Quem tem medo das imagens inter

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  • 1. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011 1Quem Tem Medo das Imagens Internas dos Sujeitos das Pesquisas Empricas?Antonio Luiz de MEDINA2Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJRESUMOA importncia da pesquisa emprica no atual momento das cincias da comunicao e anecessidade de utilizarmos novas formas metodolgicas apropriadas ao contextocultural atual, ampliando assim as possibilidades de captao de dados. As dificuldadesprovenientes da coleta de dados sobre a forma exclusiva de textos verbais e aimportncia da utilizao de textos imagticos provenientes das imagens internas dossujeitos da pesquisa, principalmente no que se refere s pesquisas empricas qualitativasque procuram entender os sujeitos da comunicao nas suas relaes sociais, emespecial aquelas pesquisas que utilizam a teoria das representaes sociais.PALAVRAS-CHAVE: comunicao social, metodologia, pesquisa emprica, imagem,representao social.IntroduoO tema da INTERCOM 2011, Quem tem medo da pesquisa emprica, imediatamenteme remeteu aos problemas que ns, pesquisadores de cincias humanas e sociais,encontramos ao mergulhar no mundo da vida procura de dados e informaes quepossibilitem o alcance das melhores respostas s nossas indagaes. As possibilidadesde direcionamento da pesquisa so inmeras e as decises tomadas implicam em riscosposteriores relacionados quilo que no ser feito como atividade da pesquisa e que,possivelmente, poder fazer falta na anlise e concluso finais, limitando e enviesandoos resultados. As escolhas tericas e metodolgicas realizadas determinam como apesquisa se estabelece e determinam os seus limites. Os conceitos utilizados em nossostrabalho em comunicao social (massa, pblico, feedback, multido, duplo fluxo,colgio invisvel, indstria cultural, homem unidimensional, agir comunicativo,sociedade do espetculo, simulacro, tela total etc.) nos conectam com determinadasmaneiras de ver e pensar, com posies ideolgicas, polticas e filosficas queestabelecem possibilidades e limitaes. O perigo se tomar um determinado sabercomo absoluto e se tornar cego para as mudanas que acontecem no mundo da vida,criando para si prprio uma priso psquica. Uma forma de ver uma forma de no ver1 Trabalho apresentado no GP Teorias da Comunicao do XI Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicao,evento componente do XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao.2Professor visitante da Faculdade de Comunicao Social, email: [email protected]. 1

2. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011e temos que constantemente questionar as possibilidades e limitaes dos variadosreferenciais tericos que utilizamos:Rejeitando os saberes absolutos, uma das teses da epistemologia bachelariana a do aproximacionismo, ou seja, a idia de que a abordagem do objeto cientficodeve ser feita pelo uso sucessivo de diversos mtodos, pois eles se tornamprimeiro obsoletos, depois obstculos (Bachelard, 2004). A cincia dacomunicao, tambm, faz uso de diversos mtodos cientficos, como afirmaSantaella (2001, p.134), aplicao de metodologias mistas, integradas,complexas, metodologias estas que vem se acentuando como uma tendnciaespecialmente na rea de comunicao. H diversidade de mtodosempregados pela pesquisa em comunicao: dialtico, empirismo, positivismo,estruturalismo, sistematismo. Assim como de mtodos de procedimento:histrico, estatstico, estruturalista, funcionalista, comparativo, etnogrfico,tipolgico, monogrfico, estudo de caso (Marconi e Lokatos, 2007, p. 106) .Assim, a cincia da comunicao acaba por se caracterizar como umacincia aproximativa (Rosseti, 2010, pp. 79-80).As caractersticas do campo cientfico da comunicao social hoje implicam, face smudanas provocadas pelas novas tecnologias, em um importante processo de reflexoe de reinveno terica que somente poder ser realizado atravs da pesquisa emprica:Entretanto, considerando a complexidade dos processos interativos que, com asnovas tecnologias de comunicao, atingiram mediatizaes de extenses eexpanses imponderveis, o domnio emprico tornou-se indispensvel, de sorteque no mais possvel atuar no convicto territrio abstrato do conceito, aocontrrio, tudo deve estar submisso observao e anlise, quando noconstatado a partir de rigoroso protocolo experimental. Estabelece-se umcurioso movimento que obriga a comunicao a abandonar o territriodesignativo do conceito, a fim de conferir melhor ateno ao seu objeto queexige um atento e inventivo nomear. Esta ateno poder custar a perda doreconhecimento cientfico da rea, mas lhe assegura a nica possibilidade deproduzir, em ritmo constante e em contnua reviso, uma cincia dacomunicao (Ferrara, 2010, p. 58-59).Existe hoje uma grande demanda por novos conhecimentos, pois as fortes mudanastecnolgicas e culturais so muito recentes e suas implicaes ainda no foramseguramente mapeadas e estudadas. Segundo Lopes (2011): Novas formas de prticase novos tipos de relaes sociais emergiram por meio do desenvolvimento dos meios decomunicao, permitindo novos modos de interao. Talvez seja o alvorecer de umnovo paradigma para as comunicaes sociais, mas somente atravs da intensificaodas pesquisas empricas obteremos os conhecimentos que hoje a sociedade demandadeste campo cientfico, que se refere em fortemente s transformaes emergentes nosprocessos subjetivos sociais provocadas pelas novas tecnologias.2 3. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011Quando se fala em pesquisa emprica estou me referindo aos trabalhos cientficos emque ocorre no contexto do campo de pesquisa:Considero o trabalho de campo como elemento fundante da pesquisa emprica.Trata-se de uma experincia insubstituvel para o pesquisador, aquilo que s seaprende fazendo, quando ele entra em interao com os fenmenos sob estudoem seu contexto natural (Lopes, 2010, p. 41).Para efetivar a pesquisa emprica precisamos definir a estratgia de levantamento dosdados no campo (pesquisa quantitativa, qualitativa ou uma mistura das duas), aliada stcnicas de obteno dos dados (os questionrios fechados, abertos ou semi-abertos,entrevistas individuais ou grupais, abordagem etnogrfica). A definio da estratgia decoleta de dados dever emergir do encontro entre o pesquisador - e a teoria adotada porele adotada - e o objeto de pesquisa. Devemos combater o empirismo ingnuo que noreconhece a dependncia que a observao tem da teoria e considera possvel a preensodireta do dado emprico pela percepo (Rosseti, 2010, p. 75).Realizada a pesquisa de campo obtemos geralmente, como produto bruto, final textoscomunicacionais verbais provenientes das informaes coletadas junto aos sujeitos dapesquisa. Esses textos so ento processados por tcnicas de anlise de contedo e/ouanlise do discurso que possibilita a realizao de um relatrio final. A grande questoque me acomete : como num mundo onde a imagem supervalorizada ainda fazemostantas pesquisas cientficas em cincias humanas e sociais utilizando apenas o textoverbal dos levantamentos empricos, desprezando a possibilidade de captar e utilizar ostextos imagticos dos nossos sujeitos da pesquisa?As atuais tecnologias de informtica e comunicao, em especial o uso da internet,forneceram uma forte ampliao das possibilidades de construo de informaocompartilhada socialmente atravs da produo de contedos comunicacionais queconjugam simultaneamente texto, imagem e som. Santaella (2008) destaca que astecnologias de digitalizao estabelecem um novo paradigma:Este trabalho prope a existncia de trs paradigmas no processo evolutivo deproduo da imagem: o paradigma pr-fotogrfico, o fotogrfico e o ps-fotogrfico... O terceiro paradigma diz respeito s imagens sintticas ouinfogrficas inteiramente calculadas por computao (Santaella, 2008, p. 157)A comunicao da era do paradigma ps-fotogrfico, das imagens sintticas ouinfogrficas, adiciona novas potencialidades comunicao social. A comunicao3 4. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011atual , mais do que nunca, multitextual, hipertextual, veloz e ubqua. extremamenterpida e estamos conectados em qualquer lugar ou momento atravs de formasmultitextuais, um nico texto se compe de vrios formas textuais como o formatotextual verbal (falados ou escritos), visual (imagens estticas ou em movimento) esonoro no-verbal (rudos, msicas etc.) que se intercomunicam atravs de links que osconectam a textos em diferentes espaos e diferentes mdias.Entretanto ainda utilizamos, na grande maioria das pesquisas empricas qualitativas,apenas as formas tradicionais de coleta, tratamento e anlise dos dados. De maneiraalguma estou afirmando que as tcnicas tradicionais no so suficientes ou no trazembons resultados, mas que ainda no foi efetivado e avaliado de maneira profunda aimportncia de se incorporar novas potencialidades ao processo da pesquisa empricacom a utilizao das imagens internas dos sujeitos da pesquisa. Em meu trabalho depesquisa em comunicao social ressalto os aspectos psicossociais em face de que todocomunicar se relacionar e vice versa. Para pesquisar como as novas tecnologias decomunicao afetam a sociedade e a cultura, importante apreender como os indivduose grupos se sentem afetados pelos novos processos comunicacionais.A importncia das imagens nas pesquisas empricasFiz a opo de utilizar a teoria das representaes sociais desenvolvida por SergeMoscovici (1978). Nas pesquisas de campo encontramos, frequentemente, durante arealizao de nossas entrevistas e grupos focais, uma atitude denominada gesto deimpresso (processo de manipulao conveniente do comportamento e do discurso) porparte de nossos sujeitos de pesquisa. A abordagem antropolgica da teoria dasrepresentaes sociais introduzida por Denise Jodelet (2005) leva a refletir sobre aimportncia de se captar mais alm dos discursos verbais. Em seu trabalho sobre asrepresentaes sociais da loucura constatou a importncia da observao participantedas prticas sociaispara capturar comunicaes que podem estar omitidas oudisfaradas na dimenso unicamente verbal da comunicao. A Antropologia h muitasdcadas se utiliza de registros de imagens (desenhos, fotografias ou filmes) para acompreenso do indizvel:Uma situao de pesquisa interessante para percebermos essa expanso aconsiderao do uso da imagem na compreenso do indizvel. Essa preocupaoj est presente na pesquisa antropolgica desde, pelo menos, o trabalhorealizado por Margareth Mead e Gregory Bateson em Bali, nos anos de 1930.Eles lanaram mo da fotografia e do cinema para tentar dar conta das relaes4 5. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011e condutas estabelecidas pelas regras culturais expressas por elementos decomunicao no-verbal, como padres de conduta gestual e corporal nasrelaes familiares e naquelas pautadas pelo respeito e pela hierarquia(MacDougall, 2009, p. 73).O logocentrismo nas cincias humanas e sociais foi apontado por diversos autores aolongo das ltimas dcadas. Gilbert Durand (2001) chama de iconoclasmo endmico oprocesso de desvalorizao das imagens no mundo ocidental que tem no racionaismocartesiano o seu pice. Com raras excees como a da Antropologia, a utilizao dastcnicas projetivas em Psicologia e de algumas importantes abordagens utilizadas emcomunicao social, como as de Walter Benjamin e de Michel Maffesoli, entre outras,a imagem foi desvalorizada e o seu potencial para a compreenso do mundo da vida foiquase que totalmente excludo. Assim fomos ficando cegos para o indizvel.Esta herana, especialmente no que se refere ao racionalismo cartesiano e aopositivismo, contaminou todo o pensamento ocidental e se tornou responsvel por umametodologia verbo-centrada. um fenmeno bastante contraditrio a imagem estar,atualmente, to desvalorizada no interior de uma cincia que produzida em umasociedade fortemente caracterizada pela predominncia imagtica. A esfera pblicaatual, que se constitui no espao fundamental para a construo e transformao dasformas sociais de comunicao e de atribuio de sentido se encontra amplamenteinundada pelas imagens criadas.O fato de o pensamento humano constituir-se conjuntamente de imagem e palavras observado e destacado por importantes autores como Piaget (1977) e Moscovici (1978).No h pensamento apenas verbal, sem a presena de imagens. H uma relaodinmica entre os dois cdigos de pensamento e de comunicao, o imagtico e overbal. So duas dimenses inseparveis dos processos de comunicao e derelacionamento social: pensamos e comunicamos por textos verbais e imagticos.Roland Barthes (1984), afirma que palavra e imagem se articulam e se compemdinamicamente nos processos de comunicao. Uma imagem estabelece uma infinidadede possibilidades de significados enquanto o texto verbal a limita, restringindo efocando o significado da comunicao. O texto verbal sem a presena de imagenstambm se constitui em um conjunto aberto imputao de diversas significaespossveis, no somente pela ambigidade constituinte dos signos verbais, mas tambmpela possibilidade que se tem de atribuir diferentes imagens a qualquer texto atravs do5 6. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011exerccio de nossa fantasia e criatividade pessoal. Penn (2000) tambm nos fala sobreesta relao entre imagens e palavras: Esta questo reala uma diferena importante entre linguagem e imagens: a imagem sempre polissmica ou ambgua. por isso que a maioria das imagens est acompanhada de algum tipo de texto: o texto tira a ambigidade da imagem uma relao que Barthes denomina de ancoragem, em contraste com a relao mais recproca de revezamento, onde ambos, imagens e texto, contribuem para o sentido completo. As imagens diferem da linguagem de outra maneira importante para o semilogo: tanto na linguagem escrita como na falada, os signos aparecem seqencialmente. Na imagem, contudo, os signos esto presentes simultaneamente. Suas relaes sintagmticas so espaciais e no temporais (Penn, 2000, p. 322).A figuralidade , para Freud, a base dos sonhos, sendo estes o caminho rgio para oinconsciente. Jung (1977) reconhece a importncia que Sigmund Freud sobre aimportncia das imagens e como influenciou seu trabalho: Freud fez a observao simples, mas profunda, de que se encorajarmos o sonhador a comentar as imagens de seus sonhos e os pensamentos que elas lhe sugerem ele acabar por entregar-se, revelando o fundo inconsciente dos seus males, tanto no que diz quanto no que deixa deliberadamente de dizer (Jung, p. 27).Jung (1992) sempre atribuiu alta importncia s imagens do inconsciente comoexpresso simblica fundamental no processo de desenvolvimento do homem, quechamou de processo de individuao. Ressaltou a importncia das imagens tanto nombito individual (sonhos e imaginao ativa) quanto no da cultura (imagensarquetpicas): Na medida em que conseguia traduzir as emoes em imagens, isto , encontrar as imagens que se ocultavam nas emoes, eu readquiria a paz interior... Minha experincia ensinou-me o quanto salutar, do ponto de vista teraputico, tornar conscientes as imagens que residem por detrs das emoes (Jung, 1992, p. 158). importante destacar esta relao entre as emoes e as imagens assinalada por Jung.Pensamentos e emoes caminham juntos, mas so as emoes que do o tom, so ascores dos pensamentos e a imagem a chave da compreenso da emoo. Referindo-sea seu mestre, Nise da Silveira (1992), responsvel por um trabalho expressivo no campoda psiquiatria brasileira, esclarece que: Jung v nos produtos do inconsciente auto-retratos do que est acontecendo no espao interno da psique, sem quaisquer disfarces ou vus, pois a peculiaridade essencial da psique configurar imagens de suas atividades por um processo inerente sua natureza. A energia psquica faz-se imagem, transforma-6 7. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011se em imagem. Se nos difcil entend-las de imediato, no por seremmscaras de contedos reprimidos, mas por se exprimirem noutra linguagemdiferente daquela que consideramos nica a linguagem racional. Exprimem-sepor meio de smbolos ou de mitologemas cuja significao desconhecemos, oumelhor, j esquecemos (Silveira, 1992, pp.85-86).Sendo a subjetividade humana composta conjuntamente por razo e emoo, pode-seentender que na comunicao social a razo se estabelece principalmente nos processosverbais e a emoo nos processos imagticos indissociveis. o acesso s imagens quepossibilita entender a dimenso espontnea e afetiva, expressa de forma individualizadadas representaes sociais.O acesso s imagens internas dos sujeitos da pesquisa a nossa primeira questo. Comocapt-las, entend-las, l-las e utiliz-las so os problemas mais importantes a resolver.O estudo sistemtico da sintaxe da linguagem visual bastante recente, mas est aindarestrito a um grupo seleto de artistas plsticos, cineastas, designers e profissionais darea de comunicao e publicidade. Infelizmente a alfabetizao imagtica no constados currculos escolares e o analfabetismo visual (Dondis,1997) permite a existncia deuma assimetria de poder comunicacional. A imagem, por pr-existir na natureza,termina por ser facilmente naturalizada, simplesmente aceitamos seu significadodenotativo ou literal sem qualquer questionamento de seus possveis significadosconotativos (arbitrrios, convencionados culturalmente):Por exemplo, em relao fotografia da imagem publicitria, a mensagemdenotativa ou literal serve para naturalizar a mensagem conotada. Isto , otrabalho de interpretao, ou a compreenso da conotao da imagem mantidooculto e coeso pelo fato bruto do sintagma da denotao: a conjuno dosobjetos na cena natural, um dado, porque no requer traduo, no precisa dedecodificao (Penn, 2002, pp. 324-325).A linguagem visual utilizada nas artes plsticas foi ensinada nas escolas de arte, demestre para aprendiz, atravs dos sculos, mas foi somente com a inveno dafotografia que a prpria arte se viu instigada a procurar novos caminhos, que a levarama refletir sobre ela mesma e desenvolver o conhecimento sobre a estrutura destalinguagem. Assim, a arte exercita, nas vanguardas do final do sculo XIX e incio dosculo XX (impressionismo, expressionismo, abstracionismo, suprematismo, cubismofauvismo) o expressar e o refletir a si prpria na inteno de se compreender. VassilyKandinsky escreveu:7 8. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011 Lentamente, as vrias artes tornam-se capazes de transmitir o que lhes prprio, e atravs dos meios que cada uma delas exclusivamente possui. Apesar, ou graas a esta diversificao, nunca as artes estiveram to prximas umas das outras, como nestes ltimos tempos, no momento decisivo da Viragem Espiritual. Vemos despontar a tendncia para o no realismo. A tendncia para o abstrato, para a essncia interior. Conscientemente ou no, os artistas obedecem ao conhece-te a ti mesmo de Scrates. Conscientemente ou no, dirigem-se cada vez mais para esta essncia que lhes ir desencadear a criao; eles investigam-na, pesam-lhe os imponderveis elementos (Kandinsky, 1987, p.49).Um destacado autor e pesquisador da histria da arte, Argan (1995), reafirma estascaractersticas histricas: Kandinsky explica que toda forma tem um contedo intrnseco prprio; no um contedo objetivo ou de conhecimento (como aquele que permite conhecer e representar o espao atravs de formas geomtricas), e sim um contedo-fora, uma capacidade de agir como estmulo psicolgico. Um tringulo suscita movimentos espirituais diferentes dos de um crculo: o primeiro d a sensao de algo que tende para o alto, o segundo de algo concludo. Qualquer que seja a origem disso, que poderamos chamar de o contedo semntico das formas, o artista se serve delas como das teclas de um piano; ao toc-las, pe em vibrao a alma humana (Argan, 1995, p. 318)A funo das imagens internas nas representaes sociaisAs representaes sociais compem-se, conforme Serge Moscovici (1978), de duasdimenses: a imagtica e a verbal: No real, a estrutura de cada representao apresenta-se-nos desdobrada, tem duas faces to pouco dissociveis quanto a pgina da frente e o verso de uma folha de papel: a face figurativa e a face simblica. Escrevemos que: Representao = figura/significao querendo dizer que ela faz compreende a toda figura um sentido e a todo sentido uma figura (MOSCOVICI, 1978, p. 65).O processo de surgimento e transformao das representaes sociais ocorre em doisnveis: a ancoragem e a objetivao. Na ancoragem, o no-familiar tornado familiar,ao ser integrado ao conjunto de conhecimentos e valores de uma pessoa ou grupo. Aobjetivao se realiza quando se naturaliza a representao, limitando o objeto social imagem mental efetivada anteriormente. Assim, perdemos a conscincia de que apenasrepresentamos e as nossas representaes acabam assumindo o carter de verdade. Opapel da ancoragem neste processo crucial. Segundo Jodelet (2001): Por outro lado, a ancoragem serve para a instrumentalizao do saber, conferindo-lhe um valor funcional para a interpretao e a gesto do ambiente. Assim d continuidade objetivao. A naturalizao das noes lhes d valor de realidades concretas, diretamente legveis e utilizveis na ao sobre o 8 9. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011mundo e os outros. De outra parte a estrutura imagtica da representao setorna guia de leitura e, por generalizao funcional, teoria de referncia paracompreender a realidade (Jodelet, 2001, p. 39). E esta autora reassegura a importncia das imagens nas representaes sociais aoprosseguir neste mesmo texto citando Halbwachs (1952, p. 97) a sociedade no podepensar seno ocasio de fatos, de pessoas, de acontecimentos, no h idias semimagens - e Moscovici que discorreu sobre a importncia das idias-imagens namobilizao psicolgica das multides. O objeto, pertencente ao que denominamosmundo da realidade, tem, portanto, seu significado fixado, limitado e restringido pelarepresentao social que o grupo construiuSendo assim pode ser bastante significativo que pesquisas em cincias humanas esociais que lidem com a subjetividade abranjam o contedo imagtico dos sujeitos dapesquisa, atingindo assim mais intensamente as informaes das dimenses valorativase afetivas, melhor compreendendo como a representao social est organizada e qual oseu sentido. importante pesquisar a relao existente entre estes dois lados darepresentao social: sua parte verbal e sua parte figurativa ou imagtica. Este omotivo de nossa opo metodolgica de buscar as imagens produzidas pelos sujeitos dapesquisa aliando-as aos comentrios verbais destes.De Rosa e Farr (1996) afirmam que imagens e palavras so sistemas de comunicaoprovidos com diferentes propriedades, e devem, concordantemente, ser consideradoscomo canais especficos da gnese, transmisso e objetificao das representaessociais e que a abordagem verbo-centrada implicitamente nega o impacto das novastecnologias de comunicao, baseadas num hypertrophic use das imagens e da suaesfera de aplicao em nosso scio-cognitivo processo de representao da realidade(De Rosa e Farr, 1996, p. 240).Acreditamos que a imagem pode fortemente nos auxiliar a conhecer as representaessociais porque nos permite ir alm de seus contedos ativados e expressos na formaverbal. Toda representao, como produto temporrio de processos de comunicaosocial, possui uma imagem objetivada, ou seja, uma representao imagtica do objetosocial que o simplifica e naturalizada, ou seja, tomada como o prprio objeto real. Aobjetivao a concretizao da representao, o processo que estabelece seu ncleofigurativo: um complexo de imagens que reproduzem visivelmente um complexo deidias (Moscovici, 2003, p. 72). Assim, atravs deste processo, a representao9 10. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011obscurece a avaliao e a simplificao da realidade que acontece no processo deancoragem, ganhando e consolidando sua estrutura e fora de permanncia. Naobjetivao, a construo mental do objeto social ganha valor de verdade e umaconsistncia que resiste s investidas de questionamento de sua veracidade ouadequao ao contexto atual. Aqui devemos ressaltar a existncia do papel simplificadorda representao e destacar que, ao ocultar o processo de avaliao efetuado sobre oobjeto social, a representao social, tornada objeto, pode exercer a ao de mascarar osvalores atravs dos quais os grupos sociais constroem seus esquemas de pensamento,naturalizando-os e protegendo-os de qualquer possibilidade de questionamento. nestesentido que as imagens produzidas e posteriormente comentadas por nossos sujeitos depesquisa nos auxiliam a obter maior clareza sobre a representao social pesquisada.Na prtica especfica da pesquisa emprica em psicologia social temos um trabalhopioneiro no Brasil utilizando a tcnica artstica do desenho para capturar as imagens dasrepresentaes sociais da escola produzidas pelos sujeitos da pesquisa, de autoria deSandra Acosta Soares (2005). Segundo esta autora:O material imagtico, elaborado a partir do desenho, foi considerado uminstrumento significativo para pesquisas que se propem captar outras formasde expresso, mais personalizadas e menos formais, capazes de oferecer novasinformaes que textos elaborados com a escrita no so capazes de fornecer ouexpressar (Soares, 2005, p. 15).Outros autores importantes tambm se preocuparam com a insero da imagem nametodologia de pesquisa como Angela Arruda e Martha de Alba (2007) quecoordenaram uma publicao que congregou diversos trabalhos que utilizam a imageme o imaginrio em suas pesquisas no campo da teoria das representaes sociaiscontando com a participao de Denise Jodelet que no trabalho La mirada prpria:cartografias imaginarias en Brasil, utiliza os desenhos de mapas do Brasil por jovensuniversitrios para capturar as representaes que construram de seu pas. Martha deAlba igualmente utiliza esta metodologia para capturar os mapas imaginrios do centrohistrico da cidade do Mxico atravs dos desenhos de seus sujeitos da pesquisa(Mapas imaginarios del centro histrico de la ciudad de Mxico: de la experiencia alimaginrio urbano). Em ambos os artigos fica patente a fora que possui a imagem noentendimento dos sentidos atribudos a um objeto social. No Brasil a dissertao deMestrado Representaes Sociais de Universitrios Cariocas sobre o Brasil e os10 11. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011Brasileiros, de Ana Carolina Dias Cruz (2006) tambm utilizou a imagem nametodologia da pesquisa.A Experincia Realizada com Imagens e Grupos FocaisA nossa pesquisa de campo constituiu-se de uma srie de quatro grupos focaisrealizados com pessoas de nvel superior para indagar como esto constitudas asrepresentaes sociais da confiana. Como sabemos, a confiana a base do capitalsocial - Robert Putnam (2000), James Coleman (1988), Pierre Bourdieu (1980) - e,portanto, fundamental na qualidade dos relacionamentos sociais e na eficcia dasorganizaes sociais. Ao analisar como as pessoas de nvel superior representam aconfiana podemos entender o processo de confiar hoje presente nos processoscomunicacionais dos relacionamentos sociais.Foquei na utilizao da expresso imagtica da confiana realizada pelos prpriossujeitos da pesquisa. As diversas possibilidades e dificuldades de utilizao de materiaise tcnicas expressivas diferenciadas foram analisadas: desenho, a pintura, a colagem, afotografia, a escultura, o mosaico, a dobradura de papel, o vdeo, a histria emquadrinhos. A deciso de escolher a pintura se baseou no fato de, pela sua fluidez, seriamais difcil de controlar os resultados da expresso e traria mais facilmente informaesmais espontneas sobre os aspectos emocionais da representao.Outra questo importante refletida e prevista a falta de familiaridade que as pessoashoje possuem em relao expresso artstica, devido ao fato de nosso sistemaeducacional ser altamente voltado para a linguagem verbal e a lgica, que so formasno-imagticas. Deparei-me com estas dificuldades expressivas durante nossa pesquisade campo, que apareceram como resistncia de indivduos a se expressarimageticamente sobre o objeto de pesquisa por exagerada autocrtica e/ou temor deridicularizao.Selecionado o material (papel, tintas) e preparado o espao da pesquisa de formaapropriada e confortvel para o trabalho expressivo, foi solicitado a cada participanteque realizasse uma expresso imagtica a partir da questo focal, a confiana:Gostaramos que vocs fizessem uma pintura que expresse como vocs percebem a11 12. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011confiana. Em seqncia todos os trabalhos expressivos passaram por uma fase dereflexo e comentrios por aqueles que os produziram. Aps o momento expressivo foifeita a seguinte questo: Fale-nos como estas imagens significam para voc aconfiana. Numa terceira etapa foi conduzida uma discusso geral sobre a confianasempre baseada nas imagens produzidas. Estas sesses foram gravadas e transcritas paraanlise posterior conjuntamente com as imagens. Seguiu-se a anlise e a reflexo sobrecomo interligar os dois componentes da representao social coletados, a linguagem e aimagem. Os dois conjuntos de dados foram objetos de anlise em separado econjuntamente com o objetivo de definir da forma mais clara e completa possvel arepresentao social da confiana. Assim, foi identificada uma rede de significadosenvolvendo palavras e imagens que do sentidos especficos situacionais representao social da confiana. Esta rede se constitui de imagens como: pessoas demos dadas, ou se mirando face a face, olhos, casa, flor sendo regada; e de palavrasinter-relacionadas: respeito, segurana, amor, ateno, cumplicidade, compromisso, boavontade, solidariedade, companheirismo. Realizei extensa anlise semitica dasimagens a partir do mtodo de leitura imagtica proposto por Eugeni (2004) queestabelece quatro nveis de abordagem da anlise: plstico, figurativo, comunicativo emeta-comunicativo. Desta forma pude captar uma quantidade expressiva dacomunicao fornecidas pelas imagens que enriqueceram a parte verbal.Certamente a questo abordada obviamente demasiadamente complexa para seresgotada aqui. A inteno foi iniciar um processo de discusso deste problema. Muitasquestes aguardam um aprofundamento, como, por exemplo, as formas de captaoimagtica, os mtodos de leitura e entendimento das imagens e como estas serelacionam com as outras dimenses de linguagem. Espero estar podendo suscitar odesenvolvimento de um processo cujos resultados somente podero advir de prticas eexperincias concretas de incluso deste tipo de procedimento em nossos levantamentosde campo e de sua posterior avaliao e discusso.Para terminar, aproveito para apresentar algumas das imagens da confiana. Compuslivremente uma frase com algumas das imagens e seus sentidos, conforme as prpriasdiscusses dos grupos focais (Medina, 2010, p. 231):12 13. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011A representao social da confiana uma(construo) que aolongo do tempo se realiza nos (relacionamentos) interpessoaisounuma (rede de relaes) atravs de processos da (razo e da emoo) segundo critrios pr-estabelecidos para observar e sentir ooutro, (ouvindo e compreendendo) at torn-lo (familiar)e (seguro), e assim evitar as ameaas do que nos (estranho) e(perigoso),e, progressivamente, ir alimentando e(regando)parapossibilitaro aprofundamentodosrelacionamentos de modo que possamos nos sentir, (protegidos) e (relaxados), estgio em que poderemos usufruir os melhores13 14. Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Recife, PE 2 a 6 de setembro de 2011 (benefcios) possveis das nossas relaes, mas sem esquecer de manter o (olho bem aberto e ativo) para observar as possveis (mudanas)nas circunstncias da vida.RefernciasABRIC, J. C. A zona muda das representaes sociais. In: Oliveira, Denize C., & Campos,Pedro H. F (orgs.). Representaes sociais, uma teoria sem fronteiras. Rio de Janeiro: Museu daRepblica, 2005.ACOSTA, Sandra Ferreira. Escola: as imagens que as representaes sociais revelam. Tesede Doutoramento em Educao, USP, 2005.ARGAN, Giulio Carlo (1995). Arte Moderna. So Paulo: Cia das Letras.ARRUDA, Angela, & De ALBA, Martha (orgs.), (2007). Espacios Imaginarios YRepresentaciones Sociales. Mxico: Ed. Anthropos.AUMONT, Jacques. A imagem. Campinas: Papirus, 1995.BARTHES, Roland. A cmara clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.BOURDIEU, P. (1988). 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