Questão Indutivismo

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BASES EPISTEMOLÓGICAS DA CIÊNCIA MODERNA Questão: Descreva em linhas gerais o indutivismo/ verificacionismo, aponte ao menos uma objeção a essa teoria da testabilidade e diga se você concorda ou discorda dessa crítica e porquê. Resolução: O indutivismo se baseia no princípio da observação e da testabilidade para descrever o conhecimento científico. Ele considera que a partir de um número suficientemente grande de observações de casos singulares e da utilização do raciocínio lógico é possível encontrar uma verdade geral. Essa teoria também faz uso da probabilidade, ou seja, caso um fenômeno ocorra várias vezes sob uma ampla variedade de condições (casos particulares), é provável que este fenômeno ocorra para todos os casos assim formando uma afirmação universal, que por sua vez será preponderantemente importante para a formação das leis e teorias que regem o conhecimento científico [1]. Como mencionado anteriormente o princípio da indução se baseia sob o critério da testabilidade, ou verificacionismo, afim de evidenciar se uma teoria e suas respectivas leis são verdadeiras ou falsas, isto é, esse critério diz que uma teoria é científica quando as suas leis e teorias são verificáveis através da observação, isso levando em consideração que a mesma não pode se opor a teoria ou lei universal da qual foi derivada, pois do contrário isso culminaria em uma contra evidência. Sendo assim pode-se dizer que a ciência indutiva está diretamente ligada a análise minuciosa e quantitativa dos dados estabelecidos pelas observações e pelos experimentos realizados acerca dos fatos e fenômenos científicos estudados, para que assim seja possível explicar de modo coerente a partir da generalização as leis e teorias pelo método do raciocínio indutivo [1, 2, 3]. Apesar da teoria do indutivismo ser a mais difundida no âmbito cientifico, muitos filósofos contestam-na devido ao seu caráter lógico, pois todas as afirmações universais são compostas por afirmações singulares que foram observadas e a partir do raciocínio lógico do próprio observador foi corroborada como hipóteses verdadeiras que, consequentemente, implicaram na veracidade da tese (A → B), isto é, se houverem um grande número de

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Definição sobre indutivismo/ verificacionismo.

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BASES EPISTEMOLÓGICAS DA CIÊNCIA MODERNA

Questão:

Descreva em linhas gerais o indutivismo/ verificacionismo, aponte ao menos uma

objeção a essa teoria da testabilidade e diga se você concorda ou discorda dessa crítica e

porquê.

Resolução:

O indutivismo se baseia no princípio da observação e da testabilidade para descrever o

conhecimento científico. Ele considera que a partir de um número suficientemente grande de

observações de casos singulares e da utilização do raciocínio lógico é possível encontrar uma

verdade geral. Essa teoria também faz uso da probabilidade, ou seja, caso um fenômeno

ocorra várias vezes sob uma ampla variedade de condições (casos particulares), é provável

que este fenômeno ocorra para todos os casos assim formando uma afirmação universal, que

por sua vez será preponderantemente importante para a formação das leis e teorias que regem

o conhecimento científico [1].

Como mencionado anteriormente o princípio da indução se baseia sob o critério da

testabilidade, ou verificacionismo, afim de evidenciar se uma teoria e suas respectivas leis são

verdadeiras ou falsas, isto é, esse critério diz que uma teoria é científica quando as suas leis e

teorias são verificáveis através da observação, isso levando em consideração que a mesma não

pode se opor a teoria ou lei universal da qual foi derivada, pois do contrário isso culminaria

em uma contra evidência. Sendo assim pode-se dizer que a ciência indutiva está diretamente

ligada a análise minuciosa e quantitativa dos dados estabelecidos pelas observações e pelos

experimentos realizados acerca dos fatos e fenômenos científicos estudados, para que assim

seja possível explicar de modo coerente a partir da generalização as leis e teorias pelo método

do raciocínio indutivo [1, 2, 3].

Apesar da teoria do indutivismo ser a mais difundida no âmbito cientifico, muitos

filósofos contestam-na devido ao seu caráter lógico, pois todas as afirmações universais são

compostas por afirmações singulares que foram observadas e a partir do raciocínio lógico do

próprio observador foi corroborada como hipóteses verdadeiras que, consequentemente,

implicaram na veracidade da tese (A → B), isto é, se houverem um grande número de

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observações acerca de uma série de elementos que formam um conjunto (A) e foi constatado

que os mesmos sob uma ampla variedade de condições possuíam uma determinada

propriedade em comum (B) então, obrigatoriamente, todos os elementos do conjunto (A)

possuem a propriedade (B), isso devido apenas a dedução lógica. Então a dúvida está em

como aceitar que uma lei ou teoria científica é verdadeira se a mesma foi obtida através de um

número limitado de observações e que dependem apenas do caráter lógico, sendo que

diferentemente do princípio dedutivo o princípio indutivo não possui esse caráter, ou seja os

argumentos indutivos não são logicamente válidos. Tudo isso leva a uma contestação com

relação ao indutivismo, pois como poderiam as próprias afirmações gerais, irrestritas, serem

justificadas na base de evidências limitadas, já que o mesmo não pode ser justificado apenas

por um apelo à lógica, com isso gerando uma contradição [1].

Particularmente concordo com a crítica com relação ao indutivismo, pois a teoria da

indução não deixa explicitamente claro qual seria o número mínimo de observações a serem

realizadas ou até mesmo qual seria a variedade de condições necessárias afim de comprovar a

veracidade de uma hipótese. Além disso ela se utiliza do raciocínio lógico para a formulação

de afirmações, ao passo que cada indivíduo pode ter um pensamento diferente acerca de um

mesmo objeto de estudo, ou seja, não teríamos como saber ao certo qual dos indivíduos

estaria com a razão, pois em ambos os casos o número de observações seria limitado. Com

isso verifica-se que o princípio da indução possui sérios problemas na sua formulação, o que

me leva a acreditar que talvez ele não seja o melhor método para se analisar o conhecimento

científico.

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Referências Bibliográficas

[1] Chalmers, Alan F., 1939 – “O que é ciência afinal?”. São Paulo: Editora

Brasiliense, 1993.

[2] Costa, Cláudio F. (Doutor em Filosofia pela Universidade de Konstanz. Professor

do Departamento de Filosofia da UFRN) – Artigo “Falseacionismo e anti-indutivismo

popperianos” publicado na revista eletrônica de filosofia “Theoria” volume 04, número 09,

ano 2012. Faculdade Católica de Pouso Alegre. (Encontrado no seguinte link :

www.theoria.com.br/edicao0212/falseacionismo_e_anti_indutivismo_popperianos.pdf).

[3] Chibeni, Silvio S. – Artigo “O que é ciência?”. Departamento de filosofia – IFCH

– Unicamp. (Encontrado no próprio site da disciplina).