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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO IDIANA SANTOS SOUZA QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE SÓDIO: USO DO MÉTODO DAS TRÍADES NA SUA VALIDAÇÃO São Cristóvão/SE 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO

IDIANA SANTOS SOUZA

QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE

ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE SÓDIO: USO DO

MÉTODO DAS TRÍADES NA SUA VALIDAÇÃO

São Cristóvão/SE

2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO

IDIANA SANTOS SOUZA

QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE

ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE SÓDIO: USO DO

MÉTODO DAS TRÍADES NA SUA VALIDAÇÃO

São Cristóvão/SE

2019

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-graduação em

Ciências da Nutrição como

requisito parcial à obtenção do

título de Mestre em Ciências da

Nutrição.

Orientadora: Prof. Dr. Kiriaque

Barra Ferreira Barbosa

Co-orientadora: Prof. Dr. Analícia

Rocha Santos Freire

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IDIANA SANTOS SOUZA

QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE

ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE SÓDIO: USO DO

MÉTODO DAS TRÍADES NA SUA VALIDAÇÃO

BANCA EXAMINADORA

São Cristóvão/SE

2019

Dissertação de mestrado aprovada

no Programa de Pós-graduação em

Ciências da Nutrição em 23 de

setembro de 2019

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AGRADECIMENTOS

O poeta inglês Jonh Donne já dizia: nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo.

E é justamente esta natureza social que nos permite construir, criar, experimentar.

Agradecimentos a incontáveis pessoas não me faltam, uma vez que, sem as mesmas eu nada

teria feito. Minha singela gratidão...

A Deus.

À minha família.

Às minhas queridas orientadoras Kiriaque e Analícia.

Aos velhos amigos, em especial Mirele e Herbert, pela força-tarefa em busca de

voluntários.

Aos novos amigos conquistados, em especial Angelina, Milene, Nayane, Rodrigo e

Tiago, obrigada pelas risadas (modo 5º série ativar hahaha), pela preocupação e paciência.

Às minhas pupilas Bianca, Brenda, Dalila e Laryssa que foram meus braços e pernas

durante a longa coleta.

A todos os voluntários, sem vocês esta pesquisa literalmente não existiria.

A todos os professores que contribuíram no decorrer da execução do estudo, em

especial a Liliane, Danielle e Diva.

Às meninas do LABNUT e do GANUH.

À CAPES/FAPITEC pelo apoio financeiro.

Ao PPGCNUT (especialmente Iamm) e ao DNUT.

Enfim, sou grata a todas a pessoas que contribuíram de maneira direta ou indireta

durante este percurso de dois anos.

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SOUZA, I.S. Questionário de Frequência Alimentar de Alimentos com Alto Teor de Sódio:

uso do método das tríades na sua validação [Dissertação]. São Cristóvão: Programa de Pós-

Graduação em Ciências da Nutrição, Universidade Federal de Sergipe; 2019.

RESUMO

Introdução: As taxas de morbimortalidade decorrentes de Hipertensão Arterial Sistêmica

permanecem elevadas no Brasil e no mundo. Um QFA validado para estimar a ingestão de

sódio poderá auxiliar na identificação dos indivíduos em risco de desenvolver hipertensão

arterial.

Objetivo: Validar instrumento de avaliação do consumo de alimentos com alto teor de sódio

em população ≥18 anos e testar sua reprodutibilidade.

Métodos: Estudo transversal, conduzido com 50 indivíduos ≥18 anos, de ambos os sexos.

Foram aplicados 4 R24h, QFA-ATS no início e no fim de um semestre e questionário

socioeconômico e de hábitos alimentares. Foram coletadas duas excreções urinárias de 24h

para análise de sódio, além de antropometria. Para validação utilizou-se o método das tríades

mediante coeficiente de validade (ρ). Para reprodutibilidade empregou-se o ICC e IC95%,

coeficiente de Kappa e gráficos de Bland-Altman para concordância. Adotou-se o teste de

Kolmogorov-Smirnov para verificar a distribuição dos dados. Os coeficientes de correlação

de Spearman entre os métodos foram calculados e sódio foi ajustado pelo método residual.

Resultados: Os coeficientes de validade para sódio ajustado pela energia foram considerados

elevados para R24h (ρRIR=0,85) e fracos para QFA-ATS (ρQFAIR=0,26) e Biomarcador

(ρBIR=0,20). O ICC para sódio bruto foi de 0,686 e 0,541 para o ajustado. Coeficiente de

Kappa ponderado foi de 0,491 (p<0,01) e 0,260 (p=0,024) para sódio bruto e ajustado,

respectivamente.

Conclusão: Embora o QFA-ATS seja reprodutível, não é válido para avaliação da ingestão de

sódio, não podendo ser utilizado isoladamente para este fim.

Palavras-chave: Consumo alimentar; Sódio na dieta; Estudos de validação.

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SOUZA, I.S. Food Frequency Questionnaire for Foods High in Sodium: a Validation with the

Triads Method [Dissertation]. São Cristóvão: Programa de Pós-Graduação em Ciências da

Nutrição, Universidade Federal de Sergipe; 2019.

ABSTRACT

Introduction: Morbimortality rates due to Systemic Arterial Hypertension remain high in

Brazil and worldwide. A validated FFQ to estimate sodium intake may assist in identification

of individuals at risk of developing hypertension.

Objective: To validate an instrument for assessing the consumption of high in sodium foods in

adult population, and to verify the reproducibility.

Methods: Cross-sectional study, sampling of 50 individuals ≥18 years, both sexes. Applied 4

R24h, QFA-ATS twice, and a socioeconomic and dietary habits questionnaire. Collected two

24-hour urinary excretions for sodium analysis, besides anthropometry. The Kolmogorov-

Smirnov test verified data distribution. Calculated Spearman's correlation coefficients, and

used the triad method by validity coefficient (ρ) for validation. For reproducibility, used the

ICC and IC95%, Kappa coefficient, and Bland-Altman graphs for agreement. Sodium

adjusted by the residual method.

Results: Validity coefficients for energy adjusted sodium considered high for R24h (ρRIR =

0.85), and weak for QFA-ATS (ρQFAIR = 0.26), and Biomarker (ρBIR = 0.20). ICC for

crude sodium was 0.686 and 0.541 for adjusted. Weighted Kappa was 0.491 (p<0.01) and

0.260 (p=0.024) for raw and adjusted sodium respectively.

Conclusion: Although the QFA-ATS is reproducible, it is not valid for evaluation of sodium

intake, and should not use alone for this purpose.

Keywords: Food consumption; Sodium, dietary; Validation studies.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Método das tríades..................................................................................................22

Figura 2 – Fluxograma da amostra do estudo..........................................................................28

Figura 3 – Sequência de coleta de dados.................................................................................28

Manuscrito

Figura 1 – Sequência de coleta de dados.................................................................................36

Figura 2 – Gráficos Bland-Altman para concordância de medidas de sódio ajustado para

energia do QFA, R24h e Biomarcador de adultos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE,

2018 (n=50)...............................................................................................................................42

Figura 3 – Gráficos Bland-Altman para concordância de energia e sódio ajustado do QFA em

adultos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018 (n=50).................................................42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estudos brasileiros que utilizaram o método das tríades para validação de

Questionário de Frequência Alimentar.....................................................................................24

Tabela 2 – Variáveis utilizadas no estudo................................................................................29

Manuscrito

Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos

da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018 (n=50).............................................................39

Tabela 2 – Valores de ingestão de energia e sódio bruto e ajustado estimados pelo R24h,

QFA-ATS e Biomarcador em adultos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018

(n=50)........................................................................................................................................40

Tabela 3 – Coeficientes de correlação de Spearman e de validade para ingestão de sódio bruto

e ajustado para energia de adultos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018

(n=50)........................................................................................................................................41

Tabela 4 – Classificação por tercil de ingestão de sódio ajustado para energia de adultos da

comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018 (n=50)..................................................................41

Tabela 5 – Reprodutibilidade do QFA-ATS para energia, sódio bruto e ajustado para energia,

e classificação por tercil de ingestão de adultos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018

(n=50)........................................................................................................................................43

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

B - Biomarcador

DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC 95% - Intervalo de Confiança de 95 %

IR - Ingestão Real

Na - Sódio

OMS - Organização Mundial de Saúde

PAS – Pressão Arterial Sistólica

PAD – Pressão Arterial Diastólica

QFA - Questionário de Frequência Alimentar

QFA-ATS - Questionário de Frequência Alimentar de Alimentos com Alto Teor de Sódio

R - Método de Referência

RA - Registro Alimentar

R24h - Recordatório de 24 horas

SPSS - Statistical Package for Social Sciences

SUS – Sistema Único de Saúde

ρ - Coeficiente de Validade

ρQFAIR - Coeficiente de Validade do Questionário de Frequência Alimentar

ρRIR - Coeficiente de Validade do Método de Referência

ρBIR - Coeficiente de Validade do Biomarcador

rQFAB - Correlação Bivariada entre Questionário de Frequência Alimentar e Biomarcador

rQFAR - Correlação Bivariada entre Questionário de Frequência Alimentar e Método de

Referência

rBR - Correlação Bivariada entre Biomarcador e Método de Referência

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 12

2.1 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS): panorama epidemiológico ............................ 12

2.2 Sódio no desenvolvimento da HAS e no controle dos níveis pressóricos .................... 13

2.3 Instrumentos para avaliação do consumo alimentar ................................................... 15

2.3.1 Validação de questionário de frequência alimentar .................................................. 18

2.3.2 Reprodutibilidade ......................................................................................................... 20

2.4 Biomarcadores ................................................................................................................. 20

2.5 Método das tríades .......................................................................................................... 21

3 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 26

3.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 26

3.2 Objetivos específicos ........................................................................................................ 26

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS .............................................................................................. 27

4.1 Questões éticas ................................................................................................................. 27

4.2 Delineamento do estudo .................................................................................................. 27

4.3 População ......................................................................................................................... 27

4.4 Critérios de exclusão ....................................................................................................... 27

4.5 Coleta de dados ................................................................................................................ 27

4.5.1 Investigação socioeconômica e de hábitos de vida ..................................................... 29

4.5.2 Consumo do sal de adição ............................................................................................ 29

4.5.3 Avaliação antropométrica ............................................................................................ 30

4.5.4 Desenvolvimento do Questionário de Frequência Alimentar de Alimentos com Alto

Teor de Sódio (QFA-ATS) ..................................................................................................... 30

4.5.5 Recordatório de 24h (R24h) ......................................................................................... 31

4.5.6 Biomarcador da excreção de sódio .............................................................................. 32

4.6 Análise da composição dos alimentos consumidos ....................................................... 32

4.7 Análise estatística ............................................................................................................ 32

4.7.1 Validação do QFA-ATS ................................................................................................ 33

4.7.2 Reprodutibilidade do QFA-ATS .................................................................................. 33

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 34

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50

APÊNDICES ........................................................................................................................... 56

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............ 56

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO E DE HÁBITOS

ALIMENTARES .................................................................................................................... 57

APÊNDICE C – ORIENTAÇÕES PARA COLETA DE URINA ..................................... 58

ANEXOS ................................................................................................................................. 59

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS

COM ALTO TEOR DE SÓDIO (QFA-ATS) ...................................................................... 59

ANEXO B – LISTA DOS ALIMENTOS QUE COMPÕEM O QFA-ATS ...................... 64

ANEXO C- MODELO DE R24H .......................................................................................... 66

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1 INTRODUÇÃO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma patologia crônica determinada pela

elevação sustentada dos níveis pressóricos acima de ≥ 140 e/ou 90 mmHg, e está associada a

eventos como acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio

e doença renal crônica. A prevalência mundial de adultos hipertensos no ano 2000 foi de

26,4%, a projeção para 2025 estima aumento de 60%. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional

de Saúde em 2013 estimam prevalência de 21,4% de indivíduos hipertensos (KEARNEY et

al., 2005; SILVA; MURA, 2010; MALACHIAS et al., 2016; BRASIL, 2017).

Todos os dias no Brasil, 388 pessoas perdem a vida em decorrência da HAS. A taxa de

mortalidade no país atingiu somente em 2017, 30,2 mortes por 100 mil habitantes. O custo

desta patologia aos cofres públicos é elevado. Somente em 2016, a HAS custou ao Sistema

Único de Saúde (SUS) montante de R$ 61,2 milhões de reais (BRASIL, 2019; FIOCRUZ,

2019).

A comunidade científica é unânime a respeito dos efeitos da ingestão excessiva de

sódio (Na) sobre a elevação da pressão arterial, tendo em vista que este mineral desencadeia

aumento volêmico e aumento no débito cardíaco. A Organização Mundial de Saúde (OMS)

sugere ingestão máxima de 5g/dia de sal. No Brasil, segundo Sarno et al. (2013), a quantidade

consumida por dia chega a 12g de sal (4,7g de sódio), mais que o dobro do preconizado.

Ressalta-se que grande parcela do consumo exacerbado deste nutriente está intrinsecamente

ligada aos alimentos processados e ultraprocessados (CESARINO et al., 2004; WHO, 2006;

BRASIL, 2014; CUPPARI, 2014).

A investigação dos hábitos alimentares populacionais é conduzida por métodos

capazes de estimar o consumo alimentar de populações distintas. Classificam-se em

retrospectivos os instrumentos que avaliam o consumo passado em longo prazo, e em

prospectivos os que objetivam captar o consumo no tempo presente. Os métodos mais

utilizados em estudos epidemiológicos são o recordatório de 24h (R24h), o registro alimentar

(RA) e o questionário de frequência alimentar (QFA) (SILVA; MURA, 2010; CUPPARI,

2014).

Para a epidemiologia, o QFA mostra-se uma ferramenta útil, pois ele permite

identificar a relação hábitos alimentares e estado nutricional com as doenças. Porém, para

isto, faz-se necessário que o instrumento tenha sido construído mediante procedimentos

metodológicos bem delineados que assegurem maior confiabilidade e precisão dos dados,

fatores estes que serão testados na verificação da validação da ferramenta desenvolvida

(SLATER et al., 2003).

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11

O QFA é aplicado para estimar o consumo alimentar habitual de grupos populacionais

específicos. Sua utilização em estudos epidemiológicos requer que o QFA seja considerado

válido, e isto é feito a partir da comparação deste instrumento com outros métodos de

referência, como o RA e o R24h, embora estes métodos também sejam passíveis de erros de

mensuração. Frente a estas limitações, os biomarcadores ganham cada vez mais destaque em

estudos de validação, pois não se sujeitam aos mesmos vieses presentes nos instrumentos que

avaliam o consumo (BIRÓ et al., 2002; KAAKS et al., 2002; RIBEIRO; CARDOSO, 2002;

BEYDOUN et al., 2007; CARDOSO, 2007).

Os biomarcadores vêm sendo utilizados em estudos de validação por meio de uma

proposta metodológica desenvolvida por Ocké e Kaaks (1997) intitulada método das tríades.

Esta técnica é eficaz ao estimar o coeficiente de validade entre a ingestão real não conhecida e

o consumo estimado pelo QFA, R24h ou RA e B (OCKÉ; KAAKS, 1997; KAAKS;

FERRARI, 2006).

O QFA construído deve ainda passar por estudo de reprodutibilidade, que irá testar se

o instrumento é capaz de apresentar resultados semelhantes nas diferentes aplicações. A

reprodutibilidade ou confiabilidade pode sofrer influência do tempo, do entrevistado e do

entrevistador (LOPES et al., 2003).

Os índices de morbidade e mortalidade precoce por HAS permanecem elevados, nota-

se a necessidade de medidas que promovam a redução dos índices e ainda, que diminuam a

incidência de desenvolvimento desta patologia. Um QFA para a avaliação do consumo de

sódio mostra-se relevante tendo em vista que permitirá auxiliar na identificação precoce dos

indivíduos em risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial. Devido à relevância da

área de investigação e à necessidade de desenvolvimento de métodos fidedignos para

avaliação da ingestão de sódio, o objetivo deste trabalho é validar um Questionário de

Frequência Alimentar de Alimentos com Alto Teor de Sódio (QFA-ATS) mediante o método

das tríades e verificar a sua reprodutibilidade.

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12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS): panorama epidemiológico

Em consonância com outros países, o Brasil sofreu e ainda sofre o efeito das

transições demográfica e epidemiológica. Enquanto a primeira é marcada pela diminuição das

taxas de fecundidade, natalidade e progressiva elevação da expectativa de vida, a segunda é

determinada por mudanças acentuadas no perfil de morbimortalidade populacional. As

DCNT, a partir das últimas décadas, passaram a liderar as causas de morte no Brasil,

realidade diferente da década de 80, na qual as altas taxas de mortalidade decorriam das

doenças infectocontagiosas (BRASIL, 2005).

A OMS aponta como os quatro pilares para o desenvolvimento destas patologias o

hábito de fumar, o excesso de álcool, o sedentarismo e o consumo alimentar inadequado. Em

2012, ocorreram 38 milhões de mortes no mundo causadas por DCNT. A HAS, uma doença

crônica, é uma das principais causas de eventos cardiovasculares (WHO, 2014).

De ordem multifatorial, a HAS é determinada pela elevação sustentada dos níveis

pressóricos da pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140mmHg e/ou da pressão arterial diastólica

(PAD) ≥ 90mmHg. Esta patologia associa-se a distúrbios metabólicos, alterações funcionais

ou estruturais de órgãos-alvo como coração, cérebro, vasos sanguíneos, rins e retina. A

elevação da pressão arterial é influenciada pela idade, genética e fatores ambientais. A

respeito dos fatores ambientais, a dieta tem papel importante no tocante ao desenvolvimento

da patologia, bem como na prevenção e no controle da mesma (VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ;

BARRETO; PIMENTA, 2007; MALACHIAS et al., 2016).

Aproximadamente 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo são acometidas por HAS,

este é um dos principais fatores de risco ligado ao desenvolvimento de doenças

cardiovasculares. No Brasil, a HAS atinge 36 milhões de indivíduos, mais de 60% são idosos,

e contribui de maneira direta ou indireta para metade dos óbitos por doença cardiovascular. A

pesquisa da Vigitel aponta que a prevalência de HAS passou de 22,5% em 2006 para 25,7%

dez anos depois. Dentre os hipertensos, verifica-se que as mulheres são mais diagnosticadas

em relação aos homens. Ao se analisar a prevalência da patologia por capitais brasileiras em

2016, percebe-se que Palmas (Tocantins) possuía a menor prevalência, 16,9%, e a cidade do

Rio de Janeiro a maior, 31,7%. A prevalência de HAS na capital sergipana, Aracaju, foi de

26,3% no mesmo ano (SILVA; MURA, 2010; MALACHIAS et al., 2016; BRASIL, 2017).

A HAS é responsável de forma direta ou indireta por 50% das mortes geradas por

doenças do aparelho cardiovascular. Diariamente no Brasil, 388 pessoas perdem a vida em

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decorrência da HAS. A taxa de mortalidade no país atingiu somente em 2017, 30,2 mortes por

100 mil habitantes. Em Sergipe, o quarto estado com maior índice de mortalidade, o número

de mortes foi de 41,3 por 100 mil habitantes. Além de custar vidas, a HAS possui impacto

relevante nos cofres públicos. De acordo com o DATASUS, em 2016 a frequência de

internações e de atendimentos ambulatoriais foi de 983,256, o que custou ao SUS montante de

R$ 61,2 milhões de reais (MALACHIAS et al., 2016; BRASIL, 2019; FIOCRUZ, 2019).

2.2 Sódio no desenvolvimento da HAS e no controle dos níveis pressóricos

É consenso no meio científico que a ingestão excessiva de sódio (Na) provoca

elevação na pressão arterial, pois este mineral desencadeia aumento volêmico e consequente

aumento no débito cardíaco. Posteriormente, mediante um mecanismo de autorregulação,

ocorre a elevação da resistência vascular periférica e em decorrência, a manutenção dos níveis

elevados de pressão arterial (CUPPARI, 2014).

A sensibilidade ao sódio é afetada por especificidades individuais. Alguns indivíduos

apresentam aumento expressivo nos níveis pressóricos em resposta ao incremento no

consumo de sal, enquanto em outros a pressão arterial não sofre grandes modificações. A

sensibilidade ao sal resulta do padrão comportamental da pressão arterial frente à variação do

quantitativo de sal na alimentação (AMODEO; HEIMANN, 1998).

As evidências de que a redução e o consumo consciente deste mineral induzem à

queda da pressão arterial são fortes. Ensaios clínicos demonstram que a diminuição de 50%

no consumo habitual de sódio reduz os níveis tensionais, e ainda, estima-se que a redução de

3g/dia de sódio (7,5g/dia de sal) seja capaz de reduzir à metade o número de pessoas que

necessitam de tratamento anti-hipertensivo. A recomendação da OMS é ingestão máxima de

5g/dia de sal (2g/dia de sódio). No Brasil, a quantidade consumida por dia é de,

aproximadamente, 4,7g de sódio, mais que o dobro do preconizado, sendo a ingestão menor

na área urbana da região Sudeste (3,1g de sódio por dia), e maior nos domicílios rurais da

região Norte (10,5g de sódio por dia) do país (WHO, 2006; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ;

BARRETO; PIMENTA, 2007; SARNO et al., 2013).

É sabido que os alimentos processados e os ultraprocessados contribuem para o

elevado consumo de sódio. De acordo com Monteiro et al. (2010), alimentos in natura ou

minimamente processados são aqueles saídos diretamente da natureza e que sofreram

nenhuma ou mínimas alterações; alimentos processados são decorrentes da adição de

ingredientes como açúcar e sal aos produtos in natura; e alimentos ultraprocessados são

produtos cuja fabricação envolve várias etapas de processamento em escala industrial, com

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14

adição de conservantes, estabilizantes, edulcorantes, acidulantes, entre outros,

comprovadamente carcinogênicos.

Segundo o VII Joint National Commitee (2004), 75% do sódio consumido é

proveniente destes gêneros alimentícios. O teor de sódio em alimentos processados

corresponde a 2,5g por 1.000 kcal e 1,4g nos ultraprocessados. Análises de pesquisas de

orçamentos familiares revelam tendência generalizada de elevação do consumo de alimentos

ultraprocessados, especialmente em países de renda média, como o Brasil. A Pesquisa de

Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 apontou que o consumo médio diário de energia per

capita foi de 1.866 kcal, sendo 9,0% proveniente de alimentos processados e 21,5% de

ultraprocessados. Para esta pesquisa foram classificados como alimentos processados pão

francês, queijos, carnes processadas e conservas de frutas e hortaliças. Os alimentos

ultraprocessados foram bolos, tortas e biscoitos doces; fast food; refrigerantes e sucos

industrializados; pães de forma, hambúrguer e similares; guloseimas; bolachas salgadas e

salgadinhos chips; embutidos; pratos prontos; bebidas lácteas adoçadas e outros (CESARINO

et al., 2004; LOUZADA et al., 2015).

Em resposta às novas demandas ocasionadas pela vida moderna, na qual prevalece a

falta de tempo e o apelo à praticidade, a indústria ludibria com a falácia da oferta de produtos

prontos para consumo ou de preparação rápida e fácil, de baixo custo e hiperpalatáveis às

custas da adição de grandes quantidades de óleo, açúcar e sal, ocasionando o aumento de peso

e o surgimento de DCNT. As soluções por ela oferecida perpassam pela oferta de produtos e

serviços de alimentação, globalizando o consumo alimentar e dizimando a diversidade de

culturas e tradições alimentares. Além da industrialização exacerbada, a globalização da

economia desempenha uma função crucial, pois graças a este fenômeno os produtos e

serviços são distribuídos ao redor de todo o mundo, sendo a garantia de sucesso de vendas e

consumo assegurados pelo intenso apelo midiático, abusivo e livre de qualquer controle de

regulamentação (GARCIA, 2003; PELLERANO, 2014; CONSTANTINO et al., 2016;

RIBEIRO; JAIME; VENTURA, 2017).

Face a esta realidade, o Guia Alimentar para População Brasileira recomenda

moderação no uso do sal de cozinha, e no consumo de alimentos processados e

ultraprocessados, sendo preferível alimentos in natura como estratégias de prevenção,

controle e tratamento de DCNT (BRASIL, 2014).

Page 17: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

15

2.3 Instrumentos para avaliação do consumo alimentar

A epidemiologia nutricional é responsável por investigar a relação da dieta e do estado

nutricional com a ocorrência de doenças, no entanto, a escolha do método de avaliação é uma

tarefa complexa e depende mais da prática do que da teoria propriamente dita. O sucesso da

avaliação do consumo alimentar dependerá da qualidade da informação colhida para que haja

fidedignidade dos resultados (SILVA; MURA, 2010).

O método de investigação de consumo alimentar deve considerar a variabilidade

intraindividual, uma vez que cada ser humano é único e responde de diferente maneira a um

mesmo estímulo. A variação da ingestão alimentar é ampla, a dieta varia de um dia para outro,

e sofre influências de fatores fisiológicos (hormônios, nível de atividade física), culturais

(migração, casamento), econômicos (renda) e ambientais (sazonalidade). A dificuldade na

mensuração dietética é dada pelos fatores supracitados, ao passo que os indivíduos não são

capazes de informar com precisão o seu consumo alimentar, ainda que recente (PEREIRA;

SICHIERI, 2007).

Atualmente, nenhum método utilizado para avaliação de ingestão alimentar é isento de

erros, que podem ser sistemáticos ou aleatórios. Segundo Beaton (1994), erros sistemáticos

são responsáveis por gerar vieses nas estimativas, e erros aleatórios são aqueles que elevam a

variância dos parâmetros limitando a precisão. O erro sistemático, ou viés, ocorre quando os

resultados divergem de modo sistemático dos verdadeiros valores. Este tipo de erro está

relacionado ao viés de seleção e de mensuração. Um estudo é considerado de alta precisão

quando apresenta um pequeno erro sistemático. O erro aleatório decorre da imprecisão da

medida, ocorre quando o valor medido na amostra diverge do valor real da população.

Geralmente o erro aleatório é causado por erros de amostragem e de medida, e pela

variabilidade individual (BONITA; BEAGLEHOLE; KJELLSTRÖM, 2010).

De acordo com Willet (2012) e Lopes et al. (2003), os erros podem ser categorizados

da seguinte maneira:

Erro sistemático intraindividual – ao se reaplicar um instrumento no mesmo indivíduo,

as médias obtidas são sub ou superestimadas. Verifica-se esta situação quando a

ingestão não reflete a média real, como por exemplo, no QFA cuja lista de alimentos

seja mal elaborada, ou itens alimentares sejam mal interpretados;

Erro sistemático interindividual – quando há omissão de alimentos ou por utilização

de tabelas de composição de alimentos inapropriadas;

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16

Erro aleatório intraindividual – na reaplicação do instrumento em cada indivíduo as

médias de ingestão alternam em torno da ingestão real e não seguem um padrão. Pode

ser decorrente da variabilidade diária de ingestão e/ou por erro de mensuração;

Erro aleatório interindividual - resulta de poucas observações do indivíduo em

presença do erro aleatório intraindividual, ou ainda, quando o erro sistemático

intraindividual está distribuído de forma randomizada. Com isso a ingestão pode ora

ser subestimada, ora ser superestimada em relação à ingestão real.

Os erros são inerentes ao processo de avaliação do consumo alimentar e podem

decorrer do profissional entrevistador, do indivíduo entrevistado e ainda do instrumento de

avaliação. Os fatores que exercem influência sobre as informações dos hábitos de consumo

alimentar decorrem do entrevistador por meio de falhas no registro das respostas obtidas,

omissão e descrição incompleta, empatia durante a entrevista, e erros de conversões de

medidas; a interferência do entrevistado pode ocorrer quando há incompreensão das questões

indagadas, sub e/ou superestimação da ingestão, omissão de informações e falhas de memória.

Para uma análise dos dados adequada, é necessário que haja padronização na coleta de dados

(RUTISHAUSER, 2005; SILVA; MURA, 2010).

De acordo com Fisberg, Marchioni e Colluci (2009), estes erros podem ser

minimizados com a adoção de mecanismos de controle durante a coleta e a análise dos dados.

O uso de tabelas de composição de alimentos ou softwares acurados, o estabelecimento de

boa relação entre entrevistado e entrevistador, o treinamento prévio para correta utilização das

ferramentas, e a padronização dos instrumentos permitem uma redução e prevenção dos erros

de mensuração na investigação dietética.

Os métodos de avaliação do consumo alimentar mais comumente utilizados em

estudos epidemiológicos são R24h, RA e QFA. O R24h é o método mais utilizado para

investigação do consumo alimentar. Instrumento quantitativo, baseado em entrevista

conduzida por profissional treinado com o objetivo de colher informações sobre a

quantificação do consumo alimentar no período de referência (PEREIRA; SICHIERI, 2007;

CUPPARI, 2014).

O R24h é muito usado para estimar o consumo atual sendo inadequado para avaliação

por longos períodos quando apenas uma estimativa é utilizada. Em consequência da

necessidade de avaliar o consumo de longo prazo, surgiu o QFA. Mediante QFA é possível

mensurar o consumo alimentar num período entre seis e doze meses precedentes. É aplicado

para investigar a alimentação habitual de grupos populacionais específicos, permitindo, desta

forma, uma análise da tendência de risco pelo grau de exposição. Para a elaboração de um

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17

QFA é necessário que se conheçam as características da população, como escolaridade e

práticas habituais, que possam ter influência no seu desempenho em referir o consumo

alimentar (RIBEIRO; CARDOSO, 2002; SLATER et al., 2003; PEREIRA, 2007).

O QFA pode ter configuração qualitativa, quantitativa e semiquantitativa. No QFA

qualitativo a lista dos alimentos consumidos não vem acompanhada do tamanho das porções;

o QFA quantitativo possui espaços vazios para o preenchimento da quantidade consumida de

cada alimento; no QFA semiquantitativo os tamanhos das porções são previamente definidos

e apresentados na lista. A eficácia do QFA é diretamente relacionada ao grau de acurácia do

relato de ingestão alimentar e da conformidade da lista de alimentos (WILLET, 2012;

FISBERG; MARTINI; SLATER, 2005).

A elaboração da lista dos alimentos do QFA é fundamental para o seu sucesso. Para

Willet (2012), a lista deve ser confeccionada considerando os alimentos de maior frequência

de ingestão e que mais contribuem para o consumo dos nutrientes que se deseja estudar.

Block et al. (1986) propõem que os alimentos devem ser extraídos a partir da aplicação de

R24h ou RA em população específica. Em estudos etiológicos, uma lista mais abrangente

com uma gama maior de nutrientes é recomendável, no entanto, QFA que objetivam analisar

nutrientes específicos podem apresentar listas de alimentos mais compactas (CADE et al.,

2000).

Collucci, Slater e Philippi (2005) recomendam o cumprimento de seis etapas para a

elaboração de QFA:

Obtenção do banco de dados – pode ser realizada pesquisa secundária ou primária.

Block et al. (1986) sugerem a aplicação de métodos de estimativa de consumo na

população-alvo;

Agrupamento dos itens alimentares – classificação dos alimentos quanto as

características e as formas de preparo;

Construção da lista de alimentos – a lista que irá compor o QFA deve apresentar

alimentos representativos e de maior contribuição para o consumo dos nutrientes em

relação ao total que se deseja estudar;

Definição do tamanho das porções - podem ser coletadas considerando as porções

médias da própria população do estudo, ou baseadas em tabelas de medidas

padronizadas;

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18

Definição do tempo precedente – nesta etapa deve ser determinado o tempo de

estimativa da ingestão habitual que o QFA irá avaliar, geralmente 6 a 12 meses

(PEREIRA; SICHIERI, 2007);

Determinação da frequência de consumo – as frequências devem ser contínuas e

objetivas, compostas por 1 a 12 opções (CADE et al., 2002).

O tamanho da lista de alimentos deve ser considerado, pois um QFA composto por

menos de 50 itens alimentares pode não avaliar corretamente o consumo alimentar, enquanto

listas extensas, com mais de 100 alimentos, podem induzir à fadiga ou ao tédio no

preenchimento do mesmo. Salienta-se que considerando um nutriente específico de interesse,

como sódio, a lista pode diferir a respeito da complexidade e da amplitude a fim de que os

objetivos sejam alcançados. Ferreira-Sae et al. (2009) e Silva (2012) elaboraram QFA para

avaliar sódio em população adulta hipertensa e diabética composto por lista com 50 e 126

itens alimentares, respectivamente. Os QFA elaborados por ambos não apresentaram boa

correlação, não podendo, portanto, ser considerados válidos (RIBEIRO; CARDOSO, 2002;

SLATER et al., 2003; COLUCCI; SLATER; PHILIPPI, 2005; CARVALHO et al., 2012).

Após o desenvolvimento de um QFA é necessário que a ferramenta criada seja testada

quanto à validade, calibração e reprodutibilidade, afim de se aferirem os erros na estimação

do consumo dietético (PEREIRA; SICHIERI, 2007).

2.3.1 Validação de questionário de frequência alimentar

O processo da validação visa avaliar se um instrumento de medição atinge o que é

pretendido, ou seja, se ele cumpre o objetivo para o qual foi criado. A validação consiste em

uma comparação entre o padrão-ouro e a ferramenta avaliada. Se os erros no teste forem

considerados de pequena magnitude, o instrumento é considerado válido, e pode ser utilizado

em pesquisas futuras (KAAKS et al., 2002).

Para a utilização em estudos epidemiológicos, o QFA deve ser validado para cada

população específica. O RA com pesagem de alimentos é considerado o melhor método para

validação de um QFA, no entanto, sua execução torna-se difícil, o nível de escolaridade pode

ser fator limitante. Requer que o indivíduo realize pesagem dos alimentos, situação que pode

causar alteração do consumo do avaliado. Além disso, a aplicabilidade demanda tempo,

exigindo um alto nível de motivação e cooperação. Por conta destas limitações, o R24h tem

sido considerado o método de escolha (BIRÓ et al., 2002; CARDOSO, 2007; FISBERG,

MARCHIONI E COLLUCI, 2009).

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19

A validação de QFA tem o propósito de identificar os erros de medição do método.

Importante frisar que erro de mensuração não é restrito ao instrumento, depende também da

forma de aplicação em uma população específica. É possível que o erro varie entre os dois

instrumentos ao aferir a mesma exposição, assim como também é viável que uma ferramenta

isolada quando aplicada de forma diferente ou em distintos grupos populacionais apresente

imprecisão (SLATER et al., 2003).

Assim como o QFA é um método passível de equívocos, o RA e o R24h também estão

subjugados a erros aleatórios e sistemáticos, pois dependem da memória e da cooperação do

participante, podendo gerar estimativa de ingestão inadequada. Desta forma, a ferramenta que

se propõe avaliar (QFA) e o método de referência (RA ou R24h) são passíveis dos mesmos

erros de medida, o que pode provocar a superestimação da correlação entre ambos. Frente a

essas limitações, os biomarcadores ganham cada vez mais destaque em estudos de validação,

pois, os erros que estes apresentam são independentes dos instrumentos tradicionais (KAAKS

et al., 2002; BEYDOUN et al., 2007).

De acordo com Willett (2012), o QFA é considerado válido quando apresenta

coeficiente de correlação mínimo de 0,4 entre QFA e o método de referência. Ocké e Kaaks

(1997) classificam correlação baixa quando (r<0,3) e elevada (r>0,7). Com relação ao

tamanho amostral, Cade et al. (2002), recomendam uma amostra entre 50 e 100 pessoas de

um grupo demográfico para realização de um estudo de validação.

A dificuldade na quantificação da ingestão de sódio resulta da alta sensibilidade deste

nutriente, segundo Lerchl et al. (2015). A validação de QFA seletivo para sódio requer

cuidados metodológicos específicos. O QFA construído deve considerar o sal de adição, a

urina de 24h deve ser escolhida como método de referência para avaliação do sódio e

recomenda-se repetição de coleta entre 2 e 7 vezes. Importante citar que a urina deve

corresponder ao período de avaliação do QFA (MCLEAN et al., 2017).

Além da validação, atualmente tem sido proposto o uso da calibração em estudos para

corrigir as medidas de ingestão obtidas pelo QFA e pelo método de referência. Na técnica são

utilizados modelos estatísticos de regressão linear. O redimensionamento das medidas torna a

ingestão obtida pelo instrumento mais próxima da ingestão real. A calibração do QFA torna-

se necessária, por exemplo, quando há alterações do instrumento ou da população. Caso as

correlações sejam insatisfatórias, modificações são aplicadas para adequação do instrumento

(LOPES et al., 2003; PEREIRA; SICHIERI, 2007).

A validação do QFA pode sofrer influência por diversos fatores. Os erros podem se

fazer presentes na quantidade de repetições de aplicação do método de referência, sendo

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20

recomendada pelo menos duas aplicações. Outros erros podem decorrer do delineamento do

instrumento e do protocolo de execução da pesquisa; da idade, gênero, nível socioeconômico

e escolar, etnia e perfil de saúde da população; pela dificuldade de memória e de estimação

correta de consumo pelos sujeitos; do processamento e análise dos dados. (SLATER et al.,

2003; MARKS; HUGHES; VAN DER POLS, 2006; WILLET, 2012).

2.3.2 Reprodutibilidade

A reprodutibilidade ou confiabilidade de um instrumento é a capacidade do mesmo em

gerar resultados similares nas diferentes repetições. Diversos fatores podem interferir na

reprodutibilidade de uma ferramenta, como o espaço de tempo entre as suas aplicações, a

variação entre os entrevistadores e a variabilidade intraindividual do entrevistado. Para um

QFA administrado por entrevistador, deve-se considerar dois aspectos: a confiabilidade inter e

intra-avaliador. A confiabilidade interavaliador verifica se entrevistadores distintos aplicam o

questionário da mesma forma e obtêm resultados semelhantes. A confiabilidade intra-

avaliador avalia se a reaplicação do instrumento realizada pelo mesmo entrevistador produz as

mesmas respostas (LOPES et al., 2003).

A reprodutibilidade de um QFA é testada ao se aplicar o instrumento em dois

momentos distintos nos mesmos indivíduos para a obtenção dos coeficientes de correlação,

que possibilitam avaliar a associação e/ou a concordância entre as duas aplicações do

questionário. Considera-se aceitável coeficientes de correlação entre 0,5 e 0,7 (CADE et al.,

2002; LOPES et al., 2003).

É preciso cautela durante a interpretação de estudos de reprodutibilidade, pois, um

instrumento de baixa confiabilidade não significa que o mesmo não é reprodutível, e sim que

não forneceu medidas estáveis. Em contrapartida, uma confiabilidade elevada ou moderada

pode decorrer de erro sistemático intraindividual, não refletindo uma boa reprodutibilidade.

Sendo assim, os estudos de reprodutibilidade apresentam somente a capacidade de aferir a

estabilidade das mensurações em diferentes repetições, não sendo aplicável na verificação da

validade do instrumento (LOPES et al., 2003).

2.4 Biomarcadores

Diferentemente dos instrumentos que estimam consumo alimentar, os indicadores

bioquímicos representam medidas objetivas de avaliação do estado nutricional. Desta forma,

não se sujeitam aos mesmos tipos de vieses durante a coleta de dados. Todavia, os marcadores

bioquímicos também possuem limitações, pois, segundo Potischman e Freudenheim (2003),

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eles são influenciados por processos metabólicos, de ingestão, de absorção e de excreção. A

escolha dos biomarcadores para aplicação em estudos de epidemiologia nutricional deve ser

específica para o que se deseja investigar, pois para cada nutriente pode existir mais de um

indicador do estado nutricional. A utilização de métodos dietéticos e a complementação com

indicadores bioquímicos permite ao pesquisador a obtenção de informações completas e mais

abrangentes (CARDOSO, 2007).

Para determinados nutrientes como o sódio, a excreção urinária é considerada o

método padrão-ouro na avaliação dietética destes compostos. A excreção urinária de sódio é

um bom índice de consumo deste mineral considerando que aproximadamente 95% da sua

ingestão é excretada na urina. Usa-se a excreção urinária de 24h como um biomarcador da

ingestão diária de Na, embora o mesmo sofra forte influência da variabilidade intraindividual

(FROST; LAW; WALD, 1991; WILLET, 2012).

No momento, os biomarcadores vêm sendo aplicados em estudos de validação por

intermédio da metodologia desenvolvida por Ocké e Kaaks (1997) intitulada de método das

tríades.

2.5 Método das tríades

O método das tríades, uma técnica de triangulação, é eficaz ao efetuar o comparativo

da estimativa do consumo por meio do instrumento que se pretende validar, o QFA, o método

de referência (R24h ou RA) e o biomarcador. O método proposto assume a existência de erros

aleatórios independentes nos três instrumentos (QFA, R24h/RA e B), e considera que cada

um deles relaciona-se linearmente com a ingestão real (IR). Logo, o uso de biomarcadores

apresenta erros de fontes distintas das ferramentas de estimativa de consumo dietético, não

sendo correlacionados. Por meio deste método analisa-se a correlação entre cada um dos três

instrumentos (QFA, R24h/RA e B), para a verificação do coeficiente de validade. A figura 1

ilustra o método das tríades (OCKÉ; KAAKS, 1997; KAAKS; FERRARI, 2006).

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22

Figura 1- Método das tríades

Fonte: Adaptado de Yokota, Miyazaki, Ito (2010).

QFA: questionário de frequência alimentar; R: método de referência; B: biomarcador; IR: ingestão real; rQFAB:

correlação bivariada entre questionário de frequência alimentar e biomarcador; rQFAR: correlação bivariada

entre questionário de frequência alimentar e método de referência; rBR: correlação bivariada entre biomarcador

e método de referência; ρQFAIR: coeficiente de validade do questionário de frequência alimentar; ρRIR:

coeficiente de validade do método de referência; ρBIR: coeficiente de validade do biomarcador.

As equações utilizadas nas estimativas dos coeficientes de validação segundo Ocké e

Kaaks (1997) são descritas abaixo:

(1) ρQFAIR=√ [rQFAR x rQFAB/rBR]

(2) ρRIR=√[rQFAR x rBR/rQFAB]

(3) ρBIR=√[rBR x rQFAB/rQFAR]

Considerando que o QFA e o R24h são passíveis dos mesmos tipos de erros, a

premissa de que os erros das três variáveis são independentes é violada, causando

superestimação das correlações. Em decorrência disto, Kaaks (1997) sugere que para o

verdadeiro coeficiente de validade do QFA (ρQFA) seja admitido como limite inferior o

coeficiente de correlação entre QFA e B (rQFAB) e como limite superior o coeficiente de

validade do QFA (ρQFA).

Alguns estudos que utilizaram o método das tríades foram os realizados Kabagambe et

al. (2001), McNaughton et all. (2005) e Zhang et al. (2010). A tabela 1 apresenta os estudos

de validação desenvolvidos no Brasil utilizando a técnica da triangulação. É possível por meio

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dela observar os objetivos, população-alvo, método de referência, biomarcadores e as

correlações entre as variáveis de cada estudo.

Os índices de morbidade e mortalidade precoce por HAS permanecem elevados, sendo

necessárias medidas que promovam a redução dos índices e ainda, que diminuam a incidência

de desenvolvimento desta patologia. Um QFA para a avaliação do consumo de sódio da

população maior de 18 anos mostra-se de grande relevância tendo em vista que permitirá

auxiliar na identificação prévia dos indivíduos em risco para o desenvolvimento de

hipertensão arterial. A realização de estudo-piloto apontou que o Questionário de Frequência

Alimentar de Alimentos com Alto Teor de Sódio (QFA-ATS) atendeu ao objetivo proposto.

Torna-se necessário, portanto, a realização de estudo de validação e de reprodutibilidade deste

instrumento para avaliar o seu grau de exatidão e de precisão, bem como o nível de

concordância do mesmo com outros métodos de avaliação de consumo alimentar.

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Tabela 1 – Estudos brasileiros que utilizaram o método das tríades para validação de Questionário de Frequência Alimentar (continua)

Autores Objetivo n Biomarcador Referência Nutriente ou

alimento rQR rBR rBQ ρBI ρRI ρQI

Slater et

al.

(2010)

Validar ingestão

de carotenoides,

frutas e vegetais

em adolescentes

80 Concentrações

séricas de

carotenoides

R24h

aplicado

em

dois

momentos

Carotenoides totais 0,208 0,095 0,093 0,206 0,461 0,451

Frutas 0,219 0,130 0,217 0,359 0,362 0,605

Vegetais 0,373 0,072 0,147 0,168 0,427 0,873

Frutas/vegetais 0,244 0,137 0,235 0,363 0,377 0,647

Sartoreli

et al.

(2012)

Validar a ingestão

de ω-3, ω-6 e

ácidos graxos

trans em gestantes

41 Ácidos graxos

presentes no

leite Materno

R24h

aplicado

em cada

trimestre

da

gestacional

alfa-linolênico 0,57 0,06 -0,23 0,035 0,32 1,12

EPA -0,09 0,043 -0,06 0,61 0,12 0,24

DHA -0,001 0,09 0,32 0,73 0,49 0,67

W-3 0,55 -0,002 -0,29 0,11 0,27 1,34

Linoleico 0,56 0,04 -0,26 0,12 0,54 0,42

Araquidônico 0,012 0,11 0,10 0,056 2,3 0,14

W-6 0,56 0,04 -0,26 0,11 0,52 0,44

Ácido trans 0,33 0,098 -0,24 0,02 13,43 0,03

Vian et

al.

(2013)

Validar a ingestão

de alimentos ricos

em polifenóis em

gestantes

93 Excreção

urinária de

polifenóis

totais

R24h e RA

de 3 dias

Polifenóis 0,522 0,221 0,231 0,31 0,71 0,73

Sarmento

et al.

(2014)

Validar a dieta

habitual de

pacientes com

diabetes mellitus

tipo 2 (DM2)

72 Excreção

urinária de

nitrogênio

RA de 3

dias

Proteína 0,597 0,907 0,414 - - 0,522

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Tabela 1 – Estudos brasileiros que utilizaram o método das tríades para validação de Questionário de Frequência Alimentar (conclusão)

Autores Objetivo n Biomarcador Referência Nutriente ou

alimento rQR rBR rBQ ρBI ρRI ρQI

Pereira

et al.

(2016)

Validar da ingestão

estimada de potássio

e sódio em adultos

246 Excreção

urinária

noturna de

sódio e

potássio

RA

aplicado

em

intervalo

de 4 meses

Sódio 0,20 0,12 0,08 0,21 0,56 0,37

Potássio 0,47 0,33 0,25 0,42 0,79 0,60

Silva et

al.

(2017)

Validar a ingestão

de ácidos graxos

totais em adultos

152 R24h

aplicado

em dois

momentos

Gordura total 0,36 0,07 0,15 0,18 0,42 0,84

Saturado 0,43 0,02 0,1 0,07 0,32 1,32

Monoinsaturados 0,35 0,03 0,16 0,11 0,25 1,39

Poli-insaturado 0,4 -0,09 0,00 - - -

Linoleico 0,41 0,03 0,06 0,07 1,49 0,27

Linolênico 0,35 0,09 0,04 0,10 0,90 0,38

rQB1 rQB2 rB1B2 ρB1I ρB2I ρQI Isobe et

al.

(2018)

Validar a ingestão

de vitamina A em

nutrizes

161 Plasma

Leite materno

Vitamina A 0,083 0,178 0,063 0,367 0,171 0,484

Vitamina A pré-

formada

0,078 0,248 0,063 0,140 0,447 0,554

rQR: coeficiente de correlação Questionário de Frequência Alimentar e Recordatório 24h

rBR: coeficiente de correlação Biomarcador e Recordatório 24h

rBQ: coeficiente de correlação Biomarcador e Questionário de Frequência Alimentar

ρBI: coeficiente de validade Biomarcador

ρRI: coeficiente de validade Recordatório 24h

ρQI: coeficiente de validade Questionário de Frequência Alimentar

B1= retinol do leite materno

B2= retinol sérico materno

ρB1I= coeficiente de validade retinol do leite materno

ρB2I= coeficiente de validade retinol sérico materno

Fonte: Slater et al. (2010); Sartorelli et. al (2012); Vian et al. (2013); Sarmento et al. (2014); Pereira et al. (2016); Isobe et al. (2017); Silva et al. (2018).

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26

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Validar um instrumento de avaliação do consumo de alimentos com alto teor de sódio

para a população ≥18 anos e verificar sua reprodutibilidade.

3.2 Objetivos específicos

Correlacionar o consumo de sódio avaliado pelo QFA-ATS com o R24h e a

excreção urinária de sódio;

Verificar o coeficiente de validade para sódio do QFA-ATS, R24h e biomarcador;

Avaliar a reprodutibilidade do QFA-ATS.

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27

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

Esta pesquisa é parte integrante do projeto intitulado ‘Desenvolvimento e Validação de

um Questionário de Frequência Alimentar para Consumo de Alimentos com Alto Teor de

Sódio em Adultos e Idosos’ realizado na Universidade Federal de Sergipe (UFS) no período

de janeiro 2017 a julho de 2019.

4.1 Questões éticas

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário

de Aracaju/UFS por meio do parecer nº 1.875.674 de 20 de dezembro de 2016 respeitando os

aspectos éticos de pesquisa estabelecidos pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de

Saúde (BRASIL, 2012).

4.2 Delineamento do estudo

Trata-se de estudo metodológico, do tipo transversal, com amostragem por

conveniência.

4.3 População

Foi utilizado o mínimo amostral necessário para validação de um instrumento de

avaliação dietética, conforme sugestão de Cade et al. (2002). A amostra foi composta por 50

indivíduos com idade entre ≥ 18 e < 60 anos, de ambos os sexos, pertencentes à comunidade

acadêmica selecionados pela equipe do Grupo de Atendimento Nutricional em Hipertensão

(GANuH) na Clínica Escola de Nutrição da UFS.

4.4 Critérios de exclusão

Foram excluídos do estudo gestantes, nutrizes, vegetarianos, indivíduos com

diagnóstico comprovado de DCNT e/ou de enfermidades que demandem o uso de dietas

especiais, e portadores de algum déficit cognitivo identificável e profissionais nutricionistas

(Figura 2).

4.5 Coleta de dados

A coleta de dados ocorreu na Clínica Escola de Nutrição da UFS, entre

novembro/2018 e julho/2019. Neste período foram aplicados 3 R24h, sendo um deles

referente ao final de semana, com intervalos mínimos e máximos de 15 e 45 dias. Após 3

meses, aplicou-se o 4º R24h. O QFA-ATS foi aplicado duas vezes num período de 6 meses

Page 30: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

28

para avaliar a reprodutibilidade. Efetuou-se duas coletas de excreção urinária de 24h para

análise de sódio, além da aferição das medidas antropométricas para identificação do estado

nutricional. Foram também avaliadas as questões socioeconômicas e de hábitos de vida dos

participantes. A figura 3 demonstra de modo esquematizado a execução da coleta dos dados.

As variáveis utilizadas no estudo estão descritas na tabela 2.

Figura 2 – Fluxograma da amostra do estudo

Figura 3 – Sequência da coleta de dados 1

1°momento

Questionário socio-

econômico

R24h

QFA-ATS

Avaliação antropométrica

Intervalo 15-45d

2°momento

R24h

Intervalo 15-45d

3°momento

R24h

Urina de 24h

Intervalo 3m

4°momento

R24h

QFA-ATS

Urina de 24h

Page 31: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

29

Tabela 2 – Variáveis utilizadas no estudo

Variável Categoria

Variáveis sociodemográficas

Sexo Masculino; feminino

Idade Anos

Escolaridade Ensino médio completo; ensino superior completo

Renda per capita ≤ 1 SM; 2-3 SM; 4-6 SM; ≥ 9SM

Variáveis do estado nutricional

Peso kg

Altura m

Circunferência da cintura cm

Variáveis dietéticas

Energia kcal; tercil

Sódio bruto mg; tercil

Sódio ajustado mg; tercil

Variáveis bioquímicas

Sódio mg/24h

Creatinina mg/kg/dia

SM: salário mínimo

No encontro inicial os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (ver Apêndice A), em seguida, foram aplicados o questionário

socioeconômico e hábitos alimentares, o R24h e o QFA-ATS, além da avaliação

antropométrica.

4.5.1 Investigação socioeconômica e de hábitos de vida

O questionário socioeconômico e de hábitos alimentares (ver Apêndice B) apresenta

questões sobre renda per capita, moradia, escolaridade, hábitos alimentares gerais, além de

investigação do uso de sal de adição às preparações e consumo mensal de açúcar e óleo.

4.5.2 Consumo do sal de adição

Foi questionado se o participante tinha hábito de adicionar sal ao prato pronto e à

salada. Caso a resposta fosse afirmativa, perguntava-se quanto ao uso de sachês comerciais ou

de saleiro de mesa. Considerando que a unidade de sachê contém 1g de sal, foi efetuada

contabilização para estimativa de ingestão de sódio total. Para aqueles que relataram uso do

saleiro de mesa padronizou-se estimativa de consumo de 1g de sal.

Page 32: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

30

4.5.3 Avaliação antropométrica

Os parâmetros antropométricos realizados foram peso, altura e circunferência da

cintura (CC). A classificação do estado nutricional segundo o Índice de Massa Corporal foi

baseada nos pontos de corte da OMS (1998). A CC foi classificada seguindo o critério do

risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares de acordo com sexo (BRASIL, 2011).

Utilizou-se balança eletrônica com capacidade de 200kg e precisão de 100g. Para

aferição do peso foi solicitado que os indivíduos estivessem descalços, com roupas leves e

livres de objetos pesados. A estatura foi verificada em estadiômetro portátil de extensão de

2m e precisão de lmm, estando o participante com a cabeça mantida no Plano de Frankfurt,

em pé, ereto, braços estendidos ao longo do corpo, sem objetos na cabeça e descalço. A CC

foi aferida com fita inelástica, no indivíduo ereto, de pé, braços ao lado do corpo e pernas

paralelas separadas. A medida foi aferida, em centímetros, no ponto médio entre a última

costela e a crista ilíaca (BRASIL, 2011).

4.5.4 Desenvolvimento do Questionário de Frequência Alimentar de Alimentos com

Alto Teor de Sódio (QFA-ATS)

Para a construção do instrumento aplicou-se 1 R24h em 50 indivíduos da comunidade

acadêmica ≥ 18 anos, de ambos os sexos, cujo objetivo foi identificar os alimentos e

preparações consumidos para formulação da lista de alimentos do QFA-ATS. Para a

elaboração do questionário foram selecionados alimentos e preparações enquadrados na

definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): “ALIMENTO COM

QUANTIDADE ELEVADA DE SÓDIO é aquele que possui em sua composição quantidade

≥ 400mg de sódio por 100g ou mL na forma como está exposto à venda” (ANVISA, 2010).

Para estimar o teor de sódio foram usadas a tabela de composição nutricional dos

alimentos consumidos no Brasil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

(2011a). Utilizou-se ainda o Informe Técnico N. 50/2012 da ANVISA e os rótulos de

produtos (média de três marcas). Os alimentos foram agrupados de acordo com características

químicas, conforme tabela do IBGE (2011a). Para preparações ausentes na tabela de

composição foram calculadas as quantidades de ingredientes necessárias para o preparo de

uma porção e, depois, estimado o total de sódio em 100g da preparação (ANVISA, 2012).

A porção padrão de cada item foi definida a partir da tabela de medidas referidas para

os alimentos consumidos no Brasil do IBGE (2011b) em medidas caseiras, gramas ou

mililitros. Foram estabelecidas quatro opções de porção: ½ porção, 1 porção, 2 porções, mais

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31

porções (especificar); e oito categorias de frequência de consumo: Raramente/Nunca, 1x/mês,

2 a 3x/mês, 1x/semana, 2 a 4x/semana, 1x/dia, 2x/dia, ≥ 3x/dia.

Inicialmente o QFA-ATS era composto por 44 alimentos, após desenvolvimento de

estudo-piloto, verificou-se necessidade de adequações. Considerou-se como critério para

inclusão os alimentos que podem ter a maior contribuição para ingestão de sódio por estarem

presentes na base da alimentação da população-alvo do estudo e/ou que apresentam

prevalência de consumo ≥ 5% na região Nordeste, segundo IBGE (2011c). Foram

acrescentados onze novos itens: arroz, batata-doce, biscoito de polvilho, bisnaguinha, carne

bovina, charque, inhame, feijão, frango, macaxeira e peixe. O QFA-ATS (ver Anexo A) para

avaliação da ingestão habitual de sódio num período de 6 meses é do tipo semiquantitativo,

administrado por entrevista, composto por 55 itens distribuídos em sete grupos: carnes

industrializadas; enlatados e conservas; laticínios; panificação e massas; sais e condimentos;

miscelâneas; e regionais. As porções de cada item alimentar incluído no QFA-ATS e as

respectivas quantidades em gramas, estão descritas no Anexo B. Para auxiliar o

preenchimento do QFA-ATS, foi elaborado um álbum fotográfico das porções alimentares de

cada item padronizadas e expressas em medidas caseiras.

4.5.5 Recordatório de 24h (R24h)

Os quatro R24h (ver Anexo C) foram aplicados utilizando o Multiple Pass Method

(MPM), desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O uso

do MPM auxilia o indivíduo a se relembrar dos alimentos e bebidas ingeridos e descrevê-los

com maior detalhe, reduzindo assim, os erros nas estimativas de consumo (RAPER et al.,

2004; FISBERG; MARCHIONI, 2012).

A seguir são apresentados os passos utilizados no MPM:

1. Listagem rápida

2. Listagem de alimentos habitualmente esquecidos

3. Definição do horário e da refeição

4. Detalhamento e revisão

5. Revisão final

Na listagem rápida são coletados todos os alimentos e bebidas ingeridos no dia

anterior. A listagem de alimentos habitualmente esquecidos é realizada com a finalidade de

coletar itens que podem ter sido esquecidos, como bebidas alcoólicas e balas, por exemplo. O

terceiro passo é a definição do horário e da refeição, no qual são questionados o horário de

consumo e o nome da refeição de acordo com as considerações do entrevistado. No

Page 34: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

32

detalhamento e revisão deve-se coletar detalhes sobre o que foi ingerido, como sabor, cor, tipo

e forma de preparo. A etapa de revisão final é realizada para verificar informações que podem

ter sido esquecidas pelo entrevistado (RAPER et al., 2004).

Para auxiliar no preenchimento do R24h utilizou-se manual fotográfico de

quantificação alimentar (CRISPIM et al., 2017).

4.5.6 Biomarcador da excreção de sódio

Urina de 24 horas foi coletada para determinação de Na (espectrofotometria) e

creatinina (método de Jaffé). Os participantes receberam instruções sobre a coleta e entrega

do material biológico (ver Apêndice C). Foram disponibilizados os coletores de urina com

capacidade para 2L. O material entregue foi identificado e encaminhado para o Laboratório de

Análises Clínicas do Departamento de Nutrição na UFS.

Para que os metabólitos sejam excretados faz-se necessário volume mínimo de urina

de 400mL de acordo com Nemer, Neves e Ferreira (2010). Para esta pesquisa foram excluídas

amostras de urina inferiores a 400mL e/ou que o período de coleta tenha ultrapassado as 24h

determinadas. A excreção de creatinina também foi analisada como um indicador de coleta

adequada da urina. Foram excluídas amostras de urina cujo valor de creatinina foi <0,2

mmol/kg/dia. Os resultados foram convertidos em mg/kg/dia (CHARLTON, et al.,2008).

Após exclusão de material biológico inadequado, foram incluídas no estudo 47

amostras de urina da primeira coleta e 36 amostras referentes a segunda coleta, totalizando 83

amostras de excreção urinária.

4.6 Análise da composição dos alimentos consumidos

A análise da composição nutricional dos alimentos referidos no R24h e no QFA-ATS

foi realizada no software NutWin® (versão 1.5.2.51). As informações quanto ao teor de sódio

dos alimentos foram obtidas por intermédio da tabela de composição nutricional do IBGE.

Para alimentos ausentes nas tabelas foram utilizados rótulos dos produtos (média de três

marcas distintas) (IBGE, 2011a).

4.7 Análise estatística

O teste Kolmogorov-Smirnov foi aplicado para verificar a distribuição dos dados. Foi

conduzida estatística descritiva, com cálculo das medidas de tendência central (média,

mediana) e de dispersão (desvio-padrão) para variáveis quantitativas, para as qualitativas

foram calculadas as frequências absolutas e relativas. Para a medida sumária de concordância

Page 35: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

33

entre QFA-ATS, R24h e Biomarcador foram calculados os coeficientes de correlação de

Spearman.

A ingestão de sódio foi ajustada pelo método residual para controlar os fatores de

confundimento e remover as oscilações externas segundo Willet, Howe e Kushi (1997). Foi

realizada a análise da regressão linear simples, considerando a energia como variável

independente e sódio variável dependente. Os dados do R24h foram deatenuados para

correção da variabilidade intraindividual pelo Multiple Source Method (MSM) (2017). O

nível de significância foi de α < 5%.

4.7.1 Validação do QFA-ATS

A validação do QFA-ATS ocorreu com a utilização do método das tríades. Por

intermédio desta técnica realizou-se comparação de três instrumentos (QFA-ATS, R24h e

Biomarcador) com a estimativa de ingestão real (desconhecida). Em seguida, foi efetuada a

análise da correlação entre cada um dos três métodos (QFA, R24h e B) para a verificação do

coeficiente de validade (OCKÉ; KAAKS, 1997).

Os coeficientes de validade devem variar entre 0 e 1, não existindo a possibilidade de

serem negativos. Os coeficientes foram considerados baixos quando (r<0,3) e elevados

(r>0,7) segundo Ocké e Kaaks (1997).

O Teste Mann-Whitney comparou as medidas de sódio ajustado pela energia, obtidas

pelo R24h com segunda aplicação do QFA-ATS. O valor da ingestão de sódio ajustado para

energia foi categorizado em tercil. Por meio do coeficiente Kappa ponderado foi verificada a

concordância entre os instrumentos, além disso, foram construídos os gráficos de Bland-

Altman (1995). As diferenças absolutas entre os valores formam o eixo das ordenadas e a

média de ingestão o eixo das abscissas.

4.7.2 Reprodutibilidade do QFA-ATS

A correlação entre as duas aplicações do QFA-ATS foi avaliada pelo coeficiente de

correlação intraclasse (ICC) e intervalo de confiança de 95% (IC95%). O consumo de energia

e sódio categorizado em tercil foi utilizado para verificar a proporção de indivíduos

classificados no mesmo tercil e em tercis opostos. O coeficiente Kappa ponderado verificou a

concordância entre as aplicações, e os gráficos de Bland-Altman (1995) foram gerados para

comparação dos resultados dos dois QFA-ATS.

Page 36: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

34

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base nos resultados desta pesquisa, foi elaborado manuscrito submetido à revista

Arquivos Brasileiros de Cardiologia.

QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR

DE SÓDIO: USO DO MÉTODO DAS TRÍADES NA SUA VALIDAÇÃO

FOOD FREQUENCY QUESTIONNARE FOR FOODS HIGH IN SODIUM: A

VALIDATION WITH THE TRIADS METHOD

VALIDAÇÃO DE QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR

Palavras-chave: Consumo alimentar; Sódio na dieta; Estudos de validação.

Keywords: Food consumption; Sodium, dietary; Validation studies.

Número de palavras do manuscrito: 4611

RESUMO

Fundamento: As taxas de morbimortalidade decorrentes de Hipertensão Arterial Sistêmica

permanecem elevadas no Brasil e no mundo. Um QFA validado para estimar a ingestão de

sódio poderá auxiliar na identificação dos indivíduos em risco de desenvolver hipertensão

arterial.

Objetivo: Validar instrumento de avaliação do consumo de alimentos com alto teor de sódio

em população ≥18 anos e testar sua reprodutibilidade.

Métodos: Estudo transversal, amostragem de 50 indivíduos ≥18 anos, ambos sexos. Foram

aplicados 4 R24h, QFA-ATS no início e no fim de um semestre e questionário

socioeconômico e de hábitos alimentares. Foram coletadas duas excreções urinárias de 24h

para análise de sódio, além de antropometria. Para validação utilizou-se o método das tríades

mediante coeficiente de validade (ρ). Para reprodutibilidade empregou-se o ICC e IC 95%,

coeficiente Kappa e gráficos de Bland-Altman para concordância. Adotou-se teste

Kolmogorov-Smirnov para verificar distribuição dos dados. Os coeficientes de correlação de

Spearman entre os métodos foram calculados e sódio foi ajustado pelo método residual.

Resultados: Os coeficientes de validade para sódio ajustado pela energia foram considerados

elevados para R24h (ρRIR=0,85) e fracos para QFA-ATS (ρQFAIR=0,26) e Biomarcador

(ρBIR=0,20). O ICC para sódio bruto foi 0,686 e 0,541 para ajustado. Kappa ponderado foi

de 0,491 (p<0,01) e 0,260 (p=0,024) para sódio bruto e ajustado, respectivamente.

Conclusão: Embora o QFA-ATS seja reprodutível, não é válido para avaliação da ingestão de

sódio, não podendo ser utilizado isoladamente para este fim.

Page 37: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

35

Introdução

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), patologia crônica determinada pela elevação

sustentada dos níveis pressóricos acima de ≥ 140 e/ou 90 mmHg, associa-se a eventos como

acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio e doença

renal crônica. Em 2000, a prevalência mundial de adultos hipertensos foi de 26,4%, em 2025,

espera-se aumento de 60%. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde em 2013 estimou uma

prevalência de 21,4%1-4.

A comunidade científica é unânime a respeito da relação entre a ingestão excessiva de

sódio (Na) e a elevação da pressão arterial. A OMS sugere ingestão máxima de 5g/dia de sal.

No Brasil, o consumo diário aproxima-se a 12g (4,7g de sódio), e grande parcela do consumo

exacerbado está intrinsecamente ligada aos alimentos processados e ultraprocessados5-7.

A validação de um Questionário de Frequência Alimentar (QFA) é conduzida pela

comparação deste com outros métodos de referência, como registro alimentar (RA) e/ou

Recordatório 24h (R24h), embora estes também sejam passíveis de erros de mensuração.

Frente a estas limitações, os biomarcadores destacam-se em estudos de validação, pois

apresentam vieses distintos dos instrumentos que avaliam o consumo. O método das tríades,

metodologia desenvolvida por Ocké e Kaaks11, estima o coeficiente de validade entre a

ingestão real desconhecida e o consumo estimado pelo QFA, R24h ou RA e B

(biomarcador)1;8-11.

Devido à relevância da área de investigação e à necessidade de desenvolvimento de

métodos fidedignos para avaliação da ingestão de sódio, o objetivo do trabalho é validar um

Questionário de Frequência Alimentar de Alimentos com Alto Teor de Sódio (QFA-ATS)

utilizando o método das tríades e verificar sua reprodutibilidade.

Casuística e Métodos

Trata-se de estudo metodológico, transversal, com amostragem por conveniência. Foi

utilizado o mínimo amostral necessário para validação de instrumento de avaliação dietética12.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário de

Aracaju/Universidade Federal de Sergipe, parecer nº 1.875.674 de 20 de dezembro de 2016.

A amostra foi composta por 50 indivíduos com idade entre ≥ 18 e < 60 anos, de ambos

os sexos, pertencentes à comunidade acadêmica de uma Universidade Pública Federal. Foram

Page 38: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

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excluídos gestantes, nutrizes, vegetarianos, portadores de DCNT ou em uso de dietas

especiais, portadores de déficit cognitivo identificável e profissionais nutricionistas.

Foram aplicados 3 R24h, com intervalos mínimos e máximos de 15 e 45 dias, sendo um deles

referente ao final de semana. Após 3 meses, aplicou-se quarto R24h. O QFA-ATS foi

aplicado duas vezes em 6 meses para avaliar a reprodutibilidade. Efetuou-se duas coletas de

excreção urinária de 24h para análise de sódio, além da aferição das medidas antropométricas.

Foram também avaliadas questões socioeconômicas e de hábitos de vida dos participantes. A

coleta de dados encontra-se esquematizada na figura 1.

Figura 1 – Sequência da coleta de dados

No encontro inicial, os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) permitindo sua participação voluntária, seguido da administração do

questionário socioeconômico e de hábitos de vida; R24h e QFA-ATS; além da avaliação

antropométrica. Na primeira e quarta etapas, o QFA-ATS foi aplicado simultaneamente ao

R24h, ambos por meio de entrevista com uso de manuais fotográficos.

Foi questionado se o participante tinha o hábito de adicionar sal ao prato e à salada.

Caso a resposta fosse afirmativa, perguntava-se quanto ao uso de sachês comerciais ou de

saleiro de mesa. Considerando que a unidade de sachê contém 1g de sal, foi efetuada

contabilização para estimativa de ingestão de sódio total. Para aqueles que relataram uso do

saleiro de mesa padronizou-se estimativa de consumo de 1g de sal.

As medidas antropométricas realizadas foram peso, altura e circunferência da cintura

(CC). A classificação do estado nutricional segundo o Índice de Massa Corporal foi baseada

1°momento

Questionário socio-

econômico

R24h

QFA-ATS

Avaliação antropométrica

Intervalo 15-45d

2°momento

R24h

Intervalo 15-45d

3°momento

R24h

Urina de 24h

Intervalo 3m

4°momento

R24h

QFA-ATS

Urina de 24h

Page 39: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

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nos pontos de corte da OMS (1998)13. A CC foi classificada seguindo o critério do risco de

desenvolvimento de doenças cardiovasculares de acordo com sexo13.

Utilizou-se balança eletrônica com capacidade de 200kg e precisão de 100g. Solicitou-

se que os indivíduos estivessem descalços, com roupas leves e livres de objetos pesados. A

estatura foi verificada em estadiômetro portátil de extensão de 2m e precisão de lmm, estando

o participante com a cabeça mantida no Plano de Frankfurt. A CC foi aferida com fita

inelástica, no indivíduo ereto, de pé, braços ao lado do corpo e pernas paralelas separadas. A

medida foi aferida, em centímetros, no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca13.

Questionário de Frequência Alimentar de Alimentos com Alto Teor de Sódio (QFA-ATS)

Foi aplicado num intervalo de 6 meses o QFA-ATS para avaliação da ingestão

habitual de sódio, instrumento, composto por 55 itens distribuídos em sete grupos: carnes

industrializadas; enlatados e conservas; laticínios; panificação e massas; sais e condimentos;

miscelâneas; regionais, com opções de porção: ½ porção, 1 porção, 2 porções, mais porções

(especificar); e oito categorias de frequência de ingestão: Raramente/Nunca, 1x/mês, 2 a

3x/mês, 1x/semana, 2 a 4x/semana, 1x/dia, 2x/dia, ≥ 3x/dia. Para o preenchimento do QFA-

ATS, foi elaborado álbum fotográfico das porções alimentares de cada item padronizadas e

expressas em medidas caseiras.

Recordatório de 24h (R24h)

Os R24h foram aplicados utilizando o Multiple Pass Method (MPM), desenvolvido

pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)14. Para auxiliar o

preenchimento utilizou-se manual fotográfico de quantificação alimentar15.

Biomarcador da excreção de sódio

Urina de 24 horas foi coletada para determinação da excreção diária de Na

(espectrofotometria) e creatinina (método de Jaffé). Os participantes receberam instruções

sobre a coleta e entrega do material biológico. Foram disponibilizados os coletores de urina

com capacidade para 2L. O material entregue foi identificado e encaminhado para o

Laboratório de Análises Clínicas do Departamento de Nutrição na UFS. Foram excluídas

amostras de urina inferiores a 400mL, ou cujo valor de creatinina foi <0,2 mmol/kg/dia16. Os

resultados foram convertidos em mg/kg/dia.

Page 40: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

38

Análise da composição dos alimentos

Análise da composição nutricional dos alimentos foi realizada utilizando o software

NutWin® (versão 1.5.2.51). Foram utilizadas a tabela de composição nutricional do IBGE17 e

os rótulos dos produtos (média de três marcas).

Análise estatística

O teste Kolmogorov-Smirnov foi aplicado para verificar a distribuição dos dados. Foi

conduzida estatística descritiva, com cálculo das medidas de tendência central e dispersão

para variáveis quantitativas, para as qualitativas foram calculadas as frequências absolutas e

relativas. Para a medida sumária de concordância entre QFA-ATS, R24h e Biomarcador

foram calculados os coeficientes de correlação de Spearman.

A validade do QFA-ATS foi analisada pelo método das tríades, mediante comparação

do QFA-ATS, R24h e Biomarcador com estimativa de ingestão real. Em seguida, efetuou-se a

verificação do coeficiente de validade, podendo variar de 0 a 1 e não podendo ser negativos.

As correlações foram consideradas baixas (r<0,3) ou elevados (r>0,7)11.

O Teste Mann-Whitney comparou as medidas de sódio ajustado pela energia, obtidas

pelo R24h com a segunda aplicação do QFA-ATS. Ingestão de sódio ajustado para energia foi

categorizada em tercil. O coeficiente Kappa ponderado verificou a concordância entre QFA-

ATS, R24h e Biomarcador. Foram construídos os gráficos Bland-Altman18, onde diferenças

absolutas entre os valores formaram o eixo das ordenadas e a média de ingestão o eixo das

abscissas.

Para reprodutibilidade, a correlação entre as duas aplicações do QFA-ATS foi avaliada

pelo coeficiente de correlação intraclasse (ICC) e intervalo de confiança de 95% (IC95%). O

coeficiente de Kappa ponderado verificou a concordância das classificações da ingestão de

energia e sódio categorizadas em tercis. Gráficos de Bland-Altman18 foram gerados para

comparação dos resultados dos dois QFA-ATS. Os dados do R24h foram deatenuados para

correção da variabilidade intraindividual pelo Multiple Source Method (MSM)19. O nível de

significância foi de α < 5%.

Resultados

Todos os 50 participantes completaram o preenchimento dos questionários e

recordatórios. Um total de 47 amostras da 1º coleta de urina e 36 amostras da 2º coleta

apresentaram-se adequadas. A caracterização da população está descrita na Tabela 1.

Page 41: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

39

Tabela 1 - Características socioeconômicas, demográficas e estado nutricional de indivíduos

da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018 (n=50)

Característica n(%) ou ±DP

Sexo

Masculino 30(60)

Feminino 20(40)

Idade (anos) 22,52±3,47

Escolaridade

Ensino médio completo 42(84)

Ensino superior completo 8(16)

Renda per capita*

≤ 1 SM 62 (31)

2 - 3 SM 30 (15)

4 - 6 SM 6 (3)

≥ 9 SM 2 (1)

Estado Nutricional

Magreza 5(10)

Eutrofia 30(60)

Sobrepeso 10(20)

Obesidade 5(10)

Risco para desenvolvimento de doença cardiovascular

Sem risco 41(82)

Risco 4(8)

Alto Risco 6(10)

Dados apresentados em Média ± Desvio padrão [( ±DP)] ou frequência absoluta e relativa [n(%)]

* Salário mínimo vigente em 2018 R$954,00 reais

As médias da ingestão de energia e sódio e da excreção do mineral são apresentadas na

Tabela 2. Verifica-se que os valores estimados foram superiores na primeira aplicação do

QFA-ATS em relação à segunda aplicação. Em ambos, a ingestão de sódio apresentou-se

acima das recomendações. A média de energia dos R24h foi superior ao QFA-ATS. Não foi

verificada diferença significativa entre os valores de sódio ajustado pela energia estimados

pelo R24h e pelo QFA-ATS 2 (p=0,278).

A excreção urinária de sódio foi de aproximadamente 4,8g e a média de creatinina da

primeira e da segunda urina foi 18,5±25 e 19±25,7mg/kg/dia, respectivamente.

As correlações de Spearman e os coeficientes de validade são expostos na Tabela 3.

Houve significância estatística somente para a correlação de sódio bruto entre QFA e R24h.

Os coeficientes de validade para sódio foram considerados elevados para R24h.O coeficiente

de validade para sódio bruto considerando a média de excreção urinária não foi verificado

devido a correlação rRB negativa.

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40

Tabela 2 - Valores de ingestão de energia e sódio bruto e ajustado estimados pelo R24h,

QFA-ATS e Biomarcador em indivíduos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018

(n=50)

Instrumento Energia (kcal)

Sódio (mg)

X±DP X±DP

R24h‡ 2405,2±574,6 3421,8±909,4*

3422,8±500,3†

QFA 1 1610,2±977,3 3749,2±2097,4*

3356,5±333,3†

QFA 2‡ 1280,6±539,3 3100,8±1422,4*

2838,6±270,9†

Excreção urinária - (1º coleta, n=47)

4844±1650,1

(2º coleta, n=36)

4812,6±1778,7 R24h: Recordatório 24h; QFA: Questionário de Frequência Alimentar

Média; DP: Desvio Padrão

* Sódio bruto; † Sódio ajustado para energia

‡ Teste de Mann-Whitney para comparação das medidas de sódio ajustado pela energia estimados pela média dos

R24h versus 2ª aplicação do QFA 2 (p=0,278)

A classificação por tercil de ingestão de sódio ajustado pela energia para os três

métodos revelou percentuais de concordâncias exata variando entre 27,8% e 52,8% e de

discordâncias adjacente (27,8% e 47,2%) e opostas (19,4% e 25%) (Tabela 4).

Os gráficos Bland-Altman18 (Figuras 2 e 3) foram construídos para avaliar a

concordância entre QFA, R24h e B, e a reprodutibilidade do QFA-ATS. A diferença

representa o viés, e os limites superior e inferior o IC95%20.

Observando os gráficos conclui-se que os pontos estão dispersos e houve viés

proporcional, pois, as diferenças diminuem à medida que as medidas aumentam. Além disso,

os limites indicam grande amplitude. Os gráficos para reprodutibilidade indicam boa

concordância entre a primeira e segunda aplicação do QFA-ATS.

Os gráficos permitem concluir ao analisar os limites superiores e inferiores que há uma

grande amplitude dos intervalos entre os distintos métodos. Nota-se viés proporcional, pois a

diferença entre métodos diminui à medida que as médias aumentam. A menor amplitude

verificada foi referente a medida de energia entre QFA-ATS 1 e QFA-ATS 2. Além disto, a

distribuição dos pontos é aleatória e em torno da linha média, indicando boa concordância.

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41

Tabela 3 - Coeficientes de correlação de Spearman e de validade para ingestão de sódio bruto

e ajustado para energia de indivíduos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018 (n=50)

Coeficiente de Correlação Coeficiente de Validade

Bruto (p) Ajustado (p)* Ajustado*

rQFAR 0,386 (<0,01) 0,129 (0,387) ρQFAIR‡ 0,26

rRB† -0,026 (0,882) 0,172 (0,316) ρRIR‡ 0,85

rQFAB† 0,014 (0,936) 0,052 (0,763) ρBIR‡ 0,20 rQFAR: correlação entre Questionário de Frequência Alimentar e Recordatório

rRB: correlação entre Recordatório e Biomarcador

rQFAB: correlação entre Questionário de Frequência Alimentar e Biomarcador

ρQFAIR: coeficiente de validade do Questionário de Frequência Alimentar

ρRIR: coeficiente de validade do Recordatório

ρBIR: coeficiente de validade do Biomarcador

ρQFAIR=√[𝑟QFAR x 𝑟QFAB]

𝑟RB ρRIR=

√[𝑟QFAR x 𝑟RB]

𝑟QFAB ρBIR=

√[𝑟RB x 𝑟QFAB]

𝑟QFAR

*Sódio ajustado para energia

†n=36, utilizando a média de dois dias de excreção urinária de sódio

‡n=36, utilizando a média de dois dias de excreção urinária de sódio

Tabela 4 - Classificação por tercil de ingestão de sódio ajustado para energia de indivíduos da

comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018 (n=50)

Instrumento Mesmo tercil

(%)

Adjacente

(%)

Oposto

(%)

Kappa

ponderado

p

QFAxR24h 32 44 24 -0,041 0,772

QFAxB* 27,8 47,2 25 -0,82 0,624

R24hxB* 52,8 27,8 19,4 0,183 0,271 R24h: Recordatório 24h; QFA: Questionário de Frequência Alimentar; B: Biomarcador

*n=36, classificação de média de excreção urinária

Os coeficientes de correlação para reprodutibilidade do QFA-ATS foram moderados.

A classificação por tercil de ingestão de energia e de sódio bruto e ajustado estimados pelo

QFA-ATS demonstraram percentuais de concordâncias exata entre 50 e 66%. Os percentuais

de discordância adjacente variaram de 24 a 36% e oposta de 6 a 14% (Tabela 5).

Page 44: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

42

Figura 3 – Gráficos Bland-Altman para concordância de energia e sódio ajustado do QFA em adultos

da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018 (n=50)

Figura 2 - Gráficos Bland-Altman para concordância de medidas de sódio ajustado para energia do

QFA, R24h e Biomarcador de indivíduos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE, 2018 (n=50)

2a)

2b) 2c)

2a) Questionário de Frequência Alimentar e Recordatório; 2b) Recordatório e Média de excreção urinária

(n=36); 2c) Questionário de Frequência Alimentar e Média de excreção urinária (n=36)

3a) 3b)

3a) Concordância de energia; 3b) Concordância de sódio ajustado para energia

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43

Tabela 5 - Reprodutibilidade do QFA-ATS para energia, sódio bruto e ajustado para energia,

e classificação por tercil de ingestão de indivíduos da comunidade acadêmica, Aracaju, SE,

2018 (n=50)

Nutriente ICC IC 95% Mesmo

tercil

(%)

Adjacente

(%)

Oposto

(%)

Kappa

ponderado

p

Energia 0,506 0,129 – 0,720 58 36 6 0,554 <0,01

Sódio

bruto

0,686

0,446 – 0,826

66

24

10

0,524

<0,01

Sódio

ajustado

0,541

0,191 – 0,739

50

36

14

0,316

0,026

ICC: Coeficiente de Correlação Intraclasse IC95%: intervalo de confiança de 95%

Discussão

A quantificação da ingestão de sódio permanece uma tarefa difícil, pois além da sua

grande variabilidade, o balanço metabólico do sódio é sensível a alterações inerentes ao

próprio indivíduo21. Achados revelam que, mesmo o indivíduo submetido a uma ingestão

constante de sal (6g; 9g; 12g/dia), a excreção urinária de sódio não será constante. A variação

da excreção é reflexo do ritmo biológico, ou seja, a ingestão não refletirá necessariamente

uma excreção correspondente21. Perin et al.22 verificaram excreção média de 4811,5mg/dia,

equivalente a 12,1g de sal/dia, enquanto QFA notificou consumo diário de 2,5g de sal (1g de

sódio).

McLean e colaboradores23 concluíram que amostra única de urina de 24h é

provavelmente inadequada para validação de QFA. Amostra singular de urina de 24 horas,

ainda que coletada com precisão, não é capaz de determinar diferença de 3 gramas na ingestão

diária de sal21. Para avaliação de sódio dietético recomenda-se a repetição de coleta de urina

de 24h entre 2 e 7 vezes23. Foi verificado que, independentemente do número de repetições de

excreção urinária para avaliação de sódio, as correlações encontradas foram fracas. Nos

estudos, a repetição de excreção urinária para avaliação de sódio variou de amostra única24,25

até seis repetições26. A necessidade de grande número de repetição de excreção urinária pode

justificar a dificuldade para validação do instrumento. Embora este estudo tenha realizado a

repetição de coleta de urina de 24h para análise de sódio, as correlações e os coeficientes de

validade encontrados foram baixos a moderados.

Correlações fracas são achados recorrentes em trabalhos de validação da ingestão e da

excreção de sódio22-26. Charlton e colaboradores16 verificaram uma correlação significativa,

Page 46: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

44

porém fraca, entre a excreção urinária de sódio (três repetições) e sua ingestão estimada pelo

questionário e pela aplicação dos 3 R24h. A ingestão de sódio estimado através do QFA

apresentou maior correlação com os R24h (r=0,75) comparado ao sódio urinário (r=0,15). A

discrepância entre os valores ressalta a dificuldade em quantificar ingestão de sal em

pesquisas dietéticas.

Estudos revelam que as correlações entre excreção urinária e método de referência

(R24h ou RA) são mais fortes do que as correlações entre o QFA a ser validado e a excreção

urinária. Day et al.26 utilizaram 6 amostras de urina 24h para análise de sódio, potássio e

nitrogênio. O QFA e o RA de 7 dias subestimaram os valores de ingestão de sódio, sendo a

correlação entre QFA e excreção urinária de sódio (r=0,13) menor que correlação entre RA e

sódio urinário (r=0,36). Alguns autores defendem que o fato das correlações entre os métodos

de avaliação da ingestão serem maiores do que aquelas com o biomarcador (excreção urinária

de sódio) se deve as distintas ferramentas de avaliação da ingestão terem erros correlatos e

sistemáticos, diferentes e independentes dos erros inerentes a análise do biomarcador25-27.

A correlação da estimativa da ingestão de sódio bruto entre QFA e R24h foi fraca,

porém, significativa (r=0,386; p<0,01). Espera-se coeficiente de correlação mínimo de 0,4

para validação relativa de QFA utilizando R24h ou RA como referência28. Estudos de

validação de QFA utilizando RA ou R24h como método de referência também expressaram

associações frágeis, em alguns casos até mesmo negativas. As correlações de sódio variaram

entre -0,07 e 0,3929-33.

Os coeficientes de validade para sódio ajustado pela energia foram considerados

elevados para R24h (ρRIR=0,85) e fracos para QFA-ATS (ρQFAIR=0,26) e Biomarcador

(ρBIR=0,20). Os achados desta pesquisa foram similares ao estudo de Pereira et al.24, no qual

o coeficiente de validade mais fraco foi o do biomarcador (ρBIR=0,21) e o mais elevado o do

R24h (ρRIR=0,56). Os coeficientes de validade com dados brutos não puderam ser

verificados pois ocorreu uma correlação negativa, impossibilitando a aplicação da fórmula.

Correlações negativas ocorreram em outros estudos34,35.

Segundo Kaaks27, QFA e R24h apresentam erros semelhantes, isto superestima a

correlação e consequentemente, o coeficiente de validade. Por outro lado, a correlação entre

QFA e o biomarcador é fraca pois este sofre influência intraindividual, por isso rQFAB deve

ser interpretada como limite inferior do verdadeiro coeficiente de validade do QFA e ρQFAIR

o limite superior. Correlações fortes r>0,7 produzem coeficientes de validade elevados, ao

passo que fracas correlações r<0,3 geram coeficientes de validade indesejáveis.

Page 47: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

45

O QFA-ATS demonstrou ser reprodutível num período de 6 meses, com coeficientes

de correlação considerados aceitáveis. Segundo Cade et al12, a reprodutibilidade de um QFA

curto pode ser analisada considerando dados brutos de ingestão. De modo geral, correlações

de instrumentos reaplicados em intervalos maiores, 6 a 12 meses, são mais baixas comparadas

às reaplicações mais curtas.

O QFA-ATS foi aplicado mediante entrevista, no entanto, os mesmos entrevistadores

não necessariamente aplicaram o instrumento nas mesmas pessoas nos dois momentos. Um

dos aspectos que se deve considerar na acurácia é a capacidade de confiabilidade do

instrumento com entrevistadores distintos12. A reprodutibilidade de instrumentos que

avaliaram sódio variou de 0,25 a 0,8220;36-38.

A metodologia desta pesquisa utilizou 4 R24h, um número superior de R24h para

validação, pois trabalhos similares utilizaram em torno de 3 R24h ou RA16;24;35. Outra

vantagem deste trabalho foi a realização da repetição de excreção urinária de 24 horas,

entretanto, devido ao perfil da amostra, a maior parte das urinas foi coletada no fim de

semana, esta limitação pôde acarretar na não representatividade da ingestão de sódio ao longo

da semana habitual. Por ser uma coleta difícil, os participantes podem não ter coletado toda a

urina do período estabelecido, embora as orientações tenham sido passadas verbalmente, além

de por escrito.

Conclusão

O QFA-ATS demonstrou ser reprodutível num período de 6 meses. Apesar da

aplicação de quatro R24h, bem como da repetição da excreção urinária de 24 horas de sódio,

o instrumento não foi considerado válido para avaliação de ingestão de sódio, não podendo

ser utilizado isoladamente para este fim.

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49

6 CONCLUSÃO

O QFA-ATS, embora tenha apresentado reprodutibilidade aceitável, não demonstrou

ser um instrumento válido para avaliação de ingestão de sódio, não podendo ser utilizado

isoladamente para este fim. Sugere-se que modificações no QFA-ATS e/ou metodologia de

validação sejam aplicadas para a realização de novos estudos.

Page 52: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

50

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56

APÊNDICES

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convidamos V.S.ª a participar da pesquisa "Questionário de Frequência

Alimentar de Alimentos com Alto Teor de Sódio: uso do método das tríades na sua

validação", sob a responsabilidade de Idiana Santos Souza com orientação da Prof. Drª

Kiriaque Barra Ferreira Barbosae co-orietação da Prof. Drª Analícia Rocha Santos

Freire, cuja finalidade é avaliar a ingestão de alimentos com alto teor de sódio.

Sua participação envolve responder questionários de freqüência alimentar,

recordatórios de 24 horas e coletar amostras de urina para determinação da excreção de

sódio. Sua identidade será preservada durante todo o estudo, e os dados coletados serão

confidenciais. O(a) senhor(a) está livre para desistir da participação no momento que

desejar, em qualquer fase da pesquisa, mesmo após aceitar esse termo.

A participação é voluntária, o(a) senhor(a) não terá despesas, assim como não

receberá por participar. O estudo não lhe trará nenhum benefício direto, porém,

mediante os resultados da pesquisa será possível identificar as pessoas quanto aos riscos

à saúde e encaminhá-las para atividades de educação nutricional e/ou atendimento

nutricional na Clínica de Nutrição do Departamento de Nutrição da UFS.

Não haverá riscos de qualquer natureza para os indivíduos que participarão da

pesquisa. Entretanto, poderá haver desconforto relacionado ao cansaço durante a coleta

da urina, bem como para responder aos questionários. Para minimizá-los será

providenciado recipiente laboratorial próprio para a coleta urinária, e as entrevistas terão

intervalos de quinze minutos.

Declaro que li e compreendi todas as informações citadas acima e, de forma livre

e esclarecida, aceito participar da pesquisa. Afirmo que recebi uma cópia deste termo de

consentimento e autorizo a realização e divulgação dos dados obtidos a partir da minha

participação neste estudo.

Assinatura da Pesquisadora:

Assinatura do Participante:

Em caso de dúvidas entrar em contato, com as responsáveis pelo projeto:

Idiana Souza - (79) 99611-9502 e Analícia Freire - (79) 99198-3681.

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57

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO E DE HÁBITOS

ALIMENTARES

Nome:

Data de nascimento: Idade:

E-mail: Ocupação:

Telefone: Melhor horário p/ contato:

Peso: Altura: IMC: CC:

Sua casa é:

(A) Própria (B) Alugada (C) Cedida

Incluindo você, quantas pessoas moram em sua casa?

(A) Moro só (B) 1 - 3 (C) 4 – 7 (D) mais de 8

Você mora em:

(A) Zona urbana (B) Zona rural

Nível de escolaridade:

(A) Ensino Fundamental (B) Ensino Médio (C) Ensino Superior

Sua renda mensal é de:

(A) Até 1 salário mínimo (B) De 2 a 3 salários mínimos (C) De 4 a 6 salários mínimos

(D) De 7 a 9 salários mínimos (E) Mais de 9 salários mínimos

Você considera sua alimentação:

(A) Saudável (B) Razoavelmente saudável (C) Inadequada

Quantas porções de frutas você consome por dia?

(A) 0 (B) 1 (C) 2 – 3 (D) Mais de 3

Quantas porções de verduras e legumes você consome por dia?

(A) 0 (B) 1 (C) 2 – 3 (D) Mais de 3

Qual a sua ingestão de água diária?

(A) Menos de 1 L (B) De 1 a 1,5 L (C) 2 L (D) Mais de 2 L

Você faz refeições fora do lar?

(A) Não (B) Café da manhã (C) Café da manhã e almoço

(D) Almoço (E) Almoço e Jantar (F) Jantar

Você adiciona sal ao seu prato pronto?

Sim ( ) Não ( )

Se sim, você utiliza:

(A) Sachê Quantas unidades? ____________________

(B) Saleiro de mesa

Você tempera a salada com sal?

Sim ( ) Não ( )

Se sim, você utiliza:

(A) Sachê Quantas unidades? ____________________

(B) Saleiro de mesa

Quantos Kg de açúcar são utilizados por mês em sua casa? ___________________

Quantas embalagens de óleo são utilizadas por mês em sua casa? ___________________

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APÊNDICE C – ORIENTAÇÕES PARA COLETA DE URINA

INSTRUÇÕES PARA COLETA DE URINA DE 24 HORAS

1. Despreze a primeira urina do dia esvaziando sua bexiga por completo e anote o

horário

Esvaziou a bexiga em: Data:___________Hora:________

2. Pelas próximas 24 horas colete sua urina todas as outras vezes (inclusive a urina

noturna e a do banho)

3. Utilize o frasco coletor disponibilizado

4. Mantenha a urina refrigerada durante todo o período. Isto é muito importante

para que a amostra seja preservada!

5. No dia seguinte, anote o horário da sua última micção

Última micção em: Data:___________Hora:________

6. Durante todo o período de coleta, mantenha sua dieta, ingestão de líquidos e

atividade física de costume

7. Mulheres em período menstrual não deverão realizar a coleta. Deverão aguardar

o fim do período para só então iniciar o processo de coleta de urina

8. Após coletar toda a urina durante 24 horas, encaminhe o material ao Laboratório

de Análises Clínicas no Departamento de Nutrição na Universidade Federal de

Sergipe

Obs.: Em caso de dúvidas, por favor, entre em contato conosco

Fone: (79) 99611-9502

Referência Bibliográfica: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA

CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL. Recomendações da Sociedade Brasileira

de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da

amostra biológica. Barueri, SP: Manole: Minha Editora, 2014. 487p.

Page 61: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

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ANEXOS

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS

COM ALTO TEOR DE SÓDIO (QFA-ATS)

Nos últimos seis (6) meses com que frequência você está consumindo os alimentos listados nesse

questionário? Qual a quantidade consumida por vez considerando a porção padrão?

ALIMENTO PORÇÃO

PADRÃO FREQUÊNCIA DE CONSUMO

QUANTIDADE

CONSUMIDA

POR VEZ

CARNES INDUSTRIALIZADAS

Bacon 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Carne de

charque 1 pedaço médio

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Carne de sol 1 pedaço médio

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( )2 porções

( ) mais _____

Carne de

hambúrguer 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Linguiça

calabresa/Paio 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Linguiça

toscana 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Mortadela 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Peru/Frango

temperado

congelado

1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Presunto 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Salsicha

1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Page 62: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

60

ALIMENTO PORÇÃO

PADRÃO FREQUÊNCIA DE CONSUMO

QUANTIDADE

CONSUMIDA

POR VEZ

ENLATADOS E CONSERVAS

Azeitona 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Champignon

em conserva 1 colher de sopa

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Palmito em

conserva 1 colher de sopa

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

LATICÍNIOS

Manteiga com

sal 1 ponta de faca

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Margarina com

sal 1 ponta de faca

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Queijo de

coalho 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Queijo de

manteiga

(requeijão)

1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Queijo minas

frescal 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Queijo

muçarela 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( )2 porções

( ) mais _____

Queijo prato 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Queijo ralado 1 colher de sopa

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Requeijão

cremoso 1 ponta de faca

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

PANIFICAÇÃO E MASSAS

Biscoito cream

cracker 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais

_____

Page 63: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

61

ALIMENTO PORÇÃO

PADRÃO FREQUÊNCIA DE CONSUMO

QUANTIDADE

CONSUMIDA

POR VEZ

Biscoito de

polvilho 1 unidade rosca

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Biscoito

salgado

integral

1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Bisnaguinha 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Cereal matinal

de milho 1 tigela pequena

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pão de

cachorro

quente

1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pão de forma 1 fatia

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pão de forma

integral 1 fatia

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pão de

hambúrguer 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pão de leite 1 fatia

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pão francês 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pão tipo

tortilha 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Torrada de pão

francês 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Torrada

industrializada 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

SAIS E CONDIMENTOS

Catchup 1 colher de sopa

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Page 64: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

62

ALIMENTO

(continuação)

PORÇÃO

PADRÃO FREQUÊNCIA DE CONSUMO

QUANTIDADE

CONSUMIDA

POR VEZ

Maionese 1 ponta de faca

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Molho de

tomate

industrializado

1 colher de sopa

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

MISCELÂNEA

Batata palha 1/2 xícara

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Bauru

(salgado

assado)

1 unidade média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Capeletti com

recheio de

frango

1 prato raso

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Coxinha de

frango

1 unidade média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pastel de forno 1 unidade

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Pasta de

amendoim 1 ponta de faca

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Rocambole de

carne 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Salgadinho de

milho 1 pacote médio

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

REGIONAIS

Arroz cozido 1 colher de

arroz

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Batata-doce

cozida 1 fatia média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Carne bovina 1 bife médio

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Page 65: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

63

ALIMENTO

(continuação)

PORÇÃO

PADRÃO FREQUÊNCIA DE CONSUMO

QUANTIDADE

CONSUMIDA

POR VEZ

Feijão cozido 1 concha média

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Frango 1 filé médio

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Inhame 1 pedaço médio

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Macaxeira

cozida 1 pedaço médio

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Peixe 1 filé médio

( ) Raramente/Nunca ( ) 1x/mês

( ) 2 a 3x/mês ( ) 1x/sem ( ) 2 a 4x/sem

( ) 1x/dia ( ) 2x/dia ( ) ≥ 3x/dia

( ) ½ porção

( ) 1 porção

( ) 2 porções

( ) mais _____

Page 66: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

64

ANEXO B – LISTA DOS ALIMENTOS QUE COMPÕEM O QFA-ATS

Continua

ALIMENTO OU PREPARAÇÃO QUANTIDADE DE

SÓDIO POR 100g/ml

MEDIDA CASEIRA

PADRÃO (g)

Carnes industrializadas

Bacon 2310mg 1 fatia média (15g)

Carne de charque 1943mg 1 pedaço médio (65g)

Carne de hambúrguer 1252mg 1 unidade (56g)

Carne de sol 1826,42mg 1 pedaço médio (65g)

Linguiça calabresa 1118,5mg 1 fatia média (10g)

Linguiça toscana 1130,5mg 1 fatia média (10g)

Mortadela 1303mg 1 fatia média (15g)

Peru/Frango temperado congelado 634,5mg 1 fatia media (32g)

Presunto 981mg 1 fatia media (15g)

Salsicha 1174,71mg 1 unidade (31g)

Enlatados e conservas

Azeitona 1567mg 1 unidade (4g)

Champignon em conserva 425mg 1 colher de sopa (15g)

Palmito em conserva 514mg 1 colher de sopa (15g)

Laticínios

Manteiga com sal 579mg 1 ponta de faca (5g)

Margarina com sal 943mg 1 ponta de faca (5g)

Queijo de coalho 536mg 1 fatia média (45g)

Queijo de manteiga (requeijão) 415mg 1 fatia média (45g)

Queijo minas frescal 505mg 1 fatia média (30g)

Queijo muçarela 581mg 1 fatia média (20g)

Queijo prato 580mg 1 fatia média (15g)

Queijo ralado (parmesão) 1529mg 1 colher de sopa (15g)

Requeijão cremoso 558mg 1 ponta de faca (6g)

Panificação e massas Biscoito cream cracker 854mg 1 unidade (5g)

Biscoito de polvilho 1092mg 1 unidade rosca (3g)

Biscoito salgado integral 643,7mg 1 unidade (5g)

Bisnaguinha 536mg 1 unidade (18g)

Cereal matinal de milho 405mg 1 tigela pequena (30g)

Pão de cachorro quente 512mg 1 unidade (50g)

Pão de forma 681mg 1 fatia (25g)

Pão de forma integral 506mg 1 fatia (25g)

Pão de hambúrguer 479mg 1 unidade (70g)

Pão de leite 541mg 1 fatia (25g)

Pão francês 648mg 1 unidade (50g)

Pão tipo tortilha 872mg 1 fatia (40g)

Torrada de pão francês 829mg 1 unidade (8g)

Torrada industrializada 611mg 1 fatia (10g)

Sais e condimentos Catchup 1114mg 1 colher de sopa (20g)

Maionese 1096mg 1 ponta de faca (4g)

Molho de tomate industrializado 524mg 1 colher de sopa (20g)

Miscelâneas Batata palha 701,61mg 1/2 xícara (25g)

Bauru (salgado assado) 890,09mg 1 unidade média (125g)

Capeletti com recheio de frango 499,6mg 1 prato raso (100g)

Coxinha de frango 532mg 1 unidade média (50g)

Pastel de forno 405,8mg 1 unidade (32g)

Page 67: QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE ... · Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estado nutricional de adultos da comunidade

65

Conclusão

ALIMENTO OU PREPARAÇÃO QUANTIDADE DE

SÓDIO POR 100g/ml

MEDIDA CASEIRA

PADRÃO (g)

Pasta de amendoim 459mg 1 ponta de faca (12,5g)

Rocambole de carne 426,5mg 1 fatia média (215g)

Salgadinho de milho 779mg 1 pacote médio (84g)

Regionais

Arroz cozido 383,19mg 1 colher de arroz (45g)

Batata-doce cozida 175mg 1 fatia média (70g)

Carne bovina 390mg 1 bife médio (100g)

Feijão cozido 219mg 1 concha média (140g)

Frango 415mg 1 filé médio (100g)

Inhame 268mg 1 pedaço médio (60g)

Macaxeira 287mg 1 pedaço médio (100g)

Peixe 438mg 1 filé médio (120g)

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66

ANEXO C- MODELO DE R24H

Hora Nome da

refeição

Alimento/Bebida/Preparação Tipo/Preparo Quantidade