Quero Nascer

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QUERO NASCER O BRADO DA ALMA Compilado pela Dra. Neroli Duffy Baseado nos ensinamentos de Elizabeth Clare Prophet Dedicado a almas de grande luz, Que estão à espera de nascer Os conceitos e idéias apresentados neste livro são de autoria de Elizabeth Clare Prophet que, durante 20 anos, tem dado uma perspectiva espiritual sobre a vida no ventre materno. Muitas das palavras são dela. Limitei-me apenas a entretecer os fios para obter o todo. Muitas pessoas no mundo inteiro foram tocadas pelos ensinamentos da senhora Prophet sobre o assunto. Espero que você leitor, também ganhe nova compreensão da Vida, em toda a sua maravilha. Neroli Duffy Í N D I C E Prefácio Uma Data para cada Alma Carma e Reencarnação Uma Vista de Olhos sobre a Vida Espiritual dos que Ainda Não nasceram A sensibilidade da criança que está no ventre Adoção – Será por acaso? O Papel dos Pais nos ciclos da alma O aborto visto sob uma perspectiva espiritual Mitos e argumentos sobre o aborto A preexistência da alma Somos seres espirituais com um corpo físico A semente interna da imortalidade e a necessidade de sacrifício A percepção e a dor da alma A dor do aborto A dor de não poder encarnar O aborto de um plano divino sob a perspectiva da criança Os efeitos emocionais, físicos e espirituais do aborto nos pais O controle de natalidade começa antes da concepção A adoção como alternativa O aborto pode ser perdoado A chama Violeta facilita relacionamentos e transmuta carma A vulnerabilidade das Nações

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movimento fraternidade branca

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QUERO NASCERO BRADO DA ALMA

Compilado pelaDra. Neroli Duffy

Baseado nos ensinamentos deElizabeth Clare Prophet

Dedicado a almas de grande luz,Que estão à espera de nascer

Os conceitos e idéias apresentados neste livro são de autoria de Elizabeth Clare Prophet que, durante 20 anos, tem dado uma perspectiva espiritual sobre a vida no ventre materno.Muitas das palavras são dela. Limitei-me apenas a entretecer os fios para obter o todo. Muitas pessoas no mundo inteiro foram tocadas pelos ensinamentos da senhora Prophet sobre o assunto. Espero que você leitor, também ganhe nova compreensão da Vida, em toda a sua maravilha.

Neroli Duffy

Í N D I C E

PrefácioUma Data para cada AlmaCarma e ReencarnaçãoUma Vista de Olhos sobre a Vida Espiritual dos que Ainda Não nasceramA sensibilidade da criança que está no ventreAdoção – Será por acaso?O Papel dos Pais nos ciclos da almaO aborto visto sob uma perspectiva espiritualMitos e argumentos sobre o abortoA preexistência da almaSomos seres espirituais com um corpo físicoA semente interna da imortalidade e a necessidade de sacrifícioA percepção e a dor da almaA dor do abortoA dor de não poder encarnarO aborto de um plano divino sob a perspectiva da criançaOs efeitos emocionais, físicos e espirituais do aborto nos paisO controle de natalidade começa antes da concepçãoA adoção como alternativaO aborto pode ser perdoadoA chama Violeta facilita relacionamentos e transmuta carmaA vulnerabilidade das Nações

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As leis da vida universalNão há exceções? Como ficam a violação e o incesto?E quem nasce com deficiências físicas?Se soubéssemos melhor, faríamos melhorA solução divinaNotas

PREFÁCIO

Uma compreensão espiritual da vida da alma e do seu relacionamento com o corpo que está sendo preparado para ela tem mudado a forma como muitas pessoas veem o aborto. Oferecemos estes ensinamentos espirituais para que as pessoas possam estar mais esclarecidas, antes de tomarem suas decisões.O aborto é um assunto complexo. Existem muitos argumentos contra e a favor e também muitos mitos. Todavia, sob um ponto de vista espiritual, as respostas podem ser mais simples do que pensamos e muito mais abrangentes do que poderíamos imaginar.

UMA DATA PARA CADA ALMA

Cada alma tem um horário. Arcanjos e seres cósmicos de luz dirigem os horários da concepção e do nascimento de todas as crianças. Esses horários também são dirigidos por seres de grande mestria que são os patrocinadores dessa alma __ os Padrinhos, por assim dizer. Os horários fazem parte do grande plano de Deus para a vida.Pense em como você foi maravilhosamente criado, como Deus cuidou pessoalmente e supervisionou com todo o cuidado a sua criação no ventre. Se Deus Pai/Mãe ordenou a sua concepção, os seus pais, a sua vida, o seu propósito, a sua razão de ser. Você nasceu no momento preciso, ordenado para o seu ser.O que faria se não tivesse nascido? Como lidaria com o seu destino espiritual?O aborto de uma alma é mais do que o aborto do corpo físico. É o aborto do destino e plano divino dessa alma. É o aborto de um chamamento individual de Deus, pois Ele escolhe um momento muito especial na história para cada alma voltar à Terra, com a finalidade de participar do plano divino nas décadas e nos séculos.Quando abortamos a vida no ventre, abortamos a oportunidade de uma alma, cuja data para encarnação na Terra chegou nos ciclos da vida. Mesmo antes de uma criança ser concebida, o plano divino da alma foi planejado com todos os detalhes. O grande desígnio de Deus

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é tão exato que, no momento da concepção, os genes do minúsculo embrião são apropriados para a alma específica que o habitará.Todos têm uma missão. Os que passaram por uma experiência de morte aparente contam, muitas vezes, que souberam qual era a sua missão durante reuniões com anjos e mestres de luz. Essas reuniões são chamadas “revisões de vida”. De fato, ao final do seu tempo na Terra, cada alma faz uma avaliação da vida que viveu. Os sucessos e falhas são vistos como um aprendizado. Os que voltaram de uma experiência de morte aparente fazem-no muitas vezes por terem uma missão específica que ainda não haviam cumprido. Voltam com um sentimento genuíno de propósito, buscando realizar o que vieram fazer na Terra.Uma criança entra no ventre com uma missão única e o mesmo sentimento de propósito. Antes mesmo da concepção, um conselho de supervisores espirituais, juntamente com o Eu Superior da alma, determina onde, quando e em que circunstâncias ela encarnará. Essas circunstâncias são adaptadas às necessidades da alma para dar-lhe melhor oportunidade de resolver os propósitos da vida na terra, assim como o carma específico que lhe foi atribuído para ser transmutado e purificado em determinada encarnação.]

CARMA E REENCARNAÇÃO

Os princípios do carma e da reencarnação podem ajudar a compreender muitos dos desafios da vida. Com um conhecimento mais profundo do nosso lugar no universo, desenvolvemos nova compreensão sobre o aborto.O carma é a lei de causa e efeito __ assim como semeamos, assim colhemos. Nossos pensamentos, palavras e ações enviam pequenas ondas para o mundo. Afetamos o mundo, assim como ele nos afeta. Toda vida é energia e a energia não é criada nem destruída. O que enviamos para os outros volta para nós, depois de ter atraído mais energias semelhantes.Se enviarmos pensamentos, sentimentos, ações e palavras positivas, eles voltarão para nós. Se tivermos um comportamento prejudicial ou desagradável, essa energia negativa voltará para nós para ser transmutada. Ela pode criar uma dívida para com o indivíduo que a recebeu. Se formos espertos, pediremos perdão e corrigiremos o mal que foi feito. Mas, se a má ação não for equilibrada por boas obras e serviço à vida, contrairemos com a pessoa ou com a própria vida uma dívida cármica que pode vir a ser cobrada em uma vida futura.Fazemos bom carma quando servimos os outros, enviando amor, paz e compaixão e defendendo a vida e as ações corretas. Fazemos carma negativo por meio de ações, palavras, atos, pensamentos e sentimentos negativos, assim como por pecados de omissão e inação __ não falarmos quando deveríamos falar e não atuarmos quando deveríamos atuar.

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A vida não é um esporte em que somos apenas espectadores. Colhemos o que semeamos __ ontem, há cinco minutos ou há dez mil anos. O interessante é que nem sempre colhemos imediatamente o que semeamos. Deus ordenou os ciclos e as leis do seu universo e, por vezes, não colhemos em uma determinada vida o que semeamos durante ela. Mas, no momento certo, na virada dos ciclos, a energia que enviamos voltará para nós.O final de uma era e o início de outra (da era de Peixes para a aurora da era de Aquário) é um momento em que muitas coisas retornam para serem resolvidas. O carma volta para a soleira da nossa porta para ser transmutado. Quanto mais pudermos transmutar nesta época de transição, melhores serão as bases para a nova era. Podemos não saber quando o carma precisa ser pago, mas Deus sabe, assim como o nosso Eu Superior também sabe. E a lei é infalível e sempre justa.Se tivermos bom senso, procuraremos semear bom carma. Temos muitas oportunidades a cada dia para servirmos à vida e cumprirmos nossas responsabilidades, fazendo tudo o que nos for possível para ajudar os outros e oferecer nossos talentos. A família, a comunidade, o trabalho e a profissão são meios importantes para realizá-lo.Ao mesmo tempo, procuramos equilibrar o retorno do carma negativo. Muitas vezes, o universo traz até pessoas que conhecemos em vidas anteriores e que podemos agora servir, equilibrando uma dívida cármica. Por vezes, esse fato acontece mesmo em nossa família.Deus nos concedeu livre-arbítrio neste universo e nas nossas vidas. Temos bastante latitude para fazer o que quisermos. Mas o livre-arbítrio opera dentro de certos limites. Até mesmo no plano físico, todos estão sujeitos às leis da natureza. Se, usando o livre-arbítrio, decidíssemos flutuar no ar, depressa experimentaríamos a lei da gravidade. Se a compreendemos, certamente não nos atiraremos do topo de um edifício e evitamos o sofrimento que adviria.De igual modo, todos têm de viver com a lei do carma. Se a compreendermos, poderemos evitar muito sofrimento. Compreenderemos que, no exercício do livre-arbítrio, tomamos decisões que determinarão o que virá na nossa vida, seja bênção ou desgraça, alegria ou dor __ de acordo com o que semeamos. Se você é uma pessoa observadora, logo se aperceberá de que essa lei está sempre atuando.No Novo Testamento podemos ler: “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. Quer dizer que não podemos ignorar a lei do carma instituída por Deus ou pensar que ela não se aplica a nós. O que quer que coloquemos em movimento, vai certamente retornar para nós.Se, no final de uma vida, ainda tivermos muitas dívidas cármicas, Deus, na Sua misericórdia, dá-nos a possibilidade de retornar e corrigi-las. A reencarnação é uma grande oportunidade. É também

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uma solução misericordiosa quando comparada à idéia de que, no final de uma única vida, só nos espera o céu ou o inferno. Realmente, a maioria de nós não está preparada para um, nem para outro. Então, temos a possibilidade de voltar para terminar nossa missão na Terra. E é o que mais desejamos fazer.Jesus teve esse grande desejo. Ele disse: “Preciso fazer as obras d’Aquele que me enviou” e “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também”. Viemos para fazer a obra do nosso Pai e também temos grande desejo de realizar nosso plano divino. Hoje, muitas pessoas têm uma noção interior do carma. Para além dele está o dharma __ o destino de fogo da alma, o desejo de realizar a nossa razão de ser.Cada alma preparada para o renascimento é imbuída desse sentimento de terminar o que ficou por fazer. Queremos dar ao mundo algo de nós mesmos. Pode ser um dom criativo ou um dom de amor, de doçura ou de bondade. Pode ser um pequeno gesto caridoso ou uma realização monumental. A dádiva que cada um de nós colocará sobre o altar variará, de acordo com nosso plano divino.

Uma Vista de Olhos sobre a VidaEspiritual dos que Ainda Não Nasceram

Encontramos a confirmação de algumas dessas verdades espirituais na obra fascinante da Dra. Helen Wambach, psicóloga clínica e especialista de terapia de regressão, pioneira das pesquisas sobre vidas passadas e memória pré-natal. Seus estudos dão uma idéia sobre a vida espiritual da criança que está para nascer e da continuidade da alma. Ela disse o seguinte sobre seu trabalho: ”Noventa por cento das pessoas que me consultam têm vislumbres de vidas passadas”.Em um dos seus estudos, ela interrogou 750 pessoas sob transe hipnótico a respeito da sua vida antes do nascimento. Analisou as respostas dessas pessoas em um livro intitulado Vida antes da Vida1 . Embora o hipnotismo seja perigoso sob certas circunstâncias e não recomendado para os que seguem uma senda espiritual2, as descobertas da Dra. Wambach são dignas de nota, pois revelam a percepção da alma em relação às datas da sua missão.Muitos dos participantes do projeto sabiam que nasceram no século XX por uma razão específica e a maioria deles disse ter escolhido essa época “por causa do seu grande potencial para crescimento espiritual”.Trinta por cento dos participantes sabiam que precisavam viver nessa época para poderem estar com certas pessoas. Alguns declararam que seu propósito nesta vida “era estar com uma ou várias pessoas que conheceram em vidas passadas para resolver seus relacionamentos”. Outros disseram que tinham vindo para realizar uma determinada missão.

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A Dra. Wambach observou que o “grupo mais numeroso da pesquisa disse que o propósito desta vida era crescer espiritualmente e ensinar outras pessoas”. Um dos participantes disse: “Antes do meu nascimento, houve uma conferência e eu senti um amor profundo vindo de um dos meus conselheiros. Ele falou do meu desejo de realizar meu plano de vida. Quando você falou sobre propósito, tudo o que senti foi a percepção muito forte de um plano”. Os participantes também concordaram que “outros os ajudaram no processo de escolher outra vida”. Dos que relataram ter tido conselheiros antes do nascimento, 59% mencionaram mais de um.Todos têm conselheiros espirituais no céu que nos preparam para o encontro da nossa alma com o desafio do carma na vida seguinte __ são conhecidos como Senhores do Carma, Conselho do Carma ou Supervisores Espirituais.Entre as suas encarnações e enquanto ainda está no ventre, a alma está muito ocupada, preparando-se para os desafios da vida. Ela é dirigida por seres espirituais no lugar que se chama plano etérico, um aspecto do mundo celestial. Esse plano é tão real e concreto quanto o plano físico, mas é percebido através dos sentidos da alma em uma dimensão e consciência que estão para além da percepção física. Os que passaram por uma experiência de morte aparente relatam que o plano etérico parece efetivamente mais “real” do que o mundo real.O plano etérico é um mundo vasto e complexo. Quando as almas de luz estão sem corpo físico, entre encarnações, residem muitas vezes nessa dimensão, na qual são ensinadas por anjos e por mestres em retiros etéricos e universidades do espírito.Enquanto nosso corpo físico está dormindo, temos a oportunidade de viajar para o plano etérico nos nossos corpos sutis, para recebermos lições de nossos irmãos e irmãs mais velhos, os Mestres Ascensos. Podemos não nos lembrar conscientemente dessas experiências, mas elas são muito reais.Algumas pessoas têm vislumbres das suas experiências em níveis interiores, pela memória anímica dos seus sonhos. Por vezes, a porta para reinos de luz, o nosso lar verdadeiro e eterno, abre só uma pequena fresta pela qual podemos espreitar.Antes de encarnar, cada alma passa perante os Senhores do Carma para receber as tarefas para esta vida. Podemos ter muitas promessas para manter e tarefas para cumprir. Elas são específicas para cada alma. Algumas tarefas são carma que vem de vidas anteriores. Outras são novas oportunidades. Há ervas daninhas a arrancar e flores a plantar neste nosso “jardim” da Terra.

A Sensibilidade da Criança queEstá no Ventre

O estudo da Dra. Wambach também revela a sensibilidade aguçada da criança que está no ventre. Ela relatou que 86% dos participantes

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do seu estudo disseram que “tinham a percepção dos sentimentos, emoções e até pensamentos da mãe, antes de nascerem”. Também se aperceberam das interações da mãe com o pai. Puderam sentir as diferentes emoções da mãe __ desde medo e raiva até paz e bem-estar. Se a mãe ficava zangada ou aborrecida, a criança também ficava perturbada. A partir desses relatos diretos, não há dúvida de que a criança que está no ventre conhece sua mãe, escuta suas palavras e pode ser confortada ou ficar assustada pelo que escuta e sente.Uma pessoa relatou um exemplo trágico. Certo dia, durante a gravidez, ela zangou-se muito com o marido. Teve grande e prolongado acesso de raiva. No dia seguinte sofreu um aborto espontâneo e sentiu, bem no fundo da alma, que causara o aborto com aquele seu sentimento. É triste pensar que, ou a criança decidiu não nascer naquela família, ou a energia foi tão intensa que realmente matou o feto.Essa história ilustra como é preciso cuidado com as emoções quando se espera um bebê. Tal como acontece com um recém-nascido, a criança ainda no ventre sente o que se passa com os pais e as suas emoções.Claro que nem todos os abortos espontâneos se devem às emoções descontroladas dos pais. Um aborto pode acontecer quando algo está errado com o embrião ou quando a alma considera que o corpo que está sendo preparado não é adequado. Um aborto espontâneo também pode ocorrer por causa da negligência da mãe em cuidar de seu corpo, da sua dieta ou por participar de atividades que podem prejudicar o desenvolvimento da criança.Todavia um aborto espontâneo é, muitas vezes, a solução misericordiosa de Deus para uma situação em que o receptáculo físico não teria sido adequado e viável para a alma completar a sua missão. Se uma pessoa faz todo o possível para proteger a vida e sofre um aborto espontâneo, o fato está nas mãos de Deus. Em um caso desses, devemos encomendar a alma a Deus e esperar que seja possível ter outra criança, se for da Sua vontade.

ADOÇÃO __ SERÁ POR ACASO?

Uma descoberta muito interessante da pesquisa da Dra. Wambach refere-se à adoção. Alguns dos participantes da sua pesquisa disseram que, antes de nascerem, sabiam que seriam adotados. Ela diz o seguinte: “Alguns deles sabiam antes de nascer o relacionamento que teriam com os pais adotivos e que não poderiam chegar até eles como filhos biológicos; então escolheram o método da adoção”.Ela concluiu que “aparentemente, a sorte ou o acaso não tiveram nada a ver com a adoção”, confirmando o que muitos instrutores espirituais têm dito: não há acidentes em relação aos pais, aos pais

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adotivos ou à criança. Pode ser que determinada mulher só necessite dar à luz uma criança para equilibrar o seu carma com essa corrente de vida.Ela pode então oferecer essa criança a outros pais, que estejam destinados desde o início para cuidarem-na e amarem-na como se fosse sua.Verdadeiramente, a gravidez não teria ocorrido se Deus não tivesse ordenado a concepção daquela criança. Nunca houve um nascimento neste mundo que não fosse sancionado por Deus Todo-Poderoso e pelo Espírito Santo, pois, onde houver uma concepção, lá estarão a mão e a vontade divinas.Esses conceitos podem mudar vidas se partilhados com pais que se sintam despreparados ou não estejam com vontade de criar uma criança e podem estar pensando em abortá-la. Podemos amar e cuidar da futura mãe, especialmente se ela não for casada. Podemos ensiná-la a amar o bebê que concebeu e encorajá-la a tê-lo. Se ela escutar a história da vida da alma no ventre, poderá entregar a criança para adoção, se achar que não pode ficar com ela, sabendo que seu bebê pode estar no lugar certo e seguir seu plano divino. Dessa forma, os pais fazem bom carma ao trazer aquela criança ao mundo, em vez de fazerem um mau carma, abortando-a.Não existe uma criança indesejada. Deus ama todas as crianças.Deus amou você no princípio, tem amado ao longo dos problemas da vida e sempre amará, até seu regresso ao lar, no Seu coração. E, embora alguns pais possam não querer crianças aqui na Terra, elas não serão indesejadas, pois há muitos pais que desejam recebê-las.No céu não existem crianças indesejadas. Quando a Terra as rejeitam, os anjos recebem-nas de volta no seu lar de amor e luz.

O Papel dos Pais nos Ciclos da Alma

Antes da concepção, os pais de cada criança __ estejam ou não cientes do fato na sua consciência exterior __ concordaram em níveis interiores receber essa alma. Ou, se não concordaram, foi-lhes explicado que recebê-la era necessário para equilibrar determinado carma.Por vezes, os pais não querem enfrentar essa responsabilidade (tal como há pessoas que não querem pagar suas dívidas) porque seus pais, professores, pastores, ministros e rabinos não conhecem os ciclos da vida e do carma e não puderam ensinar-lhes o que não sabiam. Não lhes ensinaram que, se não realizarem o chamamento para dar vida, estarão, de certo modo, abortando o próprio plano de vida e os seus ciclos.Assim, ao resistirem ao encargo de receber uma criança e ao recusarem a oportunidade de equilibrar o carma com ela, os pais podem ter se colocado em uma situação ainda mais difícil. Em algum momento, em algum lugar, ainda poderão precisar dar vida a essa

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criança. E, por não terem equilibrado esse carma, poderão chegar à conclusão de que os ciclos da própria vida foram perturbados e não podem prosseguir com seu plano divino. Seu progresso espiritual pode ter sido limitado ou até impedido. Ao negarem a vida, o seu plano de vida pode ser negado. E pode ser muito difícil chegarem outra vez ao ponto de estarem juntos novamente e a mesma alma esteja pronta e abençoada por Deus para encarnar. Os laços do carma podem ser obrigatórios até sua dissolução e, por vezes, podem exigir que um casal reencarne de novo para dar à luz a criança para a qual negaram essa oportunidade.É por esse motivo que devemos respeitar a oportunidade que Deus nos concede de ter filhos. Podemos nos regozijar com a chance de dar a vida a quem, em algum momento, em algum lugar, nós a tenhamos tirado ou negado. Essa é a grande alegria e um dos propósitos do casamento: dar à luz crianças que podem prosseguir sua missão, ao mesmo tempo em que, por meio delas, nos é possível cumprir a nossa.Nossos primeiros filhos são, muitas vezes, seres com quem temos uma dívida cármica. Mais tarde, os pais que já tiveram filhos e equilibraram o carma que precisavam podem ter a oportunidade de gerar outros filhos com os quais não têm carma negativo. Essas crianças podem ser muito talentosas e dar grande contribuição à sociedade, pois trazem consigo a mestria que adquiriram no passado.

O Aborto visto Sob uma Perspectiva Espiritual

Quando os pais abortam um filho, estão abortando o potencial vivo que há nessa criança desde o momento da sua concepção. A criança que está no ventre __ e a alma que já faz parte daquele corpo __ têm consciência e percepção do pai e da mãe e deseja nascer e realizar sua missão na vida. Essa é a razão mais profunda do porquê o aborto ser contra a lei de Deus.Quando compreendemos a continuidade da alma, entendemos que a “criança-homem” no ventre é uma alma madura, capaz de pensamentos complexos e sentimentos profundos. Apenas o corpo está por desenvolver, o qual é o maior milagre da dádiva de amor de Deus ao homem e à mulher __ uma nova casa em que a alma entrará e se integrará durante o período que vai da concepção ao nascimento. A alma, ligada a essa forma frágil, pede entrada na vida pelos portais do nascimento. Entretanto está sem defesa e à mercê dos pais e da sociedade.Seja qual for o argumento, sob a perspectiva espiritual, no momento da concepção começou uma nova vida. O espírito começa a se entrelaçar como parte do tecido do corpo que se desenvolve no ventre __ uma alma única, um DNA único, um potencial único.Deus não se limita a enfiar uma alma em um corpo, tal como enfiamos um travesseiro em uma fronha. A integração da alma com o

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corpo em desenvolvimento é um processo complexo, que continua depois do nascimento.À medida que a criança cresce em graça e se fortalece em espírito, como aconteceu com Jesus, a consciência crística desce naquele templo em incrementos, ano após ano. Assim, existe um continuum: a integração da alma com o corpo e da alma com o Eu Superior tem lugar desde o momento da concepção e continua ao longo da idade adulta.Um bebê por nascer, como podemos ver, não é apenas um produto da concepção, outra parte do corpo da mãe ou uma massa de tecido biológico.Um bebê é vida __ vida nascendo no ventre.

Mitos e Argumentos sobre o Aborto

Os conceitos de carma e reencarnação conferem nova compreensão da vida e do destino único de cada criança que está para nascer. Porém um entendimento incompleto do carma e da reencarnação tem sido usado para justificar o aborto. Aqui estão alguns desses conceitos errôneos:

Mito:A alma poderá sempre voltar em outro corpo.

Os hindus ortodoxos, budistas e sikhs acreditam na reencarnação. Também acreditam que o aborto tira a vida. Todas as seitas do hinduísmo aceitam que a alma entra no feto no momento da concepção. Hoje, no entanto, muitos adeptos dessas religiões acham que o aborto é aceitável, por pensarem que não privará uma alma da sua única hipótese de vida. Acham que ela poderá sempre voltar em outro corpo. Em uma extensão desse argumento, alguns dizem que a liberdade de escolha da mulher deve ter precedência sobre o direito à vida do bebê, porque ele sempre terá outra chance.A idéia de que a alma tem liberdade completa para escolher suas experiências ignora a lei do carma. É certo que temos livre-arbítrio e que o temos exercido por muitas vidas. Pelas nossas decisões passadas, criamos as circunstâncias cármicas que requerem nosso retorno em um corpo específico, em um momento específico, em um lugar específico e de pais específicos. Não podemos apenas decidir entrar na vida quando entendemos, onde queremos ou com quaisquer pais. Temos ciclos a cumprir e há conseqüências sérias se não forem cumpridos.Além de tudo, se as almas pudessem escolher seus corpos, não é verdade que muitas escolheriam serem brilhantes, lindas e ricas? E, todavia, sabemos que nem todos são brilhantes, belos ou ricos.Muitas pessoas levam esse assunto ainda mais longe. Não acreditam que a alma esteja no bebê durante a gestação e, portanto, concluem que o aborto não é errado. Porém a alma está no corpo durante a

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gestação e, embora possa ter idas e vindas, está intimamente ligada ao corpo em desenvolvimento.

Mito:O feto é Energia e a Energia não pode ser morta.

Alguns contrapõem que o feto é energia e, portanto, não pode ser morto. Então, pela mesma razão, tirar a vida de um adulto também poderia ser aceito porque “uma pessoa é energia” e “a energia não pode ser morta”.Todos sabem, ao nível da alma, que tirar a vida é errado, e não gostaríamos de ver negada a nossa oportunidade de vida. O Criador colocou a energia do feto em forma física, a qual é mais do que mera energia coalescida. É uma criança-homem feita à imagem e semelhança de Deus.

Mito:A Alma Escolhe suas Experiências.

Se uma criança for abortada,deve ter sido por escolha da alma.

Alguns sugerem que uma alma pode escolher uma experiência de vida no ventre durante alguns meses e depois de um aborto regressar a oitavas mais elevadas. Em alguns casos essa pode ser a escolha da alma ou até mesmo as exigências do carma __ estar no ventre só durante algum tempo.Entretanto existem meios para Deus ou a alma fazerem com que esse fato aconteça, o que pode ser visto em alguns casos de aborto espontâneo, o qual, porém, quando ocorre, é de acordo com os horários estabelecidos por Deus __ não pelo homem. Como podemos decidir quando o tempo de alguém na terra deve acabar?

Mito:Se uma Criança é Abortada,

esse deve ser seu carma.Esse argumento também interpreta mal o conceito do livre-arbítrio. Quando é permitido que uma criança nasça no mundo, a decisão não é dela, mas dos pais. Pelo livre-arbítrio temos a oportunidade de criar novo carma, bom ou mau. Nem tudo o que nos acontece é retorno de carma.

Mito:O Aborto dá à criança a oportunidade de

Voltar em “melhores” circunstâncias.Algumas pessoas são de opinião de que o aborto não é bom nem mau. Não prejudica a alma, mas lhe dá a oportunidade de retornar

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em outro corpo e em melhores condições __ ou seja, sendo “desejada” em vez de “não desejada”. Dizem que não há perigo para a alma, porque ela ainda não nasceu.Por muito que acreditássemos nesse conceito, uma alma não pode simplesmente saltar para outro corpo quando lhe apetece. E há o que está certo e o que não está certo, de acordo com as leis de Deus. O aborto destrói realmente a vida de outra pessoa, pois ela está tanto no corpo como na alma. O corpo destina-se a ser um templo para alma e para o espírito. Por intermédio de um corpo, essa essência de luz (a alma) tem a oportunidade de experimentar a forma chamada matéria.A encarnação física também tem a finalidade de equilibrar o carma, servindo para libertar a vida e cumprir o plano divino. Impedir a vida do corpo que se está desenvolvendo no ventre não é simplesmente remover um veículo potencial para evolução. Quando se faz um aborto, também se está abortando uma vida e um destino estabelecidos por Deus. A lei do carma ensina que os que abortam a vida estão fazendo carma. E esse carma também pode prejudicar as suas almas, assim como as dos que abortaram.

A PREEXISTÊNCIA DA ALMA

Quando é que a alma entra no corpo? Os cristãos mais ortodoxos acreditam que uma alma nova é criada para cada novo embrião.Compreendemos, todavia, que a alma existe realmente antes da concepção. A alma é um continuum _ existiu no princípio, com Deus. Quando somos criados, a alma sai do grande ovóide de luz de fogo branco, descendo depois à forma material para realizar a sua razão de ser.Há almas que são criadas e que, muitas vezes, precisam completar vários ciclos de vida em encarnações antes de poderem voltar ao seu ponto de origem. Quando a alma toma as decisões corretas, dá-se um acréscimo de luz em sua aura e ela ganha mestria para, um dia, regressar a casa, para os templos de luz.A confirmação da preexistência da alma pode inclusive encontrar-se na Bíblia. Quando Deus falou ao profeta Jeremias “Antes que te formasses no ventre te conheci e antes que saístes do ventre te santifiquei, ás nações te dei por profeta”, predestinara sua alma, tal como predestinou a nossa, para realizar na Terra e em todas as esferas dos céus uma missão esplendorosa, útil e criativa de luz.Mas, tal como a perspectiva do cristianismo tradicional é falha, a de alguns movimentos da Nova Era também o é. A crença dos reencarnacionistas modernos _ de que abortar um corpo é aceitável porque se trata apenas de um corpo – é uma negação de que o corpo é o templo de Deus vivente. O apóstolo Paulo disse: “...Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes

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comprados por bom preço; glorificai pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito os quais pertencem a Deus”.Os nossos corpos são a habitação do Espírito Santo e até mesmo a oportunidade que temos de ter vida para a evolução da alma nos é dada por causa dos sacrifícios dos santos e dos grandes seres de luz que nos precederam. E, finalmente, é a luz de Deus, que nos criou e nos sustém a cada dia.Portanto nossos corpos não nos pertencem. Até nossas almas não são realmente nossas. Não existe uma posse pessoal do corpo – apenas um gerenciamento, se assim nos quisermos exprimir.Deus nos criou e nos ordenou que trouxéssemos almas feitas à sua imagem e semelhança. Deus ordenou-nos que fôssemos co-criadores com Ele, não acima d’Ele.A vida no ventre existe logo no momento da concepção.A vida precisa ser protegida.A vida tem o direito de existir.Paulo explica que existe uma responsabilidade que vem com a vida que recebemos. Parte dessa responsabilidade é defender outras partes da vida.Podemos pensar que somos livres para decidir que não queremos trazer à vida a alma que concebemos. Mas a alma já se encontra no ventre, agarrada àquele corpo desde o momento da concepção. E, se devemos ou não trazer essa vida ao mundo é, realmente, uma decisão que não nos pertence.

Somos Seres Espirituais com um Corpo Físico

Cada um de nós tem uma alma e essa alma tem percepção que se chama percepção solar ou consciência solar. Nossa alma é como o sol nos céus – nossa percepção espiritual é esférica e não linear. É uma percepção contínua desde a hora do nosso ponto de origem, da nossa saída de Deus até nosso regresso. Nossa percepção solar inclui cada parte do nosso corpo – braços, dedos, olhos, nariz, todos os órgãos e até nossos corpos sutis.Não somos apenas nosso corpo físico. Somos seres espirituais magníficos que têm um corpo físico. Também temos outros veículos para a alma poder exprimir-se. Pensamos, sentimos e temos emoções. De fato, somos seres espirituais com quatro corpos nos planos da matéria, incluindo o corpo físico. Para além dele, temos um corpo de memória, um corpo mental e um corpo de desejos. Podemos sofrer não apenas a angústia da dor física, como também a agonia da dor emocional. Nossos órgãos físicos podem adoecer por causa da dor da alma.Ao longo dos nove meses da gestação, a alma pode fazer um vaivém entre o ventre e planos mais elevados da existência, no mundo celestial. Cada vez que a alma entra nesse corpo, ancora mais da

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substância da sua alma nesse corpo. À medida que a gestação prossegue, o espírito, ou essência da alma, torna-se uma parte do sangue e das células, do cérebro, do coração e de todos os órgãos.O Espírito do Deus vivente faz também parte de cada filho e filha de Deus. Desde o momento da sua concepção, quando é apenas chamada embrião, a criança está diretamente ligada a Deus. A vida embrionária contém a semente do Deus vivente. O espírito (com um “e” minúsculo) da nossa corrente de vida é definido como nosso princípio animador, nossa energia, que tipo de pessoa somos. O nosso espírito é a vibração primordial que está refletida no nosso caráter. É a essência de quem somos.Existe um processo pelo qual Deus, através da mente do Cristo, seleciona o código genético que será nosso nesta vida e que será o veículo do espírito e da alma. Por meio desse código genético e desses genes, expressamos uma porção do vasto banco de memória que trazemos conosco, o qual inclui nossos pensamentos, sentimentos e desejos. Se é assim, por que não nos lembramos das nossas vidas passadas?No momento do nascimento (que está de acordo com a missão da alma), a alma desce pelo canal do nascimento espiritual, que é como um grande funil. Podemos pensar no canal do nascimento espiritual como uma espiral descendente de Deus que chega ao lugar onde o corpo físico do bebê está preparado.A alma está plenamente integrada com o corpo no momento do nascimento e uma cortina de esquecimento – os véus de “mem” – é lançada sobre o corpo de memória da alma naquele momento. Ela, então, deixa de ter total lembrança da sua preexistência no mundo celestial ou em vidas passadas.Quando encarnamos, trazemos conosco nossa memória, nossa mente e também trazemos nossos desejos e o corpo de desejos.Todos têm desejos realizados e por realizar que trazemos de vidas passadas, os quais têm muito a ver com as escolhas que fazemos nesta vida. Todos nós temos de lidar com eles, peneirá-los e resolver quais manteremos e de quais desistiremos.Quais os desejos que devemos realizar nesta vida? Aprendemos a fazer essa escolha com a ajuda e a orientação de professores, de pais e da comunhão com o nosso Deus interior. Muitas vezes a memória anímica que temos do treinamento recebido antes de encarnar ajuda-nos a focalizar e a dirigir nossa energia e nossos esforços, de acordo com o plano divino da nossa vida.De modo a funcionar nos reinos da Terra, temos de explorar e considerar o que desejamos realizar na vida. Quais são as nossas metas não realizadas?Por exemplo: se, em uma encarnação anterior, a nossa corrente de vida foi súbita ou violentamente cortada ou chegou ao fim no frescor da juventude ou na plenitude de sua força, tudo o que tínhamos desejado fazer com a nossa existência também chegou ao fim.

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Podemos desejar voltar e recomeçar de onde havíamos parado. Podemos ter o grande desejo de nos reunirmos o mais rapidamente possível com seres queridos do passado e realizar o que tínhamos iniciado naquela vida. Sentimos a grande necessidade de ter um corpo físico para podermos fazer o que precisamos fazer na Terra.Durante uma vida, apenas parte da totalidade do nosso ser se tornará proeminente. Na realidade, nossa vida é infinita e não pode expressar-se toda e, certamente, não apenas nestes reinos da terra, pois este mundo finito do tempo e do espaço e este corpo finito não podem conter a totalidade do nosso ser.Parte do plano divino da alma pode elevar o mundo pela música. A alma pode ter tido várias encarnações em que se dedicou à música e, quando renasce, trazem com ela a capacidade de compor. À medida que a criança cresce, maravilhamo-nos com a facilidade com que ela aprende música e como “sabe” exatamente como tocar um instrumento. De fato, a criança está captando sem grande esforço a mestria adquirida em vidas passadas.Em uma encarnação futura, a música pode ser deixada para trás se a tarefa da alma for trabalhar na manifestação de outros aspectos do ser. Talvez destacar-se na matemática ou na arquitetura ajude a criança a aprender diferentes lições da alma. Ou a alma pode estar destinada a trazer membros de uma família e ajudá-los a desenvolver certas capacidades. Esses cenários são muito prováveis.A alma sabe que há tarefas específicas que precisam ser realizadas para poder aprender as lições do amor e completar o trabalho inacabado da vida.Os pais podem providenciar a oportunidade para a alma aprender o que precisa e preparar-se para a sua missão.Em níveis de pré-concepção, enquanto se prepara para encarnar, a alma é instruída nesses e em outros conceitos, em escolas de luz, os retiros dos mestres Ascensos nas oitavas etéricas. É preparada para a sua missão e para obter vitória, talvez não apenas para aquela vida, como também para todas as suas vidas na Terra, o que a libertaria dos ciclos do renascimento para ascender de volta aos braços do Deus Pai/Mãe.Muitos de nós estamos aqui hoje porque temos tarefas a terminar. Temos muitas coisas que queremos fazer. Um dos conceitos mais importantes que precisamos entender sobre a alma que está no ventre é a tremenda oportunidade que esse fato representa para a realização de um destino ordenado por Deus.A criança que vai nascer está se desenvolvendo e continua a se desenvolver depois do nascimento. No ventre, a alma, o espírito, a mente e o corpo de desejos estão se integrando com o novo corpo físico, o novo mundo e a nova oportunidade que essa vida vai trazer. E as metas da vida começam a tornar-se claras e a ter forma, à medida que essa vida começa a delinear-se.

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A Semente Interna da Imortalidadee a Necessidade de Sacrifício

Tem sido afirmado que o feto não é um ser humano, a não ser potencialmente, portanto o aborto é aceitável. Mas poderemos dizer alguma vez que alguém deve ser eliminado porque não realizou plenamente seu potencial humano ou divino? Quem já realizou tudo o que tem para realizar?Cada um de nós tem a possibilidade ilimitada de realizar a semente de Deus, a própria semente da Vida. E, sim, tivemos a semente da nossa imortalidade, mesmo antes da concepção. Sempre tivemos a semente, pois a imortalidade é nossa meta e a razão pela qual Deus nos enviou para encarnarmos. Não dizemos uns aos outros: “Bem, posso matar você porque ainda não é um Deus, é apenas um potencial para ser Deus”.Em que ponto da evolução física e espiritual traçamos o limite?Consideremos inclusive as conseqüências físicas de eliminar um único ser humano: estaríamos eliminando um elo da cadeia genética, a qual poderia, em último caso, gerar um Beethoven, um Shakespeare, um Michelangelo, um Einstein, um Abraham Lincoln, um Jesus Cristo, um Buda ou qualquer um dos precursores e gênios que permitiram à humanidade avançar científica, cultural e espiritualmente.O homem comum também transporta os genes do gênio que podem um dia aparecer na cadeia da evolução. Temos uma centelha divina que nos foi dada por Deus e somos filhos e filhas d’Ele.Nossa civilização não costuma considerar que a vida necessita de sacrifício, mas, sob uma perspectiva espiritual, essa hipótese é considerada. Ter filhos é um sacrifício, assim como uma entrega a Deus e ao nosso chamado divino.Muitos casais sentem-se chamados para gerar filhos e sentem grande desejo de fazê-lo. Pensam com grande entusiasmo em trazê-los ao mundo. Ser pai ou mãe é um dos chamados divinos mais importantes.Podemos ter também o chamado divino (Dharma3) e o carma de dar a vida porque talvez a tenhamos prejudicado no passado. Geramos filhos porque essa é a nossa responsabilidade e porque, quando os temos, aprendemos a amar e a cuidar da vida.Infelizmente, muitas mulheres abortam filhos na adolescência e, mais tarde, na casa dos 20, descobrem que não podem ser mães, embora nessa altura possam desejar imensamente sê-lo. Muitas vezes ficam deprimidas, pois sentem que a vida passou ao seu lado, que perderam um elemento essencial do seu plano divino, o que, muito provavelmente, seja a verdade.Em vez de optarem por um aborto, poderiam ter tido a criança e dá-la para ser adotada ou, muito simplesmente, criá-la. Seja qual for a opção que escolheram, pelo sacrifício pessoal poderiam ter equilibrado e realizado o carma da dar vida a esse ser.

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A Percepção e a Dor da Alma

O aborto afeta de muitas formas o ser que está para nascer. Saber se uma criança no ventre sente dor quando está sendo abortada tem sido motivo de acalorados debates. Vamos considerar o fato, assim como as questões mais profundas sobre se a alma sente dor ou não.A alma que ocupa primeiro o embrião, depois o feto, depois o bebê que se formou no ventre, tem percepção – a alma ou percepção “solar” de que falamos anteriormente.Existem cinco sentidos espirituais que correspondem aos nossos cinco sentidos físicos. É o que nos dá uma sensibilidade psíquica ou anímica mais aguçada. Todas as pessoas têm esses sentidos, mas nem todas os desenvolvem. Quando o fazem, diz-se que são psíquicas ou intuitivas ou que têm o “sexto sentido”.Esses sentidos dão-nos um conhecimento anímico direto de acontecimentos e circunstâncias, até mesmo uma pré-cognição do que vai acontecer. Mas não funcionam completamente independentes do sistema nervoso central, porque somos uma personalidade integrada em Deus, antes, durante e depois dos nove meses em que ocupamos o ventre da nossa mãe.Assim, a questão sobre quando uma criança por nascer sente dor não pode ser respondida sem a compreensão de que a alma e o espírito _ com memória, mente e desejos completamente atuantes - está experimentando a vida em todas as suas dimensões multifacetadas em e através do corpo físico – assim como independentemente dele.As percepções sensoriais e extra-sensoriais andam de mãos dadas. O feto (e a alma que nele está), feito à imagem e semelhança de Deus, experimenta a vida como um todo complexo.Se os nervos sensoriais estão ou não completamente desenvolvidos e funcionando no feto não é um fator determinante. O que é determinante deve ser descoberto na soma das partes.É como tentar examinar uma rosa para ver como é feita e de onde vem seu maravilhoso perfume.Quando se desmancha a rosa, pétala por pétala, destruímos exatamente o que desejávamos compreender – a beleza da rosa.Uma criança por nascer sente a vida em toda a sua riqueza, tal como nós. Como poderá então, não sentir dor como nós?Como sentimos a dor?Tal como sentimos o prazer com todo o nosso ser, também sentimos a dor. Se você já sentiu uma dor intensa em alguma parte do corpo, sabe que ela afeta todo o corpo. É uma experiência toda consumidora, toda penetrante.

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É a pessoa – a alma, a mente, o ser e, claro, o corpo _ como um todo individual que tem a percepção total da dor e do prazer! É o que acontece no ventre!Chuchamos o dedo no ventre da mãe com nove semanas. (Um ultrassom pode mostrar um bebê chupando o dedo). Por que você teria chuchado o dedo, se não tivesse sentido prazer, se não quisesse satisfazer a uma necessidade física e emocional? E em que dimensões do ser começam e terminam a dor e o prazer?Tal como a alma da criança no ventre vai e volta durante a gestação, também a nossa viaja para oitavas superiores no mundo celestial, enquanto dormimos. Mas, durante essa viagem, uma porção da sua substância fica no corpo, pois estão entrelaçadas com a mente, as células e os órgãos, o que explica porque, quando somos acordados de repente, no meio da noite, ficamos primeiro um pouco tontos e depois mais despertos, à medida que a alma torna a entrar totalmente no corpo.Se fôssemos violentamente assassinados durante o sono e a alma se encontrasse subitamente em outro plano, mesmo assim experimentaríamos um intenso trauma físico e emocional através das nossas faculdades físicas e espirituais. Seria essa sensação diferente para uma criança abortada no ventre? Claro que não!Uma criança por nascer é, desde o momento da sua concepção, um ser humano completo e multifacetado e um filho ou filha de Deus. O que pode faltar no desenvolvimento fetal não falta na percepção da alma que habita por um tempo no ventre, preparando-se para realizar o seu destino, ordenado por Deus, no mundo da forma.Se sequer podemos responder a esse tipo de questões, será de bom senso deixar que o Todo-Poderoso elabore o milagre da vida dentro do ventre da criação.

A Dor do Aborto

Até há pouco tempo pensava-se que o feto e o recém-nascido não podiam sentir dor. Todavia a medicina comprova que a criança por nascer pode sentir dor com certeza a partir dos cinco ou seis meses de gestação.Atualmente, na América, 30% de todas as mulheres que engravidam abortam a criança. A partir da oitava semana, o bebê tem mãozinhas com cinco dedos, uma palma formada e suas impressões digitais únicas. E, o que é mais importante: pode sentir dor.No final da 12ª semana, o bebê possui músculos e nervos e, virtualmente, qualquer parte do corpo responde ao toque. O bebê pode piscar o olho e franzir a testa, dar pontapés e digerir o fluido amniótico (o fluido que rodeia o bebê no ventre). Embora não seja uma evidência conclusiva, precisamos apenas olhar um ultrassom que mostre a luta de um feto de 12 semanas para evitar os instrumentos cirúrgicos durante um aborto por sucção – que literalmente o

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esfrangalha – para concluir que o feto de três meses sente e teme a dor.Pode ser duro aceitar esse fato, mas ele precisa ser revelado. Almas que hoje tentam encarnar na Terra entram no ventre de suas mães corajosamente, enfrentando a realidade de que poderão ser arrancadas dele. Precisamos encarar essa verdade.Em muitos casos, quem aborta os filhos não sabe que eles sentem dor física durante a intervenção. Os Mestres ensinam que a criança abortada passa, realmente, pela dor do aborto.Só pelo conhecimento desse fato, as pessoas já deveriam ter um grande impacto e nem pensar em abortar crianças, pois é muito triste compreender que elas têm uma morte terrível, que é sofrida em silêncio.O aborto – do corpo, espírito e alma que estão no ventre – é uma violência indescritível e inimaginável – uma crucificação das crianças.Depois de um aborto, os anjos vêm confortar a criança, que está em choque e cheia de dor. Os anjos da cura levam a alma, magoada e ferida, para templos de luz, onde Ela é consolada, cuidada, curada e preparada para o nível seguinte de evolução espiritual.A criança abortada fica com cicatrizes profundas que, em algum lugar, em algum momento, precisam ser curadas em encarnações sucessivas.

A Dor de Não Poder Encarnar

Em níveis internos, a alma a quem foi negada a vida sente uma angústia e frustração enormes por não estar encarnada. E esse sofrimento pode ser uma agonia ainda maior do que a dor do próprio aborto. Elas desejam ser embaladas pelos pais e choram a oportunidade perdida de estarem com suas famílias.Essas almas querem ocupar o seu lugar no grande esquema cósmico da vida, realizar sua missão, oferecer seus dons ao mundo, ajudar-nos a enfrentar as crises nas cidades e nas nações – todavia não estão encarnadas para servir a humanidade.Em muitos casos, o desejo das almas de fazer parte do plano divino da Terra é tão grande que elas se prontificam a reencarnar uma vez ou outra, sabendo que enfrentam o risco de abortos repetidos.Quando essas almas valentes conseguem reencarnar, podem ter de enfrentar o problema das cicatrizes emocionais e psicológicas que adquiriram por terem sido abortadas. Ele pode manifestar-se na infância ou mais tarde, como uma depressão inexplicável ou doença emocional ou física. Elas podem ter ressentimento contra os pais ou outras pessoas que as tenham abortado. Essas almas feridas têm necessidade e amor e cura.

O Aborto de um Plano DivinoSob a Perspectiva da Criança

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Do ponto de vista da alma, a conseqüência mais trágica e dolorosa do aborto é também abortar o plano divino – a missão especial na vida que a alma esperou para realizar, às vezes durante milhares de anos.Temos datas a cumprir com nosso destino e com nosso carma. Se não as cumprirmos para pagar velhas dívidas, se não agarrarmos os ciclos para cumprir nossa missão, as janelas de oportunidades podem não se abrir de novo durante muito tempo, muito tempo – talvez por um tempo difícil de imaginar.O aborto pode também pôr em perigo ou perturbar as missões de mandalas de almas – grupos de almas que estão unidas pelo seu carma e não podem completar a sua missão porque uma parte do “time” não conseguiu encarnar.Desde a decisão do Supremo Tribunal, em 1973, no caso Roe V. Wade*, foram praticados, só nos Estados Unidos, mais de 40 milhões de abortos _ o equivalente a 14% da atual população dos Estados Unidos – e entre 1 bilhão e 1,5 bilhões de crianças foram abortadas no mundo inteiro.Está faltando um sétimo das pessoas que deveriam estar no mundo. Almas que precisam reencarnar para equilibrar seu carma estão tendo cada vez mais dificuldade para fazê-lo.

*Célebre caso jurídico, nos Estados Unidos, em que uma mulher queria fazer um aborto e o pai da criança interpôs uma ação judicial para impedi-la de fazê-lo. O Supremo Tribunal concedeu à mulher o direito de abortar, não defendendo, portanto, o direito à vida da criança.

Os Efeitos Emocionais, FísicosE Espirituais do Aborto nos Pais

O aborto não afeta apenas a criança. Pode também ter impactos prolongados nos pais. Um efeito óbvio reflete-se na saúde física da mãe.Testemunhos apresentados perante o Congresso dos Estados Unidos, em 1983, incluíram um relatório demonstrando que de 20 a 30% de todos os abortos realizados em hospitais causam efeitos negativos duradouros, envolvendo principalmente reprodução e fertilidade. Um estudo de 1986 sobre os efeitos do aborto em gestações subseqüentes mostrou que “as dilatações forçadas do colo do útero por meio de qualquer procedimento, em um aborto no primeiro ou segundo trimestre, predispõe a gravidez seguinte a maior risco”.Outros estudos indicam que o aborto de uma primeira gravidez causa complicações em gestações futuras, aumenta o risco de aborto espontâneo no primeiro e segundo trimestres e a possibilidade de nascimentos prematuros e mortes de recém-nascidos. Quando se causa dano no colo e nas paredes do útero ou nas delicadas trompas de Falópio, aumenta o risco de gravidez ectópica4 e de problemas

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durante o trabalho de parto em si ou para levar uma gravidez a termo.Existe um elo muito concreto entre o aborto e a infertilidade. Um número cada vez maior de mulheres está sofrendo de infertilidade depois de praticar abortos na juventude, o que tem muitas implicações.Por exemplo: muitas vezes, uma criança abortada pode desejar reencarnar mais tarde nessa mesma família, quando os pais estiverem aptos a aceitar um bebê. Mas, infelizmente, a mãe que fez um aborto pode descobrir que, por causa da infertilidade, não terá o filho que deseja. Embora tanto os pais como a criança desejem realizar a sua missão, a alma ainda encontra o caminho impedido.As complicações do aborto para uma mulher não se limitam aos efeitos físicos. Depois de um aborto, muitas mulheres precisam enfrentar as conseqüências emocionais de saber que destruíram uma vida. Os efeitos posteriores do aborto são classificados como síndrome pós-aborto.Uma mulher pode suprimir as suas reações ao aborto durante anos. Um terapeuta que trata mulheres com síndrome pós-aborto diz: “As crises ocorreram quase sempre entre dois e cinco anos depois do aborto. Para algumas mulheres, a crise pode aparecer alguns meses depois. Para outras, a repressão pode durar 20, 30 anos ou mais”.Os sintomas mais usuais podem incluir culpa, ansiedade, depressão, desgosto intenso, raiva, desejos suicidas, abuso de álcool e drogas, problemas sexuais, pesadelos, baixa de auto-estima e problemas alimentares.Embora ninguém saiba ao certo a prevalência de problemas psicológicos entre as mulheres que fizeram abortos, para algumas, os efeitos são devastadores. Um médico e psiquiatra que fez milhares de abortos, disse o seguinte: “Não há dúvida sobre o desgosto e a dor que se seguem a um aborto. Isso aparece de várias formas. Tive pacientes que tinham feito abortos um ou dois anos antes – mulheres que fizeram o que acharam melhor para elas mesmas naquela altura – mas isso ainda as perturba. Muitas rompem em prantos. Paga-se um preço psicológico”.Portanto devemos ver que as mulheres não se libertam pelo aborto. Muitas vezes sofrem muito e podem ficar escravizadas a uma dor que não é física.Além da dor emocional, existe a espiritual, ainda mais profunda, que em muitos casos corrói uma mulher pelo resto da vida – até mesmo em futuras encarnações – até o problema ser resolvido. Muitas mulheres que fizeram abortos podem testemunhá-la.Um médico deu este testemunho: “Vi muitas mulheres que tinham não só problemas físicos depois do aborto, como também psicológicos e emocionais, muitos dos quais eram profundos. Tive pacientes que tinham feito abortos 20, 30 anos atrás. Quando vinham fazer um

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exame de papanicolau, diziam-me que tinham feito aborto há 20 ou a30 anos e ainda o lamentavam. E me falavam da dor profunda”.Uma parteira diz que, quando está registrando na ficha de uma paciente as cirurgias que foram feitas, “toda mulher que fez um aborto chora ao recordar a experiência, mesmo que tenha acontecido há 10 anos ou mais. Todas se lembram vivamente da experiência e ainda vivem com a culpa, por muito que se lhes diga que precisam abandoná-la. Elas têm uma dor muito persistente”.Tal como a criança por nascer tem alma e percepção da alma que são feridas durante um aborto, também as mães as tem. Ao nível da alma, sabe a realidade da situação e o que significará para ela. Sabe o que aconteceu à criança, o que a perturba profundamente, mesmo que não tenha essa percepção na sua mente externa.Parte da angústia também vem do fato de que cada mãe e cada pai que se decidem pelo aborto estão realmente destruindo parte de si mesmos, que não será realizada exceto pela consecução dos genes que neles existem como potencial humano e divino.E há também outra conseqüência cármica. De acordo com a lei do carma, as pessoas que se associam ao aborto – por tê-los feito, realizado ou aconselhado alguém a fazê-lo – podem, em uma futura encarnação, ver negada a entrada na oitava física pelos portais do nascimento.Temos muita pena dessas mulheres que sofrem depois de um aborto. Podemos ver como a mulher que leva sua gestação a termo e dá ao bebê uma oportunidade de vida, é mais capaz de fazer as pazes com a vida e com o filho.

O Controle de Natalidade ComeçaAntes da Concepção

Sob o ponto de vista espiritual, o controle da natalidade deveria começar antes da concepção. O aborto jamais deveria ser considerado uma forma de controle da natalidade.Concordamos que não devemos ter mais filhos do que os que podemos cuidar e amar. Todavia, se olharmos a vida sob um prisma estritamente econômico, Jesus Cristo e Abraham Lincoln nunca deveriam ter sido gerados, pois ambos nasceram na pobreza. Mas, mesmo sob o ponto de vista econômico, temos a compreensão espiritual de que, se Deus nos dá filhos, Ele normalmente também nos concede meios de criá-los.É uma questão pessoal. O planejamento familiar e o uso de contraceptivos são necessários e importantes e os métodos de controle de natalidade são cada vez mais aperfeiçoados. Devem-se escolher os que não prejudicam a mãe. Mas, repito, sob o ponto de vista espiritual, o aborto não é uma forma aceitável de controle de natalidade.

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A Adoção como Alternativa

O trabalho da Dra. Helen Wambach dá uma perspectiva extraordinária à questão do aborto. Alguns dos seus pacientes que foram crianças adotadas disseram saber que o seriam antes de nascer: fazia parte do seu plano de vida.A adoção é uma solução espiritual para um dilema espiritual. Embora mais complicada exteriormente, pode levar aos pais a mesma alma que teriam recebido pela geração da criança.Existem anjos da adoção que trabalham especificamente para ligar os futuros pais com as almas que devem administrar. Seu trabalho não é simples, pois o livre-arbítrio pode manifestar-se a qualquer momento e reverter uma situação que deveria ocorrer.Algumas pessoas têm receio de não adotar a alma adequada. Você não receberá uma Alma que não lhe seja adequada, se orar por todos os passos da adoção – começando antes de iniciar o processo e continuando até que a criança esteja nos seus braços. Se algo não correr bem, mesmo no último momento, aceite a situação de bom grado, se fez o trabalho espiritual necessário.A adoção também é um meio de equilibrar o carma do aborto, embora isso possa não ser adequado ou possível para todos os que desejariam adotar uma criança. Mas prestar algum tipo de serviço ou ajudar a manter uma criança, seja financeiramente ou por qualquer outro tipo de ajuda, é uma porta aberta para a maioria das pessoas. A oração também está ao alcance de todos, como é óbvio. Ore para obter um direcionamento claro para a sua família e deixe que sua decisão seja guiada pela mão de Deus, que nunca falha.Mães e pais: se não desejam seus filhos, amem-nos até a gestação chegar a termo e deixem-nos nascer. Deem-nos a quem os amará e lhes dará a oportunidade de, mais uma vez, viverem, rirem, brincarem, cantarem e trabalharem na Terra, junto com seus amigos, para realizarem a sua razão de ser.Há lindas almas de luz esperando a adoção. Também há almas com carmas e momentuns difíceis. O carma dos pais adotivos também será sempre uma parte da equação.Os que esperam serem pais adotivos deveriam orar muito e usar técnicas espirituais para ajudar a transmutar tanto carma quanto possível, antes de fazerem uma adoção.

O Aborto Pode Ser Perdoado

Muitas pessoas se arrependem amargamente por terem escolhido o aborto. Deus, na sua infinita misericórdia, perdoa e na sua justiça providencia meios de reparação. Ele não nos condena pela nossa ignorância ou falta de entendimento, pois na verdade, se soubéssemos mais, faríamos melhor.

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Existe misericórdia, perdão e cura depois de um aborto. Se você fez um aborto, não se condene, nem se deixe mergulhar em um sentimento de falta de estima, que nada fará pela criança, por você ou por Deus. Em vez disso, procure formas de servir e honrar a vida.Envolvimento em aborto – quer o tenha feito, encorajado ou praticado, quer nessa altura soubesse ou não que era pecado – não impedirá que você volte ao coração de Deus no ritual da ascensão nesta vida, se você se der a Ele em um serviço que possa equilibrar esse carma.Dependendo das suas circunstâncias, você pode ter a oportunidade de dar à luz essa alma (ou outra alma, se essa opção não for possível). A adoção de uma criança também pode ser uma alternativa para você.Também pode equilibrar esse carma por meio de serviço á vida, ajudando e trabalhando com crianças, orando pela juventude e ensinando outras pessoas sobre as conseqüências espirituais do aborto.O pecado do aborto pode ser perdoado e expiado. Expiação significa equilibrar o carma de um pecado pela união da alma com Deus.Existem orações e outras técnicas espirituais que podem nos ajudar bastante na transmutação de carma e na cura dos traumas emocionais e espirituais resultantes do aborto. Muitas pessoas encontraram na chama violeta um instrumento de grande valor para superar esses problemas.

A Chama Violeta Facilita RelacionamentosE Transmuta Carma

A chama violeta é uma energia espiritual de alta freqüência que pode ser usada para transmutar ou modificar o carma negativo em carma positivo. Em séculos anteriores, o conhecimento da chama violeta foi dado apenas a uns poucos [iniciado] que se mostraram merecedores. Esses santos e adeptos, do Oriente e do Ocidente, têm usado a chama violeta para acelerar seu desenvolvimento espiritual. Mas esse conhecimento, que era mantido em segredo, só foi revelado a toda a humanidade no século XX.A chama violeta nos revitaliza e revigora. Pode curar, atuando nos quatro corpos inferiores. Ao transformar pensamentos e sentimentos negativos, a chama violeta proporciona uma plataforma para a cura. Ela também pode ser usada para facilitar os pontos mais difíceis nos relacionamentos entre pais e filhos. É como óleo em uma máquina.Essa energia espiritual transformadora é invocada pela ciência da Palavra falada, usando mantras ou fórmulas compostas por palavras, chamadas “decretos”, para ancorar a chama violeta no plano físico. Como uma borracha cósmica, ela transmuta causa e efeito do carma negativo, dando nova liberdade e oportunidade à alma.

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A chama violeta tem sido vista como a maior dádiva de Deus ao universo. Experimente usá-la, tanto para si como para aqueles a quem ama. Poderá ter uma agradável surpresa com os resultados.Eis uma simples afirmação que você pode usar todos os dias para trazer o poder transformador da chama violeta à sua vida.EU SOU um ser de fogo violeta.EU SOU a pureza que Deus deseja.

A Vulnerabilidade das Nações

Para além dos efeitos sobre o indivíduo, existem ramificações ainda maiores da prática do aborto. Cada um de nós é afetado na sua vida cotidiana, mesmo os que nunca fizeram um aborto ou se associaram pessoalmente a ele. Tirar a vida com a prática do aborto resultou em grande peso sobre todos nós.Talvez o mais importante seja que as almas abortadas não estão conosco. Essas “pessoas desaparecidas” não tomarão seu lugar como adultos na cena mundial deste século, nem tampouco os que seriam seus descendentes. A ausência dessas almas em encarnação nesta hora comprometeu o plano divino para a Terra e o carma assim criado é incalculável.Somos predadores, e esse carma afeta a todos nós. Pesa sobre toda nossa civilização. Se o peso desse fardo fosse retirado, todos nos sentiríamos muito diferentes. Semelhante perturbação do ecossistema não era vista na Terra desde os últimos dias da Atlântida. Ela alterou realmente o curso da civilização.Os quase dois bilhões de abortos realizados em todo o mundo tornaram a América e as nações vulneráveis por causa do retorno do carma negativo.Uma das formas de julgar uma civilização é ver como ela cuida dos seus jovens. Somos responsáveis pelas nossas famílias, mas também fazemos parte da família de Deus. Do ponto de vista do céu, o aborto é um dos problemas mais agudos do nosso tempo porque traz enorme carma para os indivíduos e para as nações.Uma chave para reverter as profecias e todas as predições em relação à guerra nuclear e a mudanças na crosta terrestre é, muito simplesmente, acabar com a prática do aborto. É difícil para o mundo celestial transmitir adequadamente a noção do grande peso que seria retirado do planeta se essa prática terminasse. O fim do aborto é a chave para que a misericórdia flua do coração de Nossa Senhora, pois é ela quem intercede pelas nações perante o Trono da Graça.

As Leis da Vida Universal

Diz-se que a ignorância é uma bênção, mas no mundo espiritual esse ditado não funciona bem assim. As leis do universo operam quer nos apercebamos delas quer não. E, infelizmente, muitas almas lindas

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têm sido enganadas e levadas a acreditar que o aborto é uma escolha “certa” e legítima.O livre-arbítrio é a dádiva de Deus para seus filhos e filhas. Somos responsáveis pelas nossas decisões. Se decidirmos ser sexualmente ativos, a gravidez é uma conseqüência possível. A vida deve ser reverenciada em todos os níveis. A ironia é que algumas pessoas que honram o ambiente e ficam horrorizadas com a destruição do planeta Terra e lutam para salvar muitas espécies animais em perigo de extinção, não veem que o aborto também é uma destruição da vida, que é sagrada e deve ser protegida.Talvez a explicação mais convincente venha do próprio mundo celestial. Se você pudesse viajar até lá, encontraria almas a quem foi negada a encarnação, não apenas uma, mas várias vezes, por causa da prática do aborto. Você poderia ouvir falar do aborto em primeira mão, pois essas almas lhe diriam que necessitam de oportunidade para avançar espiritualmente e, para tanto, precisam reencarnar. A alma está preparada para lidar com essa situação, por mais difícil que seja. Todavia, se o genitor decidir abortar, a alma perde a sua oportunidade.Sim, Deus deu-nos livre-arbítrio. Mas será possível achar que é da vontade d’Ele, tirarmos uma vida? Sim, os direitos de cada indivíduo são supremos. Mas a individualidade existe desde que se considerem os direitos dos outros e os da comunidade. A individualidade não confere o direito de tirar a vida.A natureza sempre exigiu uma reparação pela desumanidade do homem para com o seu semelhante. A verdade é que uma nação que não defendeu a vida que está no ventre torna-se vulnerável.A falta de sensibilidade à vida no ventre gera insensibilidade à vida em geral. Sob o ponto de vista espiritual, essa conseqüência se manifesta de vários modos. Pode ser a dureza ou a frieza do coração que leva a ignorar o sofrimento dos outros. Podemos vê-la no crescimento das taxas de criminalidade nas cidades do mundo inteiro. Pode resultar em um clima anormal.Quem poderá dizer onde ela poderá se manifestar? Em uma nevasca na primavera, na economia ou em lares onde o irmão ataca o irmão e existe divisão e ódio?Podemos vê-la na raiva de nações se levantando contra nações. Ela se manifesta em pragas, pestilência ou doenças, no aumento dos índices de câncer e da AIDS em muitas nações.Ao nível da alma, choramos nossos irmãos e irmãs que não estão conosco – as nossas almas companheiras que não estão ao nosso lado, aqueles que deveriam ser nossos parceiros no casamento, nos negócios ou em projetos e realizações para a melhoria da humanidade. Podemos aceitar esses sentimentos ou tentar abafá-los, com estilos de vida prejudiciais para o corpo.Carregamos esse peso no corpo, quer o saibamos ou não. Sentimo-lo física, emocional, mental e até espiritualmente. Esse peso manifesta-

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se de formas sutis – em maior número de depressões inexplicáveis, problemas psicológicos, suicídio e vício em drogas e álcool que estão aumentando nas nações do mundo civilizado.Como resultado do aborto, se não ascendermos de regresso a Deus ao fim da nossa vida, podemos descobrir que é cada vez mais difícil encontrar pais que nos permitam reencarnar em um mundo seguro e saudável.A vida tem de tornar-se sensível à vida. Os governos humanos, desde Noé, foram fundados para proteger a vida humana. A nação ou o governo que crie legislação permitindo o assassinato no ventre estará destinada a ruir, a menos que mude. Pode ruir por um cataclismo. Pode ruir por meio de um colapso econômico. Mas ruirá sob o peso do próprio carma, porque as leis que escolheu para seu governo não estão de acordo com as da vida universal.E, se os indivíduos e as nações precisarem passar por dificuldades para compreenderem o que apoiaram, então, a lei cósmica o decretará.

Não Há Exceções ? Como FicamA Violação e o Incesto?

Onde existe concepção, existe a ordem de Deus para essa vida, sejam quais forem as circunstâncias. Espiritualmente, o aborto só é permitido se a vida da mãe estiver em perigo.Mesmo que a concepção se dê por meio de incesto ou violação, ela é por vontade de Deus e deve ser consagrada – embora essa vida no seu início não tenha sido consagrada pelos pais. Quem santifica a vida é Deus e, mesmo que as circunstâncias da concepção sejam dolorosas, a vida pode ser santificada e não deve ser negada.Esse tema foi abordado de forma comovente em um artigo de Michel Henderson, publicado no New York City Tribune, de 4 de outubro de 1990, intitulado “Mensagem de uma Filha da Violação. Não Merecemos Morrer”.Henderson conta a história de Julie Makimaa, uma jovem e atraente mulher cristã do estado de Michigan, nos Estados Unidos. Julie, que tinha sido adotada, teve vontade de conhecer a identidade dos pais verdadeiros. Depois de quatro anos de pesquisas, encontrou finalmente a mãe, Lee, que fez a revelação dolorosa de que ela fora concebida como resultado de uma violação na festa de uma empresa. Na época, Lee era uma virgem de 18 anos e foi aconselhada por amigos a ter o bebê e colocá-lo em uma agência de adoções.Essa revelação, em vez de aborrecer Julie, provocou-lhe imensa gratidão.

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“Tive pena que minha mãe tivesse de passar por aquela terrível experiência”, disse ela, “mas estou muito grata por estar aqui. Para mim, não é importante como cheguei. O que importa é o que faço agora”.O marido de Julie disse a Lee: “Quero lhe agradecer por não ter abortado Julie. Não sei o que minha vida seria sem ela e sem a minha filha”.Inspirada pela coragem moral de sua mãe, Julie fundou Fortaleza, uma organização dedicada a defender as mulheres que engravidam e as crianças que são concebidas pela violação.Existe uma exceção às leis espirituais que proíbem o aborto e ela é no caso específico de a vida da mãe estar em perigo. Graças à medicina moderna, esses casos são muito raros, mas ocorrem. Em uma situação dessas, o aborto pode ser a decisão que defende a vida de forma mais eficaz – no caso, a vida da mãe.

E Quem Nasce ComDeficiências Físicas?

Toda criança concebida tem um plano, um desígnio divino. Alguns dizem que uma criança com deficiência é “indesejada” ou “deficiente” e, portanto, não deveria nascer neste mundo. O renomado pediatra e antigo cirurgião geral dos Estados Unidos, C. Everett Koop, diz o seguinte: “Foi minha experiência constante que a deficiência e a infelicidade não andam necessariamente de mãos dadas. Algumas das crianças mais infelizes que conheci tinham todas as faculdades mentais e físicas e, por outro lado, algumas das mais felizes que conheci suportavam fardos que eu mesmo acharia muito difíceis de carregar”.De algum modo, todos nós somos “deficientes”. Todos nós temos limitações e imperfeições que, na velhice, podem se tornar bastante severas.O propósito da vida não é estar livre de deficiências ou de fardos, mas vivê-la ao máximo, ser tudo o que deveríamos ser, realizar a missão pela qual encarnamos.Quem somos nós para dizer que uma vida não vale a pena? Só Deus pode tomar essa decisão.Helen Keller provou que vale a pena viver e lutar pela vida. Como poderemos esquecer a extraordinária determinação da arrojada moça cega, surda e muda que superou a escuridão total da sua infância para tornar-se autora, educadora e palestrante invulgar?O ultraje público em relação à morte, em 1982, de um bebê do sexo masculino com síndrome de Dow ilustra esse ponto. Doe nasceu em uma sexta-feira santa, em 9 de abril de 1982, com síndrome de Dow – um distúrbio genético em que pode haver vários graus de atraso mental e, por vezes, defeitos físicos graves. Os pais tomaram a decisão, ratificada pelo Supremo Tribunal de Indiana e pelo seu médico, de não fornecer alimento e tratamento médico à criança,

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permitindo que ela morresse, por acharem que nunca seria capaz de usufruir de uma existência “significativa”. Para eles, esse foi um ato de amor.O bebê morreu de fome e desidratação em 15 de abril, depois de uma tentativa malsucedida de cidadãos interessados que, trabalhando pelo sistema jurídico, tentavam entregá-lo aos cuidados de um dos 10 casais que se tinham oferecido para adotá-lo.Em 21 de abril de 1982, o Los Angeles Times publicou um editorial da autoria de George F. Will, intitulado: “Quando Matar se Torna uma Conveniência”, e um desenho de Conrad, em que ambos tecem comentários sobre o bebê Doe.Will escreveu: “Quando um comentarista tem interesse direto e pessoal em um assunto, deve dizê-lo. Jonathan Will, 10 anos e fã dos Orioles (e o melhor jogador de Maryland), tem síndrome de Dow. Ele não “sofre” (como alguns jornais costumam dizer) de síndrome de Dow. Ele não sofre de nada, exceto de ansiedade por causa do mau desempenho dos Orioles. Ele está muito bem, obrigado. Mas é provável que venha a ter bastantes problemas ao lidar com a sociedade – para receber o que tem direito, muito menos simpatia. Ele pode passar sem as pessoas... que afirmam, pelas suas ações, o princípio de que seres como ele estão aquém de serem totalmente humanos”.O desenho de Conrad, intitulado “Eles Matam Cavalos, Não Matam?”, mostrava um bebê esquelético, deitado em um berço de hospital. Uma nota no berço dizia: “Raio X da Morte pela Fome da Síndrome de Dow”. Em uma carta ao editor (Los Angeles Times, 1º de maio), Donna Parun, de San Pedro, Califórnia, escreveu: “Depois de ter recortado o desenho que Conrad fez do bebê com síndrome de Dow, morrendo de fome no berço, deixei-o na mesa da cozinha. Meu filho de 10 anos, que tem síndrome de Dow, pegou-o e olhou. Ele gosta de ver desenhos e disse: “Mamãe, este bebê – eu? ” E eu respondi: “Sim, ele é como você, mas eu não o deixarei morrer de fome”. Ele olhou para mim e disse: “Ó, por que não?” Ele faz essa pergunta a quase tudo. E eu disse: “Porque te amo, Mathew”. E, retomando o sorriso, ele respondeu: “Eu a amo”.Em resposta à reação pública sobre a morte trágica do bebê Doe, o presidente Ronald Regan anunciou, em 30 de abril, que a ajuda federal seria recusada a qualquer hospital ou agência de saúde que não dessem assistência médica aos deficientes.Pessoas nascidas na maior pobreza e nas piores circunstâncias podem elevar-se e tornarem-se grandes líderes, capazes de influenciar os destinos das nações. O presidente Abraham Lincoln nasceu de pais sem instrução e foi criado em uma casa de madeira, nas florestas de Kentucky. O famoso abolicionista Frederick Douglass nasceu e foi criado como escravo. O inventor e gênio da tecnologia Thomas Edison frequentou a escola durante três meses da sua vida porque o professor achou que ele era atrasado mental. Jesus Cristo nasceu

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em um estábulo, de pais que, pelo menos temporariamente, eram pessoas sem teto.Existe algo que está acima do corpo e das circunstâncias de nascimento. É o impulso da alma e o espírito que dão caráter, direção e ímpeto a um indivíduo.Muitas pessoas têm um carma grave. Podem ter cometido crimes horrorosos em vidas passadas, como assassinatos e pedofilia. Tais indivíduos podem, de acordo com a lei do seu carma, ter de reencarnar em circunstâncias que não são ideais. O propósito do carma nunca é castigar, mas nos ajudar a aprender com nossos erros passados e, por vezes, a única forma de o fazermos é experimentarmos em primeira mão o que fizemos aos outros.As duras lições da vida são muitas vezes o que nossa alma precisa para avançar espiritualmente – não apenas pela expiação do carma, como também por meio de iniciações, testes e sacrifícios.A família e o ambiente em que nascemos, os amigos, os inimigos e os desafios que encontramos ao longo da vida são parte do maravilhoso e intrincado padrão da vida. Esse padrão da mente de Deus nos é dado para que possamos superar todas as coisas por meio do Cristo que nos fortalece e, no final da encarnação, voltarmos para casa como graduados na escola da terra.Porque a religião moderna no Ocidente não ensina os princípios do carma e da reencarnação, as pessoas não podem ter uma verdadeira compreensão das muitas situações que nossa sociedade enfrenta. Eliminar a dor e o sofrimento à custa da evolução da alma não é a sabedoria das leis de Deus.A alma precisa aprender as lições do carma. Se lhe forem negadas essas oportunidades, ela pode ficar isenta dos ingredientes necessários para sua integridade e regresso para Deus.Mesmo que se saiba antecipadamente que uma criança nascerá com certas deficiências e dificuldades, ela tem o direito de viver para expiar seu carma por meio daquele corpo.Também devemos nos lembrar de que a situação pode não ser proveniente do carma. Algumas almas muito elevadas se oferecem para encarnar em um corpo deficiente como um sacrifício pelos outros. Se o feto for abortado por não ser fisicamente perfeito, as vidas que essa alma deveria ajudar têm de passar sem o seu amor e sem o seu sacrifício em seu favor.Realmente, a alma pode ser mesmo um Cristo ou um portador de luz com uma mestria búdica que se ofereceu para entrar naquele corpo fisicamente imperfeito para ajudar a Terra, expiando carma mundial. Quando um aborto é recomendado porque o feto é “imperfeito”, como pode alguém saber se sua alma está encarnando para cumprir o resto do seu carma e depois ascender? Como pode alguém saber se um Cristo está vindo ao mundo, para acabar sendo crucificado no ventre?Se a criança for dada para adoção, outras pessoas terão a oportunidade de cuidar dela. Ao fazê-lo, poderão alimentar a chama

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da misericórdia em seus próprios corações, cuidando de uma criança que não é fisicamente perfeita.É melhor deixar que Deus determine o que vai se manifestar e que os pais aceitem o cargo de serem realmente pais. Certas condições são genéticas e outras são cármicas. Todavia algumas dessas condições cármicas também podem ser aliviadas pela misericórdia do pai e da mãe que ganharam sabedoria e conseguem compreender qual a química corporal correta para apoiar a vida no ventre.As circunstâncias da vida são para aprender suas lições. Deus está nos ensinando de muitas formas, incluindo experiência e carma. Não podemos aprender apenas com os livros. Viemos da vida e temos de ir buscar nela algumas das nossas lições mais importantes.

Se Soubéssemos Melhor,Faríamos Melhor

Muitas almas lindas resolvem abortar seus bebês, denotando total ignorância sobre o que estão fazendo. Se tivessem uma compreensão correta, talvez decidissem de outro modo.Uma mulher pode se decidir por um aborto por várias razões. Pode achar que não está preparada para ser mãe e que ter aquela criança alteraria seus planos de vida. Pode temer pela sua reputação ou pela reação da família e dos amigos. Se já tem filhos, ela e o seu parceiro podem achar que não podem cuidar de mais uma criança. Outras podem achar que o planeta já tem população demais e não querem aumentar esses números. Outras ainda são obrigadas a fazer abortos por membros da família ou até por regimes políticos.Muitas pessoas decidem abortar com o coração pesado e depois de pensar muito. Mas o fazem sem compreender a reencarnação e o carma e com pouca fé na abundância de Deus e na possibilidade de encontrar soluções para tudo, quando pedimos fervorosamente a intervenção divina.É verdade que muitas dessas decisões, se formos realmente honestos, são baseadas em certo grau de egoísmo e amor-próprio.Por mais difícil que seja encarar o fato, essas decisões são realmente para conveniência humana e reputação pessoal.Se as pessoas conhecessem as leis do carma e compreendessem a importância de cada alma que encarna, poderiam ultrapassar todas as outras considerações e tomar decisões bem diferentes.Toda alma precisa de um corpo para poder lidar com seu carma. A alma seleciona a família que melhor lhe permitirá cumpri-lo. Se os pais a abortarem, ela pode ter de esperar bastante tempo por outra oportunidade, com uma família diferente – ou, em data posterior, nascer da mesma família. Mas, dessa vez, a criança pode trazer com ela nova camada de ressentimento ou grande conflito como resultado direto do aborto.

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Ter tal compreensão é ficar face a face com a verdade cósmica que todos precisam entender: qualquer que seja o argumento, a vida começa na concepção e, portanto, a vida no ventre não deveria ser destruída.

A Solução Divina

A solução para o aborto não se encontra nas ameaças ou em ataques a praticantes do aborto ou clínicas que os fazem. Não se encontra em apontar o dedo ou acusar seja quem for, incluindo nós mesmos.Nunca encontraremos as repostas no ócio, na acusação ou na violência, mas em um caminho mais elevado.A solução é providenciar, com compaixão, um refúgio seguro para pais e filhos.Nós, individualmente e como comunidades, podemos apoiar mães solteiras a terem seus bebês e, senão desejarem criá-los, dá-los para adoção. Há milhares e milhares de casais que esperam ansiosamente pela oportunidade de adotar uma criança.Também podemos rezar para que as almas abortadas que esperam reencarnar encontrem pais para patrociná-las, dá-las à luz e amá-las. Os que podem ter filhos devem providenciar um lar para as almas que aguardam para tomar seu lugar no palco da vida. Muitos pais, especialmente os que compreendem a equação espiritual, podem oferecer-se para ter não apenas um, mas vários filhos, para trazerem a este mundo aqueles a quem foi negada uma oportunidade.Quem apoiou o aborto ou tomou parte dele e quer transmutar esse carma deve compreender que Deus é misericordioso e deu-nos uma forma de sermos patrocinadores da vida. Podemos retificar nosso carma, não apenas pela oração, como também dando à luz crianças, adotando-as ou patrocinando-as financeiramente. Podemos participar de programas da comunidade, tornando-nos mentores ou apoiando organizações que cuidam de crianças carentes ou órfãs em outras nações, como o Tibete.Fazemos parte da família de Deus na Terra e podemos rezar uns pelos outros para pedir sabedoria e compreensão a todas as pessoas, para que elas possam entender porque o aborto é prejudicial para a criança, para os pais e para todos nós. Podemos rezar pedindo cura para todas as almas que foram abortadas. Podemos pedir proteção para a vida no ventre. Podemos pedir que nossos líderes tomem decisões corretas, assim como podemos rezar pelos pais das crianças e para que as mulheres que estão carregando uma vida no ventre possam tomar as decisões corretas. Podemos rezar para que os que ainda não nasceram possam fazê-lo e desempenhar seu papel no palco da vida. Em mundos longínquos, os budas da luz escutam o brado de cada pequenino.Conhecem cada grito, incluindo os gritos de dor das almas abortadas. Os budas vão ter com cada bebê ferido, inclinam-se e entram em

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seus corações, dizendo: “Criancinha, não chorarás sozinha. Estaremos contigo até que toda a vida repare este pecado contra a tua alma, que é de Deus”.A vida em toda a sua complexidade e maravilhas é nossa maior mestra, nossa maior dádiva. Se apoiarmos a Vida, reverenciarmos a Vida, defendermos a Vida, seremos recompensados com a bênção da Vida.

NOTASTrechos do texto são excertos e adaptações do livro de Patricia Kirkmond, “Mensagens do céu” (Corwin Springs, Montana; Summit University Press, 1999).1. Helen Wamback, Life before Life (New York; Bantam Books,

1979)2. O hipnotismo, mesmo quando praticado com as melhores

intenções, pode tornar-nos espiritualmente vulneráveis, abertos a elementos do subconsciente e do consciente do praticante. Pela hipnose, também podemos descobrir registros de vidas passadas que não estamos preparados para enfrentar.

3. Dharma é a palavra em sânscrito para lei. É a realização da lei do ser pela adesão à lei cósmica, incluindo as leis da natureza e um código de conduta espiritual, como o caminho ou dharma do Buda ou do Cristo. Dharma é o dever que cada um tem de realizar a sua razão de ser pela lei do amor e do labor sagrado.

4. Na gravidez ectópica, o óvulo fertilizado se desenvolve fora do útero (por exemplo, nas trompas de Falópio) e o bebê não pode se desenvolver. O Departamento de Saúde dos Estados Unidos relatou que, em 1984, houve um aumento de 300% de gestações ectópicas no país desde 1973 – ano em que o aborto foi legalizado. Os pesquisadores também descobriram que, entre as mulheres que fizeram aborto, dá-se um aumento de 500% de gestações ectópicas.