QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as...

39
1 QUEM CONTA UM PONTO, AUMENTA UM PONTO

Transcript of QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as...

Page 1: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

1

QUEM CONTA UM PONTO, AUMENTA UM PONTO

Page 2: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

2

CONTOS DAS COMUNIDADES ANTIGAS

ALAGOAS

QUIXABEIRA- ÁGUA BRANCA

Ceiça Campos -Quixabeira/AL A saga de Lampião na caatinga ANO de 1922 – Sinhô Pereira abandona o cangaço e Lampião assume o lugar do chefe. A primeira grande façanha é um assalto à casa da baronesa Joana Vieira de Siqueira Torres, em Alagoas. Lampião, recém "nomeado" líder do bando de Sinhô Pereira ataca Água Branca e assalta o casarão da Baronesa Joana Vieira, viúva do Barão de Água Branca. A baronesa de Água Branca, dona Joana Vieira Sandes, era viúva do Barão de Água Branca; Joaquim Antônio de Siqueira Torres; e já contava mais de 90 anos quando sua residência foi invadida e assaltada por Lampião e seu bando, como o primeiro ato do Rei do Cangaço, como chefe efetivo de um bando. Era o mês de Junho de 1922. Por muito tempo as joias roubadas da Baronesa de Água Branca, ornaram a figura da rainha do Cangaço, Maria Bonita. ............................ Ceiça Campos -Quixabeira/AL Esse meu falecido pai quem contava.... Era meia noite em pino As tartarugas voavam de galho em galho O gado pastava nas campinas do oceano E um velho nu com as mãos nos bolsos Sentado num banco da praça Lia um jornal que dizia a seguinte frase: É melhor morrer do que perder a vida .... ................................................. Ceiça Campos -Quixabeira/AL Um certo morador da comunidade que costuma andar altas horas da noite depois de ter proseado por longas horas com vizinhos que se juntavam... Às vezes numa antiga casa de farinha em grandes farinhadas que se fazia como uma grande celebração onde toda a família, pequenos e grandes, amigos e parentes ali apreciavam a noite passar e com ela a breve madrugada acompanhada por canto de raposas, de corujas, de tentem e até rasga mortalha, o canto deste ultimo deixava um recado... Quase que um aviso de que alguém iria para o além em breve.... No caminho de volta pra casa numa baixada onde dois lados da estrada eram matas... Sentiu fortes arrepios... E que alguém de roupas claras atravessa em sua frente, alma penada? Assombração? Fantasma? ... Ele andava numa velha bicicleta, e sente que logo algo começa a pesar... alguém que ele não sabe quem pega carona no bagageiro de sua bicicleta, gelado suas forças quase que não conseguem dar

Page 3: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

3

conta de tamanho peso... Não sei se era o medo.... Acho que sim... Afinal nem parou pra oferecer a carona... Ora pois, como dizia uma velha senhora que ainda habita por lá, tratava-se de uma alma penada a vagar sem alento entre as noites escuras e silenciosas daquele lugar. Mais que fez aquele moço depois de tão grande medo enfrentar??? Quase que abandona a velha amiga nas estradas sem poder com ela levar... Até que Chega em casa afobado, suado, trêmulo e sem fala pra dar... Mais deixa que decidiu que nessas horas da noite não queria mais andar. Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar... Dizia ele então: _ Querer encontrar de novo não quero não pois o medo que enfrentei é de esfriar até o coração. .......................................

CACIMBA CERCADA- MATA GRANDE

Adriano Adao – Cacimba Cercada/AL Uma aventura na selva Uma vez, eu ganhei 4 bilhetes para uma viagem à selva num safari. Para esta viagem, levei comigo três amigos, o Murilo, o Oclácio, e oOclécio. Quando lá chegamos, vimos muitos animais: elefantes, tigres, papagaios... Enquanto passeávamos pela selva, deparamo-nos com um grupo de animais selvagens que estavam lendo histórias. Ao vê-los, eu fiquei muito assustado, mas eles eram inofensivos. De repente, ouvi uma voz: -Os animais disseram quem são aqueles animais estranhos que parecem macacos mas com menos pêlo? - Disse um deles, olhando de maneira estranha para nós, enquanto folheava as páginas do livro. Apresentamo-nos e eles também se deram a conhecer. Ficamos a saber que eram uns animais muito especiais. A certa altura, descobrimos que andavam, ali, caçadores . Eu e os meus amigos ajudamos os animais a fugir. Montamos uma armadilha aos caçadores. Eles caíram na armadilha e a polícia apanhou-os. Os animais ficaram mais confiantas com as atitudes de seus amigos que lhes ajudaram a prender os caçadores. Mas, isso era o que eu pensava! Porque, mais tarde, vieram mais caçadores. E desta vez, eram muito mais espertos que os anteriores. Nós tínhamos que ter uma ideia e depressa, mas estes animais eram muito espertos, e ajudaram-nos a chegar a uma solução. Tivemos a ideia de lhes pregar um grande susto para que nunca mais ninguém viesse caçar e incomodar estes animais que só queriam viver em paz. Por fim, conseguimos afugentar ali os caçadores eles tremendo de medo os animais começaram a fazer seus maiores barulhos os caçadores sairam correndo tanto que atravessaram o rio nadando do outro lado estava a policicia imediatamente elas os

Page 4: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

4

preenderam. Os animais agradeceram-nos muito, pois, finalmente, podiam viver em paz sem medo de serem caçados.

PARAÍBA - SERTÃO

REDONDO- CACHOEIRA DOS ÍNDIOS

Alênicon Souza - Redondo/PB MÃE JOAQUINA DE ESPERDIÃO Quando eu era pequeno ouvi muitas vezes falar de Mãe Joaquina. Em sua época, ela foi a mais importante parteira em Redondo e adjacências. Habilidosa e prestativa, por suas mãos vieram ao mundo muitas gerações. Mãe Joaquina era baixinha e usava saias muito longas, o que contribuía para realçar o seu aspecto robusto. Trazia cabelo, naturalmente negro e liso, sempre preso em coque, no alto da cabeça, de onde pendia um galhinho verde de arruda. Era casada com Esperidião (ou Esperdião, como todos o chamavam) um forasteiro do Ceará que para cá viera a trabalho, se enamorou pela jovem e por aqui ficou depois que se casaram. Sua casa estava situada no terreno onde atualmente se encontra a Igreja do Menino Jesus. Era descendente de índio. Sua mãe fora capturada na Serra do Vital, como costumavam dizer, ‘a dente de cachorro’ e trazida para a ‘civilização’. Joaquina herdara de seu povo não apenas os traços físicos, mas uma sabedoria milenar. Conhecia as ervas e sabia muito da arte de curar. Também sabia de muita reza forte, capaz de estancar sangue ou curar mordedura de cobra venenosa. Não importava a hora nem lugar, se chovia ou fazia sol, se era dia ou noite, se havia alguma mãe em trabalho de parto, lá ia Mãe Joaquina, com seus passos pequenos e rápidos, levar o seu auxílio. Por sempre levar conforto e alívio nessas horas tão difíceis é que Mãe Joaquina tornou-se líder na comunidade, conquistando o respeito de todos. Perdeu a conta das vezes que a tomaram por comadre e das crianças que com o marido batizou. Era a Mãe Joaquina, a “mãe de umbigo” que todos respeitavam e pediam a sua benção em consideração àquela que, abaixo de Deus, ajudara no milagre da vida. ............................... Alênicon Souza - Redondo/PB ORIGEM DO NOME DA COMUNIDADE DE REDONDO Repassarei para vocês o relato de um grande amigo e vizinho, que por sua vez ouviu dos mais velhos na sua infância. O Sr. Geraldo Emídio de Souza, agricultor, pedreiro, poeta cordelista e exímio contador de histórias, falou-me certa vez a origem do nome da nossa

Page 5: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

5

comunidade de Redondo. (Lembrando que quando falo de Redondo, estou me referindo à área que corresponde a todo o Sítio Redondo, compreendendo as duas comunidades COEP). Segundo Geraldo as primeiras famílias que se instalaram no Redondo foram: os Gomes e os Anjos (ao sul) os Bernadinos e os Bastiões (ao centro) os Pinheiros (ao oeste) os Rodrigues e Oliveira (ao norte e leste). Mais tarde vieram os Valdevinos, os Marianos, os Caboclos, os Pereira, os Felisminos, os Paulo, entre outros. Não sei de onde vieram os primeiros moradores, nem tenho datas precisas, mas acredito que foi de 1880 em diante. Afinal, não são comuns relatos que remontem a períodos anteriores a grande seca de 1877. No início a comunidade era chamada de “Buraco do Bastião” por causa de um bebedouro para os animais, cavado no leito do Rio Marimbas, pelo patriarca dos Bastiões. No entanto, uma senhora por nome Sinhá, que certamente pertencia ao clã dos Bastiões, não gostava da denominação. Certo dia, ela propôs mudar o nome do lugar. Como a sua residência se localizava numa chapada, na parte central da comunidade, cujas escarpas ao redor tinham um formato arredondado, complementado pelo desenho das serras em volta, ela propôs que o lugar se chamasse “Redondo”. Como veem, o nome pegou. Nos primeiros tempos, era comum os visitantes se referirem à comunidade como “Redondo de Sinhá”. .............................. Alênicon Souza - Redondo/PB A FESTA DE SÃO LÁZARO No evangelho segundo Lucas, Jesus conta que havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo e que todos os dias promovia um banquete em sua casa. Também havia um mendigo chamado Lázaro, que era leproso e tinha o corpo coberto de chagas. Lázaro desejava comer ao menos as migalhas que caiam da mesa do rico, este, porém lhe negava e o enxotava de sua porta. Lázaro só tinha por companhia os cães que lhe lambiam as feridas. Quando ambos morreram, Lázaro foi confortado enquanto o rico sofreu tormentos. Dos personagens das parábolas de Jesus, Lázaro é certamente o único com nome próprio, o que leva os estudiosos a concluírem que não se trata de uma metáfora, mas que ele de fato existiu e não deve ser confundido com Lázaro de Bethânia, o homem a quem Jesus ressuscitou. A tradição católica, ao longo dos séculos, consagrou Lázaro, o leproso como protetor da lepra e/ou outros ferimentos do corpo e como protetor dos mendigos e dos animais. Essa devoção permanece viva na comunidade de Redondo I há mais de 30 anos com a realização da Festa de São Lázaro na residência da Sr.ª Maria de Louzinha. A devoção começou com uma graça alcançada por ela e por seu esposo Sr. Edmilson Bezerra, falecido há quatro anos. Os preparativos começam com visitas aos vizinhos e amigos para fazer convites e recolher doações. No dia da festa um banquete é servido para a comunidade e para os cachorros que são enfeitados com fitas e comem em pratos especialmente preparados servidos em um tapete, ao mesmo tempo em que seus donos. É comum as pessoas colocarem um pouco da sua comida nos pratos para os cães. Antes do banquete há a celebração de uma novena em um altar na sala. Muitas pessoas pagam promessas durante a festa.

Page 6: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

6

Em Cachoeira dos Índios acontece a festa em outras comunidades. O cineasta paraibano Torquato Joel fez um importante registro na comunidade de Cipó em seu curta A Fome de Lázaro (1997). Há alguns anos participei em Campina Grande de uma oficina ministrada pelo diretor, quando perguntei sobre o filme. Ele disse que foi convidado para a festa pela jornalista Mariana Moreira. Ainda não pude assistir, pois havia apena uma cópia em película no núcleo de cinema da Universidade Federal da Paraíba. As imagens abaixo foram feitas no Redondo I em 15 de setembro de 2013. ............................... Alênicon Souza - Redondo/PB O POETA DUCA DOS ANJOS Vital Pereira dos Anjos ou simplesmente Duca dos Anjos, como era conhecido em Redondo e nas comunidades vizinhas, era agricultor e poeta. Foi uma das figuras mais marcantes da minha infância. Se fechar os olhos, ainda posso vê-lo andando por aquelas estradas, a passos lentos apoiado na sua bengala e fumando um cigarro. Chapéu de palha na cabeça e rosário de contas azuis e brancas no pescoço. Era um poeta nato. Repentista, mas não tocava viola e também não escrevia seus versos, pois preferia guardá-los de memória. Aliás, o seu processo de criação era totalmente mental. Era capaz de elaborar trinta ou quarenta estrofes, sobre qualquer assunto, memorizá-las e repeti-las fielmente, sempre que quisesse. Também gostava de recitar poemas de outros autores, bastava ouvi-los uma única vez. Lembro que ele costumava vir lá em casa, depois de tomar café e dar uns tragos no cigarro de palha era comum recitar versos de sua autoria. Sempre tinha algo novo. Recordo seus olhos azuis e aspecto físico que muito se assemelhava ao ator Mario Lago, assim como a sua voz rouca. Além da sua poesia que soava como algo muito espontâneo, Duca era também conhecido por sua tranquilidade e por ser muito galante com as mulheres. Também tinha fama de mentiroso, dado aos aspectos surreais de algumas histórias que contava. Certa vez ele afirmou que após alimentar uma porca que criava, esta teria lhe agradecido dizendo: - “Duca, você é tão bom!”. Por não ter sido anotada, a maior parte da sua extensa obra se perdeu. Apenas algumas estrofes foram memorizadas. Ele faleceu nos anos 90. Abaixo alguns fragmentos de sua poesia que abrangia diversos aspectos e que me foram passadas por seu filho Chico de Duca. Essas duas estrofes tem algo existencial, quase filosófico: Corta o tronco, morre a rama Se acabam os vegetais Pelos direitos legais Vou atrás de quem me ama A minha vida é um drama Quem me guia é a estrela “dalve” É o passarinho quem come A fruta melhor da “árve”. Cajueiro abaixa a galha Que eu quero chupar caju, Bodegueiro abre a bodega Que eu quero tomar pitu,

Page 7: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

7

Morena diz a teu pai Que eu quero casar com tu. Ou essa em que ele falava da vocação das localidades vizinhas. Note que ele elogia ou critica os lugares de acordo com a sua afinidade com os moradores locais. Redondo como é onde morava figura como o lugar dos cidadãos. Rudado para namoro Tambor para desaforo, Fernandes para ladrão Redondo pra cidadão, Baixa Grande pra anarquia, Pau d’Arco pra garantia, Carrasco para dieta Pedras Pretas pra poeta, E Cachoeira loteria. Muitas pessoas de sua geração acreditava no fim do mundo: “De dois mil não passarás”. Duca trata dessa questão nessa estrofe: Quando for em noventa e nove Quem for vivo tem que ver, O sol nascer no poente E a terra pega a tremer Quem tem o coração fraco Trata logo de morrer. Não poderia faltar uns versinhos eróticos: A moça é namoradeira E o rapaz é gavião Ele passa a unha nela Da barriga até o dedão Ela diz: “Oh coração, Estou daquele jeitão”. A moça é namoradeira E o rapaz é gavião. Oh Maria meu amor Te ensino a soletrar Erre, eme, gê, agar, Jota, psilone e zê. Sou filho da porca velha E neto do barrão fubá. Lembro da sua cada de taipa de dois cômodos e palhoça na frente, com uma parede escorada com estacas de madeira. Minha casa é uma tapera Toda pendida e caindo. O povo passa sorrindo Cada um diz uma pilera, Gente que não considera. E eu não posso endireitar, Só me ocupo em trabalhar,

Page 8: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

8

E não posso dá um jeito Só se for mesmo o prefeito Que mande remodelar!!! ..................................... Alênicon Souza - Redondo/PB O TESOURO DA SERRA DO QUIXÓ Contam os mais velhos da Comunidade de Redondo, um ocorrido do final do século XIX, quando eram comuns os bandos de cangaceiros no nordeste. Na antiga vila de Boa Esperança, hoje Distrito de Iara no vizinho município do Barro-CE, surgiu o bando dos Viriatos comandados por José Vicente Viriato. Os terríveis Viriatos eram um tormento assaltando, saqueando e extorquindo as residências de famílias abastadas da região do oeste da Paraíba e do Rio Grande do Norte e do Sul do Ceará. Um senhor de terras e engenho do extremo oeste paraibano guardava em sua casa uma verdadeira fortuna em joias e moedas de ouro e prata, como era comum às famílias ricas da época. Temendo um iminente ataque dos Viriatos, o fazendeiro pegou todo o dinheiro que guardava, as joias da família além de outros objetos que considerou importante preservar, e pôs tudo em uma carga em um burro. Tomou mais dois cavalos e levou consigo um escravo de sua confiança. Partiram em segredo, pouco mais da meia noite e cavalgaram pela estrada até o amanhecer, quando decidiram embrenhar por uma vereda. Depois seguiram, com muita dificuldade pela mata virgem. Ao final de dois dias de caminhada se encontravam no cume da Serra do Quixó no Redondo, onde encontraram duas pedras, uma alta larga e outra inclinada, formando um abrigo, ou “quixó”, daí o nome da serra. O fazendeiro decidiu que ali seria um o local ideal para guardar sua fortuna, tendo aquelas imponentes pedras por guardiãs e ao mesmo tempo assinalando o local onde ficaria escondida. Ordenou que o escravo cavasse uma cova grande e funda e depositasse os dois baús de rico conteúdo. Em seguida, o fazendeiro sacou sua pistola e disparou um único tiro no seu fiel escudeiro que caiu agonizando sobre os baús. O fazendeiro então fechou a cova, sepultando para sempre junto com o ouro, o infeliz escravo. Jamais souberam se ele voltou para resgatar seu tesouro. No entanto, há quem assegure, que de tempos em tempos, sempre ao anoitecer, é possível ouvir o tilintar das ferramentas no chão rochoso, bem como os gemidos do escravo ferido. ..................................... O fazendeiro decidiu que ali seria um o local ideal para guardar sua fortuna, tendo aquelas imponentes pedras por guardiãs e ao mesmo tempo assinalando o local onde ficaria escondida. Ordenou que o escravo cavasse uma cova grande e funda e depositasse os dois baús de rico conteúdo. Em seguida, o fazendeiro sacou sua pistola e disparou um único tiro no seu fiel escudeiro que caiu agonizando sobre os baús. O fazendeiro então fechou a cova, sepultando para sempre junto com o ouro, o infeliz escravo. Jamais souberam se ele voltou para resgatar seu tesouro. No entanto, há quem assegure, que de tempos em tempos, sempre ao anoitecer, é possível ouvir o tilintar das ferramentas no chão rochoso, bem como os gemidos do escravo ferido. ....................................

Page 9: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

9

Alênicon Souza - Redondo/PB O ROUBO DE SÃO JOSÉ Se no sudeste, de acordo com a tradição católica, é São Pedro quem responde pelo departamento das chuvas, cá no nordeste é com São José que os agricultores se entendem. Talvez porque José, enquanto trabalhador, carpinteiro, pai de família e provedor da casa, tendo vivido em uma região tão árida quanto a nossa, mais do que ninguém, entenda o drama dos agricultores sertanejos, em tempos de estiagens prolongadas. São José é também o padroeiro do Ceará, e nós do Alto Sertão, oeste da Paraíba estamos tão religiosamente influenciados por São José quanto pelo Padre Cícero. Aliás, como já observava perplexo o célebre Jackson do Pandeiro: “Como tem Zé na Paraíba!”. No desespero da seca, se as rezas, promessas e novenas parecem não lograr efeito, há um último recurso que raramente falha: roubar São José. A pessoa deve, ao meio dia, entrar numa residência sem ser visto pelos moradores e raptar um quadro ou estátua do santo e levá-la para sua casa. Então é só aguardar as chuvas. O rapto deve acontecer antes do dia dedicado ao santo, 19 de março. Se chover, a família deverá devolver a imagem “debaixo de acompanhamento”, ou seja, em um andor enfeitado de flores e fitas, em procissão, com benditos, velas, bandeirinhas e muitos fogos de artifício. Se não chover, será devolvida de maneira simples, o “ladrão” deve apenas trazê-la e pendurá-la na parede ou lugar de origem. Mas lembre-se, isso deve ocorrer ainda no mesmo ano. Na década de 1990, durante a seca, duas imagens de São José foram roubadas da casa do meu avô, no Redondo. No mesmo ano choveu e houve abundância nas colheitas. Ambas foram devolvidas no mesmo dia, ao fim do ano com muita festa e louvor. ......................

BATALHA- MONTE HOREBE

Daniel Caldeira – Batalha/PB A Cobra Preta Mamifera ! Em pleno varão , onde os passáros começavam a voar , ali onde ninguém acreditava ou ao menos suspeitava , na casa de Dona Maria , que estava em fase de amamentação , vivia uma cobra preta , abrigada no leito de sua cama . A cobra só saia a noite enquanto Maria dormia , com sua criança no colo , com a calda a serpente tapa a boca da criança pra que ela não chore ,e vai procurar o seio da Mãe da criança afim de tomar seu leite , a mãe adormecida , pensa que é a criança que está mamando e não se dá o trabalho de se levantar , passando alguns dias , maria percebe que sua criança estava emagrecendo gradualmente , sem que pudesse apontar a causa de seu definhamento , e essa rotina segue por dias , até que casualmente , uma noite José , o marido de maria , chegando de uma viagem , se depara com a situação , então ele rapidamente procura um objeto para matar a cobra e o primeiro objeto que encontra e um pedaço de madeira , matando a cobra a pauladas , ao esmaga-lá , o leite que a mesma ingeriu se espalha pelo piso , mostrando que a cobra estava a mamar há muito tempo . Historia narrada por Amelina Gonsalvés de Assis

Page 10: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

10

Obs : pode parecer ficção , mas ela promete que é verdade .

BARREIROS- CAJAZEIRAS

Naldy Pereira Barreiros/PB Quem conta um conto, aumenta um ponto.. DEODATO E OUTROS HEROIS.. As noites na casa de Deodato e sua filha Caimina eram sempre recheadas de historias, pai e filha estavam sempre metidos em todo tipo de aventura e ninguem ousava duvidar de sua veracidade. Foi em uma dessas noites que ela nos contou seu encontro com o temivel Guará... Era comum as mulheres daquela época lavrem roupa no açude e, naquela manhã Caimina estava lavando roupa sozinha. Foi quando o temido Bicho apareceu e Caimina não se intimidou. Corajosa que só ela, tirou a chinela e partiu pra cima do bicho. A luta foi intensa, porque o bicho era feroz, mas Caimina também não arredava e, depois de algum tempo o impensavel aconteceu, Caimina tinha matado o Guará de chinelada. E á quem duvidava de sua história ela exclamava: -E eu minto pai?? Ao q o velho Deodato, respondia: -Nunca "fia"!!! Mas quem não acreditaria??!!! E na outra noite estavam todos querendo ouvir mais uma historia da dupla.

Nalri Pereira – Barreiros/PB “Quem conta um conto aumenta um ponto” A VERDADEIRA HISTÓRIA DE JULIETA Desde criança o sonho de Julieta era ser mãe. Porém aos dezesseis anos muitas manchas roxas, sem motivos aparente, começaram a surgir em seu corpo. Seus pais procuraram um médico, mas devido aos poucos recursos da medicina na época, a doença foi diagnosticada sem cura. Então recorreram a um senhor da região que era tido como sábio. Ele a tratou com remédios naturais e disse que ela estava curada, desde que não tivesse filhos, pois isso significaria sua morte. Assim, seus pais à proibiram de namorar e casar-se, já que não existiam métodos contraceptivos e uma gravidez seria inevitável. Passou-se dois anos e em uma tarde ao passear com suas amigas ela viu um rapaz que estava de passagem por sua comunidade, ela não o conhecia, mas ao vê-lo disse: - Esse será meu marido! Ao chegar mais tarde em casa, para sua supresa, o rapaz estava lá. Ele se chamava Zé e era vaqueiro e, a família de Julieta costumava dar acolhida aos vaqueiros da região. Houve uma troca de olhares e ele prometeu voltar na outra noite. O namoro começou apesar dos protestos dos pais dela e uma semana depois Zé já a pediu em casamento, que não foi aceito pelos pais da mesma. Apesar da recusa o vaqueiro destemido falou: - Se vocês não permitirem, a gente vai fugir! Diante disso, três meses depois o casamento foi realizado e dois meses depois Julieta estava grávida. Apesar da grande alegria, a aflição atingia seus familiares. Ela teve uma gravidez tranquila, e sua filha Irma nasceu saudável. Porém quando a criança completou um mês de vida, Julieta começou a sentir fortes dores e foi levada para o hospital. Sentindo que era seus últimos momentos de vida, ela chamou seu pai e seu marido e fez o último pedido:

Page 11: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

11

- Zé, entregue nossa filha aos meus pais para que eles a criem. E pai, cuida da minha filha como se fosse eu! Nalri Pereira – Barreiros/PB “Quem conta um conto aumenta um ponto” BARREIROS FUTEBOL CLUBE O senhor João chegou na comunidade de Barreiros na década de 30, vindo da cidade de Feituria, Pernambuco, aos 11 anos, e aqui se estabeleceu cresceu e constituiu uma família. Por conta da sua cidade, todos conhecia João por Feituria. Ele resolveu criar um time de futebol para o pessoal da comunidade, já que todos trabalhavam muito na roça e não tinha nenhuma forma de lazer nos finais de semana. Ele juntou um grupo de amigos e passou a reuni-los em sua casa, já que era o ponto de encontro dos jovens do sítio. Ele organizou um mutirão para construir o campinho, que ficou conhecido como Tabuleirão, em dia de torneio o campo era demarcado com farinha, já que Feituria tinha uma budega em sua casa. Ele comprou um caminhão para transportar os jogadores e a torcida para os pequenos campeonatos que ocorriam na região. O time ate passou a ter uma torcida organizada pelas garotas do sítio.

PERNAMBUCO

PEDRA BRANCA- CUMARU

Luzenira Gomes Bezerra Luze - Pedra Branca/PE Como surgiu o Bloco Bicho de Chifre? O bloco surgiu a 11 anos um grupo de amigo jogava pelada quando um foi toma a bola do outro um disse: sai pra la bicho de chifre, ao termo do jogo eles tormando uma e comentando o jogo um falou no apelido que colocou no colega então um disse; como carnaval esta proximo vamos forma um bloco e colocar o nome BICHO DE CHIFRE, pois naquele mesmo ano fizeram um percuso passando varias comunidade, ate a cidade de Cumaru Pe. apois 5 anos o nosso bloco bicho de chifre cresceu muito e não tinha mais condições fazer o percuso então decidemos concentra o nosso bloco na nossa comunidade PEDRA BRANCA e hoje o Bloco esta comemorando 11 anos de sua fundação,objetivo FOI mostra para as comuidades que no sitio tem carnaval sem ser preciso vc ir pra grandes cidades, o objetivo foi alcansado hoje todas comunidades e a Ciddade de Cumaru

Page 12: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

12

participam do nosso carnaval, juntos comemoramos com hamonia pois é um carnaval entre familia. Luzenira Gomes Bezerra Luze - Pedra Branca/PE A HISTORIA DO AGRICULTOR VEJA: Nos anos 1988 quando cheguei em Pedra Branco conhecir velho pelo nome de seu Avilino um nobre agricultor ele era contador de historia e uma delas é essa: Ele contou que plantou semente de melancia quando o pé de melancia brotou ele foi conferir o tamanho da melacia, mais a melancia era tão grande que pra ele ver ele tevi que subir em uma escada pra chegar em cima da melancia quando ele chegou em cima a vistou a cidade Gravatá que fica a 30km. seu Avilino não gostava quer ninguém sorrisse das historia dele, ele contava com uma moral do contador de historia so as lembranças e as historia.

PARAÍBA AGRESTE

ASSENTAMENTO QUEIMADAS- REMÍGIO

Jázia Almeida - – Queimadas/PB Conta pequeno um agricultor do assentamento queimadas que no tempo em que ele bebia umas pingas (cachaça) ele voltava para sua residência a noite e em muitas vezer ele não acertava a caminho e se ariado (perdio), então ele olhava para o céu mirava para a lua e pedia para São Jorge ( para os católico e um santo guerreiro) o protege e mostra o caminho de casa então em pouco tempo ele chegava em casa guiado pelo seu santo protetor São Jorge ............................. Jázia Almeida - – Queimadas/PB Minha mãe contava nas noites que passaram que nos tempos mas antigo os bebês morriam de uma doença chada gasto ( infecção ) e eram enteradas em encruzilhada ou em morros de pedras. Um certo dia dona Josa foi tira leite da vaca bem cedo como de custume e ai perto tenho um pequeno morro de pedra, ela escutou o choro de uma criança bem alto, mas não se assustou e continuou a tira o leite e seguidamente escutou o choro novamente ela observou e nada e mas uma vez o chorar mas forte. Então ela parou e lembrou que sua avó e o senhores mas velho dizia que as crianças choravam porque eram

Page 13: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

13

pagão ( crianças que não era batizada) e queriam se batizar dai ela batizou o choro da criança e nunca mas ela ouvio o choro da criança

CEARÁ

ENGENHO VELHO- BARRO

Suênia Kadidja – Engenho Velho/CE “Quem conta um conto aumenta um ponto” Como dizia o velho ditado "lobo em pele de cordeiro" História narrada por Maria Bezerra. Em tempos em que a escuridão reinava, Luzes de lampião acesas era o que clareava, Um lobisomem atrevido, pelas redondezas andava, O bicho era tão inteligente que em pele de carneiro se enrolava. A meia noite se ouvia as pisadas e a respiração ofegante, E a reca de cachorro que acompanhava o tal do elegante, Latia tanto que até os mais velhos achavam aquilo intrigante. E um senhor com raiva daquele "funaré" irritante, Decidiu acabar com a farra do tal lobisomem Petulante, E prometeu daquele dia em diante pegar o bicho em flagrante. E o povo que achava que era conversa de enredeira, Ia era ter tamanha surpresa, que ia acabar com a Chiadeira. Pois num é que o velho numa noite de lua cheia, Avistou na cabeça da ladeira O tal do filho de chocadeira. Correu pra acompanhar a infeliz da zoadeira. Chegando perto do bicho o velho logo se espantou. Viu o bicho enrolado em pele de carneiro e suspeitou, Esse tal desse lobisomem que de bicho nem o nome Não vale nem o que come. O velho sabido que só ele,olhou prum lado pro outro Puxou da calça o revolver que até brilhava O bicho que de tanto medo se mijava Pediu até pelo amor de Deus "compadre não me mata". Por fim o velho descobriu que de bicho não se tratava

Page 14: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

14

Que o bicho que o povo falava era um rapaz que por ali andava. Quando o povo ficou sabendo, que o tal do bicho horrendo, Era homem e não lobisomem todo mundo se calava.

ESPINHEIRO- AURORA

Joaquim Cardoso – Espinheiros/CE eu sou. José Soares das chagas conhecido por José Pedro.tenho 84 anos moro na comunidade Espinheiro. vou contar minha Historia de um sonho e que se tornou realidade,isso aconteceu no dia 9/10/de 1985. eu sonhei eu na feira da cidade de AURORA, conseguir ver uma foto de um bicho feróis e eu no outro dia ,nem imagenava que algo pudesse acontecer com migo ,e fui para roçando uma distância de dois quilometro alretornar almeio dia fui agredido pela cobra salamanta. gritei pelo meu filho uma viverte mim mordeu . vio meu pé correndo sangue ,e serpente se emrrolou em um buraco. com um pedaço de pau, puchei as folhas do buraco avistei aquela serpente valei minha nossa Joaquim Cardoso - Espinheiro/CE Me chamo Francisco Antônio da comunidade do Espinheiro. Vou comentar uma história em que no ano de 1877, Aconteceu que minha bisa avô contou a minha mãe. Eram duas mulheres? Maria e Jacinta em uma tarde quente as duas estavam pilando, milho em um pilão de madeira Jacinta com o corpo suado bebeu uma caneca de água, logo em seguida Jacinta caiu no chão rocha como morta. Na época havia duas doenças, perigosas a cólera e a chamada bailarina. As cinco horas da tarde resolveram fazer o enterro no entanto a doença era contagiosa chegando no cemitério chega a chuva com uma grade tempestade, relâmpagos, trovoadas então a cova encheu de água e resolveram não enterra a moça, armaram a rede em uma árvore de 2 metros de altura e voltaram para casa e retorna novamente a manhã cedo mas a família teve um susto quando abriram a porta, a moça estava sentada em cima da rede, no batente da porta. A notícia se espalhou e Jacinta ficou reconhecida como morta-viva, Jacinta ficou envergonhada e foi morar com um tio dela na Paraíba e nuca mais deu notícia. Até hoje existe um cemitério histórico na comunidade chamado cemitério da bailarina.

Page 15: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

15

OITIS- MILAGRES Andréia Cândida – Oitis/CE COMADRE FLORZINHA A comadre florzinha (também conhecida como cabloquinha) e um espirito da protetor floresta que afugenta com seu chicote de cipó qualquer pessoa que ofereça algum tipo de ameaça a seus domínios. Um fato interessante sobre esse ser e que seu assovio engana as pessoas, quanto mais perto o som estiver mais longe ela esta, e quanto mais longe se ouvir o som mais perto de você ela estará. Dizem que sua aparência e de uma criatura de estatura pequena cabeça grande em relação ao corpo, orelhas grandes e pontudas e cabelos cor de fogo. Agora vou contar-lhes dois fatos que ocorreram com pessoas da comunidade; 1º Historia: Conta o meu avô, que quando jovem costumava sair para caçar, e um dia quando voltava de uma caçada com um amigo o seu cachorro começou a perseguir um animal e sumiu na mata a sua frente, pouco tempo depois ele e seu amigo começaram a ouvir barulho de latidos muito altos, e foram ver o que estava acontecendo. Quando chegaram lá não acreditaram no que viram, o cachorro estava amarrado pela perna com um cipó a vinte palmos de altura. Assustados os dois não contaram conversa desamarraram o cachorro e foram o mais rápido possível para casa. 2º Historia: José de Diná era um escravo que prestava serviço a uma família da comunidade. Certo dia a mando dos patrões, ele foi cortar lenha em uma mata próxima, chamada baixa funda, ao chegar lá começou a fazer o que lhe fora mandado. Algum tempo depois de começar a cortar a lenha começou a ser chicoteado. Apavorado voltou para casa sem lenha alguma e ao ver os machucados seu patrão quis saber o que havia acontecido. Ainda sem saber o que tinha acontecido ele tentou explicar o melhor possível, mas ele mesmo relatava só tinha visto o cipó, não quem o segurava. Então seu patrão o recomendou que ao sair para a mata ele levasse consigo um rolo de fumo para ele entregar a entidade pra que assim pudesse trabalhar em paz. E foi isso que ele fez rezando para nunca mais desagradar tal criatura. Andréia Cândida – Oitis/CE HISTORIA DA ORIGEM DO SITIO OITIS E DE SEU PRIMEIRO MORADOR. Em anos antecedentes a 1877 chegaram a esta região de Milagres CE, vindo das regiões de Icó e Paraíba, três jovens rapazes descendentes de Portugueses chamados: João Ferreira de Maria, Raimundo Ferreira de Maria e José Ferreira de Maria. Sabe-se que José Ferreira de Maria viajou para Pernambuco e por lá formou uma família. Raimundo Ferreira de Maria instalou-se em Milagres. E João Ferreira de Maria instalou-se no Sitio Tabocas, também chamado de Brejinho, aos cuidados de um Padre chamado Inácio de Sousa Rolim. João Ferreira de Maria casou-se com uma jovem chamada Rita Gonçalves do Sitio Fronteiro. Deles nasceram 9 filhos. O primeiro foi Antônio Ferreira de Maria. Neste período assolava, uma grande seca nesta região e ele tomou a decisão de ir embora para o Maranhão com sua mulher e seu primeiro filho temendo morrer de fome, pois soube que lá daria para sobreviver. Antes de partir, foi pedir um concelho ao Padre Rolim. E este pediu para que não fosse e lhe presenteou com um pedaço de terra para cultivar. Com o passar dos dias, no tempo da colheita se deparou com tanta fartura que não precisou mais ir embora. Seguindo o chamado de Deus o Padre Rolim, partiu para

Page 16: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

16

Cajazeiras, deixando João Ferreira de Maria aos cuidados de um coronel chamado Bernardino, onde sofreu serias dificuldades e maus-tratos junto com sua família. Um dia tomou coragem e decidiu morar no sitio Fronteiro na terra de sua esposa. O coronel ficou bastante furioso e tentou diversas vezes impedi-lo, mais não conseguiu. João pediu ajuda a outro coronel que se chamava Domingos Leite e este lhe fez uma proposta; Se João trabalha-se durante 2 anos para ele, o mesmo lhe venderia umas terras. Essas referidas terras, localiza-se na Malhada da BR 116, passando por onde hoje e o Oitis ate o Riacho do talhado. Ele trabalhou e assim comprou as terras. Fez uma pequena casa de pedras perto do pinga para tomar posse. Depois fez outra casa no centro do Oitis para morar com a família. Anos depois ficou viúvo e depois que organizou toda a família deixando tudo no seu lugar, resolveu casar novamente com uma moça da família de sua esposa, chamada Maria Cota, deste casamento teve mais dois filhos, Agostinho e Celestina. O nome Oitis foi dado por que na época havia inúmeras arvores de Oiti, hoje existem poucas arvores, pois sua madeira resistente era usada para artesanato por moradores da comunidade. Historia contada por Gilza Ferreira

OLHO DÁGUA DO CUMPRIDO -MISSÃO VELHA Valéria Rélvia – Olho D’Água/CE Decidi escrever sobre essa história porque minha mãe e a minha vó já haviam me falado bastante,mas nunca a história toda sempre contando por partes e mesmo assim eu sempre achei interessante. Na comunidade Olho D'Água Comprido viveu uma velha senhora chamada Elvira, ela morava em uma casinha de palha,Elvira era magra,alta,cabelos brancos,unhas grandes,seus olhos eram cobertos por uma nata e suas pestanas eram imóveis. Elvira casou-se com um homem que a mãe não aprovava e então a mãe lhe rogou uma praga,"Olhe você vai casar com esse homem,mas vai virar lobisomem toda lua cheia e o único filho que terá você irá comer". E foi o que aconteceu,ela comeu e vomitou um pedaço da criança, depois já humana ela enterrou, mas esqueceu uma das mãos fora da terra, os cachorros encontraram e o delegado da cidade que residia na comunidade obrigou Elvira a desenterrar o seu filho e levar entre duas telhas sobre a cabeça andando até a cidade, para que a criança tivesse um enterro normal, o delegado ao que parece encobriu a história por não haver como explicar o lado sombrio e folclórico, ele disse apenas que ela perdeu o filho. Como lobisomem Elvira corria as sete freguesias( ou seja os sete lugares), ela comia os animais que encontrasse durante suas andanças,dizem que certa vez perto de acabar a transformação ela encontrou-se com um homem que apontou uma arma,em sua forma normal ela pediu por sua vida, e ele não atirou contanto que ela prometesse não mais se transformar,ela disse que não poderia pois era uma praga, após todos comentarem o desaparecimento de alguns animais e se perguntarem quem poderia ser o lobisomem ele disse"O lobisomem é Elvira".

Page 17: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

17

Elvira tornou-se uma espécie de velho do saco usada pelas mães para que seus filhos passassem a obedecer. Elvira morreu de velhice com mais de 80 anos,ao que parece não resistiu mais se transformar em lobisomem.

PIAUÍ

ITAIZINHO- PAULISTANA

Railka Sá – Itaizinho/PI - Me chamo Railka, moradora da comunidade Itaizinho Paulistana PI. Meus avôs paternos moravam em um sítio quando eu era pequena, e nas férias sempre viajava para visitá-los, assim como meus primos também o faziam, como não havia luz elétrica as noites eram muito pacatas e como não se podia ver televisão eles sempre contavam histórias para nós, histórias estas que eles diziam ser verdadeiras, então vou relatar uma delas: Meu avô contou que aconteceu com ele em seu sítio. Durante a época de colheita de algodão, lavoura esta que ele cultivava, era comum contratar trabalhadores para fazer o serviço, na hora do almoço todos se reuniam embaixo de uma árvore para comer, foi aí que derrepente um dos trabalhadores caiu no chão e começou a se debater, como se estivesse tentando fugir de algo, algo que não foi visto pelos demais. Meu avô se ajoelhou próximo ao trabalhador e orou a oração do CREIO EM DEUS PAI... O rapaz parou de se debater e voltou a sí espantado, perguntando a todos se eles não tinham visto a criatura que parecia um homem coberto por pelos pretos como um macaco que havia o agarrado pelas costas e não estava deixando ele se mover. Isso deixou todos assustados.

Page 18: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

18

CONTOS DAS COMUNIDADES NOVAS

ALAGOAS

TINGUI – ÁGUA BRANCA Nivia Silva – Tingui/AL Olá sou Nívia,sou moradora do Tingui, vim contar uma história que meu pai me contou, é sobre uma lição que um caçador recebeu por caçar nos dias de domingo. Havia um homem daqui do nosso povoado conhecido por Tubaldo, ele era caçador de mocó e gostava muito de caçar nos dias de domingo. Num certo domingo em uma de suas caçadas, ele se encontrava perto de um morro chamado de lajeiro pelado, quando do nada começou a chover e ele procurou refúgio em baixo de uma loca de pedra. De repente apareceu na frente dele uma cabra preta de olhos de fogo, com peitos enormes cheios de leite que lhe perguntou se ele queria mamar(a voz do animal era grossa e assombrosa). Tubaldo mais que depressa correu assustado e nessa correria perdeu todas as caças que já havia matado, pois na correria tudo caiu do seu bornal de caçador. Daí por diante, ele deixou de caçar nos dias de domingo, pois foi muito grande o sufoco e medo pelo qual passou. ............................ Nivia Silva – Tingui/AL "O assovio do caboquinho" Muita gente daqui do meu povoado já ouviu o assobio do caboquinho( que muitos dizem que é um menino pequeno e negrinho, que leva na cabeça um chapeuzinho feito de fezes de animais). Ele geralmente assovia durante a noite, aqui no serrote, para muitas pessoas parece meio assustador( dizem que ele é uma coisa do além). Eu mesma já escutei e tive um pouco de medo; porque acontece o seguinte,por um instante parece que ele assovia bem distante da gente , e em pouco tempo,sem a gente perceber,parece que ele está assoviando bem aos nossos pés. Todas ás vezes que eu escuto ele assoviar á noite, eu sinto calafrios, dá uma sensação ruim. Dizem que se uma pessoa assoviar depois do assovio do caboquinho, ele pode aparecer na frente da pessoa.....Quem tiver coragem de tentar ver o caboquinho pessoalmente, espere ele assoviar e retribua o assovio, e seja corajoso pra esperar, porque ele vem! Boa sorte! .................................. Nivia Silva – Tingui/AL História contada por uma moradora daqui da nossa comunidade Tingui. Há 40 anos atrás, ainda não havia vacinação pra gatos e cachorros, e quando era tempo de lua nova,alguns animais ficavam com raiva(doidos) era uma doença muito esquisita e se um animal doente mordesse uma pessoa, poderia causar muitos transtornos. Conta-se que um homem( cujo nome não pode ser divulgado)morador daqui , resolveu fazer um passeio e era noite de lua nova, ele sabia que no caminho poderia topar com um cachorro doido, mas mesmo assim não se importou de sair de casa. Quando ele já estava na metade do

Page 19: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

19

caminho escutou uns rosnados e um barulho de mato se mexendo; ele logo pensou que se tratava de um cachorro doido e sem pensar duas vezes, começou logo a correr, pois não queria ser mordido pelo animal doente. Rapidamente ele subiu numa árvore,sem perceber que era na verdade um pé de mandacaru; o pobre homem ficou todo espetado e aranhado, e o bicho não o pegou. Depois ele conseguiu descer do mandacaru e se recuperar dos ferimentos. Gente essa história foi muito engraçada, o homem achava que era um cachorro doido, mas na verdade era apenas uma porca que estava solta. Tadinho dele. ( história real) ............... .................... Nivia Silva – Tingui/AL ( história real) " Lampião e a criança esquecida". Havia aqui no povoado Tingui uma família que estava em casa,era de tarde, quando de repente escutaram um barulho de cascos de cavalo,ou seja uma cavalaria que se aproximava de sua residência. Os donos da casa juntamente com seus filhos saíram correndo, em fuga pois sabiam que se tratava de Lampião e o seu bando, e na correria acabaram esquecendo um dos filhos (uma menina de apenas 2 anos). Quando Lampião e seu bando entraram na casa, a criança era a única que se encontrava, a menina começou a chorar de medo, e a mulher de Lampião Maria Bonita procurou consolar aquela inocente, ela passou a mão na cabeça da criança e perguntou aonde estavam os pais dela; a menina respondeu que não sabia e que no momento se encontrava tonta; Maria Bonita gostava muito de crianças e logo entendeu que os pais na fuga esqueceram aquela pequena,e a própria não sabia aonde se guardava o dinheiro( assim a criança foi poupada). O bando acabaram achando o baú da família, no qual se encontrava o dinheiro, o pegaram e foram embora. A família da criança voltaram pra casa aflitos, pensando que a criança poderia estar morta ou ter sido raptada, quando chegaram tamanha foi a alegria que sentiram quando viram que a criança estava bem. Essa história ocorreu com meus familiares. .......................... Nivia Silva – Tingui/AL Gente eu venho contar pra vocês uma história que os mais antigos moradores daqui do meu povoado(Tingui), contavam, sobre como Lampião escondia seu rastro pra policia não pegá-lo e nem alcança-lo. O rei do cangaço era um sujeito muito esperto, esperto como uma raposa velha, sabia fazer muitos truques e dessa forma conseguia despistar alguns curiosos e os macacos( policiais,eram assim que eles chamavam). Era assim, Lampião quando andava num caminho ou trilha, fazia a seguinte coisa, onde ele pisasse os outros pisavam em cima do seu rastro, assim ficava um rastro só, e dessa forma se tornava difícil saber sua localização; pois quem poderia adivinhar se aquele rastro era do bando de Lampião?! Repito, o cara era muito esperto! ............................ ............... Nivia Silva – Tingui/AL Essa história foi relatada por D.Estelita moradora daqui do nosso povoado. Trata-se de Lampião quando andou aqui no Tingui pra fazer maldades na casa do tio dela. D.Estelita tinha um tio chamado Neco que um dia teve sua casa invadida pelo bando de Lampião. Lampião tinha intenção de matar o morador da casa, ele pegou Neco e o amarrou no pau do telhado, para matá-lo fuzilado; a mulher de Lampião Maria Bonita teve muita pena

Page 20: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

20

daquele homem e intercedeu pra que ele não fosse morto, ela pediu em nome de Deus que ele não fizesse essa maldade; ouvindo isso Lampião resolveu aceitar o pedido e não matou o pobre homem. Isso foi um fato real, gente isto foi praticamente um milagre, pois quando Lampião queria matar alguém, ele logo matava, de forma alguma hesitava. O rei do cangaço era um homem de sangue frio, cara cruel e muito perigoso. Assasinou muita gente inocente. ............................. Nivia Silva – Tingui/AL ( história real) " Lampião e a criança esquecida". Havia aqui no povoado Tingui uma família que estava em casa,era de tarde, quando de repente escutaram um barulho de cascos de cavalo,ou seja uma cavalaria que se aproximava de sua residência. Os donos da casa juntamente com seus filhos saíram correndo, em fuga pois sabiam que se tratava de Lampião e o seu bando, e na correria acabaram esquecendo um dos filhos (uma menina de apenas 2 anos). Quando Lampião e seu bando entraram na casa, a criança era a única que se encontrava, a menina começou a chorar de medo, e a mulher de Lampião Maria Bonita procurou consolar aquela inocente, ela passou a mão na cabeça da criança e perguntou aonde estavam os pais dela; a menina respondeu que não sabia e que no momento se encontrava tonta; Maria Bonita gostava muito de crianças e logo entendeu que os pais na fuga esqueceram aquela pequena,e a própria não sabia aonde se guardava o dinheiro( assim a criança foi poupada). O bando acabaram achando o baú da família, no qual se encontrava o dinheiro, o pegaram e foram embora. A família da criança voltaram pra casa aflitos, pensando que a criança poderia estar morta ou ter sido raptada, quando chegaram tamanha foi a alegria que sentiram quando viram que a criança estava bem. Essa história ocorreu com meus familiares. ................................... .............................. Catarina Xavier – Tingui/AL ESCRITO POR ODETE XAVIER (MORADORA DO TINGUI) FUNDAÇÃO DO TINGUÍ EM MEADOS DOS ANOS INICIAIS DO SÉC. XIX CHEGAVA A ESTA TERRA UMA FAMÍLIA , NO QUAL O CHEFE SE CHAMAVA ARNALDO, ESTE FUGITIVO DE GUERRA. ENCONTRANDO TERRAS DESOCUPADAS PARA CRIAR O QUE QUISESSE , POR AQUI MESMO FICOU. DEVIDO UMA ENORME QUANTIDADE DE UMA ERVA CHAMADA TINGUÍ, SE ORIGINOU O NOME SÍTIO TINGUÍ. NÃO SABEMOS AO CERTO SUA NATURALIDADE, A QUEM DIZ SER HOLANDÊS. DO NOSSO CONHECIMENTO SÓ SABEMOS QUE EL TEVE UM FILHO POR NOME DE BRAGA, ESSE POR SUA VEZ GEROU MUITOS FILHOS OS QUAIS DERAM ORIGEM A UMA OUTRA COMUNIDADE VIZINHA, O ALTO DOS COELHOS, PEDRÃO... COMO ERA ORGULHO DOS BRANCOS OBTER ESCRAVOS, ARNALDO TINHA UM DE SUA INTEIRA CONFIANÇA, TALVEZ POR UMA PEQUENA DESOBEDIÊNCIA ELE FOI CASTIGADO, ESSE QUE JUROU VINGAR-SE. ATÉ QUE UM DIA TOMANDO CONHECIMENTO QUE SEU "SENHOR" HAVIA COMPRADO VENENO PARA MATAR ONÇA (QUE ERAM ABUNDANTES NA REGIÃO) ELE ENCONTROU A SOLUÇÃO PARA CONCRETIZAR SUA VINGANÇA.

Page 21: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

21

UM DIA SEU "SENHOR" AO SAIR PARA ÁGUA BRANCA, E AO MONTAR EM SEU CAVALO PEDIU ÁGUA, ELE IMEDIATAMENTE COLOCOU VENENO E LEVOU AO SEU "SENHOR". AO BEBER A ÁGUA LOGO CAIU DO CAVALO E MORREU, O NEGRO FUGIU, FORAM A PROCURA DELE E O ENCONTRARAM NO RIO MOXOTÓ, DIVISA DE ALAGOAS COM PERNAMBUCO, ESTAVA DESCANSANDO DEBAIXO DE UMA CARAIBEIRA. ALI MESMO FOI ENFORCADO E ENTERRADO NA AREIA DO RIO. ASSIM, AQUI SE ENCONTRAM O RESULTADO DA GERAÇÃO DE ARNALDO COELHO DE OLIVEIRA. Willas Soares – Tingui/AL HISTÓRIA REAL Uma história vou contar, de um senhor do meu lugar. Há muitos anos atrás, aqui no Tingui na serra do caraunã, tinha-se como de costume caçar aos domingos, pois era o único dia da semana, sendo que durante os outros dias, trabalhava na roça. Foi quando de manhã, pegou sua espingarda, sua mochila E saiu em busca de encontrar algo, na intenção de trazer para casa. Mais algo estava para acontecer. Chegando na serra, em uma pedreira se deparou com uma caça dentro de uma loca. Preparando-se, mirou e atirou. Entrou dentro da loca para pegar a caça, e ao tentar sair não encontrou mais a saída. Desesperado imaginou que tudo aquilo estava acontecendo por ser um dia de domingo. Então ajoelhou-se e muito arrependido fez uma promessa rezando o credo, que se conseguisse sair de lá com vida, nunca mais caçaria aos domingos. Ao terminar de rezar, avistou uma luz no fim da loca, e foi quando conseguiu sair de lá. Ele tendo isso como lição de vida, aconselhava aos outros caçadores, a nunca caçar aos domingos, pois é um dia sagrado. .............................. Willas Soares – Tingui/AL História dos Zoitomove ( Automóvel ) Naquele tempo, um homem voltava de Água branca e chegando ao meio do caminho onde só havia o silêncio da noite, avistou dois olhos de fogo que roncava muito. Assombrado, percebeu que a tocha que ele havia visto, corria rapidamente atrás dele. Com muito medo, arrochou a correr e se escondeu numa moita na serra do padre .E a tocha passou direto. O homem ficou tão gelado, tão pálido , quase morrendo de medo que correu para o Tingui. Chegando, foi contar para os amigos, dizendo... Sabe o que eu ví ! Um monstro com dois zoios de fogo roncando e correndo atrás deu. Os amigos cairam na gargalhada e falaram... Você viu foi um zoitomove. O homem respondeu: Eu não ví zoito ou nove não!

Page 22: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

22

Só era um, mais bem grandão e roncava muito... quase me pegou, se eu não caio na moita............. ........................................... Willas Soares – Tingui/AL HISTÓRIAS DO MEU LUGAR HÁ MUITO TEMPO ATRÁS, HAVIA UM HOMEM CHAMADO ARNALDO, AMIGO DO BARÃO DE ÁGUA BRANCA. DETERMINADO, LEVOU SUA FAMÍLIA PARA IR MORAR EM UMA FAZENDA, CHEIA DE ANIMAIS SILVESTRES, ONDE TAMBÉM EXISTIA UMA ERVA BEM VENENOSA, QUE CHAMA-SE TINGUÍ, TÍPICA DO NORDESTE, E MATAVA OS ANIMAIS NO PERÍODO DO VERÃO. POR SER UMA ERVA BEM CONHECIDA, ARNALDO NOMEOU A FAZENDA EM QUE MORAVA COM ESSE NOME, QUE AO PASSAR DOS ANOS TRANSFORMOU-SE EM UM POVOADO COM POUCOS MORADORES. COM A CHEGADA DE VIRGULINO FERREIRA, QUE POR TODOS ERA CONHECIDO COMO LAMPIÃO, UM HOMEM MUITO CRUEL. OS MORADORES TINHAM MUITO MEDO, E ENTERRAVAM SUAS JÓIAS E MOEDAS DE OURO, NUM BURACO, NO PISO DE SUAS CASAS. MUITOS QUANDO MORRIAM, APARECIAM PARA AS PESSOAS ATRÁVEZ DE SONHOS, PEDINDO PARA DESENTERRAREM O QUE HAVIAM ESCONDIDO, DANDO O NOME DE BUTIJA, PARA QUE PUDESSEM DESCANSAR EM PAZ. NESSE TEMPO, LAMPIÃO VINHA JUNTO COM SEUS CAPANGAS PARA ROUBAR E ASSUSTAR A PEQUENA POPULAÇÃO, NO QUAL DEIXOU MARCAS DE UM ASSASSINATO COM TRÊS VÍTIMAS. DEPOIS DE SUA MORTE, ESSE POVOADO PASSOU A SER UMA COMUNIDADE TRANQUILA, LUGAR BOM DE SE VIVER. TAMBÉM OS QUE AQUI MORAM, CONTAM MUITAS LENDAS QUE ACONTECIAM NA SERRA DO CARAUNÃ, UM PATRIMÔNIO NATURAL DO NOSSO POVOADO. UM DELES É O ESPÍRITO QUE CORRIA NO MEIO DO MATO CONHECIDO COMO O CAIPORA, CHICOTEANDO OS CACHORROS CAÇADORES, QUE COM SEUS DONOS CAÇAVAM A NOITE, O FOGO CORREDOR QUE ASSUSTAVAM COM UMA TOCHA DE FOGO QUE NUNCA APAGAVA…ENTRE OUTRAS LENDAS QUE SE OUVIAM NESSA SERRA. AO LONGO DOS ANOS TUDO MUDOU. VIVEMOS EM UM LUGAR TRANQUILO E SEM LENDAS, SÓ EXISTINDO NA MEMÓRIA DOS MAIS VELHOS. WILLAS SOARES DE ARAÚJO (TINGUÍ ÁGUA BRANCA AL.) PARTICIPANTE DO GRUPO COEP Willas Soares – Tingui/AL Meu Cantinho Precioso Sobre o Tingui vou falar Onde fica o meu lar, Minha terra do coração Que é meu pedaço de chão, Sou menino dessa terra Um pequeno sonhador,

Page 23: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

23

Mim inspiro nas histórias Do tempo de meu avô. Willas Soares de Araújo (Tinguí Água Branca Al.) Mayhara Vieira – Tingui/AL 6 de fevereiro às 22:21 Oi, meu nome é Mayhara, sou moradora da comunidade Tingui e agora participante da equipe mobilizadora da mesma. Minha história não é bem um uma história kkkk no sentido da palavra, é um costume que se tinha no Tingui. Antigamente quem queria casar só poderia ser na cidade, porque não havia igreja na comunidade, sendo assim os noivos e os padrinhos tinham que se deslocarem para a cidade que era Água Branca, mas o transporte não era carro porque ninguém tinha, então o cavalo era o meio de viagem, era uma viagem cansativa. Ate ai, nenhum grande problema, mas a grande questão era como os noivos e padrinhos poderiam chegar a igreja com os trajes do casamento limpos? Então a resolução era que eles iam com roupas simples, que usavam em dias de festa e novena de santos e levavam o vestido de noiva e a roupa do noivos em malas que um padrinho ficava responsável de levar e quando chegassem na igreja trocavam de roupa na sacristia. A noiva ia vestida com sua roupa simples e com um capa que minha conta que se chamava "Parapó". Depois de ocorrer a cerimônia s noivos trocavam de roupa novamente e a noiva vestia o parapó de novo. Quando chegavam na comunidade duas pessoa iam ao encontro dos noivos com duas pernas de peru, cozinhada lógico, e entregavam a eles. Então novamente os noivos trocavam de roupa e iam receber os cumprimentos dos convidados, almoçarem e depois dançarem ao som da sanfona e triângulo na sala da casa dos pais da noiva, onde acontecia o casamento. ................................ Nubia Oliveira – Tingui/AL 8 de fevereiro às 15:08 · Delmiro Gouveia E tudo aconteceu numa manha de domingo...na comunidade Tingui,ano de 1987,comunidade com poucos moradores,mas moradores esses observadores,atentos a tudo e a qualquer fato que porventura viesse a ocorrer.Pois bem,lhes digo meus amigos,que nesse dia acontecera e homem,mulher,fosse jovem,idoso ou criança,todos vieram a observar o ocorrido. Eis que surgiu entao uma mulher de branco,bonita,cabelos esvoaçantes,pele fidalga,olhos azuis,descalça,correndo em desparada pelas ruas da localidade.De imediato,o fato aguçou a curiosidade de todos que correram para ver de onde ela tinha vindo,o que estava fazendo ali,quem era ela...e o caminho o qual ela tomou foi em direçao a serra,numa corrida desenfreada...e todos em sua busca foram... Depois de muito procurarem,acabaram-na encontrando em meio aos espinhos...nao havia uma so parte do corpo que nao estivesse cheia de espinhos....as pessoas que atras dela foram a resgataram e a trouxeram de volta para a comunidade...e por essa estranha ja haviam pessoas esperando.Era uma fugitiva de um MANICOMIO. ME CHAMO NUBIA,MORO ATUALMENTE NA COMUNIDADE E ESSE FATO REALMENTE ACONTECERA... ................................. Nubia Oliveira – Tingui/AL

Page 24: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

24

Era uma manha de segunda-feira.Dois moradores da regiao,criadores de gado,rebanhos esses que eram criados soltos na serra,serra essa que tinha dono,eram terras de donos de gado,terras que eram e sao demarcadas por cercas de pedra,antigas cercas construidas mao a mao,pedra por pedra empilhada demarcando certeiramente cada propriedade. Nessa manha de segunda-feira,os dois pegaram suas espingardas,eram dois irmaos,e resolveram sair em busca de recolher o gado solto na serra e ao mesmo tempo aproveitar no caminho a caçada ,se porventura aparecesse algum bicho,o que era muito comum acontecer ha 40 anos atras.E la se foram os dois,conversando,fumando um cigarro de palha,subindo a serra ... No caminho ainda deram alguns tiros dos quais acertaram em sua maioria.Mas chegou uma hora que um disse para o outro: -Vamos nos separar pra juntar o gado mais ligeiro!Eu vou por esse lado e vc pelo outro.No Caldeirao dos Teixeira nos encontraremos.E assim fizeram.Horas se passaram,a sede e a fome chegando.Um dos irmaos chegou no lugar marcado e o outro nao.Entao,o que chegou sentou-se numa pedra,sol a pino do meio dia,ele com muita sede e fome,ficou ali,esperando pelo irmao.Pegou uma cuia velha que tinha na beirada do caldeirao e matou a sede...e o tempo passando,passando e nada do irmao...quando de repente uma voz distante,mas muito,muito distante,muito distante mesmo: -EIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!! Ele se arrepiou todo na hora!Era um medo,mas um medo tao grande que gelado ficou.Ele decidiu responder no mesmo tom,pois ate poderia ser seu irmao: _EIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!! De repente,a voz respondeu um pouco mais proximo do local onde ele estava: -EIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!! Eita!que ele deu um supapo!Mas respondeu,gelado de medo,mas respondeu! -EIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!! Menino,nao e que a voz respondeu de volta!E dessa vez bem pertinho dele: -Eiii!!! Rapaz,esse homem deu uma carreira tao grande,mas tao grande nas veredas da serra pegando o trio de casa que nem foguete pegava!!!!! Chegou em casa de um jeito que cor nenhuma esse homem tinha...deixou pra tras espingarda,borneu(uma bolsa de pano cru com um cordao para colocar a caça),chapeu...e olhe so quem ele encontrou de cara:o irmao que disse assim: -Oxi,num lhe esperei nao...quando passei no caldeirao voce nao tava,vim mimbora pra casa... O irmao,ainda recuperando-se do susto,da carreira de volta pra casa,narrou todo o acontecido e todos que ouviam o fato narrado chegaram a uma conclusao: -A voz era de um homem que morreu na serra,era a alma dele vagando pelas bandas de la.... .......................

Page 25: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

25

TABULEIRO – ÁGUA BRANCA Jailma Gonçalves Feitosa – Tabuleiro/AL Atividade Extra: "Quem conta um conto aumenta um ponto" O dia que fizeram a festa. Algumas décadas atrás era tempo de festa junina, o pessoal gostava de fazer várias comidas derivadas do milho para festejar o São João e o São Pedro aqui no Distrito Tabuleiro - como dura essa tradição até hoje por aqui. Mas, só quem tinha roça nessa época era Sr. Antônio Vicente, o homem era tão ruim que saía da sua casa e subia a serra pra vigiar a roça durante a noite. O pessoal não sabia como fazer para conseguir o milho, depois de ter pedido para ele e ele não ter concedido. Foi então que cinco homens tiveram uma ideia... Já era mais de onze da noite – naquele tempo esse horário era muito tarde - a lua não tinha saído aquele dia e Sr. Antônio Vicente já tinha subido no pico da serra, armado sua rede no pé de umbuzeiro onde era sua roça e já estava dormindo. De repente chega cinco assombrações vestidas de branco e diziam com um tom de voz assombrada: “ -No tempo que eu era vivo comia carne no dente, agora que eu já estou morto eu vou comer Antônio Vicente”. Repetiram umas três vezes essa frase e seu Antônio Vicente saiu em disparada descendo a ladeira para chegar logo a sua casa. Chegando lá, por causa do susto, o velho estava mais branco que as assombrações que tinha visto. Seu Antônio depois do susto, só voltou na roça com mais de um mês. Quando chegou lá viu que não tinha mais futuro, a roça estava toda virada ao avesso, eram poucos os pés de milho que se contavam. E os cinco homens depois das boas risadas, aproveitaram a roça e pegaram vários sacos de milho para fazer a festa no dia seguinte. A festa começou às 18h00 e só terminou ao raiar do dia e comida era o que não faltava: canjica, mungunzá, bolo de milho... Tinha tanto que no final da festa ainda sobrou e o pessoal levou pra casa para comer com café. Jailma Gonçalves Feitosa, Moradora do Distrito Tabuleiro - Água Branca, AL. .......................... Jailma Gonçalves Feitosa – Tabuleiro/AL Atividade Extra: "Quem conta um conto aumenta um ponto" Em tempo de lampião ninguém brincava não! Vou contar uma história que hoje não se vê mais, Lampião tratava os outros como tratava de animais. Era conhecido no Tabuleiro, E era muito bem recebido Por seus amigos coiteiros. Um deles era vô Sabino, Um homem tão disposto, Que parecia um menino. Ele fazia o posto

Page 26: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

26

De amigo nordestino, E também, amigo dos interinos Do compadre Virgulino. Como era de costume, Lampião tinha bom gosto, Sempre chegava em volume No horário do almoço. Os cabras estavam tão afoitos Que a fome estava no rosto, Dos coitados sem introitos. Ao chegar a boia do dia Acabava a agonia Daquela monotonia. E Virgulino já sabia Que a comida estava boa Mas ainda teve gente Que falou mal da leitoa Lampião insatisfeito Com o mal agradecido Perguntou qual o defeito Do que ele tinha ingerido. Zé Macaco cabra mal Disse que faltava sal No que ele havia comido. Então Lampião Não gostou disso não. Perguntou ao Seu moço Se na casa tinha sal grosso Pra calar o maldito. O compadre foi num instante E trouxe logo o pedido. "- Coma agora capiroto!" Disse lampião com desgosto Daquele pobre descomposto. "-Coma logo tudo!" Enfatizou ao linguarudo. O cangaceiro Lampião Tinha pena de mal agradecido não! (Fonte da imagem: Google) Jailma Gonçalves Feitosa - Moradora do Distrito Tabuleiro, Água Branca - AL. Jailma Gonçalves Feitosa – Tabuleiro/AL O bicho que corria.

Page 27: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

27

Tempos atrás, era noite no Tabuleiro, a lua cheia estava a iluminar, nenhum pé de pessoa na frente das casas - conversando histórias como de costume - e dona Mazé precisava ir na casa da comadre Ana entregar alguns tabuleiros com cocadas para ser vendido no outro dia na cidade (Água Branca). Como a história dos bichos que corriam soltos era de seu conhecimento, ela chamou sua filha, para não ir só, e saiu à casa da Comadre. Antes disso o marido já deu o alerta às duas: "- Tomem cuidado, tem bicho solto por aí pegando as pessoas que perambulam nas noites de lua cheia!" Escutado isso dona Mazé, corajosa, não falou uma palavra, pegou na mão da filha e seguiu seu destino. No meio do caminho ouvia-se apenas os cantos das corujas, elas andavam ligeiro e a mãe pensando nas palavras dita pelo marido, olhava para todos os lados para ver se percebia algum movimento estranho (não era medo, era precaução), mas nada tinha visto. Chegou na casa da comadre, entregou as cocadas, tagarelou um pouco e teve que ir embora logo porque a filha já estava cochilando debaixo da sua saia. Se despediu do pessoal e fez a trajetória de volta para sua casa. A menina manhosa, andava trambicando com sono, dona Mazé resolveu levá-la no colo e da mesma forma quando foi, não encontrou uma pessoa na frente das casas. A doceira achou muito estranho, pois as pessoas ficavam até altas horas conversando sobre histórias de trancoso nos terreiros... Passado pelas casas, ela teria que passar por um beco escuro, era a pior parte do caminho que ela achava, então dona Mazé andou rápido para chegar logo em casa, pois a filha cansava muito seus braços e aquele trecho não agradava-a. Tinha razão, era a pior parte, ela percebeu alguns vultos atrás dela, mas a senhora era corajosa, não tinha medo dessas coisas era devota fiel de Padre Cícero. Então quando percebeu que havia algo malamanhado perseguindo-lhes e não podia fazer nada pois as mãos estavam ocupadas levando a filha no colo, ela começou a falar: "-Meu padim pade Ciço, que no sertão viveu, protege os desprotegidos, os necessitados teus". Então o bicho que lhes perseguia fez um barulho muito estranho. Dona Zefa, devota fiel, percebeu que o bicho sumiu e depois disso chegou em paz na sua casa. Jailma Gonçalves Feitosa - Moradora do Distrito Tabuleiro - Água Branca, AL. .........................

MAXI – ÁGUA BRANCA ...................... Maria Andrade – Maxi/AL A menina e um local assombrado Na comunidade existia uma criança que sempre dormia na casa da tia pois, a tia sempre dormia com suas crianças porque o esposo morava fora, então aquela menina ia todas as noites para fazer companhia para os demais da casa. O deslocamento da sua casa até a casa passava por um lugar que os moradores falavam que ali era assombrado, sempre viam coisas inacreditável. Contava ela em que uma certa manhã, quando voltava da casa da tia ao passar na frente desse local onde se tinham várias árvores, ouviu a voz dizendo suavemente o seu apelido biliquiiiiinhaaaaaaaa, contava que ao olhar viu três crianças vestida de branco. Ela assustada olhando em direção da estrada que dava acesso a casa da sua vó, saiu correndo assombrada até chegar pedindo socorro.

Page 28: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

28

Depois daquela manhã que para ela foi uma manhã assustadora não passava mais sozinha naquele lugar, e sempre que ia a casa da sua tia pedia que uma pessoa o acompanhasse. Maria Ferreira Povoado Maxi-Água Branca-AL Indicada pela Associação da Quixabeira .......................... Maria Andrade – Maxi/AL A comunidade e o sonho do seu povo Havia uma comunidade em que seu povo sempre sonhava por um lugar melhor. Era um lugar de povo humilde, agricultores que vivem na luta do dia a dia. Festa comunitária não se falava muito ali, quando se tinha festa era apenas encontros religiosos, onde a juventude se reunião na sombra de um pé de árvore chamado umbuzeiro para louvar a Deus, fazer aula de catequese e até mesmo a 1ª comunhão era feito na sombra daquele famoso umbuzeiro. Um Belo dia ao meio desses encontros, a juventude se despertou para buscar um sonho, o sonho da construção de uma capela, por sua vez uma jovem chamada Maria que sempre coordenava aos encontros, articulou a juventude para que todos conscientizassem seus familiares para se unirem e lutarem por um lugar melhor e diante disso começar a realizar o sonho daquele povo. Então aos onze dias do mês de outubro de 2009 começaram a união de um povo que juntos lutariam pelos mesmos objetivos e, havendo ali uma reunião para formar uma associação e juntos buscar dias melhores. Nessa reunião, indagou a jovem ao povo da reunião: - Qual será a nossa primeira luta? Responderam todos- A construção da nossa capela. Terminando a reunião saíram todos com o compromisso de participar das vendas de bingos e sorteios e ir em busca de doações em comércios, prefeitura e povo em geral. Depois dessa reunião se pensava em trabalhar com coletividade. No ano de 2010 já se recebia nas reuniões pessoas de secretarias municipais, pessoas do banco do nordeste para se fazer projetos, como também já se tinha parceria com associação vizinha da Quixabeira, trator para se arar Terra entre outras.... Ummm!!!!!!!!!!! Chega o grande dia o início da construção da tão sonhada capela, e começou fazendo os mutirões aos sábado e domingo onde via no alegria dos pedreiros, jovens e mães de família trabalhando sem parar, todos voluntários para o sonho realizar . Chagando ao fim da construção em 2011,e ali realizando naquela comunidade a 1ª festa de padroeiro para o povo louvar e ao mesmo tempo se animar, a cada noite era uma emoção, com apresentações, dramatizações com jovens e crianças da catequese e ao mesmo tempo se envolviam, participavam e se contagiavam toda comunidade uma beleza de se vê. E assim continua a caminhada, trabalhando juntos em prol de toda comunidade.

SALGADINHO- ÁGUA BRANCA Iraneide Santos – Salgadinho/AL A historia da comunidade salgadinho A comunidade salgadinho foi fundada com muita garra , enfrentamos tudo para podermos conseguir aquela terra ,pessoas que ajudaram desde o inicio da jornada , pessoas que

Page 29: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

29

entraram agora nos ajudaram e ainda ajudam para que nossa comunidade cresça não falo crescer financeiramente , crescer com todo mundo ajudando a plantar , colher , criar animais enfim... Embora tudo isso a água não tem, mais a comunidade junta , um dia para cada pessoa nos ajuda a colocar água para os animais que ficam em seus hectares. Marye Gomes – Salgadinho/AL A lembrança de um tempo feliz que recordei que já mais vou esquecer Mudavamos de lugar para lugar a procura de abrigo, nós não tínhamos terra nem casa, eu ,meu marido e meus cinco filhos. Hoje tenho nove filhos eu era muito fraca naquela época, meu marido trabalhava alugado de dia a noite para poder nos sustentar. Morei em uma casinha na serra de água branca momentos que passei por lá mais hoje pertence a outra pessoa,dai vim morar nessa comunidade associação nossa senhora da Conceição e meus filhos hoje uns estão na luta e outros estão formados. Hoje eu digo pra todos vocês trabalhei,lutei e venci. Esta é a história da minha mae: Maria joaquina ..................

SERRA DO MEIO – ÁGUA BRANCA

Fabio Pereira – Serra do Meio/AL O LOBISOMEM E A COMUNIDADE SERRA DO MEIO Era uma noite muito bonita. A lua com seu esplendor assemelhava-se a uma grande jóia no céu. A claridão era tamanha que poderia se ver os arredores da casa nos mínimos detalhes. José como sempre, estava no quinto sono, e eu como em todas as noites, demorava a adormecer. O relógio já soava a meia noite. Quando de repente escutei um dos sons mais horríveis da minha vida. Minha mente buscou explicações para tamanho barulho. Pensei! Será uma onça? Um gato do mato? Ou um cachorro raivoso? Muitas explicações me vieram à cabeça, quando mais uma vez, ouvi o mesmo barulho. De repente, um cheiro muito forte foi exalado. O cheiro parecia uma mistura de cachorro molhado como cheiro de gambá, nunca tinha sentido algo parecido. Olhei para José pensando que ele teria acordado, mas, dormia como um anjo. A essa altura o animal já se aproximava de casa. Os buracos na parede, coisa comum nas casas de taipa, iluminavam o quarto com o clarão da lua, foi quando criei coragem e olhei por uma pequena brecha na parede. Ao vê-lo não acreditei. Era um Lobisomem. Minhas pernas tremiam, fiquei sem fala. Parecia um sonho, porém, a medida que o animal se aproximava, percebia claramente que se tratava de um Lobisomem. Tinha mais ou menos uns dois metros de altura; era muito peludo, parecia um urso. As garras e os dentes deixavam qualquer facão no chinelo; seus olhos brilhavam mais que chamas de fogo. Suava frio. Fiquei congelada.

Page 30: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

30

O animal passou do lado da minha casa, ainda bem que só passou. Deitei-me na cama, não consegui dormir. Ao amanhecer do dia, perguntei a José se ele teria escutado algum barulho na noite passada, ele respondeu que não. Ao conversar com os vizinhos sobre o acontecido, todos ficaram assombrados, nenhuma pessoa além de mim tinha visto tamanha aberração. Passei uns bons tempos assombrada, mas, graças a Deus, nunca mais viu o tal do Lobisomem. Por: Fábio Pereira dos Santos Comunidade Serra do Meio – Água Branca / AL, indicação Quixabeira. Fabio Pereira – Serra do Meio/AL A ENCRUZILHADA MAL ASSOMBRADA Em uma noite de sexta feira, eu e meus irmãos voltávamos da escola. Como minha casa ficava um pouco distante do ponto do carro, tínhamos que andar mais ou menos uns dois quilômetros. Era uma noite sombria, não se via um palmo a nossa frente, o silêncio pairava no ar, ouviam-se apenas o som do vento nas árvores. O canto da coruja rasgava o silêncio da noite. Em nosso percurso, tínhamos muito medo em passar pela encruzilhada, pois, histórias tenebrosas eram contadas sobre esse local. Antigamente em nosso povoado crianças pagãs (não batizadas) eram enterradas nas encruzilhadas. Tal prática era comum, visto um grande número de crianças que vinha há óbito. Segundo os mais velhos, a cada sete anos, as crianças enterradas nessas encruzilhadas choravam como uma forma de chamar atenção para serem batizadas. Por esse motivo, tínhamos muito medo em passamos nesse local, sem contar na pequena e velha igreja que tinha no centro da encruzilhada. Nesse dia, eu vinha um pouco mais a frente, quando de repente ouvi um choro de criança. Fiquei paralisada, e lembrei-me das histórias que meu avô me contava. Quando olhei para pequena igrejinha avistei um vulto, que flutuava de um lado a outro da estrada. Ao olhar novamente percebo que era uma alma de criança pagã. Meus pés ficaram dormentes, travei. Seu rosto era pálido, os olhos fundos, jeito de criança morta. Veio-me um arrepio do fundo alma. Ele parou e fixou os olhos em mim. De repente começou a se distanciar, passando entre as árvores e os arames das cercas, ao chegar a certa distância parou me olhou novamente, ao virar o rosto para chamar meus irmãos ele desapareceu. Ao chegar em casa contei a minha mãe, mas, ela não acreditou, falou que foi coisa da minha cabeça. Ao conversar com meu avo, ele me disse que, tinha viso uma alma pagã, e me pediu para criar coragem e batizá-lo caso visse novamente. Por: Fábio Pereira dos Santos Criação artística: Gil Comunidade Serra do Meio – Água Branca / AL, indicação Quixabeira.

Page 31: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

31

CARAIBEIRA DOS TEODÓSIOS- PARICONHA

Cinthia Gomes – Caraibeiras dos Teodosio/AL Historias lendas Ha muito tempo atras diz os mais antigos as primeiras famílias que vieram morar em caraibeiras. Dona Maria conta as historias que foram passadas de pais pra filhos, quando moravam no auto numa casa simples se espalhou que uma família tinha muito dinheiro e joias em ouro, quando falava que Corisco "mais conhecido como diabo louro" e seu bando estavam por perto todos ficavam com medo e se escondiam nas matas pra ñ serem encontrados mas uma certa noite ele veio ate essa família para pegar seu dinheiro e o ouro que ele tinha guardado, se resistisse desse pra cabra valente era morto, ele deu tudo que tinha e ainda comeram e beberam na sua casa e passaram a noite só foram embora de manha, durante muito tempo o povo que vivia nesse lugar ficaram com receio que ele voltasse então quem tinha dinheiro e outros bens escondiam em caixas de madeiras e enterravam e fingiam que ñ tinha nada.Também se fala que quando algumas pessoas morreram que tinha enterrado o dinheiro a parecia em sonhos pro parentes acharem mostravam o local que estava enterrado o dinheiro e a pessoa que sonhou ñ podia falar pra ninguém se ñ a botija sumia diz a lenda é um mistério.”Historia contada por uma moradora de Caraibeiras dos Teodosio”.

CEARÁ FRANKILANDIA - AURORA

Ronaldo Magalhaes – Franklândia/CE COMUNIDADE DE FRANKILANDIA - AURORA - CE. DEIXO AQUI MAIS UMA PEQUENA HISTÓRIA, ESSA FALA DO SENHOR CÂNDIDO ABELHA.....UM HOMEM QUE APARECEU NA NOSSA COMUNIDADE, VIVEU MAIS DE 100 ANOS, UMA PESSOA CONSIDERADA POR TODOS COMO CURADO DE TUDO, POIS ELE ANDAVA COM 4 OU 5 SACOS, ESSES COM ROUPAS VELHAS, CANECAS VELHAS ENTRE OUTRAS COISAS....QUANDO AS PESSOAS DA COMUNIDADE LHE DAVAM COMIDA ELE GUARDAVA NOS SACOS, E SÓ COMIA APÓS 2 0U 3 DIAS, COMIDA AZEDA/PODRE, MAS ERA ASSIM QUE ELE GOSTAVA, QUANDO AS PESSOAS ENTREGAVA CAFÉ OU ÁGUA ELE COLOCAVA NUM CANECO SUJO E ENFERRUJADO, E INTERESSANTE, SÓ BEBIA RODANDO A LATINHA, DIZIA QUE ERA PRA UM LADO NAO FICAR COM RAIVA DO OUTRO....SENTAVA

Page 32: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

32

MEIO DIA NO SOL MAIS QUENTE QUE TIVESSE EM TERRA LIMPA E FICAVA LÁ POR HORAS, NINGUEM NUNCA VIU ELE RECLAMANDO DOR OU QUALQUER OUTRA COISA EM RELAÇAO A SAUDE....UM HOMEM VERDADEIRAMENTE CURADO E PROTEGIDO POR DEUS...TESTEMUNHO DOS MAIS VELHOS DA COMUNIDADE E MEU QUE AINDA CONHECI. ............................. Ronaldo Magalhaes – Franklândia/CE COMUNIDADE DE FRANKILANDIA – AURORA – CE. TRAGO AQUI HOJE MAIS UMA HISTÓRIA...CONTADA POR OS MAIS VELHOS DA COMUNIDADE LHES APRESENTO UM POUCO DA VIDA DE MANUEL SOBRINHO...UM SENHOR MUITO ENGRAÇADO E UM POUCO BRUTO....PRIMEIRO, O FILHO TOCAVA SANFONA E UM DIA NUMA FESTA TOCANDO RUIM E OS PARTICIPANTES DIZENDO..EITA SAFONEIRO RUIM ....AI ELE OLHOU SERIO E DISSE...É ESSA CABA TOCA RUIM MESMO....SEGUNDO....É A MAIS ENGRAÇADA....NOS TEMPOS DE TERTULHA ELE FOI UMA COM MAIS DE 100 PESSOAS E TAVA MEIO RUIM DA BARRIGA E COMEÇOU A ANDAR PELO MEIO E SOLTAR UNS VENTOS(BUFA)...DEPOIS DE SOLTAR UMAS 10 ELE ACABOU COM O FORRÓ E POR ULTIMO ELE CHEGOU PERTO DA BANCA DE CACHAÇA E SOLTOU OUTRA....NESSA HORA A SENHORA DA BANCA GRITOU EI MEU POVO É O DIABO DESSE VÉI QUE TA BUFANO AQUI....E ASSIM ACABOU A FESTA....HISTÓRIA CONTADA POR UMA FILHA, UM GENRRO, OS NETOS E OUTROS MAIS ANTIGOS DA COMUNIDADE.

COXÁ- AURORA Delvânia Aparecida Ferreira – Coxa/CE Sou da Comunidade Coxa! Quem da nossa comunidade nunca ouviu falar da lenda q ronda o hoje conhecido Serrote do Diamante,segunda a qual antigamente era um lindo e gigantesco palácio q cm o passar dos anos se tornou encantado,contam os mais antigos q a pessoa q conseguir desencanta-lo ficara cm todos os seus bens tornando-se assim uma pessoa rica,alguns dizem q para tal feito é necessario pegar o carneiro de ouro,outros dizem q é um pássaro grande e amarelo entre outras inumeras hipoteses. Era dificil o acesso ao local porem cm o passar dos nos mineiros comecaram a trabalhar na regiao e para transportar melhor os equipamentos construiram estradas no local possibilitando assim um melhor acesso ao Serrote do Diamante. Hoje o local é um ponto turistico,alem de sua beleza natural,atraves de uma promessa foi colocada no topo da pedra uma pequena estatua do Padre Cicero,devido ao grande movimento de pessoas as comunidades se reuniram para construir uma capela e comprar uma imagem maior do Padre Cicero. A imagem tendo 1.60 de altura,foi inaugurada a capela no dia 20 de Dezembro de 2014 cm uma grande possicao,hoje o Serrete do Diamante é muito conhecido nas comunidades vizinhas!

Page 33: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

33

SÍTIO GROSSO Geovane Oliveira – Sítio Grosso/CE Vou contar uma história real souber osso penitenite q meu avó contou ..a um bom tempo atrás religião dos penitenite era bem conhecida i muito respeitada pelo usso mais velhos q sua tradição era muito severa q ele se cortava com navais pra se castiga de alguma pertinência q ele n compriar ai acho q muita gente ja ouviro fala dos penitenite q anda emcarpuzado ou coberto pra n ser reconhecido .....

SERGIPE CACHOEIRINHA- GARARU

Givaldo Silva Santos – A baixa da perua: há mais ou menos 5 anos atrás eu treinava as segundas no time do povoado Macacas vizinho ao Assentamento Cachoeirinha Gararu Sergipe desta vez foi pouca gente e não teve treino, então começamos a falar em assombrações e foi anoitecendo e só tinha eu pra Cachoeirinha , Os outros seguiram destino diferentes. É aí onde entre a famosa baixa da perua por sua aparições de caixões e mulheres de branco, contam que quando passam carroças com animais à noite as mulheres sentam no banco junto com quem vai guiando, na ladeira vi um vulto indo de um lado ao outro, quando me aproximei era apenas um cachorro branco de Lampião um assentado. Moral da história se eu fosse mais medroso até hoje eu estava lá.

RIO GRANDE DO NORTE

BEBIDA VELHA - PUREZA Marcos Silva – Bebida Velha/RN Nesta ponte entre Bebida Velha e Lagoa da Prata, a uma lenda antiga, que toda noite quando da meia noite uma tesouro aparecer encima de uma subida, mais com este tesouro

Page 34: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

34

vem seus protetores, um macaco com rabo de fogo que ficar pulando de um lado para o outro da ponte, um carro com duas caveiras uma dirigido e outra oferecendo carona e em sina do carro os seus cachôes. Em quanto o rio ficar cheio de carchão descendo o rio cheio de velas. Este lugar ficar no caminho da minha comunidade, apessa que nunca vi nada mais tem quem diga que já vio e munca mais passará a noite por está ponte. ............................

José De Arimatéia Silva – Bebida Velha/RN Bebida Velha - Pureza - RN, em prosa e verso... BEBIDA-VELHA TEM UMA HISTÓRIA QUE NÃO É DIFICIL DE CONTAR, BASTA BUSCAR NA MEMÓRIA DA SABEDORIA POPULAR. ASSIM CONTA OS ANCIÕES COMO TUDO COMEÇOU FOI DE LUTA DE PEÕES QUE O NOME SE ORIGINOU. DOS VAQUEIROS SURGIU A HISTÓRIA DAS FONTES D,ÁGUA O SEU NOME SE NÃO ME FALHA NA MEMÓRIA NÃO FOI PRECISO SOBRE NOME. UM DIA EM SUAS BATALHAS UM VAQUEIRO AO OUTRO PERGUNTOU DIGA-ME SEM NENHUMA FALHA SE MINHA REIS VOCÊ ENCONTROU. UM DISSE PARA O COMPANHEIRO NA BEBIDA-VELHA ENCONTREI NÃO SEI MEU NOBRE VAQUEIRO SE TAL ANIMAL É A SUA REIS. POR BEBIDA-VELHA FICOU O NOME DESSE LUGAR PARECE QUE O POVO GOSTOU POIS NÃO SE VER NINGUÉM RECLAMAR AINDA BUSCANDO NOS ARQUIVOS NÃO FOI DIFICIL ENCONTRAR A HISTÓRIA DOS PRIMITIVOS QUE MORAVAM NESTE LUGAR. PENA SE FAZ LEMBRAR POIS NADA DELES RESTOU SÓ FAZ SE OUVIR FALAR DESSE POVO QUE SE OCULTOU. Autor: José de Arimatéia Bezerra Alves. ........................ José De Arimatéia Silva – Bebida Velha/RN

Page 35: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

35

"O FOGO DO BATATÃO" Em Bebida Velha antigamente, se falava de um tal de "fogo do batatão" que assustava muita gente naquela época então. Era só vir na estrada ou no tabuleiro a caminhar, logo vinha aquele fogo para direto lhe pegar. O sujeito se assustava e se punha a correr, caçando logo uma moita, pra "mode" se esconder. O sujeito apavorado jurava não mais pecar, pois não queria ser perseguido pro fogo não lhe pegar. Hoje em dia não se vê mais falar do "fogo do batatão", graças a Deus ele se foi e não se encontra mais então. Os antigos ainda dizem que o fogo existiu e que muita gente "braba" ao vê-lo sumiu, outros se tremiam todinho quando ele aparecia, pois pensavam logo que era seu ultimo dia. estórias popular, contada por anciãos de nossa comunidade. Por José De Arimatéia Silva

PARAÍBA SERTÃO MARIMBAS –CACHOEIRA DOS ÍNDIOS

Tony Francisco – Marimbas/PB HISTORIA DE COMO NASCEU A COMUNIDADE DE MARIMBAS E SUA TRADIÇÃO. A comunidade de São Jose de Marimbas situa-se a 18 km da sede cachoeira dos índios-PB, no seculo XIX chegou a essa localidade os irmãos ARISTOTILES GONÇALVES E DANIEL GONÇALVES , que compraram uma pequena propriedade e começaram a trabalha por alguns tempos, logo depois a senhor Aristotiles Gonçalves duo 9 tarefas de terra para construir a capela São Jose e depois foi se construindo varias casas até forma uma vila. Mais devido ser um lugar que havia muitos pés de cabaças colocaram o nome de MARIMBAS e como padroeiro São Jose, então batizou-se de São Jose de Marimbas, por esses tempos ate hoje SÃO JOSE MARIMBAS foi construindo a sua História. Entre as mais bonitas foi que, lá pelo meado do século XVIII, passou por marimbas O PADRE IBIAPINA, um dos franciscano que chegou ao Brasil junto com o PADRE ANCHIETA, com objetivo de catequizar, então com sua passagem foram deixados por algumas pelas regiões e em Marimbas deixou um CEMITÉRIO DO PADRE IBIAPINA CONHECIDO COMO "O CRUZEIRO MILAGROSO" nesse campo sagrado era sepultado as pessoas que morriam, conta a lenda que um homem passava a cavalo por volta de meia noite em lua clara e observou um homem de branco de joelho e postado ao pé da cruz, ele por conhecer-lo pois havia pouco tempo que o mesmo tinha sido sepultado não comentou nada, foi direto fala para cajazeiras comunicar ao reverendo Bispo aquele acontecido dizem o reverendo da é poca logo veio e o levou o corpo, ouvimos a história contada pelos mais velhos mais não sabemos o nome de nenhum dos dois, pois diz que não pode

Page 36: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

36

ser revelado pra não quebra o encanto. Hoje diante daquele cemitério as pessoas que necessita de alguma graça por estarem sofrendo de algum mal, se vale do santo cruzeiro e é antedido, deixando pés, braços, cabeças, parte de corpo feito de geso, madeira, barro como forma gratidão pela graça, o cruzeiro também é um ponto turístico que é sempre visitado por pessoas de todos os lugares. Marimbas também tem no dia 19 de março de cada ano a festa do padroeiro SÃO JOSE, onde temos a visita de milhares de turistas que vem rezar e prestigiar a maior cavalgada da região que junta mais de 700 cavaleiros e uma festa muito grande. E por fim resumindo nossa historia, MARIMBAS é a terra do repente onde ela é mãe dos poetas JOÃO ABEL PEREIRA, JOÃO EVARISCO, ALDINHO NONATO RAIMUNDO PRETO(EM MEMORIA), RAIMUNDO NONATO DA DUPLA "OS NONATOS" E A POETISA ANTONIA NONATO QUE RECITA E IMPROVISA VERSOS PARA SEU POVO. Esta ai um resumo da nossa história espero que deixem os leitores curiosos pra conhecerem mais nossa terrinha. Tony Francisco – Marimbas/PB O POETA QUE CANTOU COM DIABO Essa estatua é do poeta repentista RAIMUNDO PRETO(IM MEMORIA), conta sua filha TOINHA NONATO no começo do século XVIII, ele e seu companheiro iam montados para fazer uma cantoria num sítio distante, os dois iam proseando quando Raimundo preto si atrasou pro entra no mato enquanto seu companheiro seguiu, quando Raimundo preto acompanhou em passagem de um riacho debaixo de umas oitisicas um pouco escura viu quando uma pessoa montou na garupa do cavalo de seu amigo com a frente para traz, era um homem com os olhos vermelhos de fogo a língua grande e partida ao meio, chifres ele logo percebeu que era o diabo e tinha também um rabo grande, seu colega não estava vendo. Raimundo preto perguntou o que ele queria? e o diabo respondeu vim canta com você caso não aceite eu levo esse cabra, Raimundo preto por não ter escolha teve que canta aquela criatura macabra. Então começou o duelo entre Raimundo preto e o diabo, quando Raimundo fazia um verso grande o cão fazia outro maior sem nem se um esforço e assim foram duelando por algum tempo, já cansado e perdendo o duelo e também vendo que seu colega estava esmorecendo por que o diabo queria leva-lo, Raimundo preto lembrou que usava um rosário bento em seu pescoço tirou e começou a canta rezando o pai nosso e ave marias e batendo no diabo com seu rosário em cruz ai foi quando o diabo deu um estouro e desapareceu. então pararam para descansaram depois seguiram para cantoria com seu amigo que não entendeu nada que tinha acontecido só depois ele contou para o colega. essa história é contada por sua filha a poetisa TOINHA NONATO. então ele foi homenageado por ser sido um dos maiores repentista da região, com essa estátua a o lado do cavalo por MARIMBAS ter a maior cavalgada da região.

Page 37: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

37

Tony Francisco – Marimbas/PB A PEDRA DA RISADA CONTA OS MAIS VELHOS DE NOSSA REGIÃO QUE NA BEIRA DA ESTRADA DO SÍTIO SÃO JOAQUIM EXISTIA UMA PEDRA QUE QUANDO ERA A NOITE EM TEMPO DE LUA CHEIA OUVIA UMA RISADA MUITO ALTA PARECIA QUE ERA DE UMA PESSOA DE VERDADE, MAIS QUANDO IA VER NÃO TINHA NINGUÉM E DEIXAVA AS PESSOAS COMEDO. UM CERTO DIA O SENHO ZÉ FRANCISCO IA LOGO A MADRUGADA PARA CIDADE MONTADO EM UM BURRO TODO ARRIADO ELE GOSTAVA DE USAR OS AFOGUES (QUE ERA UTILIZADO PARA TRANSPORTA MERCADORIA DA CIDADE, NESSA MADRUGADA ESTAVA CHOVENDO E O RIA QUE PASSAVA TINHA COLOCADO UMA PEQUENA ENCHENTE. QUANDO ZÉ FRANCISCO PASSAVA PERTO DA PEDRA DA RISADA ELA DEU UMA RISADA BEM FORTE, ENTÃO O HOMEM APROXIMOU PRA VER O QUE ERA, OLHANDO ENTRE AS RAÍZES DE UMA OITICICA VELHA OBSERVOU QUE HAVIA UMA PANELA DE BARRO NAQUELE LOCAL, ENTÃO CURIOSO ZÉ FRANCISCO DESCEU DO BURRO E PEGOU QUANDO ABRIL VIU QUE ESTAVA CHEIO DE OBJETOS DE OURO, ENTÃO ELE COLOCOU DENTRO DOS AFOGUES E VOLTOU PRA SUA CASA SEM DIZER NADA. COM O TEMPO ELE SE TORNOU UM DOS HOMENS MAIS RICOS DE NOSSA REGIÃO COMPROU AS TERRAS DO SÍTIO SÃO JOAQUIM, ANGICAL TAMBOR, E OUTRA REGIÕES E SE TORNOU O PROPRIETÁRIO DE TERRA M MAIS RICO DA REGIÃO..

REDONDO II- CACHOEIRA DOS ÍNDIOS Lucineia Santos A PASSAGEM DO LOBISOMEM Por meio de almas frases vou contar-lhe uma antiga história contada pelo meu avô, o senhor Arsênio Rosendo. Um simples agricultor e ex-morador da comunidade de Redondo II. Em frente a sua residência se encontra uma estrada que dar acesso a outros sítios vizinhos. Seu Arsênio como era conhecido pela vizinhança tinha hábitos constantes durantes todas as noites. Deitava-se na calçada de sua residência e nela tirava várias sonecas. Em uma dessas noites resolveu fazer o que era de costume fazer, tirar mais um cochilo. Ao acordar percebeu-se que, justamente na estrada que fica em frente sua casa passava por ali,um animal diferente. Ele tinha o corpo peludo, de cor preta e era orelhudo. Logo seu Arsênio pensou. É o lobisomem. O animal continuou a andar no sentido Redondo I e seu Arsênio por ser tão corajoso não se intimidou com a presença do animal, apenas resolveu entrar para dentro de sua casa e acomodar-se no seu dormitório. No dia seguinte , toda comunidade de Redondo ficou informada da presença do lobisomem rondando na na estrada no silencio da noite

Page 38: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

38

PIAUÍ TANQUE VELHO -SAO BRAZ DO PIAUI

Nicole Cardoso – Tanque Velho/PI COMUNIDADE TANQUE VELHO -SAO BRAZ DO PIAUI A UMA HISTORIA QUE FALAM SOBRE UMA COBRA DE COR PRETA QUE QUANDO APARECE ESSA COBRA NUMA CASA, ONDE, HA MULHER QUE ESTA AMAMENTANDO PRINCIPALMENTE NOS PRIMEIROS MESES DE VIDA DA CRIANCA, A NOITE ESSA COBRA APARECE E SE ALIMENTA DO LEITE MATERNO SEM QUE ELA PERCEBA A NOITE, UM DIA ESSA MULHER RESOLVEU CONTAR QUE NAO SABIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO COM SEU BEBE, POIS HAVIA MUITO LEITE, MAS SEMPRE A NOITE A CRIANCA CHORAVA MUITO COM FOME, ASSIM SE PASSARAM VARIOS DIAS DESSE JEITO.....ATE QUE UM DIA SUA CUNHADA RESOLVEU DAR UMA OLHADA NO QUE ESTAVA ACONTECENDO A NOITE.....QUANDO ANOITECEU APOS ALGUMAS HORAS QUE TODOS ESTAVAM DORMINDO ELA RESOLVEU IR ATE O QUARTO......AO CHEGAR LA TOMOU UM GRANDE SUSTO......A CRIANCA QUE ESTAVA DEITADA DO LADO DA MAE, ESTAVA COM UMA COBRA DO LADO SE AMAMENTANDO DO LEITE DA MULHER E COM SEU RABO NA BOCA DA CRIANCA...POIS DESSA FORMA A CRIANCA IRIA PENSAR QUE ESTAVA SE ALIMENTANDO SA SUA MAE...E A MULHER COM MUITO SONO PENSAVA QUE ESTAVA DANDO DE MAMAR A CRIANCA....SUA CUNHADA SOLTOU UM GRITO E ASSIM TODOS LEVANTARAM PARA VER O QUE ESTAVAM ACONTECENDO.....TODOS ACABARANM DESCOBRINDO PORQUE TODO DIA A NOITE ACRIANCA CHORAVA COM FOME. ................................ Nicole Cardoso – Tanque Velho/PI LENDA DO NOSSO ESTADO PIAUI- COMUNIDADE TANQUE VELHO Cabeça-de-Cuia Crispim era um pescador que habitava as margens do rio Parnaíba, nas imediações em que o rio recebe as águas do Poti, zona norte de Teresina. Morava com a mãe, já velha e adoentada. Certa vez, depois de passar um dia inteiro sem nada conseguir pescar, Crispim volta para casa cheio de frustração e revolta. Pede à mãe alguma coisa para comer, e esta lhe serve o que tinha, uma rala sopa de osso. Irritado, Crispim grita que aquilo é comida para cachorro e, em seguida, pega o osso e parte para cima da mãe, atingindo-a várias vezes. Desesperado, o pescador sai correndo porta afora e se joga nas águas do rio, enquanto a mãe, agonizando, lança-lhe uma maldição: haverá de se transformar em um terrível monstro, que só descansará quando lhe forem sacrificadas sete virgens chamadas Maria. Crispim se transforma no Cabeça-de-Cuia, que surge do fundo das águas para assustar as lavadeiras e ameaçar os pescadores que pesquem em excesso, além do que precisam. Dizem que, durante a noite, o Cabeça-de-Cuia se transforma num velho e sai vagando pelas ruas de Teresina. .....................

Page 39: QUEM CONTA UM PONTO AUMENTA UM PONTO-2 - Uma rede de ... · Pobre moço vivia a pensar e todas as vezes o peito disparava a acelerar ... compreendendo as duas comunidades ... Dos

39

PERNAMBUCO RIACHO DE PEDRA –CUMARU

Dyovany Otaviano - Riacho de Pedra/PE Infelizmente, como estou chegando agora a comunidade COEP não tive a oportunidade de mandar a tempo, no prazo estipulado meu conto, mesmo assim estou publicando. Lobisomem em forma de porco ou porco em forma de lobisomem, eis à questão!!! Há muitos anos atrás no Sítio Riacho de Pedra de Cima, um sítio bastante calmo, bom de se morar e de um povo acolhedor, rondavam boatos de que um homem estava correndo lobisomem em forma de porco e apesar de suspeitas ninguém sabia de fato quem era a pessoa ou se existia realmente um lobisomem. Vários dias se passaram e o dilema continuava, o medo tomava conta daquele Sítio penetrando no imaginário das pessoas. Até que, em uma noite qualquer dessas de lua cheia, um jovem chamado Geraldo de uns 18 anos que fazia companhia a um grupo de senhores e clientes na barraca de seu pai Joaquim resolve ir mais cedo para casa, não esperando assim pelo seu pai. Geraldo estava apressado porque passara o dia todo ajudando seu pai na barraca e estava muito faminto e não queria perder a janta quentinha que a mãe fizera. Este jovem rapaz era muito esperto e não ligava muito para essa história de lobisomem que o povo falava e até debochava dizendo que queria topar um dia com esse porco, quero dizer com esse lobisomem. Porém, Geraldo sempre preferia se prevenir do que remediar e sendo assim, andava sempre armado com um revólver na cintura e esta pertencia a seu pai. Cai a "boquinha da noite" e por volta das 6 horas Geraldo se despede do pessoal e despreocupado pega o caminho para sua casa. Ao se distanciar da barraca do seu pai este se depara com uma escuridão assustadora daqueles de arrepiar até o cabelo do dedão do pé. Como à noite era de lua cheia esta só sairia mais tarde e tudo aparentemente corria bem, até que de repente e de forma inesperada Geraldo toma um susto, pois havia tropeçado em garrancho de árvore que estava no meio do caminho, ainda bem que só foi o garrancho. Imagina se não fosse! Geraldo se recupera do susto e segue cantarolando, até que percebe algo estranho se movimentando na pastagem à beira do caminho e sem temer o inacreditável acontece, o jovem se depara com a fera que assombrava o imaginário popular. Com medo, Geraldo tirou ligeiramente o revólver da cintura e puxou o gatilho, porém não disparou. Puxou mais uma vez e novamente não disparou. Diz a lenda que para atirar num lobisomem a pessoa tem que primeiro passar a arma entre as pernas. Lembrando disso, Geraldo tremendo por está nervoso passa arma entre as pernas e dá um disparo em direção ao porco gigante este avança para cima de Geraldo. Para não ser atacado Geraldo corre para trás e grita por socorro deixando a arma cair, pois vivia um momento tenso de muito pavor e terror, este consegue em meio ao desespero pegar a arma e efetua mais três disparos que definitivamente atinge o porco lobisomem espantando-o de uma vez da sua frente. Geraldo volta a barraca do seu pai e conta tudo o que aconteceu com ele e todos ficam abismados e preocupados. Ali mesmo bolam um plano para pegar este lobisomem que corre em forma de porco.