mas os nomes foram trocados para preservar a privacidade daspessoas. Algumas das citadas foram atendidas pela autora em seu#$./.H;% &= G%"0'H#%$?. !"&?P?&'.H &= 4=H.:?%".-="#%@

 ()(* ,-. /(!0(1Quantas vezes você começou um relacionamento cheio de

 boas intenções, que tinha tudo para dar certo e… depois de algumtempo, simplesmente desandou, o outro sumiu ou apenas disseque você merecia alguém melhor?

Talvez já tenha sofrido tantas decepções que nem se lembrados detalhes, mas sabe que se tornou cada vez mais difícil

acreditar no amor, na felicidade, nos relacionamentos satisfatóriose duradouros.

Sim, é verdade, tem muita gente que sofre nesta área davida. Algumas nunca conseguiram sustentar um relacionamento.Talvez sequer tenham começado um de fato. Outros vivem comose pulassem de galho em galho. Começam e terminam encontrossem entender por que não dá certo!

Tem aqueles que se casaram, vivem juntos há anos, mas parece que algo se perdeu. Ou que não faz sentido. Falta algumacoisa. Existem ainda os que casaram e descasaram bem maisvezes do que gostariam. E cam se perguntando o que é que estãofazendo que não está funcionando do jeito que gostariam.

Enm, o medo da solidão é um medo parecido com umfantasma. Invisível, mas que causa arrepios. Que assusta, faza gente sentir frio e se encolher. E quase todas as pessoas, emalgum momento da vida, já pensou nisso. Ninguém quer viver só.Ou terminar a vida sem ninguém, nenhum amor por perto.

É exatamente por isso que mostrar o que você sente é tãofundamental e urgente. Porque é exatamente o que você mostraque vai render, na sua história, motivos sucientes para que vocênão sinta a tão temida solidão.

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E aí? Você ama? Então, precisa aprender a mostrar! Não sófalando. Fazendo também! Sim, eu sei, falar nem sempre é fácil.E mais difícil ainda é, muitas vezes, fazer. De qualquer forma,há os que fazem sem falar. E embora seja um jeito de mostrar,nem sempre o outro consegue ver. Mas há, principalmente, os quefalam sem fazer. E isso é pouco. Palavras contam, mas são uma pequena parte do exercício de mostrar amor. Porque temos deconsiderar que para ganhar status de ‘mostra’, é preciso que hajacoerência entre o que você diz e o que você faz.

Penso que mostrar tem a ver com isso, com atitudes,escolhas e comportamentos. Claro que as palavras contam. Paraos auditivos, pessoas que percebem o mundo especialmente pelossons, a partir daquilo que ouvem, as palavras são extremamenteimportantes. É, sem dúvida, muito bom ouvir a pessoa amadarelembrando-nos o que sente de bom. É saudável e prazeroso sesentir amado por todos os sentidos, de todas as maneiras. Paraalguns, inclusive, essa modalidade de declaração é essencial. Semela, o amor perderia um tipo de demonstração bem gostosa. Mas, para funcionar, as palavras não podem estar vazias.

E só é possível preencher as palavras com o que pode sersentido, captado de alguma forma, por algum sentido, mesmo que

nem sempre seja palpável, visível, contável e constatável.Sei que muitos defendem a ideia de que o amor é

imponderável e que, mesmo quando não é demonstrado, deve serconsiderado como real e válido. Concordo, mas apenas em partes. Na verdade, depende do motivo pelo qual ele não é expresso.Porque, em última instância, aposto todas as minhas chas nacrença de que amar é, sobretudo, um verbo de ação.

O que estou defendendo, portanto, é o fato de que amor é um pacote, um conjunto de signicantes e signicados que precisa ir

além das palavras. Que precisa ser mostrado com consciência econsistência! Porque de amores que a gente ouve, mas não vê, omundo está cheio. Precisamos mostrar mais, especialmente paraaqueles que amamos mais de perto!

Porque, convenhamos, amar de longe também é bem maisfácil. Não inclui as irritações e as impaciências próprias daconvivência, da rotina, das diferenças que se impõem no dia a dia. Não inclui os impulsos viscerais, o contato nem sempre desejado,os corpos ocupando o mesmo espaço físico. Fica mais na poesia,na expectativa do encontro. Fica mais no nível do platônico. Nãoé exatamente um exercício, senão o da espera, a fantasia do queestá por vir, a expectativa do que poderá ser.

Quando convido você a mostrar o amor, armando que‘quem ama, mostra’, estou sugerindo exercitá-lo mesmo! O quefaz quem ama? Como se comporta um amante? De forma rígidaou exível? Quem ama também ca mal humorado e impaciente?Quem ama, também critica? Quem ama, também julga e condena?Quem ama, também enxerga as limitações e os enganos do seramado? Quem ama mostra o que? Como? Com que intensidade?Com que constância? Com que segurança? Com que consciência?Com que intenção?

Reexões essenciais. Porém, importam menos as respostasdo tipo ‘sim’ ou ‘não’ do que o espaço que se abre dentro de cadaum ao se fazer cada uma dessas questões. Rainer Rilke escreveualgo que, em algum nível, responde muitas importantes perguntassobre o exercício do amor:

“Amar outro ser humano é talvez a tarefa mais difícilque a nós foi confiada, a tarefa definitiva, a prova e o testefinais; a obra para a qual todas as outras não passam demera preparação”.

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É isso! Amar é a obra para a qual todas as outras não passamde mera preparação! Vivemos para aprender a amar! Todasas situações vividas – o tempo todo, com qualquer pessoa, emqualquer lugar – servem, portanto, para tal aprendizado.

E se a ideia é aprender, o melhor é que o aprendizado seja proposital, consciente. Que as situações vividas possam serassimiladas desta forma – como aprendizado para amar outro serhumano. Mas está aí uma matéria que não é dada nas escolas:‘amor’. Que bom se fosse, mas ainda não é. Leo Buscaglia (1924-1998), um de meus autores preferidos, até onde sei, foi o únicocompetente e sucientemente corajoso para isso. Autor de dezenasde livros e artigos sobre o amor, ele foi também professor naUniversity of Southern California, nos Estados Unidos e idealizouum curso sobre Amor na própria universidade. Ele mesmo diziasobre si: “Ao que eu saiba, somos a única escola do país, e talvezno mundo, que tem uma disciplina chamada “Amor, 1 A”, e eu oúnico professor bastante louco a ponto de ensiná-la”

Então, enquanto não surge algum outro professor “bastantelouco a ponto de ensinar essa disciplina” (sim, o amor é mesmouma disciplina), vamos tentando aprender com a vida, no dia adia, a partir das próprias experiências às quais nos entregamos.

E quanto mais o aprendizado do amor for uma escolha, melhoresserão os resultados. Mas podemos também aliar a essa escolhaalguns importantes conceitos, compartilhar experiências e percepções. E esta é a proposta deste livro. Um estímulo não sóao aprendizado do amor, mas sobretudo à coragem de mostra-lo,de expô-lo em atitudes que têm um poder incrível – o de formar etransformar o mundo! O mundo interno e o mundo externo. Pelomenos vinte metros em seu entorno podem ser profundamentemodicados pelo amor que você se dispuser a mostrar.

Por isso, respire fundo, encha-se de coragem e abra-se parao convite: mostrar o amor! Tem a ver com treinar, treinar, treinar.Mostrar, mostrar, mostrar. Treinamento é o caminho para odesenvolvimento e, por m, para a excelência, inclusive do amor.Portanto, da próxima vez que se sentir inspirado a contar à pessoaamada o que você sente por ela, que tal acrescentar às palavrasuma atitude?

Você ama? Então precisa mostrar! Como? Vamos emfrente, porque as páginas a seguir são uma sequência de

sugestões e esclarecimentos que podem fazer toda a diferença norelacionamento que você já está vivendo ou naquele que você vaidescobrir que merece viver.

Estamos juntos nesta escolha!

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2Tem muita gente que ainda acredita que não

 precisa mostrar. Outras ainda, apostam que mostrado está, umavez que já casaram ou que já têm lhos, ou ainda que já deramuma aliança e até um sobrenome. Não, isso não basta! Amor temde ser mostrado sempre. É isso que alimenta uma relação, umencontro, um compartilhar de vidas, de corpos, sonhos, rotinas, problemas, diferenças, desejos e corações.

De tão distraídas que estão, muitas pessoas, infelizmente,têm esperado chegar o tal dia, o lamentável dia do “agora étarde demais” para se darem conta desse fato. Do fato de que

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saudável.

o amor é vivo. E tudo o que é vivo precisa ser alimentado diariamente parase desenvolver, crescer e continuarsaudável. Para não morrer de fome oudesnutrição. E tem muitos amores por aímorrendo de fome. Coisa triste de se ver!

Mas aposto que pior do que conheceralguém assim, que só mostra o quesente por uma pessoa depois de perdê-la, é ser alguém assim. Não se trata de julgamentos, nem de valores morais ouavaliações do tipo “certo” ou “errado”.O que quero dizer é que é mesmolamentável só conseguir se dar conta doque alguém signica para você quando jáé tarde demais! Sei que, aos mais céticos, pode parecer exagero ou romantismo barato. Mas tenho visto, ouvido e atéacompanhado algumas histórias de dar pena. Triste mesmo! De gente que pareceestar contra si mesmo. De homens e

mulheres botando a perder o que têmde melhor e de mais importante em suasvidas, simplesmente por não conseguiremenxergar ou admitir o que sentem e oque têm de bom. O que, aos seus olhosfechados, parece sempre pouco.

Muito já se repetiu que temos doiscaminhos para aprender qualquer liçãonesta vida: pelo amor ou pela dor. Em

geral, infelizmente, escolhemos o segundo caminho. Claro,inconscientemente. Mas isso não nos torna vítimas ou inocentes. Nem culpados ou algozes, no entanto. Trata-se, sobretudo, de umaconstatação que deve, sim, servir para nos tornar mais atentos.É fato que já passou da hora de muitos de nós tomarmos uma boa sacudidela. Um susto sucientemente grande para nos fazeracordar e manter os olhos bem abertos!

Por todos os lados, vemos pessoas sendo amadas semsequer notar, quiçá valorizar ou retribuir! Pessoas recebendooportunidades incríveis, vivendo com familiares e amigosmaravilhosos, estando em lugares imperdíveis... e nada! Sóreclamando, só se lamentando, só desperdiçando. Pecando a vida!Acreditam que a fonte nunca seca. Apostam que podem ignorar,desdenhar, disfarçar e adiar o amor à seu bel-prazer que nada vaimudar. E pior: acham que se mudar, nada vão perder, nada vãosentir, nada vão sofrer.

Mas quando chega o tal dia em que o outro se cansa e vaiembora, ahhh, quando chega esse dia, é inacreditável o que jávi acontecer! Alguns, primeiro dão de ombros, como se nem seimportassem. Mas, mais ou menos dias, o desespero bate emquase todos! A lucidez chega e a impressão que dá é que, após

um curto-circuito, suas luzes se acenderam!Dá vontade de dizer algo como “mas agora, meu caro? Só

agora?”. Muitos terminam tendo de constatar e aceitar, a duras penas, que agora acabou. Finito. O outro não quer mais. Cansoude tentar. Cansou não de ser o perfeito ou o certo, porque issonão existe. Cada qual tem sua parte no enredo vivido. Mas, sim,cansou de se relacionar no escuro do outro! E assim, diante dafalta, do suposto abandono, arregalam os olhos! Reagem como setivessem sido pegos totalmente de surpresa! “Como assim?!? O

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que houve?!? O que foi que eu z de errado?!?” E na tentativa dereverter a situação, tornam-se tudo o que poderiam ter sido, masnunca se dispuseram a ser! Flores, cartas, galanteios e declarações.Lágrimas, pedido de perdão, reconhecimentos e elogios.

As certezas, até então inexistentes, brotam de um não seionde, baseadas num não sei o que, recheadas de propostas tãoaguardadas, mas que jamais foram feitas. Onde estava essedesejo? Onde estava essa pessoa? Onde estava esse coração?Preso em sua própria armadilha! Certamente escondido,defendido, entorpecido de falsas verdades, crenças distorcidase enganos, tristes enganos. Sim, estou certa de que sua doré mesmo real agora. Talvez tenha mesmo acordado. Mastalvez seja só a dor do vazio, da perda. Talvez seja a frustranteconstatação de sua incapacidade de se entrelaçar. Talvez...Quem pode saber o que se passa?

Eu não posso! Quem esperou por atitudes durante tantotempo também não tem como saber. Sem garantias. Semcertezas. Só quem pode descobrir qual a real disponibilidade,quais são os sentimentos que está pronto para viver é quem,de fato, acordou! Portanto, não espere até chegar esse dia,esse trágico dia. Mostre hoje, mostre agora o que você sente.

Mostre o quanto essa pessoa é importante para você. Tudo bem, ela não é perfeita. Você também não é. Mas bastaobservar um pouco mais atentamente e verá que ela tem tantascoisas boas, que ela é tão incrível. E que foi por isso quevocê se apaixonou, que você desejou ficar com ela. Mostreo que você sente, porque se ainda assim, um dia, toda essahistória acabar, você ao menos terá a tranquilidade de saberque mostrou, que se abriu, que se expôs, que foi o corajoso o bastante para amar e mostrar.

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Albertina e Klauss namoravam háalguns anos. Na verdade, já passavam de10. A juventude cava para trás a olhos"'0@ 3%$ '- H.&%\ =$. D#?-%\ >%?0 #?";.-.-.&'$=:?&% =- -'?#%0 .0>=:#%0@ 9.0\

>%$ %'#$%\ 0="#?.- % >=0% &%0 ."%0\=0>=:?.H-="#= =H.\ <'."&% 0= &.P.:%"#. &= <'= % :.0.-="#% >.$=:?. ")%fazer parte dos planos de Klauss.

De modo geral, eles se davam super/=-@ 8$.- >.$:=$?%0\ :%"P=$0.P.- 0%/$=#'&%\ #?";.- #$./.H;%0 0=-=H;."#=0 =trocavam aprendizados e crescimento.3%$C-\ P?$. = -=]=\ ,H/=$#?". :%/$.P.uma posição mais rme e certeira deIH.'00@ K. P=$&.&=\ =H. 0="#?. <'= .0.#?#'&=0 &=H= ")% >.$=:?.- :%=$="#=0:%- . $=H.()% <'= =H=0 P?P?.-@

Ele não fazia questão da presença&=H. "%0 =P="#%0 0%:?.?0 >.$. %0 <'.?0=$. :%"P?&.&%@ X.-/C- ")% ?"0?0#?.quando havia compromissos agendadoscom os amigos dele. O tempo para o:.0.H >.$=:?. 0=$ .>=".0 .<'=H= =- <'=ambos não tinham mais nada para fazer.

E isso foi se tornando cada vezmenos fácil de #%H=$.$ = ="#="&=$ .%0

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%H;%0 &= ,H/=$#?".@ Q'."&% =H. :%/$.P.\=H= $=>=#?. <'= . .-.P. = <'= ")%precisavam provar nada pra ninguém.LD <'= >.$. =H. ")% 0= #$.#.P. &?00%@Não queria provar algo para os outros.Q'=$?. .>=".0 <'= #?P=00=- '-. P?&.=- :%-'- =- #%&%0 %0 0="#?&%0\<'= 0= :.0.00=-\ -%$.00=- R'"#%0 =compartilhassem planos para o futuro.

Entrava ano e saía ano e a relaçãocontinuava. Às vezes, tudo ia muitobem. Noutras vezes, ela realmente se0="#?. /.0#."#= :."0.&. &.<'=H= $?#-%@E a vontade de desistir de Klauss foi.'-="#."&%@ U=>%?0 &= 2N ."%0 &=namoro e várias ameaças, ela decidiuterminar de vez. Chamou Klauss para'-. :%"P=$0. 0C$?. = &?00= <'= =0#.P.&=0?0#?"&% &=H=0@ Q'= ")% <'=$?. -.?0@3%"#'%' #%&%0 %0 -%#?P%0\ #'&% % <'=a fazia acreditar que ele realmente não

a amava. Faltavam demonstrações. Ele,de fato, não mostrava!

IH.'00 .&-?#?' 0='0 =$$%0\ $=:%+";=:=' <'= ")% &.P. . .#="()% <'=. $=H.()% -=$=:?. = <'= =H. -=$=:?.\mas que não se tratava de falta deamor. Explicou-se de forma evasivacomo sempre fazia e acreditou, equi-P%:.&.-="#=\ <'= .<'=H. 0=$?. -.?0

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Passados cerca de 3 ou 4 semanas, Klauss nalmentecomeçou a entender que havia perdido Albertina. As chas,como dizem, começaram a cair, uma a uma. Foi quando, de$=>="#=\ = .#C &= '- R=?#% 0'$>$=="&="#=\ =H= ="#$%' =-profundo desespero.

U% &?. >.$. . "%?#=\ 0=' :%->%$#.-="#% -'&%'radicalmente. Ele passou a demonstrar, de muitas formasdiferentes, tudo o que sentia por Albertina. Desde ores,cartas, presentes e aparições fora de hora, até convites paraviagens, festas e cinema. Ele queria reconquistar Albertina&= <'.H<'=$ R=?#%@

Entrou em contato comigo. Pediu consultoria. Estavaem frangalhos. Não conseguia acreditar que tinha perdidoa mulher de sua vida. E quando perguntei por que só agora=H= =0#.P. -%0#$."&% % <'= 0="#?.\ :%- .#?#'&=0 :%=$="#=0\ele entrou em contato consigo mesmo, foi se revendo,relembrando o passado e outras relações vividas. Até quechegou a uma conclusão.

Tinha se decepcionado com uma garota no início de

0'. P?&. .&'H#.@ X?";. .-.&% =00. R%P=- -'H;=$ :%- #%&.0as forças, demonstrado seus sentimentos =\ .?"&. .00?-\ .relação não havia vingado. Sem se dar conta, tomou uma&=:?0)%[ . &= "'":. -.?0 ?"P=0#?$ "'-. $=H.()% >$. P.H=$@ ,="#$.$ 0=->$= >=H. -=#.&=\ 0=- 0= &.$ >%$ ?"#=?$%@

Perguntei a ele se Albertina se parecia com essa tal-'H;=$ &% >.00.&%@ ,% <'= =H= $=0>%"&=' ?-=&?.#.-="#=que não. Albertina era muito diferente. Era dedicada, madura,responsável, companheira e tinha muitas outras qualidades.

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E quando eu o questionei por que passou 15 anos castigando. =H= -=0-% = . ,H/=$#?". >%$ :.'0. &= '-. $=H.()% &%passado e tão diferente, ele desabou a chorar.

Me dizia que estava se sentindo um completo idiota. Quese arrependia de todas as vezes que não incluiu Albertina,<'= ")% &=' . =H. . .#="()% = % =0>.(% <'= =H. -=$=:?. = <'=agora faria qualquer coisa para tê-la de volta. Sugeri que eleencontrasse o equilíbrio entre o que ele queria e o que elaestava pedindo. Anal, tudo o que ela sempre quis era serouvida e se nem agora ele ouvisse o que ela estava dizendo,seria difícil reconquistar a conança dela.

U=>%?0 &= <'.0= 0=?0 -=0=0 ="#$= :%"P=$0.0\ ="+contros como amigos e negociações, eles P%H#.$.-@,H/=$#?". &?00= . =H= <'= &.$?. '-. "%P. :;.":= . =H.-=0-. >.$. :%"0#.#.$ 0= =H= $=.H-="#= #?";. -'&.&%@ 8ele parecia mesmo mudado. Ele parou de fazer consultoriacomigo logo depois que voltaram. Não sei dizer se ahistória resistiu, mas foi um dos exemplos mais sofridos eprolongados de alguém que só mostrou o amor que sentia&=>%?0 <'= >=$&=' . >=00%. .-.&.@

E se, por acaso, enquanto lê este livro, você está passandoexatamente por esta situação, se você é quem se cansou de esperare decidiu ir embora. Ou se você é quem, enm, se deu conta deque estava dormindo, minha sugestão é que, neste momento, vocêapenas se aquiete, pare, respire, medite. Dê tempo ao tempo. Dêtempo ao outro e a si mesmo. Tente ser o mais honesto possível comseu próprio coração. A resposta virá de dentro. Da sua essência e nãoda sua tormenta. E, por m, se você nunca passou por isso, estejaatento ao seu amor para evitar viver o dia do “agora é tarde demais”.

Porque esse dia dói. Dói demais! E não háanalgésico que faça passar.

3'HI E#E JB K%'KLG&C''" B# M"B%B%>

Se tem algo que pode realmenteevitar que você viva o dia do “agora é

tarde demais”, isso é viver e amar “de propósito”. Parar de viver ou amar“sem querer”. Sim, estou certa de que para fazer qualquer coisa nesta vidater sentido e valer a pena, precisamosquerer. É uma escolha, uma decisão, um propósito. Acontece que tenho visto eouvido muitas pessoas, muitos casais,levando a vida como que ‘sem querer’,sem saber pra onde estão indo e o quequerem, o que pretendem. Até achamque sabem, mas não têm metas, não

têm planos, não têm disciplina, não têmconsistência em atitudes que façam linkcom o que dizem.

Vão atribuindo os acontecimentos aoacaso ou à falta de sorte e de oportunidade,sem entender que acasos não existem e oUniverso é uma imensa engrenagem quetudo movimenta. Fazemos parte destaengrenagem e nossa vida se movimenta

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frustrar e cobrar

essa frustração

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certeza.

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com ela. Assim, podemos compreenderque somos mesmo todos um, de algumaforma, em algum grau. E nossas ações provocam reações num constante ir e virde acontecimentos. Temos parte no quenos acontece, sempre!

E se é assim numa dimensão tão

gigantesta e quase impossível de se imaginar

quanto é o Universo, considere então numamicro dimensão que é a nossa vida, a nossa

relação, a nossa casa, o nosso coração – o

que sentimos. Se não assumimos a nossa

 parte nisso, então nada podemos fazer,

mudar, melhorar ou simplesmente mostrar,seja lá o que for. Mas se entendemos que

cada dia é um chamado, um convite, aí sim,

 podemos decidir, optar, transformar.Só que, infelizmente, tá cheio de

gente, casais e casamentos vivendo aoestilo ‘Deus dará’. Você mesmo já deve ter

conhecido pessoas que vivem repetindo“desculpe, foi sem querer, não foi de propósito!”. Eu já conheci algumas e setem algo que me indigna, ou melhor, queme incomoda mesmo, é gente sonsa, gentelesa, gente que parece que anda dormindoou com um olho aberto e outro fechado.Minha vontade é dar uns trancos, pra verse engata uma segunda e vai em frente!

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geral, meus amigos e amores gostam dos meus trancos.A questão é que acredito que viver “sem querer” é mesmo

muito triste. Acredito nisso de um jeito quase visceral! Claroque acidentes acontecem e a gente termina mesmo, algumasvezes, fazendo coisas ‘sem querer’, sem pensar, sem ter sidouma escolha, pelo menos não consciente. Faz parte. Mas se vocêvive se dando conta de que faz ‘sem querer’, acredito muito queo melhor seja começar a querer. Começar a viver de propósito,fazendo por querer.

Penso que magoar alguém sem querer, especialmente sevocê faz isso com frequência, é bem pior do que magoá-la porquerer. Anal, quando você magoa por querer signica, pelo

menos, que você está pensando nela, concentrando-se em atingi-la, sentindo algo por ela e fazendo algo para ela. Mas quandoé sem querer o tempo todo, então onde você está? Pensandoem que? Em quem? Pra que? Qual é o seu objetivo? Pra ondeestá indo? Onde quer chegar? Que tipo de amor desatento edescomprometido é esse que você sente e mostra?

Veja, não estou incentivando ninguém a querer magoar ooutro. O que estou dizendo é que, na minha opinião, quando setrata de sentimentos, o melhor é acordar, é aprender a observar

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o que você está fazendo com o outro, para o outro ou até mesmo para si. Porque quando a gente compartilha a vida com alguém, écerto que as escolhas e atitudes de um terminarão inuenciando,de alguma forma, a vida do outro.

Também não quero, com isso, dizer que um tem de viverem função do outro e fazer somente aquilo que ele gostarou deixar ou quiser. Cada um continua sendo um, único,indivíduo. E isso precisa ser considerado e preservado.Quando uma pessoa abandona sua individualidade em nome

de outra, vai se frustrar e cobrar essa frustração do outro,com certeza. Cada um é responsável por aquilo que escolhee faz. E até por isso é tão importante a consciência, o fazer por querer, o cuidado de estar aten to ao que faz e às reaçõese consequências desses feitos.

Ir vivendo distraidamente, descuidadamente, o tempotodo despretensiosamente, pode te levar a lugares e resultadosque você nunca quis. E é assim que vejo centenas e centenas decasais: diante de um pedido de divórcio, diante da saída de umdeles de casa, diante de uma traição extremamente dolorosa e sequestionando: como é que a gente chegou nisso? O que zemosde nossas vidas, de nossa relação, de nós dois? Não sabem

responder! Aliás, nunca se zeram as perguntas que poderiamconduzi-los a identicação de seus sentimentos. E se zeram, nãoderam a devida importância e atenção às respostas.

E se fazer sem querer pode ser tão perigoso, amar semquerer, então, pode ser um grande desastre para todos osenvolvidos. Você vai se relacionando, dizendo que ama ‘da boca pra fora’, deixando o tempo passar, achando que amor é algumtipo de movimento involuntário, e assim vai desperdiçandooportunidades de fazer valer a pena.

Imagine o relacionamento como umquebra cabeças imenso. Você nem sabequantas peças têm e nem qual o desenhoque será formado ao nal. Apenas precisaencontrar a peça que se encaixa na próxima,e na próxima... e ir enxergando o desenhoaos poucos. Partes dele fazem muito sentido.Outras, nem tanto. Mas você continuaobservando, olhando as peças com cuidado,uma a uma, e fazendo os encaixes. É assimtambém com os sentimentos da gente.

Às vezes, fazem sentido. Outras,nenhum! Mas, para isso, precisamos estaratentos. Sabê-los nossos. Assumi-loscomo nossos. O outro pode até dispará-los.Mas eles já estavam em nós. Nada acendeem nós se o interruptor já não estiver lá.Acendeu raiva? Já tinha interruptor daraiva em você. Acendeu compaixão? Jáestava aí. Acendeu ciúme? Já morava emvocê. É tudo seu. O outro representa peças

em seu desenho. Faz parte dele. Mas évocê quem escolhe como encaixá-las. Sede forma organizada e coerente com oque você quer, ou se de forma aleatória,distraída, sem querer...

Parece que seria mesmo ótimo setivesse um manual para a montagemdeste quebra-cabeça, mas não tem. Nãoexiste. E nem nunca vai existir. Por vários

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motivos. Cada um tem não só um desenhoexclusivo, mas também um desenhoque se transforma à medida que você serelaciona com uma pessoa ou com outra.O desenho não é estanque, não é pronto.Ele é construído dia a dia, atitude a atitude,escolha a escolha, decisão a decisão.

Quanto mais em sintonia com seucoração você estiver, mais o desenhoserá uido, fará sentido, apontará para a próxima peça, facilitará sua busca. Quantomais perdido e confuso você estiver,quanto mais sem se questionar sobre oque realmente quer, o que realmente estásentindo e o que pode fazer para lidar comisso, mais difícil a montagem parecerá. Emais ‘sem querer’ será a sua história.

Concordo também que as surpresassão uma delícia. Essa atenção que estou propondo, quando levada ao extremo, pode ser prejudicial e deixar a pessoa um

tanto paranóica, tentando controlar tudo otempo todo. De novo, voltamos à ideia deque o segredo está no meio, no equilíbrio.Mas até para saber se é preciso apertarou afrouxar, você precisa estar atento asi. Anda pensando demais, cobrando-sedemais, querendo saber tudo, o tempo todoe ter todas as respostas? Então, afrouxe.Relaxe e cone um pouco mais no ritmo.

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É só assim que dá para aprender, mudar, acertar, consertar,transformar e amar. Quando a gente escolhe. Quando faz de propósito. Quando está atento e se interessando pela própriavida. Eu desejo, do fundo do meu coração, que você ame eviva de propósito!

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algo ou alguém. Identicar é saber qual é o nome desse alguémou desse algo. No caso dos sentimentos, aprendemos desde pequenos que existem vários. E eles têm nomes. São muitos.Alguns socialmente considerados bons, outros consideradosruins. E cada qual com suas intensidades – que são diferentes para cada pessoa e em cada situação.

Por essas e outras, veja bem: não precisamos aprendera sentir. O sentimento em si a gente já nasce capaz de sentir. É próprio do desenvolvimento de ser gente. Primeiro, expressamos

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os mais primitivos e menos complexos.Aqueles que, mais tarde, conheceremosseus nomes e aprenderemos a identicá-los, tais como: fome, sede, frio, calor, susto,medo, vontade, dor e prazer, entre outros.

Com o tempo, conforme nossa cogniçãovai se desenvolvendo e nosso ambientevai nos propiciando demonstrações detais sentimentos, aprendemos a identicaroutros mais complexos. E cada pessoaaprende de um jeito – tanto a identidadecomo a forma de expressá-los. Em geral,aprende com seus pais ou aqueles comquem mais convive, aqueles que são seuscuidadores.

Assim, vamos assimilando sentimentoscomo raiva, alegria, tristeza, saudade, falta,insegurança, conança, gratidão, amizade,mágoa e, claro, amor! Amor é o que nossustenta. Sem ele, a ciência já provou,dicilmente um ser vivo da espécie humana

consegue se desenvolver de forma saudável.Mas o que é amor? Que tipo de amor é esseque sustenta a vida saudável? Como ele émostrado? Como cada um de nós entendeessa demonstração?

Tudo isso também tem a ver com aforma com que nos ensinam. Para cadaum de nós, o amor tem um significadotodo particular. Por isso, é bem provável

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que o meu jeito de mostrar amor a alguém ou de reconhecerque alguém me ama pode ser bastante diferente do seu jeito.E isso é mais complexo do que imaginamos, embora com um pouco mais de atenção e percepção, não seja difícil enxergá-los e compreendê-los.

A questão é que, além de todas essas particularidades, existeum conceito social pronto e temporal e regional sobre o que sejaamor. Existem teorias culturais sobre esse sentimento. Mas, na prática, esse conceito não existe, ou melhor, não serve para nada.O que serve e faz sentido para cada um é a experiência de amorque cada um viveu, especialmente durante seus primeiros anosde vida. É essa experiência, de modo geral, que vai ditar todoentendimento que essa pessoa terá acerca do amor ou do não-amor. Também em geral, isso acontece sem que a pessoa se dêconta. Em princípio, é inconsciente.

E isso explica por que a maioria das pessoas não sabeidenticar o que está sentindo. Porque identicado foi nummomento em que essas pessoas não eram capazes de sequestionar ou de perceber tal identicação! E ainda que cresçam eamadureçam, muitos nunca mais questionam. Apenas reproduzemo que aprenderam. Sem olhar para cada situação e observar que

sentimentos ela desperta, por que desperta e com que intensidade.E mais do que isso, talvez o maior complicador nesta

questão da identificação do que se está sentindo, seja o fato deque a esmagadora maioria de nós aprendeu que os sentimentossão causados pelo outro. Como se eles nos chegassem de fora para dentro. Como se fôssemos passivos no exercício de sentir.A gente ainda acredita que está sentindo isso ou aquilo porcausa do outro. E se é assim, o que podemos fazer para mudar? Nada, claro. Quem tem de mudar é o outro... e aí sim, ele

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 poderá nos fazer sentir diferente, um outro sentimento melhor,mais fácil, talvez.

Quanto engano! Felizmente, não somos assim tão passivosou vítimas do outro. Podemos aprender a identicar o quesentimos e tomarmos esses sentimentos como nossos, de nossaresponsabilidade, em vez de continuar simplesmente aceitandoque identicado está e que tem a ver com o que é despertado a partir do outro, do que ele faz ou fala.

Sim, felizmente, sentimentos são despertados e atuam emnós de dentro para fora, sempre – ao contrário do que supomosou do que tomamos como realidade para agirmos ou reagirmos.

Fundamentalmente, não são os acontecimentos que despertamem nós determinados sentimentos, mas sim os sentimentos quemantemos acordados em nós é que nos permitem entender osacontecimentos de uma forma ou de outra. Mas isso é, de verdade,uma compreensão que nos exige muita consciência e muitaevolução. Um passo adiante, quero dizer. Agora, vamos voltar àidenticação do que sentimos.

Como você sabe que o que está sentindo é amor ou carência?Como sabe se é solidão ou saudade? E como diferencia se é raivaou ciúme? Você realmente gosta de agradar as pessoas ou tudo o

que quer é fazer algo para que elas amem você? Você realmentequer ofender o outro ou apenas gostaria que ele valorizasse o quevocê faz de bom?

Sim, são muitos os sentimentos, às vezes parecem semelhantes,nos confundem. É por isso que saber identicar o que você estásentindo pode facilitar muito as suas escolhas. Pode clarearabsurdamente o seu caminho e te dar uma outra noção de quantos passos deseja dar, aonde quer chegar, o que quer para sua vida agora,hoje, neste instante.

Quando você não sabe identicar oque sente, gasta muita energia na direçãoerrada. Muito sentimento é mostrado semestar sendo sentido. O que se sente é outracoisa. Mas se mostra o que se sabe, do jeito que sabe, do jeito que foi aprendido.Repete-se o modo de demonstrar semsequer notar. E assim, você dá nomesequivocados ao que sente.

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L.-?. :%";=:=' ,"0=H-% <'."&% %0dois eram bem jovens. Logo começaram a".-%$.$ = 0= :%"0?&=$.$.- .>.?]%".&%0@Claro, quando a gente se apaixona,enxerga no outro tudo o que gostaríamosque esse outro fosse, independentemente&= <'=- =H= C@ L)% .0 "%00.0 =]>=:#.#?P.0<'= 0= :%H%:.- &?."#= &= "%00%0 %H;%0\ =")% % %'#$% >$%>$?.-="#=@ 3.?])% C '-

ajustamento de nossos mais profundosdesejos na gura de alguém que, emgeral, quer muito corresponder aosnossos mais profundos desejos, mesmo0=- "=- 0./=$ .% :=$#% <'.?0 0)% =00=0&=0=R%0@ Q'=$=-%0 .:=$#.$1 Q'=$=-%0que, desta vez, dê certo!

Samia era uma garota meiga, doce,-."0.\ -'?#% :%->$=="0?P.@ 80#.P.

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sempre disposta a agradar Anselmo. Não0= ?->%$#.P. =- :=&=$ 0'.0 P%"#.&=0>.$. &=?].$ <'= .0 &=H= >$=P.H=:=00=@Fazia isso com prazer. Era muito bom vê-lo satisfeito e cada vez mais apaixonadopor ela. Anal, era assim que ela se sentia.-.&.\ <'."&% =$. P?0#. :%-% '-.-'H;=$ =":."#.&%$.\ :%->$=="0?P.\boa. Anselmo, por sua vez, era forte,?->=#'%0%\ &=:?&?&% = 0./?. 0= :%H%:.$@L="#?. %0 %H;.$=0 &=H. #%&%0 P%H#.&%0>.$. =H=@ 8 =$. .00?- <'= =H= 0=->$=quis ser: admirado, valorizado, capaz deconvencer a mulher amada a fazer todas.0 0'.0 P%"#.&=0@ 8$. . :%-/?".()%perfeita. Ela queria fazer. E ele queriaque ela zesse. E o amor estava posto.

Algumas vezes, no entanto, Samiadiscordava de Anselmo em algumasquestões, mas como ele se sentiaamado quando ela fazia a vontade dele,

ele insistia e ela cedia. Anal, ela sesentia amada quando conseguia deixa-lo satisfeito. Mais tempo passou e,"0=H-% <'.0= ")% >=$:=/?. <'= L.-?.desejava ser reconhecida e valorizadapelas concessões que fazia. Para ele,parecia natural que ela assim o zesse.8H. =$. .00?-@ 8$. ?00% <'= =H= =0>=$.P.&=H.@ K=- :%":=/?. . >%00?/?H?&.&= &=

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ser diferente. Ela foi cando um pouco triste e carente, masse esforçava mais e mais para satisfazê-lo, sempre com a=0>=$."(. &= 0=$ $=:%";=:?&. = .-.&. >%$ ?00%@ ,HC- &?00%\=H= =0#.P. .H?\ 0=->$= $=<'?0?#."&% 0'. >$=0="(.\ 0'. .R'&.\>$=:?0."&% &=H.@ 8 ?00% =$. #)% /%-1

Algumas vezes, Anselmo se sentia um pouco irritado:%- L.-?.@ K)% 0./?. "=- >%$ <'=@ L="#?.+0= '- >%':%desmotivado na relação, meio sem vontade de agradá-la.Era como se faltasse algo nela ou no namoro, mas terminavaconcluindo que ela era a mulher que ele sempre quis. Anal,ela fazia tudo por ele.

Casaram-se, tiveram dois lhos, construíram uma casalinda juntos e trabalharam muito, todos os dias, para garantiruma vida confortável para a família com que tanto sonharam.Mal tinham tempo de tentar identicar o que estavamsentindo. A dinâmica dos dois continuava a mesma, agora'- >%':% -.?0 ?"#="0.@ ,"0=H-% <'=$?. -.?0 . .R'&. &=H.\<'=$?. -.?0 <'= =H. % .#="&=00=\ :'?&.00= &=H=\ P?P=00= >.$.satisfazer as vontades dele. Era assim que ele se sentia amado,")% =$.E 9.0\ =0#$.";.-="#=\ . ?$$?#.()% &=H= .'-="#.P.@Ele chegava a ponto de agredi-la verbalmente, mas logo se

0="#?. #=$$?P=H-="#= :'H>.&% = &.P. '- R=?#% &= :%->="0.$suas indelicadezas dizendo a ela o quanto ela era maravilhosapor fazer tanto por eles.

Ela, por sua vez, se esforçava para ser uma ótima:%->.";=?$.\ '-. -)= =]=->H.$\ '-. =0>%0. 0=->$=presente. Não deixava nada fora do lugar e estava semprepronta para atender às necessidades da família. Samiaadorava sentir que precisavam dela. Ela era necessárianaquela casa. Sem ela, tudo parecia desandar. Assim, ela fazia

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-.?0 = -.?0@ Q'."&% 0= 0="#?. -'?#% :."0.&.\ $=:H.-.P.\pedia ajuda, mas como eles não faziam tão bem quanto=H.\ =H. 0= :%"P=":?. &= .<'=H. :%->=#B":?. =$. &=H.@ 8H.sabia fazer tudo por eles de uma maneira tão funcional, tãoperfeita, que até se sentia mal por reclamar. Dava um jeitode fazer ainda mais e ainda melhor. Uma nova receita. Umapintura nas paredes da casa. Uma festa surpresa.

Mais e mais tempo se passou e Samia se transformounuma mulher exausta, irritada, triste, frustrada, sempreà espera de reconhecimento e valorização. E Anselmo setransformou num homem insatisfeito, agressivo e irritado,sempre à espera de algo que nem ele sabia o que era. Pormais que quisessem e se esforçassem, não conseguiam se="#="&=$@ V- ")% 0./?. % <'= % %'#$% <'=$?.@ 8 %0 &%?0 0D<'=$?.- 0=$ .-.&%0@ 9.0 ")% =$.-@ L./= >%$ <'BE 3%$<'=o amor que faltava era o próprio. Samia não se amava e,"0=H-% ")% 0= .-.P.@

Samia concluiu, lá atrás, muitos anos antes de:%";=:=$ ,"0=H-%\ >%$ :.'0. &% <'= .>$="&=' 0=$% .-%$\ <'= >.$. 0=$ .-.&.\ >$=:?0.P. :=&=$\ ")% 0=colocar, não valorizar as suas vontades e sempre priorizar

as vontades da família. Assim, resumiu todo o seu sernuma mulher que trabalhou dia após dia para garantir ofuncionamento da casa. Sem saber identificar o que sentia,viveu durante anos sem ser ela mesma. Aceitou ser alguémque acreditou que precisava ser para garantir o amor deAnselmo. E a culpa é de quem? De ninguém, certamente.9.0 . $=0>%"0./?H?&.&= C &= L.-?.\ >%&= .>%0#.$@ 8H. C<'=- &=P=$?. #=$ 0= <'=0#?%".&%\ &=0&= 0=->$=\ 0%/$= .?&="#?&.&= &%0 0="#?-="#%0 &=H.@

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mulher meiga e encantadora?

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tratada pelo meu marido e o que faço

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podia demonstrar fraqueza, dúvida ouinsegurança, nem que para isso tivessede ser agressivo ou violento. Em nenhum-%-="#%\ ,"0=H-% 0= <'=0#?%"%' 0%/$=% <'= =0#.P. $=.H-="#= 0="#?"&%@

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Será que eu tenho medo de queela me faça de bobo, ou de sofrer porachar que vou ter de fazer sempre o<'= =H. <'=$E

De quem eu estou me defendendoquando agrido minha mulher e meuslhos?

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e o ame e o admire pelo homem forte que ele é. A solução para essedesencontro é uma só: Samia precisa ser ela mesma, identicandoseus sentimentos e assumindo suas vontades e ocupando seu lugarna relação. E Anselmo precisa ser ele mesmo, identicando seussentimentos e se dando conta de que Sâmia pode ocupar o lugar&=H. ". $=H.()% 0=- <'= =H= >=$:. % &=H=@

Como podem conseguir isso? Bem, só a partir do momentoem que quiserem conseguir isso, de verdade. E isso signicaque os dois têm de admitir que têm muito trabalho pela frente.Não existe milagre. Não existe delivery e nem express neste:.-?";%\ "=0#. &=:?0)%@ a #$./.H;% >%$ :%"#. >$D>$?. = H=P.tempo. Se conseguirem ter essa percepção, será hora debuscar ferramentas, conhecimento, ajuda.

7=?#'$. .R'&.\ :'$0% .R'&.\ #=$.>?. .R'&.\ #$=?"% &= .'#%+observação ajuda. Existem vários caminhos e o fato é que, umavez tomada essa decisão, de verdade, as portas se abrem. Ouniverso convida. A luz se acende. E é hora de dar um passoadiante. Nada está pronto. O novo caminho será construídoum dia após o outro. Por isso, ninguém tem todas as respostas.Nem as perguntas foram feitas ainda... Pode se levar uma vidainteira sem que todas as perguntas sejam descobertas. Mas

isso não é, denitivamente, tão ruim quanto pode parecer.Pelo contrário... há algo de extremamente lindo nesta jornada!

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Para aprender a identicar seus sentimentos, você precisaaprender a se questionar, a se interessar pelo que está sentindo, a

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tentar compreender o que disparou tal sentimento em você e porque você interpretou a situação desta maneira, com este sentimento.Ficar apontando o dedo e dizendo algo como “estou com muita raivado meu parceiro porque ele não me ajuda em casa e eu me sintosobrecarregada” não faz com que você resolva a situação e nemajuda na identicação dos seus sentimentos, porque observe: ok,você está com raiva dele por um motivo bem razoável. Mas o quevocê realmente quer? Continuar com raiva? Brigar com ele? Mostrar pra todo mundo que ele está errado e você está certa? Provar que ele

é um mau marido e você é uma ótima esposa? Acredito que não...não é isso o que você re-al-men-te quer. Este pode ser o seu desejosupercial, momentâneo, o que camua sua verdade e dá força parasua raiva, que é a sua defesa, mas não é o seu desejo essencial.

Imagino que o que você queira, de verdade, é se sentiracompanhada, podendo contar com um parceiro, alguém que estácom você não só nos momentos prazerosos, mas também nosmomentos chatos e trabalhosos. Imagino que você queira sentirque ele percebe o quanto vocês dois trabalham e o quanto poderiaser bem mais fácil para todos se agissem como uma equipe. E comovocê poderia conseguir isso? Talvez conversando, expondo seussentimentos, falando de como você caria feliz se ele contribuísse

com alguma ajuda? Talvez você pudesse elogiar alguma ajudadele, mostrando o quanto você ca feliz quando ele se mostra parceiro? Talvez pudesse valorizar as atitudes legais que ele tem,incentivando-o, indiretamente, a repetir tal comportamento? Nãosei... você certamente conseguiria encontrar um modo mais criativode conseguir o que realmente quer, mas para isso, precisa antessaber identicar o que realmente está sentindo.

E para não parecer sexista, imagine você, sendo homem,reclamando de que sua mulher não quer nada com você. À noite,

quando você a procura, ela diz que está comdor de cabeça, ou que está cansada. Vira parao lado e dorme. Você reivindica seus direitosde marido e condena a atitude dela comomanipuladora e egoísta. Sim, concordo quemulheres não deveriam usar o sexo comomoeda de troca ou como argumento paranegociação de outras questões.

Sexo tem a ver com desejo, sobretudo.Pois então, que este seja o foco da questão!Vamos pensar juntos! O que é desejo? Oque faz você desejar alguém? É verdadeque, em geral, o desejo dos homens émais facilmente despertado pelo queeles veem ou sentem. Existem pesquisasrevelando que a sexualidade masculina émais facilmente estimulada por esta via, avisual e a cinestésica. Entretanto, tambémrevelam que o desejo das mulheres é, emgeral, mais facilmente despertado pelo queelas ouvem e pelo quanto elas se sentem

queridas e desejadas.Então, convenhamos! Como é possível

se sentir atraída e cheia de desejo por umhomem que passou o dia sem notá-la? Semcolaborar com ela? Sem demonstrar queela é querida e desejada? Como é possível pensar em sexo e romance após um diasem nenhuma outra forma de demonstraçãode amor? Sexo tem sim a ver com toque,

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carícias pontuais, especialmente nos órgãossexuais e tal, mas não só com isso! Não é bem assim! Desejo é, para pessoas saudáveise equilibradas, resultado de um conjuntode ações que demonstrem consideração,respeito, bem-querer, prazer e sintonia.

Então, homens e mulheres, se queremmanter uma vida sexual satisfatória, maisdo que nunca precisam mostrar o amorque sentem um pelo outro. E não só nomomento sexual, mas na vida de modogeral, incluindo as partes chatas e as partes legais dela.

Enfim, não parece óbvio que pararesolver um problema você precisasaber qual o objetivo da questão? E porque será que, mesmo assim, a gentedesperdiça uma vida inteira, muitasvezes, às custas de um casamento ou devários casamentos, até compreender queé a forma com que temos lidado com

essas relações que tem feito com que,simplesmente, tentemos, tentemos, masnão consigamos resolver o problema?

 Não adianta acreditar que basta trocarde parceiro. Não basta! É fato mesmo quedefeito todo mundo tem. Sim, mudam osdefeitos, mas continuam sendo defeitos.Então, na maioria das vezes, não são osdefeitos um do outro que colocam a perder

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Mas que já muda bastante quando um dos dois resolve sequestionar sobre seus sentimentos e sobre o que realmente deseja para si, para sua vida, isso muda mesmo! Quando um decide, já ajuda muito. Pode motivar o outro. Pode despertar o outro para o fato de que existem outras maneiras de agir e reagir nesterelacionamento. Sem contar que, com o tempo, mostrando o

amor repetidas vezes, independentemente da resposta do outro, écerto que ele vai começar a se questionar sobre o que há de novona dinâmica de vocês.

Assim, acontece muitas vezes de ele também se sentircom vontade de fazer melhor, de mostrar mais. E não restamdúvidas de que quando os dois remam dentro do mesmo barcoe para a mesma direção, tudo fica infinitamente mais fácil emais gostoso.

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V3="0% <'= >%&=-%0\  perfeitamente, partir do

 princípio de que o outro só pode ver o que a gente mostra. Se agente esconde ou finge algum sentimento diferente do queestá sentindo, então ca bem mais difícil o outro enxergar. E seenxergar, é provável que coloque em dúvida, em algum momento.Anal, se você esconde ou camua, não há correspondência claraentre o que é e o que você mostra.

Acredito que a maioria de nós já caiu nesta armadilhaaparentemente banal, mas que é, na verdade, bastante perigosa: a deacreditar que o outro deveria saber quem somos sem que tenhamos

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de nos mostrar. E por causa disso, muitas pessoas têm vivido experiências frustrantese amargado sentimentos de tristeza e de-cepção sem ao menos compreender o que éque zeram de errado.

O problema é quando você se perdeentre o que sente e o que pensa, entre fantasiae realidade. Pode terminar acreditando –equivocadamente – que o outro já percebeuou deveria perceber o que você quer, oque espera da relação ou de uma situaçãoespecíca. E nesta cômoda posição de que já fez a sua parte, simplesmente acha quenão precisa se mostrar, que não precisa serclaro, como se mostraria ou seria com umgrande amigo, por exemplo.

 Não estou dizendo que o outro temde saber absolutamente tudo o que você pensa e sente, mas precisa sim – comtoda a certeza – enxergar aquilo que vocêdeseja que ele reconheça em você. E só

existe um modo de fazer isso acontecer: semostrando, falando, deixando claro, sejaatravés de atitudes, comportamentos sutisou palavras.

Acontece que vivemos na era das‘formas prontas’. Além das medidas físicas,das roupas, dos cabelos preestabelecidos, ealém da busca insana por botox, silicone,academia, dietas, entre outros exageros

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cometidos sem o mínimo de consciência real, resolvemosapostar que precisamos nos comportar como o parceiro ideal,aparentemente perfeito. E tentamos, a todo custo, nos moldar a esteformato inventado sabe-se lá por quem...

Outro dia, numa mesa de bar com uns amigos, falávamossobre casar, namorar, ter lhos, car, beijar entre outros atos quedemonstram vontade de estar com alguém. E a impressão queme deu, ao voltar para casa, é que quase ninguém se assume.Quer tudo isso, mas por alguma razão estúpida e incoerente,resolveu acreditar que o bonito é não querer, é não demonstrarsuas verdadeiras intenções, como se a relação fosse um jogo deenigmas a serem desvendados.

Aos amigos, ainda se atrevem a revelar seus sentimentose desejos, mas basta que alguém se aproxime para querapidamente vistam a fantasia de desencanados, livres eindependentes. Só faltam dizer com todas as letras:estou muito bem sozinho, obrigado!

E daí, é só observar: quanto mais a pessoa tenta esconder oque quer, mais seus desejos escapam sem que ela perceba. Assim,embora sustentem com relativa facilidade o estilo ‘tô nem aí pra você’, dois dias depois estão ligando sem parar, cobrando

a presença do outro, fazendo de tudo para que os encontroscontinuem e... lá se foi toda a pose, dando lugar a uma atitude pedante, inconsciente, sem a menor noção de que tudo isso estáapenas deixando claro o quanto não precisamos fazer tanta força para parecermos algo que não somos, para corresponder a umaimagem que, em última instância, não existe, não é condizentecom o coração da gente.

Portanto, se você quer que o outro saiba que você sentevontade de se casar, de ter uma família, de viver um romance,

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de ter lhos, de se relacionar comprometidamente ou – por outrolado – que você não sente vontade de nada disso neste momento,mostre, fale, deixe claro! Obviamente vai correr o risco devê-lo ir embora, mas ao menos terá sido coerente com o queverdadeiramente quer.

É muito mais fácil e honesto admitirmos que temos medode não agradar, de assustar o outro ou de parecer cafonas ouantiquados, mas chega de agirmos de forma subterfúgia, parcial,mascarada. Chega de agirmos arbitrariamente, imprimindo no

outro impressões falsas sobre nós, que não correspondem com oque realmente carregamos em nosso coração.

 No nal das contas, é justamente essa mistura entre aimprecisão e a espontaneidade, a cautela e a vontade, o desejo e omedo do desconhecido que torna o amor uma alquimia imperdível.Com um pouco mais de ousadia e coragem, experimente mostrarquem você é... e quem sabe você surpreenda mais do queimaginava ser capaz?!

Você mostra, esconde ou nge?

Há quem ama é dá a vida em nome desse amor. E há quem

ama e mata em nome desse amor. A questão, muitas vezes, podenem ser a identidade do sentimento, mas a forma como cada ummostra. Ou não mostra, esconde. Ou ainda, prefere ngir algumoutro sentimento, só para se sentir mais seguro, mais protegidode alguma dor, alguma desilusão. Será? Será que funciona?

Será mesmo que alguém está realmente seguro contra asdores e as desilusões da vida? Será que existe vida sem dor esem desilusão. Aposto que não! Tudo isso está inserido, faz partedo pacote a partir do momento em que a gente nasce. Então, a

ótima notícia é que você pode parar dengir isso ou aquilo ou de esconder esseou aquele sentimento só para evitar a dorou a desilusão.

Essa história de que quem bate primeiro apanha menos não funciona navida e muito menos no amor. Em geral,quem bate primeiro ou quem bate depois equem apanha mais ou apanha menos dói domesmo jeito. Não ganha. Perde sempre. Nãoca feliz. Não ca preenchido e satisfeito.Fica na falta, naquela sensação de que nãoera bem isso o que estava querendo.

Tem também, infelizmente, muitagente vivendo o amor de um jeito burro.Desculpe-me a expressão, mas é burricemesmo. Burrice inconsciente, de gente quetrata bem os desconhecidos, mas quandochega em casa, é fria, grosseira, distante,agressiva, irritada. Não tem paciênciacom a esposa, com o marido, com os

lhos. E sabe o que é pior? Não se trata dedesamor. Tem amor aí, sim, muitas vezes.Mas se trata, sobretudo, de não sabercomo mostrar. De ter vergonha. De nãoter coragem. De acreditar, por causa dasmalditas crenças, que tem que manipular,mandar, controlar a pessoa amada, pois sóassim não será manipulado, mandado oucontrolado por ela.

Aos amigos,

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Poxa, quanta bobagem! Pare e pense!E então, qual é a sua? O que é que vocêestá querendo com isso? Com o que temfeito? Com o que tem dito? Com o quetem mostrado? O que acredita que vaiconseguir? Sim, porque agimos desta oudaquela determinada maneira sempre como intuito de conseguir algo, e acreditandoque esta é a melhor forma. Mas, quantasvezes, depois de algum tempo, terminamosdescobrindo que estávamos completamenteenganados justamente na forma? Não nointuito, não no desejo, não no sentimento...mas na forma que usamos para tentarconseguir o que queríamos.

E o que fazer para não errar tanto?É, porque errar nunca é impossível. Masdá para diminuir bastante o número devezes que nos equivocamos quando nos propomos a aprender a mostrar o queestamos sentindo. Não o que achamos

correto sentir. Não o que julgamos melhorsentir. Mas o que estamos sentindo deverdade.

 No capitulo anterior, a ideia eraaprender a identicar o que você sente.Agora, identicado, sabendo do que setrata, a ideia é aprender a mostrar. Comoera mostrado amor na sua casa, quandovocê era pequeno? Com que palavras?

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Existem milhares de formas de mostrar amor. Algumasmais eficientes. Outras completamente desastrosas. Mas,ainda assim, enquanto uma pessoa não para e olha para o seu jeito de mostrar amor, para o seu jeito de entender amor e para o seu jeito de gostar de se sentir amada, muitos enganos podem ser cometidos.

Você mostra jogando?

Tem muita gente que mostra amor como se estivesse jogando.Outro dia, falando sobre essa mania que algumas pessoas têm defazer joguinho no amor com uma mulher que eu havia acabado deconhecer, ri muito quando ela disse: “ai, é mesmo, detesto gentefazida!”. Eu achei estranho e repeti, só pra conrmar se era issomesmo que ela queria dizer: “gente fazida?”. “É, esse tipo de genteque ca perguntando ‘ai, será que ligo?, ‘será que aceito o convite para sair?’. Acho o seguinte: se quer, vai lá e liga, vai lá e diz quesim, que quer sair, e pronto. Direto e simples como tem de ser!”.

Adorei a postura dela. Também concordo plenamente que

‘gente fazida’ é muito cansativa! Joga com o que sente tentandose fazer de difícil, ou tentando ngir que não tá tão a m, que nemliga, que não se importa. Poxa! Pra que isso? Como diz uma outraamiga muito querida: “ser quer, quer; se não quer, quesse!”. Ouseja, não quer?, diz logo e sai fora. Não ca enrolando, ocupandoa moita, em cima do muro, esquentando o lugar.

Mas se quer, então assume. Não precisa partir pra cima,sufocar ou impor sentimentos ao outro, fazendo-o engolir seu amorde qualquer jeito. Não é isso! Embora tenha também esse tipo de

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Bem, de todo modo, vale a pena otrabalho. É pra isso que a gente ama. E pra isso que servem os relacionamentos.Pra gente evoluir, amadurecer, aprendermais sobre a gente mesma e sobre a artedo encontro. Atualmente, tem muita genteque prefere não ter esse trabalho e, paraisso, ca sozinho. Não se entrega. Fincaa bandeira do “sou solteiro até o m” e senega a chance de entrar em contato com oque sente. Mas como eu disse, a maioriafaz isso sem perceber e, por isso, acreditamesmo que sozinho é melhor. Acredita deverdade que não vale a pena mostrar.

E sabe como age quem camufla oque sente? Bem, vou contar, mas vocêcertamente já camuflou também. Aliás,quero aproveitar pra deixar uma coisa bem clara aqui! Pode parecer que estoudividindo as pessoas em tipos, como seelas fossem de um único jeito a vida toda.

 Não são! Nem eu e nem você somos issoou aquilo o tempo todo. Certamente, eu já camuflei, já mostrei sem querer, já joguei, já economizei , já disfarcei, até jámenti – sem querer e por querer. Sim,claro, sou gente também. E gente costumafazer todas essas coisas. E tudo bem. Aquestão aqui não é, nunca foi e nuncaserá falar de perfeição. Mas de querer

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acertar. De querer fazer dar certo. De estar comprometido comas escolhas, ciente dos sentimentos, acordado para a vida, a própria vida.

Então, voltemos a nós todos que já fomos camuados emalgum momento de nossa história, e principalmente a quemcontinua camuando, sem sequer notar. Camua quem maquia oque sente antes de mostrar. Assim:

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mulheres com quem vinha mantendo contato. Carmem couextremamente enciumada e enfurecida. E para mostrar o queestava sentindo, acusou, humilhou e gritou com Pedro. Essafoi a cena apresentada um ao outro.

Já nos bastidores, o comportamento era bem outro.3=&$% ")% >.$.P. &= $=>=#?$ <'= ".&. 0="#?. >%$ .<'=H.fulana, mas que ela sim o amava, dedicava-lhe toda aatenção e o elogiava sem parar. A fulana só tinha olhospara ele e ele, embora reafirmasse que amava Carmen

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mais do que nunca, continuava com a fulana e deixavaCarmen saber disso. Afinal, ela tinha de ver como ele-=$=:?. 0=$ .-.&%\ :%-% =H= #?";. <'.H?&.&=0 >.$.ser desejado por uma mulher. Em alguns momentos,ele chegava a reconsiderar e dizer que sua vida estavamaravilhosa sem a ingrata da Carmen.

8"<'."#% ?00%\ "%0 /.0#?&%$=0 &% %'#$% H.&%\ G.$-="chorava copiosamente pelo m de seu casamento. Não seconformava com tamanha ingratidão e petulância de Pedro.Como ele podia estar fazendo isso com ela? Como ele não viaque ela o amava e fez tudo por ele? Não entendia por que eledisse tantas vezes que não tinha nada com ninguém e quea amava se agora, conrmando todas as suas desconanças,ele estava com aquela fulana? Como tudo aquilo era possível?

A vida dos dois se transformou no caos. Mas, claro,aquela história não tinha começado agora. Aquela situaçãonão se formou da noite para o dia. Foram 20 anos denegligência. Vinte anos de pouco caso um com o outro. Vinteanos ‘empurrando com a barriga’, sem se questionar sobre oque queriam de verdade, sem tentar identicar o que estavamrealmente sentindo para, assim, conseguir mostrar ao outro.

Vinte anos sem diálogo do tipo olhos nos olhos, coraçõesatentos, ouvidos disponíveis. E, obviamente, a situação foi>?%$."&% H="#.-="#=\ 0=- <'= =H=0 0= &=00=- :%"#.@ L=-<'= 0= $=H.:?%".00=- &= >$%>D0?#%@ b%? #'&% 0=- <'=$=$@ 8foi mesmo, infelizmente. Triste de se ver!

História real, lamentável, dolorosa, absurdamente dila-cerante para todos os envolvidos. E inclui ainda depressão, problemas no trabalho, problemas nanceiros, problemas desaúde e de comportamento dos lhos. Enm, uma verdadeira

tragédia. E você acha mesmo que são poucas as histórias semelhantes? Que bomse fosse! Mas são muitas, muitas mesmo.Todos os dias, centenas de casais e defamílias desandam porque camuaramseus sentimentos. Briga após briga. Noiteapós noite. Ano após ano.

Quer outro exemplo, talvez de proporção menor? Pois bem:

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João e Telma estavam em uma festade aniversário de um amigo em comum.Lá pelas tantas, um rapaz insistia em%H;.$ >.$. X=H-.\ .>.$="#=-="#=admirando a beleza dela. Telma mal;.P?. "%#.&%\ #)% ?"#=$=00.&. <'=estava em João. Mas João, por sua vez,seguia cada pequeno movimento dotal rapaz, sentindo-se cada vez mais

enciumado. Sem perceber, camuou0=' 0="#?-="#%@

8 :%-% ")% 0= &=' :%"#. &= <'==0#.P. -%$$="&% &= :?`-= &= X=H-.\ %:?`-= P?$%' -=&% &= >=$&B+H.@ 8 :%-%=H= .?"&. ")% >=$:=/='\ =P%H'?' >.$.?$$?#.()% = &=>%?0 $.?P.@ 8 :%-% =H=continuou inconsciente, tão focado que=0#.P. ". .#?#'&= &% %'#$%\ ". =0:%H;.

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&% %'#$%\ "=- "%#%' <'= ")% #?";.-%#?P%0 >.$. =0#.$ 0="#?"&% .<'?H%@ Q'=era apenas insegurança sua, boba, semrazão de ser. Anal, Telma continuavatoda sua, dançando com ele, falando:%- =H= = ?"#=$=00.&. "=H=@

, &?"M-?:. :%"#?"'%' &="#$%&=H= =\ .:;."&% <'= ")% #?";. =0:%H;.\começou a ser grosseiro com ela. Acada brincadeira, respondia com visívelirritação e mau humor. Ela foi cando?":%-%&.&. = :;.#=.&. :%- . 0?#'.()%\sem entender por que ele estava agindode forma bruta e tão repentinamente.Considerou que poderia ter dito algoque não o agradou, mas não tevecerteza. Até que João disse que queria irpara casa e que não gostava de sair comela, pois sempre terminavam brigando.Saiu sem se despedir dos amigos eP%H#.$.- >.$. :.0. =- 0?HB":?%@ V-

silêncio que doía no peito dos dois. Um0?HB":?% <'= $=P=H.P. % <'."#% c%)%")% 0./?. -%0#$.$ % <'= 0="#?.@ 8 >%$isso, camuava, causando pequenos&=0="#="&?-="#%0 <'= >.$=:?.-\ .%0olhos de Telma, completamente infantise sem motivos que os justicassem.

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Anal, a questão aqui é o que existe de real. E o que existeC .-%$ ="#$= c%)% = X=H-.@ 8 ")% &=P=$?. 0=$ '- %H;.$ ?"0?0#="#=– e nem notado por ela – a razão para a noite terminar demodo tão frustrante e lamentável como terminou. Mas ele nãoconsiderou essa realidade e transformou seu sentimento nummonstro tão gigante e tão distorcido que estragou tudo para ele-=0-% = >.$. . -'H;=$ .-.&.@

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seu, poderia ter se dado conta também de que Telma o ama e estácom ele porque ele é digno e merecedor de ser amado. Então, elepoderia contar a ela que está morrendo de ciúme dela porque tem'- 0'R=?#?";% <'= ")% >.$. &= %H;.$ >.$. . 0'. H?"&. -'H;=$@ 8 0=Telma também estivesse sintonizada com seus reais sentimentos,poderia rir do comentário de João, sentir-se lisonjeada com osentimento dele e a coragem de contar a ela e se sentir ainda mais.>.?]%".&. >%$ =00= ;%-=- #)% =0>%"#M"=% = #)% .00'-?&.-="#==H= -=0-%@ 8 . "%?#= #=$-?".$?. -.$.P?H;%0.-="#= /=-1

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Ele poderia preferir não dizer nada a ela. E seria um direito&=H=@ 3%&=$?. 0?->H=0-="#= $=:%";=:=$ 0=' 0="#?-="#% = 0=&.$ :%"#. &% <'."#% .-. =00. -'H;=$@ ,00?-\ >.00.$?. . 0=comportar de forma ainda mais carinhosa, mais atenciosa e-.?0 :%=$="#= :%- % 0=' 0="#?-="#% &= .-%$@ L=- :'H>.$ %rapaz pelo sentimento que é seu, sem descontar seu medo esua raiva em Telma. Sem camuar.

3'HI #'GC%E BH'D'#&YEDJ'>Já viu gente que economiza amor? Parece que se mostrar

demais vai acabar! Parece que se mostrar além da medida,vai gastar, vai deixar o outro muito convencido, vai parecercoisa de gente mole. Não sei exatamente o que pensa quemeconomiza na hora de mostrar o que sente, mas o fato é quetal economia se torna avareza. E avareza no amor dá azar, pode acredi tar!

Aqui vale falar de novo do cuidado que precisamos tercom os excessos e com os extremos. Mostrar de menos oumostrar de mais, dá xabu. Economizar é tão ruim quantoexagerar na dose da demonstração. Um provoca fome

e anemia. O outro provoca indigestão e mal estar. O bommesmo é mostrar na dosagem real. Mostrar o quanto sente,como sente.

Se for mesmo pouco, tudo bem. Tem mesmo é de mostrarque é pouco e assumir que é pouco. E também lidar com asconsequências de estar sentindo pouco. Se for bastante, assumirque é bastante, mostrar bastante e assumir as consequências deestar sentindo bastante. Mas veja – a consciência muda tudo!Sim, porque a medida é o que menos importa. O que importa é a

coerência entre o que se sente (de verdade)e o que se mostra.

O problema, portanto, é quem sentemuito e mostra pouco ou quem sente pouco e mostra muito. Ou ainda – o queacontece muitas vezes – quem sente muitoe mostra de modo ansioso, inseguro,cobrando reciprocidade a qualquer custo,querendo ser correspondido de qualquer

maneira ou querendo ser amado dequalquer jeito. Aí não rola. Vira chatice, pieguice. Pode sufocar o outro, deixá-losem vontade de participar da conquista.Sem motivação para ser o seu melhor e brincar de trocar amor.

CASO - Angela e Miguel

Angela estava completamente apai-xonada por Miguel. Encantada comaquele homem. Ele era jovem, forte,

viril, lindo, inteligente, tudo o que elanem ousava desejar. No fundo, duvidava0= #?";. :%->=#B":?. >.$. 0= $=H.:?%".$com alguém com tantas qualidades. Natentativa de ser amável, de mostrar o quesentia, ela cava atenta a tudo o que elefazia e estava sempre disposta a ajudá-lo, a ser compreensiva, a agradá-lo e sercarinhosa. Mesmo quando era difícil fazer

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algo, ela se desdobrava, se esforçava edava um jeito de fazer. Queria ser amada.Queria muito. Mas ele não conseguiu.Simplesmente porque Miguel não tinha=0>.(% >.$. =]=$:?#.$ 0='0 0="#?-="#%0@

Angela não lhe dava tempo ou lugar>.$. 0="#?$@ X'&% =0#.P. &.&%@ X'&%=0#.P. >%0#%@ X'&% =0#.P. >$==":;?&%>=H. M"0?. &=H.\ >=H. P%"#.&= &=H. &= <'=tudo fosse perfeito e lindo e bom paraele. E assim, Miguel perdeu o interesse.,#C #="#%'\ .#C 0= <'=0#?%"%' 0%/$= %<'= -.?0 >%&=$?. <'=$=$E ,<'=H. -'H;=$=$. &%:=\ .#=":?%0.\ :%->$=="0?P.\sempre pronta a agradá-lo, mas... Esse=$. % >$%/H=-.@ 8$. #'&% &=-.?0\ %P=$@Passou dos limites. E cou sem graça.8H= ".&. >$=:?0.P. :%"<'?0#.$@ 8H= ".&.precisava fazer. Ela fazia tudo pelosdois. E ele perdeu o lugar na relação.Acabou. E Angela, mais uma vez, cou

sem entender o que estava fazendo de=$$.&%@@@

E quem sente pouco e faz questãode insistir que é pouco, também é defesa.Está querendo machucar o outro e deixá-lo frágil pra que? Com que intenção? Sópara parecer mais forte? Quem sentepouco e maltrata, desdenha, faz pouco:.0%\ #=$-?". 0="&% :$'=H@ 8 :$'=H&.&=

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Daniel e Karina começaram a car. Não era amor ainda.K=- 0./?.- .% :=$#% 0= <'=$?.- -=0-% ".-%$.$@ b%$.-

cando, se conhecendo, saindo juntos. Ora um queria mais,%$. % %'#$%@ 5$. "=";'- &%0 &%?0\ %$. %0 &%?0@ 8 .00?- %tempo foi passando. Acontece que Daniel começou a se.>.?]%".$ >%$ I.$?". = =H.\ .?"&. ")%@ 8 >=$:=/="&% <'= ")%era correspondido, em vez de se questionar se era isso mesmoque ele queria e se preferia terminar ou tentar conquistá-la por mais algum tempo, assumindo que estava gostandobastante dela, ele cou com medo e nada demonstrou.

Ela, por sua vez, aproveitando que gostava pouco, resolveuminar as forças dele. Já que ele se mostrava tão indiferente,ela começou a espezinhar. Fazia pouco de Daniel, dava perdidonele, mentia que estaria num lugar, mas ia para outro. Ficavacom outros rapazes e, quando ele questionava, enganava e ria

das perguntas dele. E assim foram montando um jeito todotorto e desrespeitoso de se relacionar. Ele cava porque achavaque gostava dela e acreditava que não conseguiria viver semela. Ela cava porque se sentia mais forte e, pela primeira vez,achava que poderia não sofrer por alguém.

Final da história? Foram morar juntos e depois de algunsmeses ela engravidou. As brigas diminuíram por algum#=->%\ -.0 &=>%?0 &% ".0:?-="#% &% /=/B\ P%H#.$.- .?"&.piores. Ele se tornou cada vez mais agressivo tanto física

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quanto verbalmente. E ela, cada vez mais durona, sempremostrando que não se importaria se ele fosse embora.

Resumindo: nenhum dos dois está feliz e o bebê,obviamente, também sofre com a falta de entendimento dos&%?0@ 8 =' .>%0#.$?. <'= =]?0#= .-%$@ 9.0\ >.$. =00= .-%$=":%"#$.$ 0=' =0>.(%\ %0 &%?0 >$=:?0.$?.- $=H.].$ = >.$.$ &=se comportar como se estivessem em guerra, onde um temde ganhar e o outro tem de perder. Do jeito que está, todos>=$&=-\ 0=->$=1

E ca a reexão: se isso não é sofrer, o que é então?Felicidade? Prazer? Satisfação? É alegria? O que é? O que>$=#="&= '- :.0.H <'= .H?-="#. =00= #?>% &= &?"M-?:.E K)%estou falando só de quem agride e maltrata. Estou falandotambém de quem, apesar disso, ca, continua, insiste, não-'&.1 8 >?%$\ ")% .00'-= % <'= 0="#= &= P=$&.&=\ ")% -%0#$.que está doendo. Em vez disso, ora mostra passividadee submissão, ora revida a agressão, ora agride primeiro.,#C <'."&%E G%- <'= %/R=#?P%E LD P)% &=0?0#?$ <'."&% 0=destruírem?

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fosse. A que é! E tem mais: se você não sabe qual é a suamedida ainda, se está confuso, tudo bem também. Desde queassuma isso. Não precisa saber já, agora. Aliás, nem precisasaber. E se outro perguntar, diga que não sabe, que estáconfuso, mas que quer continuar mesmo assim, até saber. Eque isso seja verdade, e não só um jeito de se defender dospróprios sentimentos. Para saber se é verdade ou defesa,P%H#.-%0 .% .'#%:%";=:?-="#%@ ,% %H;.$ >.$. 0? = &=:?&?$P?P=$ &= >$%>D0?#%@

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uidez.

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Tudo bem sentir medo. Quem nuncasentiu? Amar dá medo mesmo! Anal,quem já sofreu por amor, sabe muito bemque não tem remédio pra aliviar, não temanalgésico que faça a dor passar. Sabe queo único remédio é o tempo, e que o tempo,

quando a gente está sofrendo por amor, parece se tornar o mestre dos sádicos.Parece que um segundo se torna uma hora.Que uma hora se torna um dia. E que umdia pode ser uma eternidade...

É, faz sentido ter medo. Mas não fazsentido nenhum mostrar com medo. Sabe por quê? Porque mostrar amor com medoé um dos jeitos mais ecientes de provocaruma situação que vai fazer você sofrer por amor. Ou seja, você vai conseguirexatamente o que menos quer.

Quem tem medo de mostrar o que

sente, geralmente não mostra. É aqueletipo de gente que está ali, mas parece quenão está. Que parece que não se abala. Nãoé exatamente indiferença ou que ‘tantofaz’. Parece impermeável, impenetrável,intocável. É por causa do escudo que elausa. Daí, não sente.

O problema é que só parece que nãosente, mas sente. E pior – sente de um jeito

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se dar conta de algo que está incomodandona relação, quem ama vai tentar encontraruma maneira criativa e justa de mostrar, porque terá reconhecido, antes, que existemesmo o lado não tão bom em qualquerrelacionamento, ou melhor, existe a nemsempre tão fácil arte da convivência entreduas pessoas.

Quem ama, aprende que, acima de tudo,o que é vivido é resultado dos sentimentos, pensamentos, escolhas e atitudes dos dois.E não se esquiva de sua parte. Porque casaisreclamando um do outro, acusando-se e brigando indenidamente, ou ainda casaisque adotam o silêncio e a mágoa velada umdo outro existem aos montes. Mostrar amorvai muito além do que termina parecendo para aquelas pessoas que consideram amorsomente a parte gostosa de uma relação.

E por que mostrar o que não égostoso? Bem, porque muitas vezes o que

é óbvio para um, não é nem um sinalzinho para o outro. As pessoas enxergam assituações e interpretam os acontecimentosde maneiras muito particulares. E numrelacionamento, isso pode custar caro.Enquanto um pode estar fazendo algo eacreditando piamente que está agradando,o outro pode simplesmente estar muitoincomodado com a situação. E o que

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acontece, na maioria das vezes, é das duas, uma: ou o incomodadonão vai falar nada – porque ca com raiva e acha que é óbvioque a situação é constrangedora - ou vai reclamar, apontando oquanto o outro foi infeliz com tal comportamento.

O amadurecimento nos mostra que amar é fazer ajustes,é conhecer um ao outro o tempo todo. É descobrir pequenosdetalhes que podem ser conversados para serem compreendidosde uma maneira bem mais tranquila, bem menos provocante.

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Certa vez, uma leitora me escreveu contando que tinhaum casamento feliz de 12 anos. Amava muito o marido, masvinha se sentindo incomodada com o fato de ele tratá-la comose fosse pai dela, extremamente protetor, zeloso, sempre>$=P="&% % <'= >%&=$?. &.$ =$$.&%@

Pra piorar, a diferença de idade entre eles era signicativa,o que dava a ele ainda mais segurança para considerar queestava certo em tentar preveni-la sobre possíveis erros. Decerta forma, ele tinha mesmo razão. E ela até conseguiaenxergar isso e compreender que a intenção dele era boa.

Mas o fato é que ela queria arriscar, queria tentar e poderarcar com as consequências de algum erro que viesse a:%-=#=$@ L=- :%"#.$ <'= =00. 0="0.()% &= =]#$=-. >$%#=()%fazia com que ela se sentisse lha e não mulher dele. E issovinha interferindo até em seu desejo sexual pelo marido, que0=->$= #?";. 0?&% -'?#% /%-@

Sugeri que ela, primeiro, tentasse entrar em contato consigomesma para compreender por que é que aquele comportamento

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dele a estava incomodando. Não para se criticar ou para se julgarcomo errada. Não! A gente não sente errado. Nunca! A gentesente como a gente é. E se queremos mudar um sentimento,então temos que entender quem somos e como podemos nostornar para conseguirmos lidar com determinados sentimentos edeterminadas situações.

Propus algumas reexões e alguns questionamentos. Vocêsempre se incomodou com esse jeito dele? Ele mudou e passou a serassim recentemente ou foi você quem mudou e passou a se incomodarcom esse comportamento que ele sempre teve? Se foi você quemmudou, o que houve? O que aconteceu? Como você entendia essecomportamento antes e como entende agora? O que signica, paravocê, o que ele faz? E como você gostaria que fosse? Por que? Noteque não é o que o outro faz que cria o problema e sim a combinaçãoentre o que ele faz e quem você é, o que você sente.

É fácil entender isso quando alguém te conta, por exemplo, queadora que a esposa ligue para ele, todas as tardes, para perguntar o queele gostaria de comer no jantar. Outro homem, muito tranquilamente, poderia dizer que caria profundamente incomodado se a esposativesse um comportamento semelhante, já que ele não quer pensarno que vai comer no jantar e espera que ela decida sozinha. Bem,

não há nada de errado, em princípio, no ato de ligar pro marido e perguntar o que ele quer comer. Mas se torna um problema quandoo tal marido se incomoda com essa atitude. E tudo bem. Ele tem odireito de se incomodar e não precisa engolir isso pra sempre como prova de que a ama. Mas é preciso que haja maturidade, consciência,espaço entre eles para que um possa dizer ao outro do que gosta e doque não gosta, sem que isso se torne uma ofensa.

Mostrar o amor inclui tudo isso. Mas, para que o outroenxergue e entenda como demonstração de amor, precisa estar

minimamente preparado. Senão, tudo viramotivo pra briga, pra insegurança e paraachar que um não aceita o outro como eleé. Bem, as pessoas são tão diferentes, etêm crenças tão diferentes, e viveram numambiente tão diferente umas das outras queme parece absolutamente compreensívelque façam ajustes e conversem muitosobre o que sentem e pensam e desejamquando passam a dividir o mesmo teto oua conviverem diariamente.

E que mal pode haver nestasconversas? Que mal pode haver em abrirespaço para que o outro se sinta melhor,mais confortável, mais à vontade, maisfeliz? Não seria esse o exercício do amor? Não seria justamente essa a evolução a queo amor pode nos levar: a de receber o outrocom espaço suciente para que ele seja elemesmo, sem ter de corresponder – o tempotodo – às nossas expectativas?

Talvez, a esposa ligue para o maridotodas as tardes simplesmente porqueacredita que ele gosta de ser incluído nadecisão do cardápio para o jantar. Talvezela tenha visto a mãe ou a tia fazer issodurante toda a sua infância e tenhaacreditado que esta é uma atitude de amor.Mas se ela considerar que as pessoas são(e têm o direito de ser) diferentes umas das

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outras, então entenderá se o marido disserque prefere que ela não faça essa pergunta.

Mas, claro, haverá uma gigantescadiferença entre dizer isso a ela comagressividade, num tom de acusação, edizer isso num tom amigável, fazendo um pedido, como que reconhecendo que ela estátentando ser democrática e agradá-lo, masque não é assim que ele sente. O problemaé que muitas pessoas receberiam a ligaçãodurante anos, considerando uma chatice,dando pouca atenção, demonstrandonas entrelinhas e na falta de carinho quenão estão gostando. Mas nunca dizendodiretamente. Nunca sendo realmente claras. Nunca mostrando amor nessa situação,embora amando a outra pessoa.

E daí, num dia ruim, quando omarido estivesse com um grande problemaa resolver, por exemplo, e a esposa ligasseno meio de uma reunião delicada e tensa,

ele poderia disparar um tiro contra ela,gritando que não aguenta mais essasligações sem nexo, todas as tardes, chatase que incomodam, só para perguntar oque ele quer para o jantar. E quem estariacerto? Bem, me parece que não se trata deestar certo ou errado. Ela tem o direito deacreditar que estava sendo gentil, assimcomo ele tem o direito de sentir que aquela

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gentileza é totalmente dispensável. E se um dispusessem a falar eo outro a ouvir, então o amor estaria mostrado, tal como cada umo sente, tal qual cada um é!

E voltando a leitora incomodada com a superproteção domarido, sugeri também que, depois de se questionar sobre seus próprios sentimentos, contasse tudo isso a ele num momento emque não estivesse com raiva. Que aproveitasse um dia em queos dois estivessem tranquilos, conversando sobre amenidades ouaté que estivessem passeando, jantando fora. Enm, às vezes, o

momento de falar pode fazer toda a diferença no resultado daconversa. Mas, veja o que aconteceu:

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Algum tempo depois, ela me escreveu novamentecontando que tinha falado para ele tudo o que vinhasentindo. O problema é que não conseguiu esperar omomento mais tranquilo e terminou falando em meio a uma&?0:'00)%@ Q'."&% =H= :%-=(%' . $=>$=="&B+H.\ #="#."&%preveni-la de um provável desgosto, ela não aguentou e#=$-?"%' 0%H#."&% #'&%@

Brigaram. Ele se sentiu profundamente ofendido e sefechou. Considerou as palavras dela como a de uma ingrata,incapaz de perceber como ele a amava e como se importava comela. E, assim, a relação cou estremecida por dois ou três dias.Depois, foi voltando ao normal e não tocaram mais no assunto.

Ela estava muito frustrada com o resultado da conversaque, aliás, nem tinha sido uma conversa. E me perguntava:“o que fazer agora? Tentei mostrar a ele como estava me0="#?"&% = ")% &=' :=$#%d@

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É verdade, não deu certo. E tenho uma notícia não muito boa para te dar: nem sempre vai dar certo. Mostrar o que você sentenão é garantia de que o outro vai entender e aceitar. Muito menosgarante que ele vai gostar. Mostrar é um risco. É uma tentativa.Inclusive, mostrar pode até estragar tudo! Sim, porque se o outronão estiver preparado para ver quem você é e o que você sente, ouse você não souber mostrar e terminar jogando em cima do outrotoda a responsabilidade pelo que você sente de ruim, pode ser umdesastre daqueles.

E você poderia, então, e com razão, questionar se realmentevale a pena mostrar. Eu continuo assegurando rmemente que,embora possa sair como um tiro pela culatra, atingindo lugar errado,na hora errada, vale a pena arriscar. Mas, claro, com o máximo deconsciência possível. Note que, quanto mais você engolir, quantomais tentar ngir que nada está acontecendo ou quanto mais preferiro silêncio magoado ou raivoso, mais difícil será usar o melhor tom eescolher a melhor hora para falar desses sentimentos que você tem preferido negar ou esconder. Ou talvez de sentimentos que vocênem perceba, nem note que andam cutucando você. Simplesmenteatribui o que sente ao que o outro faz sem se questionar, semidenticar o que é que anda acontecendo aí dentro.

Além disso, tenho pesquisado e observado uma consequênciamuito nefasta do silêncio nos relacionamentos. Não estou falando dosilêncio que abre espaço para a paz, para a reexão e para a meditação.Estou falando do silêncio contaminado, envenenado, preenchido por pensamentos que criam fantasias monstruosas. Sim, porque tudo o quea gente ca alimentando no pensamento, vai crescendo e ganhandocontornos que não correspondem com a realidade. É por isso que a palavra dita com consciência dá uma dimensão bem mais verdadeira para as questões e nos permite tomar decisões bem mais acertadas.

Para você entender melhor do que estoufalando, proponho o seguinte exercício:quando estiver com um pensamento xosobre alguém ou alguma situação; quandonão conseguir parar de pensar no queaconteceu, no que gostaria de ter feito ouno que pretende fazer ou dizer, observecomo tudo vai aumentando dentro de você.Dependendo do quanto você é ansioso, todaa história pode crescer bem rapidamentedentro de você, ocupando sua mente, seucorpo e toda a sua energia com tal história.

Quando se der conta de que não estáconseguindo deixar uir, que está tomado pelo bicho-papão que sua mente criou,então é hora de colocar para fora e ver qualé, de verdade, o tamanho disso tudo. Omelhor é que você faça isso contando o queaconteceu para alguém em quem cone.Conte os fatos e seus pensamentos sobreele. Conte o que vem alimentando sobre a

situação. Conte o máximo que conseguir.E se ouça. É muito provável que vocêcomece a se dar conta dos exageros, dasdistorções e, principalmente, comece a sedar conta de você mesmo nesta situação.

Qual é a sua parte? Por que está teincomodando tanto? Por que está tão difícildeixar uir ou simplesmente ir lá e falarcom a pessoa certa, com a diretamente

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envolvida na história? Se é apenas umaquestão de esperar a oportunidade para fazerisso, por que você não está conseguindosimplesmente esperar? Simplesmente pararde pensar nisso agora, viver o que há paraser vivido agora e se conscientizar de quetudo tem o seu momento para acontecer?

É esta loucura mental que o nossosilêncio contaminado nos causa. É por causadeste caos interno que muitos males físicosnos acometem. Nosso sistema imunológicoenfraquece, abrindo portas para doençasque poderiam ter passado longe de nós seestivéssemos em paz, uindo levementecom cada acontecimento, na hora em queele se dá. Isso sem contar no mal que faz aonosso relacionamento.

Somos os únicos seres vivos quese comunicam por meio das palavras,da linguagem falada. Isso deve teralguma importância bastante relevante.

Porém, infelizmente, muitas vezestemos lidado com esse dom - o da fala- de modo extremamente negligente: oraexagerado, distorcido e equivocado, orasimplesmente se negando a falar.

Ditos populares sobre esse tema,além do essencial equilíbrio entre falar eouvir, existem vários: “Falar é prata, mascalar é ouro”, “Quem muito fala, dá bom

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dia a cavalo”, “Quem muito fala, muito terá de se justicar”,entre outros. Um pensamento de que gosto muito é de Antoinede Saint-Exupéry: “A linguagem é uma fonte de mal entendidos”.

Ou seja, parece que a sabedoria popular nos sugere maissilenciar do que falar. E é mesmo verdade que pode haver muita paz no silêncio, mas penso que é urgente aprendermos a gigantescadiferença entre o silêncio que apazigua e pacica, do silêncio queensurdece, grita, mente e perturba. Aliás, existem silêncios tão perturbadores que podem enlouquecer um ser humano.

Acima de tudo, precisamos aprender a falar com um propósito. Não falar só para jogar sobre o outro as nossasfrustrações ou falar só para ofender e impor razões e vontades. Não se trata de vociferar, mas de se expressar, de mostrar ao outroquem somos e o que queremos. E mais do que isso: de enxergarquem o outro é e o que ele quer. No exercício diário do amor,estou cada vez mais certa de que não pode haver modo maiseciente de resolver conitos, aplacar a ansiedade e desfazer malentendidos do que por meio do uso de uma comunicação clara,direta e sem joguinhos.

Mas, lamentavelmente, por não saberem como sequercomeçar, ou por medo e até covardia, muitas pessoas adotam o

silêncio como principal forma de comunicação. Calam-se para“deixar bem claro” que estão bravas, tristes ou insatisfeitas.Recusam-se a falar porque concluem que é óbvio o que estáacontecendo e o que estão sentindo e que, além disso, o outro jádeveria saber. Há ainda os que prolongam a mudez apostando queo tempo simplesmente resolverá as mágoas e as incertezas. Comose sentimentos não precisassem ser elaborados e digeridos.

 Não exagerei quando disse que o silêncio pode enlouqueceruma pessoa. Existimos a partir da linguagem. Descobrimos que

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somos únicos e separados do outro a partir do momento em quenascemos e por meio da linguagem, do que o outro diz sobre nós,sobre como estamos no mundo e o que provocamos nas pessoas.É assim que nos constituímos, que nos reconhecemos e que noscriamos internamente. É assim que se forma nossa autoimagem.

Claro que quanto mais amadurecemos, mais conançaganha nossa própria voz, nossas percepções e capacidade decompreender o que acontece fora e dentro de nós. Mas o fato éque relacionar-se com alguém que não se mostra, que não revelao que pensa, sente e quer, é altamente frustrante, desgastante edeprimente. Não há troca. Não há encontro de almas. Não hásintonia possível!

 Não falar é, muitas vezes, uma forma de torturar o outro, defazê-lo padecer e sentir a dor do inexplicável, do incompreensível,do imponderável. Sei que a vida não nos dá garantias. Sei tambémque não temos todas as respostas, mas quando podemos olhar para a pessoa que amamos e sentir que, no espaço que separa uma alma daoutra, existe uma voz que acolhe, acaricia e mostra o que ali pulsae vibra, aí sim, podemos sentir e vivenciar todo o amor que aí está!

Sem contar que quem ama de propósito, sabendo o que quer,querendo fazer dar certo, vai encontrar uma forma produtiva de

contar ao outro que não gostou do que ele fez, embora reconheçacompletamente sua boa intenção. E vai explicar, claro, falandosobre si e ouvindo o que o outro tem a dizer sobre os motivos queo levaram a se comportar de determinada maneira. O cuidado que precisamos ter, nesta dinâmica, é o de não cair na armadilha deacreditar que amor, amor mesmo, desses feitos de humanidade eauteridade, não tem nada a ver com esse tipo de conversa, comfalar do que não gosta. Aliás, com identicar situações das quaisnão gosta na relação.

Acreditar nisso, de modo infantil, pode nos fazer, muitas vezes, agir sem pensar, escolher sem querer, fazer semsaber por que. Se você ainda sustentaideias do tipo “todos têm uma alma gêmeae, quando essas almas se encontram, tudoé perfeito” ou “quando a gente ama deverdade, a paixão nunca acaba” ou “quemama não briga”, comece a revê-las. Almassão, sobretudo, complementares. E pessoas(com suas almas) brigam, desentendem-see discordam uma da outra. E não existe,nunca, em nenhum encontro, por mais amorque sintam, por mais maduros que sejam,a perfeição! Isto é, pode mesmo continuarsendo amor, mesmo quando não parece!

O problema é que, por conta dessasilusões, por se deixarem enganar porelas, muitas pessoas abrem mão deviver relacionamentos que poderiam sermaravilhosos. Ficam à espera de algum

sinal ou certeza de que estão fazendoa escolha certa. Desistem de encontrosque tinham tudo para dar certo só porquenão correspondem aos seus conceitos preconcebidos sobre o que seja o amorcerto, o amor perfeito.

Tenho visto, ao longo dos últimos15 anos, muitas pessoas abrindo mão de possibilidades só porque nada de especial

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lhes indicou que o outro era a sua tão procurada alma gêmea. Outras ainda inva-lidam casamentos e desestruturam toda afamília por insistirem em acreditar que aalma gêmea é aquela impossível, que geraangústia e se assemelha às histórias decontos de fadas - ou seja, que não existem!

Pra começar, se você prefere mesmonortear sua vida pela ideia de que existeuma alma gêmea da sua, então é bomconsiderar que gêmea é esta pessoa queestá com você agora! Sim, neste momento,a sua alma e a alma desta pessoa entraramem sintonia para se encontrar. Por isso, parede se atormentar com ideias de que deveriahaver luzes piscando ou de que seu coraçãodeveria disparar alucinadamente. Isso nãoé pré-requisito para você ter certeza de queestá com a pessoa certa. Aliás, não existemnem certezas e nem pessoas erradas. Sãotodas certas para aquele momento, para

algum aprendizado importante.Ou melhor, paixão ganha maturidade

e muda de ritmo com o tempo. Tem aver com o estopim do início, a ânsia porconhecer e reconhecer o outro a partir denossas próprias expectativas. Felizmente,diminue por ora, ganha novos movimentos!E quando muda, a gente cresce, aprende aolhar para o outro com olhos de realidade,

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de humanidade, acolhendo sua imperfeição e descobrindo que,ainda assim - nem tão príncipe, nem tão princesa - o desejo permanece, e até cresce.

Amar é exercício diário! E que bom que assim é! Poderse reencontrar nessa capacidade de recomeçar e de apostar denovo e de querer ser melhor amante e melhor par. O importante éreinventar o amor à medida que mais maduros nos tornamos, semque isso signique ter de pular de galho em galho.

E sem essa de que quem ama não briga. Concordo que quem

ama evita ofensas, está atento ao respeito e à conança. Mas pessoas se desentendem. E duas pessoas convivendo certamenteterão de se ajustar. A questão não é querer e ver e pensar o mundode modo diferente um do outro, mas quanto cada um se abre paraincluir essas diferenças, lidar com elas e encontrar um jeito decaminharem juntos, apesar delas.

Outro dia, um leitor me escreveu que “amor é o que sobradepois que o amor acaba”. É isso: quando as crenças limitantessão desconstruídas, quando as máscaras podem ser tiradas equando você realmente se coloca, conseguindo mostrar doque gosta e do que não gosta, e abrindo espaço para acolher ooutro com tudo do que ele gosta e do que ele não gosta, aí sim,

o amor infantil e cheio de ilusões acabou e começou o amorreal, o amor de gente grande. É esse que nos faz feliz e quenos faz crescer!

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V̂ocê já pode perceber que existem muitas formasde mostrar o que sente. Cada um de nós escolhe – consciente ouinconscientemente – a forma que nos parece mais acertada, mais segura. No nal das contas, é sempre isso o que estamos buscando – segurança,controle, alguma garantia de que não vamos sofrer, não vamos doer.

E assim, mais do que viver em função de sentir prazer,terminamos vivendo grande parte de nossa vida e de nossas relações

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em função de evitar a dor. Em função dedriblar o medo. Mas de onde veio essemedo? Quem disse que precisávamos termedo? Quem a gente viu sentindo medo eacreditou que é assim que o amor funciona?Quem a gente viu sofrendo e, por isso,decidiu não sentir essa mesma dor?

O fato é que fomos, desde bem pequenos, assimilando o que vimos e oque ouvimos como verdades. Tornaram-se crenças que, na época, não tínhamoscondições de avaliar, analisar ou questionarse era realmente nisso que acreditávamosou queríamos acreditar. Simplesmenteassimilamos. Anal, foram pessoas muitoimportantes para nós que nos mostraramou nos disseram sobre tais acontecimentos,sentimentos e a forma como deveríamoslidar com eles.

Crescemos, mas essas crenças conti-nuam atuando fortemente em nós. Foram

as nossas bases para o desenvolvimento.E isso signica que elas foram mesmofundamentais para que nos tornássemosquem somos hoje, adultos, prontos paraexperimentar relações, sentir e mostraro que sentimos. Prontos para viver o quenos permitimos e do modo como nos permitimos. Mas, veja, tudo isso tem tudoa ver com as tais crenças que nos serviram

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como degraus, como pontes, como portas, como caminhos, comosetas, como verdades para chegarmos até aqui. A questão é: vocêsabe que crenças são essas? Você sabe em que acreditou para setornar quem você é, do jeito que é?

 Nossas crenças são, na maioria das vezes, mais deter-minantes do que os fatos em si. Ou seja, muitas vezes, tomamosdecisões, fazemos escolhas e seguimos por este ou aquelecaminho tomando como base essas crenças – mesmo semsabermos conscientemente, quais são elas. Então, se elas sãocomo verdadeiros guias em nossa vida, penso que seria mesmo bem interessante se dedicássemos algum tempo para conhecê-las,não? Saiba! Cada casa, cada família, assim como cada cultura,região e país adotam crenças particulares. Das mais simples eque, aparentemente, não exercem inuência signicativa sobrenossos resultados, até as mais contundentes e que impingem todaa diferença na nossa história.

Só pra você ter uma ideia do que estou falando: uma crença bastante simples, mas de que me lembro fortemente, é que na casade uma amiguinha da escola, todos eles – mãe, pai e os três lhos – tomavam café com leite enquanto comiam pizza, aos sábadosà noite. Quando vi aquilo, do alto de meus 12 anos, achei muito,

muito estranho. Não conseguia entender como aquelas pessoasconseguiam tomar café com leite e comer pizza ao mesmo tempo.Mas essa era uma crença deles. Simples, quase insignicante,mas era uma crença. E era diferente das crenças da minha casa, já que nunca, nenhum de nós lá de casa, tomava café com leitequando comia pizza.

Lembro-me também de ter me espantado com as crençasque vi numa outra casa, quando era adolescente. Era uma famíliacomposta por mãe, pai e cinco rapazes. O mais novo tinha cerca

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de 10 anos e o mais velho deveria ter seus 20 ou 22 anos. Eu,na época, tinha 16. Ao frequentar aquela casa, percebi que os pais, aos domingos, acordavam por volta de meio dia ou uma datarde. Enquanto isso, os meninos já estavam despertos, tinham sevirado como conseguiam e, aos meus olhos, baseada nas crençasda minha casa, aquilo tudo parecia uma loucura, uma completa bagunça, uma desorganização sem precedentes. Anal, nunca,nunca em toda minha vida, vi meus pais acordarem depois dasnove horas da manhã, no mais tardar. Em geral, eles acordavam por volta das 7h da manhã aos nais de semana.

Bem, essas diferenças eram apenas questões de crenças.Cada casa tinha as suas e desenvolvia dinâmicas a partir delas.Mas estou convencida de que tais dinâmicas, simples oucomplexas, exerceram inuências consideráveis na minha vida,na vida de meu irmão, na vida da minha amiga e daqueles rapazes.Assim como as crenças da sua casa exerceram inuência sobrequem você se tornou. É assim que é a vida e é assim que se dáo desenvolvimento de uma pessoa. Daí, podemos somar váriasoutras crenças: de que forma seus pais lidavam com o dinheiro?Economizavam ou gastavam tudo? Faziam dívidas? Compravama prazo ou à vista? E com o trabalho, como eram? Autônomos ou

empregados? Mudavam de emprego constantemente ou caram por anos num mesmo trabalho?

E no relacionamento entre vocês, como era? Falavam o quesentiam ou não? Brigavam ou mantinham o silêncio e engoliamsapos? Seus pais demonstravam carinho ou só discutiam? Haviatapas, agressões e xingamentos? Passeavam juntos e se entendiamou os passeios terminavam sempre em desentendimentose estresse? Quem mandava em quem? E o que seu pai falavasobre sua mãe para você? E sua mãe, falava sobre seu pai ou só

chorava? Você tinha que car em silêncioquando ele voltava do trabalho?

E seus pais com você, como eram?Conversavam ou batiam? Deixavam tudoou proibiam tudo? Davam o que você pedia ou não? Havia disciplina e ordem elimite na sua casa ou era cada um por si?Seus pais tratavam você como tratavamseus irmãos ou faziam diferença? Você eramimado por eles? Como você percebia esentia essa casa, esses pais, essa família?

Agora, por um momento, concentre-se no que você viu e ouviu, de forma diretae indireta, sobre mostrar sentimentos? Neste momento, a ideia é se lembrarespecialmente das crenças limitantes.Daquelas que mostravam o amor, asrelações e o casamento como algo doloroso,difícil, duvidoso. Crenças construídas porum viés distorcido e extremista. Quaiseram as frases repetidas por pais, avós,

tios, madrinha, vizinhos, professores e as pessoas mais próximas? Leia as colocaçõesabaixo e marque quais mais se aproximamdas que acompanharam você enquantovocê estava crescendo e se tornando a pessoa que você é hoje:- homem não presta!- mulher é safada!- casamento é uma merda!

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- os homens são todos mentirosos!- as mulheres são todas interesseiras!- meu lho, nunca deixe uma mulher tefazer de otário!- minha lha, nunca cone nos homens!- não se case, porque solteiro é muitomelhor!- minha lha, arrume um homem rico!- meu lho, case-se com uma mulher quete obedeça.- casamento é loteria: tô pra ver quemacertou!- sexo só depois do casamento.- sexo é pecado mortal!- mulher fácil não presta. Prera as difíceis.- homem só quer transar. Depois queconsegue, te abandona.- mulher que não é mais virgem, não serve para casar.- lha, não deixe os homens mandaremem você.

- se eu soubesse que casamento era isso, jamais teria me casado.- lho, não se apegue a mulher porque elassó vão te fazer de bobo.- durante o namoro vai tudo bem; depoisque casa, vira chatice.

Ou talvez você tenha ouvido evisto situações diferentes. E aí? O que te

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disseram sobre casamento e amor? Sobre homens e mulheres?Sobre felicidade, companheirismo, conança e demonstraçõesde afeto? Talvez você tenha tido o privilégio de ouvir e veroutra qualidade de amor e de relacionamento. Talvez seus paistenham dito e vivido de uma forma bem mais criativa, produtivae harmoniosa. E isso é um mesmo um presente.

O mais provável, no entanto, é que você tenha visto e ouvidoum pouco de cada extremo. Talvez tenha acontecido em fases. Oraestavam melhores, entendendo-se bem, conseguindo conversar emostrar afeto. Ora brigavam, ofendiam-se e até incluíam vocênas discussões, solicitando que tomasse partido ou que desse suaopinião.

Bem, a verdade é que não existem relações perfeitas. Masexiste amor, com certeza. Cada qual mostra como sabe, comoconsegue, como se sente mais protegido. Mas é fato que há amornas famílias, nas casas, no mundo. Inclusive, acredito piamenteque existe bem mais, muito mais amor do que é mostrado.Felizmente.

Acredito, de verdade, que as pessoas têm um reservatóriode amor gigantesco dentro delas, transbordando, querendo muitouma oportunidade de extravasar, amar, mostrar e viver esse amor.

Mas suas crenças, muitas vezes, fazem com que elas se segurem,escondam, disfarcem, camuem, economizem e joguem comesse amor. As crenças, especialmente as que nem notamos quesustentamos, são capazes de transformar nosso amor em moeda.Moeda de troca. Moeda para negociar o que queremos. Moeda para fazer o outro se comportar como desejamos.

E não somos maus. Não! Certeza de que não somos! Somosdo bem. Somos gente boa. Somos loucos por amor, loucos paraamar. Mas estamos reféns dessas crenças, morrendo de medo

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de mostrar e se danar. De mostrar e doer. De mostrar e não sercorrespondido. De mostrar e parecer fraco, frágil, exposto demais.

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E sabe o que é pior? É que a sua crença é a sentença quevocê mesmo se dá. Aquilo em que você acredita, torna-se seuideal de vida. Você vai viver cada dia de sua história com ointuito de provar que sua crença faz sentido. Por mais dolorosaou ruim que ela possa lhe parecer, suas escolhas e suas atitudesserão feitas e tomadas com o único objetivo de provar que essascrenças são reais. Que não mentiram pra você. Que você não estáapostando em balelas. Então, você vai fazer o que for preciso para provar que tais crenças são verdadeiras, especialmente seestiverem inconscientes.

A começar por quem atraímos para nossas vidas: pessoasque correspondam às nossas crenças, aquelas mais enraizadas emnosso subconsciente, ou seja, as que nem sempre ou não facilmentenos damos conta de que alimentamos e, principalmente, de queagimos nos baseando nelas.

Estou cada dia mais segura de que as relações que

estabelecemos em cada fase de nossas vidas são formas queencontramos de mostrar para nós mesmos que acreditamos emalgo consistente. Até aí, parece muito fácil identicarmos, então,o que é que determina tais relações. Entretanto, tanto quanto estoucerta de que a nossa crença é a nossa sentença, também estoucerta de que é somente com muita coragem e disponibilidade para decifrar nossos mais profundos conceitos, que poderemosabrir mão delas e escrever novas crenças.

Somente a partir do momento em que nos tornamos donos

de nossas escolhas e atitudes, sem carculpando pai, mãe, destino, condiçãosocial, física ou nanceira ou quem querque seja por nossos fracassos, é que podemos encarar este amontoado decrenças e, denitivamente, começar a botar fora o que não nos serve de nada,adequar aquilo que nos convém e assumirinteiramente aquilo em que realmente

acreditamos. Neste momento, podemos escolher

conscientemente, propositadamente, asnossas crenças e, assim, decidir a nossasentença. Tudo isso pra dizer que o amorque você mostra, o jeito com que você oreconhece e se sente amado e as relaçõesque você vive têm absolutamente tudo aver com as suas crenças sobre o que venhaa ser afeto, namoro, casamento, carinho,companheirismo, delidade, conança,respeito e admiração.

 Não basta armar e rearmar, otempo todo, indiscriminadamente, quevocê quer encontrar uma pessoa paracompartilhar sua vida, que você desejaque seu casamento dê certo, que tudo oque você mais quer é ser feliz no amor se,de verdade, contundentemente, você nãoacredita nesta possibilidade.

 Talvez você ache que acredita; talvez

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você até queira mesmo acreditar; mas é preciso mais do que achar ou querer; é preciso transformar suas crenças internas.

Como fazer isso? Um bom começoé manter o coração aberto: sem se criticarnem se defender. Não se culpe e nem seabsolva, apenas se observe.

 Por exemplo: O que você realmente pensa (aquela parte mais dentro de você

que você consegue ouvir) quando alguémlhe conta sobre uma relação que estádando supercerto? Pensa: “nossa, quelegal, tomara que continue assim e queeles sejam cada dia mais felizes”, ou pensa“até parece!!! Nenhuma relação dá tãocerto assim... ele só pode estar exagerandoou inventando”?!?

Ou ainda, o que você pensa quandoalguém lhe diz que muitos homens queremassumir um compromisso e que muitasmulheres não são interesseiras? Pensa:

“que bom que existem pessoas disponíveise bem intencionadas!” ou pensa: “ah, tá...e eu sou o papai-noel”?!?

Este é um bom exercício, desdeque você seja realmente sincero consigomesmo, para você saber em que realmenteacredita. Porque aquela voz que você ouve bem baixinho, com som abafado, falandocoisas o tempo todo dentro de você, mas

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Preste atenção, pense nisso! Você poderá se sentir agradoe até envergonhado diversas vezes, como se estivesse candonu diante de si mesmo e enxergando crenças que nunca tevecoragem de admitir que guardava aí dentro, Mas somente depoisde apoderar-se de cada uma delas, é que você saberá onde colocá-las: dentro ou fora de você.

E cuidado com a armadilha do casamento, principalmente.

Crenças limitantes sobre este tipo de relacionamento minam,muitas vezes, intenções maravilhosas e sentimentos bastantefortes. Pessoas que se deixam enganar, confundindo as diculdadesnaturais de qualquer convivência com sentenças terríveis sobrea dinâmica do casamento, podem corroborar justamente com oque não querem para sua vida, para sua história. Repense! Não é bem assim! Tudo depende, aqui também, do que você mostra, decomo você mostra.

Talvez você ainda não tenha se casado. Talvez já tenha secasado e esteja, no momento, solteiro. Independentemente doseu estado civil, é bem provável que já tenha imaginado comogostaria de viver uma relação de amor. Acontece que muitas

 pessoas acreditam, de forma limitada e desavisada, que dividiro mesmo teto tem a ver somente com rotina, chatice e excessode responsabilidades. E por medo de viver isso – porque secasamento fosse só isso mesmo seria realmente uma grandechatice – preferem nem arriscar um envolvimento maior.

Claro que construir uma família exige dedicação, masdepois de se casar, é possível – e muito indicado – criar e mantermomentos de prazer vivido na época do namoro! Como? Bastarefletirem sobre o que faziam antes e o que fazem depois de se

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casarem. E, assim, decidirem manter, no casamento, boa dosedo prazer de um namoro. Porque é isso: tem a ver, sobretudo,com uma decisão e não com mágica ou sorte, como muitosainda apostam.

Observe como muitos casais se comportam antes e depois eveja como não repetir tais enganos!

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Solução: resgatem alguns dos programas que faziamquando namoravam para não deixar a relação afundar sem<'= 0= &==- :%"#.@

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Depois: ligações para falarem das contas e cobrar sobre.0 $%#?".0 &%-C0#?:.0E Q'= .$-.&?H;.1

Solução: liguem, ao menos uma vez ao dia, somente

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Antes: faziam surpresas ou trocavam presentinhos em&.#.0 =0>=:?.?0 %' .#C 0=- -%#?P%0@

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Solução: de jeito nenhum! É o foco nos pequenosdetalhes que está a mais poderosa das vitaminas para o amor.

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Antes: sempre elogiavam um aooutro, citando roupas, perfume, cabelos,=0#?H%\ =#:@

U=>%?0[ "=- 0= "%#.- -.?0\&=?]."&% <'= % e:%0#'-=d &%0 %H;%0roubem a capacidade de enxergar abeleza e o brilho do outro?

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,"#=0[ $=0=$P.P.- 0=->$= '-tempinho para car a sós, conversar efazer planos.

Depois: estão sempre com os lhose esquecem de valorizar os momentos. &%?0E

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são possibilidades bem reais. Que o primeiro passo é você quem deve dar. E que, daqui pordiante, você saiba: o tipo de amor que vocêatrai é justamente aquele que valida suascrenças internas. Ou seja, o amor no qual vocêacreditar é o amor que você vai viver!

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Que raio de medo é esse que tem parecido ser maior do que somos? Pode

apostar que nenhum de seus medos é, defato, maior do que você. Não é! Temosferramentas e recursos sucientes paralidar com esses medos. Mas precisamosconhecer essas ferramentas, aprender ausar esses recursos. Só assim poderemos passar por cima desses medos e ir adiante,mostrar o que sentimos do jeito quesentimos, na intensidade que sentimos.

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Isso se chama espontaneidade. Penso que uma das maioresqualidades de uma pessoa é ser espontânea. Não sem noção. F<"exagerada. Mas espontânea. Sentir e mostrar, sabendo mostrar.Mas isso não é fácil. Algumas vezes conseguimos. Outras,não. Às vezes, em algumas situações, com algumas pessoas,sentimos segurança suciente para sermos espontâneos. Masse não carmos atentos, instintivamente, automaticamente nosdefendemos. Por medo.

Será mesmo que ele é tão ameaçador quanto nos zeramacreditar? E se decidíssemos olhar para a cara do medo de umavez por todas e dizer a ele algo como: “bem, aqui estou eu. Eaí? O que vai ser agora? O que vai fazer comigo?”. Fico aquiimaginando a cara do medo... Será mesmo que pode ser maisdenida e linda e sabida do que a nossa personalidade, doque quem somos, com tudo o que somos? Será mesmo que omedo, sozinho, pode nos paralisar ou nos impedir de mostrara que viemos? Não, não pode. E se tem podido até agora, ésimplesmente porque deixamos. Porque demos a ele esse poder.Porque acreditamos que não temos força e equilíbrio para superaras diculdades que podem surgir.

Sim, porque vão surgir problemas, diculdades, confusões.

Vai ter momento em que a gente não vai saber o que fazer mesmo.E tem hora que a gente vai errar. E que vai doer. Mas como eu jádisse, não tem como ser diferente. Não somos algo permanente e, por isso, nossos sentimentos também variam de intensidade e atémudam, se transformam.

E quanto mais a gente se der conta disso, quanto a mais agente entender, de uma vez por todas, que não há como viveruma vida sem confusão, sem dúvida, sem nunca sofrer, semnunca doer, mais acontece algo incrível: camos menos e menos

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confusos, menos e menos em dúvida, menos e menos sofremos emenos doemos.

 Não é maluco isso de quanto mais evita, mais dói? Ede quanto mais aceita que é assim mesmo, menos dói? Poisé assim mesmo. Porque o que mais nos causa dor não são osacontecimentos em si. É o quanto tensionamos, o quanto camosansiosos, estressados e preocupados com o que pode acontecer.O que mais nos faz doer é o medo de doer e a força que fazemos para tentar evitar que isso aconteça. Sendo que se simplesmentevivêssemos, se simplesmente fôssemos espontâneos e uíssemoscom a vida, menos doeríamos.

Então, que tal começarmos a nos questionar quem estamossendo enquanto escolhemos esse ou aquele jeito de mostrar o quesentimos? Que tal aproveitar essa dinâmica não para se julgar,não para se criticar, mas para se conhecer? Para amadurecer?

Observe-se. Está jogando, economizando sentimento,camuando o que sente? Então, apenas observe. Qual é o medo?Qual é a crença? O que você está querendo evitar? E o que, principalmente, está querendo conseguir, de verdade?

Lembre-se de que não é o outro que faz com que você sesinta uma pessoa maravilhosa ou um zero à esquerda. Não! É

você mesmo, em última instância. Pode até ser que o outro estejamesmo tentando te espezinhar, mas você tem a opção de escolherse quer continuar se deixando espezinhar ou não. E não se tratade terminar o relacionamento com essa pessoa e partir pra outra.Pode até ser que esta seja a sua escolha, mas pode não ser.

Talvez, você possa simplesmente começar a se comportarcomo quem reconhece que não merece ser tratado desta forma, ereconhece que talvez tenha preferido ocupar o lugar de submissoe sofredor só para parecer bonzinho ou coitadinho. Talvez você

tenha aprendido que ser homem ou sermulher é ser assim. E por isso, tem repetidoum comportamento sem sequer perceber.

Aproveite este momento, esta pessoa,este encontro, este relacionamento. É umachance. É uma oportunidade. É um convite davida para você se ver. Para você se enxergar,enm. Não para se diagnosticar com a‘síndrome de Gabriela’: “eu nasci assim, eucresci assim, vou ser sempre assim...”. Não!A partir do momento em que você se derconta de onde está, pode começar a desenharo caminho daqui pra frente. Pode começar afazer escolhas conscientes.

Mas não pense que você vai mudar danoite para o dia. Não vai! Este é um processoque leva algum tempo e dá trabalho. Eu, particularmente, acredito muito no poder decolocar o que se quer no papel. De escrevero seu caminho. De desenhar uma espéciede mapa, de guia, com detalhes do que vai

fazer, com que objetivo, aonde quer chegar,como, quando, entre outros.

Sem contar que não considero umtrabalho penoso ou chato. Conhecer a simesmo é um trabalho fantástico e que pode ser extremamente divertido emmuitos momentos. O segredo é não car secomparando, não car acreditando que vocêtem de ser de um jeito ou de outro. Você

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frases repetidas

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vizinhos,

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é você. Se fez assim. Pode mudar, claro,especialmente alguns comportamentos que sóservem como armadilhas contra sua própriafelicidade. Mas não precisa ser como fulanoou sicrano. Não precisa ser igual a ninguém.Só precisa ser a sua melhor versão a cada dia.Um pouco de cada vez. Incluindo tambémos seus defeitos, as suas diculdades e assuas limitações. Anal, são também eles que

completam quem você é!Alguém que você admire pode até servir

de inspiração e motivação para você buscaro seu melhor, mas nunca de modelo. O queé bom e funciona para ele não é exatamenteo que é bom e funciona para você. Podemosaprender e trocar experiências uns com osoutros, mas não podemos copiar alguém.Tem gente que até tenta, mas perde um tempodanado e, no nal das contas, só conseguefrustração. Porque é impossível. E que bomque seja assim. Porque é essa singularidadeque nos enriquece e faz a existência de cada

um ser tão indispensável.

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É por isso que tenho me dito, cada vezmais, que cada limitação nossa sustenta uma

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alguém lhe diz

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qualidade. Quanto mais julgamos e não aceitamos o outro, numarelação, ou quanto mais nos criticamos, julgamos e condenamosquem somos, mais descompensamos, mais perdemos nossa essênciae o melhor que temos, que somos, que estamos.

A ideia não é apanhar para aprender. A ideia é aproveitartudo o que já é, tudo o que já está. O intuito é saber lidar melhorcom tudo isso. O objetivo é descobrir como combinar nossascaracterísticas de modo a construirmos pontes que nos permitematravessar abismos. Trampolins que nos impulsionam ao maisalto de nós mesmos.

 No nal das contas, quanto mais aprendemos a nos aceitarcomo estamos, neste momento, apenas nos organizando deum modo mais otimizado e uido, menos tentaremos tambémmudar as pessoas com quem nos relacionamos. Num casamento, principalmente, temos essa mania de querer que o outro sejadiferente. Se ele é bagunceiro, queremos que seja organizado. Seele é esquecido, queremos que seja ótimo de memória. Se eleé muito previsível e perfeccionista, queremos que ele seja maisaventureiro e ousado.

Precisamos tomar cuidado com essa mania de se iludiracreditando que o outro seria bem melhor se não tivesse esse

ou aquele defeito! Todo defeito faz parte de um conjunto ou deuma engrenagem que sustenta vários outros comportamentos! Já parou para se questionar o que perderia de bom nesta pessoa seretirasse dela isso que você considera um defeito?

Uma pessoa perfeccionista, por exemplo, certamenteé crítica, às vezes pode chegar a ser chata, e tende mesmo aver, o tempo todo, o que pode dar errado numa situação. Tematé quem a considere pessimista! Entretanto, é exatamente seu perfeccionismo que a torna uma pessoa organizada, detalhista,

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observadora, atenta e que, por isso mesmo, costuma evitar algunsdesastres ou impulsos que seriam catastrócos!

Além disso, pessoas com todas as suas características,incluindo defeitos e qualidades, servem ainda de complemento para seus pares. Pra começar, a gente costuma se encantar peloque é diferente de nós. Claro, buscamos semelhanças e desejos parecidos, sonhos que se encaixam. Mas queremos o novo, oinusitado, o surpreendente. Não queremos nos relacionar só coma gente mesma. Se fosse assim, seríamos todos solitários e felizes.

Mas fomos feitos para a troca, para a inter- relação. É isso quedesperta nossos deuses interiores, e também nossos demônios pessoais. É isso, sobretudo, que nos mantêm vivos e pulsantes.

4(!. ? (DE B ;A&%EH&

,". = V/?$.:?\ >%$ =]=->H%\ ="#="&?.-+0= 0'>=$/=-\exceto por algumas características dele que Ana insistia emclassicar como defeitos. Embora eles tivessem vários traços em:%-'-\ P.H%$=0 >.$=:?&%0 = 0%";%0 =- 0?"#%"?.\ =$.- #.-/C-bastante diferentes em alguns aspectos, especialmente no-%&% :%-% H?&.P.- :%- . $%#?". &% &?. . &?.@

8 ". :%"P?PB":?.\ :%- % #=->%\ =00= R=?#% &= :.&.um cou mais e mais marcante, perceptível. Ana era maisorganizada e detalhista. Ubiraci era esquecido, perdia tudoe era bom em bagunça. Era fácil perceber quando ele estava=- :.0. %' ")%@ 6.0#.P. %H;.$ %0 :f-%&%0 = :%-% =0#.P.-@Se tivesse blusa pelo sofá, sapato espalhado pela casa,:%>%0 =- :?-. &= #%&.0 .0 -=0.0\ 0?-\ =H= =0#.P.@

Mas, claro, Ana e Ubiraci não eram só isso. Tinha váriasoutras características. Ele era mais falante e extrovertido.

8H. =$. -.?0 %'P?"#= = ?"#$%P=$#?&.@8H= =$. -'0?:.H\ &% 0%-@ 8H. .>$=:?.P.-'?#% % 0?HB":?%@ 8H= =$. /=- -.?0exível e relaxado. Ela era mais rígida,sabia impor regras e ordem nas coisas.Ele gostava do imprevisível. Ela gostavade planejar. E falando assim, pareceaté que seria mesmo impossível esse=":%"#$% &.$ :=$#%\ ")% CE K)%\ ")% C1

Não só era possível, como poderia ser-'?#% >$%P=?#%0%@ 9.0\ >.$. ?00%\ %0&%?0 #?P=$.- &= .>$="&=$ . >=$:=/=$\.%0 >%':%0\ <'= =$.- R'0#.-="#= =00.0diferenças que davam um toque todo=0>=:?.H >.$. . $=H.()% &=H=0@

Certa vez, reclamando de Ubiraci,repetindo pela centésima vez que ele0=->$= #$%:.P. .0 #%.H;.0 = #=$-?".P.usando a dela, Ana se deu conta – ao car=- 0?HB":?% g <'= .<'=H. :.0.\ .<'=H=:.0.-="#% = . P?&. &=H. 0=$?.- -'?#%chatos se ele fosse como ela. Tudo seria

muito mais endurecido e sem graça0= =H= 0= :%->%$#.00= =].#.-="#=:%-% =H.@ 3%"&=$%' #.-/C- <'= 0=ela fosse como ele, a casa, a relação e. P?&. &%0 &%?0 #.-/C- 0=$?. /.0#."#=:%->H?:.&.\ '- P=$&.&=?$% :.%0@

Imaginou os dois perdendo tudo,"'":. 0./="&% %"&= =0#.P.- . :.$#=?$.\as chaves, os documentos. Imaginou

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os dois bagunçando tudo, sem regrasou ordem. E riu. Imaginou depois=H= 0= ?->%$#."&% :%- >=<'=".0coisas, cobrando mais organização,$=:H.-."&% &=H. = 0= #%$"."&% ?"#$%0+>=:#?P% = 0?H=":?%0%@ U= $=>="#=\ :%$$='até Ubiratan e o abraçou. Agradeceu>%$ #'&% % <'= =H= =$.\ >=H% 0=' R=?#%descontraído e moleque de ser. Elogiou

0'.0 <'.H?&.&=0 = &?00= <'= .#C %0 0='0defeitos eram adoráveis. Obviamente,ele adorou e também confessou a Anaque, felizmente, ela não era como ele. Eassim, diferentes, podiam fazer aquilotudo funcionar e ser divertido.

3%$ ?00%\ -.?0 &% <'= #="#.$ser diferente ou passar a vida todaesperando que o outro seja diferente,<'= #.H :%-=(.$ . H?&.$ :%- % <'= P%:B#=-\ :%- % <'= P%:B C\ :%- % <'= %%'#$% C\ = .>$="&=$ . #?$.$ >$%P=?#%disso tudo? Talvez alguns ajustes,

algumas adequações, algumas revisões".0 -=&?&.0@ 9.0 ".&. &= <'=$=$ 0=$outra pessoa, alguém que você nãoC@ 8 "=- &= <'=$=$ <'= % %'#$% 0=R.outro, alguém que ele não é, como se#?P=00=- ".0:?&% =- %'#$. :.0. = 0?&%criados por outras pessoas. Enm,isso sim é impossível e, portanto,frustrante. Aproveite os seus defeitos

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e os defeitos do outro para fazer uma grande festa dequalidades sustentadas. Assim, o amor entre vocês poderáser mostrado de um jeito bem mais criativo e prazeroso.Sem tantas decepções e expectativas vazias.

Pare de falar a “língua do contrário”!

Por m, para encerrarmos essa revisão de crenças, sugiro

que você observe se não tem falado a ‘língua do contrário’, no seurelacionamento. O que é isso? Bem, você já reparou que algumas pessoas, quando gostam de alguém, parece que decidem usar ummodo estranho de mostrar seus sentimentos? Não o tempo todo,mas especialmente quando se sentem inseguras e com medo,ou quando sentem ciúme ou raiva diante de alguma situação.Parece que, por não saberem como lidar com esse sentimento defrustração ou por se sentirem contrariadas, essas pessoas falamcomo que o contrário do que sentem.

 Creio que esta mania vem de uma crença alimentada há muitotempo: a de que devemos parecer ambíguos no amor, a m de queo outro nunca se sinta seguro o bastante. A regra é mais ou menosassim: não mostre o quanto gosta do outro senão ele vai abusar

de seus sentimentos e brincar com seu coração. Assim, morrendode medo de se machucar, a dita cuja vai agindo e, especialmente,verbalizando o que deseja e o que espera do outro por meio decolocações muitas vezes contraditórias. Ou melhor, o que ela falacontradiz o que ela sente. E o outro não sabe no que acreditar. Aconfusão está armada! A arapuca foi montada para os dois. Temgente ainda que parte do pressuposto de que o outro deveria saber oque elas estão sentindo. Deveria ler o coração delas e satisfazer suasexpectativas sem que precisem ser claras, diretas e transparentes.

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  E, assim, de equívoco em equívoco, vão minando arelação sem nunca dizer exatamente o que estão sentindo - semruídos, sem estratégias. Não quero ser preconceituosa nem julgar qualquer arte, mas já reparou que muitas músicas e todasas novelas parecem motivar exatamente isso? A pessoa quer,mas não mostra. Ama, mas nge que não ama. Deseja, mas secomporta com indiferença. Está louca para abraçar, mas ataca,agride. Pensa algo, mas não diz. Sente de um jeito, mas mostrade outro. Uma baita confusão. Uma confusão dos diabos, comodizia meu avô!

E aquelas músicas populares, que falam de um amordistorcido, vivido ao contrário? É incrível como fazem sucesso!Tem uma clássica, que serve perfeitamente para mostrar adinâmica de muitos casais por aí. A melodia é linda e fácil deassimilar. Além disso, é impossível não enxergar a humanidadenela, mas convenhamos: se você adotar essa conduta no seurelacionamento, vai acabar depressivo, ansioso, inseguro, sozinhoe sem saber por quê! Preste atenção na letra! Começa assim:

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Como assim?!? E continua:

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Gente, que doideira é essa? E sabe o que é pior? Tem genteque vive exatamente assim! Falando uma coisa e fazendo outra.Dizendo e depois negando. Entregando-se para, em seguida, sedefender. De todo modo, serei justa! Antes de terminar, a brilhanteRoberta Miranda conserta as coisas e bota tudo em seu devidolugar. Faz jus ao nome da música – Evidências – e confessa a real.Para de falar a língua do contrário:

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Exageros à parte, já que a ideia nãoé deixar o outro fazer o que quiser devocê, porque você é dono de si, ao menosa música propõe um jeito mais saudável ecoerente de mostrar o amor.

E ca a sugestão de uma importantereexão: será mesmo que é melhor ngire economizar afeto? Será mesmo que nãomostrar mais amor é garantia de ser maisamado? Será que quanto menos o outro sesentir correspondido mais vai gostar dagente? Isso tudo não lhe parece coisa degente maluca? Não lhe parece demandarmuito mais energia e causar desgastesdesnecessários? É verdade que ao se

mostrar, mostrar o que sente, do jeito quesente e na intensidade que sente signicase expor e correr o risco de não sercorrespondido ou - pior! - de se ferir. Massomente assim pode valer a pena porquesomente assim terá sido verdadeiro.

 A música da Roberta Miranda é tãointeressante que até explica as razões das pessoas que agem assim. É por que elas

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relações perfeitas.

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entregam-se como se disputassem quem vai conseguir esconder por mais tempo o que sente, como se esta fosse a grande vantagemdo amor. Talvez, como na música, justiquem:

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E ca a questão: será que não entregar o seu coração aooutro já não signica perder de fato? Ou melhor, já não signicanunca tê-lo tido de verdade? Anal, o ganho no amor só

acontece na troca, na reciprocidade. Quando a entrega acontece,a evidência aparece:

“Mas pra que viver fngindo se eu não posso enganar meu

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Esta é minha sugestão: pare de complicar e usar a “língua docontrário”! Saiba que se, por acaso, ela funcionar, será por poucotempo. Seja claro. Mostre o que sente. Seja todo coração. Porquevocê realmente não pode enganar o seu coração. Assim, o amor poderá ser, enm, não um jogo, mas uma gostosa evidência!  a

Até agora, falamos especialmente de identicarseus sentimentos, dos jeitos que as pessoas costumam usar paramostrá-los e de por que fazem isso desse jeito. Até porque, nãodá para pedir para você mostrar algo que nem reconhece. Seria,talvez, como lhe pedir: mostre-me uma gabirova! Se você nãosabe o que é isso, vai responder “hein???”.

Bem, gabirova, também conhecida como gabiroba, sendoque algumas pessoas ainda insistem em dizer que é araçá, é umafrutinha alaranjada, pequena. É isso. Mas veja como conhecer

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algo é fundamental para conseguir mostrar.Já se eu pedisse para você mostrar sua or preferida, certamente você encontrariaum exemplar, uma foto ou até faria umdesenho dela. Porque conhece, sabe quala cor, o formato, o tamanho. Sabe até ondetem dela. Daí, ca fácil mostrar.

O que está dentro da gente, nem sempreé tão fácil mostrar. Alguns sentimentosterminam cando transparentes até sema gente querer. Por exemplo, quando uma pessoa está se sentindo muito cansada,costumamos notar. Seus olhos camfundos, seu semblante abatido, enm, seucorpo, o tom de sua voz e até seus olhosmostram que ela está cansada. É comumtambém acontecer isso com tristeza ealegria. São sentimentos mais diretos,menos complexos que o amor. E, emgeral, também temos menos medo deles,convenhamos. Não existem tantas crenças

e tantas histórias sobre pessoas alegres quese deram mal, ou sobre pessoas tristes quenão foram correspondidas.

Sim, já falamos um pouco tambémde modos distorcidos de mostrar o quevocê sente. Mas agora, aqui, quero falarfundamentalmente do que você faz com oque sente. Há quem diga que nossas açõesalimentam nossos sentimentos. Outros,

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nossas ações.

ainda, apostam que são nossos sentimentos, da forma como jáestão organizados dentro da gente, que direcionam nossas ações.

Penso que não há como separar uma coisa da outra. A gentesente e faz. Faz e sente. Via de mão dupla. Desconheço haver ummodo seguro e absoluto de garantir o que vem primeiro. Mas, portudo o que venho estudando, pesquisando e observando sobre ocomportamento humano, arriscaria armar que a via principal éa que vai do modo como nossos sentimentos funcionam e estãoorganizados para as nossas ações.

Ou seja, funcionamos, fundamentalmente, de dentro parafora. E isso explica o fato de haver pessoas essencialmente maisvoltadas para interpretações positivas e pessoas essencialmente mais propensas a interpretações negativas dos acontecimentos. Como seuma usassem uma lente colorida, clara, que as zessem enxergara vida e os dias como belos, iluminados e radiantes, enquanto queoutras usassem uma lente cinza, sem brilho, que as zessem enxergara vida e os dias como opacos, escuros, frios e sem cor.

Pois o que seria esse ltro principal senão a médiadas crenças que adotamos ao longo da vida? Se são crenças positivas, otimistas e encorajadoras, parece que tendemos a vera vida por esse viés. Mas se são crenças pessimistas, negativas e

desencorajadoras, então tendemos a tocar a vida por aí.Mas volto a dizer que também acredito ser possível rolar

 pelo outro sentido. Isto é, em algumas circunstâncias, umacontecimento pode ditar nossos sentimentos com mais forçado que o contrário. Tal acontecimento precisa ser signicativoo bastante para exercer essa inuência, para driblar as crenças emodicar a organização dos sentimentos. E acredito, sobretudo,que esta é a tarefa de uma leitura como esta, que você está fazendoagora, neste exato momento.

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Portanto, esta deve ser, muito provavelmente, uma dasmelhores notícias que eu poderia lhe dar. Tem solução. Tem saída.É possível fazer diferente. Mas veja! Você terá de querer. Terá deabrir caminho. Terá de se deixar inuenciar por um novo modode fazer e de sentir. De sentir e de fazer. De amar e de mostrar. Demostrar e de amar. De se relacionar consigo mesmo, com o outroe com o mundo. E tudo isso precisa estar mais sintonizado comos resultados que você deseja obter.

De todo modo, reconhecer o que você está sentindo é o primeiro passo. Depois, perceber o que está fazendo em funçãodisso pode ser fundamental para evitar muitos arrependimentos.O problema está no fato de que quando uma pessoa não estáconectada com o que sente, tende a atribuir suas escolhas e suasatitudes aos outros.

Assim, passa a vida acreditando que está irritado por causa daesposa. Que está triste por causa do marido. Que está apaixonada porque a pessoa amada é encantadora. Que está depressiva porque foi abandonada por alguém a quem a tanto se dedicou.Que está alegre porque foi elogiada. Que está, está e está sempre por conta de algo que aconteceu fora dela. Sim, mas lembre-se:esta é apenas uma das vias possíveis e a menos provável. Ou seja,

você está enganando seu coração, desmentindo as evidências. Etudo por causa das crenças limitantes que alimenta.

O que acontece, na maioria das vezes, é que você reage ao queacontece como aprendeu a reagir. Automaticamente, sem pensar.Baseando-se em crenças que, muitas vezes, você nem sabe quetem. Espero que agora, depois de ler o capítulo sobre as crenças,você já esteja conseguindo se dar conta de algumas. Daí sim, poderá perceber também por que entende os homens, as mulheres,os casamentos e o amor como sempre costumou entender.

E é bem possível que, a partir deentão, você também comece a se dar contade por que costuma repetir histórias.Como se atraísse pessoas ou dinâmicasou enredos semelhantes repetidas vezes.É porque você faz sempre do mesmo jeito e não percebe. A questão é comvocê e não com o outro. Mas, até hoje,talvez você tenha apostado todas as suasfichas numa outra crença do tipo ‘nãotenho sorte no amor’ ou ‘não nasci paraisso’, ou ainda ‘tenho dedo podre pararelacionamentos’, entre outras. Agora já pode ficar tranquilo: não tem nada deerrado com o seu dedo. Está tudo certocom o seu nascimento e com a sua sorte.Aliás, sorte é sintonia entre você e oque chamamos de acaso – o que não seexplica. Nada mais que isso.

Daí, já dá pra perceber que sentir nãoé, denitivamente, uma vivência linear.

Cada um sente do seu jeito e mostra efaz também do seu jeito. Então, podemosconsiderar que a atitude de cada um a partir de cada sentimento depende damaturidade e do equilíbrio emocional queatingiu até esse momento. Porque, no naldas contas, não é o que você sente quedetermina quem você é, mas o que vocêfaz por causa do que sente!

O problema está

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O que você sente, em princípioninguém está vendo. Mas o que vocêfaz, te posiciona no mundo. O que vocêsente, enquanto não é mostrado, não fazdiferença a ninguém, a não ser para vocêmesmo. Está dentro e só dentro de você. Éa partir do momento que você mostra, pormeio de atitudes, que você toca o mundo,o transforma – para melhor ou para pior. Edá subsídios para que as pessoas formemuma imagem de quem você é.

Sim, é verdade que muitas pessoas parecem o que não são e outras não são oque parecem. Mas isso é por causa do quemostram e de como mostram. Ou ainda porcausa do que as pessoas que se relacionamcom elas veem, do modo como elas sãocompreendidas. Mais pra frente, vamosfalar sobre a importância de saber se quemvocê ama está entendendo o que você estámostrando como amor. Porque não basta

mostrar. Tem de vericar se o outro estávendo e compreendendo. Esta é a arte deamar, de exercitar amor, de fazer amor.

  Mas voltando ao que as pessoasfazem com o que sentem, ponderemos:tem gente que leva um fora e se mata,literalmente. Tem gente que mata quemdeu o fora nela! Mas tem gente que cresce,aprende a se valorizar mais e se torna

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mais forte para a próxima relação. Tem ainda quem escreve umamúsica ou um poema. Ou pinta um quadro. A diferença não éque para as primeiras foi muito difícil passar por isso e paraas outras foi fácil. Para todas certamente foi difícil. Aliás, pratodo mundo é doloroso se sentir rejeitado. A diferença é que as primeiras conseguiram enxergar apenas uma saída: a destruiçãodo que lhes parecia o problema em si; e as outras encontraramdiferentes maneiras de lidar com sua dor.

Tem gente que sente ciúme e arma uma baita confusão,dá vexame, ofende, agride e perde a razão. Mas tem gente que,apesar de também sofrer por causa deste sentimento, consegueelaborar a situação e compreende que é possível resolvê-la demaneira mais criativa, conversando, expondo seu ponto de vista,impondo seus limites, por exemplo.

  Tem gente que é traído e entra em profunda depressão.Tem até quem mate o traidor. Tem quem destrói a si mesmo,entrega-se a alguma dependência, seja física, química ou psíquica, ou se fecha tão hermeticamente para a possibilidadede amar novamente que nunca mais consegue ser coerente comseus desejos. Mas tem gente que percebe que o outro não agiudignamente e não conseguiu exercer a lealdade e descobre que

cada um é responsável por suas próprias escolhas. As pessoassão diferentes!

 Tem gente que sente tristeza ou solidão e se lamenta tãoescancaradamente que se torna pesada, cansativa, negativa,repelente. Fica patinando em sua própria dor e não para praavaliar qual a melhor atitude a m de desatolar-se. Mas tem genteque busca ajuda, procura ver o lado bom da vida e investe em seuamadurecimento de modo que se torna maior e mais forte que atristeza que lhe faz derrapar. E sai do buraco. E vai para a vida,

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cheia de sol e de luz e de brilho, começar de novo, amar mais umavez e melhor do que antes.

 Mas, sabe... tem ainda um outro tipo de gente. É aquela quesente tudo isso, entre outros sentimentos, e simplesmente ngeque não sente. Ou porque realmente tem um ego exacerbado edecide exibir a máscara de todo-poderoso, negando suas emoções;ou porque nem se dá conta do que está sentindo. Simplesmentedesconecta, não pensa no assunto. Está tão distante de suaessência que atropela a si mesmo (e aos demais) e vive como sefosse um iguana, cuja estrutura cerebral é tão primitiva que nãotem condições de sentir qualquer tipo de afeto. Isso também éuma atitude, uma escolha. Isso também posiciona tal pessoa nomundo e dá aos outros subsídios para formar uma imagem dequem ela é. Uma impressão.

 Tais pessoas não são iguanas, é verdade. E, por isso mesmo,mais cedo ou mais tarde, algo vai acontecer para tirá-las desselugar de ‘não é comigo’, ‘não sei de nada’, ‘não sinto nada’ ou‘tá tudo bem’. Uma avalanche de sentimentos ressequidos virá àtona de alguma forma: ataque cardíaco, colesterol alto, artrose,diabetes, depressão, crise de estresse, transtornos afetivos,doenças autoimunes, câncer, entre outros inúmeros desajustes

físicos e psíquicos decorrentes de uma vida inteira sem lidar comos próprios sentimentos, ignorando-os dia após dia.

 Ou não! Existem – felizmente! – formas mais saudáveisde transcender nossas limitações e quebrar as armaduras quetanto nos distanciam de quem realmente somos. Daquilo querealmente desejamos viver no amor. E estas saídas não existemsomente para os que renegam (consciente ou inconscientemente)o que sentem, mas para todos nós, porque ninguém tem todas asrespostas. Estamos sempre em processo... sempre! Além disso,

estamos vulneráveis a recaídas e enganos,o que nos coloca na posição de ‘eternosaprendizes’, como cantou lindamente ogrande Gonzaguinha.

  Isso signica que todo mundo queestá vivo, inevitavelmente está expostoaos sentimentos difíceis: saudade, tristeza,desespero, sensação de abandono, ciúme,insegurança, ansiedade, solidão, etc.; assimcomo também está sujeito às maravilhosassurpresas da vida, à possibilidade desuperar os momentos mais dolorosos e aexperimentar ocasiões imperdíveis.

 Por isso, admitir que você pode estarenganado na forma com que vem agindo por causa do que sente (ou do que nãotem sequer se permitido perceber que estásentindo), é uma ótima demonstração deinteligência emocional, já que as relaçõesque você vive devem servir justamente para isso: para apontar uma chance de se

tornar mais integrado, mais você mesmo,com todas as suas gostosuras e todas assuas chatices.

 E o que seria o amor senão o exercíciode nossa mais imperfeita e, ao mesmotempo, tão fantástica humanidade do modomais explícito, inteiro e verdadeiro possível?Mas, mais do que admitir, é preciso sedecidir a ter novas atitudes diante do que

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sente. Certamente, a pergunta que gritaem sua mente agora, é: “como? Comomudo? Como consigo fazer diferente a partir de agora? Tento, mas não consigo. Não é fácil!”. E você tem razão. Passouuma vida inteira agindo e reagindo aosseus sentimentos de determinada maneira.E se essa maneira tem servido muito mais para te fazer infeliz do que feliz, é mesmo

urgente buscar ajuda para aprender alidar com o que sente de uma forma maissaudável e mais condizente com a vidaque você quer viver.

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Se você não sabe nem por ondecomeçar, tudo bem! Acredite: não é fácil para ninguém. Não são poucos os grandes pensadores que vêm nos alertando desde

sempre sobre o quanto uma mudançainterior requer a junção de um conjunto de pré-requisitos. Ninguém disse que é fácil, portanto. Mas também é certo que esta é aúnica forma de fazer a vida valer a pena:tornar-se você, dia após dia, aprendendo aretirar carapuças, rever crenças, abrir mãodas que nada têm a ver com a pessoa quevocê realmente é. E assim, feito ostra,

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fechado em si por um tempo precioso, pode ter certeza de queconseguirá encontrar, enm, a pérola dentro si mesmo!

 Para começar, em primeiro lugar, repito que é preciso querer,querer mesmo, de verdade. Mas já sabemos: querer apenas não basta. Desejo não é mágica. Vontade por si só não transforma. Semcontar que, para alguns, a percepção de que é hora de mudar chegaquando estão se sentindo incomodados, sofrendo. Porém, emmuitos casos, especialmente para os mais teimosos e resistentes,a percepção só chega quando estão sangrando, desmanchando-se,desfazendo-se, quase sucumbindo. Somente, então, realmente sedisponibilizam a começar o processo de mudança.

 Sim, mudar é um processo, um caminho, e não o apertarde um botão qualquer que, feito interruptor de lâmpada, faztudo clarear com apenas um clique. Portanto, se você desejamudar da noite para o dia, esqueça! Não vai rolar! Só se mudavivendo, tentando, errando, exercitando um “eu” mais autênticotodos os dias.

Eu sei que, no nal das contas, tudo o que você lê podeservir como maravilhoso estimulante, mas na prática, na vidamesmo, quando “o bicho tá pegando”, é preciso bem mais doque palavras, do que conteúdo, do que conhecimento. É preciso

ter as ferramentas certas e, principalmente, é preciso saber usá-las. Eis a questão: como? A resposta está no que conhecimentoque você realmente transformou em sabedoria. Conhecer é saber.Sabedoria é fazer.

Embora já tenha cansado de dizer isso, talvez de outrasmaneiras, vou repetir: não existe uma única resposta para a pergunta “como?”. Cada um tem de encontrar a sua. O meu“como” é, muito certamente, diferente do seu. Ou seja, não tenhorespostas prontas. Não tenho receitas para te dar. Não posso

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simplesmente te contar como eu z e pedir para você fazer igual. Não funciona assim. O que vai funcionar para você, para quevocê que pronto para fazer diferente, mostrar seus sentimentosde um jeito mais seu, mais consciente, exige o seu movimento –que é único, que tem ritmo próprio. Não dá para querer mudar e,ao mesmo tempo, continuar parado ou continuar fazendo tudoigual. Mudar é agir, e agir de um jeito diferente!

 Então, acorda! Pare de reclamar, choramingar, cozinhar ogalo, dar desculpas, adiar ou enar a cara no sofá e car assistindoa vida passar. Se você pensa que qualquer pessoa admirável setornou a pessoa que é só porque desejou e, num estalar de dedos,tudo aconteceu, sinto em decepcioná-lo, mas não foi nada disso, pode apostar! A grande maioria das pessoas realmente feliz tevede fazer por onde, teve de trilhar seu próprio caminho, descobrirquem era e como poderia se posicionar no mundo.

 Por isso, se quer se sentir realmente mais satisfeito como modo com que vive e com que mostra o que sente e comque se relaciona com as pessoas mais importantes da suavida, então terá de criar a sua história, revelar seus própriossegredos, fazer suas próprias regras e abrir o seu caminho,o que o conduzirá a exatamente onde você quer chegar! Um

 passo de cada vez, um dia de cada vez, e buscando ajuda, porque ela é quase sempre essencial!

 Não seja inocente nem tolo de achar que pode fazer tudosozinho! Na maioria das vezes, não pode! Precisa de ajuda.E ajuda de quem sabe de coisas que você não sabe. Afinal,não sabemos tudo e as pessoas têm conhecimentos diferentesdos nossos. Pense: quando está com dor de dente, vai aodentista. Quando está com dor de estômago, vai ao gastro.Quando está com problemas na pele, vai ao dermato. Mas

 por que será que quando está com doresemocionais, resiste tanto para procurarum especialista no assunto?

Existem muitas excelentes opções!Psicólogos das mais diversas abordagens,meditação, transpessoal, constelação fami-liar, livros maravilhosos, cursos imperdíveis.Basta procurar o que mais se encaixa com sua personalidade, com seus valores. Pare comessa bobagem de que falar de sentimentose aprender a lidar com as emoções é coisa pra gente doida! Pra começar, em últimainstância, ninguém é normal, nem eu e nemvocê! E que bom. Porque ser normal, isto é,estar sempre dentro da norma, é coisa prasoldado, quartel, robô, máquina, regimesautoritários, entre outros esquemas que nãoconsideram nossa lindíssima singularidade.

E depois, esse tipo de pensamento oucrença equivocada sobre os prossionaisque trabalham com a psique humana não

 passa de um preconceito inconsistentee extremamente limitante! Então, parede resistir e vá conhecer. Pergunte, leia,converse, tente. Arrisque. O que mais você pode perder?

Um curso que também indico pes-soalmente, extremamente funcional eeciente, é o Processo Hoffman da Qua-drinidade. Procure saber mais! Já z e me

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surpreendi com a qualidade e os resultados do treinamento,que é validado pela Universidade de Harvard como o melhor para quem quer aprender a liderar a própria vida! São oitodias de imersão absoluta num local especialmente preparado para promover profundas transformações numa pessoa.E conduzido por profissionais altamente competentes eamorosos. Meu filho já foi, meu marido já foi, minha mãe jáfoi, vários amigos muito amados já foram. E ficaram tão gratos pela oportunidade. Tão gratos por descobrirem que existe um

 jeito bem mais amoroso de viver.Enm, se você está sofrendo emocionalmente ou desejando

mudar seu comportamento, faça alguma coisa por si mesmo!Caso contrário, terá de se conformar com a vidinha que vemlevando e esperar até que ela se torne insuportável e você tenha dereconhecer que já perdeu pessoas, relacionamentos e felicidadedemais! Mas, sobretudo, pare de atormentar o mundo com suaslamentações, porque elas denitivamente não servem para nada!Tome uma atitude de gente grande!

dÉ, esse negócio de mostrar o que você sente

não é para você. Ou não só para você! É também e especialmente para quem você ama. Se fosse só para você, bastaria sentir ereconhecer que está sentindo. Mas isso não basta. Você precisamostrar para que o amor possa ser trocado, exercitado. Amar é troca.É exercício. É compartilhando que se alimenta um sentimento.Senão, ele murcha. Perde o brilho. Perde a razão de ser.

Tá certo que sentir já é bem bom, especialmente se osentimento experimentado é prazeroso. Mas isso alimenta você e

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só você. Seria um desperdício não mostraro que você está sentindo de bom. Aindamais porque, no caso de amor, sempretem outra pessoa envolvida. Então, quevocê a deixe saber que está sendo amada.Assim, o mundo certamente cará mais pacíco e leve.

É fácil entender como esse exercíciode mostrar funciona quando noslembramos de um sentimento ruim quetivemos. Algo que nos incomodou e couapertando nosso peito, arranhando nossagarganta. Raiva, por exemplo. Alguémfez algo que te prejudicou enormemente.Foi irresponsável e terminou atrapalhandoseus planos. Você, naturalmente, nãogostou. Ficou bem bravo.

Vamos imaginar que você nãomostrou esse sentimento. Que guardoua raiva só para você. Que não disse nadaa esta pessoa e não a deixou saber o que

você estava sentindo diante da atitudedela. E aí? De que serviu esse sentimentosenão somente para te desestabilizar e para, talvez, te provocar até dores físicas?

Por decidir guardar um sentimentocomo raiva, mágoa, irritação ou outrosemelhante, podemos causar váriosdesajustes internos. Ao optar por nãomostrar, não lidar com ele, não expô-lo de

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Mas, ao contrário, se consegue se dar conta deste sentimentoe das razões pelas quais o está sentindo; se consegue seresponsabilizar por isso e reconhecer que ele é, antes de qualquercoisa, um aviso de que existe um mal entendido entre você eoutra pessoa, então pode fazer bom uso dele. A raiva vai servirnão para culpar o outro, não para agredi-lo ou para fazer do outroum depósito de suas mazelas. Mas para criar clareza entre vocês.Para que você consiga pontuar o que está te incomodando e pedir para que o outro não repita tal comportamento.

Isto é, sentimento não mostrado se torna um desserviço. Nãoserve para melhorar nossas relações. Não cumpre seu poder, suasabedoria. E é por isso que, especialmente no caso do amor, umsentimento tão transformador, tão poderoso, precisa ser mostradoe o outro precisa compreender, precisa ver, precisa assimilar essamostra.

Amor serve para fazer o outro feliz. Porque quem ama e sabeque ama e consegue mostrar, já vai mesmo se sentir bem feliz, pode apostar! Mas seu grande propósito é promover felicidade.

Então, agora o exercício é descobrir se o outro sabe que você oama. Talvez você venha mostrando, há tempos, mas percebe quealgo não está funcionando direito. Parece que tem alguma coisaerrada, que não está se encaixando. Por algum motivo que vocêdesconhece, parece que a pessoa amada ainda não entendeu ousentiu que está mesmo sendo amada.

Você mostra, mas ela não vê, não entende, não sente o seuamor. Por que será? Bem, muito provavelmente tem a ver com ascrenças dela. Do mesmo modo que a gente aprendeu a mostrar a

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 partir das crenças que a gente assimilou, também aprendemos anos sentir amados a partir dessas crenças. Então, o que pode seruma demonstração de amor para você, pode não ser para outra pessoa. E essa pessoa pode ser justamente a que você ama.

Sendo assim, é bom descobrir de que forma a pessoa quevocê ama se sente amada. Quando ela sente que você a ama? Seráque já sentiu isso alguma vez? Tem gente que ca casada duranteanos com alguém e é capaz de jurar, de pé junto, que nunca foiamada. Simplesmente porque não conseguiu sentir, em nenhumadas demonstrações de amor do outro – se é que ele realmentemostrou – esse amor.

Conheci um casal assim.

Caso - Márcia e Rogério

Márcia e Rogério se apaixonaram aos poucos, com otempo. Ele, mais por causa da inteligência dela. Ela, mais>%$ :.'0. &% R=?#% =]>=$?="#= &=H=@ h.P?. '-. #$%:. $.:?%".Hentre eles que era incrível. Conversavam durante horas. Ele.&%$.P. :%->.$#?H;.$ :%- =H. %0 0='0 >H."%0@ 8 =H. .&%$.P.%'P?$\ .>$="&=$ :%- =H=\ P?0H'-/$.$ '- "%P% -'"&%@ 8\

claro, sentiam-se bastante atraídos um pelo outro. Não deuoutra! Alguns meses depois, casaram-se e tiveram um lho.A história tinha tudo para dar certo, não fosse o fato de queela realmente não conseguia entender por que ele havia se:.0.&% :%- =H.@

Aliás, foi ele quem a pediu. Foi ele quem quis primeiroe ajeitou tudo para que cassem juntos. Ela queria também,mas como não conseguia sentir o amor dele, não imaginavaque esse relacionamento se concretizaria tão rapidamente.

E foi mesmo bem rápido. A sintonia?"#=H=:#'.H :%"#?"'.P. .:%"#=:="&%\mas faltava – pelo menos para Márciag . 0?"#%"?. =-%:?%".H@ 8H. <'=$?. 0="#?$o amor dele. E Rogério acreditava,sem Márcia saber, que não poderia ter-%0#$.&% .-%$ -.?%$ >%$ =H. .% #=$ 0=:.0.&%@ 8 -.?0[ .% #=$ &=0=R.&% = &?#%que queria ter um lho com ela. Para

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="#="&?. <'."&% =H. 0= &?0#.":?.P.\quando parecia triste, insatisfeita. E.:$=&?#=[ ")% >=$:=/?. ".&. -=0-%@K)% ="#="&?. -=0-%@ 3.$. =H=\ =0#.P.#'&% /=- ="#$= %0 &%?0@ X?";.- '-lho lindo e falavam sobre tudo. Maspara Márcia não era bem assim.

50 &=0="#="&?-="#%0 >.00.$.- .ser cada vez mais frequentes. A mágoa

dela foi se transformando em raiva.Mas ela tinha medo de falar e parecerridícula. Tinha medo de falar e não ser:%->$=="&?&. = "=- :%$$=0>%"&?&.@Ou ainda, de constatar, nalmente, que=H= $=.H-="#= ;.P?. 0= .$$=>="&?&% &=#=$ 0= :.0.&% :%- =H.@

Parece claro, olhando de fora,que Rogério estava desconectado de0'. >$D>$?. 0="0?/?H?&.&=\ .:$=&?#."&%realmente que afeto não precisava ser-%0#$.&% "% &?. . &?.\ ". :%"P?PB":?.@Rogério acreditou, desavisadamente,

que uma vez casado, o amor estáposto. Não está. Amor é construídodiariamente. Nunca está acabado,pronto. Está sempre se fazendo. Ou é.00?- <'= &=P=$?. 0=$@

Parece claro também que Márciaestava insegura, com a autoestima./.H.&.\ 0=- 0= :%";=:=$ % /.0#."#=para se colocar com segurança, para

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ocupar seu lugar naquela relação e falar sobre o que sentia,o que percebia, e como gostaria que fosse. Márcia acreditou,desavisadamente, que uma vez amando, nada precisa serdito, explicado, colocado. Como se tudo já fosse óbvio paraos dois. Não é! Ninguém tem bola de cristal para adivinhar oque o outro está sentindo, pensando e desejando. É precisofalar. É preciso mostrar.

E por causa dessa negligência de ambos, o casamentoacabou depois de alguns anos. Rogério, completamente

atordoado com a decisão de Márcia de ir embora, não seconformava. Perguntava a ela, realmente querendo entender,o que é havia dado errado. Qual era o problema, tão graveassim, que a zera desistir deles, da história tão bonitaque tinham tido lá no começo. A questão é que, para ele, ocasamento havia foi consumado no momento da decisão e o.-%$ =0#.P.\ .00?-\ =P?&="#=@ 8 &=>%?0\ ".&. -.?0 >$=:?0.P.0=$ -%0#$.&%@ 9.0 >.$. =H.\ ")% =$. /=- .00?-@

Depois de muitas brigas, acusações, cobranças elágrimas, de ambas as partes, nalmente Rogério e Márciacomeçaram a entender que precisavam falar sobre o que$=.H-="#= 0="#?.- = >="0.P.- . $=0>=?#% &. &?"M-?:. &%.-%$ &=H=0@ 8 &=0:%/$?$.-\ #.$&= &=-.?0\ <'= '- ")% 0%'/=

mostrar ao outro o que sentia. Ela queria, mas não falava.Amava, mas não mostrava por medo. Camuava, fazia-se deforte. Escondia sua dor. Ele sentia e achava que nada maisprecisava ser detalhado. Que não tinha importância. Aliás, elenem sabia mostrar. Tinha aprendido que amor está implícitoe pode assim car.

Na casa de Rogério, amor tinha mais a ver comagressividade em forma de brincadeiras, com ameaças emforma de conversas e, sobretudo, com praticidade. Acima

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de tudo, ele aprendeu que as relações se sustentavam pelalealdade entre as pessoas. E ele era, de fato, extremamenteleal. Márcia, por outro lado, tinha aprendido que não se deveconar nos homens. Que eles só querem sexo e, depois queconseguem, perdem o interesse. E como era inexperiente,imatura e insegura, baseou-se nessas crenças para interpretaro amor de Rogério. A primeira ‘certeza’ que teve, depois de0= :.0.$=- = &= 0= &.$ :%"#. &= <'= =H= ")% H;= &.$?. :.$?";%0explícitos, foi a de que realmente os homens eram assim. E

que se ele já havia conseguido tudo o que queria, realmente")% ?$?. -.?0 0= ?->%$#.$ =- -%0#$.$ ?"#=$=00= >%$ =H.@

Quantos enganos. Quantos equívocos! Não conseguiramsalvar a relação, especialmente porque não procuraram ajudaquando ainda era tempo. Ficou uma profunda tristeza no lugardo que poderia ter sido, mas não foi. Ficou um buraco imenso nolugar do amor não mostrado. E agora, restava a esperança de que,numa próxima oportunidade, conseguissem mostrar o que senteme contar à pessoa amada de que forma se sentem amados.

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GB GBDCB E#EJ' Não deixe que seu relacionamento acabe por não mostrar.

Ou por mostrar sem saber se o outro está vendo e sentindo.Pergunte. Interesse-se. Queira saber o que você faz que deixao outro se sentindo amado. Observe. Conversem sobre isso.Escute os pedidos de quem você ama. Anal, de que adiantaamar se não for para o outro, pra compartilhar, para fazer quemvocê ama mais feliz, para deixar a vida da pessoa amada mais

colorida e prazerosa?A gente precisa começar a rever tantas

crenças negativas sobre casamento e amor.Para isso, basta abrir os olhos para ostantos relacionamentos maravilhosos queexistem ao nosso redor. Existem muitos. Otempo todo, muitas pessoas estão tentandoacertar. E estão acertando. Estão querendofazer dar certo. Estão empenhadas em serfeliz. E fazer o outro feliz. E isso é lindo dese ver. E é lindo de aprender.

Em primeiro lugar, precisamos saberque pra mostrar e ser visto, tem de haversintonia. Sintonia no olhar, no jeito de pensar, no jeito de viver e de querer. E issotambém não é mágica, embora até pareça,muitas vezes. Se você tem sintonia comalguém, já deve ter se pegado pensandoque parece mesmo algum tipo de magia, bruxaria. Porque é incrível como setornam capazes até de ler pensamentos, de

antecipar falas, de adivinhar desejos.Mas sabe como é que isso acontece?

Como é que se estabelece sintonia comalguém? Com delicadeza, com paciência,com interesse. É como aqueles aparelhosde rádio antigos, onde para sintonizar umaestação, era preciso girar o botão do dial bem devagar, até encontrar o lugar exatoonde acontecia a conexão e o som saía

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nítido, limpo.Sintonia de amor é assim: precisa de

comunicação. Um fala e o outro realmenteescuta. Os dois se olham nos olhos.Perguntam-se e querem saber a resposta.Querem ouvir um ao outro. Sorriem-se numacumplicidade momentânea. Estão juntose se sabem juntos. E isso é tão possível.Basta que conem e que se entreguem. Ouniverso conspira absurdamente para queo amor aconteça, para que o amor sejafeito e refeito, começado e recomeçado,construído e reconstruído.

Sim, porque sintonia não exige perfeição. Nada do que é humano podeser perfeito. O sentimento de amor é perfeito, mas o exercício dele, não é! Na prática de amar, erramos muitas e muitasvezes. Mas se estamos comprometidos emacertar, ca muito mais fácil. O amor davida real não é como o amor de contos de

fadas que tem garantido o “foram felizes para sempre”. Isso não existe. Seu amorexiste só por hoje.

E é por isso que é tão necessário estaratento, cuidar, nutrir, fazer crescer. Amoré vida. É vivo. Pulsa e consome energia.Precisa ser recarregado. E só se recarregaa bateria do amor com mais amor. Amormostrado. Amor praticado. Atitudes de

Ninguém tem

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amor. Então, pode ser que haja sintonia hoje e que amanhã, poralgum desentendimento, por algum desajuste, a sintonia se desfaça.E tudo bem. É hora de usar a paciência, a vontade e a delicadezamais uma vez. E resgatarem a sintonia.

Se você tiver o privilégio de conhecer algum casal que vivarazoavelmente bem e que seja razoavelmente maduro e que esteja junto há muitos anos, talvez 20, 40 ou até 60 anos de união, podeconstatar o que estou falando, na prática. Converse com eles.Pergunte como se conheceram, como decidiram se casar. Comofoi o início da vida a dois. Quais foram as maiores diculdades.Pergunte das brigas e de como faziam as pazes depois. Interesse-se pelos “segredos” deles, no sentido de descobrir que estratégiasusavam para resgatar o entendimento, a sintonia. Você vai se darconta de que não se trata de um romance perfeito. Vai perceberque faz parte desta história sentimentos como mágoa, confusão,dúvida, medo, irritação, ciúme, orgulho, impaciência e tudo o quefaz parte do jeito de ser casal, de ser gente.

Mas vai descobrir também que, depois de tantos anos juntos,existe um amor gigantesco um pelo outro, uma cumplicidadevisceral, muita alegria, construção, superação, ajuda mútua,momentos incríveis, paixão, lembranças que tornam a história

deles absurdamente linda. Bem, é o que eu acho das longasrelações. Elas têm uma coragem admirável. Porque realmentenão é fácil. Mas é tão válido, é tão encantador.

E saiba que não estou aqui para defender relações falidas enem para julgar as relações que terminam. Não é nada disso. Cadaum com a sua história, no seu tempo, com as suas crenças, escolhase consequências. Tenho certeza de que você sabe de si muito melhordo que eu sei ou do que qualquer outra pessoa sabe. Portanto, quevocê não se compare e não se critique. Apenas observe e aprenda

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o que achar que vale a pena ser aprendido. Citei as relações longas porque sei que existem algumas tantas realmente maravilhosas.E que deveriam ser consideradas contos de fadas reais. Para quenossas crianças e até nós mesmos pudéssemos aprender um poucomais sobre a arte de amar e de mostrar. E sobre sintonia – tãoimportante para que o outro consiga se sentir amado.

Uma vez sintonizados, você pode ir descobrindo quais palavras, qual jeito de olhar, quais toques, gestos e até objetosque, ao lançar mão deles, a pessoa que você ama se sente,denitivamente, amada. E há, basicamente, dois tempos atravésdos quais a maioria das pessoas se sente amada: o especial e ocorriqueiro. O mais conhecido e, portanto, que mais serve comomomento de mostrar amor e de saber que o outro se sente amado,é o tempo da surpresa. O tempo do inesperado, da celebraçãoespecíca. Esse tempo, o especial, inclui os datas especiais. Osmomentos especiais. Tanto os conhecidos como os desconhecidos.Mas sempre especiais, que fogem do ritmo do dia a dia.

Você certamente se preocupa em saber de que forma podefazer com que seu par se sinta amado no dia do aniversário dele,na data de namoro de vocês, no dia dos namorados, entre outrosem que ambos estão muito interessado em agradar um ao outro.

 Nestas ocasiões, você costuma dar um jeito de descobrir o queo outro quer. Ele gosta de determinado perfume? É esse quevocê compra. Ela viu um certo vestido na vitrine daquela loja?Você volta lá e manda embrulhar. Ele adora quando você faznhoque? Esse será o cardápio para o jantar desta noite especial.Ela adora quando você faz massagem nela? Então, você preparao óleo com a essência de que ela mais gosta. E assim por diante.Atitudes pensadas, propositais. Anal, você quer que ele ou elasaiba o quanto você ama. E pela reação, pelo resultado de toda

a preparação intencionada, você constata:deu certo! Está no ar, evidente, pra quemquiser ver, todo o seu amor e a pessoaamada está radiante por sentir esse amor.

Mas, olha só, vamos fazer umacontinha rápida. Se o ano tem 365 dias,quantos dias especiais vocês dois têm juntos? As datas comemorativas devem ser5 ou 6, incluindo os aniversários. Se vocêsfazem o estilo romântico, que preparamsurpresas um para o outro, podemosconsiderar mais uns 8 dias por ano. Anal,vocês trabalham, têm muitos afazeres aolongo da semana, contas a pagar, dinheiroapertado, cobranças, e todas as atribulaçõesda vida cotidiana. Se formos otimistas econtabilizarmos 20 dias de demonstrações propositais de amor, como são os outroscerca de 345 dias do ano? Como é a vidaconjugal de vocês nestes 345 dias? Comoo outro sabe que você o ama nos dias sem

 presentes, sem jantares especiais, semmassagens, sem ores, sem viagens a dois,sem perfumes?

Pense. O que você tem feito paragarantir que o outro saiba que você amamesmo sem esses detalhes propositais?Tomara que tenha encontrado algumasrespostas. Mas caso não tenha conseguido,vamos fazer isso juntos? Vamos encontrar

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maneiras rápidas, fáceis, baratas, óbvias eecientes de fazer com que a pessoa amadasaiba que você a ama?

Só que, antes, preciso te dizer algomuito importante. Sabe aquele ditado queouvimos desde pequenos, de nossas mães,avós, do padre talvez, que diz assim:“faça ao outro somente o que gostaria quezessem a você!”? Pois é, ele nem semprefunciona como nos zeram acreditar, principalmente quando estamos falandode como o outro sente que está sendoamado. E isso por causa da singularidadede cada um, do modo como cada um foi seconstituindo ao longo da vida.

Daí, você poderia argumentar: “mas eutenho meu próprio jeito de mostrar. O que posso fazer se o outro não consegue ver, nãoconsegue sentir o meu amor?”, Bem, você pode aprender de que forma ele entende, deque forma ele vê. E isso é bem óbvio, embora

muitos de nós continuemos mostrando amordo jeito que a gente entende amor e não do jeito que o outro entende amor.

Pense comigo: você decidiu abrir umcafé. Uma pequena e confortável cafeteria,5"6:9 54 #944"54 B<" #5%5 5#%9,&5% 94)5 bebida e aproveitam para comer tortas,salgados e bolos. Suponho que essadecisão está baseada, sobretudo, no fato de

Deveríamos

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de opções

e aguardar,

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amada nos dizer

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como prefere e

quanto prefere.

que você gosta de café. Mas avalie: tem pessoas que não gostam.E exceto se souberem de algum outro produto que você ofereçana cafeteria e do qual elas gostem, é bem provável que essas pessoas nunca nem entrem no seu estabelecimento. Vá fazendoum paralelo com quem você é. Tem pessoas que vão gostar e pessoas que não vão. É assim com todo mundo.

Pois bem, imagine alguém que goste de café entrando emsua cafeteria e parando em frente ao balcão. Você está lá, pronto para servi-lo. É para isso que você abriu a cafeteria. Lucros à parte, você quer satisfazer e agradar o seu cliente. Quer que elegoste daquele lugar, do café, do que você oferece. Mas você temvárias opções. O que você faz? Pergunta o que ele deseja ou, baseado em suas preferências, vai logo dizendo que ele precisaexperimentar o cappuccino da casa?

Até pode ser que você sugira o cappuccino, mas quero crerque não sai correndo para preparar um antes de ele sequer semanifestar. Imagino que você ofereça a ele o cardápio e até dêexplicações sobre cada bebida, as combinações e tal. Mas esperaaté que ele escolha o que mais lhe apetecer.

Penso que assim é que deveríamos nos comportar ao nosdisponibilizarmos num relacionamento. Deveríamos mostrar um

leque interessante de opções e aguardar, atentamente, até a pessoaamada nos dizer o que prefere, como prefere e quanto prefere. Assim,seria bem mais fácil fazer com que ela se sinta satisfeita, não?

Seguindo essa ideia, vale ressaltar que, embora você possater características realmente boas, ainda assim haverá pessoasque não vão se interessar. E tudo bem. Tá tudo certo. É assimmesmo. Você não precisa agradar a todos. Mas àquela pessoa aquem agradar e para quem decidir oferecer tudo de bom que vocêtem e é, então que você faça direito! Que você faça valer a pena.

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De nada adiantaria abrir uma cafeteria para impor aosseus clientes o tipo de café que eles vão tomar, a intensidade, aquantidade e a combinação que você mais gostar ou que, naqueledia, você estiver com vontade de preparar. Não é bem assim quefunciona. É preciso que aprendamos a servir.

Amar é servir. E se você vai servir a pessoa amada, precisa perguntar como ela prefere ser servida. E no dia a dia, quandoos presentes e as surpresas não cabem por uma série de motivos,ainda assim é possível agradar, é muito possível fazer com que o

seu amor se sinta amado. Como? Perguntando!- De que forma posso ajudar?- O que você quer?E vá aprendendo com as respostas para que não precise

 perguntar a mesma coisa todos os dias. Considerando as diferenças – de gênero, de personalidade, de necessidades, de preferênciase de humores – cada um vai se sentir amado a partir daquilo quelhe fazem e que lhe agrada.

Do que seu amor gosta?Do que seu amor precisa para se sentir bem?De que forma você pode ajudar a aliviar as tensões e as

 preocupações diárias dele?

Observe alguns comentários de pessoas que não se sentemamadas e note por que não se sentem!

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+ 0= =H= -= .-.00=\ -= .R'&.$?. :%- .0 :$?."(.0\ i "%?#=@- se ela me amasse, entenderia que preciso jogar futebolpelo menos uma vez por semana.- se ele me amasse, entenderia que preciso fazer as unhas no

sábado a tarde, e me ajudaria com astarefas da casa para que desse tempo.- se ela me amasse, não caria tão?$$?#.&. <'."&% -= =0<'=(% &= :%H%:.$. #%.H;. "% /.";=?$%@+ 0= =H= -= .-.00=\ :%H%:.$?. % H?]% ".$'. #%&.0 .0 "%?#=0@+ 0= =H. -= .-.00=\ $=:%";=:=$?.<'= #$./.H;% &'$% >.$. &.$ '-. P?&.

confortável para a nossa família.+ 0= =H= -= .-.00=\ "%#.$?. -='0:./=H%0\ -?";. $%'>. = -?";. #="#.#?P.de car bonita para ele.- se ela me amasse, elogiaria quando#$%:% . HM->.&. %' :%"0=$#% % >%$#)%@+ 0= =H= -= .-.00=\ ="#="&=$?. <'=>$=:?0% :%->$.$ '-. $%'>. "%P.\-=0-% <'."&% ")% >$=:?0%\ 0D >.$.me sentir feliz.+ 0= =H. -= .-.00=\ :%":%$&.$?. =-me deixar fazer um churrasco comos amigos lá em casa, aos nais de

semana, de vez em quando.- se ele me amasse, caria comigo nacozinha, conversando, enquanto preparoo jantar, em vez de car grudado na tevê.+ 0= =H. -= .-.00=\ >.$.$?. &= P=$#."#.0 "%P=H.0 = .:=?#.$?. -=' :%"P?#=para assistirmos a um lme juntos.+ 0= =H= -= .-.00=\ -= ?":="#?P.$?. .procurar um novo emprego, do qual

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feito e refeito,

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eu gostasse mais, e seguraria as contas>%$ '"0 &%?0 %' #$B0 -=0=0@+ 0= =H. -= .-.00=\ >.$.$?. &= -=chamar de frouxo ou banana só porquenão quero discutir com meu chefe eacredito que esta é a melhor forma deH?&.$ :%- . 0?#'.()%@+ 0= =H= -= .-.00=\ 0=$?. -.?0carinhoso durante o dia, ligando pra

perguntar como estou, mandando umamensagem comentando sobre minha$%'>. %' 0%/$= <'."#% -= .:;. /%"?#.@+ 0= =H. -= .-.00=\ ")% -= $=R=?#.$?.tantas noites seguidas, e me diria o que<'=$\ :%-% <'=$@- se ele me amasse, não chegaria em casa#)% ?$$?#.&% = ?->.:?="#=\ = -= :%"#.$?.o que está acontecendo com ele.+ 0= =H. -= .-.00=\ "% P?P=$?. #)% #="0.\reclamando de tudo, fazendo com queeu me sinta um inútil e ingrato.+ 0= =H= -= .-.00=\ &.$?. -.?0 P.H%$ .%

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Quer mais? A lista é interminável. Já ouvi de tudo. Passando pelas questões sexuais, nanceiras, da casa, do trabalho, dos lhos,da escola, enm, por todos os tantos detalhes que compõem avida de uma família. Sim, claro, não se trata de se tornar escravodo outro. Bom senso é sempre parte fundamental do amor. Oequilíbrio entre dar e receber também ajuda muito.

Enm, sei que não é fácil. Mergulhados na rotina de um diaapós o outro, manter-se atento e disposto a agradar a pessoa amadao tempo todo não é uma tarefa assim tão simples. Não é mesmo.Mas quando a gente se decide a fazer dar certo, ao menos tenta.

E quando não consegue por um dia ou até quatro ou cinco dias, percebe isso e retoma a tentativa. E quando percebe que o outrotambém não está se esforçando, em vez de acusar, brigar e cobrarcomo se não fosse mais do que obrigação, chamaria para umaconversa e contaria o que está sentindo, o que está percebendo.

E se é assim com um curso que a gente decide fazer, comum concurso que decide prestar, com um novo hobby, com umnovo aprendizado, por que não pode ser com o amor? Se vocêtrabalha todo dia e dedica um tempo considerável para isso –

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cerca de 8 a 14 horas – por que não dedica uma ou duas horas para seu par. Se a gente aceita regras de todas as ordens e vindo detodos os lados, muitas vezes sem sequer questionar, por que nãoqueremos praticar amor, incluindo as partes menos prazerosas daconvivência? Se a gente engole imagens e conversas sem graçae que absolutamente nada nos acrescentam, prostrados diante datevê, alienando-se e distanciando-se do que realmente importa, por que não revemos nossas escolhas e começamos a investir noque vai, de fato, nos fazer feliz?

 Não há nada mais eficiente e funcional do que umaescolha feita, uma decisão tomada. E se você escolher e decidirmostrar à pessoa amada o seu amor, do jeito que ela entendee sente que é amada, então, pode ter certeza, vai dar certo!Só que essa escolha só vale por um dia ou dois, no máximo.Precisa ser refeita. Precisa ser revista. Precisa ser renovada.De novo: amor é construção. Diária e pelo tempo que vocêquiser ser realmente autor do seu romance! e

Q'=- .-.\ -%0#$.\ 0?-@  Essa é a ideia principal deste livro: incentivar as atitudes de amor. Motivarvocê a exercitar o amor. Ajudar você a usar seus sentimentos para transformar o mundo à sua volta e viver a vida que quer,que sente. Anal, quando você mostra, toma parte no que quer,no que está vivendo. Torna-se responsável pelo que sai de vocêe pelo resultado que isso provoca. Mas quem ama também, efundamentalmente, escuta. Olha o outro. Vê o outro. Coloca-seno lugar dele. Isso é empatia.

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E se você ainda tem dúvidas de quea empatia é essencial para o sucesso dequalquer relacionamento, deixo aqui asugestão de uma leitura. Dale Carnegie,autor de um dos livros mais vendidos emtodo o mundo – “Como fazer amigos einuenciar pessoas” – foi brilhante aonos explicar e nos ensinar o fantásticoe poderosíssimo valor de saber ouviro outro e tentar ver o que ele estávendo, sentir o que ele está sentindo.Quando você consegue fazer isso, deverdade, entregue, de coração, sem estarvislumbrando apenas a satisfação de umdesejo seu ou de um objetivo, então você pode conseguir o inimaginável.

Sim, porque à medida que você pratica, que você ouve o outro com todoo seu ser voltado para ele, com todo o seuser emprestado para quem ele é, naquelemomento, o outro sente. E por isso, entrega-

se a você intuitivamente. Na maioria dasvezes, inconscientemente, o outro termina,inclusive, fazendo o que você quiser –respeitando os seus limites, é claro – porqueca imensamente grato por você tê-lorecebido tão sincera e completamente.

Penso que o poder que este ato deescutar o outro nos dá, já nos mostra oquanto é difícil fazer isso. Mas também

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aprendemos, com o tempo e com a práticada escuta, que é mais uma questão detreino do que diculdade propriamente.Trata-se de mudar o foco. A maioria denós está tão carente que passa grande partedo tempo tentando conseguir atençãode alguém. Ou seja, está voltada para simesma e não para o outro. Está interessadaem si, em satisfazer seu próprio desejo.Em preencher sua própria solidão.

Acho muito interessante observar omodo como algumas pessoas conversam.Repare. Você também já deve ter notado.Duas pessoas conversando. Uma fala ea outra, aparentemente, escuta. Parecemesmo que está escutando. Só quequando a primeira para de falar, a outrafala algo que não tem a ver com o queacabou de escutar. É assim: cada uma falade si mesma, de suas histórias, de suasexperiências, opiniões e sentimentos.

 Não estão trocando. Não estão seouvindo. Não estão conversando. Estãofalando. Apenas falando. Podem atéestarem escutando mesmo, mas nãose interessam uma pela outra. Apenasusam o que ouvem para refletir sobre simesmas. Ou nem isso.

 Na verdade, é o que costumaacontecer: as pessoas se usam. Não com

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más intenções. Provavelmente, nemé de propósito. Usam-se porque estãoextremamente carentes de alguém que asouça. De alguém que seja “todo ouvidos”só para elas. Que as escute e, quem sabe, possa dar indícios de que elas estãosendo aceitas exatamente como são. Semserem julgadas, sem serem criticadas,sem que o ouvinte acredite que tem asrespostas certas ou que suas sugestõessão as melhores. E também que não fiquecomparando a vida dessas pessoas coma vida de outras, como se todos fossemiguais. Como se o que deu certo parauma fosse dar certo para todas.

Bem, me parece óbvio que ninguémgosta de ser considerado igual aosoutros. Somos únicos e queremos servistos como singulares. Podemos viverexperiências semelhantes, mas nuncaidênticas. E mesmo sendo parecidas,

as reações, os sentimentos e o modo delidar com essas experiências são sempreúnicos, porque carrega em si toda a vidade quem está passando por tais situações.Então, escutar começa por aí! Comomuito bem disse Carl Rogers, psicólogonorte-americano precursor da psicolo-gia humanista, sobre a arte da escuta:“Escutar é estar despido de julgamentos,

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totalmente disponível ao outro como eleé, e não como eu gostaria que ele fosse”.

Mas, estranho, por que será que,mesmo se amando, muitos casais nãoconseguem se ouvir? Por que será queterminam caindo na armadilha do “osdois falam, mas nenhum dos dois seouve e nem ouvem um ao outro”?! Pensoque o problema é que a maioria doscasais levanta suas defesas para evitara dor, como já dissemos antes. Por isso, permanece preenchida de suas própriasverdades, ensurdecida por suas própriasconvicções e, portanto, indisponível paraouvir e se interessar pelas verdades e pelasconvicções do outro.

Especialmente quando discordam umdo outro, quando discutem e se alteram pornão aceitar a opinião do outro, argumentam:“eu já sei o que você vai dizer!” ou “eusei muito bem o que você quis dizer com

aquilo!” e pronto – está destruída a chance dequalquer entendimento. Assim, dependendoda intensidade da briga, terríveis acusaçõessão feitas, ofensas são alimentadas e umalamentável disputa de egos ca a serviço dedestruir e machucar um ao outro.

Pare de escutar já pensando no quevai responder, totalmente interessado emter razão, em derrubar o argumento do

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outro, em provar que ele está errado evocê está certo! Assim, pessoa querida,não há comunicação que dê resultado! Não há relacionamento que sejaharmonioso! Não há conversa que acabeem conciliação e satisfação. Por mais queum pareça estar com a razão e o outro,equivocado, o final dessa dinâmica ésempre ruim. Porque a sensação que ficaé de que conversar não adianta nada.De que nunca conseguem chegar a umconsenso. E fica parecendo que falar,em última instância, é pura perda detempo! E por alimentarem essa crençadesastrosa, os casais vão se falando cadavez menos, se ouvindo cada vez menose se sentindo cada vez mais sozinhos,mais descasados.

Por essas e outras, não te parece quedispor-se a escutar o seu par é uma baitademonstração de amor? Não te parece que

ele se sentirá de fato uma pessoa muitoamada à medida que percebe que você estárealmente interessado nele? Pois, então,vamos à prática, sabendo que escutar éuma arte. Tem níveis. Existem formasdiferentes de se escutar, sendo que algumassão péssimas, de baixíssima qualidade,enquanto que outras podem nos ensinarmuito sobre o outro, a vida e o amor.

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Antes de começar uma conversa,especialmente aquelas mais difíceis, paraas quais já vamos palpitantes e tensos,deveríamos passar por uma espécie de

‘câmara esvaziadora de crenças, conceitose, sobretudo, preconceitos’. Somente destamaneira chegaríamos diante do outro comespaço suciente para deixá-lo ‘entrar’.Ou seja, para de fato ouvirmos o que eletem a nos dizer. E aí, sim, a dinâmicaseria harmoniosa: um fala e o outro ouve;um ouve e o outro fala. Alternadamen-te, atenta e respeitosamente, o objetivoseria cumprido, ainda que muitas outrasconversas pudessem acontecer até que seesgotassem todas as dúvidas e mágoas.

Isso sim é desejar o consenso, é quererrealmente chegar a um entendimento. Oque mais importa não é o tema discutidonem tampouco a sua opinião. O intuito,nesta dinâmica e com essa consciência, éo de aprender a ler o coração do outro, istoé, ouvir o que ele tem a dizer. Porque éeste, no nal das contas, um dos caminhosmais curtos para nos tornarmos pessoas

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que sabem, de fato, relacionar-se com ooutro com uma atitude de amor. Por isso,antes de tentar impor a sua verdade aooutro, tentar fazer com que ele escute oque você tem a dizer, que tal, por um diaque seja, manter-se rme no propósito deestar realmente atento ao que ele tem adizer? Que tal desejar realmente ler o seucoração e respeitar os seus sentimentosreconhecendo que é isso o que ele tem demais sagrado?

Assim, quem sabe – por maisdestoantes que as opiniões e os sentimentosdesta pessoa forem dos seus – você possaacolher quem ela é, como é? Quemsabe consiga, amorosa e humanamente,reconhecer que somos todos aprendizes,moradores de uma mesma dimensão,sob as dores e as delícias de um mesmoUniverso? Anal, é na capacidade de ponderar, reetir e aceitar o fato de que

uma verdade é apenas um ponto de vistaque está o autêntico exercício de amor, tãoescasso em nossas vidas ultimamente!

E se ainda tem dúvidas sobre comofazer isso, passo a passo, tente fazer do jeito mais simples possível. Apenas paree ouça. De verdade. Ouça o que o outroestá dizendo. Se não entender por que eleestá vendo a situação daquela maneira,

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 pergunte! Interesse-se por descobrir o queele está sentindo, o que está pedindo, doque sente falta, o que deseja, como quer,quanto quer! Nenhuma solução podeser encontrada se você não conseguircompreender exatamente o que estáacontecendo no seu relacionamento.

E isso nada tem a ver com submissãoou com fazer o que você não quer. Nãose trata de se desrespeitar ou ignorar seuslimites. Não! Trata-se de exibilizar,crescer, rever conceitos e crenças. Trata-se de aprender e evoluir! Porque cadavez que você se disponibiliza a, pelomenos, tentar, mas tentar de verdade,com todo seu coração, a conciliação, emvez de se desgastar apontando os erros eas limitações do outro, você está, de fato, praticando o exercício de mostrar amor!

Além disso, uma relação é feita decomunicação, acima de tudo. Como já

dizia nosso saudoso Chacrinha, “quemnão se comunica, se trumbica”! Essa suacélebre assertiva merece ser repetida,especialmente quando o assunto é serelacionar! Anal, não há amor à primeiravista ou atração fatal que resista a umcasal que não consegue conversar, quenão consegue falar sobre si e ouvir sobre ooutro, sobre seus desejos e planos.

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Outro dia, li numa revista que certocasal de famosos havia terminado seurelacionamento de cerca de dois anos porfalta de assunto. E quei pensando sobre oque acontece com tantos casais que, depoisde algum tempo juntos, parece que já nãosabem o que dizer, como dizer ou talvezaté por que dizer qualquer coisa um aooutro. Partindo do princípio de que amoré sinônimo de intimidade e cumplicidade,creio que seja praticamente condição  5($+

*"# $&$ que o casal troque condências,cone um no outro a ponto de contaremsobre sua vida cotidiana, entre outrosdetalhes, para que o laço de afeto sefortaleça e se sustente.

Porém, para isso, é preciso disponibi-lidade de ambos. O casal precisa querermanter um vínculo que é muito mais sutile, não raro, mais forte que aquele quese consegue dividindo a mesma cama,

a mesma mesa e o mesmo teto. E essaausência de comunicação ou comunicaçãodistorcida acontece porque os dois entramno “piloto automático” e simplesmentedeixam a vida rolar, dia após dia, sem sedarem conta das escolhas que são feitas acada palavra proferida, a cada olhar e atémesmo a cada silêncio que se instalamsorrateiramente entre eles.

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tem a dizer.

O problema é que muitos casais aindaacreditam, ingenuamente, que o fato dedormir e acordar juntos todos os dias já ésuciente para garantir o relacionamento. Eassim, vão levando a relação por 20, 30, 50anos. Mas a que preço? À custa de quantovazio, quanta solidão, quanta mágoa? Atéos casais que se entendem muito bemsexualmente podem ter problemas na horaem que começam a conversar. Diante dostemas mais banais, terminam discutindo por bobagem, discordando um do outro por questões tolas, e isso nada mais é quea revelação indireta de que algo está malresolvido entre eles. Algo não foi dito, nãofoi conversado o bastante, certamente.

Acredite! Quem não se comunica,se trumbica de verdade! Não tem saída! Não há paliativos! É preciso investir nodiálogo - que inclui falar, mas acima detudo, escutar! E é bem provável que você,

em algum momento, queira se defender ese justicar, dizendo algo como “mas euescuto. É o outro quem não me escuta, nãome dá atenção e nunca está interessado noque eu tenho a dizer”.

Talvez seja isso mesmo, talvez vocêesteja certo na sua percepção. Mas antesde desistir de falar e ouvir, entenda: issonão importa agora! Se você realmente

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deseja recuperar a motivação desse amor,disponha-se a ouvir com todo o seu ser!Pare tudo e arrisque um convite à pessoaamada: “eu gostaria de saber, de verdade,o que está acontecendo entre nós. Comovocê gostaria que eu agisse, o que gostariaque eu zesse para que você se sentissemais feliz?”. E ouça a resposta! Demoreela o quanto demorar, doa o quanto doer,escute a resposta!

Certamente, virão críticas, acusações,ressentimentos passados, sujeiras serãoretiradas de baixo do tapete e você sentirávontade de se defender inúmeras vezes.Mas não faça isso! Agora não é o momento!Agora é hora de ouvir atentamente tudo oque o outro tem a dizer. Esteja interessadorealmente em saber o que você tem feito,dia após dia, que o tem magoado tão profundamente. E, mais do que isso, estejarealmente disposto a fazer melhor. Não a

fazer algo que agrida você essencialmente. Não estou sugerindo que você se desrespeite,mas que se pergunte até onde pode ir, oquanto pode melhorar, o quanto tem a dar eestava apenas economizando amor!

Fácil? Com certeza, não! Mas é a suaúnica chance, caso queira fugir das velhase conhecidas “soluções-relâmpago”, istoé, o que a maioria das pessoas faz: ou

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finge que nada está acontecendo e vai empurrando a relação‘com a barriga’, conformando-se por anos a fio com a ideia deque casamento é assim mesmo. Ou troca de parceiro, separa-se e decide ficar só, repetindo aos quatro cantos que não existeamor que dê certo. Ou ainda, casa-se de novo, numa ilusãoinsana de que desta vez vai dar certo! Pode até ser que dê,mas se der, eu posso apostar todas as minhas fichas de que,desta vez, houve diálogo e a comunicação foi soberana! Casocontrário, sinto em lhe informar: vai se trumbicar de novo!

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fVocê já se dispôs a identicar o que sente. Já se

interessou por saber o que pode fazer e como fazer para queo outro se sinta amado. Já reviu suas crenças e está realmentedisposto a mostrar o que sente. E já tentou, inclusive, escutar ooutro com todo o seu ser. No entanto, ainda tem algo que estádicultando. Tem algo incomodando e fazendo com que você nãoconsiga viver esses sentimentos de forma uida, leve, gostosa.

Pode acontecer mesmo de você amar muito, querer muitomostrar esse amor à pessoa amada, mas estar se sentindo refém

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costumam difcultar a demonstração do que

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de alguma questão especíca. E dianteda diculdade de lidar com a tal questão,sente que toda a espontaneidade do amorca comprometida. Algumas das questõesmais delicadas e que costumam dicultara demonstração do que uma pessoa sentetêm a ver com o modo como ela é nomundo, o que pensa sobre si ou como lidacom sua sexualidade e seus sentimentosem geral.

Eu arriscaria dizer que, depois dereceber mais de 10 mil mensagens deleitores ao longo dos últimos 15 anos,incluindo homens e mulheres com idadeentre 14 e 87 anos, de todas as classessociais, diversas culturas, diferentesorientações sexuais e múltiplas crenças,que as questões mais delicadas nosrelacionamentos, as que mais podemimpedir ou atrapalhar uma pessoa demostrar o que ela sente, têm a ver com:

• insegurança por não conseguir sequerenxergar a si mesmo• medo de se entregar • timidez• insatisfações acerca da sexualidade• excesso de orgulho e autodefesas• ansiedade

Vamos tentar saber mais sobreisso para aprender a lidar com quem

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com as luzes

apagadas.

você é? De novo, estamos às voltas com a importância doautoconhecimento. É mais ou menos assim: se você não sabeonde você começa e onde termina, se não reconhece o que éseu e o que é do outro, se não enxerga suas qualidades e nemas suas limitações, fica mesmo difícil interagir com o outro.Porque vai ser um ‘cego-surdo’ se relacionando com alguémque, em última instância, ficará impedido de te ver também.É você quem precisa abrir a porta e acender a luz de sua casaquando o outro chega. Mas é impressionante o número de pessoas que ainda se relaciona com a porta fechada, deixandoo outro do lado de fora, e com as luzes apagadas. Assim, só bate cabeça e não entende por quê!

Tenho descoberto, quanto mais pesquiso, que as diculdadesenfrentadas por cada um nem se trata do quanto se gostam. Masdo quanto se conhecem. Seria como dizer que só tem baixaautoestima quem não se conhece, quem não se vê! Porque, repare:é impossível não gostar de uma pessoa quando você se dispõe arealmente conhecê-la.

 Não acredita? Então, faça um teste! Pense numa pessoade quem você não gosta muito. Sei lá, ‘o santo de vocês não batem’, como costumam dizer. Por alguma razão conhecida ou

desconhecida, vocês não conseguem se entender e você não vaicom a cara dela. Bem, se puder, se estiver disposto a fazer esseteste, permita-se aproximar-se dela. Aos poucos, conforme sentirque tem uma brecha, uma oportunidade. Pergunte sobre ela, sobrea vida dela, sobre de que gosta, de que não gosta, o que já fez, o quefaz, o que tem vontade de fazer. Interesse-se de verdade por ela.Fale de você somente se ela perguntar. Se não perguntar, apenasouça sobre ela. Deixe-a se sentir completamente à vontade parafalar de si.

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E quanto ao que vai ouvir, tente não julgar, não atribuirvalores. Apenas ouça. Conheça essa pessoa. Tente compreender por que ela é como é. Por que pensa como pensa e sente o quesente. Tente compreender, sobretudo, por que ela se comportacomo se comporta. Quais as oportunidades que ela teve na vida?Quanto amor ela recebeu? O que fez até chegar onde está hoje?Bem, a ideia é que você se dê conta de como ca innitamentemais fácil gostar de uma pessoa quando você sabe dela.Quando você a enxerga de verdade. Isso é tão incrível que jávi depoimentos de pessoas que se dispuseram a fazer pesquisasdentro de penitenciárias, por exemplo, e caram chocadas com oque ouviram e sentiram.

Tive uma professora na Universidade que nos contouexatamente sobre esta experiência. Para seu mestrado,desenvolveu uma pesquisa na penitenciária feminina do Estadode Santa Catarina. Durante meses, diariamente, mantinha contatocom essas mulheres presas. O trabalho era, basicamente, ouvi-las. Fazer perguntas sobre elas. Conhecer o máximo possível dahistória de vida de cada uma delas, individualmente. Emocionada,ela relatou sentimentos que teve e que jamais imaginou que poderia ter. E reforçou que o acolhimento que podemos dar a uma

 pessoa ca extremamente alargado quando olhamos nos olhosdela e a ouvimos.

 Não estou insinuando que você vai amar a todos, indis-tintamente. Não estou dizendo que você vai querer ser amigode todo mundo, independentemente do que a pessoa faz. Não éisso. Estou querendo dizer que quando a gente conhece alguém, agente passa a reconhecer o que ela tem de bom, e a compreender,muitas vezes, porque faz o que faz, do jeito que faz. E se é assimcom as pessoas, imagine consigo mesmo? Imagine como você

 pode se amar se decidir se conhecer, sereconhecer, se enxergar, compreender oque você faz, por que faz e por que faz do jeito que faz?

Imagine como seria bem mais fácilse colocar no mundo e fazer escolhas emudar de ideia se você conhecesse seusrecursos, seus potenciais, suas ferramentasinternas? Imagine como seria muito maisfácil se mostrar para o outro se vocêsoubesse contar a ele como se sente emdeterminadas situações e por que se sentedesta forma? Imagine como seria muitomais gostoso viver a sua vida se você pudesse gostar do seu jeito, admirar a sua beleza, reconhecer a sua inteligência e,além disso, aceitar que você não sabe tudo,que você não precisa ser mais bonito queninguém porque sua beleza é única, quevocê não precisa acertar sempre, porqueninguém precisa e, simplesmente, porque

na condição humana, ninguém acerta tudo,o tempo todo?

Imagine, sobretudo, como seriaincrível se dar conta da pessoa maravilhosaque você é? Talvez essa maravilha tenhasido escondida dentro de um baú e trancadoa sete chaves num canto bem escuro de simesmo. E é por isso que, ao se olhar derelance, você simplesmente não se vê por

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inteiro. Bem, então, vamos tentar enxergarum pouco mais de quem é você? Sugiroque leia cada uma dessas circunstânciase desses cenários tentando se ver nele.Talvez você não seja tímido, neminseguro. Mas talvez seja ansioso. Talveztenha problemas com sua sexualidade, nosentido de lidar com ela. Talvez... Não sei!Só você quem sabe. Ou precisa saber para

começar a se gostar! Então, vamos lá?

7B i E 2ic M"EDC' G"Einsegurança atrapalhaU'HI E #'GC%E% ' M"BGBDCB>

 Ninguém é sempre seguro ousempre inseguro. Existem todos os níveise todas as intensidades de segurança.Claro, algumas pessoas se sentem, em

geral, bem mais seguras que inseguras.E, nesta medida, algumas se sentem, emgeral, bem mais inseguras que seguras.Além disso, sentir-se inseguro diante dodesconhecido ou de alguma nova situação,é completamente natural. Insegurançadiante da impetuosidade da paixão ou dafalta de garantias no amor também podeser compreensível. Entretanto, na linha

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tênue do exercício de viver, é preciso encontrar uma medidasaudável e criativa para todos os sentimentos.

Se você vive inseguro, achando que não vai conseguir fazer acoisa certa, que o outro é areia demais para o seu caminhãozinho,que vai falar ou fazer bobagem; se você vive titubeando ou até paralisado diante da sensação de que, a qualquer momento, pode perder a pessoa amada ou ser substituído por alguém “maisinteressante”, talvez seja momento de respirar fundo, relaxar erever seus conceitos sobre si mesmo.

Dia desses, presenciei um comportamento decorrente deuma insegurança desmedida e destrutiva e comecei a observaro quanto uma pessoa pode construir seu próprio futuro demodo mascarado, empobrecido e equivocado sem se dar conta,tão afetada que está pela falta de reconhecimento de suascapacidades e também de seus medos. Em decorrência dessamiopia, nalmente entendi por que uma amiga muito querida, aTiciana, vivia experimentando relações complicadas, magoando-se recorrentemente diante da constatação de que suas estratégiaseram frágeis e de quanto, por mais que tentasse – quandoconseguia tentar – terminava se considerando ineciente. Percebique o motivo de ela estar sempre se queixando da solidão que

sente é a sua dinâmica interior.

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Ela me contou que estava muito magoada com um amigo"%00%\ :%- <'=- P?";. 0.?"&% "%0 `H#?-%0 -=0=0\ >%$<'= =H=era muito ingrato e não era recíproco nas demonstrações deafeto, cuidado e carinho. E me contou o que tinha acontecido.Ela havia se dedicado muito para ajudá-lo a concluir um

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trabalho de faculdade. Quando o trabalho estava nalizado,&=>%?0 &= "%?#=0 = "%?#=0 :%H./%$."&% :%- . >=0<'?0. = ".redação daquele trabalho, ela resolveu dar uma olhada nal,a m de apreciar como tinham sido produtivos e criativosjuntos. Ao chegar na parte dos agradecimentos, notou que=H=\ % 4.-%"\ ;.P?. :?#.&% '-. %'#$. >=00%.\ <'= =- ".&.tinha ajudado na confecção do trabalho, antes mesmo de citá-H.@ 3.$. =H.\ =0#.P. =P?&="#= <'= 4.-%" =0#.P. &."&% -.?0importância e mais reconhecimento a alguém que nada tinha

feito para merecer tal lugar. Decidiu, naquele momento, quese afastaria dele. Não queria mais ser tratada com despeito.

Q'."&% #=$-?"%' &= -= :%"#.$\ ?-=&?.#.-="#=perguntei se ela tinha conversado com ele sobre o que leu e% <'= 0="#?'@ ,% <'= =H. #.-/C- >$%"#.-="#= $=0>%"&='[“Eu não! Pra quê? Se ele tivesse o mínimo de consideração,teria reconhecido que fui eu que estive ao lado dele todasas noites, que o ajudei em todos os detalhes e que fuiincansável a m de garantir que ele terminasse tudo noprazo”. Continuei dizendo que era compreensível o que=H. =0#.P. 0="#?"&%\ .#C >%$<'= ")% =]?0#=- 0="#?-="#%0certos e sentimentos errados. Mas já que ela estava mecontando e que somos amigas, sentia-me com espaço para

&.$ -?";. %>?"?)%@ 8 &?00= <'= =' ")% :%":%$&.P. :%- %fato de ela não falar com ele e simplesmente se afastar. Poisera bem provável que ele sequer imaginava que ela tinhase afastado por causa disso. E sequer imaginava também<'= =H. >%&=$?. 0= 0="#?$ &=0#. -."=?$. &?."#= &% <'= H='@E, por m, que era justo dar a ele a chance de falar sobre oassunto. Defendi que isso é se relacionar. É falar sobre si eouvir sobre o outro. Assim, poderiam chegar a um veredito-'?#% -.?0 R'0#% = =<'?H?/$.&%@

Ela resistiu e disse que não ia falarcom ele. Mas como sou amiga dos dois,passaram algumas semanas até que4.-%" #.-/C- -= :%"#%' . 0'. P=$0)%dos fatos. Disse que vinha se dando superbem com a Tici, que gostava bastante&=H.\ = .#C :%"#%' 0%/$= % <'."#% =H. #?";.sido companheira e querida naquela fase:;.#. &. :%":H'0)% &= 0=' #$./.H;%@ 9.0

<'= ")% =0#.P. ="#="&="&% >%$ <'= =H.se afastou repentinamente. Para ele,nada havia acontecido que justicasse o:%->%$#.-="#% &=H.@ U% -=0-% -%&%que z com ela, também perguntei seele já havia perguntado pra ela. Ele disse<'= 0?-\ 0=- &`P?&.@ !":H'0?P=\ &?00= <'=tinha feito isso por alguns dias seguidos,sempre questionando o que a havia feito-'&.$ #."#%\ =- #)% >%':% #=->%@

9.0 :%":H'?'\ :./?0/.?]% = #$?0#=\<'= =H. 0?->H=0-="#= ")% $=0>%"&?.@Aliás, respondia dizendo que nada havia

.:%"#=:?&% = <'= .>=".0 =H. ."&.P.%:'>.&. &=-.?0\ 0=- #=->% >.$. 0=encontrarem. O que ele não engoliu,:H.$%@ 8 >%$ :%"#. &=00= &=0=":%"#$%&= :%-'"?:.()%\ >$?":?>.H-="#= &.>.$#= &=H.\ =H= #?";. &=:?&?&% ")% -.?0procurá-la. Disse ainda que estava/.0#."#= &=:=>:?%".&% :%- =00. .#?+#'&= &=H.\ >%$<'= .:$=&?#.P. <'= >%+

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que, em sua opinião, não fazia sentido. E assim, Ramon teriaexplicado e dez minutos depois estariam rindo e se divertindonovamente, como sempre faziam.

Pessoas inseguras, principalmente quando estãose relacionando, correm o risco de inventar “verdades” para justi ficar comportamentos agress ivos e insensatos,sobretudo para se afastar daqueles que, por motivos tambéminventados, parecem representar uma ameaça à sua supostasegurança. Pois pode apostar: felicidade tem a ver com asegurança de ser, de se colocar. E não pode ser ameaçada por quem quer que seja. Se o que você vive é rea lmenteuma vida de gente grande, se está a fim de construir umrelacionamento saudável, em busca de amadurecimento ecumplicidade, certamente não precisa se afastar, porque seucoração está em sintonia com o universo e com a pessoaamada. E sempre podem conversar mais uma vez.

Tem ainda algumas pessoas que, ao se sentirem insegurase ameaçadas por um terceiro, passam seus dias pensando emestratégias para derrotar inimigos que nem existem. Isso só fazcom que elas percam a maravilhosa oportunidade de vivenciarum encontro bacana e promissor. Além disso, quem se sente

inseguro a maior parte do tempo, em várias relações, tende ase transformar numa pessoa mal-humorada, pesada, briguenta,tensa, chata e feia! Não feia de beleza física, mas feia de jeitode ser, de se comportar. Feia em suas escolhas. Não que elaseja realmente feia. Ninguém é, tenho certeza. Mas muitosse comportam como feios. E assim terminam parecendo. E o pior é que não só a pessoa insegura perde com tudo isso, mastambém as pessoas que ela mais ama, sejam seus familiares,amigos e, principalmente, seu par!

Sugiro que você faça uma auto-avaliação bastante honesta e, para efeitode percepção, dê uma nota de 0 a 10 para oquanto você tem se sentido inseguro. Tentese dar conta do quanto tem investido emseu autoconhecimento, do quanto sabe-se inseguro, do quanto reconhece que,muitas vezes, deixa de falar sobre o quesente porque, bem lá no fundo, não se dá odireito de fazer isso. Bem lá no fundo, temmedo de se expor. Ou pior, porque sequersabe o motivo de estar se sentindo destaforma. Ou seja, porque nem se enxerga. Ésó quando você reconhece que ainda nãose tornou tudo o que pode ser, que aindanão está usando a sua melhor parte, quevocê estará no caminho de se tornar. Isto éevolução! Mas, para isso, tem de primeirose enxergar!

Porque é fato: se você não seenxerga, também não se mostra! É aí

que entra aquela parte da vida em que agente aprende que precisa se amar, antesde mais nada. Essa conta é, na teoria, bem simples de entender. Começando pela sugestão de Jesus Cristo “Amarásao teu próximo como amas a ti mesmo”.Bem, se você não ama a si mesmo,que qualidade de amor dará ao outro?Mais ou menos também como quando a

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gente viaja de avião e, antes mesmo dedecolar, os comissários se apressam emavisar: “Em caso de despressurizaçãoda cabine, máscaras de oxigênio cairãoautomaticamente à sua frente. Coloque primeiro a máscara em você e somentedepois auxilie crianças e idosos ou quemestiver ao seu lado”. Ou seja, se vocênão se der conta de que precisa cuidar,antes de tudo, de si mesmo, não estaráapto a cuidar do outro e nem dará espaçoa ele para que cuide de você.

Tudo está interligado! É assim que omundo funciona. A vida te dá exatamentena mesma medida que você se dá. Ouniverso usa você como referência paraas suas medidas e intensidades. Se vocêse dá pouco, receberá pouco. Se você dá pouco aos outros, receberá pouco. Se você pede pouco, receberá pouco também.Sim, eu sei, na prática não é tão simples

nem tão lógico. Repito que tem a ver comautoconhecimento, autoestima e noçãode merecimento. Tem a ver com quanto ecomo você se enxerga. É sutil, um tantoinconsciente, mas acredite: funcionaexatamente assim! Enquanto você nãoconseguir se enxergar como uma pessoa bacana, gente boa mesmo, que tem uma beleza autêntica e interessante, que pode

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se tornar mais e mais atraente, tanto por dentro quanto porfora, não vai mostrar isso a alguém. Simplesmente porque nãovê. E a gente só mostra o que consegue ver. Não precisa vercom os olhos. Mas precisa ver de alguma forma, com algumsentido próprio.

Ou seja, você só consegue se mostrar digno de ser amado por alguém se você se enxerga digno de ser amado. E se enxerga,então vai se amar antes de qualquer outra pessoa. Assim, o amordo outro chega como um presente e não como uma necessidadede sobrevivência. Você recebe, reconhece e degusta o amor dooutro em paz consigo mesmo, como se fosse uma iguaria rarae deliciosa. E não como se estivesse morrendo de fome. Comose esse amor fosse absolutamente imprescindível para vocêcontinuar respirando. Não! Isso não é amor. É desespero. Écarência decorrente do amor que você não se dá! E daí, passaseus dias esperando que o outro te dê. Não vai dar. Aliás, podeaté ser que ele dê, mas você não sabe receber. Não abriu a porta. Não acendeu a luz. Não convidou o outro a entrar. Está morrendode medo e morrendo de fome.

Para mudar essa dinâmica, é preciso que você descubrao que há em você que a torna uma pessoa merecedora de

ser amada... por você primeiro! Talvez essa descobertafique mais fácil se você pensar em alguém que acredita quemerece. Ou seja, quem você diria que, se fosse como ela,certamente seria amada? Quais qualidades essa pessoa tem,tanto internas quanto externas? Por que ela é admirável eencantadora? Quais características lhe parecem tão sedutoras?Tome-a como uma inspiração, mas nunca, jamais, queira serexatamente como ela! Você não é e nunca será, felizmente. Nosso maior trunfo é sermos singulares e complementares.

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Se fôssemos todos iguais, o mundo seria uma grande chatice, pode apostar! Apenas lembre-se de que ninguém mais temuma beleza igual a sua. Então, aproveite essa exclusividadee reconheça-se.

Quer fazer um exercício de autoconhecimento? Se aindanão solicitou seu caderno de exercícios pelo e-mail informadono início do livro, solicite o quanto antes. Vá na página deexercícios referente a este capítulo e faça!

E assim, lapidando seu corpo e sua alma, como sefosse uma pedra que, embora já preciosa, se rende a todoum processo até se tornar uma joia valiosa, estou certa deque, dia após dia, você vai se apaixonar por quem é, porquem você sempre foi, mas se deixou perder ou desperdiçarem meio a tantos medos e defesas. E quanto mais se olhardiante do espelho e se enxergar, enxergar os seus contornos eseus conteúdos, mais encontrará seu lugar no mundo. E maisdigna e elegantemente o ocupará.

Amar a si mesmo é um exercício de autoconquistadiário. Do mesmo modo que você ama o outro pelo que elefaz você sentir de bom, certamente também se ama (ou não) pelos sentimentos e sensações capaz de se provocar. E é

isso, exatamente isso, que faz com que o outro também seapaixone por você, ou não. Mas o fato é que, uma vez seamando, você entende que será amado por alguém que seencaixe, que tem a ver com quem você é. Tudo vai dependernão de procurar a pessoa certa, mas de se tornar a pessoacerta! Não de amar o outro para ser amado, mas de se amar para, então, se deixar ser amado pelo outro. Assim, maiscerteza terá de que, apesar de não agradar a todos – porqueninguém é unânime – será amado por quem tiver de ser. Por

quem for compatível. Por uma almaafim, que junto da sua, complementam-se. Não de forma perfeita. Mas de formaharmoniosa e criativa.

Não consegue seKB%#&C&% U&UB% "#

 grande amor?

Por mais que o discurso da maioria das pessoas seja o de que deseja sinceramenteexperimentar uma relação madura, intensae íntegra, verdade seja dita: muitas sequerconseguem acreditar nesta possibilidadee, consequentemente, entregar-se ao quesentem! Outras, embora acreditem e seempenhem para viver uma relação baseadanesses preceitos, sentem tanto medode dar errado e sofrer, ou de não seremcorrespondidas, que começam e terminamcom “um pé atrás”, como se tivessem de

se manter sempre defendidas para, casoalgo dê errado, estejam preparadas... Masno fundo sabem que não estão, nem nuncaestarão!

Claro, amar e receber amor nãosão tarefas fáceis! Entregar-se requerautoconança, conança no outro ecoragem de correr riscos. Coragem para, sobretudo, ver-se no outro, através

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dele! Além disso, pode ser mesmo quenão dê certo, que acabe antes do quea gente gostaria ou que haja boa dosede sofrimento envolvido nesse intensoaprendizado. Estamos falando de umencontro entre seres em evolução eamadurecimento. Todos aprendendo e, deum jeito ou de outro, desejando acertar,mas errando muitas vezes, sem conseguir

enxergar a si mesmos naquilo que tantoincomoda e assusta.

Além disso, cada um de nóstambém é, em boa medida, muito doque aprendemos com nossos pais, doque vimos na dinâmica de amor deles.O que e como vivemos quando criançasdizem muito sobre o modo como nosrelacionamos atualmente, pode apostar!Elis Regina imortalizou muito bem essaverdade no verso: “(...) Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo

o que zemos, ainda somos os mesmos, evivemos como os nossos pais (...)”.Mas isso não signica, deni-

tivamente, que você não tem como fazerdiferente, fazer do seu jeito, do modo comoacredita ser o melhor. Isso não signicaque você não está pronto para se entregar, para apostar todas as chas num encontrosem que isso signique se perder de si

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se entregar à

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car só.

mesmo. Portanto, pare de acreditar que existirá um momento perfeito, um alguém perfeito. Pare de esperar até que você estejacompletamente certo ou até que tenha todas as respostas. Essemomento simplesmente não existe. Nunca vai chegar!

O momento de se viver é sempre agora. Hoje! A partir daí,de onde você já está, com quem está. E se está só, é momentotambém de se entregar à experiência de car só. A entrega para oamor e para a vida não pode depender do outro. É a sua escolha. Éa sua postura diante do amor, diante da vida! Isso muda tudo! Faztoda a diferença! O fato é que, no exato instante em que você sedeixa deslizar, conante de que o que tiver de ser simplesmenteserá, conectado com o momento presente, atento aos sinais,uindo com os acontecimentos, em sintonia com seu coração, suaexistência recupera toda a força e faz acontecer! Isso se chama fé!E não existe amor sem fé!

 Não estou dizendo que as dúvidas, todos os medos ou todasas frustrações desaparecerão. Não! Até porque isso tudo tambémfaz parte do processo de amar e viver. De crescer. De fazer valera pena! O que estou dizendo é que quando a gente para de dardesculpas e começa a viver de verdade, o amor se enche de possibilidades e de atalhos. Estou, sim, apostando que ca muito

mais fácil lidar com os conitos. Que se tornam muito maischeios de signicados tanto os encontros quanto os desencontros.

Porque, no nal das contas, cada detalhe é parte fundamentalde uma história cujo enredo depende de quanto tempo vocêca sentado na plateia, pensando se deve arriscar ou não, e dequanto tempo você sobe no palco e atua, e ocupa seu lugar de protagonista da sua história. Sentindo medo, sim. Defendendo-se algumas vezes, sim. Mas, sobretudo, disposto a arriscar e a seentregar. Disposto a viver, amar e aprender!

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Quem já se sentiu intimidado ou é tímido na maior partedo tempo, sabe muito bem como é ruim se sentir completamente paralisado diante de um desejo. Sem saber o que fazer, o quedizer, como se o próximo passo fosse dar diretamente no maiorabismo do mundo. Na década de 1980, o grupo Biquíni Cavadão

descreveu, numa de suas músicas – Timidez – muitos dossentimentos que uma pessoa tímida experimenta:“(...)Se eu tento ser direto, o medo me ataca, sem poder nada

fazer. Sei que tento me vencer e acabar com a mudez. Quandoeu chego perto, tudo esqueço e não tenho vez. Me consolo, foierrado o momento, talvez. Mas na verdade, nada esconde essaminha timidez.(...)”.

Medo, mudez, esquecimento e pavor da aproximação sãoalgumas das travas que costumam transformar as tentativas dotímido em mais um aparente fracasso. E isso termina servindo para reforçar a sua crença de que não é capaz de criar o momentocerto, aproximar-se e mostrar a que veio. Mas não é bemassim. Cada tentativa é, na verdade, uma vitória, um acerto.

O que diculta é que, no fundo, o tímido é muito autocrítico eautorreferente. Seu maior problema não é incapacidade de seexpressar, nem excesso de pudor. Mas sim o medo do pior que poderia acontecer! Medo baseado não em fatos, mas na crençade que a atenção de alguém, quando voltada para ele, será paraanalisá-lo, julgá-lo e, provavelmente, condená-lo – seja pelo queele diz ou pelo que ele não diz!

Por isso, ele tenta, com todas as suas forças, obter a certeza“absoluta” de que não vai errar, não vai pagar mico, não vai

decepcionar. Mas como nunca consegueessa certeza, simplesmente porque éimpossível, o tímido desperdiça seusdias e muito de sua energia adiando suaestreia na vida. O problema é que elequer viver sem riscos. Quer viver comose houvesse a chance, para algum dos sete bilhões de mortais, de agradar sempre, deobter sempre respostas positivas e acertarsempre! Não, isso não existe!

Para começar, é bom que você,especialmente sendo tímido, saiba queninguém precisa ser de um único jeitodurante a vida toda. Isso signica quese você é uma pessoa tímida hoje, podedeixar de ser muito em breve. Mas, para isso, obviamente, terá de aprenderalgumas novas crenças. Abrir-se para amudança. Arriscar. Pagar pra ver. Anal,vale muito a pena deixar de se sentirtravado diante da vida e começar a se

sentir autorizado. Autorizado a ser, fazer,falar e mostrar. Não acha? O lado bomdo medo – que é o maior problema dotímido – é que ele nos alerta para o perigo, para o que realmente pode dar errado. Eassim, podemos evitar algumas situaçõesrealmente desnecessárias. Mas quando omedo é demais, é hora de mostrar quemmanda em quem. Você é maior que seus

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medos, sempre. Fácil quebrá-los? De jeito nenhum! Mas totalmente possível!Basta parar de pensar tanto e começar afazer, seguir em frente, agir!

Uma boa nova crença para quemestá tímido é que o pior que podeacontecer é ele ouvir um “não” comoresposta, seja de alguém ou da vida.Seja diante de um pedido de emprego,uma tentativa de conquistar alguém oua exposição de uma ideia. O primeiro“não” certamente vai “doer” bastante.Mas a partir do segundo, tudo vaicando mais e mais fácil. E o que custatentar? Não ensaie tanto. Neste caso, oditado “quem muito pensa, nada faz!”é muito pertinente! A vida é ao vivo e,só por isso, os erros são comuns a todosnós. Todos nós dizemos coisas das quaisnos arrependemos depois. Fazemos oque poderíamos não ter feito e depois

temos de pedir desculpas. Todos nós játivemos de lidar com as frustrações, asdecepções e os “micos”. E quer saber? Omundo não acaba por causa disso! Pelocontrário: é por isso que ele evolui. Éassim que a gente aprende e amadurece!

Por m, vale lembrar da sábiaarmação de Luis Fernando Veríssimo:“Mas eu descono que a única pessoa

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livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo”. Pensenisso e comece seu processo de libertação. Pare de ter tanto medodo ridículo. Ridículos somos todos em algum momento, emalgum grau. Mas e daí? Depois do ridículo vem o aprendizado.E depois do aprendizado, resultados incríveis. Até o próximoridículo. E que bom que assim podemos ser e viver.

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Podemos amar muitas pessoas ao longo de nossa história.Entretanto, o que diferencia uma relação de amor da outra é aforma como esse amor é exercitado. Quando nos referimos ao amorque inclui relações sexuais, o exercício de nossa sexualidade, aintimidade pode se tornar bem mais profunda. Pelo menos no quetange ao acréscimo deste fator de intimidade. O que caracterizaesta aproximação e este tipo de encontro entre duas pessoas é odesejo, a atração física, a busca da realização e do encontro pelo prazer sexual. E é fato que muita gente tem diculdade de lidarcom sua própria sexualidade. Que dirá, então, compartilhar essasexualidade com o outro de forma aberta, livre, bem resolvida,como costumam dizer.

Os que já estão de bem com sua sexualidade, sabem:nada mais saudável e gostoso do que quando esse encontroacontece com conança e respeito. É realmente muito bom poder estar com alguém inteiramente, um e outro se mostrandocomo são, falando do que querem, como querem e tambémde seus sentimentos e diculdades, medos e limitações. Mas,infelizmente, é mais comum do que supomos acontecer de oscasais não conseguirem criar esse espaço. Por timidez, tabusou crenças equivocadas, não falam sobre sexo. Fazem sexo

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como sabem, muitas vezes de forma travada, tensa e cheia de pensamentos ruins. Mas não falam sobre o assunto. Assim, como passar do tempo, o que era um medo ou uma insegurançacompreensível e até natural, termina se transformando emfantasmas horrorosos, verdadeiros monstros que perturbam arelação, atrapalham a intimidade e distorcem os sentimentos.

Resultados? Podem ser vários. E pior: podem provocarmuito constrangimento. Ou seja, duas pessoas que se amam,mas não conseguem sentir prazer sexual. Não conseguem

 praticar sua sexualidade com intimidade e transparência. Nãohá troca. Cada qual ca preso em seu mundinho sexual semnunca se permitir ser sexual. Daí para surgirem sentimentoscomo insegurança, baixa autoestima, ciúme, irritação, angústia,cobrança, afastamento e, lamentavelmente, até traições, podeser uma questão de tempo. De brigas camuadas após brigasmascaradas. Brigas que não dizem ao que vieram de verdade, oque querem, o que estão reivindicando.

Conclusões precipitadas ou completamente erradas sãotiradas sem que uma conversa franca e sincera aconteça. Umacusa o outro. Ou pior: os dois se fecham e ngem que nadaestá acontecendo. Ignoram a desastrosa situação sexual em quese encontram. Sentem tanta diculdade de lidar com o assunto

que simplesmente abrem mão do prazer e desistem da felicidade.Assim, a relação se torna cinza, sem graça, morna, triste, insossa,descaracterizada. Há ainda os que vivem uma sexualidade dementira. Fingem que está tudo ótimo. Fingem que gozam. Fingemque estão ali, naquela cama, com aquela pessoa. Mas não estão.Estão bem longe, perdidas em confusões e dúvidas.

É óbvio que se vislumbrasse uma saída, ninguém optaria porviver assim. Por isso, a primeira pergunta é: qual é o problema?Talvez ele já tenha nome. Talvez seja apenas subjetivo, um

sentimento. Mas é importante saber do quese trata.

Tem vergonha de expressar suasexualidade?

Considera, lá no fundo, talvez atésem concordar racionalmente, que sexo é pecado?

Aprendeu que sexo é sujo?Aprendeu que ‘mulher direita’ não

gosta de sexo?Aprendeu que ‘homem de verdade’

 pega todas? Não se permite viver sua sexualidade

do jeito que deseja porque ela foge àsregras sociais ou religiosas?

 Não conhece seu corpo? Nunca tocouou olhou para os seus órgãos sexuais?

 Não sabe o que te dá prazer? Nãosabe pedir como gosta, como quer?

Tem medo de ser julgado? Tem medode ser considerado ‘sem-vergonha’?

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E se sua sexualidade já foi diagnos-ticada com algum distúrbio, qual é ele?Se você é homem, pode estar sofrendo deejaculação precoce, diculdade de ereção,falta de desejo sexual, até a completa

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impotência. Se você é mulher, pode estarsofrendo de frigidez, falta de lubricação,diculdade de atingir o orgasmo, falta dedesejo sexual, dor durante a penetração.Ambos podem estar sofrendo de algumadoença sexualmente transmissível e sefechar para o outro, para a vivência de suasexualidade por conta disso.

Uma vez identicada a diculdade, aquestão passa a ser: o que fazer? Felizmente,existem muitas soluções, muitas formasde tratar e curar os problemas sexuais. E omelhor: na maioria das vezes, é bem maissimples e rápido do que se supõe. Porém, para que qualquer método funcione,é preciso que a pessoa queira. Que váatrás das soluções. E se o casal conseguirfazer isso junto, muito melhor. Talvezmais fácil. Não que seja condição para seatingir bons resultados, mas se o problemaestá afetando aos dois, então por que não

 buscarem a solução juntos? De todo modo,é preciso estar aberto e disponível paraessas possibilidades.

Considerando que grande parte dos problemas sexuais tem a ver, sobretudo,com crenças equivocadas e questões psicológicas, decorrente de travasemocionais, a terapia sexual pode ser ummétodo fantástico e muito eciente para

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mudar esse quadro e fazer com que um casal reencontre o caminhodo prazer e da satisfação. Essa terapia pode ser realizada com osdois ou somente com aquele que está se sentindo insatisfeito comseu desejo e sua expectativa. Mas sabemos que existem tambémos casos em que o problema é decorrente de outras doenças ediculdades físicas, tais como diabetes, disfunções hormonais,entre outros, e até com a idade, má alimentação ou sedentarismo.Para esses também existem soluções.

Algum tempo atrás, o jornalista esportivo Jorge Kajuru deuuma entrevista revelando que o implante de uma prótese penianamudou sua vida. Mas ele não é o único e nem o primeiro famosoa falar sobre o assunto. Na era da pílula azul, em que a tecnologiae a medicina podem favorecer alguns distúrbios sexuais, o cantorSérgio Reis, aos 70 anos, também contou sobre sua busca pelo prazer e pela satisfação sexual. Anal, ele amava sua mulher enão queria abdicar desta intimidade com ela. Ou seja, emboraainda haja tanta diculdade, especialmente por parte dos homens, para falar sobre suas limitações sexuais, a situação pode ser outrae pode ser muito melhor. E pode ser logo!

Claro que não é preciso ser capa de revista nem anunciaraos quatro cantos os detalhes de sua vida sexual, mas se existe

algo que o incomoda e que faz com que você se sinta insatisfeito,talvez seja hora de parar de sofrer sozinho, de parar de se punire se impor a infelicidade. Mesmo que seja de modo discreto, oideal é que você se cuide integralmente e consiga resgatar asdelícias de estar vivo e de amar e ser amado! Porque a intimidadesexual é capaz de aproximar um casal de modo surpreendente.E se é verdade que sexo não é tudo, é verdade também que asexualidade bem vivida garante um prazer bastante importante para a saúde das pessoas.

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Seu problema é excesso de orgulho?

Você é daquele tipo de pessoa que nunca quer dar o braçoa torcer? Que nunca pede desculpas? Que espera até que o outrodê o primeiro passo no sentido de fazer as pazes depois de umadiscussão? Bem, você pode terminar descobrindo que estáagindo contra si mesmo. Que é seu maior inimigo. Que é o maiorcausador de sua infelicidade.

Se você não sabe exatamente quanto pesa ou quantainuência tem o seu orgulho sobre seus pensamentos, sentimentose decisões, saiba que ele começa sempre como uma voz. Umavoz tagarela, incessante, brava, que não para de falar dentro dasua mente. Essa voz quer convencê-lo de que o melhor a fazeré continuar nutrindo essa prepotência e esse desejo de parecermais forte que o outro. O orgulho é tenso e, em última instância, bastante covarde. Este sentimento costuma invadir uma pessoasempre com a equivocada sensação de que ela está certa e o outroestá errado, seja pelo que fez, pelo que disse ou simplesmente porser quem ele é, do jeito que é! Como se a orgulhosa fosse, ou aomenos estivesse, neste momento e nesta situação, superior.

Bem, partamos do seguinte princípio: se seu orgulho está

se sobrepondo aos seus sentimentos leves e gostosos, tais comoalegria, paciência e capacidade de relevar, o mais inteligentemesmo é você começar a se responsabilizar por essa dinâmica.Para tanto, a pergunta é: o que você realmente quer fazerem relação a essa pessoa ou situação? Convenhamos que, senão for importante, nem vale a pena se desgastar. Mas se forimportante, será que vale a pena insistir na ideia de que vocêtem de deixar claro que está com a razão? Será que isso nãotem servido, no nal das contas, mais para roubar a sua paz e o

seu prazer de viver do que para resolver aquestão ou lhe fazer algum bem?Quantosamores, amizades e prazeres você já senegou e se impediu de viver por causa desentimentos como raiva e ressentimento?Quantas vezes já sofreu à toa por decidirnão dar o braço a torcer numa discussãoou por não reconhecer e admitir quedesta vez foi você quem errou? Quantasvezes amargou a solidão e pôs a perderum dia feliz simplesmente por orgulho?Orgulho bobo, infantil e inútil? Quetal arriscar uma nova atitude, um novocomportamento? Que tal testar um novo jeito de ser? Você não tem nada a perder!Pelo contrário, só tem a ganhar! Que tal prestar mais atenção no seu mau-humore interrompê-lo com uma gostosa einteligente gargalhada de si mesmo?

 Não espere chegar à beira da morte para se dar conta do que realmente importa

em sua vida. Por mais que essa advertência possa parecer clichê, trata-se de umaverdade indiscutível e de um momentoirremediável. Quando a gente descobreque a vida pode acabar em um segundo,de uma hora para outra, sem que tenhamossequer a chance de cumprir aviso prévio,nossos sentimentos ganham novos valores.Ganham valores bem mais reais.

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O fato é que damos importânciademais ao que, muitas vezes, não temimportância nenhuma. E se tem alguma, poderia ser tratada de forma bem menoscontundente, bem mais exível. Tente só por hoje. Tente só desta vez. Não pelo privilégio que vai oferecer ao outro, mas,sobretudo, pelo imenso bem que vai fazera si mesmo. E assim, cada vez que relevar,

 perdoar, esperar, não brigar e reconhecerseu erro, mais fracos e sem sentido vãocar o seu orgulho, a sua raiva e o seuressentimento. E pode apostar: maisleve, mais divertido, mais gostoso e mais bonito você vai se tornar! Mais incrível einesquecível será conhecer e se relacionarcom uma pessoa como você!

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Tentei fazer isso. Ouvi-la e acolhê-la. Ajudá-la a organizar.0 ?&=?.0 = %0 0="#?-="#%0\ >%"&=$."&% 0%/$= % <'= =0#.P.acontecendo há algum tempo entre eles e que não vinhafazendo bem a nenhum dos dois e tal. Nossa conversa seguiamuito bem até que ela fez um comentário – infelizmente, não#)% $.$% <'."#% =' .:$=&?#% <'= &=P=$?. 0=$@ G.$H. 0= H.-="#%'

>%$ '- :%->%$#.-="#% <'= #=P= &?."#= &=H=\ ="<'."#% .delicada e dolorosa decisão sobre o m do relacionamento era#%-.&.@ 8H. -= &?00= <'=\ &= #'&% % <'= .:%"#=:=$.\ &= #'&%% <'= ;.P?.- &?#% '- .% %'#$%\ &% <'= -.?0 0= .$$=>="&?. =$.de ter chorado, de ter mostrado o quanto gostava dele e oquanto seria difícil esquecê-lo. Lamentou-se por ter sido tãofraca e por ter deixado que ele ‘saísse por cima da situação’.

Por alguns instantes quei pensando se deveriamanifestar a minha opinião – tão contrária à dela – naquele-%-="#%\ %' 0= &=P=$?. &=?].$ >.$. '- -%-="#% -="%0delicado. Mas concluí que, justamente por estar tãomobilizada, talvez fosse aquela a hora de perceber o quantoa transparência e a manifestação dos sentimentos eram

?->%$#."#=0 = ;'-.".0@ G%-=:=? <'=0#?%"."&%\ <'.0= :%-%se não estivesse falando dela, por que será que tantas pessoas.:$=&?#.- <'= &=-%"0#$.$ '- 0="#?-="#% P=$&.&=?$%\ =]>%$% :%$.()% = =0>=:?.H-="#= :;%$.$ &?."#= &% %'#$% C 0=$fraco, é ser um perdedor, é car por baixo, inferiorizado ediminuído? Não seria exatamente o contrário?

8 :%-% =H. :%"#?"'%' =- 0?HB":?%\ :%- . :./=(. &=?#.&.em meu colo, continuei a provocação, no bom sentido: será<'= ?"P=$#=$ %0 0="#?-="#%0\ >=H% -="%0 ". .>.$B":?.\ C

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realmente um sinal de fortaleza e de superioridade? Seráque erguer os escudos e ngir que não está sentindo nadaC $=.H-="#= . -=H;%$ -."=?$. &= 0= 0="#?$ /=-\ .H?P?.&% =satisfeito diante de uma circunstância onde, na verdade, ocoração está sangrando, doendo, sofrendo? E nós duas noscalamos. Apenas camos ali. Ela querendo colo. E eu dando:%H%@ 9.0 :%"#?"'=? >="0."&%[ .#C ="#="&% <'= #=-%0 -=&%&= 0=$-%0 .#.:.&%0 "% -%-="#% =- <'= /.?].-%0 "%00.0defesas e nos expomos ao outro. Mas não é isso o que tenho

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O que descubro, cada dia mais, é que uma pessoa, quandoexpõe seu coração à outra, não é atacada. O outro, diante deum coração aberto, acolhe. Não que mude de ideia. Não quefique mesmo querendo ir embora. Não é esse o propósito.Mas a admiração e o respeito prevalecem. Ou seja, quasesempre que demonstramos o que realmente estamos sentindo,seja este sentimento recíproco ou não, o outro não se atrevea nos machucar mais. Isso porque somos dotados de umainteligência afetiva que nos permite reconhecer a coragem de

alguém que, apesar de seu medo, se mostra. Apesar de seumedo, não lança mão da arrogância ou do desejo mesquinhode querer parecer forte, insensível, frio. Apesar de seu medo,deixa-se ser simplesmente gente, com todas as limitações queesta condição lhe confere.

Porque quando baixamos o tom da voz, embargada poruma dor que é intransferível, quando não nos escondemosatrás de frases-feitas, de acusações incessantes e de uma postura medíocre e artificial, o que fica exposto é uma alma

que segue seu destino com dignidade.É um coração que se recusa a andar nacontramão! Trata-se, definitivamente, dealguém que mostra a que veio!

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Já devo ter dito isso, mas nãocusta repetir. Em principio, nenhumsentimento é ruim. Nem bom. Tudodepende da medida que damos paraele e do que fazemos a partir do quesentimos. No caso da ansiedade, tambémé bom lembrar: não existe movimentosem nenhuma ansiedade. A ansiedadeé fundamental para nos despertar odesejo de fazer, de conquistar, deconseguir, de seguir adiante, apesar

de todas as dificuldades que possamsurgir. Sem ânsia, nada se transforma,nada amadurece, nada nasce. É a ânsiaque nos impulsiona para o novo, paraas mudanças. Uma pessoa com poucaou nenhuma ansiedade torna-se dona deuma apatia indesejada. Há que se quereralgo, que se desejar alguma coisa paraque a vida ganhe sentido.

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 para se alguém pisar no freio. E mais fácil e mais rápido será seesse alguém for o motorista, que está dirigindo esse carro.

Lidar com a ansiedade excessiva é como lidar com uma pessoa desesperada. Se voce é ansioso, é como um motoristaque só tem pisado no acelerador. Não importa se está na descida,na subida ou até com o carro parado. Você continua apertando oacelerador. E o motor ca roncando, pedindo para você tirar o pée, dependendo da situação, pisar no freio. Mas você sabe ondeca seu freio? Você se conhece o suciente para saber se parar?Para saber diminuir sua própria velocidade interna?

Anal, se você nada zer e continuar ansioso, muito provavelmente fará escolhas sem parâmetros reais. Portanto, é preciso parar de brigar com o pensamento que te incomoda e seconcentrar no exercício de recuperar seu ritmo.

Depois, já na velocidade interna sobre a qual você temcondições de se dirigir com segurança razoável, será hora decompreender por que é que você está se tornando refém de umsentimento ou de uma situação. Este é, certamente, um ótimocomeço para que você consiga usar seu motor com prudência.

E lembre-se: qualquer exercício serve para nos tornarmelhores quanto mais o praticamos. Não desista e terminará se

tornando perito em reencontrar seu ponto de equilíbrio!A sugestão é que você conheça tão bem a si mesmo e a sua

ansiedade que possa, na medida do possível, perceber em quemomento ela deixa de ser saudável para atuar em razão de uma provável carência ou de um forte sentimento de insegurança. Pois,no momento em que ela transcende o desejo de viver para se tornarum agilizador dos acontecimentos, você pode estragar tudo! Oumelhor, pode assustar as pessoas, fazer com que elas se sintamdevoradas por sua pressa e fujam, mesmo que inconscientemente.

Devemos nos lembrar que todas assituações requerem um tempo próprio,uma evolução, um crescente. Quandotentamos empurrar a vida, apressar osacontecimentos, podemos machucar as pessoas e, principalmente, nos machucar.Simplesmente porque não fomos capazesde esperar, de respeitar o tempo naturalda vida e das pessoas. Mesmo que, num

 primeiro momento, sua ajudinha pareçaestar rendendo bons resultados, saiba que,mais adiante, a própria vida se encarregaráde retomar seu ritmo e o que estiver fora,voltará para ele, causando sensações ruins,desentendimentos, desilusões e mágoas.

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Quando um relacionamento estácomeçando ou para começar, é naturalsentir a ânsia aumentando. O desejo de

que dê tudo certo é o que desperta esseaumento. Mas há também quem já sejamaduro o bastante para lidar com essemomento de forma mais tranquila. É bomsempre lembrar: relacionar-se é um risco,inclui milhares de possibilidades. Semprevale a tentativa. E é justamente porsaberem disso que os ansiosos de plantãosofrem, alguns absurdamente.

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Eu tenho uma amiga que vomita,literalmente falando, toda vez que estácomeçando um relacionamento, tamanhaé a sua ansiedade. Seu corpo reage. Grita.Precisa transbordar de alguma forma. Jásoube de pessoas que têm diarreia. Doresterríveis no estômago. Tudo isso porque sedeixam afogar pelo medo de que as coisasnão aconteçam como elas gostariam.

Inconscientemente, tentam driblara ansiedade criando expectativas eilusões. Mas nem se dão conta de queo excesso de pensamentos e a tentativade controlar seus desejos só servem para gerar mais e mais ansiedade. Daí,restam aquela sensação de urgência,aquele buraco no estômago. O coraçãoacelera, o humor fica instável e todo ocorpo parece se mobilizar na tentativade acelerar o mundo e, enfim, obter osresultados desejados!

Cuidado! É exatamente por causadesta mania de idealizar o outro e oamor, de querer garantir que tudo sedesenrole com perfeição, que muitosansiosos terminam fazendo desandar oque mal começou. Claro! Esta urgênciaque é alimentada internamente e, namaioria das vezes, inconscientemente,transforma-se em insegurança e, por

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conseguinte, em cobrança, em pressão, em necessidadesexageradas. Enfim, transforma-se em tensão, peso, chatice.

O que deveria ser um tempo de prazer, leveza, diversão,muita conversa, tempo de se conhecerem melhor e rir juntosde si mesmos e da vida, passa a provocar em ambos aimpressão de que estão vivendo numa contagem regressiva para a explosão de uma bomba-relógio. Assim não há quemaguente por muito tempo. E o final dessa história é aquelatriste sensação de que tinham tudo para dar certo, mas, nãose sabe por que, deram errado!

Será que não é hora de parar e respirar? Sim, respirefundo, devagar, lentamente. Sentindo o ar entrando em seus pulmões e saindo dele. A respiração recupera o ritmo, reduz avelocidade, retoma a paz. Tente! Respire e reita: somos todos pessoas, apenas pessoas com seus medos e desejos. Pessoasque têm limites e que se assustam com tantas idealizações eexpectativas. Que só querem, no nal das contas, uma chancede ser feliz, mais uma vez.

Sim, eu sei. Na teoria, é exatamente isso que você quertambém! Mas é preciso agir, na prática, com essa mesma lógica.Se você quer uma chance, se dê uma chance! Se você quer ser

feliz, aja como quem é feliz. Se você quer que essa relação dêcerto, pare de tentar acelerar os acontecimentos e deixe rolar!Deixe acontecer. Vá vivendo um dia de cada vez. E pare, de umavez por todas, de transformar essa possibilidade de amor numaespécie de ameaça. Senão, em vez de ser feliz, você e a outra pessoa conseguirão apenas viver à beira de um ataque de nervos!E amor não tem nada a ver com isso.

Mantenha-se focado em suas verdades, seguro de suasintenções e de seus objetivos. Assim, ca mais fácil respeitar

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o tempo de cada etapa da conquista e, principalmente, conarque essa relação vai acontecer como tiver de ser. Sua parte é semanter íntegro, coerente com o que sente. Sua parte é mostrar oque quer, como quer, e olhar para o outro, para o que ele quer,como quer. E assim, juntos, encontrarem o melhor jeito de fazera história acontecer.

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Para evitar o excesso de ansiedade, o segredo é: auto-observação! Quando você perceber que deseja muito que algoaconteça, que alguém se interesse por você ou ainda que, depoisde interessado, esse alguém assuma você o mais rapidamente possível, traga logo esse desejo desenfreado para o seu focoracional, para a sua atenção. Tente descobrir o que esse excessode ânsia está encobrindo: talvez uma carência. Talvez umanecessidade de autoarmação. Talvez um medo de não seramado. Talvez uma insegurança, como se estivesse em dúvida serealmente tem atributos para que o outro se interesse por você.

Enm, você melhor do que ninguém pode descobrir o quefaz com que você queira acelerar os acontecimentos. Com queque tão ansioso e tão refém de um desejo. Se você conseguircar consciente, conectado com o que está sentindo agora, nestemomento, terá condições de pensar antes de agir. Será capaz deavaliar se determinada atitude realmente deve ser tomada agoraou se ainda não chegou a hora. Note que car no presente já é, por si só, sair da ansiedade. Ansiedade é a tentativa de estar nofuturo. É fugir para lá, como se isso fosse possível, tomado pela

ilusão de que, assim, nesse ritmo, comessa aceleração, pode prever, antecipar oucontrolar os acontecimentos.

Só que esse desejo de apressar a vida pode cegar você, impedindo-o de enxergaros pontos positivos e favoráveis de umasituação. Assim, antes mesmo de vivê-la, você já a considera perdida. Assim, éfacinho se deixar invadir pelo sentimentode urgência e de impaciência e sufocar as pessoas, fazer cobranças demasiadas e setornar chato. A partir de agora, quandosentir que a ansiedade está tomando contade você, pare! Pergunte-se: você está commedo de que? Qual o problema em esperara vida acontecer no seu tempo, no seuritmo? E tente respeitar o uxo natural dosacontecimentos.

Geralmente, homens e mulheres queterminam desistindo de continuar numrelacionamento com uma pessoa ansiosa,

 justicam essa decisão queixando-sedas cobranças excessivas, do quanto sesentem pressionados a se comportar deuma maneira que não é a sua e a vivernum mundo que não é o seu. Na maioriadas vezes, o ansioso tem condições de perceber quando uma situação realmentenão está favorável. Quando isso acontecercom você, em vez de insistir, de fazer mais

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e mais cobranças e de sufocar a pessoa,tente se observar, analisar detalhadamentee com critérios inteligentes o que estátornando a situação desfavorável. Obser-vando com clareza e atentamente a si-tuação por diversos ângulos, é mais fácilconsertá-la ou desistir dela sem causarmaiores aborrecimentos, tanto a si mesmoquanto ao outro.

Obviamente, a tristeza e a sensaçãode derrota ainda farão parte do processo,mas agora de forma mais consciente, maismadura. E essa consciência chega quandovocê reconhece que o sentimento é seu.Quando para de responsabilizar o outro. Casocontrário, nada poderá fazer para ajudar-se. Assuma que a fragilidade é sua e quevocê pode resolvê-la a partir do momentoem que se der conta do que realmente estáacontecendo dentro de você. Lembre-sede que é a maneira como você enxerga

as situações que faz com que você sintaansiedade. Outra pessoa poderia interpretara mesma situação de forma totalmentediferente da sua. Portanto, quando vocêsentir que a ansiedade está se tornando maisforte que sua capacidade de raciocinar, antesde tomar qualquer decisão, pegue um papele uma caneta e faça, conscientemente, oexercício de escrever a situação como ela é,

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enquanto de outro lado, escreva a situação como lhe parece enquantoestá transbordando de ansiedade.

Veja que, no nal das contas, é uma questão de conar nouxo. De aceitar que o outro pode não fazer o que você gostariaque ele zesse. É uma questão de tomar as rédeas de sua vida esaber o que você quer e o que não quer viver. Em última instância,é uma questão de amadurecimento. De autoconhecimento.

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2iO memorável Carlos Drummond de,"&$.&=\ um de nossos poetas mais conhecidos, escreveu

que “existem muitas razões para não se amar uma pessoa, masapenas uma para amá-la”. No sentindo mais poético e eloquenteda questão, penso que ele quis dizer o seguinte: uma pessoa,imperfeita que é, vai nos dar muitas razões para não amá-la. Issoespecialmente ao longo do tempo, com a convivência e o pesodas responsabilidades do dia a dia. Mas apenas uma razão paraamá-la. E esta razão, a mais forte, a que sustenta todas as outras,

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é a nossa vontade. Uma escolha! A decisãode querer viver esse relacionamento, damelhor forma, aprendendo com ele edescobrindo que nós também, imperfeitosque somos, daremos ao outro inúmerasrazões para não sermos amados.

Por outro lado, também poderiaabrir o lindo verso de Drummond parauma reexão. Racionais que somos,controladores que tentamos ser, estamossempre buscando. E por isso, quandoamamos alguém, costumamos encontrarmuitas razões para justicar esse amor.Pois então, proponho que você respondaa seguinte pergunta: quando você olha pra essa pessoa com quem se relaciona, por quem sente amor, quais são as suasrazões? Para alguns, principalmente aosque costumam ver o lado bom da vida e das pessoas, será mais fácil responder. Já aosmais críticos, talvez comecem dizendo que

não sabem. Talvez demorem mais. Mas sevocê estiver realmente comprometido emencontrar tais razões, vai conseguir.

É fato também que, enquantoapaixonados, no início da relação, encontrarrazões é, além de fácil, um enorme prazer.Porém, conforme vocês se deparam coma humanidade um do outro, conforme seveem diante da navalha da convivência e

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 Não sei se você já viveu relações longas, de 10, 20 ou 30anos. Mas sei que estaria sendo absurdamente injusta se deixassevocê acreditar que a única consequência do tempo sobre o amoré desfazer as mais belas qualidades que o outro tem quando nosapaixonamos por ele. Não, não é isso! Primeiro, porque taisqualidades estão aí. São desta pessoa. Podem até estar esquecidas,abandonadas, não exercitadas. Mas são dele. A pessoa por quemvocê se apaixonou continua sendo a dona de cada uma dessas preciosidades. E depois, porque o tempo não é exatamente oresponsável por torná-lo vulnerável e pálido no palco da conquistae da sedução. Quando isso acontece num relacionamento, somosnós mesmos, cada um por seus motivos, os responsáveis por nãomais mostrar essas qualidades.

Mas, sobretudo, preciso contar que há casais que sómelhoram com o tempo. Que ganham em intimidade, entrega,conança, espontaneidade. Que ganham em amor e satisfação,

 prazer e alegria. Mais do que o desenrolar da vida, é a maneiracomo adubamos – ou deixamos de adubar – esse solo emque cresce nosso amor, que vai reforçar as razões pelas quaisamamos e somos amados. Que vai nos tornar, enquanto casais,mais fortes, robustos e amadurecidos, ou mais anêmicos,fragilizados e imaturos!

Portanto, para que você esteja com as razões na ponta dalíngua quando tiver de responder, seja para si ou para quem querque seja, sobre por que você ama quem você ama, só tem um jeito:

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treinando seu olhar, exercitando o reconhecimento, lembrando-se de elogiar, de tempos em tempos, as qualidades dessa pessoaque você escolheu para se relacionar! Sim, o reconhecimento éaltamente poderoso, afrodisíaco, consistente e benéco. Curadesconanças infundadas, fortalece a autoestima, reforça oslaços de cumplicidade e intimidade, alimenta o desejo e solidicaa mútua admiração.

Sendo assim, se você consegue enxergar as qualidades do seuamor sem nenhum esforço, aproveite para começar a contar a ele, pelo menos uma vez por dia, sobre alguma das razões pelas quaisvocê o ama. Mas se sua relação estiver desgastada, desbotada emurcha, então, você terá de se esforçar. Mais do que depressa,comece a relembrar as razões que zeram você se apaixonar poressa pessoa e declare-as o maior número de vezes possível. Digaalgo como “amo você porque você é uma pessoa carinhosa eatenciosa comigo”. Depois, diga algo como “amo quando vocême convida para jantar e conversamos sobre nós, nossa vida”. Eassim por diante. Olhe para ela e enxergue, reconheça, verbalizeo que vê de bom!

E se, neste momento, essa pessoa não estiver sendo o quevocê está dizendo que ela é, balize-se pelo fato de ela já ter sido

assim um dia. E se ela já foi, é capaz de ser novamente. Talvezfalte motivação. Talvez falte se lembrar de que é capaz, de que é bom, de que faz vocês se sentirem muito melhores e mais felizes.

Infelizmente, fomos pesadamente treinados para reconhecero que o outro fez e faz de errado, de ruim, que nos magoa. Mas nosesquecemos de reconhecer e até de agradecer pelo que ele fez e fazde certo, bom e que nos agrada. E assim, desnutridos, sem força edesmotivados, os amores vão morrendo sem que a gente se dê contados motivos. E tudo poderia ser tão diferente se relembrássemos

com mais frequência – e contássemos issoao outro – sobre as razões pelas quais ele étão digno de ser amado!

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Eles estavam casados há 10 anos e,em geral, se entendiam muito bem. Não

tinham problemas graves. Porém, comos anos e a convivência, as diferençaspassaram a incomodar cada vez mais.8 ".0 >=<'=".0 :%?0.0 &% &?. . &?.\ =H=0>.00.$.- . 0= &=0="#="&=$ . -.?%$>.$#= &% #=->%@

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indicação para alguns amigos e&=0:%/$?$.- '-. #=$.>='#. &= :.0.?0>$D]?-% i :.0. &=H=0@ 3.00.$.- .frequentar a terapia uma vez por0=-.".\ &'$."#= 0=?0 -=0=0@

Descobriram ali que tinha algo muito&?0#%$:?&% ". :%-'"?:.()% &=H=0@ 7=."&$.entendia que a desorganização de Eraldo=$. '- &=0$=0>=?#% :%"#$. =H.@ 8 ?00% .

fazia sentir-se pessoalmente ofendidacada vez que ele usava o pano de cozinha:%-% >."% &= :;)%\ &=?].P. . #%.H;.-%H;.&. =- :?-. &. :.-. &%0 &%?0 %'<'.H<'=$ %'#$% :%->%$#.-="#% &% #?>%@

Eraldo, por sua vez, reconhecia<'= =0#.P. 0="&% &=0H=?].&%\ -.0considerava um exagero tremendo7=."&$. H=P.$ ?00% >.$. % H.&% >=00%. H@3.$. =H=\ =$. '-. 0?->H=0 <'=0#)% &==0<'=:?-="#% %' &= #=$ :%?0.0 -.?0?->%$#."#=0 >.$. >="0.$@ 8\ .00?-\julgava Leandra como maluca e sem

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pessoa tem seus valores e o nível deimportância que cada uma dá para de-terminadas questões também pode serabsurdamente diferente. Mas aprenderam#.-/C- <'= . .$#= &. :%"P?PB":?. CR'0#.-="#= .>$="&=$ . :%"0?&=$.$ % <'= C?->%$#."#= >.$. % %'#$%@

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Nesta linha, ao logo das semanas, puderam falar sobretudo o que incomodava ao outro na rotina diária e descobriramdetalhes daquele casamento que nem imaginavam. Leandrafalou de sentimentos e impressões das quais Eraldo jamaissequer havia imaginado. E Eraldo também se abriu de umaforma que nem ele mesmo sabia que poderia. Terminou sedando conta de sentimentos e impressões que nem se dava:%"#. &= <'= #."#% % ?":%-%&.P.-@

O casamento deles ganhou uma cumplicidade que até

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Claro que não se tornaram perfeitos. E quando mecontaram essa história, foi porque nos conhecemos eterminamos falando sobre o que cada um fazia. Contei a eles<'= =$. =0>=:?.H?0#. =- $=H.:?%".-="#%\ <'= #?";. H?P$%0>'/H?:.&%0 0%/$= =0#= #=-. = <'= &.P. :%"0'H#%$?. ?"&?P?&'.H@E depois de ouvir tudo isso, dei a eles uma sugestão de

exercício de reconhecimento.

 Não sei se você já fez algum exercício de reconhecimento,mas se não fez e não sabe bem como fazer, posso te dar algumassugestões. Eu mesma, um mês antes do meu casamento, prepareium presente para meu noivo, na época. E como não sou bobanem nada, três anos depois, preparei um presente de aniversáriocom uma proposta bem parecida. Veja quais foram os presentes,que estão como sugestões para você fazer também, no caderno

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de exercícios, que deve ser solicitado por e-mail, conformeinstruções no início do livro.

Bem, essas foram algumas das formas que encontrei derelembrar por que amo meu marido. Razões para isso não mefaltam. E isso não signica que se eu focasse no negativo, se eutentasse encontrar defeitos dele, eu não encontraria. Encontraria,sim. Porque ele é gente. E gente tem defeitos. Todo mundo tem.Eu também tenho. Ele também poderia facilmente fazer uma listade alguns dos meus piores defeitos. Mas isso é uma escolha! É

minha escolha para onde quero olhar e o que quero reforçar nele.Também não estou dizendo que nunca reclamo ou nunca critico.Sim, faço isso porque isso também faz parte da dinâmica de sergente. Portanto, o problema não está em se desentender ou nãogostar de algo e dizer. O problema está em só se desentender.Em só criticar e reclamar. Em só relembrar os defeitos. Isso simenfraquece e empalidece o amor.

 Não perca a chance de relembrar por que você ama quemvocê ama. Nunca se esqueça de que amor precisa ser alimentado.E com bons alimentos. Assim permanece forte e saudável. Bonitoe gostoso.

22,#C %"&= >%&=-%0 0'>%$\ quem começa um

relacionamento espera que ele não termine tão cedo. No amor,nossas expectativas sempre rondam a ideia - ainda que fantasiosa- do “e foram felizes para sempre” ou, pelo menos do “que sejaeterno enquanto dure”. Isto é, de alguma forma, desejamos queseja intenso e profundo. Que seja verdadeiro e valha a pena.

Sim, sabemos que nada é eterno e que o tempo transformaas relações. Fazem-na diferente, com o passar dos anos,lembrando que “diferente”, em princípio, não quer dizer nem

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 pior e nem melhor. Mas o fato é queacreditar no amanhã é imprescindível. Éesta esperança, esta signicativa aposta noamor que o mantém vivo. Além disso, é #%9,&4" :949H5% #5%5 &6B94)&% 9 &6B94)&% #5%5ganhar, seja qual for a sua escolha na vida.

Porém, o maior equívoco na con-quista e, principalmente, na manutençãodas relações, tem sido o foco. Apesarde ser essencial acreditar no futuro, éabsolutamente indispensável vivenciaro hoje, o agora, este dia! Por isso, sevocê quer saber o que faz o amor acabar,a resposta é apenas uma: começar aacreditar que hoje pode car ruim porquedepois, amanhã ou outro dia, você poderáconsertar e fazer car bom de novo. Talvezaté possa, mas deixar para fazer o amorvaler a pena somente e sempre amanhã éuma das mais perigosas armadilhas que oscasais constroem para si mesmos sem se

dar conta!Em outras palavras, é verdade que

nada pode garantir que o amor entre vocêe a pessoa com quem você se relaciona jamais vai acabar. Isso não existe. Éimprevisível e incontrolável. Entretanto, sevocê quer fazer o que está ao seu alcance,se quer fazer o que é possível, então,minha sugestão é para que você viva um

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imprevisível e

incontrolável.

“amor de um dia”. Isso mesmo: ame como se este amor fosseacabar ao nal deste dia. Como se você tivesse apenas hoje paranamorar, beijar, abraçar, falar, ouvir, ouvir bastante, considerar, perdoar, pedir perdão, ceder, reconhecer o que o outro faz de bom, reconhecer o que você faz que não é muito legal... Enm,apenas hoje, apenas agora...

Claro que isso não signica que se você não puderaproveitar o hoje, estará tudo acabado. Mas esteja certo de quese você se relacionar na maior parte do tempo sempre adiando o

seu melhor, sempre prorrogando o prazer e a reconquista, então,estará cavando seu próprio buraco! Pode ser até que a relaçãonão termine ocialmente, mas é muito provável que a melhor parte deste encontro seja perdida pelo caminho, esquecida como tempo. E assim, o m é inevitável, de uma forma ou de outra!

Portanto, não perca mais tempo! Quanto antes você começar,mais fácil será instaurar esta dinâmica no seu relacionamento.Mais eciente e mais prazeroso será praticar o “amor por umdia”! Anal, é mais fácil e aparentemente bem mais possível sededicar a experiência de um amor leve e gostoso por 15 ou 20horas do que por 15 ou 20 anos. E, na mesma medida, por 15 ou20 minutos do que por 15 ou 20 horas. Então, que tal uma ligaçãocarinhosa, um convite picante, uma or sem motivos aparentes,um elogio despretensioso? Nada de mais para quem quer viveruma história de amor que dura apenas um dia, não acha?

 Até as suas melhores escolhas UE@B# G'#BDCB K'% "# J&E

E isso signica que você vai precisar escolher de novo,amanhã, o que quer viver. É a consistência de suas atitudes que

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conduz você ao sucesso e à realização de qualquer que seja o seudesejo. Desde uma promoção no trabalho até um relacionamento, passando pela aquisição de um bem material ou a efetivaçãode uma viagem, qualquer sonho precisa de ações coerentes e, principalmente, recorrentes para se tornar real.

 Para as questões mais objetivas, em geral seguimos essa lei.Ou seja, economizamos determinado valor por mês para comprarum imóvel, investimos num curso semanal ou diário paramerecermos um aumento salarial e por aí vai. Mas, note: vocêvai pra faculdade hoje e, se quiser ir amanhã, terá de decidir issoamanhã, de novo. Se quiser guardar dinheiro esse mês e de novo nomês seguinte, terá de agir neste sentido, escolhendo diariamentenão gastar, rever suas contas e assim por diante. Sei que a escolhatermina se tornando automática, quase imperceptível. Mas, detodo modo, as ações precisam ser mantidas para que o resultadodesejado seja atingido. É a escolha feita um dia depois do outroque mantém as ações voltadas para uma mesma direção e faz comque você chegue onde deseja.

Porém, infelizmente, quando se trata de questões subjetivasou emocionais, raras são as pessoas que se comprometem coma consistência de suas escolhas e, consequentemente, com

a consistência de suas ações a m de continuar garantindo osresultados desejados, de continuar mantendo os sentimentosvivos e fortes. Porque se ser consistente é escolher fazer algo por um dia e refazer essa escolha todos os dias, incansavelmente,até que o objetivo seja alcançado, podemos supor que, numrelacionamento, deveremos ser consistentes por toda a vida. Ouaté que o objetivo seja continuar amando e sendo amado.

Isto é, ao contrário do que muitos pensam, amor nãoé mágica. Não nasce do nada e do nada se mantém. Amor é

escolha, é decisão e precisa ser consistente.Estamos de fato amando quando nos pre-dispomos a investir – por meio de atitudescoerentes e recorrentes – dia após dia,no relacionamento que queremos viver.Portanto, comece já a praticar a “lei da preservação” do amor.

Enm, reserve algumas horas de seudia para investir no seu relacionamento. Não caia na armadilha de acreditar que ofato de ter se casado é garantia para quequem juntos e felizes. Não é! Você vai precisar se casar num dia e se recasar emtodos os outros, um após o outro, pelomenos enquanto quiser viver esse encontrocomo algo prazeroso e vibrante.

Por m, é certo que você não vaiconseguir sempre. E tudo bem. Saiba quemais importante do que acertar sempre écontinuar disposto, continuar consistente. Numa faculdade, por exemplo, você

reprovaria somente se não atingisse amédia exigida ou se tivesse mais de 25%de faltas durante o período letivo. Ouseja, erros são admitidos, mas têm limites.Pergunte-se: será que você está de fato presente em pelo menos 75% do tempo emsua relação? Será que você mantém umamédia razoável de atitudes que reforçamseu amor e sua vontade de fazer o outro

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fácil se dedicar

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feliz? Intenções são ótimas, mas o que faza diferença mesmo é a sua consistência noexercício de amar!

O mais importante mesmo, acima detudo, é não cair na armadilha de acreditarque o jogo está ganho! Não está! Nuncaestá! E ainda assim, vejo muitos casais,inocente ou inadvertidamente, acreditandoque basta conseguir um “sim” do outro paraque tudo esteja resolvido e determinadoem sua vida afetiva. A esses desavisados,creio ser absolutamente preciso deixar bemclaro: seja num namoro ou, especialmente,num casamento, o “sim” não funcionacomo nos contos de fadas, que garante o“E foram felizes para sempre...”. Muito pelo contrário!

O sim é apenas o começo de tudo!O sim apenas impulsiona a partida, o primeiro passo de uma longa viagem. Ecomo para fazer qualquer viagem, no amor

não é diferente: é preciso saber para ondevocês estão indo. Isso requer atenção,foco, investimento, tempo, dedicação e,sobretudo, determinação para não desis-tirem ou se perderem na estrada!

Sobretudo, amar é verbo, e comotodo verbo, precisa ser conjugado! Preci-samos praticá-lo, transformá-lo em ações propositais, em atitudes com objetivos

É a escolha feita

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claros e denidos. O amor é um planejamento feito a quatro mãose dois corações. Senão, pode apostar que não vai funcionar! Trata-se de uma química muito especial que, embora bastante poderosae transformadora, acontece entre duas pessoas cujas naturezassão fugazes, frágeis, vulneráveis. Portanto, sem reforço e semreconhecimento diários, a química desanda, a essência se perde.

Para que você comece a renovar diariamente seu desejode fazer seu relacionamento valer a pena, vou ressaltar trêsatitudes infalíveis. O quanto antes você começar a conjugar seu

amor baseando-se nelas, mais fortes e consistentes serão seusresultados!

1. Reconheça verbalmente o que ' '"C%' `EY JB A'#1

Falamos sobre isso no capítulo anterior, mas vale a pena reforçar. Principalmente quando convivemos com a pessoa amada, tendemos a reclamar de certas atitudes que nosincomodam. Seja a toalha molhada deixada sobre a cama ou, aocontrário, a mania de limpeza e organização do outro; seja a faltade romantismo ou o ciúme exagerado; seja a ausência de carinhos

ou o excesso de sensibilidade. Enm, somos peritos em apontar oque consideramos errado e, embora exista o lado bom disso, queé dar ao outro a chance de se rever, melhorar e crescer na relação,é preciso ter o contrapeso!

Ou seja, não podemos nos esquecer, como a maioria faz,de elogiar, de reconhecer o que o outro faz de bom! Senão, nãohá amor que cresça, que se torne intenso e gostoso! Por isso, procure demonstrar, verbalmente, olhando nos olhos, o quantovocê valoriza e admira certas atitudes da pessoa amada. Seja a

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gentileza de perguntar se você quer água, seja o jeito cuidadosode lidar com a casa, seja a tarefa diária de preparar a comida para a família. Qualquer elogio ou reconhecimento são sempre poderosos aliados do amor, porque mostra o quanto você estáolhando e interagindo com quem o outro é, do jeito que é!

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Alguns casais, com o tempo, param de se tocar com‘segundas intenções’, isto é, de propósito mesmo. E pior quenem se dão conta dessa distância que vai se instalando entreeles. Já não andam de mãos dadas. Já não se beijam quandose encontram, quando acordam ou quando vão dormir. Vão sedistanciando sicamente, mantendo somente o contato verbal –isso quando a comunicação resiste. O mais comum é manteremuma comunicação razoável, suciente para tocar a vida e resolveros problemas. Mas bem pouco se tocam. Talvez só na hora dosexo, e sexo com pouca qualidade, com pouca entrega.

Ser tocado e tocar o outro são formas maravilhosas einfalíveis de investir na intimidade, na conança e no carinhomútuo. Enquanto o outro dirige, por exemplo, coloque sua

mão sobre a perna dele. Enquanto almoçam, faça carinho comos pés, por debaixo da mesa. Quando assistirem tevê juntos,faça um cafuné em seus cabelos ou deslize as mãos em suascostas. Não existe um ser humano no mundo que não gostede ser acariciado, que não queira se sentir acolhido, querido eamado. Demonstrações explícitas como o contato físico são tão poderosas que se tornaram indicação médica, em muitos casos. Otoque tem o poder de curar as dores do outro, sejam orgânicas ouemocionais. E o amor, então, nem se fale.

Imagine essas duas forças juntas:amor e toque? Estamos todos muito maiscarentes de contato físico amoroso do quesupomos. Sendo assim, aproveite a pessoaamada para saciar essa necessidade e aindainvestir em seu relacionamento.

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DE#'%E%1Sei que a rotina e as pressões do

dia-a-dia nos deixam anestesiados paraa leveza e o lúdico do namoro. Comomuito bem poetou Carlos Drummond deAndrade, “Não tem namorado quem nãosabe o gosto da chuva, cinema sessão dasduas, medo do pai, sanduíche de padariaou drible no trabalho. Não tem namoradoquem transa sem carinho, quem se acariciasem vontade de virar sorvete ou lagartixae quem ama sem alegria...” (vale a pena

ler essa poesia - “Namorados” – com ou para a pessoa amada). Então, namorar éreservar momentos de leveza e alegria quesão só de vocês dois, sem os lhos, sem osamigos. Só você e a pessoa amada.

Pode ser uma volta no parque do bairro, um cinema fora de hora, um chopena sexta, após o trabalho. Se for possível,invista em viagens a dois, repetecos da

Ao contrário

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não é mágica.

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o fato de ter se

casado é garantia

para que quem

juntos e felizes.

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lua-de-mel. Jantares românticos. Surpresas sexuais. Novidades.Lingeries, velas e joguinhos eróticos. Tudo vale quando oobjetivo é lembrar vocês dois de que essa relação pode ser, acimade tudo, divertida e prazerosa. O nível de energia e motivaçãoque esse tipo de atitude, mesmo que apenas uma vez por semanaou quinzenalmente, garante ao relacionamento é incrível.Experimente e sinta a diferença!

Enm, meu caro, minha cara, não viva seu relacionamentocomo se o jogo estivesse ganho, por mais que esteja tudo bem!

Assim como você investe tempo, dinheiro e atenção em outrasáreas de sua vida, ou ainda como cuida de seus lhos, de sua casaou de seu corpo diariamente, lembre-se: é imprescindível estaratento ao seu relacionamento todos os dias! Essa é a diferençaentre quem vive à espera da felicidade e quem faz a felicidadeacontecer aqui e agora! E a diferença está na decisão de mostrar!É fato: quem ama, mostra!

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